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INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 1
Inovando a Busca Pelo Sabe!
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 2
SUMÁRIO INTRODUÇÃO À BIBLIA CAPÍTULO I -A Estrutura da Bíblia CAPÍTULO II -A Inspiração da Bíblia CAPÍTULO III -A Formação do Cânon Bíblico CAPÍTULO IV -A História da Bíblia CAPÍTULO V -Inspiração, Revelação e Iluminação ANEXO 1-O assalto da alta - critica contra as Escrituras 2-O que Diz a Bíblia de si Mesmo BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO À BÍBLIA
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 3
INTRODUÇÃO
Sem dúvida, a Bíblia é o livro mais lido, mas também, o mais rejeitado. O mais
traduzido e divulgado no mundo, em todas as épocas. Desde quando começou
a ser escrito, cerca de 1500 anos antes do nascimento de Jesus Cristo, até os
dias atuais, milhões de cópias produzidas do Livro Sagrado dos judeus e
cristãos. É o mais amado, mas também, o mais odiado e perseguido. O
primeiro livro impresso nas oficinas gráficas de Gutenberg, o “pai da
imprensa”, foi a Bíblia. Foi uma tiragem de apenas 200exemplares, dos quais
ainda existem 48, espalhados em museus e coleções particulares.
São verdadeiras preciosidades e seu valor é inestimável, em torno de 20
milhões de dólares. Um desses exemplares está no subsolo da biblioteca Lenin
em Moscou. É o livro mais caro do mundo. [1]. No entanto, seria de se esperar
que um livro com tamanha influência, também fosse combatido, criticado,
proibido e rejeitado. Conforme suas próprias profecias, a Bíblia Sagrada
enfrentaria a mais acirrada perseguição. E, de fato, isto tem ocorrido ao longo
da História humana. Durante a Idade Média a leitura do Livro Sagrado foi
proibida pela igreja dominante na Europa. Apenas em alguns mosteiros,
antigas e escassas traduções da Bíblia pendiam acorrentadas nos corredores e
bibliotecas, e podiam ser lidas com muita reserva. No período da Revolução
Francesa, exaltava-se a “deusa” razão, e milhares de Bíblias e outros livros
religiosos eram lançados à fogueira. Conta-se que, durante o enterro de um
prefeito de província, fazia parte do séquito um jumento em cujo rabo se
amarrava um exemplar do Novo Testamento, e uma turba de escarnecedores
instigavam o pobre animal com as mais blasfemas pilhérias. Mas as
testemunhas (o Antigo e Novo Testamento) que profetizaram mil duzentos e
sessenta dias (anos) “vestidas de pano de saco” (Apoc. 11:3) “ouviram grande
voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa
nuvem, e os seus inimigos as contemplaram” (Apoc. 11:12). Na verdade, os
inimigos da Bíblia não conseguiram seu intento de sepultar definitivamente a
Palavra de Deus. Pouco tempo depois da queima das Escrituras pelos
promotores da Revolução Francesa, surgiu, na Inglaterra em1795, a primeira
Sociedade Bíblica, e logo outras foram criadas em diversos países. Hoje são
139 sociedades que publicam e distribuem a Bíblia em mais de 200 países,
editando em cerca de 2.200 línguas e dialetos. Segundo estatísticas recentes,
“a sua tiragem, sob o impulso das sociedades bíblicas, atinge em média
anual de 11 milhões de exemplares da versão integral, 12 milhões de
Novos Testamentos, 400 milhões de brochuras contendo extratos do texto
original “Somente a Sociedade Bíblica do Brasil distribuiu, em 1997,
mais de 3 milhões de Bíblias completas e 180 milhões de porções e
seleções bíblicas, tornando-se a campeã mundial de distribuição das
Sagradas Escrituras, batendo até mesmo os Estados Unidos.
Indubitavelmente esta é a vitória de um Livro que advoga para si mesmo o
título de Palavra de Deus. Pode-se também afirmar que é o cumprimento fiel
das palavras de Seu Autor-Inspirador: “Passará o céu e a terra, porém as
minhas palavras não passarão. ”(Mat. 24:35).
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MÓDULO 01
A ESTRUTURA DA BÍBLIA
A palavra Bíblia é o plural de um vocábulo grego, biblion, que significa livro.
Portanto, uma tradução literal de “Bíblia” poderia ser Os Livros. De fato, a
Bíblia é uma coleção de 66 livros: 39 do Antigo Testamento e 27 do Novo.
As Bíblias publicadas pelas editoras católicas acrescentam mais7 livros ao
conjunto do Antigo Testamento, totalizando, portanto, 73 livros no cômputo
geral. Estes 7 livros são conhecidos como apócrifos ou deuterocanônicos.
Atualmente os livros da Bíblia estão divididos em capítulos e versículos, porém
nem sempre foi assim. A divisão em capítulos ocorreu em 1227 e foi efetuada
por um professor da Universidade de Paris, Stephen Langton, que mais tarde
viria a ser o arcebispo de Cantuária. Em 1551, Robert Stephanus, um
impressor parisiense, iniciou a divisão de cada capítulo em versículos, ao fazer
uma viagem de Paris a Lion, em lombo de animal. [2]. Em 1555 concluiu a
tarefa. Ao longo, a Bíblia contém 1.189 capítulos e 31.102 versículos.
UMA DIVISÃO DIDÁTICA COMUMENTE ACEITA É A SEGUINTE:
I-Antigo Testamento
a) Lei (ou Torá, ou Pentateuco)
b) Livros Históricos
c) Livros Poéticos
d) Livros Proféticos
II-Novo Testamento
a) Evangelhos
b) Livro Histórico ou Biográfico
c) Epístolas
d) Livro Profético
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ANTIGO TESTAMENTO
CRASSIFICAÇÃO LIVRO ABREV.
AUTOR DATA a.C
Pentateuco
Gênesis Gn Moisés c. 1500
Êxodo Êx Moisés c. 1500
Levítico Lv Moisés c. 1500
Números Nm Moisés c. 1470
Deuteronômio Dt Moisés c. 1470
Livros Históricos
Josué Js Josué (*) c. 1400
Juízes Jz Samuel c. 1100
Rute Rt Samuel (*) c. 1090
1 Samuel 1 Sm Samuel/Natã/Gade c. 1070
2 Samuel 2 Sm 2 Sm Natã/Gade c. 1040
1 Reis 1 Rs Jeremias (*) c. 580
2 Reis 2 Rs Jeremias (*) c. 580
1 Crônicas 1 Cr Esdras c. 440
2 Crônicas 2 Cr Esdras c. 440
Esdras Ed Esdras c. 440
Neemias Ne Neemias c. 430
Ester Et Mardoqueu (*) c. 470
Livros Poéticos
Jó Jó Moisés c. 1550
Salmos Sl Davi e outros c. 1000
Provérbios Pv Salomão e outros c. 900
Eclesiastes Ec Salomão c. 900
Cânt. Cânt Ct Salomão c. 950
Livros Proféticos
Isaías Is Isaías c. 730
Jeremias Jr Jeremias c. 580
Lamentações Lm Jeremias c. 600
Ezequiel Ez Ezequiel c. 590
Daniel Dn Daniel c. 530
Oséias Os Oséias c. 740
Joel Jl Joel c. 800
Amós Am Amós c. 750
Obadias Ob Obadias c. 600
Jonas Jn Jonas c. 800
Miquéias Mq Miquéias c. 700
Naum Na Naum c. 600
Habacuque Hc Habacuque c. 620
Sofonias Sf Sofonias c. 630
Ageu Ag Ageu c. 520
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Zacarias Zc Zacarias c. 520
Malaquias Ml Malaquias c. 420
(*) Autor Presumível. Convém lembrar que a Bíblia católica acrescenta os seguintes livros (sete, ao todo, chamados apócrifos ou deuterocanônicos) aos da lista acima: obias, Judite - Históricos 1º e 2º Macabeus - Históricos Sabedoria, Elesiástico - Sapienciais/Poéticos Baruc - Profético
NOVO TESTAMENTO
CRASSIFICAÇÃO LIVRO ABREV. AUTOR DATA a.C
Evangelhos
Mateus Mt Mateus c. 60-70
Marcos Mc Marcos c. 50-70
Lucas Lc Lucas c. 64-70
João Jo João c. 69-90
Livro Histórico Atos At Lucas c. 63
Epístolas
Romanos Rm Paulo c. 60
1 Coríntios 1 Cor Paulo c. 59
2 Coríntios 2 Cor Paulo c. 60
Gálatas Gl Paulo c. 58
Efésios Ef Paulo c. 62
Filipenses Fp Paulo c. 62
Colossenses Cl Paulo c. 63
1Tessalonicenses 1Ts Paulo c. 51
2Tessalonicenses 2Ts Paulo c. 51
1 Timóteo 1Tm Paulo c. 63
2 Timóteo 2Tm Paulo c. 64
Tito Tt Paulo c. 63
Filemon Fm Paulo c. 61
Hebreus Hb Paulo (*) c. 67
Tiago Tg Tiago c. 62
1 Pedro 1 Pe Pedro c. 62
2 Pedro 2 Pe Pedro c. 64
1 Joã 1Jo João c. 98
2 João 2Jo João c. 98
3 João 3Jo João c. 98
Judas Jd Judas c. 70
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(*) Autor presumível
Os quadros das páginas anteriores dão uma visão sucinta de como a Bíblia cristã está organizada nos dias atuais. Convém que se familiarize com as Escrituras, estudando seus livros e a respectiva abreviatura, pois todas as lições deste curso farão referências a eles. A Bíblia hebraica, obviamente, não contém os livros do Novo Testamento,
posto que os judeus não aceitaram a Jesus Cristo como o Messias prometido
nas profecias dos antigos escritores sagrados. Além disso, o cânon hebraico
não aceita os livros apócrifos, principal razão de muitas correntes cristãs não
os incluírem em suas versões da Bíblia.
Livro Profético Apocalipse Ap João c. 95
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CAPÍTULO II A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
Neste capítulo analisa-se a questão da inspiração da Bíblia, que está
intrinsecamente relacionada à formação do cânon bíblico, assunto
que trataremos no próximo capítulo.
A palavra inspiração, quando empregada em relação à Bíblia, significa soprado
por Deus. A Bíblia, na verdade é respirada por Deus e aspirada pelo homem.
O homem ganha vida com o hálito de Deus. A inspiração por fim, é o ato de
Deus trabalhar através do profeta para que este receba e sistematize a
revelação até esta chegar ao seu destino.
Existe um consenso entre os seguidores da Bíblia, baseados não somente na
fé, mas em evidências de que ela é realmente inspirada por Deus. Há,
naturalmente, divergências quanto á maneira como a inspiração proveio de
Deus e chegou ao homem.
1.Teorias da Inspiração: 1.1. INTUIÇÃO – A Bíblia teria sido produzida pelos poderes intuitivos do homem. 1.2. PARCIAL OU FRACIONÁRIA - A Bíblia foi parcialmente inspirada. 1.3. DITADO VERBAL, MECÂNICA, – Esta teoria afirma que Deus ditou palavra por palavra. 1.4. DINÂMICA –Segundo a inspiração dinâmica, Deus inspirou somente a ideia do escritor e este embalou a mensagem em seu vocabulário e em sua cultura. Neste caso temos um autor inspirado, mas não as suas palavras. Difícil é entender como poderia haver “ideias inspiradas‟ e não “palavras‟, se as ideias são formadas por palavras”. Essa teoria aceita que alguns tipos de erros são possíveis, mesmo nos originais (autógrafos). Essa teoria conspira contra a Autoridade e infabilidade das escrituras.
1.5 PLENARIA –Essa teoria acredita que o escritor bíblico foi inspirado ao
receber (ideias) e ao transmitir (palavras) a mensagem de Deus. Não aceita a ideia do ditado verbal. Deus deu liberdade para o autor usar sua capacidade literária e não anulou sua personalidade. No entanto, o Espírito Santo estava no controle de todo o processo impedindo que erros fossem cometidos. Algumas dificuldades que hoje se vê na Bíblia foi ocasionado pelos copistas no processo transição. Porem os autógrafos era totalmente sem erros, já que o Espírito de Deus não pode errar ou mentir.
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2.Evidências internas
2.1.Autoridade própria.
A Bíblia é um livro que fala com autoridade e, com esta mesma autoridade,
afirma-se como escrito inspirado por Deus. “Toda a Escritura é inspirada por
Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação
na justiça”. (II Timóteo 3:16). Somente no Antigo Testamento aparecem mais
de 400 vezes a expressão “assim diz o Senhor”.
2.2.O testemunho do Espírito Santo.
“O testemunho íntimo de Deus no coração do crente, à medida que este vai
lendo a Bíblia, é evidência da origem divina da Bíblia”. Até mesmo pessoas que
não têm nenhuma afinidade com a Bíblia, ao começar a lê-la, estudá-la,
sentem que estão diante de um tratado diferente de qualquer outro produzido
por pena humana.
2.3.A capacidade transformadora da Bíblia.
Nenhum outro livro evidencia tão forte poder de transformar vidas como a
Bíblia. Homens imperiosos aprendem lições de humildade e mansidão;
prostitutas e homossexuais abandonam suas práticas licenciosas; ladrões e
sonegadores restituem o furto; viciados conseguem deixar as drogas; pais
rancorosos passam a tratar com carinho seus filhos; filhos rebeldes retornam
ao lar; famílias destruídas são refeitas; patrões insensíveis passam a respeitar
o direito de seus empregados, e empregados relapsos tornam-se honestos e
dedicados.
2.4.O Princípio da unidade da Bíblia.
Uma forte evidência da origem divina da Bíblia é o fato de apesar de ser
constituída por 66 livros, com cerca de 40 diferentes autores que a escreveram
num período de, aproximadamente, 1500 anos, a Bíblia apresenta uma
extraordinária coerência temática. Nenhum autor contradiz o outro, apesar de
escreverem em idiomas diferentes e viverem em culturas diferentes. Esta
evidência indica que os profetas, reis e apóstolos, não foram os autores, foram
apenas instrumentos do autor, o Espírito Santo.
O tema central da Bíblia é apresentar a solução para o problema do pecado,
Jesus Cristo, “autor e consumador da fé”. Do primeiro livro, Gênesis, ao
último, o Apocalipse, este tema se repete como se obedecesse a um roteiro
transcendente à própria vida de seus autores humanos.
3.Evidências externas 3.1.O testemunho de Cristo. “Se Jesus Cristo possui alguma autoridade ou integridade como mestre religioso, podemos concluir que a Bíblia é inspirada por Deus”. Dizem Geisler
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e Nix: “O Senhor Jesus ensinou que a Bíblia é a Palavra de Deus. Se alguém quiser provar ser essa assertiva falsa, deverá primeiro rejeitar a autoridade que tinha Jesus de se pronunciar sobre a questão da inspiração”. Cristo fez inúmeras referências às Escrituras hebraicas, dando, assim, seu aval sobre a veracidade e inspiração da Lei (o Pentateuco), dos Profetas e dos Salmos (as outras divisões da Bíblia hebraica). “A seguir Jesus lhes disse: São estas as palavras que Eu vos falei, estando ainda falando convosco: importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. ” (Lucas 24:44). 3.2. O cumprimento das profecias. Nenhum outro livro que reivindica a inspiração divina, (Alcorão islâmico e os Vedas hindus), apresenta uma gama de profecias cumpridas com extrema exatidão como a Bíblia. É espantosa a precisão profética de Daniel ao descrever as datas exatas do nascimento, batismo e morte de Cristo, na profecia das setenta semanas. Parece até que o profeta Naum estava observando as ruas movimentadas de uma grande cidade moderna, à noite, do alto de um edifício, ao descrever fotograficamente, os carros em alta velocidade: “Os carros passam furiosamente pelas ruas e se cruzam velozes pelas praças; parecem tochas, correm como relâmpagos”. (Naum 2:4). O Profeta Isaías também descreve de forma precisa toda obra e sacrifício de Cristo em Seu ministério terreno, cerca de 700 anos antes de ocorrerem os fatos. 3.3. A indestrutibilidade da Bíblia. O próprio Senhor Jesus afirmou que passaria o céu e a terra, “mas as minhas palavras não passarão” (Mateus 24:35). Vê-se, na introdução deste tratado, que apesar de todas as tentativas, os inimigos das Sagradas Escrituras não conseguiram eliminar sua influência, nem no passado, nem nos dias atuais. “Os cépticos têm lançado dúvidas sobre a confiabilidade da Bíblia; todavia, mais pessoas hoje se convencem de suas verdades do que em toda a história. Prosseguem os ataques da parte de alguns cientistas, de alguns psicólogos e de alguns líderes políticos, mas a Bíblia permanece ilesa, indestrutível... A Bíblia continua mais forte do que nunca, depois destes ataques”. 3.4. A integridade de seus autores humanos. Os relatos bíblicos impressionam pela imparcialidade como são expostos. Reis
ou humildes servos são apresentados com todos seus defeitos e vícios, e percebe-se que nenhum escritor bíblico tentou omitir fatos para proteger os poderosos de sua época, e nenhum elogio descabido ou forçado é dirigido para agradar quem detinha o poder. Os profetas e apóstolos eram considerados homens de Deus. Com certeza, por esse motivo, nenhum outro livro ou tratado apresenta, em suas páginas, um código de ética e moral mais elevado que a Bíblia. O Decálogo (dez mandamentos), o clamor dos profetas pela justiça, os preceitos de Cristo (sermão da montanha e todos os Evangelhos), as
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instruções apostólicas (epístolas), a pureza de caráter exigida do cidadão da Nova Terra (Apocalipse) fala, por si só, da inteireza moral dos escritores da Bíblia.
3.5. A influência da Bíblia. Para a pergunta: qual o livro que mais tem influenciado o pensamento ocidental? Sem risco de errar, a resposta só poderia ser: a Bíblia. A maior religião do mundo, hoje, é o cristianismo, com mais de dois bilhões de seguidores. Embora dividido em diversas correntes, todas as igrejas cristãs aceitam a Bíblia como livro sagrado. Portanto, o maior grupo religioso do
planeta recebe influência direta da Bíblia. Não foram poucas as grandes personalidades da história universal que reconheceram a influência da Bíblia. Abaixo têm-se três, a título de ilustração: Emmanuel Kant (filósofo alemão): “A existência da Bíblia, como um livro para as pessoas, é o maior benefício que a raça humana alguma vez experimentou. Toda tentativa para depreciar isto é um crime contra a humanidade”. George Washington (primeiro presidente dos E.U.A): “É impossível governar o mundo, justamente, sem Deus e a Bíblia”. Rainha Vitória: “Este livro (a Bíblia) responde pela supremacia da Inglaterra”. As evidências analisadas neste capítulo nos deixam seguros de que a Bíblia é, de fato, um livro confiável em toda sua extensão e em todas as suas partes. Embora as transcrições dos textos antigos possam conter imprecisões (antes da invenção da imprensa, todas as cópias eram feitas à mão, sujeitas, portanto, aos deslizes dos copistas), podemos estar absolutamente certos da inerrância dos escritos originais (conhecidos como autógrafos, escritos do próprio punho dos profetas ou dos amanuenses), ainda que não tenhamos acesso a eles, pois já não existem mais. Finalmente, Packer lembra que “a inspiração dos escritos bíblicos não deve ser igualada com a inspiração das grandes obras da literatura, nem mesmo (como frequentemente é verdadeiro) quando o escrito bíblico for, de fato, uma obra da literatura. A ideia bíblica da inspiração não se relaciona com a qualidade literária do que é escrito, mas com sua característica de ser revelação divina escrita”.
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CAPÍTULO III A FORMAÇÃO DO CÂNON BÍBLICO
CONCEITO -O vocábulo “cânon”, literalmente significa vara. Os gregos o
tomaram emprestado dos antigos semitas. Cânon pode ser entendido,
também, como norma, medida, régua, regra, lista, divisa, etc. E pode ser
tomado em duas acepções. Pode indicar que a Bíblia é a norma básica de
julgamento para quaisquer outros livros, discursos ou escritos cristãos...
Também pode referir-se ao conjunto de “normas” ou princípios que orientaram
o povo de Deus na escolha dos livros sagrados que compõem a Bíblia.
Num sentido mais amplo, cânon é a lista dos livros inspirados que formam a
Bíblia. Como os livros foram preparados durante um longo período de tempo,
é fácil pressupor que o cânon bíblico nem sempre foi o mesmo.
Canonização é o processo que cada livro passou para que pudesse ser aceito
como inspirado por Deus.
1- O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO A igreja cristã do Novo Testamento, nasceu com uma Bíblia nas suas mãos em 31 d.C. com a morte de Jesus. A Bíblia era o Velho Testamento. Abaixo se tem pelo menos três teorias para a formação do cânon do Antigo Testamento: 1ª -Teoria do Crescimento–Os livros quando foram escritos não eram inspirados, sua inspiração, veneração, dependeu do tempo. Depois a grande sinagoga de Esdras, (comissão de 70 anciãos de Israel, tendo como presidente, Esdras), foi que canonizou esses livros. Esta teoria não é bem aceita porque limita a decisão do cânon somente a setenta pessoas votando contra ou a favor. 2ª Teoria – O que influenciou o cânon do Antigo Testamento foi o Concílio de Jânia no ano 90 A.D. Isso não é verdade, pois Jesus e os discípulos já usavam
o Antigo Testamento. O Concílio de Jânia só confirmou a inspiração do V.T., usou como base a Bíblia hebraica de um escritor do ano 200 a.C. Chamado Baba Bathra. Então no mínimo 200 anos antes de Cristo já haviam os 22 livros que continham os 39 que compõem o Antigo Testamento. Baba Bathra foi um dos maiores escritores do Talmude Babilônico.
3ª Teoria – No ano 75 A.D. o escritor Flávio Josefo menciona nos seus escritos os 39 livros do Antigo Testamento, embora sua lista conste só de 22. Sendo
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um livro para cada letra do alfabeto hebraico, cujo alfabeto só contém 22 letras. Josefo foi o primeiro a dividir o Antigo Testamento. Em três partes. Antes dele, Lucas já dividia em duas quando mencionava “a lei e os profetas...”
A lista de Flávio Josefo é mais confiável por três razões; 1ª - Josefo era judeu e escreveu num período muito importante da história de Israel. 2ª - A lista de Josefo é 200 anos mais velha do que a de Baba Bathra. Isto é, do ano 400 a.C.
3ª - Josefo contemporâneo de Cristo, esteve presente na ocupação e destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. e participou da diáspora (dispersão dos judeus). Josefo afirma que no saque a Jerusalém no ano 70 d.C. o imperador Tito, lhe entregou os rolos dos livros sagrados do templo. Nessa ocasião foi levado para Roma o mobiliário. A lista mais antiga do Antigo Testamento, na ordem em que está hoje é do ano 170 d.C. feita por Melito pastor da igreja de Sardes. Pirke Abot, (hebraico) é tradições de pais. Foi assim no decorrer de gerações que se foi aceitando os escritos de acordo com a vara com a qual mediam o nível de inspiração. Para cada profeta de Deus havia 800 falsos profetas. Os livros que se encaixassem com o passado e tivessem sentido para o contexto presente eram considerados inspirados por Deus. O julgamento era feito pela grande congregação (grupo de 70 anciãos de Israel, quando um morria o outro ocupava o lugar, uma espécie de academia de letras), de Moisés até Esdras. Abaixo tem-se no gráfico, o período da canonização do Antigo Testamento Textos sobre as grandes congregações: Esdras 5.5,9; 6.7,8,14; 10.8,14; Josué 1.7; 3.4; 8.31,32; 23.6; I Reis 2.3; II Reis 14.6; 18.6; 23.25; Esdras 7.6; Salmos 103.7; Isaías 8.20; Jeremias 8.8.Somente depois de escrito, copiado, divulgado, lido nas congregações e ajuntamentos do povo, aceito pela maioria dos fiéis e aprovado pelos líderes como tendo todas as características de um texto inspirado por Deus, o livro era considerado canônico. Passava, então, a fazer parte da lista de escritos sagrados que serviam como norma de doutrina e conduta.
O que determina a canonicidade de um livro? Com certeza não é a língua (pode ter sido escrito em hebraico, ou grego, não importa); não é a
antiguidade (existem livros mais antigos que o mais antigo livro da Bíblia); nem, tampouco, o sentimento de religiosidade de que se apresente no livro. A canonicidade é determinada, exclusivamente, pela inspiração divina. “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. ” (2 Pedro 1:20 e 21).
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Esse texto da Segunda epístola de Pedro é muito elucidativo. Convém que se leia toda a carta para ter-se uma ideia mais concreta das marcas de inspiração divina em um livro bíblico. No versículo primeiro do capítulo1, o autor apresenta-se como “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo” e esclarece que a carta é dirigida aos que “obtiveram fé” na justiça divina. No verso 3, fala no poder, glória e virtude de Deus. No verso 4, aparece a expressão “natureza divina”, da qual os crentes são convidados a participar. A partir do verso 5, faz uma lista de virtudes: diligência, fé, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor. E aconselha, no verso 10: “Por isso, irmãos, procurai com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; portanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. ” No verso 12, esclarece o objetivo da carta. E, no verso 19 e seguintes, fecha o capítulo com um precioso conselho: “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da D‟alva nasça em vosso coração.
Nota-se aí, marcas indeléveis da inspiração divina: 1.1. O autor é um profeta, um porta-voz de Deus, “servo e apóstolo” do Senhor Jesus. 1.2. Fala com autoridade das coisas que “efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo me revelou”. Reivindica, desta forma, revelação (inspiração) divina. 1.3.Apresenta coerência doutrinária com os outros livros da Bíblia.
1.4.Foi reconhecido pelo povo de Deus, como canônico. Curiosamente, esta segunda carta do apóstolo Pedro foi uma das mais contestadas quanto à sua autenticidade. O principal motivo apresentado pelos críticos era a diferença de estilo da primeira epístola de Pedro. No entanto, o uso de escribas por alguns autores da Bíblia, pode explicar facilmente essa diferença de estilo. No Antigo Testamento, por exemplo, Baruque, secretário de Jeremias, registrava as visões do profeta. Descoberta arqueológicas, como o Papiro Bodmer e a carta do pseudo-Barnabé, comprovam, definitivamente, a autenticidade da segunda epístola de Pedro. 2. OS LIVROS APÓCRIFOS O último livro do Antigo Testamento é o livro do profeta Malaquias, escrito por volta de 400 a.C. Durante o período intertestamentário (entre o Antigo e o Novo Testamento), muitos outros livros relacionados à história dos hebreus foram escritos. Muitos destes livros foram totalmente rejeitados e considerados não-canônicos, como o Livro de Adão e Eva, o Testamento dos Doze Patriarcas, o Primeiro Livro de Enoque, a Assunção de Moisés, para citar apenas alguns.
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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 15
Outros foram acrescidos à lista dos livros inspirados, porém contestado por grande número de estudiosos. Entre estes, encontram-se os livros apócrifos. A palavra grega “apócrifo”, significa “escondido”. Refere-se a um conjunto de livros que foram, em diferentes épocas e lugares, ocasionalmente incluídos em manuscritos antigos, juntamente com os livros considerados canônicos. Sete desses livros encontram-se na Bíblia católica e são chamados por esses cristãos dedeuterocanônicos, quer dizer do 2o cânon, ou da 2a lei. São eles: Tobias, Judite, Eclesiásticos, Sabedoria, Baruque, 1o e 2o Macabeus e os acréscimos aos livros de Esdras e Daniel. São escritos nas Centúrias Silenciosas, só Tobias e Judite são as exceções. Todas têm valor histórico, as narrações são verídicas. A dispensação do Antigo Testamento pertencia aos judeus, que eram considerados “o povo de Deus” da época antes do nascimento de Cristo. Portanto, eles eram os depositários das Escrituras Sagradas da antiga dispensação. Todavia, um grupo de setenta estudiosos judeus que traduziram as Escrituras para o grego, no século II a.C., incluíram estes livros apócrifos na sua versão, que hoje é conhecida como Septuaginta. Convém lembrar que a Septuaginta foi uma tradução de judeus que moravam em Alexandria, no Egito, longe, portanto, das raízes bíblicas de Jerusalém. ” A palestina é que era o lar do cânon judaico, jamais a Alexandria, no Egito. O grande centro grego do saber, no Egito, não tinha autoridade para saber com precisão que livros pertenciam ao Antigo Testamento judaico. Alexandria era lugar da tradução, não da canonização. O fato de a Septuaginta conter os apócrifos apenas comprova que os judeus alexandrinos traduziram os demais livros religiosos judaicos do período intertestamentário ao lado dos livros canônicos”. ECLESIÁSTICO - AUTOR: Sira que, o filho dele chamado Sira que ben Sira que que traduziu o livro em 132 a.C. do hebraico para o grego, disse: “Meu pai não era profeta. Deus nunca falou através de meu pai. ” BARUQUE. Era o secretário de Jeremias, alguns afirmam que por isso o seu livro, também, era inspirado. DESARMONIA. Baruque 1:1. Eu estava em Babilônia com Jeremias. Jer. 43:6 e 7. Diz: “Baruque estava comigo no Egito. ” Jeremias nunca esteve em Babilônia. Baruque 6:2 diz que Jeremias predisse um cativeiro de sete gerações ou 280 anos, uma geração judaica era de quarenta anos. Jer. 25:11; 29:10 afirma que o cativeiro seria de 70 anos.
MACABEUS. Escrito em 165 a.C. história da independência judaica, são reais
e verídicas que aconteceram em Israel. I Macabeus 4:46; 9:27; 14:41 dizem:
“Naquele tempo não havia profeta em Israel, o espírito de profecia havia ido
embora.” Como pode ser inspirado se o próprio livro diz que nesse tempo não
tinha profeta. Os acréscimos do livro de Daniel após o capítulo 12 já tem algo
fora de contexto. É diferente.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 16
TOBIAS. Escrito durante o cativeiro Assírio e Judite durante o cativeiro
babilônico foi em 586. O cativeiro babilônico foi em 722 quando foram levadas
cativas as dez e meia tribos do norte que nunca mais voltaram. Em 586 o
resto da tribo de Judá e metade da tribo de Benjamim foram levadas cativas
para Babilônia, esse foi o cativeiro babilônico.
JUDITE. Judite 1:1. Afirma que Nabucodonosor era o rei de Nínive. O livro de
Daniel ensina que Nabucodosor era rei da Babilônia.
O Novo Testamento cita mais de 600 vezes o Velho Testamento e apenas dois
autores citam um livro não canônico, Judas 14. As figuras que João usa no
Apocalipse foram copiadas do livro de Enoque. Os únicos livros do Antigo
Testamento que não são citados diretamente no Novo Testamento: Ester,
Cantares, Neemias, Eclesiastes, Esdras, Jó e Rute.
Pela primeira vez, no concílio de Trento (1546) foram os apócrifos
considerados canônicos.
Santo Agostinho bispo de Hippona, França, presidiu dois concílios: Em 393
A.D., o de Hippona e em397 A.D. o de Cartago. Ele incluiu no cânon os
apócrifos, menos Baruque. Incluiu, também Primeiro Esdras (pseudo-
epígrafo).
Agostinho escreveu após incluir os livros: “Nenhum destes livros é profético,
não estão no cânon que o povo de Deus recebeu, pois, uma coisa é poder
escrever como homem e outra coisa, com a diligência de um historiador e
outra é escrever como profeta sob a inspiração divina. ” - Philip Schaft, (em
inglês), História do Cristianismo, Vol. 4. P. 693.
Em 1490 foi publicada uma Bíblia católica chamada Poliglota Complutense de
Francisco Ximenes de Cisneros.
Recebeu a aprovação do papa Leão X. no prefácio o cardeal Ximenes escreveu:
“Os livros não canônicos aqui incluídos não são inspirados, mas servem para
codificação”. E o papa aceitou. Isto 50 anos antes de Trento.
No dia 8 de abril de 1546 às 16 hs. Trento declarou: “O sínodo recebe e venera
todos os livros do Velho e Novo Testamento, já que Deus é o autor de ambos,
como também recebe as tradições proferidas pela boca de Cristo e do Espírito
Santo. Depois da lista dos livros concluem: se alguém não recebe estes livros
como sagrados e canônicos e deliberadamente menospreza os ali
mencionados, seja anátema”.
Geisler e Nix apresentam, entre outras, as seguintes razões para a não
aceitação dos apócrifos como canônicos:
2.1. A comunidade judaica jamais os aceitou como canônicos.
2.2. Não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores do Novo Testamento.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 17
2.3. A maior parte dos primeiros grandes pais da igreja rejeitou sua
canonicidade.
2.4. Nenhum concílio da igreja os considerou canônicos senão no final do
século IV.
2.5. Jerônimo, o grande especialista bíblico e tradutor da Vulgata [tradução
latina da Bíblia], rejeitou fortemente os livros apócrifos. “Ele concordou com
esse conceito de que os livros extras do Antigo Testamento não eram legítimos.
Ele pediu que todos esses livros que não estavam incluídos no cânon hebraico
fossem considerados apócrifos.”[3]
2.6. Muitos estudiosos católicos romanos, ainda ao longo da Reforma,
rejeitaram os livros apócrifos.
2.7. Nenhuma igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante, até a presente
data, reconheceu os apócrifos como inspirados e canônicos, no sentido
integral dessas palavras.
2.8. Os apócrifos não reivindicam serem proféticos.
2.9. Não detêm autoridade de Deus.
2.10. Embora seu conteúdo tenha algum valor para a edificação nos
momentos devocionais, na maior parte trata-se de texto repetitivo; são textos
que já se encontram nos livros canônicos.
2.11. Há evidente ausência de profecia, o que não ocorre nos livros canônicos.
Além da polêmica dos apócrifos, alguns poucos livros, hoje totalmente aceito
como canônicos, foram, aqui e ali, contestados. São eles: Ester (por não
mencionar o nome de Deus); Cântico dos Cânticos (por seu conteúdo
supostamente erótico); Eclesiastes (por deixar transparecer aparente ceticismo
e pessimismo diante da vida); Provérbios e Ezequiel (por questões rabínicas de
menor importância). Eis a seguir, o atual cânon do Antigo Testamento, na
ordem em que os livros aparecem nas Bíblias cristãs:
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1
Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias,
Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos, Isaías,
Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós,
Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e
Malaquias.
3. CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
Os períodos de inscrição da Bíblia são:
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 18
Cerca de 1450 a.C. _____A.T.____ Cerca de 400 a.C.
Cerca de 49 A.D. _____N.T.______ Cerca de 100 A.D.
O Novo Testamento só começou a ser escrito no ano 49 A.D. Por que os
discípulos demoraram a escrever?
1 – Porque estavam preocupados em pregar.
2 – Aguardavam Jesus voltar em seus dias.
Os primeiros escritos não foram aceitos logo, com facilidade, por quê?
1o - Preferiam a presença dos discípulos do algo escrito. (Gál. 4.20).
2o - Os discípulos eram mais duros nas cartas do que pessoalmente, por isso
os cristãos preferiam que fossem pessoalmente.
II Cor. 10.10, São Paulo fala do desejo de ir pessoalmente e S. João também,
em II João 12.
Jesus não escreveu livros, mas, os apóstolos repetiam as palavras dEle
transmitidas pelos discípulos. O que Jesus falava era considerado como tendo
a mesma autoridade do V.T. Os discípulos quando começaram a escrever, já
havia 18 anos que Jesus tinha morrido. As pessoas que ouviram Jesus. Eram
testemunhas de que os apóstolos escreviam a verdade.
Quando os discípulos começaram a morrer e Jesus não voltara surgiu a
necessidade de deixarem algo escrito.
3.1. Evidências a Favor da Canonicidade do Novo Testamento
O período do ano 70 A.D. ao ano 120 A.D. é chamado de Era dos Pais
Apostólicos. Do ano 120 ao ano170 A.D. é o período dos apologistas.
No primeiro período há indivíduos que serviram de testemunhas de inspiração,
entre eles:
a) Clemente Bispo de Roma que foi morto no ano 96 A.D. Foi mártir e
contemporâneo dos discípulos. Foi colega do apóstolo João e acompanhou
Paulo na prisão de Roma. Ele era pastor de Roma. Escreveu três epístolas.
Uma para Corinto, prega com base no Velho Testamento, mas cita Paulo com
a mesma autoridade. Citou o livro de Paulo aos Romanos. O próprio Paulo
conhecia Clemente trabalhando juntos. (Fil. 4.3)
b) Policarpo, bispo de Esmirna. Morreu em 155 A.D. foi o último pai apostólico
que viu e teve contato direto com João do Apocalipse. Essa igreja que ele
pastoreava foi fundada por João. Acompanhou João de Patmos a Éfeso em 90
A.D. Ele cita várias cartas de Paulo especialmente as dirigidas a Timóteo. Na
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 19
epístola de Policarpo aos Filipenses ele cita Efésios 4.26 para comentar Salmos
4.4, por isso é chamado testemunha de inspiração do Novo Testamento.
Colocou no mesmo nível do Velho Testamento os escritos de Paulo.
c) A epístola de Barnabé foi uma das pouquíssimas que quase entraram no
cânon do Novo Testamento. Circulou ainda no cânon por 200 anos. Escrito
por Barnabé, cristão de Alexandria. Descobriram isso por volta do ano 200.
Antes disso achavam que teria sido escrita por Barnabé companheiro de Paulo
mas, descobriu-se que foi escrita entre 90 A.D. e 110 A.D. e Barnabé,
companheiro de Paulo morreu antes do ano 90 A.D. Barnabé cita livros do
Novo Testamento no mesmo nível de inspiração do Velho, como Mt. 7.21.
d) Didaché – Era o manual dos cristãos onde eles confirmavam as doutrinas e
ensinamentos. Didaché não tem autor, foi produzido em Antioquia e a fonte
principal é Mateus.
Apologistas – Defensores da fé. Alguns inconscientes, muitos eram agnósticos
e muitos eram semi-católicos. Usaram escritos apostólicos para confirmar
seus ensinos.
1o Apologista – Dionísio, 170 A.D., defendeu os escritos apostólicos como
divinamente inspirados por Deus e usou o Apocalipse para defender suas
doutrinas. Foi o primeiro a defender ensinamentos baseado em Apocalipse.
2o Apologista - Irineu, 130 A.D., foi mártir. Seus escritos mostravam a
aceitação dele pelos ensinos apostólicos colocados no mesmo nível de
inspiração do Velho Testamento.
3o Apologista – Basilídes, Um agnóstico contemporâneo de Policarpo, ano 139
A.D., afirmou: “Os eventos da vida de Jesus aconteceram tal e como estão
escritos nos evangelhos. ” Basílides foi o primeiro a citar João, o último
evangelho a ser escrito.
Cinco razões pelas quais foram os livros do Novo Testamento
canonizados:
1a - A catolicidade dos livros por todos os seguimentos cristãos.
2a - Apostolicidade – Os escritores tiveram contato direto com Cristo.
3a - Conformidade e uniformidade dos livros, união, ligação sem divergências,
sem contradições.
4a - Veracidade doutrinária – Conteúdo cristológico.
Existem milhares de manuscritos antigos contendo todo o Novo Testamento ou
partes dele. Esses manuscritos têm grande valor documental para o estudo da
formação do cânon do Novo Testamento, a despeito de omissões, acréscimos e
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 20
textos variantes provocadas pelas falhas decorrentes do método de
transmissão: tudo era feito á mão. Embora a grande maioria dos copistas
tivesse extremo cuidado na transcrição dos livros sagrados, havia
possibilidades de engano ou falha humana.
Entre os manuscritos mais importantes para o estudo documental dos textos
bíblicos, encontra-se o Códex Sinaítico. Este manuscrito, datado do século IV,
contém vários livros do Antigo Testamento, todo o Novo Testamento (com
exceção de partes dos Evangelhos de Marcos e João), e outros não-canônicos,
como a Epístola de Barnabé, o Pastor, de Hermas.
O Códex Sinaítico foi encontrado no Mosteiro de Santa Catarina, ao pé do
Monte Sinai, pelo estudioso alemão Tischendorf, e doado ao imperador da
Rússia, Czar Alexandre II. Mais tarde, em 1933, o governo inglês comprou o
Códex por meio milhão de dólares. Uma testemunha da época conta: “Quando
o Códex chegou a Londres, as multidões correram ao Museu Britânico para
ver aquela cópia da Bíblia” do quarto século. “Ela ainda pode ser vista ali hoje,
juntamente com muitos manuscritos importantes, todos eles dando seu
testemunho da cuidadosa preservação do texto bíblico”.
Até o final do segundo século da era cristã, todos os livros do cânon do Novo
Testamento estavam, praticamente, aceitos. Foram citados ou considerados
autênticos por quase todos os chamados “pais” da igreja (Clemente de Roma,
Inácio, Policarpo, Hermas, Papias, Ireneu, Diogneto, Justino Mártir, Clemente
de Alexandria, Tertuliano, Orígenes, Atanásio, Cirilo de Jerusalém, Eusébio,
Jerônimo, Agostinho) e aprovado nos concílios de Nicéia (325-340), Hippona
(393) e Cartago (397 e 419).
Entre os apócrifos e pseudo-epigráfos do Novo Testamento, podemos citar a
Epístola de Barnabé, O Pastor de Hermas, O Didaquê, o Apocalipse de Pedro,
os Atos de Paulo e Tecla, a Carta aos Laodicenses, o Evangelho de Tomé, o
Evangelho de Pedro, o Evangelho de Nicodemos, a Assunção de Maria, os Atos
de Pedro, as duas Carta Perdidas aos Coríntios, o Apocalipse de Estêvão, o
Livro Secreto de João, os Atos de João, o Diálogo do Salvador. Poucos destes
livros tiveram aceitação local e passageira, e todos os outros foram totalmente
rejeitados.
Encontram-se, nesses livros, narrativas fantasiosas e ridículas. Nos Atos de
João pode-se ler um suposto diálogo do discípulo com um batalhão de pulgas.
No Evangelho de Tomé, Jesus, menino, amaldiçoa algumas crianças que vêm
a morrer logo em seguida. Segundo os Atos de Pedro, Simão, o mágico,
impressionava os romanos voando sobre a cidade de Roma.
Os canônicos mais contestados foram: Hebreus, Tiago, 2a Carta de Pedro, 1a e
2a Cartas de João, Judas e Apocalipse. Estes livros, no entanto, constam dos
códices mais antigos, o que prova sua aceitação pela igreja cristã primitiva.
Além disso, todos eles apresentam provas de autêntica inspiração divina. (Veja
análise de 2o Pedro, no início deste capítulo).
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 21
Eis, a seguir, o atual cânon do Novo Testamento, na ordem em que os livros
aparecem nas Bíblias cristãs:
Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos dos Apóstolos, Romanos, 1 Coríntios, 2
Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2
Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemom, Hebreus, Tiago, 1
Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João, Judas e Apocalipse.
CAPÍTULO IV
A HISTÓRIA DA BÍBLIA
São poucos os livros que atravessaram os séculos e mantiveram sua
integridade de conteúdo e força de mensagem como a Bíblia. A unicidade e
preservação da Bíblia, por si só testemunham a favor do cuidado sobrenatural
sobre este conjunto de livros que já habituou-se a chamar de Sagradas
Escrituras. Nenhum outro livro, incluindo as grandes religiões que reivindicam
origem divina, tem transformado tantas almas e resgatado tantas vidas dos
esgotos sociais da história das civilizações, como a própria Bíblia. Ela mesma
declara, na epístola aos Hebreus, que “a palavra de Deus é viva, e eficaz, e
mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto
de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração”. (Hebreus 4:12).
Esta Palavra “viva e eficaz” tem uma história de lutas e vitórias. Uma história
que se confunde com a própria história do povo de Deus. Que língua
utilizaram os profetas? Como eram transmitidos os escritos sagrados? Que
materiais eram usados? Quais os testemunhos mais antigos do Santo Livro?
Quais as traduções mais famosas? A viagem que agora se faz através do
tempo, é em busca de respostas a essas perguntas.
A maior invenção do homem antigo foi, sem dúvida, a escrita. Para fixar
sentimentos e ideias, o homem utilizou, inicialmente, representações
figurativas do que via. Era a escrita pictográfica. Depois, simplificou os
desenhos que usava na escrita pictográfica para representar ideias: eram os
ideogramas. Os egípcios, por exemplo, desenhavam um homem em posição de
espanto e admiração para representar a ideia de “um milhão”. O passo
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 22
seguinte foi a transformação dos ideogramas em fonogramas: cada símbolo
representava um som. Os símbolos eram mais fáceis de grafar, pois foram
reduzidos a poucos traços. A criação do alfabeto é atribuída aos fenícios e
cananeus.
1. As Línguas Originais
A Bíblia foi escrita, originalmente, em três idiomas: o hebraico, o aramaico e o
grego. A maior parte do Antigo Testamento foi escrita em hebraico, e a
principal língua usada no Novo Testamento foi o grego.
O alfabeto hebraico contém 22 consoantes e nenhuma vogal. Daí a dificuldade
para a pronúncia deste idioma a partir de sua forma escrita. Para contornar
este problema, os massoretas (estudiosos judeus que viveram na Idade Média
e transcreviam as Escrituras hebraicas) inventaram um sistema de pontos e
sinais que indicavam a pronúncia de sua época. No entanto, é impossível
saber qual a exata pronúncia do hebraico antigo, dos tempos bíblicos.
A língua hebraica apela aos sentimentos e é extremamente figurativa. É rica
em figuras de linguagem e, como em português, não possui o gênero neutro:
tudo é masculino ou feminino. Expressa as ideias de forma bastante
compacta, de modo que os textos traduzidos do hebraico são, pelo menos,
duas vezes maiores que o original, se levarmos em conta o número de letras e
palavras. Outra característica: o hebraico é lido da direita para esquerda.
O aramaico foi utilizado em algumas passagens do Antigo Testamento (Esdras
4:8 – 6:18; 7:12-26; Daniel 2:4-7:28). É uma língua falada por alguns povos.
Bastante parecido com o hebraico, usa os mesmos caracteres deste idioma nas
passagens bíblicas citadas. Seu vocabulário e sintaxe são ricos, mais ricos que
o hebraico, mas não possuem a mesma força de expressão dessa língua.
Juntamente com o grego, era uma das línguas amplamente utilizadas nos
primórdios da era cristã.
O grego foi, sem dúvida, a língua utilizada pelos escritores do Novo
Testamento, que tinham a Septuaginta como principal fonte de textos do
Antigo Testamento. Diferentemente do hebraico, o grego é uma língua que
apela a razão, e foi o idioma dos pais da filosofia da antiga Grécia, que
influenciaram, de modo definitivo, todo o pensamento ocidental. O grego
falado pelo povo, na época do surgimento da igreja cristã, foi o mesmo usado
pelos escritores dos Evangelhos. Era o grego conhecido como coiné, isto é,
comum; não se tratava, portanto de um grego especial do Espírito Santo, como
muitos pensavam na Idade Média.
2. Os Materiais
Na antiguidade foram usados os mais diversos tipos de materiais para a
produção de textos escritos. Os antigos povos da Mesopotâmia usaram
lâminas de argila, onde imprimiram seus escritos com símbolos em forma de
cunha – era a escrita cuneiforme. Os egípcios preferiram o papiro, feito de
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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 23
tiras do talo de uma planta do mesmo nome das margens alagadiças do vale
do Nilo. Nossa palavra “papel” provêm exatamente de papiro.
O couro também foi utilizado. Curtiam-se peles de caprinos ou bovinos
masseradas em cal, raspadas e polidas. Eram os pergaminhos. Formavam-se
longas tiras que eram enroladas para formar os livros. Daí terem os livros
antigos formato de rolos. Posteriormente, pergaminhos bastante finos e lisos,
de couro de animais recém-nascidos ou que nasceram mortos (natimorto),
preparados e costurados como nossos livros atuais. Estes pergaminhos
receberam o nome de velino. Como exemplo de velino, temos o Códex
Sinaítico, mencionado no capítulo anterior. Devido à escassez de material para
a escrita, era comum rasparem-se pergaminhos já utilizados, para serem
reaproveitados em novas escrituras. Estes pergaminhos assim tratados
(rapados e reescritos) foram denominados de palimpsestos.
As classes mais pobres serviam-se, praticamente, de qualquer material barato
onde pudessem escrever. Um exemplo disso são os óstracos, cacos de
cerâmica que foram descobertos em escavações arqueológicas, com inscrições
de uma cópia dos Evangelhos.
Entre os documentos do Mar Morto, encontra-se um manuscrito redigido num
rolo de cobre de dois metros e meio de comprimento e trinta centímetros de
largura.
3. Os Manuscritos Antigos
O estudo dos manuscritos antigos das Sagradas Escrituras é de vital
importância para a recuperação do texto bíblico. O conteúdo destes
manuscritos subsistem em forma de inscrições, papiros, pergaminhos,
óstracos e citações de escritores antigos.
Manuscritos do Antigo Testamento. Não existe em tão abundância como os do
Novo Testamento. Até o final do século XIX, eram conhecidos pouco mais de
700 destes manuscritos. Somente em 1890, foram descobertos, numa antiga
sinagoga do Cairo, cerca de 10.000 manuscritos e fragmentos contendo
grande quantidade de material bíblico.
Quando se fala em manuscritos do Antigo Testamento não se pode deixar de
mencionar os massoretas. Os massoretas eram os guardiões da Massora.
A Massora significa literalmente tradição. Mas, com o tempo tomou significado
de guardar, arquivar, proteger. Eles cuidavam e guardavam os escritos dos
judeus. Também, foram copistas dos textos escriturísticos hebraicos, viveram
na Idade Média (500-1000 d.C.). São textos altamente confiáveis e prezados
pela crítica textual devido ao trabalho meticuloso destes estudiosos medievais.
Bastava descobrir-se um erro ou falha numa cópia, para que fosse destruída.
Os principais manuscritos do Velho Testamento, que serviram para o
rastreamento do texto bíblico original, são os seguintes:
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➢ Códice cairota (895 d. C.)
➢ Códice de Leningrado dos profetas ou Códice de São Petersburgo (916
d.C.)
➢ Códice Allepo (916 d.C.)
➢ Códice do Museu Britânico (950 d.C.)
➢ Códice de Leningrado (1008 d.C.)
➢ Fragmentos de Cairo Geneza (500 a 800 d.C.)
Além destes manuscritos massoréticos, podemos citar como testemunhos do
texto bíblico do Antigo Testamento:
➢ A Septuaginta (versão dos setenta), feita no séc. II a.C.
➢ O Talmude, antigo livro de tradições judaicas.
➢ O Pentateuco Samaritano.
➢ Os Targuns, tradução aramaica parafraseada do Antigo Testamento.
➢ A Peshita, tradução siríaca do Antigo Testamento.
O Papiro Nash, fragmento datado de 150 a.C. a 68 d.C. que contém uma cópia
dos Dez Mandamentos.
3.1. Os Manuscritos do Mar Morto - Estes antigos manuscritos foram
descobertos em 1947, por um beduíno numa bem dissimulada gruta nas
proximidades de Jericó, junto ao Mar Morto, em 11 cavernas, na Palestina,
numa região denominada Qumran.
Tudo começou quando um grupo de pastores tentavam encontrar uma cabra
que se havia desgarrado do rebanho. Um jovem pastor árabe, Muhammad
Adh-Dhib, percebeu uma abertura na rocha e atirou um seixo dentro da gruta.
Ouviu, então, o barulho de cacos quebrando. A partir daí, descobriu-se o
maior tesouro arqueológico do século. Eram cerca de 50.000 fragmentos, e
muitos rolos inteiros, dos quais 20 a 25% tratavam-se de textos bíblicos,
escritos em hebraico antigo.
Examinado pelo professor Sukenik, da Universidade Hebraica de Jerusalém,
revelou-se pertencer ao terceiro século a.C. contém o livro completo de Isaías e
comentários de Habacuque, além de outras importantes informações sobre a
época em que foi escondido, é mais conhecido como O Rolo do Mar Morto.
Esses documentos datam até 250 a.C. O rolo que contém o livro de Isaías foi
recuperado quase inteiro e ratifica os textos bíblicos massoréticos e, por
extensão, nossas traduções atuais. Os documentos do Mar Morto comprovam
a integridade do texto bíblico. Podemos, realmente, confiar nas Santas
Escrituras.
3.2. A Pedra Moabita - Constitui um importante documento arqueológico que
testemunha a veracidade histórica dos relatos bíblicos. Ela contém a descrição
de um conflito entre os moabitas (um povo mencionado na Bíblia) e Israel.
4. Manuscritos do Novo Testamento.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 25
O número de cópias antigas do Novo Testamento ou partes é expressiva. São
mais de 5.000 manuscritos que atestam a autenticidade dos escritos dos
apóstolos e discípulos de Jesus do primeiro século da era cristã. Os críticos
tentam minimizar o valor deste extraordinário testemunho simplesmente
apontado as inúmeras variantes entre os textos manuscritos. No entanto,
como diz o prefácio da The New King James Version, estas variações “não
afetam o sentido do texto de maneira nenhuma”. Na verdade, a grande maioria
das variantes textuais são frutos do processo totalmente manual da produção
das Escrituras: erros de cópia, falhas humanas (quando, por exemplo, o
copista trocava letras por causa de problemas visuais), diferenças ortográficas
entre uma região e outra, atualizações linguísticas, e coisas desse tipo.
Pode-se dividir os manuscritos existentes do Novo Testamento em papiros,
unciais e cursivos. Os unciais são primorosas cópias do Novo Testamento (ou
porções), em maiúsculas e, geralmente, ilustrados, escritos sobre pergaminho
ou velino. Os cursivos, em letras minúsculas, são mais abundantes e menos
antigos que os unciais. Também usam forma de escrita mais rápida e
simplificada, pois o crescimento da igreja cristã demandava maior número de
cópias. São conhecidos, hoje, cerca de 26 papiros do Novo Testamento, 297
unciais e milhares de cursivos. Por sua importância para a recuperação do
texto do Novo Testamento. Abaixo cita-se os principais papiros e unciais
(códices).
Papiros de Oxirrinco. Encontrados no lixo, em Oxirrinco, Egito. Dentre
milhares destes fragmentos, foram encontrados 35 manuscritos contendo
partes do Novo Testamento.
Papiros Chesser Beatty (séc. II e III d.C.). contém porções de todos os
Evangelhos, dos Atos, e quase todas as epístola de Paulo.
Papiros Bodmer (175 a 225 d.C.). Contém partes dos evangelhos de Lucas e
João, as cartas de Pedro e Judas.
Papiro Rylands (117-138). O mais antigo que se conhece, é um fragmento
contendo trechos do evangelho de João.
Códice Sinaítico (350 d.C.). descoberto por Tischendorf, no Mosteiro de Santa
Catarina, próximo ao Monte Sinai.
Códice Vaticano (325-350). Contém o Antigo Testamento e grande parte do
Novo Testamento em grego.
Códice Alexandrino (séc. V). É uma cópia quase integral do Novo Testamento
grego.
Códice Efraimita (c 350 - 450 d.C.). Este pergaminho trazia cópia do Antigo e
Novo Testamento, que foram apagados para nele se escrever os sermões de
Efraim, um dos pais da igreja. Trata-se, portanto, de um palimpsesto. Através
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 26
de processos químicos, o sábio Tischendorf conseguiu recuperar o texto
bíblico.
Códice Beza (século V). é um documento bilíngue escrito em grego e latim.
Códice Washington (século V). Contém os quatro Evangelhos e encontra- se,
atualmente, na Instituição Smithsoniana, em Washington, EUA.
Segundo Sir Frederic Kenyon, famoso paleógrafo (estudioso de documentos
antigos), “o cristão pode pegar a Bíblia inteira em suas mãos e afirmar, sem
temor ou hesitação, que está segurando a verdadeira Palavra de Deus,
transmitida ao longo dos séculos, de geração em geração, sem nenhuma perda
essencial”.
5. As Traduções
Já foi mencionado, neste estudo, as mais antigas e importantes versões da
Bíblia hebraica: O Pentateuco Samaritano (aramaico) e a Septuaginta (grego).
A Septuaginta foi uma tradução feita por setenta sábios judeus, em
Alexandria, sob o reinado de Ptolomeu II Filadelfo. É uma das mais
importantes traduções dos textos bíblicos e acredita-se que era a versão usada
pelos apóstolos e pela igreja primitiva. Além dos livros canônicos, trazia os
apócrifos.
Para o latim, a tradução mais famosa foi a Vulgata, traduzida por Sofrônio
Jerônimo, no século IV. Esta tradução trazia as escrituras hebraicas (Antigo
Testamento) e as escrituras cristãs (Novo Testamento). Somente após a morte
de Jerônimo, foram acrescentados os livros apócrifos na sua tradução.
A primeira tradução completa da Bíblia para o inglês foi feita por Jonh Wyclif
(1329-1384), apesar da oposição do clero da Idade Média. Ainda no fervor da
Reforma Protestante, Martinho Lutero fez sua tradução para o alemão, e
Tyndale, executado em 1536, verteu a Bíblia para o inglês. Por esse motivo foi
condenado à morte. Conta-se que, no momento da execução, Tyndale
simplesmente clamou a Deus em oração: “Senhor, abre os olhos do rei da
Inglaterra”.
Deus ouviu a oração de seu servo. Em 1611 veio a público uma versão que se
tornaria a mais famosa e popular tradução da Bíblia para o inglês: a versão do
rei Tiago (King James Version). Mais tarde, na própria Inglaterra, surgiu a
primeira sociedade bíblica do mundo: a Sociedade Bíblica Britânica, 1795.
Atualmente (ano 2000), existem 139 sociedades bíblicas, operando em mais de
200 países.
5.1. A História da Bíblia em Português. A tradução mais antiga da Bíblia
completa para o português deve-se a João Ferreira de Almeida. Nascido em
1628 em Torres de Tavares, nas proximidades de Lisboa. Tornou-se evangélico
muito jovem, não tinha ainda 17 anos quando começou a tradução da Bíblia,
mas perdeu seu manuscrito e teve de reiniciar a tradução em 1648.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 27
“Por conhecer o hebraico e o grego, Almeida pode utilizar-se dos manuscritos
dessas línguas, calcando sua tradução no chamado Textus Receptus. Do
grupo Bizantino. Ele também se serviu das traduções holandesa, francesa
(tradução de Beza), italiana, espanhola e latina (Vulgata).”3
Em 1676, Almeida terminou a tradução do Novo Testamento. Em 1681 o Novo
Testamento foi impresso pela primeira vez em português em Amsterdam,
Holanda, pela viúva de J. V. Someren.
Na tarefa de tradução do Texto Sagrado esta, empregou mais de 40 anos de
sua vida, e ao morrer, em 6 de agosto de1691, havia traduzido o Antigo
Testamento, até Ezequiel 41:21. Em 1748 o pastor holandês Jacobus op den
Akker concluiu a tradução, e publicou a Bíblia de Almeida, completa, em
1753.
A Segunda tradução para o português surgiu em 1819, foi a Bíblia completa,
do padre Antônio Pereira de Figueiredo, e em 1930 veio à lume a tradução do
padre Matos Soares, feita a partir da Vulgata, que se tornou muito popular na
comunidade católica.
Para ter-se uma ideia da importância das traduções bíblicas para a
humanidade, basta mencionar o fato de que muitos povos foram alfabetizados
pela Bíblia. O alfabeto cirílico, por exemplo, usado pelos soviéticos, foi criado
exclusivamente para tornar possível a tradução da Bíblia para aqueles povos.
Atualmente, muitos grupos cristãos estão empenhados em criar o alfabeto e
gramática para muitas línguas indígenas, no Brasil e em outros países, a fim
de levar o Evangelho para as tribos nativas que ainda falam idiomas que não
possuem escrita.
Todas as mídias são utilizadas na divulgação da Bíblia. Além da forma
tradicional – o livro – encontramos a Bíblia em fita cassete, em CD, em vídeo, e
em vasta produção de CD-Rom que pode ser adquirida por usuários de
microcomputadores. Recentemente a Sociedade Bíblica lançou a Bíblia Online,
uma biblioteca com 47 versões da Bíblia em diversos idiomas, ocupando
apenas um CD-Rom.
Hoje, as traduções da Bíblia são incontáveis. Na verdade, ninguém pode conter
a avalanche de textos bíblicos, traduzidos no todo ou parte, que invade o
planeta como literal cumprimento da ordem do Mestre: “Ide por todo o mundo
e pregai o evangelho a toda criatura. ” (Marcos 16:15). Esta é uma prova
incontestável da origem divina das Escrituras. Passará o céu e a terra, porém
as minhas palavras não passarão. ” (Mateus 24:35). As palavras do Mestre
ecoam agora em 2.151 línguas e dialetos. Nenhum outro livro foi tão longe
assim...
6. História da Bíblia no Brasil (Resumo)
Em 1847 publicou-se, em São Luís no Maranhão, o Novo Testamento
traduzido pelo frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, que se baseou na
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 28
Vulgata. Este, foi, portanto, o primeiro texto bíblico traduzido no Brasil. De lá
para cá houve outras traduções ou revisões parciais e completas individuais
ou não. Em 1902 as sociedades bíblicas empenhadas na disseminação da
Bíblia no Brasil patrocinaram nova tradução da Bíblia para o português. Em
1948 organizou-se a Sociedade Bíblica do Brasil, destinada a “Dar a Bíblia à
Pátria.
Mais recentemente a Sociedade Bíblica do Brasil traduziu a Bíblia na
Linguagem de Hoje (1988). O propósito básico desta tradução tem sido o de
apresentar o texto bíblico numa linguagem comum e corrente.
Produção da Bíblia no Brasil em 1996
Editora Profissão Religiosa Total de Bíblias
Sociedade Bíblica do Brasil Evangélica 2.231.107
Paulus Católica 500.000
Ave Maria Católica 488.000
Loyola Católica 330.291 Vida Evangélica 281.387 Trinitariana Evangélica 208.598 Juerp Evangélica 152.000 Alfa Lit Evangélica 82.534 Edipar Evangélica 67.000 Edelbra Evangélica 48.480 Vozes Católica 30.000
Em 1998, o Brasil tornou-se campeão mundial em vendas de Bíblias: 7
milhões de exemplares vendidos. Em segundo lugar ficaram os Estados
Unidos, e em terceiro, (quem poderia imaginar!), um país comunista, a China.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 29
CAPÍTULO V
INSPIRAÇÃO, REVELAÇÃO E ILUMINAÇÃO
A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS
I – Definição de inspiração
a - Descrição bíblica de inspiração: 2Tm 3:16 Causador ou originador =
Deus; Theos-pneustos = soprado, inspirado por Deus; Processo: inspiração;
Produto: As Escrituras. 2Pe 1:21 Causador = Deus, pelo Espírito Santo; Meio
ou processo: homens santos movidos; Produto: a profecia ou Escrituras. ON
processo da inspiração, no sentido amplo, inicia com a revelação divina.
1 - Primeiro, Deus falou aos profetas. Isto foi feito de várias maneiras. (Hb
1:1).
a - Deus falou por Anjos – Gn.
b - Em sonhos – Dn 7:1; Nm 12:6.
c - Em visões – Is 1:1; Ez 1:1; 8:3; 11:24.
d - Por milagres – Sarça ardente, Êx 3:2 (veja Jz 6:37; Jn 1:1).
e - Pela natureza – Sl 19:1.
f - Em voz audível – 1Sm 3.
g - Pelo Urim e Tumim – Êx 28:30; Nm 27:21.
h - Pela revelação de outros escritos proféticos – Dn 9:1-2.
2 - Deus não somente falou aos profetas de várias maneiras, mas também
falou pelos profetas. Isto é, a mensagem dos profetas era a mensagem de
Deus, porque eles diziam aquilo que Deus queria que dissessem. Isto é
confirmado por: 2Pe 1:21; Hb 1:1; 2Sm 23:2; Jr 1:9 e a fórmula profética:
“Assim diz o Senhor”, “A Palavra do Senhor”, “O Senhor falou”.
b - Definição Teológica de inspiração - Da descrição bíblica do processo amplo
da inspiração, podemos destacar 3 constituintes necessários para uma
definição teológica:
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 30
1 - CAUSALIDADE DIVINA: O primeiro movedor na inspiração é Deus. (2Pe
1:21). Inspiração é uma influência do Espírito de Deus. Não é meramente um
fenômeno natural ou psicológico, mas é um fenômeno sobrenatural, o
resultado da influência do Espírito. Em outras palavras, Deus “moveu” e o
profeta “falou” estas verdades; Deus falou e o homem escreveu Sua palavra. A
Bíblia é a Palavra de Deus no sentido que Ela originou-Se com Deus e é
autorizada por Ele, embora ela seja articulada pelo homem.
2 - A AGÊNCIA PROFÉTICA: O profeta desempenhou um papel importante no
processo da inspiração; ele foi o meio ou instrumento através do qual Deus
falou. A Palavra de Deus foi escrita por homens de Deus. Deus usou pessoas
para transmitir Sua proposição. Deus preparou o profeta por ensino,
experiência, dons espirituais, e se preciso, pela revelação direta, para proferir
Sua palavra.
3 - O PRODUTO FINAL da causalidade Divina e da Agência profética é a
autoridade escriturística, isto é, um livro de autoridade divina. Deus moveu os
profetas de tal maneira como que “expirar” (literalmente) seus escritos. Em
outras palavras, Deus falou aos profetas e está falando através de seus
escritos. A causa da inspiração é Deus, o meio são os homens, e o produto é a
Palavra de Deus na linguagem do homem.
* - Assim podemos sugerir uma definição de inspiração. Inspiração é o
processo sobrenatural (misterioso) pelo qual a causalidade divina (Deus pelo
Seu Espírito Santo) operou através dos profetas, sem destruir suas
personalidades individuais e seus estilos pessoais, a fim de produzir escritos
de autoridade divina.
II – Inspiração distinguida da revelação e iluminação
Revelação diz respeito à origem e comunicação de conhecimento ou verdade
(1Co 2:10).
A Palavra hebraica para revelação, galah, “descobrir” e a palavra grega,
apocalypto, “revelar” são quase idênticas no significado. Em relação ao
assunto em discussão, ambas se referem à uma revelação divina. Algumas
vezes esta pode ser uma revelação de uma pessoa (como em Cristo, A Palavra
Viva de Deus, cf. Gl 1:16), e outras vezes ela pode ser uma revelação de
proposições (como nas Escrituras, a Palavra de Deus escrita, cf. Rm 3:2).
Somente Deus pode dar uma revelação da verdade.
Inspiração diz respeito à recepção e registro da verdade (2Pe 1:20-21)
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 31
Deus revelou a verdade ao homem que a recebeu e a escreveu. Inspiração é o
meio que Deus usou para conseguir colocar a Sua revelação na forma das
Escrituras. Inspiração envolve o homem num sentido ativo, enquanto a
revelação é somente uma atividade de Deus. Na inspiração, o profeta recebia
de Deus o que ele por sua vez transmitia a outros. Inspiração, portanto, inclui
a pessoa do profeta bem como o produto de sua pena.
Iluminação diz respeito à apreensão e compreensão da verdade (1Co 2:13-14)
Na revelação, Deus revela a verdade; na iluminação, o homem a entende e
inspiração é o meio pelo qual Deus se comunica.
Revelação é o fato da comunicação divina; inspiração é o meio da comunicação
divina e iluminação é o dom de entender a comunicação divina.
Inspiração é o processo misterioso pelo qual a causalidade divina atuando
sobre a agência profética resultou nas Escrituras. Revelação é o fato da
comunicação divina; inspiração é o meio pelo qual a comunicação divina é
transformada na forma escrita e a iluminação é a compreensão desta
comunicação.
III – Modus Operandi da inspiração: De que maneira opera a inspiração?
Que meio Deus empregou para produzir as Escrituras sem interferir com a
personalidade, liberdade e individualidade do profeta? Uma resposta franca e
sincera é: “Nós não sabemos”.
O problema da maneira da inspiração cai na categoria de um “mistério”
teológico. A Bíblia apresenta dois aspectos e ambos são verdadeiros. A
segurança está em evitar os extremos. Se o aspecto humano da Bíblia é
salientado, podemos anular o aspecto divino. Se o aspecto divino é salientado,
então o aspecto humano passa a ser uma conjetura. A dificuldade não está
com a revelação dos 2 aspectos da verdade, mas com a sua reconciliação. E
em relação a este problema é bom lembrar que a incapacidade do homem não
invalida a possibilidade de Deus realizar a obra da inspiração. Deve ser então
admitido que, pela atividade do Espírito Santo e através da instrumentalidade
dos profetas, as Escrituras foram dadas (Jo 10:35), mesmo que isto seja um
grande mistério.
A inspiração das Escrituras não é o único problema. A encarnação de Cristo é
uma realidade (fato), mas explicar como ela ocorreu está além da possibilidade
do homem. Na realidade, a encarnação de Cristo oferece uma boa ilustração
dos dois aspectos das Escrituras – divino e humano, Jesus e as Escrituras
têm uma natureza terrena e celestial. E em ambos a parte humana é
verdadeira assim como o é a parte divina. Com está errado tentar eliminar o
lado divino da natureza de Jesus para tentar explicar o lado humano de Jesus
ou vice-versa, assim também não podemos eliminar um desses aspectos das
Escrituras. É errado negar que as palavras das Escrituras não são divino -
humanas.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 32
Na questão de modus operandi da inspiração, um equilíbrio deve ser
procurado entre os extremos da falibilidade humana e de que as Escrituras
foram ditadas por Deus.
IV – Várias teorias de inspiração e revelação
1 - Algumas ideias liberais: A Bíblia contém a Palavra de Deus.
Essencialmente os liberais mantém a posição de que a Bíblia contém a Palavra
de Deus juntamente com uma mistura de palavras de homens. Em outras
palavras, a gente pode encontrar na Bíblia a Palavra de Deus por reflexão
moral e racional, mas não se pode dizer que as Palavras da Bíblia são as
Palavras de Deus. Consequentemente, a Bíblia não é completamente a Palavra
de Deus, nem está a Palavra de Deus completamente na Bíblia. Há revelações
de Deus fora da Bíblia que também são norma de fé e prática, e nem tudo que
as Escrituras ensinam é norma de fé e prática.
a - A ala da direita: a teoria da iluminação. Esta teoria considera a inspiração
como meramente uma intensificação e elevação das percepções religiosas do
cristão, o mesmo que a iluminação de cada crente pelo Espírito Santo, apenas
em escala um pouco maior. Mantém assim que a Bíblia não é a Palavra de
Deus, mas contém a Palavra de Deus; que apenas os autores da Bíblia eram
inspirados e não as Escrituras. A teoria da iluminação apenas habilita o autor
de usar totalmente seus poderes naturais e não admite que há uma revelação
ou comunicação da verdade além de sua possibilidade natural. Desta maneira,
segundo esta teoria, todos os homens santos participam de uma mesma
experiência que apenas varia em intensidade.
b - A ala da esquerda: a teoria da intuição. Esta teoria afirma que inspiração é
apenas um desenvolvimento maior da intuição natural na verdade a qual
todos os homens possuem em algum grau: uma inteligência em assuntos
religiosos que produz livros sacros, assim com uma inteligência em coisas
seculares pode produzir obras de filosofia, arte, etc. Esta inteligência é
considerada como um produto dos próprios poderes do homem, sem a
influência divina ou pela influência de um Deus impessoal que está imanente
no homem.
OBJEÇÕES OU CONSIDERAÇÕES
I - Teoria da iluminação
1 - Há inegavelmente uma iluminação da mente de cada crente pelo Espírito
Santo, e concordamos que em alguns casos a inspiração consistiu apenas
numa iluminação.
2 - Mas, negamos que este foi o método constante da inspiração, ou que tal
influência seja responsável pela revelação de novas verdades aos profetas e
apóstolos. A iluminação do Espírito Santo não dá novas verdades, mas apenas
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 33
uma viva apreensão da verdade já revelada. Qualquer comunicação da verdade
original exigiu a operação do Espírito de maneira diferente.
3 - A simples iluminação não poderia evitar os escritores de cometer erros. As
percepções espirituais do cristão sempre têm inclinações imperfeitas e
enganosas devido a degradação. O homem tem uma intuição natural da
verdade, contudo, em assuntos de religião a intuição humana é viciada pelas
afeições erradas, e a não ser que uma sabedoria sobrenatural a guie, o homem
certamente errará e levará outros ao erro.
Esta teoria que mantém que a intuição é a única fonte da verdade religiosa,
apresenta uma séria contradição – se a teoria é certa, então um homem é
inspirado para dizer algo que um outro é inspirado a declarar como falso.
Faz a verdade ser algo subjetivo – uma questão de opinião própria – não tendo
nenhum ponto de referência fora do homem para julgá-la. Esta teoria nega a
existência de um Deus pessoal que é a Verdade, que revela a Verdade e faz o
homem ser a maior inteligência no universo.
II - Algumas posições neo-ortodoxas: A Bíblia se torna na Palavra de Deus
A posição liberal foi refutada por uma reação teológica no século XX conhecida
por “neo-ortodoxa”. O liberalismo aceitou os efeitos de um criticismo
destrutivo, o qual reduziu a Bíblia a um livro cheio de erros. Karl Barth
aceitou o liberalismo e defendeu-o Mas após a 1a Guerra Mundial, K. Barth
começou a pregar a autoridade da Bíblia e assim surgiu um movimento que se
tornou conhecido por “Neo-ortodoxia”.
1 - A teoria existencial: sustenta que a Bíblia torna-se na Palavra de Deus
numa experiência existencial quando Sua mensagem torna-se significativa ao
indivíduo. Neste momento “significativo”, “impressivo ou relevante” a Bíblia
torna-se na Palavra de Deus. Esta posição é muito subjetiva, e é também
baseada numa premissa natural. Sobretudo, esta teoria ignora que a Bíblia
não é somente um relatório de revelações pessoais, mas também, a Bíblia é
uma revelação proposicional.
2 - A teoria da “demitologização”. Bultmann, que pode ser considerado como o
pai desta teoria para o Novo Testamento, afirma que a Bíblia deve ser despida
da “cultura” da época para se chegar à verdade. A Bíblia deve ser despida do
mito religioso a fim de se alcançar a verdade. Em outras palavras, a “casca”
(mito) deve ser rejeitada, mas o miolo (a verdade) deve ser preservada.
III - Posições conservadoras: A Bíblia é a Palavra de Deus
1 –TEORIA VERBAL OU MECÂNICA- Nos extremos deste grupo estão os
Fundamentalistas que ensinam uma inspiração verbal ou mecânica. Cada
palavra da Bíblia foi dada ao profeta que serviu como o secretário de Deus. De
acordo com esta teoria, o profeta era a pena de Deus. Embora esta teoria
explique o Modus operandi da inspiração, de como ela ocorreu com Moisés no
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 34
Monte Sinai, ao Moisés receber os Dez Mandamentos, a inspiração verbal para
toda a Bíblia é difícil de se provar.
2 - TEORIA DINÂMICA- Deus inspirou as ideias ou pensamentos e não as
palavras, embora Deus também dirigisse a expressão dos pensamentos do
escritor. Isto é, sob a influência do Espírito Santo, o profeta era imbuído de
pensamentos, os quais ele expressava em suas próprias palavras, com a
exceção de que o profeta era impedido de selecionar as palavras erradas e
quando em necessidade de palavras corretas, o Espírito Santo as provia ao
profeta. A inspiração não é verbal/mecânica, e apesar do profeta expressar-se
em suas próprias palavras, a Bíblia é a Palavra de Deus. “A Bíblia foi escrita
por homens inspirados, porém não é o modo de pensar e exprimir de Deus.
Deus não se manifestou como escritor. ... Os escritores da Bíblia eram os
escritores de Deus. ” “A Bíblia foi escrita por homens inspirados, porém não é
o modo de pensar e exprimir de Deus. É a maneira humana. Deus não se
manifestou como escritor. ... Os escritores da Bíblia eram os escritores de
Deus, não Sua pena... Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas
sim os homens. A inspiração não atua nas palavras ou expressões do homem,
mas nele próprio, o qual, sob a influência do Espírito Santo, imbui-se dos
pensamentos. As palavras, porém, recebem o cunho da mente individual. A
mente divina é difundida. Ela e a vontade de Deus combinam-se com a mente
e a vontade humanas; assim as enunciações são a Palavra de Deus”. (EGW, O
testemunho de Jesus, 20)
3- TEORIA PLENÁRIA - Semelhante à teoria anterior, Deus usou o profeta
com seu próprio estilo literário e personalidade. Não mecanicamente, porem
tomou o profeta como um todo, e tanto o profeta quanto suas palavras são
inspiradas por Deus. Visto ser impossível alguém conceber uma ideia sem
palavras, o próprio ato de pensar é feito sob a estrutura das palavras, essa
teoria ensina que as palavras também foram inspiradas, embora não de forma
mecânica. Se as palavras não são inspiradas como a ideia poderia ser? São as
palavras que transmitem as ideias e estas existem por meio das palavras.
Como pode alguém ter ideias inspiradas com palavras não inspiradas? A
inspiração plenária é a garantia que os originais não possuíam erro de espécie
alguma. Se hoje, alguma versão apresenta algumas dificuldades estas foram
ocasionadas pelos copistas. A Bíblia é a infalível e inerrante em todas as suas
afirmações, sejam teológicas, históricas ou cientificas. Embora reconheçamos
que a Bíblia não é um manual de ciência e se expressa numa linguagem
popular.
CONCLUSÃO
“O plano original de Deus não era dar ao homem a sua palavra de forma
escrita. Os anjos eram os ensinadores dos homens. Adão e Eva eram visitados
livremente por Deus e os anjos, porém com a entrada do pecado está livre
comunhão foi interrompida. ”[4]
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 35
“Ninguém que possua este tesouro é pobre e abandonado. Quando o vacilante
peregrino avança, para o chamado “vale da sombra e da morte”, não teme
penetrá-lo. Ele toma o bastão e o cajado da Escritura em sua mão e diz ao
amigo e companheiro: „Adeus até nos encontrarmos novamente.‟ E confortado
por aquele apoio segue o trilho solitário como quem caminha das trevas para a
luz.”[5]
“Este livro contém a mente de Deus, o estado espiritual do homem, o caminho
da salvação, a condenação dos pecadores e a felicidade dos crentes.
As suas doutrinas são santas, os seus preceitos são obrigatórios, as suas
histórias são verídicas, as suas decisões imutáveis. ... Ele é o mapa do
viajante, o cajado do peregrino, a bússola do piloto, a espada do soldado, a
carta magna do cristão. Nele o paraíso é restaurado, os céus abertos e as
portas do inferno desmascaradas. Cristo é seu único assunto; o nosso bem é o
seu desígnio e a glória de Deus é o seu fim. Ele deve encher a memória, reinar
no coração e guiar os pés. ...É nos oferecido na vida presente, será o código de
lei do Juízo Final e o único a permanecer na Biblioteca da eternidade. ”[6]
Os escritores da Bíblia não se contradizem mesmo que estejam separados pela
cultura, pelo tempo, ou pelo idioma, o que torna os Sagrados Escritos uma
unidade admirável. Portanto pode-se concluir que ela não teve vários autores,
mas, um só: O Espírito Santo.
Não se deve adorar o Livro, mas sim, o Jesus contido nele. Pois a Bíblia é a
palavra de Deus e o ser humano deve lembrar que Deus pode ter outras
palavras para outros mundos, mas, para este mundo, a Palavra de Deus é
Jesus.
ANEXO 1
O ASSALTO DA ALTA CRÍTICA CONTRA AS ESCRITURAS
Allan A. Mac Era
Há poucos anos, numa grande universidade, compareci a uma reunião em que
um teólogo mundialmente famoso proferiu um discurso. O eminente orador
apresentou uma filosofia de vida inteiramente diferente daquela sustentada
pelos cristãos conservadores. Sua personalidade brilhante, sua mente
cintilante e suas frases bem imaginadas produziram um impacto tremendo em
sua grande audiência de estudantes universitários. Naquela noite ele se dirigiu
a um pequeno grupo composto, na sua maioria, de professores de teologia e
mestres bíblicos, de uma grande área, muitos dos quais tinham vindo de uma
distância considerável para ouvi-lo descrever o que ele chamou de “o
renascimento do liberalismo na Alemanha”. Depois da conferência da noite,
gastou ele aproximadamente uma hora respondendo a perguntas a respeito
dos movimentos atuais, e expressou-se livremente sobre vários assuntos.
Nunca me esquecerei de sua resposta a uma das perguntas. Ele disse: “Os
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 36
senhores nunca podem imaginar a terrível angústia e miséria que sofri, tendo
vindo do lar de um pastor alemão muito ortodoxo, quando aprendi, como um
estudante na universidade, que eu não podia aceitar, por muito tempo, a
Bíblia como digna de confiança e livre de erro”.
Compreendendo a influência mundial, exercida por este proeminente teólogo,
e observando a angústia real que ele expressou, como relembrou os seus dias
de estudante, pensei em muitos outros indivíduos que tiveram a mesma
experiência. A Alta Crítica convenceu-os de que a Bíblia não é verdadeira.
Homens que podiam ter sido grandes evangelistas, grandes líderes no trabalho
cristão, grandes poderes para Deus, saíram a desperdiçar a vida, demolindo a
verdade cristã e desviando outros do ensino da Palavra de Deus, porque eles
mesmos foram convencidos pelo assalto da Alta Crítica sobre as Escrituras.
Não faz muito tempo que quase cada uma de nossas grandes denominações
norte-americanas requeria que seus ministros declarassem a fé na integridade
absoluta da Palavra de Deus. Não faz muito tempo que o Evangelho, conforme
as Escrituras, era pregado em quase cada canto da América do Norte. Não faz
muito tempo que a grande maioria dos púlpitos, nos países protestantes da
Europa, eram ocupados por homens crentes na Bíblia. Não faz muito tempo
que as atividades missionárias, em todas as partes do mundo, eram
manejadas quase que inteiramente por aqueles que aceitavam a Bíblia como a
divina e infalível regra de fé e prática, os quais não tinham outra ambição,
senão a de trazer indivíduos ao conhecimento pessoal do Cristo que é descrito
na Palavra de Deus.
A GRANDE MUDANÇA NO ENSINO TEOLÓGICO
Hoje em dia a situação está muito mudada. Ainda que antes se contasse com
a grande maioria do clero, no momento é apenas uma minoria,
comparativamente pequena, os que demonstram uma plena confiança na
Bíblia inspirada. Eles ainda podem ser encontrados em cada nação, mas a
liderança e controle das velhas denominações, dos movimentos missionários
estabelecidos há muito tempo, e das famosas instituições de ensino teológico
têm passado, em grande proporção, às mãos daqueles que atentam para o
pensamento e imaginação humanos, no sentido de conseguirem levar
indivíduos ao conhecimento de Cristo.
O que tem produzido esta grande mudança? Naturalmente há muitos fatores
envolvidos. Desde que o homem foi criado, Satanás tem estado sempre se
esforçando ativamente para desencaminhar os homens. Desde que o homem
caiu, a luxúria da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida o tem
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 37
incitado a desviar-se das veredas dos desígnios de Deus. Estes fatores sempre
têm estado conosco: Todos eles fazem parte da tremenda mudança que o
século passado viu, mas o novo e maior fator tem sido o assalto da Alta Crítica
contra as Escrituras.
Até 1878, esse assalto restringiu-se quase que exclusivamente às salas de
aula e aos livros acadêmicos. Então Julius Wellhausen escreveu seu
“Prolegômena à História de Israel”, em que habilmente apresentou um ponto
de vista particular entre os muitos que haviam sido avançados pelos eruditos
da Alta Crítica, durante o século anterior. O livro teve um enorme impacto e as
ideias que haviam sido anteriormente ensinadas por uns poucos eruditos,
foram amplamente disseminadas através do mundo protestante. Nos anos
mais recentes, elas se têm propagado no mundo dos eruditos judeus e
católicos romanos e parece que agora estão firmemente estabelecidas nesses
centros.
A característica essencial da teoria de Wellhausen é a pretensão de que os
cinco primeiros livros da Bíblia, em vez de serem originalmente escritos como
unidades, substancialmente, na forma como os temos hoje, vieram à
existência através de um processo de entrelaçamento e de fontes combinadas,
que antecipadamente haviam circulado separadamente.
MUITOS DOCUMENTOS - UM LIVRO
Segundo essa teoria, o documento chamado “J” (Jeovista) foi escrito muitos
séculos depois dos eventos que descreve. Um século ou dois mais tarde, outro
documento, mais ou menos paralelo ao documento “J”, foi escrito. Depois de
circular separadamente por algum tempo, alguém os reuniu, inserindo várias
porções do documento mais novo “Ë” (Eloista) no documento “J”, em lugares
apropriados. Muitos séculos passaram e então o documento “D”
(Deuteronômico) foi composto, pretendendo conter o discurso da despedida de
Moisés. Eventualmente este último foi inserido na parte final do documento
combinado “JE”. Aproximadamente no tempo do exílio, um grupo de
sacerdotes compôs ainda outro documento, o chamado documento “P”
(“Priestly”- Sacerdotal), muito paralelo à matéria já coberta pelos documentos
“J” e Ë”. Eventualmente esse foi cortado em grandes e pequenas seções, entre
as quais seções similares de outros documentos foram introduzidas. Como
resultado, diz-se que o Pentatêuco, como conhecemos atualmente, está
composto de partes entrelaçadas desses documentos, de modo que lemos
freqüentemente uma seção de cada documento, seguida por uma seção de
outro; depois talvez um versículo ou dois do primeiro; então dois ou três
versículos do segundo; em seguida, talvez, a metade de um versículo do
primeiro novamente; logo uma porção do terceiro; depois mais do segundo, e
assim por diante, num arranjo complicado de uma obra de retalhos. De acordo
com muitos críticos, o mosaico literário assim produzido inclui não somente os
livros que conhecemos hoje, como Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio, mas também o livro de Josué.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 38
Tal é a teoria que é sustentada e propagada hoje em dia, praticamente da
mesma forma como quando foi apresentada, aproximadamente uns cem anos
atrás. No tempo que se interpõe, não se descobriram novos fatos em seu favor
e muitas das bases teóricas sobre as quais originalmente se promoveu, na
atualidade tem elas sido quase que completamente abandonadas. A teoria,
entretanto, continua sendo apresentada como uma história de fato e está
sendo até ensinada nas escolas secundárias de alguns estados americanos.
Visto que este é o caso, é importante que cada assistente na igreja e cada
estudante da Bíblia conheça exatamente quais os fatos a respeito desta teoria,
que tem sido diferentemente chamada de “A Teoria da Fonte”, “A Teoria
Multidocumentária” ou “A Teoria de Graf-Wellhausen”.
Wellhausen declarou que os documentos “J”, “E”, “D” e “P” não nos dão
nenhum conhecimento verdadeiro do pretendido tempo dos eventos descritos,
mas apresentam meramente as crenças dos tempos, quando os documentos
particulares foram escritos. Na página 320 do seu livro, ele disse: “Abraão... é
algo dificultoso par interpretar. Isto não significa que, em tal conexão como
esta, podemos considerá-lo como um personagem histórico; podia, com mais
probabilidade, ser considerado como uma criação livre de arte inconsciente.
Talvez seja ele a figura mais jovem no grupo e provavelmente foi num período
comparativamente posterior, que ele tenha sido colocado antes de seu filho
Isaque”.
Quatro anos depois de haver aparecido o livro de Wellhausen, este pediu para
ser exonerado de seu cargo de professor do Departamento Teológico da
Universidade de Greifswald e transferido para um outro posto no
departamento de línguas antigas em outra universidade. Como razão para este
pedido, apontou o fato de que de um professor de teologia se esperava
preparar homens para os púlpitos da Igreja Evangélica, e declarou que, não
importava com quantas forças ele procurava conter-se, achou que seu ensino
resultava, não em preparar homens para ocupar esses púlpitos, mas antes em
incapacitá-los para fazê-lo. Os seguidores de Wellhausen tem, por quase um
século, treinado ministros em seminários teológicos em todo o mundo. Quão
diferente seria a condição religiosa do mundo, se os sucessores de Wellhausen
tivessem mostrado a mesma honestidade e franqueza de seu grande líder.
A ascensão da Alta Crítica foi parte de um movimento divulgado que começou,
não pelo estudo da Bíblia, mas pelo estudo das grandes obras da antigüidade
clássica. O seu primeiro protagonista proeminente foi Friedrich August Wolf,
que, na sua “Prolegômena a Homero” (1795), apresentou a idéia de que a
Ilíada e a Odisséia tinham sido formadas por uma combinação de várias fontes
diferentes. O famoso poeta alemão, Goethe, foi, a princípio, grandemente
atraído pela ideias de Wolf.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 39
Entretanto, conforme Goethe relia a Ilíada e a Odisséia, cada vez mais se
convencia de que a sua grandeza não podia ser explicada como o resultado de
uma mera colcha de retalhos, e eventualmente publicou uma retratação do
apoio que havia antecipadamente dado às teorias de Wolf. As idéias de Wolf
foram elaboradas mais pormenorizadamente por Lachmann, que as estendeu
à famosa Épica Alemã, aNibelungenlied. Mullenhoff, um aluno de Lachmann,
aplicou o mesmo método ao anglo-saxão Beowulf. Durante o século dezenove,
tais métodos foram comumente aplicados aos escritos mais antigos ou
medievais. Não era senão natural estendê-los à Bíblia.
Livros que apresentam as teorias documentárias de várias porções do Antigo
Testamento, frequentemente contem afirmações como esta: “Devemos aplicar
à Bíblia os mesmos princípios de estudo literário, que aplicamos a outros
livros”.
O em que os autores desses livros falharam foi em perceber que, no estudo
literário não bíblico, esses métodos da Alta Crítica estão sendo atualmente
abandonados, quase que por completo. Assim, na introdução à sua tradução
da Odisséia, que foi publicada primeiramente em 1946 e foi reimpressa muitas
vezes, desde aquela data, E.V. Rieu diz: “A Ilíada e a Odisséia de Homero tem
proporcionado, de vez em quanto, um campo de batalha de primeira classe
para os eruditos. No século dezenove especialmente, críticos alemães
chegaram ao extremo de demonstrar não somente que as duas obras não são
só o produto de uma inteligência única, senão que cada uma é uma peça de
remendo intrincado e muito mal costurada. Nesse processo, Homero
desapareceu.
“Ele já foi firmemente restabelecido sobre o seu trono e seus leitores podem
sentir-se seguros de que estão nas mãos de um só homem, como o fazem
quando se voltam para o livro “As You Like It”, depois de ler, por exemplo, um
King John”.
Como estas observações indicam, há atualmente muitos eruditos que
sustentam firmemente a unidade integral da Ilíada e da Odisséia. Outros
negam esta posição, mas estão eles mesmos muito mais próximos dela do que
das opiniões de Lachmann, as quais tendem a repelir com desprezo. O
professor Albert Guerard, da Universidade de Stanford, disse: “Para reduzir-se
Homero a um mito ou a um simples comitê seria necessário um ácido muito
mais forte do que o que a escola Wolfiana tem sido capaz de fornecer”.
Continua ele: “Um livro é uma obra mestra, não um acidente”. E adverte mais
adiante: “Nenhum processo de acréscimo poderia explicar a grande unidade do
tema, desenvolvimento, caráter, espírito e estilo que achamos em Homero.
Podíamos igualmente imaginar que o Panteão resulta do acaso de
conglomeração de cabanas rústicas no curso dos séculos”. E’ difícil ver, diante
de tais fatos, como alguém poderia sentir-se, de modo muito diferente, a
respeito do livro de Gênesis.
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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 40
No começo do século presente, um grupo de eruditos da Universidade de
Londres atacou vigorosamente as teorias divisíveis. O professor R.W.
Chambers, por exemplo, indicou a improbabilidade inerente das teorias
divisionistas do épico Beowulf, e disse: “Não se deve presumir, sem evidência ,
que essas canções perdidas dos tempos pagãos fossem de tal caráter, que um
épico pudesse ser produzido por ajustá-las apenas umas às outras. Meia dúzia
de motocicletas não podem ser combinadas para fabricar um Rolls-Royce”.
A ALTA CRÍTICA SE TORNA ANTICIENTÍFICA
Mesmo uma rápida comparação de discussão de Shakespeare, escrita há
quarenta anos atrás, com as da atualidade, é suficiente para indicar a grande
diferença de atitude nos círculos literários. Um dos dois críticos sempre se
apegam aos métodos antigos, todavia a maior parte dos escritores atuais
reconhece que mesmo Shakespeare podia escrever linhas pobres, e que é
bastante anticientífico selecionar umas poucas coisas boas e então atribuir o
restante a vários escritores imaginários. A Alta Crítica está completamente
morta, exceto quando ela considera a Bíblia. Aqui é mantida tenazmente.
A aplicação contínua desses métodos à Bíblia, não obstante o seu quase
completo abandono em outros campos de estudo literário, é ainda mais
estranho, visto que o material comprobatório encontra-se mais à mão do que
nunca. Este é o resultado das investigações da arqueologia. Durante os cem
anos passados, um novo mundo completo se levantou do pó, através da obra
de escavadores no Egito, Mesopotâmia, Palestina e em outras partes do
Oriente Próximo. Ponto após ponto, onde afirmações bíblicas têm sido
consideradas pelos críticos como sendo puramente imaginárias, objetos
materiais ou escritos enterrados por muito tempo têm vindo à luz, os quais
concordam exatamente com as declarações bíblicas, como são estabelecidas, e
não concordam com a história reconstruída pela Alta Crítica. Alguns
defensores do método de Wellhausen fecham os olhos resolutamente a estes
assuntos e sustentam que muito do conteúdo bíblico representa
acontecimentos míticos ou produtos da imaginação humana. Muitos,
entretanto, procuram ajustar-se às descobertas arqueológicas. Entre aqueles
teóricos das fontes documentárias que aceitam a evidência arqueológica nos
pontos particulares, onde claramente ela se aplica, e aqueles que procuram
eliminá-las, desenvolvem-se graves tensões. Observem-se, por exemplo,
argumentos fortes que se tem desenvolvido entre as escolas de Albright, Bright
e Wright, e a de Alt. North e Von Rad. A arqueologia tem apresentado a
evidência que pode exterminar as teorias documentárias, se aplicada
apropriadamente; porém muitos recusam aplicá-la.
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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 41
Em anos recentes, tem existido uma reação muito considerável entre eruditos
liberais contra alguns dos extremos da escola de Wellhausen, maiormente da
parte de homens que tem trabalhado na arqueologia do Antigo Testamento.
Como eles tem descoberto ponto após ponto, nos quais a evidência da
arqueologia na Palestina, ou em qualquer outra parte, se conforma com as
declarações da Bíblia e não se ajusta com a Bíblia como construída pela Alta
Crítica, esses homens tem propendido a considerar, mais e mais, seções do
Antigo Testamento como representando fatos históricos. Todavia, a maior
parte deles ainda mantém os pontos essenciais do sistema de Wellhausen.
Podem eles afirmar que as idéias de Wellhausen, de história e religião, foram
incorretas, embora declarem ainda que os livros do Pentatêuco não foram
escritos por Moisés ou por qualquer autor individual, porém representam uma
produção mista, formada pelo entrelaçamento de documentos contraditórios,
que vieram à existência através de um longo período de tempo.
Na Escandinávia, há um grupo de eruditos, conhecido como a Escola de
Uppsala, que ataca a total teoria de Wellhausen, mas por si mesmo apresenta
uma opinião que é, talvez, até mais contrária para a verdade cristã. De acordo
com as opiniões de Engnell e da Escola de Uppsala, muito pouco, talvez quase
nada do Pentatêuco foi escrito antes do tempo do exílio, e tudo veio à
existência por meio de seções que se desenvolveram gradualmente,
procedentes de ideias puramente humanas, através de transmissão oral.
EXPOENTES DA ALTA CRÍTICA SABEM POUCO A RESPEITO DELA
Uma propaganda astuta tem convencido grande número de nossas classes
educadas, que a Alta Crítica é verdadeira, porém muitas dessas pessoas
atualmente conhecem pouco a respeito dela.
Um graduado do Seminário Teológico da Fé recebeu recentemente o pastorado
de uma grande igreja independente em uma pequena cidade. Logo ele soube
que o pastor de uma igreja vizinha, pertencente a uma de nossas grandes
denominações, estava insistindo que a Alta Crítica é verdadeira, e que a nossa
crença na inspiração plenária da Palavra de Deus é, portanto, absurda.
Desafiou ele o homem para um debate e o homem o aceitou. O debate
realizou-se em uma escola secundária. Apenas tinham eles começado, quando
se tornou evidente que o ministro que estava defendendo a Alta Crítica não
conhecia praticamente nada a respeito das opiniões reais de Wellhausen. Foi
necessário que o debatente contra as opiniões de Wellhausen explicasse
claramente de que assunto se tratava, a fim de mostrar os seus erros.
Não nos é suficiente dizer hoje que a Alta Crítica está errada. Devemos
conhecer as evidências. Devemos conhecer a situação. Com o progresso da
arqueologia e com a atitude mudada em relação ao estudo literário, é mais
fácil do que nunca, sobre uma base científica objetiva mostrarmos que a Alta
Crítica está errada. Mas a Alta Crítica está sendo amplamente ensinada, mais
do que nunca, e encontrando expressão nos novos credos que estão sendo
adotados por grandes denominações e destruindo a fé em estudantes para o
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Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 42
ministério em todo o mundo. Em minha opinião, não há uma necessidade
maior para o mundo cristão atualmente, do que a de que os crentes em Cristo
devem conhecer os fatos acerca da Alta Crítica e estar preparados para trazer
estes fatos à atenção daqueles que estão sendo desencaminhados em nossas
escolas, nas escolas dominicais da maioria de nossas denominações e até em
nossas escolas secundárias, onde o ensino da Alta Crítica, como um suposto
fato estabelecido, está sendo mais e mais introduzido.
Por mais de quarenta anos, tenho estado examinando vários aspectos das
teorias documentárias. Durante os dois anos passados, eu me dediquei
intensivamente ao estudo do assunto. Num trabalho de vinte e sete minutos,
sobretudo o que se pode fazer é acentuar a sua importância. Desejo, contudo,
sumarizar alguns dos resultados de minha investigação. Ordenei-os sob
títulos específicos e gostaria de os ler para vós, como seguem:
1. Temos centenas de cópias manuscritas dos primeiros cinco livros da Bíblia,
e todas elas os apresentam na forma em que os temos hoje. Nem mesmo uma
cópia antiga de “J”, “E”, “D” ou “P”, como uma unidade separada e contínua,
jamais foi achada.
2. Nenhum documento que nos veio dos tempos antigos contém qualquer
menção desses documentos como tendo jamais existido. Não existe referência
antiga a registro de qualquer documento semelhante ou a tal processo de
combiná-los como a teoria o pretende. Não há evidência de que qualquer
processo semelhante realmente tenha ocorrido.
3. A teoria é talvez a única sobrevivente de um método de estudo literário do
século dezenove, que, aliás, tem sido quase que completamente rejeitada,
exceto no campo da crítica bíblica. Há um século atrás era uma prática
comum desenvolverem-se teorias desse tipo, com respeito a quase todo
documento antigo ou medieval. A maior parte de tais teorias tem sido
atualmente abandonadas e são consideradas como meras curiosidades
literárias. E’ somente no campo do estudo bíblico, que esta atitude do século
dezenove tem sido conservada.
4. Durante o século dezenove, vários eruditos alemães apresentaram teorias
muito diferentes a respeito da origem dos cinco primeiros livros da Bíblia.
Nenhuma dessas teorias conseguiu ascendência completa antes de 1878,
quando uma teoria particular, surpreendentemente diversa da maioria das
opiniões sustentadas, foi promovida por Julius Wellhausen. Essa nova teoria
foi publicada em todo o mundo de língua inglesa por S.R. Driver e outros
seguidores de Wellhausen. Embora tenha passado aproximadamente um
século, no curso do qual nenhuma nova evidência em favor da teoria tenha
sido descoberta, ela está sendo hoje amplamente ensinada, quase da mesma
forma em que foi então apresentada.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 43
5. Uma grande parte do motivo para a aceitação da teoria multidocumentária,
promovida pelo professor Wellhausen, em 1878, foi o fato de que ele a baseou
sobre sua hábil apresentação de uma ideia particular do desenvolvimento da
religião israelita. Essa ideia, entretanto, atualmente tem sido quase que
universalmente rejeitada. Poucos eruditos sustentam hoje a teoria do
desenvolvimento religioso hebreu, que seja mesmo aproximadamente similar
àquele sobre o qual Wellhausen baseou a sua idéia das fontes do Pentatêuco e
ainda o método de Wellhausen de dividir essas pretensas fontes e sua opinião
a respeito da ordem da composição delas (embora baseadas sobre uma teoria
de desenvolvimento não mais sustentada), estão ainda sendo apresentados
como fato estabelecido.
6. Uma característica essencial da teoria, como foi ensinada pelo professor
Wellhausen, era a sua pretensão de que os vários documentos, - todos escritos
de acordo com a teoria, muito depois do tempo dos patriarcas - apresentam
somente os padrões e ideias de vários períodos, em que se pretende que foram
escritos e não nos dizem nada a respeito do tempo dos patriarcas. À luz das
descobertas arqueológicas, reconhece-se atualmente que esta atitude já não é
mais sustentável. Portanto, a maioria das recentes apresentações da teoria
afirma que uma grande parte do material, em cada um dos documentos, foi
transmitida oralmente, durante muitos séculos, antes de ser incorporada em
forma escrita, e que mesmo o mais recente dos documentos contém muito
material que é realmente primitivo. Assim uma base importante da ideia de
Wellhausen foi realmente abandonada pelos seus atuais promotores.
7. Seus protagonistas afirmam que a teoria pode ser demonstrada pela
indicação de diferença de estilo entre os documentos. Entretanto, essas
alegadas diferenças no estilo se estabelecem, principalmente, pelo fato de que
certas partes do Pentateuco são estatísticas ou enumerativas, enquanto outras
partes têm mais de um estilo narrativo corrente, e a maior parte do Livro de
Deuteronômio consiste de exortação. Não há razão por que o mesmo escritor
não pudesse usar nenhum desses três estilos, dependendo da natureza do
assunto em particular. Desse modo, temos um estilo enumerativo em Gênesis
1, onde a formação do universo material é apresentada em estágios definidos.
Para o assunto de Gênesis 2, que descreve mais minuciosamente a criação do
homem e a formação de um ambiente próprio para a sua vida, o estilo
narrativo é mais apropriado. Em mensagem de advertência e admoestação, o
estilo de exortação é natural. Exemplos similares do uso de estilos, pelo menos
tão diferentes como esses, podem ser encontrados em quase todas as obras de
qualquer grande escritor prolífico da atualidade.
8. Diz-se frequentemente que os nomes dados a dois desses documentos são
baseados sobre a alegação de que o chamado documento “J” usa o nome
“JHWH” (SENHOR na versão King James), para a Deidade, enquanto que o
chamado documento “E” se diz que emprega o nome Elohim (Deus na RJV).
Todavia cada uma dessas pretensas fontes realmente usa ambos os nomes
divinos no Pentatêuco e em todas as fontes alegadas o nome JHWH é em
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 44
grande parte mais comum do que o nome Elohim. Em explicações os
defensores da teoria afirmam que, segundo os documentos E e P, o nome
JHWH não foi revelado antes dos primeiros capítulos do Êxodo. A teoria é,
desse modo, não que cada documento preferisse um certo nome, mas que
cada documento tinha uma teoria diferente, quanto ao tempo, quando o nome
foi introduzido primeiramente, e evitou-o deliberadamente antes daquele ponto
da narração. Visto que se pretende que todos os documentos foram escritos
muitos séculos depois do tempo do Êxodo, um procedimento tal como a teoria
assume seria artificial e um tanto improvável que tenha ocorrido assim.
Ademais, a sua base em declarações bíblicas é extremamente fraca. Além
disso, o uso de nome diversos, em diferentes conexões, não é de todo inusitado
e pode ser facilmente explicado sobre outras bases que não a da origem de
uma colcha de retalhos.
9. A declaração de que há duplicação constante de material nas várias fontes
pretendidas é grosseiramente exagerada. Algumas dessas chamadas
duplicatas são realmente eventos diferentes um tanto similares, porém, na
realidade, nada mais são do que aquilo que frequentemente ocorre na vida
ordinária, como se pode demonstrar muito facilmente. Em outros casos, uma
alegada repetição é meramente um sumário dado no princípio ou no fim de
um relato, uma recapitulação proveitosa, ou expediente literário para fazer
uma narração mais vívida. Muitas das alegadas repetições ou duplicações, se
examinadas sem preconceito, podem mostrar-se como tendo um propósito
natural no relato.
10. Muitas das contradições pretendidas, entre as chamadas fontes,
desaparecem por meio de um exame cuidadoso. Assim é alegado que os
documentos J e P mostram Rebeca influenciada por diferentes motivos ao
sugerir a partida de Jacó, de Canaã, sendo o motivo, num caso, permiti-lo
escapar da ira de seu irmão e, em outro, induzi-lo a procurar uma esposa
conforme os desejos de seus pais. Realmente não há qualquer contradição em
supor-se que Rebeca foi influenciada por ambos os motivos e que, em proceder
com os dois homens a quem ela desejava influenciar, usasse, em cada caso, o
argumento que ela sabia fosse para cada um deles um apelo, mais do que um
outro que fosse capaz de contrariá-los.
11. Estes fatos indicam a existência de razões lógicas para o fenômeno no
Pentatêuco, todos eles consistentes com a ideia de uma autoria unificada, e
não requerendo a adoção de uma teoria sem base, que é uma sobrevivência do
século dezenove e que é totalmente incompatível com os métodos atuais de
estudos literários.
12. A maioria dominante de pessoas que aceitam a Teoria Multidocumentária,
incluindo-se muitos daqueles que a ensinam, procedem assim, devido a
confiança nos homens pelos quais ela é promovida, mais do que sobre a base
de uma investigação completa. Os interesses da verdade exigem que os fatos
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Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 45
sejam examinados objetivamente e sem preconceito. Quando isto é feito,
torna-se claro que a teoria necessita de evidência real e base lógica e sólida.
Nestas declarações, sumarizei brevemente uma parte dos resultados de muitos
anos de estudo das teorias documentárias. O assunto completo pode
impressionar a muitos de vocês como sendo seco e desinteressante. Todavia,
não hesito em predizer que os filhos de muitos de vocês perderão a fé cristã,
por causa da apresentação insidiosa dessas teorias. Alguns deles perderão
todo o interesse em assuntos cristãos sob uma orientação liberal. Estes são os
mais ditosos. Outros, totalmente incapazes de escapar de uma educação cristã
sob tal orientação, gastarão o restante de suas vidas promovendo a
infidelidade doutrinária e desviando a muitos da Palavra de Deus.
E’ muito difícil resistir à propaganda constante, que pretende mostrar como a
Bíblia veio à existência como um resultado do entrelaçamento de vários
escritos humanos, por um processo puramente humano. Muitos que hoje
estejam demolindo a fé cristã e insistindo em revolução, em vez de
regeneração, estariam apresentando a Palavra de Deus, se não tivessem sido
influenciados pelos ensinos da Alta Crítica.
Pode ser que você não esteja interessado neste assunto hoje, mas tempo virá,
quando você me dará a destra para podermos ajudar a alguns, talvez o seu
próprio filho, que esteja em perigo de perder a fé, devido a incapacidade dele
de responder, agora, aos argumentos propostos pela Alta Crítica.
Eu espero que cada um de vocês obtenha pelo menos duas cópias de meu
pequeno trabalho escrito, que contém estes doze pontos, e o guarde, onde
possa achá-lo facilmente. As declarações mostram a linha de resposta à teoria
de Wellhausen. E’ impossível, num trabalho desta extensão, apresentar
evidência suficiente. Quando você encontrar um ponto particular sendo
discutido, faça o favor de me informar. Tenho evidência abundante para todos
esses pontos e ficarei contente em fazê-la útil para você. Não sei de maior
necessidade no serviço cristão hoje do que ajudar aqueles cuja fé está sendo
arruinada pelo ensino divulgado das teorias da Alta Crítica.
www.ipcb.org.br/arquivosword/altacritica.doc
ANEXO 2
O QUE A BÍBLIA DIZ DE SI MESMA
1. É a Palavra Inspirada por Deus:
“O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra está na minha boca.” 2
Sam. 23:2.
“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os
homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” 2 Ped. 1:21
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 46
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para
redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” 2 Tim. 3:16.
2. É Luz:
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” Sal.
119:105.
3. É Eterna:
“Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste
eternamente.” Isa. 40:8.
“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.” Mat.
24:35.
4. É a Verdade:
“Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” João 17:17
5. É Viva e Eficaz:
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada
alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das
juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração. ” Hab. 4:12
6. É Fonte de Vida Eterna:
“Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens
as palavras da vida eterna. ” João 6:68.
7. Seu tema principal é o Salvador Jesus:
“E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele
se achava em todas as Escrituras. ” Luc. 24:27 “E disse-lhes: São estas as
palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se
cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e
nos Salmos. ” Luc. 24:44.
8. É útil para o ensino:
“Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que
pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. ” Rom. 15:4
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para
redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” II Tim. 3:16. “Para que o
homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra. ”
II Tim. 3:17.
9. É o melhor alimento espiritual:
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 47
“Do preceito de seus lábios nunca me apartei, e as palavras da sua boca
guardei mais do que a minha porção. ” Jó 23:12.
“Achadas as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e
alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus
dos Exércitos.” Jer. 15:16.
10. Seu Autor é Verdadeiro e Fiel:
“... Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu
antes dos tempos dos séculos” Tito 1:2
“Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos
são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é.” Deut. 32:4
11. É fonte da verdadeira felicidade:
“Mas ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e as
guardam. ” Luc. 11:28
“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e
guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.”
Apoc. 1:3
12. Normas para o estudo da Bíblia
12.1. Antes de se ler a Bíblia, deve ser feita uma oração, pedindo orientação
divina.
12.2. Sempre que se aproxime da Bíblia o leitor deve fazê-lo com espírito de
humildade e desejo de descobrir os tesouros revelados na Palavra de Deus.
12.3. Não se deve tentar usar a Bíblia para acusar ou censurar as atitudes
alheias. Esta não é a função das Escrituras. Antes o investigador deve
procurar instrução para si próprio.
12.4. Deve ser mantido um espírito reverente diante das Santas Escrituras.
12.5. O estudante diligente fruirá os maravilhosos tesouros encontrados nas
páginas sagradas. “Como um garimpeiro escava a terra em busca de ouro, ou
como um mergulhador desce às profundezas do mar em busca de pérolas”.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
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BIBLIOGRAFIA
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São Paulo, SBB, Revista e Atualizada no Brasil, 1998.
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Edição. Rio de Janeiro, JUERP, 1990.
GEISLER, Norman e NIX, Willian. Introdução Bíblica: Como a
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GRANDES IMPÉRIOS E CIVILIZAÇÕES. Volume 1.
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REVISTA SUPER INTERESSANTE, Agosto de 1995.
INTRODUÇÃO À BIBLIA
Até Cristo ser formado em vós! Gálatas 4:19
Bacharel em Teologia – Disciplina: Introdução à Bíblia 49
THOMPSON, Frank Charles. 7a Impressão, São Paulo, Vida,
1996.
VERBO, ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA, Vol
2 e 13, Lisboa.
AVALIAÇÃO DE INTRODUÇÃO À BÍBLIA – MÓD. 01-A
Aluno: Matrícula:
Cidade: UF: DATA:
- Trabalho de pesquisa: Pesquise sobre “os manuscritos do mar morto e sua
importância na autenticidade da Bíblia” (50% da nota). Mínimo 15 páginas.
Com introdução, corpo e conclusão. E um resumo de 15 linhas com suas
próprias palavras.
- Questionário: 50%.
01. Qual a origem da palavra Bíblia e qual seu significado?
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Quantos livros compõem a Bíblia católica e protestante, respectivamente?
a ( ) 66 e 72 b ( ) 73 e 66 c ( ) 72 e 65 d ( ) 67 e 74
02. Quem dividiu a Bíblia em capítulos?
a ( ) Robert Stephanus, em 1551, ao fazer uma viagem de Paris a Lion.
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b ( ) Clemente de Roma, em 1260
c ( ) Stephen Langton, professor universitário em Paris, no ano de 1227.
d ( ) Santo Agostinho, um dos pais da igreja.
03. Relacione o autor a seu respectivo livro:
1. Moisés ( ) Atos
2. Esdras ( ) 1 Pedro
3. Salomão ( ) 1 Crônicas
4. Jeremias ( ) Levítico
5. Lucas ( ) Gálatas
6. Paulo ( ) Cântico dos Cânticos
7. João ( ) Lamentações
8. Pedro ( ) Apocalipse
04. Que significa cânon?
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05. Explique as cinco teorias da inspiração.
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06. Uma evidência da inspiração do Antigo Testamento é o testemunho de
Jesus. Abra sua Bíblia no Evangelho de Lucas, capítulo 24, versículo 44, e
complete o texto:
“ A seguir, Jesus lhe disse: São estas as palavras que Eu vos falei, estando
ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito
___________ nos
___________________________________________________________________ e nos
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07. Que parte da Bíblia é inspirada por Deus? (Veja 2 Timóteo 3: 16).
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08. Cite duas evidências internas da inspiração da Bíblia.
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9 . Comente a evidência da indestrutibilidade da Bíblia.
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10. Autógrafos são:
a ( ) Os manuscritos originais da Bíblia.
b ( ) Livros rejeitados pelo povo de Deus.
c ( ) Cópias dos originais escritos pelos profetas.
d ( ) O mesmo que apócrifos.
11. Para resumir a canonização do Antigo Testamento fale sobre a tradição de
pais, e diga quem julgava se um livro entrava ou não para o cânon.
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12. Qual o sentido do termo apócrifo?
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13. Por que os discípulos demoraram a começar a escrever o Novo
Testamento?
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14. Na história da Bíblia há algumas traduções famosas, fale sobre a LXX
(Septuaginta).
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15. Ligue a palavra ao seu significado.
Óstracos 2. Papiro 3. Pergaminho 4. Palimpsestos 5. Velino 6. Lâminas de Argila 7. Natimorto 8. Massora 9. Papiros Unciais 10. Papiros Cursivos
18. Cite as razões para a canonização do Novo Testamento.
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9. Qual a importância do Códex Sinaítico para o estudo do cânon do Novo
Testamento?
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20. Relacione as colunas:
1. Epístola de Barnabé ( ) Descobriu o Códex Sinaítico
2. Tischendorf ( ) Autor de um Evangelho
3. Policarpo ( ) Um dos país da igreja primitiva
4. Mateus ( ) Livro apócrifo
( ) Pergaminhos lisos e finos costurados como livro
( ) Animal que nasce morto
( ) Cópias em minúsculas
( ) Guardar, arquivar, cuidar, proteger
( ) Tiras de pele de caprinos ou bovinos
( ) Cópias em maiúsculas
( ) Escrita cuneiforme
( ) Cacos de cerâmica
( ) Pergaminhos raspados e reescritos
( ) Tiras de talo do vale do Nilo
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[2] Maxwell A. Graham, Você Pode Confiar na Bíblia?, p. 1.
[3]. Maxwell A. Graham, Você Pode Confiar na Bíblia?, p. 21.
3. Frank Charles Thompson, Bíblia de Referência Thompson, p.
[4]. Pedro Apolinário, Hiistória do Texto Bíblico, p. 21.
[5]. Ibid. p. 4.
[6]. Ibid. p. 41.