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EXMO(A) SR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL PREVIDENCIÁRIO DE
SANTA MARIA - RS
XXXXXXXXXX, já cadastrado
eletronicamente, vem, com o devido respeito, perante
Vossa Excelência, por meio de seus procuradores,
propor
REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL
pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que
passa a expor:
1. DOS FATOS:
O Autor requereu, junto à Autarquia Previdenciária, a concessão do benefício de
Aposentadoria por Tempo de Contribuição. Entretanto, conforme a carta de concessão/memória
de cálculo (doc. em anexo) foi concedida Aposentadoria Proporcional. Com isso, a renda mensal
inicial foi calculada de maneira incorreta, diminuindo o seu valor e acarretando prejuízos
financeiros ao Requerente.
Tal acontecimento indevido motiva a presente demanda.
Dados do Benefício
Número do benefício XXXXXXXXXXX
Tipo de benefício Aposentadoria Proporcional por Tempo de Contribuição.
Data do requerimento 25/03/2004
2. DO DIREITO
A Aposentadoria por Tempo de Contribuição encontra-se estabelecida no art. 201, § 7o, I,
da Constituição Federal e nos arts. 52 a 56 da Lei 8.213/91. O fato gerador da aposentadoria em
apreço é o tempo de contribuição, o qual, na regra geral da legislação é de 35 anos para os
homens.
Todavia, existe uma variante deste benefício, denominada Aposentadoria Proporcional
por Tempo de Contribuição, disciplinada pelo art. 9º, §1 da EC 20/98, atingindo os segurados
filiados à Previdência Social antes da data de sua vigência e que ainda não haviam completado o
tempo mínimo para a obtenção de uma Aposentadoria Proporcional por Tempo de Serviço, nos
termos dos artigos 52 e 53 da Lei 8.213/91.
Assim, para aqueles que possuem entre 30 e 34 anos de serviço, existe um coeficiente
para o cálculo da renda mensal inicial. Desta forma, para avaliar o salário final, é utilizado 70%
do salário de benefício, acrescido de 5% para cada ano adicionado ao tempo mínimo e ao
pedágio (período que faltava para atingir os 30 anos de serviço multiplicado por 40%, no
momento da entrada em vigor da EC 20/98).
Com a análise da carta de concessão/memória de cálculo (doc. em anexo), percebe-se que
foi utilizado o coeficiente de 0,75, gerado a partir do tempo de serviço reconhecido pela
Autarquia: 32 anos 7 meses e 17 dias.
Ocorre que a Previdência deixou de considerar o contrato de trabalho referente ao
período de 24 de dezembro de 1965 a 18 de junho de 1968 (CTPS em anexo). Nesse sentido,
desprezou 2 anos 5 meses e 25 dias. Assim, o tempo de serviço correto corresponde a 35 anos e 1
mês e 7 dias.
A partir disso, houve um erro no cálculo, pois o tempo de contribuição ultrapassou os 35
anos e, por isso, não deveria ter sido utilizado o coeficiente para diminuição da renda mensal
inicial. Assim, o valor correto corresponde a 100% do salário de benefício, o que é
equivalente a RS 333,87. Como a renda calculada anteriormente correspondia a R$ 250,40,
conclui-se que foi suprimida mensalmente a quantia de R$ 83,47 (valor que deve ser
corrigido).
Cabe acrescentar que conforme o Decreto-lei 5.452, art. 403, parágrafo único e posterior
modificação com o decreto lei nº 229/67 (legislações em vigor na época do contrato referido
acima), era permitido o trabalho aos maiores de 14 anos e, sendo assim, este período deve ser
empregado para computação do tempo de contribuição.
3 – DO PEDIDO
FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:
1) A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, tendo em vista que o Autor
não tem como suportar as custas judiciais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;
2) O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural;
3) a citação do INSS, por meio de seu representante legal, para que, querendo, conteste;
4) A produção de todos os meios de prova, principalmente a documental;
5) O julgamento da demanda com total procedência, condenando o INSS a:
a) Reconhecer o tempo de serviço entre 24 de dezembro de 1965 a 18 de junho de 1968;
b) Refazer o cálculo da renda mensal inicial desconsiderando-se o coeficiente de 0,75,
aplicando em substituição o coeficiente 1.
c) Pagar as diferenças que se formarem em decorrência da revisão aqui pleiteada, bem
como o pagamento das parcelas vencidas e vincendas, corrigidas desde a época da
competência de cada parcela até o efetivo pagamento;
d) Requer que seja determinada a incorporação ao benefício da parte autora a vantagem
decorrente da revisão postulada acima e seus reflexos nas rendas mensais seguintes,
devendo o valor revisado ser mantido até a extinção do benefício;
N.T.P.D
Dá à causa o valor1 de R$ 5.816,80.
Santa Maria, 13 de Fevereiro de 2008.
XXXXXXXXXXXXXX
1 Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ 1.166,28) + parcelas vencidas (R$ 4.650,52) = R$ 5.816,80.