3
OS RIOS TIETÊ E PINHEIROS PODERIAM SER FONTES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA SÃO PAULO? Informativo Mensal - Volume 3 A IMPORTÂNCIA DOS NOSSOS RECURSOS HÍDRICOS. Nos últimos dias vivemos uma triste realidade, estamos na iminência de racionamento de água na quinta maior metrópole do planeta. O abastecimento da região metropolitana de São Paulo depende do sistema Cantareira, que está com o nível de água em queda desde o fim de 2013. Em março de 2014, o volume armazenado ficou abaixo de 15% pela primeira vez na história. Para nós que tentamos atrair a atenção dos setores públicos, privados e da população sobre a importância dos nossos recurso hídricos, a pergunta da vez é: Os Rios Tietê e Pinheiros poderiam ser fonte de abastecimento de água para São Paulo? A resposta é que não só poderiam como deveriam ser uma alternativa para reforçar o abastecimento de água de São Paulo, se não fosse a inviabilidade provocada pela poluição, falta de saneamento e o desinteresse público que transformam nossas fontes de vida em condutores de esgoto. “A escassez de chuvas é apenas um dos motivos da crise de abastecimento do sistema Cantareira, de acordo com especialistas em gestão de recursos hídricos consultados pelo INSP, que apontam a falta de planejamento de fontes alternativas de investimentos em conscientização da população e em outras medidas capazes de amenizar os efeitos da estiagem”. Imagens do sistema Cantareira: A VOZ DO TIETÊ Desde 2005 o Instituto Navega São Paulo tem o objetivo de atrair a atenção da população para o rio Tietê, a partir do seu trecho mais degradado, a região metropolitana de São Paulo. Conseguimos atingir nossa proposito por meio das navegações monitoradas com a embarcação Almirante do Lago, entre as pontes dos Remédios e Bandeiras. Agora nossa proposta, é com esse informativo mensal, atrair sua atenção, levando até você informações sobre o nosso Tietê para que juntos identifiquemos o que fazer para revitalizar o nosso precioso patrimônio. DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS

Informativo insp 3

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Informativo insp   3

OS RIOS TIETÊ E PINHEIROS PODERIAM SER FONTES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA SÃO PAULO?

Informativo Mensal - Volume 3

A IMPORTÂNCIA DOS NOSSOS RECURSOS HÍDRICOS.

Nos últimos dias vivemos uma triste realidade, estamos na iminência de

racionamento de água na quinta maior metrópole do planeta. O

abastecimento da região metropolitana de São Paulo depende do sistema

Cantareira, que está com o nível de água em queda desde o fim de 2013.

Em março de 2014, o volume armazenado ficou abaixo de 15% pela

primeira vez na história.

Para nós que tentamos atrair a atenção dos setores públicos, privados e da

população sobre a importância dos nossos recurso hídricos, a pergunta da

vez é: Os Rios Tietê e Pinheiros poderiam ser fonte de abastecimento de

água para São Paulo? A resposta é que não só poderiam como deveriam

ser uma alternativa para reforçar o abastecimento de água de São Paulo,

se não fosse a inviabilidade provocada pela poluição, falta de saneamento

e o desinteresse público que transformam nossas fontes de vida em

condutores de esgoto.

“A escassez de chuvas é apenas um dos motivos da crise

de abastecimento do sistema Cantareira, de acordo com

especialistas em gestão de recursos hídricos consultados

pelo INSP, que apontam a falta de planejamento de fontes

alternativas de investimentos em conscientização da

população e em outras medidas capazes de amenizar os

efeitos da estiagem”.

Imagens do sistema Cantareira:

A VOZ DO TIETÊ

Desde 2005 o Instituto

Navega São Paulo tem o

objetivo de atrair a atenção da

população para o rio Tietê, a

partir do seu trecho mais

degradado, a região

metropolitana de São Paulo.

Conseguimos atingir nossa

proposito por meio das

navegações monitoradas com

a embarcação Almirante do

Lago, entre as pontes dos

Remédios e Bandeiras. Agora

nossa proposta, é com esse

informativo mensal, atrair sua

atenção, levando até você

informações sobre o nosso

Tietê para que juntos

identifiquemos o que fazer

para revitalizar o nosso

precioso patrimônio.

ambiental ambiental.

DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS

Page 2: Informativo insp   3

A situação toma contornos mais alarmantes

Quando levamos em conta que a região sudeste dispõe apenas de cerca

de 6% das reservas de água do País, enquanto reúne em torno de 40%

da população. No Estado de São Paulo, a situação é similar. A

população está mais concentrada na região metropolitana, mas os rios

da área são de pequeno porte - com exceção do Tietê. Tanto que o

sistema Cantareira é formado por cinco reservatórios, três deles

localizados na bacia do rio Piracicaba, no interior do Estado.

Sem planeamento do crescimento da região metropolitana, que concentra a maior parte da população do Estado, tem

impacto direto sobre o consumo de água do sistema.

A região atrai cerca de 200 mil novos moradores por

ano. O aumento das ligações clandestinas e o avanço

da população em direção às cabeceiras dos

reservatórios também prejudicam o abastecimento.

A falta de saneamento dos rios Pinheiros e

Tietê, que poderiam ser alternativa para o

abastecimento com a criação de reservatórios,

também contribui para essa dependência. A Sabesp

informa que está investindo US$ 3,9 bilhões na

terceira etapa de obras do Projeto Tietê que atua

há 23 anos na expansão do esgotamento sanitário.

Para fazermos um paralelo, o projeto de despoluição do Rio Han, o Tietê dos Coreanos, começou

nos anos 80, pouco antes do Tietê e da própria Olimpíada de Seul. Até então, suas águas eram depósito para o esgoto

de empresas multinacionais. O Han é um gigante

que corta a Coreia do Sul. De ponta a ponta, tem

497 km de extensão. Só na capital, Seul, são 41 km.

Depois de percorrer todo o país, deságua no Mar

Amarelo.

Como Seul também cresceu rápido demais e sem

planejamento, o Han foi bastante castigado - suas

águas variavam do cinza-escuro ao preto como o

Tietê. Ganhou enormes marginais para o trânsito e

o próprio Cheong Gye Cheon foi aterrado para dar

lugar a um viaduto.

Diante desse caos ambiental, o governo sul-coreano resolveu

dar um basta à poluição para a felicidade de ambientalistas e

da própria população. Na época, o exército fez mutirões para

retirar o lixo que se acumulava, enquanto centros de

pesquisa analisavam os pequenos avanços e a qualidade da

água para medir quais substâncias a afetavam.

Já o governo adotou multas rigorosas para indústrias que

usavam ligações clandestinas para jogar os resíduos

químicos no Han. Também desenvolveu grandes estações de

tratamento de esgoto. As marginais foram destruídas e

substituídas por parques que devolveram o verde ao leito do

Page 3: Informativo insp   3

rio. Até 2015, a ideia é que parte do trânsito da região seja feita por túneis e que o verde impere dos dois lados do rio -

acompanhado de quadras, bares, restaurantes e parques.

Todas essas iniciativas deram certo. O Han, única fonte

de abastecimento dos mais de 10,3 milhões de moradores

de Seul, está limpo e com vida desde 2003. Atualmente, a

maior preocupação do governo é mantê-lo assim para

sempre. Para isso, toda água dos 40 córregos que correm

para o rio é tratada e monitorada. Também está livre do

esgoto doméstico. O governo proibiu ainda a instalação

de fábricas no entorno do rio com a finalidade de

protegê-lo de novas descargas poluentes.

Peixes e pássaros foram reintroduzidos em seu habitat

natural, enquanto as pessoas usam as margens para se

exercitar ou mesmo como ponto de turismo e lazer. Com

boa vontade e seriedade é possível limpar qualquer rio, mesmo aqueles considerados verdadeiros esgotos a céu aberto,

e sabe qual foi o investimento???

Carta da Terra - Princípios

“Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os

recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio

ambiente e de proteger os direitos das pessoas”.