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ANO 1 / ABRIL 2012 / NÚMERO Editorial aos nativos de SAN MARTIN GRATUITO A s melhores ideias surgem de necessidades e inquietações. Quando se reside num bairro singular como San Martin, só o ato de sair de casa pela ma- nhã para o trabalho já pode suscitar as mais diferentes ideias. Trânsito, arte, educação, segurança, consumo... condições mínimas e máximas se confundem. Como moradores do bairro, queremos sempre mais. Foi essa inquietação que fez surgir a ideia do jornal Infornativo. Um projeto com objetivo de organizar ações e poder unir pensamentos que auxiliem na transformação do espaço que habitamos. No entanto, o jornal não apareceu de repente. Houve um período de gestação, no qual foi realizado um planejamento. Foram 2 meses de pesquisa com en- trevistas aos moradores, catalogando informações para poder entender quais as reais necessidades do bairro de San Martin. Só a partir daí, uniram-se parceiros comerciais, ideias para matérias, entre outras atividades necessárias a formulação deste jornal. Com o Infornativo nas ruas, pretendemos mostrar o bairro aos moradores; for- talecer parcerias; dialogar com o público e as autoridades a fim de chegar a um consenso sobre o que fazer para exercer nossa cidadania no bairro. Esperemos, com esse projeto, contribuir para esse processo de informação/transformação. A Praça Noel Rodrigues (mais conhe- cida como Praça de Eventos) do bairro de San Martin é um dos lugares mais conhecidos do lugar. Situado em frente à Escola Gen. San Martin, a área agrega em dias comuns pessoas fazendo atividades na Academia da Cidade, crian- ças brincando no pula-pula montado no centro do parque, como também idosos conversando nos banquinhos da exten- sa praça. O espaço ainda conta com um minipalco que, na época das festividades locais, serve para entreter os moradores. Porém, há muito tempo que os próprios moradores do bairro questionam que a praça precisa de mais eventos e de uma estrutura mais diferenciada. “Creio que a Praça de Eventos poderia ser melhor ar- borizada e com um espaço mais coberto para propiciar a realização mais frenquen- te de shows, exibição de filmes, palestras e por aí vai”, diz Lincon Ferreira, mora- dor de San Martin. “Além disso, deveria haver a implantação de máqui nas, como em outras praças, para facilitar que morado- res façam seus exercícios físicos ali”. Esporadicamente a Praça Noel Rodrigues abriga alguns eventos em datas festivas como, Carnaval e São João. Mesmo as- sim a estrutura ainda é motivo de recla- mação e uma das pricipais queixas é a falta de banheiros públicos no local. Os comerciantes também expõe a falta de entretenimentos suficientes para atrair a população, costumeiramente grupos fre- quentam o local na intenção de consumir bebida alcoolica. Ou seja, pouco se apro- veita deste espaço que poderia ser melhor explorado. A Praça de Eventos tem um grande po- tencial turístico para o bairro. Basta que as autoridades se juntem com os moradores para que possam explorar todas as possibi- lidades de um espaço como este. O Infornativo também tem como um dos seus objetivos usar os espaços públicos na promoção de eventos inovadores que possam incentivar e divulgar os valores locais. Não apenas na praça Noel Rodri- guês, mas em todas as outras praças que norteiam o bairro (ex.: Praça da Chesf ) quando elas apresentarem as condições mini- mas de acessibilidade para todos os públicos. ESPAÇO DE VIVÊNCIAS SÓCIOCULTURAIS SANARTE Praça Noel R.: Foto: Osvaldo Morais por: Erick Silva Praça Apolônio Sales.: Foto: Osvaldo Morais A equipe do Infornativo colheu depoimentos de represenantes envolvidas no processo de negociação sobre o atual modelo energético do Brasil e exibe atrvés de um video repostagem.

Infornativo 2ª Edição

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Page 1: Infornativo 2ª Edição

ANO 1 / ABRIL 2012 / NÚMERO

Editorial aos nativos de SAN MARTIN

GRATUITO

As melhores ideias surgem de necessidades e inquietações. Quando se reside num bairro singular como San Martin, só o ato de sair de casa pela ma-nhã para o trabalho já pode suscitar as mais diferentes ideias. Trânsito, arte,

educação, segurança, consumo... condições mínimas e máximas se confundem. Como moradores do bairro, queremos sempre mais. Foi essa inquietação que fez surgir a ideia do jornal Infornativo. Um projeto com objetivo de organizar ações e poder unir pensamentos que auxiliem na transformação do espaço que habitamos.

No entanto, o jornal não apareceu de repente. Houve um período de gestação, no qual foi realizado um planejamento. Foram 2 meses de pesquisa com en-trevistas aos moradores, catalogando informações para poder entender quais as reais necessidades do bairro de San Martin. Só a partir daí, uniram-se parceiros comerciais, ideias para matérias, entre outras atividades necessárias a formulação deste jornal.

Com o Infornativo nas ruas, pretendemos mostrar o bairro aos moradores; for-talecer parcerias; dialogar com o público e as autoridades a fim de chegar a um consenso sobre o que fazer para exercer nossa cidadania no bairro. Esperemos, com esse projeto, contribuir para esse processo de informação/transformação.

A Praça Noel Rodrigues (mais conhe-cida como Praça de Eventos) do

bairro de San Martin é um dos lugares mais conhecidos do lugar. Situado em frente à Escola Gen. San Martin, a área agrega em dias comuns pessoas fazendo atividades na Academia da Cidade, crian-ças brincando no pula-pula montado no centro do parque, como também idosos conversando nos banquinhos da exten-sa praça. O espaço ainda conta com um minipalco que, na época das festividades locais, serve para entreter os moradores. Porém, há muito tempo que os próprios moradores do bairro questionam que a praça precisa de mais eventos e de uma estrutura mais diferenciada. “Creio que a Praça de Eventos poderia ser melhor ar-borizada e com um espaço mais coberto para propiciar a realização mais frenquen-te de shows, exibição de filmes, palestras e por aí vai”, diz Lincon Ferreira, mora-dor de San Martin. “Além disso, deveria haver a implantação de máquinas, como em outras praças, para facilitar que morado-res façam seus exercícios físicos ali”.

Esporadicamente a Praça Noel Rodrigues abriga alguns eventos em datas festivas como, Carnaval e São João. Mesmo as-sim a estrutura ainda é motivo de recla-mação e uma das pricipais queixas é a falta de banheiros públicos no local. Os comerciantes também expõe a falta de entretenimentos suficientes para atrair a população, costumeiramente grupos fre-quentam o local na intenção de consumir bebida alcoolica. Ou seja, pouco se apro-veita deste espaço que poderia ser melhor explorado. A Praça de Eventos tem um grande po-tencial turístico para o bairro. Basta que as autoridades se juntem com os moradores para que possam explorar todas as possibi-lidades de um espaço como este.O Infornativo também tem como um dos seus objetivos usar os espaços públicos na promoção de eventos inovadores que possam incentivar e divulgar os valores locais. Não apenas na praça Noel Rodri-guês, mas em todas as outras praças que norteiam o bairro (ex.: Praça da Chesf ) quando elas apresentarem as condições mini-mas de acessibilidade para todos os públicos.

ESPAÇO DE VIVÊNCIAS SÓCIOCULTURAIS SANARTE

Praça Noel R.: Foto: Osvaldo Morais

por: Erick Silva

Praça Apolônio Sales.: Foto: Osvaldo Morais

A equipe do Infornativo colheu depoimentos de represenantes envolvidas no processo de negociação sobre o atual modelo energético do Brasil e exibe atrvés de um video repostagem.

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O processo de urbanização do bairro de San Martin, a exemplo do que acon-teceu na maioria dos bairros de Reci-

fe ocorreu sem planejamento, o que denota que os critérios para sua execução acabaram sendo a pavimentação e a edificação de-senfreadas em detrimento da conservação e preservação das áreas naturais. Desse modo, as matas e as lagoas que existiam na região desapareceram aos poucos para dar lugar à ocupação humana. Atualmente a sua popu-lação já atingiu cerca de 22.959 habitantes, ocupando uma área de 204,9 hectares, sig-nificando portanto que em cada hectare há em torno de 112 moradores. Até mesmo as praças existentes são despro-vidas de um projeto ambiental que privilegie jardins e árvores que tornariam o local apra-zível para o encontro e lazer. As duas praças centrais do bairro são áridas, com poucas árvores plantadas pelos próprios moradores e não são zeladas pelo poder público.Quando muitas ruas do bairro são pavi-mentadas e saneadas após resultados de mobilização popular nas plenárias do Orça-mento Participativo da Prefeitura de Recife, estranhamente, uma das exigências é o corte total de árvores existentes nas calçadas das residências, mesmo quando os moradores solicitam sua conservação. Fica evidencia-do por este fato que a Prefeitura de Recife não tem nenhum projeto que minimize o impacto da ocupação humana sobre os es-paços naturais ou que amenize o calor nas áreas já ocupadas, com a preservação ou com o plantio de árvores. É sabido que a ar-borização é uma das soluções naturais mais

A acessibilidade às grandes cidades é tema recorrente em discussões sobre

urbanismo. Um dos principais aspectos abordados é a dificuldade de locomoção-enfrentada pelos deficientes físicos nessas cidades.Na década de 80 foi realizada no Brasil uma reunião fomentando a eliminação de barreiras arquitetônicas nas vias públicas. Mas, passados mais de 30 anos dessa reu-nião, ainda existem lugares inadequados para essa parcela da população. Em 2004, a Associação Brasileira de Normas Téc-nicas (ABNT) revisou as normas e ainda existem muitos lugares inadequados.Hoje no Brasil, não se têm políticas públi-cas que promovam o verdadeiro processo de inclusão social dos cerca de 25 milhões de portadores de deficiência física, em-bora exista a Lei Federal nº. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, assinada pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso.Alterações sutis, no entanto, foram feitas, como o rebaixamento de calçadas, de en-tradas de prédios e de pontos de ônibus, visto que não possuem custo elevado. Já a construção de rampas, a instalação de elevadores, a abertura suficiente de portas para permitir a passagem de uma cadeira de rodas e a adaptação de banheiros re-querem despesas bem maiores.Na cidade do Recife, por exemplo, exis-tem ônibus adaptados para cadeirantes, mas poucos são os lugares em calçadas e prédios que oferecem rampas de acesso para facilitar a locomoção de quem pos-sua alguma deficiência física.Entretanto, diariamente, pouco se vê me-lhorias significativas que possam auxiliar na mobilidade de quem possui algum tipo de deficiência. Será necessário um projeto urbanístico moderno que leve em consideração esses aspectos. Do ponto de vista econômico, não são mudanças difí-ceis, visto que seu custo não é elevado, e isso traria, com certeza, um público con-sumidor maior aos locais comerciais.Por fim, trata-se de inclusão social, pois qualquer indivíduo com limitações é um cidadão que, como tal, deve ter seus direi-tos assegurados, principalente o de ir e vir.Diante deste assunto, você leitor já obser-vou como são as calçadas do nosso bair-ro? Nossas praças apresentam barreiras ar-quitetonicas? Avisos sonoros são emitidos pelos semáforos de nossas vias? Que tal refletir sobre questões como estas no próximo passeio pelo bairro!

URBANIZAÇÃO X PRESERVAÇÃO

ACESSIBILIADE PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

COMBATE SEM TRÉGUA À DENGUE

SANATIVO

ECOATIVO

indicadas para aumentar a umidade do ar e consequentemente tornar o ambiente me-nos quente.Um grupo de moradores que habitam pró-ximo ao que resta da Lagoa da Boa Ideia e se autodenominam MALBI (Movimento dos Amigos da Lagoa Boa Ideia), ganhou expressão durante o processo de votação em uma plenária do Orçamento Participa-tivo da Prefeitura do Recife em 2007. Eles mobilizaram a comunidade do bairro de San Martin, defendendo a importância da revitalização da Lagoa da Boa Ideia e do res-gate no seu entorno de uma área verde para usufruto da população local. Com um total de 1096 votos, conquistaram o segundo lu-gar dentre as prioridades nas obras a serem realizadas nessa microrregião administrati-va do município pela Prefeitura do Recife, porém até o presente momento não foram atendidos em seus direitos democratica-mente conquistados. Esta lagoa foi um dos espaços verdes aterrados para construção de conjuntos habitacionais, favelas e logradou-ros públicos, restando dela somente uma de-pressão com cerca de 100 metros quadrados recobertos por plantas.Hoje há uma forte preocupação pelo resga-te da qualidade de vida das pessoas em todo o planeta Terra, daí considerarmos que a convivência harmoniosa do homem com a natureza é um problema de saúde pública a ser levado em conta por quem executa as políticas de urbanização. Mais verde nas ruas, nas praças e em edificações públicas e privadas deve ser assunto tratado como prioridade, sobretudo pela importância que representa para o bem-estar das pessoas.

A incidência de dengue na região Nordeste é de 77,1 casos para cada 100 mil pessoas. O

Estado de Pernambuco é o que mais preocupa, pois apresenta a incidência mais alta da região, passou de 33,4 para 81,4 casos por 100 mil ha-bitantes. Conforme o último boletim do Estado, já são 10.226 casos suspeitos registrados, um aumento de 68% se comparado ao mesmo pe-ríodo de 2011, quando a secretaria estadual no-tificou 6.055 prováveis doentes. De janeiro até o início de março deste ano, 12 mortes come-çaram a ser investigadas por suspeita de dengue. A preocupação no Recife, é tão grande, que vis-torias regulares a prédios abandonados são rea-lizadas por agentes de saúde ambiental da Pre-feitura. A intenção é buscar focos do mosquito transmissor da dengue. A Secretaria de Saúde do Recife tem cerca de 800 agentes de saúde am-biental. Esse trabalho de vistoria é considerado estratégico no combate à doença e há endereços que devem ser visitados pelos técnicos a cada 15 dias. “Cerca de 80% dos focos de dengue estão locali-zados nas residências, o que poderia ser elimina-do através da conscientização da população do seu papel de eliminar os focos”, afirma a secretá-ria de Saúde do Recife, Tereza Campos, em en-trevista recente. San Martin, por exemplo, é um dos bairros mais afetados pela dengue, junto com Dois Unidos, Água Fria, Jardim São Paulo e Cohab. Quem suspeitar que está com a doença deve se dirigir a uma das unidades de saúde munici-pais, que podem realizar o diagnóstico inicial da doença e fazer o uso da hidratação oral - fun-damental para a recuperação dos pacientes - e manter repouso. Os casos mais graves devem ser encaminhados para o Hospital Oswaldo Cruz, que fica no bairro de Santo Amaro. Para saber mais informações sobre as formas de prevenção ou denunciar possíveis focos da den-gue no Recife, a população pode ligar para o te-lefone da Ouvidoria Municipal da Saúde (fone 0800-281-1520). O serviço funciona das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira. A ligação é gratuita.

Lagoa da Boa Ideia - Foto: Osvaldo Morais

R. José Veloso - Foto: Osvaldo Morais

Lagoa da Boa Ideia - Foto: Osvaldo Morais

por: Erick Silva

por: Erick Silva

por: Marly Morais