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DIREITO CONSTITUCIONAL Profª Alessandra Vieira Transcrição | Aula 01 INSS

INSS - Cloud Object Storage · 2019-07-09 · Direito Constitucional AULA 01 Pessoal, em primeiro lugar bom dia a todos, para quem não me conhece, meu nome é Alessandra Vieira,

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DIREITO CONSTITUCIONALProfª Alessandra Vieira

Transcrição | Aula 01

I N S S

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Direito Constitucional

AULA 01

Pessoal, em primeiro lugar bom dia a todos, para quem não me conhece, meu nome é Alessandra Vieira, sou professora aqui da Casa do Concurseiro, ministro a disciplina de direito constitucional e também sou professora de direito civil, e no concurso de vocês do INSS eu vou trabalhar duas aulas apenas, referentes às matérias de nacionalidade e direitos políticos, ambas matérias são conteúdos que caem muito em concursos públicos, então é uma matéria gostosa de trabalhar e que vocês devem dar uma atenção especial porque sempre aparece alguma questão, isso eu posso garantir, pelo menos uma questão vai estar lá no concurso que você pretendem prestar.

A nossa matéria começa a partir do artigo 12 da Constituição (..) e o que nós vamos estudar nessa nossa aula de hoje? Nós vamos ver quem são os brasileiros natos, quem são os brasileiros naturalizados; se nato e naturalizado é tudo a mesma coisa ou se tem diferenças; como uma pessoa se torna um brasileiro nato no nosso país; se ela pode perder essa condição. Eu sempre comento em sala de aula se um brasileiro nato pode perder, pode deixar de ser brasileiro nato e ao contrário do que a grande maioria das pessoas imagina, a maioria das pessoas pensa “não, brasileiro nato não tem como perder essa condição” e na verdade a gente vai ver que sim, eu Alessandra, brasileira nata posso perder essa condição.

Então pessoal, a primeira questão que eu queria trazer para vocês é: quando a gente trabalha a matéria nacionalidade, temos que saber o Brasil adota duas classes de nacionalidade, ou nós somos brasileiros natos ou nós somos brasileiros naturalizados, então se lá na prova eles perguntarem quais são as classes de nacionalidade que o Brasil adota e classes são apenas duas, ou tu é brasileiro nato, ou tu é brasileiro naturalizado. A pergunta é: nato a naturalizado é tudo a mesma coisa ou tem diferenças? Tem diferenças, existem diferenças bem importantes, por exemplo, no que tange aos cargos, a gente sabe que o brasileiros natos têm acesso a todos os cargos políticos do nosso país, já o naturalizado não, existem determinados cargos, que pela importância que têm, são reservados apenas aos brasileiros natos, mas tudo isso a gente vai estudar, só estou dando uma geral para que vocês tenham uma ideia do que a gente vai trabalhar.

Outra questão importante, uma outra diferença que nós temos entre natos e naturalizados: o brasileiro nato ele não pode ser extraditado, o brasileiro naturalizado pode, mediante algumas circunstâncias.

(...)

Vou colocar um esquema no quadro para a gente poder começar a conversar sobre a matéria nacionalidade.

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Então pessoal, eu coloquei aqui no quadro um esquema para a gente poder começar a conversar sobre a matéria nacionalidade, e a primeira questão que eu comente com vocês quando a gente fala sobre nacionalidade a gente tem que ter presente que o Brasil adota duas classes de nacionalidade: ou nós somos brasileiros natos ou somos brasileiros naturalizados. Toda pessoa que é brasileira nata possui o que se denomina nacionalidade brasileira primária ou originária. Então se lá na prova de vocês cai uma questão dizendo assim: “com relação à nacionalidade brasileira primária, é possível afirmar” essa questão com certeza trata de brasileiros natos. Agora a pergunta é: como é que uma pessoa se torna um brasileiro nato no nosso país? Para que alguém se torne um brasileiro nato, três critérios são levados em consideração, o critério sanguíneo, mais conhecido por “ius sanguinis”, o critério territorial, mais conhecido como “ius soli”, que já vou comentar com vocês e por fim temos o chamado critério misto.

(...)

O que seria o critério sanguíneo? Para o Brasil, será brasileiro nato toda pessoa nascida de pais brasileiros, independentemente do local de nascimento. Então vou colocar um exemplo aqui para vocês terem uma ideia do que a gente vai trabalhar: nasce uma criança nos Estados Unidos filha de pais brasileiros, qual a nacionalidade dessa criança para o Brasil? A princípio, ela será considerada brasileira nata, concordam comigo, pelo critério sanguíneo, só que nós vamos estudar que toda vez que o Brasil adota o critério sanguíneo, acaba exigindo um algo a mais, então essa história de dizer “para ser brasileiro nato basta ser filho de pais brasileiros” não é uma verdade absoluta, porque sempre que o Brasil adota o critério sanguíneo, acaba exigindo um algo a mais, que a gente já vai ver na sequência da aula.

Depois nós temos o chamado critério territorial: para o Brasil, será brasileiro nato toda pessoa nascida em território brasileiro, não importando a nacionalidade dos pais. Então a questão da prova diz assim: “nasce uma criança no Brasil, filha de um casal de japoneses, qual é a nacionalidade dessa criança para o Brasil?” A princípio, ela será brasileira nata, mas a gente vai estudar que quando o Brasil adota o critério territorial também coloca um detalhe a mais.

E por fim temos o critério misto, ele não é um critério propriamente dito, a única função do critério misto é dizer que o Brasil adota as duas modalidades; como o Brasil adota tanto o critério sanguíneo quanto o critério territorial, a gente diz que no Brasil o critério é misto, agora

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o que temos que ter cuidado: nunca uma pessoa será brasileira nata por ter o critério misto, por exemplo, eu Alessandra nasci no Brasil (critério territorial) e sou filha de pais brasileiros (critério sanguíneo), então vocês diriam: “professora, você tem o critério misto, porque tem os dois critérios ao mesmo tempo”; o que é importante dizer para vocês: sempre que os critérios estiverem presentes na mesma pessoa, ela será brasileira nata pelo critério territorial, ele é a regra no nosso país. Então ao contrário do que a gente poderia imaginar “o sangue é o que predomina, o que manda” temos essa tendência, sempre que os dois critérios estiverem presentes, essa pessoa será brasileira nata pelo critério territorial, ele é a regra do nosso país. Eu Alessandra sou brasileira nata pelo critério territorial, por ter nascido no Brasil.

(...)

Depois, na sequência da nossa aula, vamos estudar os brasileiros naturalizados, o naturalizado é o que tem uma nacionalidade secundária, não é originária, não é pelo nascimento, essa nacionalidade ele adquire por um ato de vontade, isso serve tanto para um brasileiro que deseja se naturalizar brasileiro, quanto para a pessoa apátrida, pessoa que não tem pátria, que pode, preenchendo os requisitos legais, se tornar brasileiro naturalizado. Nós vamos estudar que muito mais importante do que saber de onde essa pessoa é ou filho de quem ela é, o mais importante é que ela manifeste a vontade de se naturalizar. Obviamente, ela tem que preencher os requisitos legais, mas ela tem que exteriorizar a vontade dela, porque na prova eles podem colocar assim: “vem um japonês para o Brasil e ele preenche todos os requisitos para se naturalizar brasileiro” é certo que ele vai se naturalizar? Não, primeiro porque ele tem que manifestar a vontade, a gente pode viajar para qualquer lugar do mundo, preencher todos os requisitos, mas obviamente vai depender da nossa vontade. E segundo, vamos estudar que a naturalização é um ato discricionário, o poder executivo poderá conceder ou não, não tem um caráter obrigatório, nós temos uma exceção, mas isso vamos estudar então na sequência da nossa aula.

(...)

Critérios de atribuição da nacionalidade brasileira primária:

1. Critério sanguíneo ou “ius sanquinis”: por este critério, será brasileiro nato toda pessoa nascida de pais brasileiros, independentemente do local de nascimento.

2. Critério territorial ou “ius soli”: por este critério, será brasileiro nato toda pessoa nascida em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de seus pais.

3. Critério misto: é a união do critério sanguíneo com o critério territorial.

Mas sempre é importante lembrar vocês de que não existe critério misto propriamente dito, a única função do critério misto é dizer que o Brasil adota as duas modalidades. Como falei para vocês, sempre que tivermos os dois critérios numa mesma pessoa, ela será brasileira nata pela questão territorial, porque aqui no Brasil o critério territorial é mais forte que o critério sanguíneo, é a regra.

Visto isso, vamos começar a estudar a partir de agora todas as hipóteses que temos de brasileiros natos, que são três que vou comentar com vocês, e aí na sequência da nossa aula a gente estuda os brasileiros naturalizados. Então pessoal, na primeira parte do material eu coloquei um conceito de nacionalidade.

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Então qual é vantagem de a pessoa ter a nacionalidade? Claro que é extremamente vantajoso, não é bom uma pessoa não ter uma pátria, ser um apátrida, como a gente vai comentar, a vantagem é que tu tem a proteção do estado em que estás, e ao mesmo tempo, a desvantagem seria uma série de deveres que a pessoa deve cumprir.

(...)

Na sequência a gente estuda então os naturalizados, que é toda pessoa que tem uma nacionalidade secundária, adquirida, ela não é de origem, ela não ocorreu com o nascimento dela, e essa naturalização sempre vai se manifestar através de uma vontade da pessoa, e essa vontade ela mostra através de requerimento.

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Agora vamos estudar todas as hipóteses de brasileiros natos, então o artigo 12, I, a diz assim:

Art. 12. São brasileiros:

I – natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

Se esta dizendo que a criança nasceu na República Federativa do Brasil, que ela nasceu em território nacional, qual foi o critério adotado na alínea a? Ius soli, então temos aqui a primeira hipótese de brasileiros natos, que é pelo critério territorial.

Então vou fazer algumas perguntas para vocês e a gente vai aplicar isso aqui que está na nossa lei. Primeira pergunta: nasce uma criança no Brasil, filho de um casal de americanos que estavam a passeio, qual é a nacionalidade dessa criança para o Brasil? Brasileira nata porque a Constituição diz que para a criança ser estrangeira, os pais devem estar a serviço do seu país, sempre que os pais não estiverem a serviço de seu país, estiverem aqui no Brasil a passeio, essa criança, para o brasil, é brasileira nata.

Segunda questão: nasce uma criança no Brasil, filho de um casal de americanos, cujos pais estavam a serviço do EUA, qual é a nacionalidade dessa criança para o Brasil? Estrangeira. Mas e se a prova dissesse assim: “nasce uma criança no Brasil, filho de um casal de americanos, cujos pais estavam a serviço da Alemanha, qual a nacionalidade dessa criança para o Brasil?” Brasileira nata, porque a Constituição diz que eles devem estar a serviço do seu país, sempre que estiverem a serviço de outro país que não é o seu, essa criança é, para o Brasil, brasileira nata.

Então de novo: nasce uma criança no Brasil filha de um casal de chineses que estavam a passeio, qual a nacionalidade dessa criança para o Brasil? Brasileira nata. Nasce uma criança no Brasil filha de um casal de chineses, cujos pais estavam a serviço da China, o que a criança é para o Brasil? Estrangeira. Nasce uma criança no Brasil filha de um casal de chineses cujos pais estavam a serviço da França, o que a criança é? Brasileira nata, porque os pais não estavam a serviço do seu país.

Agora algumas questões que eu queria comentar com vocês. Primeira questão, quando a gente lê a nossa Constituição, ficamos com a impressão de que os dois pais que são estrangeiros, que os dois devem estar a serviço de seus países, porque a Constituição diz “desde que estes não estejam a serviço de seu país” então temos essa impressão. Não é necessário, e é muito importante comentar isso com vocês porque eles perguntam assim na prova: “nasce uma criança no Brasil, filha de um casal de americanos, cujo pai é um embaixador a serviço dos EUA” aí o candidato fica em dúvida porque ele pensa “eu lembro que era ‘desde que estes”, não é obrigatório que os dois estejam, os dois precisam ser estrangeiros, mas basta que um só esteja a serviço do seu país, porque a interpretação que se faz é que quando está a serviço, é um serviço diplomático, é um serviço consular, é um serviço público do outro país e a pessoa acompanhante, a esposa ou marido, mesmo que nada mais faça do que apenas acompanhá-lo, a gente entende que há uma extensão daquela função, então o marido é o embaixador, a esposa seria a embaixatriz, é como se a pessoa levasse uma extensão da função, por isso que não é obrigatório que os dois estejam a serviço do seu país.

(...)

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Outra questão que eu queria comentar com vocês, o que a gente considera território nacional. Território nacional não é apenas as terras que são delimitadas pelas fronteiras, território nacional é um conceito que vai muito além disso, território nacional é todo local em que o país exerce a sua soberania, então são os rios, os lagos, os mares, o espaço aéreo, é todo local em que o país exerce a sua soberania; os navios brasileiros, as aeronaves brasileiras são extensões do nosso território. É muito difícil aparecer, eu já dou essa matéria há 20 anos, então é muito tempo mesmo, e essa matéria, de todas as oportunidades que eu já vi em concurso público, e que são muitas, raramente eles colocam questões envolvendo navios ou aeronaves, então quando aparece uma questão envolvendo navio, eles poderiam colocar assim: “nasce uma criança a bordo de um navio brasileiro, bandeira brasileira, e esse navio está em águas internacionais, o casal que está dentro do navio é um casal de americanos a passeio, o que que interessa? O casal é americano, está a passeio, mas está dentro de um navio brasileiro, o que interessa é o navio, o navio é uma extensão do nosso território, então se a criança nasceu dentro do navio, ela é considerada brasileira nata. Mas isso é muito raro de aparecer, eu comento mais por descargo de consciência.

Seguindo adiante então, vamos dar uma olhada agora no artigo 12, I, b.

Art. 12. São brasileiros:

I – natos:

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

Então, na alínea b, a criança nasceu no estrangeiro, mas ela é filha de pai brasileiro ou mãe brasileira, ou até os dois brasileiros. A pergunta é: qual foi o critério adotado na alínea b? Ius sanguinis, porque a criança nasceu no estrangeiro, então critério territorial não tem como ser, então aqui é o critério sanguíneo. E aí pessoal, vocês vão observar que como eu disse para vocês no início da aula, sempre que o Brasil adota o critério sanguíneo, acaba exigindo um algo a mais, então a questão é a seguinte: nasce uma criança nos EUA, filho de pai brasileiro e mãe americana, pai brasileiro a serviço da República Federativa do Brasil, qual a nacionalidade

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dessa criança para o Brasil? Brasileira nata, por quê? Primeiro que não precisam os dois ser brasileiros, basta que um só seja brasileiro, e esse que é brasileiro, obrigatoriamente tem que estar a serviço do nosso país, esse é o algo a mais, quando a criança nasce no exterior, filha de pais brasileiros, para ser brasileira nata, o pai ou a mãe brasileiro deve estar a serviço do nosso país. Agora a pergunta é: que tipo de serviço é considerado serviço do nosso país? Não é qualquer tipo de serviço, nós temos três tipos de serviços que são considerados próprios do nosso país, estar a serviço do nosso país: serviço público de qualquer natureza, da União, estado, município, não importa, serviço diplomático, que são os embaixadores brasileiros, e também o serviço consular. Isso é importante porque, como a gente sabe, tem muito brasileiro, por conta da crise econômica que nossos país enfrenta, tem muito brasileiro indo morar no exterior e vai trabalhar lá fora, enfim, tentando buscar uma vida melhor, essas pessoas obviamente não estão a serviço do nosso país, então são apenas esses 3 serviços que eu disse. Quando o nosso país manda uma tropa de militares brasileiros, que é bastante comum, para outro país naquelas missões de pacificação social, esse militar está a serviço do nosso país, então, por exemplo, se vai um militar brasileiro para o Haiti, se envolve lá com uma haitiana, e essa haitiana fica grávida, para o Brasil, essa criança é brasileira nata e aí pode ter dupla nacionalidade dependendo do critério que é adotado pelo Haiti.

Bom, visto isso aqui então, como eu coloquei ali, não precisa os dois ser brasileiros, basta que um só seja brasileiro e também é importante dizer, esse que é brasileiro tanto faz se ele é nato ou naturalizado, porque ele é brasileiro e ele tem que estar a serviço do nosso país.

Bom, visto isso, nós vamos ver agora a terceira possibilidade de brasileiros natos.

O artigo 12, I, c diz o seguinte:

Art. 12. São brasileiros:

I – natos:

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira

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Então o que importa aqui? A criança nasceu no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, então a primeira pergunta é: qual foi o critério adotado na alínea c, ius sanguini ou ius soli? Ius sanguinis, porque ela nasceu no estrangeiro, então não tem como ser o critério territorial, mas ela é filha de pais brasileiros, portanto aqui temos o nosso critério sanguíneo. Agora preciso conversar um pouco melhor a respeito dessa alínea c, o que nós precisamos pensar, imaginem vocês a seguinte situação: nasce uma criança nos EUA, filho de pais brasileiros que estavam a passeio, e a prova não diz absolutamente mais nada para vocês, o que essa criança é para o Brasil? Estrangeira, porque para ser brasileira nata, obrigatoriamente o pai brasileiro ou a mãe brasileira deveriam estar a serviço da República Federativa do Brasil, então se não está a serviço, essa criança é estrangeira. Mas a pergunta é: existe possibilidade dela se tornar um brasileiro nato? Existe, desde que os pais levem essa criança lá exterior a registro, numa embaixada brasileira ou no consulado brasileiro situado no exterior, se essa criança for registrada na Embaixada ou no Consulado, não precisa fazer mais nada, automaticamente ela será considerada brasileira nata. Só que acontece que tem uma situação: podem esses pais, através de um exemplo que vou citar para vocês, podem esses pais não terem interesse em registrar o filho na embaixada ou no consulado, porque eles não querem, naquele momento, que o filho se torne brasileiro nato, vou dar um exemplo para vocês: nasceu uma criança lá nos EUA, filho de pais brasileiros que não estavam a serviço do nosso país, essa criança para o Brasil é estrangeria e para se tornar brasileira nata é só os pais registrarem na embaixada brasileira ou no consulado brasileiro situado lá nos EUA, só que os EUA adotam o critério territorial, e essa criança, para os EUA, é americana, e os pais pensam assim: “não vamos registrar em embaixada nem consulado, o nosso filho nasceu aqui, ele é americano, por que a gente vai arriscar de registrar em embaixada ou consulado e ele ainda perder a nacionalidade americana” porque cada país tem sua própria regra, então os pais não registraram, porque o filho já é americano, aí tudo bem, passaram-se 10 anos, os pais voltaram com o filho a morar no Brasil, agora eles desejam que o filho se torne um brasileiro nato, porque eles estão morando aqui, a pergunta é: essa criança ainda pode se tornar um brasileiro nato? Pode, a nossa Constituição diz, basta que a criança, na verdade não precisa nem ser criança, basta vim morar aqui com qualquer idade, basta que a pessoa venha morar no Brasil, ela tem que fixar residência no Brasil e após a maioridade ela deve fazer uma opção pela nacionalidade brasileira, então vocês podem pensar assim: “então quer dizer que até 18 anos ela vai ser estrangeira?” Porque ela só pode fazer opção a partir dos 18. Na verdade não, quando essa criança vem morar no Brasil, ela adquire aqui, ela vai ser registrada aqui também e ela adquire no Brasil uma nacionalidade provisória; provisoriamente, como ela não pode optar, porque ela é menor, o Brasil concede a ela uma nacionalidade provisória, a partir dos 18 anos ela vai ter que procurara a Justiça Federal e vai ter que dizer que deseja se tornar um brasileiro nato. Então o que é importante? Na alínea c, nós temos duas opções: ou a criança é registrada na embaixada ou consulado brasileiro e não precisa fazer mais nada, já é brasileira nata, não precisa fazer mais nada, é como se tivesse sido registrada num cartório do Brasil lá no exterior, pronto, é brasileira nata; se ela não for registrada, ela tem que vir morar no Brasil, fixar residência aqui, e após a maioridade, ela faz uma opção pela nacionalidade brasileira.

Então a pergunta que eu faço a vocês é: tem prazo para vir morar no Brasil? Não tem, pode ser com 10, 20, 30, 50 anos, uma pessoa que é filho de brasileiros e nasceu no exterior pode vir com 60 anos para o Brasil e ainda pode se tornar um brasileiro nato, não tem idade para vir morar no Brasil, só que a opção pela nacionalidade só pode ser feita após a maioridade e aí após a maioridade é a qualquer tempo. Só que é óbvio, enquanto não fizer a opção, não será brasileiro nato, porque a partir dos 18 aquela nacionalidade provisória fica suspensa, até os 18

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o Brasil concede, a partir dos 18, a própria pessoa tem que procurar a Justiça Federal e fazer essa opção.

Então terminando essa parte dos brasileiros natos e aí a gente vai estudar os brasileiros naturalizados, então eu vou faze algumas perguntas para vocês para ver se ficou claro essa primeira pare da nossa matéria. Nasce uma criança no Brasil, filha de um casal de Chilenos que estavam a passeio, qual a nacionalidade dessa criança para o Brasil? Brasileira nata. Nasce uma criança no Brasil, filha de um casal de Chilenos, cujos pais estavam a serviço da Alemanha, qual a nacionalidade dessa criança para o Brasil? Brasileira nata, porque os pais não estavam a serviço do seu país, sempre que estiverem a serviço de outro país que não é o seu, essa criança é brasileira nata. Nasce uma criança no Brasil, filho de um casal de chilenos, cujos pais estavam a serviço do Chile, qual a nacionalidade da criança para o Brasil? Estrangeira. Nasce uma criança na Alemanha, filho de pai alemão e mãe brasileira a serviço da República Federativa do Brasil, o que essa criança é? Brasileira nata. Nasce uma criança na Alemanha, filho de pais brasileiros que estavam a passeio, qual a nacionalidade da criança para o Brasil? Estrangeira. Existe possibilidade dessa criança se tornar um brasileiro nato? Sim, desde que seja registrada na embaixada brasileira ou consulado brasileiro situado no exterior, se ela não for registrada em nenhum desses locais, ainda pode se tornar um brasileiro nato? Sim, desde que ela venha morar no Brasil e que após a maioridade faça a devida opção. Tem prazo para vir morar no Brasil? Não, é a qualquer tempo. Tem prazo para fazer a opção? Não tem, mas a opção só pode ser feita após a maioridade e após a maioridade a qualquer tempo.

Visto isso aqui, terminamos a primeira parte dos brasileiros natos e vamos estudar agora os chamados brasileiros naturalizados. (Pergunta de aluno) Isso que tu tem anotado é porque eu sempre comento em sala de aula que nós tivemos em 2007 uma Emenda Constitucional que alterou a alínea c, até 2007, quem nascesse no exterior filho de pais brasileiros, para se tornar brasileiro nato, tinha que vir morar no Brasil, não tinha a opção do registro na embaixada ou no consulado, isso alterou com a Emenda Constitucional nº 54, porque o que acontece, a gente sabe que temos uma grande quantidade de brasileiros que moram no exterior, uma quantidade imensa, aí essas pessoas não estavam, por exemplo, a serviço do Brasil, olhem o problema que isso acarretava, e a criança nascia, por exemplo, no Japão, o casal é brasileiro, foram morar no Japão e tiveram um filho no Japão, qual é o problema, o Japão adota apenas o critério sanguíneo, então o que a criança era para o Japão? Estrangeira. O brasil, até 2007 dizia: para ser brasileiro nato tem que vir morar no Brasil, então enquanto a criança não viesse residir no Brasil, o que ela era para o brasil? Estrangeira, então o que essa criança era? Apátrida, não tinha nacionalidade nem do país em que nasceu nem do país de origem dos pais, então ela era o que a gente chama de apátrida, heimatlos ou apólidos, pessoa que não tem pátria.

Aí o que aconteceu, essa comunidade de brasileiros que mora no exterior começou uma campanha muito forte na época dizendo que era um absurdo a nossa Constituição não ter uma forma de regularizar a situação dessas crianças que nasciam fora do Brasil, a campanha recebeu o nome de “brasileirinhos sem pátria” e aí a nossa Constituição foi alterada e a partir de 2007 surgiu a possibilidade do registro na embaixada ou no consulado brasileiros situado lá, então é muito difícil uma criança que nasce de pais brasileiros não ter mais nacionalidade, porque basta os pais pegarem a criança e levarem a registro na embaixada ou no consulado e não precisa fazer mais nada. (...)

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Vamos ver a partir de agora os brasileiros naturalizados.

Os brasileiros naturalizados são todas aquelas pessoas que tem uma nacionalidade secundária, adquirida, não é uma nacionalidade originária, ela se adquire por vontade da própria pessoa mediante o cumprimento de alguns requisitos legais.

Nós temos duas formas de naturalização: a chamada naturalização ordinária, aquela normal, aquela via comum, que todos os estrangeiros naturalmente passam para se naturalizar no nosso país; e temos outra via que é chamada extraordinária, porque ela é fora do comum, não é para todo e qualquer estrangeiro que recém chegou no Brasil, ela exige uns requisitos um pouco mais criteriosos.

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Coloquei aqui no quadro duas formas de naturalização, sendo que essa primeira modalidade já está revogada, só coloco aqui porque se ela aparecer na prova para vocês, vocês devem saber que deve riscar, porque eles colocam para confundir. Vou explicar, a naturalização tácita, que já está revogada, estava prevista no art. 69, § 4º da Constituição de 1891 e essa naturalização, a gente tem que lembrar que ela reflete um momento histórico do nosso país aonde o nosso país tinha o maior interesse em que os estrangeiros que aqui estivessem se naturalizassem brasileiros, porque era uma época de colonização, então aqui tinham muitos italianos, japoneses, alemães e o Brasil desejava que essas pessoas se tornassem brasileiras, então a Constituição da época tinha uma disposição que eu acho muito curiosa, ela dizia assim: “todos os estrangeiros que estiverem no Brasil na data da promulgação desta Constituição tem o prazo de 6 meses para manifestar o desejo de permanecer com sua nacionalidade de origem”, então olha só, a Constituição da época dizia o contrário do que temos hoje, se a pessoa não dissesse nada, automaticamente ela se naturalizava brasileira, não precisava nem requerimento, era só ela ficar quieta, por isso que a gente chamava ela de naturalização tácita, porque o silêncio da pessoa a tornava um brasileiro.

Isso acabou sendo revogado um tempo depois e hoje, após muitos anos, temos apenas a chamada naturalização expressa, que é aquela que vai depender de um requerimento da pessoa, ela sempre depende de um ato de vontade. A naturalização expressa, com a gente vai observar é divida em duas modalizes, a via ordinária que todo estrangeiro passa para se naturalizar e a extraordinária que é fora do comum.

Vamos dar uma olhada no artigo 12, II, a:

Art. 12. São brasileiros:

II – naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

Então essa alínea a, primeira informação importante é que aqui trata-se da naturalização ordinária, que é aquela comum, aquela normal, aquela que qualquer estrangeiro passa como um procedimento normal para se naturalizar aqui no Brasil. Essa alínea a precisa ser dividida em dois aspectos, primeiro é importante dizer para vocês que o nosso legislador quis dar um benefício a todas as pessoas que são de origem portuguesa e a gente sabe que não é só português de Portugal, nós temos vários países que são de origem portuguesa como é o caso de Angola, Moçambique, Timor leste, Cabo Verde, Guiné Bissau, Porto Príncipe, todos esses países são de origem portuguesa, então nosso legislador quis dar um benefício por conta da proximidade da língua e eles vão perguntar para vocês no concurso “quais são os requisitos para os originários de países de língua portuguesa se naturalizarem brasileiros” o que diz a nossa lei: residência por um ano ininterrupto e tem que provar que tem idoneidade moral.

Idoneidade moral é a pessoa não estar foragida aqui no Brasil, correndo contra ela pedido de extradição, ou uma pessoa que esteja aqui de forma ilegal, não tem visto para poder estar aqui em território brasileiro, então é aquele conceito de uma pessoa que não tem nada que desabone a sua conduta, uma pessoa idônea. Então isso é importante, todas as pessoas que são de origem portuguesa, os requisitos para se naturalizar são bem simplificados, só tem que provar que tem residência por um ano ininterrupto no Brasil e que preenche o requisito da idoneidade moral.

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Agora a pergunta é, e quem não é de origem portuguesa, pode se naturalizar pela via ordinária? Pode, só que daí os requisitos estão na forma da lei e essa lei antigamente era o chamado Estatuto do Estrangeiro, mas ele acabou sendo revogado, de pois vou comentar o porquê, hoje a lei que tem todos os requisitos para se naturalizar brasileiro para quem não é de origem portuguesa é o Estatuto do Imigrante. Por que foi revogado o estatuto do estrangeiro? O estatuto do estrangeiro é uma lei que era da época da ditadura, bem antiga, e essa lei era muito rigorosa nos requisitos da concessão da naturalização, era uma lei que tinha por objetivo não conceder a naturalização, então ela era bem criteriosa só que a gente sabe que o nosso país é muito extenso e que as fronteiras não têm o devido cuidado como deveria ter, então nós recebemos muitas pessoas da Bolívia, da Venezuela, desses países que fazem fronteiras com nosso país e nem sempre essas pessoas estão aqui de uma forma legalizada, então o que resolveram fazer? Melhorar essa lei, revogaram o estatuto do estrangeiro, criaram o estatuto do imigrante e facilitaram a concessão das naturalizações. Se a gente não tem como proteger a fronteira de forma correta, pior é a gente receber um monte de estrangeiros que ficam aqui no Brasil em uma situação legalizada, isso por um lado é bom, por outro lado é um pouco problemático porque a gente está acompanhando todo o problema que está acontecendo na região norte do nosso país por conta da entrada em massa dos venezuelanos aqui no nosso território por conta da crise.

Então é importante dizer que essa alínea a tem que ser dividida em duas partes, a nossa alínea a tem que ser lida assim: são brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira. Exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral. Então nós temos dois critérios aqui, para quem não é de origem portuguesa, onde estão os requisitos? Na forma da lei. Para todas as pessoas que são de origem portuguesa, os requisitos estão na Constituição: residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.

Também importante comentar com vocês que sempre, embora, por exemplo, quem é de origem portuguesa, os requisitos sejam mais facilitados, que é só morar aqui no Brasil por um ano e provar que tem idoneidade moral, isso não afasta a obrigatoriedade de a pessoa fazer requerimento. Ela vai fazer requerimento ao Ministério da Justiça e a concessão não é obrigatória, se o nosso poder executivo entender que não estamos em um momento adequado para conceder naturalizações, pode não conceder.

Mas nós temos uma exceção, que vamos estudar na sequência.

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Art. 12. São brasileiros:

II – naturalizados:

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

Essa naturalização é chamada extraordinária porque é apenas para o estrangeiro que prova que já está no Brasil a mais de 15 anos, então a pessoa está aqui há um tempão, ela deseja muito se naturalizar, então ela vai pedir, desde que ela tenha mais de 15 anos de residência no Brasil e ela não pode ter qualquer condenação penal nesse período. Então aqui eu coloco um exemplo para ficar mais claro: um português de Portugal vem para o Brasil e deseja se naturalizar brasileiro pela via ordinária, quais são os requisitos para esse português? Residência por um ano ininterrupto no Brasil e ele tem que provar idoneidade moral e tem que fazer o requerimento. É certo que ele vai conseguir? Não, e ele não conseguiu, mas ele tem um visto, ele pode morar aqui no Brasil de uma forma legal, aí ele ficou morando por 15 anos, não fez nada de errado naquele período, não tem qualquer condenação penal e ele fez o pedido para se naturalizar, por que essa via é chamada extraordinária? Porque nesse caso aqui, a concessão é obrigatória, porque seria muito antipático por parte do nosso país o estrangeiros ficar morando aqui por 15 anos, fez o pedido, e ele leva uma recusa de novo, então por isso que ela é chamada extraordinária.

Vamos estudar agora o artigo 12, § 1º que é bem importante porque na matéria direitos políticos, que é a sequência da nossa aula, a gente vai tratar dos portugueses equiparados novamente.

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

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Primeira questão importante, o que vou explicar só serve para português de Portugal e segunda coisa, o Português tem no Brasil 3 opções: ele pode tentar se naturalizar brasileiro pela via ordinária, e aí vocês já disseram que ele só tem que preencher residência por um ano ininterrupto e ele tem que provar idoneidade moral, mas a gente sabe que não é certo que ele vai conseguir se naturalizar. A segunda opção para o português é tentar se naturalizar brasileiro pela via extraordinária, mas aí ele vai ter que provar que mora aqui há 15 anos e que não teve no período qualquer condenação penal. Mas ele leu a nossa Constituição e descobriu que tem uma terceira possibilidade: Brasil tem um acordo com Portugal, que recebe o nome de Tratado da Amizade ou Tratado da Reciprocidade. De acordo com esse tratado, todos os direitos que Brasil der aos portugueses que aqui estão, Portugal deve conceder aos Brasileiros que estão lá, então é na base da amizade e entre estes direitos está o de adquirir uma equiparação, significa dizer, o português pode ter todos os direitos de um brasileiro naturalizado, sem perder a condição de português, ai professora, como assim? A nossa lei diz que para o português conseguir uma equiparação ele só precisa provar duas coisas: que ele tem residência permanente no Brasil, então ele tem um visto de permanência que não dá a ele o direito de ficar 5 ou 10 anos, dá o direito de ele ficar a vida inteira. Se ele tiver no Brasil um visto de permanência e se esse acordo entre Brasil e Portugal ainda estiver em vigor, ele pode conseguir uma equiparação, significa dizer, ele continua português, mas ele ganha uma carteira, como se fosse uma carteira de identidade, de equiparado, significa dizer, ele é português mas ele se torna equiparado ao brasileiro naturalizado, ele tem todos os direitos do naturalizado, inclusive o direito de votar e o direito de ser votado.

Então está escrito assim no § 1º:

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

Mas essa equiparação que ele tem não é a todo e qualquer brasileiro, ele não se equipara ao brasileiro nato, porque se ele fosse equiparado ao brasileiro nato, ele poderia, por exemplo, concorrer a Presidente do país, sendo um estrangeiro, isso é completamente proibido, ele se equipara, mas se equipara aos brasileiros naturalizados.

Até eu vi uma notícia, faz um mês, mas eu acabei esquecendo de olhar ela novamente, são muitos os brasileiros que estão indo embora para Portugal, é muita gente mesmo, só de pessoas que eu conheço são 3 casais (...) porque a gente sabe que o Brasil está com uma crise, uma situação que a gente fica um pouco inseguro, então quem não tem nada a perder vai embora para outro país e tem pessoas que é o caso de um casal que conheço, que são pessoas muito ricas e aí eles podem morar em qualquer lugar do mundo (...) e aí o que acontece, Portugal está recebendo muito mais brasileiros do que o Brasil está recebendo portugueses, isso é óbvio, aí eu escutei no rádio que Portugal não estava mais concedendo os vistos aos brasileiros, que tinha fechado essa possibilidade, ainda que fosse de forma temporária. Aí eu acabei esquecendo de ver que fim a notícia deu, porque é óbvio que se Portugal começar a não conceder vistos, a gente vai ter um atrito diplomático entre Brasil e Portugal, tendo em vista que nós temos um acordo internacional dizendo dessa reciprocidade, então Portugal obviamente está um pouco assustado com a quantidade de brasileiros que estão indo para lá e suspendeu temporariamente os vistos. Eu acredito que essa situação já tenha regularizado, porque senão a gente estaria vendo mais notícias (...) mas a ideia é essa, brasileiro que vai para Portugal pode ter direitos de um português naturalizado e esse português que vem para o Brasil pode ter direitos de um brasileiro naturalizado porque é um tratado que esses dois países têm.

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Para terminar, é importante que vocês saibam, de acordo com nosso § 2º, nenhuma lei pode estabelecer diferenças entre brasileiros natos e naturalizados, todas as diferenças que nós temos, que na verdade são apenas 4, estão previstas na Constituição. Então é importante dizer, não pode uma lei ordinária, não pode uma medida provisória, não pode uma lei complementar, lei delegada, não pode nenhum tipo de lei pode estabelecer diferenças entre natos e naturalizados.

Quais são as diferenças que nós temos? A primeira diferença que a gente vai ver é a diferença no que tange aos cargos, essa é disparado a mais perguntada em concursos públicos, esse artigo 12, §3º vocês precisam saber de cor, é o que mais cai, eles adoram perguntar em concurso quais são os cargos privativos de brasileiros natos, então vamos estudar que determinados cargos, pela importância que têm, por exemplo, Presidente, Vice-Presidente da República, eles são obrigatoriamente exclusivos de brasileiros natos porque se um brasileiro naturalizado pudesse ser Presidente da República, ele poderia usar o cargo para favorecer interesses do país de origem dele, então é proibido, tem que ser brasileiro nato. Tem vários cargos, tanto Presidente quanto Vice-presidente e todas as pessoas que podem substituir o Presidente numa situação de impedimento, todos eles são exclusivos de brasileiros natos. Depois nós vamos estudar a segunda diferença, que é o Conselho da República, que está lá no artigo 89. Esse conselho é o conselho no qual o Presidente da República se reúne sempre que o Brasil estiver passando por uma situação grave (...).

A terceira diferença que nós vamos estudar é a chamada extradição, vamos ver que brasileiros natos não podem ser extraditados e que o naturalizado pode, mas vamos ver em quais situações. E a quarta e última diferença é de um artigo que dificilmente cai em concurso público, eu comento mais por descargo de consciência, mas normalmente os editais não pedem o artigo 222, esse artigo trata da propriedade dos meios de comunicação, aí vamos estudar que brasileiros natos podem ser proprietários imediatamente de um meio de comunicação, enquanto que o naturalizado tem que ter no mínimo 10 anos de naturalização.

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Comentei com vocês que nós veríamos agora as diferenças entre brasileiros natos a naturalizados, então a primeira diferença que vamos estudar é aquela que está no artigo 12, § 4º da CF, que trata dos cargos que são privativos de brasileiros natos.

As figuras dos políticos estão desatualizadas.

Então o que vamos ver a partir de agora? Como comentei com vocês, determinados cargos, pela importância que têm, são reservados exclusivamente aos brasileiros natos, porque o nosso legislador tem medo que se o naturalizado pudesse assumir o cargo de Presidente, Vice-presidente da República, poderia acabar usando o cargo para representar o interesse do país de origem dele, por isso que o Presidente, Vice-presidente como todas as pessoas que podem substituir o Presidente numa situação de impedimento, todos eles são brasileiros natos.

Então temos aqui até o inciso IV é o que gente chama de linha sucessória, que são todas as pessoas que podem substituir o Presidente numa situação de impedimento. Então a nossa Lei diz ali: será brasileiro nato o Presidente porque a gente sabe que o Presidente é a figura que representa o nosso país, mas a gente sabe que no caso de impedimento do Presidente quem é que vai assumir? O Vice-Presidente da República, que obrigatoriamente tem que ser brasileiro nato. Se o Presidente e o Vice-Presidente da República por alguma razão se tornam impedidos, quem é que vai assumir? O Presidente da Câmara dos Deputados, que obrigatoriamente tem que ser brasileiro nato. Se o Presidente, o Vice-presidente da República e o Presidente da Câmara dos Deputados não podem assumir, quem vai assumir é o Presidente do Senado Federal, isso não é possível de acontecer aqui no Brasil, o Presidente do Senado Federal vai assumir e ele precisa ser brasileiro nato e se nenhum deles puder assumir, nem o Presidente, o Vice-Presidente, o Presidente da Câmara dos Deputados e o Presidente do Senado Federal, quem vai assumir é o Presidente do STF, que obrigatoriamente tem que ser brasileiro nato, mas a nossa Constituição fala nos Ministros do STF, todos os Ministros do STF podem ser presidentes do STF, e todos eles, obrigatoriamente são brasileiros natos.

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Depois nós temos carreira diplomática, que são os embaixadores brasileiros, todos eles obrigatoriamente são brasileiros natos porque eles representam o Brasil no exterior, então uma das funções que o diplomata tem é celebrar acordos, fechar acordos, tratados, se ele pudesse ser um naturalizado, ele poderia celebrar um acordo beneficiando o país de origem dele, então por isso que diplomata brasileiro tem que ser brasileiro nato.

E depois temos aqui Oficiais das forças armadas e Ministro do Estado da Defesa, aqui, a questão de ser brasileiro nato é de segurança nacional. A grande preocupação do nosso legislador é que o Brasil pudesse sofrer uma guerra e a pessoa, por ser naturalizada, poderia acabar fugindo para seu país de origem, então a ideia do nosso legislador é que tenhamos na organização do nosso país Oficiais das forças armadas e o próprio Ministro da Defesa que sejam brasileiros natos, que estejam dispostos a morrer pela pátria.

A gente precisa aqui tomar o cuidado porque todos os cargos que não estão previstos no artigo 12, § 3º é porque o naturalizado tem acesso, então se eles perguntassem na prova: “um vereador pode ser brasileiro naturalizado?” Pode. Um prefeito pode ser brasileiro naturalizado? Pode, não tem problema. Um Governador pode ser brasileiro naturalizado? Pode. Um Deputado Federal, pode? Pode, ele só não pode concorrer à Presidência da Câmara. Um senador pode ser um naturalizado? Pode, mas ele não vai poder concorrer à presidência do Senado. Então são esses detalhes que você deve cuidar e eu sempre comento em aula porque esse é o ponto que eles mais perguntam em concurso na matéria nacionalidade. O que a gente precisa observar, que eles gostam de colocar nomes de casos pomposos que é justamente para o aluno ficar em dúvida, então eles vão colocar lá na prova para vocês: Advogado Geral da União, aí o aluno olha e pensa “Advogado geral da União, bah, não é qualquer advogado” ele está aqui como se ele fosse um brasileiro nato? Claro que não, então Advogado Geral da União, Procurador Geral da República, Ministro da Justiça, Ministro do STJ, todos eles podem ser naturalizados, porque os cargos que não estão no artigo 12, §3º é porque o naturalizado tem acesso.

Isso vocês têm que decorar, e tem uma informação que eu quero que vocês anotem no caderno de vocês, que aí quando sair o edital a gente vai ver o que tem lá no edital e essa informação ela pode ser bem importante, coloquem assim: vide artigo 119, parágrafo único da Constituição, Presidente e Vice Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, então esse artigo 119, parágrafo único diz que Presidente e Vice Presidente do Tribunal Superior Eleitoral são ministros do STF então eles só podem ser brasileiros natos, mas o que a gente tem que cuidar: eles não são brasileiros natos em virtude do cargo, eles são brasileiros natos em virtude de quem ocupa a função, porque o que o artigo 12, § 3º está nos dizendo? Todas as pessoas que em virtude do cargo precisam ser brasileiras natas, porque são cargos que ou é o Presidente ou é quem substitui o Presidente ou pessoas que têm a incumbência da segurança nacional, então são brasileiros natos. No caso do TSE, não é pelo cargo de Presidente do TSE, mas é por quem ocupa, como a pessoa que ocupa é ministro do STF, obrigatoriamente ele vai ser brasileiro nato.

E tem mais uma coisa que eu queria que vocês anotassem: artigo 103-B, § 1º, esse artigo diz que o presidente do CNJ é o presidente do STF e, portanto, ele só pode ser brasileiro nato porque todos os Ministros do STF são brasileiros natos.

Visto isso aqui, nós vamos ver a partir de agora a segunda diferença que nós temos. A primeira é no que tange aos cargos e a segunda diz respeito ao Conselho da República, que está lá no artigo 89, VII da nossa Constituição.

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Como eu falei para vocês, o Conselho da República é um órgão de consulta do Presidente da República que ele consultará todas as vezes que o Brasil estiver passando por uma situação grave, então se nós temos uma necessidade de se decretar uma intervenção federal num estado, isso vários estados já passaram por intervenção federal, como teve no Rio de Janeiro; ou se nós temos a necessidade de se decretar um estado de defesa ou estado de sítio, que são aquelas hipóteses em que o país passa por um estado de exceção, sempre o Presidente precisa consultar o Conselho para ver qual é a melhor atitude a ser tomada. Imaginem que o Brasil está sofrendo uma ameaça de agressão de um país estrangeiro, o Presidente tem que consultar o Conselho para ver qual é a atitude que vai ser tomada, ou aquele exemplo que eu falei: calamidades de grandes proporções, lá no Rio de Janeiro tivemos uma calamidade em virtude das fortes chuvas, também é uma situação que pode levar o Presidente a chamar o conselho para ver qual é a atitude que vai ser tomada.

Agora a pergunta é quem participa desse conselho, então vou ler para vocês o artigo 89 e vamos ver quem é que participa desse conselho.

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:

I – o Vice-Presidente da República; (obrigatoriamente brasileiro nato)

II – o Presidente da Câmara dos Deputados; (obrigatoriamente brasileiro nato)

III – o Presidente do Senado Federal; (obrigatoriamente brasileiro nato)

IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; (tanto faz, podem ser natos ou naturalizados)

V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; (tanto faz, podem ser natos ou naturalizados)

VI – o Ministro da Justiça; (tanto faz, pode ser nato ou naturalizado, apenas o Ministro da Defesa precisa ser brasileiro nato, os demais ministérios podem ser ocupados por naturalizados)

VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.

Então a pergunta que eu faço a vocês é: a gente pode afirmar categoricamente que o brasileiro naturalizado não tem acesso ao Conselho da República? Não, ele tem acesso, mas o acesso dele é menor, mais limitado, porque ele só pode participar como líder da maioria ou da minoria da Câmara ou do Senado ou como Ministro da Justiça, todos os demais cargos são exclusivos de brasileiros natos. Então ele tem participação, mas a participação dele, pela importância que o Conselho tem, é uma participação mais limitada.

A terceira diferença que temos é no que tange à extradição, que está lá no artigo 5º, LI e LII, a matéria extradição cai muito tanto na parte do artigo 5º da Constituição, quanto na parte da matéria nacionalidade, então vou ler para vocês esses dispositivos:

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

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Então aqui temos bastante coisa para conversar. Em primeiro lugar, brasileiro nato não pode ser extraditado, essa é uma regra geral, e o brasileiro nato não pode ser extraditado porque a gente vai mandá-lo para onde? Então não existe extradição de brasileiro nato. Vou comentar um detalhe com vocês que vocês vão ouvir e deletar, mas é só para que a informação seja mais correta: quando a gente diz que não existe extradição de brasileiro nato, é no sentido de mandar a pessoa para outro país, porque existe extradição de brasileiro nato no sentido de trazer a pessoa de volta para o Brasil, então eu sempre cito como exemplo o caso de um brasileiro que foi acusado aqui no Brasil de ter matado o enteado de três anos de idade com uma dose fortíssima de glicose (...) e ele fugiu para a Espanha, e aí o Brasil descobriu que ele estava na Espanha e negociou com as autoridades espanholas que conseguiram encontrar ele lá, saiu toda a reportagem na televisão, ele foi atraído com a falsa proposta de emprego, e conseguiram pegar ele na Espanha e a Espanha extraditou ele (...) a reportagem mostrou que as autoridades brasileiras pediram extradição para as autoridades espanholas e que agora seria enfim encaminhado para o Brasil, então nesse caso é uma extradição, mas é uma extradição no sentido de mandar uma pessoa de volta para o brasil. Isso não tem problema, quando a gente diz que não pode a extradição de brasileiro nato, é no sentido de mandar essa pessoa para fora, como no concurso eles não dizem qual é o sentido, a gente vai sempre colocar que brasileiro nato não pode ser extraditado. Aí diz a nossa lei que o naturalizado pode ser extraditado se ele tiver cometido um crime comum antes da naturalização, aí não tem problema, porque como ele cometeu o crime enquanto ainda era estrangeiro, ele pode ser extraditado.

Se ele cometer crime comum após a naturalização, ele não pode ser extraditado, aí ele fica aqui no Brasil, não vou dizer que seja livre leve e solto, porque vai depender se o Brasil tem algum tratado com o país onde ele teria cometido o crime, mas o que eu estou dizendo para vocês é: se o naturalizado praticou crime comum após a naturalização, ele não é extraditado. Se ele cometer tráfico de drogas antes da naturalização ou se ele cometer tráfico de drogas após a naturalização, ele pode ser extraditado. Tráfico de drogas é o único crime que não depende do momento em que a pessoa o cometeu, sempre pode extraditar o naturalizado.

(...)

Agora vamos ver o estrangeiro, e aí eu pergunto para vocês: o estrangeiro deve ser extraditado? Ele deve, mas tem alguma exceção? Tem, a nossa lei diz que não será concedida extradição de estrangeiro se ele tiver cometido crime político ou de opinião, isso está no artigo 5º, LII:

LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Então pessoal, o nosso país entende que quando um estrangeiro foge para cá, e tem um exemplo dos mais conhecidos, se esse estrangeiro, se aqui no Brasil for entendido que o crime que ele cometeu foi motivado por razões políticas, perseguição política ou motivado por questões de opinião, lá no país dele, por exemplo, não tem liberdade de expressão e aí ele fugiu para cá, o Brasil não extradita. Então nós temos um caso que ficou muito conhecido, embora agora a criatura finalmente foi embora, que é o caso do Cesare Battisti, que cometeu o crime de homicídio na Itália e fugiu para o Brasil, e a Itália pediu para o Brasil a sua extradição, o STF é o órgão que tem a incumbência de todo o processo da extradição, e o STF deu OK, pode extraditar. Na época, o presidente era o Lula, e a palavra final é sempre do Presidente da República, e aí o Lula entendeu, no seu último dia de governo, que o crime que teria sido cometido pelo Cesare Battisti teria sido cometido por perseguição política, e concedeu a ele uma proteção, coisa que a Itália nunca aceitou, aí a gente teve um atrito diplomático bem forte entre Brasil e Itália, porque uma coisa, como é que vou dizer para vocês, o problema é a questão

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da soberania, porque vocês imaginam, lá na Itália a criatura foi condenada, aí foge para um país e o país diz “não não, não é crime, tem que ser protegido” então isso cria um atrito diplomático entre os países, tanto é verdade que um brasileiro cometeu um crime aqui no Brasil e fugiu para a Itália, o Brasil pediu a extradição e a Itália disse não, vocês não nos deram o Cesare Battisti, vocês não vão ter os brasileiros de vocês. Aí o que acontece, quando mudou o governo, aí saiu a Dilma e acabou entrando o Temer no lugar, o Temer sinalizou, porque a Itália, como falei para vocês, nunca se conformou, e o Temer sinalizou que sim, que extraditaria no Cesare Battisti, aí terminou o governo dele e entrou o Bolsonaro, e o Bolsonaro também sinalizou que extraditaria, só que o Cesare Battisti, que já estava vendo essa movimentação, se mandou, se não estou equivocada, para a Bolívia. A Itália descobriu que ele fugiu para a Bolívia e pediu para a Bolívia a extradição, e a Bolívia concedeu, então o Brasil ficou com aquela sensação de “perdemos a oportunidade” porque, vejam só, os dois últimos presidentes concedera, aí a criatura fugiu e o Brasil ainda não conseguiu extraditar, porque ele foi para outro país que, de imediato, extraditou.

(...)

Então é importante que vocês saibam que a regra é que o estrangeiro deve ser extraditado, mas a gente pode ter um impedimento se o crime que ele cometeu, aqui no Brasil, for considerado crime político ou de opinião. E eu aproveito, a gente vai fazer uma diferença entre extradição, expulsão e deportação, mas eu sempre aproveito para comentar que ao contrário do que a gente imagina, a gente tem a tendência de pensar assim: “o Brasil, quando vem um estrangeiro para cá e o outro país pede, salvo se for crime político ou de opinião, o Brasil deve extraditar” e não é bem assim. O Brasil tem critérios para extraditar que acabam dificultando essa extradição, só para vocês saberem, o Brasil, em primeiro lugar, só extradita se entre o nosso país e o país que pede, existir algum tipo de tratado/acordo, então se a criatura foge do país dela para o Brasil e o Brasil não tem acordo com aquele país, essa pessoa não será extraditada, isso eu cito como exemplo um caso que se tornou filme, que foi o caso do Ronald Biggs, que foi um grande bandido da Inglaterra, mas isso é muito antigo, ele assaltou lá um trem na década de 60 e ele fugiu para o Brasil, a Inglaterra pediu extradição, e o Brasil não concedeu porque entre Inglaterra e Brasil não existia na época qualquer tipo de acordo. Então o cara foi inteligente, ele estudou, deve ter visto quais países tem acordo e não tem o Brasil, e ele fugiu justamente para um país que não tinha acordo internacional com a Inglaterra e ele não foi extraditado.

Outra questão importante, até o Ronald Biggs que, pelo que me lembro já faleceu, ele morou a vida inteira no Brasil, ele até teve um filho aqui no Brasil, que foi muito conhecido na minha geração, que trabalhou na turma do Balão Mágico, que era o Mike, então ele teve um filho, porque de acordo com a nossa legislação, o casamento, ou tu ter um filho no Brasil te dá visto de permanência, então, além dele não ser extraditado, ele ganhou um documento dizendo “pode ficar aí a vida inteira, fica à vontade” e aí ele ficou aqui a vida toda dele, só que alguns anos atrás, antes dele morrer, ele estava muito adoentado e disse que voltaria para a Inglaterra, porque na Inglaterra o crime não prescreve, então ele voltaria porque ele queria tratar a saúde dele, porque aqui no Brasil não dá, o sistema de saúde é muito precário.

Outra coisa importante de comentar, o Brasil só extradita se o crime cometido lá no exterior também é crime no Brasil, então a gente sabe que tem países em que se a mulher trair o marido, por exemplo, e, portanto, cometer adultério, ela é penalizada com a pena de morte, e se essa mulher consegue fugir para o Brasil, ela não é extraditada porque nós não temos mais no Brasil, desde 2005, vejam que não é tão antigo assim, o crime de adultério no Código Penal.

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E outra questão, para finalizar, o Brasil não extradita se o país em que a pessoa cometeu o crime, adota uma penalidade que não é adota por nós. Então o Brasil não extradita se a pena aplicada for prisão perpétua, se for pena de morte, porque no Brasil pena de morte é só em caso de guerra declarada, se for, por exemplo, penas de caráter cruel, enforcamento, açoitamento, fuzilamento, nada disso o Brasil extradita. A gente teve um caso, só para ilustrar, daquele traficante colombiano que fugiu para o Brasil, o Juan Carlos Abadia, eu não sei se vocês lembram da história dele, ele fez um monte de cirurgias para alterar o rosto e os EUA pediram a extradição dele porque ele cometeu tráfico internacional, e o Brasil, em um primeiro momento não concedeu, porque para o estado americano que ele iria, ele pegaria prisão perpétua, e no Brasil não tem prisão perpétua, só que a vontade dos EUA de levar ele era tanta, que os EUA assinou um acordo com o Brasil e se comprometeu a transformar a prisão perpétua em, no máximo, 30 anos de prisão, então ele está preso nos EUA, e ele vai cumprir no máximo 30 anos, só que 30 anos nos EUA é muito diferente de 30 anos no Brasil, então pode ser que ele ainda saia bem da prisão e ainda deve ter um monte de dinheiro escondido.

(...)

A gente só teve um bandido, pelo que eu sei, que é o bandido da luz vermelha, que ficou realmente 30 anos, e ele saiu da prisão e morreu logo em seguida (...). Mas lá nos EUA realmente são trinta anos cumpridos, só que também a prisão americana é muito diferente da prisão brasileira, então a pessoa, ainda que fique 30, tem condições de sair viva, porque aqui no Brasil é difícil sair vivo, porque a nossa prisão sabemos que é muito precária.

Bom, pessoal, antes da gente ir para o último ponto, só quero que vocês anotem a diferença entre extradição, expulsão e deportação, que aí a gente vai ver a propriedade dos meios de comunicação e o último ponto da nossa aula que é a perda da nacionalidade brasileira.

Extradição é o ato pelo qual um estado entrega um indivíduo acusado de um delito ou já condenado como criminoso à justiça do outro, que é competente para julgá-lo e puni-lo. Então aqui, pelo que vocês observam, na extradição, ela sempre está vinculada à ocorrência de um crime, então um estrangeiro cometeu um crime lá no seu país, fugiu para o Brasil, ele pode ser extraditado? Pode, salvo se for crime político ou de opinião. Um brasileiro naturalizado, antes de se naturalizar, cometeu, lá no seu país, um crime comum, ele pode ser extraditado? Pode, porque daí foi praticado antes da naturalização. Então extradição é sempre crime, e é nesse ponto que nós temos a diferença de nato para naturalizado, só na extradição.

Expulsão é uma medida tomada pelo Estado que consiste em retirar de seu território um estrangeiro que tenha praticado atos contrários ao interesse nacional. Então pessoal na expulsão nós não temos diferença entre natos e naturalizados, porque brasileiro, não importa se ele é nato ou naturalizado, não pode ser expulso do nosso país, porque configura a chamada pena de banimento, isso é proibido pela nossa Constituição. A expulsão é dos estrangeiros, então a gente sabe que às vezes vem algum estrangeiro aqui para o Brasil, comete algum ato (...).

E a última, pessoal, é a deportação, que consiste em devolver o estrangeiro ao exterior. Fundamenta-se no fato do estrangeiro ter entrado ou permanecido de forma ilegal no país. Então tanto a expulsão quanto a deportação é só para estrangeiros, e a deportação são aquelas pessoas que ingressam em território brasileiro e não tem visto, não está numa situação legalizada, ou a pessoa pode até ter o visto mas o visto venceu, então ela se tornou ilegal e, portanto, ela é deportada.

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Terminando então as diferenças, a última diferença que temos é na propriedade dos meios de comunicação, que está lá no artigo 222 da CF e esse artigo diz que brasileiros natos podem ser proprietários de meios de comunicação a qualquer momento, o naturalizado é que tem que ter no mínimo 10 anos de naturalização. Isso porque o nosso legislador entende, embora eu particularmente ache uma grande bobagem, que 10 anos é um tempo suficiente para a pessoa não querer usar o meio de comunicação para propaganda política, religiosa, ideológica do país de origem dele. Então a gente poderia receber aqui no Brasil uma pessoa de outro país que se naturalizasse e já, por exemplo, tivesse a intenção de adquirir um meio de comunicação para começar a espalhar a sua ideologia aqui no Brasil, então o Brasil diz “não, tu tem que ter 10 anos de naturalização, que daí é um tempo razoável para a pessoa já se acostumar com nosso país”. Eu acho isso bobagem porque não são 10 anos que mudam a cabeça de uma pessoa, ele pode ter 20 anos de naturalização, se o objetivo dele for esse, ele vai usar o meio de comunicação para isso, mas a nossa lei coloca 10 anos para tentar minimizar essa questão que acabei de comentar.

Então agora vamos para o último ponto da nossa aula que é o artigo 12, § 4º, que trata da possibilidade da perda da nacionalidade brasileira.

Posso eu Alessandra perder a nacionalidade brasileira nata? Posso. A gente vai ver em quais circunstâncias. Então pessoal, o artigo 12,4º, I diz assim:

§ 4º – Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

Essa primeira possibilidade de perda é só para brasileiros naturalizados. Pode um naturalizado perder essa condição? Pode, basta que ele pratique uma atividade nociva, contrária ao interesse nacional. Então aqui temos fotos, a gente sabe que aqui no Brasil, infelizmente se tem muito ainda a utilização do trabalho escravo, não é uma realidade do Brasil colônia, isso ainda temos, lá na região do Pará é muito comum, e se o Ministério Público Federal descobrir que um brasileiro naturalizado, que é fazendeiro, usa mão de obra escrava nas suas fazendas,

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além dele responder a um processo criminal por isso, ele vai responder a um outro processo cujo objetivo é o cancelamento da sua naturalização por atividade contrária ao interesse nacional. Então se eles perguntarem na prova como o naturalizado perde a condição, é por uma sentença judicial transitada em julgado.

Vamos ver agora a segunda hipótese de perda, que é chamada de naturalização voluntária e essa hipótese se aplica tanto ao brasileiro nato quanto ao naturalizado. Então a pergunta é: quando é que eu Alessandra, brasileira nata, posso perder a condição de brasileira? Basta que eu me naturalize em outro país por vontade própria, que eu não tenho motivo para me naturalizar. Então acordei com vontade de ser mexicana, por nada, porque estou com vontade (...) então a nossa lei diz, sempre que a pessoa se naturaliza em outro país, mas ela não tem um motivo para se naturalizar, o Brasil entende que a pessoa está abrindo mão da pátria dela, isso serve para o nato e para o naturalizado, a nossa lei entende “a gente não pode ter tudo na nossa vida, ou tu é brasileiro, ou tu é mexicano, vai ter que escolher” e se eu Alessandra quero me tornar mexicana, eu perco a nacionalidade brasileira por decreto presidencial.

Eu sempre conto em sala de aula, há muitos anos eu dei aula em Santana do Livramento e eu lembro que foi uma das aulas mais curiosas porque fui muito metralhada de pergunta porque eu estava numa região de fronteira, então muitos alunos que eu tinha no Brasil eram alunos que moravam no Uruguai e vice-versa. No final da aula, vários alunos brasileiros me procuraram e disseram assim: “a gente está apavorado” porque se tinha 30 alunos em aula, 29 eram naturalizados uruguaios, e aí eu perguntei “mas por que vocês se naturalizaram uruguaios, vocês moram no Uruguai?” Eles responderam: não, a gente mora aqui em Santana do Livramento. E eles disseram que o sistema de saúde do Uruguai era muito melhor do que o brasileiro, então eles se naturalizaram para ter acesso à saúde de uma maneira melhor. E eles estavam ansiosos porque eles descobriram que quando tu te naturaliza em outro país porque tu quer, tu perde a nacionalidade brasileira, então eles perguntaram: “a gente pode perder?” Sim, pode perder, vocês não perderam porque o Brasil não sabe que vocês se naturalizaram uruguaios. Sabe como o Brasil descobre? É tão fraco o nosso sistema de fiscalização nesse sentido, que a pessoa que se naturaliza em outro país, ela preenche um documento no site do Ministério da Justiça, ela se entrega, ela preenche um documento dizendo “me naturalizei” porque o Brasil não tem como controlar, como é que ele vai saber que tu te naturalizou em outro país, isso é muito difícil, então a grande preocupação era essa, perder a nacionalidade brasileira.

(...)

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Nós tivemos um caso de uma brasileira que por vontade própria... na verdade vou começar do início, ela casou com um americano, por ela ter casado com um americano, ela conseguiu o Green Card, então ela não precisava fazer mais nada, casou com americano, conseguiu direitos nos EUA e ela poderia se dar satisfeita com isso, mas não bastasse ela conseguir o Green Card, ela pediu a naturalização americana, aí como ela se naturalizou americana por vontade própria, o Brasil entendeu que ela não tinha mais a nacionalidade brasileira, só que ela matou o marido americano e ela fugiu para o Brasil, os EUA pediram a extradição e ela alegou que não poderia ser extraditada porque era brasileira nata. O STF disse; “não querida, um dia tu foi brasileira nata, mas no momento em que tu te naturalizou americana porque tu quis, tu perdeu a nacionalidade brasileira” e ela foi extraditada para os EUA. Isso caiu numa questão de prova da CESPE, porque é um entendimento que o STF teve (...).

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Então para terminar nossa aula temos aqui também casos de dupla nacionalidade, a nossa lei diz que quando a gente adquire a nacionalidade de outro país, mas porque esse outro país nos reconhece como um cidadão nato naquele local, que é o que acontece com a Itália, a Itália adota o critério sanguíneo, então dando um exemplo aqui, eu Alessandra nasci no Brasil, vamos supor que meus pais são italianos, eu sei que a Itália adota o critério sanguíneo e eu sei que posso ser reconhecida como italiana por conta do critério deles e eu vou pedir porque é um direito que eu tenho em outro país. Nesse caso, o Brasil não tira a nacionalidade brasileira, porque é o reconhecimento de uma nacionalidade originária por uma lei estrangeira, então o que eu estou querendo dizer: quando tu pede a nacionalidade de outro país, mas é porque tu vai ser considerado nato no outro país, tu pode ter dupla nacionalidade. Isso acontece direto.

E a letra b diz ali que também pode ter dupla nacionalidade quando a pessoa adquire uma outra nacionalidade por ser uma imposição do país onde a pessoa está.

Então a gente sabe, tem pessoas, jogadores de futebol vão jogar em outros países e o país onde a pessoa está obriga ele a se naturalizar, se não ele não pode ficar morando lá pelo tempo do contrato, então eu não estou me naturalizando porque eu quero, é uma imposição do país em que eu estou, nesse caso o Brasil permite que a pessoa fique com dupla nacionalidade. Isso acontece com jogador de futebol, acontece com pessoas que vão estudar em outros países, uma amiga minha foi fazer doutorado na Espanha e ela foi toda faceira porque tinha sido aprovada no doutorado na Espanha, só que quando ela chegou lá, descobriu que só poderia ficar 6 meses, e o doutorado eram anos, aí ela teve que se naturalizar espanhola, porque é uma imposição do país onde ela está.

Terminando então, o último artigo, eu sempre brinco que eu não entendo porque esses artigos estão na parte da nacionalidade, o artigo 13 até tem a ver...

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Teve um concurso que eles colocaram que era a língua brasileira e um monte de gente errou, não existe a língua brasileira, o nosso idioma é o português, ainda que não seja o mesmo português de Portugal. Mas não entendo porque isso aqui (símbolos) estão na parte da nacionalidade, a impressão que eu fico é que o legislador estava escrevendo a Constituição e pensou “eu não posso esquecer de dizer que são símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais e não dá para esquecer que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios, então vou escrever aqui e depois eu coloco em outro capítulo” e aí ficou.

(...)

Então saibam vocês que nossos símbolos são a bandeira, o hino, as armas e o selo nacional, isso deveria estar na abertura da nossa Constituição, mas enfim.

Terminamos por aqui, na próxima aula vamos trabalhar direitos políticos.