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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade para Certificação de Processos em Organizações Militares Prestadoras de Serviços (OMPS). Por: Ricardo Pires Proença Orientador Profª Ana Cláudia Morissy Rio de Janeiro 2010

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade

para Certificação de Processos em Organizações

Militares Prestadoras de Serviços (OMPS).

Por: Ricardo Pires Proença

Orientador

Profª Ana Cláudia Morissy

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade

para Certificação de Processos em Organizações

Militares Prestadoras de Serviços (OMPS).

Apresentação de Monografia à Universidade Cândido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Engenharia de Produção.

Por: Ricardo Pires Proença

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AGRADECIMENTOS

Aos professores do Curso, aos meus amigos e

aos colegas de turma que de uma forma ou de

outra contribuíram e me incentivaram a chegar

até aqui.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, a

minha esposa Célia e aos meus filhos Rafael,

João e Pedro que sempre acreditaram e me

apoiaram, aos meus irmãos e aos meus pais

pelo incentivo.

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RESUMO

A aplicação prática dos conceitos relacionados à qualidade vem

colecionando experiências bem sucedidas nas organizações que fazem o seu

uso. A implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade é uma decisão

estratégica da organização que busca, por meio da aplicação do modelo de

gestão da qualidade baseado na norma NBR ISO 9001:2008, norma esta já

adotada por mais de 100 países, identificar os processos da organização,

integrá-los e trabalhar para atingir os seus objetivos estratégicos, objetivos de

seus clientes, atender os requisitos de seus produtos, serviços e outros

requisitos aplicáveis, tendo a eficácia e a melhoria contínua como premissas

básicas. O mercado globalizado, cada vez mais competitivo, tem exigido

esforços constantes das organizações, estimulando-as a desenvolver

estratégias mais sofisticadas para obter melhoria contínua e, assim, sobreviver

à incessante sede de mudança dos clientes. Além do mercado, a presença

mais efetiva dos órgãos reguladores, tem tornado a implantação de um

Sistema de Gestão da Qualidade, peça fundamental para garantir o

atendimento a todos os requisitos existentes e aos novos que surgem a todo o

momento. A demanda por um modelo de gestão da qualidade levou as

organizações a buscarem na Certificação de Processos a forma mais prática

de se organizar e enfrentar seus desafios. Nesse sentido, a proposta deste

trabalho é mostrar de forma clara e objetiva a estratégia de implantação do

Sistema de Gestão da Qualidade, propor sistemáticas para a definição das

unidades dentro de uma Organização Militar Prestadora de Serviços (OMPS),

para o gerenciamento e o mapeamento dos processos, a fim de padronizá-los

e delineá-los em coerência com as metodologias da Norma NBR ISO

9001:2008, apresentando técnicas para monitorar, avaliar e melhorar

continuamente estes processos.

Palavras-Chave: Sistema de Gestão da Qualidade; NBR ISO 9001:2008;

Certificação de Processos; Organização Militar Prestadora de Serviços

(OMPS).

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada baseou-se na pesquisa bibliográfica em livros e

publicações acadêmicas sobre o tema, na Norma NBR ISO 9001:2008, na

experiência adquirida ao longo de 33 anos de serviço no Arsenal de Marinha do

Rio de Janeiro e em consultas via Internet a sites que disponibilizam

informações e documentos que versam sobre o assunto.

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7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO 1

TEORIA SOBRE A QUALIDADE 12

CAPÍTULO 2

HISTÓRICO DAS NORMAS ISO 20

CAPÍTULO 3

ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO 25

CAPITULO 4

O ARSENAL DE MARINHA DO RIO DE JANEIRO E A

NORMA NBR ISO 9001:2008 77

CONCLUSÃO 85

BIBLIOGRAFIA 88

ÍNDICE 91

ÍNDICE DE FIGURAS 96

ÍNDICE DE TABELAS 97

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8

INTRODUÇÃO

A série de normas ISO 9000 é um conjunto de normas e diretrizes

internacionais para sistemas de gestão da qualidade. Desde sua primeira

publicação, em 1987, ela tem obtido reputação mundial como a base para o

estabelecimento de sistemas de gestão da qualidade.

A vasta maioria de normas ISO é altamente específica para um produto,

material ou processo particular. Contudo, tanto a norma ISO 9000 quanto a

norma ISO 14000 são conhecidas como normas genéricas de sistemas de

gestão.

Segundo a ISO (2001), genérico significa que a mesma norma pode ser

aplicada a qualquer tipo de organização, grande ou pequena, seja qual for seu

produto, inclusive quando ele é na verdade um serviço, em qualquer setor de

atividade, e seja qual for seu meio de negócio, podendo ser uma administração

pública ou um departamento do governo.

Sistema de gestão refere-se a tudo o que a organização faz para

gerenciar seus processos ou atividades. Em pequenas organizações,

provavelmente não exista um sistema, apenas uma forma de fazer as coisas, e

essa forma, na maioria das vezes, não está documentada, mas na cabeça do

proprietário ou do gerente. Quanto maior a organização, e quanto mais

pessoas estão envolvidas, maior a possibilidade de existirem alguns

procedimentos, instruções, formulários ou registros documentados. Eles

contribuem para assegurar que qualquer pessoa dentro da organização não

esteja apenas fazendo seu trabalho de seu jeito e que exista um mínimo de

ordem na forma como a organização conduz seus negócios, de forma que

tempo, dinheiro e outros recursos sejam utilizados eficientemente. Para ser

realmente eficiente e eficaz, a organização pode gerenciar sua forma de fazer

as coisas de forma sistêmica. Isso garante que nada importante seja esquecido

e que todos estejam conscientes sobre quem é responsável para fazer o que,

quando, como, por que e onde.

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9 As normas de sistemas de gestão fornecem à organização um modelo a

seguir para preparar e operar seu sistema de gestão. Esse modelo incorpora

as características que especialistas da área concordam que representam o

estado-da-arte. Um sistema de gestão que segue o modelo, ou se ajusta à

norma, é implementado com base no estado-da-arte das práticas da

organização.

As grandes organizações, ou aquelas com processos complexos,

poderiam não funcionar bem sem um sistema de gestão, apesar de ele poder

ter sido chamado por algum outro nome. Organizações de áreas como

aeroespacial, automotiva, saúde ou defesa tem operado com sistema de

gestão há anos. As normas de sistemas de gestão da ISO tornam essas

práticas de sucesso disponíveis para todas as organizações.

A norma ISO 9001:2008 foi organizada em um formato amigável para o

usuário, com termos que são facilmente reconhecidos por todas as áreas de

negócios. A norma é usada para fins contratuais e de certificação e ou registro

por organizações que procuram reconhecimento de seu sistema de gestão da

qualidade. Nesse sentido, um sistema de gestão com foco no cliente, onde os

anseios e expectativas são captados e tratados, ajudam a compor um

diferencial.

Apesar de não existir uma fórmula exata que garanta a prosperidade nos

negócios, quando os requisitos da norma ISO 9001:2008 se instalam de forma

comprometida no dia a dia da organização, a política de qualidade pode ser

determinante para trilhar um caminho de sucesso, pois permeia por pontos

vitais:

- Foco no cliente;

- Liderança;

- Envolvimento de pessoas;

- Abordagem de processos;

- Abordagem sistêmica para a gestão;

- Melhoria contínua;

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10 - Abordagem factual para a tomada de decisões;

- Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores.

O objetivo deste trabalho é mostrar a estratégia de implantação do

sistema de gestão da qualidade, propor sistemáticas para a definição das

unidades dentro de uma Organização Militar Prestadora de Serviços (OMPS),

para o gerenciamento e o mapeamento dos processos, a fim de padronizar

esses processos, delinear o sistema de gestão da qualidade, apresentando os

procedimentos a serem adotados para obter a certificação com base na Norma

NBR ISO 9001:2008 de processos em unidades do Departamento da Produção

do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.

Para construção da monografia, o estudo foi dividido em cinco capítulos.

No primeiro, buscou-se proceder a uma revisão da literatura sobre a teoria da

qualidade através dos conceitos definidos por alguns dos consagrados

pensadores sobre o tema: Deming, Juran, Crosby e Feigenbaun. A escolha

desses pensadores está relacionada à intenção de trazer ao trabalho o debate

acadêmico proporcionado pelo embate de suas concepções teóricas sobre

esse assunto.

No segundo capítulo foi realizado um levantamento histórico das normas

da família ISO 9000, apontando a sua importância no cenário mundial atual no

que se refere aos processos de gestão.

No terceiro capítulo, foi descrita detalhadamente a estratégia de

implementação do Sistema de Gestão de Qualidade desde a preparação com a

definição da unidade ou processo, modelagem do processo, sistematização do

processo, implantação do sistema de gestão, implementação deste sistema até

a auditoria de certificação do processo.

No quarto capítulo, foi feito um breve histórico do Arsenal de Marinha do

Rio de Janeiro evidenciando a necessidade de se implementar um sistema de

gestão a fim de garantir sua sobrevivência no mundo globalizado, aliado às

restrições orçamentárias atuais, identificando órgãos internos e processos

dentro da organização que podem, mais rapidamente, serem certificados com

base na Norma ISO 9001:2008.

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11 No último capítulo, apresentam-se as considerações finais, acreditando

que esse trabalho possa ser uma contribuição ao tema da gestão da qualidade

nos processos estratégicos de organizações.

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CAPÍTULO 1

TEORIA SOBRE A QUALIDADE

1.1 - Princípios da Qualidade

1.1.1 - Introdução

Na compreensão dos conceitos atuais de qualidade, é importante ter

conhecimento dos fundamentos teóricos de alguns estudiosos no assunto.

Com essa finalidade serão apresentados os princípios da qualidade de acordo

com a visão de quatro autores: Deming, Juran, Crosby e Feigenbaun.

1.1.2 - William Edwards Deming (1900-1993)

Deming (1990) define qualidade como um grau previsível de

uniformidade e confiabilidade a baixo custo, estando adequada ao mercado. Na

década de 50 suas teorias serviram de base para o ressurgimento da indústria

japonesa após a segunda guerra mundial. A indústria criou força e se reergueu

com base em conceitos como: liderança, obtenção do conhecimento,

metodologias estatísticas, ciclo PDCA.

Baseados nessa experiência pós-guerra, Deming definiu 14 princípios da

qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação

correspondente, é um indicativo de que a administração pretende manter a

empresa em atividade, e visa proteger os investidores e os empregos”

(DEMING, 1990, p.17). Esses princípios servem para nortear as empresas que

optam pela implantação de um sistema qualidade, sendo sintetizados por

Almeida (2009, p.9):

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13 1. Criar constância de propósitos na melhoria contínua de produtos e

serviços;

2. Adoção da nova filosofia;

3. Não depender da inspeção em massa;

4. Cessar a prática de avaliar as transações apenas com base nos

preços;

5. Melhorar continuamente o sistema de produção e serviços;

6. Instituir o treinamento profissional do pessoal;

7. Instituir a liderança;

8. Eliminar o medo;

9. Romper as barreiras entre os departamentos;

10. Eliminar slogans e exortações para o pessoal;

11. Eliminar quotas numéricas;

12. Remover barreiras ao orgulho do trabalho bem realizado;

13. Instituir um vigoroso programa de educação e reciclagens nos novos

métodos;

14. Planos de ação: agir no sentido de concretizar a transformação

desejada.

1.1.3 - Joseph Juran (1904 -2008)

Juntamente com Deming, foi um dos responsáveis pela revolução

industrial do Japão pós-guerra. Juran (1990) conceitua qualidade como

adequação ao uso e considera que a melhoria da qualidade deve ser a

prioridade do gestor, logo em seguida o planejamento e o controle de

qualidade, sendo que esse último deve estar delegado até as áreas

operacionais das organizações. Sua prática vem da gestão financeira. O autor

Page 14: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

14 caracteriza o termo “Qualidade Total” como fruto do processo contínuo de

melhoria da qualidade. Baseados em suas experiências a ação conjunta do

planejamento, controle e melhoramento da qualidade ficou conhecido como a

trilogia de Juran, que detalhadamente consistem nas tarefas a seguir:

a) Planejamento da Qualidade:

- Determinar quem são os clientes;

- Determinar as necessidades de seus clientes;

- Desenvolver características de produto que respondam às

necessidades de seus clientes;

- Desenvolver processos capazes de produzir as características do

produto;

- Transferir os planos para as forças operacionais.

b) Controle da Qualidade:

- Avaliar o desempenho atual;

- Comparar o desempenho atual com o desempenho estabelecido;

- Atuar sobre as diferenças.

c) Melhoramento da qualidade:

- Estabelecer a infraestrutura;

- Identificar os projetos de melhoramento;

- Estabelecer equipes;

- Prover recursos, motivação e treinamento.

1.1.4 - Armand Feigenbaum (1922-1994)

Na sua concepção qualidade “é um conjunto de características do

produto ou serviço em uso, as quais satisfazem as expectativas do cliente”

(ALMEIDA, 2009, p.13). O autor salienta a motivação pessoal e considera o

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15 maior avaliador da qualidade do serviço é o cliente. É o mentor do conceito

controle de qualidade total (Total Quality Control), que é definido como um

sistema que integra os esforços para desenvolver melhorar e manter a

qualidade na organização. O controle envolve quatro etapas:

1. Instituir um padrão de qualidade;

2. Confrontar o produto com o padrão instituído

3. Quando produto não estiver conforme, agir para se adequar ao

padrão instituído;

4. Realizar planejamento aprimorando o padrão de qualidade.

1.1.5 - Philip Crosby (1926-2001)

No entender de Crosby (1999), qualidade é a conformidade com as

exigências. Um dos produtos de seus estudos é o conceito do Zero - defeito,

onde acredita que a falha na qualidade não é por conta dos trabalhadores, e

sim por conta dos gestores. Em uma pergunta bastante reflexiva, Crosby

exemplifica sobre a tolerância com os defeitos: “Se os erros não são tolerados

na gestão financeira, por que não se deveria fazer o mesmo na área

industrial?” (MOREJÓN, 2005, p.62).

A sua visão sobre a busca pela qualidade, esta descrita em 14 etapas:

1. Comprometimento da gerência;

2. Definição de uma equipe de melhoria;

3. Cálculo de índices de avaliação da qualidade;

4. Avaliação dos custos da qualidade;

5. Conscientização;

6. Ações corretivas;

7. Planejamento para zerar os defeitos;

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16 8. Treinamento de supervisores;

9. Lançamento do dia do "defeito zero";

10. Estabelecimento das metas a serem atingidas;

11. Eliminação das causas dos erros;

12. Reconhecimento do sucesso;

13. Conselhos da qualidade;

14. Recomeçar do princípio.

1.2 - Outros Aspectos da Qualidade

1.2.1 - Qualidade e Setor de Serviços

A mensuração de qualidade do setor de manufatura vem dos esforços

para tornar o produto de acordo com o padrão de qualidade instituído. Mesmo

em uma indústria, entre os resultados que chegam ao cliente, pode haver

serviços. No entender de Theodore Levitt (apud VELHO, 1995, p.1) “[...] o que

existe são empresas nas quais o componente serviços é maior ou menor do

que outras. Todas invariavelmente prestam serviços".

No entendimento de Morosini (2008), o conceito de qualidade não é o

mesmo para todos. Se tratando da área de serviços, esses parâmetros

subjetivos aguçam essa afirmação, pois cada cliente tem uma expectativa

diferente. Sob o ponto de vista de Las Casas (1999, p.16) “os serviços

possuem dois componentes de qualidade a observar: o serviço, propriamente

dito, e a forma como é percebido pelo cliente”.

Além da intangibilidade, outra característica marcante da qualidade no

setor de serviços é o imediatismo das percepções. A interação fornecedor

versus cliente fica bem exemplificada quando os funcionários encontram-se na

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17 linha-de-frente, e o consumo é simultâneo com o serviço prestado. Nessa

situação a qualidade é construída de fora para dentro.

1.2.2 - Qualidade pela Normalização Técnica

“Até um mau produto pode receber a certificação ISO, desde que as

etapas do processo de produção sejam registradas por escrito e estabeleçam

as providências a serem tomadas nos casos de não-conformidade”

(MOREJÓN, 2005, P.20). A Citada autora conclui seu pensamento dizendo que

a normalização técnica constitui apenas um instrumento, valioso mas opcional,

do gerenciamento de qualidade total.

No entanto, a normalização técnica não faz milagres e nem causam um

diferencial se as definições não estiverem alinhadas estrategicamente com os

objetivos de melhoria. Corroborando com esse pensamento, Mott (2002)

considera que a conformidade com um processo ruim não terá efeitos

diferentes à conformidade com um processo bom.

A família de normas ISO 9000 foi criada para relacionar e padronizar os

requisitos necessários para o desenvolvimento de sistemas de gestão de

qualidade para empresas. Por esse motivo é que não há garantia, apenas

indicativos para os caminhos pela busca da excelência.

A introdução da filosofia da qualidade total pode ser uma forma de

seleção mercadológica. No entendimento dessa afirmação, é válido ressaltar

que a confiabilidade expressada pela marca ISO garante uma estampa de

bastante visibilidade perante o mercado. Mas não se deve esquecer que a

consolidação da normalização técnica só ganhou tal visibilidade mediante a

inúmeros casos de sucesso comprovado nas organizações. Na opinião de

Crosby (1994) as normas da família ISO 9000 incorporam as condutas

essenciais nas organizações confiáveis.

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18 1.2.3 - Justificativas para Implementação da ISO 9001

A opção de usar um método de normalização para buscar a qualidade

dos serviços de uma OMPS, tem como finalidade tratar todo o sistema de

gestão, e não apenas os processos industriais.

Neste estudo, o sistema de gestão de qualidade sugerido é baseado no

modelo NBR ISO 9001:2008. A gestão da qualidade sugerida pela International

Organization for Standardization (ISO), não impossibilita a implantação de

outras práticas de melhoria, pelo contrário, o seu funcionamento pleno favorece

a implementação de outros modelos, pois os processos industriais já estarão

identificados e suscetíveis a mudanças.

Ao se tratar de um projeto que mobiliza setores e pessoas da

organização, os benefícios da implantação da ISO iniciam-se na estruturação

da busca pela certificação. Essa mobilização pode ser facilmente constatada

ao observarmos que as pessoas se tornam mais unidas dentro das empresas.

Essa maior união reflete, entre outros fatos, o fortalecimento da rede de

comunicação e o orgulho de cada um por haver participado ativamente do

projeto.

Outra justificativa para escolha da implantação da ISO 9001 como

ferramenta de um sistema de gerenciamento de qualidade total, é a

manutenção da qualidade dos processos que dão suporte aos serviços

prestados. A qualidade evita retrabalho e minimiza os desperdícios. Os

benefícios chegam até o cliente de duas formas:

- De forma intangível: Aumentando a percepção de qualidade em relação

à organização;

- De forma tangível: Reutilizando os recursos provenientes da diminuição

de desperdício para outras frentes: Otimização de novos processos,

aperfeiçoamento e capacitação da força de trabalho, manutenção de infra-

estrutura (local de trabalho, ferramentas e máquinas operatrizes).

Page 19: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

19 Inegavelmente ter a marca ISO relacionada aos seus serviços pode

aumentar a confiabilidade da organização entre os seus clientes. No entanto,

para quem se aprofunda nos fundamentos da gestão e tira proveito de todos os

benefícios da implantação da norma, terá em seu negócio a certificação como

conseqüência.

Page 20: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

20

CAPÍTULO 2

HISTÓRICO DAS NORMAS ISO

2.1 - Normas da família ISO 9000

2.1.1 - Surgimento no Brasil

A International Organization for Standardization (ISO) é uma entidade

não governamental criada na Suíça, cuja sede fica em Genebra. Em 1987

editou a série 9000 (também conhecida como família 9000) com o objetivo de

estabelecer critérios para implantação de sistemas de garantia da qualidade.

No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que

também é uma um entidade não governamental, emitiu a primeira tradução da

série em 1990. A mesma foi nomeada série NBR 19000. A ABNT

adicionalmente é responsável pelo creditamento das empresas de consultoria e

auditoria para a certificação oficial. Nessa primeira tradução, a série ISO 9000

era composta por cinco normas, conforme tabela 1:

Tabela 1 - Família ISO 9000 em 1990

Nº Título

NBR 19000 Normas de Gestão de Qualidade e Garantia da Qualidade: diretrizes para seleção e uso

NBR 19001 Sistemas da Qualidade: modelo para Garantia da Qualidade em Projeto, Desenvolvimento,

Produção, Instalação e Assistência Técnica

NBR 19002 Sistemas da Qualidade: modelo para Garantia da Qualidade em Produção e Instalação

NBR 19003 Sistemas da Qualidade: modelo para Garantia da Qualidade em Inspeção e Ensaios Finais

NBR 19004 Gestão da Qualidade e Elementos do Sistema da Qualidade: diretrizes

Fonte: www.abnt.org.br

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21 Em 1994, a série recebeu sua primeira revisão. Apesar das

modificações, a essência das normas era a mesma, continuando as normas

NBR ISO 9000 e NBR ISO 9004 com diretrizes e NBR ISO 9001, 9002 e 9003

normas contratuais sujeitas à certificação.

Em 2000, a série foi totalmente revisada. Além das alterações nos

requisitos, houve alterações em sua estrutura. O conteúdo das normas NBR

ISO 9002 e 9003 passaram a integrar em síntese a NBR ISO 9001. Ficando a

série sendo composta por apenas a NBR ISO 9001 sujeita à certificação e NBR

ISO 9000 e 9004 com diretrizes. Nesse período a norma passou a adotar-se o

ano na grafia de suas publicações, exemplo: NBR ISO 9000:2000.

Em 2005, foram adicionadas algumas definições nos fundamentos de

gestão publicados na ISO 9000:2000 e mais termos foram adicionados com a

finalidade de enriquecer o vocabulário da norma, facilitando melhores

interpretações. As normas ISO 9001:2000 e ISO 9004:2000 não sofreram

alterações.

Em 2008, pela primeira vez a publicação da ISO 9001:2008 foi traduzida

simultaneamente e apresentou consistentes alterações no seu conteúdo. Foi

dada ênfase ao resultado sustentável no conceito da melhoria contínua. Nessa

edição as mudanças em alguns requisitos diminuíram a subjetividade, e

esclarecimentos foram importantes para abranger a aplicabilidade a outros

setores, como por exemplo, o setor de serviços.

Nos últimos tempos, conceitos sociais e ambientais estão sendo cada

vez mais citados no dia a dia das empresas. A revisão da versão 2008

favoreceu a compatibilização com a norma ISO 14001:2004 de sistema de

gestão ambiental.

Em 2009, a ISO 9004:2000 também ganhou revisão, o enfoque mudou e

criou-se uma nova norma com orientações para estratégias voltadas para a

sustentabilidade. A ABNT ainda não publicou sua tradução e ainda se encontra

em vigor a versão do ano 2000. O cenário atual de traduções da ABNT em

relação à família ISO 9000, esta expressada na tabela 2:

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22 Tabela 2 - Família ISO 9000 em 2010

Nº Título

NBR ISO 9000:2005 Sistemas de Gestão da Qualidade - Fundamentos e vocabulário

NBR ISO 9001:2008 Sistema de Gestão da Qualidade - Requisitos

NBR ISO 9004:2000 Gestão do Sucesso Sustentável - Uma abordagem da Gestão de Qualidade

Fonte: www.abnt.org.br

2.1.2 – Requisitos da Norma NBR ISO 9001:2008

A NBR ISO 9001:2008 está estruturada em 08 seções. As seções 1, 2 e

3 fazem referências a generalidades da norma, ou seja, ao conteúdo conceitual

e as seções 4, 5, 6, 7 e 8 especificam os requisitos necessários para

implantação e manutenção de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ):

1 - Escopo - Especifica os requisitos de um Sistema de Gestão da

Qualidade, quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade

para fornecer produtos ou serviços que atendam de forma consistente aos

requisitos do cliente e requisitos regulamentares ;

2 - Referência Normativa - Fornece referência dos fundamentos e

do vocabulário que constam na norma;

3 - Termos e Definições - Define os termos utilizados na norma,

referencia a NBR ISO 9000:2005;

4 - Sistema de Gestão da Qualidade - Aponta os requisitos

gerais das atividades que documentam e registram um sistema de gestão de

qualidade. São exemplos dos documentos citados: Manual da Qualidade,

Procedimentos, Instruções de Trabalho, Formulários e Registros;

5 - Responsabilidade da Direção - Relaciona o compromisso da

alta direção com o sistema de gestão de qualidade, orientando e evidenciando

Page 23: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

23 o comprometimento para assegurar os compromissos com o sistema de gestão

de qualidade;

6 - Gestão de Recursos - Refere-se à disponibilização de recursos

para implementar e manter um Sistema de Gestão de Qualidade. Promovendo

capacitação e determinação de competências no caso de recursos humanos. E

recursos de infraestrutura necessária para garantir a conformidade com os

requisitos do produto;

7 - Realização do Produto - Define processos para o

desenvolvimento do produto, e engloba: interação com os clientes, relação com

fornecedores e o projeto de desenvolvimento do produto. Cabe lembrar que o

termo "produto" pode também significar "serviço";

8 - Medição, Análise e Melhoria - Baseia-se na medição, análise

e melhoria do sistema de gestão de qualidade. Faz com que instituições criem

rotinas de: auditorias internas, medição e acompanhamento dos processos,

dos produtos e dos serviços realizados, controle das não-conformidades,

análise de indicadores e planejamento da melhoria contínua.

A figura 1 mostra o modelo conceitual dos requisitos da Norma NBR ISO

9001:2008:

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24 Figura 1 – Modelo Conceitual dos Requisitos da Norma NBR ISO 9001:2008

Realização do produto

Cli

ente

s

Cli

ente

s

Gestão de Recursos

Responsabilidade da Direção

Medição, Análise,

Melhoria

Melhoria Contínua do Sistema de Gestão da Qualidade

Re

quis

ito

s

Sati

sfa

ção

Produto

Requisitos da ISO 9001:2008 Requisitos da ISO 9001:2008

EntradaEntradaSaídaSaída

Fonte: Próprio Autor

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25

CAPÍTULO 3

ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO

A implementação do sistema de gestão da qualidade pelas normas ISO

9001:2008 obedece ao princípio da abordagem de processo, seguindo a

sistemática mostrada pela Figura 2.

Figura 2 – Metodologia de implementação do sistema de gestão da qualidade

GESTÃO DERECURSOS

MELHORIA CONTÍNUA DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

RESPONSABILIDADEDA DIREÇÃO

SAÍDAS

PRODUTO

CLIENTES( E OUTRAS PARTESINTERES-SADAS)

SATISFAÇÃOMEDIÇÃO, ANÁLISE EMELHORIA

REALIZAÇÃO DO PRODUTO

ENTRADAS

CLIENTES( E OUTRAS PARTESINTERESSADAS)

REQUISITOS

Modelo de um SGQ Baseado em Processos

Fonte: Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (Núcleo de Gestão Integrada)

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26 3.1 – Definição da Unidade de Negócio

De acordo com Campos (1992), uma unidade de negócio é um conjunto

de pessoas que se unem para processar energia, materiais e informações

(conhecimento) provenientes da sociedade e, assim, produzir produtos para

satisfazer às necessidades de sobrevivência das pessoas dessa mesma

sociedade.

Assim, toda organização é formada por diversas unidades de negócios

que, juntas, realizam seu trabalho, buscando agregar valor na produção de

bens e ou fornecimento de serviços.

Pode-se definir unidade de negócio como unidade organizacional, com

definição de autoridade sobre processos afins e responsabilidade sobre

resultados operacionais, que contribui para a realização da missão da

organização. Dentro desse contexto, unidade organizacional é uma unidade

com estrutura hierárquica, ou com relação de poder.

Todas as pessoas engajadas em executar seu trabalho em uma unidade

de negócio devem agir como se fossem os donos desse negócio. Para tanto,

elas poderiam representar esta sua unidade de negócio em termos de missão,

fornecedores, insumos, macroprocesso, produtos e clientes:

Missão: compromisso e dever da unidade para com a empresa. É a

própria razão da existência da unidade. A formulação básica de uma

missão pode seguir a regra: FAZER + O QUE e ou A QUEM + DE QUE

MODO;

Fornecedores: aqueles que abastecem e propiciam os insumos

necessários, podem ser internos ou externos;

Insumos: o que e transformado, modificado ou tratado na execução de

um processo, como por exemplo, informações, energia, matéria-prima

etc.;

1

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27 Macroprocesso: representação esquemática da seqüência de

processos que levam a um resultado esperado. Normalmente, é

representado por um diagrama de caixas, que mostra os principais

processos inerentes às unidades de negócios. Consiste em escrever de

maneira sucinta o trabalho feito pelo setor, sem entrar em detalhes

(estes serão importantes adiante, no mapeamento desses processos);

Produtos: bens ou serviços, com determinadas características

(qualidade, custo, entrega, segurança e moral), que satisfazem às

necessidades e os desejos dos clientes;

Clientes: todo aquele que recebe um produto ou serviço, resultado de

um processo e é afetado, direta ou indiretamente, por sua qualidade;

pode ser interno ou externo.

Como toda unidade de negócio visa a resultados, para saber se esse

resultado é positivo ou negativo, ele deve ser medido e monitorado por meio

dos indicadores gerenciais, aplicados sobre as cinco dimensões da qualidade:

qualidade intrínseca (Q), custo (C), moral (M), segurança (S) e entrega (E). Os

indicadores gerenciais são índices numéricos estabelecidos sobre os efeitos de

cada processo para medir sua qualidade e podem ser dispostos como

demonstrado na Tabela 3.

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28 Tabela 3 - Indicadores Gerenciais.

QCMES O que Quem Quando Onde Por que Como

Indicar qual a

característica

que está

sendo

medida.

O QUE vai

ser medido

(indicador

gerencial)

em

linguagem

da

Organização.

Quem vai

efetuar a

medição

do

indicador

(coletar

dados e

compilar

os dados).

Qual a

frequência

de

medição.

ONDE a

medição

deve ser

feita.

Justificar o

PORQUÊ

de cada

medição

(que desejo

ou

necessidade

está sendo

atendido).

Explicar

COMO

efetuar a

medição

(fórmula), ou

apontar o

procedimento

equivalente

Fonte: Próprio Autor

3.2 – Definição da Política e dos Objetivos da Qualidade

A maioria das organizações traduz suas linhas gerais de conduta que

podem estar sob a forma de uma visão, ou de uma missão, ou de uma política.

A primeira vista, pode parecer que não existe diferença entre esses três termos

mas, na verdade, existe distinção entre eles.

A visão expressa o sonho da alta direção de como ela deseja que sua

empresa se encontre dentro de 5 ou 10 anos. Ela deve ser formulada pela alta

direção após uma análise do meio ambiente (mercado e concorrentes),

observando os valores (princípios ou crenças) da organização e o apoio de

todos os colaboradores (Campos, 1992).

A missão é compromisso e dever da organização para com suas partes

interessadas (clientes, colaboradores, acionistas e comunidade), ou seja, é a

própria razão de existência da organização.

Uma política da qualidade reflete intenções e diretrizes globais de uma

organização, relativas à qualidade, expressas pela alta direção (ISO

Page 29: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

29 9001:2008). Assim, o processo de formulação da política da qualidade deve

levar em consideração a visão e a missão da organização, bem como o estudo

de sua situação estratégica em relação a seus concorrentes e ao mercado,

para que possa servir como diretriz para futuras ações gerenciais. A declaração

da política da qualidade de uma organização deve ser resultado de um

consenso entre a alta direção e a gerência; a aprovação final cabe à primeira.

Os princípios da qualidade apresentados na norma ISO 9000:2008 podem ser

uma boa fonte de inspiração para uma declaração de política da qualidade.

Um objetivo da qualidade indica o que pretendemos atingir, enquanto a

meta nos informa o quanto e quando pretendemos atingir esse objetivo. Os

objetivos da qualidade são importantes instrumentos de estímulos para a

tomada de ação, que propiciam a gestão estratégica da organização de forma

planejada e não por meio de crises (Juran, 1991).

Segundo a norma ISO 9001 (2000), os objetivos da qualidade precisam

ser consistentes com a política da qualidade e com o comprometimento para a

melhoria contínua, e seus resultados devem ser mensuráveis. A realização dos

objetivos da qualidade tem impacto positivo na qualidade do produto ou do

serviço, na eficácia operacional e no desempenho financeiro, conduzindo assim

à satisfação e à confiança das partes interessadas.

Juran (1991) define algumas características que os objetivos da

qualidade devem possuir. Assim, um objetivo da qualidade deve ser:

Mensurável: quando os objetivos são expressos em números, eles

podem ser comunicados com maior precisão;

Compreensível: os objetivos da qualidade devem ser redigidos em

linguagem simples e clara;

Abrangente: as atividades para as quais foram estabelecidos os

objetivos ganham prioridade maior, mas necessitam que as outras

atividades sejam realizadas para que eles possam ser atingidos;

Aplicável: os objetivos da qualidade devem adequar-se às condições

de uso ou ser flexíveis para se adaptarem às condições de uso;

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30 Atingível: deve ser possível que os colaboradores atinjam os objetivos

da qualidade por meio da aplicação de um esforço absolutamente

normal;

Mantido com facilidade: os objetivos da qualidade devem ser

projetados de maneira modular (independentes), para que os elementos

possam ser revisados sem afetar os demais elementos;

Econômico: os resultados obtidos com os objetivos da qualidade

devem ser maiores que o custo investido para seus estabelecimento e

gestão.

Os objetivos da qualidade podem ser estabelecidos tomando por base

dados históricos (sucata, retrabalho, número de pessoas etc.), estudos de

engenharia, por meio da coleta e análise cientifica de dados, expressos em

unidades tecnológicas de medida e tomando a forma de limites de tolerância,

ou o mercado, por meio de informações sobre os produtos ou serviços

concorrentes

3.3 – Gerenciamento e Mapeamento de Processos

Um processo pode ser definido de diversas formas:

Davenport (1994) define-o como a ordenação especifica das

atividades de trabalho no tempo e no espaço, com um começo, um

fim, entradas e saídas claramente identificadas, enfim, uma estrutura

para a ação;

Harrington (1993) define-o como um grupo de tarefas interligadas

logicamente, que utilizam os recursos da organização para gerar os

resultados definidos, de forma a apoiar seus objetivos;

Johansson et al. (1995) definem que processo é o conjunto de

atividades vinculadas que tomam um insumo (entrada) e o

transformam para criar um resultado (saída). Teoricamente, a

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31 transformação que nele ocorre deve adicionar valor e criar um

resultado que seja mais útil e eficaz ao recebedor acima ou abaixo

da cadeia produtiva;

Rummler e Brache (1994) afirmam ser o processo uma série de

etapas criadas para produzir um produto ou serviço, incluindo várias

funções e abrangendo o espaço em branco entre os quadros do

organograma; ele deve ser visto como uma cadeia de agregação de

valores;

Segundo a norma ISO 9000 (ABNT, 2000), um processo é definido como

conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam

entradas em saídas. Ainda segundo essa mesma norma, qualquer atividade,

ou conjunto de atividades, que usa recursos para transformar entradas em

saídas, pode ser considerado como um processo.

Basicamente, existem três razões possíveis para a organização alterar

um processo: redução de custos, renovação de competitividade e domínio

tecnológico (Johansson et al., 1995 p. 55), com a finalidade de agregar valor

para o cliente.

Da mesma forma que a idéia de valor do cliente varia ao longo do

tempo, os processos evoluem ao longo de sua vida. Ao serem criados, estes

visam a determinado resultado especifico, de acordo com a demanda do cliente

e devem ser bastante claros e simples. Ao longo do tempo, sofrem

refinamentos, adaptações, variações individuais, induzidas pelas pessoas que

nele trabalham, mudanças de planos organizacionais, enfim, fatores que vão

levar o processo a certo grau de institucionalização e maturidade que, porém,

ocasionam a diminuição da eficácia, levando ao excesso de controle e colapso;

gasta-se mais tempo e energia trabalhando o processo do que em seu

resultado esperado (Adair e Murray, 1996).

Se essa evolução for reconhecida a tempo por um gerente bem

informado e hábil, ele poderá entrar no circuito, no ponto onde existe a

maturidade, e propor o redesenho do processo, devolvendo-lhe a eficácia.

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32 Cerqueira Neto (1994 p. 69) concorda com a existência dos processos

fundamentais ou primários e dos processos de apoio, porem esse autor

acredita que, quando se parte do foco do cliente, existe um terceiro tipo de

processo. Ele estabelece a classificação da seguinte forma.

Processos primários: são os que tocam o cliente. Qualquer falha, o

cliente logo identifica;

Processos de apoio: são os que colaboram com os processos

primários na obtenção do sucesso junto aos clientes;

Processos gerenciais: são os que existem para coordenar as

atividades de apoio e dos processos primários.

A figura 3 ilustra esta classificação.

Figura 3 – Tipos de Processos

PROCESSOS PRIMÁRIOS

PROCESSOS DE APOIO

PROCESSOS GERENCIAIS

ClienteCliente

Tipos de ProcessosTipos de Processos

Fonte: Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (Núcleo de Gestão Integrada)

Adair e Murray (1996 p. 28) enumeram ainda algumas características

comuns que os processos devem partilhar:

Page 33: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

33 Múltiplas etapas, tarefas, operações ou funções executadas em

seqüência, ou as vezes em conjuntos de tarefas, operações ou funções

executadas simultânea ou seqüencialmente;

A geração de um resultado ou produto identificável, que pode ser um

produto físico, um relatório, dados e informações verbais, escritos ou

eletrônicos, um serviço ou qualquer produto final identificável de uma

série de etapas;

O resultado ou produto tem um receptor identificável, que define sua

finalidade, suas características e seu valor, seja esse receptor um cliente

externo ou interno.

Apesar das características comuns, os processos também variam

significativamente em termos de modo de operação, conforme seu estagio de

evolução, sua inter-relação com outros processos e a natureza especifica dos

resultados produzidos. Reconhecer as características comuns, no entanto, é

vantajoso à medida que propicia uma base racional para a aplicação de

ferramentas analíticas comuns e corretivas comprovadas para problemas

comuns.

Antes de identificar as características comuns dos processos, é

necessário saber que eles compõem a estrutura organizacional por meio de

uma hierarquia, em que é apresentado o nível de detalhamento com que o

trabalho esta sendo executado.

Ao avaliarem-se os papéis e responsabilidades diferenciadas no

conjunto que comporá o processo (ou subprocesso), as atividades podem ser

classificadas como (Cruz, 1998, p. 39-45):

Principais: são as que têm participação direta na criação do bem ou

serviço que é objeto do processo, sendo divididas em:

- atividades críticas: são todas as que têm papel crucial para a integridade

do processo, ou seu resultado; os predicados que a tornam crítica são:

tempo de início, criticidade da matéria-prima, criticidade do equipamento,

tempo de produção e tempo de término;

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34 - atividades não críticas: são as que, embora sejam imprescindíveis para

que o processo possa alcançar o resultado esperado, não tem os

predicados que as tornariam críticas, podendo ser realizadas dentro de

parâmetros e condições mais flexíveis. Costumam ser divididas de acordo

com suas características, como: paralelismo, exclusividade, tempo de início

diverso e tempo de término diverso;

Secundárias: são as que não estão diretamente envolvidas com a

produção do bem ou serviço que a organização oferta. Elas existem

para permitir que as atividades principais possam ser executadas com o

mínimo de pressão possível, alem de providenciarem todas as

condições de operacionalidade necessárias às atividades principais com

antecedência. As atividades secundárias costumam dividir-se em: infra-

estrutura, recursos humanos, tecnologia, compras e qualidade.

Transversais: são o conjunto de varias especialidades, executadas em

uma única operação com a finalidade de resolver problemas, devendo

ser de caráter temporário ou provisório, pois não agregam valor nenhum

e consomem recursos variáveis.

As atividades, do ponto de vista da aplicação conceitual de processos,

devem possuir as seguintes características (Almeida, 1993, p. 31-32): ser

independentes; receber produtos parciais mensuráveis; fazer algo modificar o

produto parcial recebido (agregar valor); gerar produtos também mensuráveis;

ser repetitivas.

As tarefas podem ser classificadas como rotineiras ou não rotineiras, e

são compostas por instruções. As instruções são a forma especifica de

executar o trabalho, ou seja, o “código genético” presente nas atividades e

tarefas, indicando quando estas devem iniciar, por qual evento, de que forma e

com que ferramenta. Dessa forma, podem ser classificadas como: formais

(indicam para o responsável: como, quando e com o que realizar o trabalho) e

informais (conjunto de práticas não escritas que o ocupante de um posto

incorpora a realização de seu trabalho) (Cruz, 1998).

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35 Todo processo, atividade, tarefa ou instrução, segundo Cruz (1998),

possui ainda um tempo de ciclo, que é o tempo necessário para sua execução,

sendo composto por tempos de início, meio e fim de uma parte executável.

Esses tempos podem variar em função de uma série de fatores e comprometer

a eficiência do processo, alem da produtividade e da lucratividade da

organização.

Por tudo o que foi tratado anteriormente, pode-se concluir que as

organizações desenvolvem seus processos de forma a satisfazer as

necessidades de suas partes interessadas, tais como, colaboradores, clientes,

acionistas e a comunidade. Essas necessidades podem ser traduzidas pelas

cinco dimensões da qualidade total: qualidade intrínseca, entrega, custo, moral

e segurança.

Para que as organizações consigam atender a todas essas dimensões,

elas necessitam identificar e gerenciar os processos inter-relacionados e

interativos.

As entradas e saídas de um processo podem ser tangíveis ou

intangíveis. Exemplos de entradas e saídas podem incluir equipamentos,

materiais, componentes, energia, informação, recursos financeiros, entre

outros. Para desempenhar as atividades dentro de um processo devem ser

alocados os recursos apropriados. Um sistema de medição pode ser usado

para coletar informações e dados a fim de analisar o desempenho do processo,

bem como as características das entradas e das saídas. Uma vantagem dessa

abordagem é que os resultados podem ser documentados e monitorados ao

longo do tempo para atingir metas de melhoria.

A abordagem de processo utiliza os princípios do chamado Ciclo PDCA,

inicialmente desenvolvido por Walter Shewhart em 1920 e depois popularizado

por W. Edwards Deming. O conceito do ciclo PDCA é algo que esta presente

em todas áreas, seja informalmente, consciente ou inconscientemente em tudo

o que se faz. Qualquer atividade, não importa o quão simples ou complexa ela

seja, pode ser gerenciada por meio deste conceito.

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36 Dentro do contexto de um sistema de gestão de qualidade, o PDCA é

um ciclo dinâmico que pode ser desdobrado dentro de cada processo da

organização e para o sistema de processos em sua totalidade. Ele esta

intimamente associado com o planejamento, implementação, controle e

melhoria contínua dos processos de realização do produto e do sistema de

gestão da qualidade.

A manutenção e a melhoria contínua da capacidade do processo podem

ser atingidas pela aplicação do conceito do ciclo PDCA em todos os níveis da

organização. Isso se aplica tanto para os processos estratégicos de alto nível,

como para o planejamento e a análise critica do sistema de gestão da

qualidade, quanto para simples atividades operacionais executadas como parte

dos processos de realização do produto. Processos individuais raramente

ocorrem de forma isolada. As saídas de um processo geralmente formam parte

das entradas do processo subseqüente.

As interações entre os processos da organização podem ser complexas,

resultando em uma rede de processos interdependentes. As entradas e saídas

desses processos podem ser relativas à cliente internos ou externos. O retorno

(feedback) sobre a satisfação ou insatisfação da saída do processo é uma

entrada essencial para o processo de melhoria contínua do sistema de gestão

da qualidade.

A gestão por processos é a metodologia para contínua avaliação,

análise e melhoria do desempenho dos processos-chaves da unidade de

negócio, ou seja, os que mais impactam na satisfação das partes interessadas.

Para cada processo identificado na fase de macroprocesso do diagrama

de caixas, durante a definição da unidade de negócios, deve ser elaborado um

fluxograma, para mapear as principais tarefas ou atividades constituintes desse

processo. Devem participar de tal trabalho o comitê da qualidade, o

coordenador da qualidade e os responsáveis (donos) de cada uma das

unidades de negócio (engenharia, produção, compras, recursos humanos,

administração, finanças, projeto, qualidade, comercial etc.) da organização.

Essa equipe deve elaborar e analisar criticamente os fluxogramas a fim de

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37 detectar falhas e oportunidades de melhoria, destacando as tarefas críticas e

eliminando tarefas que não agregam valor ou que são duplicadas, tentando

levar a organização para um patamar diferente do atual e igual aquele em que

a alta direção deseja.

Na elaboração dos fluxogramas para mapeamento dos processos, são

utilizados alguns símbolos para representar cada etapa e cada atividade, tais

como os mostrados na Figura 4.

Figura 4 – Simbologia usada na elaboração de fluxogramas

FLUXOGRAMAFLUXOGRAMASÍMBOLOS

Início ou Fim do Processo

Identifica uma Atividade do Processo

Identifica uma Decisão

Identifica uma conexão

Documento gerado ou usado na ação

Arquivo de Informações

Fluxo do Processo

Fonte: Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (Núcleo de Gestão Integrada)

Outros símbolos existem para representar situações dentro de um

fluxograma; entretanto, estes são os principais que podem ser usados para

uma mínima caracterização do mapeamento do processo.

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38 3.3.1 - Padronização dos Processos

A humanidade convive com a padronização há milhares de anos, e

depende dela para sua sobrevivência. Seria muito difícil viver no dias de hoje

se não fosse pela padronização, como, por exemplo, em nosso vestuário, nos

calçados, no trafego de veículos, na distribuição e utilização de energia, nos

materiais de construção, entre muitos outros. Segundo Campos (1992), grande

parte das causas de problemas nas organizações brasileiras deve-se a seus

funcionários que trabalham em turnos diferentes, executando a mesma tarefa

de formas diferentes, acarretando variabilidade ao processo e,

conseqüentemente, perdas em qualidade e em produtividade.

A implementação da padronização busca dois objetivos básicos:

Obter resultados previsíveis em processos repetitivos, garantindo assim

a qualidade previsível aos clientes;

Proporcionar e manter o domínio tecnológico nas organizações.

Pode-se dizer que uma organização é detentora do domínio tecnológico

sobre seus processos quando possui um sistema estabelecido e a garantia de

que o que está sendo executado pelas pessoas corresponde ao que está

documentado pelo sistema.

Muito se fala que a padronização traz consigo a burocratização, mas

isso não é verdade. O que a padronização garante é a manutenção do domínio

tecnológico da empresa, tirando-o das cabeças das pessoas e trazendo-o para

o conhecimento de todos.

A padronização dos processos complementa o mapeamento dos

processos críticos, fornecendo os detalhes a respeito da operacionalização de

cada atividade, definindo quem, onde, como, quando, por que e como. Nessa

etapa, parte-se para a padronização dos processos realizados pela

organização para a realização de seus produtos ou serviços, ou seja, os

processos realizados pela empresa em seu dia-a-dia.

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39 Segundo Campos (1992), a padronização não se limita ao

estabelecimento do padrão, mas inclui também sua utilização, pois de nada

adianta redigir um procedimento ou uma instrução operacional e deixá-la

guardada dentro de uma gaveta. Os colaboradores ou usuários devem ser

treinados nesse padrão para que o utilizem em seu dia-a-dia.

A implementação da padronização é feita por meio de dois tipos de

padrões: os padrões de sistema e os padrões técnicos.

Os padrões de sistema são documentos consensados e estabelecidos

para assuntos que dizem respeito à organização e suas interfaces, como, por

exemplo, organograma, procedimento de controle de projeto, procedimento de

treinamento e procedimento de aquisição. Os padrões técnicos são

documentos consensados e estabelecidos para assuntos técnicos relacionados

direta ou indiretamente a um produto ou processo, como, por exemplo,

especificação de matéria-prima e de produto, plano de inspeção de

recebimento e instruções operacionais.

Para estabelecer um padrão, deve-se iniciar pela escolha da atividade

ou processo a ser padronizado. Dado um processo mapeado mediante um

fluxograma, elabora-se um procedimento geral para descrever as interfaces

(quem, quando, o quê, onde, por que, como) e, tomando-se por base o mesmo

fluxograma, selecionam-se as atividades criticas que necessitam ser

padronizadas por meio de instruções operacionais.

Esses documentos necessitam ser padronizados em linguagem que os

usuários entendam, empregando linguagem regional, os jargões da área e até

mesmo gírias, quando for o caso. Antes de serem aprovados e oficializados,

esses padrões devem ser consensados com todas as pessoas e áreas

envolvidas com sua utilização. O consenso garante que nenhuma das partes

vá sentir-se prejudicada por qualquer ação definida nos procedimentos,

facilitando sua implementação. Depois de analisados criticamente e aprovados,

os usuários dos padrões devem ser treinados para assegurar sua utilização

adequada. Finalmente, para avaliar se os padrões estão sendo seguidos,

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40 devem ser programadas auditorias da qualidade, a fim de corrigir eventuais

falhas ou aperfeiçoar o processo.

Quanto à forma de elaboração, os padrões devem possuir formatos e

nomes padronizados, para se distinguirem uns dos outros e para facilitar seu

controle. Além disso, os padrões devem conter ainda numero ou data de

revisão, assinatura de aprovação e, como formam o elo de uma corrente

(sistema de gestão da qualidade), não poderão nunca contradizer outros

padrões existentes, sejam eles procedimentos, instruções operacionais,

requisitos regulamentares ou estatutários.

Nunca se deve deixar a elaboração dos padrões a cargo da chefia ou de

um consultor externo. É imprescindível a participação de quem realiza a tarefa

a ser padronizada durante a elaboração de um procedimento ou instrução

operacional, uma vez que, agindo dessa forma, o colaborador se sentirá dono

do processo, comprometendo-se com ele e apagando a imagem de que a

implementação do sistema de gestão da qualidade é uma imposição. Mesmo

se esse colaborador não souber escrever, ele deverá participar, ditando como o

processo se desenrola para um integrante do grupo responsável pela

implementação da padronização.

3.3.2 - Delineamento do Sistema de Gestão de Qualidade

Depois de mapeados e padronizados os processos do dia-a-dia da

empresa, é chegado o momento de descrever e padronizar os processos

exigidos pela norma ISO 9001:2008 e que dão sustentação ao sistema de

gestão da qualidade.

A metodologia a ser seguida para o delineamento dos processos do

sistema da qualidade exigidos pela norma é o mesmo para os processos de

produção ou prestação de serviço e apoio existentes na organização, ou seja,

inicia-se pelo mapeamento do processo e, em seguida, padroniza-se o mesmo

mediante procedimentos e ou instruções operacionais. A grande diferença

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41 nessa etapa final em relação à etapa anterior é que muitos desses processos a

serem mapeados, na verdade, nascerão nesse momento, pois a maioria das

empresas não os pratica em seu dia-a-dia. Nesse caso, é interessante

observar atentamente o que a norma ISO 9001:2008 requer para criar-se um

processo simples, mas que atenda a suas exigências.

A Tabela 4 mostra os processos que devem ser padronizados na etapa

de padronização (item 4.4) e os que devem ser padronizados na etapa de

delineamento do sistema da qualidade.

Tabela 4 - Processos das etapas de padronização e delineamento do sistema da

qualidade

Etapa e Padronização

(Exemplos de Processos)

Etapa de Delineamento

- controle de documentos - projeto e desenvolvimento de produtos - controle de processos produtivos - aquisição - planejamento da produção (PCP) - vendas e serviços associados (pós-vendas) - instalação de obras - admissão e demissão de funcionários - contas a pagar e a receber - treinamento - custos industriais - recebimento de materiais - inspeção de produtos - definição do organograma organizacional - identificação de produtos

- controle de registros - elaboração do manual da qualidade - definição de autoridades e responsabilidades - analise crítica do sistema da qualidade pela alta direção - planejamento da qualidade - controle de dispositivos de medição e monitoramento - rastreabilidade de produtos - propriedade do cliente - preservação do produto - análise de dados e técnicas estatísticas - auditoria interna da qualidade - medição da satisfação de clientes - controle de produtos não conforme - ação corretiva e ação preventiva - melhoria contínua

Fonte: Próprio autor

Como a implementação de um sistema de gestão da qualidade utiliza os

conceitos da engenharia simultânea, pode acontecer de as etapas de

padronização e de delineamento do sistema se misturarem em alguns

momentos.

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42 À medida que os processos vão sendo padronizados, seja nessa etapa

seja na anterior, eles devem ser implementados por meio do treinamento dos

colaboradores nos documentos correspondentes aos processos nos quais

estão envolvidos. Uma vez implementados, devem-se programar pequenas

auditorias internas para avaliar o trabalho, corrigindo eventuais falhas e

buscando melhorias. Essas auditorias podem ser feitas por terceiros (auditores

externos) ou por colaboradores da própria organização, desde que eles

possuam qualificação para tanto.

3.4 - Sistema de Gestão da Qualidade

Esta seção da norma ISO 9001:2008 explicita a necessidade de

implementação de um sistema de gestão da qualidade para apoiar os

processos de realização da organização. Assim, fornece diretrizes gerais para

que sistematicamente se conduza e se opere uma organização que melhora

continuamente seu desempenho, indicando ainda as informações e evidências

necessárias para a eficácia e eficiência do sistema de gestão da qualidade.

3.4.1 – Requisitos Gerais

Esse requisito da norma ISO 9001:2008 define claramente quais são as

etapas necessárias para a implementação de um sistema de gestão da

qualidade.

A alínea 4.1.a da norma enfatiza a necessidade de a organização

identificar os processos necessários para a operacionalização de seu sistema

de gestão da qualidade, tarefa que deve ser feita de forma seletiva pela

organização, de modo a buscar o foco em seu negócio. Esse requisito pode ser

atendido por meio da definição da unidade de negócio da organização.

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43 A alínea 4.1.b requer que sejam determinadas a seqüência e a interação

entre os processos da organização. Ou seja, os processos críticos definidos no

macroprocesso de cada unidade de negócio devem ser mapeados, para

mostrar sua seqüência e interação. Isso pode ser conseguido pelo

mapeamento dos processos, ou seja, pela elaboração de fluxogramas para

esses processos críticos. Nesse caso, é importante saber distinguir processo e

tarefa, pois, se a identificação feita em 4.1.a for enfocada em múltiplas

atividades e tarefas e não em processos, esse requisito apresentara certa

dificuldade de implementação, propiciando complicações para a organização

administrar seu sistema de gestão da qualidade.

As demais alíneas (4.1.c até 4.1.f) são desdobramentos da definição

básica de processo.

3.4.2 – Requisitos de Documentação

O requisito 4.2 da norma ISO 9001:2008 subdivide-se em outros quatro

requisitos, a saber: generalidades, manual da qualidade, controle de

documentos e controle de registros da qualidade.

3.4.2.1 - Generalidades

Esse requisito determina quais são os tipos de documentos que o

sistema de gestão da qualidade de uma organização deve incluir. Esses

documentos são tratados na seção de documentação a seguir.

As notas pertencentes a esse requisito fazem algumas ressalvas importantes:

Toda vez que a expressão “procedimento documentado” aparecer no

texto da norma, significa que a organização terá de instituir, documentar,

implementar e manter esse procedimento;

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44 A abrangência da documentação do sistema de gestão da qualidade

pode diferir de uma organização para outra, dependendo do tamanho e

do tipo de atividades desempenhadas por essas organizações, da

complexidade dos processos e de suas interações e da competência do

pessoal. Ou seja, a documentação é um retrato da organização. Assim,

pode existir uma organização cujos documentos se resumam ao manual

da qualidade e aos procedimentos documentados exigidos pela norma e

outra que necessite, além destes, de outros documentos, tais como

instruções operacionais, tabelas, especificações etc., para apoiar seu

sistema da qualidade;

A documentação do sistema de gestão da qualidade pode estar sob

qualquer forma ou tipo de mídia, como, por exemplo, papel (cópia física),

arquivo magnético, disco eletrônico ou óptico, fotografia, amostra-padrão

etc.

3.4.2.2 - Manual da Qualidade

Conforme a norma ISO 9000:2008, o manual da qualidade é um

documento que especifica o sistema de gestão da qualidade de uma

organização.

De modo geral, o manual da qualidade precisa refletir que sua empresa

tem consciência dos requisitos exigidos pela norma ISO 9001:2008, que eles

tenham sido corretamente interpretados e tenham sido incorporados ao

sistema de gestão da qualidade, servindo como referência para a

implementação e manutenção do mesmo, e seu formato é decidido pela própria

organização, dependendo de sua cultura, seu tamanho e sua complexidade.

Uma pequena ou microempresa pode decidir por incluir a descrição de

todo o seu sistema de gestão da qualidade em um simples manual da

qualidade (manual auto-suficiente), incluindo todos os procedimentos

documentados requeridos pela norma. Já as grandes organizações ou

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45 multinacionais podem necessitar de vários manuais em âmbito global, nacional

ou regional (manual de referência), alem de uma hierarquia de documentação

mais complexa.

Para as pequenas organizações e setores de grandes organizações, o

manual da qualidade do tipo auto-suficiente pode reduzir drasticamente a

documentação, principalmente para aqueles requisitos em que a norma não

requer que sejam redigidos procedimentos documentados, pois elimina

drasticamente os níveis hierárquicos dos documentos, alem de permitir uma

consulta mais fácil por meio da documentação.

O manual deve incluir, no mínimo:

O escopo do sistema de gestão da qualidade, incluindo detalhes e

justificativas para qualquer exclusão de requisitos do sistema que não se

aplicam à organização (requisito 1.2 – aplicação);

Os procedimentos documentados requeridos para o sistema de gestão

da qualidade, ou ao menos, referência a eles;

A descrição da interação entre os processos do sistema de gestão da

qualidade, ou seja, os fluxogramas desses processos.

Como na maioria das vezes o manual da qualidade é usado como um

instrumento de marketing para que uma organização possa apresentar seu

sistema de gestão da qualidade para um cliente ou fornecedor, por questões de

segurança ela pode não desejar incluir as definições de unidades de negócio e

os fluxogramas de processos nele, pois essas informações poderiam cair na

mão de seus concorrentes. Assim, recomenda-se dividir o manual da qualidade

em dois documentos distintos: o manual da qualidade e o manual da unidade

de negócio. O primeiro teria como conteúdo a estrutura de tópicos, com

exceção da definição de unidades de negócio e dos fluxogramas de processo,

que seriam incluídos no manual da unidade de negócio. No manual da

qualidade poderia ser incluído ainda um macrofluxograma dos processos da

organização, fazendo referência aos vários fluxogramas dos processos das

unidades de negócio. No manual da unidade de negócio poderiam ser incluídos

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46 também o organograma da unidade de negócio, os indicadores da qualidade e

as autoridades e responsabilidades de suas principais funções, individualizado

para cada departamento.

3.4.2.3 - Controle de Documentos

Esse requisito sofreu algumas alterações em relação à norma ISO

9001:1994, para adequação à nova postura que possibilita maior flexibilidade

às organizações no desenvolvimento de um número mínimo de documentos

necessários para fundamentar o sistema de gestão da qualidade.

Uma das principais alterações diz respeito ao fato de que os registros

passaram a ser considerados um tipo especial de documento, porem

controlados conforme requisito próprio (4.2.4) da norma ISO 9001:2008.

Outra alteração relevante foi a exclusão da necessidade de que as

análises criticas e aprovações das alterações nos documentos fossem

executadas pelas mesmas funções que realizaram a análise crítica e a

aprovação originais, ou seja, deixando a opção de reaprovar um documento

por outra função diferente daquela que o fez anteriormente. Além disso, a

versão de 1994 da norma ISO 9001 requeria que fosse usada uma lista mestra

para identificar a situação atual da revisão dos documentos. Desde a versão

2000, a norma requer apenas que a situação atual dos documentos seja

identificada; isso pode ser feito por meio da colocação do numero de revisão

atual do documento em seu cabeçalho ou rodapé.

O requisito 4.2.3 requer a implementação de um procedimento

documentado para o controle dos documentos requeridos para o sistema de

gestão da qualidade. Esse procedimento deve incluir sistemáticas para:

Aprovar os documentos antes de sua liberação para uso;

Analisar criticamente, atualizar e reaprovar documentos;

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47 Assegurar que as alterações e a situação da revisão atual dos

documentos sejam identificadas;

Assegurar que as revisões atuais dos documentos aplicáveis estejam

disponíveis nos locais de uso;

Assegurar que os documentos permaneçam legíveis e prontamente

identificáveis, de forma a não interromper o processo ou a atividade a

que se referem;

Assegurar que os documentos de origem externa sejam identificados e

que sua distribuição seja controlada; e

Prevenir o uso não intencional de documentos obsoletos e aplicar uma

identificação apropriada nos casos em que forem retidos por qualquer

propósito.

3.4.2.4 - Controle de Registros da Qualidade

Conforme mencionado no tópico 3.4.2.3 acima, os registros da qualidade

foram considerados um tipo especial de documento. No entanto, conforme

define a norma ISO 9000:2008, o registro é um documento que apresenta os

resultados obtidos ou fornece evidências de atividades realizadas.

Para tentar esclarecer a possível duvida que possa ainda pairar sobre a

diferença entre documento e registro, são dados dois esclarecimentos. Em

primeiro lugar, os registros podem ser usados para documentar a

rastreabilidade ou para fornecer evidência de verificações, ações preventivas e

ações corretivas; e, em segundo lugar, os registros não precisam de controle

de revisão, uma vez que eles apresentam uma atividade realizada e não

necessitam e nem devem ser atualizados, ao contrário dos documentos. Pode-

se dizer então que a principal diferença entre registro e documento é que o

primeiro relaciona-se ao passado (registro de uma atividade, qualidade

realizada ou praticada), enquanto o segundo relaciona-se ao presente e ao

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48 futuro (como tenho que fazer minha atividade e como irei fazê-la quando ela

vier a ser melhorada).

A implementação desse requisito requer a instituição de um

procedimento documentado para definir os controles necessários para:

Identificação: código ou título pelo qual o registro é conhecido;

Armazenamento: a forma e o local onde os registros são guardados

como, por exemplo, pasta suspensa, pasta A-Z etc.;

Proteção: o tipo de proteção necessária para impedir uma possível

perda ou deterioração do registro, como, por exemplo, backup distante

de campos magnéticos, em ambiente com temperatura controlada etc.;

Recuperação: a forma ou ordem como os registros são recuperados

para consulta depois de armazenados, como, por exemplo, por data,

mês, número seqüencial, código, diretório etc.;

Tempo de retenção: o tempo necessário que o registro deve ser

mantido para fins de comprovação da qualidade praticada, como, por

exemplo, seis meses, cinco anos etc.;

Descarte: a forma de disposição do registro da qualidade depois de

vencido o tempo de retenção, como, por exemplo, lixo, picotamento,

incineração etc.;

O requisito 4.2.1 da norma ISO 9001:2008 determina que a

documentação do sistema de gestão da qualidade, como ilustra a Figura 5,

deve incluir:

Declaração documentada da política da qualidade;

Declaração documentada dos objetivos da qualidade;

Manual da qualidade;

Procedimentos documentados requeridos pela norma ISO 9001:20008,

como, por exemplo, os procedimentos requeridos para controle de

documentos (requisito 4.2.3) e para controle de registros da qualidade

Page 49: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

49 (requisito 4.2.4). Alem desses, são necessários ainda procedimentos

documentados para auditoria interna (requisito 8.2.2), para controle de

produto não conforme (requisito 8.3), para ação corretiva (requisito

8.5.2) e para a ação preventiva (requisito 8.5.3);

Documentos necessários à organização para assegurar planejamento,

operação e controle eficazes de seus processos. Esses documentos

deveriam ser preparados para agregar valor e demonstrar a

conformidade do sistema de gestão da qualidade, tais como mapas de

processos, organogramas, comunicações internas, instruções de

trabalho, procedimentos, programação de produção, listas de

fornecedores aprovados, planos da qualidade etc.;

Registros da qualidade requeridos pela norma ISO 9001:2008.

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50 Figura 5 - Estrutura usual da documentação do sistema de gestão da qualidade.

Sistema de gestão da QualidadeSistema de gestão da Qualidade

A Hierarquia da DocumentaçãoA Hierarquia da Documentação

Reg

istr

os

Reg

istr

os

Política da Qualidade

Objetivos da Qualidade

Manual da Qualidade

Procedimentos documentados

requeridos pela ISO 9001:2008

Documentos necessários para planejamento, operação e

controle de processos (instruções operacionais, especificações, planilhas,planos da qualidade)

Documentos do 1º nível Nível estratégico

Documentos do 2º nível

Nível tático

Documentos do 3º nível

Nível operacional

Fonte: Próprio Autor

Especificamente para o requisito 4.2 da norma ISO 9001:2008, são

requeridos o manual da qualidade e dois procedimentos documentados, um

para controle de documentos e outro para controle de registros da qualidade.

Além disso, é necessário documentar o histórico das alterações dos

documentos e a situação atual da revisão dos mesmos. As alterações podem

ser documentadas no próprio documento ou em um anexo apropriado. A

situação atual da revisão pode ser documentada por meio do número da

revisão do documento disposto no cabeçalho ou rodapé do mesmo, mediante

uma lista mestra, com controle de numero de revisão ou de data de emissão,

ou de um índice, no caso de os documentos serem armazenados em pastas,

por exemplo, caso a organização ainda deseje continuar a usar uma lista

mestra como um banco de dados de todos os seus documentos do sistema da

qualidade.

Page 51: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

51 Os registros da qualidade podem ser controlados no procedimento de

controle de registros por meio de uma tabela geral, que deverá incluir todos os

registros do sistema de gestão da qualidade da organização.

Para evidenciar a aprovação e o controle dos documentos, é necessário

que os mesmos possuam cabeçalhos e rodapés com informações como título,

código, tipo de documento, numero da revisão, autoridade pela aprovação,

paginação e identificação da empresa.

No rodapé, que deve aparecer somente na primeira página do

documento, deve constar a data de aprovação, a assinatura da autoridade

responsável pela aprovação do documento e a data de vigência do documento.

A primeira data indica quando o documento foi aprovado e a segunda, a data a

partir da qual o documento começará a valer. O tempo entre a aprovação e o

inicio da vigência deve ser algo em torno de sete dias, ou seja, o tempo

necessário para treinamento dos colaboradores no documento e o início de sua

implementação.

Para a identificação das cópias controladas, não controladas e

obsoletas, principalmente para os documentos em cópias físicas, pode ser

utilizado o recurso dos carimbos. No caso de cópias em meio eletrônico, o

controle é feito pelo próprio software empregado para o controle de

documentos, normalmente por meio de senhas.

Apesar de a norma não requerer nenhum registro para controle de

documentos, é necessário um registro para controlar a distribuição dos

documentos, principalmente no caso dos documentos externos. Esse controle

pode ser feito por meio de um protocolo de distribuição de cópias, caso as

cópias sejam distribuídas em meio físico, ou por meio de senhas, caso as

copias sejam distribuídas via rede (meio eletrônico).

Caso a organização não queira utilizar um protocolo em que os

responsáveis das áreas necessitem assiná-lo para evidenciar o recebimento do

documento, ela pode adotar um protocolo, onde se obtém um mapa de todos

os documentos e dos locais e quantidades para os quais eles foram

distribuídos.

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52 3.5 – Responsabilidade da Direção

3.5.1 – Comprometimento da Direção

A alta direção é formada pelo principal executivo da organização e por

sua diretoria, e o principal executivo é aquele que tem autonimia para

disponibilizar recursos. Uma vez identificada quem é a alta direção, esse

requisito requer que ela demonstre seu comprometimento com a

implementação e a melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade, que

pode ser feito por meio das seguintes ações:

Comunicar à organização a importância de atender aos requisitos dos

clientes e aos requisitos regulamentares e estatutários, ou seja, a alta

direção deve ser um representante ou advogado do cliente em sua

própria organização. Essa comunicação pode ser feita por meio de

palestras, da divulgação da política da qualidade informativos internos

etc.;

Definir e documentar a política da qualidade;

Garantir que os objetivos da qualidade sejam implementados;

Conduzir análises críticas do sistema de gestão da qualidade;

Disponibilizar recursos necessários para a implementação e para a

melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade.

3.5.2 – Foco no Cliente

A NBR ISO 9001:2008 considera que a identificação dos requisitos dos

clientes pode ser feita por meio de pesquisas de mercado e desdobradas em

requisitos do produto ou do serviço para que sejam atendidas. As organizações

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53 dependem dos seus clientes e, portanto, é recomendável que atendam às suas

necessidades atuais e futuras, os seus requisitos e procurem exceder as suas

expectativas. O conceito de foco no cliente deve ser disseminado pela alta

direção por toda a organização.

3.5.3 – Política da Qualidade

O requisito 5.3 da norma ISO 9001:2008 exige a instituição da política da

qualidade. O processo de gestão é evolutivo e a política da qualidade pode ser

interpretada como a porta de entrada do sistema de gestão da qualidade. Esse

requisito requer que ela seja adequada e apropriada aos propósitos da

organização, para nortear seus esforços na direção do futuro que ela

estabeleceu em sua visão de futuro.

3.5.4 – Planejamento

O requisito 5.4 da norma ISO 9001:2008 divide-se em objetivos da

qualidade e planejamento do sistema de gestão da qualidade.

3.5.4.1 – Objetivos da Qualidade

São a base para o monitoramento da melhoria contínua e para as

análises críticas pela direção. Nesse sentido é interessante que a organização

desdobre esses objetivos para os níveis apropriados, podendo fazê-lo por meio

de uma técnica denominada desdobramento de diretrizes. Esses objetivos da

qualidade deverão ser mensuráveis e coerentes com a política da qualidade

estabelecida pela organização e devem ser descritos com suas finalidades e

prazos para o seu atendimento.

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54 3.5.4.2 – Planejamento do Sistema de Gestão da

Qualidade

Os objetivos da qualidade serão concretizados através de um

planejamento mais detalhado ou plano de ação, que deve ter ampla divulgação

entre os membros da organização envolvidos. Nesse planejamento deverá

estar previsto que a integridade do sistema de gestão da qualidade seja

mantida e controlada quando mudanças no sistema são planejadas e

implementadas, como, por exemplo, entrada de novos processos, alteração em

layout ou admissão e demissão de pessoas. Tais mudanças podem trazer

consigo a necessidade de treinamento, elaboração ou cancelamento de

documentos criação ou cancelamento de registros que, se incluídos ou

excluídos do sistema sem nenhum planejamento, podem deixar lacunas no

sistema da qualidade.

3.5.5 – Responsabilidade, Autoridade e Comunicação

O requisito 5.5 da norma ISO 9001:2008 divide-se em três outros

requisitos: responsabilidade e autoridade, representante da direção e

comunicação interna

3.5.5.1 – Responsabilidade e Autoridade

A alta direção deve assegurar que as responsabilidades e a autoridade

sejam definidas e comunicadas em toda a organização. Esta definição pode ser

feita de diversas formas, tais como matriz de autoridade e responsabilidade,

organograma organizacional, manual de descrição de cargos e os próprios

procedimentos documentados do sistema de gestão da qualidade.

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55 3.5.5.2 – Representante da Direção

A alta direção da organização deve indicar um membro para exercer a

função de seu representante, com autoridade para gerenciar, monitorar, avaliar

e coordenar o sistema de gestão da qualidade. A pessoa a ser indicada deve

conhecer bem a organização e possuir facilidade de comunicação com todos

os níveis da mesma, alem de boa aceitação por todos. O representante da

direção será o facilitador da implementação e manutenção do sistema de

gestão da qualidade.

A nomeação documentada do representante da direção pode ser feita

por meio de um memorando interno ou pelo manual da qualidade.

3.5.5.3 – Comunicação Interna

A norma ISO 9004:2000 sugere como formas de implementação da

comunicação interna a comunicação conduzida pela direção em áreas de

trabalho, reuniões informativas e outras reuniões de equipe, quadros de avisos,

jornais e revistas internos, correio eletrônico, programa de sugestões e

pesquisas com empregados.

3.5.6 – Análise Crítica pela Direção

A alta direção deve analisar criticamente o sistema de gestão da

qualidade da organização, a intervalos planejados, para assegurar sua

contínua adequação, suficiência e eficácia para alcançar os objetivos da

qualidade estabelecidos. Essa análise crítica deve incluir a avaliação de

oportunidades para melhoria e necessidade de mudanças no sistema da

qualidade.

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56 Durante as reuniões devem ser tratados os seguintes temas, conforme

definido no requisito 5.6.2. da norma (entradas para análise crítica):

Resultados de auditorias – relatórios das ultimas auditorias realizadas,

sejam de clientes, internas ou por organismos independentes;

Realimentação de clientes – qualquer espécie de manifestação do

cliente, por exemplo reclamações, elogios, esclarecimento de dúvidas

etc.;

Desempenho de processo e conformidade de produto – resultados

de medições e monitoramentos realizados no processo;

Situação de ações preventivas e corretivas – número de ações

abertas, concluídas e em andamento;

Ações de acompanhamento sobre as análises críticas anteriores –

a fim de não permitir que as decisões da alta direção fiquem apenas no

papel. As ações somente podem ser concluídas depois que existem

evidências de que estas ações foram tomadas e foram eficazes;

Mudanças que podem afetar o sistema de gestão da qualidade –

quando ocorrer ou estiver para ocorrer mudanças organizacionais, por

exemplo contratação ou demissão de pessoal, aumento ou redução de

processos, alterações na estratégia da empresa etc.; e

Recomendações para melhoria – quaisquer sugestões recebidas para

melhoria do produto, processo ou sistema de gestão da qualidade.

Como resultado da análise crítica pela direção do sistema de gestão da

qualidade da organização, devem ser tomadas decisões relativas a melhoria da

eficácia do sistema e de seus processos, melhoria dos produtos em relação

aos requisitos do cliente e necessidade de recursos, conforme prevê o requisito

5.6.3 da norma ISO 9001:2008.

As análises críticas pela direção e seus resultados devem ser

registrados em uma ata de reunião. Nessa ata, devem constar: data da

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57 reunião, nome dos participantes, assuntos tratados e recomendações ou plano

de ação.

3.6 – Gestão de Recursos

Esta seção da norma visa salientar que a alta direção deve garantir a

implementação, a manutenção e a melhoria contínua do sistema de gestão da

qualidade de sua organização por meio da provisão de recursos financeiros,

humanos e prediais.

3.6.1 – Provisão de Recursos

Esse requisito na norma ISO 9001:2008 confirma uma das maiores

prioridades da alta direção dentro do sistema de gestão da qualidade: a

provisão de recursos necessários para implementar e manter esse sistema e

melhorar continuamente sua eficácia, e para aumentar a satisfação dos clientes

mediante o atendimento a seus requisitos.

3.6.2 – Recursos Humanos

Esse requisito afirma que o pessoal que executa atividades que afetam a

qualidade do produto deve ser competente, com base em educação,

treinamento, habilidade e experiência apropriadas.

Para atender a esse requisito, a organização deve realizar anualmente

ou semestralmente um levantamento das necessidades de treinamento, para

continuamente sanar as deficiências dos profissionais em diversas

competências. Por meio desse levantamento, cada responsável de área deve

informar quis treinamentos são necessários, os profissionais que devem fazê-

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58 lo, qual o período desejável para realização do treinamento e qual o local ou

instituição sugerido. Todas essas informações devem ser consolidadas e

devem formar o denominado plano anual ou semestral de treinamento. Esse

plano deve ser submetido à aprovação da alta direção da organização.

Depois de realizado cada treinamento, é necessário avaliar sua eficácia,

ou seja, descobrir se o treinamento trouxe benefícios para os treinandos e a

organização.

Devem ser mantidos registros apropriados para educação, treinamento,

habilidade e experiência. Os registros de educação podem ser o histórico

escolar ou o diploma de conclusão de algum curso. Os registros de treinamento

são: o levantamento de necessidade de treinamento, o plano de treinamento, a

lista de presença, no caso de treinamento interno, o certificado de conclusão de

treinamento emitido pelas entidades patrocinadoras dos cursos, no caso de

treinamento externo e o formulário de avaliação de eficácia de treinamento.

3.6.3 – Infra-estrutura

Esse requisito requer que a direção da organização defina e providencie

a infra-estrutura necessária para a realização dos serviços, incluindo recursos

como instalações, espaço de trabalho, ferramentas e equipamentos, serviços

de apoio, tecnologia de informação, comunicação e meios de transporte.

A direção deve avaliar periodicamente, a necessidade de prover por

meio de investimentos a infra-estrutura para implementar o sistema de gestão

da qualidade e assegurar mediante manutenção que a infra-estrutura continue

a atender às necessidades da organização.

A descrição de como a organização atende a esse requisito pode ser

feita no Manual da Qualidade e não é necessária a elaboração de nenhum

procedimento documentado. No caso dos serviços de apoio, seus processos

devem ser mapeados, e devem ser elaborados procedimentos ou instruções de

trabalho necessárias para a padronização dos mesmos.

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59 3.6.4 – Ambiente de Trabalho

Para atender a esse requisito, a direção da organização deve assegurar

que o ambiente de trabalho exerça influência positiva na motivação, satisfação

e desempenho das pessoas, como um meio de aumentar o desempenho da

própria organização.

Segundo Lago (2000), a estabilidade de uma organização está

diretamente relacionada a sua capacidade de planejar e desenvolver ações

para satisfazer a suas próprias necessidades, interna e externamente. As

ocorrências de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e incidentes

críticos devem ser consideradas fatores que podem interferir no equilíbrio das

empresas. As causas desses fatores são elementos não conformes à

segurança e higiene do trabalho que se desenvolvem em condições favoráveis.

Para combater esses problemas, normalmente as empresas recorrem a

medidas corretivas, e o ideal seria recorrer a medidas preventivas. Ou seja, a

prevenção de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e incidentes críticos

deve ser tratada como uma necessidade primária das empresas para a

satisfação de seus clientes internos e primários, seus empregados.

Assim como para o requisito anterior, a descrição da forma como a

organização atende a este requisito pode ser descrita no Manual da Qualidade,

e não é necessária a elaboração de nenhum procedimento documentado. O

mapa de risco é um documento que pode ser tratado por esse requisito, e ser

referenciado no Manual da Qualidade.

3.7 – Realização do Produto

Esta seção oferece as estruturas necessárias para as operações da

organização atingirem um resultado esperado, reforçando a abordagem de

processo, incluindo os requisitos que vão desde o atendimento das

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60 necessidades e expectativas dos clientes, passando pelo projeto e

desenvolvimento do produto, aquisição de matérias-primas e serviços,

produção e fornecimento de serviço, até o controle dos dispositivos de medição

e monitoramento.

3.7.1 – Planejamento da Realização do Produto

A organização deve planejar e desenvolver os processos necessários

para a realização de seus serviços. Qualquer processo é uma atividade ou uma

seqüência de atividades correlacionadas que tem entrada e saída. Assim, é

necessário definir as saídas requeridas dos processos, identificar as entradas

necessárias e as atividades requeridas para sua realização eficaz e eficiente.

Uma vez que as entradas tenham sido definidas, podem ser determinadas as

atividades necessárias, bem como as ações e os recursos requeridos para o

processo, com a finalidade de obter as saídas desejadas.

Segundo a norma ISO 9001:2008, ao planejar a realização do produto

ou serviço, a organização deve determinar:

Os objetivos da qualidade e os requisitos para o produto ou serviço;

A necessidade de estabelecer processos e documentos e prover

recursos específicos para o produto ou serviço;

A verificação, validação, monitoramento, inspeção e atividades de

ensaios requeridos, específicos para o produto ou serviço, bem como os

critérios para a aceitação destes; e

Os registros necessários para fornecer evidências de que os processos

de realização e o produto ou serviço resultante atendem aos requisitos.

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61 3.7.2 – Processos Relacionados a Clientes

O principal objetivo deste requisito é fazer com que a organização tenha

uma compreensão completa dos requisitos de processo do cliente, suas

expectativas e necessidades, antes de iniciar sua ação no sentido de atendê-lo.

3.7.2.1 – Determinação de Requisitos relacionados ao

Produto

Esse requisito requer que a organização conheça, logo de início, o que o

cliente deseja, quais suas necessidades e suas expectativas, e avalie a

possibilidade de satisfazer a esses anseios, necessidades e expectativas.

Dessa forma, o primeiro passo a ser dado é determinar quais os

requisitos especificados pelo cliente e o segundo, os requisitos necessários

para o uso especificado que não foram declarados, ou seja os requisitos que

nem o cliente sabe que são necessários, mas que a organização, por

experiência, conhece e sabe que, se não forem incluídos, podem comprometer

a satisfação do cliente.

Alem desses dois passos iniciais, a organização deve definir ainda se

existe algum requisito estatutário ou regulamentar relacionado ao seu produto

ou serviço para o atendimento ao cliente.

3.7.2.2 – Análise Crítica dos Requisitos relacionados ao

Produto

Uma vez definidos os requisitos relacionados ao serviço, ou seja, uma

vez definidas as expectativas e necessidades dos clientes, a organização deve

realizar uma análise crítica desses requisitos antes de assumir o compromisso

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62 de fornecer o serviço ao cliente para assegurar que todos os requisitos estão

definidos e que não falta nenhum.

3.7.2.3 – Comunicação com o Cliente

A organização necessita estabelecer e implementar um canal de

comunicação com seus clientes para evitar que em uma mesma ligação o

cliente fale com todos os gerentes antes de chegar na pessoa que realmente

vai solucionar seu problema, solicitação, consulta, esclarecimento de dúvidas,

tratamento de reclamações e informações sobre o produto ou serviço.

Essa comunicação pode ser feita por diversas formas, tais como: serviço

de atendimento ao cliente, catálogo ou manual com informações do produto ou

serviço ou, ainda, a definição de uma função dentro da organização para a qual

todos os contatos dos clientes serão canalizados para que ela resolva o

problema ou encaminhe-o diretamente para a função competente para tal.

3.7.3 – Projeto e Desenvolvimento

Esse requisito requer que a alta direção assegure que a organização

tenha definido, implementado e mantido os processos de projeto e

desenvolvimento necessários para responder eficaz e eficientemente às

necessidades e expectativas de seus clientes. Para tanto, a organização deve

controlar seu processo de projeto e desenvolvimento por meio das seguintes

fases: planejamento, entrada e saída de projeto e desenvolvimento, análise

crítica, verificação, validação e controle de alterações.

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63 3.7.4 – Aquisição

Nesse requisito, a organização planeja o tipo e a extenção do controle

que exercerá sobre seus fornecedores para assegurar que os produtos

adquiridos estão em conformidade com os requisitos especificados.

O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, por ser uma organização da

Administração Pública, deve seguir e obedecer o que rege a Lei 8666 de

21/06/1993 – Lei das Licitações, e portanto já tem este processo definido e

regulamentado.

3.7.5 – Produção e Fornecimento de Serviço

O requisito 7.5 da norma ISO 9001:2008 subdivide-se em cinco

requisitos:

3.7.5.1 – Controle de Produção e Fornecimento de Serviço

O objetivo primordial de um sistema de gestão da qualidade,

principalmente os regidos pela norma ISO 9001, é dar confiança ao cliente de

que a organização opera os processos de realização de seus produtos ou de

fornecimento de seus serviços de maneira controlada. Para a norma ISO

9001:2008, essas condições controladas significam que a organização:

descreve as características dos produtos ou serviços que estão por

oferecer a seus clientes;

elabora, implementa e disponibiliza as instruções de trabalho

necessárias para padronizar os processos de trabalho que causam

impacto na qualidade do produto ou do serviço. O grau de detalhamento

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64 dessas instruções deve ser coerente com a capacitação dos

funcionários, ou seja, quanto maior a competência ou capacitação dos

mesmos, menor é a necessidade de instruções com alto grau de

detalhamento;

implementa um sistema apropriado de manutenção, que pode ser

corretiva, preditiva ou preventiva, sendo preferível esta última e neste

caso haverá necessidade de elaboração de um plano de manutenção;

disponibiliza e utiliza dispositivos de medição e monitoramento

necessários para assegurar a qualidade do produto ou serviço;

implementa atividades de medição de medição e monitoramento em

diversas fases do processo de realização do produto ou entrega do

serviço; e

estabelece e implementa as atividades necessárias para a liberação e

entrega do produto e para a execução de serviços associados.

3.7.5.2 – Validação dos Processos de Produção e

Fornecimento de Serviço

Toda vez que a saída resultante de um processo não puder ser

verificada por monitoramento, medição subsequente, ou essa verificação for

economicamente inviável, a organização deve validá-lo. Isso inclui quaisquer

processos nos quais as deficiências só fiquem aparentes depois que o produto

estiver em uso ou que o serviço tenha sido entregue, como por exemplo

processos de soldagem, de pintura entre outros.

A validação tem por objetivo demonstrar a capacidade dos processos de

alcançar os resultados planejados. Para isso, é necessário que a organização

tome uma ou mais das seguintes providências:

critérios definidos para análise crítica e aprovação dos processos;

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65 aprovação de equipamentos e qualificação de pessoal;

uso de métodos e procedimentos específicos;

requisitos para registros, para evidenciar a validação; e

revalidação.

3.7.5.3 – Identificação e Rastreabilidade

Todos os produtos devem ser identificados por meio adequado desde

sua entrada na organização, passando por seus processos de realização, até

sua expedição. Os meios adequados podem ser etiquetas, embalagens, fichas

de identificação, placas etc. No caso de produtos em processo, a ordem de

fabricação também pode ser empregada como identificação, desde que

acompanhe o lote de produção.

Rastreabilidade é a capacidade de recuperar o histórico, a aplicação ou

a localização daquilo que está sendo considerado.

Ao considerarmos um produto ou serviço, a rastreabilidade pode estar

relacionada com a origem dos materiais e das peças, o histórico do

processamento e a distribuição e localização do produto depois da entrega.

Assim a organização deve elaborar uma sistemática, por meio de uma

identificação única, que garanta que, com base em um produto acabado ou

serviço entregue, ela possa avaliar processos, máquinas e equipamentos

utilizados em sua realização, até chegar aos insumos empregados em sua

transformação e seus fornecedores.

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66 3.7.5.4 – Propriedade do Cliente

Propriedade do cliente é qualquer item fornecido pelo cliente para

incorporação na produção de um produto, para acondicionamento desse

produto ou item, ou para ser utilizado pela organização para a produção de um

produto.

Para atender a esse requisito, a organização terá de aplicar controles

semelhantes aos previstos pelos requisitos 7.4.3, 7.5.3 e 7.5.5 nas

propriedades dos clientes. Assim, não será necessário estabelecer um

procedimento próprio para o controle das propriedades dos clientes. Basta

incluir tais cuidados nos procedimentos de inspeção de recebimento,

identificação e de preservação do produto. A única diferença é que, no caso de

essas propriedades dos clientes serem perdidas, danificadas ou consideradas

inadequadas para o uso pretendido, a organização deve informar ao cliente,

por meio de um documento adequado e, posteriormente, arquivar esse

documento.

3.7.5.5 – Preservação do Produto

Todos os materiais usados na transformação dos insumos em produtos

acabados devem ser preservados, inclusive durante o procedimento interno,

até sua entrega no destino pretendido, para garantir sua conformidade.

Assim, esse controle deve abranger matérias-primas, produtos em

processo e produtos acabados. A norma ISO 9001:2008 requer que essa

preservação inclua identificação, manuseio, embalagem, armazenamento e

proteção.

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67 3.7.6 – Controle de Dispositivos de Medição e

Monitoramento

O requisito 7.6 requer que para cada medição e monitoramento a serem

realizados em um produto para evidenciar sua conformidade com os requisitos

da qualidade seja estabelecido um dispositivo de medição e monitoramento

necessário para garantir essa qualidade.

Para estabelecer quais dispositivos devem estar sujeitos a confirmação

metrológica (calibração e ajuste), principalmente os de monitoração ou controle

de processo, é importante determinar, ao longo da linha de produção e

inspeção, pontos críticos de controle. Isso é importante para obter o máximo de

resultado custo/benefício, visto que a comprovação metrológica implica grande

investimento de capital, proporcional ao número de equipamentos que se

calibra e ajusta.

A identificação da situação da comprovação, sempre que possível, deve

ser feita por meio de etiquetas duráveis e seguramente fixadas no dispositivo

por adesivos ou amarração. A etiqueta de identificação da situação da

comprovação deve indicar claramente a data da próxima comprovação, o

responsável pela comprovação e a data da última comprovação.

Os dispositivos que apresentarem alguma limitação ou restrição ao uso

devem ser identificados sobre essa condição, para evitar seu uso fora das

faixas permitidas.

Os dispositivos que necessitarem ser segregados, seja por estarem em

manutenção, seja por se apresentarem não conformes, devem ser identificados

com etiquetas que demonstrem tal situação, até que sejam sucatados ou

recalibrados.

Os dispositivos que por questões físicas (dimensão, dificuldade de fixar

a identificação) não puderem ser identificados para demonstrar sua situação de

comprovação podem ser identificados no próprio registro de calibração do

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68 equipamento. Nesse caso, necessariamente, o código do equipamento deve

estar indicado no equipamento por meio de gravação.

Depois de identificados e classificados os dispositivos de medição e

monitoramento, o Departamento da Qualidade, ou outro setor responsável pelo

controle desses dispositivos, deve preparar um cadastro onde constarão

informações como código, descrição, precisão, classe, localização, condição do

dispositivo (indicando a periodicidade de calibração, se ele está em uso, em

manutenção ou fora de uso) e o planejamento das próximas calibrações.

Para complementar as informações do cadastro, deve ser preparado um

registro individual do histórico de calibração de cada dispositivo de medição e

monitoramento.

A norma ISO 9001:2008 exige que a organização defina processos para

assegurar que a medição e monitoramento podem ser realizados e são

executados de maneira coerente com os requisitos de medição e

monitoramento.

3.8 – Medição, Análise e Melhoria

As medições são importantes para tomar decisões com base em fatos e

dados. Para atender à seção 8, a alta direção da organização terá de

assegurar que as medições são eficazes e eficientes para garantir o

desempenho da organização e satisfação de seus clientes.

3.8.1 – Generalidades

Esse requisito da norma ISO 9001:2008 dispõe, de maneira geral, dos

motivos pelos quais a organização deve planejar e implementar os processos

de monitoramento, medição, análise e melhoria para:

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69 Demonstrar a conformidade aos requisitos do produto;

Assegurar a conformidade do sistema de gestão da qualidade; e

Melhorar continuamente a eficácia do sistema de gestão da qualidade.

Isto deve incluir a determinação de métodos aplicáveis, incluindo

técnicas estatísticas, e a extensão de seu uso.

Na frase “A organização deve implementar os processos necessários de

monitoramento, medição, análise e melhoria” as etapas do PDCA em questão

são: controlar e agir corretivamente. É importante perceber que a norma segue

as etapas desse ciclo, quando se apresentam os requisitos de política e

objetivos da qualidade, competências, projeto e desenvolvimento, etc, o

objetivo em questão é o planejamento. Esse processo vai gerar insumos para o

planejamento futuro.

Essa é a idéia do ciclo, o PDCA não termina, as etapas vão se

alimentando e a organização obtém com isso a melhoria contínua dos

produtos e processos.

É importante que a medição ocorra não apenas nos requisitos do

produto, assegurando assim a sua conformidade, mas também nos

processos necessários à manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade.

Melhorar continuamente a eficácia do SGQ significa a cada momento ter

indicadores com melhores resultados e portanto metas mais agressivas,

processos mais confiáveis e capazes, e consequentemente clientes mais

satisfeitos.

3.8.2 – Medição e Monitoramento

Esse requisito deve demonstrar a conformidade do produto, assegurar a

conformidade e melhorar continuamente a eficácia do SGQ. Divide-se em

outros quatro requisitos:

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70 3.8.2.1 – Satisfação dos Clientes

A medição e o monitoramento da satisfação dos clientes são baseados

na análise crítica de suas informações. Estas informações devem ser obtidas

por canais de recepção ativos, no caso de comunicação direta com o cliente,

através de questionários e pesquisas, ou passivos, no caso de reclamações

dos clientes, relatórios de organizações de consumidores, relatos em vários

meios de comunicação e estudos setoriais. A análise crítica deve ser

convertida em ações que visem à melhoria contínua da performance dos

processos.

3.8.2.2 – Auditoria Interna

A auditoria interna é um procedimento documentado, conduzido pela

própria organização, ou em seu nome, para propósitos internos, e podem

formar a base para uma autodeclaração de conformidade da organização.

A auditoria interna deve ser planejada de acordo com a situação e a

importância dos processos e deve levar em conta modificações profundas nos

processos.

A organização deve planejar um programa de auditorias, levando em

consideração a situação e importância dos processos e áreas a serem

auditadas, bem como os resultados de auditorias anteriores. Esse programa

deve definir os critérios da auditoria, escopo, freqüência e métodos a serem

empregados.

Uma vez elaborado o programa de auditoria interna, este deve ser

divulgado para toda a organização. Os auditados devem ser informados, com

antecedência, da data marcada para a auditoria, ou seja, dos horários e do

itinerário que os auditores pretendem seguir, para garantir aos auditores que os

Page 71: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

71 responsáveis pelas áreas estarão presentes no horário marcado para

acompanhar a auditoria.

A organização deve selecionar entre seus funcionários quem serão

capacitados para a execução das auditorias internas. Normalmente, essa

capacitação é feita mediante curso de formação de auditores internos. Alem

disso essas pessoas devem conhecer bem a norma ISO 9001:2008 e,

preferencialmente, possuir o ensino médio completo. Os auditores não poderão

auditar suas próprias áreas de trabalho, a fim de garantir a objetividade e

imparcialidade do processo.

As constatações da auditoria interna devem ser registradas em um

formulário de não-conformidades de auditoria. O trabalho da auditoria interna

não termina com a divulgação do relatório e seus resultados. Os auditados

devem preencher o formulário de ação corretiva, analisando a causa da não-

conformidade e propondo ações corretivas eficazes para evitar sua

reincidência, com responsabilidades e prazos. Os auditores internos devem

acompanhar o andamento das ações corretivas, verificando aquelas que foram

executadas, relatando o acompanhamento e somente fechando a não-

conformidade quando tiver certeza de que a ação corretiva foi eficaz. Somente

quando todas as ações corretivas das não-conformidades constatadas durante

a auditoria interna estiverem concluídas é que o processo poderá ser

considerado como terminado.

3.8.2.3 – Medição e Monitoramento de Processos

A organização deve aplicar métodos adequados para monitoramento e,

quando aplicável, medição dos processos do SGQ, para demonstrar a

capacidade deles de alcançar os resultados planejados. Quando os resultados

planejados não forem alcançados, devem-se efetuar as correções, analisar a

causa e executar as ações corretivas apropriadas.

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72 Alguns exemplos de medições e monitoramento de processos incluem (Norma

ISO 9004, 2000):

Avaliar a capacidade do processo;

Analisar o tempo de ciclo operacional;

Avaliar o uso de tecnologia;

Medir a eficácia e a eficiência do pessoal da organização;

Medir a redução de desperdício;

Avaliar a redução e a alocação de recursos.

3.8.2.4 – Medição e Monitoramento do Produto

A organização deve estabelecer e especificar os requisitos de medição,

incluindo critérios de aceitação, para seus produtos. As medições devem ser

realizadas em estágios apropriados do processo de realização do produto,

conforme o planejamento do requisito 7.1 da norma ISO 9001:2008.

A liberação do produto para a expedição ou entrega do serviço ao cliente

não devem prosseguir até que todas as providências planejadas tenham sido

satisfatoriamente concluídas, a menos que sejam aprovadas por uma

autoridade pertinente (liberação condicional) ou pelo cliente (concessão).

3.8.3 – Controle de Produto Não Conforme

Esse requisito preocupa-se em evitar que um produto ou serviço não

conforme deixe de ser identificado nos processos internos da organização e

acabe por ser entregue ao cliente.

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73 Um produto ou serviço não conforme é o resultado insatisfatório de um

processo, que acabou por gerar um produto com determinada não-

conformidade, ou seja, um produto que não atendeu a dado requisito.

A identificação dos produtos não conformes pode acontecer no

recebimento da matéria-prima, durante o processo produtivo, antes da entrega

ao cliente (produto acabado) e após o produto ser entregue ao cliente. Nas três

primeiras hipóteses, os produtos não conformes devem ser identificados por

uma etiqueta, ou outra forma de identificação adequada, e segregados para

evitar sua utilização ou entrega não intencional. Na quarta hipótese, ou seja, o

produto foi entregue ou já começou a ser usado pelo cliente, um cuidado

especial deve ser dado pela organização que deve notificar seu cliente do

ocorrido para que ambos possam tomar as ações corretivas necessárias para

eliminar ou minimizar os efeitos da não-conformidades e, posteriormente, suas

causas. Uma possível ação pode ser a de recolher todo o lote de produto não

conforme encontrado nas dependências do cliente e substituí-lo por produtos

conformes, ou ainda coordenar com o cliente um recall para substituir o produto

não conforme entregue ao consumidor final.

3.8.4 – Análise de Dados

Um dos princípios da gestão da qualidade citados na norma ISO

9001:2008 define que as decisões baseadas em fatos e dados devem

prevalecer sobre a experiência e o “achismo”. Os dados podem ser gerados de

diversas formas, tais como objetivos e metas da qualidade, análise crítica de

projeto e desenvolvimento, verificação de produtos adquiridos, resultados de

pesquisas de satisfação de cliente, auditoria interna, medição e monitoramento

de processos e de produto e controle de produtos não conformes, entre outros.

A análise de dados pode auxiliar na determinação da causa-raiz dos

problemas existentes ou potenciais, direcionando as decisões sobre as ações

corretivas e preventivas necessárias para a melhoria contínua.

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74 Entre as técnicas e ferramentas que podem ser empregadas para

avaliação e análise de dados, destacam-se as técnicas estatísticas, os gráficos

de tendência (de linha, de barras e de pizza), o gráfico de Pareto, o diagrama

espinha de peixe (causa e efeito ou Ishikauwa) e as folhas de coleta de dados

(lista de verificação).

3.8.5 – Melhorias

O último requisito, e que vai requerer os dois últimos procedimentos

documentados, da norma ISO 9001:2008, divide-se em três outras cláusulas:

3.8.5.1 – Melhoria Contínua

Uma das formas, talvez a melhor, para evidenciar a melhoria contínua

seria a implementação de indicadores da qualidade para cada unidade de

negócio da organização no momento de definição das unidades gerenciais.

Esses indicadores são resultado dos objetivos da qualidade estabelecidos para

colocar em prática os princípios da política da qualidade. O acompanhamento

sistemático desses indicadores leva a organização a tomar as medidas

necessárias para alcançar as metas definidas, ou até mesmo ultrapassá-las,

comprovando sua busca pela melhoria contínua.

3.8.5.2 – Ação Corretiva

Ação corretiva é a ferramenta mais importante do sistema para

impulsionar e colocar em prática a melhoria contínua. É por meio dessa

ferramenta que as causas de uma não-conformidade real ou outra situação

Page 75: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

75 indesejável serão eliminadas ou amenizadas. Para tanto esse processo deve

ser construído com muita atenção e critério.

O processo de tomada de ação corretiva inicia-se pela identificação de

uma não-conformidade. Conforme enuncia a norma ISO 9001:2008, uma ação

corretiva deve ser apropriada aos efeitos das não-conformidades encontradas,

significando que deve haver uma avaliação do impacto dessa não-

conformidade no sistema da qualidade da organização. Se esse impacto for

relevante, a ação corretiva deve ser aberta; caso contrário, ela deve apenas ser

registrada como um dado.

As informações a serem consideradas na identificação da não-

conformidade e posterior abertura da ação corretiva incluem: reclamações de

clientes, relatórios de produtos não conformes, relatórios de auditoria interna,

resultados de análise crítica do sistema da qualidade pela direção, resultados

de análise de dados, resultados de medição da satisfação de clientes, registros

em geral de pertinência do SGQ, medições de processos e do produto e

resultados de auto-avaliação.

3.8.5.3 – Ação Preventiva

Em relação a esse requisito e ao requisito 8.5.2 os sistemas de gestão

da qualidade baseados na norma ISO 9001:2008 dizem que eles tratam de

esforços empreendidos para eliminar a repetição de problemas.

A ação corretiva tem seu valor se funcionar como um instrumento de

aprendizagem por meio dos erros e de evitar que eles se repitam. Entretanto, a

ação preventiva envolve a análise de tendência em histórico de dados, de

vários registros e informações da qualidade para identificar oportunidades de

evitar a ocorrência de problemas potenciais. Se, por um lado, é verdade que

toda ação corretiva eficaz tem seu aspecto preventivo por prevenir uma

repetição ou reincidência, a ação preventiva descrita nesse requisito é do mais

alto grau de importância dentro do sistema da qualidade.

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76 Tal como no caso das ações corretivas, os dados para a iniciação das

ações preventivas podem ser gerados com base em: uso de ferramentas de

análise de risco, análise crítica de necessidades e expectativas de clientes,

análise de mercado, resultados de análise crítica pela direção, resultados de

análise de dados, medições de satisfação de clientes, medições de processos

e de produto, aprendizagem com experiências anteriores, registros pertinentes

do SGQ e processos que fornecem advertência antecipada de condições de

operação fora de controle.

Page 77: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

77

CAPÍTULO 4

O ARSENAL DE MARINHA DO RIO DE JANEIRO E A

NORMA NBR ISO 9001:2008

4.1 – O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro

O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) é uma Organização

Militar Prestadora de Serviços (OMPS) que constitui o principal centro de

manutenção da Marinha do Brasil (MB), destacando-se pela excelência das

suas atividades técnicas e industriais.

4.1.1 – Histórico

Criado em 29 de dezembro de 1763 pelo Vice-rei Antônio Álvares da

Cunha, o Conde da Cunha, tinha o fim de reparar os navios da Marinha de

Portugal. À época, acontecia a transferência da capital da Colônia, de Salvador

para o Rio de Janeiro, entre outras razões, para a melhor proteção do ouro que

provinha das Minas Gerais pela Estrada Real.

O século XIX assistiu a passagem da navegação à vela para a

navegação a vapor, inicialmente com as embarcações com caixas de rodas de

pás, posteriormente com as embarcações a hélice. Durante a chamada Era

Mauá, e com a eclosão da Guerra da Tríplice Aliança, foram construídas

embarcações para a Armada Brasileira em estaleiros na Inglaterra e também

no AMRJ. Ao final do conflito, o Brasil tinha a Armada mais poderosa do

Atlântico Sul, e o AMRJ um valioso e experiente corpo de engenheiros navais,

que propiciava ao país a capacidade de projetar e construir os seus próprios

navios.

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78 Entre a construção de unidades de superfície e de submarinos, e a

atividade de manutenção dos Sistemas de Propulsão Naval, Geração de

Energia, Estrutura Naval e de Controle de Avarias dos meios navais, o AMRJ

tem a sua capacidade reconhecida no Brasil e no exterior, empregando na

execução de suas tarefas, alta tecnologia, profissionalismo e criatividade.

4.1.2 – Missão do AMRJ

O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro tem por propósito realizar as

atividades técnicas, industriais e tecnológicas relacionadas à construção de

unidades de superfície e submarinos e à manutenção dos Sistemas de

Propulsão Naval, Geração de Energia, Estrutura Naval e Controle de Avarias

dos meios navais brasileiros.

Para a consecução do seu propósito, cabem ao AMRJ as seguintes

tarefas:

- Desenvolver o projeto de construção na sua fase de detalhamento e construir

unidades de superfície e submarinos;

- Administrar e executar as atividades de engenharia naval associadas ao

detalhamento, e aos processos de construção, produção, conversão,

modernização, alteração e nacionalização dos meios navais e as que objetivam

o apoio técnico aos meios em serviço, na sua área de competência;

- Administrar e executar a manutenção dos Sistemas de Propulsão Naval,

Geração de Energia, Estrutura Naval e Controle de Avarias das unidades de

superfície e submarinos;

- Absorver, consolidar, criar e desenvolver tecnologias compatíveis com as

necessidades da MB, aplicáveis à manutenção e construção de complexos

navios de guerra de superfície e submarinos, bem como dos sistemas

existentes nos meios navais;

Page 79: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

79 - Realizar as atividades de controle da produção, o controle da qualidade, a

coordenação dos serviços de manutenção, as gerenciais e técnicas de

abastecimento, e as da formação especializada e aperfeiçoamento de pessoal

técnico, na sua esfera de competência;

- Auxiliar e subsidiar as Diretorias Especializadas (DE) e demais Organizações

Militares (OM) na elaboração de normas, procedimentos, especificações e

instruções técnicas para as atividades de engenharia naval relacionadas com

os Sistemas de Propulsão Naval, Geração de Energia, Estrutura Naval e

Controle de Avarias dos meios da MB;

- Auxiliar as DE na avaliação de desempenho de equipamentos e sistemas

navais, fornecendo subsídios aplicáveis ao desenvolvimento de alterações

técnicas julgadas necessárias;

- Construir e promover a manutenção, quando determinado, de unidades de

superfície e submarinos extra-MB;

- Promover a prestação de serviços ou produção industrial a outras OM e,

quando determinado, a clientes extra-MB;

- Promover facilidades portuárias e fornecer recursos necessários às unidades

de superfície e submarinos apoiados e estacionados na OM;

- Prover a infra-estrutura de apoio às OM sediadas na sua área de jurisdição;

Incrementar a nacionalização de materiais utilizados na construção e

manutenção das unidades de superfície e submarinos;

- Administrar os recursos humanos, financeiros e materiais e conservar os

recursos industriais sob sua responsabilidade; e

- Administrar e dirigir as parcelas dos Planos e Programas da Marinha sob sua

responsabilidade.

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80 4.2 – A Norma NBR ISO 9001:2008 no AMRJ

Com sua alta experiência e tradição, o Arsenal de Marinha do Rio de

Janeiro está capacitado a realizar diversas atividades através de suas Oficinas

subordinadas ao Departamento da Produção. Algumas delas já possuem

processos certificados pela norma NBR ISO 9001:2008.

4.2.1 – A Certificação pela Norma ISO 9001:2008 no AMRJ

A Divisão de Oficinas de Motores, responsável pela reparação e testes

de motores diesel, tem seu processo de testes de motores diesel em bancada

com certificação pela Norma ISO 9001:2008.

A Divisão de Oficinas de Tubulações, responsável pela fabricação e

reparo de tubulações de aço carbono, aço liga, cobre, cobre-níquel, PVC e aço

inoxidável, realizando curvamento dos tubos a quente ou a frio e soldando

conexões com solda elétrica com eletrodo revestido, TIG ou brasagem. Após a

fabricação e inspeção de fabricação e limpeza química, caso previsto, a Oficina

está capacitada a realizar teste de pressão hidrostática ou pneumática nas

tubulações fabricadas. Este processo também é certificado pela Norma ISO

9001:2008.

A Divisão de Oficinas de Serviços de Estaleiro, desempenha atuação

sobre os serviços complementares ou de apoio, destacando-se os processos

críticos de carpintaria naval, limpeza industrial, montagem de andaimes em

estruturas tubulares, operação de guindastes sobre trilhos e auto-propelidos,

tratamento e pintura naval e docagens de navios.

Destas atribuições, o diferencial se refere à capacidade instalada na

realização de docagens, dispondo dos seguintes diques:

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81 - Dique Almirante Régis: Este dique é um dos maiores diques secos de reparo

naval da América Latina com comprimento utilizável de 254,58 metros, largura

do fundo na entrada de 35,96 metros e altura de 15,51 metros.

- Dique Almirante Jardim: Este dique, com características de um dique seco de

média proporção, possui comprimento utilizável de 165,15 metros, largura do

fundo na entrada de 19,00 metros e altura de 11,21 metros permite a docagem

de navios da Esquadra, tais como, Fragatas, Corvetas e Navio de Apoio.

-Dique Santa Cruz: Este dique com características de um dique seco de média

proporção possui comprimento utilizável de 88,45 metros, largura do fundo na

entrada de 9,15 metros e altura de 8,50 metros possui quatro cabrestantes

para as manobras de docagem, sendo um deles comum aos dois diques

(Santa Cruz e Almirante Jardim). É usado para a docagem de Submarinos e

Navios de pequeno porte.

-Dique Flutuante Almirante Schiek:: Este dique versátil por sua facilidade na

operação e manobrabilidade tem comprimento utilizável de 100,00 metros e

largura da bacia de docagem de 14,00 metros. É usado para a docagem de

Submarinos e Navios de pequeno porte.

A Divisão de Oficinas de Serviços de Estaleiro também teve seu

Processo de Docagem certificado pela Norma ISO 9001:2008.

4.3 – Definição do Processo Proposto para Certificação

O sistema de gestão para a certificação proposta neste trabalho

abrangerá as atividades do processo de fabricação e montagem de blocos

estruturais da Divisão de Oficinas Estruturais (AMRJ-241) do Arsenal de

Marinha do Rio de Janeiro, levando-se em conta sua atual capacitação e o

levantamento da atual forma de gestão deste processo.

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82 4.3.1 – Razões da Escolha

As razões da escolha do processo de fabricação e montagem de blocos

estruturais estão pautadas na necessidade de melhoria da qualidade,

visando competitividade no mercado, maior comprometimento do pessoal

envolvido, a fim de aumentar a facilidade de comercialização no mercado

extra-Marinha.

4.3.2 – Etapas da Implementação do SGQ

Antes de iniciar qualquer ação no sentido de implementar seu sistema

de gestão da qualidade, a organização deve possuir uma estrutura adequada

para a condução das tarefas necessárias. O Arsenal de Marinha do Rio de

Janeiro possui um Sistema de Gestão Integrada (SGI) com objetivos definidos

para promover a melhoria da qualidade dos serviços e aumentar a postura

preventiva com relação às questões afetas do Meio Ambiente, Saúde e

Segurança Ocupacional. Para atender os objetivos do SGI, o AMRJ vem

desenvolvendo, implementando e mantendo ações sob a coordenação da

Assessoria de Gestão Integrada (AMRJ-08) para:

Busca da eficácia nos processos de trabalho, de acordo com os

requisitos da NBR ISO 9001:2008.

Prevenção da poluição e preservação do Meio Ambiente, de acordo com

os requisitos da NBR ISO 14001:2004.

Redução das doenças ocupacionais e dos acidentes de trabalho,

conforme Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

Assim pode-se dizer que desde a escolha até a certificação do processo

temos sete etapas para implementação do SGQ:

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83 Primeira Etapa - elaboração do Plano da Qualidade visando melhoria

das instalações e treinamento de pessoal, levantamento dos recursos

necessários, treinamento de pessoal em Sistema de Gestão da

Qualidade (SGQ);

Segunda Etapa - mapeamento do processo de fabricação e montagem

de blocos estruturais da Divisão de Oficinas Estruturais (AMRJ-241) na

condição que se apresenta, elaboração do fluxograma “as is”, avaliação

e possibilidades de melhoria do processo, elaboração do fluxograma do

processo modelado e implantação do novo Lay-Out da Oficina;

Terceira Etapa - elaboração dos Procedimentos Técnicos para as

diversas atividades do processo de fabricação e montagem de blocos

estruturais, validação desses procedimentos pelos Técnicos e

Encarregados responsáveis pelo processo e multiplicação para todo

pessoal envolvido no processo;

Quarta Etapa - treinamento no local de trabalho para execução de todo

o processo sistematizado, execução do 1º Ciclo de Operações dentro da

sistemática adotada e avaliação dos resultados e correções necessárias;

Quinta Etapa - elaboração do Manual de Gestão da Qualidade (MGQ)

dentro dos requisitos obrigatórios da ISO 9001:2008, validação e

divulgação do MGQ, aprovação e distribuição do MGQ;

Sexta Etapa - auditoria Interna do processo sistematizado, análise

crítica dos resultados, implementação das ações corretivas e verificação

das correções pelos Auditores; e

Sétima Etapa - Auditoria Externa para Certificação.

A seguir, na tabela 5, apresenta-se um roteiro de implementação de um

Sistema de Gestão da Qualidade para certificação pela norma ISO 9001:2008,

com as principais etapas e tarefas e a quem cabe a responsabilidade de

conduzi-las:

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84 Tabela 5 – Roteiro de Implementação do SGQ baseado na norma ISO 9001:2008

ITEM EVENTO / ETAPA / TAREFA LIDER

1 1 - PREPARAÇÃO 2 1.1 - Definição do Projeto 3 1.1.1 - Reunião de Abertura AMRJ-08 4 1.1.2 - Definição do Processo a ser Melhorado RS 5 1.1.3 - Definição da Política da Qualidade RS 6 1.1.4 - Definição dos Objetivos da Qualidade RS 7 2 - IMPLANTAÇÃO DO PROJETO 8 2.1 - Modelagem do Processo 9 2.1.1 - Mapeamento do Processo Atual RS 10 2.1.2 - Elaboração do Fluxograma "as is" RS 11 2.1.3 - Avaliação de Possibilidades de Melhoria EG 12 2.1.4 - Elaboração do Fluxograma do Processo Modelado RS 13 2.2 - Sistematização do Processo 14 2.2.1 - Elaboração da Matriz para confecção de Documentos – (PRT) RS 15 2.2.2 - Elaboração dos Procedimentos OI 16 2.2.3 - Revisão dos Procedimentos OI 17 2.2.4 - Elaboração da Matriz de Atribuição das Atividades do Processo RS 18 2.2.5 - Treinamento do Pessoal da Matriz nos Procedimentos OI 19 3 - IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO 20 3.1 - Documentação do Sistema de Gestão da Qualidade 21 3.1.1 - Elaboração da Matriz de Documentação do SGQ RS 22 3.1.2 - Elaboração dos Procedimentos de Gestão (PRA) EG 23 3.1.3 - Revisão dos Procedimentos de Gestão EG 24 3.1.4 - Definição dos Indicadores para Monitoramento do SGQ RS 25 3.1.5 - Elaboração do Manual da Qualidade RS 26 3.1.6 - Revisão do Manual da Qualidade AMRJ-08 27 3.1.7 - Elaboração da Matriz de Responsabilidades do SGQ RS 28 3.1.8 - Treinamento do Pessoal envolvido na Gestão do Sistema RS 29 4 - IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO 30 4.1 - Realização do 1.º Ciclo de Operações 31 4.1.1 - Execução do 1.º Ciclo de Operações OI 32 4.1.2 - Monitoramento das Atividades (Indicadores) EG 33 4.1.3 - Ajuste das Incorreções Observadas EG 34 5 - AUDITORIA INTERNA AMRJ-08 35 6 - 1ª REUNIÃO DE ANÁLISE CRÍTICA E DE MELHORIAS EG 36 7 - IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES CORRETIVAS E MELHORIA OI 37 8 - VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS PELOS AUDITORES AMRJ-08 38 9 - AJUSTES NECESSÁRIOS OI 39 10 - AUDITORIA DE CERTIFICAÇÃO OCS

Fonte: Próprio Autor

Legenda: AMRJ-08 = Assessoria de Gestão Integrada; EG = Equipe Gestora; OI = Órgão Interno; OCS = Organismo Certificador de Sistemas; RS = Representante do Sistema;

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85

CONCLUSÃO

O resultado pretendido por esse trabalho visa observar a necessidade

de repensar a atual gestão do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, sobre a

ótica de seus processos industriais, do relacionamento com os seus clientes e

das atividades desenvolvidas na organização.

De maneira geral, o sucesso da implantação de um sistema de gestão

de qualidade não acontece de forma imperativa, mas fundamentalmente,

depende do comprometimento e do envolvimento daqueles que vivem as

mudanças de suas atividades e compreendem esse processo como parte da

melhoria do conjunto da gestão. Tais mudanças provocam alterações na

filosofia do trabalho e no relacionamento entre os funcionários envolvidos no

processo, que passam a perceber que o esforço demandado para implantação

do sistema de gestão, acaba desencadeando benefícios, não só à organização,

mas também a si mesmos.

Para o alcance desse resultado, torna-se imprescindível que o projeto de

implantação de melhorias, através do Sistema de Gestão da Qualidade, seja

compreendido e apoiado pela alta direção da organização. Isso porque, o

aumento da sinergia quanto ao compartilhamento de metas e objetivos por

parte da direção faz com que a força de trabalho passe a enxergar os

resultados como mérito de todos.

O Sistema de Gestão da Qualidade tem um custo, mas à medida que a

qualidade na gestão se torna evidente e os recursos sejam utilizados de

maneira mais eficiente, esse custo se transforma em benefício.

Alguns cuidados devem ser tomados para assegurar que a

implementação do Sistema de Gestão da Qualidade atinja o sucesso esperado,

entre os quais podem-se destacar:

Não devem ser contratados elementos externos para escrever os

procedimentos. Eles devem ser escritos por aqueles mais envolvidos

com as tarefas;

Page 86: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

86 Não permitir que o pessoal escreva os procedimentos sem orientação. O

Escritório da Qualidade deve fornecer padrões, suporte e prazos para

sua execução;

Não esperar que a implementação e certificação do Sistema de Gestão

da Qualidade resolvam imediatamente todos os problemas de qualidade

da organização. O SGQ deve ser reconhecido como base para a prática

sadia dos negócios e para o aperfeiçoamento contínuo;

Obter sempre o suporte da Alta Direção. Diversos estudos comprovam

que a implementação do SGQ deve ser de cima para baixo e que sem

esse apoio qualquer trabalho nesse sentido acaba naufragando;

A implementação dos documentos (procedimentos, instruções etc.) deve

ser feita constantemente por meio de seminários, palestras ou

treinamentos de conscientização. Muitas organizações falham nessa

reta final, pois só conscientizam seus funcionários após a aprovação de

todos os documentos. Este é um dos maiores erros. Os treinamentos

devem ser dados assim que os documentos, um a um, vão sendo

elaborados e aprovados;

No caso de necessidade, devem ser solicitados voluntários entre os

funcionários da própria organização para elaborar os documentos do

SGQ, durante o horário de trabalho. Esses voluntários,

preferencialmente, devem ser da mesma área para a qual o documento

está sendo elaborado. O Escritório da Qualidade deve fornecer o

treinamento necessário aos voluntários para que estes possam

colaborar na elaboração dos documentos;

Antes de enviar os documentos para aprovação, estes devem ser

revisados com todos os envolvidos, ouvindo e registrando possíveis

ações de melhoria ou de adequação dos processos. Essa ação é mais

importante ainda quando envolve a padronização de processos que

trabalham com dois ou três turnos;

Page 87: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

87 Deve-se comunicar o progresso do trabalho de implementação do SGQ

a todos os funcionários, para mostrar como este sistema está

melhorando ou melhorará as atividades da organização.

Esse estudo não pretende esgotar as possibilidades de investigação

sobre o tema, mas sim contribuir para uma nova visão da qualidade nos

processos de gestão. O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro já vem obtendo

benefícios através da implementação e certificação de alguns processos dentro

da organização. Estes benefícios podem e devem ser expandidos

gradativamente, com a certificação de cada vez mais processos e a

manutenção das certificações já conquistadas para que um dia, quem sabe, a

marca “Tradição de fazer bem feito” se transforme em “Tradição de SEMPRE

fazer bem feito na PRIMEIRA VEZ”.

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88

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Page 91: INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Implantação de um Sistema de ... · qualidade e considera que "adoção desses princípios, acompanhada da ação correspondente, é um indicativo de que

91

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO 1

TEORIA SOBRE A QUALIDADE 12

1.1 - Princípios da Qualidade 12

1.1.1 – Introdução 12

1.1.2 - William Edwards Deming (1900-1993) 12

1.1.3 - Joseph Juran (1904 -2008) 13

1.1.4 - Armand Feigenbaum (1922-1994) 14

1.1.5 - Philip Crosby (1926-2001) 15

1.2 - Outros Aspectos da Qualidade 16

1.2.1 - Qualidade e Setor de Serviços 16

1.2.2 - Qualidade pela Normalização Técnica 17

1.2.3 - Justificativas para Implementação da ISO 9001 18

CAPÍTULO 2 20

HISTÓRICO DAS NORMAS ISO 20

2.1 - Normas da família ISO 9000 20

2.1.1 - Surgimento no Brasil 20

2.1.2 – Requisitos da Norma NBR ISO 9001:2008 22

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92 CAPÍTULO 3 25

ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO 25

3.1 – Definição da Unidade de Negócio 26

3.2 – Definição da Política e dos Objetivos da Qualidade 28

3.3 – Gerenciamento e Mapeamento de Processos 30

3.3.1 – Padronização dos Processos 38

3.3.2 – Delineamento do Sistema de Gestão da Qualidade 40

3.4 - Sistema de Gestão da Qualidade 42

3.4.1 – Requisitos Gerais 42

3.4.2 – Requisitos de Documentação 43

3.4.2.1 – Generalidades 43

3.4.2.2 – Manual da Qualidade 44

3.4.2.3 – Controle de Documentos 46

3.4.2.4 – Controle de Registros da Qualidade 47

3.5 - Responsabilidade da Direção 52

3.5.1 - Comprometimento da Direção 52

3.5.2 - Foco no Cliente 52

3.5.3 - Política da Qualidade 53

3.5.4 - Planejamento 53

3.5.4.1 – Objetivos da Qualidade 53

3.5.4.2 – Planejamento do Sistema de Gestão da Qualidade 54

3.5.5 – Responsabilidade, Autoridade e Comunicação 54

3.5.5.1 – Responsabilidade e Autoridade 54

3.5.5.2 – Representante da Direção 55

3.5.5.3 – Comunicação Interna 55

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93 3.5.6 – Análise Crítica pela Direção 55

3.6 - Gestão de recursos 57

3.6.1 – Provisão de Recursos 57

3.6.2 – Recursos Humanos 57

3.6.3 – Infra-estrutura 58

3.6.4 - Ambiente de Trabalho 59

3.7 - Realizações do produto 59

3.7.1 - Planejamento da Realização do Produto 60

3.7.2 – Processos Relacionados a Clientes 61

3.7.2.1 – Determinação de Requisitos Relacionados ao Produto 61

3.7.2.2 – Análise Crítica dos Requisitos Relacionados ao Serviço 61

3.7.2.3 – Comunicação com o Cliente 62

3.7.3 – Projeto e Desenvolvimento 62

3.7.4 – Aquisição 63

3.7.5 – Produção e Fornecimento de Serviço 63

3.7.5.1 – Controle de Produção e Fornecimento de Serviço 63

3.7.5.2 – Validação dos Processos de Produção e Fornecimento de

Serviço 64

3.7.5.3 – Identificação e Rastreabilidade 65

3.7.5.4 – Propriedade do Cliente 66

3.7.5.5 – Preservação do Produto 66

3.7.6 – Controle de Dispositivos de Medição e Monitoramento 67

3.8 – Medição, Análise e Melhoria 68

3.8.1 – Generalidades 68

3.8.2 – Medição e Monitoramento 69

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94 3.8.2.1 – Satisfação dos Clientes 70

3.8.2.2 – Auditoria Intera 70

3.8.2.3 – Medição e Monitoramento de Processos 71

3.8.2.4 – Medição e Monitoramento do Produto 72

3.8.3 – Controle de Produto Não Conforme 72

3.8.4 – Análise de Dados 73

3.8.5 – Melhorias 74

3.8.5.1 – Melhoria Contínua 74

3.8.5.2 – Ação Corretiva 74

3.8.5.3 – Ação Preventiva 75

CAPITULO 4 77

O ARSENAL DE MARINHA DO RIO DE JANEIRO E A NORMA

NBR ISO 9001:2008 77

4.1 – O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro 77

4.1.1 – Histórico 77

4.1.2 – Missão do AMRJ 78

4.2 – A Norma NBR ISO 9001:2008 no AMRJ 80

4.2.1 – A Certificação pela Norma ISO 9001:2008 no AMRJ 80

4.3 – Definição do Processo Proposto para Certificação 81

4.3.1 – Razões da Escolha 82

4.3.2 – Etapas da Implementação do SGQ 82

CONCLUSÃO 85

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95 BIBLIOGRAFIA 88

ÍNDICE 91

ÍNDICE DE FIGURAS 96

ÍNDICE DE TABELAS 97

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96

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo Conceitual dos Requisitos da Norma

NBR ISO 9001:2008 24

Figura 2 – A Metodologia de Implementação do Sistema

de Gestão da Qualidade 25

Figura 3 – Tipos de Processos 32

Figura 4 – Simbologia Usada na Elaboração de Fluxogramas 37

Figura 5 – Estrutura Usual da Documentação do Sistema de

Gestão da Qualidade 50

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Família ISO 9000 em 1990 20

Tabela 2 - Família ISO 9000 em 2010 22

Tabela 3 – Indicadores Gerenciais 28

Tabela 4 – Processos das Etapas de Padronização e Delineamento

do Sistema da Qualidade 41

Tabela 5 – Roteiro de Implementação do SGQ baseado na norma

ISO 9001:2009 84