Inovacoes No Sistema de Embalagens Nas Areas Nanotecnologia Radiofrequencia Design e Seguranca

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    ALEXANDRA MARA SCHRAMM

    INOVAES NO SISTEMA DE EMBALAGENS NAS REAS DENANOTECNOLOGIA, RADIOFREQUNCIA, DESIGNE SEGURANA

    SO CAETANO DO SUL

    2012

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    ALEXANDRA MARA SCHRAMM

    INOVAES NO SISTEMA DE EMBALAGENS NAS REAS DENANOTECNOLOGIA, RADIOFREQUNCIA, DESIGNE SEGURANA

    Monografia apresentada ao curso de Ps-

    Graduao em Engenharia de Processos

    Industriais nfase em Engenharia de

    Embalagem do Centro Universitrio do Instituto

    Mau de Tecnologia para a obteno do ttulo

    de Especialista

    Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Dantas Cabral

    SO CAETANO DO SUL

    2012

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    Schramm, Alexandra Mara

    Inovaes no sistema de embalagens nas reas de nanotecnologia,

    radiofrequncia, design e segurana/Alexandra Mara Schramm So Caetano do Sul, SP: IMT-CEUN,

    2012.

    85 p.

    Monografia Ps-Graduao em Engenharia de Embalagem. CentroUniversitrio do Instituto Mau de Tecnologia, So Caetano do Sul, SP,2012.

    Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Dantas Cabral

    1. Sistema de embalagens 2. Inovaes 3. Nanotecnologia 4.Radiofrequncia 5. Design de Embalagens 6. Segurana deEmbalagem. I. Cabral, Antonio Carlos Dantas II. Instituto Mau deTecnologia. Centro Universitrio. Escola de Engenharia de Mau. III.

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    DEDICATRIA

    Dedico este trabalho aos meus pais Nelson Schramm ( in memoriam) e Lili MariaSchramm que sempre deixaram claro que a melhor herana que eles poderiam me

    dar era a educao. Ao meu companheiro, amigo e marido Willian, que contribuiu

    para realizao deste trabalho.

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    RESUMO

    O presente estudo foi baseado em uma reviso bibliogrfica e teve como objetivo

    descrever algumas das inovaes no sistema de embalagens nas reas denanotecnologia, radiofrequncia, design de embalagens e segurana de embalagem

    identificando se so inovaes de ruptura ou incremental, apresentando o histrico,

    conceitos e a aplicabilidade destas reas em embalagens. A nanotecnologia uma

    cincia nova, onde esto sendo feitas vrias pesquisas, porm h necessidade de

    tir-las do laboratrio e produzir em larga escala. A viabilidade econmica dos

    insumos e equipamentos no est de acordo com o mercado, porm medida que

    se consegue produzir estes produtos em larga escala, as inovaes so de rupturapois so criados produtos que at ento no existiam e os produtos de inovao

    incremental melhoram significativamente o produto. A tecnologia de radiofrequncia

    est sendo utilizada para rastreabilidade, visa reduzir a falsificao em indstrias e

    viabilizar a logstica. O designde embalagens vem como ferramenta para conquistar

    consumidores como adultos de terceira idade, crianas e pessoas portadoras de

    necessidades especiais. A segurana de embalagens surgiu com as falsificaes no

    mercado e as violaes de produtos. Cada uma destas reas pode ter inovaes

    tanto incremental como de ruptura dependendo do caso. As reas de

    nanotecnologia, radiofrequncia, design e segurana so promissoras nas

    inovaes para o sistema de embalagens.

    Palavras-chave: Sistema de Embalagens. Inovaes. Nanotecnologia.

    Radiofrequncia. Designde Embalagens. Segurana de Embalagens.

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    ABSTRACT

    This study is based on a literature review and aims to describe some of the

    innovations in packaging in the areas of nanotechnology, RF, packaging design andpackaging security by identifying whether they are incremental or breakthrough

    innovations. It will be presented the history, concepts and applicability of these areas.

    Nanotechnology is a new science, where several studies are being done, but still not

    able to take research from laboratory to production scale and economic viability of

    supplies and equipment are not in accordance with the market. But the measure that

    can produce these products in large-scale innovations are breakthrough products

    that are created because until then there were none and the products of incrementalinnovation frighteningly improve the product. The RF technology is being used for

    traceability, aims to reduce counterfeiting in industries and enable logistics. Design

    packaging comes as a tool to win over consumers as adults for the elderly, children

    and people with special needs are. The security packages came up with the

    counterfeits in the market, violations of products. Then each of these areas can have

    innovations in incremental burst as the case may be. The areas of Nanotechnology,

    RF, packaging design and safety innovations in packaging are promising for the

    packaging system.

    Keywords: Packaging System. Innovations. Nanotechnology. Radiofrequency.

    Packaging Design. Security Packaging.

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    LISTA DE ILUSTRAES

    FIGURA 1 REPRESENTAO DO SISTEMA DE EMBALAGENS ...... 16

    FIGURA 2 CAMPOS DE AO DA INOVAO ................................... 19

    FIGURA 3 IMPACTO DA INOVAO .................................................. 20

    FIGURA 4 NANOCOMPSITO ............................................................. 32

    FIGURA 5 NANOARGILAS PARA MELHORAR BARREIRA DE O2 EM

    GARRAFAS PET DE CERVEJAS ........................................ 34

    FIGURA 6 NANOFIBRAS DE CELULOSE, NANOARGILAS ................ 34

    FIGURA 7 BANDEJAS PLSTICAS COM NANOESFERAS DE PRATA . 34

    FIGURA 8 ETAPAS DE DETERIORAO DE BEBIDAS ......................... 35

    FIGURA 9 LIBERAO DE CONSERVANTES CONTROLADOS POR

    CHAVE BIOLGICA NANOESTRUTURA ............................... 41

    FIGURA 10 INDICADOR NANOCRISTALINO ............................................ 46

    FIGURA 11 DESIGN DE EMBALAGENS LEITE MOA .......................... 56

    FIGURA 12 AS RELAES DO DESIGNDE EMBALAGENS ................... 58

    FIGURA 13 OS FUNDAMENTOS DA EMBALAGEM .................................. 58

    FIGURA 14 SACOLAS BIODEGRADVEIS DE SUPERMERCADO ........

    61

    FIGURA 15 LEITURA DE DADOS .............................................................. 62

    FIGURA 16 EMBALAGENS COMO FUNO DE TRANSPORTE ............ 63

    FIGURA 17 EMBALAGENS AUTOMODELVEIS ..................................... 64

    FIGURA 18 MARMITA NANOTECNOLGICA .......................................... 65

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    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 INOVAO RADICAL VS. INOVAO INCREMENTAL

    DIFERENAS TRADICIONALMENTE DESCRITAS NA

    LITERATURA SOBRE INOVAO ................................ 22

    TABELA 2 CONCEITOS DE INOVAO INCREMENTAL EDISRUPTIVA ................................................................ 23

    TABELA 3 CARACTERSTICAS DOS MATERIAISNANOESCALARES ..................................................... 29

    TABELA 4 APLICAES DE NANOCOMPSITOS PARAEMBALAGENS ............................................................ 38

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ............................................................................ 112 OBJETIVO.................................................................................. 13

    2.1 OBJETIVO PRINCIPAL .............................................................. 132.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................... 132.3 DEFINIO DO PROBLEMA ..................................................... 142.4 QUESTO CENTRAL ................................................................ 142.5 CONTRIBUIO DO TRABALHO ............................................. 143 REVISO BIBLIOGRFICA...................................................... 153.1 SISTEMAS DE EMBALAGENS .................................................. 153.2 INOVAO ................................................................................ 183.2.1 Inovao Radical ou de Ruptura............................................ 253.2.2 Inovao Incremental .............................................................. 26

    4 DESENVOLVIMENTO............................................................... 284.1 NANOTECNOLOGIA ................................................................. 284.1.1 Histrico da Nanotecnologia.................................................. 284.1.2 Conceitos da Nanotecnologia ................................................ 294.1.3 Vocabulrio da Nanotecnologia ............................................ 304.1.4 reas da Nanotecnologia...................................................... 314.1.5 Cincia dos Materiais ............................................................. 314.1.6 A Nanotecnologia e as Embalagens..................................... 334.1.7 Aplicaes de Nanocompsitos........................................... 354.1.8 Relato de Casos..................................................................... 374.1.8.1 Bayer ........................................................................................ 37

    4.1.8.2 Honeywell Engineering ............................................................ 394.1.8.3 Triton ........................................................................................ 404.1.8.4 Nanocor .................................................................................... 424.1.8.5 Clemson University .................................................................. 424.1.9 Aplicao para Alimentos ..................................................... 434.1.10 Aplicao em Etiquetas e Traadores ................................. 444.1.11 Embalagens e Nanossensores ............................................ 464.1.12 Inovao de Ruptura ou Incremental .................................. 484.2 RADIOFREQNCIA ERA DA ETIQUETA INTELIGENTE . 484.2.1 Histrico da Radiofreqncia.............................................. 48

    4.2.2 Conceito da Radiofreqncia............................................... 494.2.3 Aplicaes da Radiofrequncia.......................................... 504.2.3.1 Supermercados....................................................................... 504.2.3.2 Maquinrios ................................................................................ 514.2.3.3 Etiquetagem Individual ............................................................... 524.1.13 Inovao de Ruptura ou Incremental ..................................... 544.3 DESIGNDE EMBALAGENS ..................................................... 544.3.1 Histrico das Embalagens ...................................................... 544.3.2 Conceito das Embalagens ...................................................... 554.3.3 Fundamentos do Designde Embalagens ............................ 574.3.4 Aplicao Desenhando o Futuro das Embalagens 594.3.5 Inovao de Ruptura ou Incremental ................................... 684.4 SEGURANA DE EMBALAGENS ........................................... 684.4.1 Histrico da Segurana de Embalagens ............................... 68

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    4.4.2 Conceitos de Segurana de Embalagens.............................. 694.4.3 Aplicaes de Segurana de Embalagens............................ 694.4.4 Inovaes de Ruptura e Incremental ...................................... 735 METODOLOGIA........................................................................ 75

    6 CONCLUSO ............................................................................ 77REFER NCIAS ......................................................................... 79

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    1 INTRODUO

    Devido ao grande desenvolvimento do mundo e com o intuito de manter um

    mercado competitivo, pesquisas esto sendo feitas para tornar as embalagens mais

    sustentveis, econmicas, ergonmicas, criativas e que quebrem paradigmas.

    A vida das pessoas hoje muito dinmica, comparada com alguns anos

    atrs. A rapidez das mudanas faz com que o ser humano seja gil e que esteja

    sempre atualizado. Para acompanhar o ritmo desta massa evolutiva, a inovao o

    ponto chave para no se perder nesta jornada. Muitas pesquisas esto sendo

    desenvolvidas no sistema de embalagens. No s na produo das embalagens,mas em toda a cadeia.

    A nanotecnologia est desenvolvendo vrias pesquisas para melhorar as

    propriedades dos materiais para que os produtos desacelerem a deteriorao. E

    mais, desenvolvendo materiais para que as embalagens avisem quando os produtos

    como alimentos ou bebidas estejam em deteriorao. Mas at o momento, o maior

    desafio produzir em escala industrial e minimizar os custos com matria-prima.Quando estes estudos sarem do laboratrio para escala industrial sero inovaes

    de ruptura, ou seja, quebraro paradigmas do mercado, mudando at

    comportamentos.

    A logstica no sistema de embalagem j est sendo beneficiada e poder se

    tornar melhor com rastreabilidade atravs da radiofrequncia, por exemplo. Outro

    benefcio o sistema de leitura de cdigos de barras que podero diminuir as filasem supermercados. Sempre trazendo inovaes tanto de ruptura quanto

    incremental, dependendo do caso.

    O design importantssimo para que se d forma aos produtos nas

    embalagens. Este um ramo que trabalha muito com a inovao incremental, pois

    h sempre melhoria nos produtos que j existem. H tambm inovaes de ruptura,

    porm para este tipo de desenvolvimento requer um investimento bem forte e sem

    garantias de retorno.

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    A segurana de embalagens para evitar fraudes, principalmente no ramo

    farmacutico to afetado com esse tipo de delito. A segurana de embalagens traz

    inovaes tanto de ruptura como incremental.

    Estas tecnologias iro trazer inovaes tanto de ruptura como incremental,

    dependendo do caso, porm o importante se ter um desenho do futuro.

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    2 OBJETIVO

    2.1 OBJETIVO PRINCIPAL

    Descrever o histrico, conceitos, aplicao nas reas de nanotecnologia,

    radiofrequncia, design e segurana e que tipo de inovao, incremental ou de

    ruptura, esto no sistema de embalagens.

    2.2 JUSTIFICATIVA

    O setor de embalagens movimenta anualmente 500 bilhes de dlares no

    mundo, segundo Gasparin (2010) e a estimativa de investimentos em pesquisa nas

    reas de tecnologia como a nanotecnologia movimenta 385 milhes de dlares,

    Moore (2009). Com estes investimentos a evoluo da tecnologia vem oferecendo

    novas opes de materiais de embalagens. Em 2015, estima-se que os

    investimentos na rea da nanotecnologia ficaro em torno de 1 trilho de dlares,Moore (2009).

    Em 2010, a radiofrequncia (RFID) movimentou 3 bilhes de dlares no

    mundo, segundo Stamford (2012) e tem sido impulsionada pela logstica e por

    novas aplicaes em vrios setores, como sade, indstria alimentcia,

    entretenimento, transportes, varejo, agronegcio, petrleo, gs etc.

    Com estes investimentos, nas reas de nanotecnologia e radiofrequncia que

    so tecnologias que fazem parte da inovao de ruptura, o retorno garantido. J o

    design de embalagens pode trabalhar tanto com a inovao de ruptura como

    incremental, assim como segurana em embalagens.

    Com este estudo pode-se saber quais as pesquisas esto em andamento e

    se so inovaes de ruptura ou incremental.

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    2.3 DEFINIO DO PROBLEMA

    As tecnologias so importantes para o desenvolvimento de novos produtos,

    que movimentam o mercado de embalagens. Descrever as pesquisas e as

    inovaes, sendo de ruptura ou incremental, d uma viso ampla de como estar o

    mercado em mdio e longo prazo.

    2.4 QUESTO CENTRAL

    Quando se reconhece o tipo de inovao, radical ou incremental, isto podegerar consequncias competitivas grandes ou requerem diferentes focos para que

    sejam introduzidas?

    2.5 CONTRIBUIO DO TRABALHO

    A contribuio deste trabalho foi demonstrar algumas pesquisas e como elasiro inovar as quatro tecnologias apresentadas.

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    3 REVISO BIBLIOGRFICA

    3.1 SISTEMAS DE EMBALAGENS

    Desde os mais remotos tempos, o homem teve necessidade de proteger e

    transportar os produtos. As primeiras embalagens surgiram h mais de 10.000 anos

    e serviam como simples recipientes para beber ou estocar (ABRE, 2004). Depois

    veio a comercializao, onde foi agregado o transporte e assim comeou o ciclo que

    se chama sistema de embalagens (SE).

    Aps a Segunda Guerra Mundial, os produtos j eram comercializados nossupermercados, onde o comportamento das pessoas tambm abria espao para tal

    evento. medida que as cidades expandiam, as embalagens tambm se

    posicionavam de forma a acompanhar o comportamento das pessoas. A evoluo

    dos meios transportes, da comunicao, a expanso das cidades e o xodo rural

    foram cruciais para o aumento do consumo de alimentos industrializados,

    (CAVALCANTI e CHAGAS, 2006).

    O sistema de embalagens alm da rpida evoluo teve inovaes,

    reengenharias, adaptaes e foi ganhando cada vez mais espao e importncia no

    mercado, pois alimentado pelas necessidades do mercado/consumidor, inovaes

    tecnolgicas e incertezas econmicas.

    As embalagens apresentam uma ampla variedade de formas, modelos

    e materiais, e fazem parte de nossa vida diria de diversas maneiras,

    algumas reconhecidas coincidentemente, outras de influncia bemsutil, todas, porm, proporcionando benefcios que justificam a sua

    existncia. O produto e a embalagem esto se tornando to inter-

    relacionados que j no podemos considerar um sem o outro. O

    produto no pode ser planejado separado da embalagem, marketing,

    comunicao, legislao e economia. Alm de evitar falhas, o

    planejamento permite empresa a se beneficiar de fatores de reduo

    de custos, atravs da adequao da embalagem quanto a tarifas de

    frete, dimensionamento apropriado para o manuseio, movimentao e

    trans porte. (MOURA E BANZATO, 1990, vol II).

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    O sistema de embalagens (SE) um sistema complexo e multidisciplinar

    (MESTRINER, 2007) onde vrios processos so incorporados a um produto. A

    embalagem no apenas um item, mas sim parte de um sistema; um conjunto de

    fatores que reunidos e se interpolando, sobrepondo, interagindo, partindo do

    entendimento das demandas do consumidor e visando entregar a ele o produto que

    mais se adeque esttica, funcional e economicamente s suas necessidades e

    respeitando a tica e o meio ambiente (CABRAL, 2007). Em resumo, o objetivo de

    um SE focar no que , o que faz movimentar o SE e disponibilizar produtos

    condizentes com esse entendimento, conforme esquematizado na Figura 1.

    FIGURA 1 REPRESENTAO DO SISTEMA DE EMBALAGENS

    FONTE CABRAL, 2007

    Segundo Mestriner (2007), a Gesto Estratgica da Embalagem entendida

    desde a extrao da matria-prima at sua estratgia de mercado, e para ser

    enxuto, o sistema deve fazer mais com menos, ou seja, deve ser um sistema com

    baixo custo, o mais otimizado possvel. (MORGAN & LIKER, 2008).

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    Facilidade de abertura e instrues claras produtos para todas as

    idades, como as embalagens de fcil abertura tanto por crianas como

    por adultos da terceira idade. Instrues de uso devem facilitar o uso

    do produto para as pessoas com limitaes fsicas tambm;

    Segurana embalagens que evidenciam a abertura ou a violao de

    fechamento e etiquetas que indicam a validade do produto.

    Com todas estas mudanas comportamentais, logsticas e econmicas o

    sistema de embalagens vive de novas tecnologias. Por este motivo a pesquisa em

    reas como a nanotecnologia, radiofrequncia, designe segurana de embalagens

    so to importantes.

    3.2 INOVAO

    A inovao, hoje, no mbito das organizaes empresariais tornou-se mais

    que necessria, uma questo de sobrevivncia. No atual cenrio econmico, onde

    a competitividade um dos fatores que mais impulsiona a inovao, os

    investimentos em novas tecnologias ponto forte.

    A palavra inovao se refere a fazer algo novo, porm diferente de termos

    como inveno ou criatividade. Diferentemente da inveno, a inovao deve

    necessariamente gerar algum impacto econmico (SCHUMPETER, 1985). Ainda

    pode-se dizer que novidade ou renovao. Atualmente, inovao uma palavra

    que significa ideias, invenes, quebra de paradigmas, melhorias, enfim tudo que

    agregue valor.

    Inovao no apenas fazer coisas diferentes, mas, tambm, fazer as

    mesmas coisas de formas diferentes, criando, como refere Drucker (2002, p. 211),

    novos potenciais de satisfao. Em embalagens, as inovaes so ferramentas

    poderosas de marketing. Essas inovaes podem sair de pesquisas avanadas ou

    de ideias e solues simples.

    A inovao vem sendo classificada sob dois diferentes aspectos: dimenso e

    o impacto, onde o primeiro aspecto est relacionado a uma viso mais holstica do

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    termo inovao, podendo acontecer em diferentes reas da organizao, com

    diferentes perspectivas. Costuma se pensar em inovao apenas no

    desenvolvimento de um novo produto, porm esta pode surgir dentro de diferentes

    campos de ao (KNOP, 2008).

    A Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE,

    1992) define a inovao dentro de quatro campos de ao: produto, processo,

    gesto e modelo de negcios. Estas quatro dimenses podem ser agrupadas em

    duas: inovaes tecnolgicas e inovaes organizacionais, conforme demonstrado

    na Figura 2.

    FIGURA 2 CAMPOS DE AO DA INOVAO

    FONTE - KNOP, 2008

    Gopalakrishnan e Damanpour (1997) descrevem que dependendo do grau de

    inovao, esta pode ser radical ou incremental.

    Existem dois extremos da inovao. A incremental, evolucionria ou contnua

    fica de um lado e do outro lado fica a inovao de ruptura, revolucionria ou

    descontnua, representada pela Figura 3.

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    FIGURA 3 IMPACTO DA INOVAO

    FONTE - GALBRAITH, 1992

    medida que se desloca neste eixo de classificao da inovao, em direo

    inovao de ruptura, esta est associada explorao para investigao. J na

    que se encontra na outra extremidade, as caractersticas vo se tornando opostas.

    Inovaes incrementais esto associadas explorao para se tirar proveito.

    A inovao de ruptura visa grandes esforos e melhoria de desempenho sem

    precedentes. Est ligada investigao que gera variao e divergncia de ideias,

    onde o retorno incerto.

    A inovao incremental um pouco mais fcil, pois utiliza uma estrutura j

    montada, com conhecimentos consolidados e mercados j existentes. No haver

    mudana no escopo do negcio, na estratgia da organizao ou na infraestrutura

    da indstria.

    Segundo Christensen (2001), ainda existe a inovao de disruptura, que se

    refere ao impacto da inovao e refere-se ao nvel de mudana causada pela

    inovao.

    Para Simantob (2003), h dois tipos de inovao, a inovao radical que

    busca a ruptura e quebra paradigmas e a inovao incremental ou melhoriacontnua: busca o aperfeioamento constante e gradual.

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    Essas so as conceituaes de inovao incremental e inovao de ruptura

    utilizadas no desenvolvimento terico do trabalho. A atividade de inovao tem uma

    participao primordial na rea funcional de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de

    qualquer organizao, tendo diferentes papis, dependendo de cada fase de

    desenvolvimento da nova tecnologia.

    Essas inovaes so importantes para o mercado, pois os produtos e

    servios disponibilizados para os consumidores devem constantemente estar em

    evoluo para torn-los cada vez mais atrativos. O que faz mover o mercado so as

    oportunidades de melhoria e produtos cada vez mais inovadores do mercado.

    As diferenas podem ser vistas na Tabela 1, onde o que distingue uma

    inovao radical de uma inovao incremental, em relao trajetria, ao grau de

    incerteza, risco e retorno potencial em longo prazo; aos recursos humanos e

    financeiros, base de conhecimento, aos desafios gerenciais e mercadolgicos

    enfrentados pelas empresas, impacto na estrutura da indstria, entre outras

    perspectivas, que apresentam maior complexidade quando se tratam de inovaes

    radicais.

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    especializados podem ser decorrentes de atividades de diferentes unidades

    organizacionais, com ou sem envolvimento de P&D, levando ao desfecho de ser

    uma inovao incremental, porm apenas uma reflexo, pois no h informaes

    suficientes para uma concluso definitiva.

    Christensen (2001) estuda as razes das dificuldades de grandes empresas

    sobreviverem ao longo do tempo. O autor afirma que, quando as melhores empresas

    obtm sucesso, foi porque estabeleceram um canal de comunicao eficiente com

    seus clientes e investiram fortemente em tecnologia, e que, normalmente, quando

    essas empresas fracassam posteriormente, so pelas mesmas razes. Por trs

    desse aparente paradoxo, esto os conceitos de inovao disruptiva, (termo foi

    criado por Clayton M. Christensen e introduzido em seu artigo de 1995, "DisruptiveTechnologies: Catching the Wave", que possui co-autoria com Joseph Bower) e

    inovao incremental. As diferenas entre a inovao incremental e disruptiva esto

    indicadas na Tabela 2.

    TABELA 2 CONCEITOS DE INOVAO INCREMENTAL E DISRUPTIVA

    FONTE - CHRISTENSEN (2001)

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    Conforme Christensen (2001), as principais razes para o fracasso de

    grandes empresas normalmente se relaciona com a ocorrncia de uma inovao

    disruptiva no mercado em que atuam. Esse tipo de inovao, muitas vezes,

    introduzido por um novo entrante no mercado, tornando obsoleta toda a estrutura

    que sustentava a liderana da empresa dominante at aquele momento.

    As principais razes para que grandes empresas tenham dificuldade a se

    adequarem ao aparecimento de inovaes disruptivas em seus mercados so:

    Relao custo/benefcio pouco atraente, no princpio, por isso so

    restritas a nichos bastante especficos; Processos e procedimentos h necessidade de flexibilidade de

    adaptao a tecnologias disruptivas comprometida;

    Traar as diretrizes de P&D apenas a partir de consultas sua base

    estabelecida de clientes. Os atuais clientes de uma empresa

    frequentemente demandam novas verses e melhorias dos produtos

    que usam e conhecem, e no tecnologias completamente novas;

    Grandes empresas tomam decises estratgicas baseadas na suaposio na cadeia de valor, ou seja, analisam apenas o mercado no

    qual esto inseridas em seu contexto atual. Sendo que este pode ser

    radicalmente alterado com o aparecimento de uma inovao disruptiva;

    Algumas ferramentas de anlise financeira descartam iniciativas por

    conta de seus provveis resultados. Comparam, frequentemente, a

    taxa interna de retorno (TIR) de novos investimentos com a

    manuteno do atual nvel de atividade, o que quase sempre resulta no

    engavetamento de projetos mais ousados.

    Pode se concluir que a inovao um processo estratgico da mais alta

    importncia e que para gerar os resultados a que se prope, pode exigir que a

    organizao assuma novos e diferentes formatos, no apenas fsicos, mas

    principalmente, conceituais.

    A inovao de produto e de processo so diferentes, pois a de produto trazbenefcios para os clientes e a de processo auxilia na criao ou na produo.

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    No sistema de embalagens pode se dizer que mecanismos de abertura e

    fechamento, desenvolvimento de materiais, pigmentos, texturas, linguagens,

    abordagens visuais, leitura de cdigo de barras, etiquetas, identificao de

    mudanas em alimentos apontando a deteriorao, embalagens ativas, inteligentes,

    tudo isso e muito mais esto dentro do universo das embalagens como inovaes.

    3.2.1 Inovao Radical ou de Ruptura

    Grandes impactos na economia e na sociedade ocorrem com a chegada de

    uma inovao radical, por exemplo, mquina a vapor no sculo XVIII ou a

    microeletrnica, a partir da dcada de 1950. Estas e algumas outras inovaesradicais impulsionaram a formao de padres de crescimento, com a conformao

    de paradigmas tecno-econmicos. Freeman, (1988).

    GARCIA E CALANTONE (2002) definem inovao radical ou ruptura como

    uma inovao que se baseia em uma novidade tecnolgica ou mercadolgica, uma

    quebra de paradigma, que leva criao de um novo mercado, podendo ou no

    acarretar a descontinuidade do mercado existente.

    A inovao radical produz mudanas fundamentais, onde exige um esforo

    alto e visa uma melhoria de desempenho sem precedentes. Esta inovao est

    ligada investigao, que gera variao e divergncia de ideias. As tarefas a serem

    executadas para alcanar esta inovao so imprevisveis e a forma de

    implementao ainda desconhecida. Assim, fica extremamente difcil estimar o

    esforo e tempo necessrios, tornando-se improvvel um rpido retorno dosinvestimentos. O investimento para a gerao de inovao de ruptura est

    associado a um risco, o qual muito maior do que o risco associado ao investimento

    em inovao incremental. Isto se d, devido ao carter imprevisvel e incerto das

    atividades relacionadas investigao e busca.

    Tipicamente, os princpios que regem as tecnologias de rupturas so os

    seguintes, segundo Christensen (2001):

    As empresas dependem de clientes e investidores para obter recursos;

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    Pequenos mercados no resolvem as necessidades de crescimento de

    grandes empresas;

    Mercados que no existem no podem ser analisados;

    Fornecimento de tecnologia pode no se igualar procura do mercado.

    Assim, este autor orienta os executivos que enfrentam as tecnologias de

    ruptura a seguirem os seguintes conselhos:

    Dar a responsabilidade das tecnologias de ruptura s organizaes

    cujos clientes necessitam delas para fazer fluir os recursos;

    Criar uma organizao diferente, pequena o bastante para

    entusiasmar-se com ganhos modestos;

    Planejar considerando a possibilidade de fracasso. Pensar sobre os

    esforos iniciais em comercializar uma nova tecnologia de ruptura

    como oportunidade de aprendizagem e garantir que esse aprendizado

    seja assimilado pela base de conhecimento da empresa.

    A inovao de ruptura ocorre com uma disruptura de um ciclo de

    convergncias criada pela inovao incremental (ABERNATHY; UTTERBACK,1988). Os pressupostos adquiridos at o momento perdem sua validade e uma onda

    nova de tecnologia, conhecimentos e produtos/servios iniciada. O sucesso

    difcil de ser obtido nas inovaes radicais por consistir em uma mudana profunda,

    sistemtica e fundamental, necessitando uma reestruturao organizacional, da

    indstria e nos consumidores. Apesar do elevado risco, essa uma atividade

    indispensvel para uma organizao de alta tecnologia e que pode oferecer uma

    importante vantagem competitiva.

    3.2.2 Inovao Incremental

    Inovao incremental ou inovao por processo de melhoria contnua

    caracteriza-se por uma busca de aperfeioamento constante e gradual. Geralmente,

    as empresas bem geridas so excelentes no desenvolvimento das tecnologias

    incrementais, melhorando o desempenho dos seus produtos fazendo a diferenajunto aos seus clientes. Este fato, habitualmente, ocorre porque suas prticas de

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    gesto esto baseadas em alguns princpios, que segundo Christensen (2001):

    Empresas bem administradas so excelentes no desenvolvimento das tecnologias

    incrementais, que melhoram o desempenho de seus produtos nas formas que

    importam aos seus clientes. Isso ocorre porque suas prticas administrativas esto

    baseadas em:

    "Ouvir" os clientes;

    Investir agressivamente em tecnologias que ofeream queles clientes

    real satisfao das suas necessidades;

    Procurar margens mais altas;

    Focalizar os mercados maiores ao invs dos menores.

    Este tipo de estratgia empresarial baseada na inovao incremental ou de

    melhoria contnua permite s empresas que a praticam, relativamente aos seus

    pares, praticar margens mais elevadas, pois o novo produto incorpora alguns novos

    elementos em relao ao anterior, sem que, no entanto, sejam alteradas as funes

    bsicas do produto. uma mudana que exige um esforo relativamente baixo,

    visando uma pequena melhoria de desempenho. Este tipo de inovao est

    relacionado a um refinamento e convergncia de ideias, devido ao resultado e

    forma de implementao desta inovao ser relativamente previsvel, possvel

    estimar o esforo e tempo necessrios para execut-la. Desta forma, fica vivel

    pensar em resultados rpidos e eficincia.

    As inovaes incrementais so aquelas construdas sobre a infraestrutura j

    estabelecida. Nessas inovaes so utilizados os conhecimentos j existentes,

    normalmente conhecimentos explcitos, e em mercados j existentes. No h,

    portanto, a tentativa de mudana no escopo do negcio, na estratgia da

    organizao ou na estrutura da indstria, pois os pressupostos j estabelecidos

    continuam os mesmos aps a inovao.

    Inovao incremental poderia ser definida como a inovao que incorpora

    melhoramentos, seja em incrementar as caractersticas tcnicas, design diferente,

    melhoria de custos, novas utilizaes a produtos e processos preexistentes.

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    4 DESENVOLVIMENTO

    4.1 NANOTECNOLOGIA

    4.1.1 Histrico da Nanotecnologia

    A nanotecnologia ir revolucionar a fabricao de embalagens plsticas. a

    cincia que manipula tomos e molculas, e que levar o mundo nanoera. A

    nanotecnologia um ramo de pesquisa tecnolgica muito nova, apesar de

    pesquisas j estarem em andamento por mais de 20 anos, principalmente no meio

    acadmico.

    As realizaes comerciais so poucas e o desafio grande. Algumas

    transferncias do laboratrio para o mercado j aconteceram, porm os nano

    produtos disponveis no mercado so utilizados por pesquisadores em projetos de

    nanotecnologia. Uma das principais barreiras tirar do laboratrio e colocar em

    escala produtiva, sem contar com o custo dos materiais, porm medida que as

    pesquisas a tendncia a de custo decrescente.

    Dominar a nanotecnologia o principal desafio devido ao comportamento das

    partculas em escala nanomtricas que o diferencial. O fsico Richard Feymann,

    em 1959, comeou a discutir a nanotecnologia, mas os avanos em aplicaes s

    comearam na dcada de 80 com microscpios especiais (MOORE, 2009).

    A 11 Conferncia Internacional de Pesos e Medidas deliberou, em 1960,chamar nano ao milsimo do milionsimo. Assim o nanmetro um milsimo do

    milionsimo do metro, que por sua vez um micrmetro (antigamente, chamado

    mcron). (FIOLHAIS, 2007).

    Segundo MOORE (2009), No momento, o mercado da nanotecnologia

    pequeno, porm est crescendo com rapidez. Estimativas de US$385 milhes por

    ano nos EUA e em 2015, de US$ 1 trilho.

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    As reas de atuao da nanotecnologia abrangem a eletrnica e a tecnologia

    da informao, meio ambiente e energia, materiais avanados, ferramentas de

    Pesquisa e Desenvolvimento de embalagens. Em embalagens para alimentos ainda

    embrionria. As principais preocupaes vm da falta de conhecimento sobre as

    interaes entre os materiais que empregam a nanotecnologia nos nveis molecular

    ou fisiolgico e seus possveis efeitos e impactos sobre a sade do consumidor e o

    meio ambiente.

    4.1.2 Conceitos da Nanotecnologia

    A nanotecnologia a nanocincia aplicada, avanada medida que a Fsica,Qumica, Computao e Biologia aplicam os desenvolvimentos nesta rea. Nano

    significa ano, palavra de origem grega. Logo, a nanotecnologia desenvolve

    materiais de escalas nanomtricas entre 0,1 a 100 nanmetros.

    Segundo MOORE (2009), Albert Franks, promotor das aplicaes industriais

    da nanotecnologia define rea da cincia e da tecnologia em que dimenses e

    tolerncias no intervalo de 0,1 nm at 100 nm tm papel crtico e para Paul Holistercontrole de propriedades fsicas a partir da definio da matria com preciso

    molecular.

    As caractersticas dos materiais nanoescalares esto descritos na Tabela 3:

    TABELA 3 - CARACTERSTICAS DOS MATERIAIS NANOESCALARES

    Tamanho 10-8 m

    rea 10-16m2

    Volume 10- m

    Massa 10- m

    rea Superficial Especfica 10-5m2

    % Stios quimicamente ligantes na superfcie 20-50%

    Energia Livre de Gibbs Grande Fcil sintetizao/fcildissoluo

    Possveis efeitos qunticos de tamanho

    FONTE - PIRA INTERNATIONAL LTD., 2012

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    A nanocincia uma convergncia da fsica, da qumica e da biologia que

    trata da manipulao e da caracterizao da matria com dimenses entre a escala

    molecular e a microescala. Segundo MOORE (2009), A nanotecnologia uma

    engenharia emergente que aplica mtodos da nanocincia para criar produtos.

    A meta da nanocincia e da nanotecnologia dominar parte, pequena que

    seja, do virtuosismo da natureza na organizao da matria, tomo por tomo,

    molcula por molcula. Esses dois neologismos derivam de nano, prefixo usado na

    cincia para designar um bilionsimo. (CHAVES, 2002).

    4.1.3 Vocabulrio da Nanotecnologia

    As tcnicas para criao de nanoestrutras com vrios nveis de qualidade,

    velocidade e custos so conhecidos com nanotecnologia botton-up (de baixo para

    cima) e nanotecnologia top-down(de cima para baixo).

    A nanotecnologia botton-up(de baixo para cima) indica procedimentos que se

    iniciam com pequenos componentes quase sempre molculas individuais montados para produzir a estrutura desejada, por exemplo, automontagem. Essa

    tcnica, botton-up, proporciona a construo de estruturas tomo por tomo ou

    molcula por molcula mediante as alternativas:

    Sntese qumica (chemical synthesis), em geral utilizada para produzir

    matrias-primas, nas quais so utilizadas molculas ou partculas

    nano;

    Auto-organizao (self assembly), tcnica na qual os tomos ou

    molculas organizam-se de forma autnoma por meio de interaes

    fsicas ou qumicas construindo assim nanoestruturas ordenadas.

    Diversos sais em formas de cristais so obtidos por esta tcnica;

    Organizao determinada (positional assembly). Neste caso, tomos e

    molculas so deliberadamente manipulados e colocados em

    determinada ordem, um a um.

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    Nanotecnologia top-down(de cima para baixo), ou miniaturizao, o oposto.

    Estruturas so criadas por tcnicas mecnicas e de gravao, tem como objetivo

    reproduzir algo, porm em menor escala que o original e com maior capacidade de

    processamento de informaes, como em um chip por exemplo.

    Segundo MOORE (2009), Isso uma extenso natural dos mtodos atuais

    da microeletrnica, em que estruturas com dimenses limitadas so criadas por

    deposio de filmes muito finos de material, retirados quimicamente das regies no

    desejadas.

    4.1.4 reas da Nanotecnologia

    Conforme Moore (2009), as principais reas da nanotecnologia so:

    Biotecnologia: trabalho com replicao de cido desoxirribonucleico

    (DNA); sntese de protenas (efeito Merrifield); complexos

    organolpticos (citocromos, homoglobina, clorofila);

    Qumica dos Polmeros: engenharia molecular de copolmeros

    (processo Lipacryl da Du Pont para incorporao de nonmeros

    hidrofbicos em acrlico usando carregadores de ciclodextrina);

    Pigmentos: mudanas superficiais (modificao de dixido de titnio,

    por exemplo, dixido de alumnio para reduzir a degradao de pintura

    por luz ultravioleta);

    Microeletrnica: projeto de chipse montagem.

    4.1.5 Cincia dos Materiais

    A nanocincia est contribuindo com a cincia dos materiais para Moore

    (2009). As novas formas de carbono descobertas, em 1985, fornecem, hoje,

    alicerces promissores para a nanotecnologia, pois essas novas formas de carbono

    so estruturas ordenadas em nanoescalas.

    As nanopartculas possuem grande potencial de aplicao comercial e j

    influenciam produtos e servios. Desenvolvimentos ocasionaram a reduo das

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    quantidades de material para a produo de produtos, como, por exemplo, com a

    melhoria na eficincia de combustveis para automveis e avies.

    A introduo de materiais compsitos - nanocompsitos, como vidros e

    plsticos reforados com carbono, tm contribudo para a melhoria de novos

    materiais na relao resistncia-peso, se comparados aos materiais convencionais.

    O reforo dado por um dos materiais supre a rigidez e a resistncia, enquanto o

    material matriz, meno rgido, suporta a tenso e reduz o peso. O uso de argilas

    (quando delaminadas e esfoliadas) como material de reforo j foi desenvolvida e

    tem aplicaes no setor automotivo e na indstria de embalagens.

    Desenvolvimentos adicionais provavelmente produziro mais materiais compsitoscom funcionalidades novas e otimizadas. Uma aplicao-alvo em revestimentos

    impermeveis para papel e papelo.

    FIGURA 4 - NANOCOMPSITO

    FONTE - MOORE, 2009

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    4.1.6 A Nanotecnologia e as Embalagens

    As embalagens esto mudando constantemente devido demanda, pois, hoje

    em dia, o mercado muito dinmico e quanto mais praticidade, funcionalidade,

    melhorias econmicas, atendimento a medidas legislativas e meio ambiente, a

    embalagem se destaca mais para a venda do produto. A aplicao da

    nanotecnologia e da nanocincia esto auxiliando no desenvolvimento de novas

    matrias-primas e novas tecnologias em embalagens, que podem ser:

    Utilidade: aumento nas aplicaes de embalagens em novas reas

    devido a caracterstica/tecnologia melhoradas para embalagens. Durabilidade: aumento da durabilidade de materiais e da vida dos

    produtos.

    Marca Registrada: incorporao de caractersticas especiais

    embalagem para promover a marca.

    Valor agregado: desenvolvimento de materiais melhores com novas

    caractersticas, produzindo embalagens de melhor valor.

    Alm destas melhorias, outras melhorias sero trazidas pelo desenvolvimento

    e pelas aplicaes de materiais:

    Melhoria nas propriedades estruturais e trmicas, barreiras e

    resistncia a fogo de muitos plsticos, devido a compsito de

    nanoargila;

    Melhoria nas propriedades de barreira a oxignio pelo uso de

    nanopartculas em polipropileno.

    Um dos objetivos da nanotecnologia, tambm reduzir o custo de produo,

    exemplificando, nanofibras de carbono, que necessitam somente de 25% de

    preenchimento das fibras de carbono para a obteno da mesma resistncia e de

    10% para obteno das mesmas propriedades eletrostticas.

    Algumas nanopartculas so usadas para aumentar a resistncia da matriz

    (polmero), melhorando as propriedades mecnicas e de barreira, melhorando a

    funo de proteo da embalagem.

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    FIGURA 5 NANOARGILAS PARA FIGURA 6 NANOFIBRAS DEMELHORAR BARREIRA DE O2 EM CELULOSE, NANOARGILASGARRAFAS PET DE CERVEJAS

    FONTE - NANOTECNOLOGIA APLICADAA EMBALAGENS DE ALIMENTOS, 2011

    Algumas nanopartculas podem incorporar embalagem propriedades ativas(exemplo: antimicrobianas), ajudando assim a proteger o alimento. Ex: nanoesferas

    de prata, nanopartculas de quitosana.

    FIGURA 7 BANDEJAS PLSTICAS COM NANOESFERAS DE PRATA

    Sem nanoprata Com nanoprata

    FONTE - NANOTECNOLOGIA APLICADA A EMBALAGENS DE ALIMENTOS, 2011

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    caracterizao de subestrutura. Avanos em mtodos de caracterizao de

    polmeros em nano e microestrutura significaram um avano na cincia de

    polmeros.

    Materiais nanocompsitos polimricos so criados por agregados, lamelas e

    redes de materiais em nanoescala combinados com um polmero. Esses materiais

    como nanocompsitos de poliamida-6/argilas, podem ter propriedades como alto

    mdulo e baixa permeabilidade. Idealmente, materiais nanocompsitos polimricos

    apresentam acentuado aumento em propriedades fsicas, com pequenas

    quantidades do aditivo nanoparticulado.

    Nanocompsitos polimricos tm aspecto nico na rea de contato que

    ocorre na interface polmero/nanopartcula, que o oposto dos tradicionais

    compsitos polimricos. As propriedades fsicas e qumicas dessas interfaces

    produzem propriedades nicas, muitas vezes desejveis, dos materiais

    nanocompsitos polimricos.

    Com a necessidade de substituir materiais plsticos por alumnio emaplicaes como embalagens, nanocompsitos novos com barreiras ultra-altas esto

    sendo desenvolvidas. A poliamida MXD6, da Mitsubishi Gas&Chemical Co Inc. em

    resina semicristalina exibe boas propriedades de barreira e estas tm se mostrado

    teis, funcionado mesmo em situao de umidade. A converso do MXD6 a um

    nanocompsito melhora as caractersticas de barreira e torna esse material melhor

    que o EVOH, a resina comumente usada.

    As propriedades do MXD6 so melhoradas com a tecnologia de

    nanocompsitos preservando processamento e transparncia. As partculas de

    argila de tamanho nanomtrico na poliamida so dispersadas, criando caminhos

    tortuosos para a passagem do gs e conseqentemente, melhorando a vida do

    produto.

    As vantagens nas propriedades que nano materiais aditivos proporcionam em

    comparao aos filtros convencionais base de polmeros incluem:

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    Propriedades mecnicas, isto , mdulo de elasticidade e estabilidade

    dimensional;

    Permeabilidade reduzida para gases, gua e hidrocarbonetos;

    Estabilidade trmica e temperatura de distoro trmica;

    Retardantes de chamas;

    Resistncia qumica;

    Aparncia superficial;

    Condutividade eltrica;

    Claridade tica em comparao aos polmeros convencionais.

    4.1.8 Relato de Casos

    4.1.8.1 Bayer

    A gerao atual de materiais nanocompsitos demonstra o aumento das

    caractersticas de desempenho de produto, como estabilidade trmica, resistncia

    mecnica, propriedades de barreira ou impermeabilidade. Como a finalidade defilmes para embalagens de alimentos proteger seu contedo de umidade,

    ressecamento e oxignio, a Bayer est produzindo embalagens plsticas muito mais

    resistentes ao ar por meio de tecnologia de nanopartculas. Foi desenvolvido um

    filme chamado sistema hbrido, que enriquecido com um nmero enorme de

    nanopartculas de silicato. Quando processados em filmes, os plsticos tm uma

    melhor atuao na preveno da deteriorao dos alimentos disponveis na

    prateleira.

    O oxignio o grande precursor na deteriorao das gorduras da carne e

    queijos, tornando-os ranosos. Os filmes disponveis encontrados so de poliamida-

    6, mais barata, porm, permevel, utilizada para alimentos menos sensveis e o

    copolmero de etileno e lcool vinlico (EVOH), mais caro, porm mais impermevel,

    utilizado em produtos altamente sensveis.

    O novo material de filmes com nanopartculas une as vantagens desses dois

    plsticos mais comuns; barato e bastante impermevel ao ar; no tanto quanto o

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    EVOH, porm muito melhor que a poliamida-6 simples. As partculas dispersas

    que tm espessura de poucos nanmetros impedem a penetrao de gases no

    filme e bloqueiam a perda de umidade do produto. Com arranjo tipo labirinto no

    plstico, atuam como barreiras, tornando difcil a passagem pela embalagem de

    substncias indesejadas, como o oxignio. Elas aumentam a distncia que as

    molculas normalmente percorrem em seu caminho no filme as molculas de

    oxignio fazem um percurso em ziguezague pelas lamelas de silicato.

    Fornecedores de nanocompsitos focados em aplicaes para embalagens

    so mostrados na Tabela 4.

    TABELA 4 - APLICAES DE NANOCOMPSITOS PARA EMBALAGENS

    Fornecedor Matriz de resina Nanopartcula Uso

    Bayer AG Poliamida-6 Organoargila Filme impermevel

    Clariant PP Organoargila Embalagem

    Nanocor Poliamida-MDX6 Organoargila Embalagem

    FONTE - PIRA INTERNATIONAL LTD., 2011

    Um filme com barreira a gases pode ser produzido com a incorporao de

    pequenas quantidades de nanoargila que podem melhorar a sua performance. As

    caractersticas de barreira resultam em interesse considervel em compsitos de

    nanoargilas e suas aplicaes em embalagens para carnes processadas, queijos,

    doces, cereais, para comidas em embalagens para cozimento, bem como, em

    aplicaes de extruso/revestimento para sucos de frutas e laticnios, e processos

    de coextruso para manufatura de garrafas de cerveja e refrigerantes. O uso dessas

    formulaes de nanocompsitos visa aumentar a vida dos alimentos nas prateleiras.

    A empresa Avery Dennison desenvolveu uma patente (em processo de

    depsito), sobre revestimento com altssima propriedade de barreira a gs para

    filmes usando nanopartculas. Diferentemente de outras tcnicas que dispersam

    nanopartculas na resina do filme, esse processo reveste o substrato do filme com

    nanopartculas, o que fornece revestimentos altamente controlados e consistentes,

    que proporcionam altas barreiras a gs, resistncia de flexibilidade e quebra,

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    claridade e um revestimento muito fino, com menos de 1 mcron de espessura.

    Existem, no entanto, limitaes a esse revestimento. Ele no to efetivo como

    barreira umidade e suas propriedades de barreira a gs decrescem com a

    umidade relativa. Tal sensibilidade umidade reversvel e suas propriedades de

    barreira melhoram, enquanto a umidade reduzida. O produto considerado ideal

    para embalagens flexveis que requerem barreira a gs, resistncia com flexibilidade

    e claridade.

    Para barreira ao oxignio, os desenvolvimentos de barreira ativa/passiva para

    materiais de poliamida-6 esto sendo realizados. Caractersticas de barreira passiva

    so proporcionadas pelas partculas de nanoargilas incorporadas via tcnicas deprocessamento de fundio, enquanto a contribuio ativa vem de um composto que

    age como sequestrante de oxignio. Resultados de transmisso de oxignio

    revelam benefcios substanciais pela incorporao de nanoargila em comparao ao

    polmero-base.

    4.1.8.2 Honeywell Engineering

    A gerao atual de materiais nanocompsitos demonstra o aumento das

    caractersticas de desempenho de produto, como estabilidade trmica, resistncia

    mecnica, propriedades de barreira ou impermeabilidade.

    A capacidade das lamelas de argila como barreira nanomtrica ao oxignio

    com um componente reativo ao oxignio foi combinada por pesquisadores da

    Honeywell Engineering Applications and Solutions em Morristown, New Jersey, nosEUA, para produo de embalagens altamente impermeveis. As lamelas de argila

    sinttica Nanmero (fornecidas pela Nanocor, Arlington Hts, IL) so incorporadas em

    caprolactama, um monmero da poliamida-6, por meio de polimerizao in situ. As

    lamelas so esfoliadas e dispersas como as intumescidas com monmero fundido.

    Um agente sequestrante de oxignio ento adicionado.

    As nanoargilas aumentam em 4 vezes a barreira a gs e a adio do

    sequestrante de oxignio diminui a permeabilidade por 100-1.000 vezes em relao

    ao material matriz. A Honeywell usou o compsito Aegis como barreira entre

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    camadas de PET para garrafas de bebidas. O Aegis e os jatos de PET so

    extrudados separadamente. A camada de barreira corresponde a 5% e 8% em peso

    da garrafa e limita a permeabilidade ao oxignio em nveis abaixo de 1ppm por

    quatro a seis meses. Isso satisfaz requisitos para recipientes de cervejas e sucos.

    4.1.8.3 Triton

    O maior desafio em alimentos no refrigerados mant-los frescos, por trs

    anos como no estudo da Triton Systems e da U.S. Army (Exrcito dos EUA).

    Compsitos de polmeros e nanoargilas possuem considervel possibilidade de

    serem utilizados no futuro para essa aplicao. Provavelmente, as propriedadesexcelentes de barreira exibidas pelos sistemas nanocompsitos polimricos

    resultaro em seu uso substancial como materiais para embalagem em anos futuros.

    Os polmeros de barreira ORMLAS se baseiam em materiais dispersveis

    nanofiller, na forma de lamelas, cada um com 1 nm de espessura, em plsticos

    comuns. Esses preenchedores se orientam em camadas nos plsticos. Pelo controle

    do espao entre as camadas, um caminho tortuoso criado para reduzir atransmisso de gases pelo polmero. Componentes prottipos de uso potencial para

    embalagens farmacuticas, biomtricas e para alimentos lquidos e slidos esto em

    vrios estgios de desenvolvimento.

    Outra oportunidade vivel para nanopartculas representada por aplicaes

    em segurana de alimentos. Pesquisadores investigam a habilidade de aplicaes

    de nanopartculas de adeso especfica para se ligar irreversivelmente a certostipos de bactrias-alvo, inibindo-as de se ligarem e infectarem o hospedeiro. A

    pesquisa tem o objetivo de reduzir a capacidade de infeco humana por alimentos

    com esteropatgenos em produtos de aves, usando dois tipos de nanopartculas.

    Um tipo se baseia em automontagem de polmeros orgnicos (isto , poliestireno), e

    o outro, em nanopartculas inorgnicas funcionalizadas com polissacardeos e

    polipeptdeos, que promovem a adeso das clulas bacterianas-alvo. H na

    Holanda, um estudo de desenvolvimento de embalagem em que o conservante

    somente liberado quando a presena de micro-organismo detectada. Essa

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    liberao induzida por um chaveamento biolgico desenvolvido por meio da

    nanotecnologia, conforme Figura 9.

    FIGURA 9 LIBERAO DE CONSERVANTES CONTROLADOS POR CHAVE

    BIOLGICA NANOESTRUTURA

    FONTE TNO, 2011

    As vantagens da embalagem como conservante liberado por comando so:

    O conservante s liberado quando a deteriorao ocorre;

    O conservante confinado somente a rea local e, portanto, fica

    contido em menor quantidade no alimento;

    O conservante inicia sua atividade quando necessrio, proporcionando

    um maior tempo de vida;

    Torna-se possvel estabelecer uma matriz seletiva de certos produtos,

    isto , aplicaes farmacuticas/produto fermentado.

    A pesquisa ainda est em fase de desenvolvimento e a patente est em

    processo de depsito. O trabalho visa o desenvolvimento de mtodo de aplicao

    superfcie de embalagens e a tcnica precisar de aprovao para a

    comercializao do material de embalagens para alimentos. No entanto, ela oferece

    muitas oportunidades. Suas aplicaes potenciais incluem:

    Revestimento de cobertura para inibir crescimento de fungos/bactrias;

    Folha metlica para produtos embalados a vcuo;

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    4.1.9 Aplicao para Alimentos

    As nanotecnologias tm sido inovaes de uma nova revoluo industrial

    tanto nos pases desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento, diante dos

    investimentos nesta tecnologia de modo a assegurar uma parcela do mercado.

    Atualmente os Estados Unidos lideram esse rankingcom um programa de 4

    anos, com recursos de US$ 3,7 bilhes, atravs da sua National Nanotechnology

    Initiative (NNI). Em seguida vem o Japo e a Unio Europeia, com substanciais

    recursos financeiros, respectivamente, de US$ 750 milhes e US$ 1,2 milhes

    anuais.

    A Unio Europeia prev os novos desafios determinados pela crescente

    demanda por alimentos saudveis e seguros, assim como pelas ameaas

    produo agrcola e pesqueira frente s mudanas nos padres climticos que

    induzem criao de uma bioeconomia, num processo complexo e desafiador

    envolvendo a convergncia de diversos ramos da cincia (COMISSO EUROPIA,

    2004).

    Nano alimento a tcnica ou ferramenta nanotecnolgica usada durante o

    cultivo, produo, ou embalagem dos alimentos, mas que no significa que so

    alimentos atomicamente modificados ou alimentos produzidos por nanomquinas.

    No segmento da indstria processadora de alimentos, poderia se considerar a

    nanofbrica, que no limite dispensaria a mo-de-obra especializada e uma grandeinfra-estrutura, atualmente necessrias, mas que contasse com uma fonte qumica e

    uma fonte de energia capazes de produzir uma grande variedade de produtos. A

    aplicao das nanotecnologias poderia implicar, por hiptese, na eliminao das

    fbricas e dos demais elos que compem as cadeias produo, uma vez que as

    matrias-primas poderiam ser transformadas diretamente de acordo com o produto

    final necessrio.

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    4.1.10 Aplicao em Etiquetas e Traadores

    Ao se falar em segurana da marca, de rastreamento de suprimento, o

    desenvolvimento de um nanocdigo de barras pode oferecer as seguintesvantagens:

    Nmero ilimitado e nico de cdigos;

    Baixo custo de manufatura e manuteno;

    Durabilidade;

    Dificuldade de ser fraudado.

    De tamanho submicromtrico, etiquetas com partculas para nanocdigos

    podem ser produzidas em um nmero infinito de combinaes, alm de serem

    codificveis e passveis de leitura por mquinas durveis. A realizao de produtos

    de nanocdigos de barras foi conseguida por vrios grupos de pesquisa.

    Os cdigos de barras podem ser impressos ou aplicados na embalagem dos

    produtos em artigos de alto valor, e rastreados. Os nanocdigos de barras so

    fabricados por chapeamento eltrico de metais inertes, como ouro, prata e platinaem moldes que definem um dimetro particular. As faixas de nanopartculas

    resultantes so retiradas dos moldes e tm 250-500 nm de largura e 235 mcrons de

    comprimento. A largura e a sequncia das faixas podem ser alteradas e variadas

    para produzir os diferentes cdigos de barras desejados. Quando aplicados a

    identidade nica, permitindo assim a rastreabilidade.

    A Universidade de Durham, no Reino Unido e a Ingenia Technology,imprimem cdigos de barras contendo partculas magnticas de nanotamanho de

    permalloy em substratos plsticos de forma, similar ao processo de circuitos

    eletrnicos. Cada impresso resulta em partculas magnticas colocadas em um

    padro diferente.

    Cada padro nico tem um campo magntico diferente que pode ser medido,

    gravado,e checado para confirmao da autenticidade do cdigo de barras. Osdiferentes campos magnticos interagem com a luz de forma tambm diferente, e as

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    reflexes de luz polarizada de um cdigo de barras revelam suas propriedades

    magnticas, as quais so guardadas em um banco de dados ligado a cada nmero

    estabelecido pelo cdigo de barras.

    Outra aplicao de segurana o uso de nanofsforo. Partculas

    nanofosforosas parecem brancas luz do dia, mas fluorescem quando expostas

    luz de certo comprimento de onda. Um exemplo o Nanogreen. Trata-se de um p

    que se dissolve em gua, assim como em solventes inorgnicos. A soluo

    resultante no tem cor e no espalha luz. No entanto, quando colocado sob luz

    ultravioleta, o substrato em soluo ou em tinta brilha na cor verde. Os objetos

    marcados com nanofsforo obtm uma proteo invisvel e no removvel contrafalsificao. Exemplo comercial de tais nanopartculas autodispersveis a faixa de

    produtos REN-X (Rare Earth Nano-X), da Nanosolutions GmbH: REN-X vermelho

    255-312, que fluoresce em vermelho, e REN-X verde 255, que fluoresce em verde.

    Essas nanopartculas podem ser dispersadas em tinta, resultando em

    soluo sem cor e transparente. A tinta pode ser aplicada usando-se o mtodo de

    jato de tinta e no pode ser vista a olho n quando impressa em papel, hologramase fotografias, CDs, vidro e outros materiais. O design e a funo da superfcie

    marcados com nanopartculas no so afetados pela marcao.

    A Nanoventions, da Georgia, nos EUA, desenvolveu uma tecnologia que

    permite marcar pastilhas, alimentos e outros comestveis com etiquetas capazes de

    evitar a falsificao. O produto conhecido como SpyDust que uma substncia

    composta de milhes de microetiquetas que podem ser feitas com polmeros inertese so aptas a proteger qualquer produto contra falsificadores. As etiquetas podem

    ser incorporadas em um revestimento para embalagens base de papel, ou

    adicionadas ao papel durante a sua confeco, de tal modo que o produto final fica

    protegido. Elas podem ser produzidas com gelatina, gordura, acar e outros

    biopolmeros, que so usados para o revestimento de pastilhas e outros

    medicamentos. Nenhum ingrediente adicional necessrio. Tais polmeros com

    base em biopolmeros podem ser selecionados entre os j aprovados pela Food and

    Drug Administration (FDA).

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    A prxima gerao de etiquetas pode variar de poucos nanmetros a 200

    mcrons, contendo textos, grficos, cdigos de barras ou informaes digitais

    capazes de serem utilizadas para autenticar produtos, embalagens, documentos e

    cdulas de dinheiro, de forma forense ou com scannerse equipamentos de campo

    especiais.

    Esta tecnologia seria inovao de ruptura, pois tem condies de evitar

    fraudes, muito comum desde pocas mais remotas.

    4.1.11 Embalagens e Nanossensores

    A adulterao de embalagens uma grande preocupao da indstria e

    comrcio de alimentos. Uma soluo a aplicao de indicadores nanocristalinos na

    forma de tinta inteligente de oxignio, passveis de serem impressos na maioria das

    superfcies. Essa tinta detectaria se o oxignio esteve presente na embalagem. Tal

    soluo se baseia no fato de que a maioria dos alimentos embalada em atmosfera

    modificada (MAP), que usa nitrognio e dixido de carbono para retirar o ar da

    embalagem, conforme Figura 10.

    FIGURA 10 - INDICADOR NANOCRISTALINO

    FONTE - PIRA INTERNATIONAL LTD., 2012

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    Essa tinta poderia ser composta de:

    Partculas nanocristalinas de um semicondutor (usualmente dixido de

    titnio) ativadas por luz ultravioleta; Corante de colorao brilhante e sensvel reao de oxirreduo (tal

    como azul de metileno) que, quando fotorreduzido pelo semicondutor,

    perde sua cor e se torna sensvel ao oxignio;

    Uma forma reduzida de corante que reage rapidamente com oxignio

    para retornar sua cor original brilhante;

    Um agente redutor suave para retornar o semicondutor sua forma

    original; Um polmero para ligar esses ingredientes;

    Um solvente para dispersar os vrios componentes e formar uma tinta

    para impresso.

    Em torno desta tinta, poderia ser desenvolvido um sistema para identificar

    adulteraes de embalagens de alimentos ou falha na vedao, que com o tempo

    lentamente deixaria o ar/oxignio entrar. Alm da indstria de embalagens para

    alimentos, poderia ser utilizado em embalagens seguras como instrumentao

    mdica e documentos bancrios.

    O Inter-University Microelectronics Center (IMEC) da Blgica est

    desenvolvendo uma pesquisa em substratos laminados ultrafinos para embalagens

    sensveis, capazes de monitorar as condies de produtos farmacuticos e

    alimentos afetados por mudanas de temperatura, umidade e impacto.

    Esta seria uma inovao de ruptura, pois no h materiais no mercado que

    possam detectar estas variaes do ambiente no produto.

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    4.1.12 Inovao de Ruptura ou Incremental

    A nanotecnologia o exemplo mais forte de inovao radical, de ruptura. possvel que no haja outra tcnica que quebre tantos paradigmas como esta

    tecnologia. Pode-se dizer que todas as pesquisas se colocadas em escala industrial,

    iro representar a inovao de ruptura que ir revolucionar o mercado das

    embalagens.

    O uso da nanotecnologia em embalagens deixar os materiais mais leves,

    mais resistentes, menos suscetveis ao de elementos externos, mais duradourase difceis de serem falsificadas, resistentes ao fogo e aprimorando suas

    propriedades qumicas e trmicas. A nanotecnologia pode oferecer diversos

    benefcios ao produto, como retardar a oxidao e prevenir a contaminao por

    bactrias e micrbios. Para embalagens de alimentos, ainda h de se fazer muitas

    pesquisas na rea de nanotecnologia, pois se precisa explorar mais as interaes

    entre os materiais que empregam a nanotecnologia nos nveis molecular ou

    fisiolgico e seus possveis efeitos e impactos sobre a sade do consumidor e o

    meio ambiente.

    4.2 RADIOFREQUENCIA ERA DA ETIQUETA INTELIGENTE

    4.2.1 Histrico da Radiofreqncia

    Na Segunda Guerra Mundial se utilizou um sistema de transmisso por

    radiofrequncia, onde tinha sua base no sistema de radares. Os pases envolvidosna grande guerra utilizavam radares inventados em 1935 pelo fsico escocs Robert

    Alexander Watson-Watt, para avis-los com antecedncia de avies enquanto eles

    ainda estavam bem distantes. Porm, os radares no identificavam aliados de

    inimigos. Foi a que os alemes descobriram que se seu piloto fizesse uma

    determinada manobra (360 ao longo do eixo de simetria) quando estivessem

    retornando base iriam modificar o sinal de rdio que seria refletido de volta ao

    radar. Esse , essencialmente, considerado o primeiro sistema de Radio-Frequency

    Identification (RFID).

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    A Inglaterra, tendo o Sr. Watson-Watt ao seu lado, desenvolveu o primeiro

    identificador ativo de amigo ou inimigo (IFF Identify Friend or Foe). Todo avio

    britnico recebeu um transmissor que, ao receber sinais das estaes de radar,

    comeava a transmitir um sinal de resposta. Os RFID de hoje funcionam pelo

    mesmo princpio: um sinal enviado a uma etiqueta eletrnica, que ativada e

    reflete de volta o sinal (sistema passivo) ou transmite seu prprio sinal (sistemas

    ativos).

    Nas dcadas de 50 e 60, cientistas de vrias partes do mundo (Estados

    Unidos, Europa e Japo) divulgaram pesquisas a respeito de como a energia de

    radiofrequncia poderia ser utilizada para identificar objetos em vrias situaes.

    No setor comercial, a sua primeira utilizao se deu em sistemas antifurto,

    que utilizavam ondas de rdio para determinar se um item havia sido roubado ou

    pago normalmente. Foi neste contexto que surgiram os tags(etiquetas eletrnicas),

    que fazem parte do sistema de RFID at hoje.

    4.2.2 Conceito da Radiofreqncia

    RFID uma sigla de "Radio-Frequency Identification" originria da lngua

    inglesa que em portugus significa Identificao por Rdio Frequncia. Trata-se de

    um mtodo de identificao automtica atravs de sinais de rdio, recuperando e

    armazenando dados remotamente atravs de dispositivos denominados etiquetasRFID.

    Essa tecnologia est se expandindo e se prev que em 2016 esse mercado

    ser de 585 bilhes de etiquetas. Essa tecnologia que conecta objetos Internet

    para rastreabilidade e que as empresas possam intercambiar informaes sobre

    eles. A iniciativa foi dos atacadistas como Wal-Mart e Departamento de Defesa dos

    EUA. O RFID se baseia no uso de etiquetas que contm um cdigo eletrnico de

    produto que identifica cada item por intermdio de antenas que enviam o sinal a

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    leitores. Estes, por sua vez, traduzem a informao para uma linguagem que possa

    ser lida e processada por computadores e pela Internet. (REVISTA PACK, 2006).

    As etiquetas RFID consistem em um chip que possui dados e uma antena

    para transmiti-los. Elas podem ser ativas ou passivas.

    Ativas: possuem fonte de energia para que a etiqueta possa transmitir

    informaes continuamente ou em intervalos estabelecidos com

    antecipao;

    Passivas: usam a energia do campo eletromagntico para energizar-se

    e transmitir a informao.

    Essa tecnologia permitir reduzir a falsificao em indstrias, como as

    farmacuticas, alm de reduzir o tempo de entrega e recebimento de produtos,

    aumentar o nvel de qualidade, a preciso na preparao dos pedidos, prevenir

    vazamentos, reduzir ou eliminar os nveis dos produtos faltantes e aumentar a

    capacidade de rastrear entregas de produtos.

    4.2.3 Aplicaes da Radiofrequncia

    4.2.3.1 Supermercados

    Utilizando a tecnologia de radiofrequncia nos produtos de um supermercado,

    por exemplo, o consumidor poder encher o carrinho com compras e ao passar pelo

    caixa, o valor total da compra ser concludo sem precisar passar produto por

    produto no leitor de cdigo de barras. Este um exemplo de inovao incremental,

    pois a leitura do cdigo de barras versus leitura por radiofrequncia ir viabilizar o

    tempo de passar as compras no caixa. A forma de cobrana a mesma, ser

    economia de tempo, tornando as filas menores.

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    4.2.3.2 Maquinrios

    As tendncias modificam tambm o design e o desenvolvimento das

    mquinas de envase e embalagens, melhorando o desempenho operativo que se

    reflete em mquinas que permitem o intercmbio de informaes e a conservao

    de energia e fazem uso de controles eletrnicos e servios automatizados. Alm

    disso, so compatveis com os sistemas RFDI e possibilitam a integrao digital.

    Em tecnologia, o design de mquinas para embalagens incorpora

    desenvolvimentos, como controles touch screen, o uso de servos motores, o uso

    de mecatrnica, a miniaturizao de peas e componentes, o designde montagens

    modulares e, mais recentemente, o designpersonalizado de mquinas ou de linhas

    completas de embalagem segundo os requerimentos especficos de cada empresa.

    A implementao do cdigo eletrnico de produto (EPC), de identificao via

    radiofrequncia (RFID) Classe 1, Gen. 2, continua impulsionando a tecnologia. Esse

    sistema est despertando interesse na etiquetagem individual em virtude da

    demanda por cadeias de suprimentos mais protegidas contra a falsificao de

    produtos, furtos e desvios. A tecnologia cresce em ritmo forte. O estudo A indstria

    do RFID: Previses, Playerse Oportunidades, 2006-2016) previa que o nmero de

    etiquetas no sistema de radiofreqncia chegaria a 1,3 bilhes em 2006,

    contemplando 500 milhes de unidades para caixas e pallets. Perto de 2006, o

    volume total de etiquetas deveria subir para 585 bilhes e a identificao de pallets,

    caixas e unidades diversas contribuiria substancialmente para esse crescimento.

    Durante os prximos dez anos, o valor de mercado de RFID, incluindo hardware,

    sistemas e servios, aumentar dez vezes mais, saltando de US$ 2,71 bilhes, em

    2006, para US$ 26,23 bilhes em 2016.

    Com essa rpida expanso, a indstria de embalagens dever conhecer essa

    tecnologia para saber como implement-la.

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    4.2.3.3 Etiquetagem Individual

    Empresas que adotam essa tecnologia para atender exigncias obrigatrias

    no varejo e do Departamento de Defesa dos Estados Unidos levam a vantagem de

    comear com o Gen 2 e a significativa base de conhecimentos referentes

    etiquetagem de caixas e pallets desenvolvida nos ltimos anos. Para ampliar a

    aplicao, as empresas esto pensando alm dos requisitos legais, mas para

    abaixar custos e tornar eficientes as operaes.

    Hoje, a etiquetagem individual com RFID meta para vrias empresas de

    produtos de consumo de grande porte, diz Bill Arnold, chefe-estrategista da Omron

    RFID, empresa Omron Eletronics LLC. O modelo de retorno sobre o investimento,

    amplamente perseguido mais visvel quando a empresa consegue utilizar dados

    da RFID para associar suas campanhas promocionais com seus resultados de

    vendas em tempo real, explica Arnold. Trata-se de um emprego poderoso dos

    recursos do RFID, que eu espero que venha a acontecer anos e anos frente.

    O RFID consegue resolver um dos maiores problemas da indstria de

    roupas: quando um item est fora do estoque, mas no na loja, ou em algum lugar

    do estabelecimento, impedindo que o cliente o encontre diz Mischa Reis, Diretor de

    Marketingda Avery Dennison Retail Information Services.

    O tipo de frequncia ser a primeira deciso da empresa, UHF ou HF ou at

    mesmo emprego de baixa frequncia de 130 kHz.

    A Lemmi Fashione diversos laboratrios-piloto do setor frmaco adotaram a

    alta frequncia pela sua extrema exatido e grande compatibilidade com metais e

    lquidos.

    J h empresas que preferem o UHF devido configurao por antena e

    outros atributos cujo desempenho ser satisfatrio.

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    A vantagem do UHF que a etiqueta EPC para caixas e pallets usam essa

    frequncia, e a infraestrutura para apoi-las j est em evoluo com parceiros da

    cadeia produtiva, principalmente o varejo.

    O lanamento de leitoras de duas frequncias, capazes de identificar qualquer

    frequncia, e os mdulos de leitura de baixo custo, que podem ser plugados em

    dispositivos celulares, PDAs ou terminal de ponto-de-venda, podero reduzir as

    preocupaes quanto infraestrutura e aos investimentos. Ambos os tipos de

    hardwarej so realidade hoje, graas introduo das leitoras universais de duas

    frequncias UHF/HF e os celulares preparados para a RFID. Tambm est

    comercialmente disponvel um leitor mvel. O carto de plug-inagrega a funo descannerdo RFID a dispositivos mveis, como computadores pessoais, notebookse

    palmtops.

    No RFID pode haver contaminantes no fluxo de descarte. O efeito ambiental

    dos rtulos, principalmente os rtulos ativos, incorporando baterias impressas, ainda

    no foi avaliado segundo Stweart, (2009). Descartar baterias est sob legislao da

    Unio Europia, mas as microbaterias ainda no tm cobertura da legislao. Emconsequncia, o descarte pode se tornar um grande empecilho na introduo do

    RFID. Segundo a Pira International (Active and Intelligent Pack News, Vol 2, n. 2, 28

    de novembro de 2003), as organizaes civis americanas e europeias identificaram

    cinco ameaas privacidade e s liberdades civis:

    A colocao escondida dos rtulos;

    Identificadores nicos para objetos de todo mundo;

    Agregao macia de dados;

    Leitores ocultos;

    Acompanhamento e lucro individual.

    Estes so itens que podem causar lentido na introduo do RFID.

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    4.1.13 Inovao de Ruptura ou Incremental

    As inovaes nesta rea pode-se dizer que so de ruptura, pois umatecnologia que no era utilizada at ento e hoje se pode dizer que o sistema

    desperta interesse, pois protege a cadeia de suprimentos contra a falsificao de

    produtos, furtos e desvios. A tecnologia est crescendo num ritmo forte, pois se sabe

    que para inovaes de ruptura os investimentos so altos.

    4.3 DESIGNDE EMBALAGENS

    4.3.1 Histrico das Embalagens

    Segundo Camargo e Negro (2007), a evoluo da embalagem acontece com

    a evoluo tecnolgica. Durante muito tempo, a fabricao das embalagens era

    artesanal, somente no sculo XVIII, com a Revoluo Industrial, comeou a surgir a

    produo em srie. Ento, a partir disso, os objetos comearam a ser produzidos em

    mquinas, logo houve a necessidade de se criar esses objetos para produo em

    srie, o que obrigou os desenhistas a projetarem sob um ponto de vista diferente. O

    sistema de embalagens foi evoluindo junto com essa ruptura na forma de fazer os

    produtos. Segundo Camargo e Negro (2007):

    [...] foi particularmente com a Revoluo Industrial, aps a inveno

    da mquina a vapor, que a embalagem adquiriu complexidade. Mais

    do que as distncias, foi a velocidade de circulao das mercadorias

    que mais exigiu proteo e cuidado no transporte e na distribuio de

    alimentos, tecidos, mquinas, bens de uso [...] (p. 24; apud TOGA,

    1985, p.25).

    Na Alemanha, a Escola Bauhaus, reuniu profissionais da rea e sintetizou o

    que se conhece hoje por designde embalagens, segundo Mestriner (2001).

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    FIGURA 11 - DESIGN DE EMBALAGENS LEITE MOA

    FONTE NESTL, 2011

    Segundo STEWART (2009), pesquisa do Comit de Estudos Estratgicos da

    Associao Brasileira de Embalagem (ABRE), estudos realizados com

    supermercadistas apontam que o consumidor trata o produto e a embalagem como

    um s. A maioria dos produtos dispostos nas gndolas dos supermercados no

    possui apoio de marketing, promoo ou propaganda, dependendo ento da

    embalagem para fazer este papel e ainda fazer o papel de competir. Lembrando que

    a marca e o produto associado no momento da compra pelo consumidor, ento a

    embalagem contribui para o branding.

    O designde embalagens deve, dentro da inovao e da criatividade, buscar a

    metodologia de projeto, responder todas as premissas tcnicas, estticas emercadolgicas que um projeto de embalagem exige. Em contra-partida as

    embalagens so desenvolvidas atravs dos equipamentos e processos industriais

    existentes, ou seja, as inovaes so estudadas a partir de meios j existentes de

    produo.

    Concluindo, o design de embalagem uma atividade que requer

    conhecimentos e habilidades multidisciplinares do designer que a pratica, poisenvolve design, marketing, tecnologia, conhecimento do consumidor e comunicao

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    especializada. Funciona com base numa metodologia prpria de projeto atendendo

    prioritariamente as diretrizes de marketing das empresas que atuam no segmento

    dos produtos de consumo. Um bom desempenho na comunicao e no design de

    embalagens, em prol de uma melhor visibilidade do produto diante dos concorrentes,

    uma comunicao bem desenvolvida nestes campos e a boa permeao em seu

    processo de fabricao fazendo com que se compreendam os conceitos obtidos em

    cada proposta de produto, torna-se uma tarefa mais funcional para os profissionais

    que trabalham na estratgia do produto.

    O design de embalagens tornou-se um diferencial nas gndolas, pois

    qualidade se tornou um commoditye a variedade de produtos para o consumidor bem diversificada. Ento trabalhar para o destaque do produto primordial.

    4.3.3 Fundamentos do Designde Embalagens

    O fato de que marcas de sucesso e varejistas de sucesso entendem ocomportamento do consumidor e adaptam suas ofertas ao comportamento um

    item histrico a ser levado em conta. Sendo assim, um conceito chave para o

    designde embalagens. Mais do que nunca, o designde embalagens e o mercado

    tm uma forte relao, bem como varejistas, donos de marcas, fabricantes de

    embalagens, como ilustra a Figura 12, onde se pode constatar como so definidas

    as funes.

    Em volta do ncleo esto os elementos-chave que afetam a forma de como

    se deve gerir os negcios. A relao mais significativa a relao entre marcas e

    varejistas. As funes bsicas das embalagens so: conter, proteger e identificar,

    porm muitas vezes encontram-se falhas em pelo menos uma delas.

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    FIGURA 12 AS RELAES DO DESIGNDE EMBALAGENS

    FONTE - PIRA INTERNATIONAL LTD., 2012

    FIGURA 13 OS FUNDAMENTOS DA EMBALAGEM

    FONTE - PIRA INTERNATIONAL LTD., 2012

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    A Figura 13 mostra como as funes das embalagens so definidas. Conter o

    produto pode se entender como manter a integridade do mesmo, no deixando que

    ele perca as funes para as quais foi designado, como por exemplo, no vazar.

    Proteger o produto fazer com que no haja interferncias externas como a luz,

    umidade, oxignio, odores, radiao, infestao. A identificao tem o objetivo de

    descrever o produto, textos por exigncia legal e pode tambm fazer o branding e

    diferenciao do produto.

    Uma vez determinado o que a embalagem deve atingir, ento se considera o

    que a embalagem pode atingir entrando, ento, o trabalho dos designers e sua

    criatividade, porm quem vai determinar o caminho o mercado e a necessidadedos consumidores.

    4.3.4 Aplicao Desenhando o Futuro das Embalagens

    No h como prever o que reserva o futuro ao design de embalagem. Odesignest presente no dia-dia, por toda parte, ao alcance dos nossos olhares. Do

    automvel embalagem, esta ferramenta no se limita. O design agrega valor,

    posiciona a marca, valoriza e informa os atributos da embalagem, ou seja, pode ser

    considerado a alma do negcio. Mas e o futuro da embalagem? Como ser? No h

    como prever ou responder esta questo, porm sabe-se das transformaes que

    esto ocorrendo neste mercado to dinmico.

    A Revista Pack, props a trs agncias de design que elaborassem uma

    criao de embalagem futurstica, com o intuito de se ter uma ideia do que as

    pessoas esto esperando no futuro.

    A metodologia utilizada para esta viso de futuro foi reunir todos os

    envolvidos nas reas de designgrfico, de produto e comercial para uma dinmica,

    onde o primeiro passo foi uma reflexo de como seria o futuro. Aps a reflexo

    foram conseguidos trs cenrios de futuro em curto, mdio e longo prazo, que

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    envolvem mercado, forma de consumo e materialidade, baseados nas tendncias de

    mercado que so apresentadas a seguir:

    Tendncias atuais; Esgotamento do espao e recursos naturais;

    Crescente preocupao pelo desenvolvimento sustentvel;

    Volume de consumo crescente;

    Produtos cada vez mais especficos e variados;

    Aumento da quantidade de dados informativos e promocionais do

    produto;

    Normas mais rgidas referentes proteo do