6
Insolvência Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. A insolvência é um estado em que o devedor possui mais dívidas do que a quantidade de seus bens para saldá-las. Uma empresa insolvente poderá ao final de um processo ser declarada em falência ou em recuperação . Índice [esconder ] 1 Portugal 2 Brasil o 2.1 Insolvência do Empresário 3 Referências 4 Ligações externas [editar ]Portugal A nova legislação Portuguesa apresenta a figura do processo de insolvência. Este resulta da criação de uma única forma de processo especial com o qual se pretende tornar mais célere a decisão judicial (com maior rapidez e flexibilidade na abertura e encerramento do processo), pretende obter uma mais justa composição dos interesses em causa é a nota de maior relevo no novo Código da Insolvência e Recuperação de Empresas. O presente código regula a eliminação ou a reorganização financeira de uma empresa conferindo aos credores um papel central e preponderante (estes, por força da insolvência são considerados os proprietários económicos da empresa). Ou seja, está agora muito mais na esfera dos credores a decisão de recuperar a empresa, e em que termos, designadamente quanto à sua manutenção na titularidade do devedor insolvente ou na de outrem. Aos credores caberá, portanto, decidir se o pagamento dos seus créditos resultará da liquidação integral do património do devedor (nos termos do presente código ou de acordo com plano de insolvência que venham a aprovar), ou através da manutenção em actividade e reestruturação da empresa. [editar ]Brasil A insolvência revela-se pela incapacidade patrimonial de satisfazer regularmente as próprias obrigações. Tanto podem ser insolventes o empresário e a pessoa natural . No caso do empresário, deverá haver a decretação de falência com a arrecadação de todos os seus bens para pagamento dos credores. O processo de falência é regulamentado

Insolvência

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Insolvência

InsolvênciaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A insolvência é um estado em que o devedor possui mais dívidas do que a quantidade de seus bens para saldá-las.

Uma empresa insolvente poderá ao final de um processo ser declarada em falência ou em recuperação.

Índice

 [esconder]

1 Portugal

2 Brasil

o 2.1 Insolvência do Empresário

3 Referências

4 Ligações externas

[editar]Portugal

A nova legislação Portuguesa apresenta a figura do processo de insolvência. Este resulta da criação de uma única

forma de processo especial com o qual se pretende tornar mais célere a decisão judicial (com maior rapidez e

flexibilidade na abertura e encerramento do processo), pretende obter uma mais justa composição dos interesses em

causa é a nota de maior relevo no novo Código da Insolvência e Recuperação de Empresas.

O presente código regula a eliminação ou a reorganização financeira de uma empresa conferindo aos credores um

papel central e preponderante (estes, por força da insolvência são considerados os proprietários económicos da

empresa). Ou seja, está agora muito mais na esfera dos credores a decisão de recuperar a empresa, e em que termos,

designadamente quanto à sua manutenção na titularidade do devedor insolvente ou na de outrem. Aos credores

caberá, portanto, decidir se o pagamento dos seus créditos resultará da liquidação integral do património do devedor

(nos termos do presente código ou de acordo com plano de insolvência que venham a aprovar), ou através da

manutenção em actividade e reestruturação da empresa.

[editar]Brasil

A insolvência revela-se pela incapacidade patrimonial de satisfazer regularmente as próprias obrigações. Tanto podem

ser insolventes o empresário e a pessoa natural.

No caso do empresário, deverá haver a decretação de falência com a arrecadação de todos os seus bens para

pagamento dos credores. O processo de falência é regulamentado pela Lei Federal n°. 11.101/05. Diferentemente, a

insolvência da pessoa natural (insolvência civil) é regulamentada pelo Código Civil.

A declaração de insolvência do devedor produz vários efeitos, dentre eles ocorre o vencimento antecipado das suas

dívidas; a arrecadação de todos os seus bens suscetíveis de penhora, quer os atuais, quer os adquiridos no curso do

processo; a execução por concurso universal dos seus credores. [1]

[editar]Insolvência do Empresário

Page 2: Insolvência

De acordo com a lei de falências, a insolvência pode ser comprovada através de:

Ausência de pagamento das obrigações com valor definido constantes de títulos executivos protestados cuja

soma ultrapasse o equivalente a 40 salários-mínimos;

Ausência de pagamento ou depósito de valores que estejam sendo executados;

Auto-falência  (pedido de falência realizado pelo próprio empresário).

pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:

procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar

pagamentos;

realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores,

negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;

transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar

com bens suficientes para solver seu passivo;

simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a

fiscalização ou para prejudicar credor;

dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e

desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;

ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores,

abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal

estabelecimento;

deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.

Page 3: Insolvência

A insolvência civil real e presumida requerida pelo credor quirografárioElaborado em 10/2001.

Página 1 de 1Rodrigo de Campos Conceição

A

  A

  Recome

nde esse texto

  Twitter

  Facebook

  Orkut

  Versão

para impressão 

Vote

Ao contrair uma dívida, o devedor assume para si uma responsabilidade,

devidamente respaldada pela potência patrimonial de seus bens móveis e imóveis.

Enquanto o universo patrimonial responder pelas obrigações assumidas, não há

falar-se em insolvência civil.

Todavia, ressalte-se que referido patrimônio deve ser necessariamente, livre de

qualquer constrição judicial e não afeto ao instituto da impenhorabilidade.

Nesse passo, relevante transcrever a boa lição de HUMBERTO THEODORO

JÚNIOR,(1) que assim trata do assunto: "Pouco importa, então, a existência de um

patrimônio vultoso e até mesmo superior as dívidas, se os bens que os compõem são

impenhoráveis pela sua própria condição jurídica (CPC, art. 649). Neste caso, a existência

de bens impenhoráveis ou gravados coloca o devedor em estado de insolvabilidade, pois

de nada adiantam ao credor quirografário".

A Lei instrumental civil, reconhece dois tipos de insolvência: a real e a presumida.

Page 4: Insolvência

A insolvência real é prevista no artigo 748 do Código de Processo Civil, dispondo

que "Dá-se a insolvência toda vez que as dívidas excederem à importância dos bens do

devedor."

No que respeita a insolvência presumida, expressamente prevista no artigo 750

do mesmo diploma legal, são previstos dois requisitos, a saber:

I. o devedor não possuir outros bens livres e desembaraçados para nomear à

penhora;

II. forem arrestados bens do devedor, com fundamento no art. 813, I, II e III.

Em complemento, pertinente aduzir que o Código de Processo Civil, quer para a

insolvência real (art. 748), quer para a presumida (art. 750), não cogita, muito menos

exige, a prévia comprovação de existência de mais de um credor. O mesmo Humberto

Theodoro Júnior (op. Cit. Pág. 133), assevera que a "insolvência civil, embora suponha,

em regra, a existência de vários credores, tem, na verdade, como fundamento, o deficit

patrimonial do devedor. Se se demonstra tal fato, não exige a lei que se prove, também, a

efetiva pluralidade de credores interessados no mesmo patrimônio."

Ademais, estabelece o artigo 753, I do C.P.C., que a declaração de insolvência

pode ser requerida por qualquer credor quirografário.

O Juiz, ao apreciar o pedido de insolvência civil, deve observar 4 (quatro)

sistemas legislativos básicos, a saber:

- sistema do efetivo estado patrimonial deficitário;

- sistema de cessação de pagamentos;

- sistema de impontualidade;

- sistema de presunção em face de atos enumerados na lei.

Assim sendo, o julgador, ao receber a inicial, deve observar apenas se o credor

cumpriu as exigências do artigo 754 do C.P.C., ou seja, se o pedido foi instruído com título

executivo judicial ou extrajudicial (art. 586 C.P.C).

Page 5: Insolvência

Exigir do credor a comprovação do estado de insolvência do devedor só é

pertinente quando o pedido for fundamentado na insolvência real.

Se se tratar da insolvência presumida, é inexigível tal comprovação. Com

propriedade, o já citado professor Humberto Theodoro Júnior (op. Cit., pág. 46), assevera:

"Exigir do credor a prova de que o devedor não possui outros bens além dos penhorados,

ou mesmo de que não possui bens suficientes para cobrir todos os seus compromissos, na

verdade, equivale a impor-lhe o ônus da prova negativa, sacrifício que tem sido

exprobrado desde o antigo direito romano".

Ademais, incumbe ao devedor, em seus embargos, a prova de existirem bens

suficientes para cobrir a dívida cobrada. É o que se chama de superavit patrimonial.

Em reforço, o RSTJ 75/195, define que "AO DEVEDOR INCUMBE A PROVA DE

SUA SOLVÊNCIA".

Outro ponto que merece ser abordado, espancando reiterados enganos por parte

dos profissionais do Direito, é quanto a desnecessidade da preexistência de execução

singular para o manejo da insolvência civil.

Em nome do princípio da economia processual, o credor, já ciente da ruína

patrimonial do devedor, pode, ao seu alvedrio, ajuizar de pronto a específica ação de

execução por quantia certa contra devedor insolvente.

Se considerado procedente o pedido, a declaração de insolvência produzirá o

vencimento antecipado das dívidas do devedor, a arrecadação de todos os seus bens

suscetíveis de penhora, atuais ou futuros, adquiridos no curso do processo e, por fim, a

execução por concurso universal dos seus credores.

NOTAS

1.A insolvência civil: execução por quantia certa contra devedor insolvente - 4ª

ed., Rio de Janeiro: Forense, 1998, pág. 47.