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Infotejo 012

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Page 1: Infotejo 012

>>> Pág. 13-14

OPINIÃOPaula AntunesParticipação do público na gestãoda água>>> Pág. 02-03Lia VasconcelosParticipação pública aspectosmetodológicos>>> Pág. 04-05Pedro TeigaProjecto rios, envolvimentoe cidadania>>> Pág. 06-08

ENTREVISTAEdmilson TeixeiraGestão Participada de RecursosHídricos - O Projeto Sossego>>> Pág. 09-10

MUNICÍPIOMoraUm concelho verdeProjecto GameiroNaturaFluviário de Mora>>> Pág. 23-24

Nº 12 | MARÇO / ABRIL 2011

O tema de fundo desta INFOTEJO, a participação pública, vem muito a propósito do momentocrucial que vivemos na ARH do Tejo no que respeita aos instrumentos de planeamento eordenamento dos recursos hídricos que estão a ser elaborados: Planos de Gestão da RegiãoHidrográfica e Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo.

>>> Pág. 11

www.arhtejo.pt

PARTICIPAR, UM DEVER

EDITORIALNuma altura em que se encontram em elaboraçãoo PGRH do Tejo, o PBH das Ribeiras do Oeste e oPOE Tejo, o tema central desta INFOTEJO não podiaser mais pertinente: Participação Pública. Umatemática de resto transversal a toda a linha actuaçãoda ARH do Tejo, que se assume cada vez mais comouma instituição transparente e participada.

No espaço de opinião contamos assim com trêsabordagens complementares ao tema em causa.Paula Antunes aborda a questão da participaçãodo público na gestão integrada de recursos hídricos.Já os aspectos metodológicos das acções departicipação pública são apresentados por LiaVasconcelos, que trata o caso concreto do processoparticipativo que a ARH do Tejo tem vindo apromover. Pedro Teiga, Coordenador Nacional doProjecto Rios, escreve sobre a iniciativa que pretendepromover o envolvimento na protecção e valorizaçãodos sistemas ribeirinhos. E na secção entrevista onosso convidado é Emilson Teixeira. O docente daUniversidade Federal do Espírito Santo fala-nos dagestão participada de recursos hídricos no Brasil,nomeadamente sobre o Projeto Sossego.

Temos ainda muitas e boas notícias. Destacamosaqui a distinção da ARH do Tejo com a MençãoHonrosa Boa Prática MAOT 2010/2011; a realizaçãoda 7.ª Reunião do Conselho de Região Hidrográfica;o 2.º Fórum de Participação Pública Activa no âmbito do PGRH do Tejo e do PBH das Ribeiras doOeste; o 2.º Workshop Participativo do POE Tejo ea realização de mais uma acção de divulgaçãosobre "Limpeza e Conservação de Linhas de Água",desta feita em Ourém, inserida nas comemoraçõesdo Dia Mundial da Água.

Mora é o município em destaque nesta edição daINFOTEJO. O projecto Gameiro Natura, o magníficoFluviário e as importantes provas de pesca desportivaque ali se realizam são imagem de marca do municípioque tem vindo desta forma a valorizar uma parteconsiderável do seu património natural: a Ribeira doRaia.

Destaque ainda para publicação conjunta ARH//Fluviário de Mora do Catálogo do Fluviário. Trata-sede uma excelente e bonita publicação, com magníficasfotografias, que possibilita transportar o exemplarFluviário de Mora muito para além das suas paredes.Apresentação do Catálogo na página 20.

Manuel LacerdaPresidente da ARH do Tejo

ARH do Tejo participou no VI Congresso de Planeamento e Gestão das Zonas Costeiras dosPaíses de Expressão Portuguesa em Cabo Verde>>> Pág. 15

Farol do Bugio

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OPINIÃOOPINIÃO

02

Paula Antunes *

PARTICIPAÇÃO DO PÚBLICONA GESTÃO DA ÁGUA

A gestão da água constitui um desafio particularmente difícil, ondeas complexidades inerentes ao funcionamento dos ciclos hidrológicose dos sistemas biológicos são combinadas com as múltiplasperspectivas, necessidades, valores e interesses que estão associadasà utilização da água para fins humanos. A complexidade, incertezae crescente vulnerabilidade dos sistemas naturais e sociais levoucientistas, técnicos e autoridades em todo o mundo a reconheceremque a via para avançar para uma gestão sustentável da água passapela adopção de abordagens mais integradoras e inclusivas.

A gestão integrada de recursos hídricos é actualmente encaradacomo um processo eminentemente político, onde se reconhecem osinteresses dos diferentes utilizadores da água e onde os decisoresse vêm confrontados com a necessidade de mediar conflitos entreas diferentes perspectivas, utilizações e interesses em jogo. Nestecontexto, a promoção de processos participados, envolvendo asprincipais partes interessadas ao longo de todo o processo deplaneamento de recursos surge como um requisito fundamental paraassegurar uma governança adequada e uma gestão sustentável dosrecursos.

O reconhecimento da importância destes aspectos conduziu àconsagração da participação como um princípio básico da DirectivaQuadro da Água (DQA) e da Lei da Água. A DQA estabelece no seuartigo 14.º que os Estados Membros devem incentivar a participaçãoactiva de todas as partes interessadas na elaboração, revisão eactualização dos planos de gestão de bacia hidrográfica (PGBH). OsEstados Membros devem garantir o acesso à informação e a consultado público no processo de planeamento, e encorajar a sua participaçãoactiva na elaboração dos planos e na tomada de decisão. A participaçãopública nos processos de planeamento de recursos hídricos éigualmente consagrada nos artigo 25.º e 26.º da Lei da Água.

Em Portugal as autoridades públicas no domínio dos recursos hídricos,em particular as Administrações de Região Hidrográfica (ARH), têmvindo a desenvolver um esforço notável no sentido de promover eencorajar o envolvimento activo das partes interessadas e do públicoem geral no processo de elaboração dos PGRH/PBH em curso, indomuito para além do que são os requisitos legais estabelecidos e aprática habitual no nosso país. Por exemplo, no contexto da elaboraçãodo PGRH Tejo e do PBH das Ribeiras do Oeste o processo deenvolvimento do público e das partes interessadas durante apreparação do plano contempla as seguintes actividades:

- Acompanhamento das diferentes fases de elaboração dosplanos pelo Conselho de Região Hidrográfica, em que estãorepresentados os ministérios, outros organismos da AdministraçãoPública e os municípios directamente interessados e as entidadesrepresentativas dos principais utilizadores da água na baciahidrográfica do Tejo, bem como as organizações técnicas, científicase não governamentais representativas dos usos da água na baciahidrográfica;

- Realização de Fóruns de Participação Pública abertos ao públicoem geral. Nestes fóruns os participantes têm oportunidade deconhecer os trabalhos que têm vindo a ser desenvolvidos e participaractivamente e de forma colaborativa na construção de visões,validação de cenários futuros e discussão de medidas a implementar;

- Realização de sessões temáticas/seminários sectoriais, sobre temasrelevantes (e.g. utilização da água na agricultura, navegabilidadeno Rio Tejo) destinados a validar a informação constante dos planosbem como a recolher as perspetivas dos principais actores sobreo futuro e as medidas a implementar;

- Disponibilização de uma plataforma electrónica onde é disponibilizadatoda a informação que vai sendo produzida ao longo do processode planeamento e através do qual qualquer cidadão pode enviaro seu contributo para a elaboração dos planos.

Note-se que estas actividades têm vindo a ser desenvolvidas emparalelo com a elaboração dos planos e com a sua avaliaçãoambiental estratégica, não substituindo o processo formal de consultado público que virá a ser implementado de acordo com os requisitosestabelecidos na legislação, tendo como objecto a proposta dePlano e respectivo Relatório Ambiental.

Apesar de não ser ainda possível realizar um balanço fundamentadodeste processo, surgem já alguns aspectos sobre os quais importareflectir.

Um aspecto que ressalta das actividades que têm vindo a serdesenvolvidas é a geralmente fraca mobilização dos cidadãospara participar, apesar dos esforços que têm sido realizados nadivulgação dos eventos e da plataforma colaborativa através dosmais variados canais de informação. Importa encontrar os motivospara esta fraca participação e procurar os mecanismos parapromover uma maior mobilização da sociedade para este tipo deexercícios de cidadania activa.

A qualidade dos contributos que têm vindo a ser obtidos nos diferenteseventos é um aspecto positivo que importa salientar, pela formaconstrutiva e empenhada com que os participantes se têm envolvidonas actividades propostas, procurando contribuir com o seuconhecimento da realidade e dos seus problemas, bem como assuas opiniões, para melhorar os planos. Em todos os eventos osparticipantes referiram como aspecto positivo a oportunidade detrocarem ideias e debaterem pontos de vista com os outros actores,num processo de aprendizagem social, que é sem dúvida um dosprincipais objectivos e benefícios da adopção de abordagensparticipadas. O diálogo entre os participantes permite-lhes adquiriruma nova perspectiva sobre a multiplicidade de aspectosinterconectados que estão em jogo na gestão de recursoshídricos, indo para além da sua área de interesse/conhecimentopessoal/institucional.

Importa por fim notar a relevância dada pelos participantes ànecessidade de garantir que os contributos apresentados nas sessõesde participação ou através da plataforma electrónica são efectivamenteintegrados nos planos. É fundamental dar conta aos participantes daforma como os inputs do processo participativo foram integrados oudas razões que podem ter levado a não contemplar um determinadocontributo/ponto de vista. A transparência e a “accountability” sãoelementos fundamentais para o sucesso da participação pública,sobretudo numa perspectiva de médio/longo prazo.

O desenvolvimento de uma cultura de cidadania assente naparticipação activa dos cidadãos nas decisões que lhes dizemrespeito é um processo lento, que envolve mudanças substanciaisna forma de actuação das autoridades, dos técnicos, das partesinteressadas e do público em geral. O presente processo deelaboração dos PGRH pode constituir um marco importante nesteprocesso de mudança, abrindo novos caminhos e estabelecendonovos padrões, que podemos ir progressivamente melhorandoem processos subsequentes.

Ilustração de M. Friedrichpara o projecto HarmoniCOP

* Paula Antunes é Professora Associada, com agregação, no Departamento de Ciências e Engenharia do Ambienteda Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL). Entre 2006 e 2009 exerceu afunção de Presidente do Conselho de Departamento. Actualmente é Directora do Centro de Investigação emAmbiente e Sustentabilidade - CENSE da FCT-UNL. Desenvolve actividades de ensino e investigação na área daeconomia ecológica e gestão do ambiente, nomeadamente nas áreas de estudos de sustentabilidade, avaliaçãoambiental integrada, métodos de decisão e participação em ambiente e instrumentos de política de ambiente.

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OPINIÃOOPINIÃO

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Paula Antunes *

PARTICIPAÇÃO DO PÚBLICONA GESTÃO DA ÁGUA

A gestão da água constitui um desafio particularmente difícil, ondeas complexidades inerentes ao funcionamento dos ciclos hidrológicose dos sistemas biológicos são combinadas com as múltiplasperspectivas, necessidades, valores e interesses que estão associadasà utilização da água para fins humanos. A complexidade, incertezae crescente vulnerabilidade dos sistemas naturais e sociais levoucientistas, técnicos e autoridades em todo o mundo a reconheceremque a via para avançar para uma gestão sustentável da água passapela adopção de abordagens mais integradoras e inclusivas.

A gestão integrada de recursos hídricos é actualmente encaradacomo um processo eminentemente político, onde se reconhecem osinteresses dos diferentes utilizadores da água e onde os decisoresse vêm confrontados com a necessidade de mediar conflitos entreas diferentes perspectivas, utilizações e interesses em jogo. Nestecontexto, a promoção de processos participados, envolvendo asprincipais partes interessadas ao longo de todo o processo deplaneamento de recursos surge como um requisito fundamental paraassegurar uma governança adequada e uma gestão sustentável dosrecursos.

O reconhecimento da importância destes aspectos conduziu àconsagração da participação como um princípio básico da DirectivaQuadro da Água (DQA) e da Lei da Água. A DQA estabelece no seuartigo 14.º que os Estados Membros devem incentivar a participaçãoactiva de todas as partes interessadas na elaboração, revisão eactualização dos planos de gestão de bacia hidrográfica (PGBH). OsEstados Membros devem garantir o acesso à informação e a consultado público no processo de planeamento, e encorajar a sua participaçãoactiva na elaboração dos planos e na tomada de decisão. A participaçãopública nos processos de planeamento de recursos hídricos éigualmente consagrada nos artigo 25.º e 26.º da Lei da Água.

Em Portugal as autoridades públicas no domínio dos recursos hídricos,em particular as Administrações de Região Hidrográfica (ARH), têmvindo a desenvolver um esforço notável no sentido de promover eencorajar o envolvimento activo das partes interessadas e do públicoem geral no processo de elaboração dos PGRH/PBH em curso, indomuito para além do que são os requisitos legais estabelecidos e aprática habitual no nosso país. Por exemplo, no contexto da elaboraçãodo PGRH Tejo e do PBH das Ribeiras do Oeste o processo deenvolvimento do público e das partes interessadas durante apreparação do plano contempla as seguintes actividades:

- Acompanhamento das diferentes fases de elaboração dosplanos pelo Conselho de Região Hidrográfica, em que estãorepresentados os ministérios, outros organismos da AdministraçãoPública e os municípios directamente interessados e as entidadesrepresentativas dos principais utilizadores da água na baciahidrográfica do Tejo, bem como as organizações técnicas, científicase não governamentais representativas dos usos da água na baciahidrográfica;

- Realização de Fóruns de Participação Pública abertos ao públicoem geral. Nestes fóruns os participantes têm oportunidade deconhecer os trabalhos que têm vindo a ser desenvolvidos e participaractivamente e de forma colaborativa na construção de visões,validação de cenários futuros e discussão de medidas a implementar;

- Realização de sessões temáticas/seminários sectoriais, sobre temasrelevantes (e.g. utilização da água na agricultura, navegabilidadeno Rio Tejo) destinados a validar a informação constante dos planosbem como a recolher as perspetivas dos principais actores sobreo futuro e as medidas a implementar;

- Disponibilização de uma plataforma electrónica onde é disponibilizadatoda a informação que vai sendo produzida ao longo do processode planeamento e através do qual qualquer cidadão pode enviaro seu contributo para a elaboração dos planos.

Note-se que estas actividades têm vindo a ser desenvolvidas emparalelo com a elaboração dos planos e com a sua avaliaçãoambiental estratégica, não substituindo o processo formal de consultado público que virá a ser implementado de acordo com os requisitosestabelecidos na legislação, tendo como objecto a proposta dePlano e respectivo Relatório Ambiental.

Apesar de não ser ainda possível realizar um balanço fundamentadodeste processo, surgem já alguns aspectos sobre os quais importareflectir.

Um aspecto que ressalta das actividades que têm vindo a serdesenvolvidas é a geralmente fraca mobilização dos cidadãospara participar, apesar dos esforços que têm sido realizados nadivulgação dos eventos e da plataforma colaborativa através dosmais variados canais de informação. Importa encontrar os motivospara esta fraca participação e procurar os mecanismos parapromover uma maior mobilização da sociedade para este tipo deexercícios de cidadania activa.

A qualidade dos contributos que têm vindo a ser obtidos nos diferenteseventos é um aspecto positivo que importa salientar, pela formaconstrutiva e empenhada com que os participantes se têm envolvidonas actividades propostas, procurando contribuir com o seuconhecimento da realidade e dos seus problemas, bem como assuas opiniões, para melhorar os planos. Em todos os eventos osparticipantes referiram como aspecto positivo a oportunidade detrocarem ideias e debaterem pontos de vista com os outros actores,num processo de aprendizagem social, que é sem dúvida um dosprincipais objectivos e benefícios da adopção de abordagensparticipadas. O diálogo entre os participantes permite-lhes adquiriruma nova perspectiva sobre a multiplicidade de aspectosinterconectados que estão em jogo na gestão de recursoshídricos, indo para além da sua área de interesse/conhecimentopessoal/institucional.

Importa por fim notar a relevância dada pelos participantes ànecessidade de garantir que os contributos apresentados nas sessõesde participação ou através da plataforma electrónica são efectivamenteintegrados nos planos. É fundamental dar conta aos participantes daforma como os inputs do processo participativo foram integrados oudas razões que podem ter levado a não contemplar um determinadocontributo/ponto de vista. A transparência e a “accountability” sãoelementos fundamentais para o sucesso da participação pública,sobretudo numa perspectiva de médio/longo prazo.

O desenvolvimento de uma cultura de cidadania assente naparticipação activa dos cidadãos nas decisões que lhes dizemrespeito é um processo lento, que envolve mudanças substanciaisna forma de actuação das autoridades, dos técnicos, das partesinteressadas e do público em geral. O presente processo deelaboração dos PGRH pode constituir um marco importante nesteprocesso de mudança, abrindo novos caminhos e estabelecendonovos padrões, que podemos ir progressivamente melhorandoem processos subsequentes.

Ilustração de M. Friedrichpara o projecto HarmoniCOP

* Paula Antunes é Professora Associada, com agregação, no Departamento de Ciências e Engenharia do Ambienteda Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL). Entre 2006 e 2009 exerceu afunção de Presidente do Conselho de Departamento. Actualmente é Directora do Centro de Investigação emAmbiente e Sustentabilidade - CENSE da FCT-UNL. Desenvolve actividades de ensino e investigação na área daeconomia ecológica e gestão do ambiente, nomeadamente nas áreas de estudos de sustentabilidade, avaliaçãoambiental integrada, métodos de decisão e participação em ambiente e instrumentos de política de ambiente.

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OPINIÃOOPINIÃO

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ENQUADRAMENTO

A participação pública - entendida como um processo que permiteàs pessoas influenciar um plano - é hoje plenamente reconhecidacomo necessária por muitos decisores e especialistas na área degestão de recursos hídricos, especialmente desde que a DirectivaQuadro da Água (DQA) a tornou um requisito.

O tipo de participação pública a que DQA se refere vai para alémda participação passiva, isto é da informação ou consulta dopúblico. Ao encorajar os estados membros a envolver activamenteas partes interessadas (stakeholders), a DQA pressupõe um conjuntode acções de participação activa em que os actores-chavecontribuem directamente para a preparação do plano e no processode decisão. No contexto da participação activa, os actores-chaveincluem não só as diferentes instituições públicas, mas tambéminstituições privadas, organizações da sociedade civil e cidadãosinteressados.

Como em qualquer área de especialidade técnica, o sucesso deuma intervenção depende da aplicação da metodologia adequadaao problema em questão. O mesmo se passa com a participaçãoactiva na elaboração de planos. Neste caso, o problema (ou desafio)está em conseguir assegurar que actores-chave com interessesdistintos, muitas vezes com longos historiais de conflito entre si,sejam capazes de desenvolver formas de trabalhar em conjuntotendo em vista soluções de interesse mútuo que vão para alémdo próprio plano. Para isso, é necessário utilizar metodologias detipo Win-Win, ou de Ganho Mútuo, orientadas por facilitadorescapazes de assegurar o faseamento, estruturação e facilitaçãodas actividades de trabalho em conjunto (ver Caixa 1). Estasmetodologias deverão encorajar os participantes a levantar edebater questões chave e a expressar as suas preocupações; agerar conjuntamente contributos para o plano; e a partilhar ideiase práticas de trabalho.

Quando estas condições são asseguradas por profissionaisdevidamente treinados, geram-se contextos abertos e interacçõesentre múltiplos conhecimentos, práticas, linguagens e vivências.Em suma, cria-se um espaço-oportunidade para a interacção deuma diversidade de visões, perspectivas e preocupações de granderiqueza que pode constituir uma mais-valia para estratégias,propostas e decisões, e é promissora de inovação. A isto chamase o empowerment 1 dos actores-chave.

METODOLOGIAS WIN-WIN OU GANHO MÚTUO -PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS

• todos os participantes estão igualmente informados, o quepressupõe um trabalho anterior de comunicação activa e emlinguagem adequada aos participantes-alvo;

• todos os conhecimentos/argumentos são válidos e tratadosem pé de igualdade, os participantes podem desafiarpressupostos/questões e a validação é feita na base de umbom argumento, permitindo que os mitos criados sejamdesconstruidos através da multiplicidade de conhecimentospresentes na sessão;

• o facilitador deve ser independente (em relação ao conteúdoe resultados e não se pronuncia sobre os mesmos). Deve,também, assegurar um espaço seguro, não permitindoagressões, para os participantes ganharem confiança noprocesso e se pronunciarem genuinamente, e deve assegurarque todos tenham a mesma oportunidade de intervenção(“tempo de antena”) e sejam ouvidos (encorajando a escutaactiva, i.e. quando um fala todos escutam, não há conversaslaterais);

• o facilitador tem de assegurar que o processo progride a bomritmo, mas que dá tempo suficiente aos participantes paracriarem dinâmicas próprias, não os pressionando a avançaremrapidamente para soluções, para evitar caírem pela base pornão estarem suficientemente consolidadas;

• os participantes devem ser encorajados a procurar consensos,a focarem-se nos interesses e não nas posições, permitindoum leque mais variado de perspectivas que frequentementegera soluções inovadoras propostas colectivamente, devendoas soluções de ganho mútuo ser valorizadas;

• o facilitador deve contribuir para separar as pessoas doproblema, encorajando que todas as questões sejam colocadasna mesa, apropriadas pelo grupo e posteriormente debatidas.

O DESAFIO

Numa atitude vanguardista de abertura e fomento à inovação, aARH apostou num processo participativo activo para a elaboraçãodos Planos da Bacia do Tejo e das Ribeiras do Oeste. O processo

Lia Vasconcelos *

PARTICIPAÇÃO PÚBLICAASPECTOS METODOLÓGICOS

1Empowerment (no Brasil usa-se o neologismo em português empoderamento) refere ao aumento da força politica, social, e/ou económica de indivíduos ecomunidades. Muitas vezes envolve o desenvolvimento da confiança que os indivíduos/comunidades têm nas suas próprias capacidades. Isto é diferente dedelegação de poder ou de competências, bem como diferente de capacitação (capacity building). Capacitação é o desenvolvimento de capacidades atravésda educação, formação e experiência. 2 Adaptado de: http://www.co-intelligence.org/P-futuresearch.html (18 de Agosto de 2010) The Co-Intelligence Institute.

participativo apoiou-se essencialmente em Fóruns, visando asseguraros seguintes objectivos:(1) capacitar os participantes para um futuro comum, através da

sensibilização e consciencialização das realidades que os afectam,visando a co-responsabilização face às mesmas, gerando agentesde mudança activos e interventivos;

(2) apoiar e informar as equipas técnicas envolvidas nodesenvolvimento do plano sobre as sensibilidades e preocupaçõesdestes grupos alargados, com conhecimento que possa ser útilàs suas contribuições;

Os fóruns constituem um elemento sinergético e dinamizador parao processo de empowerment, devendo os trabalhos estarprofissionalmente organizados e estruturados

OS FÓRUNS - ESTRATÉGIA E OPERACIONALIZAÇÃO

Tendo estes objectivos presentes, a equipa da participação públicaactiva conduziu dois momentos de participação (cada um com três

fóruns), adequando o leque de metodologias operacionais aos temase objectivos a atingir em cada momento, recorrendo a uma variedadede formatos que devem ser adaptados às situações concretas. ACaixa 2 dá uma ideia geral do funcionamento dos fóruns.

No primeiro momento o fórum focou-se na construção de cenáriospor parte dos participantes. No segundo momento os participantesinteiraram-se sobre o que já tinha sido feito nas várias componentes,contribuíram para uma validação interactiva de cenários e propuserammedidas para os problemas mais prementes da sua região.

Embora estas experiências sejam ainda muito curtas para asseguraruma dinâmica de grupo de continuidade, foram positivamenteavaliadas de uma forma geral pelos participantes que valorizaramuma série de aspectos, nomeadamente a interacção, oenvolvimento, a partilha de ideias e a diversidade de participantes.Assegurar de forma continuada processos deste tipo pode contribuira longo prazo para uma nova cidadania responsável pela gestãoda água.

FORUNS VISANDO O EMPOWERMENT

O processo de empowerment funciona geralmente da seguinteforma2:

• Um grupo alargado de participantes traz para um fórum umavisão global multifacetada. Quando este grupo se reúne começapor explorar um passado comum (e.g., o que se passou nasúltimos anos e décadas? Que implicações teve?). Ao fazê-lotraz para a discussão perspectivas diversificadas, que sãoreconhecidas, e trabalhadas construtivamente;

• Enquanto partilham perspectivas (p. ex. em grupos de trabalhode 4-5 elementos) os participantes vão-se centrando nos“aspectos comuns” e/ou nos aspectos partilhados, exploramas tendências, incluindo forças emergentes e de mudança queexperienciam, discutem preocupações, prioritizam as tendênciasidentificadas, e exploram as formas comuns de ver as questõesem debate. Frequentemente, com estas actividades osparticipantes mudam as suas próprias perspectivas e a formade verem as perspectivas dos outros;

• Posteriormente, os participantes podem ser encorajados a

gerarem opções concretas do que poderá ser um futuro comum(identificar aspectos em que concordam, as barreiras que terãode ser ultrapassadas, os projectos potenciais (e como lá chegar)e as diferenças não resolvidas);

• Finalmente, cada grupo apresenta os resultados que podemservir de input para o trabalho das equipas técnicas.

A experiência mostra que ao mudar as condições em que aspessoas interagem é possível estabelecer pontes entre osparticipantes de diferentes cultura, classe, idade, género, etnia,poder, status e hierarquia, encorajando-os a trabalharem emconjunto como parceiros em tarefas de interesse mútuo.

Os facilitadores não oferecem diagnósticos, receitas ou ideias,nem fazem julgamentos de valor sobre a qualidade dainformação, simplesmente colocam um processo de trabalhoem andamento e deixam o grupo construir a sua própriainformação, significado e motivação. Contribuem para que osparticipantes se auto-organizem e se auto-compreendam!

* Lia T. Vasconcelos Docente é Docente do Departamento deCiências e Engenharia do Ambiente /FCT/Universidade Nova deLisboa e investigadora do IMAR . A sua investigação centra-seem novas formas de tomada de decisão e governância emplaneamento e gestão ambiental, e é co-fundadora do WTeamUp,grupo de acção-investigação que se foca em governânciacolaborativa.Em 2008, O “Galardão Gulbenkian/Oceanário de Lisboa:Governação Sustentável dos Oceanos”, foi atribuído ao projectoque coordena MarGov - Governância Colaborativa de ÁreasMarinhas Protegidas , projecto visa construir, com os actoressociais e institucionais, um Modelo de Governância Colaborativapara o Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha, replicável e adaptávela outras Áreas Marinhas Protegidas. Coordenou o P-GERE ,desenvolvimento de um modelo integrado para a localização e

implementação de infra-estruturas de resíduos.Em 2006, coordenou o processo participativo para a Cova daMoura , um projecto no contexto da política urbana dirigido aodesenvolvimento de processos e politicas inovadoras em BairrosCríticos. Foi responsável por estruturar, coordenar e conduzir osForums Participativos da Campanha Douro Limpo , visando oenvolvimento alargado da população para a consciencializaçãoambiental e a mobilização dos cidadãos, tornando-os agentesde mudança na gestão de resíduos no Alto Douro Vinhateiro.Além de outras publicações é editora e co-editora de vários livros:Environmental Activism in Society (2002) e TAIDIS - CidadaniaAmbiental, Informação e Participação no contexto da Convençãode Aahrus (2006), Cidadãos pelo Ambiente, conservação danatureza e biodiversidade em Portugal (2009), Governância eParticipação na Gestão Territorial, série Politica de Cidades (2009),

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OPINIÃOOPINIÃO

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ENQUADRAMENTO

A participação pública - entendida como um processo que permiteàs pessoas influenciar um plano - é hoje plenamente reconhecidacomo necessária por muitos decisores e especialistas na área degestão de recursos hídricos, especialmente desde que a DirectivaQuadro da Água (DQA) a tornou um requisito.

O tipo de participação pública a que DQA se refere vai para alémda participação passiva, isto é da informação ou consulta dopúblico. Ao encorajar os estados membros a envolver activamenteas partes interessadas (stakeholders), a DQA pressupõe um conjuntode acções de participação activa em que os actores-chavecontribuem directamente para a preparação do plano e no processode decisão. No contexto da participação activa, os actores-chaveincluem não só as diferentes instituições públicas, mas tambéminstituições privadas, organizações da sociedade civil e cidadãosinteressados.

Como em qualquer área de especialidade técnica, o sucesso deuma intervenção depende da aplicação da metodologia adequadaao problema em questão. O mesmo se passa com a participaçãoactiva na elaboração de planos. Neste caso, o problema (ou desafio)está em conseguir assegurar que actores-chave com interessesdistintos, muitas vezes com longos historiais de conflito entre si,sejam capazes de desenvolver formas de trabalhar em conjuntotendo em vista soluções de interesse mútuo que vão para alémdo próprio plano. Para isso, é necessário utilizar metodologias detipo Win-Win, ou de Ganho Mútuo, orientadas por facilitadorescapazes de assegurar o faseamento, estruturação e facilitaçãodas actividades de trabalho em conjunto (ver Caixa 1). Estasmetodologias deverão encorajar os participantes a levantar edebater questões chave e a expressar as suas preocupações; agerar conjuntamente contributos para o plano; e a partilhar ideiase práticas de trabalho.

Quando estas condições são asseguradas por profissionaisdevidamente treinados, geram-se contextos abertos e interacçõesentre múltiplos conhecimentos, práticas, linguagens e vivências.Em suma, cria-se um espaço-oportunidade para a interacção deuma diversidade de visões, perspectivas e preocupações de granderiqueza que pode constituir uma mais-valia para estratégias,propostas e decisões, e é promissora de inovação. A isto chamase o empowerment 1 dos actores-chave.

METODOLOGIAS WIN-WIN OU GANHO MÚTUO -PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS

• todos os participantes estão igualmente informados, o quepressupõe um trabalho anterior de comunicação activa e emlinguagem adequada aos participantes-alvo;

• todos os conhecimentos/argumentos são válidos e tratadosem pé de igualdade, os participantes podem desafiarpressupostos/questões e a validação é feita na base de umbom argumento, permitindo que os mitos criados sejamdesconstruidos através da multiplicidade de conhecimentospresentes na sessão;

• o facilitador deve ser independente (em relação ao conteúdoe resultados e não se pronuncia sobre os mesmos). Deve,também, assegurar um espaço seguro, não permitindoagressões, para os participantes ganharem confiança noprocesso e se pronunciarem genuinamente, e deve assegurarque todos tenham a mesma oportunidade de intervenção(“tempo de antena”) e sejam ouvidos (encorajando a escutaactiva, i.e. quando um fala todos escutam, não há conversaslaterais);

• o facilitador tem de assegurar que o processo progride a bomritmo, mas que dá tempo suficiente aos participantes paracriarem dinâmicas próprias, não os pressionando a avançaremrapidamente para soluções, para evitar caírem pela base pornão estarem suficientemente consolidadas;

• os participantes devem ser encorajados a procurar consensos,a focarem-se nos interesses e não nas posições, permitindoum leque mais variado de perspectivas que frequentementegera soluções inovadoras propostas colectivamente, devendoas soluções de ganho mútuo ser valorizadas;

• o facilitador deve contribuir para separar as pessoas doproblema, encorajando que todas as questões sejam colocadasna mesa, apropriadas pelo grupo e posteriormente debatidas.

O DESAFIO

Numa atitude vanguardista de abertura e fomento à inovação, aARH apostou num processo participativo activo para a elaboraçãodos Planos da Bacia do Tejo e das Ribeiras do Oeste. O processo

Lia Vasconcelos *

PARTICIPAÇÃO PÚBLICAASPECTOS METODOLÓGICOS

1Empowerment (no Brasil usa-se o neologismo em português empoderamento) refere ao aumento da força politica, social, e/ou económica de indivíduos ecomunidades. Muitas vezes envolve o desenvolvimento da confiança que os indivíduos/comunidades têm nas suas próprias capacidades. Isto é diferente dedelegação de poder ou de competências, bem como diferente de capacitação (capacity building). Capacitação é o desenvolvimento de capacidades atravésda educação, formação e experiência. 2 Adaptado de: http://www.co-intelligence.org/P-futuresearch.html (18 de Agosto de 2010) The Co-Intelligence Institute.

participativo apoiou-se essencialmente em Fóruns, visando asseguraros seguintes objectivos:(1) capacitar os participantes para um futuro comum, através da

sensibilização e consciencialização das realidades que os afectam,visando a co-responsabilização face às mesmas, gerando agentesde mudança activos e interventivos;

(2) apoiar e informar as equipas técnicas envolvidas nodesenvolvimento do plano sobre as sensibilidades e preocupaçõesdestes grupos alargados, com conhecimento que possa ser útilàs suas contribuições;

Os fóruns constituem um elemento sinergético e dinamizador parao processo de empowerment, devendo os trabalhos estarprofissionalmente organizados e estruturados

OS FÓRUNS - ESTRATÉGIA E OPERACIONALIZAÇÃO

Tendo estes objectivos presentes, a equipa da participação públicaactiva conduziu dois momentos de participação (cada um com três

fóruns), adequando o leque de metodologias operacionais aos temase objectivos a atingir em cada momento, recorrendo a uma variedadede formatos que devem ser adaptados às situações concretas. ACaixa 2 dá uma ideia geral do funcionamento dos fóruns.

No primeiro momento o fórum focou-se na construção de cenáriospor parte dos participantes. No segundo momento os participantesinteiraram-se sobre o que já tinha sido feito nas várias componentes,contribuíram para uma validação interactiva de cenários e propuserammedidas para os problemas mais prementes da sua região.

Embora estas experiências sejam ainda muito curtas para asseguraruma dinâmica de grupo de continuidade, foram positivamenteavaliadas de uma forma geral pelos participantes que valorizaramuma série de aspectos, nomeadamente a interacção, oenvolvimento, a partilha de ideias e a diversidade de participantes.Assegurar de forma continuada processos deste tipo pode contribuira longo prazo para uma nova cidadania responsável pela gestãoda água.

FORUNS VISANDO O EMPOWERMENT

O processo de empowerment funciona geralmente da seguinteforma2:

• Um grupo alargado de participantes traz para um fórum umavisão global multifacetada. Quando este grupo se reúne começapor explorar um passado comum (e.g., o que se passou nasúltimos anos e décadas? Que implicações teve?). Ao fazê-lotraz para a discussão perspectivas diversificadas, que sãoreconhecidas, e trabalhadas construtivamente;

• Enquanto partilham perspectivas (p. ex. em grupos de trabalhode 4-5 elementos) os participantes vão-se centrando nos“aspectos comuns” e/ou nos aspectos partilhados, exploramas tendências, incluindo forças emergentes e de mudança queexperienciam, discutem preocupações, prioritizam as tendênciasidentificadas, e exploram as formas comuns de ver as questõesem debate. Frequentemente, com estas actividades osparticipantes mudam as suas próprias perspectivas e a formade verem as perspectivas dos outros;

• Posteriormente, os participantes podem ser encorajados a

gerarem opções concretas do que poderá ser um futuro comum(identificar aspectos em que concordam, as barreiras que terãode ser ultrapassadas, os projectos potenciais (e como lá chegar)e as diferenças não resolvidas);

• Finalmente, cada grupo apresenta os resultados que podemservir de input para o trabalho das equipas técnicas.

A experiência mostra que ao mudar as condições em que aspessoas interagem é possível estabelecer pontes entre osparticipantes de diferentes cultura, classe, idade, género, etnia,poder, status e hierarquia, encorajando-os a trabalharem emconjunto como parceiros em tarefas de interesse mútuo.

Os facilitadores não oferecem diagnósticos, receitas ou ideias,nem fazem julgamentos de valor sobre a qualidade dainformação, simplesmente colocam um processo de trabalhoem andamento e deixam o grupo construir a sua própriainformação, significado e motivação. Contribuem para que osparticipantes se auto-organizem e se auto-compreendam!

* Lia T. Vasconcelos é Docente do Departamento de Ciências eEngenharia do Ambiente /FCT/Universidade Nova de Lisboa einvestigadora do IMAR . A sua investigação centra-se em novasformas de tomada de decisão e governância em planeamentoe gestão ambiental, e é co-fundadora do WTeamUp, grupo deacção-investigação que se foca em governância colaborativa.Em 2008, O “Galardão Gulbenkian/Oceanário de Lisboa:Governação Sustentável dos Oceanos”, foi atribuído ao projectoque coordena MarGov - Governância Colaborativa de ÁreasMarinhas Protegidas , projecto visa construir, com os actoressociais e institucionais, um Modelo de Governância Colaborativapara o Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha, replicável e adaptávela outras Áreas Marinhas Protegidas. Coordenou o P-GERE ,desenvolvimento de um modelo integrado para a localização eimplementação de infra-estruturas de resíduos.

Em 2006, coordenou o processo participativo para a Cova daMoura , um projecto no contexto da política urbana dirigido aodesenvolvimento de processos e politicas inovadoras em BairrosCríticos. Foi responsável por estruturar, coordenar e conduzir osForums Participativos da Campanha Douro Limpo , visando oenvolvimento alargado da população para a consciencializaçãoambiental e a mobilização dos cidadãos, tornando-os agentesde mudança na gestão de resíduos no Alto Douro Vinhateiro.Além de outras publicações é editora e co-editora de vários livros:Environmental Activism in Society (2002) e TAIDIS - CidadaniaAmbiental, Informação e Participação no contexto da Convençãode Aahrus (2006), Cidadãos pelo Ambiente, conservação danatureza e biodiversidade em Portugal (2009), Governância eParticipação na Gestão Territorial, série Politica de Cidades (2009),Ambiente, Ciência e Cidadãos (2010).

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OPINIÃOOPINIÃO

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Pedro Teiga *

PROJECTO RIOS,ENVOLVIMENTO E CIDADANIA

Projecto Rios em divulgação no rio Tejo

Os cursos de água são uma enorme riqueza ao nível da disponibilidadede solos férteis para a agricultura, de água para consumo doméstico,industrial e rega agrícola, de temperaturas amenas e que favorecema ocorrência e manutenção de elevado número de serviços humanos.O valor da biodiversidade dos ecossistemas e o valor paisagísticodos rios e ribeiras, está ameaçado, fruto de pressões antrópicase que urge corrigir. Os rios e ribeiras que espelham os costumes,usos, tradições e cultura de uma sociedade em muitos casosapresentam elevada degradação.A participação pública em Portugal, entre os países da Europa, é dasque apresenta níveis mais baixos faltando ferramentas que contribuampara uma sociedade cívica mais activa, nomeadamente no âmbitodos recursos hídricos.Os espaços ribeirinhos podem ser utilizados como laboratório dedescobertas e investigação, tal como outras áreas de aprendizagemtécnica e científica (reacções físico-químicas, reacções e interacçõesbiológicas, engenhos e modos de utilização do espaço), podem serum espaço de lazer, local de reencontro de culturas, saberes egerações.Os rios e ribeiras, em bom estado, transportam o ser humano parao meio natural, integrando-o neste sistema. Neste espaço as emoçõese sentidos despertam e atingem o equilíbrio. A harmonia pode ser

restabelecida pelos sons da água, das aves, beleza da biodiversidade,o toque na água ou perfume das plantas aromáticas, estimulandoemoções, criatividade, vontade e meios de aprendizagem.A formação de uma sociedade que se envolve e promove a cidadanianecessita de competências ao nível do conhecimento intelectual,emocional e valores. O sistema ribeirinho é um meio e óptimaoportunidade de concretizar em atitudes e acções os comportamentosmais responsáveis e ecológicos. O Projecto Rios surge em Portugalcomo ferramenta para dar resposta à necessidade de envolvimentoe cidadania, com vista à reabilitação das linhas de água.O Projecto Rios surge em 1997 pela “Associación Habitats” com o“Projecte RIUS” na Catalunha. Em Portugal está a ser implementadodesde 2006 pela coordenação da Associação Portuguesa deEducação Ambiental (ASPEA) e da Liga para a Protecção daNatureza (LPN). Este Projecto promove a adopção voluntária emonitorização de um troço (500 m) de rio ou ribeira, de modo asensibilizar a população para os problemas e para a importância daprotecção, valorização e melhoria dos sistemas ribeirinhos. Podeminscrever-se neste projecto, voluntariamente e de forma gratuita,municípios, empresas, escolas, escuteiros, associações, lares, amigos,famílias, e a população em geral, no sentido de conhecer e monitorizarum rio da sua região.

O Projecto obedece a uma metodologia de observação simples,rigorosa, de fácil aplicação e desenvolvimento. Utiliza como recursoum kit científico e pedagógico com os seguintes materiais: ummanual de apoio, 38 fichas de identificação (rios, fauna, flora,macroinvertebrados, património etnográfico, catástrofes,bioindicadores, físico-químicos, rochas), duas fichas de campo, pararegisto das observações, um camaroeiro, uma lupa, uma apresentaçãodo projecto, uma prancheta, um autocolante e uma caixa para guardaros materiais. Este kit é fornecido gratuitamente a cada grupo que seinscreva no Projecto Rios através do apoio de um mecenas.Os grupos inscritos no Projecto assumem o compromisso voluntário,a responsabilidade de vigilância, caracterização e protecção do troçodo curso de água que seleccionaram. Deste modo, os gruposenvolvidos visitam anualmente, no mínimo, duas vezes por ano, oscursos de água seleccionados, onde recolhem os parâmetros dequalidade estabelecidos. Com esta monitorização, é possível actuar,de modo preventivo/curativo, para atingir o Bom Estado Ecológicodas massas de água e melhorar a consciência social dos utilizadores,que degradam as linhas de água. O Projecto Rios actua, com aspessoas, junto aos rios e ribeiras para promover através doconhecimento e acção, o envolvimento social, económico e ambientaldas localidades.Entre os principais problemas detectados pelos grupos do ProjectoRios destacam-se: poluição da água, descargas de resíduos, ocupaçãodo leito de cheia, consumos de água exagerados durante as secas,presença de espécies exóticas, perda de biodiversidade, ocupaçãodo espaço marginal por actividades poluentes, desconhecimentodas tradições e valores naturais.Os principais objectivos do Projecto Rios são:• Disponibilizar informação técnica e cientifica para promover uma

reflexão participada dos interventores e decisores com a finalidadede criar um intercâmbio de estratégias e metodologias de educaçãoambiental nas zonas ribeirinhas;

• Criar um espírito de cooperação entre os grupos envolvidos inscritos;

• Monitorizar, inspeccionar e melhorar regularmente troços de um rioou ribeira, com vista à avaliação do grau de qualidade da linha deágua adoptada;

• Promover a participação pública com a ligação afectiva da populaçãoao espaço ribeirinho e à comunidade local e sensibilizar a comunidadepara adopção de estratégias promotoras boa qualidade ambiental;

• Organizar acções, actividades práticas e eventos para a promoção,divulgação, discussão, aprendizagem e partilha sobre a água e aimportância dos rios;

• Promover a utilização de novas tecnologias de informação;• Em contexto escolar, contribuir para a implementação da educação

ambiental enquanto área transversal na política das escolas;• Concretizar a máxima “pensar global, agir local” e contribuir para

a implementação da Agenda 21, local e escolar, e da DirectivaQuadro da Água.

Entre os principais resultados do projecto destacam-se actualmente:o I e II Encontro Nacional do Projecto Rios, I Encontro de Monitores,216 Grupos envolvidos; distribuídos por 77 Municípios; 178 Escolasaderentes; 22 Associações; 14 Cursos de formação “Monitores doProjecto Rios” (16h e 50h) onde foram formados 228 Monitores doProjecto Rios. Estão adoptados 134 Rios, 76 Ribeiras e participammais de 3 500 pessoas sendo que mais de 10 000 estão directamenteenvolvidas. Os monitores têm sido uma mais-valia, na ajuda edivulgação, auxilio na implementação e contributo para a continuidadedo Projecto.O sucesso do Projecto Rios tem ocorrido com o envolvimentocrescente de grupos e de entidades, que dão apoio na concretizaçãode actividades, onde se destaca o papel positivo das escolas,Municípios, Juntas de Freguesia e das Administrações de RegiãoHidrográfica. Neste percurso foi reconhecido com a menção honrosapelo Green Project Awards 2009 e pela Fundação Nova Cultura daÁgua, com a Dragona Ibérica 2010.Encontra-se em desenvolvimento o site do Projecto Rios emwww.projectorios.org, onde podem ser descarregadas informação

Saída de campo do Projecto Rios Junto ao Rio Alviela (Santarém)

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OPINIÃOOPINIÃO

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Pedro Teiga *

PROJECTO RIOS,ENVOLVIMENTO E CIDADANIA

Projecto Rios em divulgação no rio Tejo

Os cursos de água são uma enorme riqueza ao nível da disponibilidadede solos férteis para a agricultura, de água para consumo doméstico,industrial e rega agrícola, de temperaturas amenas e que favorecema ocorrência e manutenção de elevado número de serviços humanos.O valor da biodiversidade dos ecossistemas e o valor paisagísticodos rios e ribeiras, está ameaçado, fruto de pressões antrópicase que urge corrigir. Os rios e ribeiras que espelham os costumes,usos, tradições e cultura de uma sociedade em muitos casosapresentam elevada degradação.A participação pública em Portugal, entre os países da Europa, é dasque apresenta níveis mais baixos faltando ferramentas que contribuampara uma sociedade cívica mais activa, nomeadamente no âmbitodos recursos hídricos.Os espaços ribeirinhos podem ser utilizados como laboratório dedescobertas e investigação, tal como outras áreas de aprendizagemtécnica e científica (reacções físico-químicas, reacções e interacçõesbiológicas, engenhos e modos de utilização do espaço), podem serum espaço de lazer, local de reencontro de culturas, saberes egerações.Os rios e ribeiras, em bom estado, transportam o ser humano parao meio natural, integrando-o neste sistema. Neste espaço as emoçõese sentidos despertam e atingem o equilíbrio. A harmonia pode ser

restabelecida pelos sons da água, das aves, beleza da biodiversidade,o toque na água ou perfume das plantas aromáticas, estimulandoemoções, criatividade, vontade e meios de aprendizagem.A formação de uma sociedade que se envolve e promove a cidadanianecessita de competências ao nível do conhecimento intelectual,emocional e valores. O sistema ribeirinho é um meio e óptimaoportunidade de concretizar em atitudes e acções os comportamentosmais responsáveis e ecológicos. O Projecto Rios surge em Portugalcomo ferramenta para dar resposta à necessidade de envolvimentoe cidadania, com vista à reabilitação das linhas de água.O Projecto Rios surge em 1997 pela “Associación Habitats” com o“Projecte RIUS” na Catalunha. Em Portugal está a ser implementadodesde 2006 pela coordenação da Associação Portuguesa deEducação Ambiental (ASPEA) e da Liga para a Protecção daNatureza (LPN). Este Projecto promove a adopção voluntária emonitorização de um troço (500 m) de rio ou ribeira, de modo asensibilizar a população para os problemas e para a importância daprotecção, valorização e melhoria dos sistemas ribeirinhos. Podeminscrever-se neste projecto, voluntariamente e de forma gratuita,municípios, empresas, escolas, escuteiros, associações, lares, amigos,famílias, e a população em geral, no sentido de conhecer e monitorizarum rio da sua região.

O Projecto obedece a uma metodologia de observação simples,rigorosa, de fácil aplicação e desenvolvimento. Utiliza como recursoum kit científico e pedagógico com os seguintes materiais: ummanual de apoio, 38 fichas de identificação (rios, fauna, flora,macroinvertebrados, património etnográfico, catástrofes,bioindicadores, físico-químicos, rochas), duas fichas de campo, pararegisto das observações, um camaroeiro, uma lupa, uma apresentaçãodo projecto, uma prancheta, um autocolante e uma caixa para guardaros materiais. Este kit é fornecido gratuitamente a cada grupo que seinscreva no Projecto Rios através do apoio de um mecenas.Os grupos inscritos no Projecto assumem o compromisso voluntário,a responsabilidade de vigilância, caracterização e protecção do troçodo curso de água que seleccionaram. Deste modo, os gruposenvolvidos visitam anualmente, no mínimo, duas vezes por ano, oscursos de água seleccionados, onde recolhem os parâmetros dequalidade estabelecidos. Com esta monitorização, é possível actuar,de modo preventivo/curativo, para atingir o Bom Estado Ecológicodas massas de água e melhorar a consciência social dos utilizadores,que degradam as linhas de água. O Projecto Rios actua, com aspessoas, junto aos rios e ribeiras para promover através doconhecimento e acção, o envolvimento social, económico e ambientaldas localidades.Entre os principais problemas detectados pelos grupos do ProjectoRios destacam-se: poluição da água, descargas de resíduos, ocupaçãodo leito de cheia, consumos de água exagerados durante as secas,presença de espécies exóticas, perda de biodiversidade, ocupaçãodo espaço marginal por actividades poluentes, desconhecimentodas tradições e valores naturais.Os principais objectivos do Projecto Rios são:• Disponibilizar informação técnica e cientifica para promover uma

reflexão participada dos interventores e decisores com a finalidadede criar um intercâmbio de estratégias e metodologias de educaçãoambiental nas zonas ribeirinhas;

• Criar um espírito de cooperação entre os grupos envolvidos inscritos;

• Monitorizar, inspeccionar e melhorar regularmente troços de um rioou ribeira, com vista à avaliação do grau de qualidade da linha deágua adoptada;

• Promover a participação pública com a ligação afectiva da populaçãoao espaço ribeirinho e à comunidade local e sensibilizar a comunidadepara adopção de estratégias promotoras boa qualidade ambiental;

• Organizar acções, actividades práticas e eventos para a promoção,divulgação, discussão, aprendizagem e partilha sobre a água e aimportância dos rios;

• Promover a utilização de novas tecnologias de informação;• Em contexto escolar, contribuir para a implementação da educação

ambiental enquanto área transversal na política das escolas;• Concretizar a máxima “pensar global, agir local” e contribuir para

a implementação da Agenda 21, local e escolar, e da DirectivaQuadro da Água.

Entre os principais resultados do projecto destacam-se actualmente:o I e II Encontro Nacional do Projecto Rios, I Encontro de Monitores,216 Grupos envolvidos; distribuídos por 77 Municípios; 178 Escolasaderentes; 22 Associações; 14 Cursos de formação “Monitores doProjecto Rios” (16h e 50h) onde foram formados 228 Monitores doProjecto Rios. Estão adoptados 134 Rios, 76 Ribeiras e participammais de 3 500 pessoas sendo que mais de 10 000 estão directamenteenvolvidas. Os monitores têm sido uma mais-valia, na ajuda edivulgação, auxilio na implementação e contributo para a continuidadedo Projecto.O sucesso do Projecto Rios tem ocorrido com o envolvimentocrescente de grupos e de entidades, que dão apoio na concretizaçãode actividades, onde se destaca o papel positivo das escolas,Municípios, Juntas de Freguesia e das Administrações de RegiãoHidrográfica. Neste percurso foi reconhecido com a menção honrosapelo Green Project Awards 2009 e pela Fundação Nova Cultura daÁgua, com a Dragona Ibérica 2010.Encontra-se em desenvolvimento o site do Projecto Rios emwww.projectorios.org, onde podem ser descarregadas informação

Saída de campo do Projecto Rios Junto ao Rio Alviela (Santarém)

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ENTREVISTAOPINIÃO

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Marcha pelos rios - II Encontro Nacional do Projecto Rios.

geral do projecto, ficha de inscrição e algumas informações adicionais.O Projecto Rios assume-se como uma ferramenta de trabalho,voluntária, que tem em vista a sensibilização da população, a promoçãoda participação pública e a preservação ou reabilitação dos rios eribeiras locais respeitando os princípios e objectivos da DirectivaQuadro da Água (DQA) e Lei da Água.Uma sociedade responsável e atenta promove através da formaçãocomportamentos ajustados a um desenvolvimento sustentado ondea melhoria dos sistemas ribeirinhos e das populações são incluídos.As várias instituições, empresas, escolas, associações, autarquiase juntas de freguesia podem ser parceiros e dinamizadores na suaárea de influência e estimular grupos para adoptarem um troço delinha de água. Cada um pode dar o seu contributo, divulgando eadoptando o seu rio ou ribeira com a sua família, turma, escola,grupo de amigos e contribuindo para que os nossos rios e ribeirasfiquem melhores.

Projecto Rios Une pessoas e Une Rios.Plantação de árvores(acção de melhoria)

* Pedro Teiga, Nasceu em Macedo de Cavaleiros em 11 de Junho de 1974. Licenciou-se na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, tirou o mestrado em Engenharia do Ambiente na Faculdade de Engenharia da Universidadedo Porto (FEUP) e actualmente encontra-se a realizar o doutoramento em Reabilitação de Rios e Ribeiras na FEUP.Coordenador Nacional do Projecto Rios. Faz parte da Direcção da APENA (Associação Portuguesa de EngenhariaNatural). Consultor na área de Reabilitação fluvial. Formador na área do ambiente e informática.Participou em mais de 100 comunicações em palestras e seminários organizados por escolas, associações, juntasde freguesia, empresas e Municípios no âmbito do Projecto Rios e da reabilitação de rios e Ribeiras. Com váriaspublicações científicas.

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ENTREVISTA

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ENTREVISTA

Gestão Participada de Recursos Hídricos

O PROJETO SOSSEGO

Edmilson Costa Teixeira*

Nesta edição falamos de Participação Pública.No que se refere às questões da água, comoconvenceria uma entidade ou cidadão, à partidadesinteressado, acerca da importância daparticipação e envolvimento de todos?

Inicialmente, penso ser importante contextualizarnossa abordagem sobre a participação. NoBrasil, atualmente, as políticas públicas temcomo característica instâncias formais para aparticipação da sociedade na gestão da água,como conselhos de recursos hídricos e comitêsde bacias hidrográficas. Isto foi uma conquistarecente, no âmbito da consolidação dademocracia no país. No entanto, o cidadãohistoricamente não foi habituado à participaçãoformal. Assim, mesmo havendo espaço, suaparticipação não é ainda muito orientada, nãotem referências. É no entendimento e suportea este aspecto da participação na gestão daságuas que situamos nossos trabalhos.A qualificação das pessoas para atuação nagestão é importante no Brasil devido ao caráterdeliberativo que as instâncias de participaçãosocial possuem, o que é relativamente diferentedo caso europeu, no qual tais instâncias tem,normalmente, caráter consultivo, em regra.Nosso foco no LabGest (Laboratório de Gestãode Recursos Hídricos & DesenvolvimentoRegional da Universidade Federal do EspíritoSanto/Brasil) é no suporte científico etecnológico à gestão participativa de recursoshídricos. A ciência e a tecnologia têm muitascontribuições já consolidadas na área degestão de recursos hídricos, como os modelosde vazão e monitoramento de qualidade,quantidade, etc. Estes aportes visam àdisponibilidade hídrica. Contudo, o universo

da gestão de recursos hídricos é muito maisamplo. A questão da disponibilidade não podeser abordada separadamente da questão dequanto e de como os variados setores esegmentos da sociedade utilizam ou queremutilizar a água.A metodologia que temos construído paralidar com a gestão participativa é trazer aquestão da água para tratar de questões dedesenvolvimento e sustentabilidade. Ao seadotar esta abordagem promove-se aaproximação das pessoas ao tema, muito maisna perspectiva de dialogar que de convencer.Enfatizar as relações e conexão entre ascoisas do mundo e a água é importante parase atingir os objetivos de sustentabilidade.Reconhecemos a água como integrador detodos elementos, setores, categoria, atores,importantes para a sustentabilidade.A água tem um grande potencial de integração,porque é um elemento real, físico, mas tambémsimbólico. Todas as pessoas têm idéias decomo o mundo está e como ele poderia estare em meio a este diálogo de idéias não é difícilde entender as conexões e interligações coma água. A água é o meio por onde a vida circulano mundo e as pessoas têm esta percepção.Valorizar estes conhecimentos e percepçõesdos diferentes atores sociais é importante sese quer estabelecer o diálogo. Ao lidarmoscom pessoas ou instituições, pertencentes aalgum setor ou segmento, vinculadas dealgum modo aos espaços de participação,estas pessoas ou instituições passam aenxergar como elas, seu setor ou segmentosão importantes no contexto como um todo.Isso em geral tem sido um fator de motivaçãopara a participação.

Em que consiste o "Projeto Sossego"?

Projeto Sossego nasceu no contexto de buscade um lugar em que pudessem ser testada eexperimentada a interação entre gestores esociedade, tomando a Política de RecursosHídricos como referência, que traz a integraçãoe a participação como fundamentos.São poucas as experiências bem sucedidas nomundo em gestão participativa da água comfoco na sustentabilidade, cuja abordagemenvolve o socialmente justo, o ambientalmentesaudável e o economicamente viável. A políticaeuropéia é focada nisso, mas as diversasdimensões que envolvem a questão e o poucotempo de adoção deste paradigma nãoproduziram, ainda, respostas efetivas para omundo. O Projeto Sossego é uma iniciativa deprodução de investigações e de desenvolvimentode procedimentos metodológicos, ou seja,aportes científicos para contribuir com oentendimento e a prática da gestão participativacom foco na sustentabilidade.Temos tratado o Projeto Sossego comoLaboratório Vivo para Gestão Participativa deRecursos Hídricos, no qual não só se aplicam,avaliam e aperfeiçoam técnicas e tecnologiasvoltadas aos aspectos quali-quantitativos daságuas, mas também se exercitam a observaçãoe a pesquisa em situação, integrando aspectossociais, ambientais, técnico-tecnológicos,políticos e institucionais.A bacia hidrográfica do Córrego Sossego, naqual são desenvolvidas as investigações,corresponde a uma área de cerca de 65km2,predominantemente ocupada por pequenaspropriedades rurais de base agrícola familiar,localizada no município de Itarana, Estado do

Vale do Sossego/Itarana - ES - Brasil

Oficina de Integração Comunitária:O Jogo da Bacia Hidrográfica

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ENTREVISTA

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ACTUALIDADEEspírito Santo-Brasil. Faz parte da baciahidrográfica do rio Doce.O Projeto Sossego tem um Grupo Gestor,formado por diversas instituições que atuam naárea, tais como o Instituto de DefesaAgropecuária e Florestal, o Instituto Capixabade Pesquisa e Extensão Rural, a Polícia MilitarAmbiental, as Secretarias Municipais deAgricultura e Meio Ambiente, de Educação ede Saúde, a Associação de PequenosProdutores Rurais do Sossego, a FundaçãoNacional de Saúde, o Serviço Brasileiro de Apoioàs Micro e Pequenas Empresas, o InstitutoEstadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos,o Ministério Público Estadual e a UniversidadeFederal do Espírito Santo. O Projeto tem tambémum Grupo Coordenador da Comunidade,formado por três representantes de cada umadas 12 comunidades rurais lá existentes. Estasinstituições e estes representantes tem tido atuaçõesefetivas em experiências de gestão integrada eparticipativa que tem foco na água, mas envolvevárias dimensões da vida da comunidade.

De que modo podemos enquadrar este projetono contexto da Participação Pública?

No contexto da gestão de recursos hídricos noBrasil, temos a gestão local/regional formal quese dá no âmbito de Comitês de BaciaHidrográfica, onde há a participação da sociedadecivil organizada, de usuários da água e de ÓrgãosGestores de Recurso Hídricos. Estes têm atuadoem escalas estaduais, regionais ou nacionais.O Projeto Sossego atua na escala da vidacotidiana, no nível de comunidade, por microbacia hidrográfica. Trabalha com empoderamentosocial, integração entre instituições, gestores ecomunidades, que é importante para lidar como desenvolvimento sustentável. Neste âmbitonão se trata só da participação da sociedadecivil organizada, mas de todos os membros dacomunidade e das instituições, integrandodesejos, sonhos, experiências, mas tambémavaliando o que é desejável, o que é possível eo que é mais apropriado para cumprir as metasde sustentabilidade.O Projeto Sossego lida com a participação emdiversos níveis e em diversas dimensões. Aquestão da água, que entra como elemento paraatender as metas de desenvolvimento local,depende de decisões que são tomadas no nívelde gestão formal. No caso dos Comitês de Baciaas decisões dependem da composição destesespaços de decisão, especificamente no que serefere à representação de setores e à qualidadeda representação, ou seja, a representatividade.No Projeto Sossego há parceiros que lidam naescala local como os que atuam no nível formal(os órgãos gestores). Esta diversidade de atorese atuações tem produzido o entendimento deque as escalas locais, cotidianas, podem interferirnas escalas de atuação mais amplas, como naformulação de políticas. Uma escala de atuaçãoalimenta a outra.Assim, o Projeto Sossego, ao trabalhar na base,ao nível de microbacia, na operacionalização daauto e da co-gestão, qualifica as pessoas (e

instituições) também para participação na gestãoformal, dá suporte e prepara as bases para queo sistema possa articular as diferentes escalasna gestão.

Como avalia as ações desenvolvidas e resultadosaté agora obtidos?

Sem entrar no mérito dos detalhes, das questõespontuais, pode-se apontar como avanço globala organização comunitária, que caminha parao fechamento de um plano de desenvolvimentolocal. Integrar pessoas, comunidades einstituições e seus saberes é um dos aspectosmais complexos e mais determinantes para segarantir o sucesso da sustentabilidade.Também se reconhece como avanço acrescente disposição das instituições parceirasdo Projeto na integração das políticas e naincorporação dos conhecimentos locais nadefinição das metas de desenvolvimento esustentabilidade.

Pela sua experiência, em que medida é quea gestão de recursos hídricos pode afetara realidade social e económica de umacomunidade?

Como já foi abordado, a gestão de recursoshídricos é uma temática bastante complexa.Ela tem potencial de afetar a realidade de umaregião ao nível da escala local se houver aefetivação daquilo que é concebido comomodelo, ou seja, a participação ampla equalificada, a integração das políticas, aarticulação das escalas de atuação dasdiferentes instâncias da gestão e a construçãocoletiva das metas de sustentabilidade.

Quais são os grandes desafios que se colocam,atualmente, em matéria de gestão participadade recursos hídricos, nomeadamente no Brasil?

Na política brasileira de recursos hídricos háestruturas legais para que as decisões sejamtomadas de forma simétrica. Os Comitês deBacias Hidrográficas são compostos por trêssegmentos com a mesma dimensão numérica:poder público, usuários de água e sociedadecivil. No entanto as condições para participaçãosão assimétricas e o papel daquela instânciadecisória é, muitas vezes, pouco compreendidopelos próprios representantes.A gestão pública no Brasil era, até há poucotempo, predominantemente efetivada pormecanismos de comando e controle. Estamosvivendo a transição para a efetivação dasinstâncias de controle pela sociedade, comoComitês, Conselhos, etc. É um outro paradigmade gestão e para sua plena efetivação é precisoque se dê condições, criem-se estratégias dequalificação e apoio, e mecanismos de escutados diferentes saberes que circulam nestasinstâncias. Para ilustrar a situação: é comum tero segmento de usuários representado porfuncionários de grandes empresas, cuja atuação

no comitê pode ser estratégica para amanutenção de suas condições de produção,e o segmento de sociedade civil representadopor associações de bairro, cooperativas, etc.Se couber aos representantes o ônus de suaparticipação, situação que acontece hoje, nãoé difícil deduzir qual será o segmentopredominantemente presente nas reuniões noComitê. Se não houver condições iguais departicipação (tanto em termos de capacitaçãocomo em termos da viabilização de transporte,alimentação, etc.) não haverá condições sequerde se pensar em efetividade da gestãoparticipativa. Se necessárias, estas condiçõesdevem ser garantidas pelo Estado.Outro grande desafio é a compreensão do papeldestas instâncias participativas e deliberativasnão só em relação às decisões sobre osinstrumentos da política, como também daimplicação destas num contexto mais amplo,que é o da gestão do território como um todo.Na esteira deste desafio, temos também aqualificação da representatividade e acriação de mecanismos que efetivem o fluxode informações entre representantes erepresentados.

Que outras iniciativas podem ser citadas emrelação ao incremento da temática da gestãoparticipativa no mundo hoje?

No âmbito técnico-científico, estamos lançandoa “Water Resources Management, Developmentand Participation Scientific Network”; tambémnomeada de ParticipationWater.Net(www.redectidoce.com.br/wrmdp-net). Trata--se de uma rede internacional de pesquisas queagrega várias instituições e pesquisadoresque investigam mecanismos de participaçãosocial na gestão das águas. Esta rede possuiuma sub-rede lusófona, em fase de construção,que atualmente conta com a participação depesquisadores do Brasil, de Portugal e deMoçambique e é atualmente coordenada pelaDoutora Marta Pedro Varanda, do Instituto deCiências Sociais da Universidade de Lisboa.

Dr. Edmilson Costa Teixeira, Engenheiro Civil. ProfessorAssociado do Departamento e Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da UniversidadeFederal do Espírito Santo (UFES). Coordenador doLaboratório de Gestão de Recursos Hídricos eDesenvolvimento Regional (LabGest/UFES).

*

Na ARH do Tejo a participação não é uma opção ou um desígnio, é umaobsessão.

Desde logo internamente, promovendo a participação comprometidade todos os colaboradores, e também, no criar as melhores condiçõespara possibilitar a participação externa. Efectivamente, desde a primeirahora, o traço genético da ARH do Tejo é o convite permanente àparticipação e co-responsabilização. Nesta matéria entendemos quecada parte tem apenas de fazer o que deve. Aqui esforçamos-nos paraque em cada momento, em cada processo, façamos e cumpramos anossa parte o melhor possível. Cada vez melhor e com mais eficácia.O Sistema de Gestão que estamos a implementar – Gestão da Qualidade,ISO 9001, com a certificação para muito breve – também procuramonitorizar este objectivo.

Entendemos que a participação pública é muito mais que um jogo depapelinhos onde um grupo, normalmente bem disposto, faz as suasescolhas. Participar é partilhar e criar compromissos. Participar é muitomais do que estar numa reunião e assinar a folha de presenças, participaré estar presente e dar. Por isso, no contexto português, a participaçãoé muito mais um dever que um direito. Um importante aspecto muitasvezes ignorado. A sociedade portuguesa alimenta o mito dos direitose ignora a realidade dos deveres a que está obrigada. Sabemos quenão tem a cultura da participação, da verdadeira participação quecompromete e responsabiliza. Na generalidade os diferentes actoresestão demitidos da sua parte e, mesmo quando presentes, entendema participação por esse simples facto. Na realidade estamos muito longeda atitude necessária. As inúmeras iniciativas que têm ocorrido no sentidode promover e facilitar a participação pública, desde logo pelas poucaspresenças, sabem a pouco em função do esforço e meios envolvidos.

Porque é assim? Como podemos ultrapassar esta (inconveniente)realidade? É assim porque, apesar de tudo, os diferentes actores nunca

estiveram tão bem. Isto é, as suas necessidades nunca foram tãosatisfeitas como nos tempos actuais. Esta realidade, aparentementecontraditória mas autêntica, conduz com muita facilidade à demissão.Quando assim é não à volta a dar, só há mudança quando o contextomudar. Pelo nosso lado vamos, não só continuar a fazer a nossa parte,mas também, na medida do possível, a exigir que cada parte cumpraefectivamente com o seu dever.

1.º Fórum de Participação PúblicaActiva PBH das Ribeiras do Oeste

2.º Fórum de ParticipaçãoPública Activa PGRH do Tejo

PARTICIPAR, UM DEVER

PARTICIPAR ÉPARTILHAR E CRIAR

COMPROMISSOS

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ENTREVISTA

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ACTUALIDADEEspírito Santo-Brasil. Faz parte da baciahidrográfica do rio Doce.O Projeto Sossego tem um Grupo Gestor,formado por diversas instituições que atuam naárea, tais como o Instituto de DefesaAgropecuária e Florestal, o Instituto Capixabade Pesquisa e Extensão Rural, a Polícia MilitarAmbiental, as Secretarias Municipais deAgricultura e Meio Ambiente, de Educação ede Saúde, a Associação de PequenosProdutores Rurais do Sossego, a FundaçãoNacional de Saúde, o Serviço Brasileiro de Apoioàs Micro e Pequenas Empresas, o InstitutoEstadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos,o Ministério Público Estadual e a UniversidadeFederal do Espírito Santo. O Projeto tem tambémum Grupo Coordenador da Comunidade,formado por três representantes de cada umadas 12 comunidades rurais lá existentes. Estasinstituições e estes representantes tem tido atuaçõesefetivas em experiências de gestão integrada eparticipativa que tem foco na água, mas envolvevárias dimensões da vida da comunidade.

De que modo podemos enquadrar este projetono contexto da Participação Pública?

No contexto da gestão de recursos hídricos noBrasil, temos a gestão local/regional formal quese dá no âmbito de Comitês de BaciaHidrográfica, onde há a participação da sociedadecivil organizada, de usuários da água e de ÓrgãosGestores de Recurso Hídricos. Estes têm atuadoem escalas estaduais, regionais ou nacionais.O Projeto Sossego atua na escala da vidacotidiana, no nível de comunidade, por microbacia hidrográfica. Trabalha com empoderamentosocial, integração entre instituições, gestores ecomunidades, que é importante para lidar como desenvolvimento sustentável. Neste âmbitonão se trata só da participação da sociedadecivil organizada, mas de todos os membros dacomunidade e das instituições, integrandodesejos, sonhos, experiências, mas tambémavaliando o que é desejável, o que é possível eo que é mais apropriado para cumprir as metasde sustentabilidade.O Projeto Sossego lida com a participação emdiversos níveis e em diversas dimensões. Aquestão da água, que entra como elemento paraatender as metas de desenvolvimento local,depende de decisões que são tomadas no nívelde gestão formal. No caso dos Comitês de Baciaas decisões dependem da composição destesespaços de decisão, especificamente no que serefere à representação de setores e à qualidadeda representação, ou seja, a representatividade.No Projeto Sossego há parceiros que lidam naescala local como os que atuam no nível formal(os órgãos gestores). Esta diversidade de atorese atuações tem produzido o entendimento deque as escalas locais, cotidianas, podem interferirnas escalas de atuação mais amplas, como naformulação de políticas. Uma escala de atuaçãoalimenta a outra.Assim, o Projeto Sossego, ao trabalhar na base,ao nível de microbacia, na operacionalização daauto e da co-gestão, qualifica as pessoas (e

instituições) também para participação na gestãoformal, dá suporte e prepara as bases para queo sistema possa articular as diferentes escalasna gestão.

Como avalia as ações desenvolvidas e resultadosaté agora obtidos?

Sem entrar no mérito dos detalhes, das questõespontuais, pode-se apontar como avanço globala organização comunitária, que caminha parao fechamento de um plano de desenvolvimentolocal. Integrar pessoas, comunidades einstituições e seus saberes é um dos aspectosmais complexos e mais determinantes para segarantir o sucesso da sustentabilidade.Também se reconhece como avanço acrescente disposição das instituições parceirasdo Projeto na integração das políticas e naincorporação dos conhecimentos locais nadefinição das metas de desenvolvimento esustentabilidade.

Pela sua experiência, em que medida é quea gestão de recursos hídricos pode afetara realidade social e económica de umacomunidade?

Como já foi abordado, a gestão de recursoshídricos é uma temática bastante complexa.Ela tem potencial de afetar a realidade de umaregião ao nível da escala local se houver aefetivação daquilo que é concebido comomodelo, ou seja, a participação ampla equalificada, a integração das políticas, aarticulação das escalas de atuação dasdiferentes instâncias da gestão e a construçãocoletiva das metas de sustentabilidade.

Quais são os grandes desafios que se colocam,atualmente, em matéria de gestão participadade recursos hídricos, nomeadamente no Brasil?

Na política brasileira de recursos hídricos háestruturas legais para que as decisões sejamtomadas de forma simétrica. Os Comitês deBacias Hidrográficas são compostos por trêssegmentos com a mesma dimensão numérica:poder público, usuários de água e sociedadecivil. No entanto as condições para participaçãosão assimétricas e o papel daquela instânciadecisória é, muitas vezes, pouco compreendidopelos próprios representantes.A gestão pública no Brasil era, até há poucotempo, predominantemente efetivada pormecanismos de comando e controle. Estamosvivendo a transição para a efetivação dasinstâncias de controle pela sociedade, comoComitês, Conselhos, etc. É um outro paradigmade gestão e para sua plena efetivação é precisoque se dê condições, criem-se estratégias dequalificação e apoio, e mecanismos de escutados diferentes saberes que circulam nestasinstâncias. Para ilustrar a situação: é comum tero segmento de usuários representado porfuncionários de grandes empresas, cuja atuação

no comitê pode ser estratégica para amanutenção de suas condições de produção,e o segmento de sociedade civil representadopor associações de bairro, cooperativas, etc.Se couber aos representantes o ônus de suaparticipação, situação que acontece hoje, nãoé difícil deduzir qual será o segmentopredominantemente presente nas reuniões noComitê. Se não houver condições iguais departicipação (tanto em termos de capacitaçãocomo em termos da viabilização de transporte,alimentação, etc.) não haverá condições sequerde se pensar em efetividade da gestãoparticipativa. Se necessárias, estas condiçõesdevem ser garantidas pelo Estado.Outro grande desafio é a compreensão do papeldestas instâncias participativas e deliberativasnão só em relação às decisões sobre osinstrumentos da política, como também daimplicação destas num contexto mais amplo,que é o da gestão do território como um todo.Na esteira deste desafio, temos também aqualificação da representatividade e acriação de mecanismos que efetivem o fluxode informações entre representantes erepresentados.

Que outras iniciativas podem ser citadas emrelação ao incremento da temática da gestãoparticipativa no mundo hoje?

No âmbito técnico-científico, estamos lançandoa “Water Resources Management, Developmentand Participation Scientific Network”; tambémnomeada de ParticipationWater.Net(www.redectidoce.com.br/wrmdp-net). Trata--se de uma rede internacional de pesquisas queagrega várias instituições e pesquisadoresque investigam mecanismos de participaçãosocial na gestão das águas. Esta rede possuiuma sub-rede lusófona, em fase de construção,que atualmente conta com a participação depesquisadores do Brasil, de Portugal e deMoçambique e é atualmente coordenada pelaDoutora Marta Pedro Varanda, do Instituto deCiências Sociais da Universidade de Lisboa.

Dr. Edmilson Costa Teixeira, Engenheiro Civil. ProfessorAssociado do Departamento e Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da UniversidadeFederal do Espírito Santo (UFES). Coordenador doLaboratório de Gestão de Recursos Hídricos eDesenvolvimento Regional (LabGest/UFES).

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Na ARH do Tejo a participação não é uma opção ou um desígnio, é umaobsessão.

Desde logo internamente, promovendo a participação comprometidade todos os colaboradores, e também, no criar as melhores condiçõespara possibilitar a participação externa. Efectivamente, desde a primeirahora, o traço genético da ARH do Tejo é o convite permanente àparticipação e co-responsabilização. Nesta matéria entendemos quecada parte tem apenas de fazer o que deve. Aqui esforçamos-nos paraque em cada momento, em cada processo, façamos e cumpramos anossa parte o melhor possível. Cada vez melhor e com mais eficácia.O Sistema de Gestão que estamos a implementar – Gestão da Qualidade,ISO 9001, com a certificação para muito breve – também procuramonitorizar este objectivo.

Entendemos que a participação pública é muito mais que um “jogo depapelinhos” onde um grupo, normalmente bem disposto, faz as suasescolhas. Participar é partilhar e criar compromissos. Participar é muitomais do que estar numa reunião e assinar a folha de presenças, participaré estar presente e dar. Por isso, no contexto português, a participaçãodeve ser encarada cada vez mais no seu duplo papel de dever edireito. Um importante aspecto muitas vezes ignorado. A sociedadealimenta o mito dos direitos e ignora a realidade dos deveres a que estáobrigada. Sabemos que não existe uma cultura da participação, daverdadeira participação que compromete e responsabiliza. Na generalidadeos diferentes actores estão demitidos da sua parte e, mesmo quandopresentes, entendem a participação por esse simples facto. Na realidadeestamos ainda longe da atitude necessária. As inúmeras iniciativas quetêm ocorrido no sentido de promover e facilitar a participação pública,desde logo pelas poucas presenças, sabem a pouco em função doesforço e meios envolvidos.

Porque é assim? Como podemos ultrapassar esta (inconveniente)realidade? Importa diversificar os meios? Informar mais as pessoas?

Nota-se que as pessoas são cada vez mais e apenas mobilizadas paraas situações em que, de alguma maneira, os problemas que directamentelhes afectam são tratados. Apesar de persistirem algumas situaçõesmais problemáticas, a verdade é que os diferentes actores nuncaestiveram tão bem, no que se refere por exemplo ao acesso aosserviços da água. Isto é, as suas necessidades nunca foram tãosatisfeitas como nos tempos actuais. Esta realidade, aparentementecontraditória mas autêntica, conduz com muita facilidade à demissão.Quando assim é não há volta a dar, só há mudança quando o contextomudar. Pelo nosso lado temos que encontrar formas mais ou menoscriativas de cativar os cidadãos, para que participem e entendam aimportância da valorização dos recursos hídricos e ecossistemasassociados, bem como o valor económico e social da água para a suasobrevivência, desenvolvimento de actividades económicas edesenvolvimento regional.

1.º Fórum de Participação PúblicaActiva PBH das Ribeiras do Oeste

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Decorreu no passado dia 22 de Março, pelas 18h00, em Ourém, a4.ª acção de divulgação sobre "Limpeza e Conservação de Linhasde Água", no âmbito de um ciclo de sessões de divulgação e debateque a ARH do Tejo tem vindo a realizar, em parceria com váriosmunicípios da sua área de actuação. Inserida nas comemorações doDia Mundial da Água, esta sessão foi muito participada, tendo odebate decorrido até depois das 22h00. A apresentação introdutóriarealizada pela ARH (disponível em www.arhtejo.pt) e motivadora dodebate, foi composta por cinco módulos:1. Objectivos das acções de limpeza e conservação de linhas de

água, que inclui a definição de responsabilidades, a clarificaçãode procedimentos e a definição e divulgação de boas práticas;

2. Enquadramento legal;3. Questões técnicas importantes e frequentes;4. Forma correcta de instrução dos processos;5. Acções de fiscalização e conclusões.

Na sessão de abertura, Paulo Fonseca, presidente da CâmaraMunicipal de Ourém, salientou o investimento de cerca de 700 mileuros, com o apoio do PRODER, que permitirá avançar com acriação de uma rede verde sustentada, sustentável e valorizadapelos cidadãos.

Recordamos que a limpeza e conservação de linhas de água é umaacção fundamental para a sustentabilidade de uma bacia hidrográfica.Um rio vivo e vivido só é possível com uma boa conservação emanutenção dos rios e galerias ribeirinhas. Através de um conjuntode acções de divulgação e debate, a ARH do Tejo tem procuradofomentar uma maior consciência e responsabilização de todosrelativamente à limpeza e conservação das linhas de água.

Manuel Lacerda, presidente da ARH do Tejo, relembrou em Ouréma importância destas acções uma vez que se resolvem melhor osproblemas quando colocados a nível local. No seu entender, aprotecção e valorização das linhas de água só é possível se tiver ocontributo dos Municípios e dos Munícipes. É neste pressuposto quea ARH tem manifestado toda a disponibilidade para trabalhar emconjunto com os Municípios da sua área de actuação. Oestabelecimento de parcerias com os Municípios é um vector que aARH do Tejo considera de uma importância crucial para o sucessodas actividades desenvolvidas. Neste contexto, estas sessões sãouma excelente oportunidade para a ARH do Tejo ter um contactomais próximo com os problemas e as preocupações dos utilizadoresde recursos hídricos.

DIA MUNDIAL DA ÁGUAARH DO TEJO PROMOVE ACÇÃO DE DIVULGAÇÃO SOBRE "LIMPEZA

E CONSERVAÇÃO DE LINHAS DE ÁGUA" EM OURÉM

Paulo Fonseca, Presidenteda Câmara Municipal de Ourém

Participantes

7.ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DEREGIÃO HIDROGRÁFICA DA ARH DO TEJOO belíssimo Fluviário de Mora foi o local escolhido para a realização,no dia 31 de Março, da 7.ª Reunião Ordinária do Conselho de RegiãoHidrográfica da ARH do Tejo. De entre os vários pontos da agenda, epara além da aprovação da Acta da 6.ª Reunião Ordinária, destaquepara a comunicação do Prof. João Ribeiro da Costa sobre as organizaçõesem contexto de crise; para a aprovação do Relatório de Actividades de2010 e para a apresentação do ponto de situação relativo ao Plano deGestão de Região Hidrográfica e ao Plano de Ordenamento do Estuáriodo Tejo.

Na sua intervenção inicial, Luís Simão de Matos, Presidente da CâmaraMunicipal de Mora, começou por destacar a relação entre o Municípiode Mora e os recursos hídricos, valorizada sobretudo através do desporto.É um facto que Mora tem hoje a melhor pista de pesca natural daEuropa, recebendo com regularidade grandes e diversas provas denível mundial de pesca desportiva. Sublinhou ainda a importante parceriadesenvolvida entre o Município de Mora e a ARH do Tejo. Uma sinergiaque, no seu entender, tem potencializado a riqueza natural que é o rioRaia. Manuel Lacerda, Presidente da ARH do Tejo, confirmou estaparceria ao proceder à entrega simbólica de um Catálogo do Fluviáriode Mora, editado e produzido pela ARH do Tejo em parceria com oConselho de Administração do Fluviário. Relembrou que este é o primeirogrande aquário de água doce da Europa, uma iniciativa ímpar e umamais-valia para a sensibilização acerca da importância da biodiversidadeno meio fluvial.

Seguiu-se a comunicação do Prof. João Ribeiro da Costa (UniversidadeNova de Lisboa) intitulada "As organizações em contexto de crise:Evolução, Desafios e Oportunidades". Dotado de reconhecida experiênciaacadémica e empresarial na área dos recursos hídricos, o oradorapresentou alguns exemplos práticos sobre aquilo que as organizaçõespodem e devem fazer em contexto de crise. Mudança como imperativode sobrevivência e transparência como elemento fundamental norelacionamento com o cliente (utilizador) são considerados factores--chave, num quadro em que a tarefa da gestão se releva particularmenteexigente.

Seguiu-se a apresentação do Relatório de Actividades de 2010. Pelaprimeira vez a ARH do Tejo elaborou o seu Relatório de Actividades,adicionando ao relatório de actividades ou de gestão que era normalproduzir, novos capítulos com as demonstrações financeiras, o parecere relatório do fiscal único e a certificação legal das contas e o balanço

social. Este documento está disponível em www.arhtejo.pt. O CRHsublinhou o grande empenho, transparência e a estreita ligação da ARHdo Tejo com a sociedade, para a qual muito têm contribuído os protocolose parcerias desenvolvidas. Ficou ainda o desafio de reforçar a vertentede investigação, nomeadamente através de uma maior ligação ao sectoracadémico. Terminado o debate, o Relatório de Actividades de 2010foi aprovado por unanimidade por todos os Conselheiros presentes.

Na segunda parte da reunião, foi apresentado o ponto de situaçãorelativamente ao Plano de Gestão de Região Hidrográfica do Tejo e aoPlano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste. Ainda nesteâmbito, foram apresentados os eventos participativos realizados eprevistos, nomeadamente os fóruns de participação pública e as sessõestemáticas. No que se refere ao Plano de Ordenamento do Estuário doTejo, para além da síntese dos trabalhos desenvolvidos, foi apresentadoo processo de participação pública associado, com destaque para osworkshops e reuniões da Comissão de Acompanhamento realizadas.

Na apresentação do último ponto de agenda, sobre outras actividadesdesenvolvidas pela ARH do Tejo, destacam-se a publicação Catálogodo Fluviário de Mora; a realização do relatório sobre a bacia do Tejopara a UNESCO; a presença da ARH do Tejo no VI Congresso sobrePlaneamento e Gestão de Zonas Costeiras realizado em Cabo Verdee as novas Sessões de Debate que se realizam nos próximos meses.Toda a informação relativa ao CRH está disponível em www.arhtejo.pt.

Sessão de Abertura

Manuel Lacerda eLuís Simão de Matos,

Presidente da CâmaraMunicipal de Mora

Prof. João Ribeiroda Costa

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Decorreu no passado dia 22 de Março, pelas 18h00, em Ourém, a4.ª acção de divulgação sobre "Limpeza e Conservação de Linhasde Água", no âmbito de um ciclo de sessões de divulgação e debateque a ARH do Tejo tem vindo a realizar, em parceria com váriosmunicípios da sua área de actuação. Inserida nas comemorações doDia Mundial da Água, esta sessão foi muito participada, tendo odebate decorrido até depois das 22h00. A apresentação introdutóriarealizada pela ARH (disponível em www.arhtejo.pt) e motivadora dodebate, foi composta por cinco módulos:1. Objectivos das acções de limpeza e conservação de linhas de

água, que inclui a definição de responsabilidades, a clarificaçãode procedimentos e a definição e divulgação de boas práticas;

2. Enquadramento legal;3. Questões técnicas importantes e frequentes;4. Forma correcta de instrução dos processos;5. Acções de fiscalização e conclusões.

Na sessão de abertura, Paulo Fonseca, presidente da CâmaraMunicipal de Ourém, salientou o investimento de cerca de 700 mileuros, com o apoio do PRODER, que permitirá avançar com acriação de uma rede verde sustentada, sustentável e valorizadapelos cidadãos.

Recordamos que a limpeza e conservação de linhas de água é umaacção fundamental para a sustentabilidade de uma bacia hidrográfica.Um rio vivo e vivido só é possível com uma boa conservação emanutenção dos rios e galerias ribeirinhas. Através de um conjuntode acções de divulgação e debate, a ARH do Tejo tem procuradofomentar uma maior consciência e responsabilização de todosrelativamente à limpeza e conservação das linhas de água.

Manuel Lacerda, presidente da ARH do Tejo, relembrou em Ouréma importância destas acções uma vez que se resolvem melhor osproblemas quando colocados a nível local. No seu entender, aprotecção e valorização das linhas de água só é possível se tiver ocontributo dos Municípios e dos Munícipes. É neste pressuposto quea ARH tem manifestado toda a disponibilidade para trabalhar emconjunto com os Municípios da sua área de actuação. Oestabelecimento de parcerias com os Municípios é um vector que aARH do Tejo considera de uma importância crucial para o sucessodas actividades desenvolvidas. Neste contexto, estas sessões sãouma excelente oportunidade para a ARH do Tejo ter um contactomais próximo com os problemas e as preocupações dos utilizadoresde recursos hídricos.

DIA MUNDIAL DA ÁGUAARH DO TEJO PROMOVE ACÇÃO DE DIVULGAÇÃO SOBRE "LIMPEZA

E CONSERVAÇÃO DE LINHAS DE ÁGUA" EM OURÉM

Paulo Fonseca, Presidenteda Câmara Municipal de Ourém

Participantes

7.ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DEREGIÃO HIDROGRÁFICA DA ARH DO TEJO

O belíssimo Fluviário de Mora foi o local escolhido para a realização,no dia 31 de Março, da 7.ª Reunião Ordinária do Conselho de RegiãoHidrográfica da ARH do Tejo. De entre os vários pontos da agenda, epara além da aprovação da Acta da 6.ª Reunião Ordinária, destaquepara a comunicação do Prof. João Ribeiro da Costa sobre as organizaçõesem contexto de crise; para a aprovação do Relatório de Actividades de2010 e para a apresentação do ponto de situação relativo ao Plano deGestão de Região Hidrográfica e ao Plano de Ordenamento do Estuáriodo Tejo.

Na sua intervenção inicial, Luís Simão de Matos, Presidente da CâmaraMunicipal de Mora, começou por destacar a relação entre o Municípiode Mora e os recursos hídricos, valorizada sobretudo através do desporto.É um facto que Mora tem hoje a melhor pista de pesca natural daEuropa, recebendo com regularidade grandes e diversas provas denível mundial de pesca desportiva. Sublinhou ainda a importante parceriadesenvolvida entre o Município de Mora e a ARH do Tejo. Uma sinergiaque, no seu entender, tem potencializado a riqueza natural que é o rioRaia. Manuel Lacerda, Presidente da ARH do Tejo, confirmou estaparceria ao proceder à entrega simbólica de um Catálogo do Fluviáriode Mora, editado e produzido pela ARH do Tejo em parceria com oConselho de Administração do Fluviário. Relembrou que este é o primeirogrande aquário de água doce da Europa, uma iniciativa ímpar e umamais-valia para a sensibilização acerca da importância da biodiversidadeno meio fluvial.

Seguiu-se a comunicação do Prof. João Ribeiro da Costa (UniversidadeNova de Lisboa) intitulada "As organizações em contexto de crise:Evolução, Desafios e Oportunidades". Dotado de reconhecida experiênciaacadémica e empresarial na área dos recursos hídricos, o oradorapresentou alguns exemplos práticos sobre aquilo que as organizaçõespodem e devem fazer em contexto de crise. Mudança como imperativode sobrevivência e transparência como elemento fundamental norelacionamento com o cliente (utilizador) são considerados factores--chave, num quadro em que a tarefa da gestão se releva particularmenteexigente.

Seguiu-se a apresentação do Relatório de Actividades de 2010 e aindicação do parecer positivo do Fiscal Único. o CRH sublinhou ogrande empenho, transparência e a estreita ligação da ARH do Tejo

com a sociedade, para a qual muito têm contribuído os protocolos eparcerias desenvolvidas. Ficou ainda o desafio de reforçar a vertentede investigação, nomeadamente através de uma maior ligação ao sectoracadémico. Terminado o debate, o Relatório de Actividades de 2010foi aprovado com o parecer positivo de todos os Conselheiros presentes.

Na segunda parte da reunião, foi apresentado o ponto de situaçãorelativamente ao Plano de Gestão de Região Hidrográfica do Tejo e aoPlano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste. Ainda nesteâmbito, foram apresentados os eventos participativos realizados eprevistos, nomeadamente os fóruns de participação pública e as sessõestemáticas. No que se refere ao Plano de Ordenamento do Estuário doTejo, para além da síntese dos trabalhos desenvolvidos, foi apresentadoo processo de participação pública associado, com destaque para osworkshops e reuniões da Comissão de Acompanhamento realizadas.

Na apresentação do último ponto de agenda, sobre outras actividadesdesenvolvidas pela ARH do Tejo, destacam-se a publicação Catálogodo Fluviário de Mora; a realização do relatório sobre a bacia do Tejopara a UNESCO; a presença da ARH do Tejo no VI Congresso sobrePlaneamento e Gestão de Zonas Costeiras realizado em Cabo Verdee as novas Sessões de Debate que se realizam nos próximos meses.Toda a informação relativa ao CRH está disponível em www.arhtejo.pt.

Sessão de Abertura

Manuel Lacerda eLuís Simão de Matos,

Presidente da CâmaraMunicipal de Mora

Prof. João Ribeiroda Costa

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Seminário"ÁGUA: CULTURA E PATRIMÓNIO"

A água originou um universo patrimonial muito vasto e diversificado,como sejam as paisagens litorais, fluviais e subaquáticas, o patrimónionáutico, o património arquitectónico e arqueológico, o patrimónioindustrial, com uma vastíssima produção artística associada. Portugaltem mantido ao longo da sua História uma relação excepcional coma água: os portugueses modelaram paisagens únicas e produziramcidades e arquitecturas icónicas de referência mundial. Água, Culturae Património foi por isso o tema escolhido este ano para o Dia dosMonumentos e Sítios, indo assim de encontro a toda estaespecificidade cultural e constituindo uma excelente oportunidadede reflexão sobre a conservação deste vastíssimo património.

Neste sentido realizou-se, no passado dia 18 de Abril, o seminário"Água: Cultura e Património", inserido nas comemorações do DiaInternacional dos Monumentos e Sítios. Este evento foi organizadopor diversas entidades, entre as quais a ARH do Tejo, e decorreuno Museu de Etnologia em Lisboa. Do programa constaram diversascomunicações, inseridas em três grandes temáticas:

1. A Água e o Projecto: a boa gestão do Futuro e da Memória;2. A Água, o Ambiente e a Conservação;3. A Água e o Intangível: as Artes Plásticas, a Literatura e a Música.

MÚSICA, CULTURA E TEJO

A última Sessão do programa, "O Tejo na Música", foi promovidapela ARH do Tejo em colaboração com a Associação Portuguesade Recursos Hídricos (APRH). Foram três belíssimos momentos demúsica, cultura e Tejo. Primeiro, o Prof. Luís Ribeiro com umaapresentação multimédia intitulada "Do Fado à Ópera, com o Tejoem Fundo". De seguida, o Prof. Rui Vieira Nery brindou os presentescom uma exposição "O Tejo e a Música" acompanhada de excertosmusicais relacionados com o Tejo. O Coro de Câmara de Lisboa,sob direcção da Maestrina Teresita Gutierez, fechou a Sessão comdez interpretações em que a água e o Tejo se constituíram comopano de fundo .

"O Tejo na Música", Coro de Câmara de Lisboa

No passado dia 26 de Março teve lugar em Alcanena uma sessãode esclarecimento relativa ao ponto de situação dos projectosenglobados no Protocolo de Alcanena. Nessa sessão foramigualmente apresentados os estudos de modelação da baciado Alviela que se encontram em desenvolvimento no âmbito doPlano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo (PGRH Tejo).A abertura dos trabalhos foi conduzida pela Senhora Presidenteda Câmara Municipal de Alcanena, Dr.ª Fernanda Asseiceira,conjuntamente com o Senhor Vereador da Câmara Municipalde Santarém, Dr. João Teixeira Leite, em representação doSr. Presidente daquele município, Dr. Francisco Moita Flores,ausente nos Açores, e pelo Senhor Presidente da ARH do Tejo,Eng.º Manuel Lacerda.Seguiram-se as apresentações do ponto de situação das empreitadase projectos em desenvolvimento no âmbito do Protocolo de Alcanena.A ARH do Tejo apresentou as empreitadas praticamente concluídasda defesa contra cheias da ETAR de Alcanena e da reconstruçãoda cascata do Mouchão de Pernes, cujos trabalhos se encontraminterrompidos devido aos elevados caudais do rio, que não permitemo prosseguimento das intervenções. Os trabalhos previstos no

âmbito da empreitada para reabilitação da célula de lamas nãoestabilizadas da ETAR de Alcanena, cujo contrato foi recentementeassinado, foram apresentados pelo consórcio vencedor, as firmasTomás de Oliveira/ EGEO/ SISAV, representadas pelo Dr. SamuelVilela e Eng.º Carlos Viegas. A restante intervenção daresponsabilidade da ARH do Tejo e o Projecto de Execução pararemodelação da rede de colectores do sistema de saneamento deAlcanena, em desenvolvimento e com conclusão prevista para opróximo mês de Junho, foi apresentado pelo Professor José SaldanhaMatos, em representação do Consórcio formado pelas empresasDHV, S.A./ Hidra, Hidráulica e Ambiente, Lda..As empreitadas a cargo da AUSTRA, a melhoria do sistema detratamento da ETAR de Alcanena e a unidade de resíduos industriais“raspas verdes”, foram apresentadas pelo Eng.º Nuno Silva, doCTIC. Encontram-se em desenvolvimento os trabalhos preparatóriospara o lançamento dos concursos das respectivas empreitadas.Por último, o Professor António Carmona Rodrigues, da empresaDHV, S.A., mostrou o interessante trabalho em curso, de modelaçãomatemática da bacia do Alviela, designada como bacia piloto noâmbito do PGRH Tejo, que, mais uma vez serviu para mostrar oempenho da ARH do Tejo na contribuição da requalificação dabacia do Alviela.A sessão contou com a participação de cerca de 90 pessoas,tendo tido início por volta das 15h00 e culminado quatro horasdepois. Mais de metade do tempo da sessão foi dedicada aoesclarecimento de questões colocadas pelos participantes. Dentreestas questões destaca-se a preocupação da população com osimpactes, sobretudo ao nível dos odores, de algumas dasintervenções e também com a capacidade de resolução efectivados problemas mais significativos que há mais de 50 anos afectamo concelho de Alcanena. A grande conclusão da Sessão é quetudo está a ser feito, por alguns dos melhores especialistasportugueses em cada uma das áreas, para resolver os complexosproblemas da bacia do rio Alviela. Como aliás referiu o Presidenteda ARH do Tejo, problemas complexos não têm soluções simples,mas passo a passo, a requalificação e valorização da bacia doAlviela será uma realidade.

REQUALIFICAÇÃO E VALORIZAÇÃODA BACIA DO RIO ALVIELA

Sessão Pública em Alcanena

Mesa de Oradores

Sessão de Abertura

Participantes

Prof. Luís Ribeiro Prof. Rui Vieira Nery

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Seminário"ÁGUA: CULTURA E PATRIMÓNIO"

A água originou um universo patrimonial muito vasto e diversificado,como sejam as paisagens litorais, fluviais e subaquáticas, o patrimónionáutico, o património arquitectónico e arqueológico, o patrimónioindustrial, com uma vastíssima produção artística associada. Portugaltem mantido ao longo da sua História uma relação excepcional coma água: os portugueses modelaram paisagens únicas e produziramcidades e arquitecturas icónicas de referência mundial. Água, Culturae Património foi por isso o tema escolhido este ano para o Dia dosMonumentos e Sítios, indo assim de encontro a toda estaespecificidade cultural e constituindo uma excelente oportunidadede reflexão sobre a conservação deste vastíssimo património.

Neste sentido realizou-se, no passado dia 18 de Abril, o seminário"Água: Cultura e Património", inserido nas comemorações do DiaInternacional dos Monumentos e Sítios. Este evento foi organizadopor diversas entidades, entre as quais a ARH do Tejo, e decorreuno Museu de Etnologia em Lisboa. Do programa constaram diversascomunicações, inseridas em três grandes temáticas:

1. A Água e o Projecto: a boa gestão do Futuro e da Memória;2. A Água, o Ambiente e a Conservação;3. A Água e o Intangível: as Artes Plásticas, a Literatura e a Música.

MÚSICA, CULTURA E TEJO

A última Sessão do programa, "O Tejo na Música", foi promovidapela ARH do Tejo em colaboração com a Associação Portuguesade Recursos Hídricos (APRH). Foram três belíssimos momentos demúsica, cultura e Tejo. Primeiro o Prof. Luís Ribeiro apresentou umdiaporama intitulado "Do Fado à Ópera, com o Tejo em Fundo". Deseguida, o Prof. Rui Vieira Nery brindou os presentes com umaexposição "O Tejo e a Música" acompanhada de excertos musicaisrelacionados com o Tejo. O Coro da Câmara de Lisboa, sob direcçãoda Maestrina Teresita Gutierez, fechou a Sessão com dez interpretações em que a água e o Tejo se constituíram como panode fundo .

"O Tejo na Música", Coro da Câmara de Lisboa

No passado dia 26 de Março teve lugar em Alcanena uma sessãode esclarecimento relativa ao ponto de situação dos projectosenglobados no Protocolo de Alcanena. Nessa sessão foramigualmente apresentados os estudos de modelação da baciado Alviela que se encontram em desenvolvimento no âmbito doPlano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo (PGRH Tejo).A abertura dos trabalhos foi conduzida pela Senhora Presidenteda Câmara Municipal de Alcanena, Dr.ª Fernanda Asseiceira,conjuntamente com o Senhor Vereador da Câmara Municipalde Santarém, Dr. João Teixeira Leite, em representação doSr. Presidente daquele município, Dr. Francisco Moita Flores,ausente nos Açores, e pelo Senhor Presidente da ARH do Tejo,Eng.º Manuel Lacerda.Seguiram-se as apresentações do ponto de situação das empreitadase projectos em desenvolvimento no âmbito do Protocolo de Alcanena.A ARH do Tejo apresentou as empreitadas praticamente concluídasda defesa contra cheias da ETAR de Alcanena e da reconstruçãoda cascata do Mouchão de Pernes, cujos trabalhos se encontraminterrompidos devido aos elevados caudais do rio, que não permitemo prosseguimento das intervenções. Os trabalhos previstos no

âmbito da empreitada para reabilitação da célula de lamas nãoestabilizadas da ETAR de Alcanena, cujo contrato foi recentementeassinado, foram apresentados pelo consórcio vencedor, as firmasTomás de Oliveira/ EGEO/ SISAV, representadas pelo Dr. SamuelVilela e Eng.º Carlos Viegas. A restante intervenção daresponsabilidade da ARH do Tejo e o Projecto de Execução pararemodelação da rede de colectores do sistema de saneamento deAlcanena, em desenvolvimento e com conclusão prevista para opróximo mês de Junho, foi apresentado pelo Professor José SaldanhaMatos, em representação do Consórcio formado pelas empresasDHV, S.A./ Hidra, Hidráulica e Ambiente, Lda..As empreitadas a cargo da AUSTRA, a melhoria do sistema detratamento da ETAR de Alcanena e a unidade de resíduos industriais“raspas verdes”, foram apresentadas pelo Eng.º Nuno Silva, doCTIC. Encontram-se em desenvolvimento os trabalhos preparatóriospara o lançamento dos concursos das respectivas empreitadas.Por último, o Professor António Carmona Rodrigues, da empresaDHV, S.A., mostrou o interessante trabalho em curso, de modelaçãomatemática da bacia do Alviela, designada como bacia piloto noâmbito do PGRH Tejo, que, mais uma vez serviu para mostrar oempenho da ARH do Tejo na contribuição da requalificação dabacia do Alviela.A sessão contou com a participação de cerca de 90 pessoas,tendo tido início por volta das 15h00 e culminado quatro horasdepois. Mais de metade do tempo da sessão foi dedicada aoesclarecimento de questões colocadas pelos participantes. Dentreestas questões destaca-se a preocupação da população com osimpactes, sobretudo ao nível dos odores, de algumas dasintervenções e também com a capacidade de resolução efectivados problemas mais significativos que há mais de 50 anos afectamo concelho de Alcanena. A grande conclusão da Sessão é quetudo está a ser feito, por alguns dos melhores especialistasportugueses em cada uma das áreas, para resolver os complexosproblemas da bacia do rio Alviela. Como aliás referiu o Presidenteda ARH do Tejo, problemas complexos não têm soluções simples,mas passo a passo, a requalificação e valorização da bacia doAlviela será uma realidade.

REQUALIFICAÇÃO E VALORIZAÇÃODA BACIA DO RIO ALVIELA

Sessão Pública em Alcanena

Mesa de Oradores

Sessão de Abertura

Participantes

Prof. Rui Vieira NeryProf. Luís Ribeiro

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ARH DO TEJO PARTICIPOU NO VI CONGRESSO DEPLANEAMENTO E GESTÃO DAS ZONAS COSTEIRASDOS PAÍSES DE EXPRESSÃO PORTUGUESA

Decorreu na Ilha da Boa Vista em Cabo Verde, de 4 a 8 de Abril, o“VI Congresso de Planeamento e Gestão das Zonas Costeiras dosPaíses de Expressão Portuguesa”. O tema em destaque foi as ZonasCosteiras em Risco, tendo sido também o tema objecto do I CursoIntensivo de Gestão Costeira - Análise de Risco, que decorreu nosdois primeiros dias do programa.

O congresso versou sobre as questões do risco sob diversasperspectivas e abordagens, desde a escala local à escala nacionale mesmo planetária, identificando os principais processos emecanismos associados aos riscos na orla costeira, assim comoas principais medidas de planeamento, gestão e mitigação.

Foram realizadas conferências em sessões plenárias que abordaramo planeamento e gestão das faixas costeiras sob diversasperspectivas: políticas públicas, ordenamento do território,conservação da natureza e biodiversidade, protecção e engenhariacosteira e mudanças climáticas. Foram ainda efectuados debatesrelativos às Estratégias de Gestão Costeira nos Países de ExpressãoPortuguesa, Modelos de Ocupação do Território e Planeamentodas Faixas Costeiras.

A ARH do Tejo participou nos trabalhos com as seguintesapresentações:- Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) da área

territorial da ARH do Tejo;- Implementação dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira

(POOC) em vigor;

- Gestão de riscos costeiros em litoral de arriba: planeamentoe medidas de gestão operacional;

- Importância do conhecimento geológico para o ordenamentode ambientes lagunares com barras efémeras - o caso daLagoa de Albufeira - (com a Faculdade de Ciências);

- Perfis de Águas Balneares no contexto da Directiva 2006/7/CEsobre Gestão da Qualidade das Águas Balneares.

Apresentou ainda Posters sobre os seguintes temas:- QualityCoast - A certificação territorial como ferramenta para

o desenvolvimento sustentável de zonas costeiras: SUSTAIN- Avaliar a sustentabilidade fortalecendo politicas operativas

nas zoas costeiras;- A valorização das actividades desportivas no novo POOC da

ARH do Tejo.

A ARH do Tejo incentivou ainda algumas das Câmaras Municipaisparceiras a apresentarem comunicações, designadamente:

- Planeamento e Gestão das Zonas Costeiras: o caso de TorresVedras - (Câmara Municipal de Torres Vedras);

- Litoral de Peniche - Atractividade, Desenvolvimento e GestãoSustentável - (Câmara Municipal de Peniche);

- Implementação dos Planos da Orla Costeira em vigor - Planode Pormenor da Praia da Ribeira d'Ilhas - Ericeira - Mafra -Portugal - (Câmara Municipal de Mafra);

- Visão Integrada e Estratégia de Gestão de uma Orla Costeiraem Cascais - (Câmara Municipal de Cascais).

PLANO DE GESTÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO EPLANO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DAS RIBEIRAS DO OESTE

2º FÓRUM DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICADecorreu, nos dias 15, 16 e 17 de Março, o segundo Fórum deParticipação Pública Activa no âmbito do PGRH do Tejo e do PBHdas Ribeiras do Oeste, promovido pela ARH do Tejo e organizadopela equipa liderada pela Biodesign, Lda. Este fórum desenvolveu--se em 3 sessões: nos dias 15 e 17 de Março, em Odivelas e Corucherespectivamente, para a região hidrográfica do Tejo, e no dia 16 deMarço, em Peniche, para bacias hidrográficas das Ribeiras do Oeste.A equipa de Participação Pública, sob a coordenação de Lia Vasconcelose Úrsula Caser, promoveu este evento participativo, dirigido sobretudoaos cidadãos que residem e/ou trabalham nas zonas de influência doslocais onde decorreram as sessões.Assim, e num espaço aberto ao debate, foram convidados todosos interessados a colaborar numa “visita” ao Plano, na validaçãointeractiva de cenários e a propor medidas que contribuampara a resolução dos problemas identificados, quer para aregião hidrográfica do Tejo, quer para as bacias hidrográficas dasRibeiras do Oeste.As acções de divulgação do Fórum consistiram na distribuiçãode cartazes e folhetos, em acções de relações públicas em rádiose imprensa local, no envio de convites e folhetos a actores-chavepreviamente identificados e em acções de telemarketing.As sessões decorreram entre as 16h00 e as 19h00, tendoapresentado a seguinte sequência de actividades:1. Recepção / registo de participantes;

2. Actividade 1: Onde estamos? na qual os participantes foramconvidados a fazer uma visita, acompanhada por técnicos dasequipas, a 6 estações dos Planos: Faseamento, ParticipaçãoPública, Actividades de Recreio e Lazer, Pressões na Qualidadeda Água, Usos e Necessidades de Água e Cenários;

3. Actividade 2: Validação interactiva de cenários, mediantetrabalho de grupo, com preenchimento de fichas, por sub-baciaseleccionada;

4. Actividade 3: Problemas e medidas, tendo o trabalho de grupocontinuado com a selecção de problemas a analisar e aidentificação de medidas, conducentes à sua resolução;

5. Apresentação, debate e avaliação final, que consistiu naapresentação, pelos representantes de cada grupo, dosproblemas identificados e das medidas propostas, seguindo-se um debate moderado entre os participantes, o preenchimentode fichas de avaliação e encerramento da Sessão.

De registar que estiveram presentes neste 2.º Fórum 77 participantestendo sido produzidos, pela equipa responsável, Relatórios dosResultados das Sessões que se encontram disponíveis nasplataformas electrónicas de apoio à Participação Pública dos Planos(www.planotejo.arhtejo.pt e www.planoribeirasdooeste.arhtejo.pt).Convidamos, desde já, todos os interessados a consultar estesrelatórios e a dar o seu contributo, participando nas actividades quese encontram disponíveis.

Registo de Participantes, Coruche

Onde Estamos?, Odivelas

Validação Interactiva de Cenários, Peniche

Debate, Coruche

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ARH DO TEJO PARTICIPOU NO VI CONGRESSO DEPLANEAMENTO E GESTÃO DAS ZONAS COSTEIRASDOS PAÍSES DE EXPRESSÃO PORTUGUESA

Decorreu na Ilha da Boa Vista em Cabo Verde, de 4 a 8 de Abril, o“VI Congresso de Planeamento e Gestão das Zonas Costeiras dosPaíses de Expressão Portuguesa”. O tema em destaque foi as ZonasCosteiras em Risco, tendo sido também o tema objecto do I CursoIntensivo de Gestão Costeira - Análise de Risco, que decorreu nosdois primeiros dias do programa.

O congresso versou sobre as questões do risco sob diversasperspectivas e abordagens, desde a escala local à escala nacionale mesmo planetária, identificando os principais processos emecanismos associados aos riscos na orla costeira, assim comoas principais medidas de planeamento, gestão e mitigação.

Foram realizadas conferências em sessões plenárias que abordaramo planeamento e gestão das faixas costeiras sob diversasperspectivas: políticas públicas, ordenamento do território,conservação da natureza e biodiversidade, protecção e engenhariacosteira e mudanças climáticas. Foram ainda efectuados debatesrelativos às Estratégias de Gestão Costeira nos Países de ExpressãoPortuguesa, Modelos de Ocupação do Território e Planeamentodas Faixas Costeiras.

A ARH do Tejo participou nos trabalhos com as seguintesapresentações:- Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) da área

territorial da ARH do Tejo;- Implementação dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira

(POOC) em vigor;

- Gestão de riscos costeiros em litoral de arriba: planeamentoe medidas de gestão operacional;

- Importância do conhecimento geológico para o ordenamentode ambientes lagunares com barras efémeras - o caso daLagoa de Albufeira - (com a Faculdade de Ciências);

- Perfis de Águas Balneares no contexto da Directiva 2006/7/CEsobre Gestão da Qualidade das Águas Balneares.

Apresentou ainda Posters sobre os seguintes temas:- QualityCoast - A certificação territorial como ferramenta para

o desenvolvimento sustentável de zonas costeiras: SUSTAIN- Avaliar a sustentabilidade fortalecendo politicas operativas

nas zoas costeiras;- A valorização das actividades desportivas no novo POOC da

ARH do Tejo.

A ARH do Tejo incentivou ainda algumas das Câmaras Municipaisparceiras a apresentarem comunicações, designadamente:

- Planeamento e Gestão das Zonas Costeiras: o caso de TorresVedras - (Câmara Municipal de Torres Vedras);

- Litoral de Peniche - Atractividade, Desenvolvimento e GestãoSustentável - (Câmara Municipal de Peniche);

- Implementação dos Planos da Orla Costeira em vigor - Planode Pormenor da Praia da Ribeira d'Ilhas - Ericeira - Mafra -Portugal - (Câmara Municipal de Mafra);

- Visão Integrada e Estratégia de Gestão de uma Orla Costeiraem Cascais - (Câmara Municipal de Cascais).

PLANO DE GESTÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO EPLANO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DAS RIBEIRAS DO OESTE

2º FÓRUM DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICADecorreu, nos dias 15, 16 e 17 de Março, o segundo Fórum deParticipação Pública Activa no âmbito do PGRH do Tejo e do PBHdas Ribeiras do Oeste, promovido pela ARH do Tejo e organizadopela equipa liderada pela Biodesign, Lda. Este fórum desenvolveu--se em 3 sessões: nos dias 15 e 17 de Março, em Odivelas e Corucherespectivamente, para a região hidrográfica do Tejo, e no dia 16 deMarço, em Peniche, para bacias hidrográficas das Ribeiras do Oeste.A equipa de Participação Pública, sob a coordenação de Lia Vasconcelose Úrsula Caser, promoveu este evento participativo, dirigido sobretudoaos cidadãos que residem e/ou trabalham nas zonas de influência doslocais onde decorreram as sessões.Assim, e num espaço aberto ao debate, foram convidados todosos interessados a colaborar numa “visita” ao Plano, na validaçãointeractiva de cenários e a propor medidas que contribuampara a resolução dos problemas identificados, quer para aregião hidrográfica do Tejo, quer para as bacias hidrográficas dasRibeiras do Oeste.As acções de divulgação do Fórum consistiram na distribuiçãode cartazes e folhetos, em acções de relações públicas em rádiose imprensa local, no envio de convites e folhetos a actores-chavepreviamente identificados e em acções de telemarketing.As sessões decorreram entre as 16h00 e as 19h00, tendoapresentado a seguinte sequência de actividades:1. Recepção / registo de participantes;

2. Actividade 1: Onde estamos? na qual os participantes foramconvidados a fazer uma visita, acompanhada por técnicos dasequipas, a 6 estações dos Planos: Faseamento, ParticipaçãoPública, Actividades de Recreio e Lazer, Pressões na Qualidadeda Água, Usos e Necessidades de Água e Cenários;

3. Actividade 2: Validação interactiva de cenários, mediantetrabalho de grupo, com preenchimento de fichas, por sub-baciaseleccionada;

4. Actividade 3: Problemas e medidas, tendo o trabalho de grupocontinuado com a selecção de problemas a analisar e aidentificação de medidas, conducentes à sua resolução;

5. Apresentação, debate e avaliação final, que consistiu naapresentação, pelos representantes de cada grupo, dosproblemas identificados e das medidas propostas, seguindo-se um debate moderado entre os participantes, o preenchimentode fichas de avaliação e encerramento da Sessão.

De registar que estiveram presentes neste 2.º Fórum 77 participantestendo sido produzidos, pela equipa responsável, Relatórios dosResultados das Sessões que se encontram disponíveis nasplataformas electrónicas de apoio à Participação Pública dos Planos(www.planotejo.arhtejo.pt e www.planoribeirasdooeste.arhtejo.pt).Convidamos, desde já, todos os interessados a consultar estesrelatórios e a dar o seu contributo, participando nas actividades quese encontram disponíveis.

Registo de Participantes, Coruche

Onde Estamos?, Odivelas

Validação Interactiva de Cenários, Peniche

Debate, Coruche

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SANTARÉM ACOLHE SESSÕES DE DEBATESOBRE AGRICULTURA, AGRO-PECUÁRIA E AGRO-INDÚSTRIA

Dando continuidade às acções de Participação Pública, no âmbitoda elaboração do Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo(PGRHT do Tejo) e do Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeirasdo Oeste (PBHRO), tiveram lugar no passado dia 5 de Abril, noCNEMA em Santarém, as Sessões de Debate relativas às temáticasda Agricultura, Agro-Índústria e Agro-Pecuária.

Neste contexto, a equipa da Biodesign, Lda., responsável peloprocesso de Participação Pública dos Planos, convidou 150entidades e individualidades consideradas relevantes nestasmatérias a estarem presentes nas Sessões de Debate, com oobjectivo de darem os seus contributos na validação dacaracterização, do diagnóstico e da proposta de tendênciasde evolução dos sectores em análise, e da respectiva relaçãocom o cumprimento dos objectivos ambientais e estabelecimentodas medidas correctivas a implementar.

As Sessões decorreram no período da manhã (Agricultura) e datarde (Agro-Indústria e Agro-Pecuária). Os representantes dos

Lotes 1 - Águas Superficiais e Lote 4 - Análise Económica, daresponsabilidades da empresa DHV, S.A., e do Lote 2 - ÁguasSubterrâneas, da responsabilidade do consórcio Hidroprojecto//LNEC/ICCE, procederam às apresentações técnicas deenquadramento às questões que gostariam de ver discutidas e/ouvalidadas. Estas questões foram apoiadas por um documentocontendo a informação de base produzida até à data dos trabalhos,previamente disponibilizada aos convidados.

Seguiu-se um espaço de debate, envolvendo 40 participantesna sessão da Agricultura e 22 participantes na sessão deAgro-Indústria e Agro-Pecuária, que revelou grande interesse edinamismo por parte dos intervenientes.

O Relatório dos Resultados das Sessões de Debate, que seencontra em fase de elaboração, será disponibilizado a todosos interessados nas plataformas electrónicas de apoio àParticipação Pública dos Planos (www.planotejo.arhtejo.pt ewww.planoribeirasdooeste.arhtejo.pt).

Espaço de debateParticipantes

Informação sobre os Planos Recepção e enquadramento às Sessões

2º WORKSHOP PARTICIPATIVODO POE TEJORealizou-se no dia 16 de Março, no Barreiro, o 2.º Workshop Participativodo Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo (POE Tejo). Subordinadoao tema: "Visão e Vectores Estratégicos", este evento participativo teveo objectivo de promover uma reflexão conjunta relativamente à visãopara o estuário do Tejo, e aos vectores estratégicos que foram definidoscomo eixos de orientação das propostas de ordenamento do POE Tejo.A participação de todos os interessados na elaboração do POE Tejotem sido para a ARH do Tejo, entidade responsável por este plano,um pilar fundamental, face à larga diversidade de interesses envolvidose ao carácter regulamentar que o POE Tejo assumirá junto de todosos que usufruem, ou que de alguma forma têm a sua actividadeassociada a este território. Foram por isso convidados a participarnesta sessão representantes de um conjunto de agentes e entidades,designadamente: associações de pescadores, de apanhadores deanimais marinhos, de agricultores, de operadores do Porto de Lisboa,de naútica de recreio, clubes navais, representantes de estaleirosnavais, associações não governamentais de protecção do ambientee algumas universidades e escolas superiores, entre outros.A sessão foi desenvolvida com base na constituição de grupos detrabalho, organizados de acordo com os vectores estratégicos definidosque reflectem, por um lado, uma abordagem integrada sobre aevolução do espaço estuarino e actividades e, por outro, uma ambição//visão integradora sobre o seu futuro e sobre as formas de gerir oprocesso de desenvolvimento para atingir o estado que se ambiciona.Esses vectores estratégicos são os seguintes:• Vector estratégico 1: Espaço seguro e sustentável para as

comunidades que habitam e utilizam o Estuário;• Vector estratégico 2: Espaço natural e cultural de projecção

internacional;• Vector estratégico 3: Espaço com potencial para o aproveitamento

e exploração económica sustentável dos recursos haliêuticos;• Vector estratégico 4: Principal pólo de turismo, recreio e desportos

náuticos do país;• Vector estratégico 5: Espaço privilegiado para o desenvolvimento

da intermodalidade e do transporte fluvial de passageiros emercadorias constituindo o Porto de Lisboa um porto atractivo,contribuindo para a competitividade do Sistema Portuário Nacional;

• Vector estratégico 6: Espaço diferenciador do território e dosmodos de vida da AML.

O debate dentro de cada grupo de trabalho foi muito profícuo e permitiureunir contributos importantes para a validação do diagnóstico

desenvolvido e para que a futura proposta de ordenamento reflicta aspreocupações e as expectativas dos diversos stakeholders.Os contributos e preocupações emergentes relacionaram-se, entreoutros, com a falta de infa-estruturas de apoio a diversas actividadescomo a pesca e apanha de bivalves, com a necessidade de aprofundare desenvolver estudos sobre as dragagens e sobre sedimentoscontaminados, com a pertinência de promover a utilização das salinasabandonadas para a aquacultura ou para outros fins, com a necessidadede reordenar e requalificar os estaleiros navais, com a importância dedefinir áreas com condições apropriadas para porto de abrigo, paraa pesca e para a aprendizagem de vela e remo, com a oportunidadepara promover a criação de uma marca de produtos certificados comorigem neste estuário.No âmbito desta sessão foi também apresentada e discutida a propostade Plano Integrado da Náutica de Recreio do Estuário do Tejo (PIRANET),que foi desenvolvida pela Administração do Porto de Lisboa (APL), deforma a assegurar a auscultação das propostas para a náutica derecreio pelos sectores presentes. Este plano constitui um contributoimportante para a elaboração do POE Tejo, permitindo uma análisemais aprofundada das várias opções a consagrar neste plano deordenamento.O processo de envolvimento dos interessados irá continuar até àproposta final de plano, estando previstas outras acções,designadamente a realização de um conjunto de reuniões sectoriais,tendo em vista a concertação de interesses e a geração de consensosalargados, de forma a assegurar que as opiniões e os interessesrelevantes, apesar das suas múltiplas vertentes, serão reflectidos noPOE Tejo.

Grupo de Trabalho Apresentação do PIRANET

Apresentação dos objectivos do Workshop

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SANTARÉM ACOLHE SESSÕES DE DEBATESOBRE AGRICULTURA, AGRO-PECUÁRIA E AGRO-INDÚSTRIA

Dando continuidade às acções de Participação Pública, no âmbitoda elaboração do Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo(PGRHT do Tejo) e do Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeirasdo Oeste (PBHRO), tiveram lugar no passado dia 5 de Abril, noCNEMA em Santarém, as Sessões de Debate relativas às temáticasda Agricultura, Agro-Índústria e Agro-Pecuária.

Neste contexto, a equipa da Biodesign, Lda., responsável peloprocesso de Participação Pública dos Planos, convidou 150entidades e individualidades consideradas relevantes nestasmatérias a estarem presentes nas Sessões de Debate, com oobjectivo de darem os seus contributos na validação dacaracterização, do diagnóstico e da proposta de tendênciasde evolução dos sectores em análise, e da respectiva relaçãocom o cumprimento dos objectivos ambientais e estabelecimentodas medidas correctivas a implementar.

As Sessões decorreram no período da manhã (Agricultura) e datarde (Agro-Indústria e Agro-Pecuária). Os representantes dos

Lotes 1 - Águas Superficiais e Lote 4 - Análise Económica, daresponsabilidades da empresa DHV, S.A., e do Lote 2 - ÁguasSubterrâneas, da responsabilidade do consórcio Hidroprojecto//LNEC/ICCE, procederam às apresentações técnicas deenquadramento às questões que gostariam de ver discutidas e/ouvalidadas. Estas questões foram apoiadas por um documentocontendo a informação de base produzida até à data dos trabalhos,previamente disponibilizada aos convidados.

Seguiu-se um espaço de debate, envolvendo 40 participantesna sessão da Agricultura e 22 participantes na sessão deAgro-Indústria e Agro-Pecuária, que revelou grande interesse edinamismo por parte dos intervenientes.

O Relatório dos Resultados das Sessões de Debate, que seencontra em fase de elaboração, será disponibilizado a todosos interessados nas plataformas electrónicas de apoio àParticipação Pública dos Planos (www.planotejo.arhtejo.pt ewww.planoribeirasdooeste.arhtejo.pt).

Espaço de debateParticipantes

Informação sobre os Planos Recepção e enquadramento às Sessões

2º WORKSHOP PARTICIPATIVODO POE TEJORealizou-se no dia 16 de Março, no Barreiro, o 2.º Workshop Participativodo Plano de Ordenamento do Estuário do Tejo (POE Tejo). Subordinadoao tema: "Visão e Vectores Estratégicos", este evento participativo teveo objectivo de promover uma reflexão conjunta relativamente à visãopara o estuário do Tejo, e aos vectores estratégicos que foram definidoscomo eixos de orientação das propostas de ordenamento do POE Tejo.A participação de todos os interessados na elaboração do POE Tejotem sido para a ARH do Tejo, entidade responsável por este plano,um pilar fundamental, face à larga diversidade de interesses envolvidose ao carácter regulamentar que o POE Tejo assumirá junto de todosos que usufruem, ou que de alguma forma têm a sua actividadeassociada a este território. Foram por isso convidados a participarnesta sessão representantes de um conjunto de agentes e entidades,designadamente: associações de pescadores, de apanhadores deanimais marinhos, de agricultores, de operadores do Porto de Lisboa,de naútica de recreio, clubes navais, representantes de estaleirosnavais, associações não governamentais de protecção do ambientee algumas universidades e escolas superiores, entre outros.A sessão foi desenvolvida com base na constituição de grupos detrabalho, organizados de acordo com os vectores estratégicos definidosque reflectem, por um lado, uma abordagem integrada sobre aevolução do espaço estuarino e actividades e, por outro, uma ambição//visão integradora sobre o seu futuro e sobre as formas de gerir oprocesso de desenvolvimento para atingir o estado que se ambiciona.Esses vectores estratégicos são os seguintes:• Vector estratégico 1: Espaço seguro e sustentável para as

comunidades que habitam e utilizam o Estuário;• Vector estratégico 2: Espaço natural e cultural de projecção

internacional;• Vector estratégico 3: Espaço com potencial para o aproveitamento

e exploração económica sustentável dos recursos haliêuticos;• Vector estratégico 4: Principal pólo de turismo, recreio e desportos

náuticos do país;• Vector estratégico 5: Espaço privilegiado para o desenvolvimento

da intermodalidade e do transporte fluvial de passageiros emercadorias constituindo o Porto de Lisboa um porto atractivo,contribuindo para a competitividade do Sistema Portuário Nacional;

• Vector estratégico 6: Espaço diferenciador do território e dosmodos de vida da AML.

O debate dentro de cada grupo de trabalho foi muito profícuo e permitiureunir contributos importantes para a validação do diagnóstico

desenvolvido e para que a futura proposta de ordenamento reflicta aspreocupações e as expectativas dos diversos stakeholders.Os contributos e preocupações emergentes relacionaram-se, entreoutros, com a falta de infa-estruturas de apoio a diversas actividadescomo a pesca e apanha de bivalves, com a necessidade de aprofundare desenvolver estudos sobre as dragagens e sobre sedimentoscontaminados, com a pertinência de promover a utilização das salinasabandonadas para a aquacultura ou para outros fins, com a necessidadede reordenar e requalificar os estaleiros navais, com a importância dedefinir áreas com condições apropriadas para porto de abrigo, paraa pesca e para a aprendizagem de vela e remo, com a oportunidadepara promover a criação de uma marca de produtos certificados comorigem neste estuário.No âmbito desta sessão foi também apresentada e discutida a propostade Plano Integrado da Náutica de Recreio do Estuário do Tejo (PIRANET),que foi desenvolvida pela Administração do Porto de Lisboa (APL), deforma a assegurar a auscultação das propostas para a náutica derecreio pelos sectores presentes. Este plano constitui um contributoimportante para a elaboração do POE Tejo, permitindo uma análisemais aprofundada das várias opções a consagrar neste plano deordenamento.O processo de envolvimento dos interessados irá continuar até àproposta final de plano, estando previstas outras acções,designadamente a realização de um conjunto de reuniões sectoriais,tendo em vista a concertação de interesses e a geração de consensosalargados, de forma a assegurar que as opiniões e os interessesrelevantes, apesar das suas múltiplas vertentes, serão reflectidos noPOE Tejo.

Grupo de Trabalho Apresentação do PIRANET

Apresentação dos objectivos do Workshop

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Praia Fluvial do Troviscal - Sertã

NOVAS ZONAS BALNEARES IDENTIFICADASNA ÁREA DA ARH DO TEJO

Para a época balnear de 2011, foram identificadas mais 11 águasbalneares, a juntar às 113 que foram identificadas em 2010,reflectindo que Portugal teve, na área de jurisdição da ARH doTejo, um bom desempenho no controle das fontes de poluição ena promoção da boa qualidade das águas interiores e costeiras.

As novas águas balneares identificadas para a época balnear de2011, na zona costeira, são: Conceição, Duquesa e Rainha emCascais, Ribeira ou dos Pescadores em Mafra, Porto da Areia Sule Consolação Norte em Peniche, e Valeiras na Marinha Grande.Para a zona interior, as novas águas balneares identificadas são asseguintes: Bostelim em Vila de Rei, Relva da Reboleira em Manteigas,Albufeira da Meimoa em Penamacor e Troviscal na Sertã.

Importa referir que a identificação das águas balneares constitui umfactor de desenvolvimento de actividades económicas associadasà práctica balnear, importando claramente destacar a relevânciadas áreas em questão para o turismo local e nacional, com umimpacto directo na imagem do país como destino turístico a nívelinternacional.

Recorde-se que o Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho, resultanteda transposição da Directiva 2006/7/CE, de 15 de Fevereiro

(complementando a Lei da Água, aprovada pela Lei n.º 58/2005, de29 de Dezembro), estabelece o regime de identificação, gestão,monitorização e classificação da qualidade das águas balneares,assim como a prestação de informação ao público sobre as mesmas.O processo de identificação das águas balneares tem início coma elaboração de uma proposta de identificação e culmina com asua aprovação através de uma portaria publicada pelo Ministériodo Ambiente.

Importa destacar a relevânciadas áreas em questão para o

turismo local e nacional, com umimpacto directo na imagem

do país como destino turísticoa nível internacional

COMBATE À PESCA ILEGAL DE MEIXÃOACÇÃO DE FISCALIZAÇÃO NO RIO TEJONo âmbito do combate à pesca ilegal de meixão decorreu, nopassado dia 25 de Março, uma acção de fiscalização levada acabo por efectivos do Serviço de Protecção da Natureza e doAmbiente (SEPNA), pertencentes ao núcleo de protecção ambientaldo destacamento territorial da guarda Nacional Republicana (GNR)de Santarém. A operação decorreu no rio Tejo, nas localidades deValada e Porto de Muge, concelho do Cartaxo, tendo sidoapreendidas duas rapetas, três redes de pesca com sensivelmente60 metros de comprimento, quatro âncoras em ferro, vários metrosde corda, várias bóias de sinalização e 1,5 kg de meixão que foide imediato restituído ao rio Tejo, o seu habitat natural.

Para esta acção de fiscalização foram utilizados, como meios deapoio, três viaturas todo-o-terreno, uma viatura de caixa abertapara transporte das redes e ainda a embarcação Tágides: umalancha semi-rígida, com sistema eléctrico de recolha de redes,recentemente cedida pela ARH do Tejo ao SEPNA/GNR, no âmbitode um protocolo de cooperação institucional celebrado entre asduas entidades. Do conjunto de operações realizadas por este

núcleo de protecção ambiental, após a entrega da embarcaçãoTágides em 23 de Fevereiro de 2011, destacamos os seguintesaspectos:• 5 operações realizadas;• 14 redes apreendidas, com sensivelmente 60 metros cada;• 9 âncoras em ferro, cada uma com um peso na ordem dos 20

a 30 kg;• 20 redes rapetas, artefactos proibidos com forma triangular;• vários metros de corda (entre 500 metros a 600 metros,

aproximadamente);• diversas bóias de sinalização;• 4 kg meixão.

Resultados que consideramos francamente positivos, comprovandoa clara mais-valia que representa esta sinergia entre a ARH doTejo e o SEPNA/GNR, no âmbito da execução de actividades dasrespectivas competências na área dos recursos hídricos e, emúltima instância, no contexto de uma aplicação integrada daspolíticas do ambiente.

Recolha de redes facilitada pelo sistema eléctrico da embarcação Tágides cedida pela ARH do Tejo

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NOTÍCIAS NOTÍCIAS

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Praia Fluvial do Troviscal - Sertã

NOVAS ZONAS BALNEARES IDENTIFICADASNA ÁREA DA ARH DO TEJO

Para a época balnear de 2011, foram identificadas mais 11 águasbalneares, a juntar às 113 que foram identificadas em 2010,reflectindo que Portugal teve, na área de jurisdição da ARH doTejo, um bom desempenho no controle das fontes de poluição ena promoção da boa qualidade das águas interiores e costeiras.

As novas águas balneares identificadas para a época balnear de2011, na zona costeira, são: Conceição, Duquesa e Rainha emCascais, Ribeira ou dos Pescadores em Mafra, Porto da Areia Sule Consolação Norte em Peniche, e Valeiras na Marinha Grande.Para a zona interior, as novas águas balneares identificadas são asseguintes: Bostelim em Vila de Rei, Relva da Reboleira em Manteigas,Albufeira da Meimoa em Penamacor e Troviscal na Sertã.

Importa referir que a identificação das águas balneares constitui umfactor de desenvolvimento de actividades económicas associadasà práctica balnear, importando claramente destacar a relevânciadas áreas em questão para o turismo local e nacional, com umimpacto directo na imagem do país como destino turístico a nívelinternacional.

Recorde-se que o Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho, resultanteda transposição da Directiva 2006/7/CE, de 15 de Fevereiro

(complementando a Lei da Água, aprovada pela Lei n.º 58/2005, de29 de Dezembro), estabelece o regime de identificação, gestão,monitorização e classificação da qualidade das águas balneares,assim como a prestação de informação ao público sobre as mesmas.O processo de identificação das águas balneares tem início coma elaboração de uma proposta de identificação e culmina com asua aprovação através de uma portaria publicada pelo Ministériodo Ambiente.

Importa destacar a relevânciadas áreas em questão para o

turismo local e nacional, com umimpacto directo na imagem

do país como destino turísticoa nível internacional

COMBATE À PESCA ILEGAL DE MEIXÃOACÇÃO DE FISCALIZAÇÃO NO RIO TEJONo âmbito do combate à pesca ilegal de meixão decorreu, nopassado dia 25 de Março, uma acção de fiscalização levada acabo por efectivos do Serviço de Protecção da Natureza e doAmbiente (SEPNA), pertencentes ao núcleo de protecção ambientaldo destacamento territorial da guarda Nacional Republicana (GNR)de Santarém. A operação decorreu no rio Tejo, nas localidades deValada e Porto de Muge, concelho do Cartaxo, tendo sidoapreendidas duas rapetas, três redes de pesca com sensivelmente60 metros de comprimento, quatro âncoras em ferro, vários metrosde corda, várias bóias de sinalização e 1,5 kg de meixão que foide imediato restituído ao rio Tejo, o seu habitat natural.

Para esta acção de fiscalização foram utilizados, como meios deapoio, três viaturas todo-o-terreno, uma viatura de caixa abertapara transporte das redes e ainda a embarcação Tágides: umalancha semi-rígida, com sistema eléctrico de recolha de redes,recentemente cedida pela ARH do Tejo ao SEPNA/GNR, no âmbitode um protocolo de cooperação institucional celebrado entre asduas entidades. Do conjunto de operações realizadas por este

núcleo de protecção ambiental, após a entrega da embarcaçãoTágides em 23 de Fevereiro de 2011, destacamos os seguintesaspectos:• 5 operações realizadas;• 14 redes apreendidas, com sensivelmente 60 metros cada;• 9 âncoras em ferro, cada uma com um peso na ordem dos 20

a 30 kg;• 20 redes rapetas, artefactos proibidos com forma triangular;• vários metros de corda (entre 500 metros a 600 metros,

aproximadamente);• diversas bóias de sinalização;• 4 kg meixão.

Resultados que consideramos francamente positivos, comprovandoa clara mais-valia que representa esta sinergia entre a ARH doTejo e o SEPNA/GNR, no âmbito da execução de actividades dasrespectivas competências na área dos recursos hídricos e, emúltima instância, no contexto de uma aplicação integrada daspolíticas do ambiente.

Recolha de redes facilitada pelo sistema eléctrico da embarcação Tágides cedida pela ARH do Tejo

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NOTÍCIAS NOTÍCIAS

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A ARH do Tejo acaba de publicar, numaparceria com o Conselho de Administraçãodo Fluviário de Mora, o Catálogo do Fluviáriode Mora. Ao longo de 50 páginas, atravésde esplêndidas imagens poderá descobrir aideia, a obra e as espécies que habitam riose lagos. Um excelente convite à visita daqueleque é o primeiro grande aquário de águadoce da Europa: o belíssimo Fluviário deMora.

"A concretização do Fluviário de Mora visoua criação de um equipamento único emPortugal, de natureza científica, cultural e delazer que, recriando o universo aquático,consolidasse uma vertente educativa eambiental. O conjunto das exposições,visualizadas através de modelos vivos edinâmicos, é uma mais valia na apreensãode amplos e abrangentes conhecimentosrelacionados com a percepção da importânciada biodiversidade e da riqueza ecológicaassociada, dos programas de conservaçãoda natureza."

In Catálogo do Fluviário de Mora

8.º SEMINÁRIOSOBRE ÁGUAS SUBTERRÂNEASA ARH do Tejo esteve presente, nos dias 11 e 12 de Março, no 8.ºSeminário sobre Águas Subterrâneas organizado pela ComissãoEspecializada das Águas Subterrâneas (CEAS) da AssociaçãoPortuguesa dos Recursos Hídricos (APRH) em colaboração com oDepartamento de Geologia/Centro de Geologia e o InstitutoD. Luís, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).

O evento, que decorreu nas instalações da FCUL, contou com apresença de um elevado número de participantes, nomeadamenteestudantes e técnicos da área da Hidrogeologia. O debatedesenvolveu-se em torno do estado do conhecimento e trabalhosde investigação desenvolvidos em Portugal, nos últimos anos, noque se refere aos diferentes aspectos quantitativos e qualitativosdas águas subterrâneas.

Durante os dois dias em que decorreu o Seminário foramapresentadas comunicações que versaram sobre diversos temasrelacionados com a Hidrogeologia, incluindo, entre outros, oplaneamento e gestão de recursos hídricos subterrâneos, aqualidade, vulnerabilidade, poluição e protecção das águassubterrâneas, a aplicação de métodos geofísicos, a modelação

estocástica e determinística e o papel das águas subterrâneas naavaliação de impacte ambiental e nos instrumentos de gestãoterritorial.

A ARH do Tejo apresentou três comunicações, nas quais foramabordados os seguintes temas:

• Planos de Gestão de Região Hidrográfica – contributos para umamelhor gestão dos recursos hídricos subterrâneos;

• 12 Anos de Perímetros de Protecção de Águas Subterrâneas –balanço e experiência da ARH do Tejo;

• Importância dos Recursos Hídricos Subterrâneos nos Instrumentosde Gestão Territorial.

Atendendo aos objectivos e competências da ARH do Tejo naárea dos recursos hídricos subterrâneos, a participação nesteSeminário permitiu divulgar as acções que têm sido desenvolvidasem matéria de gestão, protecção e valorização destes recursosna sua área de actuação.

CATÁLOGO DO FLUVIÁRIO DE MORA

A ARH do Tejo participou no 1.º Fórum Boas Práticas do Ministériodo Ambiente e do Ordenamento do Território (MAOT) com o projecto"Um Tejo vivo, vivido e próximo das pessoas", tendo sido distinguidacom a Menção Honrosa Boa Prática MAOT 2010/2011. Esta quefoi a primeira edição do evento decorreu, no dia 4 de Março de2011, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas emLisboa. Na sessão de abertura esteve presente a Senhora Ministrado Ambiente e do Ordenamento do Território, Eng.ª Dulce ÁlvaroPássaro.

A iniciativa teve como objectivo promover a partilha de “ideias quefuncionam” e que podem ser catalisadoras de outras boas práticasno Ministério; acrescentar valor aos participantes e motivar paraa adopção de boas práticas; promover o reconhecimento dosserviços no MAOT e incentivar a participação do MAOT eminiciativas de reconhecimento público do desempenho do Ministério.Neste sentido, e sob o lema “Partilhar para melhorar o desempenhodo MAOT”, foram seleccionados dez projectos finalistas emtorno de três temas: boas práticas com benefícios para o cliente(cidadão/serviço/empresa); boas práticas com benefícios para agestão e boas práticas com benefícios para a sociedade.

O júri que avaliou os diversos projectos foi composto por umrepresentante da Secretaria-Geral do MAOT; um representante deum serviço da administração central do MAOT; um representante

de um serviço da administração periférica do MAOT; um representantede um serviço da Administração Pública exterior ao MAOT e umrepresentante do sector académico. Também a assistência foiconvidada a votar nos vários projectos apresentados. No final doevento foram anunciadas as melhores práticas do MAOT de 2010.

"UM TEJO VIVO, VIVIDO E PRÓXIMO DAS PESSOAS"

O projecto apresentado pela ARH do Tejo consiste nodesenvolvimento e implementação de um conjunto de estratégiasde divulgação e participação pública sobre matérias relacionadascom os recursos hídricos, nomeadamente: implementação do sítiona Internet; desenvolvimento de actividade editorial regular, com apublicação da revista INFOTEJO e da colecção Tágides; realização devárias sessões de debate e de acções informativas sobrealgumas matérias de maior relevo para a sua estratégia e gestão;desenvolvimento de um modelo de participação pública no âmbito doPlano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo, do Plano das BaciasHidrográficas das Ribeiras do Oeste, do Plano de Ordenamento doEstuário do Tejo e do Plano de Ordenamento da Orla Costeira; reuniõesdo Conselho de Região Hidrográfica; acções de formação no âmbitoda regularização de utilizações dos recursos hídricos e sessões dedivulgação sobre limpeza e conservação das linhas de água.

ARH DO TEJO RECEBEMENÇÃO HONROSA BOA PRÁTICA MAOT

2010/2011

Sessão de AberturaEng. Manuel Lacerda, Presidente da ARH do Tejo,recebe a Menção Honrosa

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NOTÍCIAS NOTÍCIAS

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A ARH do Tejo acaba de publicar, numaparceria com o Conselho de Administraçãodo Fluviário de Mora, o Catálogo do Fluviáriode Mora. Ao longo de 50 páginas, atravésde esplêndidas imagens poderá descobrir aideia, a obra e as espécies que habitam riose lagos. Um excelente convite à visita daqueleque é o primeiro grande aquário de águadoce da Europa: o belíssimo Fluviário deMora.

"A concretização do Fluviário de Mora visoua criação de um equipamento único emPortugal, de natureza científica, cultural e delazer que, recriando o universo aquático,consolidasse uma vertente educativa eambiental. O conjunto das exposições,visualizadas através de modelos vivos edinâmicos, é uma mais valia na apreensãode amplos e abrangentes conhecimentosrelacionados com a percepção da importânciada biodiversidade e da riqueza ecológicaassociada, dos programas de conservaçãoda natureza."

In Catálogo do Fluviário de Mora

8.º SEMINÁRIOSOBRE ÁGUAS SUBTERRÂNEASA ARH do Tejo esteve presente, nos dias 11 e 12 de Março, no 8.ºSeminário sobre Águas Subterrâneas organizado pela ComissãoEspecializada das Águas Subterrâneas (CEAS) da AssociaçãoPortuguesa dos Recursos Hídricos (APRH) em colaboração com oDepartamento de Geologia/Centro de Geologia e o InstitutoD. Luís, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).

O evento, que decorreu nas instalações da FCUL, contou com apresença de um elevado número de participantes, nomeadamenteestudantes e técnicos da área da Hidrogeologia. O debatedesenvolveu-se em torno do estado do conhecimento e trabalhosde investigação desenvolvidos em Portugal, nos últimos anos, noque se refere aos diferentes aspectos quantitativos e qualitativosdas águas subterrâneas.

Durante os dois dias em que decorreu o Seminário foramapresentadas comunicações que versaram sobre diversos temasrelacionados com a Hidrogeologia, incluindo, entre outros, oplaneamento e gestão de recursos hídricos subterrâneos, aqualidade, vulnerabilidade, poluição e protecção das águassubterrâneas, a aplicação de métodos geofísicos, a modelação

estocástica e determinística e o papel das águas subterrâneas naavaliação de impacte ambiental e nos instrumentos de gestãoterritorial.

A ARH do Tejo apresentou três comunicações, nas quais foramabordados os seguintes temas:

• Planos de Gestão de Região Hidrográfica – contributos para umamelhor gestão dos recursos hídricos subterrâneos;

• 12 Anos de Perímetros de Protecção de Águas Subterrâneas –balanço e experiência da ARH do Tejo;

• Importância dos Recursos Hídricos Subterrâneos nos Instrumentosde Gestão Territorial.

Atendendo aos objectivos e competências da ARH do Tejo naárea dos recursos hídricos subterrâneos, a participação nesteSeminário permitiu divulgar as acções que têm sido desenvolvidasem matéria de gestão, protecção e valorização destes recursosna sua área de actuação.

CATÁLOGO DO FLUVIÁRIO DE MORA

A ARH do Tejo participou no 1.º Fórum Boas Práticas do Ministériodo Ambiente e do Ordenamento do Território (MAOT) com o projecto"Um Tejo vivo, vivido e próximo das pessoas", tendo sido distinguidacom a Menção Honrosa Boa Prática MAOT 2010/2011. Esta quefoi a primeira edição do evento decorreu, no dia 4 de Março de2011, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas emLisboa. Na sessão de abertura esteve presente a Senhora Ministrado Ambiente e do Ordenamento do Território, Eng.ª Dulce ÁlvaroPássaro.

A iniciativa teve como objectivo promover a partilha de “ideias quefuncionam” e que podem ser catalisadoras de outras boas práticasno Ministério; acrescentar valor aos participantes e motivar paraa adopção de boas práticas; promover o reconhecimento dosserviços no MAOT e incentivar a participação do MAOT eminiciativas de reconhecimento público do desempenho do Ministério.Neste sentido, e sob o lema “Partilhar para melhorar o desempenhodo MAOT”, foram seleccionados dez projectos finalistas emtorno de três temas: boas práticas com benefícios para o cliente(cidadão/serviço/empresa); boas práticas com benefícios para agestão e boas práticas com benefícios para a sociedade.

O júri que avaliou os diversos projectos foi composto por umrepresentante da Secretaria-Geral do MAOT; um representante deum serviço da administração central do MAOT; um representante

de um serviço da administração periférica do MAOT; um representantede um serviço da Administração Pública exterior ao MAOT e umrepresentante do sector académico. Também a assistência foiconvidada a votar nos vários projectos apresentados. No final doevento foram anunciadas as melhores práticas do MAOT de 2010.

"UM TEJO VIVO, VIVIDO E PRÓXIMO DAS PESSOAS"

O projecto apresentado pela ARH do Tejo consiste nodesenvolvimento e implementação de um conjunto de estratégiasde divulgação e participação pública sobre matérias relacionadascom os recursos hídricos, nomeadamente: implementação do sítiona Internet; desenvolvimento de actividade editorial regular, com apublicação da revista INFOTEJO e da colecção Tágides; realização devárias sessões de debate e de acções informativas sobrealgumas matérias de maior relevo para a sua estratégia e gestão;desenvolvimento de um modelo de participação pública no âmbito doPlano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo, do Plano das BaciasHidrográficas das Ribeiras do Oeste, do Plano de Ordenamento doEstuário do Tejo e do Plano de Ordenamento da Orla Costeira; reuniõesdo Conselho de Região Hidrográfica; acções de formação no âmbitoda regularização de utilizações dos recursos hídricos e sessões dedivulgação sobre limpeza e conservação das linhas de água.

ARH DO TEJO RECEBEMENÇÃO HONROSA BOA PRÁTICA MAOT

2010/2011

Sessão de AberturaEng. Manuel Lacerda, Presidente da ARH do Tejo,recebe a Menção Honrosa

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MUNICÍPIOS

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MUNICÍPIOS

MORA, UM CONSELHO DE QUALIDADE!

A cerca de uma hora do bulício e a meia hora da cidade Património daHumanidade fica o Concelho de Mora, acenando ao Ribatejo e à BeiraBaixa.Porta aberta do Alentejo, estende-se numa área de 443km2 pelas quatrofreguesias: Brotas, Cabeção, Mora e Pavia, que integra a localidade deMalarranha.Esta zona apresenta a maior densidade florestal a Sul do Tejo e tem naRibeira de Raia uma inegável fonte de vida e de lazer.Aqui vivem e trabalham cerca de seis mil pessoas, cuja hospitalidadetem atraído novos moradores, em busca da regeneradora calma alentejana,seduzidos também pela incomparável beleza preservada do PatrimónioNatural, por um importante conjunto de monumentos históricos e pelacozinha tradicional preparada com mais de mil sabores.

“GAMEIRO NATURA”

O projecto “Gameiro Natura” assenta num conjunto de pressupostosque visam sobretudo a valorização dos espaços naturais como formada sua conservação. Estes espaços, integrados no Sitio da Rede Natura2000 de Cabeção, apesar de ostentarem valores ecológicos importantesdo ponto de vista da conservação da natureza, continuam, ainda,distantes do contacto das populações.Numa perspectiva conservacionista, mas também socioeconómica, avisitação e o turismo nas áreas que correspondem a zonas ribeirinhas epor sua vez à Rede Natura 2000 constituem umas das melhores formasde promover, sustentadamente, a utilização e o usufruto destes espaços,com evidentes benefícios directos e indirectos para as populações autóctones.A necessidade de criar uma infra-estrutura de lazer com cariz ambientalnum espaço de excelência, perfeitamente enquadrado no cenário naturalem que se insere, promete dar mais vida e movimento ao concelho,cativando igualmente os muitos visitantes do Fluviário de Mora. Dandoimportância à componente da educação e interpretação ambiental, oprojecto proposto tem um carácter aplicado, que vai criar condições desustentabilidade e de interface entre as vivências sociais e os espaçosribeirinhos como é a Ribeira de Raia.Sendo a ribeira do Raia uma das maiores riquezas naturais do municípiode Mora e associado a este um vasto leque de oportunidades dedesenvolvimento local, o projecto “Gameiro Natura” surge como umaaposta para tirar partido de forma sustentada das potencialidadesvigentes. Este investimento, que ronda os 300 mil euros contempla umPercurso da Natureza, um Centro de interpretação Ambiental e umParque Arborismo.O percurso da Natureza consiste de duas áreas distintas: Zona Montadoe Zona Ribeirinha, durante este percurso pode-se observar a fauna eflora típica das diferentes zonas.O Centro de Interpretação Ambiental aborda a importância da preservaçãoe conservação dos rios e do seu ecossistema. Numa visita ao centro é

possível aprender a valorizar a sua importância, através da observaçãodirecta do rio. Através de um conjunto de actividades experimentais eparticipação pública para a implementação desse conhecimento.No Parque Ecológico do Gameiro nascerá o Parque de Arborismo. Éum parque de aventuras com percursos acrobáticos em altura formadospor um conjunto de pontes suspensas entre árvores, através de sistemasde plataformas, redes e cabos. Num contexto descontraído, ao ar livre,neste parque radical vamos proporcionar vivências intensas de corageme esforço.

FLUVIÁRIO DE MORA RECRIAUNIVERSO AQUÁTICO

O seu carácter pioneiro e inovador, quer na sua vertente científica,apresentando os diversos ecossistemas aquíferos de água doce dePortugal e alguns dos mais relevantes no Mundo, quer na sua vertentepedagógico-ambiental, divulgando os conteúdos dos aquários,promovendo a conservação da natureza, a compreensão do impactedo Homem na vida animal e a inter-relação Homem-Água, conferea este projecto uma relevância claramente nacional e internacional.O conjunto das exposições que retratam “O Percurso de um Rio”,desde a nascente até à foz, disponibilizadas através de modelos vivose dinâmicos é uma mais-valia na compreensão de amplos eabrangentes conhecimentos relacionados com a importância dabiodiversidade, da riqueza ecológica associada, e dos programas deconservação da natureza, nomeadamente espécies de água doce,algumas já desaparecidas dos nossos rios, como o esturjão, e outrasainda a necessitar de uma intervenção urgente, por exemplo, osaramugo.No dia 21 de Março de 2007, o primeiro grande aquário de água doceda Europa abria as portas ao público. E em Agosto do mesmo anoentregava o bilhete ao visitantes 100 mil.No final do mês de Março de 2011, o número subia para mais de 500mil visitantes. Uma média de 347 visitas por dia, reflecte o impactesocioeconómico que esta infra-estrutura tem vindo a fomentar. Esteequipamento gera, por si só, 26 postos de trabalho, sendo na suamaioria jovens do concelho. A este número devem adicionar-sedezenas de postos de trabalho nas áreas do comércio, restauraçãoe hotelaria.Como exemplo de uma filosofia de gestão e desenvolvimento territorialassente numa estratégia de “virar o concelho para a ribeira”, o Fluviáriode Mora é já uma aposta ganha pelo Município, que encetou umenorme esforço para levar este projecto a bom porto. Mora é hojebastante mais conhecida e, mesmo continuando a ser um local depassagem, consegue agora atrair um grande número de pessoasque se deslocam propositadamente ou desviam as suas rotas paravisitar o Concelho em geral, e o Fluviário em particular. O Fluviáriode Mora foi em 2007 o equipamento mais visitado em todo o Alentejoe um dos mais visitados do País.

Fluviário de Mora Ribeira do Raia

VIRAR O CONCELHO PARA ARIBEIRA

No âmbito do ecoturismo e da proximidadecom a natureza, o Município de Mora temsabido tirar partido do valor natural existenteno Concelho, principalmente no que diz respeitoàs linhas de água. A linha de acção da autarquia,segundo a óptica de “Virar o Concelho para aRibeira”, tem como resultado algumas acçõesimportantes, das quais se destacam o apoioao desenvolvimento da Pesca Desportiva.A criação da Concessão de Pesca da Ribeirado Raia e a construção da Pista Internacionalde Pesca Desportiva de Cabeção, já classificadapelo Comité da Federação Internacional dePesca Desportiva em Água Doce, de InteresseInternacional e “Património Mundial de todosaqueles que amam a pesca e a natureza”,permitem atrair milhares de pessoas aquandoda realização de eventos de inegável interesse

desportivo e económico para o Concelho epara a região, como sejam os “CampeonatosMundo e da Europa de Pesca Desportiva”,para além das inúmeras provas a contar paraos diversos Campeonatos Nacionais.A Concessão de Pesca Desportiva da Ribeirado Raia, que apresenta cerca de 16 200 metrosde comprimento e uma área de 940 000 m2

de espelho de água, é hoje considerada, pormuitos, o ex-libris da Pesca Desportiva Nacional.Nesta concessão existem duas pistas de altacompetição. Para além da já referida PistaInternacional de Pesca Desportiva de Cabeçãofoi construída a Pista de Pesca Internacionalde Mora.A pesca desportiva representa hoje para oConcelho de Mora, a nível turístico e económico,um grande factor de desenvolvimentoeconómico. Tal importância é facilmenteperceptível se tivermos em conta que umCampeonato da Europa ou do Mundonormalmente conta com a participação demais de duas dezenas de Países, o quecorresponde a mais de 200 pescadoresarrastando consigo outros tantosacompanhantes e por norma entre oito a10 mil espectadores.A relevância de Mora no panorama nacionalda Pesca Desportiva é também espelhadapela organização da Feira Nacional de PescaDesportiva - MORAPESCA, que se realizano Concelho desde há seis anos. Sendo jámaior feira de material desportivo do País e aúnica onde estão representados todos osimportadores de material de pesca. Cadaedição atrai mais de 20 mil pessoas aoConcelho.O aproveitamento racional e estratégico dosrecursos naturais, em especial os hídricos, doConcelho por parte da autarquia é claro einequívoco, como se pode concluir pelo nívelde desenvolvimento atingido através da PescaDesportiva.

MORA, O ALENTEJO MAIS VERDE

Situado a Norte do Distrito de Évora, o Concelhode Mora confina com os distritos de Portalegree Santarém. Atravessado pela ribeira do Raia,com a barragem do Maranhão a montante eos açudes do Furadouro e Gameiro, construídosno troço do rio que serpenteia o concelhoatravés das suas margens, tem sido ao longodos anos o principal motor de desenvolvimentodesta região.Há mais de cinquenta anos que o Concelhodispõe de cerca de 1 000 ha regados, é o nosso“mini Alqueva”, o que permitiu o aparecimentode alguma indústria de transformação deprodutos hortícolas que ainda hoje é importante.Desde há cerca de uma dezena de anos quea autarquia entendeu direccionar o seudesenvolvimento ligado ao curso de água.

Preservando sempre este importante recurso,foram construídas duas Pistas de Pesca emCabeção e Mora. A de Cabeção foi consideradapela Federação Internacional de PescaDesportiva como a melhor pista de pescanatural da Europa. É procurada por milharesde pescadores.Há quatro anos, a poucos metros do açudedo Gameiro, nasceu o Fluviário de Mora,empreendimento que já trouxe ao Concelhomais de 500 000 visitantes e que criou umanova dinâmica económica e social.Sem poluição, este rio constitui um magníficopatrimónio natural, cuja autarquia está apostadaem potenciar com vista a um desenvolvimentosustentado e sustentável do Concelho.

Luís Duarte de MatosPresidente da Câmara Municipal de Mora

Pesca Desportiva - Ribeira do Raia

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MORA, UM CONSELHO DE QUALIDADE!

A cerca de uma hora do bulício e a meia hora da cidade Património daHumanidade fica o Concelho de Mora, acenando ao Ribatejo e à BeiraBaixa.Porta aberta do Alentejo, estende-se numa área de 443km2 pelas quatrofreguesias: Brotas, Cabeção, Mora e Pavia, que integra a localidade deMalarranha.Esta zona apresenta a maior densidade florestal a Sul do Tejo e tem naRibeira de Raia uma inegável fonte de vida e de lazer.Aqui vivem e trabalham cerca de seis mil pessoas, cuja hospitalidadetem atraído novos moradores, em busca da regeneradora calma alentejana,seduzidos também pela incomparável beleza preservada do PatrimónioNatural, por um importante conjunto de monumentos históricos e pelacozinha tradicional preparada com mais de mil sabores.

“GAMEIRO NATURA”

O projecto “Gameiro Natura” assenta num conjunto de pressupostosque visam sobretudo a valorização dos espaços naturais como formada sua conservação. Estes espaços, integrados no Sitio da Rede Natura2000 de Cabeção, apesar de ostentarem valores ecológicos importantesdo ponto de vista da conservação da natureza, continuam, ainda,distantes do contacto das populações.Numa perspectiva conservacionista, mas também socioeconómica, avisitação e o turismo nas áreas que correspondem a zonas ribeirinhas epor sua vez à Rede Natura 2000 constituem umas das melhores formasde promover, sustentadamente, a utilização e o usufruto destes espaços,com evidentes benefícios directos e indirectos para as populações autóctones.A necessidade de criar uma infra-estrutura de lazer com cariz ambientalnum espaço de excelência, perfeitamente enquadrado no cenário naturalem que se insere, promete dar mais vida e movimento ao concelho,cativando igualmente os muitos visitantes do Fluviário de Mora. Dandoimportância à componente da educação e interpretação ambiental, oprojecto proposto tem um carácter aplicado, que vai criar condições desustentabilidade e de interface entre as vivências sociais e os espaçosribeirinhos como é a Ribeira de Raia.Sendo a ribeira do Raia uma das maiores riquezas naturais do municípiode Mora e associado a este um vasto leque de oportunidades dedesenvolvimento local, o projecto “Gameiro Natura” surge como umaaposta para tirar partido de forma sustentada das potencialidadesvigentes. Este investimento, que ronda os 300 mil euros contempla umPercurso da Natureza, um Centro de interpretação Ambiental e umParque Arborismo.O percurso da Natureza consiste de duas áreas distintas: Zona Montadoe Zona Ribeirinha, durante este percurso pode-se observar a fauna eflora típica das diferentes zonas.O Centro de Interpretação Ambiental aborda a importância da preservaçãoe conservação dos rios e do seu ecossistema. Numa visita ao centro é

possível aprender a valorizar a sua importância, através da observaçãodirecta do rio. Através de um conjunto de actividades experimentais eparticipação pública para a implementação desse conhecimento.No Parque Ecológico do Gameiro nascerá o Parque de Arborismo. Éum parque de aventuras com percursos acrobáticos em altura formadospor um conjunto de pontes suspensas entre árvores, através de sistemasde plataformas, redes e cabos. Num contexto descontraído, ao ar livre,neste parque radical vamos proporcionar vivências intensas de corageme esforço.

FLUVIÁRIO DE MORA RECRIAUNIVERSO AQUÁTICO

O seu carácter pioneiro e inovador, quer na sua vertente científica,apresentando os diversos ecossistemas aquíferos de água doce dePortugal e alguns dos mais relevantes no Mundo, quer na sua vertentepedagógico-ambiental, divulgando os conteúdos dos aquários,promovendo a conservação da natureza, a compreensão do impactedo Homem na vida animal e a inter-relação Homem-Água, conferea este projecto uma relevância claramente nacional e internacional.O conjunto das exposições que retratam “O Percurso de um Rio”,desde a nascente até à foz, disponibilizadas através de modelos vivose dinâmicos é uma mais-valia na compreensão de amplos eabrangentes conhecimentos relacionados com a importância dabiodiversidade, da riqueza ecológica associada, e dos programas deconservação da natureza, nomeadamente espécies de água doce,algumas já desaparecidas dos nossos rios, como o esturjão, e outrasainda a necessitar de uma intervenção urgente, por exemplo, osaramugo.No dia 21 de Março de 2007, o primeiro grande aquário de água doceda Europa abria as portas ao público. E em Agosto do mesmo anoentregava o bilhete ao visitantes 100 mil.No final do mês de Março de 2011, o número subia para mais de 500mil visitantes. Uma média de 347 visitas por dia, reflecte o impactesocioeconómico que esta infra-estrutura tem vindo a fomentar. Esteequipamento gera, por si só, 26 postos de trabalho, sendo na suamaioria jovens do concelho. A este número devem adicionar-sedezenas de postos de trabalho nas áreas do comércio, restauraçãoe hotelaria.Como exemplo de uma filosofia de gestão e desenvolvimento territorialassente numa estratégia de “virar o concelho para a ribeira”, o Fluviáriode Mora é já uma aposta ganha pelo Município, que encetou umenorme esforço para levar este projecto a bom porto. Mora é hojebastante mais conhecida e, mesmo continuando a ser um local depassagem, consegue agora atrair um grande número de pessoasque se deslocam propositadamente ou desviam as suas rotas paravisitar o Concelho em geral, e o Fluviário em particular. O Fluviáriode Mora foi em 2007 o equipamento mais visitado em todo o Alentejoe um dos mais visitados do País.

Fluviário de Mora Ribeira do Raia

VIRAR O CONCELHO PARA ARIBEIRA

No âmbito do ecoturismo e da proximidadecom a natureza, o Município de Mora temsabido tirar partido do valor natural existenteno Concelho, principalmente no que diz respeitoàs linhas de água. A linha de acção da autarquia,segundo a óptica de “Virar o Concelho para aRibeira”, tem como resultado algumas acçõesimportantes, das quais se destacam o apoioao desenvolvimento da Pesca Desportiva.A criação da Concessão de Pesca da Ribeirado Raia e a construção da Pista Internacionalde Pesca Desportiva de Cabeção, já classificadapelo Comité da Federação Internacional dePesca Desportiva em Água Doce, de InteresseInternacional e “Património Mundial de todosaqueles que amam a pesca e a natureza”,permitem atrair milhares de pessoas aquandoda realização de eventos de inegável interesse

desportivo e económico para o Concelho epara a região, como sejam os “CampeonatosMundo e da Europa de Pesca Desportiva”,para além das inúmeras provas a contar paraos diversos Campeonatos Nacionais.A Concessão de Pesca Desportiva da Ribeirado Raia, que apresenta cerca de 16.200 metrosde comprimento e uma área de 940.000m2 deespelho de água, é hoje considerada, pormuitos, o ex-libris da Pesca Desportiva Nacional.Nesta concessão existem duas pistas de altacompetição. Para além da já referida PistaInternacional de Pesca Desportiva de Cabeçãofoi construída a Pista de Pesca Internacionalde Mora.A pesca desportiva representa hoje para oConcelho de Mora, a nível turístico e económico,um grande factor de desenvolvimentoeconómico. Tal importância é facilmenteperceptível se tivermos em conta que umCampeonato da Europa ou do Mundonormalmente conta com a participação demais de duas dezenas de Países, o quecorresponde a mais de 200 pescadoresarrastando consigo outros tantosacompanhantes e por norma entre oito a 10mil espectadores.A relevância de Mora no panorama nacionalda Pesca Desportiva é também espelhadapela organização da Feira Nacional de PescaDesportiva - MORAPESCA, que se realizano Concelho desde há seis anos. Sendo jámaior feira de material desportivo do País e aúnica onde estão representados todos osimportadores de material de pesca. Cadaedição atrai mais de 20 mil pessoas aoConcelho.O aproveitamento racional e estratégico dosrecursos naturais, em especial os hídricos, doConcelho por parte da autarquia é claro einequívoco, como se pode concluir pelo nívelde desenvolvimento atingido através da PescaDesportiva.

MORA, O ALENTEJO MAIS VERDE

Situado a norte do Distrito de Évora, o Concelhode Mora confina com os distritos de Portalegree Santarém. Atravessado pela ribeira do Raia,com a barragem do Maranhão a montante eos açudes do Furadouro e Gameiro, construídosno troço do rio que serpenteia o concelhoatravés das suas margens, tem sido ao longodos anos o principal motor de desenvolvimentodesta região.Há mais de cinquenta anos que o Concelhodispõe de cerca de 1000 há regados, é o nosso“mini Alqueva”, o que permitiu o aparecimentode alguma indústria de transformação deprodutos hortícolas que ainda hoje é importante.Desde há cerca de uma dezena de anos quea autarquia entendeu direccionar o seudesenvolvimento ligado ao curso de água.

Preservando sempre este importante recurso,foram construídas duas Pistas de Pesca emCabeção e Mora. A de Cabeção foi consideradapela Federação Internacional de PescaDesportiva como a melhor pista de pesca naturalda Europa. É procurada por milhares depescadores.Há quatro anos, a poucos metros do açude doGameiro, nasceu o Fluviário de Mora,empreendimento que já trouxe ao Concelhomais de 500.000 visitantes e que criou umanova dinâmica económica e social.Sem poluição, este rio constitui um magníficopatrimónio natural, cuja autarquia está apostadaem potenciar com vista a um desenvolvimentosustentado e sustentável do Concelho.

Luís Duarte de MatosPresidente da Câmara Municipal de Mora

Pesca Desportiva - Ribeira do Raia

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AGENDA

SEDEAdministração da Região Hidrográficado Tejo, I. P.Rua Braamcamp, 71250-048 LISBOATel.: 211 554 800Fax: 211 554 809

Gabinete Sub-Regional do Oeste(GOE)Av. Engº. Luís Paiva e Sousa, 62500-329 CALDAS DA RAINHATel.: 262 100 630Fax: 262 100 631

Gabinete Sub-Regional do Médio e AltoTejo (GMAT)Praça Visconde Serra do Pilar, 4, 1º2000-093 SANTARÉMTel.: 243 109 600/1

Pólo de AbrantesRua D. João IV, 332200-397 ABRANTESTel.: 241 100 050

Pólo de PortalegreBairro da Fontedeira, Bloco 1 Cave7300-076 PORTALEGRETel.: 245 100 560Fax 245 100 561

Pólo de Castelo BrancoRua da Fonte Nova, 1Quinta da Fonte Nova6000 -167 CASTELO BRANCOTel.: 272 100 510Fax 272 100 511

Pólo da GuardaGaveto das Ruas Pedro Álvares Cabrale Almirante Gago Coutinho6300-517 GUARDATel.: 271 100 584

CONTACTOS

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FICHA TÉCNICAPropriedade: ARH do Tejo, I.P.Director: Manuel LacerdaEditor: Carlos A. CupetoEdição: ARH do Tejo, I.P.Design: GPI

11.ª GRANDE CONFERÊNCIAJORNAL ÁGUA & AMBIENTE18 de Maio de 2011CCB, Lisboa"Mercados emergentes - caminhos e destinospara o ambiente e a energia" é o tema da 11.ªGrande Conferência Jornal Água & Ambiente.Neste evento serão apresentadas asoportunidades internacionais em países que,pela sua receptividade, múltiplas oportunidadese reduzido grau de competitividade empresarial,se constituem destinos convidativos para asempresas nacionais. Organizada pelo JornalÁgua & Ambiente a conferência realiza-se nodia 18 de Maio, no Centro Cultural de Belémem Lisboa, e contará com a presença doSecretário de estado do Ambiente do Rio deJaneiro, Carlos Minc.

SESSÃO DE DEBATE "O TEJO A PÉ"6 de Maio de 2011Centro Náutico de Constância

12M A R Ç OA B R I L

CONGRESSO DO CENTENÁRIO DO TURISMO EM PORTUGAL12 e 16 de Maio de 2011Sociedade de Geografia de Lisboa

SESSÃO DE DEBATE "ROTEIRODO TEJO"17 de Junho de 2011Abrantes

O Roteiro é o ponto de referência para estruturaçãode Rotas temáticas. As Rotas, estruturadas comItinerários de vocação regional que, devidamentedesenhados, ligam e articulam Circuitos Locaisentre si, criam uma rede racional de percursos,capazes de contribuírem para dinamizar o território.O Tejo é o denominador comum que une epotencia recursos que através de um Roteirodesejamos disponibilizar numa perspectiva derios vivos e vividos. O Roteiro do Tejo será portantoa temática de mais uma Sessão de Debatepromovida pela ARH do Tejo que terá lugar, nodia 17 de Junho de 2011, em Abrantes.

Porque a pé é, sem dúvida, a melhor forma deconhecer um rio, "O Tejo a Pé" é um projectoformulado pela ARH do Tejo, com a finalidade delevar as pessoas ao rio como forma de o conhecer,valorizar e proteger. Neste sentido, pretende-sedesafiar todos os municípios ribeirinhos do Tejoa fazer parte do traçado de uma Grande Rota (GR)pedonal entre a foz do rio, em Lisboa, e a fronteiracom Espanha. Lançar o debate em torno destaideia é o mote da Sessão de Debate "O Tejo aPé" que se realiza, já no próximo dia 6 de Maio,no Centro Náutico de Constância.

Serão apresentados casos de sucesso, a nívelnacional e ibérico, que comprovam a pertinênciae viabilidade do projecto em causa em termosturísticos, económicos e culturais. Um projectoestruturante e transversal que se deseja como umcontributo significativo no âmbito da candidaturado Tejo a Património da Humanidade. O desafioestá lançado. Deixamos assim o convite a todosos que queiram participar em mais uma Sessãode Debate promovida pela ARH do Tejo.

Informações e inscrições: [email protected]

Em 1911, no âmbito do IV Congresso Internacionalde Turismo que decorreu entre 12 e 19 de Maiona Sociedade de Geografia de Lisboa, foiinstitucionalizado pela primeira vez o Turismo emPortugal com a criação da Repartição de Turismo.Assim, um grupo de entidades e investigadoresdo sector nacional acharam por bem organizaruma iniciativa para celebrar em 2011, o Centenárioda Institucionalização do Turismo em Portugal,

o objectivo de reunir num mesmo fórumempresários, altas individualidades, comunidadecientífica, associações, entidades oficiais eparceiros de negócios, para debater aquela queé a actividade económica líder das exportaçõese que melhor serve de cartão de visita paraPortugal: o Turismo. O Congresso do Centenáriodecorre, de 12 a 16 de Maio, na Sociedade deGeografia de Lisboa.