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Coordenadoria Técnica – SINDIPI Informe Técnico 06/2013 13 de dezembro de 2013 INFORME TÉCNICO 06/2013 Assunto: Análise espaço-temporal das capturas incidentais de tartarugas marinhas na frota industrial de camarão-rosa. A presente análise foi realizada por Bruno R. Bottene, estudante de Engenharia de Pesca da Pontifícia Universidade Católica de Valparaiso do Chile – PUCV, como parte das atividades de seu estágio obrigatório realizado no SINDIPI e de seu projeto de pesquisa de conclusão de curso, desenvolvido na UNIVALI através de intercâmbio estudantil. O trabalho teve como objetivo verificar a incidência de tartarugas nas operações da frota de arrasto duplo autorizada para a captura de camarão-rosa na região SE/S (autorização principal), a partir de dados obtidos a bordo por observadores no período de 2008 a 2013. Esses dados fazem parte do acervo científico do Grupo de Estudos Pesqueiros da UNIVALI, sendo produto do seu programa de observadores de pesca. Nos anos 2008 e 2009, os embarques foram motivados pela obrigatoriedade associada à concessão de permissões provisórias para a pesca durante o período de defeso do camarão-rosa. Adicionalmente, em 2008 a 2011 diversos embarques de observação científica foram realizados no âmbito de dois convênios MPA-UNIVALI (027/2007 e 039/2009). Mais recentemente dois embarques na pesca de camarão-rosa foram realizados através do Projeto IGEPESCA, financiado pela CAPES/MCT. 1. Descrição da análise Foram analisadas 37 viagens de pesca de diferentes embarcações, totalizando 2.636 lances e 12.879,72 horas de arrasto. A área de estudo esteve compreendida entre as latitudes 23⁰S e 34⁰S e longitudes 42,9⁰W e 52,2⁰W e a profundidade variou de 13 a 443 metros. No total, foi registrada a captura de 23 tartarugas, sendo 17 vivas e 6 mortas. Os procedimentos de registro das capturas incidentais seguiram um roteiro padrão aplicado à embarques de observadores em pescarias de arrasto pelo programa de observadores do GEP/UNIVALI. 2. Método de análise A partir de planilhas de dados de lances de cada viagem de pesca e planilhas de capturas incidentais foi elaborada uma ‘planilha mestra’ com as seguintes colunas, sendo cada linha composta por um lance de pesca: Barco; Viagem; Número do lance; Data do lance; Latitude Média; Longitude Média; Profundidade Média; Horas de arrasto; Captura incidental de Tartaruga (sim/não); Espécie-alvo; Referência dos dados. A partir da planilha mestra foi possível organizar os dados de acordo com o objetivo de cada análise. As análises foram dividas em quatro categorias para quantificar o número de tartarugas e se dividiram em índices de: Captura incidental de tartarugas em 1.000 horas de arrasto por latitude; sendo ao sul de 28,5⁰ (Laguna) e ao Norte de 28,5⁰S (CHARTO/1000 x Latitude).

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Informe Técnico 06/2013

13 de dezembro de 2013

INFORME TÉCNICO 06/2013

Assunto: Análise espaço-temporal das capturas incidentais de tartarugas marinhas na frota

industrial de camarão-rosa.

A presente análise foi realizada por Bruno R. Bottene, estudante de Engenharia de

Pesca da Pontifícia Universidade Católica de Valparaiso do Chile – PUCV, como parte das

atividades de seu estágio obrigatório realizado no SINDIPI e de seu projeto de pesquisa de

conclusão de curso, desenvolvido na UNIVALI através de intercâmbio estudantil.

O trabalho teve como objetivo verificar a incidência de tartarugas nas operações da

frota de arrasto duplo autorizada para a captura de camarão-rosa na região SE/S (autorização

principal), a partir de dados obtidos a bordo por observadores no período de 2008 a 2013.

Esses dados fazem parte do acervo científico do Grupo de Estudos Pesqueiros da

UNIVALI, sendo produto do seu programa de observadores de pesca. Nos anos 2008 e 2009, os

embarques foram motivados pela obrigatoriedade associada à concessão de permissões

provisórias para a pesca durante o período de defeso do camarão-rosa. Adicionalmente, em

2008 a 2011 diversos embarques de observação científica foram realizados no âmbito de dois

convênios MPA-UNIVALI (027/2007 e 039/2009). Mais recentemente dois embarques na pesca

de camarão-rosa foram realizados através do Projeto IGEPESCA, financiado pela CAPES/MCT.

1. Descrição da análise

Foram analisadas 37 viagens de pesca de diferentes embarcações, totalizando 2.636

lances e 12.879,72 horas de arrasto. A área de estudo esteve compreendida entre as latitudes

23⁰S e 34⁰S e longitudes 42,9⁰W e 52,2⁰W e a profundidade variou de 13 a 443 metros. No

total, foi registrada a captura de 23 tartarugas, sendo 17 vivas e 6 mortas.

Os procedimentos de registro das capturas incidentais seguiram um roteiro padrão

aplicado à embarques de observadores em pescarias de arrasto pelo programa de

observadores do GEP/UNIVALI.

2. Método de análise

A partir de planilhas de dados de lances de cada viagem de pesca e planilhas de

capturas incidentais foi elaborada uma ‘planilha mestra’ com as seguintes colunas, sendo cada

linha composta por um lance de pesca: Barco; Viagem; Número do lance; Data do lance;

Latitude Média; Longitude Média; Profundidade Média; Horas de arrasto; Captura incidental

de Tartaruga (sim/não); Espécie-alvo; Referência dos dados.

A partir da planilha mestra foi possível organizar os dados de acordo com o objetivo de

cada análise. As análises foram dividas em quatro categorias para quantificar o número de

tartarugas e se dividiram em índices de:

• Captura incidental de tartarugas em 1.000 horas de arrasto por latitude; sendo ao sul

de 28,5⁰ (Laguna) e ao Norte de 28,5⁰S (CHARTO/1000 x Latitude).

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• Captura incidental de tartarugas em 1.000 horas de arrasto por profundidade; sendo

menor que 50 metros de profundidade, entre 50 e 100 metros de profundidade e

maior que 100 metros de profundidade (CHARTO/1000 x Profundidade).

• Captura incidental de tartarugas em 1.000 horas de arrasto por espécie-alvo; sendo

Camarão-rosa, Peixes, e Pitú/Cristalino (CHARTO/1000 x espécie-alvo).

• Captura incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto por estação do ano; sendo

Outono, Inverno, Primavera e Verão (CHARTO/1000 x estação do ano).

3. Resultados

Foi elaborado um mapa dos lances e das capturas incidentais de tartarugas para três

estratos de profundidade, 50 metros, 100 metros e 200 metros. Estes estiveram

compreendidos entre o estado do Rio Grande do Sul e o estado do Rio de Janeiro. Os círculos

se referem aos lances e os triângulos às tartarugas. (Figura 1)

Figura 1: Mapa da localidade dos lances e capturas incidentais de tartaruga no litoral SE/S do

Brasil em distintos estratos de profundidade.

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3.1. Capturas por Latitude

A tabela 1 mostra os resultados dos índices de captura incidental de tartaruga em

1.000 horas de arrasto, em duas diferentes faixas de latitude (Ao sul de 28,5⁰S e Ao norte de

28,5⁰S), e seus respectivos valores totais de números de lances, horas arrastadas e capturas

incidentais de tartarugas. Ao sul de 28,5⁰S foram realizados 425 lances, totalizando 1.752,53

horas de arrasto e 16 tartarugas, com um índice de captura de 9,13 tartarugas para cada 1.000

horas de arrasto. Já o resultado ao norte de 28,5⁰S, apesar da quantidade de lances e horas

arrastadas ser maior, 2.199 e 11.071,90 respectivamente, a captura de tartarugas foi menor,

apenas 6, com um índice de captura de 0,54 tartarugas para cada 1.000 horas de arrasto.

Tabela (1): índice de captura incidental de tartaruga a cada 1.000 horas de arrasto, total de

lances, de horas de arrasto e de capturas incidentais de tartarugas por latitude.

Latitude Lances Horas de Arrasto Capturas CHARTO/1000

Ao sul de 28,5⁰S 425 1.752,53 16 9,13

Ao norte de 28,5⁰S 2.199 11.071,90 6 0,54

No gráfico 1 foi realizada uma comparação dos valores dos índices de captura

incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto dividido ao sul de 28,5⁰S e ao norte de

28,5⁰S. Destacou-se a grande diferença entre o valores dos índices, considerando que ao norte

de 28,5⁰S o valor é maior que o ao sul de 28,5⁰S.

Gráfico (1): índice de captura incidental de tartaruga a cada 1.000 horas de arrasto v/s duas

diferentes latitudes: Ao sul de (>28,5 S) e ao norte de (=<28,5 S).

3.2. Capturas por Profundidade

A tabela 2 mostra os resultados dos índices de captura incidental de tartaruga em

1.000 horas de arrasto, em três diferentes estratos de profundidade (Menor que 50 metros,

Entre 50 e 100 metros e Maior que 100 metros), e seus respectivos valores totais de números

de lances, horas arrastadas e capturas incidentais de tartarugas.

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Para a profundidade menor que 50 metros foram realizados 767 lances, os quais

totalizaram 3.184,73 horas de arrasto, houve a captura de 9 tartarugas e seu índice resultou na

captura de 2,93 tartarugas para cada 1.000 horas arrastadas. O maior índice ficou com a

profundidade entre os 50 e 100 metros, 4,13 tartarugas para cada 1.000 horas de arrasto, essa

profundidade foi a que registrou menor número de lances e horas arrastadas, 505 e 2.664,62

respectivamente e 11 tartarugas capturadas. Já para as profundidades maiores que 100

metros os resultados mostram que apesar da ocorrência do maior número de lances, 1.307, e

horas de arrasto, 6.741,02, o número de tartarugas foi de somente 3, e seu índice de captura

por 1.000 horas de arrasto foi de 0,45.

Tabela (2): índice de captura incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto, total de lances,

de horas de arrasto e de capturas incidentais de tartarugas por estrato de profundidade.

Profundidades(m) Lances Horas de arrasto Capturas CHARTO/1000

< 50 767 3.184,73 9 2,83

50 =< P < 100 505 2.664,62 11 4,13

=> 100 1.307 6.741,02 3 0,45

No gráfico 2 foi realizada uma comparação dos valores dos índices de captura

incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto em três diferentes estratos de

profundidade. A profundidade que registrou o maior índice foi a de entre 50 e 100 metros,

seguida pela de menor que 50 metros e maior que 100 metros respectivamente.

Gráfico (2): índice de captura incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto v/s três

diferentes estratos de profundidade: <50 metros, entre 50 e 100 metros e =>100 metros.

Ao identificar somente os lances em que houve captura incidental de tartaruga foi

possível realizar um gráfico (3) dos pontos de distribuição das mesmas entre as latitudes de

20⁰S a 40⁰S e das profundidades de 0 a 200 metros. Notou-se uma concentração da ocorrência

de capturas entre os 25 e 75 metros de profundidade e entre as latitudes 26⁰S e 34⁰S.

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Gráfico (3): Distribuição das capturas incidentais de tartarugas em Latitude v/s Profundidade.

3.3. Capturas de acordo com a Espécie-alvo

As viagens de pesca foram classificadas em três categorias:

i. Camarão-Rosa: pesca direcionada ao camarão-rosa

ii. Peixes: pesca direcionada a peixes demersais

iii. Pitú/Cristalino: pesca associada à Permissão Provisória

A tabela 3 mostra os resultados dos índices de captura incidental de tartaruga em

1.000 horas de arrasto de acordo com a espécie-alvo e seus respectivos valores totais de

números de lances, horas arrastadas e capturas incidentais de tartarugas. Para os alvos

camarão-rosa e Pitú/cristalino, o número de lances foi respectivamente de 949 e 1.005,

totalizando 4.576,17 e 5.303,08 horas de arrasto. Em relação à captura de tartarugas esses

valores seguiram similares, 5 tartarugas para camarão-rosa, com um índice de captura de 1,09

a cada 1.000 horas de arrasto e 6 tartarugas para Pitú/cristalino, com um índice de captura de

1,13 a cada 1.000 horas de arrasto. O alvo dos peixes foi o que mais se distinguiu, com uma

menor quantidade de lances e horas de arrasto, 682 e 3.000,47 respectivamente, foram

capturadas 12 tartarugas e seu índice de captura foi de 4 tartarugas para cada 1.000 horas de

arrasto.

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Tabela (3): índice de captura incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto, total de lances,

de horas de arrasto e de capturas incidentais de tartarugas de acordo com a espécie-alvo.

Espécie Alvo Lances Horas de arrasto Capturas CHARTO/1000

Camarão-Rosa 949 4.576,17 5 1,09

Pitú/Cristalino 1.005 5.303,08 6 1,13

Peixes 682 3.000,47 12 4,00

No gráfico 4 foi realizada uma comparação dos valores dos índices de captura

incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto para três categorias de espécie-alvo:

Camarão-rosa, Peixes e Pitú/Cristalino. O valor do índice para o alvo peixes se destaca por ser

maior que os valores dos alvos, camarão-rosa e Pitú/Cristalino que são similares.

Gráfico (4): índice de captura incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto v/s três

categorias de espécie-alvo: Camarão-Rosa, Peixes e Pitú/Cristalino.

3.4. Capturas por Estação do ano

A tabela 4 mostra os resultados dos índices de captura incidental de tartaruga em

1.000 horas de arrasto, para as quatro estações do ano (Outono, Inverno, Primavera, Verão), e

seus respectivos valores totais de números de lances, horas arrastadas e capturas incidentais

de tartarugas.

As estações do ano que obtiveram o maior número de capturas incidentais de

tartarugas foram outono e inverno, exatamente 10 para cada. No outono foram realizados

mais lances, 1.382, totalizando 6.974,65 horas de arrasto, seu índice de captura foi de 1,43

tartarugas para cada 1.000 horas de arrasto. No inverno, foram realizados 581 lances que

totalizaram 2.734,93 horas arrastadas, porém, seu índice de captura foi maior, 3,66 tartarugas

a cada 1.000 horas de arrasto. Na primavera houve somente 3 capturas, foram feitos 546

lances que totalizaram 2.787,98 horas de arrasto, e seu índice de captura foi de 1,08 tartarugas

para cada 1.000 horas de arrasto. No verão não houve registro de captura de tartarugas.

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Tabela (4): índice de captura incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto, total de lances,

de horas de arrasto e de capturas incidentais de tartarugas em cada estação do ano.

Estação do ano Lances Horas de Arrasto Capturas CHARTO/1000

Outono 1.382 6.974,65 10 1,43

Inverno 581 2.734,93 10 3,66

Primavera 546 2.787,98 3 1,08

Verão 127 382,15 0 0,00

No gráfico 5 foi realizada uma comparação dos valores dos índices de captura

incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto para as quatro estações do ano. Destacou-se

o inverno com o maior índice, seguido do outono e da primavera.

Gráfico (5): índice de captura incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto v/s estação do

ano: Outono, Inverno, Primavera e Verão.

4. Comparação com outros estudos

Os resultados obtidos com a análise dos dados do GEP/UNIVALI foram comparados com

outros estudos que reportam a captura de tartarugas marinhas nas seguintes pescarias de

arrasto no Brasil:

• Pesca de camarão-rosa na Região Norte (fonte IBAMA)

• Pesca de camarão na costa brasileira (fonte TAMAR)

• Pesca de peixes demersais na Região Sudeste/Sul (fonte TAMAR)

A tabela 5 mostra os resultados dos índices de captura incidental de tartaruga em 100

lances de arrasto (CLAN/100), para distintas frotas do litoral brasileiro em diferentes períodos

de tempo, e seus respectivos valores totais de números de lances e capturas incidentais de

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tartarugas. As referências UNIVALI, respectivamente, alvo Itajaí camarão-rosa, alvo Itajaí

peixes, e alvo Itajaí Pitú/Cristalino são subdivisões da Frota camarão-rosa (Itajaí).

Tabela (5): índice de captura incidental de tartaruga em 100 lances de arrasto (CLAN/100),

total de lances e de capturas incidentais de tartarugas por modalidade.

Na Tabela 5 se observa que os valores encontrados para a pesca de camarão foram

maiores nos dados da UNIVALI, e maiores na região Sudeste/Sul do que na Região Norte. Por

outro lado, os maiores valores de captura incidental se referem à pesca de arrasto direcionada

a peixes, que não tem obrigatoriedade legal de utilizar TED (Dispositivo de Escape de

Tartaruga).

No gráfico 6 foi realizada uma comparação dos valores dos índices de captura

incidental de tartaruga em 100 lances de arrasto para diferentes Frotas. Destacaram-se os

valores dos índices referentes a categoria dos peixes por serem os maiores. Para os alvos de

camarão, o valor se mantém abaixo de 1.

Gráfico (6): índice de captura incidental de tartaruga em 100 lances de arrasto v/s modalidade

de pesca.

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Foi também realizada uma comparação dos índices de captura incidental de tartaruga

em 1.000 horas de arrasto entre a frota de camarão-rosa da Região Norte, referente aos dados

do IBAMA, e a frota de camarão-rosa da Região SE/S, referentes aos dados da UNIVALI. Nessa

comparação se utilizou “mil horas de arrasto” como índice de captura incidental de tartaruga

(CHARTO/1000) para duas frotas de camarão-rosa no litoral brasileiro em diferentes períodos

de tempo, e seus respectivos valores totais de números de lances e capturas incidentais de

tartarugas. As categorias ‘’alvo’’ são subdivisões por espécie-alvo da Frota de camarão-rosa

Itajaí (Tabela 6).

Tabela (6): índice de captura incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto

(CHARTO/1000), total de horas e de capturas incidentais de tartarugas por frota.

Com exceção do maior valor do índice de captura de 4 tartarugas para cada 1.000

horas de arrasto do alvo Itajaí peixes, os valores dos índices restantes, referentes as espécies

de camarão, se assemelham. O arrasto de camarão rosa da região norte teve o menor índice,

0,89 tartarugas para cada 1.000 horas de arrasto, seguido pelo alvo Itajaí camarão-rosa e o

alvo Itajaí Pitú/Cristalino com 1,09 e 1,13, respectivamente.

No gráfico 7 foi realizada uma comparação dos valores dos índices de captura

incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto para a frota de camarão-rosa do norte e a da

região SE/S separada por espécie-alvo. O maior índice se refere à espécie-alvo peixes, seguido

pela frota camarão-rosa Itajaí, Pitú/Cristalino, alvo Camarão-rosa Itajaí e arrasto camarão-rosa

da região norte.

Gráfico (8): índice de captura incidental de tartaruga em 1.000 horas de arrasto v/s Frota

camarão-rosa separado por espécie-alvo.