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Informativo ero 1 | Abril de 2012 | Botucatu/SP Realizaçã o: Financiamento: [email protected] Apoio: Prefeitura Municipal de Botucatu Subsecretaria de Agricultura Extensão Rural Agroecológica no âmbito da Articulação Paulista de Agroecologia: unidades de referência, formação de formador, redes de apoio técnico e de consumo e mecanismos participativos de garantia da qualidade orgânica Sabemos que a crise ambiental e social em que vivemos é fruto, entre outros fatores, do uso do conhecimento científico no favorecimento de indústrias químicas e de tecnologia. Os agrotóxicos, o desmatamento, a emissão de gases poluentes decorre, em certa medida, do desenvolvimento e aplicação de tecnologias difundidas dentro das universidades e centros de pesquisa. O crescente número de famintos e os desequilíbrios ambientais poderiam ser evitados caso houvesse o entendimento das universidades, centros de pesquisa, assistência técnica e extensão rural da importância de se trabalhar a natureza a favor da produção agrícola e não como algo que se deve combater, controlar e adaptar. Um processo que tornou as o processo de produção agropecuário dependente de insumos químicos e de maquinário pesado, que contribuiu para expulsar do campo a grande maioria dos agricultores familiares. As consequências ambientais da RV foram ainda mais contundentes; enormes quantidades de água e do solo foram contaminadas, houve uma perda incalculável de biodiversidade e imensas áreas de florestas e biomas naturais destruídos. Atribui-se ainda à RV as migrações populacionais aos grandes centros e a crescente violência das cidades. Tal “modernização” promoveu um aumento na produção agrícola brasileira, a ponto de tornar o Brasil, na década de setenta do século passado, em um grande exportador de grãos. Por outro lado, a adoção de tais políticas resultou na intensificação do êxodo rural e no empobrecimento das famílias agricultoras que resistiram neste processo. Verifica-se ainda, uma linha decrescente na produtividade, sinal da exaustão de solos quimificados por monocultivos intensivos. O Instituto Giramundo Mutuando vem desenvolvendo, desde julho de 2001, trabalho participativo de formação da identidade do profissional de Extensão Rural Agroecológica junto a estudantes das Ciências Agrárias da Universidade Estadual Paulista – UNESP de Botucatu, entre outras universidades. A partir de 2004 o Instituto vem se dedicando ao desenvolvimento do Programa de Extensão Rural Agroecológica de Botucatu e Região – PROGERA. Este Programa tem como objetivo fundamental desenvolver e empoderar a Agricultura Familiar na região de Botucatu, com base nos princípios da Agroecologia e das Metodologias Participativas, criando Este projeto visa promover, a diversificação da produção, a organização para a comercialização, a participação das famílias agricultoras junto a mecanismos participativos de garantia da qualidade orgânica, o envolvimento de organizações em redes de apoio técnico e de consumo e promover o intercâmbio destas experiências com outras famílias agricultoras visando fomentar o uso de tecnologias de produção, beneficiamento e comercialização adaptadas à agricultura familiar. Com relação à abrangência desse Projeto, ele se da nos municípios de Botucatu, Embu e Itapeva, respectivamente nos territórios da Baixada Serrana, zona rural próxima a áreas urbanas e no Assentamento Rural Pirituba II. Irá atuar no âmbito da região sudeste brasileira, por meio do Intercâmbio entre organizações de apoio técnico e universidades vinculados à Articulação Paulista de Agroecologia Atividades de planejamento de Sistema Agroflorestal com participação de agricultores, técnicos e estudantes na propriedade da família Mira

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InformativoNúmero 1 | Abril de 2012 | Botucatu/SP

Realização:

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[email protected]

Apoio:

Prefeitura Municipal de BotucatuSubsecretaria de Agricultura

Extensão Rural Agroecológica no âmbito da Articulação Paulista de Agroecologia: unidades de referência, formação de formador, redes de

apoio técnico e de consumo e mecanismos participativos de garantia da qualidade orgânica

Sabemos que a crise ambiental e social em que vivemos é fruto, entre outros fatores, do uso do conhecimento científico no favorecimento de indústrias químicas e de tecnologia. Os agrotóxicos, o desmatamento, a emissão de gases poluentes decorre, em certa medida, do desenvolvimento e aplicação de tecnologias difundidas dentro das universidades e centros de pesquisa. O crescente número de famintos e os desequilíbrios ambientais poderiam ser evitados caso houvesse o entendimento das universidades, centros de pesquisa, assistência técnica e extensão rural da importância de se trabalhar a natureza a favor da produção agrícola e não como algo que se deve combater, controlar e adaptar.

Um processo que tornou as o processo de produção agropecuário dependente de insumos químicos e de maquinário pesado, que contribuiu para expulsar do campo a grande maioria dos agricultores familiares. As consequências ambientais da RV foram ainda mais contundentes; enormes quantidades de água e do solo foram contaminadas, houve uma perda incalculável de biodiversidade e imensas áreas de florestas e biomas naturais destruídos. Atribui-se ainda à RV as migrações populacionais aos grandes centros e a crescente violência das cidades.

Tal “modernização” promoveu um aumento na produção agrícola brasileira, a ponto de tornar o Brasil, na década de setenta do século passado, em um grande exportador de grãos. Por outro lado, a adoção de tais políticas resultou na intensificação do êxodo rural e no empobrecimento das famílias agricultoras que resistiram neste processo. Verifica-se ainda, uma linha decrescente na produtividade, sinal da exaustão de solos quimificados por monocultivos intensivos.  O Instituto Giramundo Mutuando vem desenvolvendo, desde julho de 2001, trabalho participativo de formação da identidade do profissional de Extensão Rural Agroecológica junto a estudantes das Ciências Agrárias da Universidade Estadual Paulista – UNESP de Botucatu, entre outras universidades.A partir de 2004 o Instituto vem se dedicando ao desenvolvimento do Programa de Extensão Rural Agroecológica de Botucatu e Região – PROGERA. Este Programa tem como objetivo fundamental desenvolver e empoderar a Agricultura Familiar na região de Botucatu, com base nos princípios da Agroecologia e das Metodologias Participativas, criando condições que favoreçam a recuperação ambiental de áreas degradadas e a Transição Agroecológica em pequenas propriedades da região.

 

Este projeto visa promover, a diversificação da produção, a organização para a

comercialização, a participação das famílias agricultoras junto a mecanismos participativos

de garantia da qualidade orgânica, o envolvimento de organizações em redes de apoio técnico e de consumo e promover o

intercâmbio destas experiências com outras famílias agricultoras visando fomentar o uso

de tecnologias de produção, beneficiamento e comercialização adaptadas à agricultura

familiar. Com relação à abrangência desse Projeto, ele se da nos municípios de Botucatu, Embu e Itapeva, respectivamente nos territórios da Baixada Serrana, zona rural próxima a áreas urbanas e no Assentamento Rural Pirituba II. Irá atuar no âmbito da região sudeste brasileira, por meio do Intercâmbio entre organizações de apoio técnico e universidades vinculados à Articulação Paulista de Agroecologia

Atividades de planejamento de Sistema Agroflorestal com participação de agricultores, técnicos e estudantes na propriedade da família Mira

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Algumas atividades desenvolvidas:

DiagnósticosPara a identificação dos problemas e potenciais relativos às propriedades envolvidas para melhoria da produção a fim de que se tornem referências a outros agricultores como na Feira organizada pela sociedade civil Sociedade Ecológica Amigos do Embu.

Formações

Atividades de formação que respondam às demandas identificadas para as famílias agricultoras envolvidas ampliando a participação para outras famílias da mesma região e realizar atividade de formação de formadores em Tecnologias de base ecológica; Monitoramento com indicadores de sustentabilidade a partir dos princípios da Economia Ecológica; Mecanismos participativos de garantia da qualidade orgânica e Agroindustria-lização familiar.

O Projeto visa promover, com o auxílio das metodologias participativas, a diversificação da produção, a organização para a comercialização, a participação das famílias agricultoras junto a mecanismos participativos de garantia da qualidade orgânica, o envolvimento de organizações em redes de apoio técnico e de consumo e, principalmente, promover o intercâmbio destas experiências com outras famílias agricultoras visando fomentar o uso de tecnologias de produção e comercialização adaptadas à agricultura familiar.

Eventos – Fórum de Agroecologia

Aconteceu entre os dias 9 a 11 de Novembro, o II Fórum Paulista de Agroecologia e o VI Encontro da Articulação Paulista de Agroecologia (APA), na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus de Sorocaba com a meta de divulgar e ampliar a importância do uso de tecnologias de base ecológica na produção agropecuária, os mecanismos de conformidade orgânica, os indicadores de sustentabilidade, a diversificação e organização para a comercialização e os princípios da PNATER junto às Universidade e centros de pesquisa a fim de fortalecer a formação de novos profissionais bem como aproximar a pesquisa formal das unidades de referência.

Intercambio Coletivo de mulheresna empresa Centroflora em Botucatu

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