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N os últimos dias, o go- verno Dilma Rousseff determinou a assina- tura dos primeiros convênios com São Paulo, Rio de Janei- ro e Paraná para substituir servidores federais em greve, conforme o decreto assina- do por ela no fim de julho, o 7.777/12, que permite a substituição dos servidores em greve por temporários ou funcionários estaduais e municipais. Como se não bastasse, o governo federal orientou o corte de ponto dos servido- res de diversas categorias em greve, que, aliás, estão apenas exercendo um direito constitucional. Segundo divulgado pela mídia, a ordem no governo Dilma, é preciso abrir negociação e conceder o reajuste para todos O GOVERNO DECIDE ENDURECER COM OS SERVIDORES Agência Brasil MANTER FIRME A GREVE PARA CONQUISTAR O QUE QUEREMOS ESPECIAL PARA A GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS Segunda quinzena | Agosto de 2012 federal é endurecer com os grevistas. A ministra do Pla- nejamento, Miriam Belchior, acenou com uma proposta aos servidores, mas já avisan- do de antemão que o governo precisou refazer os cálculos, porque a economia piorou no decorrer do ano. Assim, apon- ta com a perspectiva de não atender a todos os setores. O governo continua ar- gumentando que é preciso considerar o momento de cri- se internacional para tomar qualquer iniciativa. Mas reafirmamos: o que o governo não diz é que en- quanto alega crise interna- cional para os servidores, reverte 47,19% da previsão orçamentária para pagar os juros e amortizar a dívida pú- Os Servidores Públicos Federais em greve têm ab- soluta clareza de que suas reivindicações são justas. Por isso, não abrirão mão da reposição que recupere as perdas inflacionárias para todos. Ou seja, está manti- da a proposta de 22,08%. Não há como aceitar que qualquer setor fique fora da reposição. Já são 36 categorias em gre- ve em todo o país, num total de cerca de 400 mil servidores parados. Entre as mais recentes categorias que entraram na luta estão os fiscais agropecuários, os funcionários da Fundação Oswaldo Cruz, das agências re- guladoras, além da operação- padrão promovida pela na Polí- cia Rodoviária Federal. Se o governo não apresen- tar uma proposta que atenda às revindicações, a greve vai continuar e a tendência é que entrem outros setores como INSS, o Banco Central e a Polí- cia Rodoviária Federal. É hora de arrancar os 22,08% Governo endurece, servidores também Manifestação no último dia 9, no Rio de Janeiro, reuniu cerca de cinco mil servidores em greve blica. Isso é um escândalo. Que governo é esse que dá todo esse dinheiro para ban- queiros e empresários e inves- te apenas 3,98% na saúde e 3,18% na educação? Apoiar essa luta - Os estu- dantes têm sido um importan- te ponto de apoio para a greve na Educação, assim como para a luta geral dos servidores. Essa é uma greve dura, en- tretanto é a mais forte que já ocorreu nos últimos anos. Por isso, os trabalhadores de todas as categorias devem manifestar solidariedade aos Servidores Públicos Federais. Seja por meio de notas e moções de solida- riedade, da divulgação da luta, assim como em ajuda material para garantir as manifestações, marchas e atos públicos que ocorrem durante a greve. Em Brasília, a mobilização continua Sinasefe

Informativo - Servidores Federais (CONLUTAS)

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Boletim Informativo dos Servidores Públicos Federais (CSP-CONLUTAS)

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Page 1: Informativo - Servidores Federais (CONLUTAS)

Nos últimos dias, o go-verno Dilma Rousseff determinou a assina-

tura dos primeiros convênios com São Paulo, Rio de Janei-ro e Paraná para substituir servidores federais em greve, conforme o decreto assina-do por ela no fim de julho, o 7.777/12, que permite a substituição dos servidores em greve por temporários ou funcionários estaduais e municipais.

Como se não bastasse, o governo federal orientou o corte de ponto dos servido-res de diversas categorias em greve, que, aliás, estão apenas exercendo um direito constitucional.

Segundo divulgado pela mídia, a ordem no governo

Dilma, é preciso abrir negociação e conceder o reajuste para todos

O gOvernO DeciDe enDurecer cOm Os serviDOres

Agência Brasil

mAnTer Firme A greve PArA cOnQuisTAr O Que QueremOs

esPeciAl PArA A greve DOsserviDOres PúblicOs FeDerAis

segunda quinzena | Agosto de 2012

federal é endurecer com os grevistas. A ministra do Pla-nejamento, Miriam Belchior, acenou com uma proposta aos servidores, mas já avisan-do de antemão que o governo precisou refazer os cálculos, porque a economia piorou no decorrer do ano. Assim, apon-ta com a perspectiva de não atender a todos os setores.

O governo continua ar-gumentando que é preciso considerar o momento de cri-se internacional para tomar qualquer iniciativa.

Mas reafirmamos: o que o governo não diz é que en-quanto alega crise interna-cional para os servidores, reverte 47,19% da previsão orçamentária para pagar os juros e amortizar a dívida pú-

Os Servidores Públicos Federais em greve têm ab-soluta clareza de que suas reivindicações são justas. Por isso, não abrirão mão da reposição que recupere as perdas inflacionárias para todos. Ou seja, está manti-da a proposta de 22,08%. Não há como aceitar que

qualquer setor fique fora da reposição.

Já são 36 categorias em gre-ve em todo o país, num total de cerca de 400 mil servidores parados. Entre as mais recentes categorias que entraram na luta estão os fiscais agropecuários, os funcionários da Fundação Oswaldo Cruz, das agências re-

guladoras, além da operação-padrão promovida pela na Polí-cia Rodoviária Federal.

Se o governo não apresen-tar uma proposta que atenda às revindicações, a greve vai continuar e a tendência é que entrem outros setores como INSS, o Banco Central e a Polí-cia Rodoviária Federal.

É hora de arrancar os 22,08%governo endurece, servidores também

Manifestação no último dia 9, no Rio de Janeiro, reuniu cerca de cinco mil servidores em greve

blica. Isso é um escândalo. Que governo é esse que dá todo esse dinheiro para ban-queiros e empresários e inves-te apenas 3,98% na saúde e 3,18% na educação?

Apoiar essa luta - Os estu-dantes têm sido um importan-te ponto de apoio para a greve na Educação, assim como para a luta geral dos servidores.

Essa é uma greve dura, en-tretanto é a mais forte que já ocorreu nos últimos anos. Por isso, os trabalhadores de todas as categorias devem

manifestar solidariedade aos Servidores Públicos Federais. Seja por meio de notas e moções de solida-riedade, da divulgação da luta, assim como em ajuda material para garantir as manifestações, marchas e atos públicos que ocorrem durante a greve.

Em Brasília, a mobilização continua

Sinasefe

Page 2: Informativo - Servidores Federais (CONLUTAS)

DiA De luTA FOrTAlece A greveNovamente os Servido-

res Públicos Federais tomaram as ruas. O

dia 9 de agosto contou com manifestações em diversas capitais e em Brasília. Parou-se avenidas, portos e rodovias de todo país. Os protestos fo-ram convocados pelo Fórum das Entidades dos Servidores Públicos Federais.

Na capital federal, mais de 500 servidores protestaram em frente ao Ministério do Planeja-mento. A Esplanada dos Minis-térios praticamente parou com novas adesões ao movimento.

No Rio de Janeiro, a ma-nifestação reuniu cerca de cinco mil no centro da cidade e paralisou todas as pistas da Avenida Rio Branco por mais de duas horas.

Nos aeroportos de Guaru-lhos–SP (Cumbica), Brasília, Rio de Janeiro (Galeão), Por-to Alegre, Fortaleza e Curiti-ba, as filas eram gigantescas

devido à greve dos servidores da Polícia Federal.

Também foram registra-dos congestionamentos em diversas rodovias como em Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina, em consequência da greve dos policiais rodoviários federais.

Nos portos secos e maríti-mos de Santos (SP), Rio Gran-de do Sul, no Porto de Suape (PE) e Natal, foram registra-dos atrasos na movimentação de cargas devido à greve dos servidores da Polícia Federal, Receita Federal e Anvisa.

Avenidas importantes de São Paulo e Rio de Janeiro fo-ram ocupadas por servidores públicos em protestos exigin-do do governo o atendimento à reivindicação do conjunto do funcionalismo.

Marchas também levaram milhares de servidores às ruas em capitais como, Aracaju, Fortaleza, Goiânia, Belo Hori-

zonte, Porto Alegre, Manaus, Florianópolis, Salvador e Dis-trito Federal, entre outras.

Se o governo não atender as reivindicações dos servidores, essa luta ficará ainda mais forte.

Os trabalhadores da General Motors de São José dos Campos aprova-

ram recentemente, em assembleia, a proposta para suspensão das 1.840 de-missões que estavam programadas pela empresa. Isto após uma dura batalha.

O acordo prevê que metade dos funcionários continuará na linha de montagem e a outra metade entrará em licença por 15 dias, seguida de suspensão temporária do contrato de trabalho até 30 de novembro. Nesse período, esses trabalhadores receberão auxílio do Fundo de Am-paro ao Trabalhador (FAT), farão cur-sos de requalificação e poderão ade-rir a um PDV (Plano de Demissões Voluntárias).

A GM tentou impor essas demis-sões mesmo recebendo incentivos fis-

general motors

Trabalhadores barram demissão, mas luta continua

cais do governo federal para aumentar suas vendas e não demitir. A empresa queria aplicar uma política mundial de demissões e reduções de direitos em suas unidades.

Defesa do emprego - Agora, o Sin-dicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas, dá início a uma nova etapa de mobilizações em defesa do empre-go. Assim, como fez inicialmente, vol-tará a buscar apoio junto aos gover-nos, mas, principalmente, organizará mobilizações com os trabalhadores para pressionar a GM a não demitir.

Por isso, a CSP-Conlutas convoca a entidades de classe e de luta e os trabalhadores a apoiarem essa mobi-lização dos trabalhadores da GM em defesa do emprego.

Desde a implantação do fator pre-videnciário nas aposentadorias,

ainda por FHC, o governo economi-zou cerca de R$ 21 bilhões, dinheiro roubado dos trabalhadores. Seu fim chegou a ser aprovado na Câmara Fe-deral e no Senado, mas foi vetado pelo então presidente Lula. Desde então, o governo tem negociado com algumas centrais para substituir este fator por um novo redutor das aposentadorias, o chamado 85-95.

Por esta regra, para requerer-se a aposentadoria é necessário somar o tempo de contribuição com a ida-de, essa soma deveria totalizar 95 para homens e 85 para mulheres. Por exemplo, um homem necessitaria ter 60 anos para aposentar-se com 35 anos de contribuição. Esta proposta não serve aos trabalhadores, pois au-

Fator previdenciário

governo quer acabar com as aposentadorias

menta o tempo de serviço necessário para requerer a aposentadoria. É mais um ataque aos nossos direitos.

O governo Dilma está apresentan-do a proposta de substituir o fator pre-videnciário pelo 85-95 e, o que é pior, acabar com a aposentadoria por con-tribuição e instituir a idade mínima de 65 anos para homens e 60 anos para as mulheres – para os novos trabalha-dores que ingressarem no mercado de trabalho. Querem acabar com um di-reito histórico conquistado com muita luta: o direito à aposentadoria e à pre-vidência pública.

A CSP-Conlutas é veementemente contra esta proposta que está sendo negociada no Congresso com o gover-no, juntamente com algumas centrais sindicais, e que estão anunciando para votação nos próximos dias.

Disposição de luta marcaram o dia 9 em São

Paulo e em Brasília

Bianca Pedrina

Agência Brasil