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(11) Número de Publicação: PT 105786(51) Classificação Internacional:
A61K 31/4745 (2006)
(12) FASCÍCULO DE PATENTE DE INVENÇÃO
(22) Data de pedido: 2011.07.04
(30) Prioridade(s):
(43) Data de publicação do pedido: 2013.01.04
(73) Titular(es):
UNIVERSIDADE DE LISBOAALAMEDA DA UNIVERSIDADE, CIDADE UNIVERSITÁRIA 1649-004 LISBOA PT
(72) Inventor(es):
MARIA DA GRAÇA TAVARES REBELO DE SOVERAL RODRIGUES PT
ANGELA CASINI IT
(74) Mandatário:
MARIA SILVINA VIEIRA PEREIRA FERREIRARUA CASTILHO, N.º 50, 5º - ANDAR 1269-163 LISBOA PT
(54) Epígrafe: INIBIDORES DE AQUAGLICEROPORINAS, SEUS MÉTODOS E APLICAÇÕES
(57) Resumo: A PRESENTE INVENÇÃO REVELA MODULADORES COM BASE METÁLICA QUE SE LIGAM SELETIVAMENTE A PROTEÍNAS TRANSMEMBRANARES AQUAGLICEROPORINAS AQPS, TAIS COMO AQP3, AQP7 E AQP9, LEVANDO À SUA INIBIÇÃO. A INIBIÇÃO SELETIVA DOS CANAIS AQP É EFETUADA POR COMPOSTOS TETRACOORDENADOS COM COMPLEXOS DE OURO(III). A PRESENTE INVENÇÃO TAMBÉM DIVULGA A SUA UTILIZAÇÃO NO FABRICO DE FÁRMACOS, COSMÉTICOS E REAGENTES QUÍMICOS PARA O DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO, PROFILAXIA E PREVENÇÃO DE CONDIÇÕES CLÍNICAS DIRETAMENTE OU INDIRETAMENTE RELACIONADAS COM A FUNÇÃO DE AQUAGLICEROPORINAS AQPS. A PRESENTE INVENÇÃO TEM APLICAÇÃO NAS INDÚSTRIAS DE CUIDADOS DE SAÚDE E COSMÉTICA E NA INDÚSTRIA QUÍMICA.
RESUMO
“INIBIDORES DE AQUAGLICEROPORINAS, SEUS MÉTODOS E
APLICAÇÕES”
A presente invenção revela moduladores com base metálica
que se ligam seletivamente a proteínas transmembranares
aquagliceroporinas AQPs, tais como AQP3, AQP7 e AQP9,
levando à sua inibição. A inibição seletiva dos canais AQP
é efetuada por compostos tetracoordenados com complexos de
ouro(III). A presente invenção também divulga a sua
utilização no fabrico de fármacos, cosméticos e reagentes
químicos para o diagnóstico, tratamento, profilaxia e
prevenção de condições clínicas diretamente ou
indiretamente relacionadas com a função de
aquagliceroporinas AQPs.
A presente invenção tem aplicação nas indústrias de
cuidados de saúde e cosmética e na indústria química.
1
DESCRIÇÃO
“INIBIDORES DE AQUAGLICEROPORINAS, SEUS MÉTODOS E
APLICAÇÕES”
Campo da Invenção
A presente invenção refere-se ao campo da inibição seletiva
do transporte transmembranar do glicerol através de
aquagliceroporinas, em geral, e aos respetivos compostos
moduladores com base metálica, em particular. A presente
invenção refere-se ainda a métodos e utilizações dos
referidos compostos moduladores nas indústrias de cuidados
de saúde e cosmética.
Antecedentes e Estado da Técnica
As aquaporinas (AQPs) pertencem a um grupo altamente
conservado de proteínas membranares chamado de principais
proteínas intrínsecas (MIPs) presentes em todos os tipos de
organismos e envolvidas no transporte de água e pequenos
solutos, tais como o gicerol, nitrato e ureia [1].
As 13 isoformas humanas de AQPs (AQP0-12) são expressas
diferencialmente em muitos tipos de células e tecidos no
organismo e podem ser subdivididas em dois grupos
principais: 1) as que são estritamente seletivas para a
água (chamadas de aquaporinas ortodoxas) e 2) as que para
além de água são também permeáveis a pequenos solutos
incluindo o glicerol (chamadas “aquagliceroporinas”)[2].
Ambos os grupos de canais são utilizados em muitas funções
fisiológicas [3].
Existe um considerável potencial para a transferência de
conhecimento sobre a estrutura, função e fisiologia das AQP
2
para a clínica, e certamente existe um elevado potencial
translacional em terapêuticas baseadas em aquaporinas. Os
fármacos moduladores com base em AQP são previstos como
tendo um largo potencial de utilização no tratamento de
várias doenças tais como doenças renais, cancro, obesidade,
glaucoma, edema cerebral e epilepsia [4].
Especificamente no cancro, as AQPs foram descritas como
sendo sobre-expressas em vários tipos de tumores e como
estando associadas ao risco aumentado de metástases e com
desenlace desfavorável, e a expressão forçada de AQPs foi
demonstrada como promovendo a proliferação celular [5] e a
invasão [6]. Notavelmente, as AQPs são também essenciais
para a angiogénese [7] incluindo a angiogénese tumoral [8].
Presentemente estão descritos muito poucos inibidores de
AQPs que sejam candidatos adequados para ensaios clínicos.
Apesar de várias AQPs serem inibidas por compostos
mercuriais tais como o HgCl2 [9], estas substâncias são
não-seletivas na sua ação e são extremamente tóxicas.
Outros sais inorgânicos tais como o AgNO3 e o HAuCl4, que
são aptos para interagir com os grupos sulfidrilo das
proteínas como os mercuriais, também demonstraram inibir a
permeabilidade à água em membranas plasmáticas de raízes, e
em particular para o AgNO3 foi descrita a inibição
eficiente da permeabilidade à água em glóbulos vermelhos
humanos (hRBC) (EC50 = 3,9 M) [10]. Vários outros
candidatos bloqueadores da AQP1 também foram descritos,
incluindo o tetraetilamónio [11], a acetazolamida [12] e o
DMSO [13]; contudo, outros estudos indicaram pouca ou
nenhuma inibição da AQP1 pelos sais de tetraetilamónio ou
acetazolamida [14] e a inibição pelo DMSO resulta de um
efeito de controlo osmótico mais do que de uma verdadeira
3
inibição [15]. Recentemente, vários artigos descreveram a
inibição da AQP4 por uma série de arilsulfonamidas (Pedido
de patente US 2007/0281978 A1), fármacos antiepiléticos e
moléculas relacionadas, com forte inibição em concentrações
micromolares baixas [16]; contudo, estes resultados não
puderam ser confirmados, sem atividade inibitória
encontrada mesmo a elevadas concentrações de qualquer um
dos inibidores putativos de AQP4 [17]. Muito recentemente,
Yool e colaboradores descreveram a inibição da AQP1 e da
AQP4 por um análogo da sulfonamida Bumetamida [18].
Sumário da invenção
A presente invenção descreve moduladores de inibição com
base metálica de aquagliceroporinas transmembranares
celulares que se ligam seletivamente a pelo menos uma
aquagliceroporina, preferencialmente AQP3, AQP7 e AQP9.
Uma forma de realização preferida da presente invenção
proporciona moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares que consistem
em compostos tetracoordenados a complexos de ouro(III).
Em outra forma de realização da presente invenção, os
moduladores de inibição de aquagliceroporinas
transmembranares celulares compreendem compostos
inorgânicos onde os derivados de Au(III) e Au(I) apresentam
ligandos dadores de azoto monodentados, bidentados ou
tridentados, grupos fosfano e trifenilfosfina trisulfonato
de sódio.
Uma forma de realização preferida da presente invenção
proporciona moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares compreendendo
4
compostos orgânicos de ouro, onde os ligandos orgânicos são
preferencialmente 6-(1,1-dimetilbenzil)-2,2'-bipiridina),
substituído-2-fenil-piridina ou a parte 2-
[[(dimetilamino)metil]fenil] e 1,3-bis(piridin-2-
ilmetil)benzeno é preferida, juntamente com grupos fosfina
e ligandos tiolato.
Em outra forma de realização da presente invenção, os
moduladores de inibição de aquagliceroporinas
transmembranares celulares compreendem complexos
ditiocarbamato de Au(III), Au(I) e Au(III) com ligandos
carbenos N-heterocíclicos (NHC), complexos de ouro
multinucleares, preferivelmente compostos de Au dinucleares.
Uma forma de realização preferida da presente invenção
proporciona moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares compreendendo
centros metálicos tais como Pt(II), Pd(II) e Cu(III) e
preferivelmente complexos heteronucleares tais como Au/Ti,
Au/Ru, Au/Pt, Au/Pd.
Em outra forma de realização da presente invenção, os
moduladores de inibição das aquagliceroporinas
transmembranares celulares são preferencialmente
selecionados a partir da cisplatina, NAMI-A, sulfadiazina
de prata, aurotioglucose e auphen.
Uma forma de realização preferida da presente invenção
proporciona moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares usados no
tratamento, profilaxia e prevenção de condições clínicas,
tais como cicatrização, cancro e crescimento de tumores,
angiogénese, condições patológicas da pele, obesidade,
5
doenças renais, doenças das glândulas salivares, doenças
alérgicas, glaucoma, edema cerebral e epilepsia ou qualquer
condição clínica relacionada com a função da AQP3.
Em outra forma de realização da presente invenção, os
moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares são
utilizados para o fabrico de compostos farmacêuticos e kits
(conjuntos) de reagentes de diagnóstico em que em que o
substrato ativo é selecionado com base em propriedades bio-
fisiológicas semelhantes a cada um dos acima mencionados
moduladores de inibição de aquagliceroporinas.
Uma forma de realização preferida da presente invenção
proporciona conjuntos ou kits de diagnóstico, utilizados na
deteção da atividade de aquagliceroporinas.
Descrição Geral da Invenção
Os fármacos moduladores com base de ouro de aquaporinas têm
um largo potencial de utilização no tratamento de estados
edematosos, cancro, obesidade, cicatrização, epilepsia e
glaucoma devido à significativa especificidade e eficácia
do mecanismo de ligação e inibição envolvido.
Na presente invenção os compostos com base de ouro são
considerados como possíveis inibidores de AQPs, e
descrevemos aqui o efeito inibitório altamente específico
de uma série de complexos metálicos baseados em diferentes
metais de transição, compreendendo os seguintes: o fármaco
anticancerígeno cis-[PtCl2(NH3)2] (cisplatina), a
antimetástica trans-[Ru(dmso)(Him)Cl4] (dmso =
dimetilsulfoxido, Him = imidazol, NAMI-A) (Pedido de
Patente WO 98/00431), a antibacteriana Ag(I) sulfadiazina
6
(AgSDZ) [19], o agente antirreumático aurotioglucose (AuTG)
[20], e o composto de ouro(III) anticancerígeno
[Au(phen)Cl2]Cl (phen = 1,10-fenatrolina, Auphen)
[21,22,23] (Figura 1) na permeabilidade ao glicerol da AQP3.
O efeito dos compostos foi testado por um método de fluxo
interrompido em hRBC que especificamente expressam uma
grande quantidade de AQP1 e de AQP3 [24,25] e em linhas de
células PC12 transfetadas com sobre-expressão de AQP1 ou de
AQP3.
O objetivo da presente invenção foi a identificação de
moduladores com base metálica que se ligam seletivamente a
aquagliceroporinas, incluindo a AQP3, e as respetivas
utilizações em métodos para o desenvolvimento e/ ou
produção e/ ou utilização terapêutica de compostos
farmacêuticos e/ ou cosméticos e conjuntos ou kits de
diagnóstico. O objetivo acima referido é conseguido de
acordo com a presente invenção através de certos compostos
com base de ouro, tal como descrito em seguida.
Descrição das Figuras
As seguintes figuras proporcionam as formas de realização
preferidas para a ilustração da descrição e não devem ser
consideradas como limitantes do âmbito da invenção.
Figura 1 – Compostos metálicos utilizados na presente
invenção;
Figura 2 - (A) Permeabilidade à água e ao glicerol (% do
controlo) em hRBC após tratamento durante 5 min com os
compostos utilizados e com HgCl2 (100 e 500 M). O efeito
marcado do Auphen (100 M) está representado.
7
Traçados representativos da permeabilidade à água (B) e ao
glicerol (C) de hRBC (controlo e após incubação com 5 M
Auphen à temperatura ambiente). (D) Permeabilidade à ureia
(% do controlo) após tratamento com Auphen (5 e 100 M).
Figura 3 – Inibição do transporte de glicerol ao longo do
tempo por 5M Auphen. O inserto mostra o decréscimo
progressivo da permeabilidade ao glicerol observado nos
ensaios de atividade, onde o aumento do volume celular
devido á entrada de glicerol diminui drasticamente com o
tempo de incubação.
Figura 4 – Inibição do transporte de glicerol dependente da
concentração em hRBC pelo Auphen (concentrações dos
compostos na gama de 0,5-10 M; IC50 = 0,78 0,08 M).
Figura 5 – Inibição da permeabilidade ao glicerol (% do
controlo) de hRBCs após tratamento com Auphen (2M), e
reversibilidade por lavagem com PBS ou incubação com 2-
mercaptoethanol (1 mM durante 30 min).
Figura 6 - (A) Permeabilidade à água e ao glicerol de
células PC12 selvagens e PC12 transfetadas com a AQP1 ou
com a AQP3. Foram encontradas diferenças significativas
para os clones PC12-AQP3 em relação ao PC12-selvagem. (B)
Efeito do Auphen na permeabilidade ao glicerol de células
transfetadas PC12-AQP3.
Figura 7 – (A) Estruturas dos complexos de Au(III) Audien e
Aucyclam, e do ligando Phen. (B) Efeito do Auphen, Phen,
Aucyclam e Audien na permeabilidade ao glicerol (% do
controlo). (B) Curva dose resposta do Audien (IC50 = 16,62
± 1,61 M).
Descrição detalhada da invenção
Métodos
8
Química
Os compostos de ouro e o NAMI-A foram preparados de acordo
com procedimentos da bibliografia (ver referências ao longo
do texto). A pureza dos compostos foi confirmada por
análise elementar e todos mostraram pureza superior a 98%.
A cisplatina, a sulfadiazina de prata, a aurotioglucose e o
2-Mercaptoethanol foram provenientes da Sigma.
Colheita e preparação dos eritrócitos
Amostras de sangue venoso colhidas em anticoagulante
citrato (ácido cítrico 2,7 %, citrato trisódico 4,5 % e
glucose 2%), foram obtidas a partir de voluntários humanos
saudáveis (Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa).
O sangue fresco foi centrifugado a 750 xg durante 5 min a
4ºC e o plasma e o revestimento branco foram desprezados.
Os eritrócitos empacotados foram lavados três vezes em PBS
(KCl 2,7 mM, KH2PO4 1,76 mM, Na2HPO4 10,1 mM, NaCl 137 mM,
pH 7,4), diluídos para um hematócrito de 0,5% e
imediatamente utilizados nas experiências.
Culturas de Células e Transfeções
De modo a obter clones de PC12 (linha celular derivada de
um feocromocitoma de medula adrenal de rato) que sobre-
expressem tanto AQP1 de rato como AQP3 de rato, vinte
microgramas de pcDNA3-AQP1 ou pcDNA3-AQP3 foram
transfetados em PC12 selvagem por eletroporação. Após
seleção com sulfato de geneticina (GIBCO) foram analisados
40 clones quanto aos níveis de expressão de AQP1 ou de AQP3.
Dos 20 clones positivos, com níveis de expressão de AQPs
variáveis, selecionámos para cada AQP os que apresentavam
expressão mais elevada. As células PC12 foram cultivadas em
meio Dulbecco’s Eagle’s modificado (Invitrogen)
9
suplementado com 5% de soro bovino fetal, 10% de soro de
cavalo, e 1% de penicilina/estreptomicina (Invitrogen) numa
incubadora com CO2 (10%) a 37 °C. Foi adicionada geneticina
a 0,2 mg/ml à cultura de clones com sobre-expressão de AQPs.
Os níveis de sobre-expressão de AQP foram determinados por
análise Northern blot e expressos em relação às PC12
selvagens. A análise de RNA e a caracterização funcional
destes clones foram descritos com detalhe previamente [32].
Medições do volume celular
O volume médio dos hRBC em solução isotónica foi
determinado utilizando um contador de células CASY-1
(Schärfe System GmbH, Reutlingen, Germany) e foi calculado
como sendo 82 fL. Os volumes de equilíbrio das células PC12
foram obtidos por microscopia de contraste de fase num
microscópio invertido (Axiovert Zeiss 100M) equipado com
uma câmara digital. As células plaqueadas foram desalojadas
por aspiração mecânica com pipeta, lavadas e ressuspensas
em PBS. Para cada conjunto de dados medidos, foi colocada
uma alíquota de suspensão de células numa lâmina de
microscópio e foi tirada e analisada uma média de 6
fotografias com 4-6 células cada, utilizando o software NIH
ImageJ. As células foram consideradas com uma forma
esférica e o diâmetro foi calculado a partir da média da
dimensão máxima e mínima de cada célula. Os volumes
calculados foram 1076 123 m3 para todos os clones
medidos.
Experiências de fluxo interrompido com dispersão da luz
As experiências de fluxo interrompido foram realizadas num
aparelho HI-TECH Scientific PQ/SF-53, com um tempo morto de
2 ms, com controlo de temperatura e ligado a um
microcomputador. As experiências foram realizadas a
10
temperaturas de 10 ºC a 37 ºC. Para cada condição
experimental, foram analisados 5-7 replicados. Para a
medição da permeabilidade osmótica da água (Pf), 100 L de
uma suspensão de eritrócitos frescos (0,5%) ou de células
PC12 (1,5 103 to 3,5 103 células/mm3) foram misturados
com igual volume de PBS contendo 200 mM de sacarose como
osmolito não permeável para produzir um gradiente de 100 mM
de sacarose dirigido para o interior. A cinética de
plasmólise celular foi medida pelo decurso do tempo da
intensidade de luz dispersa a 90º a 400 nm até ter sido
atingido um sinal de luz dispersa estável.
O Pf foi estimado através de Pf = k (Vo/A)(1/Vw(osmout)∞),
onde Vw é o volume molar da água, Vo/A é a razão volume
para área celular inicial e (osmout)∞ é a osmolaridade final
do meio após ter sido aplicado o gradiente osmótico e k é a
constante de tempo da exponencial simples ajustada ao sinal
de luz dispersa de plasmólise dos eritrócitos. Para as
células PC12, foi utilizada uma função exponencial dupla e
a média ponderada da constante de velocidade kde =
(∆I1k1+∆I2k2 1+∆I2), onde ∆I1 e ∆I2 correspondem às
variações de sinal com uma constante de velocidade lenta k1
ou uma rápida k2, foi alternativamente usada para calcular o
Pf [38].
Para a permeabilidade ao glicerol (Pgly), 100 L da
suspensão de eritrócitos ou de células PC12 foram
misturados com igual volume de PBS híper-osmótico contendo
200 mM de glicerol criando um gradiente de 100 mM de
glicerol dirigido para o interior. Após a primeira
plasmólise rápida inicial devido à saída de água, o influxo
de glicerol em resposta ao seu gradiente osmótico foi
11
seguido pelo influxo de água com subsequente re-
turgescência celular. O Pgly foi calculado como Pgly = k
(Vo/A), onde k é a constante de tempo da exponencial
simples ajustada ao sinal de luz dispersa do influxo de
glicerol nos eritrócitos [27]. Para as células PC12, a
velocidade de re-turgescência devida ao influxo de glicerol
foi mediada pelo declive de um ajuste de regressão linear.
Para as experiências de inibição, as células foram
incubadas com diferentes concentrações dos complexos, a
partir de soluções stock recentemente preparadas, durante
vários tempos à temperatura ambiente antes das experiências
de fluxo interrompido. A concentração de inibidor
necessária para atingir 50% de inibição (IC50) foi calculada
pela regressão não linear de curvas de dose-resposta (Graph
Pad Prism, Inc) pela equação: y=ymin+(ymax-ymin)/(1+10((LogIC50-
[Inh])H)), onde y é a percentagem de inibição obtida para cada
concentração de inibidor [Inh] e H é o declive de Hill. A
energia de ativação (Ea) do transporte de água e de
glicerol foi calculada a partir do declive do gráfico de
Arrhenius (lnPf ou lnPgly em função de 1/T) multiplicado
pela constante dos gases R. As osmolaridades de todas as
soluções foram determinadas por depressão do ponto de
congelação num osmómetro semi-micro (Knauer GmbH, Berlin,
Germany) utilizando padrões de 100 e 400 mOsM.
Análise estatística
Os dados foram apresentados como a média desvio padrão da
média de pelo menos quatro experiências independentes, e
foram analisados com o teste de t Student emparelhado ou
com a análise de variância (ANOVA) de uma via seguida pelo
teste Tukey. Um valor de P 0,01 foi considerado como
sendo estatisticamente significativo.
12
Resultados
O efeito dos diferentes complexos metálicos com base de
Pt(II), Ru(III), Ag(I), Au(I,III) (Figura 1) foi testado na
permeabilidade à água e ao glicerol dos hRBCs. Com este
propósito, os hRBCs incubados em tampão PBS isotónico foram
confrontados com uma solução hipertónica de sacarose
(soluto impermeante, induzindo a plasmólise celular) ou
solução hipertónica de glicerol (permeante, as células
plasmolisam devido ao gradiente híper-osmótico e re-turgem
devido à entrada de glicerol). Uma vez que os hRBCs
demonstraram expressar uma grande quantidade de AQP1 e de
AQP3 responsáveis pela permeabilidade membranar à água e ao
glicerol [25,26,27], esta experiência permite a avaliação
direta da atividade destas aquaporinas e é deste modo um
ensaio de despiste de moduladores da função de aquaporinas.
A partir da velocidade de variação do volume celular
(plasmólise e re-turgescência) após impostos os choques
osmóticos, a permeabilidade membranar à água e ao glicerol
pode ser calculada [27].
A Figura 2A mostra o efeito induzido pelos fármacos
metálicos na AQP1 e na AQP3 em comparação com o HgCl2, um
inibidor da atividade de aquaporinas muito conhecido. Os
resultados obtidos demonstraram que o complexo de Au(III)
Auphen é o mais efetivo da série na permeabilidade ao
glicerol, e de longe o mais efetivo em relação ao composto
mercurial (P<0,5). A Figura 2B e C mostram traçados
representativos das experiências de fluxo interrompido com
os hRBC controlo e tratados com Auphen onde é ilustrada a
inibição do fluxo osmótico de água (principalmente através
da AQP1, Figura 2B) ou do fluxo de glicerol (através da
AQP3, Figura 2C). Para os hRBCs controlo, os valores da
permeabilidade osmótica à água (Pf) a 10 ºC foram (4,17
13
0,39) 10-2 cm s-1 (n=5) e os valores da permeabilidade ao
glicerol (Pgly) a 23 ºC foram (1,84 0,23) 10-5 cm s-1
(n=5). Como representado na Figura 2A, o Auphen mostrou um
efeito modesto na permeabilidade à água (ca. 20% de
inibição), porquanto sendo capaz de reduzir drasticamente o
transporte de glicerol com uma permeabilidade residual de
ca. 11% (90% de inibição). O efeito menor obtido para a
permeabilidade à água aponta para um efeito específico na
AQP3, a qual é ela própria um canal transportador de água
[28], mas com uma contribuição menor para o fluxo total de
água através das membranas dos hRBCs onde a AQP1 é o canal
de água principal.
Para assegurar a seletividade do composto, o efeito do
Auphen foi adicionalmente testado no transporte de ureia
como descrito na secção descrição detalhada. Notavelmente
não pode ser observado um efeito significante para nenhuma
das concentrações testadas em comparação com os controlos
(P>0,05) (Figura 2D).
Seguindo estes resultados prometedores, fomos investigar
ainda a inibição do transporte de glicerol através da AQP3
avaliando o efeito do tempo de incubação dos hRBCs com o
Auphen. A Figura 3 mostra o efeito inibitório de uma
concentração fixa de Auphen (5M) onde uma inibição máxima
após um decaimento exponencial da atividade pode ser
observado aos 30 min de incubação das amostras à
temperatura ambiente (t.a.). É relevante mencionar que não
foi detectada hemólise celular mesmo após 3 horas de
incubação com o composto, assegurando um efeito inibitório
não tóxico.
14
Subsequentemente, foi avaliada dependência da concentração
da inibição do transporte de glicerol nos hRBC pelo Auphen
incubado 30 min à temperatura ambiente (Figura 4). De
acordo com os resultados obtidos o valor da IC50 para o
Auphen foi calculado como 0,78 0,08 M.
A energia de ativação (Ea) para o transporte de água e do
glicerol, um parâmetro valioso que indica a contribuição
dos canais proteicos na permeação, foi também estimada a
partir de um gráfico de Arrhenius. Aquando do tratamento
dos hRBC com 5M Auphen, foram obtidos valores de Ea
similares para o transporte de água para o controlo (3,90
0,35 kcal mol-1) e para os hRBCs tratados com Auphen (4,12
0,98 kcal mol-1). Contudo, a Ea para a permeação do
glicerol aumentou ca. 54 % na presença de Auphen (8,52
0,81 a 13,15 1,12 kcal mol-1). Uma vez que a concentração
de Auphen utilizada no ensaio foi mais elevada do que a
IC50 (correspondendo aproximadamente a 80% de inibição), o
aumento na Ea está de acordo com um bloqueio parcial do
canal AQP3. Em relação ao transporte da água, a variação
observada na Ea não foi significativa (P>0,05); na
realidade, nos hRBC a contribuição dos canais para a
permeabilidade à água total é normalmente considerada como
sendo 90% enquanto a bicamada adiciona os restantes 10%
[29]. A inibição total de 20% observada com o Auphen
(Figura 2) somente reduziria a contribuição da via AQP1
para 87,5%, sendo deste modo responsável pelo valor
equivalente (ao controlo) da Ea medida. Estando a AQP1
ainda ativa, esta pode ser responsável pelo fluxo total da
água mantendo-se a Ea para a permeação da água inalterada.
Para avaliar a reversibilidade da inibição com Auphen, os
hRBCs pré-tratados com Auphen 2M durante 30 min à
15
temperatura ambiente foram subsequentemente lavados com PBS
ou com o agente redutor 2-mercaptoetanol (MeOH, 0,1 mM).
Como pode ser observado na Figura 5, a lavagem da amostra
duas vezes com PBS teve um efeito limitado na recuperação
da inibição da permeabilidade ao glicerol pelo Auphen.
Contrariamente, a incubação da amostra de hRBC tratados,
com MeOH durante 30 min produziu uma recuperação quase
completa da permeabilidade ao glicerol (ca. 90%), sugerindo
que o MeOH compete com o Auphen para os grupos tiol.
Os resultados obtidos com o MeOH, assim como a conhecida
afinidade dos iões ouro para a ligação aos grupos
sulfidrilo das proteínas, sugere que a inibição da AQP3
pelo Auphen poderá envolver a ligação proteica direta do
centro de Au aos resíduos de cisteína, como foi já descrito
para o HgCl2. Seguramente, a inibição pelo mercúrio é
provável que ocorra por ligação covalente à Cys 189
localizada imediatamente após a entrada extracelular do
poro de água da hAQP1 [30] e também a outras regiões da
proteína, causando ou o bloqueio ou alterações
conformacionais com a resultante inibição do transporte de
água [31].
Para melhor confirmar o efeito especifico do Auphen no
transporte de glicerol da AQP3, a inibição da permeação do
glicerol pelo Auphen foi também avaliada em células PC12
transfetadas de modo estável com AQP1 ou AQP3 de rato
(Tabela 1) [32].
Tabela 1. Aumento da expressão e permeabilidades de
células PC12. Os aumentos da expressão de mRNA foram
determinados por análise Northern blot e estão
normalizados relativamente ao clone selvagem PC12wt.
16
Clone Nível de
expressão PGly 10
-7 (cm s
-1) Pf 10
-2 (cm s
-1)
PC12wt 1,0 2,16 0,64 3,76 0,50
AQP1 4,0 1,91 0,25 10,11 1,84
AQP3 2,0 3,78 0,24 4,00 0,52
Com este propósito, as células foram plaquedas em frascos e
após atingirem confluência foram destacadas mecanicamente
por pipetagem para dentro e para fora do meio de cultura
celular. As células foram lavadas duas vezes com PBS e
foram resuspensas a uma densidade de 1,5 103 to 3,5 103
células/mm3. As suas permeabilidades à água e ao glicerol
foram analisadas por experiências de fluxo interrompido
semelhantes ás descritas anteriormente para os hRBC e os
resultados estão representados na Figura 6A. O aumento da
permeabilidade à água para as células com sobre-expressão
de AQP1 (2,7 vezes) e o da permeabilidade ao glicerol para
as células com sobre-expressão de AQP3 (1,8 vezes)
correlaciona-se bem com o seu respectivo nível de expressão
de proteína (Tabela 2). Quando tratadas com Auphen (10 a
1000 M) um decréscimo da permeabilidade ao glicerol foi
somente observado para a linha celular PC12-AQP3 (Figura
6B); nenhuma das outras linhas celulares (selvagem e PC12-
AQP1) foram afetadas relativamente à permeabilidade ao
glicerol ou à água (dados não representados).
Para avaliar a hipótese mecanística que considera o centro
de ouro como responsável pela inibição da AQP3, o ligando
Phen, assim como os complexos de Au(III) [Au(dien)Cl]Cl2
[22] (dien = dietilentriamine, Audien) e
[Au(ciclam)](ClO4)2Cl [22] (ciclam = 1,4,8,11-
tetraazaciclotetradecane, Aucyclam) (Figura 7A) foram
testados relativamente ao transporte de glicerol em hRBCs.
17
Deverá ser anotado que o Auphen pode sofrer a hidrólise dos
cloretos em meio aquoso e reagir com biomoléculas por
reações de substituição de ligandos. Por outro lado,
enquanto que o Audien apresenta um núcleo AuN3Cl que também
pode sofrer ativação via libertação do ligando cloreto, o
Aucyclam é um complexo de ouro(III) com um cromóforo AuN4
sem ativação química, resultando numa fraca reatividade e
em efeitos escassos na atividade biológica (p.ex.
anticancerígeno) [22]. Os resultados obtidos, representados
na Figura 7B, confirmam que enquanto com o Audien a uma
concentração de 50 M se atinge uma inibição de 80%
(significativamente mais baixa do que a inibição de 90%
observada para o Auphen à mesma concentração), a sua IC50 é
20 vezes mais elevada do que a observada para o Auphen
(IC50 = 16,62 ± 1,61 M, Figura 7C). Por outro lado, o
Aucyclam e o Phen são totalmente inativos.
Enquanto que a AQP1 é um canal seletivo para a água, a AQP3
permeia tanto a água como o glicerol em eritrócitos humanos.
Para além do facto ser também ser um canal transportador de
água [28], a sua contribuição para o volume total do fluxo
de água através das membranas dos hRBC é mínima comparada
com a AQP1 [25]. Inversamente, foi demonstrado que medeia a
maior parte dos movimentos de glicerol através das
membranas dos hRBC [25,27]. Para além de RBCs, a AQP3 tem
uma ampla distribuição em tecidos, em células epiteliais do
rim, vias aéreas e pele, e em células dendríticas imaturas,
sugerindo um papel na reabsorção de água, secreção das
mucosas, hidratação da pele, doenças alérgicas e regulação
do volume celular [33].
Na presente invenção descrevemos a despistagem de
diferentes fármacos metálicos na inibição da AQP1 e da AQP3
18
em hRBC. De entre os vários compostos testados, foi
observada a inibição potente e seletiva da permeabilidade
ao glicerol através da AQP3 em hRBC pelos complexos
metálicos de ouro(III), nomeadamente Auphen e Audien. Ambos
os compostos são complexos de ouro(III) tetra-coordenados
com geometria quadrada planar nos quais o estado de
oxidação do Au(III), ao contrário do caso do NaAuCl4, está
estabilizado pela presença de átomos de azoto nos ligandos
fenantrolina e dietilenotriamina. Curiosamente, ambos os
compostos foram anteriormente referidos possuírem
propriedades anticancerígenas in vitro [22,23]. Assim, o
Auphen e o Audien inibem o transporte de glicerol em hRBC
com uma IC50 = 0,78 0,08 M e IC50 = 16,62 ± 1,61 M,
respetivamente, enquanto apresentam apenas um efeito
inibitório muito modesto da permeabilidade à água.
O aumento observado na Ea para o transporte do glicerol em
hRBC sem alteração concomitante da Ea para o transporte de
água pelo tratamento com Auphen, aponta para um bloqueio
específico do canal da AQP3 sem afetar a AQP1. Notavelmente,
os compostos Au(III) são muito mais efetivos na AQP3 do que
o inibidor não-específico das aquaporinas HgCl2, e o mais
importante é que são não tóxicos para as células na gama
total de concentrações testadas. Na realidade, durante o
tempo de duração das experiências, não foi detetada
qualquer hemólise mesmo após 4 horas de incubação com os
compostos de Au(III).
A especificidade do Auphen para a AQP3 foi adicionalmente
confirmada pela avaliação do transporte do glicerol em
linhas de células PC12 transfetadas com AQP1 ou com AQP3 de
rato. O efeito inibitório marcado do composto
exclusivamente para o clone de células PC12-AQP3 revela a
19
sua interação específica com resíduos que não podem ser
acedidos em AQP1. Contudo, foi necessária uma concentração
mais elevada de Auphen para produzir o mesmo efeito
inibitório observado nos hRBCs; para além do facto de que o
Auphen poderá ter uma menor afinidade para a AQP3 de rato
do que para a AQP3 humana, a possibilidade de ligação do
Auphen a outros grupos reativos na membrana celular total
decrescendo a sua concentração efetiva no meio e portanto
levando a uma subvalorização da IC50 não deve ser
desprezada. As células PC12 são muito maiores dos que os
RBCs; assim, a presença de um maior número destes grupos
reativos poderá eventualmente contribuir para um maior
decréscimo da concentração efetiva de Auphen disponível
para o bloqueio da AQP3.
A inibição da AQP3 pelo Auphen dependente do tempo está de
acordo com o perfil de reatividade típica deste complexo de
ouro(III) em solução aquosa. De facto, vale a pena
mencionar que, como usualmente encontrado para várias
outros fármacos metálicos, os compostos de ouro(III)
comportam-se como “profármacos” [34]. Por outras palavras,
necessitam de um processo de “ativação química”, i.e. uma
transformação química específica (p.ex. substituição de
ligando, processo redox, hidrólise) antes de poderem reagir
com os alvos biomoleculares; somente as “espécies ativadas”
estão aptas para se ligar ao alvo e produzir os efeitos
farmacológicos. No caso da ativação do Auphen é muito
provável que esta seja atingida pela libertação de pelo
menos um ligando haleto do cromóforo de ouro(III)
tetracoordenado AuN2Cl2 e substituição por ligandos
água/hidróxido [22] antes da possível coordenação metálica
direta à AQP3. De um modo semelhante, o Audien pode ligar-
se à AQP3 após hidrólise do único ligando cloreto, mas de
20
um modo ligeiramente menos eficiente do que o Auphen como
demonstrado pelo seu valor da IC50. Inversamente, o
complexo de Au(III) quimicamente estável Aucyclam revela
falta de propriedades de inibição, suportando a hipótese de
que o centro de ouro é essencial para a inibição e muito
provavelmente está envolvido na ligação à proteína.
O Auphen também resultou ser ineficaz como inibidor do
transporte de ureia em hRBC. A capacidade da AQP3 para
transportar ureia tem sido controversa [35,36]. No
eritrócito, o transportador de UT-B [37] é responsável pela
muito elevada permeabilidade à ureia, reduzindo a
plasmólise osmótica dos RBCs quando passam através do rim.
Portanto, quando comparada com os transportadores de ureia,
a permeabilidade da ureia através da AQP3 poderá ter
somente uma contribuição negligenciável e portanto a sua
inibição não seria suficiente para se observar um
decréscimo da permeabilidade à ureia. Uma vez que o Auphen
não afetou a permeabilidade à ureia, este resultado indica
que esta droga metálica é específica para a AQP3 e não tem
qualquer efeito no UT-B. O mecanismo da inibição pelo ouro
é muito provavelmente devido à capacidade do Au(III)
interagir com os grupos sulfidrilo das proteínas tais como
os tiolatos das cisteínas. Esta hipótese é parcialmente
confirmada pela recuperação quase completa da atividade da
AQP3 pelo tratamento dos hRBC com MeOH. Contudo, podem
ocorrer outros modos de ligação do Auphen (p.ex. com grupos
histidina).
Os fármacos com base metálica moduladores de aquaporinas
têm um largo potencial de utilização no tratamento de
estados edematosos, cancro, obesidade, cicatrização,
epilepsia e glaucoma. Presentemente estão descritos muito
poucos inibidores de AQPs que sejam possíveis candidatos
21
para ensaios clínicos. Relatamos aqui a potente e seletiva
inibição dos canais AQP3 por complexos de ouro(III)
despistados em hRBC e em células PC12. Os resultados
obtidos sugerem a utilização dos complexos de ouro(III) com
ligando com base de azoto como possíveis inibidores de
aquagliceroporinas, especificamente da AQP3, que poderiam
ser explorados na prevenção, profilaxia e tratamento de
estados patofisiológicos diretamente ou indiretamente
relacionados com aquagliceroporinas (p.ex. AQP3), ou
utilizados como ferramentas biológicas para avaliar a
função da AQP3.
De acordo com um primeiro aspeto da invenção, é proposto um
modulador inibitório das aquagliceroporinas relativamente
às suas propriedades de transporte transmembranar do
glicerol, em que o modulador se liga seletivamente a
aquagliceroporinas, incluindo AQP3, AQP7 e AQP9.
De acordo com outro aspeto da invenção, é proposto um
modulador inibitório de aquagliceroporinas dentro do
contexto do primeiro aspeto mencionado, compreendendo
compostos inorgânicos com a fórmula geral: [Au(substituido-
1,10-fenantrolina)X2]X (X = Cl, OH) do tipo abaixo
apresentado (I), onde R pode ser o protão ou é selecionado
a partir de um grupo constituído por grupos alifáticos,
heteroalifáticos, aromáticos, heteroaromáticos, alifático-
aromáticos, heteroalifático-heteroaromáticos,
cicloalifáticos, e heterocicloalifáticos; ou por aminas
(p.ex. NH2, aminas alifáticas –R-NH2); ou por halogéneos
(p.ex. cloro, iodo); ou por ligandos com grupos hidroxilo
funcionais (p.ex. -R-OH); ou por ligandos contendo éter (de
formula geral –R-O-R’); ou por ligandos contendo carbonilo
(-R-CO-OH); ou por grupos sulfonamídicos, ou por grupos
22
nitrilo/nitro, ou por partes peptídicas. Adicionalmente, a
estrutura envolvente fenantrolina pode incluir um ou mais
átomos substituintes de azoto, oxigénio e/ou enxofre.
(I)
De acordo com outro aspeto da invenção, é proposto um
modulador inibitório de aquagliceroporinas dentro do
contexto do primeiro aspeto mencionado, compreendendo
compostos inorgânicos com a fórmula geral: [Au(substituído-
2,2’-bipiridina)Cl2]PF6 do tipo abaixo apresentado (II),
onde a substituição do anel bipiridina é em 6,6’ (a), ou
4,4’ (b), ou 5,5’(c), e onde R é selecionado de um protão
ou a partir de um grupo constituído por grupos alifáticos,
heteroalifáticos, aromáticos, heteroaromáticos, alifático-
aromáticos, heteroalifático-heteroaromáticos,
cicloalifáticos, e heterocicloalifáticos; ou por aminas
(p.ex. NH2, aminas alifáticas –R-NH2); ou por halogéneos
(p.ex. cloro, iodo); ou por ligandos com grupos hidroxilo
funcionais (p.ex. -R-OH); ou por ligandos contendo éter (de
formula geral –R-O-R’); ou por ligandos contendo carbonilo
(-R-CO-OH); ou por grupos sulfonamídicos, ou por grupos
nitrilo/nitro, ou por partes peptídicas. Adicionalmente a
estrutura envolvente bipiridina pode incluir um ou mais
átomos substituintes de azoto, oxigénio e/ou enxofre.
NN
R3 R6
R4 R5
R2 R7
R8R1
23
(II)
De acordo com outro aspeto da invenção, é proposto um
modulador inibitório de aquagliceroporinas dentro do
contexto do primeiro aspeto mencionado, compreendendo
compostos inorgânicos com a fórmula geral: [Au(substituído-
2,2’,2”-terpiridina)X]X2 (X =Cl, OH) do tipo abaixo
apresentado (III), onde R é selecionado de um protão ou a
partir de um grupo constituído por grupos alifáticos,
heteroalifáticos, aromáticos, heteroaromáticos, alifático-
aromáticos, heteroalifático-heteroaromáticos,
cicloalifáticos, e heterocicloalifáticos; ou por aminas
(p.ex. NH2, aminas alifáticas –R-NH2); ou por halogéneos
(p.ex. cloro, iodo); ou por ligandos com grupos hidroxilo
funcionais (p.ex. -R-OH); ou por ligandos contendo éter (de
formula geral –R-O-R’); ou por ligandos contendo carbonilo
(-R-CO-OH); ou por grupos sulfonamídicos, ou por grupos
nitrilo/nitro, ou por partes peptídicas. Adicionalmente a
estrutura envolvente terpiridina pode incluir um ou mais
átomos substituintes de azoto, oxigénio e/ou enxofre.
(III)
N
NN
R
R1
R2
R3
R4
R5
R6
R7
R8
R9
R10
24
De acordo com outro aspeto da invenção, é proposto um
modulador inibitório de aquagliceroporinas dentro do
contexto do primeiro aspeto mencionado, compreendendo
compostos inorgânicos com a fórmula geral:
[Au(polipiridil)X2]PF6 (X = Cl, OH) do tipo abaixo
apresentado (IV), onde a parte polipiridil pode ser por
exemplo dipirido[3,2-f:2’,3’ -h] quinoxalina (DPQ),
dipirido[3,2-a:2’,3’-c] fenazina (DPPZ), dipirido[3,2-
a:2’,3’-c] (6,7,8,9-tetrahidro) fenazina (DPQC)).
Adicionalmente, a principal estrutura envolvente
polipiridil pode incluir grupos aromáticos bicíclicos
fundidos 6,6-, 5,6 ou 6,5 com ou sem um ou mais átomos
substituintes de azoto, oxigénio e/ou enxofre.
(IV)
De acordo com outro aspeto da invenção, é proposto um
modulador inibitório de aquagliceroporinas dentro do
contexto do primeiro aspeto, compreendendo um composto
inorgânico com a fórmula: [Au(dietilenetriamina)Cl]Cl2 do
tipo abaixo apresentado (V).
(V)
NN
NN
NN
NN
NN
NN
DPQ DPPZ DPQC
NH
NH2H2N
25
De acordo com outro aspeto da invenção, é proposto um
modulador inibitório de aquagliceroporinas dentro do
contexto do primeiro aspeto, compreendendo compostos
inorgânicos onde os derivados Au(III) e Au(I) apresentam
ligandos dadores de azoto monodentados, bidentados ou
tridentados, tais como 2-(2-piridil)imidazol (a), 2-
fenilimidazol (b), e, 2,6-bis(benzimidazol-2-il)piridina
(c), respetivamente, assim como grupos fosfano (p.ex.
trifenilfosfina, 1,3,5-triaza-7-fosfa-adamantano, 3,7-
diacetil-1,3,7-triaza-5-fosfabiciclo[3.3.1]nonano, e
trifenilfosfina trisulfonato de sódio (exemplos
representativos fornecidos em (VI)).
(VI)
Ligandos:
Derivados ouro(III):
Derivados ouro(I):
26
De acordo com outro aspeto da invenção, é proposto um
modulador inibitório de aquagliceroporinas dentro do
contexto do primeiro aspeto, compreendendo compostos
orgânicos de ouro incluindo os do tipo descrito em (VII),
onde os ligandos orgânicos são por exemplo 6-(1,1-
dimetilbenzil)-2,2'-bipiridina), substituído-2-fenil-
piridina, ou uma parte 2-[[(dimetilamino)metil]fenil].
Adicionalmente 1,3-bis(piridin-2-ilmetil)benzeno como
ligando Au(III) pode também ser considerado, juntamente com
grupos fosfina e ligandos tiolato.
(VII)
De acordo com outro aspeto da invenção, é proposto um
modulador inibitório de aquagliceroporinas dentro do
contexto do primeiro aspeto, compreendendo complexos
ditiocarbamato Au(III), Au(I) e Au(III) com ligandos
carbenos N-heterocíclicos (NHC), complexos de ouro
multinucleares (p.ex. compostos de Au dinucleares).
De acordo com outro aspeto da invenção, é proposto um
modulador inibitório de aquagliceroporinas dentro do
contexto do primeiro aspeto, compreendendo complexos
N N
Au
X
PF6-
+
AuMe2N
X
XN
Au
X
X
X = OH, Cl, CH3COO, xylidine, etc.
R2
R3
R4
R5
R6
R7
R8
R1
R = H, amine, alogen, alkyl, aryl,
carboxy, alkoxy etc.
X = Cl, CH3COO, SCN,
HOOC-R-COOH, etc.
X = alogen, OH, CH3COO, etc.
X = OH, Cl, CH3COO, xilidina, etc.
R = H, amina, halogéneo, alquilo, arilo, carboxi, alcoxi etc.
X = halogéneo, OH, CH3COO, etc.
X = Cl, CH3COO, SCN, HOOC-R-COOH, etc. X = OH, Cl, CH2COO,
xilidina, etc.R = H, amina, halogéneo,
alquilo, arilo, carboxi,
alcoxi, etc.
X = halogéneo, OH,
CH3COO, etc.
X = Cl, CH3COO, SCN,
HOOC-R-COOH, etc.
27
metálicos apresentando ligandos orgânicos semelhantes aos
descritos acima, mas com diferentes centros metálicos tais
como Pt(II), Pd(II) e Cu(III). Neste contexto, os complexos
heteronucleares (p.ex. Au/Ti, Au/Ru, Au/Pt, Au/Pd etc.) são
também considerados.
De acordo com outro aspeto da invenção, é proporcionado
para a utilização de qualquer dos moduladores inibitórios
de aquagliceroporinas acima mencionados, num método
incluindo a ligação seletiva de qualquer dos referidos
moduladores inibitórios com pelo menos uma respetiva
aquagliceroporina.
De acordo com outro aspeto da invenção, os referidos
métodos incluem a utilização de compostos farmacêuticos e/
ou cosméticos e de conjuntos ou kits de diagnóstico.
Os compostos farmacêuticos e/ ou cosméticos para a
prevenção, profilaxia e/ ou tratamento de patologia de
doença diretamente ou indiretamente relacionada com a
função da AQP3 compreendendo um modulador inibitório da
AQP3 de acordo com qualquer das prévias descrições e
detalhes.
Os compostos farmacêuticos e/ ou cosméticos de acordo com
as prévias descrições e detalhes, para o tratamento e
profilaxia do grupo de patologias incluindo cicatrização,
cancro e crescimento de tumores, angiogenése, condições
patológicas da pele, obesidade, doenças renais, doenças das
glândulas salivares e doenças alérgicas, em que o substrato
ativo é selecionado com base no facto de possuir
propriedades bio-fisiológicas semelhantes a qualquer dos
acima mencionados moduladores inibitórios de
aquagliceroporinas.
28
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membrane vesicles from rat renal cortex and small
intestine, J Membr Biol 92 (1986) 183-193.
Lisboa, 06 de Agosto de 2012
1
REIVINDICAÇÕES
1. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares
caracterizados por qualquer um dos referidos
moduladores se ligar seletivamente a pelo menos uma
aquagliceroporina, preferencialmente AQP3, AQP7 e
AQP9.
2. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 1 caracterizados por
consistirem num composto inorgânico de fórmula geral
[Au(substituído-1,10-fenantrolina)X2]X (X = Cl, OH),
compreendido em (I), onde R é um protão ou é
selecionado de um grupo constituído por grupos
alifáticos, heteroalifáticos, aromáticos,
heteraromáticos, alifático-aromáticos,
heteroalifático-heteroaromáticos, cicloalifáticos, e
heterocicloalifáticos; ou por aminas tais como NH2 e
aminas alifáticas –R-NH2); ou por halogéneos tais como
cloro e iodo; ou por ligandos com grupos funcionais
hidroxilo tais como -R-OH; ou por ligandos contendo
éter com a fórmula geral –R-O-R’; ou por ligandos
contendo carbonilo -R-CO-OH; ou por grupos
sulfonamídicos, ou por grupos nitrilo/nitro, ou por
partes peptidícas; ainda, a estrutura envolvente
fenantrolina contém preferencialmente um ou mais
átomos substituintes de azoto, oxigénio e ou enxofre.
2
(I)
3. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 1 caracterizados por
consistirem em compostos inorgânicos de fórmula:
[Au(substituído-2,2’-bipiridina)Cl2]PF6 compreendidos
em (II), onde a substituição do anel bipiridina é em
6,6’ (a), ou 4,4’ (b), ou 5,5’(c), e onde R é
selecionado de um protão ou de um grupo constituído
por grupos alifáticos, heteroalifáticos, aromáticos,
heteraromáticos, alifático-aromáticos,
heteroalifático-heteroaromáticos, cicloalifáticos, e
heterocicloalifáticos; ou por aminas tais como NH2 e
aminas alifáticas –R-NH2; ou por halogéneos tais como
cloro e iodo; ou por ligandos com grupos funcionais
hidroxilo tais como -R-OH; ou por ligandos contendo
éter com a fórmula geral –R-O-R’; ou por ligandos
contendo carbonilo -R-CO-OH; ou por grupos
sulfonamídicos, ou por grupos nitrilo/nitro, ou por
partes peptidícas; ainda, a estrutura envolvente
bipiridina contém preferencialmente um ou mais átomos
substituíntes de azoto, oxigénio e ou enxofre.
(II)
NN
R3 R6
R4 R5
R2 R7
R8R1
3
4. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 1 caracterizados por
consistirem em compostos inorgânicos de fórmula:
[Au(substituído-2,2’,2”-terpiridina)X]X2,
compreendidos em (III), onde X =Cl, OH, onde R é
selecionado de um protão ou de um grupo consistindo em
grupos alifáticos, heteroalifáticos, aromáticos,
heteraromáticos, alifático-aromáticos,
heteroalifático-heteroaromáticos, cicloalifáticos, e
heterocicloalifáticos; ou aminas tais como NH2 e
aminas alifáticas –R-NH2; ou por halogéneos tais como
cloro e iodo; ou por ligandos com grupos funcionais
hidroxilo tais como -R-OH; ou por ligandos contendo
éter com a fórmula geral –R-O-R’; ou por ligandos
contendo carbonilo -R-CO-OH; ou por grupos
sulfonamídicos, ou por grupos nitrilo/nitro, ou por
partes peptidícas; ainda, a estrutura envolvente
terpiridina contém preferencialmente um ou mais átomos
substituintes de azoto, oxigénio e ou enxofre.
(III)
5. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 1 caracterizados por
consistirem em compostos inorgânicos de fórmula:
[Au(polipiridil)X2]PF6 em que X = Cl, OH,
N
NN
R
R1
R2
R3
R4
R5
R6
R7
R8
R9
R10
4
compreendidos em (IV), onde a parte polipiridil é
preferencialmente dipirido[3,2-f:2’,3’ -h] quinoxalina,
dipirido[3,2-a:2’,3’-c] fenazina, dipirido[3,2-
a:2’,3’-c] (6,7,8,9-tetra-hidro) fenazina; ainda, a
estrutura envolvente polipiridilo principal contém
preferencialmente 6,6-, 5,6 ou 6,5-grupos bicíclicos
aromáticos fundidos com ou sem um ou mais átomos
substituíntes de azoto, oxigénio e ou enxofre.
(IV)
6. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 1 caracterizados por
consistirem em um composto inorgânico de fórmula:
[Au(dietilenetriamina)Cl]Cl2 compreendida em (V).
(V)
7. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 1 caracterizados por
compreenderem compostos inorgânicos onde os derivados
Au(III) e Au(I) apresentam ligandos dadores de azoto
monodentados, bidentados ou tridentados tais como 2-
(2-piridil)imidazole (a), 2-fenilimidazol (b), e, 2,6-
NN
NN
NN
NN
NN
NN
DPQ DPPZ DPQC
NH
NH2H2N
5
bis(benzimidazol-2-il)piridina (c), respetivamente,
assim como grupos fosfano tais como trifenilfosfina,
1,3,5-triaza-7-fosfa-adamantano, 3,7-diacetil-1,3,7-
triaza-5-fosfabiciclo[3.3.1]nonano, e trifenilfosfina
trisulfonato de sódio, representados em (VI).
(VI)
8. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 1 caracterizados por
compreenderem compostos orgânicos de ouro
representados em (VII), onde os ligandos orgânicos são
6-(1,1-dimetilbenzil)-2,2'-bipiridina), substituída-2-
Ligandos:
Derivados ouro(III):
Derivados ouro(I):
6
fenil-piridina, ou uma parte 2-
[[(dimetilamino)metil]fenil]; ainda, 1,3-bis(piridin-
2-ilmetil)benzeno como ligando Au(III), juntamente com
grupos fosfina e ligandos tiolato, em que X = OH, Cl,
CHCOO, xilidina e derivados (a); em que X = OH,
halogéneo, CHCOO e grupos derivados onde R é
selecionado de um protão ou de um grupo consistindo em
grupos alifáticos, heteroalifáticos, aromáticos,
heteraromáticos, alifático-aromáticos,
heteroalifático-heteroaromáticos, cicloalifáticos, e
heterocicloalifáticos; ou aminas; ou por halogéneos;
ou por ligandos com grupos funcionais hidroxilo tais
como -R-OH em (b); e em que X = Cl, CHCOO, SCN ou
compostos com fórmula geral HOOC-R-COOH (c).
a b c
(VII)
9. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com as reivindicações 1 a 8 caracterizados por
compreenderem complexos ditiocarbamato de Au(III),
Au(I) e Au(III) com ligandos carbenos N-heterocíclicos
N N
Au
X
PF6-
+
AuMe2N
X
XN
Au
X
X
X = OH, Cl, CH3COO, xylidine, etc.
R2
R3
R4
R5
R6
R7
R8
R1
R = H, amine, alogen, alkyl, aryl,
carboxy, alkoxy etc.
X = Cl, CH3COO, SCN,
HOOC-R-COOH, etc.
X = alogen, OH, CH3COO, etc.
X = OH, Cl, CH3COO, xilidina, etc.
R = H, amina, halogéneo, alquilo, arilo, carboxi, alcoxi etc.
X = halogéneo, OH, CH3COO, etc.
X = Cl, CH3COO, SCN, HOOC-R-COOH, etc. X = OH, Cl, CH2COO,
xilidina, etc.R = H, amina, halogéneo,
alquilo, arilo, carboxi,
alcoxi, etc.
X = halogéneo, OH,
CH3COO, etc.
X = Cl, CH3COO, SCN,
HOOC-R-COOH, etc.
N N
Au
X
PF6-
+
AuMe2N
X
XN
Au
X
X
X = OH, Cl, CH3COO, xylidine, etc.
R2
R3
R4
R5
R6
R7
R8
R1
R = H, amine, alogen, alkyl, aryl,
carboxy, alkoxy etc.
X = Cl, CH3COO, SCN,
HOOC-R-COOH, etc.
X = alogen, OH, CH3COO, etc.
X = OH, Cl, CH3COO, xilidina, etc.
R = H, amina, halogéneo, alquilo, arilo, carboxi, alcoxi etc.
X = halogéneo, OH, CH3COO, etc.
X = Cl, CH3COO, SCN, HOOC-R-COOH, etc. X = OH, Cl, CH2COO,
xilidina, etc.R = H, amina, halogéneo,
alquilo, arilo, carboxi,
alcoxi, etc.
X = halogéneo, OH,
CH3COO, etc.
X = Cl, CH3COO, SCN,
HOOC-R-COOH, etc.
7
(NHC), complexos de ouro multinucleares, tais como
compostos de Au dinucleares.
10. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 9 caracterizados por
compreenderem centros metálicos tais como Pt(II),
Pd(II) e Cu(III) e complexos heteronucleares tais como
Au/Ti, Au/Ru, Au/Pt, Au/Pd.
11. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 10 caracterizados por os
moduladores serem selecionados a partir da cisplatina,
NAMI-A, sulfadiazina de prata, aurotioglucose e
auphen.
12. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 10 caracterizados por as
células serem hRBC.
13. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com todas as reivindicações anteriores
caracterizados por serem usados no tratamento,
profilaxia e prevenção de condições clínicas, tais
como cicatrização, cancro e crescimento de tumores,
angiogénese, condições patológicas da pele, obesidade,
doenças renais, doenças das glândulas salivares,
doenças alérgicas, glaucoma, edema cerebral e
epilepsia.
8
14. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 13 caracterizados por as
condições clínicas serem relacionadas com a AQP3.
15. Moduladores de inibição com base metálica de
aquagliceroporinas transmembranares celulares de
acordo com a reivindicação 13 caracterizados por serem
utilizados no fabrico de compostos farmacêuticos,
cosméticos e conjuntos de diagnóstico.
16. Compostos farmacêuticos de acordo com a
reivindicação 15 caracterizados por serem utilizados
no tratamento, profilaxia e prevenção de condições
clínicas, tais como cicatrização, cancro e crescimento
de tumores, angiogénese, condições patológicas da
pele, obesidade, doenças renais, doenças das glândulas
salivares, doenças alérgicas, glaucoma, edema cerebral
e epilepsia, em que o substrato ativo é selecionado
baseado em propriedades bio-fisiológicas semelhantes a
cada um dos acima mencionados moduladores de inibição
de aquagliceroporinas.
17. Conjuntos de diagnóstico de acordo com
reivindicação 15 caracterizados por serem utilizados
na deteção da atividade de aquagliceroporinas.
Lisboa, 22 de Outubro de 2012.
1/7
Figura 1
aurothioglucose
OS Au
OHHOHO
OH
n
SN-
O O
N
N
H2N Ag+
silver sulfadiazine
NH3
Pt
Cl
NH3Cl
cisplatin NAMI-A
Ru
N
NH
DMSO
ClCl
Cl Cl
HN
HN
NN
Au
Cl Cl
Cl-
+
Auphen
cisplatina sulfadiazina de prata
aurotioglucose
2/7
Sca
ttere
d li
gth
inte
nsi
ty (
a.u
.)
0 1 2 3 4 5
B
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Tempo (s)
Inte
nsi
da
de
da
Lu
z D
ispe
rsa
(a
.u.)
C
Inte
nsi
dad
e d
a L
uz
Dis
pers
a
(a.u
.)
Tempo (s)
Intensidade da
Luz Dispersa
(a.u.)
Sca
ttere
d li
gth
inte
nsi
ty (
a.u
.)
0 1 2 3 4 5
B
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Tempo (s)
Inte
nsi
da
de
da
Lu
z D
ispe
rsa
(a
.u.)
C
Inte
nsi
dad
e d
a L
uz
Dis
pers
a
(a.u
.)
Sca
tte
red li
gth
inte
nsi
ty (
a.u
.)
0 1 2 3 4 5
B
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Tempo (s)
Inte
nsi
da
de
da
Lu
z D
ispe
rsa
(a
.u.)
C
Inte
nsi
dad
e d
a L
uz
Dis
pers
a
(a.u
.)
Tempo (s)
Intensidade da
Luz Dispersa
(a.u.)
Sca
ttere
d li
gth
inte
nsi
ty (
a.u
.)
0 1 2 3 4 5
B
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Tempo (s)
Inte
nsi
da
de
da
Lu
z D
ispe
rsa
(a
.u.)
C
Inte
nsid
ad
e d
a L
uz D
isp
ers
a
(a.u
.)
3/7
Figura 2
Figura 3
D
100 107 98
0
20
40
60
80
100
120
140
Control Auphen 5 ! M Auphen 100 ! M
Per
mea
bilid
ade à
Ure
ia (
%)
Controlo
Controlo Auphen
5 µM
Auphen
100 µM
Permeabilidade
à Ureia (%)
D
100 107 98
0
20
40
60
80
100
120
140
Control Auphen 5 ! M Auphen 100 ! M
Per
mea
bilid
ade à
Ure
ia (
%)
Controlo
Permeabilidade ao
Glicerol (%)Intensidade da
Luz Dispersa
(a.u.)
4/7
Figura 4
-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5-20
0
20
40
60
80
100
Log [Auphen] mM
Inh
ibiti
on
(%
)In
ibiçã
o (
%)
Inibição (%)
Log [Auphen] µM
5/7
Figura 5
Permeabilidade ao
Glicerol (%)
Controlo Auphen Auphen+Lavagem Auphen+MeOH
6/7
Figura 6
GlicerolÁgua
1.0
2.7
1.1 1.0
0.9
1.8
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
PC12-WT PC12-AQP1 PC12-AQP3
Water Glycerol
Pe
rmea
bili
dad
e G
li N
orm
aliz
ad
a
AÁgua Glicerol
Permeabilidade Gli
Normalizada
PC12-WT PC12-AQP1 PC12-AQP3
1.0
2.7
1.1 1.0
0.9
1.8
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
PC12-WT PC12-AQP1 PC12-AQP3
Water Glycerol
Pe
rmea
bili
dad
e G
li N
orm
aliz
ada
AÁgua Glicerol
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (s)
Inte
nsid
ad
e d
e L
uz D
ispe
rsa (
a.u
.)
[Auphen, mM]
0
0.01
0.1
1
BIntensidade da
Luz Dispersa (a.u.)
Tempo (s)
[Auphen, mM]
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (s)
Inte
nsid
ad
e d
e L
uz D
ispe
rsa (
a.u
.)
[Auphen, mM]
0
0.01
0.1
1
B
7/7
Figura 7
Au
N
NHHN
Cl
2+ 2Cl-
Audien
NH HN
HNNH
Au
(ClO4-)2
Cl-
Aucyclam
NN
Phen
A
Au
N
NHHN
Cl
2+ 2Cl-
Audien
NH HN
HNNH
Au
(ClO4-)2
Cl-
Aucyclam
NN
Phen
A
Au
N
NHHN
Cl
2+ 2Cl-
Audien
NH HN
HNNH
Au
(ClO4-)2
Cl-
Aucyclam
NN
Phen
A
Permeabilidade ao
Glicerol (%)
Phen
100 µM
Auphen
50 µM
Aucy
clam
100 µM
Controlo Audien
50 µM
-1 0 1 2 3-20
0
20
40
60
80
100
Log [Audien] mM
% In
hib
itio
n
C
Inib
içã
o (
%)
Inibição (%)
Log [Audien] µM
-1 0 1 2 3-20
0
20
40
60
80
100
Log [Audien] mM
% In
hib
itio
n
C
Inib
içã
o (
%)
M0589.02 1/2
Relatório de Pesquisa de Portugal Ref. do pedido:
105786
CLASSIFICAÇÃO DA MATÉRIA
A61K 31/00, B01J31/18 De acordo com a Classificação Internacional de Patentes
DOCUMENTAÇÃO E BASES DE DADOS ELETRÓNICAS PESQUISAD AS
WPI, XPESP, GOOGLE DOMÍNIOS TÉCNICOS PESQUISADOS
A61K, B01J De acordo com a Classificação Internacional de Patentes DOCUMENTOS CONSIDERADOS RELEVANTES
Categoria* Citação do documento, com indicação, sempre que apropriado, das passagens relevantes Relevante
para a reivindicação
X
X
A
A
CASINI ET AL, Chemistry, antiproliferative properties, tumor selectivity,
and molecular mechanisms of novel gold(III) compounds for cancer treatment: a systematic study, J Biol Inorg Chem, 14:1139–1149,
2009.06.20 [Todo o documento, em particular a figura 1 e tabelas 1 e 2]
CASINI ET AL, Gold (III) compounds as anticancer agents: Relevance of
gold-protein interactions for their mechanism of action, Journal of Inorganic Biochemistry, 102, 564-575, 2007.11.28
[Todo o documento, em particular a figura 1]
CASINI ET AL, Organometallic Antitumour Agents with Alternative Modes of Action, Top. Organomet. Chem., 32, 57-80, 2010
[Páginas 69-72]
NIEMIETZ CM ET AL, New potent inhibitors of aquaporins: silver and gold compounds inhibit aquaporins of plant and human origin, FEBS
Letters, 531, 443-447, 2002.10.22 [Todo o documento]
2, 11, 13, 15, 16
2, 11, 13, 15, 16
2, 9-17
2, 9-17
* Categorias dos documentos citados: A X Y E L
Estado da técnica; Documento de particular relevância quando considerado isoladamente; Documento de particular relevância quando combinado com um ou mais deste tipo de documentos; Pedido de patente anterior publicado na mesma data ou em data posterior à do pedido; Documento citado por qualquer outra razão;
T &
P
D O
Princípio ou teoria subjacente à invenção; Documento membro da mesma família de documentos de patente; Documento publicado antes da data de pedido mas depois da data de prioridade; Documento citado no pedido; Documento que se refere a uma divulgação oral, uso, exibição ou qualquer outro meio.
Data do termo da pesquisa
2012.12.10
Técnico examinador:
Nuno Pedroso Assinatura
Telefone: 21 881 81 00 Data de elaboração do Relatório de Pesquisa
2012.12.10
INPI, Campo das Cebolas, 1149-035 LISBOA Fax: 21 886 98 59
Nota: Esta pesquisa refere-se aos elementos apresentados até à data da elaboração deste relatório de pesquisa. Quaisquer elementos que possam ter sido entregues posteriormente a esta data, não foram objeto de apreciação técnica.
M0589.02 2/2
Relatório de Pesquisa de Portugal Ref. do pedido:
105786
UNIDADE DE INVENÇÃO O pedido não está de acordo com os requisitos de unidade de invenção (art. 71º) e foram
encontradas as seguintes invenções:
1. Reivindicações nº 2, 9-17:
2. Reivindicações nº 3, 9-17:
3. Reivindicações nº 4, 9-17:
4. Reivindicações nº 5, 9-17:
5. Reivindicações nº 6, 9-17:
6. Reivindicações nº 7, 9-17:
7. Reivindicações nº 8-17: