INQ 3430 volume 01 - OPERACAO MONTE CARLO - LAS VEGAS

eird00.3J

1"74.

Pblico: nq/3430 - DIREITO PENAL 1 Crimes Praticados ppr Funcionrios.istrao em Geral 1 Corrupo passiva Pblico - DIREITO PENAL 1 Crimes Praticados por Funcionrios listrao em Geral 1 Prevaricao Pblicc - DIREITO PENAL 1 Crimes Praticados por Funcionrios nistrao em'Ceral 1 Advocacia administrativa-17

vGavrtiamkt.rn s..4-3,,,J..ci-c%-

eG

Supremo Tribunal Federalsupremo 1 nounai reaerai

Ns

Inq 0003430 27/03/2012 18:21-

uiimi NI 011

9941504-50.2012.0.01.0000

11 1 1 1 1COM 03 APENSOS COM (15 VOLUMES)

InquritoPRESCRIO CALCULADA PELA SEJ-RESOLUO CONJUNTA 001/2009

RITO 3430 ). : DISTRITO FEDERALA

Distribuio cm: 28/03/2012

4 : 1NQ-3430-SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

TOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKIMINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADOR-GERAL DA REPBLICA D I, X T

.(A/S)(ES) AIS)(ES)

r.(A/s)

MINISTRIO PBLICO FEDERAL

N 6335-PGR-RG

EXCELENTSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERALSupremo Tribunal Federal

Inq 0003430 - 27/03/2012 18'219941504-50.2012.0.01.0000

111111111111110 I 111011111111111111111111111 I

O PROCURADOR-GERAL DA REPBLICA, no exerccio das suas atribuies institucionais, vem, com fundamento nos arts. 102, inciso I, alnea "b", da Constituio Federal, 7, II, da Lei Complementar n 75/93 e 55, inciso XIV, e 56, inciso V, ambos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, requerer a instaurao de INQURITO em razo da existncia de indcios da prtica dos crimes previstos nos arts. 317 (corrupo passiva), 319 (prevaricao), 321 (advocacia administrativa) do Cdigo Penal pelo Senador Demstenes Torres, decorrentes dos seguintes fatos. 1. O Juzo da ii a Vara da Seo Judiciria de Gois

encaminhou Procuradoria-Geral da Repblica os autos do Processo n 13279-78.2011.4.01.3500, contendo 11 (onze) autos circunstanciados e um relatrio, relativos a fatos fortuitos que surgiram no curso de investigao instaurada para apurar a atividade ilcita de jogos de azar naquele Estado.

O 3LMINISTRIO PBLICO FEDERAL

2

2.

Segundo consta dos citados documentos, o

Departamento de Polcia Federal instaurou o IPL n 089/2011 (autuado naquele Juzo sob o n 12023-03.2011.4.01.3500) com o objetivo de apurar crimes de suposta autoria de um grupo criminoso comandado por Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, mais especificamente um forte esquema de corrupo montado para encobrir e facilitar a explorao de jogos de azar no Estado de Gois e no Distrito Federal, consistente no pagamento de propinas a policiais civis, militares e federais. 3. No curso da referida investigao surgiram dilogos entre

os investigados e autoridades com prerrogativa de foro nessa Corte que, apesar de no terem relao com os fatos objeto da investigao, consubstanciariam, em tese, delitos tipificados no Cdigo Penal. 4. Anteriormente, em 15 de setembro de 2009, foram

encaminhados Procuradoria-Geral da Repblica os autos do Inqurito n 042/2008, acompanhado da Medida Cautelar de Interceptao de Comunicaes Telefnicas n 2008.35.02.000871-4, que tramitou perante o Juzo Federal de Anpolis, Gois, originariamente instaurado para apurar o crime de violao de sigilo profissional consumado quando da realizao de operao policial para o combate prtica de contrabando e explorao ilegal de jogos de azar naquela Cidade. 5. O presente pedido de instaurao de inqurito tem por

objeto exatamente os crimes de suposta autoria do Senador Demstenes Torres, revelados a partir da anlise conjunta dos udios captados naquelas duas investigaes. 6. Constatou-se que o Senador Demstenes Torres mantm

estreitos vnculos com Carlos Cachoeira, de natureza pessoal e, tambm, de natureza profissional. Os contatos telefnicos entre eles so


3 praticamente dirios, sucedidos, muitos deles, de encontros para tratar de assuntos que no poderiam ser conversados por telefone. 7. Os dilogos foram produzidos por intermdio de rdios

Nextel habilitados no exterior, que integram a mesma rede fechada de comunicao utilizada por Carlos Cachoeira com os demais componentes do seu grupo criminoso. 8. O contedo das conversas revela graves indcios de que o

Parlamentar valia-se do seu cargo para viabilizar interesses econmicos comuns com Carlos Cachoeira. 9. Fica evidente que os vnculos que unem o Senador

Demstenes Torres a Carlos Cachoeira extrapolam em muito os limites ticos exigveis na atuao parlamentar, adentrando a seara penal. As tratativas entre eles envolveram os mais variados assuntos e, em todos, h a atuao decisiva do Senador Demstenes Torres em prol dos interesses econmicos de Carlos Cachoeira. 10. Os dilogos captados nos autos do Inqurito n

042/2008, muito embora no mostrassem fatos que pudessem ser enquadrados em um tipo penal para efeito de autorizar a imediata instaurao de inqurito, j revelavam que os vnculos entre eles extrapolavam a tica exigida de um Parlamentar. 11. As conversas eram frequentes, quase dirias, e

produzidas por intermdio de telefone habilitado no exterior - rdio NEXTEL - que integrava um sistema de comunicao fechado de modo a inviabilizar eventual interceptao. 12. Desde ento o Senador Demstenes Torres buscava

atender com presteza aos pleitos de Carlos Cachoeira. Em um conjunto de dilogos captados, o Senador informou a Carlos Cachoeira sobre o,

trmite de um projeto de lei que tratava da legalizao dos bingos:

ia

10

o S.,MINISTRIO PBLICO FEDERAL 4

C: (...) Anota uma lei a. Voc podia dar uma olhada. Ela t na Cmara. 7228 2002. PL. D: PL 7228 de que ano? C: 2002 do Maguito Vilela. D: Ok. Fala sobre o que? C: sobre aquele assunto que eu toquei com voc ai. Essa a eu acho que est em estado bem adiantado. D uma olhada a. D: vou levantar agora e depois te ligo a. E vou falar com o rapaz l e depois te ligo tambm. Falou? Um abrao.22.4.2009, s 17:48

CARLOS- (..) ESCUTA, AQUELE NEGCIO QUE EU PEDI PRA VOC OLHAR L, J CHECARAM L, L, DAQUELA LEI DO MAGUITO ? DEMOSTENES - J CHECARAM A LEI DO MAGUITO. O QUE QUE ACONTECE: ELA T NA CMARA, ELA T ARQUIVADA NO SENADO, ...PORQUE ELA SAIU DO SENADO, MAS ELA T NA CMARA, FALTA VOTAR NO PLENRIO, ELA NO T ARQUIVADA MESMO NA REALIDADE NO. ELA FOI ARQ... 0...CONSULTA NO SENADO D ARQUIVO PORQUE TODO O PROJETO QUE SAI DO SENADO D COMO ARQUIVADO. NO SABIA DISSO. ENTO, NA REALIDADE, ELE J PASSOU L, PASSOU NA CCJ E VAI PRO PLENRIO. CERTO ? ENTO ELE T NA CMARA, J LTIMO ESTGIO. CARLOS - POIS , NA...NA...NA..., AGORA... POIS ... VOC QUE TINHA QUE TRABALHAR ISSO A COM O MICHEL. N ? PRA POR EM VOTAO. ISSO A SERIA INTERESSANTSSIMO N. QUANDO VAI NO PLENRIO DA CMARA, ...ELA...ELA...ME CONTA UM NEGCIO. QUANDO VAI PRO PLENRIO DA CMARA ELA PRECISA... ... TEM QUE TER UM RELATOR NO PLENRIO ? DEMOSTENES - NA...NO SENADO O MESMO DA CCJ. AGORA. L, ISSO PODE PASSAR POR VOTAO SIMBLICA. COMO PASSOU J NO SENADO, SE FOI MODIFICADO, VOLTA PRO SENADO, VOC ENTENDEU? PARA OPTAR PELO TEXTO DA CMARA OU DO SENADO. A, TEM QUE PEGAR AQUELE PESSOAL QUE......T TRABALHANDO NO NEGCIO E VERIFICAR SE O TEXTO TE AGRADA E TAMBM SE SATISFAZ AQUELE PRESIDENTE L DO NEGCIO, PORQUE SENO ELE CONSEGUE BARRAR L. ENTO TRABALHA NESSE NEGCIO PRA GENTE VER COMO QUE FAZ. EU VOU L E... CONSIGO PAUTAR. CARLOS - AH, EXCELENTE ENTO. ENTO T BOM. VAMOS FALAR ENTO. OBRIGADO DOUTOR. DEMOSTENES - UM ABRAO, TCHAU.24.4.2009, 17:05

C: Oi Doutor D: Fala professor. Eu peguei o texto ontem da lei pra analisar, aquela que transforma contraveno em crime. Que importncia tem a aprovao disso?


5C: bom demais, mas a tambm regulamenta as estaduais. D: Regulamenta no. Vou mandar o texto proc. O que t aprovado l o seguinte: "transforma em crime qualquer jogo que no tenha autorizao". Ento inclusive te pega, n? Ento vou mandar o texto pra voce, se voce quiser votar, tudo bem, eu vou atras. Agora a nica coisa que tem criminalizao, transforma de contraveno em crime, no regulariza nada. C: No, regulariza sim, uai. Certeza. Tem a 4-A e a 4-B, foi votada na Comisso de Constituio e Justia. D: Vou te mandar o texto, voce v se esse a. Que foi aprovado um substitutivo. Entao o que ta valendo, o que vai a plenrio o substitutivo. O substitutivo no regulamenta nada. O substitutivo s transforma contraveno em crime. Mas de todo o jeito eu mando a pra voce analisar. C: No, mas essas a boa tambm. Isso bom fazer isso. No pega ninguem no. Pode mandar brasa a. D: Tudo bem, mas e pra depois, pra regulamentar? Que a so duas etapas, em vez de uma s. VOU FAZER O QUE VOCE QUER, mas isso a pra mim no regulamenta nada. C: O substitutivo do Inaldo Leito na CCJ. Tem a 4-A e a 4-B, regulamenta as loterias estaduais. D: No tem isso no. Todo jeito eu vou pegar o texto integral, vou ler, vou te ligar mais tarde de novo, falou? C: falou Doutor, obrigado de novo. 29.4.2009, 8:19

C: oi Doutor D: fala Professor. Seguinte, eu ACERTEI com o Lereia, o Jovair Arantes, o seguinte procedimento: eu...o Lereia j entregou pro Jovair, o Jovair vai ao Chefe da Casa Civil l .... esqueci o nome dele ... Jos Mcio, o Jos Mucio em seguida vai ao Temer, ele tambem vai ao Temer, e assim que eles completarem isso, que deve ser na tera-feira, eu tambem vou ao Temer, pra gente tentar pautar tudo, t certo? C: Excelente ento. Muito bom. D: Ento t bom professor. Boa noite a. C: Obrigado Doutor, um abrao. 29/4/2009, 21:20

C: Falou Doutor. Aquela lei, voce deu uma volta nelas (sic) a? Pra saber? D: Dei a volta. o seguinte: ... inclusive o Jovair no falou nada com o Jos Mcio, viu? Encontrei com o Jos Mucio, o Jos Mucio me disse que o Jovair no falou com ele no. Mas que ele est disposto a fazer. Ento fala com o Michel Temer pra gente poder falar, uai.


6C: Excelente uai. Ento voce podia tomar frente disso a agora, uai. D: Tranquilo. Voce podia s voltar a ligar pro Jovair e pedir pra ele falar mesmo com o Jos Mucio. S isso. O Z me disse que a favor, e tal .. . No sei qual a do Z n? Se fala a verdade ou se daquele que fala que vai fazer e no faz. Tivesse o Jovair pra ajudar tambem... Se no tiver eu vou sozinho. C: Excelente. Mas eu nao confio no Jovair nao. Mas mesmo assim eu vou falar com ele. 13.5.2009, 22:14

13.

Em outros dilogos, tambm registrados no perodo,

Demstenes Torres referiu-se ao aluguel de um txi areo, tendo solicitado a Carlos Cachoeira que efetuasse o pagamento do valor devido SETE (empresa de txi areo):CA: CARLOS DE: DEMOSTENES PNE: palavras no entendidas DE: Fala professor CA: Eu falei com ele, amanh cedo ele t a pra te pegar, t, s vai me confirmar aqui agora. DE: , quem, quem que o...que horas que ele vem, voc sabe? CA: Pode chegar a hora que voc quiser, u. Que hora voc quer que ele te pega? Nove horas? Dez horas? DE: Acho que melhor as dez, a, porque a gente...fala pra ele fazer o plano de vo as dez, que esse avio dele chega l em meia hora, n? A gente j chega e desce direto pra l. CA: T, nove e meia vai t em GOIANIA te esperando. S vou marcar o local, t bom? L na Voar. DE: Acho que ele desce l no, l naquele terminal executivo, viu, qualquer lugar que ele marcar eu t l firme. Ah, por falar nisso tem que pagar aquele trem do VOAR. Do VOAR no, da SETE, n? CA: T, tu me fala a. Eu falo com o, com o VILNEI. Quanto foi l? DE: Quanto foi? Trs mil. CA: T, eu passo pro NILO. Deixa eu te falar. Aquele negcio t concluso a, aquele negcio do DESEMBARGADOR ALAN, voc lembra, n? A procuradora entregou a pra ele, podia dar uma olhada com ele, voc podia dar um pulinho l pra mim? DE: Mesma situao daquele rapaz? CA: Ele t concluso j pro ALAN. Voc lembra que tava faltando a LAURA falar, n? A LAURA falou. Ento devolveu pra ele, qualquer hora ele pode dar ..PNE..., entendeu? DE: Como que foi o parecer da LAURA, se lembra? CA: Eu no peguei ainda no, entregou sexta-feira. Mas antes de voc ir voc podia dar um pulo l, no ...PNE..

.r. .

i

06,MINISTRIO PBLICO FEDERAL

7 DE: T, tranquilo. Eu fao. CA: Ento t bom. DE: Um abrao, tchau. 22 de junho de 2009, 14:41 14. J em outra conversa, Demstenes Torres comunicou a

Carlos Cachoeira que estava exonerando servidores do seu gabinete aparentemente contratados a pedido de Carlos Cachoeira: CA - Fala Doutor. DE - Fala Professor. , o seguinte: tem uma notcia ruim a. T...tem que demitir aqui ... a... QUNIA e o... outro rapaz l que... to aqui no...nos gabinetes procurando servidores fantasmas, voc entendeu ? Ento, pra evitar problema, no futuro a gente volta a resolver isso a, falou ? CA - T bom. DE - Caa as bruxas aqui. Mas daqui a uns dois, trs meses a coisa aquieta e a gente retoma, falou ? CA - Ok, Doutor. 22 de junho, 15:52 15. Em outros dilogos o Senador Demstenes Torres

articulou com Carlos Cachoeira a divulgao pela imprensa de dados sigilosos que seriam entregues informalmente a um reprter pela Polcia Civil do Estado de Gois. Segundo consta dos dilogos, o plano no se consumou porque o Diretor Geral da Polcia Civil teria desistido de entregar ao reprter os documentos que conteriam os dados sigilosos. Confira-se: C: Fala Doutor. D: , almocei com o homem, ele t ... ele mesmo vai a em Goinia, agora precisa do outro lado a dar a resposta logo n? C: Pode deixar que eu sento com ele hoje ainda, t marcado 7 horas. D: A voc me avisa ento, mestre, falou? C: Falou doutor, um abrao, tchau. 23/4/2009, 15:01 C: T em Goinia? D: T, j cheguei aqui. (..) D: Falou mestre. Deu certo l com o homem? C: J ta com tudo na mo, mas ele queria falar com voc. Voc podia dar um pulo l amanh. Ele quer te mostrar tambm.


8D: Uai, vamo uai. Tranqilo, ns conversamos depois vou l. Vamos deixar marcado l pelas 15hs, falou? C: Ta bom, excelente. D: Um abrao ento.23/4/2009, 20:08

HNI- Fala Professor, s pra saber se o lugar l do ARSIO1 ainda o mesmo, l no alto l de Campinas; CA- Em frente ao DERGO, de um lado fica a PM e do outro ele; HNI- Ento falo, ento t indo l; CA- ...agora l em cima; HNI- Falo, professor, uma abrao... Tchau.24/4/2009 s 15:35

DEMOSTENES - FALA PROFESSOR. CARLOS - COMO QUE FOI A CONVERSA A ? DEMOSTENES - TIMA. NA SEMANA QUE VEM, J FALEI INCLUSIVE COM O REPRTER, ELE VEM E O RAPAZ ENTREGA TUDO PRA ELE: RELATRIOS, NOME, FOTOGRAFIA, FILMAGEM E... SOB O COMPROMISSO DE NO APARECER. CARLOS - ENTO FOI BOM DEMAIS. ENTO, MAS VOC CHEGOU A VER SE FICOU BOM ? DEMOSTENES - EU VI S O RELATRIO, CERTO ? ...MAS...T...T TUDO CERTO...ME DISSE QUE TEM A FILMAGEM, TEM AS FOTOGRAFIAS, TEM TUDO. T TUDO TIMO. E ELE DISSE QUE TEM UNS OUTROS...OUTRO RELATRIO COM NOME, TUDO MAIS. CARLOS- AH, A FICOU BOM DEMAIS N. (..) CARLOS - AH, EXCELENTE ENTO. ENTO T BOM. VAMOS FALAR ENTO. OBRIGADO DOUTOR. DEMOSTENES - UM ABRAO, TCHAU.24/4/2009, s 17:05

C: Doutor D: Fala professor. Quem sacanedou a historia a foi o Aredes, viu? C: , o Dada me contou. No esperava no n? Ficou foi cagando de medo. D: No adianta confiar nesse cara. Esse cara voc lembra l atrs. Cara inconfivel, rapaz. O ... que que acontece, na hora que ele me ligou disse que ainda ia falar com o chefe dele. E a eu falei pra ele: "rapaz, s voc falar o seguinte: no tenho nada com isso no, que a imprensa chegou em mim, me perguntou, como que eu vou negar?"Na verdade, trata-se de Aredes Correia Pires, Diretor Geral da Polcia Civil. No dilogo, o Senador

Demstenes Torres estava se dirigindo Polcia Civil de Gois, localizada prximo Polcia Militar, na Av. Anhanguera n 7.364. Setor Aerovirio.

1DMINISTRIO PBLICO FEDERAL9

No precisa dizer que foi voc, que vai, e tal, tal, tal...". Mas voc podia falar com ele de novo, rapaz, esse caboclo indecente n? C: No, eu vou dobrar ele. Pode deixar. S de estar com ele eu vou dobrar ele, pode deixar. E esse final de semana tambm feriado, ruim pra sair, tem que ser no outro, pode deixar. D: Ento falou professor, um abrao. 29/4/2009, s 22:01

D: Fala professor C: E ai doutor? Tudo bem? D: T aqui com nosso amigo Chico, e ele ta entregando aqui a relao do pessoal, que eu vou passar pro reprter l. S que o reprter ligou ontem l pro Diretor e ele no atendeu, e passou para o Norton, assessor de imprensa. Ento j t indo com esprito de fuder com o Diretor. Podia falar pro "homem" atender ele, que ele quer detalhes, no quer saber de operao da Polcia Civil no. Quer detalhes, quer enaltecer o trabalho da Polcia. Agora se ficar enrolando ele, a pronto! Voc conhece o homem. C: No, mas fala pra ele no fuder o "rapaz" no. Eu vou tentar falar com ele hoje. Ele no vai atender no, porque ele t cagando de medo, eu nunca vi isso. Eu vou tentar falar com ele agora na hora do almoo, j te falo a. D: Beleza, manda entregar os documentos. Manda...fazer...p, o cara comea o procedimento e depois para. A o sujeito.... c v como que n? O sujeito t com raiva do negcio, porque se no era pra fazer, a gente no comunicava ao sujeito u. Ficava do jeito que tava. Agora ta totalmente envenenado. Me ligou ontem: "p o cara no me atendeu, voc falou que...". Eu disse "olha, eu falei... o cara l recebeu uma contra ordem, ento no sei como que no. Eu no sei. Vou tentar te ajudar a n?" Agora precisava falar com ele. Esse trem comeou no tem jeito de interromper n? C: T uma srie de acusaes contra o Secretario de Segurana Pblica saindo no Correio Brasiliense, no sei se voc ta vendo a, pegou aquele Ricardo Rocha, e ps l em Formosa, o homem t matando todo mundo. Joga a culpa a no Secretario a, manda ele fuder o Secretario. O Secretrio que t tolhindo ele de fazer isso a, at que vontade ele tinha, viu? D: Pois , ns podemos fuder o Secretrio. Agora, manda o cara passar os documentos e manda ele explicar, mesmo que ele no aparea na reportagem nem porra nenhuma. Que a a gente dirige para o Secretrio, eu falo com ele uai. Agora tem que ter o material na mo. Se no... Ele que tem o material na mo, quem que vai se fuder? Ele! Faz uma denuncia dele contra eles, na segunda-feira o Cidinho t demitindo o homem. Cago do jeito que ! C: Exatamente. Vou falar com ele aqui hoje, ok doutor? Falou 'mestre'. Um abrao.


10

Outro, tchau. 13/5/2009, s 9:22

HNI: S um minutinho que que que o professor t aqui C: Oi doutor. D: Fala mestre. O Policarpo C: Que que tem o Poli? D: o Poli. ta a, o Aredes se recusou a receb-lo. O Norton disse que tudo mentira, que no tem nada disso, e a ele resolveu explodir o cara. Ele me ligou e falou: "esse cara vagabundo, e tal..." e eu falei "no, espera um pouco a...". Voc podia interferir, as vezes o cara resolve, e fala logo, fala em off. Fala pra ele que de confiana o homem, voc sabe que ele nunca furou com a gente, uai. Agora se ficar um contra o outro diferente n? C: Vou falar com ele, marquei 7 horas da noite. Tem que guentar a mo a. D: E ele ta a em Goinia, puto da vida. Acabou de me ligar. C: T, j vou olhar aqui. D: Ento falou, um abrao. 13/5/2009, s 16:01

D: Oi Doutor D: Fala professor. Conseguiu l alguma coisa? C: ta correndo de mim tambem, porque na hora que tava marcado mandou falar que tinha uma outra reuniao, no dava e tal... D: ... Ento paciencia n? Ver como que faz. T certo Mestre. Ento t bom, amanh eu vou pra So Paulo, qualquer coisa voce me liga a, falou? (.) 13/5/2009, s 22:14

CARLOS liga para DEMOSTENES, cumprimentam-se e marcam de se encontrar na dia seguinte. Em seguida DEMOSTENES diz: 'Aquele negcio l de, a do AREDES voc no contornou no?'. CARLOS responde: 'No, to olhando com ele, vou encontrar com ele daqui a pouco.' DEMOSTENES diz: 'Ento falou mestre, na hora que chegar a vamos encontrar cedo ento porque eu dou uma palestra as dez da manh e voc costuma viajar a tarde, ento a gente encontra a mais cedo.' CARLOS diz: 'T ok, assim que voc tiver acordado amanh tu me liga e eu te encontro.' Despedem-se 14/5/2009, s 11:04

21MINISTRIO PBLICO FEDERAL

11

E CARLOS pergunta: 'E a doutor, novidade a ou no?' DEMOSTENES responde: 'POLI me ligou, dizendo que vai estourar o DIRETOR GERAL a, que ele, o rapaz, o NORTON ligou pra ele e falou que ele no sabia do assunto. Ento falei pra ele ter um pouco de pacincia que voc ia tentar pelo menos pegar as fotos, se voc pega as fotos, ... e a que ele podia falar com o, o SECRETRIO DE SEGURANA que o SECRETRIO ia entregar o jogo, ento voc convence o rapaz a entregar pelo menos as fotos pra, , a coisa, voc poder ficar livre disso porque agora a coisa ta virando contra ele.' CARLOS diz: 7Ininteligivel) To tentando pegar as fotos mas ontem eu tive com ele, voc pode ter certeza, o pessoal do governo a ligou pro CIDINHO, viu? Eles ficaram to apurado com o assunto que eles ligaram pro CIDINHO e o CIDINHO falou que ia segurar, a mandou, a ligou pro prprio AREDES, viu? E... e mandou ele segurar, entendeu? E isso verdade, viu? Ontem eu confirmei.' DEMOSTENES diz: 'Mas pelo menos a foto, v se consegue porque seno acaba arrancando a cabea do AREDES n, fica a pior situao do mundo.' CARLINHOS diz: 'No, to tentando isso a, pode deixar, s as fotos. Ah, mas eu falo que ele no mentiu no quando falou que o governo mandou ele parar, viu? Eles ligaram a uai, sentiram a fumaa.' DEMOSTENES diz: 'No, tranqilo, ... mas ... essa foto voc acha que pega at quando? V com ele, pra ficar livre desse trem logo.' CARLOS responde: 'No, amanh pego isso, eu te falo ta, sem falta, deixa ligado a.' DEMOSTENES diz: 'Falou mestre, hoje foi porque o trem enrolou.' (...) 19/5/2009, s 19:41

DEMOSTENES liga para CARLOS e este diz: 'Oi Doutor, chegou?' DEMOSTENES diz: 'No, eu vou..., tem uma audincia a, vou chegar a por volta das trs fazer essa audincia depois to livre. Voc conseguiu ver com o AREDES l se vai entregar o material?' CARLINHOS diz: 'To vendo agora de manh, eu te chamo a.' DEMOSTENES diz: 'Ento falou, na hora que eu sair de l eu te ligo, falou?' CARLOS concorda. Despedem-se 21/5/2009, s 12:14

16.

O Senador, ainda atendendo a pedido de Carlos

Cachoeira, intercedeu junto a um Desembargador do Tribunal de Justia do Estado de Gois para agilizar o trmite de um processo que tramitava naquele Tribunal: CARLOS - DOUTOR ? ENCHENDO SEU SACO AI...VOC TEVE COM O ALAN ONTEM ? HNI - NO OUVI NADA PROFESSOR. APAGOU UM POUCO AIA FALA.

1LMINISTRIO PBLICO FEDERAL

12

CARLOS - TEVE COM O ALAN ONTEM ? HNI - NO, EU PEDI AUDINCIA, EU FALEI COM ELE POR TELEFONE. NS VAMOS FALAR SEGUNDA, ELE FICOU S DE MARCAR UM HORRIO, QUE ELE TEM UMA CMARA L. A HORA QUE ELE TIVER UMA FOLGA ELE ME CHAMA, ENTO SEGUNDA EU FALO COM ELE. CARLOS - AH. ENTO T BOM. UM ABRAO. OBRIGADO, DOUTOR. HNI - UM ABRAO, TCHAU.4/4/2009, s 11:42

HNI - Fala Professor, acabei de chegar l doDesembargador. O homem disse que vai olhar o negcio e tal, disse que um deles j tinha estado l com ele, n? Eu no sei se am...um deles teve l com ele... e que... tem tudo pra seguir esse caminho a, condenar o Delegado e absolver os outros. Vai depender das provas, se a prova for desse jeito que eu falei e tal, o outro a tambm o...o...um dos Agentes teve l com ele, ento, saiu de l bem amaciado, viu ? CARLOS - Ele vai julgar rpido? HNI - Vai julgar rpido, mandou pegar o papel, j pegou o... negcio l...diz que vai fazer o mais rpido possvel. CARLOS - Ah, t bom. (...)6/4/2009, s 16:39

D. Fala, professor. C. Vamo encontrar daqui a pouquinho aonde? D. U, passa aqui ento (?). O que voc t fazendo a? Quer almoar aqui? C. Ento eu vou na sua casa, ento. Voc me espera a, que eu vou a. uma hora que o voo? D. uma e quarenta e quatro. Ns temos que sair daqui mais ou menos doze e quarenta. C. Ento, meio dia e dez no mximo eu Co a. D. Eu estou te esperando aqui. Voc aproveita e almoa comigo. C. T bom. O ALAN SEBASTIO no voltou a falar com oc, no? D. Quem? C. O ALAN SEBASTIO? Aquele que voc foi nele l pedir aquele negcio pra mim. D. No, no voltou no. O juiz...o desembargador, n? No, no voltou no. Falou que j ia pegar e tal. J tinha recebido o rapaz, l, t? J tinha analisado e se tivesse daquele jeito que voc tava falando tava tudo certo. E a no voltou a falar mais nada. O rapaz l no tem notcia no? C. No, tem no. Eu converso a ento (?). Obrigado, doutor. Uma abrao.22/5/2009, s 11:30


13

CA: Deixa eu te falar. Aquele negcio t concluso a, aquele negcio do DESEMBARGADOR ALAN, voc lembra, n? A procuradora entregou a pra ele, podia dar uma olhada com ele, voc podia dar um pulinho l pra mim? DE: Mesma situao daquele rapaz? CA: Ele t concluso j pro ALAN. Voc lembra que tava faltando a LAURA falar, n? A LAURA falou. Ento devolveu pra ele, qualquer hora ele pode dar ..PNE..., entendeu? DE: Como que foi o parecer da LAURA, se lembra? CA: Eu no peguei ainda no, entregou sexta-feira. Mas antes de voc ir voc podia dar um pulo l, no ...PNE.. DE: T, tranquilo. Eu fao. CA: Ento t bom. DE: Um abrao, tchau. 22/06/2009, s 14:41

17.

No novo perodo de interceptaes, comprovou-se que as

relaes entre o Senador e Carlos Cachoeira estavam ainda mais estreitas, tendo aumentado substancialmente a gama de negcios que mantinham em comum. Os dilogos, agora mais completos, revelaram contextos que permitem afirmar a existncia de indcios de crimes a serem investigados, havendo a necessria justa causa para a instaurao do inqurito. 18. Antes, porm, de expor os fatos que envolvem o

Parlamentar, cumpre registrar que o Senador Demstenes Torres no figurou como investigado nos autos do Inqurito n IPL n 089/2011, nem teve as suas comunicaes telefnicas interceptadas por ordem do Juzo Federal da Gois. 19. O seu surgimento nas interceptaes decorreu nica e

exclusivamente da circunstncia de o Parlamentar manter intensa comunicao telefnica com Carlos Cachoeira, que figura como o chefe do grupo criminoso objeto daquela investigao. 20. importante registrar, tambm, que em razo de o

Parlamentar no ter atuao na atividade ilcita de jogos de azar que


14 constitua o fato investigado no IPL n 089/2011, no se procedeu de imediato anlise de suas falas, o que somente veio a acontecer no momento em que a autoridade policial teve que apresentar ao Juzo a anlise de todos os udios captados. Os fatos de suposta autoria do Senador Demstenes Torres qualificam-se como de "conhecimento fortuito", cuja validade j foi afirmada por essa Corte, no julgamento do HC n 81250/ES, de que foi Relator o Ministro Seplveda Pertence, e do HC n 84.224/DF, Relator o Ministro Gilmar Mendes. 21. Feito esse registro, cumpre descrever os indcios

apurados em relao ao Senador Demstenes Torres. 22. A ao do Parlamentar em conjunto com Carlos

Cachoeira est associada principalmente atividade da empresa Delta Construes na Regio Centro-Oeste. 23. So vrios os contextos de ao do Parlamentar em

benefcio da Delta, existindo at a suspeita, extrada de dilogos interceptados, que ele seria scio oculto da empresa. Nesse sentido, confira-se a conversa entre Cludio Abreu, Diretor da Delta na Regio Centro-Oeste, e Carlos Cachoeira, transcrita abaixo, item 27. 24. De fato, a atuao do Senador Demstenes Torres em

benefcio da Delta to intensa que no parece absurda a ideia de que ele seria scio oculto da empresa. 25. So vrias as situaes em que o Senador, valendo-se do

prestgio do seu cargo, atua em conjunto com Carlos Cachoeira em defesa dos interesses da Delta. Em junho de 2010 foram registrados dilogos entre Carlos Cachoeira e Cludio Abreu - Diretor Regional da Delta - referindo-se a uma reunio que seria realizada para "bater o martelo com o Pacheco" em um assunto que envolvia a empresa Foz do ( c......


15 Brasil2 , da qual Pacheco diretor. Para fechar definitivamente o negcio era necessria a presena do Parlamentar. Confira-se:DILOGO CARLINHOS - (..) amanh voc vai estar na DELTA? CLAUDIO - no CARLINHOS amanh de manh nos vamos estar fechados com o PACHECO reunio interna, ns podemos almoar alguma coisa, agora eu simplesmente depois que voc me abusou mesmo de mim hoje a gente (..) ta dormindo no ta dormindo ta assistindo o jogo caralho CARLINHOS - no eu to dormindo, amanh cedo amigo, amanh voc d uma cacetada no PACHECO porque no entrou nada viu, tudo atrasado, tudo atrasado. CLAUDIO - oc tem que ficar preocupado no amigo sou eu, oc o que menos tem que ficar preocupado. Agora a, bonita essas atitudes sua, voc tem que ento j, era para umas das aes que voc tem que tratar a, ligar para o DEMOSTENES e v se o DEMOSTENES d pra ele chegar aqui umas trs, quatro horas no mximo, pra gente bater o martelo com o PACHECO no assunto entendeu. A um assunto com a FOZ DO BRASIL, a FOZ BRASIL uma empresa da ODEBRECHT concesso. Ento nos precisamos falar urgente com DEMSTENES, aproveitando o PACHECO aqui amanh. CARLINHOS - eu vou ligar pra ele cedo. CLAUDIO - pois v se tem condies de ele estar aqui umas trs horas. CARLINHOS - (..) CLAUDIO - pois , porque o PACHECO o vo dele sete horas da noite, vai pra RECIFE e ns no queremos arrebentar o chefinho cara, ele ta mudo, ento se a gente resolver com DEMSTENES quatros horas mais ou menos ele tando aqui,das quatro as cinco a gente resolve, a da tempo de de ele ir embora, entendeu CARLINHOS - fechado, vou ver aqui CLAUDIO - t ok CARLINHOS - thau Ligao encerrada 01/06/2011 22:40:44 (fls. 437, volume 3)

DILOGO CARLINHOS: Fala CLUDIO da DELTA CLUDIO: CARLINHOS vamos trabalhar, CARLINHOS, que cedo madruga, Deus ajuda, vamo bora que o sol j nasceu h muito tempo, meu amigoEmpresa criada em 2008 e controlada pela Organizao Odebrecht com 73,47% de participao acionria, com atuao em trs segmentos: gua e esgoto, operaes industriais e resduos.


16CARLINHOS: J to aqui no trevo da JETOP pra voc ter uma idia, CLUDIO, puxei voc CLUDIO, essa mquina de trabalho. CLUDIO: Vai buzinando ai com, com, eu no sei com que carro que ele t, o MAGOO t vindo aqui falar comigo, ele passou a polcia rodoviria agora. Da vc d uma mexida com ele CARLINHOS: Ah ta, fala com ele que eu acabei de cruzar com ele aqui. Vou la ver minha me, vamos almoar junto ai ? CLUDIO: Vamos, j desmarquei os almoo em casa. Tomara CARLINHOS, agora mesmo to enrolado quando eu chegar, ns vamos fazer umas reunies interna, duas e meia tem la o negcio do parqumetro, o PACHECO vai com a gente la, fechou bunitinho o negcio ontem, e v se voc liga pro professor' la, pra ver se ele chega mais cedo, porque ontem ns tivemos uma reunio do saneamento, ns precisamos falar com ele. urgente, urgentssimo CARLINHOS: Ele tava querendo ficar em BRASLIA hj, porque a FLVIA tem uma aula la hoje, vou tentar trazer ele aqui. Qualquer coisa voc manda um avio la, n ? CLUDIO: , uai, agente manda o avio, pega ele, depois volta com ele CARLINHOS: T, vou falar com ele CLUDIO: CARLINHO, o que meu seu, CARLINHO, voc precisa pedir, falar, perguntar c... ? 02/06/2011 07:08:39 (fls. 438, volume 3)

26.

Em seguida, sucederam-se os dilogos entre Carlos

Cachoeira e o Senador Demstenes e entre Carlos Cachoeira e Cludio Abreu tratando da viagem do parlamentar a Goinia para participar da reunio da Delta com o representante da Foz do Brasil`:DILOGO CARLINHOS - fala doutor ta vindo hoje? DEMOSTENES - professor to vendo se vou hoje ou vou amanh, vai depender aqui dos negcios aqui, mas pode ser que eu v hoje, se for vou fim do dia e ns encontramos a, seno vou amanh cedo,falou? CARLINHOS - posso te mandar o avio a pegar voc e voc volta mais tarde, voc quer? DEMOSTENES - pode ser mas agora nessa hora eu no posso no, se eu tiver que ir vai ser no fim do dia, a te aviso CARLINHOS - teve uma reunio ontem a sobre aquele negcio a das ferramentas do entorno e o (..) e o PACHECO que o diretor da empresa queria falar com voc, eles esto aqui e o PACHECO vai embora as sete horas que o vo dele,ento precisava ser umas3

Professor nome usado por diversos interlocutores para referir-se ao Senador Demstenes Torres. Fls. 444 a 445, volume 3.


17 cinco horas da tarde,tem jeito de voc vir um pouco antes das cinco? DEMOSTENES - u vou tentar eu te aviso a, daqui umas duas horas eu te ligo, ta certo? CARLINHOS - excelente ento, um abrao obrigado DESMOSTENES - abrao 02/06/2011 09:40:32 (fls. 440, volume 3)

DILOGO DEMOSTENES: Agora no tem nenhum avio aqui de carreira. O ultimo que tinha sair era doze e pouco. Como que faz? CARLINHOS: Ta vou ligar agora. Vo te pegar ai. So um minutinho. C vai voltar pra ai depois ou vai ficar aqui. DEMOSTENES: No tenho que voltar. Tenho que voltar porque o pau hoje vai quebrar aqui. Vou ai so pra isso mesmo. Quiser marcar a reunio ate na sala do aeroporto la tudo certo. CARLINHOS: Ta! Pera um pouquinho que eu te chamo ento. (ENCERRADA) 02/06/2011 13:23:05 (fls. 441, volume 3)

DILOGO CLAUDIO: Fala CARLINHOS: Bom , o DEMSTENES t la, ento o seguinte: tem que voltar la, voc tem que mandar buscar ele, encontra aqui ele fora do aeroporto , seno se ele tiver com voc la, vocs conversa com voc la, como que ? CLAUDIO: No no entendi, eu tava falando com o PACHECO aqui como que o negcio ? Ele t aqui em GOINIA ? CARLINHOS: T em BRASLIA e tem que voltar pra la, ele pode vir aqui, conversar e voltar imediatamente. Voc manda busc-lo ? Ou vocs vo pra la, conversa no aeroporto vai e volta ? CLAUDIO: Deixa, porra, agora fudeu em cara, deixa eu encontrar com o WLADIMIR agora, o WLADIMIR vai pegar ns aqui duas horas pra levar la pra reunio do PARTIDO, n CARLINHO? O PACHECO vai dormir aqui, j decidiu, vai amanh embora no voo das oito. Porque o que a gente vai tratar com o DEMO era pra esclarecer uns negcio ai, la do saneamento entendeu? Pera, deixa eu falar com o HERALDO aqui, eu vou conversar com o WLADIMIR, o WLADIMIR t vindo pegar ns aqui duas horas, ai eu te aviso, ai se for o caso ns manda la buscar ele la, ele vem ca, conversa com a gente, ou no fim do dia, p, ele no pode vir no fim do dia no? 02/06/2011 13:25:53 (fls. 441, volume 3)


18 DIALOGO (.) CLAUDIO: Ns tem que conversar com ele. Eu assumo a ODEBRECHE. Os cara mandaram um recado pra ODEBRECHE procurar a gente. Ento nos quer definir alguma coisa que deve ser o DEMOSTENES que ta mandando e ns queremos esclarecer isso ne. CARLINHOS: ! Ento ver o que que ele prefere ai, c me fala. Tchau! CLAUDIO: Ele no pode vim, ns no podemos buscar ele no final tia-tarde? Daqui uma hora, duas horas pra gente. Depois volta do avio pra levar ele? CARLINHOS: Pode ser tambm. Eu vou falar com ele. CLAUDIO: Ne! CARLINHOS: eu vou ver com ele e te falo. CLAUDIO: Ok ento! Ai deixa no final da tarde. CARLINHOS: Ta bom tchau! (ENCERRADA) 02/06/2011 13:27:25 (fls. 442, volume 3)

DIALOGO (.) DEMOSTENES: Fala, professor! CARLINHOS: Pode ser no final da tarde. DEMOSTENES: No! No final da tarde, o cara diz que no pode. Ele tem. Vai voar as sete, ento ele tem que ta no aeroporto s seis. CARLINHOS: Mudou para amanh cedo, 08:00 horas. DEMOSTENES: Ento melhor ainda. Ento faz o seguinte. Manda me buscar aqui 08:30 da noite, certo. Que ai j vou embora de uma vez. CARLINHOS: Ento ta. 08:30 ta ai no aeroporto. DEMOSTENES: Ta! E se no der tambm, acho que tem avio cedo pra Goinia aqui. Oito, nove da manh. Se que sabe. CARLINHOS: amanh cedo, uai! Hoje noite ele vai te pegar ai. Ele vai embora 08:00 de manh amanh cedo. Ento hoje oito e meia da noite e vou ta ligando pra ai. DEMOSTENES: Falou! Na hora que chegar ai ns conversamo. Falou! CARLINHOS: Excelente, um abrao (DESPENDEM-SE) (ENCERRADA) 02/06/2011 13:32:17 (fls. 442, volume 3)

DIALOGO CLAUDIO: O fera! CARLINHOS: Fala!


19

CLAUDIO: O professor falou com voc? CARLINHOS: No. Eu vou pegar 08:30 da noite. Pode ser? CLAUDIO: Ha no! Ele ligou para o FLADIMIR que ele no conseguiu falar com c no. Liga pra ele ento pra mandar la, parece que ele quer agora. Liga pra ele. CARLINHOS: No! 08:30 da noite. Eu j falei com ele, uai! CLAUDIO: Ele acabou de tentar falar com voc e no consegui. Ele ligou pro FLADIMIR. Liga pra ele ai. CARLINHOS: Ele me chama aqui. (ENCERRADA) 02/06/2011 15:07:2011 (fls.443, volume 3)

DILOGO CLAUDIO: CARLIN! CARLINHOS: Fala, CLAUDIO. CLAUDIO: Vamo (INCOMPRIENSVEL) a reunio ai na sua casa, ne! Com o professor. CARLINHOS: Na casa dele, uai! Vamo pra la. CLAUDIO: Na casa dele ento! Beleza! CARLINHOS: E a (INCOMPREENSVEL)? Algum ligou pra mim? CLAUDIO: (INCOMPREENSVEL) deve ter folgado la. CARLINHOS: Ha! Mandou pegar mais cedo? CLAUDIO: Foi porra! CARLINHOS: Sei de nada no, uai! CLAUDIO: Eu to ligando pra ele aqui. CARLINHOS: na casa dele ento. CLAUDIO: Ento ta jia. Ai c combina aonde, que ele pousar. To vendo se ele vai. Vou avisar pros menino la se ele o chegar ou pousar liga pra ns. CARLINHOS: Ta bom! (ENCERRADA) 02/06/2011 16:47:39 (fls. 444, volume 3)

DILOGO CARLINHOS: Fala, doutor! DEMOSTENES: Fala, professor. E ai! Tamo decolando aqui. Daqui quarenta minutos no mximo ns tamo chegando ai. E ai eu vou pra onde? CARLINHOS: Vamo encontrar com ele la na tua casa. Eu vou levar ele la. DEMOSTENES: Ento ta bom. Quando, na hora que eu descer ai eu te aviso. Falou! CARLINHOS: Tchau, doutor! Tchau! DEMOSTENES: Um abrao. Tchau! CARLINHOS: Tchau! (ENCERRADA) 02/06/2011 17:30:53 (fls. 444, volume 3)

e( LMINISTRIO PBLICO FEDERAL 20

DILOGO CLAUDIO: CARLIN! CARLINHOS: CLAUDIO j ta alugado la, 08:00 horas da noite. Viu! CLAUDIO: C ta aonde, amigo? CARLINHOS: Tou aqui em casa. CLAUDIO: Ento se apronte ai logo, cara. O DEMOSTENES ta chegando la pra gente ir la na casa dele, uai! CARLINHOS: Pera ai, uai! Ele no chegou ainda. CLAUDIO: Ele j deve ta pousando agora. (ENCERRADA) 02/06/2011 18:20:56 (fls. 445, volume 3)

DILOGO CARLINHOS: E ai, doutor! Chegou? DEMOSTENES: Cheguei. J tou aqui perto da pecuria. Dentro de uns quinze, vinte minutos, depende do trnsito, to chegando em casa. CARLINHOS: Ta bom. Vou chamar eles pra ai ento. Um abrao. DEMOSTENES: Ento falou! Um abrao. (ENCERRADA) 02/06/2011 18:20:56 (fls. 445, volume 3)

27.

Em outros dilogos captados entre os dias 12 e 13 de

julho de 2010, o Senador Demstenes Torres aparece cuidando de assuntos da Delta com o Governo do Estado de Gois. Pelos dilogos captados entre Carlinhos Cachoeira e Cludio Abreu, a Delta estaria tendo dificuldade na conduo de um contrato em razo de o Governo ter dado preferncia Queiroz Galvo e Odebrecht, que, por isso, queriam comandar o processo. Foi nesse contexto que se sucederam os dilogos:

CARLINHOS: (..) me escuta, no melhor a DELTA sair fora desse trem no, CLAUDIO ? Ns tamo fazendo mdia com DELTA ai, eu no tenho compromisso nenhum com DELTA, no, CLUDIO: Que que que voc t falando? O que que ? CARLINHOS: Eu no tenho compromisso nenhum com DELTA, cara, eu pego e tiramo a DELTA, fala com o MARCONI ele pega e tira a DELTA, sem problema nenhum, voc deixa esse HERALDO ai tomar conta do nossos negcios (INAUDVEL) eu tiro a DELTA, entendeu ? No tenho compromisso nenhum com DELTA, tenho compromisso com voc, com DELTA no tenho nenhum, entendeu ?


21 CLUDIO.. Uai, eu no t entendendo, no t entendendo porque voc t falando isso ai, sinceridade, cara. CARLINHOS: (INAUDVEL) ele ia cobrar pedgio do pessoal, j no aconteceu, depende se o pessoal for, ns somos os ltimos, j tem o pessoal da ODEBRECH mandando, todo mundo mandando e a gente aqui escutando, por que ? Porque voc pe o HERALDO incompetente l, entendeu ? E o que que eu t fazendo com DELTA, cara? (...) CLUDIO: (..) o cliente ai que colocou a ODEBRECH e a GALVO, cara, na histria, voc sabe ( ...) agora os caras to botando as manguinhas de fora, achando, achando que como o cliente botou eles, agora eles mandam igual a ns, s que ns j falamos, o parceiro ai do lado ai, j me falaram que ele falou uma cagada, que no podia ter falado o nome do DEMSTENES, ele falou o nome do DEMSTENES na reunio, ento ns tvamos falando que o dono do negcio um scio oculto, ai foi e falou que era o DEMSTENES o dono do negcio ai foda, n amigo? (.-) Encerrada. 12/07/2011 22:03:33 (fls. 724, volume 4)

DILOGO (..) CLUDIO: (..) e amanh eu vou nessa reunio l e falei claro pros caras da GALV O, pau no c deles, rapaz, quem t pilotando esse trem aqui ns, agora se eles tiver achando ruim, eles vo l no MARCONI e fala.. 'MARCONI, ns no queremos a DELTA, mas at o MARCONI virar pra ns e mandar ns quem t mandando nessa bosta aqui ns com vocs, no eles no, caralho." CARLINHOS: O maior problema que voc que tinha que t na reunio, ai voc pega o HERALDO que no sabe bosta nenhuma, e pe no negcio, treme todo, caga todo (..). (.) CLUDIO: (..) agora depende de vocs, o cliente ai e voc, falar "ns vamos sozinho, s ns? Ou vamo carregar essa DATA TRAFICC ai?" oc que tem que saber, p. (..) ENCERRADA" 12/07/2011 22:09:08 (fls. 725, volume 4)

DILOGO CARLINHOS: Oi. CLUDIO: CARLINHOS, t lendo a mensagem aqui, cara, no t entendendo o que essa sua briga aqui com ns, no, uai (..) ai o WLADIMIR pediu pra mim nomear um pessoa aqui pra ficar full times


22acompanhando os projetos (..) eu j falei que vou botar um engenheiro acompanhando os projeto que tem (..) a DELTA e o SCIO OCULTO que t querendo liderar o processo, isso que ns vamo falar. (.) CLUDIO: Pode deixar que amanh eu vou t l na reunio eu que vou falar isso ai, eu que vou falar, se eles achar ruim, eles vo l e fala com o MARCONI e com quem eles acha de direito (..) que o negcio o OCULTO t com a DELTA, que o OCULTO quer ficar com a DELTA e acabou e ns somos o lder do processo, se tiver alguma coisa ao contrrio, que eles vo ento no NMERO UM e resolva com eles, mas a posio nossa, e o NMERO UM chame ns se for diferente. (..) ENCERRADA 12/07/2011 22:16:27 (fls 725, volume 4)

DILOGO (.) CARLINHOS: Doutor, t recebendo uma noticia aqui, daquele negcio do ENTORNO l, vou largar de mo daquilo, viu? DEMSTENES: Que que o trem ? CARLINHOS: A ODEBRECH falou l que tem acordo com todo mundo, viu ? Eles que mandam, eles quer ser o lider, ai eu falei pro cara aqui agora, eu vou abrir mo, viu ? DEMSTENES: L do ENTORNO? CARLINHOS: , avisa o MARCONI, viu ? A ODEBRECH aquela outra l, a QUEIROZ tambm. Ai avisa eles que eu larguei de mo, vou largar de mo desse governo tambm, viu ? DEMSTENES: Tem que largar mesmo, isso ai um escumungado CARLINHOS: (..) liga e j devolve tambm o DETRAN, no quero saber de DETRAN tambm no, ele faz o que quiser com o EDIVALDO, viu ? Agora eu sou solto. ENCERRADA 12/07/2011 22:26:28 (fls. 726, volume 4)

DILOGO (..) DEMSTENES: O telefone dele esta desligado. Deixei recado com o ajudante de ordens, o TENENTE POLIDORIO. A disse que ele j foi pra casa... pedi pra ele me ligar. Assim que ele me ligar eu te ligo. Mas eu acho que tem que endurecer mesmo, porque ele semvergonha. Voc entendeu? Seno manda ele pra puta que pariu. Ou cumpre ou no cumpre.

J91._MINISTRIO PBLICO FEDERAL

23CARLINHOS: Fala pra ele que eu desembarquei hoje, viu? Pra ele tomar conta a. Faz o que ele quiser com o EDVALDO. DEMSTENES: Ta certo. Falou. Assim que ele ligar, eu te ligo a. (..) 12/07/2011 22:30:41 (fls. 727, volume 4)

DILOGO (..) CARLINHOS: Oi Doutor. DEMSTENES: Fala Professor. Olha, o homem foi num enterro em BRASLIA a, da tia da VALRIA. Ele vai voltar daqui a pouco, mas j adiantei pelo telefone pra ele. A o seguinte: Na hora que ele der a resposta que vai dar, que ta tudo certo. Mas voc no encontra com ele no, voc fica uns dois, trs dias corrido dele. Porque seno, cada dia ele vai fazer uma molecagem, entendeu? To esperando ele chegar para poder falar com ele. No encontra com ele de imediato no, falou? CARLINHOS: No, ta bom... beleza. Chegando em GOIANIA voc me liga. DEMSTENES: Ta. No... Eu to em GOIANIA, ele que... falei pra ele na hora que ele chegar ele vai me ligar. A eu vou falar com ele, voc da um costeio nele, seno todo dia agente tem que sofrer do corao por causa dele, u. CARLINHOS: Exatamente. Pode deixar. Obrigado. DEMSTENES: Falou... um abrao. (.) (ENCERRADA) 13/07/2011 11:45:07 (fls. 728, volume 4)

DILOGO (--) CARLINHOS: Oi Doutor. DEMSTENES: E a... Voc esta na sua casa? CARLINHOS: To nada. To aqui em Braslia. Pode falar a que eu no escutei nada. DEMSTENES: Beleza. Ento o seguinte: Eu to indo pra l, e depois eu te aviso. Mas ele te ligando, voc no deixa nem o WLADIMIR ligar... .... atender, falou? D um costeio nele seno... sempre a mesma coisa. CARLINHOS: Tranquilo, viu? (..) (ENCERRADA) 13/07/2011 14:26:55 (fls. 729/730, volume 4)


24 DILOGO CARLINHOS: Oi Doutor. DEMSTENES: O seguinte... Cabei de falar com ele, a: .. o negcio ta tudo errado e tal, e eu falei: No... depois que voc me falou, eu j tomei providencia, j tirei o sujeito da jogada. Quem vai coordenar isso agora... ... vou chamar o GIUSEPPE VECCHIO(?? inaudivel)" e o JULINHO... Ns vamos fazer em comum acordo, ta tudo certo... tem que ter parceria que grande demais, mas a palavra t dada, esse sujeito t afastado e jogou tudo nas costas do sujeito. Foi que eu pedi para falar com voc, mas no, ele no ta falando comigo no... ele ta com raiva porque disse que eu e voc tamo em conluio a. Ento voc tem que... ... chamar isso... olha ele falou: Vou chamar o EDVALDO... falou: Olha, ele me disse que vai pedir pro EDVALDO pedir demisso. Ento, ele vai chamar o EDVALDO l agora. Voc podia chamar o EDVALDO e falar: No... O senhor acerta com ele l que eu to orientado a pedir demisso... No d corda no, entendeu? Ele veio aqui eu falei: No, eu no vou... eu no to... Ele pediu para falar com voc mas no ta me atendendo no. Liga para o WLADIMIR, e ele: No, no vou ligar pro WLADIMIR, vou ligar no. Vou ligar pro EDVALDO. A voc manda de volta pra (inaudvel) dele. Fala que voc ligou e mandou ele pedir demisso. Se ele no resolver, ele obrigado a pedir demisso. CARLINHOS: , ento ta bom. Vou falar com ele. DEMSTENES: Ento falou, um abrao. Mas pelo que vi l, ta certssimo. Mas tem que ver. Se vai sentar com voc e mandar coordenar o trem l. Vai tirar o cara l e por os daqui. CARLINHOS: Excelente ento. Um abrao e obrigado. (ENCERRADA) 13/07/2011 14:54:16 (fls. 730, volume 4)

DILOGO (.) CLUDIO: (...) no pra tocar no assunto ento? CARLINHOS:No, no pra tocar no assunto, falar superficialmente j, porque acho que o mesmo grupo que vai t l depois, ele falou que o processo ele mandou paralizar, que tudo conversa fiada, que quem vai tocar o processo agora ele, via VEC, via o JULINHO ai, e que eu que vou dar as cartas, t? CLUDIO: Mas eu toco nisso aqui na reunio aqui, no, n ? CARLINHOS:Eu acho que no, se no vai ofender at o menino ai, o FERNANDO, entendeu ? No precisa falar isso ai, s pra voc saber, agora, na hora da reunio ai voc fala que a CRT tem 25 e a DELTA tem 25, que vamos ns juntos, os dois, t ? () ENCERRADA 13/07/2011 16:23:48 (fls. 734, volume 4)


25

28.

Tambm nos contratos da Delta com a Prefeitura de

Anpolis aparece a interveno do Senador Demstenes:

DILOGO (..) CARLINHOS: Bom, eu fiz uma proposta boa aqui , v se voc faz l, esse d 500 de entrada e assim que eu assinar o contrato, 500 -, por ms ne ? Subsequente, assim que eu assinar o contrato com o municpio eu liquido de uma vez pra eles me dar quitao, entendeu? RAUL: rapaz a gente tem s que pensar como que a gente vai desvincular uma coisa da outra, entendeu ? Porque se eles vincularem uma coisa com o outra, eles vo achar que mais vantagem pra eles ficar com o contrato com a prefeitura, isso que a gente precisava desvincular. (..) RAUL: (...) vai assinar o contrato quando ? Qual o prazo pra fechar esse assunto com a prefeitura? CARLINHOS: Deixa eu falar o que que t acontecendo, o DEMSTENES sentou com o PREFEITO aqui em GOINIA hoje, que vai ter uma, e j foi conversado isso ai, ele j deu OK, e o MINISTRIO PBLICO, vou at te mandar a carta depois, j questionou a procuradora l, pra usar aquela lei onde eles do o desconto, entendeu ? Ento tem uma burocracia nessa meio ai, sabe ? Entendeu ? Porque agora engrenou de vez. (..) ENCERRADA 08/07/2011 16:58:23 (fls. 687/688, volume 4)

RESUMO RAUL diz que tera-feira estar em GOINIA. CARLINHOS pergunta se RAUL conversou com a DELTA. RAUL diz que conversaram e que est esperando resposta. CARLINHOS diz que PACHECO quer contrat-lo. 08/07/2011 17:02:20 (fls 688, volume 4)

RESUMO CARLINHOS pergunta se DEMOSTENES j conversou com o PREFEITO de ANPOLIS. DEMOSTENES diz que ainda no. 08/07/2011 17:19:42 (fls 689, volume 4)


26 RESUMO CARLINHOS diz que o PREFEITO o est esperando. RESUMO DEMOSTENES diz que est marcado para amanh 10 da manh. CARLINHOS diz que para ele no esquecer do recebimento da conta e que da QUEIROZ GALVO e que CLAUDIO a comprou. 08/07/2011 17:37:12 (fls. 689, volume 4) DILOGO DEMSTENES: Fala Professor. CARLINHOS: Fala Doutor. E ai? Teve com o PREFEITO? DEMSTENES: Tive... Ele saiu daqui agora... o seguinte: Ele disse que no tem dinheiro pra pagar o trem l. (Inaudvel) nem na hora que eu no tenho dinheiro. ... diz que topa jogar 50% num precatrio, os outro 50 (cinqenta) v como que , e vai conversar direitinho l que... eles arrumam uma maneira de encontrar, mas fora ele disse que no tem, que at o CLAUDIO j tinha... ele relatou a conversa que teve com o CLAUDIO e falou: , se eu pudesse eu faria. Ento ficou mais ou menos... ... assim, ele pediu pro CLAUDIO voltar a falar com ele de novo. Mas, v s... disse ele.... j deu um desconto, j inflacionou, mas no tem como tirar... ... por ms tanto, que eu to no fim da minha gesto e preciso ganhar a eleio. CARLINHOS: . Ta. Ele s quer graa. DEMSTENES: . E outra coisa que ele me pediu e a voc que vai avaliar... se vale a pena ou no... ele quer fazer um parque ecolgico l no lugar onde tem um buraco. Certo? Pediu pra eu arrumar o dinheiro pra ele. Falei pra ele que precisava ento que ele passasse, que ele desse... ... preferncia pra vocs. Ele falou que topava. A voc v se vale a pena ou no. CARLINHOS: Ento ta bom. Agente volta a falar. O ROBERTO ta ai... S pra falar com ele, com voc... Na hora que voc tiver com ele, voc me liga pra eu chamar ele. DEMSTENES: O ENIO vai chegar de noite. CARLINHOS: Amanh ento, n? DEMSTENES: . Acho que vai ser amanh. Eu te aviso a. Falou? CARLINHOS: Ento ta bom. Um abrao. (..) (ENCERRADA)" (Grifos acrescidos) 09/07/2011 11:25:11 (fls. 692, volume 4)

DILOGO CARLINHOS: (...) aquele contrato l de ANPOLIS, l, , vocs terceirizaram l pra aquela empresa, n ? CLUDIO: Cara, parece que t dando um pau l, bicho. (inaudvel) foda viu ? Eu vou me inteirar pra saber como que t


27CARLINHOS: (...) ele conseguiu l, t trazendo amanh e o, quem t criando caso pra assinar agora o menino seu l, bom olhar pra ns. CLUDIO: Que menino meu ? CARLINHOS: O LVARO, ele j conseguiu destravar l na PROCURADORIA. CLUDIO: (...) ns temos que receber, t com 3 medies l deles l, cara. CARLINHOS: No, e eu quero falar com oc tambm, o DEMSTENES falou com o prefeito ontem l, ele falou que pode pagar metade, metade precatrio, ele falou que voc ia falar com o PREFEITO amanh ns precisamos resolver isso amanh porque ns temos que fazer uma proposta depois de amanh, entendeu ? (..) CLUDIO: Pois , mas pagar o que ? O da QUEIROZ GALVO ? CARLINHOS: rapaz, a QUEIROZ GALVO quer 4 e 500, eles vendem o negcio, ns tem que fazer essa proposta depois de amanh, se a gente pega 10 vista e o restante em precatrio, igual ele t querendo ? Entendeu ? A gente ganha a metade, mas tem que fazer a proposta depois de amanh (...) ENCERRADA." 10/07/2011 21:13:45 (fls. 698, volume 4)

DILOGO "CLUDIO: Vou abrir a guarda pra ele pra ele fazer at em quatro vezes, quatro de 2500. CARLINHOS: E ele ? CLUDIO: Falou que no d conta, que o dinheiro do asfalto, que ele quer pagar o asfalto que ele quer fazer isso, que quer fazer aquilo, e ele queria que eu acertasse com ele o tapa buraco, falei pro c, cara, uma presso do caralho falei "eu no dou conta de dar 10 mil pro c, ANTNIO", "ah, ento eu vou largar l", falei "bom, se voc largar l, ai depois voc no vai reclamar, ento das medidas minhas tambm, que ai eu vou te sacanear", arhg, voc tambm fica ai", "no uai, eu t falando pro c que no tem jeito eu vou negar pro c?" o tapa buraco no tem jeito mesmo, porque t uma bosta aquilo ali e do outro que a chance dele levar dois, ai eu fiz a proposta pra ele, se ele pagar em duas ele leva um em uma e se ele pagar em 4, ele leva quatro de 500. CARLINHOS: E ele? CLUDIO: Ah, ficou resmungando e falou que no dava conta, ento por isso que eu falo pra voc, eu acho que tinha que chamar, botar o professor, eu e o professor junto com ele, que que fui falar com ele: "p o ANTNIO, o cara falou com voc, cara", 'falou, p" e eu justifiquei pra ele e ele pegou e porra, 'pra mim ele falou que tem jeito, cara, que d pra voc pagar", "ah no d CLUDIO, ele falous


28pra mim que no d", eu argumentei com ele, falei "no, ento eu acho que ns temos que encontrar ento, que ai eu tenho certeza que vai arrumar a sada e eu t num beco sem sada que eu comprei essa dvida n ANTNIO, essa dvida agora da DELTA, porra." CARLINHOS: E ele ? CLUDIO: Ele falou "voc tambm n CLUDIO?" ficou me gozando, n ? Por que que eu comprei a dvida. CARLINHOS: Mas no abriu nem a possibilidade de negociar? CLUDIO: No, eu acho, eu acho, igual eu falei pra voc, eu falei pra ele: "vamos combinar de encontrar com o DEMSTENES?, Vamos ns trs tratar disso ? encontrar o SARA?", "Uai, pode marcar, no tem problema no, pode marcar". CARLINHOS: Ento, fudeu, ento falou. CLUDIO: Outra coisa, , ele t querendo fazer mdia com o juiz l, que diretor da ANAPOLINA, ai eu liguei pra ele, e ele t querendo fazer a mdia pra mim ajudar l na CLD ANAPOLINA, entendeu ? CARLINHOS: No, mas no ajuda nada no, CLUDIO, ele no te ajuda, vai ajudar ele pra que ? CLUDIO: No, falei pra ele no vou ajudar por causa daquele trem l que entrou l aquela ao contra mim l, porra, bloqueando, pedindo pra bloquear o dinheiro. () ENCERRADA" 11/07/2011 22:21:56 (fls 712, volume 4)

29.

Na conversa do dia 9/7/2011, s 11:25, alm de

transmitir a conversa que teve com o Prefeito de Anpolis, o Senador Demstenes anunciou a Carlos Cachoeira a possibilidade de um novo contrato, desta vez mediante recursos obtidos pelo prprio Parlamentar, que, no entanto, condicionou a obteno dos recursos contratao da Delta para a execuo dos servios. 30. Cuida-se de fato de especial gravidade, que precisa ser

rigorosamente apurado, constituindo evidncia de que o Senador tambm dispunha da sua atividade parlamentar em proveito da empresa de que seria scio oculto. 31. H tambm outro contexto bastante enigmtico que

envolveu algum interesse a ser concretizado no Estado de Santa


29

Catarina. Em vrios dilogos os interlocutores referem-se a encontros com nio Andrade Branco' que seriam intermediados por Demstenes Torres, e com Norberto Rech, funcionrio da ANVISA, gerente geral de medicamentos e farmacutico bioqumico da Universidade Federal de Santa Catarina. Ao que tudo indica, o interesse do Senador Demstenes Torres e Carlos Cachoeira tem a ver com a atividade de medicamentos 6 . Confira-se os dilogos mais relevantes:DILOGO DEMSTENES: Fala professor! CARLINHOS: Doutor, aquele negcio daquele rapaz do ENIO que trabalha na ANVISA, p. Podia por ele com o WLADIMIR ai pro WLADIMIR olhar nossas coisas com ele. O tal de RECH. (Encerrada) 14/04/2011 10:01:08

DILOGO DEMSTENES: , professor! T ouvindo a? CARLINHOS: r ouvindo. Aquele... o NORBERTO... voc teve com ele ontem pra olhar aqueles trem que eu te pedi. DEMSTENES: Tive com ele e ele me disse o seguinte: ele quer fazer com vocs uma coisa at melhor. ... quer fazer uma agenda programada. C vai pegar tudo o que c tem que vai ser renovado enio Andrade Branco foi Presidente das Centrais Eltricas de Gois, tendo sido afastado do cargo em razo de suspeita de, no exerccio do cargo, ter beneficiado a empresa Ecoluti Tecnologia e Servios Ltda. Segundo informao extrada da internet, Enio Branco exerceu as seguintes atividades: Presidente: nio Andrade Branco - 14 de maro de 2011 Bacharel em Direito pela UFSC Membro da equipe econmica da Prefeitura de So Paulo Presidente das empresas CELG Distribuio, CELG Gerao e Transmisso e CELG Telecom e Solues Presidente e Diretor de Relaes com Investidores da Holding CELGPar - Companhia CELG de Participaes S.A. Diretor Econmico-Financeiro e de Relaes com Investidores da CELESC Diretor Econmico-Financeiro e de Relaes com o Mercado da TELESC Secretrio de Estado de Comunicaes de Santa Catarina Subchefe da Casa Civil de Santa Catarina De acordo com um udio captado no dia 28 de maro de 2011, s 20:02:26, entre o policial militar Idalberto Matias de Arajo e Paulo Abreu, Carlos Cacheiro seria scio da VITAPAN, sediada em Anpolis, que seria associada da Tento e da Neoqumica. No site da VITAPAN h o seguinte histrico da empresa: "A Vitapan foi Fundada em 1977, em So Joo do Meriti, no Estado do Rio de Janeiro. Na poca ela era conhecida como Instituto Teraputico Vitapan e suas atividades consistiam em comercializar produtos farmacuticos produzidos por Laboratrios Nacionais. Em 1990 a empresa, j como indstria, foi transferida para o Distrito Agroindustrial de Anpolis-GO e em abril de 1999, sob novo comando, passou por uma reestruturao geral a fim de se adequar s necessidades de um mercado cada vez mais exigente e competitivo, garantindo assim bases slidas para o seu retorno.-

MINISTRIO PBLICO FEDERAL 30

j vai comear a tocar agora. Isso coisa at do ano que vem pra o qu? Pra no ter esse negcio de na hora que chegar ficar atrapalhado. C entendeu? E o que que eu disse para ele? Que voc tem uma possibilidade de montar uma indstria l em SANTA CATARINA. Certo? A alimenta essa esperana no sujeito a e vai tocando o bonde. Vou falar pra ele receber o WLADIMIR, falou? CARLINHOS: A hoje ele vai com... ele... o WLADIMIR t indo l hoje. A o ADRIANO vai com ele, entendeu? Ai j v tudo! DEMSTENES: Vou pedir. Mas a isso! J faz a agenda programada sem...ento o que ele t... o ADRIANO j marcou ele? Ou eu preciso marcar? Que se o ADRIANO j marcou eu s ligo pra ele pra dizer isso tudo... que ns falamos. Que ele tambm props. CARLINHOS:No, no. Marcou, no. C que tem que marcar a. Ele t indo agora tarde... a o ADRIANO j pega e leva tudo pra ele. Marca a depois do almoo pra eles encontrarem. Seria bom eles almoarem juntos. Entendeu? Tem que levar pra esse lado a. DEMSTENES: T. Eu vou marcar l. Falou? E te ligo. CARLINHOS: A olha o ENIO l olhar nosso lado l em SANTA CATARINA, n. DEMSTENES: T. Ok. .. vamos falar! s vezes melhor at ir l. Pegar um avio e ir l. CARLINHOS: Ento, t. Obrigado a. C marca com o NORBERTO e me fala. DEMSTENES: Um abrao. Tchau. (Encerrada) 14/04/2011 10:01:37 DILOGO CARLINHOS: , doutor! DEMSTENES: O NOBERTO t esperando os dois l s duas da tarde. Eu falei pra ele que j tinha conversado com ENIO BRANCO e que a empresa est disposta a montar uma unidade l em SANTA CATARINA. Ento fala pro WLADIMIR dar corda nisso a e depois ns descemos l em SANTA CATARINA e falamos com o ENIO, falamos com ele. C entendeu? Faz um acerto mais amplo. Entendeu? CARLINHOS: No, excelente doutor! Obrigado! DEMSTENES: D corda na indstria de SANTA CATARINA, falou? CARLINHOS: Ok. Como que t aquele... ontem eu no escutei direito o negcio do.. do... do... DNPM. Como que ficou? DEMSTENES: DNPM o cara t viajando e s volta dia vinte e cinco. Ento, ns podemos s marcar audincia a partir do dia vinte e cinco. E que eu j pedi l. Despedem-se. (Encerrada) 14/04/2011 10:11:06


31

32.

Alm das situaes j descritas, h outra, de ntido

contorno delituoso, que pode tipificar, em tese, o crime de advocacia administrativa. 33. O Senador Demstenes, valendo-se do prestgio do cargo,

intermediou interesses de Carlos Cachoeira perante a ProcuradoriaGeral de Justia de Gois, chefiada por seu irmo, Benedito Torres: DILOGO CARLINHOS - doutor DEMOSTENES - fala professor, voce me ligou? voce me ligou, professor? CARLINHOS - liguei, voce falou com seu irmo? DEMOSTENES - de novo no, vou encontrar com ele pessoalmente CARLINHOS - h t, deixa de falar, l no DAE de Anaplis tem aquela empresa de carros l que prestadora de servios, e l s pode industria ...e aquele malandro,aquele malandro daquele cara l do (..) industrial ta ganhando um milho dele,para dar vinte alqueires para ele l, o cara t at com o BALDIA o BALDIA vai por o Ministrio Pblico, mas voce podia adiantar a, precisava de uma entrevista com o promotor l do jornal do BOTINA dizendo que vai entrar com o processo entendeu, sobre desse caso a DEMOSTENES - aquele negcio da GABARNO n? CARLINHOS - exatamente, precisava designar um promotor pra ler isso a DEMOSTENES - na hora, o de ANAPLIS, 0000 e tambm o seguinte,o problema que o BICA ,eu to sabendo dessa histria, fez um acordo com o tal de JOO FURTADO l ,pro JOO tomar conta dos casos, isso no pode acontecer n, no falei nada pra ele, (..) tem que, tem que ver a, era melhor chamar o BICA que o BICA resolve esse trem CARLINHOS - resolve nada, tem que atropelar ele, ele t na mo do JOO, quem manda nele o JOO e o JOO t ganhando dinheiro tambm, tem que ser via Ministrio Pblico, entendeu DEMOSTENES - ento vamo fazer, pode deixar que eu tomo conta disso ento,falo, vou ver como que faz isso, deixa isso a por minha conta ento que vou resolver, mas o BICA tem que ficar, tem que ficar , vou procurar, vou encontrar com meu irmo agora na hora do almoo, agora nos vamo almoar juntos e vou falar essa questo com ele falo CARLINHOS - manda ele l designar um promotor pra entrar com uma ao contra isso a, porque isso a parte do Ministrio Pbli municipal, entendeu, no precisa nem fica sabendo

33)_MINISTRIO PBLICO FEDERAL

32DEMOSTENES - verdade, pode entrar por l, pode entrar aqui tambm contra ato (....) CARLINHOS - exatamente, ta bom, um abrao DEMOSTENES - ento o negcio esse, o trem l comrcio e l reservado s para industria n CARLINHOS - pra ter idia, aonde eles esto l hoje atrapalha o trnsito inteiro e dez empregos que s gera prestadora de servios e l industria p,entendeu, e agora com o acordo com o (..) vo dar vinte alqueires de terra que o estado comprou a quatrocentos mil reais pra d pra eles, pra gerar mais dez empregos DEMOSTENES - no ok, deixa isso comigo,falo CARLINHOS - um abrao, doutor obrigado DEMOSTENES - um abrao, tchau ligao encerrada 16/05/2011 12:57:43 (fls. 372)

DILOGO () CARLINHOS: doutor. DEMSTENES: fala prof .. CARLINHOS: e a? DEMSTENES: ah, tratei com ele daquelas duas questes, diz que vai resolver falou? CARLINHOS: ah ta, outra coisa o seguintes, o da TEREZA l ta tudo ok viu? do... HILNER a amanh cedinho ta. DEMSTENES: ah ta bom professor brigado. Uma outra coisa que eu queria falar com voc, ... o negcio l da... da concesso, a Assemblia que vai emendar? CARLINHOS: no falar valor n? Questo de tributo. DEMSTENES: eu acho que o MARCONI que precisava mandar, pra evitar questionamentos futuros voc num acha no? Ele j manda direto, pra concesso, sem necessidade de ningum emendar, fica mais fcil. CARLINHOS: ah, eu acho que no... o cara sabe l, vai ser na segunda chamada, no meio l e pe. DEMSTENES: ah, ento beleza, se ele mandasse eu acho que era mais fcil pra evitar o vcio de origem n. Beleza. Eles podem questionar isso na JUSTIA. A voc olha. CARLINHOS: eu vou discutir isso com ele, n? Beleza. Voc pegou um currculo a que eu te mandei? DEMSTENES: no, no recebi nada no. Voc mandou por quem? CARLINHOS: o MANUEL, MANUEL... aquele currculo que eu te falei l de UBERABA, da minha prima, p. O MANUEL no te entregou no? DEMSTENES: no, deixa eu ligar pra ele aqui... t dentro do carro. Esse rapaz ele difcil, ele muito burro, sabe? Eu vou olhar aqui. CARLINHOS: no esquece de levar isso no. importantssimo l pra mim. Que t tendo vaga l, seno... voc consegue por ela l).),

361 4.,MINISTRIO PBLICO FEDERAL

33com ACIO... em UBERABA, p, a me dela morreu. irm da minha me. DEMSTENES: no, tranquilo. Deixa eu s ligar pro rapaz l. Deixa eu ligar pra ele e te ligo a. ... (encerrada) 16/05/2011 20:46:21 (fls. 375, volume 2, grifos acrecidos)

RESUMO DEMOSTENES diz que est olhando o negcio da GABARDO', empresa do DAIA. CARLINHOS diz que precisava de um promotor d uma entrevista no jornal." 20/05/2011 15:46:25 (fls 398, volume 2)

DILOGO "DEMSTENES: Fala professor. CARLINHOS: O jornalista foi entrevistar aquela IRMA 8 l de ANPOLIS, ela falou 'no, no tenho nada contra essa empresa aqui no', 'no vou fazer nada no' DEMSTENES: Vou ligar l, estranho hein? At hoje cedo foi ligou de novo l na minha frente, eu vou, eu vou falar l, ok? CARLINHOS: T bom, p, mas um absurdo, a empresa de servio, p, prestadora de servio, de qualquer forma eles iam comprar o terreno l, l s tem indstria, gera 10 emprego l, o Estado ofereceu 30 alqueires pra ele, ele pagou 600 mil reais em cada alqueires, a empresa ia comprar de qualquer forma esses alqueires, isso um absurdo. DEMSTENES: Eu vou ligar l ENCERRADA 06/06/2011 17:00:45 (fls 466, volume 3)

DILOGO DEMOSTENES: Fala, professor! CARLINHOS: Conseguiu falar com ele? DEMOSTENES: To esperando um retorno. J deixou recado la. CARLINHOS: Ento ta bom, brigado! DEMOSTENES: Um abrao. Outra coisa, a mulher la ta investigando o trem. porque ela no gosta de dar entrevista. CARLINHOS: Ha ta! Ento ta! (DESPEDEM-SE) (ENCERRADA) 06/06/2011 19:44:19 (fls. 469. volume 3)Os interlocutores referem-se a Sergio Mario Gabardo, scio da empresa GABARDO, que tem por atividade o transporte de cargas. Tem sede no Rio Grande do Sul e filiais em vrios Estados, inclusive na cidade de Anpolis. Aparentemente Irma Pfrimer Oliveira.


34

34.

Como contraprestao, h indcios de que o Senador

Demstenes Torres recebeu dinheiro, presentes e outras recompensas, como transporte em avies particulares, vinhos pagos pela Delta, dentre outras vantagens. 35. Em dilogos captados entre os dias 22 e 23 de maro de

2011, entre Cludio Abreu, Geovani Pereira da Silva 9 , Carlos Cachoeira e Rodrigo, referido o valor de R$ 1.000.000,00 (um milho de reais) que teria sido entregue ao Senador Demstenes Torres: DILOGO CLUDIO ABREU: GEOVANI GEOVANI: Pode falar CLDIO ABREU: Eu te) vendo aqui o que pagou em fevereiro aqui, pagou pra voc 5.530. Era pra voc colocar 4.977. T faltando aqui um saldo de 1.171, mais o 1 milho que aquele trem l pra traz. Aquele l que vocs j usaram que o CARLINHOS reteve. Ento, voc t me devendo 2.172 aqui na minha conta cara! O 1 (um milho) que o CARLINHOS t usando mais esse 1.172 GEOVANI: Ento, mais tem aqueles 600 e o 173 u, que "mand" eu passar! CLDIO ABREU: Eu j descontei Dr. 1.972.000,00 menos 801.000,00. Voc descontou aqui 600 mais 173, mais duas de 20 do JOO, mais uma de 20 para um rapaiz ai, d 801. 1.972 menos 800, vai ficar 1.171. GEOVANI: Justamente, menos um (um milho) que ele t usando CLDIO ABREU: Menos um no cara. Esse menos um l pra trs. Voc j descontou ele rapaiz. Voc t doido. Agora vai descontar mais um milho GEOVANI: No moo. No descontou no. Esse um ele t usando j faz dias j uai. Voc sabe disso? CLDIO ABREU: Eu sei amigo, esse um ele t usando desde outubro do ano passado. Foi das contas do ano passado cara, que ele reteve 1.000.000,00 (um milhao) e no devolveu! Agora esse ai, foi que eu paguei pra vocs agora em fevereiro GEOVANI: No, CLUDIO. um seguinte: aquele 1.000.000,00 (um milho) que descontou aquela vez outro. Ele t usando 1.000,000,00 desse agora. Por isso que toda vez t dando essa divergncia CLDIO ABREU: Ento ele segurou 2.000.000,00?

Contador de Carlos Cachoeira.


35GEOVANI . 1 ele que t usando e aquele 1 daqueles negcios que tavam pagando l da outra vez u. Entendeu? No foi pra ele, aquele l pagou no sei pra quem. Agora esse um ele que t usando. GLDIO ABREU: Pois , eu no tenho haver nada como isso no !!! Pois , ele j t retendo mais 1.000,000,00 meu ai? GEOVANI: uai, ele disse que j tava conversado com voc uai. Ele falou isso pra mim. Encerrado 22/03/2011 11:04:37 (fls. 54, volume 1)

DILOGO GEOVANI: Ou. CLUDIO ABREU: Aquele um milho l de traz, ele segurou para ajudar ele, um negcio do DEMSTELES ai. Agora ele reter mais um milho, eu estou tentando falar com ele, no estou conseguindo. Ele reter mais um milho. GEOVANI: Foi, uai. Isso ai j invem de vrios meses j, uai, que dele mesmo, que j tinha conversado com voc, entendeu? CLUDIO ABREU: Eu sei doutor, e agora ele reter mais um milho? GEOVANI: No, mais no foi agora, j invem a alguns meses. isso que eu estou te falando. Por isso que toda vez, est dando esta divergncia. Ai aquele dia, que eu estive ai, , voc falou que no podia baixar esse milho porque seno o PACHECO ia te dar uma ferroada. Voc lembra, ns tava l na sua sala? CLUDIO ABREU: No, GEOVANI. Voc vem para c amanh cedo, para a gente resolver isso. Eu estou tentando falar com ele. GEOVANI: No beleza, se voc quiser eu vou at agora, no tem problema. CLUDIO ABREU: Agora no tem jeito porque eu estou saindo. GEOVANI: Ento beleza, ento. (Encerrado) 22/03/2011 11:08:21 (fls. 55, volume 1)

RESUMO CARLINHOS fala do Milho que era do DEMSTENES. CLAUDIO fala que aquele j colocou na conta do DEMOSTENES. Fala que pro DEMOSTENES deu 2 milhoes e ele tres milhoes e 100 mil. Discussao sobre o milhao. 22/03/2011 11:18:00 (fls. 55, volume 1)

DILOGO GEOVANI: Ou.


36CARLINHOS: No, alm daquele um milho. Ele concorda com o um milho, entendeu? Voc lembra, era dois e cem dele, naquela campanha. (...) Ele falou que esse um, alm desse um, tem mais um. Voc tem que falar para esse imbecil aqui, falar sobre isso. GEOVANI: No, beleza, ele falou para mim ir amanh cedo. Porque eu devo um e oitenta e cinco hoje para ele. o que tem de dbito. S que tira um eu fico devendo oitenta e cinco, entendeu? (Encerrado) 22/03/2011 11:23:13 (fls. 56, volume 1)

DILOGO CLUDIO ABREU: GEOVANI, eu j marquei com o RODRIGO e com a DENISE. Eu estou te aguardando. Traz ai, os valores que voc repassou para ele tudo certinho, ok? GEOVANI: Eu estou saindo daqui agora, eu estou indo para ai t. CLUDIO ABREU: T. Foi a partir de quando que teve aquela reteno? Foi em novembro? GEOVANI: Foi na poca da poltica n, em outubro n. Ai acertou tudo, entendeu? O que eu devo ai para voc hoje, o que que ? Um milho e cento e pouco nas suas contas ai n. Na minha t dando menos um pouquinho porque eu mandei uma ordem de pagamento de cento e vinte e cinco, para a LINCE. Ento na minha t dando oitenta e poucos mil. S que um milho e oitenta e pouco que eu estou devendo, desse um milho e oitenta e pouco, ele est usando um. simples demais. CLUDIO ABREU: No, no est simples no GEOVANI. Eu no quero saber mais de ouvir falar desse um milho. A hora que voc chegar aqui a gente v isso aqui, com o RODRIGO. GEOVANI: T, eu C indo para ai j. (Encerrado) 22/03/2011 11:27:15 (fls. 56, volume 1)

DILOGO RODRIGO: Amigo. GEOVANI: Oi. RODRIGO: Os caras so doidos bicho. GEOVANI: Eu j estou indo para ai j n. Eles t complicando um trem, que no tem nada a ver entendeu? O saldo devedor meu hoje ai um milho (1.000.000) e pouco, entendeu? S que quem deve um o outro l, uai. Simples demais n. RODRIGO: Pois cara, o problema que ele no est entendendo. Eu tentei explicar para ele isso, ele no est entendendo. Ele fez um clculo que o seguinte, do que recebeu em fevereiro, , e ai, ai eu falei para ele, descontando tudo aquilo l, eu falei tem esse um que


37est retido. Ai ele no quer entender, porque esse um est retido ai. Esse um no era para estar retido mais. GEOVANI: No , mais agora mesmo eu estou ai. Voc lanou os cento e vinte e cinco l da LINCE? RODRIGO: Eu vou lanar tudo aqui agora (..) (..) (Encerrado) 22/03/2011 11:36:06 (fls. 57, volume 1)

DILOGO CARLINHOS: Fala, CLAUDIO! CLAUDIO: Eu to com os meninos aqui e eles mataram aqui, mesmo. aquilo que eu falei, CARLINHOS... Um milho do Professor, que voc pediu pra mim fazer... diluiu, j morreu. E mais um milho que voc reteve a que coisa particular sua... que o que voc tem que passar pra mim. O GEOVANI t me passando aqui agora. CARLINHOS: Que eu retive?... O que que eu retive? CLAUDIO: Um milho que ele t falando aqui, uai! Um milho do DEMSTENES: morreu! Aquele l ficou na minha conta. E um milho que voc reteve em Dezembro.... ... ele falou que voc tinha falado comigo... eu no lembro dessa conversa sua comigo, no. Mas voc no precisa falar comigo. CARLINHOS: Vai cagar, CLAUDIO. Voc t brincando, n? Vai cagar!.. Eu precisava falar com voc agora tarde. Vai ter um tempinho pra mim ou no? CLAUDIO: O "Vai cagar" t no viva-voz aqui. O GEOVANI vai falar proc porque ele que t me mostrando as contas aqui, u. Sou eu no! CARLINHOS: Vai tomar banho, rapaz! S porque eu vou te entregar naquele negcio do Copacabana Palace? CLAUDIO: Ah, vai tomar no c, CARLINHO! C t onde? Os meninos ficaram aqui. Agora que eu fui atender eles aqui. Ele t me passando aqui um negcio aqui... .... desse um milho que voc reteve aqui. No aquele do DEMSTENES que voc j torrou, no. o outro. CARLINHOS: ... vai cagar! (Encerrada) 23/03/2011 13:01:14 (fls 62/63, volume 1)

DILOGO (.) CLAUDIO: No, CARLINHO, bacana, mas eu to preocupado porque eu tenho que resolver isso aqui, cara, porque eu to cheio de pendenga. ... voc senta a com o GEOVANI, ento, e v isso aqui, cara. E eu tenho que pagar... (fala com outra pessoa: quanto que

......

i


38voc tem que pagar o ROSSIM(?))... ... eu tenho que pagar o ROSSIM(?) Um quatrocentos e quarenta, bicho! CARLINHOS: Deixa eu falar com o GEOVANI a!.. GEOVANI: Oi. CARLINHOS: No,... que histria essa a que "um" que eu to segurando de qu? GEOVANI: Ah, no ... aquele "um" que ns... que c falou que falou com ele e ns tamos segurando, u... Ah, porque eu to devendo pra ele aqui um milho e oitenta e seis. E na verdade eu s tenho os oitenta e seis, n. CARLINHOS: Mas...no to.. Mas esse um o do DEMSTENES, uai! GEOVANI: No, moo. Voc no lembra que... naquela poca l em outubro tava "dois e cem", a ns lanamos "um" dele e deu baixa aqui. E baixamos "um" que foi esse "um" aqui, uai! T dando a diferena de l pra c, uai! CARLINHOS: No, pera...s tinha "um" na pendncia que eu joguei pro DEMSTENES. (Ininteligvel)..que "um" que esse? GEOVANI: Uai, eu tenho que te mostrar aqui no caderno pra voc ver, u. CARLINHOS: Ah, c t brincando, uai! Cad o trem... leva l em casa agora, vamos ver! GEOVANI: Eu vou pra l agora. To indo l. (Encerrada) 23/03/2011 13:03:20 (fls. 63, volume 1)

RESUMO CARLINHOS diz que est com DEMOSTENES e discutem sobre o 1 milho. GEOVANI diz que tem que mostra pessoalmente pra CARLINHOS. 23/03/2011 13:06:13 (fls. 64, volume 1)

DILOGO GEOVANI: Ou! CARLINHOS: Que isso, moo! Eu t com o DEMS... (?). Eu acho um. Pediu prorrogao, no demonstra(?), uai. [Trecho incompreensvel.] 03h (trs horas) da tarde, no tem nada, uai. GEOVANI: No, eu t... ..., c t a no apartamento? Eu t indo pra, pra mim te mostrar, porque no adianta eu falar assim, n. CARLINHOS: Moo! Como, rapaz! Como que eu t segurando um. Esse um que t segurando a, era um que eu tava segurando desde l de trs, uai. GEOVANI: Num , CARLINHO. porque na..., naquela poca l, que fez o..., , o dele l, que lanou aqui, ..., tava com dbito de um e cem, ..., no caderno. Entendeu! Que era seu e tinha a pendncia


39de um dele. A, lanou uma aqui e nis baixam() um, que c falou que j tinha falado com o CLUDIO. Mas eu tenho que te mostrar isso, pra c v. CARLINHOS: Oh, GEOVANI, num faz isso comigo, no. Era um, era..., por exemplo o [Trecho incompreensvel] deu 2.100, o meu 3.100, era 3.100 a diferena. C lembra disso? GEOVANI: Uai, deixa eu ir pra, porque no adianta..., ..., eu tenho que te mostrar o..., as anotao aqui. Eu t indo pra. CARLINHOS: C t brincando comigo, GEOVANI GEOVANI: No, no t, no. T indo..., , t indo pra. (Encerrada.) 23/03/2011 13:06:13 (fls. 64, volume 1)

DILOGO CLAUDIO: Ontem, eu explodi e voc me comeu o rabo. Agora, no. Hoje eu to com a cabea fria. Agora eles me mostram tudo bonitinho. No proc explodir no. Tem que ver, p. CARLINHOS: CLAUDIO, o do DEMOSTENES tinha dado um e quinhentos e deu seiscentos. Dois e cem. No foi? E mais um que eu pedi para segurar. Trs e cem, uai! CLAUDIO: . No, CARLINHOS! Este do DEMOSTENES aqui eles j me mostraram, cara. Eu segurei. Eu segurou. Voc vem segurando desde a poca quando ele ganhou a eleio, depois que ele ganhou a eleio, que voc falou que ia segurar um milho. E eu num num acredito que at hoje nunca (Ininteligvel) com aquele buraco. At hoje eu no pedi na empresa. Ento eu fico com uma bola de neve que at hoje eu no cobri ele. Morreu o assunto. A agora vem os negcios segurou mais um milho, cara. A me fodeu. Eu no tenho, cara, como segurar. Eu tenho que cumprir os compromissos. Voc lembra aquele dia voc me emprestou um milho quatrocentos e quarenta adiantado. S que at cair na sua conta a pra repor e por isso que apareceu de novo, uai! CARLINHOS: Isso a erro.. deixa eu ver aqui, ento. Um abrao! CLA UDIO: OK! (Encerrada) 23/03/2011 13:07:58 (fls. 65, volume 1)

36.

Em dilogo no dia 22 de maro de 2011, s 11:18:00,

entre Carlos Cachoeira e Cludio Abreu, no degravado pela autoridade policial, expressamente referido que o valor de um milho foi depositado na conta do Senador Demstenes e que o valor total repassado para o Parlamentar foi de R$ 3.100.000,00 (trs milhes e cem mil reais).


40 37. Posteriormente, em julho do mesmo ano, foram captados

novos dilogos, desta feita entre o Senador Demstenes Torres, Gleyb Ferreira da Cruz e Carlos Cachoeira tratando da entrega do valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a Demstenes Torres, em sua residncia em Braslia:DILOGO (..) DEMSTENES: Fala GLEYB, e ai? GLEYB: To com um negocinho para entregar... queria ver com o senhor onde que agente pode... onde quer que eu leve. DEMSTENES: Ah ta, voc esta aqui em BRASILIA? GLEYB: To, to aqui em BRASILIA, no PIER 21, aqui. DEMSTENES: no SQS 309, Bloco G, Apartamento 503. Vem l pelas trs horas. GLEYB: Ta jia. SQS 309, Apartamento 513? DEMSTENES: Bloco G, Apartamento 503. SQS 309, Bloco G de gato, Apartamento 503. GLEYB: Ta timo. Ento ta. L pelas trs horas. DEMSTENES: Obrigado, abrao. GLEYB: Outro, at logo. (.) (ENCERRADA) 12/07/2011 13:36:00 (fls. 763, volume 4) DIALOGO (..) GLEYB: Oi CARLINHOS. CARLINHOS: NEGO, o problema o seguinte: Aqueles 20 mil l, voc deixa pra ele entregar aqui. GLEYB: Uai. Eu to aqui na porta quase da casa dele. Voc marcou pra mim pegar aqui. Voc quer que eu leve a? CARLINHOS: No... ... j ta a, j fala com ele inclusive dos trem a, ta? Ento ta bom. Voc conseguiu pegar a assinatura do MATEUS? GLEYB: Ele ta com o MARTINS desde de manh na ANAC, fazendo o trem, fui l duas vezes, a fui encontrar com o VALDIR, com o irmo daquele do... que trabalha naquele rgo e ele ainda no voltou. E a DONA CLIA ta pra ARGENTINA, chega no sbado. CARLINHOS: Ento, uai. Pega a assinatura dele e depois pega a dela. GLEYB: Ta ok. O... a reunio acho que vai ficar pra segunda-feira viu? Porque o menino esta viajando e chega na quinta... o SECRETRIO. CARLINHOS: Outra coisa, o seguinte: V pra ns a ento... ... pega do MATEUS a assinatura, e do IBRAHIM?


GLEYB: Fui l... ta dentro da engenharia... preciso ir l dentro fazer o... fazer a averiguao l dentro. CARLINHOS: Ento v, ento. Um abrao. (..) (ENCERRADA) 12/07/2011 15:09:43 (fls. 765, volume 4)

38.

H, tambm, referncia a avies particulares que foram

cedidos ao uso do -Senador Demstenes Torres. Confira-se os dilogos s fls. 265, 440 e 445. 39. Em dilogos registrados em agosto de 2011 os

interlocutores - Gleyb e Giovane - referem-se a transferncias bancrias para pagamento de presentes (fls. 1103 (08:45:37), 1116 (17:29:14), 1122 (18:03:16)), compra de vinhos de altssimo valor (fls. 1103 (11:45:25), 1125 (20:04:09), 1126 (20:16:42, 20:17:10, 20:14:51), 1127 (20:2*:52), 1130 (08:45:37), 1133 (14:45:25), 14:18:17), 1137

(16:15:59), e foguetes para a formatura da esposa de Demstenes Torres (fls. 122, 08:48:00". 40. H indcios de que os valores entregues ao Parlamentar

bem como os presentes e vinhos, foram pagos pela empresa DELTA. Essa fundada suspeita decorre da circunstncia de Gleyb Ferreira da Cruz e Giovanei Pereira da Silva serem as pessoas que cuidam do trnsito de dinheiro da empresa. 41. Os fatos noticiados configuram, em tese, os crimes de

corrupo, advocacia administrativa, prevaricao, dentre outros capitulados no Cdigo Penal. 42. Procurador-Geral da Repblica encaminha os autos dos

Inquritos Policiais ns 042/2008 e 089/2011 para que seja autuados como Inqurito originrio perante o Supremo Tribunal Federal.


42 43. A apurao dos fatos relativos ao recebimento de valores

e de presentes pelo Senador Demstenes Torres no prescinde da anlise da movimentao financeira do Parlamentar, da empresa Delta e das pessoas que procederam aos pagamentos. O exame das movimentaes bancrias dos envolvidos permitir um juizo de convico sobre a origem do dinheiro e o seu eventual destino ao Parlamentar. 44. Assim, requer o Procurador-Geral da Repblica que seja

autorizada a quebra do sigilo bancrio, no perodo de 1 de julho de 2010 a 31 de janeiro de 2012, do Senador Demstenes Lzaro Xavier Torres (CPF n 251.804.101-00), Cludio Abreu (CPF n 907.124.04104) Gleyb Ferreira da Cruz (CPF n 575.571.871-72) e Geovani Pereira da Silva (CPF n 319.166.001-15), para o qual sugere-se o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da comunicao do Banco Central s instituies financeiras, para que cumpram a determinao. 45. Para efetivao da medida, requer seja oficiado ao Banco

Central do Brasil para que:I - Efetue pesquisa no Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional (CCS) com o intuito de comunicar exclusivamente s instituies financeiras com as quais os investigados tm ou tiveram relacionamentos no perodo do afastamento do sigilo bancrio, acelerando, assim, a obteno dos dados junto a tais entidades.

II - Encaminhe em 10 dias Assessoria de Pesquisa eAnlise da Procuradoria Geral da Repblica - ASSPA/ PGR, observando o modelo de leiaute e a forma de validao e transmisso previstos no endereo eletrnico https: / / asspaweb.pgr.mpf. g ov. br, todos os relacionamentos dos investigados obtidos na CCS, tais como contas correntes, contas de poupana e outros tipos de contas (inclusive nos casos em que o investigado aparea como co-titular, representante, responsvel ou procurador), bem como as aplicaes financeiras, informaes referentes a cartes de crdito e outros produtos existentes junto s instituies financeiras.


43 III - Comunique imediatamente s instituies financeiras o teor da deciso judicial de forma que os dados bancrios dos investigados, bem como os dados cadastrais das contas relacionadas, sejam enviados diretamente Assessoria de Pesquisa e Anlise da Procuradoria Geral da Repblica - ASSPA/ PGR, no prazo de 30 dias, no modelo de leiaute e forma de validao e transmisso descritos no arquivo MI 001 - Leiaute de Sigilo Bancrio, disponvel no endereo eletrnico https: / / asspaweb.pgr. mpf. go v. br;IV - Informe s instituies financeiras que o campo "Nmero do Caso" seja preenchido com a seguinte referncia: "ASSPA#001-MPF-000577-30" e que os dados bancrios sejam submetidos ao programa "VALIDADOR BANCRIO MPF" e transmitidos por meio do programa "TRANSMISSOR BANCRIO MPF", ambos disponveis no endereo eletrnico https : / asspaweb .pgr.mpf. gov. br; V - Comunique s instituies financeiras que a ASSPA/ PGR est autorizada a requerer diretamente os documentos suporte das transaes financeiras realizadas no perodo de quebra do sigilo bancrio, bem como aqueles relacionados a cadastros e anlise de compliance. VI - Informe s instituies financeiras que os cadastros das contas investigadas (cadastro de abertura de conta, carto de autgrafos, documentos apresentados pelo correntista, etc) devero ser enviados ASSPA/ PGR, no endereo SAF SUL QUADRA 4 CONJUNTO C BLOCO B SALA 515 - BRASLIA-DF - CEP 70050-900. VII - Em caso de dvidas, o endereo eletrnico para contato com a Assessoria de Pesquisa e Anlise ASSPA/ PGR : asspagpgr.mplgov.br.

46.

Requer, tambm, que seja determinada a execuo das

seguintes diligncias:a) expedio de ofcio Prefeitura de Anpolis para que encaminhe cpia dos contratos firmados com a empresa Delta ou o consrcio firmado entre as empresas Delta Construes, Queiroz Gaivo e Odebrecht desde janeiro de 2009 at dezembro de 2011;

1.(51,MINISTRIO PBLICO FEDERAL

44 b) expedio de ofcio ANVISA para que encaminhe todos os procedimentos que tramitaram naquele rgo relativos empresa VITAPAN desde janeiro de 2010; c) expedio de ofcio ao Governo do Estado de Gois para que identifique todas as licitaes de que participou a empresa Delta desde janeiro de 2010; d) expedio de ofcio ao Presidente do Senado Federal para que encaminhe a relao das emendas ao oramento da Unio apresentadas pelo Senador Demstenes Torres no perodo de janeiro de 2009 at fevereiro de 2012; e) expedio de ofcio ao Departamento de Polcia Federal determinando que proceda integral degravao dos seguintes dilogos: 28/ 03/ 2011, 20:02:26 - Dad e Paulo Abreu 14/ 04/2011, 11:25:25 - Carlinhos e Wladimir 14/ 04/2011, 13:49:31 - Carlinhos e Wladimir 20/ 05/2011, 15:46:25 - Carlinhos e Demstenes 08/ 07/ 2011, 17:02:20 - Carlinhos e Raul 08/ 07/2011, 17:19:42 - Carlinhos e Demstenes 08/ 07/ 2011, 17:30:08 - Carlinhos e Demstenes 08/ 07/ 2011, 17:37:12 - Carlinhos e Demstenes] 11/ 07/ 2011, 22:21:05 - Carlinhos e Cludio 11/ 07/ 2011, 22:21:56 - Carlinhos e Cludio 12/ 07/2011, 13:35:35 - Gleyb e Demstenes 12/ 07/ 2011, 15:00:45 - Gleyb e Demstenes 12/ 07/2011, 15:52:29 - Gleyb e Carlinhos 13/ 07/ 2011, 16:05:29 - Carlinhos e Edvaldo 13/ 07/2011, 16:19:00 - Carlinhos e Wladimir 13/ 07/2011, 16:20:50 - Carlinhos e Cludio 13/ 07/ 2011, 16:21:24 - Carlinhos e Edvaldo 13/ 07/2011, 16:22:19 - Carlinhos e Wladimir 13/ 07/2011, 16:23:48 - Carlinhos e Cludio f) oitiva do Senador Demstenes Torres.

47.

Tendo em vista que os udios colhidos no curso das

investigaes contm indcios de crimes de suposta autoria dos Deputados Federais Carlos Leria, Sandes Jnior e Stepan Nercessian e de pessoas que no detm prerrogativa de foro, requer o desmembramento da investigao, formando-se dois novos autos com


45 cpia integral dos dois Inquritos (ns 042/2008 e 089/2011), encaminhandos-os posteriormente Justia Federal no Estado de Gois e Procuradoria-Geral da Repblica. 48. Requer, ainda, atendendo a expediente encaminhado pelo

Presidente do Senado Federal (documento anexo) que seja autorizado o compartilhamento dos dados contidos nos autos dos Inquritos 042/2008 e 089/2011 com o Senado Federal.

Braslia,

de maro d

RO GURGEL SANTOS ERAL DA REPBLICA

PGR-GABI'GR- 001596 /2012,

12,2J / 0&/2012

Of. n__SF

12012_

Braslia

damaro_de.2012

Senhor Procurador Geral da Repblica,

Encaminho a Vossa Excelncia o Ofcio GSRR n 60/2012 dos Senadores Randolfe Rodrigues e Pedro Taques, de 20 de maro do corrente (cpia em anexo), no sentido de examinar a possibilidade de atendimento s providncias solicitadas no referido documento.

Atenciosamente,

Senador JOS SARN Presidente do Senado Federal

Exm Senhor Procurador Geral da Repblica Roberto Monteiro Gurgel Santos SAF Sul Quadra 4, Conjunto C Braslia/DF 70.050-900U:\Of PGR informaes.doc

SENADO FEDERAL Gabinete do Senador RANDOLFE RODRIGUES

Ofcio GSRR n 00060/2012

Braslia-DF, 20 de maro de 2012.

Ao Excelentssimo Senhor Presidente do Senado Federal Senador JOS SARNEY

Assunto: Investigao de denncias atinentes ao Senador Demstenes Torres

Excelentssimo Senhor Presidente:

rgos de imprensa veiculam desde a semana passada diversas matrias acerca das investigaes realizadas pela Polcia Federal no mbito da assim denominada "Operao Monte Carlo", destinada a desbaratar quadrilha envolvida com o jogo ilegal em vrios Estados da Federao. O principal investigado nesta operao o empresrio do ramo do jogo, Carlos Augusto Ramos tambm conhecido como Carlinhos Cachoeira. Dentre as muitas informaes trazidas, h o relato de que o investigado teria, no perodo compreendido entre fevereiro e agosto de 2011, trocado 298 ligaes telefnicas com Carlinhos Cachoeira. Tais registros foram conseguidos atravs de monitoramento autorizado pela Justia. (anexo I). Em um dos dilogos, descrito em notcia do Correio Braziliense, h referncias a um presente recebido pelo Senador Demstenes Torres: uma cozinha importada no valor de US$ 27 mil. Em discurso proferido no Plenrio desta Casa em 06 de maro prximo passado, com a finalidade de prestar esclarecimentos sobre as notcias publicadas sobre a operao da Polcia Federal, o Senador Demstenes Torres assume t r rela es de amizade com o investigado, embora afirme peremptoria nte no ter participao nos negcios de

Cachoeira. Neste trecho de seu discu o, o Senador tambm admite o recebimento do presente:

do Senador Randolfe Rodrigues Anexo II Ala Sen. teb18nicrVilela -= 1.: 61) 3303-6568 Fax: (61) 3303-6574 CEP 70165-900 Braslia DF / e-mail: [email protected]

SENADO FEDERAL Gabinete do Senador RANDOLFE RODRIGUES(...)

Apesar do relacionamento de amizade, nunca tive negcios com Carlos Cachoeira. J expus em algumas entrevistas nomes e fatos da intimidade de pessoas prximas, que no repetirei nesta tribuna at porque sua relevncia se restringe a manchetes. Porm, as ligaes telefnicas apontam para conversas triviais e tiveram sua frequncia ampliada durante o perodo e

Documents

INQ 3430 volume 01 - OPERACAO MONTE CARLO - LAS VEGAS