30
Eng. ambient. - Espírito Santo do Pinhal, v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005 CONTEXTUALIZAÇÃO DOS CURSOS SUPERIORES DE MEIO AMBIENTE NO BRASIL: ENGENHARIA AMBIENTAL, ENGENHARIA SANITÁRIA, ECOLOGIA, TECNÓLOGOS E SEQÜÊNCIAIS Fábio Augusto Gomes Vieira Reis 1 ; Lucilia do Carmo Giordano 2 ; Leandro Eugenio Silva Cerri 3 ; Gerson Araújo de Medeiros 4 RESUMO A criação de cursos superiores relacionados à área ambiental cresceu de forma surpreendente no Brasil na década passada e no início do século 21, situação possivelmente estimulada pela política de aumento de instituições de ensino superior, cursos e vagas oferecidas propagada nos últimos anos pelo Ministério da Educação, como também pela crescente preocupação ambiental e o conseqüente acréscimo na procura de profissionais qualificados nessa área. Nesse contexto, surgiram os cursos de graduação em Engenharia Ambiental e em Gestão Ambiental, para formar profissionais com habilitações semelhantes de outras profissões já estabelecidas, como as do engenheiro sanitarista e do ecólogo, como também de outros profissionais tradicionais (engenheiros, geólogo, biólogo, geógrafo, químico). Por esse motivo, existe atualmente uma discussão bastante acirrada nos órgãos de classe, nas instituições de ensino e na sociedade em geral, sobre o campo de atuação dos profissionais que atuam na área ambiental. No presente artigo é apresentado um levantamento de dados sobre os cursos superiores de meio ambiente no Brasil, de graduação, de tecnologia e seqüenciais, como também das normas e legislações que regulamentam a atuação desses profissionais. O objetivo é analisar as questões básicas relacionadas com cada curso e para servir como subsídio para análises e discussões posteriores. Palavras-chave: cursos superiores; meio ambiente. CONTEXTUALIZATION OF THE SUPERIOR COURSE OF ENVIRONMENT IN BRAZIL: ENVIRONMENTAL ENGINEERING, SANITARY ENGINEERING, ECOLOGY, TECHNICIANS AND SEQUENCES ABSTRACT The creation of superior courses related to the environmental area has increased surprisingly in Brazil in the last decade and in the beginning of the 21 st century, situation possibly stimulated by the policy of increase of the superior education, courses, and offered vacancies propagated by the Education Ministry in the last years as well as by the increasing environmental preoccupation and the consequent addition in the search for qualified professionals in this area. In this context, new undergraduation courses in Environmental Engineering and Environmental Management have emerged to form professionals with similar habilitation to other already established professions such as the sanitary engineer and the ecologist as well as the other traditional professionals (engineers, geologists, biologists, geographers, chemist). Because of that, there is, currently, a very offensive discussion in the organs of the class, at the education institutes, and in the general society about the area of actuation of the professionals that works in the environmental area. In the present article it is shown a data survey about superior courses (graduation, technology or sequences) of environment in Brazil as well as the norms and legislations that regulate the performance of these professionals. The aim is to analyze the basic questions related to each course, and to work as subsidy to further analyses and discussions. Key words: superior courses; environment. 1 Prof. Dr. do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL) - e-mail:[email protected]. 2 Profa. Dra. do Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Municipal Professor Franco Montoro (FMPFM). 3 Prof. Dr. do Departamento de Geologia Aplicada da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Prof. dos Cursos de Geologia e Engenharia Ambiental. 4 Prof. Dr. e Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL).

Ingenieria Ambiental y Sanitaria en Brasil

Embed Size (px)

DESCRIPTION

ingenieria sanitaria y ambiental introduccion

Citation preview

  • Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    CONTEXTUALIZAO DOS CURSOS SUPERIORES DE MEIO AMBIENTE NO

    BRASIL: ENGENHARIA AMBIENTAL, ENGENHARIA SANITRIA, ECOLOGIA,

    TECNLOGOS E SEQNCIAIS

    Fbio Augusto Gomes Vieira Reis1; Lucilia do Carmo Giordano2; Leandro Eugenio Silva

    Cerri3; Gerson Arajo de Medeiros4

    RESUMO

    A criao de cursos superiores relacionados rea ambiental cresceu de forma surpreendente no Brasil na dcada passada e no incio do sculo 21, situao possivelmente estimulada pela poltica de aumento de instituies de ensino superior, cursos e vagas oferecidas propagada nos ltimos anos pelo Ministrio da Educao, como tambm pela crescente preocupao ambiental e o conseqente acrscimo na procura de profissionais qualificados nessa rea. Nesse contexto, surgiram os cursos de graduao em Engenharia Ambiental e em Gesto Ambiental, para formar profissionais com habilitaes semelhantes de outras profisses j estabelecidas, como as do engenheiro sanitarista e do eclogo, como tambm de outros profissionais tradicionais (engenheiros, gelogo, bilogo, gegrafo, qumico). Por esse motivo, existe atualmente uma discusso bastante acirrada nos rgos de classe, nas instituies de ensino e na sociedade em geral, sobre o campo de atuao dos profissionais que atuam na rea ambiental. No presente artigo apresentado um levantamento de dados sobre os cursos superiores de meio ambiente no Brasil, de graduao, de tecnologia e seqenciais, como tambm das normas e legislaes que regulamentam a atuao desses profissionais. O objetivo analisar as questes bsicas relacionadas com cada curso e para servir como subsdio para anlises e discusses posteriores. Palavras-chave: cursos superiores; meio ambiente.

    CONTEXTUALIZATION OF THE SUPERIOR COURSE OF ENVIRONMENT IN BRAZIL:

    ENVIRONMENTAL ENGINEERING, SANITARY ENGINEERING, ECOLOGY, TECHNICIANS

    AND SEQUENCES

    ABSTRACT

    The creation of superior courses related to the environmental area has increased surprisingly in Brazil in the last decade and in the beginning of the 21st century, situation possibly stimulated by the policy of increase of the superior education, courses, and offered vacancies propagated by the Education Ministry in the last years as well as by the increasing environmental preoccupation and the consequent addition in the search for qualified professionals in this area. In this context, new undergraduation courses in Environmental Engineering and Environmental Management have emerged to form professionals with similar habilitation to other already established professions such as the sanitary engineer and the ecologist as well as the other traditional professionals (engineers, geologists, biologists, geographers, chemist). Because of that, there is, currently, a very offensive discussion in the organs of the class, at the education institutes, and in the general society about the area of actuation of the professionals that works in the environmental area. In the present article it is shown a data survey about superior courses (graduation, technology or sequences) of environment in Brazil as well as the norms and legislations that regulate the performance of these professionals. The aim is to analyze the basic questions related to each course, and to work as subsidy to further analyses and discussions. Key words: superior courses; environment. 1 Prof. Dr. do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Regional Universitrio de Esprito Santo do Pinhal (UNIPINHAL) - e-mail:[email protected]. 2 Profa. Dra. do Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Municipal Professor Franco Montoro (FMPFM). 3 Prof. Dr. do Departamento de Geologia Aplicada da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Prof. dos Cursos de Geologia e Engenharia Ambiental. 4 Prof. Dr. e Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Regional Universitrio de Esprito Santo do Pinhal (UNIPINHAL).

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    6

    1. INTRODUO

    A questo ambiental tratada em cursos superiores no Brasil h alguns anos,

    inicialmente em disciplinas isoladas dentro da grade curricular de cursos de graduao, como

    engenharia civil, geologia, biologia, geografia, entre outros. Isso ocorreu de forma mais

    acentuada na dcada de 70 e em especial na de 80, quando os problemas ambientais

    adquiriram no pas importncia e divulgao crescentes, incentivados pelos acidentes

    ambientais e suas conseqncias sociais e econmicas.

    Tambm na dcada de 70 foi criado o primeiro curso de Ecologia, na Universidade

    Estadual Paulista (Unesp), em 05 de maro de 1975, curso este que comeou a abordar o tema

    meio ambiente de forma mais integrada e multidisciplinar, levando em considerao as vrias

    reas que o integram. Cursos de Cincias Biolgicas com habilitao em Ecologia j existiam

    na poca, contudo, o curso da Unesp foi o primeiro de Ecologia em sentido estrito e com o

    enfoque descrito (BRASIL, 2004a).

    Posteriormente, surgiram os cursos de Engenharia Sanitria. Dentre os que ainda

    esto em funcionamento, o primeiro foi criado na Universidade Federal de Mato Grosso

    (UFMT), em 30 de dezembro de 1977, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e

    Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP). Esses cursos de Engenharia Sanitria na

    poca tratavam principalmente as questes ligadas ao saneamento bsico, sendo que na

    dcada de 80 e principalmente na de 90 esses cursos comearam a realizar modificaes nas

    grades curriculares, alguns incluindo o termo Ambiental em suas denominaes (BRASIL,

    2004a).

    J na dcada 90 houve uma exploso de cursos de graduao em meio ambiente no

    Brasil, devido principalmente s legislaes federais e estaduais cada vez mais rgidas, a

    crescente presso da sociedade por empreendimentos mais sustentveis e a necessidade das

    grandes empresas de possurem Sistemas de Gesto Ambiental para conseguirem novos

    mercados na Europa, EUA e Japo, surgindo dessa maneira duas novas habilitaes,

    Engenharia Ambiental e Gesto Ambiental, alm das outras j estabelecidas.

    Com a promulgao da Lei Federal n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 ("Lei de

    Crimes Ambientais"), que "dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de

    condutas e atividades lesivas ao meio ambiente", todas as pessoas fsicas e jurdicas, inclusive

    os rgos licenciadores, podem ser acionados judicialmente por seus atos contra o meio

    ambiente. Com isso houve uma mudana drstica de mentalidade, fazendo com que muitas

    empresas e tcnicos mudassem seus modos de agir (BRASIL, 1998a).

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    7

    Nesse contexto, no final da dcada de 90 e no incio da presente, houve uma difuso

    em todo o pas de cursos seqenciais, tecnolgicos e de graduao com as mais variadas

    denominaes, tais como: gerenciamento ambiental; planejamento ambiental; controle

    ambiental; segurana do trabalho e meio ambiente.

    No mesmo perodo, surgiram tambm cursos de graduao em reas j consolidadas,

    porm, com nfase e habilitaes em meio ambiente, como: Biologia Ambiental; Geografia e

    Meio Ambiente; Engenharia Civil com nfase em Meio Ambiente; Engenharia Agrcola e

    Ambiental; Engenharia de Produo com nfase em Gesto Ambiental; Engenharia

    Metalrgica com nfase em Gesto Ambiental; Administrao com habilitao em Gesto

    Ambiental, entre outros.

    Devido a esta difuso de termologias e a sobreposio de atribuies profissionais,

    atualmente existe uma discusso bastante acirrada, nas instituies de ensino superior, nas

    entidades de classe, nos rgos licenciadores e no governo sobre em quais reas devem atuar

    esses profissionais, em especial o Eclogo, o Engenheiro Ambiental e o Gestor Ambiental.

    Havendo inclusive vrias pessoas e instituies que so contra a existncia desses

    profissionais, alegando que as profisses j estabelecidas deveriam atuar na questo

    ambiental, cada qual na sua rea de conhecimento.

    Contudo, inegvel a constatao do crescimento acentuado dos problemas

    ambientais, e como conseqncia a preocupao da comunidade em geral na resoluo ou

    diminuio dos mesmos.

    Nesse sentido, h a necessidade de profissionais com viso mais integrada e

    multidisciplinar do meio ambiente, o que na maioria dos casos, os cursos tradicionais

    (Engenharias, Biologia, Geografia, Geologia, Administrao) no conseguem fornecer,

    mesmo havendo nfases em meio ambiente, pois, os processos e sistemas ambientais so

    complexos e cada vez mais esto associados uns aos outros.

    Na rea especfica de meio ambiente, os cursos superiores mais comuns so:

    Engenharia Ambiental, Bacharelado em Gesto Ambiental, Ecologia, Tecnologia em Meio

    Ambiente/Saneamento Ambiental/ou Gesto Ambiental e Curso Seqencial em Gesto

    Ambiental ou em Meio Ambiente.

    Nesse sentido, o presente trabalho apresenta levantamento realizado junto ao Instituto

    Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (INEP) e s instituies de

    ensino que oferecem cursos superiores de meio ambiente no Brasil, como tambm anlise das

    respectivas atribuies profissionais que cada curso pode oferecer aos seus egressos junto aos

    rgos de classe que regulamentam suas atividades.

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    8

    Contudo, essas informaes servem como ponto de partida, podendo auxiliar as

    discusses perante as instituies de ensino, aos rgos de classe e de licenciamento

    ambiental, como tambm junto ao Ministrio da Educao.

    2. MATERIAL E MTODO

    O presente trabalho foi elaborado por meio de levantamento de informaes junto ao

    banco de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira

    (INEP), s instituies de ensino que oferecem cursos superiores de meio ambiente no Brasil

    e aos rgos de classe responsveis pelo registro e disciplinamento das profisses

    relacionadas s atividades de meio ambiente no Brasil.

    Vale ressaltar que os dados apresentados esto atualizados at o dia 26 de janeiro de

    2005, ou seja, mudanas posteriores podem ter ocorrido, devido ao oferecimento e

    fechamento de cursos, como tambm o aparecimento de novas legislaes, normas e

    pareceres sobre o assunto em questo.

    Portanto, as informaes abordadas no texto devem ser usadas levando em conta o

    perodo em que se deu o levantamento dos dados, sempre necessitando de novas atualizaes

    conforme o uso que se faa das mesmas.

    3. RESULTADOS E DISCUSSES

    3.1. Curso de Graduao em Engenharia Ambiental

    A rea de Engenharia Ambiental foi criada pelo MEC na Portaria n. 1.693, de 05 de

    dezembro de 1994, considerando o parecer da Comisso de Especialistas no Ensino de

    Engenharia de Secretaria da Educao Superior (SESu/MEC) (BRASIL, 1994).

    A portaria estabelece no artigo 20 que a matria de Biologia, faz parte da Formao

    Bsica do engenheiro ambiental, e no artigo 30 as matrias de Formao Profissional Geral,

    que so as seguintes: Geologia; Climatologia; Hidrologia; Ecologia Geral e Aplicada;

    Hidrulica; Cartografia; Recursos Naturais; Poluio Ambiental; Impactos Ambientais;

    Sistemas de Tratamento de gua e de Resduos; Legislao e Direito Ambiental; Sade

    Ambiental; Planejamento Ambiental; e Sistemas Hidrulicos e Sanitrios; sendo as ementas

    das citadas matrias apresentadas no anexo da portaria.

    A referida portaria mantm tambm, como diretriz a ser seguida para criao de cursos

    de Engenharia Ambiental, os demais artigos da Resoluo CFE n. 48, de 07 de abril de 1976,

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    9

    do antigo Conselho Federal de Educao, que fixa os contedos e durao mnimos dos

    cursos de graduao em Engenharia, alm de suas reas de habilitaes (BRASIL, 1976).

    Mais recentemente o Parecer CES n. 1.362, de 12 de dezembro de 2001, instituiu as

    Diretrizes Curriculares Nacional dos Cursos de Graduao em Engenharia, definindo os

    princpios, fundamentos, condies e procedimentos da formao de engenheiros (BRASIL,

    2001b).

    Em relao aos rgos de classe o engenheiro ambiental est submetido a registro nos

    sistemas Confea/CREA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e seus

    respectivos Conselhos Regionais) e CFQ/CRQ (Conselho Federal de Qumica e seus

    respectivos Conselhos Regionais).

    A Resoluo Confea n. 447, de 22 de setembro de 2000, dispe sobre o registro

    profissional do engenheiro ambiental e disciplina suas atividades profissionais, conferindo no

    artigo 20 competncia de desempenho das atividades 01 a 14 e 18 do artigo 10 da Resoluo

    n. 218, de 29 de junho de 1973, referentes administrao, gesto e ordenamento ambientais

    e ao monitoramento e mitigao de impactos ambientais, seus servios afins e correlatos

    (CONFEA, 2000).

    Ressalta-se ainda no pargrafo nico do artigo 20 que (CONFEA, 2000, s.p.): As competncias e as garantias atribudas por esta Resoluo aos Engenheiros Ambientais

    so concedidos sem prejuzo dos direitos e prerrogativas conferidas aos engenheiros, aos

    arquitetos, aos engenheiros agrnomos, aos gelogos ou engenheiros gelogos, aos

    gegrafos e aos meteorologistas relativamente s suas atribuies na rea ambiental.

    As atividades citadas da Resoluo Confea n. 218, 29 de junho de 1973 so as

    seguintes (CONFEA, 1973, s.p.): Atividade 01 - Superviso, coordenao e orientao tcnica;

    Atividade 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificao;

    Atividade 03 - Estudo de viabilidade tcnico-econmica;

    Atividade 04 - Assistncia, assessoria e consultoria;

    Atividade 05 - Direo de obra e servio tcnico;

    Atividade 06 - Vistoria, percia, avaliao, arbitramento, laudo e parecer tcnico;

    Atividade 07 - Desempenho de cargo e funo tcnica;

    Atividade 08 - Ensino, pesquisa, anlise, experimentao, ensaio e divulgao tcnica;

    extenso;

    Atividade 09 - Elaborao de oramento;

    Atividade 10 - Padronizao, mensurao e controle de qualidade;

    Atividade 11 - Execuo de obra e servio tcnico;

    Atividade 12 - Fiscalizao de obra e servio tcnico;

    Atividade 13 - Produo tcnica e especializada;

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    10

    Atividade 14 - Conduo de trabalho tcnico;

    Atividade 15 - Conduo de equipe de instalao, montagem, operao, reparo ou

    manuteno;

    Atividade 16 - Execuo de instalao, montagem e reparo;

    Atividade 17 - Operao e manuteno de equipamento e instalao;

    Atividade 18 - Execuo de desenho tcnico.

    Portanto, segundo o Sistema Confea/CREA os engenheiros ambientais no podero

    atuar nas atividades 15 (conduo de equipe de instalao, montagem, operao, reparo ou

    manuteno), 16 (execuo de instalao, montagem e reparo) e 17 (operao e manuteno

    de equipamento e instalao).

    O artigo 40 da Resoluo Confea n. 447/2000, dispe tambm que os engenheiros

    ambientais iro integrar o grupo ou categoria da Engenharia, modalidade Civil (CONFEA,

    2000).

    J a Resoluo Confea n. 473, de 26 de novembro de 2002, institui Tabela de Ttulos

    Profissionais do Sistema Confea/Crea e d outras providncias, sendo que em seu anexo 1

    estabelece o ttulo profissional e seus respectivos grupos e modalidades. Dentro do grupo

    Engenharia, modalidade Civil, so definidos os seguintes ttulos profissionais de nvel

    superior, o Engenheiro Sanitarista e Ambiental (cdigo 111-09-00) e o Tecnlogo em

    Saneamento Ambiental (cdigo 112-06-00) (CONFEA, 2002; CONFEA, 2004).

    Sobre o sistema CFQ/CRQ, os CRQ4 (Conselho Regional de Qumica 4a Regio

    SP/MS) e o CRQ12 (Conselho Regional de Qumica 12a Regio GO/TO/DF), estabelecem

    como ttulos profissionais de nvel superior que devem obrigatoriamente realizar registro nos

    Conselhos Regionais de Qumica (CRQs): Engenheiro Ambiental, Tecnlogo Ambiental,

    Tecnlogo de Controle Ambiental e Tecnlogo em Gesto Ambiental (CRQ4, 2004; CRQ12,

    2004; CFQ, 2004a). Porm, segundo informaes obtidas nos sites das outras regionais do

    mesmo conselho, os profissionais citados no esto listados como profissionais que devem

    fazer registro no CRQ.

    Contudo, em 17 de dezembro de 2004 foi promulgada Resoluo Normativa CFQ 198,

    que define as modalidades profissionais na rea de qumica, estabelecendo no artigo 20 que

    (CFQ, 2004b): So consideradas modalidades do campo profissional da Engenharia Qumica devendo

    registrarem-se em CRQs, os engenheiros de Produo, de Armamentos, de Minas,

    Metalrgica, de Petrleo, de Petroqumica, Txtil, de Plsticos, Sanitaristas, Ambientais, de

    Alimentos, de Segurana do Trabalho, de Materiais, Engenheiros Industriais, modalidade

    Qumica, de Papel e Celulose, de Biotecnologia, de Bioqumica, de Explosivos, e outros,

    sempre que suas atividades se situarem na rea da Qumica ou que lhe sejam correlatas.

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    11

    Nesse contexto, foram criados os cursos de Engenharia Ambiental no Brasil, sendo um

    dos cursos da rea ambiental que mais cresce atualmente em termos numricos no pas.

    O primeiro curso de Engenharia Ambiental criado foi o da Universidade Luterana do

    Brasil (ULBRA), campus de Canoas (RS), pela Resoluo Consun/ULBRA n. 45, de 31 de

    outubro de 1991, subsidiada pelo Parecer n. 1.031, de 06 de dezembro de 1989, que somente

    foi iniciado em 01 de maro de 1994. J o primeiro curso que entrou em funcionamento foi o

    da Universidade de Federal de Tocantins (UFT), em 09 de maro de 1992, que foi criado pela

    Resoluo CESu n 118, de 19 de dezembro de 1991 (BRASIL, 2004a; UFT, s.d.).

    Segundo o Cadastro de Cursos Superiores do INEP e informaes obtidas em sites de

    instituies de ensino, at o dia 26 de janeiro de 2005 existiam 67 cursos de Engenharia

    Ambiental espalhados por todas as regies do pas, com o nmero mnimo de vagas

    disponveis nos vestibulares de 5.075, sendo que esse valor pode ser maior, pois, algumas IES

    no cadastraram no INEP o nmero de vagas oferecidas (BRASIL, 2004a).

    A regio Sudeste a que apresenta o maior nmero de cursos, contando com 33 (49%)

    cursos e de 2.445 (48%) vagas mnimas disponveis. J So Paulo o estado que apresenta os

    maiores ndices, com 23 cursos (34%) e 2.020 vagas (40%) (BRASIL, 2004a).

    Vale ressaltar tambm os valores do estado do Rio de Janeiro, que so relativamente

    baixos em relao a outros com o mesmo desenvolvimento e organizao das questes

    ambientais, com 3 cursos (5%) e 140 vagas (3%) (BRASIL, 2004a). Isso pode demonstrar

    certa cautela por parte das IES do estado para verificar a real necessidade e a capacidade de

    absoro desse profissional pelo mercado de trabalho.

    A tabela 1 apresenta os dados da distribuio de cursos de graduao em Engenharia

    Ambiental e suas respectivas vagas por regio e estados.

    A durao mdia dos cursos de 10 semestres e a carga horria mnima varia entre

    3.300 (curso da Universidade Federal do Paran Curitiba/PR) e 5.151 horas (curso das

    Faculdades COC Ribeiro Preto/SP) (BRASIL, 2004a).

    Dos 67 cursos de Engenharia Ambiental, 20 so ministrados em capitais estaduais e no

    distrito federal e 47 em cidades do interior, sendo So Paulo e Curitiba as cidades com a

    maior nmero de cursos, 3 no total (BRASIL, 2004a).

    Em relao ao perodo de oferecimento, a grande maioria diurno (50 ou 63,3%),

    destacando-se ainda que as IES pblicas federais e estaduais no oferecem curso de

    Engenharia Ambiental noturno, diferentemente das privadas em sentido estrito que

    disponibilizam mais cursos noturnos (16 ou 20,2%) (BRASIL, 2004a).

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    12

    Tabela 1: Distribuio de cursos de graduao em Engenharia Ambiental e nmero de vagas

    por regio e estados.

    Regio/Estado Nmero de Cursos Nmero Mnimo de Vagas Disponveis nos Vestibulares Regio Norte 5 230 Amazonas 1 80 Par 3 110 Tocantins 1 40 Regio Nordeste 8 960 Bahia 5 610 Pernambuco 2 250 Sergipe 1 100 Regio Centro-Oeste 4 390 Distrito Federal 1 200 Gois 2 150 Mato Grosso do Sul 1 40 Regio Sudeste 33 2.445 Esprito Santo 2 120 Minas Gerais 5 165 Rio de Janeiro 3 140 So Paulo 23 2.020 Regio Sul 17 1.050 Paran 6 405 Rio Grande do Sul 5 365 Santa Catarina 6 280 Total 67 5.075

    Fontes: BRASIL (2004a).

    Vale ressaltar que o valor total por perodo de oferecimento maior que o nmero

    total de cursos, isso porque algumas instituies oferecem em uma mesma cidade vagas para

    o perodo diurno e noturno e no presente levantamento, quando ocorreu essa situao, foi

    considerado somente como 1 curso. Agora se uma mesma instituio oferece vagas em

    diferentes cidades foi considerado como cursos distintos.

    Em relao categoria administrativa ou formas de natureza jurdica, os cursos de

    Engenharia Ambiental ficam assim distribudos: a grande maioria so oferecidos em

    instituies privadas (45 instituies ou 67,1%), e 32,9% (22) em instituies pblicas,

    divididas em federais (7 ou 10,5%), estaduais (8 ou 11,9%) e municipais (7 ou 10,5%)

    (BRASIL, 2004a).

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    13

    Considerando a organizao acadmica, a maior parte dos cursos (41 ou 61,2%) e

    vagas mnimas (2.515 ou 49,6%) so oferecidos por universidades. Relativamente as

    Faculdades/Escolas/Institutos oferecem muitas vagas mnimas (1.590 ou 31,3%), em relao

    ao nmero de cursos (15 ou 22,4%). J os Centro Universitrios perfazem 8 cursos (11,9%) e

    590 vagas (11,6%) e as Faculdades Integradas 3 cursos (4,5%) e 380 vagas (7,5%) (BRASIL,

    2004a).

    Em janeiro de 2005, existiam 20 cursos de Engenharia Ambiental reconhecidos, 13

    por Portarias do MEC, 5 por Decretos Estaduais e 2 por Portarias de Comisses Estaduais de

    Ensino, demonstrando que a maioria dos cursos so recentes, ou seja, menos de 30% dos

    cursos eram reconhecidos ao at o perodo da pesquisa. O primeiro curso reconhecido foi o da

    Universidade Federal de Tocantins, por Decreto Estadual n. 632 de 15 de julho de 1998.

    Para demonstrar a evoluo da Engenharia Ambiental nas IES, levando em conta o

    incio de funcionamento dos cursos no perodo de 1992 a 2005 tem-se os seguintes dados: 1

    curso em 1992; 1 em 1994; 3 em 1996; 1 em 1997; 4 em 1998; 3 em 1999; 11 em 2000; 11

    em 2001; 9 em 2002; 13 em 2003; 5 em 2004; 5 em 2005; ou seja a grande maioria dos cursos

    foram iniciados aps o ano 2000 (BRASIL, 2004a). Essa situao deve estar fortemente

    associada publicao da Resoluo Confea n. 447, de 22 de setembro de 2000, que instituiu

    o registro profissional do engenheiro ambiental e disciplinou suas atividades profissionais.

    3.2. Cursos de Graduao em Engenharia Sanitria e Engenharia Sanitria e Ambiental

    Os cursos de graduao em Engenharia Sanitria tiveram origem no final da dcada de

    1970, como sugestes da Poltica Nacional de Meio Ambiente (PNMA) e do Plano Nacional

    de Saneamento (Planasa), que recomendavam a formao de profissionais nos setores de

    saneamento e meio ambiente, devido ao processo de urbanizao e desenvolvimento no pas e

    para superar o atraso nesses setores. Nesse contexto, orientaram a implantao de plos

    regionais de Engenharia Sanitria, por meio de cursos de graduao nas cinco regies

    consideradas estratgicas (UFMT, 2000-2002; UFSC, 1998).

    Os primeiros cursos foram criados no ano de 1977 e iniciaram seu funcionamento em

    1978, sendo os pioneiros da: Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); Universidade

    Federal do Par (UFPA); Pontifcia Universidade Catlica de Campinas (PUC-Campinas);

    Universidade Federal da Bahia (UFBA); e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

    (BRASIL, 2004a).

    Na dcada de 1990, vrios cursos comearam a fazer reforma curricular, mudando

    inclusive a denominao para Engenharia Sanitria e Ambiental, como o caso dos cursos da:

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    14

    UFBA; UFSC; UFMT; Universidade Catlica Dom Bosco (UCDB); e do Centro de Estudos

    Superiores de Macei (CESMAC). Vale ressaltar que os cursos da UFMT e do CESMAC

    esto cadastrados no INEP como de Engenharia Sanitria, mas o termo ambiental j aparece

    nos sites das instituies, porm, no presente levantamento foi considerada a terminologia

    usada no INEP (BRASIL, 2004a; UFSC, 1998; UFMT, 2000-2002; UFBA, 2004; UCDB,

    s.d.; CESMAC, 2003-2005).

    Por este motivo e pela grade curricular bastante parecida, existe uma relao muito

    estreita entre a Engenharia Sanitria e a Engenharia Ambiental. Contudo, atualmente alm da

    mudana de denominao, alguns cursos de Engenharia Sanitria esto em processo de

    extino (cursos do Centro Universitrio do Instituto Mau de Tecnologia e da Pontifcia

    Universidade Catlica da Campinas), o que pode levar a se supor que estas duas reas da

    engenharia venham se fundir em um futuro prximo.

    A Resoluo CFE n. 2, de 16 de fevereiro de 1977, do antigo Conselho Federal de

    Educao dispe sobre a habilitao em Engenharia Sanitria, definindo no artigo 10 que a

    Engenharia Sanitria uma habilitao especfica, que tem sua origem na rea Civil do curso

    de Engenharia (BRASIL, 1977, s.p.).

    A resoluo estabelece no artigo 20 que a matria de Biologia, faz parte da Formao

    Bsica do engenheiro sanitarista; no artigo 50 as matrias de Formao Profissional Geral, que

    so as seguintes: Hidrologia Aplicada, Hidrulica e Saneamento Bsico; e no artigo 70 que as

    matrias de Formao Profissional Especfica devero incluir: Qualidade da gua, do Ar e do

    Solo; Tratamento de guas de Abastecimento e guas Residurias; Recursos Hdricos;

    Saneamento Ambiental e Ecologia Aplicada; sendo as ementas das citadas matrias

    apresentadas no artigo 80 (BRASIL, 1977).

    A referida resoluo mantm tambm, como diretriz a ser seguida para criao de

    cursos de Engenharia Ambiental, os demais artigos da Resoluo CFE n. 48, de 07 de abril de

    1976, do antigo Conselho Federal de Educao, que fixa os contedos e durao mnimos dos

    cursos de graduao em Engenharia, alm de suas rea de habilitaes (BRASIL, 1976).

    Contudo, como j foi citado anteriormente, recentemente o Parecer CES n. 1.362, de

    12 de dezembro de 2001, instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de

    Graduao em Engenharia, definindo os princpios, fundamentos, condies e procedimentos

    da formao de engenheiros (BRASIL, 2001b).

    Em relao aos rgos de classe os egressos da Engenheira Sanitria esto submetidos

    ao sistema Confea/CREA, sendo a Resoluo Confea n. 310, de 23 de julho de 1986, que

    dispe as atividades do engenheiro sanitarista (CONFEA, 1986a).

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    15

    O artigo 10 da referida resoluo estabelece que compete ao engenheiro sanitarista o

    desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 10 da Resoluo Confea n. 218, de 29 de junho

    de 1973, anteriormente citado, referente a (CONFEA, 1986a): - sistemas de abastecimento de gua, incluindo captao, aduo, reservao, distribuio e

    tratamento de gua;

    - sistemas de distribuio de excretas e de guas residurias (esgoto) em solues

    individuais ou sistemas de esgotos, incluindo tratamento;

    - coleta, transporte e tratamento de resduos slidos (lixo);

    - controle sanitrio do ambiente, incluindo o controle de poluio ambiental;

    - controle de vetores biolgicos transmissores de doenas (artrpodes e roedores de

    importncia para a sade pblica);

    - instalaes prediais hidrossanitrias;

    - saneamento de edificaes e locais pblicos, tais como piscinas, parques e reas de lazer,

    recreao e esporte em geral;

    - saneamento dos alimentos.

    O artigo 30 da Resoluo Confea n. 310/1986, dispe tambm que os engenheiros

    sanitaristas iro integrar o grupo ou categoria da Engenharia, modalidade Civil (CONFEA,

    1986a).

    Como j citado anteriormente, a Resoluo Confea n. 473, de 26 de novembro de

    2002, estabelece que dentro do grupo Engenharia, modalidade Civil, so definidos os ttulos

    profissionais de nvel superior do Engenheiro Sanitarista e Ambiental (cdigo 111-09-00)

    (CONFEA, 2002; CONFEA, 2004).

    Baseado nos dados do Cadastro de Cursos Superiores do INEP e informaes obtidas

    em sites de instituies de ensino, at o dia 26 de janeiro de 2005, existiam 5 cursos de

    Engenharia Sanitria e 5 de Engenharia Sanitria e Ambiental, nos estados de Alagoas, Bahia,

    Mato Grosso, Minas Gerais, Par, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e So Paulo.

    So oferecidas 150 vagas para os cursos de Engenharia Sanitria e 350 para os de

    Engenharia Sanitria e Ambiental, sendo a durao mdia de 10 semestres e carga horria

    mnima varia de 3.740 a 5.457 horas. Os nicos cursos noturnos so oferecidos pela PUC-

    Campinas e Univates. (BRASIL, 2004a).

    Somente 2 cursos de Engenharia Sanitria e Ambiental ainda no so reconhecidos, o

    do Centro Universitrio do Leste de Minas Gerais (UnilesteMG) e do Centro Universitrio

    Univates (Univates). O primeiro curso reconhecido foi da Universidade Federal da Bahia,

    pela Portaria MEC n. 529, de 03 de setembro de 1981 (BRASIL, 2004a).

    Considerando a organizao acadmica, tem-se a seguinte situao para o curso de

    Engenharia Sanitria: 1 oferecido por Faculdades Integradas; 1 por Centro Universitrio; e 3

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    16

    por Universidades. J para o curso de Engenharia Sanitria e Ambiental, 2 por Centro

    Universitrio e 3 por Universidades (BRASIL, 2004a).

    Em relao a categoria administrativa, para a Engenharia Sanitria, 3 cursos so

    oferecidos em instituies privadas em sentido estrito e 2 em pblicas federais. Para o curso

    de Engenharia Sanitria e Ambiental, 3 por instituies privadas comunitria, confessional

    e/ou filantrpica e 2 por pblicas federais (BRASIL, 2004a).

    3.3 Cursos de Graduao em Ecologia e de Cincias Biolgicas com habilitao em

    Ecologia

    O curso de Ecologia o mais antigo que trata da questo ambiental de forma integrada

    e multidisciplinar, sendo que o primeiro curso foi criado em 05 de maro de 1975 na

    Universidade Estadual Paulista (Unesp campus de Rio Claro), como tambm o primeiro a

    ser reconhecido pelo MEC, na Portaria 397, de 16 de junho de 1981 (BRASIL, 2004a).

    Atualmente, pelo cadastro do INEP, at o dia 26 de janeiro de 2005, existiam 6 cursos

    de graduao em Ecologia, 1 de Ecologia Social e outros 7 em Cincias Biolgicas com

    habilitao em Ecologia (BRASIL, 2004a).

    Contudo, o Eclogo ainda no uma profisso reconhecida pela legislao brasileira.

    Para tentar mudar essa situao a Associao Brasileira de Ecologia (ABE), fundada em 30 de

    novembro de 1991, com sede na cidade de Piracicaba (SP), enviou no ano de 2001 um Projeto

    de Lei ao Congresso Nacional, o qual em 01 de abril 2003 foi apresentado ao Plenrio da

    Cmara dos Deputados pelo Deputado Federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB/SP),

    com a seguinte denominao PL-591/2003. Em 31 de dezembro de 2004 foi publicado no

    Dirio da Cmara dos Deputados o parecer aprovado pela Comisso de Trabalho, de

    Administrao e Servio Pblico (ABE, s.d.; CMARA DOS DEPUTADOS, s.d.).

    Nesse contexto o PL-591/2003 dispe sobre a regulamentao do exerccio da

    profisso de Eclogo, designando-o no artigo 10 como profissional de nvel superior, com

    formao holstica e interdisciplinar, especfica do campo da Ecologia, dos ecossistemas

    naturais, artificiais, de seus componentes e suas interrelaes (BRASIL, 2003a).

    O artigo 20 estabelece que a profisso de Eclogo somente ser exercida por

    (BRASIL, 2003a): I por profissionais diplomados em curso superior de Bacharelado em Ecologia ministrados

    por estabelecimentos de ensino superiores, oficiais ou reconhecidos em todo o territrio

    nacional;

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    17

    II pelos diplomados em curso similar ministrado por estabelecimentos equivalentes no

    exterior aps a revalidao do diploma, de acordo com a legislao em vigor;

    A fiscalizao da profisso ser exercida pelos Conselhos Federal e Regionais de

    Biologia (CFBio/CRBio), conforme definido no artigo 30. J o artigo 50 estabelece as

    atribuies profissionais (BRASIL, 2003a).

    Como j foi citado anteriormente, no cadastro do INEP a terminologia Ecologia

    aparece em 3 situaes para cursos de graduao: Curso de Ecologia, Curso de Ecologia

    Social, e Curso de Cincias Biolgicas com habilitao Ecologia; sendo que so oferecidas

    330, 50 e 440 vagas mnimas, respectivamente. Os cursos tem na maioria dos casos durao

    de 8 semestres, com carga horria variando entre 2.560 e 4.800 (BRASIL, 2004a).

    Os cursos so ministrados nos seguintes estados: Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais,

    Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e So Paulo.

    Portanto, a regio norte no possui curso de graduao nessa rea, o que muito interessante

    de se notar porque o perfil profissional do Eclogo tem como um dos fortes direcionamentos

    o Manejo de Ecossistemas Naturais e a regio norte possui caractersticas ambientais prprias

    para o desenvolvimento de projetos nessa rea (BRASIL, 2004a).

    Na questo do perodo, a maioria so diurnos, sendo noturnos, 2 de Ecologia

    (Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itaja/UNIDAVI e Universidade

    Catlica de Pelotas/UCPEL), o de Ecologia Social (FEUBH Faculdade de Ensino Unificado

    de Belo Horizonte) e 3 de Cincias Biolgicas com habilitao em Ecologia (Centro

    Universitrio de Vrzea Grande/UNIVAG, Faculdade So Jos Grande/FSJ e Universidade de

    Santa Cruz do Sul/UNISC) (BRASIL, 2004a).

    Levando em considerao a organizao acadmica, os cursos de Ecologia so

    oferecidos em Universidades (5) e Centro Universitrio (1). J o de Ecologia Social

    ministrado em uma Faculdade e os de Cincias Biolgicas com habilitao em Ecologia so

    oferecidos em Universidades (3), Centro Universitrio (1) e Faculdade (1). (BRASIL, 2004a).

    Com relao categoria administrativa tem-se a seguinte situao: dos de Ecologia, 3

    so oferecidos em instituies pblicas e 4 em privadas; o de Ecologia Social em instituio

    privada; e dos de Cincias Biolgicas com habilitao em Ecologia, 4 em instituies pblicas

    e 3 em privadas (BRASIL, 2004a).

    Portanto, os cursos de Ecologia de uma maneira geral so prioritariamente oferecidos

    em Universidades e na maioria dos casos em IES privadas.

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    18

    3.4. Cursos de Graduao em Gesto Ambiental e Administrao com habilitao em

    Gesto Ambiental

    Considerando a graduao, os cursos ou habilitaes com a terminologia Gesto

    Ambiental so os mais recentes na rea ambiental no pas, existindo at o perodo

    compreendido pelo levantamento, 3 cursos de Gesto Ambiental; 29 de Administrao com

    habilitao em Gesto Ambiental; e 1 de Cincias do Mar com habilitao em Gesto

    Ambiental (BRASIL, 2004a).

    Inicialmente esse termo era usado para cursos de ps-graduao, passando

    gradativamente no ano de 1999 para as habilitaes de cursos de Administrao (Faculdade

    PROMOVE de Minas Gerais/PROMOVE; Centro Universitrio de Belo Horizonte/UNIBH; e

    Faculdade Spei de Curitiba/Facspei) e em 2002 para o bacharelado em Gesto Ambiental

    propriamente dito, na Universidade de So Paulo (Esalq/USP) (BRASIL, 2004a).

    Um dos problemas dos gestores ambientais no mercado a existncia de vrios cursos

    de ps-graduao com essa denominao e que acabam dando aos egressos atribuies

    profissionais parecidas, registrada inclusive em carteira pelos CREAs e CRQs por exemplo.

    Alm disso, a questo do rgo de classe que representar o gestor ambiental ainda

    no est definida. Os formados em Administrao com habilitao em Gesto Ambiental so

    registrados nos Conselhos Federal e Regionais de Administrao (CFA/CRA), porm, os

    egressos dos cursos de Gesto Ambiental ainda esto discutindo o rgo de classe que os

    representar (CFA, 1999-2004).

    A Resoluo CFA n. 283, de 21 de agosto de 2003, que aprova o regulamento de

    registro profissional de pessoas fsicas, registro cadastral de pessoas jurdicas e d outras

    providncias, estabelece o seguinte (CFA, 2003): Art. 1 Para o exerccio da profisso de Administrador devero os Bacharis em

    Administrao, diplomados em cursos superiores de Administrao devidamente

    reconhecidos, atendidas as exigncias legais, obter registro profissional no CRA com

    jurisdio sobre o seu domiclio profissional, aos quais ser expedida a Carteira de

    Identidade Profissional.

    1 Os dispositivos desta Resoluo Normativa aplicam-se, tambm, aos Bacharis e

    Tecnlogos diplomados em cursos superiores considerados conexos ao curso de

    Administrao, devidamente reconhecidos, cujo registro profissional em CRA esteja

    disciplinado por Resoluo Normativa do CFA.

    2 Considera-se domiclio profissional aquele no qual ocorre o exerccio da profisso de

    Administrador ou das atividades conexas Administrao.

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    19

    Portanto, a resoluo abre uma possibilidade para o Gestor Ambiental, no pargrafo 10

    quando cita os bacharis e tecnlogos de campos conexos ao curso de Administrao, porm,

    segundo CFA (1999-2004), esses campos conexos so os seguintes: 1. Administrao de Consrcio;

    2. Administrao de Comrcio Exterior;

    3. Administrao de Cooperativas;

    4. Administrao Hospitalar;

    5. Administrao de Condomnios;

    6. Administrao de Imveis;

    7. Administrao de Processamento de Dados/Informtica;

    8. Administrao Rural;

    9. Administrao Hoteleira;

    10. "Factoring";

    11. Turismo.

    A distribuio dos cursos e habilitaes em Gesto Ambiental no Brasil apresentada

    na tabela 2. Pode-se notar que os cursos de graduao em Gesto Ambiental ocorrem nos

    estados de So Paulo e Rio Grande do Norte, totalizando 130 vagas disponveis nos

    vestibulares. O de Cincias do Mar com habilitao em Gesto Ambiental tem 30 vagas. J os

    de Administrao com habilitao em Gesto Ambiental so oferecidos em todas regies do

    pas, com 29 cursos e 2.845 vagas mnimas, mesmo sendo uma habilitao recente, de 1999.

    Do total de 32 cursos apenas 5 so reconhecidos pelo MEC (BRASIL, 2004a).

    Nesse contexto, 9 cursos so oferecidos em capitais estaduais e 23 em cidades do

    interior. Na grande maioria dos casos os cursos tem durao de 8 semestres, com carga 2.685

    (USP/Esalq) e 4.750 (UFPR) (BRASIL, 2004a).

    Diferentemente de todos os outros cursos de graduao na rea ambiental, os cursos e

    habilitaes em Gesto Ambiental so basicamente noturnos (67,5%), sendo que a instituies

    privadas em sentido estrito correspondem a 55,8% desse valor (BRASIL, 2004a). O valor

    total por perodo diferente do nmero total de cursos devido aos motivos j expostos

    anteriormente.

    A grande maioria dos cursos tambm so oferecidos por instituies privadas, seja em

    sentido estrito (81,4% ou 26 cursos) ou privada comunitria/confessional/filantrpica (6,2%

    ou 2), sendo que a instituies pblicas representam somente 12,4% (3,1% ou 1 em federais;

    6,2% ou 2 em estaduais; e 3,1% ou 1 em municipais) (BRASIL, 2004a).

    Considerando a organizao acadmica, a maior parte dos cursos (75%) e vagas

    mnimas (84,2%) so oferecidos por Faculdades, Escolas ou Institutos. As Universidades e

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    20

    Centros Universitrios oferecem muito poucos cursos e vagas (12,5% ou 4 cursos e 3,6% ou

    110 vagas mnimas nas Universidades e 9,4% ou 3 cursos e 7,4% ou 230 vagas nos Centros

    Universitrios), comparativamente aos outros cursos de graduao na rea ambiental

    (BRASIL, 2004a).

    Tabela 2: Distribuio de cursos de graduao em Gesto Ambiental (Bacharel),

    Administrao e Cincias do Mar com habilitao em Gesto Ambiental e nmero de vagas

    por regio e estados.

    Nmero de Cursos Nmero Mnimo de Vagas Disponveis nos Vestibulares Regio/Estado Bacharel Habilitao Bacharel Habilitao

    Regio Norte 0 4 0 600 Acre --- 1 --- 100 Amap --- 1 --- 100 Par --- 1 --- 200 Rondnia --- 1 --- 200 Regio Nordeste 1 2 40 400 Bahia --- 2 --- 400 Rio Grande do Norte 1 --- 40 --- Regio Centro-Oeste 0 2 0 100 Gois --- 2 --- 100 Regio Sudeste 0 12 90 1.000 Minas Gerais --- 5 --- 290 So Paulo 2 7 90 710 Regio Sul 0 9 0 875 Paran --- 6 --- 525 Rio Grande do Sul --- 2 --- 250 Santa Catarina --- 1 --- 100 Total 3 29 130 2.975

    Fonte: BRASIL (2004a).

    3.5. Outros Cursos Graduao Relacionados ao Meio Ambiente

    Alm dos cursos de graduao j descritos, nos ltimos anos vrios cursos tradicionais

    inseriram termos relacionados ao meio ambiente em suas denominaes, modificando o

    currculo para fornecer habilitao ou nfase nessa rea.

    Como exemplo pode-se citar os cursos: de Geografia e Meio Ambiente, bacharelado e

    licenciatura plena da Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUCRio Rio de

    Janeiro), criado em 01 de maro de 1941; de Cincias Biolgicas, com habilitao Ambiental

    da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS Porto Alegre), criado em 01 de

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    21

    maro de 1942; e de Geografia, com nfase em Educao Ambiental da Universidade Vale do

    Rio Verde (Unincor - Trs Coraes/MG), criado em 04 de maro de 1976 (BRASIL, 2004a).

    As reas de Administrao, de Economia, de Cincias Biolgicas, de Qumica, de Geografia e

    Geocincias, de Engenharia e Turismo esto nessa lista, sendo que segundo dados do INEP

    existiam at janeiro de 2005, um total de 37 cursos nessa situao (BRASIL, 2004a).

    3.6. Tecnlogo

    A criao de cursos tecnolgicos no Brasil segue atualmente as seguintes legislaes

    federais e pareceres e resolues do Ministrio da Educao (BRASIL, 1999b; BRASIL,

    2001a; BRASIL, 2001c; BRASIL, 2002a; BRASIL, 2004a; BRASIL, 2004b; BRASIL,

    2004c):

    - Decreto Federal n 5.225, de 1 de outubro de 2004: altera dispositivos do Decreto no

    3.860, de 9 de julho de 2001, que dispe sobre a organizao do ensino superior e a

    avaliao de cursos e instituies, e d outras providncias.

    - Decreto Federal no 5.154, de 23 de julho de 2004: regulamenta o 2 do art. 36 e os

    arts. 39 a 41 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes

    e bases da educao nacional, e d outras providncias.

    - Portaria MEC no 64, de 12 de janeiro de 2001: define os procedimentos para o

    reconhecimento de cursos/habilitaes de nvel tecnolgico da educao profissional.

    - Portaria MEC no 1.647, de 25 de novembro de 1999: dispe sobre o credenciamento

    de centros de educao tecnolgica e a autorizao de cursos de nvel tecnolgico da

    educao profissional.

    - Resoluo CNE/CP no 03, de 18 de dezembro de 2002: Institui as Diretrizes

    Curriculares Nacionais Gerais para a organizao e o funcionamento dos cursos

    superiores de tecnologia.

    - Parecer CNE/CP no 29, de 12 de dezembro de 2002: dispe sobre as Diretrizes

    Curriculares Nacionais Gerais para a Educao Profissional de Nvel Tecnolgico.

    - Parecer CNE/CES no 436, de 02 de abril de 2001: trata de Cursos Superiores de

    Tecnologia - Formao de Tecnlogos.

    Segundo o artigo 4 da Resoluo CNE/CP no 03, os cursos superiores de tecnologia

    so cursos de graduao, com caractersticas especiais, e obedecero s diretrizes contidas no

    Parecer CNE/CES 436/2001 e conduziro obteno de diploma de tecnlogo (BRASIL,

    2001a).

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    22

    O pargrafo 2 do artigo 4 da referida resoluo trata da carga horria mnima dos

    cursos superiores de tecnologia que ser acrescida do tempo destinado a estgio profissional

    supervisionado, quando requerido pela natureza da atividade profissional, bem como de

    eventual tempo reservado para trabalho de concluso de curso (BRASIL, 2001a).

    O Parecer CNE/CES n. 436/2001 (Conselho Nacional de Educao/Cmara de

    Educao Superior) que dispe sobre Cursos Superiores de Tecnologia, define que a rea

    Profissional de Meio Ambiente (BRASIL, 2001a): compreende aes de preservao dos recursos naturais, com controle e avaliao dos

    fatores que causam impacto nos ciclos da matria e energia, diminuindo os efeitos causados

    na natureza (solo, gua e ar). Compreende, igualmente, atividades de preveno da poluio

    por meio da educao ambiental no escolar, da tecnologia ambiental e da gesto ambiental.

    No mesmo parecer so estabelecidas 1.600 horas como carga horria mnima da rea

    profissional de Meio Ambiente.

    Em relao aos rgos de classe, a Resoluo Confea 218, 29 de junho de 1973

    (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) no seu artigo 23 estabelece as

    competncias do Tcnico de Nvel Superior ou Tecnlogo como (CONFEA, 1973): I - o desempenho das atividades 09 a 18 do artigo 1 desta Resoluo, circunscritas ao

    mbito das respectivas modalidades profissionais;

    II - as relacionadas nos nmeros 06 a 08 do artigo 1 desta Resoluo, desde que

    enquadradas no desempenho das atividades referidas no item I deste artigo.

    As atividades citadas no artigo 23 so as seguintes (CONFEA, 1973): Atividade 06 - Vistoria, percia, avaliao, arbitramento, laudo e parecer tcnico;

    Atividade 07 - Desempenho de cargo e funo tcnica;

    Atividade 08 - Ensino, pesquisa, anlise, experimentao, ensaio e divulgao tcnica;

    extenso;

    Atividade 09 - Elaborao de oramento;

    Atividade 10 - Padronizao, mensurao e controle de qualidade;

    Atividade 11 - Execuo de obra e servio tcnico;

    Atividade 12 - Fiscalizao de obra e servio tcnico;

    Atividade 13 - Produo tcnica e especializada;

    Atividade 14 - Conduo de trabalho tcnico;

    Atividade 15 - Conduo de equipe de instalao, montagem, operao, reparo ou

    manuteno;

    Atividade 16 - Execuo de instalao, montagem e reparo;

    Atividade 17 - Operao e manuteno de equipamento e instalao;

    Atividade 18 - Execuo de desenho tcnico.

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    23

    J a Resoluo Confea n 313, de 26 de setembro de 1986, dispe sobre o exerccio

    profissional dos Tecnlogos das reas submetidas regulamentao e fiscalizao institudas

    pela Lei n 5.194, de 24 dezembro de 1966, e d outras providncias (CONFEA, 1986b).

    O artigo 3 da Resoluo Confea no 313, trata sobre as atribuies dos Tecnlogos, em

    suas diversas modalidades, para efeito do exerccio profissional, e da sua fiscalizao,

    respeitados os limites de sua formao, consistem em (CONFEA, 1986b): 1) elaborao de oramento;

    2) padronizao, mensurao e controle de qualidade;

    3) conduo de trabalho tcnico;

    4) conduo de equipe de instalao, montagem, operao, reparo ou manuteno;

    5) execuo de instalao, montagem e reparo;

    6) operao e manuteno de equipamento e instalao;

    7) execuo de desenho tcnico.

    Pargrafo nico - Compete, ainda, aos Tecnlogos em suas diversas modalidades, sob a

    superviso e direo de Engenheiros, Arquitetos ou Engenheiros Agrnomos:

    1) execuo de obra e servio tcnico;

    2) fiscalizao de obra e servio tcnico;

    3) produo tcnica especializad.

    O artigo 4 desta resoluo estabelece ainda sobre as atribuies profissionais que

    quando enquadradas, exclusivamente, no desempenho das atividades referidas no Art. 3 e

    seu pargrafo nico, podero os Tecnlogos exercer as seguintes atividades (CONFEA,

    1986b): 1) vistoria, percia, avaliao, arbitramento, laudo e parecer tcnico;

    2) desempenho de cargo e funo tcnica;

    3) ensino, pesquisa, anlise, experimentao, ensaio e divulgao tcnica, extenso.

    Pargrafo nico - O Tecnlogo poder responsabilizar-se, tecnicamente, por pessoa jurdica,

    desde que o objetivo social desta seja compatvel com suas atribuies.

    O artigo 16 da Resoluo Confea no 313 que trata das reas de habilitao do

    tecnlogo foi revogado pela Resoluo Confea no 473, de 26 de novembro de 2002, que

    institui a Tabela de Ttulos Profissionais do Sistema Confea/Crea e d outras providncias,

    sendo que em seu anexo 1 estabelece o Tecnlogo em Saneamento Ambiental, inserindo-o no

    grupo Engenharia, modalidade civil (cdigo 112-06-00) (CONFEA, 1986b; CONFEA, 2002).

    J em relao ao Conselho Federal de Qumica (CFQ) a Resoluo Normativa no 132, de 23

    de abril de 1992, disciplina do registro nos Conselhos Regionais de Qumica (CRQs) dos

    graduados em cursos de tecnologia sanitria ou equivalentes (CFQ, 1992).

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    24

    Como j foi citado anteriormente, o Conselho Federal de Qumica (CFQ) estabelece

    ainda que os ttulos profissionais de nvel superior Tecnlogo Ambiental, Tecnlogo de

    Controle Ambiental e Tecnlogo em Gesto Ambiental devem obrigatoriamente realizar

    registro nos Conselhos Regionais de Qumica (CRQs) (CRQ4, 2004; CRQ12, 2004; CFQ,

    2004a).

    Atualmente, existem vrios cursos Superiores de Tecnologia na rea ambiental, com

    diversas denominaes que so as seguintes: Tecnologia em Saneamento Ambiental;

    Tecnologia em Gesto Ambiental; Tecnologia em Gerenciamento Ambiental; Tecnologia

    Ambiental; Tecnologia do Meio Ambiente; Tecnologia em Gesto do Controle Ambiental;

    Tecnologia de Controle Ambiental; Tecnologia de Planejamento Ambiental; Tecnologia em

    Segurana, Sade de Meio Ambiente do Trabalho; Tecnologia em Qumica Ambiental; e

    Tecnologia em Conservao e Planejamento Ambiental. A seguir so apresentadas

    informaes mais detalhadas sobre os cursos citados (BRASIL, 2004a).

    3.7. Curso Superior de Tecnologia em Saneamento Ambiental

    Entre os cursos superiores de tecnologia na rea ambiental, os de Tecnologia em

    Saneamento Ambiental so os mais antigos, criados em 1997 (Instituto e Centro de Ensino

    Tecnolgico do Cear/CENTEC). No total so 10 cursos, nos estados de: Cear, Esprito

    Santo, Rondnia, Santa Catarina, So Paulo e Sergipe; sendo que 6 so reconhecidos por

    Portaria do MEC, Decreto Estadual ou Portaria de Comisso de Ensino (BRASIL, 2004a).

    A durao varia de 4 a 8 semestres, com carga horria entre 1.600 a 2.670. So

    oferecidas 711 vagas pelas IES, sendo 8 em perodo diurno e 6 em noturno (BRASIL, 2004a).

    Em relao a categoria administrativa: 4 cursos so oferecidos por instituies

    privadas em sentido estrito; 2 por privadas comunitria, confessional e/ou filantrpica; 2 por

    pblicas estaduais; e 2 por pblicas federais. J considerando a organizao acadmica tem-se

    a seguinte situao: 7 cursos por Centros, Institutos ou Faculdade Tecnolgicas; 2 por

    Universidades; e 1 por Centros Universitrios (BRASIL, 2004a).

    3.8. Cursos Superiores de Tecnologia em Gesto Ambiental e de Gerenciamento

    Ambiental

    Os Cursos Superiores de Tecnologia em Gesto Ambiental e em Gerenciamento

    Ambiental apresentam terminologias diferentes, porm, sinnimas. No presente levantamento

    os dados dos dois cursos foram apresentados separadamente, contudo a anlise deve ser

    realizada em conjunto.

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    25

    So os cursos de tecnologia da rea ambiental que ocorrem atualmente em maior

    quantidade, sendo oferecidos no total 62 cursos (47 de Gesto Ambiental e 15 de

    Gerenciamento Ambiental) e 5.840 vagas em vrios estados brasileiros, destacando-se mais

    uma vez o estado de So Paulo com 30 cursos e 3.130 vagas (veja tabela 3). Considerando a

    localizao dos cursos, 42 so ministrados em cidades do interior e 20 em capitais estaduais

    (BRASIL, 2004a).

    Vale ressaltar, porm, que boa parte dos cursos esto sendo iniciados no ano de 2005,

    principalmente pela Universidade Paulista (Unip) e de uma forma geral so recentes, no

    havendo ainda uma certeza da continuidade dos mesmos. O curso mais antigo foi iniciado no

    ano de 2000 (BRASIL, 2004a).

    Tabela 3: Distribuio de Cursos Superiores de Tecnologia em Gesto Ambiental e

    Gerenciamento Ambiental e nmero de vagas por regio e estados.

    Nmero de Cursos Nmero Mnimo de Vagas Disponveis nos Vestibulares Regio/Estado Gesto Gerenciamento Gesto Gerenciamento

    Regio Norte 3 5 200 480 Acre --- 1 --- 50 Amap --- 1 --- 100 Amazonas 1 1 100 80 Par 2 --- 100 --- Rondnia --- 1 --- 100 Roraima --- 1 --- 150 Regio Nordeste 2 0 175 0 Bahia 1 --- 140 --- Pernambuco 1 --- 35 --- Regio Centro-Oeste 4 1 480 120 Distrito Federal 2 --- 300 --- Gois 2 --- 180 --- Mato Grosso --- 1 --- 120 Regio Sudeste 37 4 3.420 520 Minas Gerais 3 --- 260 --- Rio de Janeiro 8 --- 550 --- So Paulo 26 4 2.610 520 Regio Sul 1 5 40 405 Paran --- 4 --- 370 Santa Catarina 1 1 40 35 Total 47 15 4.315 1.525

    Fonte: BRASIL (2004a).

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    26

    A durao dos cursos varia de 4 a 8 semestres, sendo a primeira opo a mais comum.

    A carga horria est entre 1.600 a 3.000 (BRASIL, 2004a).

    Em relao ao perodo, os cursos so predominantemente oferecidos por instituies

    privadas em sentido estrito no perodo noturno, no sendo oferecidos por IES pblicas

    estaduais e municipais.

    Em relao a organizao acadmica, as Universidades e as Faculdades, Escolas,

    Institutos e Centros Tecnolgicos so as IES que apresentam mais cursos na rea em questo,

    com 28 (45,2%) cada, sendo que em vagas a primeira oferece 40,2% (2.350) do total e a

    segunda categoria 45,9% (2.680) (BRASIL, 2004a).

    Para demonstrar a evoluo e como so recentes os cursos em questo, considerando o

    incio de funcionamento dos cursos tem-se os seguintes dados: 1 curso de Gesto Ambiental

    em 2000; 3 de Gesto e 1 de Gerenciamento em 2001; 2 de Gesto em 2002; 7 de Gesto e 1

    de Gerenciamento em 2003; 8 de Gesto e 12 de Gerenciamento em 2004; e 25 de Gesto e 1

    de Gerenciamento em 2005.

    Portanto, a grande maioria dos cursos de Gesto Ambiental esto sendo iniciados no

    ano 2005, e dos de Gerenciamento Ambiental em 2004. Esses valores reforam que esses

    cursos so recentes e ainda no se sabe se haver continuidade dos mesmos (BRASIL,

    2004a).

    3.9. Cursos Superiores de Tecnologia Ambiental e de Tecnologia em Meio Ambiente

    No presente levantamento os Cursos Superiores de Tecnologia Ambiental ou em Meio

    Ambiente foram considerados como somente um curso com denominaes diferentes, isso

    devido a similaridade do profissional formado pelos mesmos.

    Conforme dados do Cadastro do INEP, at 26 de janeiro de 2005, existiam 24 desses

    cursos no Brasil, com no mnimo 1.230 vagas sendo oferecidas. A regio sudeste e o estado

    de So Paulo mais uma vez aparecem com o maior nmero de cursos (13 e 8) e vagas (830 e

    330) (BRASIL, 2004a).

    A durao varia entre 4 a 8 semestres, e a carga horria de 1.600 a 3.200. Do total de

    24 cursos, 18 so oferecidos em cidades do interior e 6 em capitais estaduais, sendo que 9 so

    reconhecidos por Portaria do MEC ou Decreto Estadual (BRASIL, 2004a).

    Considerando o perodo de oferecimento e a categoria administrativa, a grande maioria

    dos cursos so noturnos (77,8%), destacando o alto ndice oferecidos por IES pblicas nesse

    perodo (18,5% do total de cursos oferecidos nos dois perodos). Alm disso, ressalta-se que a

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    27

    maioria dos cursos nessa rea so ministrados em instituies pblicas federais (40,8%),

    diferente dos outros cursos j descritos anteriormente (BRASIL, 2004a).

    Em relao a organizao acadmica as Universidades e as Faculdades, Escolas,

    Institutos e Centros Tecnolgicos so as IES que apresentam mais cursos na rea em questo,

    com 11 (45,8%) cada, sendo que em vagas a primeira oferece 57,5% (710) do total e a

    segunda categoria 28,5% (350) (BRASIL, 2004a).

    Considerando a evoluo dos cursos em questo e a data de incio de funcionamento,

    tem-se a seguinte situao: 1 curso em 1998; 3 em 1999; 4 em 2000; 2 em 2001; 1 em 2002; 2

    em 2003; 8 em 2004; e 3 em 2005, ou seja, a maioria dos cursos foram iniciados em 2004

    (BRASIL, 2004a).

    3.10. Cursos Superiores de Tecnologia em Outras reas de Meio Ambiente

    No pas at janeiro de 2005, existiam vrias outras denominaes de cursos

    tecnolgicos em instituies de ensino superior, que so as seguintes: Gesto de Controle

    Ambiental; Controle Ambiental; Planejamento Ambiental; Segurana, Sade e Meio

    Ambiente do Trabalho; Qumica Ambiental; Qumica Ambiental, modalidade Controle e

    Aproveitamento de Resduos; e Conservao e Planejamento Ambiental (BRASIL, 2004a).

    No total so 11 cursos nessa categoria, que oferecem no mnimo 773 vagas e esto

    distribudos pelos estados de Gois, Minas Gerais, Par, Paran, Rio Grande do Norte e So

    Paulo (BRASIL, 2004a).

    So cursos com carga horria variando entre 1.600 e 3.000, e durao entre 4 a 8

    semestres. A grande maioria est disponvel no perodo noturno (10). Os mais antigos

    iniciaram no ano de 1999, sendo 5 ministrados em capitais estaduais e 6 no interior (BRASIL,

    2004a).

    3.11. Cursos Seqenciais

    Os cursos seqenciais apresentam-se como uma nova modalidade de curso superior,

    com a finalidade de formar egressos em novas reas do conhecimento ou campos especficos

    que necessitam de profissionais qualificados, tendo, portanto, forte enfoque profissionalizante

    e de curta durao.

    Os cursos seqenciais foram criados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao (Lei

    n. 9.394/1996), divididos em dois tipos: I) cursos superiores de formao especfica, com

    destinao coletiva, conduzindo a diploma; II) cursos superiores de complementao de

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    28

    estudos, com destinao coletiva ou individual, conduzindo a certificado (BRASIL, 1996;

    BRASIL, 1999a).

    As legislaes e pareceres que disciplinam os cursos seqenciais so as seguintes

    (BRASIL, 1998b; BRASIL, 1999a; BRASIL, 1999c; BRASIL, 2001d; BRASIL, 2002b;

    BRASIL, 2003b; BRASIL, 2003c):

    - Portaria Ministerial n 691, de 15 de abril de 2003: retifica o anexo da Portaria

    MEC n 239, de 24 de fevereiro de 2003;

    - Portaria Ministerial n 239, de 24 de fevereiro de 2003: dispe sobre a necessidade

    de regularizar a expedio e registro dos diplomas dos alunos concluintes dos

    cursos superiores de formao especfica, cursos seqenciais, para os quais foram

    protocolados pedidos de reconhecimento, pelas respectivas instituies de ensino

    superior, no Ministrio da Educao, no corrente exerccio de 2002;

    - Portaria Ministerial n 2.905, de 17 de outubro de 2002: dispe sobre a

    necessidade de regularizar a expedio e registro dos diplomas dos alunos

    concluintes dos cursos superiores de formao especfica, cursos seqenciais, para

    os quais foram protocolados pedidos de reconhecimento, pelas respectivas

    instituies de ensino superior, no Ministrio da Educao, no corrente exerccio

    de 2002;

    - Portaria Ministerial n 514, de 22 de maro de 2001: dispe sobre a oferta e acesso

    a cursos seqenciais de ensino superior;

    - Portaria Ministerial n 612, de 12 de abril de 1999: dispe sobre a autorizao e o

    reconhecimento de cursos seqenciais de ensino superior;

    - Resoluo CES n 01, de 27 de janeiro de 1999: dispe sobre os cursos seqenciais

    de educao superior, nos termos do art. 44 da Lei 9.394/96;

    - Parecer n CES 968, de 17 de dezembro de 1998: trata sobre os Cursos

    Seqenciais do Ensino Superior.

    Em relao aos cursos na rea de meio ambiente, no Brasil, existiam 16 Cursos de

    Seqenciais de Formao Especfica na rea ambiental com diversas denominaes, que so

    as seguintes: Gesto Ambiental; Gesto Sanitria e Ambiental; Educao Ambiental; Qumica

    Ambiental Aplicada Indstria; Gesto do Meio Ambiente; Planejamento e Gesto

    Ambiental; e Controle e Auditoria da Qualidade na Empresa e do Meio Ambiente (BRASIL,

    2004a).

    So oferecidas no mnimo 1.615 vagas, nos seguintes estados: Bahia, Cear, Gois,

    Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paran, Santa Catarina, So Paulo, sendo este ltimo o

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    29

    que apresenta o maior nmero de cursos (7) e vagas (870). Os cursos so em geral de 4

    semestres, com carga horria variando entre 1.600 a 1.800 (BRASIL, 2004a).

    O curso mais antigo foi iniciado em 1999, na Universidade Anhembi Morumbi (So

    Paulo/SP), sendo que todos os demais iniciaram a partir 2002. Ao todo 5 cursos so

    reconhecidos pelo MEC e todas as instituies oferecem vagas no perodo noturno, existindo

    somente 3 no matutino (BRASIL, 2004a).

    As instituies privadas em sentido estrito oferecem 8 cursos, as privadas

    comunitrias, confessionais e/ou filantrpicas 6 e as pblicas estaduais 2. Em relao a

    organizao acadmica, 9 cursos so em Universidades, 5 em Centros Universitrios e 1 em

    Faculdades Integradas (BRASIL, 2004a).

    3.12. Sntese da Situao dos Cursos Superiores de Meio Ambiente

    As tabelas 4 apresentam um sntese dos dados obtidos no presente levantamento em

    relao aos nmero de cursos e vagas mnimas disponveis nos vestibulares, tanto no Brasil

    como no estado de So Paulo, isso porque esse estado concentra a maioria dos cursos

    superiores na rea ambiental.

    Tabela 4: Distribuio de Cursos Superiores relacionados ao Meio Ambiente no Brasil, at

    26 de janeiro de 2005.

    Regio/Estado Nmero de Cursos Nmero Mnimo de Vagas Disponveis nos Vestibulares

    Engenharia Ambiental 67 5.075 Engenharia Sanitria e Ambiental 5 350 Engenharia Sanitria 5 150 Ecologia e Ecologia Social 7 380 Cincias Biolgicas com habilitao em Ecologia 7 440 Graduao em Gesto Ambiental 3 130 Administrao com habilitao em Gesto Ambiental 29 2.845 Cincias do Mar com habilitao em Gesto Ambiental 1 30 Outros Cursos de Graduao Relacionados com Meio Ambiente 37 --- Sub-Total dos Cursos de Graduao 161 9.400 Tecnologia em Saneamento Ambiental 10 711 Tecnologia em Gesto Ambiental 47 4.315 Tecnologia em Gerenciamento Ambiental 15 1.525 Tecnologia Ambiental ou em Meio Ambiente 24 1.230 Outros Cursos Tecnolgicos Relacionados com Meio Ambiente 11 773 Sub-Total dos Cursos de Tecnologia 107 8.554 Cursos Seqenciais de Formao Especfica em Meio Ambiente 16 1.615 Sub-Total dos Cursos Seqenciais de Formao Especfica 16 1.615 Total 284 19.569 Fonte: BRASIL (2004a).

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    30

    No Brasil, existiam at janeiro de 2005, 284 cursos superiores relacionados ao Meio

    Ambiente, oferecendo no mnimo 19.569 vagas nos vestibulares, sendo que 92 (32,39%)

    cursos e 7.074 (36,15%) vagas esto disponveis somente no estado de So Paulo.

    4. CONSIDERAES FINAIS

    A disseminao de cursos superiores na rea ambiental descrita no presente texto

    ocorreu principalmente no final da dcada de 1990 e nos primeiros anos do sculo 21.

    Contudo no existe ainda uma idia clara das atribuies profissionais de cada egresso nas

    diversas denominaes de cursos oferecidos pelas instituies de ensino, existindo bacharis

    como o Eclogo e o Gestor Ambiental que ainda no possuem rgo de classe que os

    representem.

    Alm disso, os cursos seqncias de formao especfica so uma modalidade de

    ensino nova, que gera muita desconfiana perante aos rgos de classe, empresas e

    estudantes.

    Portanto, h certa irresponsabilidade das instituies de ensino superior e do

    Ministrio da Educao na abertura desenfreada de cursos superiores na rea ambiental, sem

    haver uma discusso mais profunda sobre a possibilidade do mercado profissional absorver os

    profissionais formados e uma padronizao das terminologias dos mesmos.

    Ressalta-se ainda que as questes ambientais so multidisciplinares e profisses

    tradicionais tambm possuem atribuies j estabelecidas para exercer atividades nessa rea.

    Sem dvida nenhuma haver espao para esses novos profissionais nos prximos anos,

    principalmente na gesto e consultoria ambiental de empresas e empreendimentos e no

    estabelecimento de novas tecnologias ambientais.

    Porm, se continuar a disseminao de cursos vista nos ltimos anos, isso pode

    ocasionar dentro de uma dcada uma super oferta de profissionais e gerar uma crise de

    desempregados e de diminuio de salrios, e como conseqncia uma perda de qualidade dos

    trabalhos oferecidos, fazendo com que o meio ambiente e as comunidades brasileiras saiam

    perdendo.

    Nesse sentido, deve haver urgentemente uma anlise profunda da comunidade

    acadmica e profissional, envolvendo rgos de classe, instituies de ensino, o Ministrio da

    Educao, profissionais, empresas e rgos pblicos da rea ambiental, para estabelecer

    normas mais bem definidas para oferecimento de cursos nessa rea.

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    31

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABE ASSOCIAO BRASILEIRA DE ECLOGOS. Site oficial da ABE. [Piracicaba],

    s.d. Disponvel em: .

    Acesso em: 07 de fev. de 2005.

    BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE EDUCAO. Resoluo n. 48. Braslia, 27 de abril

    de 1976. Disponvel em: .

    Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. MINISTRIO DA EDUCAO E DESPORTO. Portaria n. 1.693. Braslia, 05 de

    dezembro de 1994. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de

    fev. de 2005.

    BRASIL. PRESIDENCIAL DA REPBLICA. Lei n. 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da

    Educao. Braslia, 20 de dezembro de 1996. Disponvel em:

    . Acesso em: 23 de fev. de 2004.

    BRASIL. PRESIDNCIA DA REPBLICA. Lei Federal n 9.605, de 12 de fevereiro de

    1998a (Lei de Crimes Ambientais). Site da Presidncia da Repblica Federativa do

    Brasil. Disponvel em: < http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/L9605.htm >.

    Acesso em: 05 nov. 2000.

    BRASIL. MINISTRIO DA EDUCAO. CONSELHO DE EDUCAO SUPERIOR.

    Parecer n. 968. Braslia, 17 de dezembro de 1998b. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAO/CMARA DE EDUCAO

    SUPERIOR. Resoluo n. 01. Braslia, 27 de janeiro de 1999a. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. MINISTRIO DE EDUCAO. Portaria n. 1.647. Braslia, 25 de novembro de

    1999b. Disponvel em: . Acesso em: 09 de fev.

    de 2005.

    BRASIL. MINISTRIO DA EDUCAO. Portaria n. 612. Braslia, 12 de abril de 1999c.

    Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    32

    BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAO/CMARA DE EDUCAO

    SUPERIOR. Parecer n. 436. Braslia, 02 de abril de 2001a. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAO/CMARA DE EDUCAO

    SUPERIOR. Parecer n. 1.362. Braslia, 12 de dezembro de 2001b. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. MINISTRIO DE EDUCAO. Portaria n. 64. Braslia, 12 de janeiro de 2001c.

    Disponvel em: . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. MINISTRIO DA EDUCAO. Portaria n. 514. Braslia, 22 de maro de 2001d.

    Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAO CONSELHO PLENO. Resoluo

    n. 3. Braslia, 18 de dezembro de 2002a. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. MINISTRIO DA EDUCAO. Portaria n. 2.905. Braslia, 17 de outubro de

    2002b. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. CMARA DOS DEPUTADOS. Projeto de Lei n. 591. Braslia, 01 de abril de

    2003a. Disponvel em: . Acesso em: 07 de

    fev. de 2005.

    BRASIL. MINISTRIO DA EDUCAO. Portaria n. 239. Braslia, 24 de fevereiro de

    2003b. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. MINISTRIO DA EDUCAO. Portaria n. 691. Braslia, 15 de abril de 2003c.

    Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    33

    BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS

    ANSIO TEIXEIRA/MINISTRIO DA EDUCAO (INEP/MEC). Como escolher

    um curso e uma instituio de ensino superior. Braslia, 2004a. Disponvel em:

    . Acesso em: 26 de jan. de

    2005.

    BRASIL. PRESIDENCIAL DA REPBLICA. Decreto Presidencial n. 5.225. Braslia, 01

    de outubro de 2004b. Disponvel em: . Acesso

    em: 09 de fev. de 2005.

    BRASIL. Decreto Federal n. 5.154. Braslia, 23 de julho de 2004c. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de 2005.

    CMARA DOS DEPUTADOS. Portal da Cmara dos Deputados, pgina de Projeto de

    Lei e outras proposies. Braslia, s.d. Disponvel em:

    . Acesso em: 07 de fev. de 2005.

    CESMAC CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE MACEI. Site Oficial

    CESMAC/FEJAL. Macei, 2003-2005. Disponvel em: < http://www.fejal.com.br>.

    Acesso em: 07 de fev. de 2005.

    CFA CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAO. Resoluo Normativa n. 283.

    Braslia, 21 de agosto de 2003. Disponvel em: . Acesso em: 08

    de fev. de 2005.

    CFA CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAO. Site oficial do CFA. Braslia,

    1999-2004. Disponvel em: . Acesso em: 08 de fev. de 2005.

    CFQ - CONSELHO FEDERAL DE QUMICA. Resoluo Normativa n. 132. Braslia, 22

    de abril de 1992. Disponvel em: . Acesso em:

    11 de jan. de 2005.

    CFQ - CONSELHO FEDERAL DE QUMICA. Site Oficial do CFQ. Braslia, 2004a.

    Disponvel em: . Acesso em: 11 de jan. de 2005.

    CFQ - CONSELHO FEDERAL DE QUMICA. Resoluo Normativa n. 198. Braslia, 17

    de dezembro de 2004b. Disponvel em: .

    Acesso em: 11 de jan. de 2005.

    CONFEA - CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E

    AGRONOMIA. Resoluo n. 218. Braslia, 29 de junho de 1973. Disponvel em:

    . Acesso em: 11 de jan. de 2005.

  • Reis, F.A.G.V. et al./Contextualizao dos cursos superiores de meio ambiente no Brasil: ...

    Eng. ambient. - Esprito Santo do Pinhal , v. 2, n. 1, p. 005-034, jan/dez 2005

    34

    CONFEA - CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E

    AGRONOMIA. Resoluo n. 310. Braslia, 23 de julho de 1986a. Disponvel em:

    . Acesso em: 11 de jan. de 2005

    CONFEA - CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E

    AGRONOMIA. Resoluo n. 313. Braslia, 26 de setembro de 1986b. Disponvel em:

    . Acesso em: 11 de jan. de 2005

    CONFEA - CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E

    AGRONOMIA. Resoluo n. 447. Braslia, 22 de setembro de 2000. Disponvel em:

    . Acesso em: 11 de jan. de 2005.

    CONFEA - CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E

    AGRONOMIA. Resoluo n. 473. Braslia, 26 de novembro de 2002. Disponvel em:

    . Acesso em: 11 de jan. de 2005.

    CONFEA - CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E

    AGRONOMIA. Site Oficial do Confea. Braslia, 2004. Disponvel em:

    . Acesso em: 11 de jan. de 2005.

    CRQ4 - CONSELHO REGIONAL DE QUMICA 4a REGIO SP/MS. Site Oficial do CQ4.

    So Paulo, 2004. Disponvel em: . Acesso em: 11 de jan. de

    2005.

    CRQ12 - CONSELHO REGIONAL DE QUMICA 12a REGIO GO. Site Oficial do CQ12.

    Goinia, 2004. Disponvel em: . Acesso em: 11 de jan. de

    2005.

    UCDB - UNIVERSIDADE CATLICA DOM BOSCO. Site Oficial UCDB. Campo Grande,

    s.d. Disponvel em: . Acesso em: 07 de fev. de 2005.

    UFBA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Site Oficial UFBA. Salvador, 2004.

    Disponvel em: . Acesso em: 07 de fev. de 2005.

    UFMT - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO. Site Oficial UFMT. Cuiab,

    2000-2002. Disponvel em: . Acesso em: 12 de jan. de 2005.

    UFSC - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Site Oficial do Curso de

    Engenharia Sanitria e Ambiental da UFSC. Florianpolis, 1998. Disponvel em:

    . Acesso em: 07 de fev. de 2005.

    UFT - UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS. Site do Curso de Engenharia

    Ambiental da UFTO. Palmas, s.d.. Disponvel em:

    . Acesso em: 09 de fev. de

    2005.