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'1 ROBERVASI PARIAAdvogado
Meritssimo Juiz de Direito da __ Vara Cvel da Qbmarca deDivinpolis/MG
1022= 06 201911-0
CLAUDINEI REZENDE SE NPA ALVES, brasileiro,casado, motorista, inscrito no CPF 835.734.376-72, residente e domiciliado nesta cidade RuaOlinda, 463, Bairro Bom Pastor, cep: 35.500-169,vem perante V.Ex.%, por seu procurador, proporAO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS contraREFRIGERANTES MINAS GERAIS LTDA, com endereo naRodovia BR 262 - Anel Rodovirio KM 2, n.o 2.233,Bairro Engenheiro Nogueira, Belo Horizonte/MO,pelos fatos e fundamentos jurdicos que passa aaduzir:
"No exerccio de sua sagrada misso, o juiz no mero aplicador do texto frio dalei, mas o protagonista da Justia de quem se exige o mais elevado esprito pblico erequintada sensibilidade para perceber as mutaes da'sociedade contempornea,principalmente numa questo que to fie perto diz com a qualidade de vida e ointeresse das presentes e futuras geraes. Sem essa, de pouco ou de nada se rve oinstrumental jurdico posto a servio da tomunidade". (Edis Milar)
DOS FATOS
Foi no dia 16 de junho de 2006, no "Mar do Maxiraino"nesta cidade, que o autor comprou uma garrafai de COCA-COLA,1,25 litros, produzida pela empresa requerida.'
Estando tudo pronto para o jantar, inclusjtve com apresena de seus filhos, percebeu a presena de corpo estranhono seu interior, motivo pelo qual no procedeu sua abertuta.
Av. Antnio Olimpio de Morais, 71-.centro--cep:35.500-O5-Dvnpols/Mcj-(37)3221-5300/[email protected] '
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Enviada a garrafa Secretaria Municipal de Sade, aVigilncia Sanitria constatou o seguinte, atravs daDeclarao anexa (doc.Ol>:
caso,.je v : . t tahspa-rente em. temperatrala mbiente;, uo de Lei g.erante, de. colIamarca C'oca-Cola,, ' contendo 1.,25 L e praz&; devalidade t 26/04/2006 (meio apagada);- tampaj[plstica amarela com' identificao, de, fonteIprdutra:. fabricada e engarrafada por,IRefrgerantes Minas .Gerais Ltda Rodovia'BR 262HAnel. Rodovirio-[M 2. n.o 2.233 - Engenheiro
;Nogueira .Belo l-orizonta-MG; APRESENTAVA EM.SEU INTERIOR, ALEM DO CONTEUDO LIQUIDOfiMARRONZADO, UM CORPO ESTRANHO PARECIDO COMIUMA EMBSALAGEM DE BALA."
Diante disso, em 13 de julho de 2006, conforme Termode Comparecimento anexo (doc.02>, foi realizada audincia detentativa de conciliao no PROCON desta cidade, e porocasio, lamentavelmente, o autor recebeu proposta esdrxulado procurador do requerido, alis, jamais vista nos bastidoresdo Procon, causando perplexidade a todos que l estavam.
Em troca da garrafa avariada, pasmem, ofereceu umengradado de Coca-Cola e ainda, como cortesia, um passeio ata fbrica em Belo Horizonte, com intuito de mostrar-lhe osmeandros da fabricao e envasamento nas garrafas.
DOS FUNDAMENTOS JURDICOS DO PEDIDO
(Da responsabilidade civil por tato do produto)
No h dvida que a declarao emitida pelaVigilncia Sanitria desta cidade, noticiou a fabricao ecomercializao de produto imprprio para consumo humano, eisque o refrigerante apresenta evidente alterao, colocando emrisco a sade de quem obviamente viesse a consumi-lo.
Neste sentido, estabelece o artigo 186 do nouveauCdigo Civil que:
"Aquele que, por ao ou omisso voluntria,negligncia ou imprudncia, violar direito ecausar dano a outrem, ainda que exclusivamentemoral, comete ato ilcito".
Av. Antnio Olmpio de Morais, 7 1-centro-cep:35.500-005-Div inpolis/ MG-
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Ainda, dispe o artigo 931 cio Cdigo Civil:
"Ressalvados outros casos previstos em leiespecial, os empresrios individuais e as empresasrespondem independentemente de culpa pelos danoscausados pelos produtos postos em circulao".
Por outro lado, determina a Constituio Federal queo "Estado promover, na forma da lei, a defesa do consumidor"
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Ainda neste sentido, o artigo 12 do CDC trataespecificamente da responsabilidade do fornecedor pelo fato doproduto, estabelecendo que o agente econmico deve responder,INDEPENDENTE NTE DA EXISTNCIA DE CULPA, pelos danosocasionados aos consumidores em face de defeitos existentesnos produtos que comercializa:
nacional ou estrangeiro, e o importador respondem,independentemente da existncia de culpa, pelareparao dos danos causados aos consumidores pordefeitos decorrentes do projeto, fabricao,construo, montagem, frmulas, manipulao,apresentao ou acondicionamento de seus produtos,bem como por informaes insuficientes ouinadequadas sobre sua utilizao e riscos".
Assim, ao escolher a atividade empresarial e colocarprodutos no mercado, a empresa requerida tambm assumiu, emcarater objetivo, o risco de produzir danos a coletividade.Neste sentido, ressalta-se que o sustentculo da obrigaoest na possibilidade do dano que os atos da empresa possamtrazer s pessoas e aos bens e valores naturais.
No presente caso, a empresa requerida produziu ecolocou no mercado produto imprprio para consumo humano,expondo concretamente o autor a danos, notadamente de ordemmoral.
Outrossim, segundo a doutrina, nos termos do artigo12, 30, inciso II do Cdigo de Defesa do Consumidor,presume-se a imperfeio do produto, cumprindo ao fornecedor onus de demonstrar a sua inexistncia.
Neste sentido, esclarece ANTNIO HERMEN DEVASCONCELJOS E BENJAMIN:
"'Consequentemente, nos termos da lei brasileira, oconsumidor, em ao de responsabilidade civil poracidente de consumo, tem que provar apenas seudano e o nexo causal entre este e o produto ouservio que adquiriu. Cabe ao responsvel legal,em seguida, estabelecer que o dano, embora causadopelo produto ou servio, no o foi em razo de umdefeito; ou ainda, que para o dano, apesar deprovocado pelo bem, no contribuiu qualquer aoou omisso sua"
Assim, compete ao requerido, no esteio do disposto no 30 do artigo 12 do CDC, para eximir-se da responsabilidade,comprovar que no colocou o produto no mercado (negativa deao> ou, embora haja colocado o produto no mercado, o defeitoAv. Antnio Olmpio de Morais, 7 1-centro-cep:35.500-005-Divinpolis/ MG-
ROBKRVAN FARIAAdvogado
inexiste (negativa de dano) ou, por fim, a culpa exclusiva doconsumidor ou terceiro (negativa de nexo de causalidade).
Diante de tais consideraes, consagrou-se aRESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA do fornecedor (como gnero)pelos fatos dos produtos e servios.
Em importante jurisprudncia, o Egrgio Tribunal deJustia de Santa Catarina, em acrdo produto da festejadainteligncia do Des. Monteiro Rocha, Relator, examinou casomuito similar ao do autor. (AC 98.009680-4 de Tubaro).
Nos autos da apelao civil, o culto Relatorexplicou, citando a melhor doutrina, aos discorrer sobre osdefeitos de produo, que esto includos no risco daatividade econmica, inseparvel da expectativa de lucro nomoderno mercado empresarial de massa:
"Os defeitos de produo, por sua vez, so aquelesque se manifestam em alguns exemplares do produto,como decorrncia de falha instalada no processoprodutivo, mecnico ou manual, e cuja incidncia,portanto, encontra-se numa relao imediata com ocontrole de qualidade desenvolvido pela empresa."Entre as caractersticas mais marcantes destamodalidade de defeito, podemos assinalar a suainevitabil1idade. Os defeitos de produo escapam aqualquer controle e surgem, por obra do acaso,como parte integrante do risco do negcio. (
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normalmente desenvolvida pelo autor do danoimplicar, por sua natureza, risco para os direitosde outrem".
"Art. 931. Ressalvados outros casos previstos emlei especial, os empresrios individuais e asempresas respondem independentemente de culpapelos danos causados pelos produtos postos emcirculao".
O 60, inciso II, do art. 18, do CDC, determina que"os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados,falsificados, corrompidos, fra udados, nocivos vida ou asade, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com asnormas regulamentares de fabricao, distribuio ouapresentao".
In casu, no h dvida que o dano provocado noconsumidor (de esfera moral), pelo produto defeituoso,caracteriza aquele evento descrito na doutrina consumeristacomo fato do produto.
Vale citar, a titulo explicativo, importantedoutrina colacionada em outro relevante precedente:
"Todas as pessoas que introduzem qualquer produtono mercado de consumo, independentemente de culpa,so responsveis pela reparao de danos causadosaos consumidores, o contedo do caput do art. 12,j mencionado, envolve todas as etapas do fabricode qualquer produto. A descrio hipottica amais envolvente possvel. Compreende todo o cicloprodutivo. Exige um dever de diligente eaperfeioada fabricao, a partir do projeto,construo, montagem, frmulas, manipulao, etc."1"O dano moral consiste na penosa sensao daofensa, na humilhao perante terceiros, na dorsofrida, enfim, nos efeitos puramente psquicos esensoriais experimentados pela vitima do dano, emconseqncia deste, seja provocada pela recordaodo defeito ou da leso, quando no tenha deixadoresduo mais concreto, seja pela atitude darepugnncia ou de reao a ridculo tomada pelaspessoas que o defrontam" , in TJSC, 3* Cm.Civ., Ap. Civ. n. 97.001053-2, daCapital.
Assim, luz ds princpios previstos no artigo 60 eincisos do CDC, e diante do que dispe o 30, inciso III,artigo 12 do CDC, compete ao fornecedor, para no serresponsabilizado, provar a culpa exclusiva do consumidor ou de
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terceiro. Logo, no compete ao autor, de regraHIPOSSUFICIENTE, esgotar as investigaes para a busca do"culpado" pelo acidente de consumo. Este, at prova robusta emcontrrio, o fornecedor que ps no mercado produto avariado.
Entretanto, em contrapartida, tem-se que a mencionadaresponsabilizao encontra-se condicionada demonstrao doprejuzo sofrido na sade, integridade psquica ou bens depropriedade do consumidor, bem como do nexo de causalidadeentre o dano e o produto defeituoso.
Para tanto, farte nas regras contidas no artigo 60,inciso VIII, da Lei 8.078/90, dar-se- a INVERSO DO NUS DAPROVA, eis que caracterizada est a verossimilhana naalegao e a hipossuficincia do autor.
No caso em tela, presentes esto os trs elementosque implicam a responsabilidade objetiva da empresa requeridapelo acidente de consumo comprovado: 1- a ao da empresa; 2-o dano; 3- o nexo de causalidade.
I- DA AAO DA EMPRESA REQUERIDA
A ao do requerido consistiu em ter colocado nomercado, por ao ou omisso, produto imprprio ao consumohumano, somente se eximindo da responsabilidade se provar noo t-lo feito, conforme artigo 12, 30, inciso III do CDC.
Entretanto, no o caso, eis que fato notrio acolocao do produto no mercado.
2 - DO DANO MORAL E DA NECESSIDADE DE SUA REPARAAO
Uma vez demonstrada a prtica lesiva desenvolvidapelo ru e a absoluta ilegalidade dela, importa trazer tonaque esse fato ensejou dano a direito do autor.
ora, consoante j se asseverou, o esprio expedientecomercial utilizado pela requerida conspira de forma agressivacontra a sade, a dignidade prpria da vida do cidadoconsumidor.
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RoBERvAN FARIAAdvogado
Ao colocar a garrafa de refrigerante no mercado,ainda mais de marca consagrada mundialmente como a COCA-COLA,contendo visivelmente no seu interior nada mais nada menos queuma "embalagem plstica", mais precisamente um papel de bala,o requerido cometeu uma infrao aos direitos e interesses doautor concretamente considerado.
Ao adquirir o produto e no poder consumi-lo, alis,era seu refrigerante preferido, o Sr. Claudinei Rezende SenraAlves sofreu, em concreto, dano material. No entanto, em quepese tratar-se de um dano de pequena monta, no h dvidaquanto a relevncia moral jurdica do fato, diante daiminncia, qual foi exposto, de ingerir o liquidocontaminado na companhia de sua esposa e filhos.
O mesmo ocorre - ou ocorreu - com outros tantosconsumidores que podem ter adquirido produtos deteriorados e,pela pequena expresso financeira da unidade adquirida,permaneceram em silncio, circunstncia que dificilmentepoder ser aferida em sua plenitude.
Por outro lado, indubitavelmente, tem-se queencontrar um plstico deteriorado no interior de uma garrafade refrigerante, cuja marca consagrada mundialmente,ocasiona, em qualquer pessoa de sensibilidade razovel, umsentimento de INSEGURANA e de total VULNERABILIDADE.
Em que pese ser "Misso" do requerido proporcionaraos consumidores brasileiros um produto da mais altaqualidade, como bem estampa o documento anexo (doc.03),extraido do site da Coca-Cola, no bem essa a realidade daempresa.
Mais adiante no documento, como "Diretrizes e valoresda empresa", registram que nada mais importante para osucesso que a integridade das operaes, a absoluta qualidadede cada um dos produtos e o senso de responsabilidade portodas as aes.
Ora, qualidade de cada um dos produtos, integridadedas operaes? Isso no existe.
Bom lembrar ainda que, embora o autor no tenhaingerido o refrigerante, fato que ser sustentado pelorequerido na defesa, o dano subsistiu, pois inconcebveldeparar com fato to degradante como esse, de HUMLHAAO,VERGONHA E IMPOTNCIA.
Caso parecido aconteceu com o advogado Alexandre daSilva, que comprou uma garrafa de coca-cola e, momento antes
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de consumir o produto, encontrou mofo e bolor que tornavam oliquido totalmente imprprio para o consumo. Nem por isso, porno ter ingerido a bebida, deixou a empresa de ser punida,sendo condenada por danos morais em R$ 5.200,00. (doc.04>
Muito fcil para o ofensor sustentar sobre a"indstria do dano moral"; que a "tamig'erada indstria do danomoral" uma realidade no Brasil, alis, o que sempresustentam em suas defesas.
Por outro lado, se o Judicirio tem um papelimportante a desempenhar, no pode comungar com essa tese. oque est havendo uma inverso de valores, onde a vitima,aquela que sofre todo o tipo de dano, passa a ser a vil dahistria, ou seja, reprimida e taxada como a que querenriquecer-se sem justa causa. Ao revs, o.ofensor, aquele quedeveria ser condenado severamente pelo ato ilcito cometidofica impune, recebendo na maioria das vezes pfiascondenaes.
Ora, no h que se falar atualmente em "Indstria doDano Moral". Muitas empresas ainda se recordam do passado,vivenciando como se fosse hoje o deslumbramento dosjulgamentos por danos morais na primeira metade da dcada de90, na qual juizes s vezes empolgados com a normatividadeconstitucional propiciavam verdadeiro enriquecimento imoralaos autores de pequenas aes, para poderem punir os abusos.
ATUALMENTE EXISTE SIM, A VITIMA EM BUSCA DE SEUSDIREITOS, MUITO DAS VEZES DETURPADOS PELO PODER JUDICIRIO.QUE INVERSO DE VALORES ESSA? CHEGA DE IMPUNIDADE!
No que tange prova do dano desta natureza,doutrina e jurisprudncia ptrias j fixaram o conceito deque no necessrio (e at mesmo possvel> invadir-se aesfera psicolgica de quem alega que sofre a dor paraverificar se h, de fato, sofrimento.
Nestes casos presume-se o dano moral a partir daprova da existncia do ato ilcito. o que ocorre no caso emtela. H muito j foi superada pela jurisprudncia ptria atese que requer prova cabal do dano moral. Afinal, o que sepoderia esperar? A juntada de um invlucro contendo lgrimasde desgosto? A captura fotogrfica da expresso de abalo doautor lesado?
de se entender, data venia, ser mais quepresumvel o constrangimento causado quele que tem a suaintegridade psicolgica conspurcada pela presena de um corporepugnante no interior da garrafa de refrigerante que estava
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ROBERVAN FARIAAdvogado
prestes a ser consumida e s no o foi porque percebido, desbito, o estado do produto. Seria ilgico considerar que nosofreu abalo emocional diante do presumvel nojo,considerando seu histrico de consumidor do produto.
In casu, o desvalor do procedimento em no procedercom as cautelas necessrias limpeza e esterilizao dagarrafa foi imenso. No se pode conceber que numa sociedadedemocrtica, onde se luta pelo aperfeioamento dos mecanismosque venham garantir ao cidado o pleno exerccio dos atributosda cidadania, inclusive com a efetiva implementao dalegislao consumerista, onde esto insculpidas garantiasbsicas ao consumidor, como o respeito vida, sade, dignidade, apaream ainda casos, diramos, "NOJENTOS EBIZARROS" como esse.
A tudo isso, questiona-se tambm os mecanismos defabricao do refrigerante, pois se de tudo, nos deparamos comuma embalagem de bala, imagine-se o que o autor e milhares deconsumidores andam ingerindo de impurezas, principalmentequando no se est ao alcance visual.
Que refrigerante esse Excelncia, que prega junto amdia, por exemplo, ser a parceira mais antiga da FIFA, quegasta bilhes e bilhes de marketing por ano e s ocultas pecapela higiene na sua fabricao? Onde est o controle dequalidade dessa empresa?
Como bem estampa o documento colacionado anexo(doc.05>, extraido do sie do IDEC, a empresa requeridaRefrigerantes Minas Gerais Ltda j velha conhecida da,justia, pois mesmo sofrendo condenao, ainda insiste em noprocurar aperfeioar seus mecanismos de fabricao. A decisofoi do Meritssimo Juiz da 4' Vara Cvel de Belo Horizonte/MG,condenando a empresa a pagar uma indenizao de R$ 20.000,00(vinte mil reais> a um garoto e a seus pais, por ter o meninoingerido um FIO METLICO que estava dentro de uma lata deCoca-Cola.
No caso em tela, no fosse a diligncia do autor,poderia ter ingerido o liquido, como tambm seus filhos teremservido e tomado o refrigerante contaminado por conta prpria,vindo a lev-los a bito, por que no?
Por fora desse posicionamento, de se indagar: Parao ocorrncia do dano moral, deve o consumidor sujeitar-se atodo tipo de contaminao, intoxicao e at mesmo risco demorte? Evidente que no Excelncia.
Av. Antnio Olmpio de Morais,. 71-centro-cep:35.500-OO5--Divinpolis/MG-(37J3221-5300/SSOL-569 8 [email protected]
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Cumpre destacar aqui, trecho do posicionamento doDesembargador Relator Luiz Ary Vessini de Lima, em decisoprolatada em face da Apelao Cvel no 70002240265 da 108Cmara Cvel do tribunal de Justia do Rio Grande do Sul,segundo o qual 11 .. Na verdade, os consumidores em geral nodispem de conhecimento tcnico e cientfico para avaliar aqualidade dos produtos que utilizam. Tampouco possueminformaes a respeito da forma como so fabricados, se naoseguidas normas basilares de higiene nas etapas desseprocesso. Por isso, a confiana nos fornecedores um aspectofundamental para a tranqilidade de todos os cidados. De suaquebra, decorre uma sensao de medo e impotncia, j que, navida moderna, tornou-se praticamente impossvel no fazer usode bens manufaturados ..."1.
Em referido julgado, foi consagrada a seguinteementa:
"ELAAO CVEL. DANO MORA.-1ESPONiSAILIDADE6FORNECEDOR PELO -FATO DO PRODUTO. Nos termos do{artigo 12. do Lei 8.0,78/90, cumpre ao agente1economico a reparao do abalo psicolgico sofridopelo-. onstmidor .-qu- e encontra . fragmento .s de barataf,n interior de uma gar rafa de refrigerante, emboraino consumida. Dno moral caracterizado. Quebra da!co.nfiana. Sentimento de vulnerabilidade. e,impotncia. Nexo de causalidade evidente entre .aileso e o produto defeituoso. Presuno doiidefeito, em consonncia com o artigo 12, 30, Irdo CDC, e macio entendimento doutrinrio..Ausncia de demfonstrao por parte da r da sua,;inexistncia. No conhecimento do agravo retido.!Falta de reiterao nas contra-razes recursais.jApeio. provido." Apelao Cvel n. 700022A40265,iDcima Cmara C:vel,, Tribunal de Justia do, RSI1Relator: Des. Luiz_ Ary Vessini de Lima, julgado em,
Ainda, em situaes semelhantes, destacam-se osseguintes julgados pertinentes aos danos psicolgicos:
~PELAO CI-V "SPN4SABILIDAb CIVIL. DANO' MORAL.CHOOLAE Com LARVAS INCRUSTADAS.. ACIDENTE DE CONSUMO..'FATO DO? PRODUTO. DEVER -DE QUALIDADE. RESPONSABILIDADE,OBJETIVA. DM40 MORAL IN RE IPSA. INOCORRENCIA DE FATO'DE TERCEIRO. QUMJTUM INDENIZATRIO.Chocolate contendo larvas incrustadas, 'detectadasquando- o consumidor abri a -embalagem, configuraacidente. de consumo por -defeito do produto,.,~ uma vez,que: ;no.- ofereceu:..'. a- segurana. -que 'dt&l podia
Av.Antnio lpioe Mrai, 1-centro-cep:35.500-005-Divinpolis/ MG-(37)322 1-5300/8801-5698 IAv. ntno Olmpi de orai, [email protected]
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ROBERVAN FARIAAdvogado
mais~ nova e rnbderna -doutrina~ aponta deverw., dejIguliddenas relaes de' crsum como um,'dos grandesi
Inortes institudos* pelo cdigo de defesa dod!consumidor.Consid 'era"n -do-se a aplicao da legislao especial ao,caso em? tela, impe-se a responsabilizao dofornecedor na forma objetiva, o que significa adispensa da prova de culpa para restar evidenciado o,dever de indenizar, bastando a existncia do dano e dopnexo de causalidade.No h falar da prova,~ do dano moral no caso emjoment: urna vez que este no se comprova -atravs dos',mesmos meios utilizados: para verificao do dano;'material. Basta, para tanto, apenas a prova daexistncia d ato ilcito. O dano moral. existe ia rejipsa. Provada a ofensa,. ip.so. facto est demonstrad& o,dano moral.
Em nome. -de uma exegese mais consentnea ao espiritol egisltiyo,., de amparo parte 1mais fraca na relaAo!de consumo e conseqente facilitao da defesa do,:consumidor, o comerciante, ou seja, aquele que estoca;ie/ou guarda a mercadoria em seu, estabelecimento, no'%pode ser tomado como terceiro na lide.O valor arbitrado na indenizao por danos morais deve;atender a uma dupla finalidade: reparao e represso.,E, portanto,, deve ser observada a capacidade econmIca.'do atingido, mas tambm dos ofensores, de molde a que~no haja enriquecimento injustificado, mas que tambmno iastreie indenizao que no atinja o carterl;pedaggico a, .que se prope, razo pela qual se f ixa o'Iva1or de 10 salrios mnimos.lAPELO2PROVIDO.- *IApelao.Cvel: No'na CnirC ivel .-Comarca dle Porto AlegreEICA HELENA DA SILVA LOCOLICHIO: APELANTE
KRAFT FOCOS. BRASIL S A: APELADO
~&O'Sti1IOROLC j CM.RSTOS DE INSETO. J5N mORACONCEDIDO. FUNAO INIBITRIA. PRINCPIOS DAPROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. VALOR ELEVADOSEGUNDO PRECEDENTE, DA. CAMAPA. JUROS E CORREAO.PUBLICAAO. PEDIDO NA CONSTANTE NA INICIAL. APELAO~PARCIALMENTE PROVIDA. MAIORIA.
1W ROBERVAN FARIAAdvogado
~RATERIADO PLO SN!TMENTO DEREUSA TEDHILHACAO POR SER LEVADA A DEPARAR COM REFRIGERANTE:
,EM CIRCUNSTANCIA TAO DEGRADANTE AO SER HUMANO.- VALOR''DA REPARACAO REDUZIDO, SEM ALTEEACAO, DA DISTRIBUICAO',DA SUCUbffENCIA, POR TER, A QUANTIA INDICADA NA.iINICIAL, CAPATER APENAS ESTIMATRIO. APELACAO PROVIDA,EM PARTE-, (APELAO. CVEL No 70004112710, QUINTACMARA CVEL, . TRIBUNAL *DE JUSTIA DO RS, RELATOR: LEOILIMA, JULGADO EM 08/08/2002). NOS termos do art. 12 da'Ilei 8.,078 /90, .cump.te :o agente econ mico a reparaojdo barl psicolgido- sofrido -pelo consumidor quejencontta fragmentas-.'de barata no 'interior. de umajgarraf -de refrigerante. 'Dano - moral caracterizado.''Quebra da confiana. Sentimento de vulnerabilidade eimpotncia. Nexo de causalidade evidente entre a lesoeo produto defeituoso. Presuno do defeito, em:
cononncia com o art. 12, 30; 11, do CDC, e maci&entendimento doutrinrio. Ausncia de demonstrao po
ROBERVAN FARIAAdvogado
nenhum os compensaria adequadamente do prejuzo acaso sofrido,insuscetvel de medir-se com o metro da pecnia.
Extrai-se do documento anexo 322 1-5300/8801-5698 14rgcfariaig.com.br
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evitar o enriquecimento exagerado dos consumidoresindividuais, restando constrangidos a condenar em quantiasefetivamente significativas as empresas que lesam, diria esistematicamente os consumidores, como se as lesesintegrassem (e de fato integram> o clculo de custo daatividade empresarial.
Desculpe Excelncia, mas o que temos visto emresposta a tais casos,so que as condenaes por danos moraisderivados de fatos de produtos ou servios, tem sidoconfortvel aos juizes. Arbitram danos em valores que soconsiderveis para as pessoas lesadas, mas insignificantespara as empresas, alis, que no fazem nem ccegas noplanejamento econmico - .
Portanto, se para evitar a ridicularizao dajustia, o valor a ser arbitrado por Vossa Excelncia deverser no sentido de dar efetividade ao carter educativo einibidor da condenao.
3 - NEXO DE CAUSALIDADE
Por fim, os requisitos necessrios configurao doilcito e respectiva responsabilidade civil do requeridoencontram-se devidamente comprovados nos autos, j que aquesto da culpa no se impe nesta natureza de relaojurdica.
DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer a vossa Excelncia:
a> A CITAO do requerido, por meio de carta com AR, napessoa de seu representante legal para responder,querendo, no prazo legal, a presente ao, sob pena derevelia e julgamento antecipado;
b) Seja julgado PROCEDENTE o pedido, condenando o requeridoao pagamento de indenizao por danos morais a serexemplarmente arbitrada por Vossa Excelncia, comcorreo monetria a partir do ajuizamento da presenteao;
c) A condenao do requerido nas custas processuais ehonorrios advocatcios em 20% (vinte por cento) sobre ovalor da condenao;
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ROBERVAN FARIAAdvogado
d> A INVERSO DO NUS DA PROVA em favor do consumidor, nostermos do art. 60, inciso III do Cdigo de Defesa doConsumidor.
e> A concesso dos benefcios da GRATUIDADE JURDICA (Lei1.060/50>, urna vez que o autor no rene condies dearcar com as custas e despesas processuais, sem prejuzoprprio e de sua famlia, consoante Declarao de Pobrezaanexa e Declarao de ISENTO do IR.
f> Para fins de prova material e consequentemente pericial,requer a juntada da garrafa de refrigerante avariada, queficar em poder e guarda da secretaria desta distinta Vara.
g) O translado de todo o processado ao Membro do MinistrioPblico, Curadoria do Consumidor, para as providnciaslegais cabiveis, bem como a expedio de ofcio ANVISA(Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria>, para queinspecione rigorosamente as dependncias do requerido,sobretudo quanto higiene nos mecanismos de produo dorefrigerante.
DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios deprovas admitidos em direito, especialmente pelo depoimentopessoal do representante legal do requerido, sob pena deconfesso, oitiva de testemunhas, cujo rol ser declinadooportunamente e pericial, sem prejuzo do mais queeventualmente se fizer necessrio completa elucidao dosfatos nesta articulados.
VALOR DA CAUSA
causa, para fins meramente fiscais, d-se o valorde R$ 5.000,00.
Pede Deferimento.
Divinpolis, 24 de julho de 2006.
Av. Antnio Olmpio de Morais, 7 1-centro-cep:35.500-005-Divinpolis/MG-(37)322 1-5300/8801-5698 [email protected]
(e-STJ Fl.20)D
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