Informativo - IPEF Notícias - Dezembro/2010

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  • 7/25/2019 Informativo - IPEF Notcias - Dezembro/2010

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    IPEF Notcias - Novembro/Dezembro de 2010

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    IPEF Monte Alegre ser inaugurado no incio do anoSetor de Sementes e Mudas inicia janeiro em novas instalaes

    A nova unidade do IPEF, em Monte

    Alegre, j est pronta para receber a equipe

    do Setor de Sementes e Mudas, que deve

    se mudar para o local no incio do prximo

    ano. As obras e os ajustes de acabamento j

    foram finalizados e a estrutura reservada ao

    setor de 620 metros quadrados. O amplo

    espao conta com salas de administrao e

    de vendas, expedio e cmaras frias. Um

    moderno Laboratrio de Anlise e Tecno-

    logia de Sementes e Mudas foi estruturado

    e inclui uma sala de cultura de tecidos.

    Desde o ms de agosto, o viveiro

    florestal implantado no local est em

    funcionamento e atualmente j produz ao

    ms 350 mil mudas clonais de eucalipto.Instalado em uma rea de 9 mil metros

    quadrados, sua capacidade de produo

    de 600 mil mudas ao ms, sendo voltado

    para plantios de eucalipto, pinus e essncias

    nativas. Contratos para a aquisio das

    mudas baby-clone semi-prontas para

    usos mltiplos j foram estabelecidos,

    alguns com vnculo at o final do primeiro

    semestre de 2011. A produo engloba

    clones de Eucalyptus urophylla, E. urophyllax

    grandis(conhecido como urograndis), e E.

    grandisxE. camaldulensis(conhecido comograncam). Embora a inaugurao v ocor-

    rer em janeiro, podemos dizer que j estamos

    em funcionamento em Monte Alegre, uma vez

    que o viveiro est em plena produo, afirma

    Israel Gomes Vieira, coordenador do Setor

    de Sementes e Mudas do IPEF.

    Com a implantao do novo viveiro,

    uma equipe de 15 pessoas foi contratada

    para as atividades de pr-plantio, poda

    e plantio, crescimento e expedio. Os

    colaboradores passaram por treinamento

    e j trabalham para garantir a produo das

    mudas clonais de eucalipto.

    RetrospectoForam 17 meses de obras at que o

    IPEF Monte Alegre fosse concretizado.A rea de 40 hectares foi recebidaem comodato com a Fibria (UnidadePiracicaba), em julho de 2006, e estlocalizada prxima Esalq. Possui 32hectares reservados rea de ProteoPermanente (APP) e Reserva Legal (RL).Um convnio com a Casa da Floresta,empresa de assessoria ambiental que

    desenvolve projetos de conservao dabiodiversidade, garantiu a restaurao e omonitoramento da flora e fauna presentena APP e RL, que foi enriquecida com oplantio de espcies nativas da regio.

    Alm do contrato de comodato com

    a Fibria, o IPEF recebeu importante apoio

    de outra de suas associadas. A International

    Paper ofertou ao Instituto materiais para o

    novo viveiro, que impulsionaram a produ-

    o em grande escala das mudas.

    Com espao para ampliao gradativa,

    o IPEF Monte Alegre tambm ir receber

    em breve o Setor de Eventos do Instituto,

    j que novas obras iro estruturar uma rea

    reservada a reunies e eventos.

    A nova unidade do IPEF, bem como a

    implantao do novo viveiro, mais um

    dos passos que o Instituto d Rumo a 2020,

    slogan que sinaliza a srie de metas definidas

    em seu Plano Estratgico para os prximos

    10 anos, pois representa no s ampliao

    de sua rea fsica, mas tambm potencial

    desenvolvimento para suas pesquisas.O IPEF Monte Alegre ser oficialmente

    inaugurado no dia 17 de janeiro, quando

    receber os selecionados para o Programa

    de Preparao de Gestores Florestais,

    que capacitar engenheiros florestais

    recm-formados frente ao negcio florestal.

    Veja matria sobre o PPGFnesta edio.

    Casa de Vegetao do viveiro do IPEF MA

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    IPEF estrutura seu Programa Cooperativo de Melhoramento FlorestalProjetos do Instituto na rea de melhoramento sero agrupados e tero resultados compartilhados

    Uma reunio realizada nos dias 29 e 30de novembro, no Departamento de CinciasFlorestais da Esalq e na Floresta EstadualEdmundo Navarro de Andrade (FEENA),em Rio Claro, marcou a juno dos projetosda rea de melhoramento florestal do IPEF,que passaro a englobar um programa geralcom ampla estrutura. Trata-se do ProgramaCooperativo de Melhoramento Florestal(PCMF), cuja principal linha de trabalho estrelacionada manuteno e ampliao dabase gentica disponvel para formao dasplantaes comerciais.

    Mais de 30 pessoas estiveram presentes,entre professores da Esalq e da Unesp, erepresentantes das empresas ArborGen,ArcelorMittal BioEnergia, Cenibra, Conpa-cel, Copener, Duratex, Eucatex, Fibria,International Paper, Jari, Lwarcel, Palmasola,Rigesa e Suzano.

    A abertura foi comandada pelo Prof. LuizErnesto George Barrichelo, diretor executivodo IPEF, que destacou a importncia do

    melhoramento florestal dentro do Plano IPEF2020, sendo que dos sete Objetivos Estrat-

    gicos propostos pelo Instituto para a prximadcada, seis esto diretamente ligados aomelhoramento florestal, demonstrando aconformidade do programa com a projeodo IPEF. O Prof Paulo Yoshio Kageyama, daEsalq, enfatizou a importncia de projetos

    desenvolvidos na rea de melhoramento parao setor de florestas plantadas.

    Grande defensor de que as pesquisascom materiais j introduzidos no Brasilno passado sejam retomadas, o Prof.Mrio Ferreira apresentou um histricodas iniciativas de melhoramento florestalno pas. J h um patrimnio adquiridocom a importao de sementes da regiode origem, mas as pesquisas nesse sentido

    foram interrompidas em razo do investi-mento em tcnicas de clonagem e culturade tecidos. O IPEF pode ser uma alternativa

    para a retomada, pois sua estrutura permiteque os custos de processamento sejamdistribudos, afirma o professor. Nessesentido, Izabel Christina Gava de Souza, daSuzano, frisa que olhar para os materiaise pesquisas j existentes o que sustenta a

    projeo para o futuro.Os professores Antnio Natal e Mar-

    clio de Almeida, da Esalq, falaram sobreo programa de propagao vegetativa que

    coordenam e que dever interagir com oPCMF. Eles conduzem trabalhos relativosao enraizamento de Eucalyptus benthamii,que apresentou resultados positivos e, emjaneiro, ser expandido para outras espciescom a participao de empresas florestais.Quando o IPEF idealizou a proposta de

    melhoramento, pensou-se nas dificuldades

    de enraizamento que iriam surgir. O projeto complementar, vrias outras possibilidades

    sero estudadas, como dificuldades de propa-gao, explica Marclio.

    Na sequncia, Paulo Henrique Mullerda Silva apresentou as atuais linhas detrabalho do IPEF na rea de melhora-mento: Disperso de Plen (PRODIP),Novos Cultivares (PCNC), Resgatede Material Gentico (PCRMG) ePopulaes Ncleos de Melhoramento(PCPN). Dentro do PCPN, existem 11experimentos que estudam a resistnciada ferrugem, apresentados na ocasiopela mestranda da Unesp, Aline Miranda.O graduando em engenharia florestal daEsalq, Antnio Leite Florentino, falou sobrea rede experimental do Projeto NovosCultivares (PCNC)e Cristiano Bueno deMoraes, ps-graduando na Unesp, falousobre a avaliao da geada realizada comprognies de E. grandise E. urophylla, doPCPN, na empresa Palmasola.

    A necessidade de importao de ma-terial da Austrlia foi enfatizada durantea explanao de Eduardo Henriques,da ArcelorMittal BioEnergia, que falousobre as espcies de eucalipto observadasdurante viagem realizada ao pas, noprimeiro semestre. A consultora do IPEF,Karina de Lima, apresentou uma propostade aquisio cooperativa de sementes daAustrlia, iniciativa que vir a complemen-tar os trabalhos a serem realizados comespcies de eucalipto j introduzidas erecombinadas no Brasil. Nesse sentido,Alex Passos dos Santos, do Conpacel, afirmaque h um grande potencial de material a serimportado para que se possa trabalhar com

    espcies que j foram introduzidas e esto

    voltando a se tornar importantes devido aosproblemas de dficit hdrico, resistncia a frioe necessidade de implemento de melhoriasna qualidade da madeira.

    No segundo dia da reunio, que foirealizado na Floresta Estadual EdmundoNavarro de Andrade, Jos Luiz Timonie Rafael Camarinho, representantes daFEENA, falaram sobre a disponibilizaode recursos genticos advindos de espcieshistricas de eucalipto da FEENA para finsde pesquisas e plantios comerciais. o quej vem sendo trabalhado dentro do Projeto

    Cooperativo de Resgate de MaterialGentico (PCRMG), cujas atividades de-senvolvidas foram apresentadas por PauloHenrique Muller da Silva. Ainda na FEENA,os participantes puderam visitar o museu,talhes e a coleo de eucalipto implantadapor Edmundo Navarro de Andrade.

    Projeo para 2011Aps discusso entre os presentes, ficou

    definido que o Programa Cooperativo deMelhoramento Florestal (PCMF) sercomposto por diversos projetos nessa linhae englobar os j existentes PCPN, PCNC,PRODIPePCRMG. A adeso das empresas

    nos projetos poder ser feita de formaindependente. Um conselho formado porprofessores e representantes das associadasfoi composto para coordenar o programa. Porenglobar projetos como o populao ncleose resgate de material da FEENA, o PCMFatuar em duas linhas complementares:resgate de materiais que j foram introduzidos

    no pas e ampliao da base gentica com focona produo de clones comerciais.Para o prximo ano, j foram definidas

    algumas atividades do programa. Em janeiro,um curso de aplicao do Selegen em genticade espcies arbreas ser ministrado peloProf. Mrio Moraes e destinado a alunos erepresentantes de empresas. Ainda est pre-

    vista uma nova troca de material com o INTA,

    sendo que o IPEF ir ceder as prognies deEucalyptus saligna, e o INTA passar a compora rede experimental do PCPN, havendopossibilidades de que o IPEF receba E. dunni,

    E. globuluse E. viminalis, da Argentina. Almdisso, foi proposta uma viagem internacional atrs empresas do Uruguai (Forestal Oriental,Montes Del Plata e Mundial Forestaciones) e

    ao prprio INTA, na Argentina.As linhas de trabalho que iro compor o

    PCMFagradaram professores e represen-tantes de empresas florestais. Enfatizandoo papel dos programas de melhoramentona prpria evoluo do setor florestalbrasileiro, o Prof. Edson Mori, da Unesp,afirma que os programas de melhoramentogentico tm papel primordial porque atra-

    vs dos clones mais adaptveis e de melhorqualidade que os plantios de eucalipto tmsido estruturados, elevando a nossa cultura

    como a mais produtiva do mundo. EduardoHenriques, da ArcelorMittal BioEnergia,destaca o resgate e a importao dematerial proposta pelo programa: A inicia-tiva veio de encontro tendncia de que asempresas busquem a qualidade dos materiaise sua variabilidade gentica. Nas dcadasde 60 e 70, as importaes tinham foco na

    introduo de novas espcies. Hoje, nosso foco a qualidade da madeira e a retomada das

    pesquisas com os materiais j implantados,diz. O Prof. Rinaldo Csar de Paula, daUnesp, tambm aposta no efeito positivoda criao do PCMF: Com a unio dessesquatro programas, a tendncia alinhavar

    melhor e alcanar o amadurecimento de seusobjetivos comuns, finaliza.

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    Seminrios Tcnicos do PCCF discutem processos dederrogao e aspectos sociais da certificao florestal

    Nos ltimos dias 02 e 03 de dezembro,o Programa Cooperativo de Certifi-cao Florestal (PCCF)promoveu doisseminrios tcnicos, com o intuito dediscutir os avanos em pesquisas para ocumprimento das condicionantes no usode pesticidas no recomendados pelo FSC,bem como avanar na integrao entreas empresas florestais e os movimentossociais. O encontro aconteceu na Sala daCongregao da Faculdade de Economia eAdministrao da USP, em So Paulo.

    O primeiro dos seminrios foi coman-dado pela empresa de consultoria EquilbrioProteo Florestal, que vem desenvolvendo,juntamente com o PCCF, um estudo para o

    tratamento das condicionantes nos proces-sos de derrogao junto ao FSC Internacio-nal. O engenheiro florestal Jos Luiz da SilvaMaia, do Comit Tcnico Administrativo doPCCF, realizou a abertura do encontro,ao lado do Dr. Alberto Jorge Laranjeiro, daEquilbrio Proteo Florestal.

    Foram discutidas as condicionantesimpostas pelo FSC em relao aos pesti-cidas aprovados para uso no controle depragas-alvo, como as formigas cortadeirase os cupins, entre eles a sulfluramida, a del-tametrina (em p), fenitrothion e fipronil.Com uso liberado para os prximos cincoanos, a sugesto do FSC que aps esseperodo o pesticida seja substitudo porprodutos alternativos. Foram apresentadosos mtodos utilizados para o controle dasformigas cortadeiras e as dificuldades parase chegar a novos ingredientes ativos menosagressivos que sejam de fato eficazes,aspectos que j esto em experimentaoem colnias de laboratrio e no campo.Nesse sentido, apresentaram consideraesos professores Dr. Luiz Carlos Forti, do

    Laboratrio de Insetos Sociais-Pragas,da Faculdade de Cincias Agronmicasda Unesp/Botucatu, e Dr. Odair CorreaBueno, do Centro de Estudos de InsetosSociais da Unesp/Rio Claro, que apresentoumtodos alternativos por meio de produtosnaturais, mas que resultaram em baixondice de resultados.

    O fato de essa condicionante esbarrarno prazo imposto foi abordado, no s pelo

    tempo que demanda o desenvolvimento denovas iscas formicidas, mas tambm no quese refere ao processo de registro. Edson

    Dias da Silva, da Associao Brasileira dasEmpresas Fabricantes de Iscas Inseticidas(Abraisca), falou sobre os prazos que regemo aspecto legislativo para a aprovao deum novo produto. Os processos so longos,desde a identificao de um possvel produtoalternativo at o registro perante a legislao,

    e podem exceder os cinco anos propostos peloFSC, explica Luciana Rocha Antunes, co-ordenadora tcnica do PCCF. Ainda nessa

    linha, Daniela Andrade Neves apresentoua experincia da Veracel, que foi a primeiraempresa brasileira a obter a aprovao daderrogao da sulfluramida, em 2008.

    Representando a Equilbrio ProteoFlorestal, a Dra. Rosana Sambugaro apre-sentou concluses prvias no que se referes alternativas recomendadas pelos FSCpara o combate s pragas. Ela exps umlevantamento bibliogrfico em termos depesquisas nacionais nesse sentido. O Dr.Alberto Laranjeiro falou sobre as estratgiasde monitoramento para o combate sformigas e cupins, avaliando sua eficinciafrente s condicionantes apresentadaspelo FSC. Em carter de plano de ao, aEquilbrio apresentar ao PCCFrelatriofinal para o tratamento das condicionantes,documento que conter as pesquisasrealizadas quanto a novos produtos para ocombate s pragas e ser encaminhado sempresas associadas ao programa.

    Mais de 40 pessoas participaram dasdiscusses relativas s condicionantes, entreempresas associadas ao PCCF, fabricantes defertilizantes, certificadoras e pesquisadoresna rea de controle de pragas e doenas.

    ComunidadesA equipe do PENSA/USP, organizao

    da Universidade de So Paulo que promove

    estudos sobre o agronegcio brasileiro,comandou outra vertente dos seminriosdo PCCF, que abrangeu o aspecto social dacertificao florestal com foco no relaciona-mento entre empresas e comunidades do seuentorno. O encontro foi iniciado no dia 02 ese estendeu para o dia 03 de dezembro.

    A abertura foi realizada pelos engenhei-ros florestais Jos Luiz da Silva Maia e JooCarlos Augusti, ambos do Comit TcnicoAdministrativo do PCCF. O professor Dr.Dcio Zylbersztajn, do PENSA, falou sobrea relao entre o agronegcio e os movi-

    mentos sociais no Brasil, com vistas suaarticulao. Em um segundo momento, eleabordou a necessidade de que as empresassigam um modelo de governana que priori-ze a responsabilidade socioambiental.

    Os resultados do trabalho da equipe doPENSA foram apresentados pelo professorDr. Samuel Giordano, que apontou pontospositivos e negativos encontrados nasempresas florestais visitadas, com base nosprincpios FSC. Em seguida, os represen-tantes das empresas foram convidados ase dividir em grupos de discusso, a fim deapontar os principais pontos que julgam dedifcil cumprimento frente a uma possvelaprovao dos critrios FSC em revisoatualmente. O resultado desse debate foiapresentado em plenria, momento bastan-te rico no sentido de identificar as principaisbarreiras enfrentadas pelas empresas.

    No segundo dia do evento, os repre-sentantes das empresas associadas aoPCCFdividiram entre si as aes sociaisj postas em prtica, dificuldades e resul-tados alcanados. Novamente em carterparticipativo, o PENSA solicitou que osparticipantes apontassem aes potenciaisa serem desenvolvidas pelas empresas paraotimizar a relao com as comunidades.Com base nisso, apresentou alternativaspara os temas levantados, entre eles direitoscostumrios das comunidades locais, con-verso de florestas e critrios de florestasde alto valor de conservao. Levantou-se,inclusive, a possibilidade de articular aesconjuntas entre empresas da mesma regiode atuao. Essa plenria acabou sendoconclusiva para os dois dias de seminrios, jque, alm da vertente social, outros aspectosda reviso dos princpios FSC foram discutidos

    nesse momento, finaliza Luciana.

    O seminrio comandado pelo PENSAcontou com a participao de cerca de 30

    pessoas e foi restrito aos representantes das

    empresas do setor florestal. Os resultados do

    estudo realizado tambm sero compilados e

    encaminhados s empresas atravs do PCCF.

    Palestra do Prof. Luiz Carlos Forti, durante o Seminrio

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    PTSM vai Austrlia e Nova Zelndia comfoco nas operaes de manejo dos pases

    Com o propsito de proporcionar o

    intercmbio de informaes entre em-

    presas florestais e institutos de pesquisa,

    o Programa Temtico de Silvicultura

    e Manejo (PTSM) realizou uma visita

    tcnico-cientfica ao setor de produo flo-

    restal da Austrlia e Nova Zelndia, entre os

    dias 18 de novembro e 03 de dezembro.

    Nas regies de Coffs Harbour, noestado de New South Wales, e no interiordo estado de Victoria, o grupo teve a opor-tunidade de observar reas de ocorrncianatural de espcies de eucalipto utilizadascomercialmente no Brasil, como Eucalyptusglobulus, E. grandis, E. nitens, E. pilularis,E. microcorys. E. regnans, E. oblique, E.tereticornis, E. camaldulensis e Corymbiavariegata, entre outros.

    Entretanto, o principal intuito da via-gem foi proporcionar aos participantes ocontato com reas florestais de empresas einstitutos australianos, a fim de identificar osmtodos de implantao e reforma florestalutilizados (produo de mudas, preparo desolo, manejo de resduos, plantio, controlede plantas daninhas, pragas e doenas, ecolheita) de Eucalyptus globulus e Pinus

    radiata, bem como as formas de manejo dospovoamentos naturais de eucalipto.Nesse sentido, o grupo visitou o Tri-

    ngulo Verde Australiano, localizado entreas cidades de Melbourne e Adelaide, umadas principais regies florestais da Austrlia,que possui cerca de 300 mil hectares deplantaes (60% de pinus e 40% de euca-lipto) estabelecidas em meados de 1900. Naregio, se localizam as principais empresasde base florestal australiana, nos setores depapel e celulose, madeira serrada, madeiratratada, painis e cavacos. As empresas visi-tadas foram: Hancock Victorian Plantations,maior companhia privada de silvicultura

    do pas; Australian Bluegum Plantations;Elders Forestry Limited; Forestry SouthAustralia; Midway Wood Products; Sou-th West Fibre Pty Ltd.; Green TriangleForest Products; entre outras.

    Alm dos mtodos de implantao ereforma, o grupo teve a oportunidade dediscutir estratgias de mercado e exporta-o dos produtos florestais, com destaquepara o cavaco, bem como as polticas dogoverno de incentivo cultura do eucalipto

    e pinus. O campus da Universidade de Mel-bourne em Creswick tambm foi visitado,sendo possvel conhecer o DepartamentoFlorestal e de Ecofisiologia e a torre de fluxode carbono instalada no local.

    Alguns programas de pesquisa e desen-

    volvimento estruturados puderam ser conhe-

    cidos pelo grupo na passagem por institutos

    da regio de Mount Gambier, entre eles

    Victorian Department of Primary Industries;

    Primary Industry Resources South Austrlia

    (PIRSA), rgo governamental que promove

    programas de desenvolvimento econmico

    para indstrias florestais; e Southern Tree

    Breeding Association, rgo nacional que

    desenvolve pesquisas em melhoramento

    gentico para P. radiatae E. globulus.

    O percurso na regio de Coffs Harbour

    foi orientado pelo botnico australiano

    David Kleinig, pesquisador especializado

    em eucalipto. J na regio do Tringulo

    Verde, o grupo foi acompanhado pelos

    professores Tom Baker e John Collopy, da

    Universidade de Melbourne.

    A viagem foi encerrada na Nova Zeln-dia, em Auckland, com visita sede da em-

    presa de consultoria Pyry. Os engenheirosMarcos Wichert e Brian Johnson realizaramuma palestra sobre as perspectivas edesafios do setor florestal neozolands. Nosegundo dia, houve uma visita a um plantiode P. radiatana Floresta de Maramarua,pertencente empresa Rayonier.

    Mario de Freitas Grassi, coordenador

    de silvicultura da Fibria em Capo Bonito,

    destacou o aspecto histrico da viagem,

    uma vez que as florestas visitadas foram

    a base para o grande salto da silvicultura

    brasileira no que se refere cultura do

    eucalipto anos atrs. Foi possvel en-

    tender o cenrio florestal mundial e suas

    movimentaes atravs de uma tica que

    no estamos acostumados e compreender a

    estratgia usada por diferentes players para

    se manterem competitivos, diz.

    Participaram da experincia os pro-fissionais das empresas associadas aoPTSMCludio Oriani (Conpacel), MarcoProtti (Duratex), Mario de Freitas Grassie Sebastio Andrade (Fibria), Rodrigo E.Hakamada e Valdemir Brunheroto (Inter-

    nacional Paper), Sergio R. P. Bentivenha(Suzano), alm de Joo Carlos T. Mendes,da Esalq, os coordenadores do PTSM JosLeonardo de M. Gonalves e Ana PaulaPulito e os convidados Edgar F. de Luca, doInstituto Florestal de So Paulo e Jos Carlosde Almeida, da JFI Silvicultura.

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    Segunda fase do PROBIO avalia efeito residualdo lodo de esgoto em plantaes de eucalipto

    Aps 12 anos da aplicao de lodo deesgoto em plantios de Eucalyptus grandisna

    Estao Experimental de Cincias Florestaisem Itatinga, a equipe do Programa deBiosslidos em Plantaes Florestais

    (PROBIO)vem avaliando o efeito residualdo lodo aplicado. A temtica desta etapaservir de embasamento para a tese doengenheiro florestal Alexandre VicenteFerraz, doutorando em Silvicultura e Ma-nejo Florestal, orientado pelo Prof. FbioPoggiani, do Departamento de CinciasFlorestais da Esalq.

    Os estudos doPROBIOvisam encontrar

    uma alternativa ecologicamente adequada

    para a utilizao do lodo de esgoto como

    fertilizante e condicionador do solo com

    o intuito de substituir, ao menos em parte,

    os fertilizantes minerais, mas assegurando

    elevada produtividade da madeira. Aps

    constatar que a aplicao de biosslidos em

    plantios de eucalipto contribui para acelerar

    o crescimento das rvores, o programa

    parte para uma segunda fase, que objetiva

    a comprovao dos efeitos da aplicao do

    lodo em logo prazo. Anlises mostraram que

    a melhoria da fertilidade do solo onde havia

    sido aplicado o lodo ainda persiste, indicandohaver uma lenta liberao dos nutrientes,

    assinala Alexandre Vicente Ferraz.

    Para aprofundar esse conhecimento,as reas dos talhes experimentais ondehavia sido aplicado o biosslido em 1998esto sendo reformadas com o plantiode novos talhes constitudos por clonesde eucaliptos, visando comprovar se olodo inicialmente aplicado ainda libera osnutrientes necessrios para incrementar aproduo da biomassa arbrea. A liberao

    lenta e gradativa de nutrientes, resultanteda decomposio do lodo de esgoto, pode

    reduzir as perdas por lixiviao dos elementos

    nutritivos, principalmente do nitrognio e

    do potssio, assegurando a manuteno da

    fertilidade do solo em longo prazo, explicao Prof. Fbio Poggiani.

    Esta segunda fase do PROBIOpretendeavaliar ainda o comportamento dos metaispesados, considerando seu estoque emovimentao no solo e nas plantas dostalhes experimentais, visto que esteselementos estavam presentes em nfimas

    concentraes no lodo de esgoto aplicado,sempre obedecendo aos limites estabeleci-dos pelas normas restritivas da Cetesb. Estapesquisa visa tambm avaliar as possveisconsequncias da mudana no uso da terra,considerando a eventual transformao

    de uma rea previamente ocupada porplantios de eucaliptos adubados com lodode esgoto, para uma rea com culturas deplantas alimentcias.

    Atravs da contnua experimentao,

    o PROBIOj estabeleceu um protocolo

    para a aplicao do biosslido, em termos

    das dosagens adequadas e sua forma de

    aplicao. O doutorando explica que a

    equipe do programa est procurando apri-

    morar essa metodologia, de forma a alcanar

    tanta rentabilidade quanto a fertilizao

    tradicional, agregando interesse comercial

    ao projeto. Porm, a implementao

    de um projeto como esse depende de

    investimentos em tecnologia por parte dospoderes pblicos para viabilizar a secagem

    e o condicionamento do lodo e de um

    planejamento adequado para sua distri-

    buio nas reas rurais. Exige ainda, por

    parte da Cetesb e da Sabesp, um trabalho

    bem coordenado para que os resduos

    das fbricas da regio metropolitana de

    So Paulo no mais sejam despejados no

    esgoto. Embora os custos sejam maiores,

    no futuro os benefcios sero sentidos pelo

    meio ambiente. Portanto, preciso aprimorar

    nossa conscincia ecolgica e planejamentoestratgico, destaca Poggiani.

    Formatado com foco na produtividade

    florestal, o PROBIOtambm busca mitigar

    alguns problemas sociais e sanitrios, como o

    descarte do lodo despejado em aterros. Visa

    tambm atenuar o consumo de fertilizantes

    minerais, grande parte proveniente de

    jazidas, que so reservas finitas. O programa

    tem a proposta chave de tornar a rea urbana

    parte integrante do ciclo dos nutrientes na

    natureza, contribuindo com o processo de

    reciclagem dos resduos orgnicos entre as

    cidades e o meio rural, finaliza Alexandre.

    PioneirismoIdealizado pelo Prof. Poggiani, jun-

    tamente com um grupo de professores

    da Esalq e alunos de ps-graduao, o

    PROBIO iniciou as pesquisas em 1998

    na Estao Experimental de Itatinga,

    onde os povoamentos experimentais

    com eucaliptos receberam o biosslido

    das estaes de tratamento de esgoto da

    Sabesp em Barueri, So Miguel e Parque

    Novo Mundo. Trata-se de uma iniciativa

    pioneira no Brasil, j que o lodo de esgoto

    vinha sendo aplicado em alguns casos na

    agricultura, mas ainda no havia sinalizao

    de seu uso em plantios florestais.

    Para se avaliar a produtividade dessesexperimentos ao longo do tempo, foraminstaladas parcelas testemunha, sem qual-quer prtica de adubao, e parcelas que re-

    ceberam adubao mineral tradicional, bemcomo com a adio do lodo. Os resultadosmostraram que as parcelas que receberamo lodo apresentaram um crescimento muitomaior em relao s parcelas testemunhae um crescimento equivalente adubaocom fertilizantes minerais.

    Em 2003, com o interesse demons-trado pelas empresas florestais do IPEFno programa, montou-se uma redeexperimental em diversas regies doestado de So Paulo, integrada pela

    International Paper, Fibria, Suzano eConpacel, alm da Duratex, que implan-tou um experimento com Pinus.

    Alm do Prof. Fbio Poggiani e do

    doutorando Alexandre Vicente Ferraz,

    a equipe do PROBIO atualmente

    composta pelo eng. Paulo Henrique M.

    da Silva (IPEF); pelos professores da Esalq

    Jos Leonardo M. Gonalves (LCF), Elke

    Jurandy Bran N. Cardoso (Solos), Maria

    Emilia M. Prezotto e pelos estagirios de

    graduao Letcia M. Stein, Csar Augusto

    M. Negretti, Isabel Deliberali e Lucas

    Manzolli. H ainda o apoio do pesquisadorJean Paul Laclau, do Cirad (Frana) e do

    engenheiro Rildo Moreira, coordenador da

    Estao Experimental de Itatinga. Mais de

    15 teses de doutorado j foram concludas

    com base nesse projeto.

  • 7/25/2019 Informativo - IPEF Notcias - Dezembro/2010

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    IPEF Notcias - Novembro/Dezembro de 2010

    9

    PCCF participa da Assembleia FSC Brasil 2010Para marcar a retomada das operaes

    do FSC Brasil foi realizada uma Assembleia

    Geral Extraordinria, entre os dias 18 e 19 de

    novembro, no auditrio do Senac Jabaquara,

    em So Paulo. O intuito foi prestar contasdos passivos e organizar as prximas estra-

    tgias visando a ampliao do sistema.

    Estiveram presentes representantesde empresas florestais associadas ao FSCBrasil, certificadoras e ONGs ambientais.O IPEF participou da assembleia, atravs doPrograma Cooperativo de Certificao

    Florestal (PCCF)e de sua coordenadoratcnica, a biloga Luciana Rocha Antunes.

    Um painel aberto ao pblico iniciou aassembleia, discutindo o fortalecimentodos movimentos socioambientais no mbitodo selo FSC. Foi o momento de apontarcaminhos para que a participao dessessegmentos no sistema seja maximizada.Comandaram as exposies representantesda Universidade Federal do Maranho,Corporao Financeira Internacional (IFC),Frum Florestal do Sul e Extremo Sul daBahia e WWF-Brasil.

    A assembleia seguiu direcionada aos

    associados do FSC Brasil, com explanaes

    de Roberto Waack, membro do Board FSC,

    sobre as perspectivas do rgo a nvel inter-

    nacional, e de Estevo Braga, do ConselhoDiretor do FSC Brasil, que retomou as

    aes dos ltimos dois anos e falou sobre a

    expectativa para o reincio das atividades.

    A plenria seguinte foi de prestao de

    contas, quando Fabola Zerbini, secretria

    executiva do FSC Brasil, falou sobre a regu-

    larizao de passivos jurdicos, contbeis e

    de projetos. Ela apresentou ainda o Plano de

    Ao 2010-2011, que, entre outras coisas,

    aponta a promoo do sistema FSC no Brasil e

    a articulao das cmaras que o compem.

    Na mesma dinmica das assembleias pro-

    movidas pelo FSC Internacional, o encontro

    tambm props a votao das alteraesestatutrias entre os associados e a eleio

    de representantes do Conselho. Os prprios

    filiados ao sistema tm poder de deciso sobre

    ele. Foi um exerccio novo participar dessa

    votao junto aos representantes da Cmara

    Econmica, da qual o PCCFfaz parte, ao lado

    de suas associadas. Foi a primeira ideia de

    como funciona uma assembleia do FSC, embora

    em menor escala, e constatei que um sistema

    bem democrtico, frisa Luciana Antunes.

    As aes do FSC Brasil so deliberadas

    pelos membros das Cmaras Ambiental,

    Econmica e Social. O Conselho Diretor

    formado por trs representantes de cada

    cmara. Integram a Cmara Ambiental e o

    Conselho Diretor Estevo Braga (WWF-Bra-

    sil), Denys Pereira (Imazon) e Marco Lentini

    (Instituto Floresta Tropical), este ltimo eleito

    na ocasio. Da Cmara Econmica, foram

    reconduzidos Jos Mrio Rossi (Produtores

    Florestais Certificados na Amaznia) e Ivone

    Satsuki Namikawa (Klabin), sendo que o

    mandato de Joo Augusti (Fibria) continua em

    vigor. Os representantes da Cmara Social

    no Conselho Diretor so Manuel Amaral(Instituto Internacional de Educao do

    Brasil) e Rubens Gomes (Grupo de Trabalho

    Amaznico), que agora contaro com Maria

    Jos Albuquerque (Centro dos Trabalhadores

    da Amaznia), eleita durante o encontro.

    A votao abrangeu ainda o Conselho

    Fiscal, j formado por Marina Carlini (Su-

    zano) e elegendo-se Marcos Fernandes da

    Costa (Instituto Eco-Solidrio); e o Comit

    de Resoluo de Conflitos, que ser integra-

    do por Flvio Guiera (Precious Wood), eleito

    na assembleia, e Rubens dos Santos Cardoso

    (Sintrexbem) e Mario Mantovani (SOS Mata

    Atlntica), que j ocupavam o cargo.Andr Giacini de Freitas, diretor do FSCIC, e Maurcio Voivodic, do Imaflora, encer-raram o evento, expondo sobre o acordo decooperao entre as governanas nacionale internacional, e sobre a realizao da As-sembleia FSC Internacional 2011. Voivodicenfatizou a importncia da participao noencontro para o fortalecimento do aspectodemocrtico do rgo.

    DilogoUm dos objetivos da Assembleia FSC

    Brasil 2010 foi promover o encontro de seus

    associados a fim de consolidar interesses

    comuns e planejar aes. Luciana Antunes

    destaca que o recomeo das atividades da

    organizao contribui bastante para os tra-

    balhos do IPEF em termos de certificao.

    O PCCFtem uma relao bastante estreita

    com o FSC Brasil e esse dilogo importante,

    j que o programa articula e representa as em-

    presas associadas junto ao FSC Internacional.

    Essa retomada do FSC Brasil fundamental

    para que as necessidades sejam sanadas de

    forma muito mais rpida, diz.O Conselho Brasileiro de Manejo Flo-

    restal FSC Brasil uma iniciativa nacionalque promove o manejo sustentvel dasflorestas brasileiras conforme os Princpiose Critrios do Forest Stewardship Council FSC Internacional. Aps um perodo deinatividade, o FSC Brasil retomou as opera-es, com a contratao da nova secretriaexecutiva, Fabola Zerbini, em agosto.

    Flagrante de biodiversidade na Duratex

    O pesquisador Fbio Maffei ficou em

    segundo lugar na 6 edio do Concurso

    SOS Mata Atlntica de Fotografia 2010,

    na categoria amador, com a foto de trs

    filhotes de Jacar-do-papo-amarelo

    (Caiman latirostris). O registro ocorreu

    no perodo de estudo do pesquisador

    na Fazenda Rio Claro, unidade da Du-

    ratex em Lenis Paulista, local em que

    desenvolveu seu projeto de mestrado.

    Na poca, Maffei era estudante de ps-

    graduao da Unesp/Botucatu.Estudos como este tem permitidoconstatar bons ndices de biodiversidade einferir sobre a boa qualidade do manejo deplantaes florestais, j que a presena defilhotes demonstra um ambiente favorvelpara a reproduo da espcie.

    Foto que garantiu o 2 lugar no Concurso SOS Mata Atlntica

    de Fotografa 2010 mostra Jacar-do-papo-amarelo

  • 7/25/2019 Informativo - IPEF Notcias - Dezembro/2010

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    IPEF Notcias - Novembro/Dezembro de 2010

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    rea (ha) infestada por pragas em plantaesde eucalipto no Brasil e Uruguai em 2010

    rea (ha) infestada por doenas em plantaesde eucalipto no Brasil e Uruguai em 2010

    16 Reunio do PROTEF discute pragase doenas de regies subtropicais

    A Stora Enso Florestal, em Alegrete,

    RS, recebeu a 16 Reunio Tcnica do

    Programa de Proteo Florestal

    (PROTEF), realizada nos dias 09 e 10 de

    novembro. As apresentaes realizadas

    pelos palestrantes, de vrias instituies de

    pesquisas e empresas florestais, foram fo-

    cadas nas estratgias de manejo de pragas

    e doenas em regies subtropicais.

    Entre os assuntos discutidos durante a

    reunio estavam a dinmica populacional

    do psildeo-de-conha e de seu parasitide

    em florestas de Eucalyptus camaldulensis,

    doenas da Accia negra, biotecnologia

    do percevejo-bronzeado em diferentes

    temperaturas e espcies de eucalipto, inte-rao parasitide - lagartas em plantaes

    florestais de eucalipto, entre outros.

    Uma visita de campo em reas da Stora

    Enso encerrou a reunio. Engenheiros da

    empresa apresentaram o sistema de manejo

    para pragas e doenas de eucalipto utilizado

    atualmente, assim como estratgias futuras,

    utilizando o monitoramento como chave

    principal do manejo. Tambm ocorreu a

    demonstrao do equipamento Pulsfog,

    pulverizador terrestre de UBV desenvolvi-

    do pela empresa Agrofog para o controle

    de pragas foliares.

    Mais de 60 pessoas participaram, entre

    representantes de empresas florestais, pro-

    fessores, pesquisadores e estudantes. Treze

    empresas associadas ao IPEF prestigiaram o

    evento, alm de outras 13 do setor agroflo-

    restal, sendo 10 delas patrocinadoras.

    Coordenaram a reunio os professores

    Carlos Frederico Wilcken e Edson Luiz

    Furtado, da FCA/Unesp, e o Eng. Alexandre

    Coutinho Vianna Lima, tambm da Unesp.

    Wilcken e Lima so coordenadores cientfi-

    co e tcnico doPROTEF, respectivamente.Huan Pablo de Souza e Joo Carlos Barri-

    chelo, da Stora Enso, tambm estiveram

    frente da organizao do evento.

    Levantamento

    Nas ltimas trs reunies tcnicas do

    PROTEF foi realizado um levantamento

    das principais pragas e doenas do eucalipto

    ocorridas este ano, atravs de questio-

    nrios respondidos pelos representantes

    das empresas. So dados de mais de 15

    empresas florestais brasileiras e uruguaias,

    associadas ou no ao IPEF.

    No levantamento realizado durante a

    16 Reunio, foi possvel detectar a pre-

    sena de insetos presentes em florestas de

    eucalipto, que at ento no se mostravam

    relevantes enquanto praga: os psildeos-de-

    ponteiro (Cteranytaina spatulatae Blastop-

    sylla ocidentallis), j presentes em mais de

    cinco mil hectares de plantios de eucalipto,

    principalmente no estado de So Paulo.

    Segundo os participantes, este tipo de

    levantamento serve para demonstrar que o

    setor florestal vem sofrendo grandes ameaascom pragas e doenas florestais, princi-

    palmente exticas. Estratgias devem ser

    elaboradas para conter a introduo de pragas

    e doenas no pas e sua propagao de uma

    regio para outra. No que se refere s pragas j

    conhecidas, devem ser tomadas medidas emer-

    genciais para evitar perdas por esses agentes

    danosos, explica Carlos Frederico Wilcken,

    coordenador cientfico do PROTEF.

    Reunio de Atualizao em Eucaliptocultura chega a 11 edioCumprindo seu objetivo de manter

    produtores rurais e tcnicos atualizados

    no que se refere s ltimas tendncias do

    cultivo do eucalipto e s tcnicas apropria-

    das para a implantao de florestas, o IPEF

    e o Departamento de Cincias Florestais

    da Esalq promoveram a 11 Reunio de

    Atualizao em Eucaliptocultura, entre os

    dias 09 e 11 de novembro.

    O evento foi realizado na Estao Experi-

    mental de Itatinga, com o apoio da Eucatex,

    que recepcionou os participantes em visita

    de campo. Cerca de 30 pessoas estiveram

    presentes, entre tcnicos, pequenos produ-

    tores e estudantes de engenharia florestal.

    No primeiro dia, os painis apresentados

    abrangeram os seguintes temas: aspectos

    legais da propriedade rural, melhoramento

    e produo de sementes e mudas. Os

    trabalhos de campo abordaram a colheita

    e o beneficiamento de sementes, viveiro

    florestal, e houve ainda a apresentao de

    20 espcies noArboretumda estao.

    Tcnicas de controle de formigas

    cortadeiras, preparo do solo, teste de

    uso mltiplo do eucalipto, implantao

    e manejo florestal foram os assuntos

    apresentados no segundo dia do evento,

    que tambm contou com demonstraes

    em campo dessas operaes e de mtodos

    de colheita da madeira.

    O engenheiro Rildo Moreira e Mo-

    reira, um dos coordenadores do evento,

    frisa que a cada ano, busca-se aprimorar

    os tpicos abordados na reunio, com foco

    na divulgao da atividade de eucaliptocul-

    tura e difuso das tecnologias desenvolvidas

    pelo IPEF e pela Esalq.

    O ltimo dia da reunio foi vivenciado

    na Eucatex, em Bofete, SP. A empresa apre-

    sentou seu viveiro florestal, o processo de

    produo de mudas e as prticas adotadas

    no que se refere silvicultura e colheita.

    Houve ainda uma apresentao institu-

    cional, que englobou a rea de educao

    ambiental da empresa.

    O evento foi coordenado por Eduardo

    Bernardo e Elo Cabrera Mendes, da

    Eucatex, pelo Prof. Fernando Seixas, do

    LCF, e pelos engenheiros Rildo Moreira e

    Moreira e Joo Carlos Teixeira Mendes, da

    Estao de Itatinga. Elaine Cristina da Silva

    Casonato e Lourival Fermiano, ambos da

    estao, trabalharam na organizao.

  • 7/25/2019 Informativo - IPEF Notcias - Dezembro/2010

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    IPEF Notcias - Novembro/Dezembro de 2010

    13

    Estudo apresenta alternativa para conservaode fragmentos em plantaes florestais

    Os chamados fragmentos florestais

    so remanescentes de florestas nativas

    espalhados na paisagem constituda quase

    sempre por extensas reas ocupadas por

    monoculturas que, ao longo do tempo,

    foram tomando o lugar da vegetao

    primitiva. Muito importantes do ponto

    de vista ambiental, essas reas so rema-

    nescentes da vida silvestre, empobrecidas

    pela degradao e com tendncia ao

    desaparecimento, mas passveis de serem

    recuperadas, pelo menos parcialmente. Es-

    ses fragmentos esto sujeitos aos chamados

    efeitos de borda, ou seja, as rvores que se

    localizam nas extremidades, e que antes

    do desmatamento pertenciam ao interiorda floresta, passam a sofrer com os efeitos

    da luz, do vento e dos danos causados pela

    colheita mecanizada. Este processo ocorre

    periodicamente no seu entorno, o que

    ameaa a conservao do fragmento, que

    tende a desaparecer.

    Um estudo desenvolvido por pesquisa-

    dores da Esalq e do Instituto Florestal de

    So Paulo, em parceria com a Fibria, aponta

    uma soluo que pode atenuar o efeito de

    borda, atravs da manuteno ao redor do

    fragmento de trs fileiras de eucalipto, quefuncionam como proteo. Circundado pela

    eucaliptocultura, o fragmento de 93 hectares

    existente na rea da Fazenda Santa Ins,

    pertencente Fibria, em Capo Bonito, foi

    preparado para o experimento, de modo

    a possibilitar um estudo comparativo. Por

    ocasio da colheita florestal, foram cons-

    titudos dois tratamentos. No primeiro,

    foram cortados todos os eucaliptos do

    plantio comercial at a borda do fragmento,

    deixando-a exposta ao longo de um trecho de

    300 metros. No segundo tratamento, foram

    mantidas trs linhas de eucaliptos ao longo da

    borda do fragmento em outros 300 metros,

    constituindo a barreira de proteo.

    Durante dois anos, a equipe mediu as mo-

    dificaes microclimticas, que se referem

    luminosidade, temperatura e umidade relati-

    va do ar. Os resultados mostraram que as trs

    linhas de eucalipto efetivamente reduziram

    em 35% a luminosidade que incide sobre

    o solo na borda do fragmento, abaixando a

    temperatura e elevando a umidade relativado local. Tambm foram drasticamente

    reduzidos os impactos mecnicos sobre

    as rvores nativas da borda causados pela

    movimentao das mquinas que processam

    a colheita da madeira dos eucaliptos. Outro

    aspecto positivo foi o surgimento de mudas

    de espcies nativas na borda do fragmento,

    condio favorecida pela presena da barreira

    de eucaliptos, que em virtude do sombrea-

    mento produzido possibilitou a germinao e o

    crescimento de numerosas mudas de espcies

    nativas, explica o Prof. Fbio Poggiani, queintegrou a equipe do projeto.

    Poggiani destaca ainda que a barreira de

    eucaliptos poderia ser uma alternativa ainda

    mais efetiva para a conservao de fragmen-

    tos florestais imersos em paisagem onde

    predomina o cultivo de cana-de-acar, j

    que o processo de colheita desta cultura

    ainda mais agressivo, principalmente devido

    ao efeito deletrio das queimadas sobre

    a vegetao da borda do fragmento. Em

    razo disso, inmeras rvores e a prpria

    vegetao do sub-bosque sofrem danos

    irreparveis, sendo que a abertura do dossel

    provoca o aquecimento do solo, bem como

    forte reduo da umidade, o que impede a

    sobrevivncias das mudas.

    As concluses desse experimento foram

    compiladas no artigo Eficcia de barreira

    de eucaliptos na conteno do efeito de

    borda em fragmento de floresta subtropical

    no estado de So Paulo, publicado na

    edio n 86 da Revista Scientia Forestalis,

    do IPEF, que pode ser acessada no ende-reo http://www.ipef.br/publicacoes/

    scientia/nr86.asp.

    O projeto foi desenvolvido como disser-

    tao de mestrado do aluno do Programa de

    Ps-Graduao Interunidades em Ecologia

    Aplicada da Esalq-Cena, Mrcio Irias do

    Nascimento, orientado pelo professor

    Fbio Poggiani, do Departamento de Ci-

    ncias Florestais (LCF/Esalq). Teve tambm

    a colaborao dos pesquisadores Giselda

    Durigan (Instituto Florestal do Estado de

    So Paulo), Antnio Francisco Iemma,(professor titular aposentado da Esalq) e

    Demstenes Ferreira da Silva Filho (LCF/

    Esalq). Um grande incentivo foi dado pela

    Dra. Maria Jos de Brito Zakia, na poca

    consultora socioambiental da VCP, que

    proporcionou o apoio logstico necessrio

    para a execuo das atividades de campo.

    Fragmento forestal sem barreira ( esquerda) e com barreira ( direita), na Fibria - Unidade Capo Bonito.

    Fauna no IPEF MA em dezembro de 2010

  • 7/25/2019 Informativo - IPEF Notcias - Dezembro/2010

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    IPEF Notcias - Novembro/Dezembro de 2010

    Notcias

    Publicao do Instituto

    de Pesquisas e Estudos

    Florestais IPEF,

    em parceria com o

    Departamento de Cincias

    Florestais da Escola Superior

    de Agricultura Luiz de

    Queiroz.

    Instituto de Pesquisas eEstudos Florestais - IPEFPresidente

    Armando Jos Storni SantiagoVice-Presidente

    Germano Aguiar VieiraDiretor Executivo

    Luiz Ernesto George BarricheloVice-Diretor Executivo

    Walter de Paula Lima

    Departamento de

    Cincias FlorestaisChefe

    Jos Leonardo de Moraes Gonalves

    Vice-Chefe

    Paulo Yoshio Kageyama

    IPEF NotciasCoordenao

    Luiz Ernesto George BarricheloDiagramao e Projeto Grfco

    Luiz Erivelto de Oliveira JniorEstagiria de Jornalismo

    ngela Cndida Pereira da Silva

    ContatosCaixa Postal 530 - CEP 13400-970Piracicaba, SP, BrasilFone: +55 (19) 2105-8672Fax: +55 (19) 2105-8666E-mail: [email protected]/publicacoes/

    Tiragem:4000 exemplaresGrfca: Editora Riopedrense

    Distribuio gratuita.Reproduo permitida desde que

    citada a fonte.

    Fim de ano... hora de balano.

    No linguajar popular, o IPEF encerra o ano de 2010 com chave de ouro: realidades

    so renovadas, outras so substitudas. A exemplo de um ser vivo, refora os pontos

    positivos e procura corrigir os pontos negativos.

    A razo maior de ser do IPEF, temos repetido exausto, so os programas

    cooperativos, atualmente em nmero de 14, sendo que dois foram lanados em 2010.

    Encerram o ano com resultados desde excelentes at razoveis. Para 2011 alguns sero

    desativados, como por exemplo, o de Parcelas Gmeas. Outros sero continuados

    sob nova roupagem como o BEPP (Programa de Produtividade Potencial de Eucalyptus

    no Brasil) que se transmuta no TECHS (Programa Tolerncia de EucalyptusClonais

    aos Estresses Hdrico e Trmico). Outros, ainda, se renem em torno de um novo,

    denominado Programa Cooperativo de Melhoramento Florestal. Pela diversidade dos

    temas, amplitude dos enfoques e objetivos, todas as 24 associadas esto envolvidas,

    umas mais outras menos, alm de algumas no-associadas especialmente convidadas.

    Alm das tradicionais metas alcanadas pelos programas cooperativos, neste ano foram

    promovidas duas viagens tcnicas internacionais, ambas com excelente adeso deassociadas, conforme j divulgado por este IPEF Notcias.

    O quadro associativo passou para 24 com a admisso de duas novas empresas: Montes

    del Plata (Uruguai) e CMPC-Celulose Riograndense. A contribuio das associadas

    para com este peridico tem sido crescente ocupando praticamente 50 por cento das

    pginas das diferentes edies. Com isso fica claro que o IPEF deve ser, cada vez mais,

    de um lado visto como gerenciador e catalisador de pesquisas, e, por outro lado, como

    a somatria de suas associadas.

    Voltando ao linguajar popular, outra expresso comumente usada jias da coroa.

    Sem dvida alguma e sem demrito a outras aes, destacam-se o IPEF 2020, a

    Unidade Monte Alegre e o PPGF.

    IPEF 2020 a sigla do Programa Estratgico para a Dcada de 2010-2020 lanadono incio do ano e que est norteando as aes do IPEF dentro de sete objetivos,a saber: Contribuir para a evoluo e sustentabilidade da produo das florestasplantadas; Contribuir para o planejamento sustentvel da expanso das florestasplantadas; Fortalecer a utilizao dos conceitos e indicadores scio-ambientais nasflorestas plantadas; Gerar conhecimento sobre florestas plantadas e seus produtospara usos especficos e mltiplos; Transferir tecnologia florestal apropriada aoprodutor rural; Expandir o conhecimento da Instituio por meio da realizao deparcerias com outras organizaes; e Contribuir para a melhoria da capacitao dosprofissionais que atual na rea florestal.

    A Unidade Monte Alegre representa as novas instalaes do Setor de Sementes e

    Mudas que permitir a expanso da disponibilidade de sementes de eucalipto e deessncias nativas. O viveiro de mudas de eucalipto, em incio de funcionamento,concentra seus trabalhos na produo dos denominados baby-clones, ou seja,estacas enraizadas e comercializadas com 40 a 60 dias. Os principais clientes so,prioritariamente, viveiros de tradicionais compradores de sementes que migrarampara a produo de mudas clonais.

    PPGF significa Programa de Preparao de Gestores Florestais e a mais importante

    traduo do Objetivo Estratgico 7 do IPEF quando se preocupa com a capacitao

    do recurso humano envolvido na atividade florestal. A proposta bsica do Programa

    aproximar engenheiros florestais recm-formados de professores, pesquisadores

    e profissionais com grande experincia que atuam em empresas do setor florestal.

    Apoiado por 12 empresas florestais e oferecido para 20 engenheiros formados neste

    ano de 2010 e provenientes de 9 escolas de Engenharia Florestal do Brasil tem seu incioprogramado para o dia 17 de janeiro devendo se estender at o dia 3 de maro de 2011.

    Na oportunidade sero inauguradas as novas instalaes da Unidade Monte Alegre.

    Luiz Ernesto George Barrichelo

    Diretor Executivo

    EXPEDIENTE