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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES TATIANE CORREA MILESI PAES PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA E CONTROLE INTERNO NO ATIVO IMOBILIZADO RIO DE JANEIRO 2010

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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

TATIANE CORREA MILESI PAES

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA E CONTROLE INTERNO NO

ATIVO IMOBILIZADO

RIO DE JANEIRO

2010

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TATIANE CORREA MILESI PAES.

PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA E CONTROLE INTERNO NO

ATIVO IMOBILIZADO.

Monografia do Curso de Auditoria e

Controladoria para obtenção do título

em especialista do Instituto a Vez

do Mestre (Univ. Cândido Mendes).

Professor Orientador: Luciano Gerard

Rio de Janeiro

2010

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TATIANE CORREA MILESI PAES

PROCEDIMENTOS DEAUDITORIA E CONTROLE INTERNO NO

ATIVO IMOBILIZADO

Monografia apresentada como pré-requisito para obtenção do título de Especialista em Auditoria

e Controladoria no Instituto a Vez do Mestre (Universidade Cândido Mendes), submetida à

aprovação da banca examinadora composta pelos seguintes membros:

______________________________

Prof. Orientador: Luciano Gerard.

Rio de Janeiro, 22 de Agosto de 2010.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................06

CAPÍTULO 1- Contabilização e Controle do Ativo Imobilizado...............................................07

1.1- Aquisições ......................................................................................................................08

1.2- Despesas de Manutenção e Reparos ..........................................................................08

1.3- Controle Físico ...............................................................................................................08

1.4- Depreciações .................................................................................................................09

1.5- Baixas .............................................................................................................................09

CAPÍTULO 2- Controle Interno ..................................................................................................09

2.1- Abrangência do Controle Interno ....................................................................................11

2.2- Avaliação dos Controle Interno .......................................................................................12

2.3- Objetivos do Controle Interno .........................................................................................13

2.4- Características do Controle Interno ................................................................................13

2.5- O Papel do Controle Interno ............................................................................................13

2.6- Conhecimento do Sistema de Controle Interno ............................................................14

CAPÍTULO 3- A Auditoria ...........................................................................................................15

3.1- Auditoria Interna ...............................................................................................................15

3.2- Atuação da Auditoria Interna ...........................................................................................16

3.3- Tipos de Auditoria Interna ...............................................................................................16

3.4- Aspectos da Auditoria Interna .........................................................................................17

3.5- Planejamento dos Trabalhos de Auditoria .....................................................................19

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CAPÍTULO 4- Avaliação do Risco de Auditoria .......................................................................22

4.1- Amostragem Estatística ....................................................................................................24

4.2- Execução dos Trabalhos ..................................................................................................25

4.3- Síntese dos Principais Objetivos da Auditoria ...............................................................26

CAPÍTULO 5- Relatório de Auditoria Interna ............................................................................29

5.1- Tipos de Relatórios ...........................................................................................................31

CAPÍTULO 6- Principais Procedimentos de Auditoria no Ativo Imobilizado ........................32

6.1- Papel de Trabalho de Movimentação de Contas ............................................................32

6.2- Testes no Ativo Imobilizado .............................................................................................33

6.3- Verificação da Conta de Imobilizações em Andamento ................................................34

6.4- Verificação de Propriedade de Ônus sobre Imóveis ......................................................35

6.5- Teste de Reavaliação ........................................................................................................35

CONCLUSÃO ...............................................................................................................................36

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................38

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INTRODUÇÃO

O presente quadro de crescimento das atividades produtivas em que atravessa a economia

nacional e os incentivos do governo para a aquisição e renovação de ativos, de certa forma

obriga os empresários a adotar controles sobre o investimento realizado e sobre os cálculos

exigidos legalmente, tais como depreciação e amortização. Diante deste cenário extremamente

competitivo, é importante que as empresas busquem métodos, técnicas, sistemas e filosofias

que lhe permitam avaliar se a estrutura existente é ideal para o desempenho da atividade e se o

devido controle é realizado de maneira eficiente. Empresas especializadas ou o próprio

departamento contábil, exercem funções e atribuições atinentes à tarefas de controlar

fisicamente, contabilmente e realizar os devidos cálculos matemáticos concernentes aos bens

patrimoniais.

O controle do Ativo Imobilizado é de suma importância, pois exerce influência direta na formação

da “Estrutura de uma Organização”, bem como na determinação dos encargos formadores de

custo ou despesas. Embora não exista técnica específica para a realização deste controle, é

necessário que o mesmo seja feito de maneira eficiente, demonstrando informações necessárias

para a tomada de decisões dos gestores e que atenda eventuais fiscalizações e auditorias.

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CAPÍTULO 1- CONTABILIZAÇÃO E CONTROLE DO ATIVO

IMOBILIZADO

Os bens do ativo imobilizado representam uma parcela significativa dos ativos de uma empresa.

Esses bens têm uma permanência prolongada na companhia, não são destinados à venda e são

utilizados na manutenção de suas atividades.

Como dito por Willian Attie, esses ativos são contabilizados por todos os custos envolvidos em

sua aquisição, instalação ou para pôr em funcionamento. Esses custos são acrescidos também

de reavaliação, a representa a diferença entre o valor de mercado do bem e seu valor contábil

(custo menos a depreciação acumulada). Os bens do ativo imobilizado são deduzidos da

depreciação, que representa um processo de apropriação de custo e despesa e consequente

redução do valor contábil desses bens. A existência da depreciação é devida ao fato que a

maioria dos bens do ativo imobilizado tem uma vida útil limitada, e, de acordo com os princípios

contábeis, o valor desses bens deve ser registrado com despesa ou custo nos períodos

contábeis para os quais a empresa deles se utiliza.

Como procedimento de auditoria, todas as contas relacionadas com o ativo imobilizado devem

ser consideradas por ocasião de sua auditoria. Representam:

- custo;

- depreciação acumulada corrigida;

- despesa de depreciação;

- despesa de manutenção e reparos;

- valor de venda de bens do ativo imobilizado;

- valor contábil de bens do ativo imobilizado;

- valor contábil de bens do ativo imobilizado baixados;

- reserva de avaliação;

- etc.

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1.1- AQUISIÇÕES

Os bens do ativo imobilizado são capitalizados por todos os custos incorridos até serem postos

em funcionamento. Na compra de um equipamento, os custos incluem, além do seu preço,

custos de transporte, de seguro de trânsito, de instalação, etc.

1.2- DESPESAS DE MANUTENÇÃO E REPAROS

Os gastos com manutenção e reparos são incorridos para manter os bens em bom estado

operacional. Esses gastos que prolongam a vida útil dos bens do ativo imobilizado devem ser

debitados no ativo.

1.3- CONTROLE FÍSICO

Na aquisição de um bem, fixa-se nele uma plaqueta numerada de identificação. Seu registro é

feito com as seguintes informações:

• Classificação: código e nome da conta, n. da plaqueta de identificação e localização;

• Descrição: nome do bem, tamanho, etc;

• Forma de compra: fornecedor, endereço, nota fiscal, etc;

• Custo de aquisição: valor da nota fiscal, frete, seguro, fatura do exportador, despesas

alfandegárias, despesas com despachantes;

• Outras informações: quebra de bens, a duração e os custos de manutenção e reparos;

• Taxa de depreciação;

• Movimentação em reais do custo corrigido e da depreciação acumulada;

• Baixa: comprador, valor de venda, apuração do lucro ou prejuízo

Exemplos de bens classificados no ativo fixo: terrenos, edifícios, máquinas, instalações, móveis

e utensílios, bibliotecas, veículos, computadores, ferramentas, fundo de comércio, patentes,

construções em andamento.

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1.4- DEPRECIAÇÕES

Está associada aos processos de deterioração e obsolescência, tendo em vista que um bem

pode funcionar quinze anos, entretanto a sua vida útil estimada é de dez anos devido ao fato de

que a partir desse tempo, ele passa a ser economicamente inviável e a empresa, portanto, terá

de adquirir um novo bem mais aperfeiçoado.

Principais classes de bens e suas respectivas vidas úteis:

- edifícios: 25 anos

- máquinas: 10 anos

- instalações: 10 anos

- móveis e utensílios: 10 anos

- veículos: 5 anos

- ferramentas: 5 anos

- computadores: 5 anos

O método de alocar o valor dos bens do ativo imobilizado às contas de despesas ou custos

chama-se método de depreciação.

1.5- BAIXAS

Quando os bens não estão mais sendo utilizados na manutenção das atividades da empresa,

por estarem deteriorados, obsoletos, por terem sido postos a venda, são baixados das contas do

ativo imobilizado. O valor baixado é o valor por quanto o bem está registrado no ativo, ou seja

custo menos a depreciação acumulada (valor contábil do bem). O valor baixado é contabilizado

normalmente em uma conta de despesa, e no caso de venda é registrado em uma conta de

receita.

CAPÍTULO 2 - CONTROLE INTERNO

Segundo Marcelo Aragão: “O sistema de controles internos não existe por si só, ele é

característico da própria organização. É dinâmico pois as organizações estão constantemente se

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adaptando e se aperfeiçoando para melhor atender as exigências do meio social. O sistema de

controles internos surge da própria atividade empresarial – necessidades de delegar e controlar

tarefas, monitoramento do mercado e da concorrência, monitoramento da atividade produtiva,

monitoramento do desempenho dos colaboradores internos e externos, salvaguarda de ativos,

etc. As definições de controles internos existentes na literatura expressam que o objetivo dos

controles internos é a proteção do patrimônio, promovendo a eficiência e eficácia operacional, a

autenticidade e integridade dos sistemas de informação e a conformidade com leis e

regulamentos. Estes objetivos estão implícitos nos objetivos da gestão empresarial que é

atender as necessidades do meio social utilizando o mínimo de recursos. Assim, é impossível

compreender a atuação dos sistemas de controles internos sem associá-los às atividades de

gestão empresarial.”

Os controles internos, também, não podem ser vistos simplesmente como um sistema ou

como um processo dissociado dos aspectos comportamentais. Os controles são exercidos por

pessoas para atender a necessidade de pessoas. A atividade de controle é antes de tudo uma

atitude, e reflete a forma de agir e reagir dos membros da organização, perante as exigências do

ambiente endógeno e exógeno.

Para analisar o sistema de controles internos é necessário partir das técnicas e

ferramentas de gestão empresarial e destacar, nas atividades de gestão, os aspectos de

preservação do patrimônio das entidades. O conceito de patrimônio, para este fim, transcende o

patrimônio das demonstrações contábeis para incorporar também os ativos intangíveis. A

coerência desta visão pode ser percebida ao aceitarmos que as demonstrações contábeis são

apenas uma visão estática do patrimônio em determinado período. As organizações são

dinâmicas, portanto não podemos pensar em proteção do patrimônio em ambiente dinâmico se

estivermos focados unicamente em atender aspectos das demonstrações contábeis em uma

determinada data. O que se está fazendo hoje nas empresas poderá trazer reflexos em um

futuro próximo ou distante. Como exemplo temos os problemas de qualidade do produto ou de

atendimento ao cliente. Normalmente não geram reflexos imediatos importantes nas

demonstrações contábeis, mas podem ser relevantes quando se almeja a preservação do

patrimônio como um todo.

Os problemas desta natureza se refletirão nas demonstrações contábeis do futuro mediante

redução das receitas de vendas, mas quando isto começar a ocorrer pode ser tarde para reagir,

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posições importantes de mercado podem ter sido perdidas e poderão até levar à

descontinuidade do empreendimento. Esta concepção faz com que se tornem elementos

fundamentais de controle as atividades de monitoramento do sistema de informações gerenciais

que se desenvolvem por intermédio das ferramentas de gestão estratégica e orçamentária e o

gerenciamento do risco empresarial. Neste contexto, incluem-se as ferramentas de gestão e

avaliação do capital humano que auxiliam a construir um ambiente de controle capaz de conduzir

à melhoria do desempenho organizacional e suportar o plano estratégico.

Resumindo controle interno é a atividade de alinhamento periódico da estrutura de controles da

organização em relação aos riscos (internos e externos) inerentes às suas atividades. Deve ser

exercida através da análise do custo benefício desta estrutura de controles, de forma a evitar

situações de excesso ou insuficiência de controles.

Classificam-se em:

a) Preventivos- buscam evitar que fatos indesejáveis ocorram

b) Detectivos- serve para detectar e corrigir fatos indesejáveis já ocorridos

c) Deretivos- serve para provocar ou encorajar a ocorrência de um fato desejável

DEFINIÇÕES:

- Resolução 820 do Conselho Federal de Contabilidade

“O sistema contábil é de controles internos compreende o plano de organização e o

conjunto integrado de método e procedimentos adotados pela entidade na proteção do

seu patrimônio, de confiabilidade e tempestividade dos seus registros e demonstrações

contábeis, e da sua eficácia operacional.”

2.1- ABRANGÊNCIA DO CONTROLE INTERNO

De acordo com José Miguel Aguilera, o controle interno é uma parte integrante da administração

de riscos da empresa. Esta estrutura da administração de riscos da empresa abrange o controle

interno, formando uma conceitualização mais robusta e uma ferramenta para a administração. O

controle interno é definido e descrito em “Controle Interno – Estrutura Integrada”. Porque aquela

estrutura passou no teste de tempo e é a base para papéis existentes, regulamentos, e leis este

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documento fica no lugar como a definição do e a estrutura para o controle interno. Enquanto

apenas porções do texto do “Controle Interno – Estrutura Integrada” é reproduzido nesta

estrutura, a totalidade daquela estrutura está aqui incorporada através de referências.

2.2- AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS

A avaliação do sistema de controles internos é efetuada com a utilização de técnicas de auditoria

e são em geral conduzidas por auditores externos ou internos, com objetivos diferentes.

Enquanto os primeiros têm como principais objetivos a confiabilidade das demonstrações

financeiras e a obediência às leis e regulamentos, os segundos, em seus trabalhos, visam

também os aspectos de eficiência e eficácia das operações. Todas as pessoas em uma

organização, de alguma forma, têm responsabilidade pelos controles internos e fazem parte

dele. A administração é responsável por estabelecer controles internos eficazes, atuando

principalmente para a formação de um bom ambiente de controle. A administração atua no

sistema de controle, mediante ações comportamentais de valorização da ética e pela introdução

de procedimentos e sistemas de monitoramento. Os comitês de auditoria, cada vez mais

presentes em empresas com bom nível de gestão corporativa, têm a incumbência de manter-se

vigilantes quanto às atitudes dos administradores. Os auditores internos atuam mais diretamente

nas atividades de monitoramento, mas não têm responsabilidade pelo estabelecimento e

manutenção dos controles. Os demais membros da organização são responsáveis por

comunicar a um nível mais alto a não-obediência ou não conformidades que possam ser de seu

conhecimento.

Os auditores externos podem detectar deficiências nos controles internos,

especialmente naqueles afetos à preparação de demonstrações financeiras, mas este

não é o principal objetivo de seu trabalho.

2.3- OBJETIVOS DO CONTROLE INTERNO

1. Proteção do ativo- salvaguardar os ativos de prejuízos decorrentes de fraudes ou de

erros.

2. Obtenção de informações adequadas- proporcionar informações oportunas e confiáveis

3. Promoção da eficiência operacional e obediência às normas internas

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4. Estimular a observância das políticas estabelecidas pela direção e assegurar aderência

às diretrizes estratégicas, planos, normas e procedimentos da Companhia

5. Assegurar a validade e integridade dos dados financeiros e contábeis que serão

utilizados pela gerência para a tomada de decisões.

2.4- CARACTERÍSTICAS DO CONTROLE INTERNO

1. Plano de organização que proporcione segregação de funções apropriadas das

responsabilidades funcionais.

2. Sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que proporcionem

controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas, custos e despesas.

3. Observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções de cada um

dos departamentos da organização.

4. Pessoal com adequada qualificação técnica e profissional para execução de suas

atribuições.

2.5- O PAPEL DE CONTROLES INTERNOS

- Otimizar os processos internos das organizações, com o objetivo de buscar alternativas

viáveis para a redução de custos e aumento de receitas.

- Desenvolver e implementar processos, para atender aos objetivos de negócios da

organização.

- Adotar critérios de medição de resultados baseado em resultados concretos e na

identificação de vantagens competitivas.

- Avaliar o nível de exposição dos riscos dos processos e os respectivos controles

existentes, apontando eventuais melhorias nos controles de forma que os riscos estejam

devidamente minimizados e gerenciados.

- Racionalizar processos, visando eliminar eventuais duplicidades, retrabalhos e atividades

improdutivas, bem como oportunidades e automatização.

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2.6- CONHECIMENTOS DOS SISTEMAS DE CONTROLES INTERNOS

Não havendo conhecimento dos sistemas de controles internos se faz necessário o

levantamento dos procedimentos para identificar de que modo auxiliam mitigar os riscos, é

necessário dividir o trabalho de avaliação por fluxos:

Fluxo das receitas- vendas, recebimento

Fluxo da trasnformação- produção, estoques, faturamento, expedição

Fluxo das compras- compras, estoques, pagamentos

Fluxo do RH- folha de pagamento, treinamento, gestão de pessoal

Fluxo da tesouraria- gestão dos recursos

Fluxo da informação- gestão dos sistemas informáticos, contabilidade e informação gerencial.

Caso ainda não exista uma filosofia de controle bem assimilada dentro da organização, uma

apresentação prévia deve ser feita àqueles que deverão ser os principais interlocutores durante

o trabalho, para que possam compreender os questionamentos que virão na fase das

entrevistas. Será ressaltada a necessidade de colaboração dos envolvidos, para que se alcance

o entendimento da estrutura de controle adotada pela empresa e se estabeleça um plano para

reforçá-los, quando necessário.

CAPÍTULO 3- A AUDITORIA

Tal como ocorreu com a Contabilidade, a auditoria, dito por Marcelo Cavalcanti: “desenvolveu-se

mais aceleradamente durante o século XIX e, por se tratar de um campo da ciência contábil

aplicada, esse desenvolvimento foi mais intenso na Inglaterra e nos Estados Unidos, locais onde

a contabilidade sempre foi encarada com maior pragmatismo. Entretanto, foi somente no século

XX que passou a ser utilizada em larga escala, notadamente, após a quebra da bolsa de Nova

York em 1929. No Brasil, a técnica da auditoria começou a se desenvolver após o advento da Lei

4.728 de 1965, com a normatização do Mercado de Capitais e tornou-se mais intensa após a

publicação da Lei 6.404/76, a Leis das Sociedades Anônimas. Durante toda a história, sofrendo,

obviamente, pequenas adaptações ao ambiente social em que estava inserida, a auditoria

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manteve seus objetivos básicos. O conceito de auditoria como sendo uma técnica contábil, com

características próprias, cujo objetivo é a emissão de uma opinião sustentada sobre exames

realizados nas demonstrações contábeis e controles internos da entidade examinada, visando a

determinar a fidedignidade dos registros e demonstrações. Portanto, funciona como um “cartório”

autenticando o trabalho realizado pelos contadores das entidades auditadas. Essa assertiva

pode ser comprovada pela leitura dos pareceres de auditoria”.

3.1- AUDITORIA INTERNA

Controle gerencial que funciona por meio de medição e avaliação da eficiência e eficácia de

outros controles. Deve ser entendida como uma atividade de assessoramento a administração

quanto ao desempenho das atribuições definidas para cada área da empresa, mediante as

diretrizes políticas e objetivos por aquela determinados.

A Auditoria Interna cumpre um papel fundamental na empresa: subsidia o administrador com

dados e informações tecnicamente elaborados, relativos às atividades para cujo

acompanhamento e supervisão este não tem condições de realizar; e ela o faz mediante o

exame da:

a) adequação e eficácia dos controles;

b) Integridade e confiabilidade das informações e registros;

c) Integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para assegurar a observância das

políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e regulamentos, e da sua efetiva aplicação

pela empresa;

d) Eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da utilização dos recursos; dos

procedimentos e métodos para salvaguarda dos ativos e a comprovação de sua existência,

assim como a exatidão dos ativos e passivos; e

e) Compatibilidade das operações e programas com os objetivos, planos e meios de execução

estabelecidos.

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3.2- ATUAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA

Não deve haver limitação, no âmbito da empresa, para atuação da auditoria interna. O auditor

interno deve ter acesso a todas as áreas e informações, terreno no qual e para qual

desenvolverá seu trabalho.

Os sistemas de controle não se limitam às áreas contábil, financeira, mas englobam os planos

da organização e todos os métodos usados para proteger seus ativos, verificar na exatidão e

fidedignidade de suas informações contábeis, financeiras, administrativas e operacionais, e

promover a eficiência e eficácia operacional, bem como estimular a observância de normas e

diretrizes da administração, inclusive no âmbito das empresas controladas e coligadas.

3.3- TIPOS DE AUDITORIA INTERNA

- Auditoria na Área Contábil – tem por objetivo identificar a adequação dos registros e

procedimentos levados a efeito na empresa, a qualidade dos controles internos existentes, a

observação das normas e regulamentos traçados pela administração, bem como a avaliação da

correta aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de

Contabilidade.

- Auditoria na Área Operacional – tem por objetivo assessorar a administração no desempenho

efetivo de suas funções e responsabilidades, avaliando se a organização, departamentos,

sistemas, funções, operações e programas auditados estão atingindo propostos com

identificação de falhas e irregularidades nos sistema operacional.

- Auditoria de Gestão – desempenha suas atividades participando de reuniões de diretoria,

comitês operacional-financeiros, grupos envolvidos com projetos de qualidade total, etc.

Trabalha em nível de planejamentos estratégico, tático e no processo decisório decorrente da

aplicação de sistemas, políticas, critérios e procedimentos.

- Auditoria de Sistemas Informatizados – Hoje todas as empresas estão estruturadas em nível de

controles sobre os sistemas informatizados. O Auditor interno envolve-se no processo de

planejamento, desenvolvimento, testes e aplicação dos sistemas, preocupando-se com a

estrutura lógica, física, ambiental, organizacional de controle, segurança e proteção de dados.

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- Auditoria de Qualidade – é uma avaliação planejada, programada e documentada, executada

por pessoas independentes da área auditada, visando a verificar a eficácia de us sistema

implantado, no atingimento dos objetivos e padrões preestabelecidos, servindo como mecanismo

de retroalimentação e aperfeiçoamento do próprio sistema.

- Auditora Ambiental – examina e analisa os prováveis impactos que as empresas possam

causar ao meio ambiente, com reflexo direto sobre a imagem delas no mercado e,

consequentemente, sobre a captação de recursos, sob a forma de financiamentos ou

lançamento de ações no mercado financeiro.

3.4- ASPECTOS DA ADITORIA INTERNA

1) Regulamentação no âmbito da profissão contábil

Os trabalhos de auditoria interna estão regulamentados, no âmbito da profissão contábil pelas

normas técnicas NBCT 12 – aprovada pela Resolução 986 de 2003, e norma profissional NBCP

3 – aprovada pela Resolução 781 de 1995.

Não obstante a regulamentação no âmbito da profissão contábil, existem auditorias

especializadas inerentes e outras profissões:

*Auditoria médicas em hospitais (medicina)

* Auditorias de qualidade e de processos operacionais (engenharia)

*Auditorias ambientais (engenharia, biologia e outras profissões correlatas dependendo da

atividade das entidades)

*Auditorias sociais (administração, sociologia e outras profissões correlatas)

*Auditorias de sistemas informáticos (engenheiro de sistemas, tecnológicos de processamento

de dados, contadores)

*Auditoria de gestão (administradores e contadores).

A justaposição dos diversos ramos de conhecimento em alguns tipos de auditoria, é

próprio das atuais exigências da nossa sociedade, caracterizada por rápidas mudanças, onde as

novas tecnologias surgem mais rapidamente do que as profissões e a regulamentação. Também

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reflete a necessidade cada vez maior da interação entre os diversos ramos do conhecimento

para atuar na atividade empresarial.

2) Independência da auditoria interna

Para desempenhar o seu papel com a independência necessária a auditoria interna deve

responder aos mais altos níveis hierárquicos da empresa. Nas organizações mais modernas e

de capital pulverizado ou de interesse publico existe a tendência da auditoria interna reporta-se a

um a um comitê de auditoria que é órgão independente da administração executiva. A

subordinação ao mais alto nível hierárquico (Presidente, Diretor Geral) é o mais aconselhável

quando não existe o comitê de auditoria. Qualquer outra subordinação hierárquica ou funcional

desqualificaria o departamento de auditoria para trabalhos de avaliação do ambiente de controle

como um todo.

Algumas empresas podem ter auditorias internas com atuação limitada a algumas áreas

tais como: estoques, caixa, etc. Nestes casos impera a regra geral de que a auditoria, para atuar

com independência plena, deve esta subordinada a pessoas de nível hierarquicamente mais alto

do que os auditados.

Outra regra é que para desempenhar o seu papel o auditor deve obster-se de realizar

quaisquer tarefas operacionais, tais como: registros contábeis, análises de rotineiras de contas,

participação em comissões de licitação, etc.

3) Estrutura organizacional do departamento

A estrutura do departamento de auditoria interna depende do porte e dos objetivos

determinados pela administração.

As funções de chefia e supervisão de uma Auditoria Interna são privativas do Contador,

bem como as atividades relacionadas à competência profissional dos mesmos.

Poderá, todavia, contar com a colaboração de outros profissionais, especialmente quando

se tratar de trabalhos em áreas que requerem especializações e que não podem ser realizadas

pelo contador. Devido à complexidade e inúmeros conhecimentos que se fazem necessários na

função é conveniente dividir-se a auditoria em áreas especializadas tais como: fiscal, sistemas

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informáticos, operacional, etc, ou por área de negócio, por exemplo distribuição e revenda de

petróleo, varejo, navegação, etc.

À chefia do departamento cabe o planejamento com a identificação das principais áreas

de risco, a coordenação e a adequada distribuição dos trabalhos, responsabilizando-se pelos

resultados.

3.5- PLANEJAMENTO DOS TRABALHOS DE AUDITORIA

O trabalho dos auditores internos deve estar devidamente documentado por meios físicos ou

eletrônicos. Fazem parte da documentação: o planejamento do trabalho; os programas de

trabalho; os papéis de trabalho; e o relatório de recomendações. O uso cada vez mais

generalizado do gerenciamento de risco dentro das empresas permite que a auditoria interna

baseie-se na matriz de riscos para fazer o planejamento dos trabalhos atuando sobre os

controles que auxiliem a mitigar os riscos de maior impacto e probabilidade.

Na existência de um gerenciamento de risco estruturado e eficaz o planejamento pode ser

documentado por intermédio de um memorando descrevendo o ambiente de controle, as

situações de maior risco e vulnerabilidade e descrevendo a estratégia de auditoria. Podemos

identificar as seguintes fases em um processo de planejamento:

1- Entendimento do negócio e da indústria

Este conhecimento permitirá que o auditor possa julgar a razoabilidade e pertinência das

informações produzidas pelo sistema de informações gerenciais e que utilize o

benchmarking para avaliar a eficiência e eficácia dos processos internos. Esta fase se

caracteriza pela obtenção de diversas informações, que serão posteriormente confirmadas

pela observação “in loco” durante as entrevistas e testes.

- Obtenção dos estatutos sociais e conhecimento do sistema de decisão corporativa

(individual ou colegiado), e respectiva documentação e justificativas.

- Entrevistas com a alta direção para obter informações sobre os objetivos estratégicos,

procurando obter metas quantitativas ou financeiras e as ações esperadas.

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- Tomar conhecimento do ambiente de controle e do grau de independência na atuação dos

auditores internos, da controladoria, e da contabilidade.

- Observação do grau de formalização dos sistemas de informação gerencial e orçamentário.

- Obtenção dos relatórios sobre o planejamento estratégico, orçamentos, e avaliação do

desempenho.

- Visualização de como o sistema de informação gerencial auxilia no cumprimento destas

metas.

- Documentação do gerenciamento do risco empresarial e a identificação dos principais

componentes do risco.

- Obtenção de balanço patrimonial e demonstração de resultados. Data-base para os

trabalhos e últimos anos.

- Obtenção dos balancetes, para verificar a disposição e detalhes do plano de contas,

identificar contas e operações relevantes e estimar o grau de organização da atividade

contábil.

- Obtenção de organogramas ou relação de responsáveis ao nível de gerência ou chefe de

departamento, para auxiliar a programação das entrevistas.

- Obtenção da relação dos responsáveis pelas transações com os limites de autorização.

- Obtenção das normas e procedimentos de controle administrativo existentes.

- Identificação das atividades certificadas (qualidade, ambiente, responsabilidade social, etc)

e solicitação das certificações atualizadas.

- Relação das patentes e marcas (nominativas e símbolos) registradas.

- Conhecimento da política de remuneração e índices utilizados na remuneração variável por

desempenho.

- Conhecimento dos procedimentos de inventário.

- Obtenção de informações sobre a quantidade e complexidade das principais operações.

- Identificação do grau de automação das tarefas administrativas.

- Verificação prévia do ambiente informático.

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- Conhecimento dos relatórios de exceção gerados.

- Visita as instalações produtivas e locais de estocagem.

2- Identificação dos principais riscos do negócio

Este processo deve ser efetuado em conjunto com a administração abrangendo os riscos

estratégicos, riscos operacionais, riscos de reporting, e riscos de conformidade.

3- Conhecimento dos sistemas de controles internos

Não havendo conhecimento do sistema de controles internos se faz necessário o

levantamento dos procedimentos para identificar de que modo auxiliam a mitigar os riscos.

Para tanto é aconselhável e usual dividir o trabalho de avaliação por fluxos:

Fluxo da Receitas – vendas, recebimento

Fluxo da Transformação – produção, estoques, faturamento, expedição

Fluxo das Compras – compras, estoques, pagamentos

Fluxo do RH – folha de pagamento, treinamento, gestão de pessoal

Fluxo da Tesouraria – gestão dos recursos

Fluxo da Informação – gestão dos sistemas informáticos, contabilidade e informação

gerencial.

Caso ainda não exista uma filosofia de controle bem assimilada dentro da organização,

uma apresentação prévia deve ser feita àqueles que deverão ser os principais interlocutores

durante o trabalho, para que possam compreender os questionamentos que virão na fase de

entrevistas. Será ressaltada a necessidade de colaboração dos envolvidos, para que se alcance

o entendimento da estrutura de controle adotada pela empresa e se estabeleça um plano para

reforçá-los, quando necessário.

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CAPÍTULO 4- AVALIAÇÃO DO RISCO DE AUDITORIA

“O risco de auditoria é o risco de que o auditor não venha a detectar situações que possam

prejudicar o atingimento dos objetivos da auditoria”, explica Silvio Aparecido.

Os componentes do risco de auditoria são:

i)Risco Inerente - Traduz o risco intrínseco a determinadas tarefas ou operações que podem

fazer que venham a acarretar não conformidades.

ii) Risco de controle – É o risco que não conformidades não sejam detectadas pelos controles

internos da entidade.

iii) Risco de detecção - É o risco do auditor não detectar uma não conformidade.

O modelo de risco de auditoria pode ser assim expresso em probabilidades:

RA=RI x RC x RD

Definição dos procedimentos de auditoria

Definição dos procedimentos de auditoria a serem utilizados para garantir a integridade,

adequação, eficácia, eficiência e economicidade nos processos e nos sistemas de informação.

Os procedimentos de Auditoria Interna podem ser classificados em:

i)Testes de observância – são utilizados para confirmar a eficácia dos sistemas de controle

interno e constituem-se de:

a- inspeção – verificação de registros, documentos e ativos tangíveis;

b- observação- acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução;

c- investigação e confirmação – obtenção de informações perante pessoas físicas ou jurídicas

conhecedores das transações e das operações, dentro ou fora da entidade.

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ii) Testes substantivos – Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à

suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informações da

entidade. Os testes substantivos constituem-se de procedimentos de revisão analítica (análise

do comportamento dos saldos), teste de detalhes de transações (análise da documentação que

suporta os registros), teste de detalhes de saldos (confirmação do saldo final de transações

mediante circularizações, confronto com outros registros, etc). Para afirmar quanto à integridade

dos saldos parte-se de registros auxiliares ou arquivos de documentos

Para afirmar quanto à integridade dos saldos parte-se de registros auxiliares ou arquivos de

documentos primários e constata-se a sua inclusão nos registros.

Para afirmar quanto à fidedignidade dos registros parte-se dos registros e verifica-se a

documentação comprobatória.

Os testes de observância ou aderência podem servir para confirmar a existência dos

procedimentos relatados que ocorre na fase de planejamento, quando então podem partir de

uma relação casual, baseada na experiência do profissional, ou para inferir acerca da existência

de desvios no cumprimento de procedimentos, neste caso é aconselhável a utilização de

amostragens estatísticas, especialmente quando se tratar de alto volume de transações.

Para uma primeira avaliação, a seleção casual, destinada a confirmar a existência do

procedimento, é preferível à seleção estatística. Essa afirmação se justifica porque, sem

conhecer o custo/ benefício de cada controle, correríamos o risco de despender esforços para

inferir acerca do cumprimento de procedimentos que pouco contribuem ara redução do risco da

organização. A utilização da amostragem estatística será de grande utilidade em fases

posteriores para fins de análise e gerenciamento do risco, ou para aprimoramento em programas

de qualidade, para mensurar a probabilidade da ocorrência de desvios.

4.1- AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA

O planejamento da amostragem estatística consiste em:

- Determinar os objetivos da avaliação.

- Definição da população e da unidade de amostragem.

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- Especificação dos atributos.

- Determinação do tamanho da amostra.

A amostragem estatística é útil, especialmente, na avaliação de controles manuais, com

população de número significativo. Nos casos de controles automatizados, as técnicas de

avaliação com auxilio de computadores podem ser mais eficientes.

Avaliação pelo sistema informático

Os testes podem, também, ser efetuados por sistemas informáticos, o que é aconselhável nas

seguintes situações:

- Quando uma parte significativa dos controles internos está embutida em um programa de

computador.

- Se existem “vazios” significativos na parte visível do fluxo.

- Existindo grandes volumes de registros a serem testados.

Os testes por computador classificam-se em quatro tipos:

- Simulação paralela

Os dados reais são reprocessados com um software controlado e previamente testado quanto

aos seus resultados.

- Dados de teste

Situações válidas e não válidas são introduzidas no sistema a ser testado e compara-se o output

do sistema com o output esperado para identificar possíveis falhas.

- Teste integrado

Cria-se uma empresa fictícia no sistema informático, com a mesma parametrização do ambiente

de produção, onde são introduzidos dados com todos os tipos de erros e exceções.

- Log da Auditoria

São arquivos gerados para monitorar o funcionamento do sistema e exceções.

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EXECUÇÃO DOS TRABALHOS

Evidências de auditoria

Os trabalhos de auditoria devem estar suportados por papéis de trabalho que demonstrem

o trabalho efetuado a extensão dos testes e fundamentem a conclusão a que se chegou. É

comum o uso de programas de trabalho e de questionários padronizados para documentar o

trabalho realizado e para orientar as equipes quanto ao que, quando e onde deve ser realizado.

Na fase de planejamento estes programas devem ser adaptados para atender as

necessidades atuais da organização e a rotação de ênfase que estiver prevista.

4.3- SÍNTESE DOS PRINCIPAIS OBJETIVOS DA AUDITORIA

Plano organizacional

- Decisões compartilhadas (conselho de administração e comitê de auditoria).

- Delegação clara das responsabilidades e poderes.

- Segregação de funções.

- Limites de autoridade.

- Estrutura organizacional .

- Conjunto de procedimentos escritos ou informatizados.

Ambiente informático

- Adequado em tecnologia, capacidade e funcionalidade.

- Atendimento dos acessos e limites de autoridade em função do plano organizacional.

- Controle de acessos lógicos.

- Controles de desenvolvimento e documentação de sistemas.

- Novos softwares.

- Inventários de software e hardware.

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- Seleção e controle dos outputs.

- Organização e operação.

- Garantia de continuidade das operações.

Guarda física de ativos

- Restrição de acessos.

- Acondicionamento e guarda em condições adequadas.

- Controle do prazo de validade dos itens estocados.

- Existência de responsabilidade pela guarda.

- Existência de controles escriturais para conferência.

- Inventários regulares.

- Guarda adequada dos arquivos.

Realização e controle de transações

- Pessoas encarregadas das negociações com conhecimento e capacidade de julgamento

suficiente para atender aos aspectos de relacionamento pessoal, negociais e de conformidade

legal.

- Conformidade com a lei.

- Conformidade com os procedimentos internos, autorização, formalização e autoridade.

- Cadastros adequados.

- Registros adequados nos sistema contábil e de informação.

- Controles e avaliações quanto aos resultados das negociações.

- Decisões fundamentadas com justificativas e cálculos.

- Relatórios de exceção gerados pelo sistema informático e analisados por funcionários

independentes da execução, indicando as transações não-conformes.

Sistema contábil

- Análise de contas e do razão auxiliar X razão geral.

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- Controles das atividades descentralizadas (filiais, subsidiárias, perímetro de consolidação).

- Plano de contas consistente com as atividades e com os níveis necessários para controle das

operações e apresentação de resultados.

- Relacionamento com outras áreas, formalizado em termos de procedimentos e cronogramas.

- Livros, registros, informações fiscais e legais atualizados e em conformidade com a lei.

- Apresentação de informações e demonstrações contábeis de acordo com os princípios

contábeis, normas legais e regulamentares.

Sistema de informação gerencial (SIG)

- Estratégia ou planos de ação condizentes com a missão divulgada.

- Informações do ambiente externo que suporte as decisões estratégicas.

- Decisões baseadas no custo de capital da empresa.

- Escolha de projetos e estratégias com o uso de técnicas financeiras e estatísticas para

tratamento do custo do capital e do risco.

- Fluxos futuros de caixa detalhando entradas e saídas.

- Fluxos futuros de caixa correlacionados com os demais objetivos.

- Documentação da estratégia (scorecard).

- Orçamentos anuais partindo dos indicadores derivados dos objetivos estratégicos.

- Preparação do orçamento segundo as boas práticas, com participação, comprometimento e

metas factíveis.

- Identificação de possíveis efeitos colaterais ocasionado pela escolha dos vetores de avaliação

de desempenho.

- Explicação dos desvios nas metas estratégicas e nos orçamentos.

- Melhoria contínua do processo de previsões.

- Liderança adequada para promover o ambiente organizacional necessário para suportar a

missão e os objetivos estratégicos.

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- Capital humano.

- Ambiente organizacional de confiança mútua e adequado à missão.

- Adequação às tarefas.

- Adequação à estratégia.

- Metas de conhecimento e perfil profissional claramente definido.

- Inventário das competências e habilidades.

- Processos de aquisição de conhecimentos adequados, quanto à qualidade e prazos, para

suportar a missão e a estratégia.

- Métodos de avaliação e acompanhamento do capital humano quanto aos objetivos e metas

estratégicas e ao desempenho na realização das transações e na condução dos processos

internos.

Gerenciamento do risco (ERM)

- Ambiente organizacional adequado.

- Identificação adequada dos eventos de risco.

- Concordância quanto à avaliação de impacto e probabilidade.

- Estabelecimento de metas de conformação ou de atuação quanto aos riscos.

- Resposta da administração quanto à conformação de riscos e documentação das decisões

envolvendo riscos de oportunidades.

- Redução dos riscos de maior impacto e probabilidade.

- Realimentação e monitoramento adequado do processo de gerenciamento do risco.

CAPÍTULO 5- RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA

O relatório do auditor é o produto final do seu trabalho e deve ser apresentado e entendido pelo

auditado. Considerado como o veículo principal de relacionamento entre o auditor e a entidade

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auditada, o relatório é documento técnico e deve obedecer a normas de apresentação, forma e

objetivos.

- Importância do relatório para o auditado:

* funciona como uma avaliação do trabalho do auditado;

* indica a necessidade de ações corretivas

- Importância para a administração:

* é um indicador de avaliação do desempenho dos seus profissionais, em suas funções.

- Importância para a auditoria:

* é um dos meios pelo qual a alta administração julga e avalia a qualidade da auditoria.

Quando o gerenciamento de risco que está implantado na empresa o resultado do

trabalho pode ser reportado mediante confirmação ou revisão da graduação do impacto,

probabilidade e progressão do risco, ou ainda ser reportado sob forma de recomendações

observando as exigências da NBCT 12 que determina que o relatório deve abordar no mínimo,

os seguintes aspectos, segundo Marcelo Cavalcanti:

a) O objetivo e a extensão dos trabalhos;

b) A metodologia adotada;

c) Os principais procedimentos de auditoria aplicados a sua extensão;

d) Eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;

e) A descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;

f) Os riscos associados aos fatos constatados; e

g) As conclusões e recomendações resultantes dos fatos constatados.

O relatório, por ser produto de um trabalho técnico, deve ser redigido de forma impessoal, de

preferência no modo infinitivo, preservando-se os atributos de concisão e clareza. As

recomendações devem estar devidamente justificadas.

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Ao reportar exceções estas devem vir acompanhadas de exemplos.

As recomendações devem vir acompanhadas de comentários dos responsáveis manifestando

sua concordância ou discordância. Em caso de discordância deve haver a justificativa e em caso

de concordância dever ser mencionada a data prevista para implementação da recomendação.

Estas medidas permitirão o follow-up das recomendações e a programação dos testes de

avaliação da efetividade do controle implantado.

5.1- TIPOS DE RELATÓRIOS

- Relatórios Preliminares- relatórios periódicos, emitidos durante o andamento de uma auditoria.

Apresentam maior simplicidade na formulação, são ágeis na discussão dos pontos junto ao

auditado.

- Relatórios Finais- são completos e abrangentes; incluem informações quanto à natureza dos

assuntos, escopo do trabalho e índice de pontos; incluem, além dos fatos e recomendações,

uma opinião geral sobre a área auditada.

- Relatórios Especiais- originários de trabalhos de natureza especial, como por exemplo:

a) compra de uma empresa

b) avaliação de um projeto específico

c) acompanhamento da fabricação de equipamento de grande pote adquirido pela empresa

d) assuntos confidenciais, que não podem ser tratados em relatórios normais, trabalhos

específicos.

CAPÍTULO 6- PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA NO

ATIVO IMOBILIZADO

6.1- PAPEL DE TRABALHO DE MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS

- Custo: saldo no início do período, aquisições, baixas, transferências, saldo no fim do período.

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- Depreciação acumulada: saldo no início do período, depreciações, baixas, saldo no fim do

período.

- Confira os saldos iniciais com os nossos papéis de trabalho do ano anterior.

- Confira os saldos finais com o razão geral.

- Listagem individual dos bens do ativo imobilizado, com data-base do fim do período.

- Verificar se a listagem concorda com o saldo do custo no fim do período, apresentado no papel

de trabalho de movimentação de contas.

- Selecionar bens para serem identificados fisicamente.

- Selecionar, aleatoriamente, bens fisicamente e identifique-os na listagem.

- Selecione itens para serem testados.

- Para os itens selecionados execute os seguintes procedimentos de auditoria:

* confira o valor selecionado com a documentação de compra (verifique se está em nome da

empresa).

* inspecione a documentação de compra (nota fiscal, pedido de compra ou contrato, etc).

* confira a aprovação da compra segundo os limites de competência estabelecidos nas normas

internas da empresa.

- No caso de construção própria, verifique se foram debitados no ativo imobilizado todos os

custos referentes a matéria-prima, mão-de-obra direta e gastos gerais de construção.

6.2- TESTES NO ATIVO IMOBILIZADO

- Selecione itens para serem testados. Observe se os gastos com manutenção e os gastos com

reparos não aumentam a vida útil do bem e, portanto, devem ser tratados como despesa do ano.

- Inspecione a documentação comprobatória dos itens selecionados.

- Verifique se a vida útil, estabelecida para cada classe de bens, é adequada e está consistente

com o ano anterior.

- Verifique se as benfeitorias em imóveis de terceiros estão sendo amortizadas de acordo com o

prazo do contrato de aluguel.

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- Verifique se o método de depreciação está de acordo com os princípios contábeis e é

consistente com o ano anterior.

- Verifique a razoabilidade da classificação da depreciação e identifique-a nas contas do razão

de custo de produção e despesa do período.

- Efetue o cálculo global da depreciação:

Sobre o saldo inicial:

• saldo do custo no início do período

• custo dos bens, 100% depreciados no início do período

• valor base para cálculos das depreciações

• taxa de depreciação

• valor depreciado em reais

Sobre as aquisições do período:

• custo das aquisições do período

• taxa proporcional de depreciação

• valor depreciado em reais

Sobre as baixas do período:

• custo das baixas

• taxa proporcional de depreciação

• valor depreciado em reais

- Selecione, por meio dos registros contábeis, itens a serem testados e execute os seguintes

procedimentos de auditoria:

* inspecione registros individuais e confira os cálculos do custo e da depreciação acumulada;

* inspecione autorização para a baixa, segundo definido no manual interno da empresa;

* no caso de venda, inspecione a documentação comprobatória, identifique o valor da venda na

conta “receita na venda de bens do ativo imobilizado” e verifique se o valor da venda é razoável

em relação ao bem vendido.

- Selecione alguns bens vendidos, partindo da conta de receita na venda de bens do ativo

imobilizado, e verifique se o valor contábil dos bens vendidos foi baixado do ativo imobilizado.

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- Verifique se o valor das baixas, segundo o papel de trabalho de movimentação de contas

concorda com o saldo de conta de “valor contábil de bens do ativo imobilizado baixados”.

6.3- VERIFICAÇÃO DA CONTA DE IMOBILIZAÇÕES EM ANDAMENTO

- Verifique se a conta específica do projeto vem recebendo custos normalmente. A ausência de

débitos recentes de custos poderá ser em função do projeto ter sido abandonado, que não é

mais viável, ou até mesmo por ele já ter sido concluído.

- Inspecione plano do projeto, contrato de construção e orçamento de custos, compare com a

situação existente, visite o local para certificar que não existe anormalidade.

- Para os projetos encerrados durante o período, verifique se todos os custos forma transferidos

para as contas definitivas do ativo imobilizado e confira a data da transferência com a

documentação comprobatória.

6.4- VERIFICAÇÃO DE PROPRIEDADE E ÔNUS SOBRE IMÓVEIS

- Obtenha certidões negativas dos imóveis para a data do exame. Verifique se nessas certidões

negativas os imóveis estão em nome da empresa e se não existem ônus sobre os mesmos.

Caso existam ônus, observe se a transação foi devidamente aprovada. Na hipótese do imóvel ter

sido dado de garantia de um financiamento, certifique-se de que o financiamento foi registrado

no passivo da empresa e que essa informação foi divulgada em nota explicativa das

demonstrações financeiras.

6.5- TESTE DA REAVALIAÇÃO

Caso a empresa tenha reavaliado bens do ativo imobilizado durante o exercício social,

inspecione o laudo dos peritos ou da empresa avaliadora e confira-o com as informações

registradas no razão geral. Se a reavaliação de um terreno for debitada na conta de edifícios,

têm influência direta na depreciação, e, consequentemente, no lucro líquido do exercício. O

auditor deve examinar também a ata da assembléia de acionistas que aprovou a reavaliação.

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CONCLUSÃO

Na análise de um balancete, a grande riqueza da empresa encontra-se em seu ativo. Existem

empresas que classificam parte de suas aquisições indevidamente, e por isso temos que ficar

atentos e fazer sempre executar um chek-list de todo o seu ativo imobilizado para a verificação

se realmente o bem está ligado a atividade fim da empresa.

A depreciação pode ser conceituada como o modo pelo qual se registra, contabilmente, a

diminuição do valor de bens do ativo imobilizado resultante do desgaste pelo uso, pela ação da

natureza, perecimento ou obsolescência normal. Esta é apenas uma das várias definições.

Contudo, sintetiza bem o termo. O valor depreciável de um bem do ativo imobilizado deve ser

apropriado numa base sistemática durante sua vida útil econômica. À medida que os bens são

utilizados nas operações, o valor contábil do ativo é reduzido para refletir esse benefício

econômico, gerando uma despesa de depreciação. A depreciação dever ser registrada mesmo

que o valor justo do ativo exceda o seu valor contábil. No processo de uma auditoria no Ativo

Imobilizado de uma determinada empresa um dos focos do auditor deverá ser se o bem ainda

está produzindo, pode ser que esteja no cadastro do ativo fixo e que não exista mais fisicamente

sendo depreciado normalmente.

A Instrução Normativa SRF 162/98, alterada posteriormente pela Instrução Normativa SRF

130/99, relacionou alguns bens de acordo com a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), e

definiu seus respectivos prazos de vida útil e taxas de depreciação, porém, é importante

considerarmos os seguintes fatores ao determinar a vida útil econômica;

• Uso esperado do bem pela empresa, avaliado com a capacidade de produção;

• Desgaste físico esperado, que depende de fatores operacionais, tais como número de turnos

que exigem a sua utilização;

• Obsolescência tecnológica resultante de mudanças ou aperfeiçoamento na produção;

• Limites legais ou semelhantes sobre o uso do bem, tais como datas de expiração de

arrendamentos, etc.

O sucesso no controle e o desenvolvimento deste trabalho estão diretamente relacionados com

o grau de envolvimento do seu gestor. O seu perfil deve ser de um detetive incansável na busca

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de eventuais ocorrências que prejudique a atividade operacional da empresa, e ao mesmo

tempo possua bom senso para resolução de situações encontradas no dia-a-dia. Cabe a ele

promover a Norma estabelecida e fiscalizar o seu cumprimento, relacionando-se com todos os

colaboradores da organização.

Através de cálculos pré-estabelecidos e estudos de mercado realizados pela área competente, o

gestor estará em sintonia com a direção da empresa, analisando o retorno do capital investido, o

tempo de retorno, as despesas acessórias do investimento e a melhor maneira para adquiri-lo,

quer seja por leasing, financiamentos, à vista, etc.

É comum encontramos nas grandes organizações deficiências em uma área tão importante

como a de Gestão do Ativo Imobilizado, por isso, é necessário a conscientização dos

administradores quanto a eficiência sobre um item de grande representatividade em seu Ativo.

Em países desenvolvidos, este trabalho é realizado de maneira constante, pois uma estrutura

patrimonial evoluída e que não gere custos desnecessários, tais como manutenções freqüentes,

produção parada, acidentes de trabalho, entre outros, refletem diretamente nos resultados

obtidos.

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REFERÊNCIAS:

Aragão, Marcelo – Auditoria Cespe Séries e Questões Comentadas; Ed. Método.

Attie, William – Auditoria Conceitos e Aplicações; Ed. Atlas 5ª Ed. 2010

Avalos, José Miguel Aguilera; Ed. Saraiva.

Cavalcanti, Marcelo – Auditoria; Ed. Atlas 2009

Crepaldi, Silvio Aparecido; Ed. Atlas.