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Compromisso por uma vida saudável em sociedade Nossa Voz Informativo Ano 7 – Número 50 – Setembro de 2012 Distribuição Gratuita Edição nº 50

Informativo - Setembro 2012

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Instituto Meninos de São Judas Tadeu / Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus / Ano 7 - Número 50 - Setembro de 2012

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Compromisso por uma vida saudável em sociedade

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Nossa VozNossa VozAno 7 – Número 50 – Setembro de 2012

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Compromisso por uma vida saudável em sociedade

Edição

nº 50

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MISSAS E ATENDIMENTO RELIGIOSOMissas:• Segunda, terça, quinta e sexta-feira, às 10h• Quarta-feira, às 10h e 20h• Sábado, às 10h e 17h• Domingo, às 10h, 12h e 17h30• Dia 21 – missa em memória de pe. Gregório, às 10h• Dia 28 – missa em honra a São Judas Tadeu,

às 10h, 14h30, 17h e 20hAdoração:• Quarta-feira, das 19h às 20h• Sexta-feira e sábado, das 9h às 10hBênçãos e confi ssões:• Diariamente, das 10h às 18hBatizados e Casamentos:• Informações na recepção do IMSJT ou pelo

telefone (11) 5586-8666.

Nossa Mensagem Nossa

EXPEDIENTE

DiretorPe. Lorival João Back,scjJornalistas ResponsáveisElisângela Borges – MTb 51.973Bruno Lourenço – MTb 62.799Designer gráfi coRejane SouzaImpressãoJetgrafi a – Gráfi ca e ServiçosTiragem17.000

Fale conosco:Envie sugestões, opiniões, dicas para:[email protected] Meninos de São Judas TadeuAssociação Dehoniana Brasil MeridionalAv. Itacira, 2801 – CEP.: 04061-003 Planalto Paulista – São Paulo (SP)(11) 5586-8666

Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus

Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que mencionado a fonte. As matérias assina-das são de responsabilidade de seus autores.

Tempos de estruturação (parte 3)

O IMSJT (Instituto Meninos de São Judas Tadeu) possuía na dé-cada de 50 as Oficinas do Peque-no Trabalhador. Era um pavilhão construído onde hoje é a quadra de esportes. Nele havia seções de serralheria, marcenaria, car-pintaria, sapataria, tipografia, al-faiataria. Os atendidos que ter-minavam o Curso Primário eram encaminhados para as oficinas a fim de aprenderem algum ofício. Em 1959, um grande incêndio destruiu praticamente todo o pavilhão.

Estimado benfeitor,

Com a chegada do mês de setem-bro, há o prenúncio da primavera. A natureza, ao mesmo tempo que nos encanta, ensina com sua gratuidade. Basta parar e observar a beleza das flores, com suas cores intensas e diver-sidades de espécies, e chegaremos à conclusão de que nada nos é pedido em troca ao contemplá-las. Mesmo as-sim, elas se doam intensamente. O se-gredo de tanta beleza está na condição de terem suas raízes fixadas no solo. O lugar em que germinaram e as dificul-dades que enfrentaram independem para hoje estarem exuberantes.

Dessa forma, a primavera das flores é uma lição. Independentemente do que acontece em épocas e momentos da vida, permitamos a nós mesmos um re-nascer e um florescer. Admitamos tocar a beleza da vida. E tudo isso acontece principalmente quando nossas raízes estão fixadas no solo sagrado da Palavra de Deus. A Bíblia nos possibilita um novo jeito de olhar o mundo e a nós mesmos.

Neste mês, dedicado à Bíblia, a Igreja do Brasil nos convida a dar atenção aos escritos do evangelista Marcos. Com o tema “Discípulos mis-sionários a partir do evangelho de Mar-cos”, e o lema “Coragem, levanta-te! Ele te chama!” (Mc 10,49), reflitamos sobre o nosso seguimento a Jesus.

Estamos em ano eleitoral. Na opor-tunidade, analisemos com carinho a consistência das propostas de nossos candidatos para escolher aqueles que nutrem o desejo de ajudar. O político deve ser um servidor do povo, a exem-plo de Jesus Cristo: “O Filho do Ho-

mem não veio para ser servido. Ele veio para servir, e para dar sua vida como resgate em favor de muitos” (Mt 20,28).

A responsabilidade deve nortear as nossas ações. É mais um dos va-lores do IMSJT (Instituto Meninos de São Judas Tadeu), que ganha des-taque em nossa capa. Exercer esse valor no dia a dia proporciona felici-dade a quem pratica e a todos à sua volta. É o caminho do sucesso e sinal de maturidade. Aqui, em nossa ins-tituição, procuramos não só realizar nossa missão com muita responsabi-lidade, como também transmitir esse valor aos nossos atendidos.

Esta é a 50ª edição do Informativo Nossa Voz, que nasceu logo que assu-mi a direção de nossa obra social, em 2005. O objetivo de criá-lo foi o de man-ter a comunicação entre você, benfeitor, e nós, direção, religiosos, funcionários, atendidos e voluntários. Ele acompa-nhou e divulgou nossas mudanças ini-ciais de adequação à lei (ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente) e continu-ará sendo nosso elo de comunicação e de divulgação de nossas atividades. Pa-rabenizo toda equipe de comunicação da instituição e todos aqueles que fazem acontecer nosso informativo.

Querido benfeitor, agradeço por estar sempre conosco! Que a graça de Deus fecunde o seu caminho e o seu coração. Receba meu abraço e minha bênção sacer-dotal.

(parte 3) (parte 3)

O IMSJT (Instituto Meninos de O IMSJT (Instituto Meninos de O IMSJT (Instituto Meninos de

Padre Lorival João Back,scjDiretor do IMSJT

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Terêzia DiasPadre Lorival João Back, scj

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Acolher, amparar e educar crianças, adolescentes e jovens em

situação de risco e de vulnerabilidade pessoal e social, a fim de que

alcancem o pleno exercício de sua cidadania e despertem-se para a

responsabilidade social e a solidariedade humana.

Padre Lorival João Back, scj é dehoniano da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, gaúcho de Crissiumal e décimo filho de Albrecht e Casilda Back. É especialista em Psicopedagogia e sempre atuou em comunidades de vulneração social. Dedicou os primeiros anos de seu sacerdócio na região missionária Alto Alegre do Pindaré (MA). Depois, trabalhou na Paróquia São José de Americanópolis, em São Paulo (SP), onde foi pároco por seis anos, e na coordenação das pastorais sociais da Diocese de Santo Amaro (SP). Desde 2005 é diretor do Instituto Meninos de São Judas Tadeu. Neste livro, ele quis registrar com transparência os fatos históricos e a bela experiência do amor de Deus testemunhada na vida de tantas pessoas generosas.

Terêzia Dias, nascida em Belo Horizonte (MG) em 1951, é jornalista, a primeira dos seis filhos de Dimas e Célia da Silva Dias e mãe de dois filhos. Trabalha há muitos anos na imprensa católica, tendo atuado na revista Família Cristã, na revista IRaoPovo e, mais recentemente, como redatora do departamento de comunicação do Instituto Meninos de São Judas Tadeu. Ao escrever esse livro em parceria com o pe. João Back, ela pretendeu, sobretudo, mostrar como a bondade e a união das pessoas podem construir uma sociedade mais justa, humana e solidária.

“Esta história de várias décadas, regada por tantas lágrimas doloridas e iluminada por muitos sorrisos vitoriosos, fala por si mesma. Contudo, os autores, pe. Lorival João Back e Terêzia Dias, deram palavras e nomes às pessoas e aos fatos, aos sentimentos e aos atos. E aqui está, como resultado, um lindo livro!”Padre Mariano Weizenmann,scj

“O Instituto Meninos de São Judas Tadeu é um oásis singular, entre outros, que restaura a vida das crianças, adolescentes e jovens na cidade de São Paulo. Ele nasceu e vive como fruto da vida e da ação da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus – Dehonianos, que faz pelas crianças, adolescentes e jovens o que lhes é negado pela sociedade e pelo Estado.”Dom Tomé Ferreira da Silva

Nossa missão

Amor restaurador “Do lado aberto de Cristo na cruz, nasce o homem de coração novo”

(Padre Dehon – fundador da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus).

Nossa mística

AmorGratuidadeSolidariedade Fraternidade

IntegridadeBondadeAcolhida

ResponsabilidadeSinceridadeGenerosidadeCidadania

Nossos valores

Capa-A_Historia_do_IMSJT-04.indd 1

15/02/2012 13:34:24

Conheça mais lendo o livro: “Uma história de

amor e doação”

Historia

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Nossa

Quando você ouve a palavra “política”, o que vem imeditamente à sua mente? Nestes tempos de eleições iminentes, logo pensamos nos carros de som nos obrigando a escutar o que não quere-mos; propaganda eleitoral gratuita na TV; muros e postes pintados com enormes números e nomes de candidatos etc. Mas será que política é apenas este exercício eleitoral?

Quando você ouve a palavra “fé”, pensa em quê? Nestes tempos de religião de mercado, so-mos obrigados a assistir ao vivo e em cores a mi-lagres encomendados; ministros religiosos que fazem de tudo para conquistar sua parcela do re-banho; igrejas que disputam fiéis ou espaço na mí-dia... Mas será que fé e religião são apenas isto?

Se estacionarmos nestes significados limita-dos criaremos um enorme fosso entre a fé e a política. Acreditaremos que não se deve misturar política com religião. Acharemos que é melhor que os padres fiquem nas sacristias e se ocu-pem apenas de tarefas espirituais. Mas será que isso é cristão? Então vamos mergulhar um pou-co mais fundo.

Política vem da palavra grega “polis”, que signifi-ca “cidade”. É o exercício de cuidar do que é de to-dos. Limpar a calçada em frente à sua casa é uma atitude política. Ultrapassar o próprio jardim e viver a dinâmica da solidariedade é exercício de “cida-dania”. Cidadão é aquele que se preocupa com os problemas da “cidade”, da “polis”, da “política”.

Quando perguntaram a Jesus se ele era o mes-sias, ele não fez um discurso religioso. Disse ape-nas: “Olhem as obras que faço: os cegos veem, os paralíticos andam, os famintos são alimentados... o Reino de Deus chegou”! Portanto, a fé de Jesus era mais do que crença em enunciados religiosos ou piedosas práticas devocionais. Ele rezava e ia ao templo, mas transformar a realidade era seu anúncio messiânico.

Dia desses alguém me fez uma pergunta in-quietante: “Se acreditamos no Céu, então por que se preocupar com as coisas da Terra?” É que a fé cristã segue o Deus que se fez carne. Acredita-mos que entre a alma e o corpo existe uma distin-ção, mas não uma separação. Somos esta porção animada da terra: humanos... terra e sopro.

Os primeiros teólogos do cristianismo discuti-ram bastante essa questão. Muitos teimavam em fazer de Jesus apenas uma pessoa divina. Outros o reduziam à dimensão humana. Heresias. Foi o Concílio de Calcedônia (451) que definiu a fórmu-la que acabou definitiva: “Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, sem separação, nem con-fusão”.

Podemos perfeitamente aplicar isto à relação entre fé e política: sem separação, nem confusão. Existem pessoas que confundem tudo. Politizam a fé fazendo da igreja um partido. Outros radical-mente separam as coisas. A tragédia é a mesma. O cristianismo acredita no equilíbrio entre essas dimensões. Rezamos isso no pai-nosso: o Pai é nosso e está no céu; mas o pão também é nosso e devemos conquistar. Repartir o Pai e o Pão é a identidade religiosa e política do cristão.

Há lugares em que encontramos essas duas dimensões vividas com equilíbrio. O Instituto Me-ninos de São Judas Tadeu é uma obra no coração da cidade; é política no melhor sentido da palavra. Mas só é possível manter essa obra graças à fé de muitas pessoas. Aqui se vive: fé e política!

João Carlos Almeida (Pe. Joãozinho,scj) é religioso da Con-gregação dos Padres do Sagrado Cora-ção de Jesus, escritor, cantor, professor e diretor geral da Faculdade Dehoniana, em Taubaté (SP). É doutor em Teologia, Educação e Espiritualidade.

Fé e política

Espiritualidade

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Noss0 Voluntario

Cada ser humano possui sua formação, seu dom, seu talento. E muitos deles exercitam e aprimo-ram suas capacidades no trabalho voluntário. É o que nos ensina Marcela Fer-nandes. Desde peque-na, o IMSJT (Instituto Meninos de São Judas Tadeu) está em seu coração. Ela cresceu no bairro de Planalto Paulista, e sua família sempre frequentou as missas na Capela São José.

Médica há 16 anos, é especialista em Ortopedia e Traumatologia e su-bespecialista em Cirurgia da Mão e Microcirurgia. Trabalha no Hospital São Paulo e na Escola Paulista de Medicina, além de atender em consultório particular. Em meio a uma agenda cheia de compromissos, Marcela sentiu que precisava realizar um trabalho volun-tário em benefício daqueles que mais precisam. “Todo mundo consegue arrumar um tempinho para ajudar, basta querer. Sempre há alguém que preci-sa muito da gente, independente da profissão.”

Há dois anos a doutora apaixonada por viagens e por andar de moto, doa parte de seu tempo mi-nistrando reforço escolar para as crianças e os adolescentes do NSE (Núcleo Socioeducativo Pa-dre Gregório Westrupp). “Uma vez por semana de-dico, com muito carinho e amor, esse trabalho de estudo com os atendidos. É algo diferente e novo em minha vida.”

Juntamente com Marcela, quatro outros vo-luntários de diferentes profissões realizam o re-forço escolar com muita interação. Dependen-do da quantidade de crianças, eles as dividem em grupos para facilitar a aprendizagem e o esclarecimento das dúvidas. O método usado é o de sempre estimular a criança a estudar e a nunca desistir dos estudos. “Fico feliz porque

a maioria das crianças é receptiva. Apesar de existir aquelas que são desanimadas e querem que nós fa-çamos a lição de casa no lugar de-

las, no final mostramos o quanto é importante a dedicação.”

Quando ela chegou ao IMSJT percebeu que era grande a difi-culdade das crianças em aprender a tabua-da, consequentemen-te, não conseguiam evoluir na matemática.

Marcela teve a ideia de fazer a Gin-cana da Tabuada, que teve resul-tados satisfatórios. “Ao ir embora para minha casa, penso como o

meu trabalho é grandioso. Contri-buo para que as crianças tenham um futuro me-lhor. Aproveito o reforço para frisar os valores e mostrar que tudo na vida é conquistado com muito esforço. Ensinar algo para uma criança e acompanhar a evolução ao longo do tempo não tem preço. Sinto-me felicíssima!”.

Médica na sala de aulaCada ser humano possui sua

formação, seu dom, seu talento. E muitos deles exercitam e aprimo-ram suas capacidades no trabalho

Médica há 16 anos, é especialista em Ortopedia e Traumatologia e su-bespecialista em Cirurgia da Mão e

a maioria das crianças é receptiva. Apesar de existir aquelas que são desanimadas e querem que nós fa-çamos a lição de casa no lugar de-

Marcela teve a ideia de fazer a Gin-cana da Tabuada, que teve resul-tados satisfatórios. para minha casa, penso como o

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Nosso Convidado

O que levou à Independência do Brasil de Portugal?

A Independência foi surgindo como uma possibi-lidade real à medida que as relações entre Brasil e Portugal foram se deteriorando. Isso ocorreu de modo especialmente rápido e intenso a partir da transferên-cia da família real para o Rio de Janeiro, em 1808, fugindo dos exércitos franceses de Napoleão, que in-vadiram Portugal, e que acreditava-se serem difíceis de derrotar. Muita gente ganhou com a Corte no Bra-sil – comerciantes, nobres, funcionários locais, etc –, mas também muita gente perdeu, especialmente os portugueses da Europa (isso não é uma redundância, pois não havia “brasileiros”, apenas portugueses eu-ropeus ou americanos). Quando D. João VI finalmente voltou a Portugal, em 1821, os vetores dessa situação se inverteram, e a possibilidade de ruptura surgiu: ao longo de 1822, setores políticos de lá e de cá foram engrossando o tom de suas divergências, e os de cá tomaram, finalmente, a iniciativa.

No processo de independência houve participação popular?

Sim, pois esse processo foi muito diversificado e in-cluiu a participação de setores sociais variados. Seus principais agentes não foram, certamente, egressos das camadas mais baixas, mas estas pressionaram e exerceram influência. Inclusive porque uma das ca-

Nesta entrevista, João Paulo Pimenta, gradu-ado, mestre e doutor em História e professor do Departamento de História da USP (Universi-dade de São Paulo) desde 2004, fala um pouco sobre a mais importante data cívica do calendá-rio brasileiro.

racterísticas dessa história é o aumento do interesse por assuntos e ações políticas, o que também incluía muita gente “de baixo”.

O que representa a data da Independência do Brasil para os brasileiros?

Os brasileiros não costumam se importar muito com datas cívico-históricas. Simplesmente, é assim. Mas isso não nos autoriza a ignorar o que a Independência repre-sentou para a história: ela fez surgir um Estado brasileiro e uma nação brasileira que antes de 1822 simplesmen-te não existiam. Ela foi, portanto, uma das coisas mais importantes que ocorreram na história disso que hoje podemos chamar de “Brasil”.

Qual paralelo você faz do Brasil colônia de Portugal e após tornar-se uma nação independente?

Se hoje temos uma nacionalidade brasileira, um Estado soberano com suas instituições e leis próprias, um sistema representativo, um exército, um sistema educativo, um território nacional e tantas outras coisas equiparáveis, isso tudo se deve à independência. Não é pouca coisa.

Por que o Estado da Bahia comemora a Independência do Brasil no dia 2 de julho?

Porque foi só no dia 2 de julho que o novo Império, com sede no Rio de Janeiro e governado por D. Pedro I, pôde, com certeza, afirmar que a então província da Bahia era parte do Brasil. A Bahia, assim como o Ma-ranhão, o Pará e a Província Cisplatina (hoje Uruguai) não aderiram de imediato à independência, e prefe-riram continuar unidas a Portugal. Essa situação só mudou com o emprego de forças militares a serviço do Rio de Janeiro, que as obrigaram a aderir. Houve guerras de independência no Brasil, algo de que pou-ca gente se dá conta.

Quais são as verdades e quais são os mitos que envolvem a história da Independência?

Todo grande acontecimento histórico sempre en-volve mitos, distorções e meias-verdades. Historia-dores sérios e profissionais continuam a cuidar do assunto, mas as conclusões da maioria de suas pes-quisas permanecem fora do alcance do grande públi-co. Porque isso ocorre é algo difícil de explicar, e nos tomaria, de momento, um tempo excessivo. Porém, não podemos deixar de dizer que a culpa não é só dos acadêmicos, mas também de jornalistas, edito-ras, educadores e público em geral.

190 ANOS DE INDEPENDÊNCIA

DO BRASIL

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Nesta entrevista, João Paulo Pimenta, gradu-

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Há sete anos nasceu o veículo de comunicação do IMSJT (Institu-to Meninos de São Judas Tadeu) com os benfeitores. O Informativo Nossa Voz, que no início era bi-mestral, surgiu com o intuito de divulgar o trabalho que é realiza-do no IMSJT por benemerência de tantas pessoas. Agradecemos a todos pelos passos dados juntos. É com você, caro benfeitor, que nossa história é construída.

O informativo, a partir deste ano, além de divulgar as ações insti-tucionais, quer também contribuir na formação da consciência cristã e de algumas áreas do conhecimento. Dê sugestões, sua opinião é sempre bem acolhida!

Você também pode ler o Informativo Nossa Voz

por meio da edição on-line, disponibilizada em nosso site: www.imsjt.org.br

O I N V chega à sua

Segundo a história sobre a Independência do Brasil, Dom Pedro I, às margens do riacho Ipiranga em São Paulo, gritou: “Independência ou Morte”. Isso de fato ocorreu?

Provas sólidas desse acontecimento são muito es-cassas, e atualmente os historiadores não têm nenhu-ma certeza de que o grito ocorreu do modo como ele costuma ser descrito, nem sequer de que ele realmente ocorreu. De certo temos que no dia 12 de outubro de 1822 o príncipe Pedro foi aclamado Imperador do Brasil e que no dia 2 de dezembro ele foi coroado tal. Essas datas são mais seguras do ponto de vista da verdade histórica.

O que Dom Pedro I significou para o Brasil?Ele foi a personagem em torno da qual se agrupa-

ram os principais setores político-econômicos que ao longo de 1822 passaram a desejar a separação entre Brasil e Portugal. Foi, portanto, um líder importantís-simo, menos por seus supostos talentos individuais, mais por circunstâncias históricas que o transformaram nisso.

O que representa o desfile cívico que acontece anualmente no Dia da Independência?

Todo e qualquer país do mundo comemora suas datas cívico-nacionais, sejam elas indicativas de verdades históricas ou não. O Brasil não é, claro, uma exceção. Para muitos, a data evoca sentimentos coletivos elevados, para outros nada sig-nifica. Embora a primeira postura possa parecer mais digna, não nos esqueçamos de que ela serviu também a propósitos nefastos, como no período da ditadura, entre 1964 e 1985.

Acredita que o povo brasileiro possui sentimento de patriotismo?

Não há nenhuma dúvida de que sim. Mas esse patrio-tismo não necessariamente se revela por meios convencio-nais. Porque “comemorar” o Brasil em eventos esportivos, por exemplo, seria menos importante do que fazê-lo em datas cívicas? De minha parte, estaria muito satisfeito se, in-dependente daquilo que comemora, o brasileiro fosse mais bem-educado, estudasse mais, e que nossas autoridades valorizassem o conhecimento da história como parte de uma valorização geral da educação nacional. Receio que ainda te-remos que aguardar muito tempo para que isso ocorra.

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Há sete anos nasceu o veículo

a todos pelos passos dados juntos. É com você, caro benfeitor, que nossa história é construída.

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Nossas Noticias

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Nossa DicaPróprias para serem cultivadas à luz do sol

Algumas plantas que podem embelezar o ambiente

Diego Azevedo Patrício é jardi-neiro no IMSJT.

Plantas que precisam de sombra

Gerânio pendenteMargarida

Ixora

Boa noite

Manacá da serraOrquídea

Antúrio

Pilea

RáfiaO ideal é regá-las a cada três dias

A rega deve ser dia sim, dia não

ambientntn e

neiro no IMSJT.