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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19

Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 1

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO À BIBLIA CAPÍTULO I -A Estrutura da Bíblia CAPÍTULO II -A Inspiração da Bíblia CAPÍTULO III -A Formação do Cânon Bíblico CAPÍTULO IV -A História da Bíblia CAPÍTULO V -Inspiração, Revelação e Iluminação ANEXO 1-O assalto da alta - critica contra as Escrituras 2-O que Diz a Bíblia de si Mesmo BIBLIOGRAFIA

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INTRODUÇÃO

Sem dúvida, a Bíblia é o livro mais lido, mas também, o mais rejeitado. O mais

traduzido e divulgado no mundo, em todas as épocas. Desde quando começou

a ser escrito, cerca de 1500 anos antes do nascimento de Jesus Cristo, até os

dias atuais, milhões de cópias produzidas do Livro Sagrado dos judeus e

cristãos. É o mais amado, mas também, o mais odiado e perseguido. O

primeiro livro impresso nas oficinas gráficas de Gutenberg, o “pai da

imprensa”, foi a Bíblia. Foi uma tiragem de apenas 200exemplares, dos quais

ainda existem 48, espalhados em museus e coleções particulares.

São verdadeiras preciosidades e seu valor é inestimável, em torno de 20

milhões de dólares. Um desses exemplares está no subsolo da biblioteca Lenin

em Moscou. É o livro mais caro do mundo. [1]. No entanto, seria de se esperar

que um livro com tamanha influência, também fosse combatido, criticado,

proibido e rejeitado. Conforme suas próprias profecias, a Bíblia Sagrada

enfrentaria a mais acirrada perseguição. E, de fato, isto tem ocorrido ao longo

da História humana. Durante a Idade Média a leitura do Livro Sagrado foi

proibida pela igreja dominante na Europa. Apenas em alguns mosteiros,

antigas e escassas traduções da Bíblia pendiam acorrentadas nos corredores e

bibliotecas, e podiam ser lidas com muita reserva. No período da Revolução

Francesa, exaltava-se a “deusa” razão, e milhares de Bíblias e outros livros

religiosos eram lançados à fogueira. Conta-se que, durante o enterro de um

prefeito de província, fazia parte do séquito um jumento em cujo rabo se

amarrava um exemplar do Novo Testamento, e uma turba de escarnecedores

instigavam o pobre animal com as mais blasfemas pilhérias. Mas as

testemunhas (o Antigo e Novo Testamento) que profetizaram mil duzentos e

sessenta dias (anos) “vestidas de pano de saco” (Apoc. 11:3) “ouviram grande

voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa

nuvem, e os seus inimigos as contemplaram” (Apoc. 11:12). Na verdade, os

inimigos da Bíblia não conseguiram seu intento de sepultar definitivamente a

Palavra de Deus. Pouco tempo depois da queima das Escrituras pelos

promotores da Revolução Francesa, surgiu, na Inglaterra em1795, a primeira

Sociedade Bíblica, e logo outras foram criadas em diversos países. Hoje são

139 sociedades que publicam e distribuem a Bíblia em mais de 200 países,

editando em cerca de 2.200 línguas e dialetos. Segundo estatísticas recentes,

“a sua tiragem, sob o impulso das sociedades bíblicas, atinge em média

anual de 11 milhões de exemplares da versão integral, 12 milhões de

Novos Testamentos, 400 milhões de brochuras contendo extratos do texto

original “Somente a Sociedade Bíblica do Brasil distribuiu, em 1997,

mais de 3 milhões de Bíblias completas e 180 milhões de porções e

seleções bíblicas, tornando-se a campeã mundial de distribuição das

Sagradas Escrituras, batendo até mesmo os Estados Unidos.

Indubitavelmente esta é a vitória de um Livro que advoga para si mesmo o

título de Palavra de Deus. Pode-se também afirmar que é o cumprimento fiel

das palavras de Seu Autor-Inspirador: “Passará o céu e a terra, porém as

minhas palavras não passarão. ”(Mat. 24:35).

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MÓDULO 01

A ESTRUTURA DA BÍBLIA

A palavra Bíblia é o plural de um vocábulo grego, biblion, que significa livro.

Portanto, uma tradução literal de “Bíblia” poderia ser Os Livros. De fato, a

Bíblia é uma coleção de 66 livros: 39 do Antigo Testamento e 27 do Novo.

As Bíblias publicadas pelas editoras católicas acrescentam mais7 livros ao

conjunto do Antigo Testamento, totalizando, portanto, 73 livros no cômputo

geral. Estes 7 livros são conhecidos como apócrifos ou deuterocanônicos.

Atualmente os livros da Bíblia estão divididos em capítulos e versículos, porém

nem sempre foi assim. A divisão em capítulos ocorreu em 1227 e foi efetuada

por um professor da Universidade de Paris, Stephen Langton, que mais tarde

viria a ser o arcebispo de Cantuária. Em 1551, Robert Stephanus, um

impressor parisiense, iniciou a divisão de cada capítulo em versículos, ao fazer

uma viagem de Paris a Lion, em lombo de animal. [2]. Em 1555 concluiu a

tarefa. Ao longo, a Bíblia contém 1.189 capítulos e 31.102 versículos.

UMA DIVISÃO DIDÁTICA COMUMENTE ACEITA É A SEGUINTE:

I-Antigo Testamento

a) Lei (ou Torá, ou Pentateuco)

b) Livros Históricos

c) Livros Poéticos

d) Livros Proféticos

II-Novo Testamento

a) Evangelhos

b) Livro Histórico ou Biográfico

c) Epístolas

d) Livro Profético

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ANTIGO TESTAMENTO

CRASSIFICAÇÃO LIVRO ABREV.

AUTOR DATA a.C

Pentateuco

Gênesis Gn Moisés c. 1500

Êxodo Êx Moisés c. 1500

Levítico Lv Moisés c. 1500

Números Nm Moisés c. 1470

Deuteronômio Dt Moisés c. 1470

Livros Históricos

Josué Js Josué (*) c. 1400

Juízes Jz Samuel c. 1100

Rute Rt Samuel (*) c. 1090

1 Samuel 1 Sm Samuel/Natã/Gade c. 1070

2 Samuel 2 Sm 2 Sm Natã/Gade c. 1040

1 Reis 1 Rs Jeremias (*) c. 580

2 Reis 2 Rs Jeremias (*) c. 580

1 Crônicas 1 Cr Esdras c. 440

2 Crônicas 2 Cr Esdras c. 440

Esdras Ed Esdras c. 440

Neemias Ne Neemias c. 430

Ester Et Mardoqueu (*) c. 470

Livros Poéticos

Jó Jó Moisés c. 1550

Salmos Sl Davi e outros c. 1000

Provérbios Pv Salomão e outros c. 900

Eclesiastes Ec Salomão c. 900

Cânt. Cânt Ct Salomão c. 950

Livros Proféticos

Isaías Is Isaías c. 730

Jeremias Jr Jeremias c. 580

Lamentações Lm Jeremias c. 600

Ezequiel Ez Ezequiel c. 590

Daniel Dn Daniel c. 530

Oséias Os Oséias c. 740

Joel Jl Joel c. 800

Amós Am Amós c. 750

Obadias Ob Obadias c. 600

Jonas Jn Jonas c. 800

Miquéias Mq Miquéias c. 700

Naum Na Naum c. 600

Habacuque Hc Habacuque c. 620

Sofonias Sf Sofonias c. 630

Ageu Ag Ageu c. 520

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Zacarias Zc Zacarias c. 520

Malaquias Ml Malaquias c. 420

(*) Autor Presumível. Convém lembrar que a Bíblia católica acrescenta os seguintes livros (sete, ao todo, chamados apócrifos ou deuterocanônicos) aos da lista acima: obias, Judite - Históricos 1º e 2º Macabeus - Históricos Sabedoria, Elesiástico - Sapienciais/Poéticos Baruc - Profético

NOVO TESTAMENTO

CRASSIFICAÇÃO LIVRO ABREV. AUTOR DATA a.C

Evangelhos

Mateus Mt Mateus c. 60-70

Marcos Mc Marcos c. 50-70

Lucas Lc Lucas c. 64-70

João Jo João c. 69-90

Livro Histórico Atos At Lucas c. 63

Epístolas

Romanos Rm Paulo c. 60

1 Coríntios 1 Cor Paulo c. 59

2 Coríntios 2 Cor Paulo c. 60

Gálatas Gl Paulo c. 58

Efésios Ef Paulo c. 62

Filipenses Fp Paulo c. 62

Colossenses Cl Paulo c. 63

1Tessalonicenses 1Ts Paulo c. 51

2Tessalonicenses 2Ts Paulo c. 51

1 Timóteo 1Tm Paulo c. 63

2 Timóteo 2Tm Paulo c. 64

Tito Tt Paulo c. 63

Filemon Fm Paulo c. 61

Hebreus Hb Paulo (*) c. 67

Tiago Tg Tiago c. 62

1 Pedro 1 Pe Pedro c. 62

2 Pedro 2 Pe Pedro c. 64

1 Joã 1Jo João c. 98

2 João 2Jo João c. 98

3 João 3Jo João c. 98

Judas Jd Judas c. 70

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(*) Autor presumível

Os quadros das páginas anteriores dão uma visão sucinta de como a Bíblia cristã está organizada nos dias atuais. Convém que se familiarize com as Escrituras, estudando seus livros e a respectiva abreviatura, pois todas as lições deste curso farão referências a eles. A Bíblia hebraica, obviamente, não contém os livros do Novo Testamento,

posto que os judeus não aceitaram a Jesus Cristo como o Messias prometido

nas profecias dos antigos escritores sagrados. Além disso, o cânon hebraico

não aceita os livros apócrifos, principal razão de muitas correntes cristãs não

os incluírem em suas versões da Bíblia.

Livro Profético Apocalipse Ap João c. 95

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CAPÍTULO II A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

Neste capítulo analisa-se a questão da inspiração da Bíblia, que está

intrinsecamente relacionada à formação do cânon bíblico, assunto

que trataremos no próximo capítulo.

A palavra inspiração, quando empregada em relação à Bíblia, significa soprado

por Deus. A Bíblia, na verdade é respirada por Deus e aspirada pelo homem.

O homem ganha vida com o hálito de Deus. A inspiração por fim, é o ato de

Deus trabalhar através do profeta para que este receba e sistematize a

revelação até esta chegar ao seu destino.

Existe um consenso entre os seguidores da Bíblia, baseados não somente na

fé, mas em evidências de que ela é realmente inspirada por Deus. Há,

naturalmente, divergências quanto á maneira como a inspiração proveio de

Deus e chegou ao homem.

1.Teorias da Inspiração: 1.1. INTUIÇÃO – A Bíblia teria sido produzida pelos poderes intuitivos do homem. 1.2. PARCIAL OU FRACIONÁRIA - A Bíblia foi parcialmente inspirada. 1.3. DITADO VERBAL, MECÂNICA, – Esta teoria afirma que Deus ditou palavra por palavra. 1.4. DINÂMICA –Segundo a inspiração dinâmica, Deus inspirou somente a ideia do escritor e este embalou a mensagem em seu vocabulário e em sua cultura. Neste caso temos um autor inspirado, mas não as suas palavras. Difícil é entender como poderia haver “ideias inspiradas‟ e não “palavras‟, se as ideias são formadas por palavras”. Essa teoria aceita que alguns tipos de erros são possíveis, mesmo nos originais (autógrafos). Essa teoria conspira contra a Autoridade e infabilidade das escrituras.

1.5 PLENARIA –Essa teoria acredita que o escritor bíblico foi inspirado ao

receber (ideias) e ao transmitir (palavras) a mensagem de Deus. Não aceita a ideia do ditado verbal. Deus deu liberdade para o autor usar sua capacidade literária e não anulou sua personalidade. No entanto, o Espírito Santo estava no controle de todo o processo impedindo que erros fossem cometidos. Algumas dificuldades que hoje se vê na Bíblia foi ocasionado pelos copistas no processo transição. Porem os autógrafos era totalmente sem erros, já que o Espírito de Deus não pode errar ou mentir.

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2.Evidências internas

2.1.Autoridade própria.

A Bíblia é um livro que fala com autoridade e, com esta mesma autoridade,

afirma-se como escrito inspirado por Deus. “Toda a Escritura é inspirada por

Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação

na justiça”. (II Timóteo 3:16). Somente no Antigo Testamento aparecem mais

de 400 vezes a expressão “assim diz o Senhor”.

2.2.O testemunho do Espírito Santo.

“O testemunho íntimo de Deus no coração do crente, à medida que este vai

lendo a Bíblia, é evidência da origem divina da Bíblia”. Até mesmo pessoas que

não têm nenhuma afinidade com a Bíblia, ao começar a lê-la, estudá-la,

sentem que estão diante de um tratado diferente de qualquer outro produzido

por pena humana.

2.3.A capacidade transformadora da Bíblia.

Nenhum outro livro evidencia tão forte poder de transformar vidas como a

Bíblia. Homens imperiosos aprendem lições de humildade e mansidão;

prostitutas e homossexuais abandonam suas práticas licenciosas; ladrões e

sonegadores restituem o furto; viciados conseguem deixar as drogas; pais

rancorosos passam a tratar com carinho seus filhos; filhos rebeldes retornam

ao lar; famílias destruídas são refeitas; patrões insensíveis passam a respeitar

o direito de seus empregados, e empregados relapsos tornam-se honestos e

dedicados.

2.4.O Princípio da unidade da Bíblia.

Uma forte evidência da origem divina da Bíblia é o fato de apesar de ser

constituída por 66 livros, com cerca de 40 diferentes autores que a escreveram

num período de, aproximadamente, 1500 anos, a Bíblia apresenta uma

extraordinária coerência temática. Nenhum autor contradiz o outro, apesar de

escreverem em idiomas diferentes e viverem em culturas diferentes. Esta

evidência indica que os profetas, reis e apóstolos, não foram os autores, foram

apenas instrumentos do autor, o Espírito Santo.

O tema central da Bíblia é apresentar a solução para o problema do pecado,

Jesus Cristo, “autor e consumador da fé”. Do primeiro livro, Gênesis, ao

último, o Apocalipse, este tema se repete como se obedecesse a um roteiro

transcendente à própria vida de seus autores humanos.

3.Evidências externas 3.1.O testemunho de Cristo. “Se Jesus Cristo possui alguma autoridade ou integridade como mestre religioso, podemos concluir que a Bíblia é inspirada por Deus”. Dizem Geisler

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e Nix: “O Senhor Jesus ensinou que a Bíblia é a Palavra de Deus. Se alguém quiser provar ser essa assertiva falsa, deverá primeiro rejeitar a autoridade que tinha Jesus de se pronunciar sobre a questão da inspiração”. Cristo fez inúmeras referências às Escrituras hebraicas, dando, assim, seu aval sobre a veracidade e inspiração da Lei (o Pentateuco), dos Profetas e dos Salmos (as outras divisões da Bíblia hebraica). “A seguir Jesus lhes disse: São estas as palavras que Eu vos falei, estando ainda falando convosco: importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. ” (Lucas 24:44). 3.2. O cumprimento das profecias. Nenhum outro livro que reivindica a inspiração divina, (Alcorão islâmico e os Vedas hindus), apresenta uma gama de profecias cumpridas com extrema exatidão como a Bíblia. É espantosa a precisão profética de Daniel ao descrever as datas exatas do nascimento, batismo e morte de Cristo, na profecia das setenta semanas. Parece até que o profeta Naum estava observando as ruas movimentadas de uma grande cidade moderna, à noite, do alto de um edifício, ao descrever fotograficamente, os carros em alta velocidade: “Os carros passam furiosamente pelas ruas e se cruzam velozes pelas praças; parecem tochas, correm como relâmpagos”. (Naum 2:4). O Profeta Isaías também descreve de forma precisa toda obra e sacrifício de Cristo em Seu ministério terreno, cerca de 700 anos antes de ocorrerem os fatos. 3.3. A indestrutibilidade da Bíblia. O próprio Senhor Jesus afirmou que passaria o céu e a terra, “mas as minhas palavras não passarão” (Mateus 24:35). Vê-se, na introdução deste tratado, que apesar de todas as tentativas, os inimigos das Sagradas Escrituras não conseguiram eliminar sua influência, nem no passado, nem nos dias atuais. “Os cépticos têm lançado dúvidas sobre a confiabilidade da Bíblia; todavia, mais pessoas hoje se convencem de suas verdades do que em toda a história. Prosseguem os ataques da parte de alguns cientistas, de alguns psicólogos e de alguns líderes políticos, mas a Bíblia permanece ilesa, indestrutível... A Bíblia continua mais forte do que nunca, depois destes ataques”. 3.4. A integridade de seus autores humanos. Os relatos bíblicos impressionam pela imparcialidade como são expostos. Reis

ou humildes servos são apresentados com todos seus defeitos e vícios, e percebe-se que nenhum escritor bíblico tentou omitir fatos para proteger os poderosos de sua época, e nenhum elogio descabido ou forçado é dirigido para agradar quem detinha o poder. Os profetas e apóstolos eram considerados homens de Deus. Com certeza, por esse motivo, nenhum outro livro ou tratado apresenta, em suas páginas, um código de ética e moral mais elevado que a Bíblia. O Decálogo (dez mandamentos), o clamor dos profetas pela justiça, os preceitos de Cristo (sermão da montanha e todos os Evangelhos), as

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instruções apostólicas (epístolas), a pureza de caráter exigida do cidadão da Nova Terra (Apocalipse) fala, por si só, da inteireza moral dos escritores da Bíblia.

3.5. A influência da Bíblia. Para a pergunta: qual o livro que mais tem influenciado o pensamento ocidental? Sem risco de errar, a resposta só poderia ser: a Bíblia. A maior religião do mundo, hoje, é o cristianismo, com mais de dois bilhões de seguidores. Embora dividido em diversas correntes, todas as igrejas cristãs aceitam a Bíblia como livro sagrado. Portanto, o maior grupo religioso do

planeta recebe influência direta da Bíblia. Não foram poucas as grandes personalidades da história universal que reconheceram a influência da Bíblia. Abaixo têm-se três, a título de ilustração: Emmanuel Kant (filósofo alemão): “A existência da Bíblia, como um livro para as pessoas, é o maior benefício que a raça humana alguma vez experimentou. Toda tentativa para depreciar isto é um crime contra a humanidade”. George Washington (primeiro presidente dos E.U.A): “É impossível governar o mundo, justamente, sem Deus e a Bíblia”. Rainha Vitória: “Este livro (a Bíblia) responde pela supremacia da Inglaterra”. As evidências analisadas neste capítulo nos deixam seguros de que a Bíblia é, de fato, um livro confiável em toda sua extensão e em todas as suas partes. Embora as transcrições dos textos antigos possam conter imprecisões (antes da invenção da imprensa, todas as cópias eram feitas à mão, sujeitas, portanto, aos deslizes dos copistas), podemos estar absolutamente certos da inerrância dos escritos originais (conhecidos como autógrafos, escritos do próprio punho dos profetas ou dos amanuenses), ainda que não tenhamos acesso a eles, pois já não existem mais. Finalmente, Packer lembra que “a inspiração dos escritos bíblicos não deve ser igualada com a inspiração das grandes obras da literatura, nem mesmo (como frequentemente é verdadeiro) quando o escrito bíblico for, de fato, uma obra da literatura. A ideia bíblica da inspiração não se relaciona com a qualidade literária do que é escrito, mas com sua característica de ser revelação divina escrita”.

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CAPÍTULO III A FORMAÇÃO DO CÂNON BÍBLICO

CONCEITO -O vocábulo “cânon”, literalmente significa vara. Os gregos o

tomaram emprestado dos antigos semitas. Cânon pode ser entendido,

também, como norma, medida, régua, regra, lista, divisa, etc. E pode ser

tomado em duas acepções. Pode indicar que a Bíblia é a norma básica de

julgamento para quaisquer outros livros, discursos ou escritos cristãos...

Também pode referir-se ao conjunto de “normas” ou princípios que orientaram

o povo de Deus na escolha dos livros sagrados que compõem a Bíblia.

Num sentido mais amplo, cânon é a lista dos livros inspirados que formam a

Bíblia. Como os livros foram preparados durante um longo período de tempo,

é fácil pressupor que o cânon bíblico nem sempre foi o mesmo.

Canonização é o processo que cada livro passou para que pudesse ser aceito

como inspirado por Deus.

1- O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO A igreja cristã do Novo Testamento, nasceu com uma Bíblia nas suas mãos em 31 d.C. com a morte de Jesus. A Bíblia era o Velho Testamento. Abaixo se tem pelo menos três teorias para a formação do cânon do Antigo Testamento: 1ª -Teoria do Crescimento–Os livros quando foram escritos não eram inspirados, sua inspiração, veneração, dependeu do tempo. Depois a grande sinagoga de Esdras, (comissão de 70 anciãos de Israel, tendo como presidente, Esdras), foi que canonizou esses livros. Esta teoria não é bem aceita porque limita a decisão do cânon somente a setenta pessoas votando contra ou a favor. 2ª Teoria – O que influenciou o cânon do Antigo Testamento foi o Concílio de Jânia no ano 90 A.D. Isso não é verdade, pois Jesus e os discípulos já usavam

o Antigo Testamento. O Concílio de Jânia só confirmou a inspiração do V.T., usou como base a Bíblia hebraica de um escritor do ano 200 a.C. Chamado Baba Bathra. Então no mínimo 200 anos antes de Cristo já haviam os 22 livros que continham os 39 que compõem o Antigo Testamento. Baba Bathra foi um dos maiores escritores do Talmude Babilônico.

3ª Teoria – No ano 75 A.D. o escritor Flávio Josefo menciona nos seus escritos os 39 livros do Antigo Testamento, embora sua lista conste só de 22. Sendo

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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 13

um livro para cada letra do alfabeto hebraico, cujo alfabeto só contém 22 letras. Josefo foi o primeiro a dividir o Antigo Testamento. Em três partes. Antes dele, Lucas já dividia em duas quando mencionava “a lei e os profetas...”

A lista de Flávio Josefo é mais confiável por três razões; 1ª - Josefo era judeu e escreveu num período muito importante da história de Israel. 2ª - A lista de Josefo é 200 anos mais velha do que a de Baba Bathra. Isto é, do ano 400 a.C.

3ª - Josefo contemporâneo de Cristo, esteve presente na ocupação e destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. e participou da diáspora (dispersão dos judeus). Josefo afirma que no saque a Jerusalém no ano 70 d.C. o imperador Tito, lhe entregou os rolos dos livros sagrados do templo. Nessa ocasião foi levado para Roma o mobiliário. A lista mais antiga do Antigo Testamento, na ordem em que está hoje é do ano 170 d.C. feita por Melito pastor da igreja de Sardes. Pirke Abot, (hebraico) é tradições de pais. Foi assim no decorrer de gerações que se foi aceitando os escritos de acordo com a vara com a qual mediam o nível de inspiração. Para cada profeta de Deus havia 800 falsos profetas. Os livros que se encaixassem com o passado e tivessem sentido para o contexto presente eram considerados inspirados por Deus. O julgamento era feito pela grande congregação (grupo de 70 anciãos de Israel, quando um morria o outro ocupava o lugar, uma espécie de academia de letras), de Moisés até Esdras. Abaixo tem-se no gráfico, o período da canonização do Antigo Testamento Textos sobre as grandes congregações: Esdras 5.5,9; 6.7,8,14; 10.8,14; Josué 1.7; 3.4; 8.31,32; 23.6; I Reis 2.3; II Reis 14.6; 18.6; 23.25; Esdras 7.6; Salmos 103.7; Isaías 8.20; Jeremias 8.8.Somente depois de escrito, copiado, divulgado, lido nas congregações e ajuntamentos do povo, aceito pela maioria dos fiéis e aprovado pelos líderes como tendo todas as características de um texto inspirado por Deus, o livro era considerado canônico. Passava, então, a fazer parte da lista de escritos sagrados que serviam como norma de doutrina e conduta.

O que determina a canonicidade de um livro? Com certeza não é a língua (pode ter sido escrito em hebraico, ou grego, não importa); não é a

antiguidade (existem livros mais antigos que o mais antigo livro da Bíblia); nem, tampouco, o sentimento de religiosidade de que se apresente no livro. A canonicidade é determinada, exclusivamente, pela inspiração divina. “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. ” (2 Pedro 1:20 e 21).

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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19

Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 14

Esse texto da Segunda epístola de Pedro é muito elucidativo. Convém que se leia toda a carta para ter-se uma ideia mais concreta das marcas de inspiração divina em um livro bíblico. No versículo primeiro do capítulo1, o autor apresenta-se como “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo” e esclarece que a carta é dirigida aos que “obtiveram fé” na justiça divina. No verso 3, fala no poder, glória e virtude de Deus. No verso 4, aparece a expressão “natureza divina”, da qual os crentes são convidados a participar. A partir do verso 5, faz uma lista de virtudes: diligência, fé, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor. E aconselha, no verso 10: “Por isso, irmãos, procurai com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; portanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. ” No verso 12, esclarece o objetivo da carta. E, no verso 19 e seguintes, fecha o capítulo com um precioso conselho: “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da D‟alva nasça em vosso coração.

Nota-se aí, marcas indeléveis da inspiração divina: 1.1. O autor é um profeta, um porta-voz de Deus, “servo e apóstolo” do Senhor Jesus. 1.2. Fala com autoridade das coisas que “efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo me revelou”. Reivindica, desta forma, revelação (inspiração) divina. 1.3.Apresenta coerência doutrinária com os outros livros da Bíblia.

1.4.Foi reconhecido pelo povo de Deus, como canônico. Curiosamente, esta segunda carta do apóstolo Pedro foi uma das mais contestadas quanto à sua autenticidade. O principal motivo apresentado pelos críticos era a diferença de estilo da primeira epístola de Pedro. No entanto, o uso de escribas por alguns autores da Bíblia, pode explicar facilmente essa diferença de estilo. No Antigo Testamento, por exemplo, Baruque, secretário de Jeremias, registrava as visões do profeta. Descoberta arqueológicas, como o Papiro Bodmer e a carta do pseudo-Barnabé, comprovam, definitivamente, a autenticidade da segunda epístola de Pedro. 2. OS LIVROS APÓCRIFOS O último livro do Antigo Testamento é o livro do profeta Malaquias, escrito por volta de 400 a.C. Durante o período intertestamentário (entre o Antigo e o Novo Testamento), muitos outros livros relacionados à história dos hebreus foram escritos. Muitos destes livros foram totalmente rejeitados e considerados não-canônicos, como o Livro de Adão e Eva, o Testamento dos Doze Patriarcas, o Primeiro Livro de Enoque, a Assunção de Moisés, para citar apenas alguns.

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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 15

Outros foram acrescidos à lista dos livros inspirados, porém contestado por grande número de estudiosos. Entre estes, encontram-se os livros apócrifos. A palavra grega “apócrifo”, significa “escondido”. Refere-se a um conjunto de livros que foram, em diferentes épocas e lugares, ocasionalmente incluídos em manuscritos antigos, juntamente com os livros considerados canônicos. Sete desses livros encontram-se na Bíblia católica e são chamados por esses cristãos dedeuterocanônicos, quer dizer do 2o cânon, ou da 2a lei. São eles: Tobias, Judite, Eclesiásticos, Sabedoria, Baruque, 1o e 2o Macabeus e os acréscimos aos livros de Esdras e Daniel. São escritos nas Centúrias Silenciosas, só Tobias e Judite são as exceções. Todas têm valor histórico, as narrações são verídicas. A dispensação do Antigo Testamento pertencia aos judeus, que eram considerados “o povo de Deus” da época antes do nascimento de Cristo. Portanto, eles eram os depositários das Escrituras Sagradas da antiga dispensação. Todavia, um grupo de setenta estudiosos judeus que traduziram as Escrituras para o grego, no século II a.C., incluíram estes livros apócrifos na sua versão, que hoje é conhecida como Septuaginta. Convém lembrar que a Septuaginta foi uma tradução de judeus que moravam em Alexandria, no Egito, longe, portanto, das raízes bíblicas de Jerusalém. ” A palestina é que era o lar do cânon judaico, jamais a Alexandria, no Egito. O grande centro grego do saber, no Egito, não tinha autoridade para saber com precisão que livros pertenciam ao Antigo Testamento judaico. Alexandria era lugar da tradução, não da canonização. O fato de a Septuaginta conter os apócrifos apenas comprova que os judeus alexandrinos traduziram os demais livros religiosos judaicos do período intertestamentário ao lado dos livros canônicos”. ECLESIÁSTICO - AUTOR: Sira que, o filho dele chamado Sira que ben Sira que que traduziu o livro em 132 a.C. do hebraico para o grego, disse: “Meu pai não era profeta. Deus nunca falou através de meu pai. ” BARUQUE. Era o secretário de Jeremias, alguns afirmam que por isso o seu livro, também, era inspirado. DESARMONIA. Baruque 1:1. Eu estava em Babilônia com Jeremias. Jer. 43:6 e 7. Diz: “Baruque estava comigo no Egito. ” Jeremias nunca esteve em Babilônia. Baruque 6:2 diz que Jeremias predisse um cativeiro de sete gerações ou 280 anos, uma geração judaica era de quarenta anos. Jer. 25:11; 29:10 afirma que o cativeiro seria de 70 anos.

MACABEUS. Escrito em 165 a.C. história da independência judaica, são reais

e verídicas que aconteceram em Israel. I Macabeus 4:46; 9:27; 14:41 dizem:

“Naquele tempo não havia profeta em Israel, o espírito de profecia havia ido

embora.” Como pode ser inspirado se o próprio livro diz que nesse tempo não

tinha profeta. Os acréscimos do livro de Daniel após o capítulo 12 já tem algo

fora de contexto. É diferente.

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TOBIAS. Escrito durante o cativeiro Assírio e Judite durante o cativeiro

babilônico foi em 586. O cativeiro babilônico foi em 722 quando foram levadas

cativas as dez e meia tribos do norte que nunca mais voltaram. Em 586 o

resto da tribo de Judá e metade da tribo de Benjamim foram levadas cativas

para Babilônia, esse foi o cativeiro babilônico.

JUDITE. Judite 1:1. Afirma que Nabucodonosor era o rei de Nínive. O livro de

Daniel ensina que Nabucodosor era rei da Babilônia.

O Novo Testamento cita mais de 600 vezes o Velho Testamento e apenas dois

autores citam um livro não canônico, Judas 14. As figuras que João usa no

Apocalipse foram copiadas do livro de Enoque. Os únicos livros do Antigo

Testamento que não são citados diretamente no Novo Testamento: Ester,

Cantares, Neemias, Eclesiastes, Esdras, Jó e Rute.

Pela primeira vez, no concílio de Trento (1546) foram os apócrifos

considerados canônicos.

Santo Agostinho bispo de Hippona, França, presidiu dois concílios: Em 393

A.D., o de Hippona e em397 A.D. o de Cartago. Ele incluiu no cânon os

apócrifos, menos Baruque. Incluiu, também Primeiro Esdras (pseudo-

epígrafo).

Agostinho escreveu após incluir os livros: “Nenhum destes livros é profético,

não estão no cânon que o povo de Deus recebeu, pois, uma coisa é poder

escrever como homem e outra coisa, com a diligência de um historiador e

outra é escrever como profeta sob a inspiração divina. ” - Philip Schaft, (em

inglês), História do Cristianismo, Vol. 4. P. 693.

Em 1490 foi publicada uma Bíblia católica chamada Poliglota Complutense de

Francisco Ximenes de Cisneros.

Recebeu a aprovação do papa Leão X. no prefácio o cardeal Ximenes escreveu:

“Os livros não canônicos aqui incluídos não são inspirados, mas servem para

codificação”. E o papa aceitou. Isto 50 anos antes de Trento.

No dia 8 de abril de 1546 às 16 hs. Trento declarou: “O sínodo recebe e venera

todos os livros do Velho e Novo Testamento, já que Deus é o autor de ambos,

como também recebe as tradições proferidas pela boca de Cristo e do Espírito

Santo. Depois da lista dos livros concluem: se alguém não recebe estes livros

como sagrados e canônicos e deliberadamente menospreza os ali

mencionados, seja anátema”.

Geisler e Nix apresentam, entre outras, as seguintes razões para a não

aceitação dos apócrifos como canônicos:

2.1. A comunidade judaica jamais os aceitou como canônicos.

2.2. Não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores do Novo Testamento.

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2.3. A maior parte dos primeiros grandes pais da igreja rejeitou sua

canonicidade.

2.4. Nenhum concílio da igreja os considerou canônicos senão no final do

século IV.

2.5. Jerônimo, o grande especialista bíblico e tradutor da Vulgata [tradução

latina da Bíblia], rejeitou fortemente os livros apócrifos. “Ele concordou com

esse conceito de que os livros extras do Antigo Testamento não eram legítimos.

Ele pediu que todos esses livros que não estavam incluídos no cânon hebraico

fossem considerados apócrifos.”[3]

2.6. Muitos estudiosos católicos romanos, ainda ao longo da Reforma,

rejeitaram os livros apócrifos.

2.7. Nenhuma igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante, até a presente

data, reconheceu os apócrifos como inspirados e canônicos, no sentido

integral dessas palavras.

2.8. Os apócrifos não reivindicam serem proféticos.

2.9. Não detêm autoridade de Deus.

2.10. Embora seu conteúdo tenha algum valor para a edificação nos

momentos devocionais, na maior parte trata-se de texto repetitivo; são textos

que já se encontram nos livros canônicos.

2.11. Há evidente ausência de profecia, o que não ocorre nos livros canônicos.

Além da polêmica dos apócrifos, alguns poucos livros, hoje totalmente aceito

como canônicos, foram, aqui e ali, contestados. São eles: Ester (por não

mencionar o nome de Deus); Cântico dos Cânticos (por seu conteúdo

supostamente erótico); Eclesiastes (por deixar transparecer aparente ceticismo

e pessimismo diante da vida); Provérbios e Ezequiel (por questões rabínicas de

menor importância). Eis a seguir, o atual cânon do Antigo Testamento, na

ordem em que os livros aparecem nas Bíblias cristãs:

Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1

Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias,

Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos, Isaías,

Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós,

Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e

Malaquias.

3. CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

Os períodos de inscrição da Bíblia são:

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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19

Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 18

Cerca de 1450 a.C. _____A.T.____ Cerca de 400 a.C.

Cerca de 49 A.D. _____N.T.______ Cerca de 100 A.D.

O Novo Testamento só começou a ser escrito no ano 49 A.D. Por que os

discípulos demoraram a escrever?

1 – Porque estavam preocupados em pregar.

2 – Aguardavam Jesus voltar em seus dias.

Os primeiros escritos não foram aceitos logo, com facilidade, por quê?

1o - Preferiam a presença dos discípulos do algo escrito. (Gál. 4.20).

2o - Os discípulos eram mais duros nas cartas do que pessoalmente, por isso

os cristãos preferiam que fossem pessoalmente.

II Cor. 10.10, São Paulo fala do desejo de ir pessoalmente e S. João também,

em II João 12.

Jesus não escreveu livros, mas, os apóstolos repetiam as palavras dEle

transmitidas pelos discípulos. O que Jesus falava era considerado como tendo

a mesma autoridade do V.T. Os discípulos quando começaram a escrever, já

havia 18 anos que Jesus tinha morrido. As pessoas que ouviram Jesus. Eram

testemunhas de que os apóstolos escreviam a verdade.

Quando os discípulos começaram a morrer e Jesus não voltara surgiu a

necessidade de deixarem algo escrito.

3.1. Evidências a Favor da Canonicidade do Novo Testamento

O período do ano 70 A.D. ao ano 120 A.D. é chamado de Era dos Pais

Apostólicos. Do ano 120 ao ano170 A.D. é o período dos apologistas.

No primeiro período há indivíduos que serviram de testemunhas de inspiração,

entre eles:

a) Clemente Bispo de Roma que foi morto no ano 96 A.D. Foi mártir e

contemporâneo dos discípulos. Foi colega do apóstolo João e acompanhou

Paulo na prisão de Roma. Ele era pastor de Roma. Escreveu três epístolas.

Uma para Corinto, prega com base no Velho Testamento, mas cita Paulo com

a mesma autoridade. Citou o livro de Paulo aos Romanos. O próprio Paulo

conhecia Clemente trabalhando juntos. (Fil. 4.3)

b) Policarpo, bispo de Esmirna. Morreu em 155 A.D. foi o último pai apostólico

que viu e teve contato direto com João do Apocalipse. Essa igreja que ele

pastoreava foi fundada por João. Acompanhou João de Patmos a Éfeso em 90

A.D. Ele cita várias cartas de Paulo especialmente as dirigidas a Timóteo. Na

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epístola de Policarpo aos Filipenses ele cita Efésios 4.26 para comentar Salmos

4.4, por isso é chamado testemunha de inspiração do Novo Testamento.

Colocou no mesmo nível do Velho Testamento os escritos de Paulo.

c) A epístola de Barnabé foi uma das pouquíssimas que quase entraram no

cânon do Novo Testamento. Circulou ainda no cânon por 200 anos. Escrito

por Barnabé, cristão de Alexandria. Descobriram isso por volta do ano 200.

Antes disso achavam que teria sido escrita por Barnabé companheiro de Paulo

mas, descobriu-se que foi escrita entre 90 A.D. e 110 A.D. e Barnabé,

companheiro de Paulo morreu antes do ano 90 A.D. Barnabé cita livros do

Novo Testamento no mesmo nível de inspiração do Velho, como Mt. 7.21.

d) Didaché – Era o manual dos cristãos onde eles confirmavam as doutrinas e

ensinamentos. Didaché não tem autor, foi produzido em Antioquia e a fonte

principal é Mateus.

Apologistas – Defensores da fé. Alguns inconscientes, muitos eram agnósticos

e muitos eram semi-católicos. Usaram escritos apostólicos para confirmar

seus ensinos.

1o Apologista – Dionísio, 170 A.D., defendeu os escritos apostólicos como

divinamente inspirados por Deus e usou o Apocalipse para defender suas

doutrinas. Foi o primeiro a defender ensinamentos baseado em Apocalipse.

2o Apologista - Irineu, 130 A.D., foi mártir. Seus escritos mostravam a

aceitação dele pelos ensinos apostólicos colocados no mesmo nível de

inspiração do Velho Testamento.

3o Apologista – Basilídes, Um agnóstico contemporâneo de Policarpo, ano 139

A.D., afirmou: “Os eventos da vida de Jesus aconteceram tal e como estão

escritos nos evangelhos. ” Basílides foi o primeiro a citar João, o último

evangelho a ser escrito.

Cinco razões pelas quais foram os livros do Novo Testamento

canonizados:

1a - A catolicidade dos livros por todos os seguimentos cristãos.

2a - Apostolicidade – Os escritores tiveram contato direto com Cristo.

3a - Conformidade e uniformidade dos livros, união, ligação sem divergências,

sem contradições.

4a - Veracidade doutrinária – Conteúdo cristológico.

Existem milhares de manuscritos antigos contendo todo o Novo Testamento ou

partes dele. Esses manuscritos têm grande valor documental para o estudo da

formação do cânon do Novo Testamento, a despeito de omissões, acréscimos e

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textos variantes provocadas pelas falhas decorrentes do método de

transmissão: tudo era feito á mão. Embora a grande maioria dos copistas

tivesse extremo cuidado na transcrição dos livros sagrados, havia

possibilidades de engano ou falha humana.

Entre os manuscritos mais importantes para o estudo documental dos textos

bíblicos, encontra-se o Códex Sinaítico. Este manuscrito, datado do século IV,

contém vários livros do Antigo Testamento, todo o Novo Testamento (com

exceção de partes dos Evangelhos de Marcos e João), e outros não-canônicos,

como a Epístola de Barnabé, o Pastor, de Hermas.

O Códex Sinaítico foi encontrado no Mosteiro de Santa Catarina, ao pé do

Monte Sinai, pelo estudioso alemão Tischendorf, e doado ao imperador da

Rússia, Czar Alexandre II. Mais tarde, em 1933, o governo inglês comprou o

Códex por meio milhão de dólares. Uma testemunha da época conta: “Quando

o Códex chegou a Londres, as multidões correram ao Museu Britânico para

ver aquela cópia da Bíblia” do quarto século. “Ela ainda pode ser vista ali hoje,

juntamente com muitos manuscritos importantes, todos eles dando seu

testemunho da cuidadosa preservação do texto bíblico”.

Até o final do segundo século da era cristã, todos os livros do cânon do Novo

Testamento estavam, praticamente, aceitos. Foram citados ou considerados

autênticos por quase todos os chamados “pais” da igreja (Clemente de Roma,

Inácio, Policarpo, Hermas, Papias, Ireneu, Diogneto, Justino Mártir, Clemente

de Alexandria, Tertuliano, Orígenes, Atanásio, Cirilo de Jerusalém, Eusébio,

Jerônimo, Agostinho) e aprovado nos concílios de Nicéia (325-340), Hippona

(393) e Cartago (397 e 419).

Entre os apócrifos e pseudo-epigráfos do Novo Testamento, podemos citar a

Epístola de Barnabé, O Pastor de Hermas, O Didaquê, o Apocalipse de Pedro,

os Atos de Paulo e Tecla, a Carta aos Laodicenses, o Evangelho de Tomé, o

Evangelho de Pedro, o Evangelho de Nicodemos, a Assunção de Maria, os Atos

de Pedro, as duas Carta Perdidas aos Coríntios, o Apocalipse de Estêvão, o

Livro Secreto de João, os Atos de João, o Diálogo do Salvador. Poucos destes

livros tiveram aceitação local e passageira, e todos os outros foram totalmente

rejeitados.

Encontram-se, nesses livros, narrativas fantasiosas e ridículas. Nos Atos de

João pode-se ler um suposto diálogo do discípulo com um batalhão de pulgas.

No Evangelho de Tomé, Jesus, menino, amaldiçoa algumas crianças que vêm

a morrer logo em seguida. Segundo os Atos de Pedro, Simão, o mágico,

impressionava os romanos voando sobre a cidade de Roma.

Os canônicos mais contestados foram: Hebreus, Tiago, 2a Carta de Pedro, 1a e

2a Cartas de João, Judas e Apocalipse. Estes livros, no entanto, constam dos

códices mais antigos, o que prova sua aceitação pela igreja cristã primitiva.

Além disso, todos eles apresentam provas de autêntica inspiração divina. (Veja

análise de 2o Pedro, no início deste capítulo).

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Eis, a seguir, o atual cânon do Novo Testamento, na ordem em que os livros

aparecem nas Bíblias cristãs:

Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos dos Apóstolos, Romanos, 1 Coríntios, 2

Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2

Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemom, Hebreus, Tiago, 1

Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João, Judas e Apocalipse.

CAPÍTULO IV

A HISTÓRIA DA BÍBLIA

São poucos os livros que atravessaram os séculos e mantiveram sua

integridade de conteúdo e força de mensagem como a Bíblia. A unicidade e

preservação da Bíblia, por si só testemunham a favor do cuidado sobrenatural

sobre este conjunto de livros que já habituou-se a chamar de Sagradas

Escrituras. Nenhum outro livro, incluindo as grandes religiões que reivindicam

origem divina, tem transformado tantas almas e resgatado tantas vidas dos

esgotos sociais da história das civilizações, como a própria Bíblia. Ela mesma

declara, na epístola aos Hebreus, que “a palavra de Deus é viva, e eficaz, e

mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto

de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os

pensamentos e propósitos do coração”. (Hebreus 4:12).

Esta Palavra “viva e eficaz” tem uma história de lutas e vitórias. Uma história

que se confunde com a própria história do povo de Deus. Que língua

utilizaram os profetas? Como eram transmitidos os escritos sagrados? Que

materiais eram usados? Quais os testemunhos mais antigos do Santo Livro?

Quais as traduções mais famosas? A viagem que agora se faz através do

tempo, é em busca de respostas a essas perguntas.

A maior invenção do homem antigo foi, sem dúvida, a escrita. Para fixar

sentimentos e ideias, o homem utilizou, inicialmente, representações

figurativas do que via. Era a escrita pictográfica. Depois, simplificou os

desenhos que usava na escrita pictográfica para representar ideias: eram os

ideogramas. Os egípcios, por exemplo, desenhavam um homem em posição de

espanto e admiração para representar a ideia de “um milhão”. O passo

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seguinte foi a transformação dos ideogramas em fonogramas: cada símbolo

representava um som. Os símbolos eram mais fáceis de grafar, pois foram

reduzidos a poucos traços. A criação do alfabeto é atribuída aos fenícios e

cananeus.

1. As Línguas Originais

A Bíblia foi escrita, originalmente, em três idiomas: o hebraico, o aramaico e o

grego. A maior parte do Antigo Testamento foi escrita em hebraico, e a

principal língua usada no Novo Testamento foi o grego.

O alfabeto hebraico contém 22 consoantes e nenhuma vogal. Daí a dificuldade

para a pronúncia deste idioma a partir de sua forma escrita. Para contornar

este problema, os massoretas (estudiosos judeus que viveram na Idade Média

e transcreviam as Escrituras hebraicas) inventaram um sistema de pontos e

sinais que indicavam a pronúncia de sua época. No entanto, é impossível

saber qual a exata pronúncia do hebraico antigo, dos tempos bíblicos.

A língua hebraica apela aos sentimentos e é extremamente figurativa. É rica

em figuras de linguagem e, como em português, não possui o gênero neutro:

tudo é masculino ou feminino. Expressa as ideias de forma bastante

compacta, de modo que os textos traduzidos do hebraico são, pelo menos,

duas vezes maiores que o original, se levarmos em conta o número de letras e

palavras. Outra característica: o hebraico é lido da direita para esquerda.

O aramaico foi utilizado em algumas passagens do Antigo Testamento (Esdras

4:8 – 6:18; 7:12-26; Daniel 2:4-7:28). É uma língua falada por alguns povos.

Bastante parecido com o hebraico, usa os mesmos caracteres deste idioma nas

passagens bíblicas citadas. Seu vocabulário e sintaxe são ricos, mais ricos que

o hebraico, mas não possuem a mesma força de expressão dessa língua.

Juntamente com o grego, era uma das línguas amplamente utilizadas nos

primórdios da era cristã.

O grego foi, sem dúvida, a língua utilizada pelos escritores do Novo

Testamento, que tinham a Septuaginta como principal fonte de textos do

Antigo Testamento. Diferentemente do hebraico, o grego é uma língua que

apela a razão, e foi o idioma dos pais da filosofia da antiga Grécia, que

influenciaram, de modo definitivo, todo o pensamento ocidental. O grego

falado pelo povo, na época do surgimento da igreja cristã, foi o mesmo usado

pelos escritores dos Evangelhos. Era o grego conhecido como coiné, isto é,

comum; não se tratava, portanto de um grego especial do Espírito Santo, como

muitos pensavam na Idade Média.

2. Os Materiais

Na antiguidade foram usados os mais diversos tipos de materiais para a

produção de textos escritos. Os antigos povos da Mesopotâmia usaram

lâminas de argila, onde imprimiram seus escritos com símbolos em forma de

cunha – era a escrita cuneiforme. Os egípcios preferiram o papiro, feito de

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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 23

tiras do talo de uma planta do mesmo nome das margens alagadiças do vale

do Nilo. Nossa palavra “papel” provêm exatamente de papiro.

O couro também foi utilizado. Curtiam-se peles de caprinos ou bovinos

masseradas em cal, raspadas e polidas. Eram os pergaminhos. Formavam-se

longas tiras que eram enroladas para formar os livros. Daí terem os livros

antigos formato de rolos. Posteriormente, pergaminhos bastante finos e lisos,

de couro de animais recém-nascidos ou que nasceram mortos (natimorto),

preparados e costurados como nossos livros atuais. Estes pergaminhos

receberam o nome de velino. Como exemplo de velino, temos o Códex

Sinaítico, mencionado no capítulo anterior. Devido à escassez de material para

a escrita, era comum rasparem-se pergaminhos já utilizados, para serem

reaproveitados em novas escrituras. Estes pergaminhos assim tratados

(rapados e reescritos) foram denominados de palimpsestos.

As classes mais pobres serviam-se, praticamente, de qualquer material barato

onde pudessem escrever. Um exemplo disso são os óstracos, cacos de

cerâmica que foram descobertos em escavações arqueológicas, com inscrições

de uma cópia dos Evangelhos.

Entre os documentos do Mar Morto, encontra-se um manuscrito redigido num

rolo de cobre de dois metros e meio de comprimento e trinta centímetros de

largura.

3. Os Manuscritos Antigos

O estudo dos manuscritos antigos das Sagradas Escrituras é de vital

importância para a recuperação do texto bíblico. O conteúdo destes

manuscritos subsistem em forma de inscrições, papiros, pergaminhos,

óstracos e citações de escritores antigos.

Manuscritos do Antigo Testamento. Não existe em tão abundância como os do

Novo Testamento. Até o final do século XIX, eram conhecidos pouco mais de

700 destes manuscritos. Somente em 1890, foram descobertos, numa antiga

sinagoga do Cairo, cerca de 10.000 manuscritos e fragmentos contendo

grande quantidade de material bíblico.

Quando se fala em manuscritos do Antigo Testamento não se pode deixar de

mencionar os massoretas. Os massoretas eram os guardiões da Massora.

A Massora significa literalmente tradição. Mas, com o tempo tomou significado

de guardar, arquivar, proteger. Eles cuidavam e guardavam os escritos dos

judeus. Também, foram copistas dos textos escriturísticos hebraicos, viveram

na Idade Média (500-1000 d.C.). São textos altamente confiáveis e prezados

pela crítica textual devido ao trabalho meticuloso destes estudiosos medievais.

Bastava descobrir-se um erro ou falha numa cópia, para que fosse destruída.

Os principais manuscritos do Velho Testamento, que serviram para o

rastreamento do texto bíblico original, são os seguintes:

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➢ Códice cairota (895 d. C.)

➢ Códice de Leningrado dos profetas ou Códice de São Petersburgo (916

d.C.)

➢ Códice Allepo (916 d.C.)

➢ Códice do Museu Britânico (950 d.C.)

➢ Códice de Leningrado (1008 d.C.)

➢ Fragmentos de Cairo Geneza (500 a 800 d.C.)

Além destes manuscritos massoréticos, podemos citar como testemunhos do

texto bíblico do Antigo Testamento:

➢ A Septuaginta (versão dos setenta), feita no séc. II a.C.

➢ O Talmude, antigo livro de tradições judaicas.

➢ O Pentateuco Samaritano.

➢ Os Targuns, tradução aramaica parafraseada do Antigo Testamento.

➢ A Peshita, tradução siríaca do Antigo Testamento.

O Papiro Nash, fragmento datado de 150 a.C. a 68 d.C. que contém uma cópia

dos Dez Mandamentos.

3.1. Os Manuscritos do Mar Morto - Estes antigos manuscritos foram

descobertos em 1947, por um beduíno numa bem dissimulada gruta nas

proximidades de Jericó, junto ao Mar Morto, em 11 cavernas, na Palestina,

numa região denominada Qumran.

Tudo começou quando um grupo de pastores tentavam encontrar uma cabra

que se havia desgarrado do rebanho. Um jovem pastor árabe, Muhammad

Adh-Dhib, percebeu uma abertura na rocha e atirou um seixo dentro da gruta.

Ouviu, então, o barulho de cacos quebrando. A partir daí, descobriu-se o

maior tesouro arqueológico do século. Eram cerca de 50.000 fragmentos, e

muitos rolos inteiros, dos quais 20 a 25% tratavam-se de textos bíblicos,

escritos em hebraico antigo.

Examinado pelo professor Sukenik, da Universidade Hebraica de Jerusalém,

revelou-se pertencer ao terceiro século a.C. contém o livro completo de Isaías e

comentários de Habacuque, além de outras importantes informações sobre a

época em que foi escondido, é mais conhecido como O Rolo do Mar Morto.

Esses documentos datam até 250 a.C. O rolo que contém o livro de Isaías foi

recuperado quase inteiro e ratifica os textos bíblicos massoréticos e, por

extensão, nossas traduções atuais. Os documentos do Mar Morto comprovam

a integridade do texto bíblico. Podemos, realmente, confiar nas Santas

Escrituras.

3.2. A Pedra Moabita - Constitui um importante documento arqueológico que

testemunha a veracidade histórica dos relatos bíblicos. Ela contém a descrição

de um conflito entre os moabitas (um povo mencionado na Bíblia) e Israel.

4. Manuscritos do Novo Testamento.

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O número de cópias antigas do Novo Testamento ou partes é expressiva. São

mais de 5.000 manuscritos que atestam a autenticidade dos escritos dos

apóstolos e discípulos de Jesus do primeiro século da era cristã. Os críticos

tentam minimizar o valor deste extraordinário testemunho simplesmente

apontado as inúmeras variantes entre os textos manuscritos. No entanto,

como diz o prefácio da The New King James Version, estas variações “não

afetam o sentido do texto de maneira nenhuma”. Na verdade, a grande maioria

das variantes textuais são frutos do processo totalmente manual da produção

das Escrituras: erros de cópia, falhas humanas (quando, por exemplo, o

copista trocava letras por causa de problemas visuais), diferenças ortográficas

entre uma região e outra, atualizações linguísticas, e coisas desse tipo.

Pode-se dividir os manuscritos existentes do Novo Testamento em papiros,

unciais e cursivos. Os unciais são primorosas cópias do Novo Testamento (ou

porções), em maiúsculas e, geralmente, ilustrados, escritos sobre pergaminho

ou velino. Os cursivos, em letras minúsculas, são mais abundantes e menos

antigos que os unciais. Também usam forma de escrita mais rápida e

simplificada, pois o crescimento da igreja cristã demandava maior número de

cópias. São conhecidos, hoje, cerca de 26 papiros do Novo Testamento, 297

unciais e milhares de cursivos. Por sua importância para a recuperação do

texto do Novo Testamento. Abaixo cita-se os principais papiros e unciais

(códices).

Papiros de Oxirrinco. Encontrados no lixo, em Oxirrinco, Egito. Dentre

milhares destes fragmentos, foram encontrados 35 manuscritos contendo

partes do Novo Testamento.

Papiros Chesser Beatty (séc. II e III d.C.). contém porções de todos os

Evangelhos, dos Atos, e quase todas as epístola de Paulo.

Papiros Bodmer (175 a 225 d.C.). Contém partes dos evangelhos de Lucas e

João, as cartas de Pedro e Judas.

Papiro Rylands (117-138). O mais antigo que se conhece, é um fragmento

contendo trechos do evangelho de João.

Códice Sinaítico (350 d.C.). descoberto por Tischendorf, no Mosteiro de Santa

Catarina, próximo ao Monte Sinai.

Códice Vaticano (325-350). Contém o Antigo Testamento e grande parte do

Novo Testamento em grego.

Códice Alexandrino (séc. V). É uma cópia quase integral do Novo Testamento

grego.

Códice Efraimita (c 350 - 450 d.C.). Este pergaminho trazia cópia do Antigo e

Novo Testamento, que foram apagados para nele se escrever os sermões de

Efraim, um dos pais da igreja. Trata-se, portanto, de um palimpsesto. Através

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de processos químicos, o sábio Tischendorf conseguiu recuperar o texto

bíblico.

Códice Beza (século V). é um documento bilíngue escrito em grego e latim.

Códice Washington (século V). Contém os quatro Evangelhos e encontra- se,

atualmente, na Instituição Smithsoniana, em Washington, EUA.

Segundo Sir Frederic Kenyon, famoso paleógrafo (estudioso de documentos

antigos), “o cristão pode pegar a Bíblia inteira em suas mãos e afirmar, sem

temor ou hesitação, que está segurando a verdadeira Palavra de Deus,

transmitida ao longo dos séculos, de geração em geração, sem nenhuma perda

essencial”.

5. As Traduções

Já foi mencionado, neste estudo, as mais antigas e importantes versões da

Bíblia hebraica: O Pentateuco Samaritano (aramaico) e a Septuaginta (grego).

A Septuaginta foi uma tradução feita por setenta sábios judeus, em

Alexandria, sob o reinado de Ptolomeu II Filadelfo. É uma das mais

importantes traduções dos textos bíblicos e acredita-se que era a versão usada

pelos apóstolos e pela igreja primitiva. Além dos livros canônicos, trazia os

apócrifos.

Para o latim, a tradução mais famosa foi a Vulgata, traduzida por Sofrônio

Jerônimo, no século IV. Esta tradução trazia as escrituras hebraicas (Antigo

Testamento) e as escrituras cristãs (Novo Testamento). Somente após a morte

de Jerônimo, foram acrescentados os livros apócrifos na sua tradução.

A primeira tradução completa da Bíblia para o inglês foi feita por Jonh Wyclif

(1329-1384), apesar da oposição do clero da Idade Média. Ainda no fervor da

Reforma Protestante, Martinho Lutero fez sua tradução para o alemão, e

Tyndale, executado em 1536, verteu a Bíblia para o inglês. Por esse motivo foi

condenado à morte. Conta-se que, no momento da execução, Tyndale

simplesmente clamou a Deus em oração: “Senhor, abre os olhos do rei da

Inglaterra”.

Deus ouviu a oração de seu servo. Em 1611 veio a público uma versão que se

tornaria a mais famosa e popular tradução da Bíblia para o inglês: a versão do

rei Tiago (King James Version). Mais tarde, na própria Inglaterra, surgiu a

primeira sociedade bíblica do mundo: a Sociedade Bíblica Britânica, 1795.

Atualmente (ano 2000), existem 139 sociedades bíblicas, operando em mais de

200 países.

5.1. A História da Bíblia em Português. A tradução mais antiga da Bíblia

completa para o português deve-se a João Ferreira de Almeida. Nascido em

1628 em Torres de Tavares, nas proximidades de Lisboa. Tornou-se evangélico

muito jovem, não tinha ainda 17 anos quando começou a tradução da Bíblia,

mas perdeu seu manuscrito e teve de reiniciar a tradução em 1648.

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“Por conhecer o hebraico e o grego, Almeida pode utilizar-se dos manuscritos

dessas línguas, calcando sua tradução no chamado Textus Receptus. Do

grupo Bizantino. Ele também se serviu das traduções holandesa, francesa

(tradução de Beza), italiana, espanhola e latina (Vulgata).”3

Em 1676, Almeida terminou a tradução do Novo Testamento. Em 1681 o Novo

Testamento foi impresso pela primeira vez em português em Amsterdam,

Holanda, pela viúva de J. V. Someren.

Na tarefa de tradução do Texto Sagrado esta, empregou mais de 40 anos de

sua vida, e ao morrer, em 6 de agosto de1691, havia traduzido o Antigo

Testamento, até Ezequiel 41:21. Em 1748 o pastor holandês Jacobus op den

Akker concluiu a tradução, e publicou a Bíblia de Almeida, completa, em

1753.

A Segunda tradução para o português surgiu em 1819, foi a Bíblia completa,

do padre Antônio Pereira de Figueiredo, e em 1930 veio à lume a tradução do

padre Matos Soares, feita a partir da Vulgata, que se tornou muito popular na

comunidade católica.

Para ter-se uma ideia da importância das traduções bíblicas para a

humanidade, basta mencionar o fato de que muitos povos foram alfabetizados

pela Bíblia. O alfabeto cirílico, por exemplo, usado pelos soviéticos, foi criado

exclusivamente para tornar possível a tradução da Bíblia para aqueles povos.

Atualmente, muitos grupos cristãos estão empenhados em criar o alfabeto e

gramática para muitas línguas indígenas, no Brasil e em outros países, a fim

de levar o Evangelho para as tribos nativas que ainda falam idiomas que não

possuem escrita.

Todas as mídias são utilizadas na divulgação da Bíblia. Além da forma

tradicional – o livro – encontramos a Bíblia em fita cassete, em CD, em vídeo, e

em vasta produção de CD-Rom que pode ser adquirida por usuários de

microcomputadores. Recentemente a Sociedade Bíblica lançou a Bíblia Online,

uma biblioteca com 47 versões da Bíblia em diversos idiomas, ocupando

apenas um CD-Rom.

Hoje, as traduções da Bíblia são incontáveis. Na verdade, ninguém pode conter

a avalanche de textos bíblicos, traduzidos no todo ou parte, que invade o

planeta como literal cumprimento da ordem do Mestre: “Ide por todo o mundo

e pregai o evangelho a toda criatura. ” (Marcos 16:15). Esta é uma prova

incontestável da origem divina das Escrituras. Passará o céu e a terra, porém

as minhas palavras não passarão. ” (Mateus 24:35). As palavras do Mestre

ecoam agora em 2.151 línguas e dialetos. Nenhum outro livro foi tão longe

assim...

6. História da Bíblia no Brasil (Resumo)

Em 1847 publicou-se, em São Luís no Maranhão, o Novo Testamento

traduzido pelo frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, que se baseou na

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Vulgata. Este, foi, portanto, o primeiro texto bíblico traduzido no Brasil. De lá

para cá houve outras traduções ou revisões parciais e completas individuais

ou não. Em 1902 as sociedades bíblicas empenhadas na disseminação da

Bíblia no Brasil patrocinaram nova tradução da Bíblia para o português. Em

1948 organizou-se a Sociedade Bíblica do Brasil, destinada a “Dar a Bíblia à

Pátria.

Mais recentemente a Sociedade Bíblica do Brasil traduziu a Bíblia na

Linguagem de Hoje (1988). O propósito básico desta tradução tem sido o de

apresentar o texto bíblico numa linguagem comum e corrente.

Produção da Bíblia no Brasil em 1996

Editora Profissão Religiosa Total de Bíblias

Sociedade Bíblica do Brasil Evangélica 2.231.107

Paulus Católica 500.000

Ave Maria Católica 488.000

Loyola Católica 330.291 Vida Evangélica 281.387 Trinitariana Evangélica 208.598 Juerp Evangélica 152.000 Alfa Lit Evangélica 82.534 Edipar Evangélica 67.000 Edelbra Evangélica 48.480 Vozes Católica 30.000

Em 1998, o Brasil tornou-se campeão mundial em vendas de Bíblias: 7

milhões de exemplares vendidos. Em segundo lugar ficaram os Estados

Unidos, e em terceiro, (quem poderia imaginar!), um país comunista, a China.

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CAPÍTULO V

INSPIRAÇÃO, REVELAÇÃO E ILUMINAÇÃO

A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS

I – Definição de inspiração

a - Descrição bíblica de inspiração: 2Tm 3:16 Causador ou originador =

Deus; Theos-pneustos = soprado, inspirado por Deus; Processo: inspiração;

Produto: As Escrituras. 2Pe 1:21 Causador = Deus, pelo Espírito Santo; Meio

ou processo: homens santos movidos; Produto: a profecia ou Escrituras. ON

processo da inspiração, no sentido amplo, inicia com a revelação divina.

1 - Primeiro, Deus falou aos profetas. Isto foi feito de várias maneiras. (Hb

1:1).

a - Deus falou por Anjos – Gn.

b - Em sonhos – Dn 7:1; Nm 12:6.

c - Em visões – Is 1:1; Ez 1:1; 8:3; 11:24.

d - Por milagres – Sarça ardente, Êx 3:2 (veja Jz 6:37; Jn 1:1).

e - Pela natureza – Sl 19:1.

f - Em voz audível – 1Sm 3.

g - Pelo Urim e Tumim – Êx 28:30; Nm 27:21.

h - Pela revelação de outros escritos proféticos – Dn 9:1-2.

2 - Deus não somente falou aos profetas de várias maneiras, mas também

falou pelos profetas. Isto é, a mensagem dos profetas era a mensagem de

Deus, porque eles diziam aquilo que Deus queria que dissessem. Isto é

confirmado por: 2Pe 1:21; Hb 1:1; 2Sm 23:2; Jr 1:9 e a fórmula profética:

“Assim diz o Senhor”, “A Palavra do Senhor”, “O Senhor falou”.

b - Definição Teológica de inspiração - Da descrição bíblica do processo amplo

da inspiração, podemos destacar 3 constituintes necessários para uma

definição teológica:

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1 - CAUSALIDADE DIVINA: O primeiro movedor na inspiração é Deus. (2Pe

1:21). Inspiração é uma influência do Espírito de Deus. Não é meramente um

fenômeno natural ou psicológico, mas é um fenômeno sobrenatural, o

resultado da influência do Espírito. Em outras palavras, Deus “moveu” e o

profeta “falou” estas verdades; Deus falou e o homem escreveu Sua palavra. A

Bíblia é a Palavra de Deus no sentido que Ela originou-Se com Deus e é

autorizada por Ele, embora ela seja articulada pelo homem.

2 - A AGÊNCIA PROFÉTICA: O profeta desempenhou um papel importante no

processo da inspiração; ele foi o meio ou instrumento através do qual Deus

falou. A Palavra de Deus foi escrita por homens de Deus. Deus usou pessoas

para transmitir Sua proposição. Deus preparou o profeta por ensino,

experiência, dons espirituais, e se preciso, pela revelação direta, para proferir

Sua palavra.

3 - O PRODUTO FINAL da causalidade Divina e da Agência profética é a

autoridade escriturística, isto é, um livro de autoridade divina. Deus moveu os

profetas de tal maneira como que “expirar” (literalmente) seus escritos. Em

outras palavras, Deus falou aos profetas e está falando através de seus

escritos. A causa da inspiração é Deus, o meio são os homens, e o produto é a

Palavra de Deus na linguagem do homem.

* - Assim podemos sugerir uma definição de inspiração. Inspiração é o

processo sobrenatural (misterioso) pelo qual a causalidade divina (Deus pelo

Seu Espírito Santo) operou através dos profetas, sem destruir suas

personalidades individuais e seus estilos pessoais, a fim de produzir escritos

de autoridade divina.

II – Inspiração distinguida da revelação e iluminação

Revelação diz respeito à origem e comunicação de conhecimento ou verdade

(1Co 2:10).

A Palavra hebraica para revelação, galah, “descobrir” e a palavra grega,

apocalypto, “revelar” são quase idênticas no significado. Em relação ao

assunto em discussão, ambas se referem à uma revelação divina. Algumas

vezes esta pode ser uma revelação de uma pessoa (como em Cristo, A Palavra

Viva de Deus, cf. Gl 1:16), e outras vezes ela pode ser uma revelação de

proposições (como nas Escrituras, a Palavra de Deus escrita, cf. Rm 3:2).

Somente Deus pode dar uma revelação da verdade.

Inspiração diz respeito à recepção e registro da verdade (2Pe 1:20-21)

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Deus revelou a verdade ao homem que a recebeu e a escreveu. Inspiração é o

meio que Deus usou para conseguir colocar a Sua revelação na forma das

Escrituras. Inspiração envolve o homem num sentido ativo, enquanto a

revelação é somente uma atividade de Deus. Na inspiração, o profeta recebia

de Deus o que ele por sua vez transmitia a outros. Inspiração, portanto, inclui

a pessoa do profeta bem como o produto de sua pena.

Iluminação diz respeito à apreensão e compreensão da verdade (1Co 2:13-14)

Na revelação, Deus revela a verdade; na iluminação, o homem a entende e

inspiração é o meio pelo qual Deus se comunica.

Revelação é o fato da comunicação divina; inspiração é o meio da comunicação

divina e iluminação é o dom de entender a comunicação divina.

Inspiração é o processo misterioso pelo qual a causalidade divina atuando

sobre a agência profética resultou nas Escrituras. Revelação é o fato da

comunicação divina; inspiração é o meio pelo qual a comunicação divina é

transformada na forma escrita e a iluminação é a compreensão desta

comunicação.

III – Modus Operandi da inspiração: De que maneira opera a inspiração?

Que meio Deus empregou para produzir as Escrituras sem interferir com a

personalidade, liberdade e individualidade do profeta? Uma resposta franca e

sincera é: “Nós não sabemos”.

O problema da maneira da inspiração cai na categoria de um “mistério”

teológico. A Bíblia apresenta dois aspectos e ambos são verdadeiros. A

segurança está em evitar os extremos. Se o aspecto humano da Bíblia é

salientado, podemos anular o aspecto divino. Se o aspecto divino é salientado,

então o aspecto humano passa a ser uma conjetura. A dificuldade não está

com a revelação dos 2 aspectos da verdade, mas com a sua reconciliação. E

em relação a este problema é bom lembrar que a incapacidade do homem não

invalida a possibilidade de Deus realizar a obra da inspiração. Deve ser então

admitido que, pela atividade do Espírito Santo e através da instrumentalidade

dos profetas, as Escrituras foram dadas (Jo 10:35), mesmo que isto seja um

grande mistério.

A inspiração das Escrituras não é o único problema. A encarnação de Cristo é

uma realidade (fato), mas explicar como ela ocorreu está além da possibilidade

do homem. Na realidade, a encarnação de Cristo oferece uma boa ilustração

dos dois aspectos das Escrituras – divino e humano, Jesus e as Escrituras

têm uma natureza terrena e celestial. E em ambos a parte humana é

verdadeira assim como o é a parte divina. Com está errado tentar eliminar o

lado divino da natureza de Jesus para tentar explicar o lado humano de Jesus

ou vice-versa, assim também não podemos eliminar um desses aspectos das

Escrituras. É errado negar que as palavras das Escrituras não são divino -

humanas.

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Na questão de modus operandi da inspiração, um equilíbrio deve ser

procurado entre os extremos da falibilidade humana e de que as Escrituras

foram ditadas por Deus.

IV – Várias teorias de inspiração e revelação

1 - Algumas ideias liberais: A Bíblia contém a Palavra de Deus.

Essencialmente os liberais mantém a posição de que a Bíblia contém a Palavra

de Deus juntamente com uma mistura de palavras de homens. Em outras

palavras, a gente pode encontrar na Bíblia a Palavra de Deus por reflexão

moral e racional, mas não se pode dizer que as Palavras da Bíblia são as

Palavras de Deus. Consequentemente, a Bíblia não é completamente a Palavra

de Deus, nem está a Palavra de Deus completamente na Bíblia. Há revelações

de Deus fora da Bíblia que também são norma de fé e prática, e nem tudo que

as Escrituras ensinam é norma de fé e prática.

a - A ala da direita: a teoria da iluminação. Esta teoria considera a inspiração

como meramente uma intensificação e elevação das percepções religiosas do

cristão, o mesmo que a iluminação de cada crente pelo Espírito Santo, apenas

em escala um pouco maior. Mantém assim que a Bíblia não é a Palavra de

Deus, mas contém a Palavra de Deus; que apenas os autores da Bíblia eram

inspirados e não as Escrituras. A teoria da iluminação apenas habilita o autor

de usar totalmente seus poderes naturais e não admite que há uma revelação

ou comunicação da verdade além de sua possibilidade natural. Desta maneira,

segundo esta teoria, todos os homens santos participam de uma mesma

experiência que apenas varia em intensidade.

b - A ala da esquerda: a teoria da intuição. Esta teoria afirma que inspiração é

apenas um desenvolvimento maior da intuição natural na verdade a qual

todos os homens possuem em algum grau: uma inteligência em assuntos

religiosos que produz livros sacros, assim com uma inteligência em coisas

seculares pode produzir obras de filosofia, arte, etc. Esta inteligência é

considerada como um produto dos próprios poderes do homem, sem a

influência divina ou pela influência de um Deus impessoal que está imanente

no homem.

OBJEÇÕES OU CONSIDERAÇÕES

I - Teoria da iluminação

1 - Há inegavelmente uma iluminação da mente de cada crente pelo Espírito

Santo, e concordamos que em alguns casos a inspiração consistiu apenas

numa iluminação.

2 - Mas, negamos que este foi o método constante da inspiração, ou que tal

influência seja responsável pela revelação de novas verdades aos profetas e

apóstolos. A iluminação do Espírito Santo não dá novas verdades, mas apenas

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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 33

uma viva apreensão da verdade já revelada. Qualquer comunicação da verdade

original exigiu a operação do Espírito de maneira diferente.

3 - A simples iluminação não poderia evitar os escritores de cometer erros. As

percepções espirituais do cristão sempre têm inclinações imperfeitas e

enganosas devido a degradação. O homem tem uma intuição natural da

verdade, contudo, em assuntos de religião a intuição humana é viciada pelas

afeições erradas, e a não ser que uma sabedoria sobrenatural a guie, o homem

certamente errará e levará outros ao erro.

Esta teoria que mantém que a intuição é a única fonte da verdade religiosa,

apresenta uma séria contradição – se a teoria é certa, então um homem é

inspirado para dizer algo que um outro é inspirado a declarar como falso.

Faz a verdade ser algo subjetivo – uma questão de opinião própria – não tendo

nenhum ponto de referência fora do homem para julgá-la. Esta teoria nega a

existência de um Deus pessoal que é a Verdade, que revela a Verdade e faz o

homem ser a maior inteligência no universo.

II - Algumas posições neo-ortodoxas: A Bíblia se torna na Palavra de Deus

A posição liberal foi refutada por uma reação teológica no século XX conhecida

por “neo-ortodoxa”. O liberalismo aceitou os efeitos de um criticismo

destrutivo, o qual reduziu a Bíblia a um livro cheio de erros. Karl Barth

aceitou o liberalismo e defendeu-o Mas após a 1a Guerra Mundial, K. Barth

começou a pregar a autoridade da Bíblia e assim surgiu um movimento que se

tornou conhecido por “Neo-ortodoxia”.

1 - A teoria existencial: sustenta que a Bíblia torna-se na Palavra de Deus

numa experiência existencial quando Sua mensagem torna-se significativa ao

indivíduo. Neste momento “significativo”, “impressivo ou relevante” a Bíblia

torna-se na Palavra de Deus. Esta posição é muito subjetiva, e é também

baseada numa premissa natural. Sobretudo, esta teoria ignora que a Bíblia

não é somente um relatório de revelações pessoais, mas também, a Bíblia é

uma revelação proposicional.

2 - A teoria da “demitologização”. Bultmann, que pode ser considerado como o

pai desta teoria para o Novo Testamento, afirma que a Bíblia deve ser despida

da “cultura” da época para se chegar à verdade. A Bíblia deve ser despida do

mito religioso a fim de se alcançar a verdade. Em outras palavras, a “casca”

(mito) deve ser rejeitada, mas o miolo (a verdade) deve ser preservada.

III - Posições conservadoras: A Bíblia é a Palavra de Deus

1 –TEORIA VERBAL OU MECÂNICA- Nos extremos deste grupo estão os

Fundamentalistas que ensinam uma inspiração verbal ou mecânica. Cada

palavra da Bíblia foi dada ao profeta que serviu como o secretário de Deus. De

acordo com esta teoria, o profeta era a pena de Deus. Embora esta teoria

explique o Modus operandi da inspiração, de como ela ocorreu com Moisés no

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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 34

Monte Sinai, ao Moisés receber os Dez Mandamentos, a inspiração verbal para

toda a Bíblia é difícil de se provar.

2 - TEORIA DINÂMICA- Deus inspirou as ideias ou pensamentos e não as

palavras, embora Deus também dirigisse a expressão dos pensamentos do

escritor. Isto é, sob a influência do Espírito Santo, o profeta era imbuído de

pensamentos, os quais ele expressava em suas próprias palavras, com a

exceção de que o profeta era impedido de selecionar as palavras erradas e

quando em necessidade de palavras corretas, o Espírito Santo as provia ao

profeta. A inspiração não é verbal/mecânica, e apesar do profeta expressar-se

em suas próprias palavras, a Bíblia é a Palavra de Deus. “A Bíblia foi escrita

por homens inspirados, porém não é o modo de pensar e exprimir de Deus.

Deus não se manifestou como escritor. ... Os escritores da Bíblia eram os

escritores de Deus. ” “A Bíblia foi escrita por homens inspirados, porém não é

o modo de pensar e exprimir de Deus. É a maneira humana. Deus não se

manifestou como escritor. ... Os escritores da Bíblia eram os escritores de

Deus, não Sua pena... Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas

sim os homens. A inspiração não atua nas palavras ou expressões do homem,

mas nele próprio, o qual, sob a influência do Espírito Santo, imbui-se dos

pensamentos. As palavras, porém, recebem o cunho da mente individual. A

mente divina é difundida. Ela e a vontade de Deus combinam-se com a mente

e a vontade humanas; assim as enunciações são a Palavra de Deus”. (EGW, O

testemunho de Jesus, 20)

3- TEORIA PLENÁRIA - Semelhante à teoria anterior, Deus usou o profeta

com seu próprio estilo literário e personalidade. Não mecanicamente, porem

tomou o profeta como um todo, e tanto o profeta quanto suas palavras são

inspiradas por Deus. Visto ser impossível alguém conceber uma ideia sem

palavras, o próprio ato de pensar é feito sob a estrutura das palavras, essa

teoria ensina que as palavras também foram inspiradas, embora não de forma

mecânica. Se as palavras não são inspiradas como a ideia poderia ser? São as

palavras que transmitem as ideias e estas existem por meio das palavras.

Como pode alguém ter ideias inspiradas com palavras não inspiradas? A

inspiração plenária é a garantia que os originais não possuíam erro de espécie

alguma. Se hoje, alguma versão apresenta algumas dificuldades estas foram

ocasionadas pelos copistas. A Bíblia é a infalível e inerrante em todas as suas

afirmações, sejam teológicas, históricas ou cientificas. Embora reconheçamos

que a Bíblia não é um manual de ciência e se expressa numa linguagem

popular.

CONCLUSÃO

“O plano original de Deus não era dar ao homem a sua palavra de forma

escrita. Os anjos eram os ensinadores dos homens. Adão e Eva eram visitados

livremente por Deus e os anjos, porém com a entrada do pecado está livre

comunhão foi interrompida. ”[4]

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“Ninguém que possua este tesouro é pobre e abandonado. Quando o vacilante

peregrino avança, para o chamado “vale da sombra e da morte”, não teme

penetrá-lo. Ele toma o bastão e o cajado da Escritura em sua mão e diz ao

amigo e companheiro: „Adeus até nos encontrarmos novamente.‟ E confortado

por aquele apoio segue o trilho solitário como quem caminha das trevas para a

luz.”[5]

“Este livro contém a mente de Deus, o estado espiritual do homem, o caminho

da salvação, a condenação dos pecadores e a felicidade dos crentes.

As suas doutrinas são santas, os seus preceitos são obrigatórios, as suas

histórias são verídicas, as suas decisões imutáveis. ... Ele é o mapa do

viajante, o cajado do peregrino, a bússola do piloto, a espada do soldado, a

carta magna do cristão. Nele o paraíso é restaurado, os céus abertos e as

portas do inferno desmascaradas. Cristo é seu único assunto; o nosso bem é o

seu desígnio e a glória de Deus é o seu fim. Ele deve encher a memória, reinar

no coração e guiar os pés. ...É nos oferecido na vida presente, será o código de

lei do Juízo Final e o único a permanecer na Biblioteca da eternidade. ”[6]

Os escritores da Bíblia não se contradizem mesmo que estejam separados pela

cultura, pelo tempo, ou pelo idioma, o que torna os Sagrados Escritos uma

unidade admirável. Portanto pode-se concluir que ela não teve vários autores,

mas, um só: O Espírito Santo.

Não se deve adorar o Livro, mas sim, o Jesus contido nele. Pois a Bíblia é a

palavra de Deus e o ser humano deve lembrar que Deus pode ter outras

palavras para outros mundos, mas, para este mundo, a Palavra de Deus é

Jesus.

ANEXO 1

O ASSALTO DA ALTA CRÍTICA CONTRA AS ESCRITURAS

Allan A. Mac Era

Há poucos anos, numa grande universidade, compareci a uma reunião em que

um teólogo mundialmente famoso proferiu um discurso. O eminente orador

apresentou uma filosofia de vida inteiramente diferente daquela sustentada

pelos cristãos conservadores. Sua personalidade brilhante, sua mente

cintilante e suas frases bem imaginadas produziram um impacto tremendo em

sua grande audiência de estudantes universitários. Naquela noite ele se dirigiu

a um pequeno grupo composto, na sua maioria, de professores de teologia e

mestres bíblicos, de uma grande área, muitos dos quais tinham vindo de uma

distância considerável para ouvi-lo descrever o que ele chamou de “o

renascimento do liberalismo na Alemanha”. Depois da conferência da noite,

gastou ele aproximadamente uma hora respondendo a perguntas a respeito

dos movimentos atuais, e expressou-se livremente sobre vários assuntos.

Nunca me esquecerei de sua resposta a uma das perguntas. Ele disse: “Os

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senhores nunca podem imaginar a terrível angústia e miséria que sofri, tendo

vindo do lar de um pastor alemão muito ortodoxo, quando aprendi, como um

estudante na universidade, que eu não podia aceitar, por muito tempo, a

Bíblia como digna de confiança e livre de erro”.

Compreendendo a influência mundial, exercida por este proeminente teólogo,

e observando a angústia real que ele expressou, como relembrou os seus dias

de estudante, pensei em muitos outros indivíduos que tiveram a mesma

experiência. A Alta Crítica convenceu-os de que a Bíblia não é verdadeira.

Homens que podiam ter sido grandes evangelistas, grandes líderes no trabalho

cristão, grandes poderes para Deus, saíram a desperdiçar a vida, demolindo a

verdade cristã e desviando outros do ensino da Palavra de Deus, porque eles

mesmos foram convencidos pelo assalto da Alta Crítica sobre as Escrituras.

Não faz muito tempo que quase cada uma de nossas grandes denominações

norte-americanas requeria que seus ministros declarassem a fé na integridade

absoluta da Palavra de Deus. Não faz muito tempo que o Evangelho, conforme

as Escrituras, era pregado em quase cada canto da América do Norte. Não faz

muito tempo que a grande maioria dos púlpitos, nos países protestantes da

Europa, eram ocupados por homens crentes na Bíblia. Não faz muito tempo

que as atividades missionárias, em todas as partes do mundo, eram

manejadas quase que inteiramente por aqueles que aceitavam a Bíblia como a

divina e infalível regra de fé e prática, os quais não tinham outra ambição,

senão a de trazer indivíduos ao conhecimento pessoal do Cristo que é descrito

na Palavra de Deus.

A GRANDE MUDANÇA NO ENSINO TEOLÓGICO

Hoje em dia a situação está muito mudada. Ainda que antes se contasse com

a grande maioria do clero, no momento é apenas uma minoria,

comparativamente pequena, os que demonstram uma plena confiança na

Bíblia inspirada. Eles ainda podem ser encontrados em cada nação, mas a

liderança e controle das velhas denominações, dos movimentos missionários

estabelecidos há muito tempo, e das famosas instituições de ensino teológico

têm passado, em grande proporção, às mãos daqueles que atentam para o

pensamento e imaginação humanos, no sentido de conseguirem levar

indivíduos ao conhecimento de Cristo.

O que tem produzido esta grande mudança? Naturalmente há muitos fatores

envolvidos. Desde que o homem foi criado, Satanás tem estado sempre se

esforçando ativamente para desencaminhar os homens. Desde que o homem

caiu, a luxúria da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida o tem

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incitado a desviar-se das veredas dos desígnios de Deus. Estes fatores sempre

têm estado conosco: Todos eles fazem parte da tremenda mudança que o

século passado viu, mas o novo e maior fator tem sido o assalto da Alta Crítica

contra as Escrituras.

Até 1878, esse assalto restringiu-se quase que exclusivamente às salas de

aula e aos livros acadêmicos. Então Julius Wellhausen escreveu seu

“Prolegômena à História de Israel”, em que habilmente apresentou um ponto

de vista particular entre os muitos que haviam sido avançados pelos eruditos

da Alta Crítica, durante o século anterior. O livro teve um enorme impacto e as

ideias que haviam sido anteriormente ensinadas por uns poucos eruditos,

foram amplamente disseminadas através do mundo protestante. Nos anos

mais recentes, elas se têm propagado no mundo dos eruditos judeus e

católicos romanos e parece que agora estão firmemente estabelecidas nesses

centros.

A característica essencial da teoria de Wellhausen é a pretensão de que os

cinco primeiros livros da Bíblia, em vez de serem originalmente escritos como

unidades, substancialmente, na forma como os temos hoje, vieram à

existência através de um processo de entrelaçamento e de fontes combinadas,

que antecipadamente haviam circulado separadamente.

MUITOS DOCUMENTOS - UM LIVRO

Segundo essa teoria, o documento chamado “J” (Jeovista) foi escrito muitos

séculos depois dos eventos que descreve. Um século ou dois mais tarde, outro

documento, mais ou menos paralelo ao documento “J”, foi escrito. Depois de

circular separadamente por algum tempo, alguém os reuniu, inserindo várias

porções do documento mais novo “Ë” (Eloista) no documento “J”, em lugares

apropriados. Muitos séculos passaram e então o documento “D”

(Deuteronômico) foi composto, pretendendo conter o discurso da despedida de

Moisés. Eventualmente este último foi inserido na parte final do documento

combinado “JE”. Aproximadamente no tempo do exílio, um grupo de

sacerdotes compôs ainda outro documento, o chamado documento “P”

(“Priestly”- Sacerdotal), muito paralelo à matéria já coberta pelos documentos

“J” e Ë”. Eventualmente esse foi cortado em grandes e pequenas seções, entre

as quais seções similares de outros documentos foram introduzidas. Como

resultado, diz-se que o Pentatêuco, como conhecemos atualmente, está

composto de partes entrelaçadas desses documentos, de modo que lemos

freqüentemente uma seção de cada documento, seguida por uma seção de

outro; depois talvez um versículo ou dois do primeiro; então dois ou três

versículos do segundo; em seguida, talvez, a metade de um versículo do

primeiro novamente; logo uma porção do terceiro; depois mais do segundo, e

assim por diante, num arranjo complicado de uma obra de retalhos. De acordo

com muitos críticos, o mosaico literário assim produzido inclui não somente os

livros que conhecemos hoje, como Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e

Deuteronômio, mas também o livro de Josué.

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Tal é a teoria que é sustentada e propagada hoje em dia, praticamente da

mesma forma como quando foi apresentada, aproximadamente uns cem anos

atrás. No tempo que se interpõe, não se descobriram novos fatos em seu favor

e muitas das bases teóricas sobre as quais originalmente se promoveu, na

atualidade tem elas sido quase que completamente abandonadas. A teoria,

entretanto, continua sendo apresentada como uma história de fato e está

sendo até ensinada nas escolas secundárias de alguns estados americanos.

Visto que este é o caso, é importante que cada assistente na igreja e cada

estudante da Bíblia conheça exatamente quais os fatos a respeito desta teoria,

que tem sido diferentemente chamada de “A Teoria da Fonte”, “A Teoria

Multidocumentária” ou “A Teoria de Graf-Wellhausen”.

Wellhausen declarou que os documentos “J”, “E”, “D” e “P” não nos dão

nenhum conhecimento verdadeiro do pretendido tempo dos eventos descritos,

mas apresentam meramente as crenças dos tempos, quando os documentos

particulares foram escritos. Na página 320 do seu livro, ele disse: “Abraão... é

algo dificultoso par interpretar. Isto não significa que, em tal conexão como

esta, podemos considerá-lo como um personagem histórico; podia, com mais

probabilidade, ser considerado como uma criação livre de arte inconsciente.

Talvez seja ele a figura mais jovem no grupo e provavelmente foi num período

comparativamente posterior, que ele tenha sido colocado antes de seu filho

Isaque”.

Quatro anos depois de haver aparecido o livro de Wellhausen, este pediu para

ser exonerado de seu cargo de professor do Departamento Teológico da

Universidade de Greifswald e transferido para um outro posto no

departamento de línguas antigas em outra universidade. Como razão para este

pedido, apontou o fato de que de um professor de teologia se esperava

preparar homens para os púlpitos da Igreja Evangélica, e declarou que, não

importava com quantas forças ele procurava conter-se, achou que seu ensino

resultava, não em preparar homens para ocupar esses púlpitos, mas antes em

incapacitá-los para fazê-lo. Os seguidores de Wellhausen tem, por quase um

século, treinado ministros em seminários teológicos em todo o mundo. Quão

diferente seria a condição religiosa do mundo, se os sucessores de Wellhausen

tivessem mostrado a mesma honestidade e franqueza de seu grande líder.

A ascensão da Alta Crítica foi parte de um movimento divulgado que começou,

não pelo estudo da Bíblia, mas pelo estudo das grandes obras da antigüidade

clássica. O seu primeiro protagonista proeminente foi Friedrich August Wolf,

que, na sua “Prolegômena a Homero” (1795), apresentou a idéia de que a

Ilíada e a Odisséia tinham sido formadas por uma combinação de várias fontes

diferentes. O famoso poeta alemão, Goethe, foi, a princípio, grandemente

atraído pela ideias de Wolf.

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Entretanto, conforme Goethe relia a Ilíada e a Odisséia, cada vez mais se

convencia de que a sua grandeza não podia ser explicada como o resultado de

uma mera colcha de retalhos, e eventualmente publicou uma retratação do

apoio que havia antecipadamente dado às teorias de Wolf. As idéias de Wolf

foram elaboradas mais pormenorizadamente por Lachmann, que as estendeu

à famosa Épica Alemã, aNibelungenlied. Mullenhoff, um aluno de Lachmann,

aplicou o mesmo método ao anglo-saxão Beowulf. Durante o século dezenove,

tais métodos foram comumente aplicados aos escritos mais antigos ou

medievais. Não era senão natural estendê-los à Bíblia.

Livros que apresentam as teorias documentárias de várias porções do Antigo

Testamento, frequentemente contem afirmações como esta: “Devemos aplicar

à Bíblia os mesmos princípios de estudo literário, que aplicamos a outros

livros”.

O em que os autores desses livros falharam foi em perceber que, no estudo

literário não bíblico, esses métodos da Alta Crítica estão sendo atualmente

abandonados, quase que por completo. Assim, na introdução à sua tradução

da Odisséia, que foi publicada primeiramente em 1946 e foi reimpressa muitas

vezes, desde aquela data, E.V. Rieu diz: “A Ilíada e a Odisséia de Homero tem

proporcionado, de vez em quanto, um campo de batalha de primeira classe

para os eruditos. No século dezenove especialmente, críticos alemães

chegaram ao extremo de demonstrar não somente que as duas obras não são

só o produto de uma inteligência única, senão que cada uma é uma peça de

remendo intrincado e muito mal costurada. Nesse processo, Homero

desapareceu.

“Ele já foi firmemente restabelecido sobre o seu trono e seus leitores podem

sentir-se seguros de que estão nas mãos de um só homem, como o fazem

quando se voltam para o livro “As You Like It”, depois de ler, por exemplo, um

King John”.

Como estas observações indicam, há atualmente muitos eruditos que

sustentam firmemente a unidade integral da Ilíada e da Odisséia. Outros

negam esta posição, mas estão eles mesmos muito mais próximos dela do que

das opiniões de Lachmann, as quais tendem a repelir com desprezo. O

professor Albert Guerard, da Universidade de Stanford, disse: “Para reduzir-se

Homero a um mito ou a um simples comitê seria necessário um ácido muito

mais forte do que o que a escola Wolfiana tem sido capaz de fornecer”.

Continua ele: “Um livro é uma obra mestra, não um acidente”. E adverte mais

adiante: “Nenhum processo de acréscimo poderia explicar a grande unidade do

tema, desenvolvimento, caráter, espírito e estilo que achamos em Homero.

Podíamos igualmente imaginar que o Panteão resulta do acaso de

conglomeração de cabanas rústicas no curso dos séculos”. E’ difícil ver, diante

de tais fatos, como alguém poderia sentir-se, de modo muito diferente, a

respeito do livro de Gênesis.

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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 40

No começo do século presente, um grupo de eruditos da Universidade de

Londres atacou vigorosamente as teorias divisíveis. O professor R.W.

Chambers, por exemplo, indicou a improbabilidade inerente das teorias

divisionistas do épico Beowulf, e disse: “Não se deve presumir, sem evidência ,

que essas canções perdidas dos tempos pagãos fossem de tal caráter, que um

épico pudesse ser produzido por ajustá-las apenas umas às outras. Meia dúzia

de motocicletas não podem ser combinadas para fabricar um Rolls-Royce”.

A ALTA CRÍTICA SE TORNA ANTICIENTÍFICA

Mesmo uma rápida comparação de discussão de Shakespeare, escrita há

quarenta anos atrás, com as da atualidade, é suficiente para indicar a grande

diferença de atitude nos círculos literários. Um dos dois críticos sempre se

apegam aos métodos antigos, todavia a maior parte dos escritores atuais

reconhece que mesmo Shakespeare podia escrever linhas pobres, e que é

bastante anticientífico selecionar umas poucas coisas boas e então atribuir o

restante a vários escritores imaginários. A Alta Crítica está completamente

morta, exceto quando ela considera a Bíblia. Aqui é mantida tenazmente.

A aplicação contínua desses métodos à Bíblia, não obstante o seu quase

completo abandono em outros campos de estudo literário, é ainda mais

estranho, visto que o material comprobatório encontra-se mais à mão do que

nunca. Este é o resultado das investigações da arqueologia. Durante os cem

anos passados, um novo mundo completo se levantou do pó, através da obra

de escavadores no Egito, Mesopotâmia, Palestina e em outras partes do

Oriente Próximo. Ponto após ponto, onde afirmações bíblicas têm sido

consideradas pelos críticos como sendo puramente imaginárias, objetos

materiais ou escritos enterrados por muito tempo têm vindo à luz, os quais

concordam exatamente com as declarações bíblicas, como são estabelecidas, e

não concordam com a história reconstruída pela Alta Crítica. Alguns

defensores do método de Wellhausen fecham os olhos resolutamente a estes

assuntos e sustentam que muito do conteúdo bíblico representa

acontecimentos míticos ou produtos da imaginação humana. Muitos,

entretanto, procuram ajustar-se às descobertas arqueológicas. Entre aqueles

teóricos das fontes documentárias que aceitam a evidência arqueológica nos

pontos particulares, onde claramente ela se aplica, e aqueles que procuram

eliminá-las, desenvolvem-se graves tensões. Observem-se, por exemplo,

argumentos fortes que se tem desenvolvido entre as escolas de Albright, Bright

e Wright, e a de Alt. North e Von Rad. A arqueologia tem apresentado a

evidência que pode exterminar as teorias documentárias, se aplicada

apropriadamente; porém muitos recusam aplicá-la.

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Em anos recentes, tem existido uma reação muito considerável entre eruditos

liberais contra alguns dos extremos da escola de Wellhausen, maiormente da

parte de homens que tem trabalhado na arqueologia do Antigo Testamento.

Como eles tem descoberto ponto após ponto, nos quais a evidência da

arqueologia na Palestina, ou em qualquer outra parte, se conforma com as

declarações da Bíblia e não se ajusta com a Bíblia como construída pela Alta

Crítica, esses homens tem propendido a considerar, mais e mais, seções do

Antigo Testamento como representando fatos históricos. Todavia, a maior

parte deles ainda mantém os pontos essenciais do sistema de Wellhausen.

Podem eles afirmar que as idéias de Wellhausen, de história e religião, foram

incorretas, embora declarem ainda que os livros do Pentatêuco não foram

escritos por Moisés ou por qualquer autor individual, porém representam uma

produção mista, formada pelo entrelaçamento de documentos contraditórios,

que vieram à existência através de um longo período de tempo.

Na Escandinávia, há um grupo de eruditos, conhecido como a Escola de

Uppsala, que ataca a total teoria de Wellhausen, mas por si mesmo apresenta

uma opinião que é, talvez, até mais contrária para a verdade cristã. De acordo

com as opiniões de Engnell e da Escola de Uppsala, muito pouco, talvez quase

nada do Pentatêuco foi escrito antes do tempo do exílio, e tudo veio à

existência por meio de seções que se desenvolveram gradualmente,

procedentes de ideias puramente humanas, através de transmissão oral.

EXPOENTES DA ALTA CRÍTICA SABEM POUCO A RESPEITO DELA

Uma propaganda astuta tem convencido grande número de nossas classes

educadas, que a Alta Crítica é verdadeira, porém muitas dessas pessoas

atualmente conhecem pouco a respeito dela.

Um graduado do Seminário Teológico da Fé recebeu recentemente o pastorado

de uma grande igreja independente em uma pequena cidade. Logo ele soube

que o pastor de uma igreja vizinha, pertencente a uma de nossas grandes

denominações, estava insistindo que a Alta Crítica é verdadeira, e que a nossa

crença na inspiração plenária da Palavra de Deus é, portanto, absurda.

Desafiou ele o homem para um debate e o homem o aceitou. O debate

realizou-se em uma escola secundária. Apenas tinham eles começado, quando

se tornou evidente que o ministro que estava defendendo a Alta Crítica não

conhecia praticamente nada a respeito das opiniões reais de Wellhausen. Foi

necessário que o debatente contra as opiniões de Wellhausen explicasse

claramente de que assunto se tratava, a fim de mostrar os seus erros.

Não nos é suficiente dizer hoje que a Alta Crítica está errada. Devemos

conhecer as evidências. Devemos conhecer a situação. Com o progresso da

arqueologia e com a atitude mudada em relação ao estudo literário, é mais

fácil do que nunca, sobre uma base científica objetiva mostrarmos que a Alta

Crítica está errada. Mas a Alta Crítica está sendo amplamente ensinada, mais

do que nunca, e encontrando expressão nos novos credos que estão sendo

adotados por grandes denominações e destruindo a fé em estudantes para o

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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 42

ministério em todo o mundo. Em minha opinião, não há uma necessidade

maior para o mundo cristão atualmente, do que a de que os crentes em Cristo

devem conhecer os fatos acerca da Alta Crítica e estar preparados para trazer

estes fatos à atenção daqueles que estão sendo desencaminhados em nossas

escolas, nas escolas dominicais da maioria de nossas denominações e até em

nossas escolas secundárias, onde o ensino da Alta Crítica, como um suposto

fato estabelecido, está sendo mais e mais introduzido.

Por mais de quarenta anos, tenho estado examinando vários aspectos das

teorias documentárias. Durante os dois anos passados, eu me dediquei

intensivamente ao estudo do assunto. Num trabalho de vinte e sete minutos,

sobretudo o que se pode fazer é acentuar a sua importância. Desejo, contudo,

sumarizar alguns dos resultados de minha investigação. Ordenei-os sob

títulos específicos e gostaria de os ler para vós, como seguem:

1. Temos centenas de cópias manuscritas dos primeiros cinco livros da Bíblia,

e todas elas os apresentam na forma em que os temos hoje. Nem mesmo uma

cópia antiga de “J”, “E”, “D” ou “P”, como uma unidade separada e contínua,

jamais foi achada.

2. Nenhum documento que nos veio dos tempos antigos contém qualquer

menção desses documentos como tendo jamais existido. Não existe referência

antiga a registro de qualquer documento semelhante ou a tal processo de

combiná-los como a teoria o pretende. Não há evidência de que qualquer

processo semelhante realmente tenha ocorrido.

3. A teoria é talvez a única sobrevivente de um método de estudo literário do

século dezenove, que, aliás, tem sido quase que completamente rejeitada,

exceto no campo da crítica bíblica. Há um século atrás era uma prática

comum desenvolverem-se teorias desse tipo, com respeito a quase todo

documento antigo ou medieval. A maior parte de tais teorias tem sido

atualmente abandonadas e são consideradas como meras curiosidades

literárias. E’ somente no campo do estudo bíblico, que esta atitude do século

dezenove tem sido conservada.

4. Durante o século dezenove, vários eruditos alemães apresentaram teorias

muito diferentes a respeito da origem dos cinco primeiros livros da Bíblia.

Nenhuma dessas teorias conseguiu ascendência completa antes de 1878,

quando uma teoria particular, surpreendentemente diversa da maioria das

opiniões sustentadas, foi promovida por Julius Wellhausen. Essa nova teoria

foi publicada em todo o mundo de língua inglesa por S.R. Driver e outros

seguidores de Wellhausen. Embora tenha passado aproximadamente um

século, no curso do qual nenhuma nova evidência em favor da teoria tenha

sido descoberta, ela está sendo hoje amplamente ensinada, quase da mesma

forma em que foi então apresentada.

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5. Uma grande parte do motivo para a aceitação da teoria multidocumentária,

promovida pelo professor Wellhausen, em 1878, foi o fato de que ele a baseou

sobre sua hábil apresentação de uma ideia particular do desenvolvimento da

religião israelita. Essa ideia, entretanto, atualmente tem sido quase que

universalmente rejeitada. Poucos eruditos sustentam hoje a teoria do

desenvolvimento religioso hebreu, que seja mesmo aproximadamente similar

àquele sobre o qual Wellhausen baseou a sua idéia das fontes do Pentatêuco e

ainda o método de Wellhausen de dividir essas pretensas fontes e sua opinião

a respeito da ordem da composição delas (embora baseadas sobre uma teoria

de desenvolvimento não mais sustentada), estão ainda sendo apresentados

como fato estabelecido.

6. Uma característica essencial da teoria, como foi ensinada pelo professor

Wellhausen, era a sua pretensão de que os vários documentos, - todos escritos

de acordo com a teoria, muito depois do tempo dos patriarcas - apresentam

somente os padrões e ideias de vários períodos, em que se pretende que foram

escritos e não nos dizem nada a respeito do tempo dos patriarcas. À luz das

descobertas arqueológicas, reconhece-se atualmente que esta atitude já não é

mais sustentável. Portanto, a maioria das recentes apresentações da teoria

afirma que uma grande parte do material, em cada um dos documentos, foi

transmitida oralmente, durante muitos séculos, antes de ser incorporada em

forma escrita, e que mesmo o mais recente dos documentos contém muito

material que é realmente primitivo. Assim uma base importante da ideia de

Wellhausen foi realmente abandonada pelos seus atuais promotores.

7. Seus protagonistas afirmam que a teoria pode ser demonstrada pela

indicação de diferença de estilo entre os documentos. Entretanto, essas

alegadas diferenças no estilo se estabelecem, principalmente, pelo fato de que

certas partes do Pentateuco são estatísticas ou enumerativas, enquanto outras

partes têm mais de um estilo narrativo corrente, e a maior parte do Livro de

Deuteronômio consiste de exortação. Não há razão por que o mesmo escritor

não pudesse usar nenhum desses três estilos, dependendo da natureza do

assunto em particular. Desse modo, temos um estilo enumerativo em Gênesis

1, onde a formação do universo material é apresentada em estágios definidos.

Para o assunto de Gênesis 2, que descreve mais minuciosamente a criação do

homem e a formação de um ambiente próprio para a sua vida, o estilo

narrativo é mais apropriado. Em mensagem de advertência e admoestação, o

estilo de exortação é natural. Exemplos similares do uso de estilos, pelo menos

tão diferentes como esses, podem ser encontrados em quase todas as obras de

qualquer grande escritor prolífico da atualidade.

8. Diz-se frequentemente que os nomes dados a dois desses documentos são

baseados sobre a alegação de que o chamado documento “J” usa o nome

“JHWH” (SENHOR na versão King James), para a Deidade, enquanto que o

chamado documento “E” se diz que emprega o nome Elohim (Deus na RJV).

Todavia cada uma dessas pretensas fontes realmente usa ambos os nomes

divinos no Pentatêuco e em todas as fontes alegadas o nome JHWH é em

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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19

Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 44

grande parte mais comum do que o nome Elohim. Em explicações os

defensores da teoria afirmam que, segundo os documentos E e P, o nome

JHWH não foi revelado antes dos primeiros capítulos do Êxodo. A teoria é,

desse modo, não que cada documento preferisse um certo nome, mas que

cada documento tinha uma teoria diferente, quanto ao tempo, quando o nome

foi introduzido primeiramente, e evitou-o deliberadamente antes daquele ponto

da narração. Visto que se pretende que todos os documentos foram escritos

muitos séculos depois do tempo do Êxodo, um procedimento tal como a teoria

assume seria artificial e um tanto improvável que tenha ocorrido assim.

Ademais, a sua base em declarações bíblicas é extremamente fraca. Além

disso, o uso de nome diversos, em diferentes conexões, não é de todo inusitado

e pode ser facilmente explicado sobre outras bases que não a da origem de

uma colcha de retalhos.

9. A declaração de que há duplicação constante de material nas várias fontes

pretendidas é grosseiramente exagerada. Algumas dessas chamadas

duplicatas são realmente eventos diferentes um tanto similares, porém, na

realidade, nada mais são do que aquilo que frequentemente ocorre na vida

ordinária, como se pode demonstrar muito facilmente. Em outros casos, uma

alegada repetição é meramente um sumário dado no princípio ou no fim de

um relato, uma recapitulação proveitosa, ou expediente literário para fazer

uma narração mais vívida. Muitas das alegadas repetições ou duplicações, se

examinadas sem preconceito, podem mostrar-se como tendo um propósito

natural no relato.

10. Muitas das contradições pretendidas, entre as chamadas fontes,

desaparecem por meio de um exame cuidadoso. Assim é alegado que os

documentos J e P mostram Rebeca influenciada por diferentes motivos ao

sugerir a partida de Jacó, de Canaã, sendo o motivo, num caso, permiti-lo

escapar da ira de seu irmão e, em outro, induzi-lo a procurar uma esposa

conforme os desejos de seus pais. Realmente não há qualquer contradição em

supor-se que Rebeca foi influenciada por ambos os motivos e que, em proceder

com os dois homens a quem ela desejava influenciar, usasse, em cada caso, o

argumento que ela sabia fosse para cada um deles um apelo, mais do que um

outro que fosse capaz de contrariá-los.

11. Estes fatos indicam a existência de razões lógicas para o fenômeno no

Pentatêuco, todos eles consistentes com a ideia de uma autoria unificada, e

não requerendo a adoção de uma teoria sem base, que é uma sobrevivência do

século dezenove e que é totalmente incompatível com os métodos atuais de

estudos literários.

12. A maioria dominante de pessoas que aceitam a Teoria Multidocumentária,

incluindo-se muitos daqueles que a ensinam, procedem assim, devido a

confiança nos homens pelos quais ela é promovida, mais do que sobre a base

de uma investigação completa. Os interesses da verdade exigem que os fatos

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INTRODUÇÃO À BIBLIA

Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19

Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 45

sejam examinados objetivamente e sem preconceito. Quando isto é feito,

torna-se claro que a teoria necessita de evidência real e base lógica e sólida.

Nestas declarações, sumarizei brevemente uma parte dos resultados de muitos

anos de estudo das teorias documentárias. O assunto completo pode

impressionar a muitos de vocês como sendo seco e desinteressante. Todavia,

não hesito em predizer que os filhos de muitos de vocês perderão a fé cristã,

por causa da apresentação insidiosa dessas teorias. Alguns deles perderão

todo o interesse em assuntos cristãos sob uma orientação liberal. Estes são os

mais ditosos. Outros, totalmente incapazes de escapar de uma educação cristã

sob tal orientação, gastarão o restante de suas vidas promovendo a

infidelidade doutrinária e desviando a muitos da Palavra de Deus.

E’ muito difícil resistir à propaganda constante, que pretende mostrar como a

Bíblia veio à existência como um resultado do entrelaçamento de vários

escritos humanos, por um processo puramente humano. Muitos que hoje

estejam demolindo a fé cristã e insistindo em revolução, em vez de

regeneração, estariam apresentando a Palavra de Deus, se não tivessem sido

influenciados pelos ensinos da Alta Crítica.

Pode ser que você não esteja interessado neste assunto hoje, mas tempo virá,

quando você me dará a destra para podermos ajudar a alguns, talvez o seu

próprio filho, que esteja em perigo de perder a fé, devido a incapacidade dele

de responder, agora, aos argumentos propostos pela Alta Crítica.

Eu espero que cada um de vocês obtenha pelo menos duas cópias de meu

pequeno trabalho escrito, que contém estes doze pontos, e o guarde, onde

possa achá-lo facilmente. As declarações mostram a linha de resposta à teoria

de Wellhausen. E’ impossível, num trabalho desta extensão, apresentar

evidência suficiente. Quando você encontrar um ponto particular sendo

discutido, faça o favor de me informar. Tenho evidência abundante para todos

esses pontos e ficarei contente em fazê-la útil para você. Não sei de maior

necessidade no serviço cristão hoje do que ajudar aqueles cuja fé está sendo

arruinada pelo ensino divulgado das teorias da Alta Crítica.

www.ipcb.org.br/arquivosword/altacritica.doc

ANEXO 2

O QUE A BÍBLIA DIZ DE SI MESMA

1. É a Palavra Inspirada por Deus:

“O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra está na minha boca.” 2

Sam. 23:2.

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os

homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” 2 Ped. 1:21

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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19

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“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para

redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” 2 Tim. 3:16.

2. É Luz:

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” Sal.

119:105.

3. É Eterna:

“Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste

eternamente.” Isa. 40:8.

“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.” Mat.

24:35.

4. É a Verdade:

“Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” João 17:17

5. É Viva e Eficaz:

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada

alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das

juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do

coração. ” Hab. 4:12

6. É Fonte de Vida Eterna:

“Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens

as palavras da vida eterna. ” João 6:68.

7. Seu tema principal é o Salvador Jesus:

“E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele

se achava em todas as Escrituras. ” Luc. 24:27 “E disse-lhes: São estas as

palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se

cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e

nos Salmos. ” Luc. 24:44.

8. É útil para o ensino:

“Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que

pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. ” Rom. 15:4

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para

redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” II Tim. 3:16. “Para que o

homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. ”

II Tim. 3:17.

9. É o melhor alimento espiritual:

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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19

Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 47

“Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca

guardei mais do que a minha porção. ” Jó 23:12.

“Achadas as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e

alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus

dos Exércitos.” Jer. 15:16.

10. Seu Autor é Verdadeiro e Fiel:

“... Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu

antes dos tempos dos séculos” Tito 1:2

“Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos

são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é.” Deut. 32:4

11. É fonte da verdadeira felicidade:

“Mas ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e as

guardam. ” Luc. 11:28

“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e

guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.”

Apoc. 1:3

12. Normas para o estudo da Bíblia

12.1. Antes de se ler a Bíblia, deve ser feita uma oração, pedindo orientação

divina.

12.2. Sempre que se aproxime da Bíblia o leitor deve fazê-lo com espírito de

humildade e desejo de descobrir os tesouros revelados na Palavra de Deus.

12.3. Não se deve tentar usar a Bíblia para acusar ou censurar as atitudes

alheias. Esta não é a função das Escrituras. Antes o investigador deve

procurar instrução para si próprio.

12.4. Deve ser mantido um espírito reverente diante das Santas Escrituras.

12.5. O estudante diligente fruirá os maravilhosos tesouros encontrados nas

páginas sagradas. “Como um garimpeiro escava a terra em busca de ouro, ou

como um mergulhador desce às profundezas do mar em busca de pérolas”.

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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19

Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 48

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. 2a. Edição.

São Paulo, SBB, Revista e Atualizada no Brasil, 1998.

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. 1a. Edição.

Rio de Janeiro, CPAD, 1998.

FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento. 4a.

Edição. Rio de Janeiro, JUERP, 1990.

GEISLER, Norman e NIX, Willian. Introdução Bíblica: Como a

Bíblia chegou até nós? São Paulo, Vida, 1997.

GRANDES IMPÉRIOS E CIVILIZAÇÕES. Volume 1.

MAXWELL, A Grahan. Você Pode Confiar na Bíblia? 2a.

Edição. CPB, 1993

NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO, 1a. Edição.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia: Livro por Livro. Edição

Revista, Flórida, Vida, 1997.

REVISTA SUPER INTERESSANTE, Agosto de 1995.

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INTRODUÇÃO À BIBLIA

Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19

Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 49

THOMPSON, Frank Charles. 7a Impressão, São Paulo, Vida,

1996.

VERBO, ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA, Vol

2 e 13, Lisboa.

AVALIAÇÃO DE INTRODUÇÃO À BÍBLIA – MÓD. 01-A

Aluno: Matrícula:

Cidade: UF: DATA:

- Trabalho de pesquisa: Pesquise sobre “os manuscritos do mar morto e sua

importância na autenticidade da Bíblia” (50% da nota). Mínimo 15 páginas.

Com introdução, corpo e conclusão. E um resumo de 15 linhas com suas

próprias palavras.

- Questionário: 50%.

01. Qual a origem da palavra Bíblia e qual seu significado?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Quantos livros compõem a Bíblia católica e protestante, respectivamente?

a ( ) 66 e 72 b ( ) 73 e 66 c ( ) 72 e 65 d ( ) 67 e 74

02. Quem dividiu a Bíblia em capítulos?

a ( ) Robert Stephanus, em 1551, ao fazer uma viagem de Paris a Lion.

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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 50

b ( ) Clemente de Roma, em 1260

c ( ) Stephen Langton, professor universitário em Paris, no ano de 1227.

d ( ) Santo Agostinho, um dos pais da igreja.

03. Relacione o autor a seu respectivo livro:

1. Moisés ( ) Atos

2. Esdras ( ) 1 Pedro

3. Salomão ( ) 1 Crônicas

4. Jeremias ( ) Levítico

5. Lucas ( ) Gálatas

6. Paulo ( ) Cântico dos Cânticos

7. João ( ) Lamentações

8. Pedro ( ) Apocalipse

04. Que significa cânon?

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_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

05. Explique as cinco teorias da inspiração.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

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06. Uma evidência da inspiração do Antigo Testamento é o testemunho de

Jesus. Abra sua Bíblia no Evangelho de Lucas, capítulo 24, versículo 44, e

complete o texto:

“ A seguir, Jesus lhe disse: São estas as palavras que Eu vos falei, estando

ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito

___________ nos

___________________________________________________________________ e nos

___________________________________

07. Que parte da Bíblia é inspirada por Deus? (Veja 2 Timóteo 3: 16).

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_____________________________________________________________________________

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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 51

08. Cite duas evidências internas da inspiração da Bíblia.

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9 . Comente a evidência da indestrutibilidade da Bíblia.

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10. Autógrafos são:

a ( ) Os manuscritos originais da Bíblia.

b ( ) Livros rejeitados pelo povo de Deus.

c ( ) Cópias dos originais escritos pelos profetas.

d ( ) O mesmo que apócrifos.

11. Para resumir a canonização do Antigo Testamento fale sobre a tradição de

pais, e diga quem julgava se um livro entrava ou não para o cânon.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

12. Qual o sentido do termo apócrifo?

_____________________________________________________________________________

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13. Por que os discípulos demoraram a começar a escrever o Novo

Testamento?

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14. Na história da Bíblia há algumas traduções famosas, fale sobre a LXX

(Septuaginta).

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INTRODUÇÃO À BIBLIA

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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 52

_____________________________________________________________________________

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15. Ligue a palavra ao seu significado.

Óstracos 2. Papiro 3. Pergaminho 4. Palimpsestos 5. Velino 6. Lâminas de Argila 7. Natimorto 8. Massora 9. Papiros Unciais 10. Papiros Cursivos

18. Cite as razões para a canonização do Novo Testamento.

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_____________________________________________________________________________

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9. Qual a importância do Códex Sinaítico para o estudo do cânon do Novo

Testamento?

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20. Relacione as colunas:

1. Epístola de Barnabé ( ) Descobriu o Códex Sinaítico

2. Tischendorf ( ) Autor de um Evangelho

3. Policarpo ( ) Um dos país da igreja primitiva

4. Mateus ( ) Livro apócrifo

( ) Pergaminhos lisos e finos costurados como livro

( ) Animal que nasce morto

( ) Cópias em minúsculas

( ) Guardar, arquivar, cuidar, proteger

( ) Tiras de pele de caprinos ou bovinos

( ) Cópias em maiúsculas

( ) Escrita cuneiforme

( ) Cacos de cerâmica

( ) Pergaminhos raspados e reescritos

( ) Tiras de talo do vale do Nilo

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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19

Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 53

[2] Maxwell A. Graham, Você Pode Confiar na Bíblia?, p. 1.

[3]. Maxwell A. Graham, Você Pode Confiar na Bíblia?, p. 21.

3. Frank Charles Thompson, Bíblia de Referência Thompson, p.

[4]. Pedro Apolinário, Hiistória do Texto Bíblico, p. 21.

[5]. Ibid. p. 4.

[6]. Ibid. p. 41.