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SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SANEAMENTO Filiado: Edição nº 101 - Setembro/Outubro de 2013 - Distribuição Gratuita Site: www.saemac.com.br O NOVO (E POLÊMICO) ACORDO DE ACIONISTAS DA SANEPAR A gente bem que tentou, mas não deu para impedir que o governador Beto Richa assinasse o novo acordo de acionistas da Companhia, com validade até 2021. Preparamos uma reportagem para que você conhe- ça melhor o que este acordo pode representar aos saneparianos e à população paranaense e entenda os pontos divergentes, que abrem brecha para a futura privatização da Sanepar. Diga não à terceirização! A atuação jurídica do seu sindicato! Depois de vários anos na justiça, algumas ações estão prestes a se- rem vencidas! Ah, e é preciso ficar de olho bem aberto nos advoga- dos desconhecidos... Você sabe o que acontece a sua volta, sanepariano? Condições precárias na USTI, ad- vertências em Cascavel, horário diferenciado em Toledo, escala 6x4 em Matinhos. O que rola na Sanepar a gente te conta! Pág. 10 Pág. 8 Pág. 4 É a participação ativa que nos faz crescer... As opiniões vêm de diferentes esferas da sociedade, mas todas concordam em uma coisa: o projeto de lei 4.330/04 da terceirização é um atentado aos direitos trabalhistas. O Saemac, mais do que nunca, ergue a bandeira contra a aprovação de tal projeto e, em uma matéria especial, demonstra os motivos para isso. Leia mais nas págs. 2 e 3 Reunião em São Paulo, encontro internacional em Brasília, confe- rência em Foz do Iguaçu e evento em Goiás. As participações do Sa- emac só crescem! Leia mais nas págs. 6 e 7

Informativo Saemac - Nº 101 - Setembro/Outubro de 2013

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Informativo oficial do Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento (Saemac), que representa os trabalhadores da Sanepar.

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SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SANEAMENTO

Filiado:

Edição nº 101 - Setembro/Outubro de 2013 - Distribuição Gratuita

Site: www.saemac.com.br

O NOVO (E POLÊMICO) ACORDO DE ACIONISTAS DA SANEPARA gente bem que tentou, mas não deu para impedir que o governador Beto Richa assinasse o novo acordo de acionistas da Companhia, com validade até 2021. Preparamos uma reportagem para que você conhe-ça melhor o que este acordo pode representar aos saneparianos e à população paranaense e entenda os pontos divergentes, que abrem brecha para a futura privatização da Sanepar.

Diga não à terceirização!

A atuação jurídica do seu sindicato!

Depois de vários anos na justiça, algumas ações estão prestes a se-rem vencidas! Ah, e é preciso ficar de olho bem aberto nos advoga-dos desconhecidos...

Você sabe o que acontece a sua volta, sanepariano?

Condições precárias na USTI, ad-vertências em Cascavel, horário diferenciado em Toledo, escala 6x4 em Matinhos. O que rola na Sanepar a gente te conta!

Pág. 10Pág. 8Pág. 4

É a participação ativaque nos faz crescer...

As opiniões vêm de diferentes esferas da sociedade, mas todas concordam em uma coisa: o projeto de lei 4.330/04 da terceirização é um atentado aos direitos trabalhistas. O Saemac, mais do que nunca, ergue a bandeira contra a aprovação de tal projeto e, em uma matéria especial, demonstra os motivos para isso.

Leia mais nas págs. 2 e 3

Reunião em São Paulo, encontro internacional em Brasília, confe-rência em Foz do Iguaçu e evento em Goiás. As participações do Sa-emac só crescem!

Leia mais nas págs. 6 e 7

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As opiniões são unânimes: o projeto de lei da terceirização só tem um lado, e ele é bem ruim!

Trabalhadores, representantes sindicais, deputados, advogados, magistrados ou ministros. Independente do cargo que ocupam, todos eles concordam que o Projeto de Lei 4.330/2004, que pretende regulamentar a terceirização no país é precarizante e trará apenas malefícios à sociedade. Para o advogado e diretor para Assuntos Legislativos da Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas (ALAL) Dr. Maximiliano Nagl Garcez, há inúmeras inconstitucionalidades neste projeto de lei. “O PL 4.330/2004 fere o princípio da igualdade, contido no artigo 5º da Consti-tuição Federal, já que prevê ao trabalhador terceirizado uma condição de segunda classe, sem igualdade de direitos com os contratados diretamente. Ao tratar o ter-ceirizado como mera mercadoria, sem igualdade e sem proteções, o PL viola tam-bém os princípios do valor social do trabalho e dignidade da pessoa humana e, portanto, é inconstitucional. Há ainda a questão da possibilidade de terceirização de toda atividade empresarial. Uma empresa, por conseguinte, não precisaria mais ter funcionários e poderia terceirizar toda sua força de trabalho. Sem falar que o PL é claramente antissindical, pois viola o artigo 8º da Constituição e, na prática, significa que o empregador escolherá quais sindicatos representarão seus trabalhadores, em clara violação à liberdade sindical”, pontua.

Até mesmo a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), entidade que representa mais de 3.500 juízes do Trabalho do Brasil, divulgou uma carta aberta em que se posiciona contra o projeto de lei. No texto, assinado pelo presidente da associação Paulo Luiz Schmidt, “a Anamatra vem a público concla-mar os partidos políticos e parlamentares comprometidos com os direitos sociais a rejeitarem integralmente o Projeto de Lei nº 4.330/2004, que dispõe sobre o contrato de prestação de serviço a terceiros e as relações de trabalho dele decorrentes. O referido PL, a pretexto de regulamentar a terceirização no Brasil, na verdade expande essa prática ruinosa e precarizante para todas as atividades econômicas, com risco de causar sérios danos aos trabalhadores brasileiros. Entre os problemas do projeto estão a liberação da prática na atividade-fim da empresa, bem como a ausência da responsabilidade solidária do empregador de forma efetiva. A terceirização constitui manobra econômica destinada a reduzir custos pelo rebaixamento de salários e de encargos sociais que têm trazido uma elevada conta para o país, inclusive no que se refere aos acidentes de trabalho”.

Outro documento, desta vez assinado por 19 dos 26 ministros do Tribunal Supe-rior do Trabalho também condena o PL da terceirização. Os ministros da corte afir-mam que “o PL autoriza a generalização plena e irrefreável da terceirização e negli-gencia e abondona os limites à terceirização já sedimentados no Direito brasileiro. A diretriz acolhida pelo PL nº 4.330/2004, ao permitir a generalização da terceirização para toda a economia e a sociedade, certamente provocará gravíssima lesão social

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TERCEIRIzAçãO

DIRETORIA EXECUTIVA

Gerti José NunesDir. Presidente - Cascavel

Joaquim Alves dos SantosDir. Financeiro - Cascavel

Anibaldo KlaisDir. Administrativo - Terra Roxa

Alvair Santa RosaDir. Divulgação e Imprensa - Curitiba

José Maria Amaral AlvesDir. Formação Sindical - Guarapuava

Josiane de OliveiraDir. Saúde e Seg. no Trabalho - Ponta Grossa

Luis Carlos Ferreira de LimaSecretário Geral - Cascavel

CONSELHO FISCAL EFETIVO

Aloísio Pinto Leal - Guaíra Juvelino Rabelo - Guaraniaçu

Lorival Quadros da Silva - Quedas do Iguaçu

SUPLENTES

Eloisa Aparecida Pereira Borges - MatelândiaCelso Narcisio Cosma - ClevelândiaCilmar Cezar de Oliveira - Cascavel

DIRETORIA REGIONAL

Osmar Daneluz - Dois VizinhosPedro Luiz Silva de Moraes - Telêmaco Borba

Romeu Cruzeta - Campo LargoVilson Fergs - Foz do IguaçuÁlvaro Lima Pinto - Curitiba

Jair Expedito Bozi - Pato BrancoCeslau Elias Makovski - Curitiba

José Pires - Curitiba Fernando Martins dos Santos Neto - Curitiba

Davi Teles Carlos - MatinhosDjair Alaor da Silva - Curitiba

Danilo José da Silva - União da VitóriaRomerito Faria dos Santos - Cascavel

REPRESENTANTES REGIONAIS

Álvaro José Rechetelo - Rio NegroMárcio Luis Engelmann - Guaíra

Luiz Fernando de Moraes - CascavelRafael Canavarro Celestino - Piraí do Sul

Carlos Denis Ferreira - IratiGeraldo Luiz Mikowski - Ponta Grossa

Cláudio da Silva Rocha - CascavelJosé de Oliveira Martins - PitangaJulio Donizete Parizotto - Curitiba

Antonio de Moura - GuaíraDiego dos Santos - Curitiba

Mauri Dorigoni - Laranjeiras do SulValdir Valmórbida - Pato Branco

Sérgio Roberto P. da Silva - Assis Chateaubriand

DELEGADO A FEDERAÇÃO E CONFEDERAÇÃOJosé Maria Amaral Alves - Guarapuava

SUPLENTE - Gerti José Nunes - Cascavel

Nathália Trofino Sartorato Jornalista responsável

Kimberly Fernanda da RosaJornalista auxiliar

Rua Mobral, 464 - Jd. Maria Luíza Cascavel-PR - CEP: 85819-505

Fone (45) 3223-5161 / Fax: (45) 3224-5264 0800-600-5161 / Curitiba: (41) 3333-5719

E-mail: [email protected]

O Informativo SAEMAC é órgão oficial de divulgação do Sindicato dos

Trabalhadores na Captação, Purificação, Tratamento e Distribuição de Água e Captação e Tratamento e Serviços em Esgoto e Meio Ambiente de Cascavel e Regiões Oeste e Sudoeste do Paraná.

Edição nº 101 - Setembro/Outubro 2013

Audiência pública sobre o projeto da terceirização realizada dia 16 de setembro na ALEP.

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de direitos trabalhistas e previdenciários no País. Nesse sentido, o Projeto de Lei esvazia o conceito de categoria, permitindo trans-formar a grande maioria de trabalhadores simplesmente em ‘prestadores de servi-ços’”. O texto continua dizendo que haverá um “rebaixamento dramático da remunera-ção contratual de milhões de concidadãos” e que “o aprofundamento da terceirização trabalhista provocará sobrecarga ao Siste-ma Único de Saúde (SUS)” uma vez que “os trabalhadores terceirizados são vítimas de acidentes do trabalho e doenças ocupa-cionais em proporção muito superior aos empregados efetivos das empresas toma-doras de serviços”. Não bastassem todas essas opiniões contrárias, o Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho (Coleprecor) se ma-nifestou apoiando na íntegra o documento assinado pelos ministros do TST; e alguns partidos políticos não se omitiram de opinar a respeito. A bancada do PT na Câmara dos Deputados decidiu, de maneira unâ-nime, votar contra o PL. Outro partido que também já se posicionou contra o projeto é o PSB. Ouvimos também os saneparia-nos e eles foram enfáticos ao se posicionar de forma contrária ao PL. O Cláudio da Silva Rocha, da USPOSO de Cascavel, acredita que “o projeto visa acabar com a contra-tação de funcionários via concurso público e abre espaço para empreiteiras que são ‘parceiras’ de políticos, como o deputado Sandro Mabel, e que sabemos que irão desviar boa parte do faturamento para fins que não condizem com o interesse público, ou seja, é um absurdo”.

As opiniões são unânimes: o projeto de lei da terceirização só tem um lado, e ele é bem ruim!

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SAEMAC PARTICIPA DE AUDIÊNCIA PúbLICA SObRE PL 4.330/04

O Projeto de Lei 4.330/04, que trata da terceirização da mão de obra, foi tema de uma audiência pública realizada no dia 16 de setembro no plenário da Assem-bleia Legislativa do Paraná (ALEP). A iniciativa foi do vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado André Vargas (PT), e do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Veneri (PT), que convidaram o coordenador da bancada federal do Paraná, deputado Marcelo Al-meida (PMDB), para participar do debate, porém ele não compareceu. O presidente do Saemac, Gerti José Nunes, esteve presente para representar a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). Outras centrais sindicais também estiveram lá, como a União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical. De autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), o projeto tramita há nove anos. Um dos pontos polêmicos é a terceirização das atividades-fim, que será legalizada caso o projeto vire lei. “O objetivo desta audiência é debater o projeto que é apresentado como uma proposta de regulamentação da situação dos traba-lhos terceirizados, mas que abre caminho para a terceirização generalizada que vai canibalizar o mercado de trabalho”, afirmou o deputado André Vargas. “Qualquer trabalhador poderá ser demitido e subcontratado por outra empresa, só que em con-dições inferiores, salário menor e jornada maior”, afirmou o deputado Tadeu Veneri. O deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR) qualificou a proposta como “pi-caretagem” contra o 13º salário, contra o fundo de garantia, o auxílio-doença, a apo-sentadoria e outras garantias trabalhistas consolidadas pela Constituição de 1988. Mas observou que não são todas as empresas que apoiam as restrições previstas pelo projeto, que mira, a seu ver, o desejo de uma minoria dissociada dos interesses da coletividade.

Fotos: Sandro Nascimento (ALEP) e NCST-PR

Colaboração: Nova Central Sindical de Trabalhadores do Paraná

OPINIãO: DENILSON PESTANA - PRESIDENTE DA NCST-PR

A oposição ao PL 4.330/04 é uma das atuais bandeiras de luta da Nova Central Sin-dical de Trabalhadores (NCST). Tal regulação da terceirização vem acompanhada de precarização das relações trabalhistas, superexploração do trabalhador, enfraqueci-mento das relações sindicais e desregulamentação de direitos hoje garantidos pela CLT. Segundo estudo do Dieese, 25% do mercado formal de trabalho é terceirizado, com jornadas de trabalho de três horas a mais semanalmente, salários em média 27% menores, rotatividade dobrada, com o trabalhador ficando 2,6 anos a menos no emprego, e índices alarmantes de acidentes e adoecimento. Com minúsculas alte-rações, em sua maioria referendando a posição patronal, o deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA) entregou seu parecer e substitutivo ao PL, permanecendo pratica-mente inalteradas as posições que acentuam a precarização e a degradação contí-nua. É hora de trabalhadores, sindicatos e centrais sindicais atuarem politicamente, nas ruas, nos gabinetes e nos plenários, argumentando junto aos parlamentares para que votem contra esse projeto que desmerece históricas conquistas trabalhis-tas. O momento é de fiscalização diante desse cenário. É imprescindível uma grande e firme mobilização, motivo pelo qual a NCST sugere que todos os seus filiados façam gestões junto aos parlamentares, evitando assim mais um flagrante ataque aos já fragilizados direitos dos trabalhadores.

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é bOM SAbER...

Edição nº 101 - Setembro/Outubro 2013

SANEPARIANOS APROVAM VOTO AbERTO

No dia 03 de agosto, o Saemac rea-lizou uma Assembleia Geral Extraordi-nária com a presença de 23 associados do Sindicato, em Foz do Iguaçu. Entre os itens tratados na reunião estava a pro-posta referente ao sistema de votação que vinha sendo utilizado nas sessões de assembleia realizadas pelo Saemac com os empregados da Sanepar, por ocasião de apreciação, análise e deli-beração das propostas apresentadas pela empresa como Acordos Coletivos de Trabalho e outros assuntos do gêne-ro. De acordo com o presidente do Sa-emac, Gerti José Nunes, a convocação dessa assembleia foi em virtude de re-clamações e exigências por parte de alguns associados que entendem que as votações devem ser secretas, en-quanto a maioria entende que deverão ser abertas, ou seja, por aclamação. A exceção é Curitiba quando incluir a Re-gião Metropolitana e for uma única as-sembleia, que costuma reunir cerca de mil pessoas. Após debates, opiniões e sugestões, foi colocada em votação a proposta na qual ficou decidido pelo voto aberto. Dos associados presentes apenas um votou pela votação secre-ta. Os demais saneparianos entendem que o sindicato deve continuar realizan-do as votações pelo sistema de voto por aclamação.

Os trabalhadores da USTI estão assustados!Alagamento, princípio de incêndio, salas interditadas... Infelizmente, essa

é uma realidade na Sanepar. Recebemos uma denúncia de que os traba-lhadores da Unidade de Tecnologia da Informação (USTI) de Curitiba estão sofrendo com os problemas estruturais do local. Numa noite de domingo, um sanepariano chegou para trabalhar e percebeu que um incêndio es-tava começando em uma das salas. Prontamente, acionou os bombeiros e tudo foi controlado. O incidente aconteceu na sala da Redes e, por sorte, não havia ninguém no local, já que a tragédia estava ‘anunciada’ há muito tempo. De acordo com informações apuradas pelo Saemac, os alagamen-tos na sala eram frequentes porque existem frestas onde foi instalado o ar--condicionado e, dependendo da força e direção da chuva, a sala fica toda molhada. O pior é que bem embaixo do ar-condicionado fica um estabiliza-dor de tensão que vive com mau contato. Pode ter começado aí o incêndio. A empresa interditou a sala e afirmou que está fazendo uma avaliação da estrutura do prédio, mas não há como saber quanto tempo isto vai levar. En-quanto isso, 11 saneparianos estão trabalhando de forma improvisada em outras salas menores que agora dividem a equipe, acostumada a trabalhar toda junta, já que essa integração faz parte do trabalho. Sem contar que eles estão sem o laboratório, o que impossibilita que alguns testes sejam reali-zados, precarizando todo o serviço. Estamos de olho e vamos acompanhar este caso para que tudo se resolva no menor prazo possível!

Tem coisa errada acontecendo no Oeste do Paraná!Os saneparianos do oeste do Paraná estão sofrendo na mão de alguns

gerentes e coordenadores. Em Cascavel, um funcionário foi advertido pelo simples fato de ter ajudado um colega de trabalho, acredita? Na ausência do monitor que foi indicado para acompanhar os leituristas, um colega re-solveu auxiliar o outro no roteiro e isso bastou para que levasse uma adver-tência verbal com ameaça de carta de advertência por escrito se a situação se repetir. É mole? Agora o sanepariano é punido por ser solidário! Já em Toledo, parece que a equipe de esgoto está trabalhando em horário diferen-ciado, o que simplesmente não poderia acontecer porque não foi assinado nenhum termo entre o sindicato e a Sanepar instituindo esse novo horário de trabalho. Outro caso lastimável aconteceu em Guaíra. Recebemos via e-mail denúncias de um sanepariano que conta que foi vítima de grosseria e desrespeito por parte do gerente, que o teria chamado de ‘imprestável’, entre outras coisas. O mesmo gerente também teria ofendido outro funcio-nário, gritando com ele na frente de várias pessoas. Depois disso, ainda determinou que o sanepariano adentrasse em um espaço confinado para retirar a areia do fundo daquele espaço utilizando apenas um balde, de forma totalmente manual! Com isso ele expôs o trabalhador a risco grave de saúde e, porque não, de vida! Diante de tantos absurdos, já solicitamos à empresa que tome as devidas providências e continuaremos com nossos ‘informantes’ sempre atentos. E não esqueça trabalhador: não arrisque sua vida! Denuncie os abusos e maus comportamentos gerenciais!

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Está aprovada a implantação da escala

6x4 em Matinhos!Em Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 26

de agosto, os trabalhadores de Matinhos aprovaram por unanimidade a proposta da escala 6x4 - com seis dias de trabalho e quatro de descanso. O Saemac já encaminhou a ata da assembleia e um ofício para a diretoria da Sane-par no dia 28 de agosto. A nossa parte está feita! Agora só depende da empresa a implantação da escala.

A Sanepar também fará um levantamento em União da Vitória para que, em breve, seja possível implantar a es-cala nesta cidade também. Lembrando que esse regime de escala é somente para operadores.

Atualmente, existem mais de 200 municípios onde se poderia implantar a escala 6x4, mas tudo fica emperrado no setor de Recursos Humanos da Sanepar, que é quem deveria agilizar o processo.

QUANDO é QUE O hORáRIO fLEXíVEL VAI SAIR DO PAPEL?

No ACT 2012-2013 é a cláusula décima pri-meira. No ACT 2013-2014 é a cláusula sétima. O texto, que permaneceu sem alterações nos dois acordos citados, garante a instituição do horário móvel (ou flexível, como alguns cha-mam). Vejamos exatamente o que ele diz:

“Fica acordado que a empresa poderá instituir horário móvel de trabalho para as unidades ou setores em que entenda ser necessária a sua aplicação, nos seguintes moldes: Destina-se a todos os colaboradores efetivos da Compa-nhia, exceto aqueles que trabalham em regi-me de escalas ou em horários que por nature-za da atividade não admitam tal flexibilidade.HORÁRIO NÚCLEO: É o espaço de tempo em que se torna obrigatória a presença dos co-laboradores, e que se estende das 09:00h às 12:00h e das 14:00h às 17:00h.FORMA DE COMPENSAÇÃO: A compensação deverá ser feita no mesmo dia laborado, ob-servando-se:Entrada permitida da manhã: 07:30 às 09:00Saída permitida da manhã: 12:00 às 13:00Entrada permitida da tarde: 13:00 às 14:00Saída permitida da tarde: 17:00 às 18:30Intervalo intrajornada mínimo: 01 (uma) hora para jornada de 08 (oito) horas e 15 minutos para jornada de 06 (seis) horas.”

Pois bem, há dois anos conquistamos o horá-rio móvel, mas nada de ele ser aplicado até agora. Por enquanto, não passa de um texto em um pedaço de papel, já que o setor de Recursos Humanos da empresa não demons-trou nenhuma boa vontade com relação à isso. Quando é que vamos sair da teoria e colocar em prática esta conquista, assegurada em acordo? Chega de enrolar os trabalhadores!

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Nas entrelinhas do novo acordo de acionistas da Sanepar

Foi tudo muito rápido! No dia 27 de agosto alguns blogs e sites de notícias divulgaram um áudio do ex--governador do Paraná e agora senador da República Roberto Requião, alertando que o governador Beto Ri-cha assinaria um documento no dia seguinte e que, tal documento, privatizaria a Sanepar. No áudio, Requião dizia enfaticamente que “o governador Beto Richa vai assinar um novo acordo entregando à este grupo (Do-minó), que detém cerca de 19% das ações da Sanepar, a diretoria econômica e financeira, privatizando a em-presa. (...) Isso que estão fazendo é um crime contra o Paraná e ninguém se revolta!”.

Naquele momento, tínhamos apenas a palavra do senador, já que ninguém ligado ao governo havia se posicionado e muito menos a imprensa havia divulga-do algo. Ficamos alertas, mas só poderíamos aguardar para ver se a tal assinatura do documento realmente se concretizaria. Dois dias depois, veio a bomba! O novo acordo de acionistas da Sanepar já estava assinado e nós nem ao menos tivemos tempo de fazer algo para impedir.

Assim que tivemos acesso ao documento, começa-mos a ficar seriamente preocupados. No artigo 2.1 di-zia o seguinte: ‘‘As partes comprometem-se a aprovar e tomar as medidas necessárias para que os órgãos sociais aprovem: a) no prazo de até sessenta dias da data da aprovação pela Assembleia Legislativa, o au-mento de seu capital social, com emissão de ações preferenciais da classe hoje existente até o limite legal, a serem subscritas pelo Estado e por ele integralizadas à vista, com crédito contra a Companhia, no valor de R$781.127.000,00 (setecentos e oitenta e um milhões, cento e vinte e sete mil reais). As partes desde já acor-dam que, como condição essencial à manifestação afirmativa e sem ressalva dos seus respectivos direitos de voto para cumprimento do disposto nesta cláusula, o valor da emissão por ação preferencial na capitaliza-ção de que ora se trata será de R$12,75 (...)”.

Em outro momento, no artigo 4.2.1 o acordo garan-

te que “dos membros do Conselho de Administração, caberá ao Estado indicar cinco titulares e seus respecti-vos suplentes, e à Sociedade (acionistas) caberá indicar três titulares e seus respectivos suplentes, observados os requisitos legais. (...) A indicação dos três membros do Conselho de Administração pela Sociedade deverá ser realizada observando-se a proporcionalidade en-tre os acionistas”. Tudo isso é preocupante. Mas, ainda havia o artigo 6.2 que fala da distribuição dos lucros. “Além do dividendo anual obrigatório, as partes com-prometem-se a aprovar, após negociação de boa fé, a distribuição, como dividendo adicional e/ou juros sobre o capital próprio, de mais 25% do lucro líquido, desde que observada a saúde financeira e o interesse público que motivou a constituição da Companhia (...)”.

Havia muitas brechas para a privatização da nossa Sanepar. Muitas cláusulas que visivelmente beneficia-riam apenas os acionistas, sem considerar os trabalha-dores e a população paranaense. Para tornar possível tudo o que foi assinado no acordo, que tem validade até o dia 04 de setembro de 2021, primeiro era neces-sário que a Assembleia Legislativa do Paraná aprovas-se o projeto de lei que autorizava o aumento de capital da Sanepar; e até mesmo a maneira como isso se deu foi muito suspeita. Os deputados queriam aprovar a to-que de caixa este aumento e utilizaram de manobras políticas para isso. O projeto seria apreciado em sessão extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça às 13h30 e, logo em sequência, já iria ao plenário para ser votado em comissão geral.

A votação estava marcada para o dia 11 de setembro e, naquela manhã, o Saemac elaborou e encaminhou via e-mail uma carta a todos os deputados estaduais alertando sobre como o acordo poderia ser lesivo e in-constitucional e, por isso, fazíamos um apelo para que os deputados não aprovassem tal aumento de capital da Sanepar. Também encaminhamos a mesma carta aos veículos de comunicação de todo o Paraná. Leia com atenção o documento na íntegra:

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Nas entrelinhas do novo acordo de acionistas da Sanepar

Um acordo lesivo a toda população do Paraná!

No dia 27 de agosto, o senhor Beto Richa, governador do es-tado do Paraná assinou com o Dominó Holdings S/A um novo acordo de acionistas da Companhia de Saneamento do Pa-raná (Sanepar) com validade até o ano de 2021. Chama aten-ção a cláusula 6.2, onde fica definido que “além do dividendo anual obrigatório, as partes se comprometem a aprovar, após negociação de boa fé, como dividendo adicional e/ou juros sobre capital próprio, de mais 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido, desde que observada a saúde financeira e o interesse público que motivou a constituição da Companhia”. O Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento (Saemac), que há 17 anos atua na luta em defesa dos direitos de mais de 50% do quadro funcional da Sanepar discorda inteiramente deste acordo. Em nosso entendimento, o Governo está incor-rendo em um ato inconstitucional. Consideramos que quando o acionista adquire um valor de ação, ele deve receber os di-videndos na proporcionalidade de suas ações. Sendo assim, porque é que o Governo está elevando em mais 25% o per-centual dos dividendos dos acionistas apenas a título de juros? Se o Grupo Dominó detém 39,71% das ações da companhia, não há o que justifique destinar 50% do lucro aos acionistas. A população paranaense não pode pagar esses juros! Aliás, não existe na Lei das Sociedades por Ações (lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976) nada que obrigue uma empresa a pagar algo além de 25% do lucro para os acionistas. Lá consta apenas o “direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício”. Além de inconstitucional, este é um acordo que atenta até mesmo contra o princípio da demo-cracia, visto que apenas uma meia dúzia de espertinhos que objetivam apenas ganhar dinheiro à custa do trabalho digno e honesto de milhares de funcionários da Companhia de Sanea-mento do Paraná será beneficiada em detrimento do restante da população, nitidamente esquecida no ato da assinatura de tal acordo. Por tudo isto, o Sindicato dos Trabalhadores no Sa-neamento (Saemac) reforça o posicionamento absolutamente contrário a essa destinação exacerbada de lucro ao Grupo Dominó Holdings S/A. Sabemos que isto será objeto de vo-tação dos nobres deputados ainda hoje (11) e, por esta razão, não custa lembrar que o Saemac está atento a tudo que acon-tece na Assembleia Legislativa do Paraná e que, no futuro, a população poderá cobrá-los com relação a este acordo.

Infelizmente, de nada adiantou o nosso pedido. Com 32 votos favoráveis e apenas 16 contrários, a proposta passou. Nosso medo de que tudo isso seja a privatiza-ção disfarçada da Sanepar é reforçado pelas declara-ções de alguns deputados como Tadeu Veneri (PT). Para ele, o novo pacto de acionistas da Sanepar vai propor-cionar ao governo do estado um “mico” de R$ 358 mi-lhões; e a conversão de parte da dívida total da Sane-par com o estado em ações irá provocar perdas. Muito disso se deve ao alto valor definido em acordo para as ações. “Ocorre que as ações da companhia estão cota-das esta semana em R$ 6,90. E o pacto estabelece que o valor delas na transferência será de R$ 12,75. Ou seja, o estado vai pagar 85% a mais pelas ações”, denunciou Veneri. “A diferença entre o que a ação vale no merca-do e o valor estipulado por uma tríade de bancos será bancada pelo contribuinte paranaense ou para quem ficar com as ações no final. É um assalto contra o esta-do”, disse o deputado.

Depois de tanta polêmica e pouca explicação, enca-minhamos ofício à Sanepar solicitando o agendamento de uma reunião para discutirmos sobre o tema, a qual se realizou no dia 16 de setembro. Os três diretores da Sanepar que estiveram presentes, incluindo o presiden-te Ghignone, foram taxativos ao afirmar que não há o risco de privatização da Companhia e que o acordo foi benéfico para a Sanepar, mesmo que fique muito claro que todos os demais sócios-acionistas saíram perden-do e apenas o Governo do Estado ganhou.

É certo que ficamos receosos com tudo isso. Afinal, o Grupo Dominó tinha R$1,2 bilhão em ações e retirou esse valor. Eles vão deixar de receber tudo isso em troca da renovação do acordo por oito anos... Pelo lucro que a empresa vem apresentando, esse dinheiro não será recuperado nunca! Mas, pelo visto, o que importa ao Grupo Dominó é a garantia de indicar três diretores... É uma coisa muito estranha! Quem abriria mão de tanto dinheiro a troco de tão pouco? Enfim, ainda há muitas perguntas que só o tempo poderá responder...

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Edição nº 101 - Setembro/Outubro 2013

AçõES jUDICIAIS

DEVE SER PAgA AINDA ESTE ANO: AçãO DA

PERICULOSIDADE DE 30%

Como se sabe, a ação da pericu-losidade de 30%, na qual pedimos que os trabalhadores em função perigosa, que recebiam adicional de periculosidade, tivessem o pa-gamento feito com base na inte-gralidade do percentual de 30%, foi ganha e estava em fase de cálculo.

Pois bem, segundo o nosso ad-vogado responsável pela ação, Dr. Roque Sebastião da Cruz, o paga-mento para aqueles empregados que têm o direito a receber ainda não saiu devido à greve dos ban-cários, que atinge todo o país.

Assim que cessar esta greve, da-remos continuidade ao processo efetuando o pagamento.

Essa foi mais uma vitória do Sae-mac, que está sempe lutando para assegurar seus direitos!

Muito tem se falado sobre uma ação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), no qual se postularia uma diferença de aproxi-madamente 80% no saldo da conta vinculada, a partir de 1999, por for-ça da utilização de um índice me-nor na base da correção.

“Não existe decisão judicial se-quer de primeira instância sobre a matéria. Existe tese da Força Sindi-cal e do Dieese no sentido de que existe diferença no saldo de FGTS a partir de 1999 no percentual de 82%. Isto porque o saldo é corrigido pela TR (Taxa Referencial de Juros) e este indexador tem tido correção menor que a atualização monetária pelo IPC ou INPC a partir de 1999 e, a partir de 2012, a TR está com cor-reção zero”, explica o advogado Dr. Roque Sebastião da Cruz.

“A tese, levantada originalmente pelas centrais sindicais, é pertinen-te, mas esbarra na dificuldade de execução, tendo em vista que os valores envolvidos a nível nacional

QUE TAL RECUPERAR AS PERDAS DO fgTS?

são astronômicos”, complementa o advogado Dr. Araripe Serpa Gomes Pereira.De acordo com as centrais sindicais, a estimativa é de que as perdas cheguem

a R$ 313 bilhões. O Saemac, preocupado com a questão, vai protocolar a petição inicial da correção em nome de todos os seus representados, sejam eles da ativa ou aposentados. “Por isso a orientação é para que os saneparianos não entrem com ação individual”, reforça Dr. Araripe.

Isso porque não se sabe ao certo o resultado final, e a ação a ser proposta pelo Saemac terá abrangência para toda a categoria. Assim, o Saemac estará responsável pela representação de todos os saneparianos de sua base.

“No caso, se a ação for julgada procedente, vamos fazer a execução de forma individual para todos os representados, sem o perigo de ter o pedido negado e a condenação em honorários de sucumbência (honorários que o vencido tem que pagar ao vencedor para que este seja reembolsado dos gastos que teve com a contratação do advogado que defendeu seus interesses no processo). Se for considerada improcedente, quem vai pagar os honorários de sucumbência será o sindicato e apenas uma vez, o que não ocorreria com milhares de ações individuais, no caso de improcedência”, esclarece Dr. Roque.

SANEPAR LEVA NOVA bORDOADA jURíDICA!Algumas decisões e orientações

da Sanepar no âmbito administra-tivo, têm sido mal conduzidas e na contramão dos interesses dos seus funcionários. Temos a convicção de que a Assessoria da Diretoria, através do Sr. Glauco, não tem esse posicionamento, mas algumas pessoas, notadamente nos setores jurídico e de RH fazem questão de criar dificuldades para vender fa-cilidades. Recentemente, o jurídico do Saemac protocolou diversos pe-didos junto ao RH da empresa, re-querendo o fornecimento de laudos técnicos e PPSs, visando facilitar os processos revisionais de aposenta-doria de inúmeros funcionários. As respostas foram negativas, e a Sa-nepar, ignorando que nem sequer era ré nos processos, negou o for-necimento, alegando simplesmen-te que não era obrigada por lei a tanto. Obrigou, com isso, o Saemac a recorrer à Justiça, mais uma vez. E a Justiça não falhou. Mandou a Sanepar fornecer os documentos, sob pena de multa de R$100 por dia pelo descumprimento. A decisão da 2ª Vara do Trabalho de Curitiba foi publicada no dia 16 de setembro e vale para 16 cidadãos que empres-taram a maior parte de sua vida à Sanepar e não tiveram o devido reconhecimento. Nossa expectativa agora é de que a Sanepar mude de rumo e que as suas atitudes admi-nistrativas, que podem simplificar a vida de seus funcionários e até mesmo melhorar sua relação com o sindicato, sejam pautadas a par-tir de agora pela simplicidade e não pela dificuldade.

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Não dá pra confiar em qualquer advogadoChegou ao nosso conhecimento

uma situação bem desagradável que está ocorrendo com aposentados e empregados da ativa da Sanepar. Três advogados desconhecidos, lá do Rio de Janeiro, estão pegando ações de revisão da aposentadoria de sa-neparianos e outras de reivindicações dos empregados da ativa. O proble-ma é que, no contrato de honorários existem alguns itens prejudiciais a esses empregados e aposentados. No ato da assinatura do contrato, por exemplo, o sanepariano é obrigado a pagar R$350, somente para que os advogados ingressem com a ação.Também consta no contrato que ‘o contratante pagará o valor de R$7 mil a título de honorários advocatícios somente em caso de sucesso na demanda da proposta’. Parece um va-lor alto, né? E é mesmo! Mas aí, se depois da assinatura o contratante desistir da ação, adivinhem o que acontece? Ele será obrigado a pagar R$7 mil, pois no contrato consta que ‘em caso de revo-gação do mandato ou-torgado ao contratado, os honorário advocatícios pac-tuados serão devidos em sua

integralidade, independentemente da fase em que se encontrem os tra-balhos prestados pelo contratado’. Entendeu? Se você tiver êxito na ação, tem que pagar R$7 mil ao advogado. Se você desistir da ação, também tem que pagar R$7 mil ao advogado!

Ainda que, no melhor cenário, você ganhe a ação, muitas vezes o valor conquistado será menor do que este que os advogados estão cobrando, como explica o Dr. Roque Sebastião da Cruz, advogado da Assessoria Ju-rídica do Saemac: “A ação de desa-posentação somente corrige os be-nefícios, ou seja, existe a desistência da aposentadoria anterior e determi-na-se uma nova aposentadoria da data do ajuizamento da ação sem o pagamento de valores atrasados. No caso, como trata de matéria pacifica-da, a tramitação vai ser bem rápida

e 90% dos aposentados terão va-lores menores que os R$7 mil

cobrados pelos advo-gados e muitos, além

de não receberem qualquer valor

atrasado, ainda terão que tirar dinheiro do bolso”. Ainda segundo o Dr. Roque, o entendimento

pela devolu-ção ou não dos

valores recebidos

como benefício desde a aposen-tadoria até a implantação do novo benefício teve a Repercussão Geral reconhecida e encontra-se pendente de julgamento pelo Supremo Tribu-nal Federal. Se o STF decidir que os valores terão que ser devolvidos, a única saída vai ser a desistência da ação visto que o valor a ser restituí-do ao INSS será grande. O problema é que esses tais advogados não vão te explicar nada disso antes da assi-natura do contrato e, se você assinar sem prestar atenção, terá que ir até o Rio de Janeiro para reclamar, pois o escritório de advocacia deles fica lá. Difícil, né? Por isso, o Saemac faz al-guns alertas:

- Nunca assine um contrato de prestação de serviços advocatícios em que o honorário seja um valor fixo. O ideal é que esteja especificado um percentual sobre o valor que você venha a ganhar;

- Prefira escritórios de advocacia com boas referências e que estejam localizados no seu município. Tanto o escritório quanto a residência dos ad-vogados precisam estar na sua cida-de, para que você tenha aonde ir em caso de dúvidas.

- O Saemac disponibiliza a Asses-soria Jurídica com profissionais exce-lentes, que conhecem a realidade da Sanepar e estão prontos para te au-xiliar. Consulte-nos antes de assinar com qualquer advogado que apare-ça na sua frente.

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EVENTOS

Edição nº 101 - Setembro/Outubro 2013

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Encontro Nacional de Homologadores

Com a finalidade de aprimorar a tarefa que cabe aos sindicatos, que é a revisão na rescisão do Contrato de Trabalho para garantir ao trabalhador a defesa dos seus direitos, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), entidade a qual o Saemac é filiado, rea-lizou entre os dias 21 e 23 de agosto, em Luziânia (GO), o Encontro Nacional de Homologadores.

Neste evento, que reuniu sindicalistas de todo o país, o Saemac esteve representado pelo diretor-regional de Matinhos, Davi Teles Carlos e pelo representante de Curi-tiba, Diego dos Santos, que conta como foi o encontro: “Pudemos conhecer um pouco mais a realidade enfrenta-da pelos trabalhadores de vários segmentos da indústria e, lamentavelmente, notar nas pesquisas e nos relatos apresentados a imensa alternação de trabalhadores em todos os tipos de empresas e as manobras realizadas por elas para não garantir nem se quer os direitos básicos desses trabalhadores”.

Ainda segundo Diego, nessa busca indiscriminada das empresas em ter elevados índices de produtividade com o mínimo de custos, os resultados são as péssimas con-dições de trabalho e os salários muito baixos, que expli-cam o resultado da pesquisa que ouviu homologadores de todas as regiões do Brasil. “A principal queixa dos tra-balhadores no momento da rescisão contratual é o sa-lário baixo, e também o fato de que é grande o número de empresas que mandam embora pessoas com mais experiência e maiores salários para contratar na mesma função pessoas mais jovens com salário menor. Diante disso, temos que continuar lutando para a melhoria cons-tante das condições de trabalho, a valorização do traba-lhador e a garantia de todos os seus direitos”, conclui.

Para Davi, o ponto alto do evento foi a troca de experiên-cia. “Alguns relatos foram verdadeiros pedidos de socorro ao poder público, relatos de abuso de poder de chefias, humilhações, assédio moral. É no instante em que o tra-balhador se desliga da empresa que o sindicato deve dar toda assistência jurídica a ele”, acredita.

O evento promovido pela CNTI aconteceu em Luziânia (GO) entre 21 e 23 de agosto

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Encontro Brasil-França promovido pela ALALNo dia 19 de agosto, foi realizado em Brasília o Encontro

Brasil-França - Solidariedade dos Urbanitários contra a Precarização, promovido pela ALAL (Associação Latino--Americana de Advogados Laboralistas). O objetivo do encontro, coordenado pelo advogado Maximiliano Nagl Garcez, era permitir a troca de experiências entre sindi-calistas franceses e brasileiros. O presidente do Saemac Gerti José Nunes esteve presente e palestrou sobre os desafios, oportunidades e ameaças que se apresentam aos urbanitários paranaenses, enfatizando a luta do Saemac contra a terceirização e também contra as tenta-tivas indiretas de privatização da Sanepar. O evento con-tou com a presença de importantes líderes urbanitários do Brasil e da França, entre eles o presidente da ALAL, Luiz Salvador e representantes da CNTI (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria), Fenatema (Fe-deração Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente), Sindenel (Sindicato dos Eletricitários de Curitiba), Sintaema-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), entre outros. O resultado foi a decisão de criar uma rede informal de sindicalistas urbanitários do Brasil e da Fran-ça, a fim de tornar permanente a troca de experiências, fortalecer a luta dos trabalhadores e, se possível, expan-dir tal grupo, incluindo urbanitários de outros países.

Reunião do Sintaema em São PauloO Saemac participou da reunião em defesa do saneamento e do meio ambiente

O Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo) se-diou no dia 20 de agosto o primeiro encontro com sindicatos do setor de saneamento de outros Estados para organizar um congresso em defesa do sanea-mento e do meio ambiente.

O presidente do Saemac, Gerti José Nunes, partici-pou da reunião juntamente com as federações Fena-tema e FNU (Federação Nacional dos Urbanitários) e ali foi demonstrada a importância de se realizar um evento que fale sobre saneamento.

4ª Conferência Estadual de Meio Ambiente

Com o objetivo de encontrar soluções para incentivar a produção e o consumo sustentável, reduzir os impactos ambientais, gerar emprego e renda e reforçar a edu-cação ambiental, foi realizada em Foz do Iguaçu nos dias 05 e 06 de setembro a 4ª Conferência Estadual do Meio Ambiente. O encontro definiu as 20 propostas do Paraná para o gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos que serão apresentadas em Brasília na Confe-rência Nacional de Meio Ambiente entre os dias 24 e 27 de outubro. O evento também elegeu os 50 delegados que vão representar o Paraná na conferência nacional: 25 deles são representantes da sociedade civil, 15 da ini-ciativa privada e dez do poder público. O Saemac esteve representado no evento pela Diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Alciléia Jakeline Félix da Silva.

Eduardo, Luciana Garcia, Naor Lima de Souza, Ricardo Borges e Alciléia Jakeline

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gALERIA DE fOTOS

O Encontro Nacional do Setor Jurídico dos Sindicatos filiados à Fenatema (Federação Nacional dos Trabalhado-res em Energia, Água e Meio Ambiente), aconteceu nos dias 18 e 19 de setembro. O objetivo do evento foi reunir todos os presidentes de sindicatos e seus respectivos advogados, para a troca de informações de aspectos legais. Dentre os temas das discussões estavam imunidades tributárias, ação do FGTS e da periculosidade.

O Saemac teve participação ativa no evento e contou com a presença do presidente do sindicato, Gerti José Nunes, do diretor de Divulgação e Imprensa, Alvair Santa Rosa e da diretora de Saúde e Segurança no Trabalho, Josiane de Oliveira. Além deles, compareceram os advogados Araripe Serpa Gomes Pereira, Emerson Deuner, Fernando Luiz Johann, Maykon Cristiano Jorge e Roque Sebastião da Cruz.

O presidente do Saemac solicitou que a federação reúna o mais breve possível os sindicatos que ainda não aderiram à ação do FGTS para uma reunião em São Paulo e destacou algumas das ações que o sindicato move judicialmente contra a Sanepar.

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1º Encontro Jurídico da Fenatema