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CORREIO BANCÁRIO www.bancarios-es.org.br INFORMATIVO DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO ES FILIADO À CUT Nº 888 13/12/2011 A 20/12/2011 Bancários do Itaú realizam protesto Assembleia de Previsão Orçamentária é no dia 20. Confira a proposta para 2012 Brasileiros exigem 10% do PIB para a Educação Encarte Página 5 Página 7 Emoção marca aniversário do Mulher 24 Horas Página 8 No dia 30 de novembro, os bancários do Itaú Unibanco paralisaram a agência localizada na Reta da Penha, em Vitória, em protesto contra as práticas de assédio moral cometidas pela Gerência de Suporte Operacional no Estado (GSO). A gerência está extrapolando na cobrança do cumprimento de metas, ameaçando, transferindo, aterrorizando e demitindo bancários. E esse modelo de gestão não é exclusivo da direção do Espírito Santo. Nacionalmente, o Itaú tem adotado postura idêntica. Com a redução de funcionários, a sobrecarga de trabalho aumenta e, com ela, as práticas de assédio moral e de pressão sobre os bancários, o que gera adoecimento dos trabalhadores e demora no atendimento aos clientes. Uma noite de emoção, reencontro, “mulheragem”, espetáculo de teatro e poesia, exposição de fotos e lança- mento da tirinha As Bancárias. Assim foi a comemoração dos 18 anos do jornal Mulher 24 Horas. Fotos: Sérgio Cardoso

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO ES CORREIO … · no Estado (GSO). A gerência está extrapolando na cobrança do cumprimento de metas, ameaçando, transferindo, aterrorizando

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BANCÁRIO

www.bancarios-es.org.br

INFORMATIVO DO SINDICATO DOS

BANCÁRIOS DO ESFILIADO À CUT

Nº 888

13/12/2011

A 20/12/2011

Bancários do Itaú realizam protesto

Assembleia de Previsão Orçamentária é no dia 20.

Confira a proposta para 2012

Brasileiros exigem 10% do PIB para a Educação

Encarte

Página 5

Página 7

Emoção marca aniversário do Mulher 24 Horas

Página 8

No dia 30 de novembro, os bancários do Itaú Unibanco paralisaram a agência localizada na Reta da Penha, em Vitória, em protesto contra as práticas de assédio moral cometidas pela Gerência de Suporte Operacional no Estado (GSO).

A gerência está extrapolando na cobrança do cumprimento de metas, ameaçando, transferindo, aterrorizando e demitindo bancários. E esse modelo de gestão não é exclusivo da direção do Espírito Santo. Nacionalmente, o Itaú tem adotado postura idêntica.

Com a redução de funcionários, a sobrecarga de trabalho aumenta e, com ela, as práticas de assédio moral e de pressão sobre os bancários, o que gera adoecimento dos trabalhadores e demora no atendimento aos clientes.

Uma noite de emoção, reencontro, “mulheragem”, espetáculo de teatro e poesia, exposição de fotos e lança-mento da tirinha As Bancárias. Assim foi a comemoração dos 18 anos do jornal Mulher 24 Horas.

Fotos: Sérgio Cardoso

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Artigo

www.bancarios-es.org.brEspírito Santo

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BANCÁRIOInformativo do Sindicato dos Bancários do Espírito SantoRua Wilson Freitas, 93, Centro, Vitória/ES - 29016-340 Tel: (27) 3331-9999 Colatina (3722-2647), Cachoeiro (3522-7975) e Linhares (3371-0092)

Coordenador Geral: Jessé Gomes de AlvarengaDiretor de Imprensa: Júlio César PassosEditoras: Sueli de Freitas - MTb 537/92-ES, Lara Abib (MTb 2669-ES) e Luciana Silvestre Girelli - MTb 2210-ESEstagiária de jornalismo: Ana Elisa BassiEditoração: Adriana Rios - MTb 127/99Impressão: Gráfica Espírito SantoE.mail: [email protected]: 10.000 exemplaresDistribuição gratuita

Em 18/11/2011, foram sancio-nadas as leis 12.527 e 12.528, que tratam, respectivamente, do direito de acesso às informações públicas e da constituição da Comissão da Verdade. Os textos são resultado da queda de braços com setores conser-vadores, sobretudo, integrantes das Forças Armadas. O embate levou à queda do ex-Ministro Nelson Jobim, que declarou que os documentos sigilosos do período da Ditadura teriam sido “consumidos”.

A Lei 12.527/11 foi encami-nhada ao Congresso, em 05/09, e entra em vigor seis meses após sua publicação, garantindo a todos o acesso, dentre outros, aos documen-tos produzidos pela repressão e que estavam “protegidos” da sociedade. A finalidade da Comissão da Ver-dade, por sua vez, é investigar, em dois anos, as violações de direitos humanos ocorridas entre 46 e 88, englobando, portanto, fatos ocorri-dos após o Golpe de 64.

A Comissão da Verdade, como constituída no Brasil, não terá poder punitivo, o que decorre, em parte, de a Lei da Anistia (79), cuja constitu-cionalidade foi confirmada pelo STF, ter excluído a punibilidade dos fatos ocorridos entre 09/61 e 08/79. Os fatos ocorridos entre 79 e 85 podem e devem ser objeto de punição. Todavia, consideradas as atribuições constitu-cionais da Polícia, do MP e do Judici-ário, ficará ao encargo destas institui-ções, que, contudo, não demonstraram qualquer interesse real na solução dos crimes ocorridos no período.

Se não é mais possível sub-meter os crimes a julgamento, essas leis podem garantir sua apuração pela opinião pública que, no meu sentir, é um tribunal mais legítimo e efetivo que qualquer outro previsto na Constituição.

A Comissão da Verdade e o Acesso a Informações Públicas

Seis ministros caíram sob suspei-ta de corrupção antes de 2011 acabar. Antônio Palocci (PT), Alfredo Nascimento (PR), Wagner Rossi (PMDB), Pedro Novais (PMDB), Orlando Silva (PCdoB) e Carlos Lupi (PDT) - praticamente um para cada partido da base governista.

Reajuste de apenas cinco reais, re-duzindo a menos de 1% o ganho real do salário mínimo. Aumento na taxa básica de juros. Política de reajuste zero para os trabalhadores e veto ao artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias que assegurava recursos para o reajuste dos aposentados. Criminalização do movimento grevista e tentativa de corte de ponto dos trabalha-dores. Tudo isso apenas no primeiro ano do Governo Dilma!

E ainda tem mais por vir. A coni-vência da presidente com a construção da Usina de Belo Monte, com as mu-danças no Código Florestal, a negativa

em debater a democratização da mídia brasileira e a abertura dos arquivos da ditadura demonstram uma guinada con-servadora rumo ao endurecimento da política do governo do PT, cada vez mais distante dos trabalhadores, em defesa dos grandes empresários e do capital.

Se o governo brasileiro defende na ONU a criação de um relator especial para investigar as violações de direitos humanos no Irã, Dilma Rousseff continua a ignorar as denúncias sistemáticas de tortura nos presídios capixabas.

Depois de tantos desgastes só no primeiro ano de governo – a vontade é de gritar “Salve-se quem puder”. Entre-tanto, é importante lembrar que mais três anos de arrocho e de criminalização dos movimentos dos trabalhadores está por vir. É hora de renovar as nossas forças! Por que ficar de “saco cheio”, só quem pode é Papai Noel.

Dilma fecha ano com presente de grego

2André Moreira é advogado

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Herança de Penedo no Banestes

Operações sem garantias fazem lucro do banco cair

José Francisco iO ex- superintendente da Regional Sul do Banestes, José Francisco da Silva, foi transferido para a Regional Norte.

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Em matéria publicada no dia 24 de novembro no jornal A Gazeta, a direção do Banestes atribuiu a

queda do lucro no 3º trimestre deste ano à inadimplência na carteira de cré-dito. O presidente do Banestes, Bruno Negris, disse que empresas afetadas pela crise de 2008 e 2009 renegocia-ram as dívidas. Neste ano, quando de-veriam fazer a quitação dos débitos, a maioria dos devedores não honrou os compromissos. O resultado de R$ 2,51 milhões foi 93,7% menor do que no mesmo período do ano passado.

Na avaliação do coordenador geral do Sindicato, Jessé Alvarenga, a inadimplência é fruto da política adota-da no Governo Paulo Hartung – quando o Banestes estava sob direção de Roberto Penedo – de concessão de créditos para grupos econômicos de grande porte sem as devidas garantias.

À época, como representante dos funcionários no Conselho de Administra-ção do Banestes, Jessé Alvarenga exerceu um importante papel de defesa do banco

José Francisco iiA transferência ocorreu após várias denúncias de assédio moral e retaliações nas unidades comandadas por ele.

José Francisco iiiFoi uma vitória do Sindicato. Os banestianos do norte devem ficar atentos e denunciar qualquer prática indevida.

Os erros da Gestão Penedo não pararam por aí. O ex-presidente do banco foi multado pela Comissão de Valores Mo-biliários devido a não divulgação de Fato Relevante imediatamente após a publica-ção da informação sobre eventual realiza-ção de oferta pública de ações preferen-ciais pelo Banestes no site do Governo do Estado, em 2007. Além de Penedo, rece-

beram multas também nesse processo o atual diretor de Relações com Investido-res do Banestes, Ranieri Feres Doellinger, que já exercia o cargo à época, e o então presidente do Conselho de Administração do Banco e secretário da Fazenda, José Teófilo Oliveira. Cada um teve que pagar R$ 200 mil de multa. E a conta foi coberta com recursos do Banestes.

As negociações para a venda do banco estadual para o Banco do Brasil, em 2009, também paralisaram projetos do Banestes. Além disso, o governo gas-tou R$ 750 mil em consultoria para ava-liação do que seria o preço de venda da instituição. Meses depois, com a pressão popular, o Governo voltou atrás na opera-ção de venda do banco estadual.

Outros erros da Gestão Penedo

e denunciou o que estava acontecendo internamente. Jessé chegou a protoco-lar denúncia no Ministério Público Fe-deral e enviou comunicado à CVM (Co-missão de Valores Mobiliários) sobre a irregularidade das transações.

“Os maiores devedores do Ba-

nestes eram os grupos de grande porte que adquiriram empréstimos de ma-neira irregular, através de uma política de favorecimento da então direção do Banestes, sem as garantias devidas e totalmente fora dos normativos do ban-co”, lembra Jessé.

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Tempo na fila de banco tem limite!

Queremos a contratação de mais bancários!

Ramal ............... Órgão9955.................. Administração9956.................. Administração9951.................. Coordenação de Políticas Permanentes9975.................. Centro Sindical 9953.................. Informática9959.................. Relações Sindicais9990.................. Relações Sindicais9965.................. Relações Sociais9957.................. Esportes9962.................. Sala dos diretores suplentes9960.................. Finanças9961.................. Finanças9971.................. Imprensa9972.................. Imprensa9988.................. Jurídico9989.................. Jurídico9996.................. Coordenação Geral9991.................. Secretaria (4º andar)9992.................. Secretaria (4º andar)9997.................. Recepção 9998.................. Recepção 9977.................. Cultura9978.................. Formação9980.................. Saúde9968.................. Saúde9967.................. Secretaria Geral9954.................. Assuntos Socioeconômicos9993.................. Fax

QUANDO VOCÊ LIGAR PARA O SINDICATO, DISQUE 3331 E ORAMAL DESEJADO.CONFIRA:

anaBB iNo dia 12 de dezembro, tomou posse, em Brasília, o Conselho Deliberativo da Associação Nacional dos Funcionáros do BB.

anaBB iiGoretti Barone, diretora do Sindicato dos Bancários/ES, foi eleita integrante do Conselho Deliberativo.

Tensão no Banco do Brasil

A direção do Banco do Brasil intensifica a pressão sobre os funcioná-rios para oferta de crédito a qualquer custo com o objetivo de que o BB atinja a marca de R$ 1 trilhão em ativos até 31 de dezembro, meta definida arbitra-riamente pela diretoria e pelo Governo Federal. Com esse intuito, o presidente do BB, Aldemir Bendine, convocou toda a cúpula da empresa e ordenou o can-celamento dos processos seletivos in-ternos em andamento e suspensão das remoções a pedido dos funcionários.

A ordem da direção do banco começou a ser replicada nas unida-des, com parte dos gestores passando a hostilizar e ameaçar as equipes; em alguns casos, mandando os funcioná-rios trabalharem em finais de semana, o que é proibido, e ameaçando com a retirada das comissões.

Muitos gestores ainda pressio-nam os trabalhadores a realizar ope-rações ilegais, como venda casada. O banco está esvaziando as agências, já com poucos funcionários, colocando bancários na retaguarda para ligar para clientes oferecendo crédito.

“A imposição de metas de re-sultado a qualquer custo prejudica os bancários, que têm suas condições de trabalho pioradas, e o atendimento aos clientes”, avaliou a diretora do Sindica-to dos Bancários/ES, Goretti Barone. Ela questiona onde estão os Comitês de Ética do banco, que não se posicionam diante de tamanha pressão e desrespeito.

Os funcionários devem estar atentos e se negar a fazer qualquer operação em desacordo com os nor-mativos do banco, pois isso pode ser revertido contra o próprio trabalhador.

BB intensifica pressão para atingir meta

Delegados sindicais da CEF tomam posseOs delegados sindicais da CEF to-

mam posse no próximo dia 15 para man-dato de um ano. A posse será no auditório do Sindicato, durante o primeiro encontro da nova gestão. Nas eleições realizadas entre novembro e dezembro, foram eleitos delegados em 51 unidades, além de 24 suplentes.

“A representação de delegados sin-dicais é importante, pois é uma forma de organização no local de trabalho. E esse é um dos modelos mais democráticos no movimento sindical, porque aposta na li-gação direta entre Sindicato e agências, além de estimular um ambiente de resis-tência e luta no próprio espaço de traba-

lho. Os delegados são fundamentais na intermediação entre empregados e gesto-res e, desse modo, se constituem em uma ferramenta importante para garantir me-lhores condições nos bancos e a democra-tização das relações de trabalho”, afirma Bernadeth Martins, diretora do Sindicato.

Bernadeth ressalta ainda que um novo processo eleitoral será instaurado em fevereiro de 2012 para complementar o quadro de delegados sindicais nas 24 unidades do Estado que não efetivaram o pleito. “A eleição nos locais de trabalho é uma conquista histórica. Por isso, é impor-tante exercitar esse direito e tentar eleger delegados em todas as agências”, finaliza.

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Demissões e assédio

Bancários paralisam agência do Itaú

No dia 30 de novembro, os ban-cários do Itaú Unibanco paralisaram a agência da Reta da Penha, em Vitória, em protesto contra as práticas de assédio moral cometidas pela Gerência de Suporte Operacional no Estado (GSO).

A gerência estadual do banco está extrapolando na cobrança do cumprimen-to de metas, ameaçando, transferindo, aterrorizando e demitindo bancários. E esse modelo de gestão não é exclusivo da direção do Espírito Santo. Nacionalmente, o Itaú tem adotado postura idêntica.

Mesmo tendo assinado um termo de compromisso com os trabalhadores ga-rantindo que não haveria demissões por conta da fusão com o Unibanco, só entre janeiro e setembro deste ano 2.496 ban-cários foram demitidos em todo o país. No Estado, 34 demissões ocorreram nesse pe-ríodo, sendo 26 por iniciativa da empresa.

Com a redução de funcionários, a sobrecarga de trabalho aumenta e, com ela, as práticas de assédio moral e de pressão sobre os bancários, o que gera adoecimento dos trabalhadores e demora no atendimento aos clientes.

“É inadmissível que, com um lu-cro de R$ 10,940 bilhões entre janeiro e setembro de 2011, o Itaú trate seus fun-cionários com tamanho descaso, im-pondo um modelo de gestão desumano e prejudicial ao ambiente de trabalho”, afirmou o diretor do Sindicato dos Ban-cários e funcionário do Itaú, Mário de Aquino Xavier.

Os funcionários do banco exigem o fim das demissões e do assédio moral, além da contratação de mais bancários, para acabar com a sobrecarga de traba-lho e melhorar o atendimento aos clientes.

Reunidos em assembleia no dia 09 de dezembro, no auditório do Sindicato, os bancários do Santan-der votaram pela aceitação da pro-posta do banco para a renovação do Acordo Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho.

Entre as principais conquistas do acordo está a melhoria do Programa de Participação nos Resultados San-tander, que sobe dos atuais R$ 1.350 para R$ 1.500 (acréscimo de 11,11%). O PPRS será creditado até o dia 1º de março de 2012, junto com a PLR.

Outra vitória foi a ampliação do Fórum de Saúde e Condições de

Trabalho, com a participação de um cipeiro eleito de cada Cipa e a amplia-ção das bolsas de auxílio-estudo, que passam de 2.000 para 2.300.

As demais atuais cláusulas vi-gentes do aditivo serão renovadas, como o intervalo de 15 minutos den-tro da jornada de seis horas e a am-pliação do horário de amamentação. Também serão renovados os termos de compromissos da Banesprev e da Cabesp, que garantem a manutenção do patrocínio do banco para o fundo de pensão e à Caixa de Assistência à Saúde dos banespianos da ativa e aposentados.

Santander: aprovado Acordo Aditivo

BANCÁRIOS NA AGÊNCIA LOCALIZADA NA RETA DA PENHA

Sérgio Cardoso

cassi iEm 30/11 aconteceu a Conferência Estadual de Saúde da Cassi, com o tema “Saúde, Sociedade e Qualidade de Vida”.

cassi iiMas poucas unidades liberaram seus representantes para debater o futuro dos bancários.

cassi iiiNa ocasião foi empossado o novo Conselho de Usuários. Representando o Sindicato estão Wana Rocha e Maristela Corrêa.

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DiálogoARLEY MACEDO DA SILVA

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Qual o papel das UPP’s nas comunidades do Rio de Janeiro?

As Unidades de Polícia Pacifi-cadora (UPPs) têm o papel de man-ter a população sob controle. De fato, ela funciona como uma agência re-guladora, na tentativa de exercer o controle das comunidades, que ficam sob a vigília armada do Estado.

Na realidade, as UPP’s não acabam com o tráfico de drogas, o que é reconhecido até mesmo pelo secretário de Segurança do Estado. Na prática, elas des-locam os bandidos para ou-tros locais, mas não acabam com a violência. O papel que elas cumprem nas favelas é interferir nas ações políticas dos moradores das favelas.

De que maneira a polícia tem tratado os moradores nas ocupações das favelas?

O grande prejuízo para os mo-radores é estar sob o controle de uma força policial durante a maior parte do seu tempo. Na verdade, a relação entre moradores de favela e a polícia sempre foi conflituosa, pois temos um biotipo considerado como um padrão de suspeito, o que faz com que seja-mos abordados pela polícia. Essa re-lação é extremamente desconfortável para os moradores da favela e tem piorado com a instalação das UPP’s. A situação criada pelas intervenções

policiais, somada à falta de condi-ções dignas de moradia nas favelas, faz com que o prejuízo fique a cargo dos moradores.

Qual a relação da ação po-licial nas favelas com os grandes eventos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo?

Na minha opinião, faz par-te de um grande arranjo. O Brasil tem necessidade de cumprir uma série de exigências para que os Jo-

gos Olímpicos e a Copa do Mundo aconteçam aqui. E a favela aparece como um problema, um empecilho a ser solucionado. Por isso, o prefei-to da cidade deu todas as garantias necessárias para que esse problema fosse resolvido e a capital do Rio de Janeiro está sendo toda remodelada. As UPP’s fazem parte desse esquema para receber os jogos.

Do ponto de vista internacional, é mais fácil realizar os jogos no Brasil e intervir nas favelas do que em outra parte do mundo. A Europa, por exem-plo, está em crise. No Oriente Médio,

existem as guerras. Logo, foi mais fá-cil escolher a cidade do Rio de Janeiro e promover a pacificação das favelas do que solucionar conflitos internacio-nais armados em outros países.

O que deveria ser feito para reduzir os casos de violência nas favelas?

A instalação das UPP’s, por si só, é uma violência contra a cida-dania, contra a privacidade e a in-violabilidade do lar. É uma política

pública violenta. Ela não resolve o problema do trá-fico de drogas, que consiste em uma grande empresa. O mal que é gerado passa por grandes redes, inclusive por dentro do Estado. Essa vio-lência não pode ser atribuí-da a um moleque de chinelo

e boné. Você tira as armas da favela, mas alguém continuará vendendo. Essa medida pode até reduzir a le-talidade do tráfico, mas a violência continua. O tráfico de drogas vai en-contrar outra forma de acontecer.

Para acabar com a violência, são necessárias políticas públicas in-tegrais, como a escola pública, sem a utilização da força policial para garantir isso. Vai ser melhor pra todo mundo. É preciso esclarecer o cida-dão, garantir moradia e outras me-didas que garantam uma vida com dignidade.

Arley Macedo da Silva, jornalista da TV Tagarela e morador da Rocinha, no Rio de Janeiro, discute os impactos da implantação das

Unidades de Polícia Pacificadora nas favelas cariocas e a sua relação com os eventos de

grande porte que ocorrerão no país.

As UPPs não resolvem o problema do tráfico

“A relação dos moradores de favela com a polícia sempre foi

conflituosa, pois temos um biotipo considerado como um padrão de suspeito, o que faz com que sejamos abordados pela polícia”

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Festa em comemoração aos 18 anos do jornal PerfilHumberto

Del Maestro

Bancário por 29 anos no Banco do Brasil (Ag. Centro Vitória-ES), Seu Humberto, hoje aposentado,

conta que a literatura é “coqueluche” e que sempre encontrou um

“fiapinho de tempo para exercer a condição

de escritor”. Hoje possui mais de 50 livros publicados, mantendo a média de uma ou duas publicações por ano.

Sobre o que o senhor gosta de escrever?

Sobre tudo! Crônicas, contos, po-emas, literatura infantil, sonetos... O que vier na cabeça, inclusive, pensamentos.

Qual a importância da literatu-ra no seu dia a dia?

Qualquer atividade que preencha o aposentado serve para dilatar o tem-po de vida. Aposentado que fica parado começa a ter problemas na saúde e no espírito. Ocupar o tempo produtivamen-te é uma forma de se preparar e encarar bem a velhice, que é inevitável, mas des-sa forma chega de mancinho, gostosa e saudável.

O senhor está trabalhando em alguma publicação atualmente?

Estou finalizando um dicionário, um material para escritor, para pesquisa, mas não posso falar muito. Até março, as pessoas vão poder procurar nas livrarias.

“Não podemos ter uma revolução que

não envolva e emancipe as mulheres”.

(John Lennon)

Mais de 120 pessoas, entre ban-cárias, bancários e convidados, compareceram ao Centro Sindical

na noite de 6 de dezembro, para comemo-rar os 18 anos do jornal Mulher 24 Horas. A festa teve início com um coquetel que permitiu o reencontro de colegas de tra-balho e a equipe de produção do jornal.

A Cia. EncantaConto apresentou o espetáculo “Retrato de Mulher”, que contou a trajetória feminina na sociedade brasileira e emocionou as participantes. Muitos se levantaram de suas cadeiras e cantaram junto com as atrizes. A apresen-tação cultural criou o clima para a “Mu-lheragem” da noite, a homenagem - na língua oficial - às mulheres que fizeram parte da história do jornal. Uma das “mu-lherageadas” do evento, a bancária da CEF há quase 30 anos, Rachel de Souza Ayres, parabenizou o Sindicato pela ini-

Mulher 24 Horas agita o Centro Sindical

só no ano que vem

Devido ao recesso de final de ano, o Centro Sindical estará fechado entre os dias 18/12 e 02/01/2012.

errata

Joel Guilherme Raggi Gomes, entrevistado da coluna Perfil no CB 887, trabalha na agência CEF de Jardim Itapoã.

ciativa. “É uma honra comemorar os 18 anos do jornal e ser lembrada junto com tantas mulheres guerreiras”, afirmou.

Para Lucimar Barbosa, diretora de Relações Sindicais do Sindicato, a maior vitória foi fazer as bancárias se sentirem incluídas na comemoração dos 18 anos do jornal. “As aniversarian-tes somos todas nós, que construímos o jornal ao longo dos anos, com matérias vivas, participativas”, disse.

Durante a festa foi lançada a tiri-nha “As bancárias”, criada pelo cartunista Pater, com colaboração do Coletivo de Mu-lheres do Sindicato, que a partir de agora passa a integrar as páginas do Mulher 24 Horas. Também foi inaugurada a expo-sição “18 anos de história: vida contada, vida vivida, vida da gente”, que reúne fo-tos, poesias, ilustrações e páginas do jor-nal publicadas desde a sua criação.

A MULHERAGEM LEVOU AO PALCO QUEM AJUDOU A CONSTRUIR A

HISTÓRIA DO MULHER 24 HORAS. AO LADO, A APRESENTAÇÃO DA

CIA. ENCANTACONTO

Sérgio Cardoso

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BANCÁRIO

Campanha exige 10% do PIB para a educação

Educação

“Você é a favor do investimen-to de 10% do PIB na Educação Pública já?”. A pergunta que está percorrendo as ruas, praças, escolas e locais de trabalho em todo o país faz parte da campanha nacional para alertar a população sobre a necessidade de o Governo Federal au-mentar, imediatamente, os recursos des-tinados à educação pública no Brasil.

Organizada por diversas entida-des e movimentos sociais, o lançamento da campanha se deu com a realização de um plebiscito, que começou no dia 6 no-vembro e vai até 15 de dezembro. Nessa consulta, a população é convidada a res-ponder “sim” ou “não” para a ampliação dos recursos destinados à educação.

No Espírito Santo, o Sindica-to dos Bancários disponibilizou urnas fixas em sua sede, em Vitória, e nas subsedes de Cachoeiro de Itapemirim, Linhares e Colatina, além de promover ações de coleta de votos em praças e agências bancárias.

Apesar de ser classificado como a 7ª potência econômica do mundo, o Brasil contabiliza cerca de 14 milhões de analfabetos e 29,5 milhões de anal-fabetos funcionais (pessoas que reco-nhecem letras e números, mas apresen-tam dificuldade em interpretar textos, escrever e fazer cálculos matemáticos básicos). Os dados são do Sindicato Na-cional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). O quadro

preocupante tem uma explicação: o país investe menos de 5% do seu Produto In-terno Bruto (PIB) em educação pública. Enquanto isso, quase 50% do Orçamen-to Geral da União é destinado para o pagamento de juros da dívida pública brasileira, cujos títulos estão nas mãos das grandes instituições financeiras na-cionais e internacionais.

“Não podemos aceitar o ar-gumento de que não há recursos. O

pagamento da dívida pública, as isenções fisciais para o setor empre-sarial, o recurso público usado para a Copa do Mundo e as Olimpíadas mostram que verba existe, o que falta é disposição do Governo Dilma para inverter suas prioridades, garantindo investimento na implementação de políticas públicas e na efetivação dos direitos sociais”, afirma Carlos Pereira de Araújo (Carlão).

Brasil contabiliza 14 milhões de analfabetos funcionais

“Essa será uma pauta perma-nente dos movimentos sociais no Brasil e do Sindicato dos Bancários/ES. A luta por 10% do PIB para a educação repre-senta a luta pela mudança no modelo econômico do país, com a qual estamos comprometidos. O Governo gasta muito mais dinheiro com o pagamento da dí-vida pública do que com a educação”, afirma o secretário geral do Sindica-to dos Bancários/ES, Carlos Pereira de Araújo (Carlão).

Segundo a UNESCO (Organiza-ção das Nações Unidas para a Edu-cação, a Ciência e a Cultura) 10% do PIB é o investimento necessário para erradicar o analfabetismo e promover a universalização do direito de todos à educação. Entretanto, a proposta do Governo Federal para o novo Pla-no Nacional de Educação (PNE), em debate no Congresso, prevê a meta de 7% do PIB destinado à Educação so-mente em 2020.

CAPIXABAS PODEM DAR SUAOPINIÃO VOTANDO NO PLEBISCITO

Sérgio Cardoso