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Informativo 866-STF (05/06/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 1 Informativo comentado: Informativo 866-STF Márcio André Lopes Cavalcante Processos excluídos deste informativo pelo fato de não terem sido ainda concluídos em virtude de pedidos de vista ou de adiamento. Não se preocupe que todos eles serão comentados assim que chegarem ao fim: RE 612707/SP; RE 643247/SP; RE 656089/MG; RE 599309/SP; RE 578846/SP; RE 570122/RS; RE 846854/SP; ÍNDICE DIREITO CONSTITUCIONAL PERDA DO MANDATO DE DEPUTADOS E SENADORES Quando a condenação do Deputado Federal ou Senador ultrapassar 120 dias em regime fechado, a perda do mandato é consequência lógica. DIREITOS CIVIL/CONSUMIDOR RESPONSABILIDADE CIVIL E TRANSPORTE AÉREO Transporte aéreo internacional e aplicabilidade das Convenções de Varsóvia e de Montreal. Prazo prescricional em caso de acidente aéreo. DIREITO PROCESSUAL CIVIL EXECUÇÃO Obrigação de fazer não está sujeita a precatório. DIREITO PENAL CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA Não se pode invocar a teoria do domínio do fato, pura e simplesmente, sem nenhuma outra prova. LAVAGEM DE DINHEIRO Condenação por lavagem no “caso Maluf”. Lavagem de dinheiro, na modalidade “ocultar”, é crime permanente. Culpabilidade de parlamentar que exerce mandato há muitos anos é mais intensa. Reprovabilidade do crime cometido por “homem público” é maior. Pena pode ser aumentada se a lavagem de dinheiro ocorreu por meio de várias transações financeiras envolvendo diversos países. Pena pode ser aumentada se o crime de lavagem envolveu grandes somas de valores. LEI DE DROGAS A grande quantidade de droga, isoladamente, não constitui fundamento idôneo para afastar a causa de diminuição de pena do art. 33, § 4º da LD. DIREITO PREVIDENCIÁRIO SEGURADOS Exercentes de mandato eletivo que não forem vinculados a regime próprio deverão pagar contribuição previdenciária ao RGPS.

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Márcio André Lopes Cavalcante Processos excluídos deste informativo pelo fato de não terem sido ainda concluídos em virtude de pedidos de vista ou de adiamento. Não se preocupe que todos eles serão comentados assim que chegarem ao fim: RE 612707/SP; RE 643247/SP; RE 656089/MG; RE 599309/SP; RE 578846/SP; RE 570122/RS; RE 846854/SP;

ÍNDICE DIREITO CONSTITUCIONAL

PERDA DO MANDATO DE DEPUTADOS E SENADORES Quando a condenação do Deputado Federal ou Senador ultrapassar 120 dias em regime fechado, a perda do

mandato é consequência lógica.

DIREITOS CIVIL/CONSUMIDOR

RESPONSABILIDADE CIVIL E TRANSPORTE AÉREO Transporte aéreo internacional e aplicabilidade das Convenções de Varsóvia e de Montreal. Prazo prescricional em caso de acidente aéreo.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

EXECUÇÃO Obrigação de fazer não está sujeita a precatório.

DIREITO PENAL

CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA Não se pode invocar a teoria do domínio do fato, pura e simplesmente, sem nenhuma outra prova. LAVAGEM DE DINHEIRO Condenação por lavagem no “caso Maluf”. Lavagem de dinheiro, na modalidade “ocultar”, é crime permanente. Culpabilidade de parlamentar que exerce mandato há muitos anos é mais intensa. Reprovabilidade do crime cometido por “homem público” é maior. Pena pode ser aumentada se a lavagem de dinheiro ocorreu por meio de várias transações financeiras envolvendo

diversos países. Pena pode ser aumentada se o crime de lavagem envolveu grandes somas de valores. LEI DE DROGAS A grande quantidade de droga, isoladamente, não constitui fundamento idôneo para afastar a causa de diminuição

de pena do art. 33, § 4º da LD.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

SEGURADOS Exercentes de mandato eletivo que não forem vinculados a regime próprio deverão pagar contribuição

previdenciária ao RGPS.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

PERDA DO MANDATO DE DEPUTADOS E SENADORES Quando a condenação do Deputado Federal ou Senador ultrapassar 120 dias

em regime fechado, a perda do mandato é consequência lógica

Se o STF condenar um parlamentar federal e decidir que ele deverá perder o cargo, isso acontece imediatamente ou depende de uma deliberação da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal respectivamente?

• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda do cargo será uma consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88.

• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o mandato.

STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/5/2017 (Info 863).

STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Para maiores informações, veja o recente Info 863 do STF onde o tema foi explicado.

DIREITO ADMINISTRATIVO

AGENTES POLÍTICOS Exercentes de mandato eletivo que não forem vinculados a regime próprio

deverão pagar contribuição previdenciária ao RGPS

Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes de mandato eletivo, decorrentes da prestação de serviços à União, aos Estados e ao Distrito Federal ou aos Municípios, após o advento da Lei nº 10.887/2004, desde que não vinculados a regime próprio de previdência.

STF. Plenário. RE 626837/GO, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/5/2017 (repercussão geral) (Info 866).

Veja explicação em Direito Previdenciário.

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DIREITO CIVIL / DIREITO DO CONSUMIDOR

RESPONSABILIDADE CIVIL E TRANSPORTE AÉREO Transporte aéreo internacional e aplicabilidade das Convenções de Varsóvia e de Montreal

Importante!!!

Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo consumidor, aplica-se o CDC ou a indenização tarifada prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal?

As Convenções internacionais.

Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor.

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade.

STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866).

Imagine a seguinte situação hipotética: Letícia passou sua lua de mel em Paris. Ela voltou da França em um voo direto que pousou em Natal (RN). A viagem dos sonhos acabou se transformando em um pesadelo ao final. Isso porque a mala de Letícia foi extraviada pela companhia aérea que simplesmente perdeu a bagagem; Além do transtorno, Letícia sofreu um enorme prejuízo econômico. Na mala havia duas bolsas de grife francesa e cinco vestidos da última coleção. Diante disso, Letícia ajuizou ação de indenização contra a “Air Paris” pedindo o pagamento de R$ 100 mil a título de danos materiais. Contestação: tese da indenização tarifada (Convenção de Varsóvia) O valor de todos os produtos que estavam na mala de Letícia foi de R$ 100 mil, sendo esta a quantia cobrada por ela da “Air Paris”. Na contestação, contudo, a companhia aérea alegou que, no transporte internacional, deve vigorar os limites de indenização impostos pela "Convenção de Varsóvia". A Convenção de Varsóvia é um tratado internacional, assinado pelo Brasil em 1929 e promulgado por meio do Decreto nº 20.704/31. Posteriormente ela foi alterada pelo Protocolo Adicional 4, assinado na cidade canadense de Montreal em 1975 (ratificado e promulgado pelo Decreto 2.861/1998). Daí falarmos em Convenções de Varsóvia e de Montreal. Essas Convenções estipulam valores máximos que o transportador poderá ser obrigado a pagar em caso de responsabilidade civil decorrente de transporte aéreo internacional. Dessa forma, tais Convenções adotam o princípio da indenizabilidade restrita ou tarifada. Em caso de extravio de bagagens, por exemplo, a Convenção determina que o transportador somente poderá ser obrigado a pagar uma quantia máxima de cerca de R$ 4.500,00. Assim, em vez de receber R$ 100 mil Letícia teria que se contentar com o limite máximo de indenização (por volta de R$ 4.500,00).

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Conflito entre dois diplomas No presente caso, temos um conflito entre dois diplomas legais:

O CDC, que garante ao consumidor o princípio da reparação integral do dano;

As Convenções de Varsóvia e de Montreal, que determinam a indenização tarifada em caso de transporte internacional.

Assim, a antinomia ocorre entre o art. 14 do CDC, que impõe ao fornecedor do serviço o dever de reparar os danos causados, e o art. 22 da Convenção de Varsóvia, que fixa limite máximo para o valor devido pelo transportador, a título de reparação. Qual dos dois diplomas irá prevalecer? Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo consumidor, aplica-se o CDC ou a indenização tarifada prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal? As Convenções internacionais.

Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866).

Por que prevalece as Convenções? Porque a Constituição Federal de 1988 determinou que, em matéria de transporte internacional, deveriam ser aplicadas as normas previstas em tratados internacionais. Veja:

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade.

Assim, em virtude dessa previsão expressa quanto ao transporte internacional, deve-se afastar o Código de Defesa do Consumidor e aplicar o regramento do tratado internacional. Critérios para resolver esta antinomia A Convenção de Varsóvia, enquanto tratado internacional comum, possui natureza de lei ordinária e, portanto, está no mesmo nível hierárquico que o CDC. Logo, não há diferença de hierarquia entre os diplomas normativos. Diante disso, a solução do conflito envolve a análise dos critérios cronológico e da especialidade. Em relação ao critério cronológico, os acordos internacionais referidos são mais recentes que o CDC. Isso porque, apesar de o Decreto 20.704 ter sido publicado em 1931, ele sofreu sucessivas modificações posteriores ao CDC. Além disso, a Convenção de Varsóvia – e os regramentos internacionais que a modificaram – são normas especiais em relação ao CDC, pois disciplinam modalidade especial de contrato, qual seja, o contrato de transporte aéreo internacional de passageiros. Três importantes observações: 1) as Convenções de Varsóvia e de Montreal regulam apenas o transporte internacional (art. 178 da CF/88). Em caso de transporte nacional, aplica-se o CDC; 2) a limitação indenizatória prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal abrange apenas a reparação por danos materiais, não se aplicando para indenizações por danos morais.

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3) as Convenções de Varsóvia e de Montreal devem ser aplicadas não apenas na hipótese de extravio de bagagem, mas também em outras questões envolvendo o transporte aéreo internacional. Qual é a posição do STJ? O STJ possuía o seguinte entendimento:

Transporte aéreo internacional envolvendo consumidor

Transporte aéreo internacional não envolvendo consumidor (ex: uma grande empresa importa uma peça dos EUA)

Determinava a aplicação do CDC (e não da Convenção de Varsóvia) STJ. 4ª Turma. AgRg no Ag 1409204/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/09/2012.

Havia divergência: 1ª corrente: deveria ser aplicada a Convenção de Varsóvia (e suas alterações). 4ª Turma. REsp 1.162.649-SP, Rel. para acórdão Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 13/5/2014 (Info 541). 2ª corrente: deveria ser aplicado o Código Civil. 3ª Turma do STJ no REsp 1.289.629-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 20/10/2015 (Info 573).

Esse quadro acima perde a importância. Isso porque, na prática, o STJ terá que se adequar ao entendimento do STF manifestado em sede de repercussão geral e, por isso, deverão ser aplicadas as Convenções de Varsóvia e de Montreal para todos os casos relacionados com transporte aéreo internacional (seja envolvendo relação de consumo ou não).

RESPONSABILIDADE CIVIL E TRANSPORTE AÉREO Prazo prescricional em caso de acidente aéreo

Importante!!!

Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo doméstico? 5 anos, segundo entendimento do STJ, aplicando-se o CDC.

Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo internacional? 2 anos, com base no art. 29 da Convenção de Varsóvia.

Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor.

STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866).

Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo doméstico? 1ª corrente: 2 anos (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA). 2ª corrente: 3 anos (Código Civil de 2002). 3ª corrente: 5 anos (Código de Defesa do Consumidor)

Resposta: 5 anos, segundo entendimento do STJ, aplicando-se o CDC.

O prazo prescricional nas ações de responsabilidade civil por acidente aéreo nacional é de 5 anos, com base no Código de Defesa do Consumidor. STJ. 4ª Turma. REsp 1.281.090-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/2/2012.

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No conflito entre o CDC e o CBA, deverá prevalecer o CDC, uma vez que se trata de norma que melhor traduz o objetivo da CF/88 de proteger o polo hipossuficiente da relação consumerista, isto é, o consumidor. O CBA é anterior à CF/88 e, por isso mesmo, não se harmoniza em diversos aspectos com a proteção constitucional do consumidor. O CC não se aplica ao caso porque se trata de relação consumerista e o CDC é lei específica. Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo internacional? O prazo prescricional será de 2 anos, com base no art. 29 da Convenção de Varsóvia (Decreto nº 20.704/1931). Isso porque

Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866).

As Convenções de Varsóvia e de Montreal devem ser aplicadas não apenas na hipótese de extravio de bagagem, mas também em outras questões envolvendo o transporte aéreo internacional, como é o caso da prescrição. Obs: esse prazo prescricional é aplicado não apenas para ações de indenização em caso de extravio de bagagem, incidindo também em outros casos envolvendo responsabilidade civil relacionado com transporte aéreo internacional.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

EXECUÇÃO Obrigação de fazer não está sujeita a precatório

Importante!!!

A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não atrai o regime constitucional dos precatórios.

Assim, em caso de “obrigação de fazer”, é possível a execução provisória contra a Fazenda Pública, não havendo incompatibilidade com a Constituição Federal. Ex: sentença determinando que a Administração institua pensão por morte para dependente de ex-servidor.

STF. Plenário. RE 573872/RS, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/5/2017 (repercussão geral) (Info 866).

Regime de precatórios O art. 100 da CF/88 prevê que se a Fazenda Pública Federal, Estadual, Distrital ou Municipal for condenada por sentença judicial transitada em julgado a pagar determinada quantia a alguém, este pagamento será feito sob um regime especial chamado de “precatório”:

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Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

O regime de precatórios é um privilégio instituído em favor da Fazenda Pública, considerando que ela não terá que pagar imediatamente o valor para o qual foi condenada, ganhando, assim, um "prazo" maior. Quem tem o privilégio de pagar por meio de precatório? A quem se aplica o regime dos precatórios? As Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais. Quando se fala em “Fazenda Pública”, essa expressão abrange:

União, Estados, DF e Municípios (administração direta);

autarquias;

fundações;

empresas públicas prestadoras de serviço público (ex: Correios);

sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de atuação própria do Estado e de natureza não concorrencial (este último é polêmico, mas é o entendimento que prevalece).

É cabível a execução provisória de sentença que condena a Fazenda Pública ao pagamento de quantia certa? NÃO. A jurisprudência, ao interpretar o art. 100 da CF/88, afirma que o precatório somente pode ser expedido após o trânsito em julgado da sentença que condenou a Fazenda Pública ao pagamento da quantia certa. Logo, não cabe execução provisória contra a Fazenda Pública para pagamento de quantia certa.

(...) Não se admite, assim, execução provisória de débitos da Fazenda Pública. (...) STF. 2ª Turma. RE 463936 ED, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 23/05/2006.

Parênteses: Fredie Didier defende que é possível o cumprimento provisório de sentença contra a Fazenda Pública. “O que não se permite é a expedição do precatório ou da RPV antes do trânsito em julgado, mas nada impede que já se ajuíze o cumprimento da sentença e se adiante o procedimento, aguardando-se, para a expedição do precatório ou da RPV, o trânsito em julgado.” (DIDIER JUNIOR, Fredie; CUNHA, Leonardo José Carneiro da; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Execução. Salvador: Juspodivm, 2017, vol. 5, p. 683). Quis apenas que você conhecesse essa posição para o caso de ser perguntado expressamente, mas, para fins de concurso, prevalece a seguinte afirmação: em regra, não cabe execução provisória contra a Fazenda Pública para pagamento de quantia certa. Além do fundamento constitucional, existe também uma vedação na Lei nº 9.494/97:

Art. 2º-B. A sentença que tenha por objeto a liberação de recurso, inclusão em folha de pagamento, reclassificação, equiparação, concessão de aumento ou extensão de vantagens a servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive de suas autarquias e fundações, somente poderá ser executada após seu trânsito em julgado. (Incluído pela MP 2.180-35/2001)

Exceção: é possível a execução provisória contra a Fazenda Pública para pagar quantia, com a expedição de precatório mesmo antes do trânsito em julgado, em caso de parcela incontroversa da dívida. Assim, se determinada parte da dívida é incontroversa (não há discordância da Fazenda Pública), pode-se expedir precatório a respeito dela. Nesse sentido: STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1598706/RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 13/09/2016.

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É cabível a execução provisória de sentença que condena a Fazenda Pública a uma obrigação de fazer? SIM. É cabível contra a Fazenda Pública a execução provisória de fazer, não fazer e entregar coisa diferente de dinheiro. Mas isso não viola o sistema de precatórios previsto na CF/88? As obrigações de fazer contra a Fazenda Pública não estão sujeitas ao regime de precatórios? NÃO.

A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não atrai o regime constitucional dos precatórios. STF. Plenário. RE 573872/RS, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/5/2017 (repercussão geral) (Info 866).

Assim, em caso de “obrigação de fazer” é possível a execução provisória contra a Fazenda Pública, não havendo incompatibilidade com a Constituição Federal. Imagine que determinado servidor público federal morre. A sua companheira ingressa com ação judicial contra a União pedindo o pagamento da pensão por morte, que foi negada administrativamente. O juiz julgou procedente o pedido determinando que a Administração institua a pensão por morte. O TRF confirmou a sentença do magistrado. Contra este acórdão, a União interpôs RE e REsp. A autora poderá pedir a execução provisória? É possível que seja instituída, desde logo, esta pensão por morte mesmo sem o trânsito em julgado? SIM. É admitida a execução provisória contra a Fazenda Pública nos casos de instituição de pensão por morte de servidor público. Isso porque se trata de obrigação de fazer (e não de pagar quantia). Logo, não se aplica o regime dos precatórios e não será necessário aguardar o trânsito em julgado. Mas e a vedação do art. 2º B da Lei nº 9.494/97? A instituição de pensão por morte de servidor público não está inserida nas vedações do art. 2º-B da Lei nº 9.494/97, cuja interpretação deve ser restritiva. Veja novamente o dispositivo:

Art. 2º-B. A sentença que tenha por objeto a liberação de recurso, inclusão em folha de pagamento, reclassificação, equiparação, concessão de aumento ou extensão de vantagens a servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive de suas autarquias e fundações, somente poderá ser executada após seu trânsito em julgado. (Incluído pela MP 2.180-35/2001)

A instituição de pensão, embora acarrete, por via reflexa, a liberação de recursos públicos, não se trata de concessão de aumento ou extensão de vantagem. Sobre o tema:

Nos casos de instituição de pensão por morte de servidor público, este Superior Tribunal de Justiça tem admitido a possibilidade de execução provisória contra a Fazenda Pública, porque a situação não está inserida nas vedações do art. 2º-B da Lei n. 9.494/97, cuja interpretação deve ser restritiva. STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 230.482/RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 07/03/2013.

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DIREITO PENAL

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL Bisavô é considerado ascendente para os fins da causa de aumento do art. 226, II, do CP

No caso de crimes contra a liberdade sexual (arts. 213 a 216-A) e crimes sexuais contra vulnerável (arts. 217-A a 218-B), se o autor do delito for ascendente da vítima, a pena deverá ser aumentada de metade (art. 226, II, do CP).

O bisavô está incluído dentro dessa expressão “ascendente”.

O bisavô está no terceiro grau da linha reta e não há nenhuma regra de limitação quanto ao número de gerações.

Assim, se o bisavô pratica estupro de vulnerável contra sua bisneta, deverá incidir a causa de aumento de pena prevista no art. 226, II, do CP.

STF. 2ª Turma. RHC 138717/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Causa de aumento de pena No caso de crimes contra a liberdade sexual (arts. 213 a 216-A) e crimes sexuais contra vulnerável (arts. 217-A a 218-B), se o autor do delito for ascendente da vítima, a pena deverá ser aumentada de metade (art. 226, II, do CP). É o que prevê o art. 226, II, do CP:

Art. 226. A pena é aumentada: (...) II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela;

O bisavô está incluído dentro dessa expressão “ascendente”? Claro. O bisavô está no terceiro grau da linha reta e não há nenhuma regra de limitação quanto ao número de gerações. Assim...

Se o bisavô pratica estupro de vulnerável contra sua bisneta, deverá incidir a causa de aumento de pena prevista no art. 226, II, do CP. STF. 2ª Turma. RHC 138717/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA Não se pode invocar a teoria do domínio do fato, pura e simplesmente, sem nenhuma outra prova

O diretor-geral da empresa de telefonia Vivo foi denunciado pelo fato de que na filial que funciona no Estado de Pernambuco teriam sido inseridos elementos inexatos em livros fiscais.

Diante disso, o Ministério Público denunciou o referido diretor pela prática de crime contra a ordem tributária (art. 1º, II, da Lei nº 8.137/90).

A denúncia aponta que, na condição de diretor da empresa, o acusado teria domínio do fato, o poder de determinar, de decidir, e de fazer com que seus empregados contratados executassem o ato, sendo responsável pelo delito.

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O STF determinou o trancamento da ação penal afirmando que não se pode invocar a teoria do domínio do fato, pura e simplesmente, sem nenhuma outra prova, citando de forma genérica o diretor estatutário da empresa para lhe imputar um crime fiscal que teria sido supostamente praticado na filial de um Estado-membro onde ele nem trabalha de forma fixa.

Em matéria de crimes societários, a denúncia deve apresentar, suficiente e adequadamente, a conduta atribuível a cada um dos agentes, de modo a possibilitar a identificação do papel desempenhado pelos denunciados na estrutura jurídico-administrativa da empresa.

Não se pode fazer uma acusação baseada apenas no cargo ocupado pelo réu na empresa.

STF. 2ª Turma. HC 136250/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Teoria do domínio do fato Nos crimes tributários, é muito comum o Ministério Público invocar a aplicação da teoria do domínio do fato para pedir a condenação do réu. Isso porque, na maioria dos casos, quem pratica a conduta de suprimir ou reduzir tributo é o empregado, gerente ou contador da pessoa jurídica. No entanto, o MP alega que a orientação para essa conduta partiu de um sócio-administrador ou diretor-geral da empresa. Pela teoria tradicional, o autor é aquela pessoa que pratica o verbo nuclear do tipo. Logo, o empregado, gerente ou contador seriam os autores do delito. A teoria do domínio do fato, criada na Alemanha, em 1939, por Hans Welzel, teve a finalidade de ampliar o conceito de autor. Por força dessa teoria, pode também ser considerado autor aquele que, mesmo não realizando o núcleo do tipo, domina finalisticamente todo o seu desenrolar. Welzel dizia que autor é o “senhor do fato”. Dessa forma, pela teoria do domínio do fato, o autor seria o sócio-administrador que decidiu e determinou que fossem praticados os atos necessários à supressão ou redução do tributo. Caso concreto O diretor-geral da empresa de telefonia Vivo foi denunciado pelo fato de que na filial que funciona no Estado de Pernambuco teriam sido inseridos elementos inexatos em livros fiscais. Diante disso, o Ministério Público denunciou o referido diretor pela prática de crime contra a ordem tributária (art. 1º, II, da Lei nº 8.137/90). A denúncia aponta que, na condição de diretor da empresa, o acusado teria domínio do fato, o poder de determinar, de decidir, e de fazer com que seus empregados contratados executassem o ato, sendo responsável pelo delito. O STF determinou o trancamento da ação penal afirmando que não se pode invocar a teoria do domínio do fato, pura e simplesmente, sem nenhuma outra prova, citando de forma genérica o diretor estatutário da empresa para lhe imputar um crime fiscal que teria sido supostamente praticado na filial de um Estado-membro onde ele nem trabalha de forma fixa. Em matéria de crimes societários, a denúncia deve apresentar, suficiente e adequadamente, a conduta atribuível a cada um dos agentes, de modo a possibilitar a identificação do papel desempenhado pelos denunciados na estrutura jurídico-administrativa da empresa. Não se pode fazer uma acusação baseada apenas no cargo ocupado pelo réu na empresa. STF. 2ª Turma. HC 136250/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

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LAVAGEM DE DINHEIRO Condenação por lavagem no “caso Maluf”

Pratica o crime de lavagem de dinheiro o Deputado Federal que encobre (oculta) o dinheiro recebido decorrente de corrupção passiva, utilizando-se, para tanto, de contas bancárias e fundos de investimentos situados na Ilha de Jersey, abertos em nome de empresas “offshores”, com o objetivo de encobrir a verdadeira origem, natureza e propriedade dos referidos aportes financeiros.

STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Caso “Maluf” A 1ª Turma do STF condenou o Deputado Federal Paulo Maluf (PP-SP), pelo crime de lavagem de dinheiro, a 7 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão, em regime inicial fechado. Segundo concluiu o STF, restou provado que o réu recebeu dinheiro, fruto de corrupção passiva, e depois ocultou e dissimulou a existência de tais valores por meio de operações em contas e fundos de investimentos situados na Ilha de Jersey. A verba desviada de obras públicas realizadas na cidade de São Paulo teria sido remetida aos Estados Unidos por meio de operações “dólar-cabo”. Em que consiste o dólar-cabo? Existe muita gente que possui dinheiro de origem ilícita e, como uma forma de proteger estas quantias ou de gastar "tranquilamente" este numerário, decide mandar tais valores para fora do país. Ocorre que, como são quantias obtidas ilegalmente, a pessoa não poderá mandar este dinheiro por meio das instituições autorizadas pelo Banco Central, já que ficaria provado que ela possui mais recursos do que declarou ao imposto de renda. Tais pessoas procuram, então, formas de remeter os recursos para o exterior por meios não oficiais. Um desses meios é chamado de "dólar-cabo". Existem algumas variações, porém o tipo mais comum de dólar-cabo consiste no seguinte: o corrupto procura um doleiro no Brasil e entrega a este determinada quantia em moeda nacional (ex: 4 milhões de reais) pedindo que este envie para Miami (EUA). O doleiro entra em contato com um parceiro seu no exterior (outro "doleiro") e este abre uma conta ou uma empresa em nome do corrupto ou de um "laranja" e lá deposita o equivalente em dólar (ex: 1 milhão de dólares). Vale ressaltar que estes doleiros não estavam autorizados a fazer esta transação e nem a comunicaram ao Banco Central. Em suma, dólar-cabo consiste na prática de negociar dólar no mercado paralelo para depósito em instituição no exterior (www.bcb.gov.br/glossario). Esta prática é também chamada de sistema hawalla. Se a pessoa fosse fazer a remessa de forma correta, deveria procurar uma instituição autorizada e o envio das quantias seria realizado mediante transferência bancária. A prática de dólar-cabo é crime? SIM. A prática de dólar-cabo configura o crime de evasão de dividas, previsto no art. 22, parágrafo único, 1ª parte, da Lei nº 7.492/86 (Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro):

Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas do País: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, sem autorização legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados à repartição federal competente.

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Voltando ao caso concreto: Chegando o dinheiro nos EUA, o réu, por meio de terceiros, realizou inúmeras operações financeiras para ocultar os valores em contas bancárias e fundos de investimentos situados na Ilha de Jersey, abertos em nome de empresas offshores, com o evidente objetivo de encobrir a verdadeira origem, natureza e propriedade dos referidos aportes financeiros, configurando, assim, a prática do crime de lavagem de dinheiro. Vale ressaltar que as transações eram feitas em nome de terceiros, dentre eles a esposa, os filhos, filhas e nora. STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

LAVAGEM DE DINHEIRO Lavagem de dinheiro, na modalidade “ocultar”, é crime permanente

O delito de lavagem de bens, direitos ou valores (“lavagem de dinheiro”), previsto no art. 1º da Lei nº 9.613/98, quando praticado na modalidade de ocultação, tem natureza de crime permanente.

A característica básica dos delitos permanentes está na circunstância de que a execução desses crimes não se dá em um momento definido e específico, mas em um alongar temporal. Quem oculta e mantém oculto algo, prolonga a ação até que o fato se torne conhecido.

Assim, o prazo prescricional somente tem início quando as autoridades tomam conhecimento da conduta do agente.

STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Sem comentários adicionais.

LAVAGEM DE DINHEIRO Culpabilidade de parlamentar que exerce mandato há muitos anos é mais intensa

Na primeira fase da dosimetria em caso de condenação por lavagem de dinheiro, o órgão julgador poderá aumentar a pena-base do Deputado Federal que exerce mandato há muitos anos, sob o argumento de que sua culpabilidade é mais intensa.

A transgressão da lei por parte de quem usualmente é depositário da confiança popular para o exercício do poder enseja juízo de reprovação muito mais intenso do que seria cabível em se tratando de um cidadão comum.

STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Sem comentários adicionais.

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LAVAGEM DE DINHEIRO Reprovabilidade do crime cometido por “homem público” é maior

Se um Deputado Federal que exerce mandato há muitos anos é condenado, o órgão julgador poderá aumentar a pena-base atribuindo destaque negativo para a “reprovabilidade”.

A circunstância de o réu ser homem de longa vida pública, acostumado com regras jurídicas, enseja uma maior reprovabilidade em sua conduta considerando a sua capacidade acentuada de conhecer e compreender a necessidade de observar as normas.

STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Sem comentários adicionais.

LAVAGEM DE DINHEIRO Pena pode ser aumentada se a lavagem de dinheiro ocorreu por meio

de várias transações financeiras envolvendo diversos países

A pena-base pode ser aumentada, no que tange às “circunstâncias do crime”, se a lavagem de dinheiro ocorreu num contexto de múltiplas transações financeiras e de múltipla transnacionalidade, o que interfere na ordem jurídica de mais de um Estado soberano.

STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Sem comentários adicionais.

LAVAGEM DE DINHEIRO Pena pode ser aumentada se o crime de lavagem envolveu grandes somas de valores

Se a lavagem de dinheiro envolveu valores vultosos, a pena-base poderá ser aumentada (“consequências do crime”) tendo em vista que, neste caso, considera-se que o delito violou o bem jurídico tutelado de forma muito mais intensa do que o usual.

STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Sem comentários adicionais.

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LEI DE DROGAS A grande quantidade de droga, isoladamente, não constitui fundamento idôneo

para afastar a causa de diminuição de pena do art. 33, § 4º da LD

Se o réu é primário e possui bons antecedentes, o juiz pode, mesmo assim, negar o benefício do art. 33, § 4º da LD argumentando que a quantidade de drogas encontrada com ele foi muito elevada?

O tema é polêmico.

1ª Turma do STF: encontramos precedentes afirmando que a grande quantidade de droga pode ser utilizada como circunstância para afastar o benefício. Nesse sentido: não é crível que o réu, surpreendido com mais de 500 kg de maconha, não esteja integrado, de alguma forma, a organização criminosa, circunstância que justifica o afastamento da causa de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas (HC 130981/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2016. Info 844).

2ª Turma do STF: a quantidade de drogas encontrada não constitui, isoladamente, fundamento idôneo para negar o benefício da redução da pena previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 (RHC 138715/MS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017. Info 866).

STF. 2ª Turma. RHC 138715/MS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Obs: o tema acima não deveria ser cobrado em uma prova objetiva, mas caso seja perguntado, penso que a 2ª corrente é majoritária.

Causa de diminuição de pena do § 4º do art. 33 O § 4º do art. 33 da Lei de Drogas prevê uma causa de diminuição de pena conhecida como "tráfico privilegiado":

Art. 33 (...) § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

Para que o juiz deixe de aplicar a minorante prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006, é necessário que demonstre na sentença a existência de conjunto probatório que possa afastar ao menos um dos seguintes critérios, que são autônomos: a) primariedade; b) bons antecedentes; c) não dedicação a atividades criminosas; e d) não integração à organização criminosa. Em suma, se o réu não preencher algum desses requisitos, não terá direito à minorante. Se o réu é primário e possui bons antecedentes, o juiz pode, mesmo assim, negar o benefício do art. 33, § 4º da LD argumentando que a quantidade de drogas encontrada com ele foi muito elevada? O tema é polêmico. Na 1ª Turma do STF encontramos alguns precedentes afirmando que a grande quantidade de droga pode ser utilizada como circunstância para afastar o benefício. Nesse sentido:

Não é crível que o réu, surpreendido com mais de 500 kg de maconha, não esteja integrado, de alguma forma, a organização criminosa, circunstância que justifica o afastamento da causa de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas. STF. 1ª Turma. HC 130981/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2016 (Info 844).

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(...) In casu, a paciente, na condição de “mula”, foi surpreendida transportando expressiva quantidade de droga ao exterior. Tal fato afasta o preenchimento dos requisitos do art. 33, § 4°, da Lei de Drogas (...) STF. 1ª Turma. HC 123430, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/10/2014.

Por outro lado, existem julgados da 2ª Turma do STF argumentando que:

A quantidade de drogas encontrada não constitui, isoladamente, fundamento idôneo para negar o benefício da redução da pena previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006. STF. 2ª Turma. RHC 138715/MS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Obs: o tema acima não deveria ser cobrado em uma prova objetiva, mas caso seja perguntado, penso que a 2ª corrente (2ª Turma) é majoritária.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

SEGURADOS Exercentes de mandato eletivo que não forem vinculados a regime próprio

deverão pagar contribuição previdenciária ao RGPS

Importante!!!

Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes de mandato eletivo, decorrentes da prestação de serviços à União, aos Estados e ao Distrito Federal ou aos Municípios, após o advento da Lei nº 10.887/2004, desde que não vinculados a regime próprio de previdência.

STF. Plenário. RE 626837/GO, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/5/2017 (repercussão geral) (Info 866).

Os exercentes de mandato eletivo (Presidente da República, Senadores, Deputados Federais, Governadores, Deputados Estaduais, Prefeitos e Vereadores) pagam contribuição previdenciária ao INSS? Eles são considerados segurados obrigatórios do Regime Geral de Previdência Social? Depende: Os “políticos” (exercentes de mandato eletivo) deverão estar, obrigatoriamente, vinculados a um regime de previdência, seja ele próprio ou geral.

Se houver lei prevendo regime próprio para aquele grupo de “políticos” (ex: Deputados Federais e Senadores), então, eles estarão vinculados ao regime próprio, devendo pagar contribuição previdência para o referido plano.

Por outro lado, se não houver lei prevendo regime próprio, tais “políticos” serão considerados segurados obrigatórios do RGPS (“empregados”) e deverão pagar as contribuições previdenciárias ao INSS sobre os rendimentos que recebem.

Isso está previsto atualmente no art. 12, I, “j”, da Lei nº 8.212/91:

Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: I - como empregado: (...)

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Informativo 866-STF (05/06/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 16

j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei nº 10.887/2004).

O que é o regime próprio? Ocorre quando a Lei prevê um sistema de Previdência Social aplicável exclusivamente a um grupo de servidores públicos, com um conjunto de direitos e obrigações. Neste caso, as contribuições sociais são pagas, não ao INSS, mas sim à entidade de previdência que administra esse regime próprio e os benefícios serão pagos por esta entidade aos segurados e dependentes. Ex: os Deputados Federais e Senadores não estão regidos pelo RGPS. Isso porque existe um Plano de Seguridade Social dos Congressistas, uma espécie de regime próprio, disciplinado pela Lei nº 9.506/97. Logos os Deputados Federais e Senadores não pagam contribuição previdenciária para o INSS (RGPS), mas sim para o Plano de Seguridade Social dos Congressistas. O quadro acima explicado sempre foi assim? NÃO. A situação acima era diferente antes da Lei nº 10.887/2004. Antes da Lei nº 10.887/2004, como não havia a previsão do art. 12, I, “j”, da Lei nº 8.212/91, os exercentes de mandato eletivo que não estivessem vinculados a regime próprio eram considerados “segurados facultativos” do RGPS. Assim, antes da Lei nº 10.887/2004, os “políticos” não eram obrigados a pagar contribuição previdenciária ao INSS mesmo que não estivessem vinculados a regime próprio. Eles só pagavam se quisessem. A Lei nº 10.887/2004 é constitucional? SIM. A contribuição previdenciária dos exercentes de mandato eletivo encontra fundamento no art. 195 e no art. 40, § 13, da CF/88, com redação dada pela EC 20/98:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela EC 20/98) (...) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela EC 20/98)

Art. 40 (...) § 13 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social. (Incluído pela EC 20/98)

Pode-se afirmar que os agentes políticos estão abrangidos pelo disposto no art. 40, § 13, da CF/88 porque são servidores públicos e exercem cargo temporários. Logo, estão vinculados ao RGPS, salvo se estiverem filiados a RPPS.

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EXERCÍCIOS Julgue os itens a seguir: 1) (MP/RJ 2016 – discursiva) Em matéria de contrato de transporte aéreo internacional, as cláusulas de

limitação de responsabilidade civil previstas na Convenção de Varsóvia e no Pacto de Montreal são oponíveis ao consumidor? Resposta objetivamente fundamentada.

2) O prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo internacional é de 5 anos, com base no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor. ( )

3) A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não atrai o regime constitucional dos precatórios. ( )

4) No caso de crimes contra a liberdade sexual (arts. 213 a 216-A) e crimes sexuais contra vulnerável (arts. 217-A a 218-B), se o autor do delito for ascendente da vítima, a pena deverá ser aumentada de metade (art. 226, II, do CP). ( )

5) O delito de lavagem de bens, direitos ou valores (“lavagem de dinheiro”), previsto no art. 1º da Lei nº 9.613/98, quando praticado na modalidade de ocultação, tem natureza de crime instantâneo de efeitos permanentes. ( )

6) Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes de mandato eletivo, decorrentes da prestação de serviços à União, aos Estados e ao Distrito Federal ou aos Municípios, após o advento da Lei nº 10.887/2004, desde que não vinculados a regime próprio de previdência. ( )

Gabarito

1. - 2. E 3. C 4. C 5. E 6. C

OUTRAS INFORMAÇÕES

Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos Julgamentos por meio eletrônico*

Pleno 24.5.2017 25.5.2017 12 44

1ª Turma 23.5.2017 — 17 189

2ª Turma 23.5.2017 — 21 134

* Emenda Regimental 51/2016-STF. Sessão virtual de 19 a 25 de maio de 2017.

CLIPPING DA R E P E R C U S S Ã O GE R A L DJe de 22 a 26 de maio de 2017

REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 954.858 – RJ RELATOR: MIN. EDSON FACHIN

EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITOS HUMANOS. DIREITO INTERNACIONAL. ESTADO SOBERANO ESTRANGEIRO. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. PROCESSO DE CONHECIMENTO. COMPETÊNCIA. ATOS DE IMPÉRIO. ATOS DE GESTÃO. DELITO CONTRA O DIREITO INTERNACIONAL DA PESSOA HUMANO. PERÍODO DE GUERRA. DIREITOS DE PERSONALIDADE. SUCESSORES DA VÍTIMA. INDENIZAÇÃO.

Decisão Publicada: 1

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Informativo 866-STF (05/06/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 18

INOVAÇÕES LEGISLATIVAS 22 a 26 de maio de 2017

Lei Complementar nº 159, de 19.5.2017 - Institui o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados e do

Distrito Federal e altera as Leis Complementares no 101, de 4 de maio de 2000, e no 156, de 28 de dezembro

de 2016. Publicada no DOU em 22.5.2017, Seção 1, Edição nº 96, p. 1.

Lei nº 13.445, de 24.5.2017 - Institui a Lei de Migração. Publicada no DOU em 25.5.2017, Seção 1,

Edição nº 99, p. 1.

Lei nº 13.446, de 25.5.2017 - Altera a Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, para elevar a rentabilidade

das contas vinculadas do trabalhador por meio da distribuição de lucros do Fundo de Garantia do Tempo de

Serviço (FGTS) e dispor sobre possibilidade de movimentação de conta do Fundo vinculada a contrato de

trabalho extinto até 31 de dezembro de 2015. Publicada no DOU em 26.5.2017, Seção 1, Edição nº 100, p. 2.

Medida Provisória nº 780, de 19.5.2017 - Institui o Programa de Regularização de Débitos não

Tributários junto às autarquias e fundações públicas federais e à Procuradoria-Geral Federal e dá outras

providências. Publicada no DOU em 22.5.2017, Seção 1, Edição nº 96, p. 4.

Medida Provisória nº 781, de 23.05.2017 - Altera a Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de 1994, para dispor sobre a transferência de recursos financeiros do Fundo Penitenciário Nacional, e a Lei nº 11.473, de 10 de maio de 2007, para permitir que os servidores que menciona prestem serviços, em caráter excepcional e voluntário, à Força Nacional de Segurança Pública, e dá outras providências. Publicada no DOU em 23.5.2017, Seção 1, Edição extra nº 97, p. 1.

OUTRAS INFORMAÇÕES 22 a 26 de maio de 2017

Decreto nº 9.055, de 23.5.2017 - Promulga o Tratado de Extradição entre a República Federativa do

Brasil e a República da Índia, firmado em Brasília, em 16 de abril de 2008. Publicado no DOU em 24.5.2017,

Seção 1, Edição nº 98, p. 1.

Secretaria de Documentação – SDO Coordenadoria de Jurisprudência Comparada e Divulgação de Julgados – CJCD

[email protected]