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EDITORIAL Informativo Semanal Páginas 01 e 02 EDITORIAL FIQUE SABENDO Nova EMBRAPA Páginas 03 PEQUENAS NOTAS AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO Informativo Semanal 18 anos Exportações de carne suína aumentam mesmo com embargos ESPAÇO DO AGROPACTO Resumo da reunião do dia 30/10/2012 Páginas 05 e 06 Página 04 Nova EMBRAPA(*) EVENTOS Página 02 Ano 18 - Nº 682 - 31/10 a 06/11/2012 Líderes da exportação de frango vêm obtendo aumento na receita cambial NOTÍCIA DA CNA Agronegócio tem um superávit de US$ 59,2 bi nos 9 primeiros meses Página 04 Grande empresa de pesquisa agropecuária, a Embrapa procura sua identidade. Com passado brilhante, precisa definir uma estratégia de futuro, conectada ao atual processo do desenvolvimento nacional. Novos desafios do campo. Tarefa difícil, mas fundamental. Começa por rememorar a criação da entidade, há 40 anos. Naquela época, na década de 1970, a agricultura brasileira começava a intensificar o uso de capital, modernizando suas antigas relações de produção, herdadas do período latifundiário. A crescente industrialização requeria braços para o trabalho e a consequente urbanização demandava alimentos na cidade. A melhor saída seria o aumento da produtividade no campo. Caminho da tecnologia. Havia, já disponível, boa carga de conhecimento gerada nos tradicionais institutos de pesquisa do Estado de São Paulo, principalmente o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e o Instituto Biológico. Materiais genéticos desenvolvidos no IAC, bem como estudos de pragas e doenças realizados no Instituto Biológico, foram essenciais para o primeiro arranque tecnológico da agricultura brasileira, nos anos 1950. Até hoje as variedades IAC formam a base genética da agricultura nacional. Ante a rapidez do crescimento econômico, entretanto, era insuficiente o desempenho produtivo no campo. Puxadas pela capital paulista, as metrópoles brasileiras trouxeram o drama do abastecimento popular. Antes, o armazém rural, a galinha caipira, a vaquinha, a horta e a roça davam conta de fartar a mesa. Depois, com a explosão populacional e o êxodo rural, todo mundo correndo para morar na cidade, virou um problema alimentar o povo. Chegou a carestia ao asfalto. Foi quando os agricultores descobriram o potencial produtivo do Cerrado. Uma bênção. Solos arenosos e ácidos, clima seco, vegetação dominada por arbustos pequenos, retorcidos, jamais se imaginara que aquelas terras do Centro-Oeste, aparentemente inférteis, pudessem servir à produção. Dominadas pelas novas tecnologias, porém, elas se mostraram extremamente fecundas. Sorte do País. Nesse momento surgiu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Cirne Lima, então ministro da Agricultura, coordenou os trabalhos de criação da nova empresa pública, cujos estatutos foram decretados em 28 de março de 1973. Seu primeiro presidente, José Irineu Cabral, contava com um braço direito que, no decorrer dos anos, e até hoje, se mostrou o mais aplicado e inteligente estudioso do desenvolvimento tecnológico no Brasil: o agrônomo e economista rural Eliseu Alves. A conquista agronômica do Cerrado centralizou um salto tecnológico na agricultura. E a Embrapa cumpriu um papel inigualável nesse momento. O impulso governamental, decisivo, ganhou qualidade ao ser liderado pelo competente e criativo agrônomo Alysson Paulinelli, inesquecível ministro da Agricultura. Uma das estratégias bem-sucedidas da Embrapa foi a organização da pesquisa em centros especializados por produto. Regionalizando a experimentação agropecuária, obteve-se enorme impulso no conhecimento aplicado à terra. Mudou o paradigma. Se anteriormente a pesquisa nacional buscava tecnologia no exterior, vinda dos Estados Unidos especialmente, para aqui adaptá-la, após a criação da Embrapa conseguiu-se gerar tecnologia própria: agricultura tropical. Por meio do melhoramento genético, variedades de plantas oriundas de climas frios, como a soja, aclimataram-se ao calor tupiniquim. Mais produtivas, as variedades Embrapa começaram a dominar o mercado de sementes agrícolas. Aos poucos foi surgindo no Brasil um modelo único de agricultura. Com os modernos herbicidas, a evolução A conquista agronômica do Cerrado centralizou um salto tecnológico na agricultura. E a Embrapa cumpriu um papel inigualável nesse momento. O impulso governamental, decisivo, ganhou qualidade ao ser liderado pelo competente e criativo agrônomo Alysson Paulinelli, inesquecível ministro da Agricultura

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Informativo Semana do Agropacto com as principais noticias do Agronegócio

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EDITORIAL

Informativo Semanal

Páginas 01 e 02

EDITORIAL FIQUE SABENDO Nova EMBRAPA

Páginas 03

PEQUENAS NOTAS

AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO

Informativo Semanal18 anos

Exportações de carne suína aumentammesmo com embargos

ESPAÇO DO AGROPACTO

Resumo da reunião do dia 30/10/2012

Páginas 05 e 06Página 04

Nova EMBRAPA(*)

EVENTOSPágina 02

Ano 18 - Nº 682 - 31/10 a 06/11/2012

Líderes da exportação de frango vêmobtendo aumento na receita cambial

NOTÍCIA DA CNAAgronegócio tem um superávit de US$ 59,2bi nos 9 primeiros meses

Página 04

Grande empresa de pesquisa agropecuária, aEmbrapa procura sua identidade. Com passado brilhante,precisa definir uma estratégia de futuro, conectada ao atualprocesso do desenvolvimento nacional. Novos desafios docampo.

Tarefa difícil, mas fundamental. Começa porrememorar a criação da entidade, há 40 anos. Naquelaépoca, na década de 1970, a agricultura brasileiracomeçava a intensificar o uso de capital, modernizandosuas antigas relações de produção, herdadasdo período latifundiário. A crescenteindustrialização requeria braços para otrabalho e a consequente urbanizaçãodemandava alimentos na cidade. A melhorsaída seria o aumento da produtividade nocampo. Caminho da tecnologia.

Havia, já disponível, boa carga deconhecimento gerada nos tradicionaisinstitutos de pesquisa do Estado de São Paulo,principalmente o Instituto Agronômico deCampinas (IAC) e o Instituto Biológico.Materiais genéticos desenvolvidos no IAC,bem como estudos de pragas e doençasrealizados no Instituto Biológico, foramessencia is para o primeiro arranquetecnológico da agricultura brasileira, nos anos1950. Até hoje as variedades IAC formam abase genética da agricultura nacional.

Ante a rapidez do crescimento econômico, entretanto,era insuficiente o desempenho produtivo no campo.Puxadas pela capital paulista, as metrópoles brasileirastrouxeram o drama do abastecimento popular. Antes, oarmazém rural, a galinha caipira, a vaquinha, a horta e aroça davam conta de fartar a mesa. Depois, com a explosãopopulacional e o êxodo rural, todo mundo correndo paramorar na cidade, virou um problema alimentar o povo.Chegou a carestia ao asfalto.

Foi quando os agricultores descobriram o potencialprodutivo do Cerrado. Uma bênção. Solos arenosos eácidos, clima seco, vegetação dominada por arbustos

pequenos, retorcidos, jamais se imaginara que aquelasterras do Centro-Oeste, aparentemente inférteis,pudessem servir à produção. Dominadas pelas novastecnologias, porém, elas se mostraram extremamentefecundas. Sorte do País.

Nesse momento surgiu a Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária. Cirne Lima, então ministro daAgricultura, coordenou os trabalhos de criação da novaempresa pública, cujos estatutos foram decretados em

28 de março de 1973. Seu primeiropresidente, José Irineu Cabral, contava comum braço direito que, no decorrer dos anos,e até hoje, se mostrou o mais aplicado einteligente estudioso do desenvolvimentotecnológico no Brasil: o agrônomo eeconomista rural Eliseu Alves.

A conquista agronômica do Cerradocentralizou um salto tecnológico naagricultura. E a Embrapa cumpriu um papelinigualável nesse momento. O impulsogovernamental, decisivo, ganhou qualidadeao ser liderado pelo competente e criativoagrônomo Alysson Paulinelli, inesquecívelministro da Agricultura. Uma das estratégiasbem-sucedidas da Embrapa foi aorganização da pesquisa em centrosespecializados por produto. Regionalizandoa experimentação agropecuária, obteve-se

enorme impulso no conhecimento aplicado à terra.Mudou o paradigma. Se anteriormente a pesquisa

nacional buscava tecnologia no exterior, vinda dos EstadosUnidos especialmente, para aqui adaptá-la, após a criaçãoda Embrapa conseguiu-se gerar tecnologia própria:agricultura tropical. Por meio do melhoramento genético,variedades de plantas oriundas de climas frios, como asoja, aclimataram-se ao calor tupiniquim. Mais produtivas,as variedades Embrapa começaram a dominar o mercadode sementes agrícolas.

Aos poucos foi surgindo no Brasil um modelo únicode agricultura. Com os modernos herbicidas, a evolução

A conquista agronômicado Cerrado centralizouum salto tecnológico na

agricultura. E a Embrapacumpriu um papelinigualável nesse

momento. O impulsogovernamental, decisivo,ganhou qualidade ao serliderado pelo competente

e criativo agrônomoAlysson Paulinelli,

inesquecível ministro daAgricultura

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CONSULTAPara maiores esclarecimentos sobre as infor-mações aqui divulgadas, favor comunicar-secom a SECRETARIA EXECUTIVA DO PAC-TO DE COOPERAÇÃO DA AGROPECUÁRIACEARENSE.Endereço: Rua Edite Braga, 50 -Jardim América - 60.410-436 Fortaleza - CETelefones: (0xx85) 3535-8006 Fax: (0xx85) 3535-8001E-mail: [email protected]: www.agropacto-ce.org.br

Órgão de divulgação de assuntos deinteresse do Setor Agropecuário e do Pactode Cooperação da Agropecuária Cearense.

Coordenação e Elaboração: GerardoAngelim de Abuquerque - Chefe de Gabineteda FAECCoordenador Geral do Agropacto:FLÁVIO VIRIATO DE SABOYA NETO(Presidente da FAEC) Membros do Comitê Consultivo: Setor PúblicoEvandro Vasconcelos Holanda Júnior - EmbrapaCaprinos e OvinosJoão Hélio Torres D'Ávila - UFCJosé Alves Teixeira - BNBLucas Antonio de Sousa Leite - EmbrapaAgroindustria TropicalPaulo Almicar Proença Sucupira - BBRaimundo Reginaldo Braga Lobo - ADECE

Setor PrivadoAlderito Raimundo de Oliveira - CS da CajuculturaÁlvaro Carneiro Júnior - CS de LeiteCristiano Peixoto Maia - CS do CamarãoEdgar Gadelha Pereira Filho - CS da CarnaúbaEuvaldo Bringel Olinda - Instituto FrutalJoão Teixeira Júnior - CS da Fruticultura e UNIVALEPaulo Roque Selbach - CS. FloresVinícius Araújo de Carvalho - CS do MelCarlos Prado - Itaueira AgropecuáriaFrancisco Férrer Bezerra - FIECJoão Nicédio Alves Nogueira - OCB/CELuiz Prata Girão - BETÂNIAPaulo Jorge Mendes Leitão - SEBRAE-CE

Secretária:Teresa Lenice Nogueira da Gama MotaKamylla Costa De Andrade Editoração Digital:Brunno CarvalhoHelena Monte LimaTaquigrafia:Irlana GurgelPatrocínio:BANCO DO BRASIL S/ABANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/ASEBRAE/CE

Nº 682

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PRODUTOR RURAL: Pague a Contribuição Sindical Rural em benefício da

manutenção do Sistema Sindical Rural

18 anos

Eventos

da engenharia agrícola possibilitouum pacote tecnológico que maravilhao mundo: o plantio direto. Essesistema de cultivo, que já domina nasafra nacional de grãos, dispensa aaração e a gradação do solo paraefetuar a semeadura. Menos custo,maior produtividade. Fim da erosão.

Não se resumiu, porém, aoCerrado, muito menos às atividadesvegetais, a atuação da Embrapa. Emtodos os biomas, de norte a sul doPaís, nas criações e na horticultura,no monitoramento ambiental, amplofoi o leque de atuação dospesquisadores. Animada, a Embrapaforta leceu-se e agigantou-se,abrigando cerca de 10 milfuncionários, movimentados por umorçamento anual de R$ 2,1 bilhões.Resumo da história: o conhecimentogerado nos laboratórios e camposexperimentais da Embrapa ajudou,decisivamente, a revolucionar a roçae a vencer o desaf io doabastecimento popular. Fértiltrabalho.

Vieram os problemas. Aprimeira geração de cérebros entrouna aposentadoria e os novosconcursados ingressam sem a culturainstitucional colhida em sua ricahistória. Perde-se parte do espírito de

equipe, tão caro à boa gestão. O viéscorporativista, típico do governopetista, fortaleceu-se internamente,prejudicando o mérito profissional.Certo grupo pretendeu pôr a ciênciaagronômica a serviço da ideologia,comprometendo a pesquisa de ponta,freando a engenharia genética.Disputas internas acirraram-se.

Acabou o período de vacasgordas da Embrapa. A notávelempresa pública passa pela crisetípica dos quarentões: perdeu ajuventude, mas não pode envelhecercedo demais. Seu dilema maior nãoreside na falta de dinheiro, nem notamanho do quadro de pessoal, muitomenos na perda relativa do mercadode sementes. A essência da crisebrota de seu âmago: qual sua funçãono mundo de hoje? Quais devem seras prioridades da nova Embrapa?

Caberá ao pesquisador MaurícioLopes, recém-nomeado presidente daempresa, conduzir a busca dacontemporaneidade da Embrapa. Seouvir o emérito Eliseu Alves,descobrirá que na difusão doconhecimento tecnológico mora o xisda questão na agropecuária nacional.

(*) Xico Graziano EngenheiroAgrônomo

Evento: Feira – MercoLáctea Milk Fair 2012Data: 08 a 11 de novembro de 2012Local: Parque da EFAPI, em Chapecó – SCContatos: telefone: (49) 3322-2292 ou e-mails:[email protected] e [email protected]

Evento: 1º Encontro Aproleite, com tema: “O conhecimento faz render”Data: 08 de novembro de 2012Local: Cenarium Rural, em Cuiabá – MTContatos: telefone: (65) 3928-4502 ou pelo e-mail:[email protected]

Evento: Curso de Avaliação de Carcaça e Cortes Comerciais de OvinosData: 08 de novembro de 2012Local: Instituto de Zootecnia, em Nova Odessa – SPContatos: telefones: (19) 3466-9451/ (19) 3466-9637 e e-mail:[email protected]

Evento: Curso – Cultivo de Peixes em Tanque RedeData: 10 de novembro de 2012Local: São Paulo – SPContatos: telefones: (11) 3081-4128/ (11) 9811-6744/ (11) 9127-7251ou e-mail: [email protected]

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Fique SabendoExportações de carne suína aumentam mesmo com embargos

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Líderes da exportação de frango vêm obtendo aumento nareceita cambial

As receitas alcançaram US$ 1,082 bilhão de janeiro a setembro deste ano, só perdendo na sériehistórica iniciada em 1997 para o mesmo período de 2008, quando atingiu US$ 1,18 bilhão

O valor e o volume deexportações de carne suína tiveramelevações no acumulado atésetembro de 2012, de 1,7% e 8,9%,respectivamente, se comparados aomesmo período do ano passado.Apesar dos embargos impostos porArgentina e Rússia, houveincremento dos embarques para setedos 10 maiores compradores doproduto.

As receitas alcançaram US$1,082 bilhão de janeiro a setembrodeste ano, só perdendo na sériehistórica – iniciada em 1997 – parao mesmo período de 2008, quandoatingiu US$ 1,18 bilhão.

Entre os principais destinos, aUcrânia adquiriu US$ 285,5 milhões,acréscimo de 93% sobre 2011. Altastambém nas compras de Cingapura,de 5,2%, atingindo US$ 60,1milhões; Angola, 5,2% (US$ 54,1milhões); Uruguai, 27,2% (US$ 42,5milhões); Geórgia, 115% (US$ 17,02milhões; Emirados Árabes, 12%

(US$ 13,2 milhões); e Armênia, 7,2%(US$ 10,4 milhões). Apesar dasrestrições da Rússia, o País foi o principalcomprador do produto, totalizando US$281,8 milhões (queda de 23,2%).Reduções, também, de Hong Kong, de1% (US$ 224,3 milhões), e da Argentina,de 40% (US$ 51,7 milhões).

O impacto foi positivo para osestados de Santa Catarina, maiorexportador brasileiro do produto com umtotal de US$ 409,9 milhões no períodoem relação ao ano passado (alta de16%), e do Goiás, que vendeu US$ 147milhões (alta de 49%).

“Apesar dos bons resultados, boaparte das unidades da federação, comoo Rio Grande do Sul, ainda não conseguiucompensar as barreiras impostas poralguns países. No entanto, o GovernoFederal e representantes do setor têmse mobilizado para resolver essaspendências”, afirmou o ministro daAgricultura, Pecuária e Abastecimento,Mendes Ribeiro Filho.

Além das negociações com ogoverno argentino, que resultaram naretomada das exportações brasileiraspara aquele mercado no segundosemestre de 2012, o Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa) e associações de produtores desuínos aguardam a avaliação deautoridades sanitárias russas sobrefrigoríficos visitados no Brasil entre julhoe agosto deste ano. Desde o início doembargo, já foram realizadas mais de

160 supervisões em estabelecimentosexportadores de produtos de origemanimal para a Rússia e enviadosrelatórios de auditoria e planos deação, além de mais de 10 encontroscom autoridades daquele País paratentar resolver o impasse.

De agosto de 2011 a agosto de2012, 26 estabelecimentos brasileirosvoltaram a exportar carnes bovina,suína e de frango para a Rússia, apóso Mapa prestar informações quantoa inconformidades encontradas.

Expansão – Outros paísesestão na mira da produção nacional.Em 2013, espera-se que o Japão inicieas importações de carne suínabrasileira do Estado de SantaCatarina, reconhecido como livre defebre aftosa sem vacinação apóscinco anos de negociações com oMinistério da Agricultura. Osjaponeses são os maiorescompradores mundiais do produto,importando US$ 5,2 bilhões, em 2011.A expectativa do Mapa é conquistar,pelo menos, 10% desse mercado.

Segundo Mendes Ribeiro, outrasnegociações envolvem a Coreia doSul, União Europeia e África do Sul.“Trabalhamos para mostrar a essespaíses que temos condições deatender os requisitos sanitários,especialmente em relação à febreaftosa, para iniciar os embarques”,explicou.

Enquanto a receita cambial dacarne de frango vai registrando,neste ano, resultados negativos(queda de, praticamente, 7% entrejaneiro e setembro), as duasprincipais empresas exportadoras dosetor, BRF e Marfrig, obtêm

resultados posit ivos. Apoiam-se,provavelmente, na carne suína, cujareceita cambial vem sendo positiva,tendo crescido, até setembro passado,mais de 2%.

Ainda aparecendo individualizadasnos levantamentos da SECEX/MDIC, BRFe Sadia mantêm as mesmas 11ª e 12ªposições do ano passado e registramganhos de 4,73% e 3,27% sobre osmesmos nove meses de 2011.Considerada a fusão, sobem para a 4ªposição (atrás, somente, de Vale,Petrobras e Bunge) e sua receita, de US$3,714 bilhões, se torna 4% superior à doano passado.

Próxima da lista, a Marfrig ocupa a19ª posição, o que significa que subiu

quatro posições em relação ao 23ºposto de um ano atrás. Sua receita,de US$ 1,287 bilhão, é 7,65%superior à dos nove primeiros mesesde 2011.

Mera curiosidade, quemantecede a Marfrig no rol dosprincipais exportadores é aVolkswagen do Brasil. Faturou nomercado externo US$ 1,328 bilhão eocupou a 18º posição mas, aocontrário de sua vizinha no ranking,vem tendo receita cambial menor quea do ano passado. Apesar dosincentivos.

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Notícia da CNAAgronegócio tem um superávit de US$ 59,2 bi nos 9

primeiros meses

Pequenas Notas

A balança comercial do agronegócio registrou um superávit de US$ 59,2 bilhões entre janeiro esetembro deste ano. Segundo a CNA, o valor acumulado já corresponde a um acréscimo de 2% em

relação ao mesmo período de 2011

No acumuladoaté setembro, ovolume exportadode produtos doa g r o n e g ó c i oalcançou a cifra deUS$ 71,2 bilhões,com um aumentode 0,5%, na

comparação com os primeirosnove meses do ano passado.Com isso, a participação doagronegócio na balança comercialbrasileira subiu de 37,3%, em2011, para 39,5%, este ano.

Segundo a CNA, o resultadoposit ivo é consequência doaumento dos embarques dosprodutos, com destaque para omilho. A segunda safra do cerealcolhida este ano foi recorde. “Amaior disponibilidade do produtono mercado interno favoreceu ocrescimento das exportaçõesque, em setembro, chegaram a3,1 milhões de toneladas, valor90,8% superior ao exportado nomesmo mês de 2011”, diz oestudo da CNA.

As receitas acumuladas com aexportação do milho até setembrototalizaram US$ 2,4 bilhões, sendosuperiores em 46,3% ao montanteexportado registrado no mesmoperíodo no ano passado.

As receitas com as vendasexternas de soja tambémcontribuíram para o saldo positivoda balança do agronegócio. Entrejaneiro e setembro, foramexportados US$ 23,2 bilhões, o querepresenta um crescimento de15,8% em relação aos primeirosnove meses de 2011.

A CNA destaca, no entanto, quea comercialização acelerada daoleaginosa nos últ imos mesesreduziu a oferta do produto paranovas negociações. Em setembro, osembarques brasileiros de soja,calculados em 2,9 milhões detoneladas, foram reduzidos em30,7%, na comparação com omesmo mês do ano passado.

A China foi o principal destinodas exportações do agronegóciobrasileiro, acumulando até setembroa cifra de US$ 15,9 bilhões, que

corresponde a um ganho de18,9%, se comparado ao mesmoperíodo de 2011. Em setembrodeste ano, os embarques para omercado chinês corresponderamao total de US$ 1,21 bilhão.

Este valor, no entanto,representa uma queda de 37,7%em relação ao mesmo mês de2011. Esse resultado éconsiderado atípico e fez com quea participação da China comodestino dos produtos doagronegócio caísse 7%.

A diversif icação dosmercados consumidores dosprodutos do agronegóciobrasileiro ajudou a compensar aqueda das transações comerciaiscom países onde o Brasil já possuiuma posição consolidada. O fluxode exportações para paísesárabes, por exemplo, cresceu1.024% entre os anos de 2000 e2011, diz a CNA.

Rússia vende 136 mil t de grãos via intervenção: O governo russo vendeu 136.040 toneladas degrãos nos primeiros três leilões de intervenção neste ano comercial, mostraram dados divulgados na

terça-feira. A Rússia, um dos principais exportadores mundiais de trigo, planeja vender até 1,25 milhão detoneladas de grãos de seus estoques totais de 5 milhões de toneladas, em todas as regiões do país,depois que um clima seco e quente prejudicou a colheita deste ano, elevando preços domésticos. A Rússiapretende vender até 130 mil toneladas de grãos por semana entre 23 de outubro e o fim do ano.

Exportações de carne bovina do Uruguai cresceram 13,0%: As exportações de carne bovina doUruguai totalizaram 188,1 mil toneladas métricas no acumulado deste ano até setembro, segundo o

Meat and Livestock Australia (MLA). Este volume representa um aumento de 13,0% em relação ao mesmoperíodo no ano passado, quando foram embarcadas 163,5 mil toneladas métricas. O aumento foi devidoprincipalmente ao incremento no volume exportado para o Chile, Israel, China e Estados Unidos. Osembarques para o Chile aumentaram 82,0% no período em relação aos primeiros nove meses de 2011,chegando a 14,1 mil toneladas métricas, ante 7,7 mil toneladas métricas exportadas no mesmo período noano passado. A expectativa para as exportações de carne bovina do Uruguai em 2013, segundo oDepartamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), é de um aumento de 2,7%, ou 375,0 mil toneladasmétricas. Com isto, o País deve se tornar o sétimo maior exportador de carne bovina do mundo.

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Espaço do AgropactoResumo da reunião de 30 de outubro de 2012

Tema: Resultados e Oportunidades da Missão Cearense à Feira Internacional de Aquicultura no ChilePalestrante: CAMILO DE MORAES DIÓGENES, Presidente da Associação Cearense de

Aquicultores – ACEAq e da Câmara Setorial da Tilápia

O Sr. Coordenador FlávioSaboya iniciou a reunião,compondo a mesa e passando,imediatamente, a palavra aopalestrante, Sr. Camilo de MoraesDiógenes, para suaapresentação, após cumprimentaros presentes disse que a feira erainternacional e já é reconhecidaem sua sétima edição, queacontecia a cada dois anosalternadamente, no Chile e naNoruega, dois expoentes naprodução de salmão e depiscicultura mais tecnificada.Disse que participaram da missãotécnica, 6 produtores apoiadospelo SEBRAE/ CE, o Secretário daPesca e Aquicultura, pela ACEAQ,foram 8 cearenses – EscamaForte/SP; 20 produtores de MatoGrosso indicados pelo SEBRAE/BR; 8 produtores do Paraná, como apoio parcial de empresaprivada. Alguns dados da feira: VIIFeira Internacional de Aquicultura,realizada de 10 a 13 de outubrode 2012, em Puerto Montt – Chile,com participação de 1.000empresas, 40 países, 18.000visitantes. Mostrou algumas fotosda escala de produção, daautomação no manejo,automação processos crít icos,automação processos decontrole, bomba de despesca.Produção de Smolts (Invermar).Unidade de produção juvenil,

inclusive com iluminação artificial,raios ultravioletas para ter acondição de ambiente natural parao salmão. Visita à Salmon Aysen 1e 2. Tamanho médio jaulas:30x30x25 = 22.500m3, padrão de14 jaulas por centro produtivo.Recepção: Alevinos de 80g a 120g– recebem os juvenis do salmão nafase de 80g a 120 g; densidademáxima – 12kg/ m3 – baixíssima.Média de 7 funcionários;mortalidade 1x/dia por sucção emergulho, com o apoio de naviofundeado (Ponton) 160 ton/ ração.Distribuição de ração por navioscom 800 toneladas. Limpeza dejaulas terceirizadas e mecanizadas.Ciclos: salmão salar: 5kg em 18meses/ FCA: 1,35/ 1,40, truta: 3kgem 15 meses / FCA: 1,35/ 1,40. Eexiste o FCA – Fator de ConversãoAlimentar cujo resultado era muitobom, comparando à tilápia, talvezno Ceará a média fosse de 1.7. Aconversão deveria ser superior aisso, mas o ciclo de produção eramenor, ti lápia 6, 7 meses játamanho acima de um quilo, asobrevivência é de 90%. Ressaltouque eles trabalham muitofortemente a biossegurança, fazema análise mensal de doenças, comum vazio de 3 meses entre ciclos,distância mínima de 6km entrefazendas, 3 visitas de fiscalizaçãopor ciclo e obtém seguro safra seseguir protocolo. Particularidades:

2 meses com anoxia, possíveisflorações de microalgas tóxicas,necessidade de vacinas,necessidade de ant ibiót icos,sistema de aeração obrigatório,análises de fundo periódicas,estocagem e despesca total comvazio de 3 meses. Mais fotos deuma fazenda de engorda, comalimentação automática emonitoramento da alimentação,cujo alimentador e todoarraçoamento era feito através deum espiral, que ficava jogandoração na frequência de um minuto.Sobre a matança, depuração eabate, disse que era feito porempresas especializadas, quecompravam ou terceirizamprodutos e serviços e possuíamjaulas ao largo de seusbeneficiamentos, recebiam peixesvivos e depuravam em 3 dias,realizando a despescaautomática. Destacou apreocupação dos chilenos com abiossegurança, quando em visitaa alguns equipamentos decontrole, os procedimentos dehigiene. A Fundação Chile, 50%,privada/50% Governo do Chile.Privada sem fins lucrativos criadaem 1976 e que tem como sócios ogoverno chileno e a “BHP BillitonMinero”. Inovação tecnológica;alimentos e biotecnologia;aquicultura; água e meioambiente; energia e clima; capitalhumano; educação e digitalização;estação experimental de quillaiperealiza bioensaios com vacinas,genética, nutrição e investigaçãocom novas espécies paraaqüicultura, como bacalhau deprofundidade, merluza e linguado.Sobre o mercado: o Chile exportamais para o Japão, EUA e Brasil éo segundo produtor mundial desalmão. O Chile vendeu ao Brasil282 milhões de dólares emsalmões, em 2011, equivalente a38 mil toneladas. No 1º Semestrede 2012 – 28,5 mil ton.(77% decrescimento) e, atualmente, sofrecom a queda do preçointernacional de 37%. Chile-Ceará.Estruturas de cult ivoprincipalmente em telas;desenhos (Lay outs) de tanquesde cultivos. Não só tamanho, mas

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a disposição da criação de formaa permit ir toda a produção;automação diversa em todomanejo; biossegurança. Gestãoinstitucional e normativas quegarantem segurança, com 45normas sendo 30 obrigatórias; Avacinação compulsória; rede deinsumos e serviços muitoprofissional, muito bem montada;estrutura toda flutuante, gaiolaspróximas com passarelas quepermitem observação do peixe einstalação de equipamentos;Todo sistema acompanhado porvídeo, monitorado 24 horas.Passou alguns vídeos e emseguida forneceu os contatos daACEAq: [email protected],fone 32729406. Agradeceu ecolocou-se à disposição.

DebatesO Sr. coordenador recompôs

a mesa e abriu os debates, nosquais se manifestaram: O Sr.Roberto Poty teceu diversasconsiderações sobre a atividadee perguntou quais as açõesefetivas que puderam sercaptadas no Chile e que podemser postas em prática de imediatono Estado do Ceará. O Sr.Deputado Hermínio Resendeperguntou se os criadores det ilápia t inham sent imento decooperativismo ou oindividualismo ainda prevalecia. OSr. Coordenador Flávio Saboya fezuma comparação entre aproblemática da produção de leitee a aqüicultura, aventando aspossibilidades de industrializaçãoe exportação. O Sr. Anízio deCarvalho falou da experiência doSenar em piscicultura no AçudeOrós e perguntou sobre o segurosafra e a capacitação no Chile. Osecretária Ricardo Camposinformou que o ministro viria aoEstado do Ceará a convite seu eteria oportunidade de ouvir aclasse em uma reunião; que oCeará tinha dívida de gratidãocom o DNOCS, que trouxe a tilápiado Nilo para o Brasil e, por isso,hoje era o Estado maior produtorde ti lápia do Brasil; que eradoloroso ver seis estações doDNOCS à míngua, contandoapenas com a boa vontade dosfuncionários, mas que elaboraramprojeto ao Ministério da Pescapara reativar todas as estaçõesdo DNOCS. O Sr. José Trajanosugeriu que o secretárioprocedesse a uma palestra noAgropacto e cobrou a visita do

Senador Eunício Oliveira, feita emum jantar, juntamente com oDeputado Hermínio Resende, parafalar sobre o Funcaju. O Sr. CristianoMaia falou da importância de fazeruma grande divulgação de consumode tilápia, a exemplo do que foi feitocom o camarão, quando deixaramde exportar. O Sr. Henrique deAraújo Lima disse que o maiorproblema da produção de animaisera a ração e que viu no Equador, omaior produtor de camarão emcativeiro, que usava mandioca paraa parte de energia e aglutinação naração. O Sr. Rogério Moraisperguntou qual a percepçãoquando voltava à realidade doEstado do Ceará e qual a coisa maisimportante que se podia fazer paraque a piscicultura pudesse trilhar oscaminhos e chegar ao padrão quehoje tinha no Chile. O Sr. AntonioBezerra Peixoto falou daimportância do associativismo edisse que existia um individualismogrande nos entes que trabalhavama piscicultura no Estado do Ceará.O Sr. José Quintão sugeriu contrataruma assessoria até internacionalpara or ientar os produtores nagestão e organização da cadeiaprodutiva. O Sr. José Maria Pimentaobservou que no Chile haviasubsídios, bem como nos EstadosUnidos e que no Brasil a realidadeera outra e aquilo era preciso levarem conta ao dimensionar oproblema. O Sr. Camilo Diógenesrespondeu: que a reprodução erafundamental e só se conseguiriamultipl icar produt ividade compesquisa genética, que demandavamuitos recursos para obter

resultado; que era preciso avançarno desenvolvimento da genéticapara a ti lápia e de outrasespécies; que, enquanto não tivercusto mais baixo de produção,ficava receoso em falar aumentara produção de tilápia; que eranecessário verificar formas decontrole e citou exemplo de umadiscussão preliminar, sobre aqualidade dos alevinos, somentecom os produtores, independentede normas; que a ração noSudeste custa em torno 20% a25% mais barato do que noEstado do Ceará; que era precisofazer o Festival da Tilápia, em2013, como ferramenta dedestaque para dar visibilidade aosetor; que a isenção PIS/COFINSpara a ração reduziria em 9,27%os custos de produção e seriamuito bom; que estava sendorealizado projeto de estudo dacadeia produtiva; que era precisoidentificar os problemas e apontarsoluções; que não tiveram acessoa informações sobre seguro safrae capacitação, mas verificaram quea estrutura era bastante enxuta.O Sr. Coordenador Flávio Saboyaelogiou a sensibi lidade doSecretário e disse quedesconhecia as dificuldades que osetor enfrentava nasustentabil idade da cadeiaprodutiva da tilápia e era muitoimportante que o assunto nãomorresse ali e voltassem a discutir,pois a FAEC estava aberta, comoinstrumento político de pressão.Agradeceu a atenção de todos edo palestrante e encerrou areunião.