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INSTITUTO DE PESQUISAS EMER6ETICAS E NUCLEARES AUTARQUIA ASSOCIADA A UNIVERSIDADE DE SAO PAULO 60 tf Kl TO DA RADIAÇÃO KAMA DC Co NAS PROTEÍNAS DO CRISTALINO 1XJLC1LA MARIA LESSA BERNARDES Dissertação apresentada ccmo parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Tecnologia IMuclear ORIENTADORA: I)ra NELIDA LÜC1A DEL MASTRO BRD PAULO J991

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INSTITUTO DE PESQUISAS EMER6ETICAS E NUCLEARES

AUTARQUIA ASSOCIADA A UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

60tf Kl TO DA RADIAÇÃO KAMA DC Co NAS PROTEÍNAS DO CRISTALINO

1XJLC1LA MARIA LESSA BERNARDES

Dissertação apresentadaccmo parte dos requisitospara obtenção do grau deMestre em TecnologiaIMuclear

ORIENTADORA: I)ra • NELIDA LÜC1A DEL MASTRO

BRD PAULO

J991

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Ao Joáo Cesar

A meu pai

A minha mãe

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Agradeço de modo especial è Dra.. Nèlida Lúcia Del Mastro,

pelo relevante papel exercido e«r> minha -formação profissional,

orientação desta dissertação, ensinamentos, estimulo e amizade.

Ds meus agradecimentos se estendem-.

Ao Instituto de Pesquisas Energéticas r Nucleares <SP), pela

possibilidade o-ferecida de realização deste trabalho;

A Coordenador ia de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino

Superior - CAPES, pela bolsa concedida;

Ao Pr. Byron A. 0. Bernardes, por introduzi!—mr no campo da

pesquisa,

A Drs. bortira Arezzo, peJo constante apoio e incentivo;

A Dra. Adelaide f-eljoni Alârio, pelas discussões p sugestões

durante» a realiíaçfto deste trabalho;

Ao Prof. Dr. L. J. üreene, do Centro Interdepartamental de

ünimic* de Proteínas da Faculdadp dp Medicina dR Ribeirão Preto

(UBP), pc?la colaboração nas análises;

Ao João f>p.sr, meu marido, pe)o carinho, apoio, incentivo e

compreensão durante todo tempo de-.-tícado a este trabalho;

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A Nanei Passador, pela dedicação dispensada na diBitacao e

«ontagem desta dissertação»

Aos meus pais o amigos pelo constante apoio e incentivo»

Enfim, a todos que direta ou indiretamente colaborara* para a

realização deste trabalho.

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RESUMO

60L'FEITO DA RADIAÇÃO GAMA DE Co NAS PROTEÍNAS DO CRISTALINO

DULCILA HARIA LESSA HERNARDES

Com intuito de estudar os efeitos da radiação gama de60

Co n*s proteínas do cristalino bovino foi rlaborado um sietem*

"in vitro'* . Para isso -forao utilizadas soluções aquosas de

cristalino bovino irradiadas nas doses de O, 5.000, iO.OOO,

15.000, £0.000 p B5.O0O By. Essa exposição ã radiação resultou m»

alterações nas proteínas avaliadas por diferentes métodos. A

trubidimetria revelou a formação de agregados que aumentam com a

dose de radiação; isso também foi observado através da

viscosimetria das amostras e do espectro de absorção na região do

ultravioleta. Pelas análises dos aminoácidos e por

fluori «net ria foi observado que o aminoácido mais afetado foi o

triptofano. Foi também observado um aumento de grupos SH livres

das amostras, corr.u conseqüência da irradiação.

Após a padronização do método foi testada a capacidade

radioffvodificadora da glutataona, do aminoeti1isotioureia, da

merraptoetilalanina e do dimetil sulfoxido neste sistema. Petos

resultados obtidos observou-s>e que na presença dessas

substancias o efeito da radiação foi amenizado.

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ABSTRACT

6OtFFECl OF Co 6AMMA RADIATION ON CRYSTALL1N PROTEINS

DULC1LA MARIA LESSA BERNARDES

60In order to study the effects of Co gamma radiation on

crystal)in proteins an in vitro system was set up. For that,

aqueous solutions from bovine crystal 1 in were used irradiated

with 0, 5,000, 10,000, 15,000, £0,000 and 85,000 By. The

treatment led to protein alterations determined by different.

methods. By turbidinetry the formation of aggregates that

increased with the radiation dose was revealed. The same

observation was dont froir. viscosity data and from the UV

spectrum of the samples. From aminoacid analysis and fluorimetry

del prir.i nations, tryptoph*n appeared as the most sensitive

aminoacid. An increase in the free-SH-groups was also observed.

After the standardization o-f the method, the radiomodifier

capabi 11 ty cH glutathicne, aminoethy lthiourea, ir.err ap toethy lalanine

«\r»d dimethyl sul fox ide- was tested. The results showed that in the

presence oi those substances thp radiation effect was diminished.

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Í N D I C E

PAG

1 - Introdução Oi

fc? - Hevisào da literatura

i*. i - Formação tia catarat& O4

Lv .£ - E f e i t o dê, rad i«*ç iâo i o n i z a n t e em p r o t e í n a s . . . . Otí

ü 3 - A n á l i s e s a b s o r c i o n t é t r i c a s n o u l t r a v i o l e t a . . . . 1 3

c? 4 - F1 uor i met r i a 15

E S - ViBcosiffietria 17

£?.6 - Açào dos r a d i o p r o t e t o r e s 18

:•: - Kfitèriaç. e Métodos

3 . i - Preparação das amostreis BA

3.S - I r r ad i a r ão PA

i!.3 - Herdada dn turbidér ic ia E5

3.4 - Tee.te> dAS substanciafr radioprotetc»raç> E5

H.5 - Determinação de grupos SH l i v r e s 85

:-i.í> - Determinarão do conteúdo p ro té i co E5

:•).'/ ~ t s p e r t r o tie abnorçao n& região LI. V V.L

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3.B - Fluorioetri* 66

3.9 - Viscosiaietria BA

3.10- Aminograwa f*7

4 - Resultados

4 . 1 - fedida d* turbidancia 88

A.í? - Determinação de grupos SH livres 29

1.3 ~ Conteúdo protéir.o 31

4.4 - Espectro de absorção na região U.V 33

4.5 - F'luorj«r,ptrja 35

4.fc - Viscosimetria

4.7- Ami nog r ame 38

5 - Discussão 4J.

í, - Cone lusóes 49

7 - Bibliogra-fi& 50

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i- INTRODUCM

Os efeitos biológicos das radiações tem sido objeto de

inúmeros estudos. Isto porque a radiação ao incidir em um

determinado sistema ou órgão, atinge simultaneamente muitos

outros que apresentam «aior ou menor sensibilidade. Podem, então,

surgir diversos tipos de lesões irreversíveis na maioria das

vezes. Na radioterapia de tumores de cabeça e de pescoço, uma

das lesões indesejáveis ê o aparecimento da catarata, já que ê

inevitável a irradiação da cavidade ocular.

Na catarata, o cristalino que normalmente é

transparente, torna-se opaco. 0 cristalino, tem duas funções

-fundamentais: modificar sua forma para alterar o foco da

lente num processo acomodativo e servir como filtro tía luz

ultravioleta.

A perda de transparência do cristalino se deve a

modificações oxidativas de sua* proteínas, que mostram um aumento

gradual dos níveis de agregação, pigmentação e uma diminuição de

grupo? tióís.

A radiação ionizante provoca «Iterações na estrutura

das suas proteínas,que sáo detectaveis pelas modificações em suas

propriedades químicas e físico químicas. Essas alterações eao

também observadas na velhice, embora em menor proporção (Spector,

1984). £m geral, é aceito que a opacidade das lentes seja o

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último PASSO de ue. complexo processo, no qual • oxidado * o

•fator iniciador predominante.

fcm humanos, a dose li «ti ar de radiação para a formação da

catarata, parece ser alguns grays, em dose aguda. Doses

baixAç. podem produzir algum dano, Mas clinicamente

insignificante. Para doses de 8,5 - 6,5 By, o período latente

gira em torno d»? 8 anos; em doses de 6,5 - 11,5, e reduzido para

4 anos. Aumentos de doses resultam em menor período latente.

Além de se desenvolver após a radioterapia, pode haver

aparecimento de catarata em trabalhadores expostos a neutrons

durante as operações de cyclotrons e também entre os

sobreviventes de acidentes com reatores e explosões nucleares

CHall, 1978).

iodos esses -fatos demonstram a importância do

aprofundamento dos estudos sobre os mecanismos que conduzem á

•formação da catarata e os -fatores que possam influir no seu

aparecimento. Para isso é mister o desenvolvimento de métodos "in

vivn" utilizando animais dr experimentação bem como métodos "in

vitro" que permitam caracterizar os fenômenos envolvidos no

processo. Nesta última abordagem se baseia a presente

dissertação.

Cl presente trabalho tem como objetivo:

- elaborar um sistema in vitro , que possa ser utilizado

parei o estudo da formação da catarata induzida pela radiação

ionizante;

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6O- analisar o* e-feitos da radiação • — ám Co* nas

proteínas «Ktraidas do cristalino, utilizando técnicas d»

•spcctrofotoawtria. fluoriMttria. viscosiactri* * analisv úm

aaiinoécidos;

-- testar, neste sistema, o potencial radiomodificador dft

substâncias presentes durante a irradiação.

3

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£- HCtflSftO BÉ

ti J- EOCMCiQ dA CfttâXAte.

A formação da catarata está relacionada a agentes físico»

como luz solar, IUE ultravioleta» raios X e gama, a doenças como

diabete ou arterioscleroses agentes químicos como galactose,

e a efeitos bioquímicos por deficiências enzimâticas, algumas

das quais hereditárias (Ohoori ft Nose, 1989). E também

conseqüência quase inevitável do processo de envelhecimento.

Prova disto è a comprovação de que 50 % das pessoas com idade

Acima de 75 anos sao portadoras de catarata.

A catarata consiste na opaci-ficação do cristalino, que

é uma estrutura transparente situada entre o humor aquoso e o

humor vitreo. Tem a forma de lente biconvexa e apresenta grande

elasticidade que diminui progressivamente com a idade.

0 cristalino se constitui de três partes (Junqueira ft Carneiro,

19BB):

. as fibras do cristalino, que se apresentam sob A forma

de elementos prismáticos finos e longos. Sao células altamente

diferentes, derivadas das células originais da lente embrionária.

Essas células, perdem seus núcleos e alongam-se

consideravelmente. 0 citop1asma possui poucas organelas, e isso

rrduv & difusão da luz. As fibras da lente sáo unidas por

desmossomos e se orientam ea. direção paralela á superfície da

lente;a cápsula do cristalino, que se apresenta como um

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revestimento homogêneo, hialino * «ais espesso n* face anterior

dessa et.trutura. E uma fermaçáo muito elástica, constituída

princjpalmnete por delgadas 1ameias de fibras colagenas,

-fortemente impregnadas por substância glicoprotèica;

. o epitélio subcapsular, formado por uma camada única de

células epiteliais dispostas na porcao anterior da lente. E a

partir desse epitèlio que se diferenciam as fibras responsáveis

pelo aumento gradual da lente durante o processo de crescimento

do organismo. Não existe epitélio na face posterior da lente.

Derivado do eetoderma, o cristalino nao contém vasos

sangüíneos ou nervos; o humor aquoso abastecido de compostos

nutritivos é que os transmitem para as células epiteliais da

lente.0 equilíbrio eletrolitico no cristalino, o qual corresponde

f\ baixas concentrações de sódio e cálcio e uma concentração muito

alta de potássio (Duncam & Jacobs, 1984), é preservado pelas

áreas tie junção entre as células (Benedettí et ai, 1984).

As lente<5 têm também desenvolvido um eficiente sistema para

prevenir oxidacao de sirupos sulfidri1icos, envolvendo £

plutationa (Yu, 1977; Reddy et «1, 1V75).

Durante a diferencja^én celular, proteínas permanentes

especi 4iccis da lente &'ào sintetizadas e altas concentrações

ri top] rHsmát i c S E ç,áo obtidas, cerca de- 0,Ü a 0,4 g/ml. Essa alta

rontentrscao produz um índice de refração adequado par» A

passagem óã lu?, pnqunnto que variações, na distribuição e

concentração dessas proteínas levam a um gradual aumento desse

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indice (Delay* è Terdieti. 1988). D» acordo com Benectek (1984), a

transparência do cristalino se deve provavelmente a concentração

apropriada e distribuição dessas proteínas na lente.

Dos trabalhos feitos para elucidar as modificações

produzidas pela radiação nas proteínas do cristalino»

sabe-se que essas modificações sáo acompanhadas pela diminuição

das proteínas solúveis de baixo peso molecular, pelo aumento das

proteínas insolúveis e pela formação de agregados de proteínas

rorr. alto peso molecular (Spector et «1, 1974, Roy Ir Spector, 1976;

Coshlan ft Augusteyn, 1977).

Em cristalinos humanos, os agregados aumentam com a idade

e estão presentes em altas concentrações na catarata senil

(Jedziniak et ai, .1973). A formação de agregados depende,

tflmbéff., da oxidaçraci dos grupos SM das proteínas (Gibiin et ai,

1980), e do aumento intracelular da concentração de cálcio (High

Tower et ai, 1983).

Br a car. ao advento de- melhores técnicas de separação pars

isolamento e caracterização de proteinar,, alguns pesquisadores

(Spector et ai, 3v/i, Hanson ft Hines, iV66; Ocken et ai, 1977),

dividiram as proteínas do cristalino em três classes: alfa, beta

e gama cristalino. 0 efeito da radiação e de outros indutores da

catarata, dependerá da distrubuiçào espacial e do micro-ambiente

do» aminoáridos sensíveis á oxidação (cisteina, triptofano,

tirosina, hist.ídina e metionina) dentro de toda a estrutura do

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cristalino. Embora a «strutura secundária das três classes d»

proteínas do cristalino» seja similar, sendo predominant»»ente

conformação "beta-sheet", diferenças significantes fora»

encontradas em suas estruturas tereiarias e nos micro-ambientes

ria ri st ei na e do triptofano (Liana ft Chakrabarti, 1V32;

Andley et ai, 1985).

Hã fortes indicações de que os mecanismos de formação de

catarata induzida pela radiação incluam a formação de radicais

livres e consequentemente dano oxidativo, tanto quanto

modificações na permeabilidade das células do cristalino (Lipman

et «1, 1968).

A oxidaçáo do cristalino induz "crosslinkins" e mudanças

conformacionais nas suas proteínas (Borkman et ai, 1V81;

Ziegler ft Goosey 1961). Os resultados encontrados por Ziegler ft

Goosey, JV31), indicam que as espécies ativas de oxigênio <0£,

DC, H2U2 e OH ), que sáo geradas nas reações de óxido-reduçao,

causar alguma*, modificações rias lentes, observadas na

e e na formação óa catarata (Dillon, 1984). Além disso,

alguns estudos espectroseópicos (Andley ft Chylack, 1986),

mostram que as proteínas do cristalino sofrem modificações em

sua conformação, pela ação dessas espécies, envolvendo resíduos

sulfidrilicos e de triptofano.

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Efaitp úã ruHartp

U padrão geral de desenvolvimento do dano por radiação,

CM» 5ist «na5 biológicos» ocorre em 5 estágios (Bacq ft Alexander,

1961):

. a radiação ao passar pelo sistema, deposita energia;

. parte dessa energia é usada nas alterações químicas de

alguns constituintes, e parte è dissipada na forma de calorj

. a maioria dessas reações podem ser insignificantes, mas

algumas delas, chamadas lesões radioquimicas primárias, ocorrem

rm pontos vitais da célula agindo como foco de desenvolvimento

do dano;

apôs um certo período, lesões bioquímicas podem ser

observadas;

. essas lesões bioquímicas levam a lesões biológicas.

A radiação age sobre as protrinas de forma direta ou

indireta, causando alterações que podem ser avaliadas por

critérios bioquímicos ou fisico-quimicos.

A açào direta è a interação da radiação com a molécula

alvo (proteína), diretamente (Hall, 19768). Essa interação se dá

pela absorção de energia pela molécula, causando excitaçáo ou

ionizaçiáo. Subseqüentemente, essas moléculas excitadas ou

ionizadas sendo instáveis, tendem a sofrer rearranjos intra e

íntprmoleculares. A última etapa de transferencia de rner&ia p<r.

moléculas irradiadas é a formação de moléculas estáveis, que

e

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podem levar à perda da atividade biológica da proteína (I

1963).

As alterações podem ocorrer na estrutura prinária, pela

destruição de aminoâcidos. Análises químicas demonstram que os

diferentes aminoâcidos não são igualmente susceptíveis ao dano

por radiação. No caso da soroalbumina, por exemplo, há uma

relação linear entre a dose e a percentagem de aminoâcidos

alterados. Contudo, a susceptibi)idade dos diversos aminoâcidos,

tais como a cisteina, aminoâcidos ácidos, triptofano, histidina

prolina, arginina e aminoâcidos básicos, é insuficiente para

explicar a denaturaçào (Brosh ft Hopwood, 1979).

Podem ocorrer também quebras das ligações - C - N -,

produzindo os grupos carbonila e amida, durante a irradiação na

presença de oxigênio como conseqüência da -formaçàn de

peróxidos; sendo assim o número de grupos carbonila aumenta bem

como a destruição de aminoâcidos (Alexander ft Lett, 1967).

D processo de? absorção de? energia da radiação pode

resultar tambéiT. em «-.Iterações da estrutura secundária da

proteína. Isso pode ser observado pelas modificações na

reatividade dos aminoácido& da cadeia lateral, que levam #

ripnaturaçáo da proteína (Alexander ft Lett, 1967).

D primeiro estágio de denaturaçáo por irradiação de

proteínas, produz uma diminuição na constant? de sedimentação,

sem significar um aumento do peso molecular. Este fato se deve a

um relaxamento dô molécula, qu* se torna menos compacta.

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Acredita-se que haja quebra de diversas pontes de hidrogênio.

Neste estádio, man ten sua solubil idade ee. água e se torna «ais

termolâbil. Com uma segunda ionizaçáo, «s moléculas jâ totalmente

abertas começam a formar agregados por "crosslinking"

jntermolecu)í>reE. A molécula nao ê mais solúvel em água e sim em

soluções salinas. Em doses maiores de radiação, se torna

insolúvel (Bacq ft Alexander, iVé»i>.

A ação indireta sobre as proteínas ocorre através da ação

ri«m p&pécies reativas formadas pela interação ú* radiação com o

solvente (Hall, 1978). Vir.to ser a água o principal solvente nos

niEtemas biológicos, ela esta envolvida na maioria das reações.

DE estudos da ação indireta s>ao realizados em soluções diluídas,

onde & probabilidade da ação direta sobre o soluto è pequena

<Buxton, 198B).

A acao dfi radiação sobre as moléculas de água, resulta em

excitaçao, ionizaçac» ou superexcitaçáo das moléculas. Na reação

primária, são formados DS radicais livres hidroxi)a (0H*>,

hjdroe»#nio (H" >, o e>)êtron hidratado (ê aq) e o superòxido <0Í >

(Hagee ft Chatterjee, í VRO) ts&es processo?, ocorrem em pequenos

volumes, com raio aproximado de 15 A. A recombinação desses

radicais, resulta na formação de HS, HÍ20P e H30 (Alexander ft

Lett, 1967i Pryor,iV77). Na presença de oxigênio, ê aq e H'

m rapidamente,resultando 05 e HOL' .

A presença tie substancias orgânicas estranheis,

geralmente protege a solução de proteínas pois removem

.10

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rompetitivawente os produtos da radiolis* da água.

O oxigênio também pode se combinar com radicais da

proteína e alterar qualitativamente os produtos radioquimicos

•formados (Brawler »t ai, 1978). Na presença de oxigênio, a

proteção por compostos sulfidri 1 icos pode ser prevenida, pois a

reação com 0L' ocorre mais -facilmente do que o processo de

transferencia de hidrogênio. Como hã -formação de moléculas

oxidadas, na presença de oxigênio, este tem a propriedade de

fixar o dano (Singh ft Singh, 1982).

Na ação indireta da radiação, a inativação está

rxponencialmente relacionada á dose. Como na açào direta, somente

UM único evento parece ser necessário par» ínativar a proteína

(Alexander ft Lett, 1967), havendo freqüentemente modificações

na sua solubi)idade. Na denaturação.os radicais; livres produzidos

HA radio)ise da água causam mudanças na forma da molécula de

proteína, facilitando consequentemente, o processo de agregação,

liando origem a estruturas de diferentes pesos moleculares

(Barrison, 1987>. fcsses agregados sáo produzidos por crosslinking

row*lente , roae sua natureza química é desconhecida.

A agregação causa modificações, na absorção da solução de

proteínas., que são observadas a partir de mudanças no espectro de

absorção na região ultravioleta. A quantidade de luz absorvida

pela r.oüuçião tít proteína será aumentada pela presença de

agregados (Garrison, 1987).

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Co* o aumento da dos» de radiação, nao só a fração d»

proteínas denaturadas aumenta, «as também o tamanho dos agregados

formados torna-se maior, até atingir um ponto em que a proteína

torna-se insolúvel e precipita.

A -formação de "crosslinking" afeta o peso molecular d*

proteína, &umentando-o. Isso pode ser observado pelo aumento da

vi se05idade com o aumento da dose de radiação.

Os agregados podem ser quebrados pela exposição, durante

algumas horas, a ácidos ou álcalis, mas nem uréia nem sais,

Promovem a dissociação. Isto sugere que as ligações responsáveis

pela manutenção dos agregados não são pontes de hidrogênio, e sim

ligações covalent.es que não são hidrolisadas.

A rôdiossensibi)idade de> diferentes aminoácidos em

soluções diluídas varia enormemente, mas não mantém relação com a

relativa taxa de destruição dos vários resíduos de aminoácidos

nas proteínas. Essa radiossensibi 1 idade varia dr? proteína para

proteína, possivelmente por causa de fatores estêricos. Os grupos

localizados fora da molécula de proteína, por exemplo, são mais

vulneráveis que aqueles no seu interior (Alexander ft Lett, 1967).

Um outro fator importante na ação indireta da radiação, é

o pH. Da mesma maneira que na ação direta, a influência do pH

podo ser entendida como conseqüência de mudanças na forma e

configuração da molécula de proteína, o que conduz a maior

exposição rios sítios críticos .

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A absorção da energia radiante nas regiões do espectro

visível e ultravioleta depende do número e do arranjo dr»s

rlêtrons. nas moléculas ou ions absorventes (Ewing, 1V7S).

Compostos totalmente saturados não mostram absorção seletiva

nas regiões do visivel e do ultravioleta. Compostos que contém

uma dupla ligação, absorvem fortemente no ultravioleta afastado.

As> duplas ligações conjugadas produzem absorção em comprimentos

de onda maiores. Quanto mais extenso for o sistema conjugado,mais

longos serão os comprimentos de onda onde se observa a absorção.

0 comprimento de onda de absorção máxima de um composto,

fornece um meio de identificar o cromóforo que ele contém. Em

geral, os espectros são modificados pela presença de vários

grupos atômicos, quando substituem os átomos de hidrogênio nos

carhonos do sistema cromóforo. Tais substituintes tem, em

geral, o efeito de deslocar as bandas de absorção para

comprimentos de onda mais longos e mudar seus valores de

ansorváncia. Us substituintes que produzem esses> efeitos são

conhecidos como auxócromos (Ewing, 197S).

Em compostos arométicos, o anel benzénico é o cromóforo

«r.Ais sir.píes. Dois ou mais anéis em conjugação, como o naftaleno

F? o difenol, deslocam a absorção p&r& o visível (Donovan, 1969).

0 espectro de absorção no ultravioleta e no visível

constituem um instrumento na identificação de compostos orgânicos

.13

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insaturados e na elucidação de suas estruturas. Uma informação

relativa a um composto de estrutura desconhecida pode, algunas

vezes, ser obtida através da comparação direta de seu espectro de

absorção com os de compostos de estrutura conhecida.

A absorção espectrofotométrica de perturbações nos

rromòforos das proteínas tornou-se um método valioso para a

determinação de certos aspectos da conformação da proteína nativa

f? denaturada em solução. Essas perturbações (Donovan, 1969),

podem ser divididas em duas classes.- aquelas produzidas por

outros grupos na proteína, e aquelas produzidas por moléculas ou

ions adicionados ã solução de proteínas. Quando essas

perturbações, srio observadas, modi -f i caçoes conformacionais ne

Proteína, podem ser detectadas pela medida de rotação óptica,

rticroisffio celular, ressonância magnética nuclear ou viscosidade

intrínseca (Donovan, 1V69).

Freqüentemente s.So notadas diferenças entre a absorção

ultravioleta de uma proteína e a absorção calculada para a

proteirti com bast eir, análises químicas cuidadosamente feitas, dos

Aminuácidor. cromo-fòricos.. Essas diferenças são uma medida das

interações inter e intramolecular dos cromóforos com seu

f.mbiente. Quando essas interações sáo alteradas, sáo observadas

modificações na absorção.

A absorção na regi an do ultravioleta, de uma proteína, e

ronr.£?qutncis de seu conteúdo de certos aminoácidos aromáticos,

principalmente triptofano e tirosina (Kabat ft Mayer, 1967).

14

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As proteínas «ostra* absorção característica entre £70 e

c*V0 nm, com absorção Máxima em 280 na>.

B.4- El

A fluorescéncia é um dos -fenômenos pelo qual moléculas

excitadas perdem energia. Durante o processo de excitacao. a

maior parte das moléculas afetadas adquire energia vibracional e

também eletrônica. Sua principal tendência è passar para estados

vibracionais interiores através de colisões. Na fluorescéncia,

essa perda de energia cessa em um nível eletrônico excitado,

consequentemente, as moléculas estarão aptas a voltarem

diretamente ao seu estado -fundamental pela radiação de um quantum

de energia (Ewing, 1972).

A -flunrescéncia ocorre principalmente em duas classes de

substancias- uma grande variedade de minerais e -fósforos

inorgânicos e compostos orgânicos ou organometalicos que

apresentam grande absorção no ultravioleta.

Na fluorescència de proteínas, contribuíçõe*

si gr» i -f i cantes no espectro de» emissão são dadas pela tirosina e

pelo triptofano, que exibem espectros de fluorescéncia

distintos.E bem conhecido que o triptofano domina a fluorescencia

da proteínas que possuem alguns triptofanos, mas a fluorescéncia

da tirosina é também observada, particularmente naquelas

proteínas que não contém triptofano. Srgundo alguns altores, a

.15

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fluoreseéncia metciM do tripto-fano varia de proteína para

proteína (Chan »t al. 1969).

A iluorescencia pode ser medida através de dois

espectros, um de excitaçao e u» de emissão. O espectro de emissão

descreve a distribuição do -fóton na 4 luorescencia de uma

substancie excitada por luz monocromática. Similarmente, o

espectro de excitaçãr> è obtido pela variação do comprimento de

nnda de excitaçao, roantendn-se constante o comprimento de ond£ de

emissão.

A intensidade da iluorescencia de moléculas orgânica é

marcadamente dependente do tipo de solvente empregado. Isso pode

ser atribuído ao fato de que o período de -fluorescencia seja

longo o bastante para que ocorra interação do estado excitado com

as moléculas do solvente. Esse efeito do solvente na

Í)uore5céncia, pode ocorrer se há pontes de hidrogênio, reação

química, ou alguma outra interação especifica entre o solvente e

o so)uto (Chen «t al, 1V69).

As, proteínas, mostram grandes varia toes. em su«

estabilidade. As condições para a integridade estrutura), deve

ser estabelecida para cada proteína no que diz respeita

variáveis comumente empregadas, tais como pH, temperatura e

reagent es denatur antes. A -fluorrscenc ia nisto é necessariamente

constante naquelas proteínas que parecem ser susceptíveis a

modi-Hcaçoes dessas variáveis (Chvn »t al, 1969)

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A redução n* intensidade da fluorescencia é chamada

fujpressão ( "quenching* >. Esta supressão pode ocorrer

simplesmente» conto resultado da absorção parcial da lut

fluorescente por algum componente da solução. Se, a substancia em

si for responsável por essa absorção, o fenômeno é conhecido COMO

auto- supressão. A supressão também pode ser atribuiria ã

possibilidade de transferencia da energia por colisão de

moléculas excitadas da substancia fluorescente com a molécula do

solvente ou de outros solutos, resultando um mecanismo paralelo

mr.s não radiante para voltar ao estado fundamental (Ewing, 1V7P).

e .5- UiKOftietttCift

ViEcosJdade de um* fluido ê a propriedade pelo qual ele

rpsiütE- a uma modificação na forma ou no movimento de- porçõe*

vjzinhris da molécula em relação a outras, sendo sus reciproca a

•flu ide 2 A viscosidade representa « fricção interna entre as

moléculas.

lintre as técnicas físicas usadas para a deter ir. inação do

tamanho e da -forme d* proteína, a viBCoaimetrie ê a mais simples

rfss ir.RdjdAç., niso çpndo um método absoluto (Bradbury, JV70) .

A viscosidade intrínseca está relacionada ao peso

molecular tia polímeros pela equação empírica de Mark-Houwink:

C n 3 - K Ma

17

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onde H e « sáo constantes» independentes da concentração e do

peso molecular, mas variam com a temperatura e com o solvente

usado. Essa equação è muito usada na determinação do peso

molecular e o expoente a è dependente da -forma e solvatação da

macromolécula.

A viscosidade è dependente da temperatura. 0 efeito

observado com o aumento da temperatura pode ser uma diminuição da

viseosidade, nenhuma modificação, um aumento da viseosidade

ou a ocorrência de um piato (Bradbury, 1970).

A viecosimetria tem sido utilizada em experimentos que

envolvem quebra de moléculas grandes em unidades menores, ou

naqueles envolvendo reações acompanhadas por agregação. Em al&un&

estudos, a determinação da viseosidade tem servido no controle da

degradação de substancias biologicamente ativas. A depradaçáo

resultante de tratamentos drásticos, resulta numa diminuição

Acentuada da viseosidade. Quando proteínas nativas sao

denaturadas por vários tipos de tratamentos, um aumento na

viseosidade é observado (Kabat, 1967).

das

Substancias radioprotetorar, sâo agentes químicos que

reduzem ou previnem os efeitos das radiações, quando presentes no

sistema durante a irradiação.

As teoria?, de proteção à radiação podem ser consideradas

Í0

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tanto a nível molecular CORNS a nivel fieiológico-bioquimico.ou

se.ia, mecanismos de proteção envolvendo processos químicos de

inirio rápido e aqueles em que a proteção ê resultado de mudanças

na bioquímica ou fisiología da célula. Do ponto de vista da

química da radiação, os compostos protetores parecem agir por

participação direta em reações de radicais livres.

0* mecanismos de proteção química contra o dano da

radiação ionizante, levam em consideração 3 hipóteses: seqüestro

rte radicais ( "radical scavenging" >, reações de transferência de

hidrogênio e -formação de dissulfetos mistos (Biambarresi •

Jacobs, 1987).

Radical Scavenging

Lssc< teoria em radioproteçâo, envolve -fundamentalmente o

efeito indireto tis radiação, ou seja, a interação da radiação

Joni7ante> CO.T sistemas biológicos aquosos. Esta teoria se refere

ã capacidade dos radioprotetores, dp removerem os produtos

altamente» reativos da radio)ise da água, antes que eles reajarr.

com moléculas biologicamente importantes (Bacq flr Boutier, 1967;

Fabríkant, 197tí).

Lsse processo ê uma reação de competição entre os

radioprotetores e as espécies ativas de oxigênio, pelas moléculas

biolngicas. U rartioprotetor reduz a concentração de radicais

)ivrt-s na soluçán, protegendo os alvos biológicos (Klayman Ir

Copeland, 19BE).

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Nos seres vivos, quando moléculas de água sao irradiadas,

uma grande variedade de radicais sao produzidos, entre eles

incluem-se o radical hidroxila <CH*>, o elétron hidratado (ê aq>,

o radical supero*ido (OÍ ) e o radical hidrogênio (H* ). Dessem, o

DH" e o ê aq sao produzidos em concentrações mais altas, e o DH*

è considerado o mais danoso (Chapman ft Reuvers, 1977; Cxapski,

1984).

. Doação de hidrogênio

Consiste num processo de reparo rápido, pelo qual um

átomo de hidrogênio é perdido da molécula biologicamente

importante (Copeland, 1987). Isso se dá pela absorção direta da

energia da radiação:

R — H Ar._-> R- + H'

ou via reação indireta com radicais livres:

0H- 4 K — H -» R' + H20

ou por doação de um átomo de hidrogênio por um protetor

sul-fidrilico (P — H) .

. Formação de dissulfetos mistos

teor is sò sr> aplica a racli oprotetores contendo

enxo-fre e involve a formação reversível de lipaçoee

riis&ulfidríca& entre os grupos txóis d« proteína e do

SC)

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radioprotetor (Eldjarn A Pihl, 1956). Essas ligações preserva* «

integridade da proteína, alterando sua radio&sensibílidade

intrínseca, segundo as equações:

proteína —- SH • RSSR •» proteína — SSR • RSH

proteína — S — S — proteína + HRSH • Sproteina — SSR

A grande maioria dos agentes radioprotetores sãom

aminntiõis. São os mais efetivos radioprotetores conhecidos.

Dentre os aminotiôis, os mais representativos sao a cisteina, a

mercaptostilalanina e o aoinoeti1isotiourèia (Biambarresi A

Jacobs, 1987).

Embora a proteção conferida por essas drogas seja

significativa, o maior obstáculo para sua utilização em humanos,

ê a sua estreita faina terapêutica. Elas protegem somente rr

doses que são tóxicas para o organismo. Entretanto, essas

descobertas contribuíram significativamente para o

desenvolvimento de» novas substancias, pois promoveram o

entendimento das raracteristicas estruturais que sao necessárias

P*ra a proteção pelos arr.inotióis (Brown, 1967; Brown et ai.,

1988). Foi determinado que para uma considerável proteção, a

substancia deva ter um grupo SH livre separado de um grupo amina

fortemente básico, por náo mais do que 3 átomos de carbono (6rosh

ft Hopwood, 1979). Atualmente, estão sendo desenvolvidas novas

substancias com essas características, dentrp as quais cabe citar

o» derivados, do árido for.forotiòíco (Yuha», 1970; Yuhas et «1.,

El

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1980)

Os radicais livres, além de serem fornados na radiólise

rta água, sáo também produtos de diversos processos fisiológicos,

tais c o w respiração e in-flamacão (Henegnini. 1V87) Por isso, o

organismo possui mecanismos antioxidant.es enzimàticos e não

vnzimáticos de de-fesa, para neutralizar esses radicais.

Nos sistemas enzimàticos incluem-se as peroxidases, a

catalase e o superóxido dismutase.

A çiltitationa peroxiriase, por exemplo, converte HcíO2 a

via oxidacào da glutationa (LaMrence ft Burk, 1778) e, da

maneira que outrss peroxidases, pode também metabolizar

hidroperòxidos lipidico<3 a gorduras não reativa?.

A catalãos, outra enzima que remove HSOK, catalisa a

redução de Hc*OE a água. Assim, a g)utstiona peroxidase e &

cat a) ase, eiti conjunto , diminuem a concent raçào de HSUE que-, SE

náo degradada, pode produzir radicais mais potentes (Giambarresi

it Jacobs, 19B7).

agem rc conjunto com a superóxido

dismutase, e e^sR é o meio primário pelo qual o ánion superóxido

é eliminado do<? sistemas biológicos. A supernxido dismutase

catalisa a conversão dR DÍ a HEOff e oxigênio (Ptfcan, 197B; Br«mm

ft Frídovich, J.9B0) .

Hntre os compostos náo enzimát icon., inrluem-se:

Pt1

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. a glutationa (L - gama - glutamil - L - cistenil -

glicina), que é o principal radioprotetor endõgeno pela sua

capacidade de desintoxicar o organismo das espécies reativas

geradas pela radiação (Heister ft Tat», 1976; feister, 1981).

. as vitaminas A (beta - raroteno), C (ácido ascôrbico) e

E <tocoferol>,que são scavengers de radicais livres (Davidson »t

«1., 19Bü; Seifter et ai., 1962; Sr in i vasa et el.» 19FJ3)

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c nrTíinnn

3.1- Praparacao da solucfto protéica

Us cristalinos -for*» removidos cirurgicamente de olhos

bovinos frescos, obtidos em abatedouro. Apôs serem

descapsulados, -foram homogeneizados era ã9ua bidestilada • Og C (E

gr cristalino / 5 «1 ãgua>, em um homogeneizador Pot te»—

II1 ve?he\j em, err. banho de gelo. A solução foi centrifugada a 13.000

rpm/ 30 minutos, em uma centrifuga refrigerada SOftVALL mod. RCB-B

à 4 Q C. AO sobrenadante foi acrescentado N-eti1maleimide (Sigma)

nume concentração final de 10 mM. A solução foi dializada em

tampão fosfato de* potássio 0,1 M pH 7,4. Este material foi

)io-'ilizado e estocado em dessecador a - 1 8 Q C.

3.E- Irradiação das amostras

Alíquotas da solução fora ir. submetidas a irradiação de60

L.D (CSamniàcell EP.Q, Atomic Energy of Canada, Ltda), nas doses de

0, 5.000, 10.000, 15.000, E0.000 e £5.000 6y, numa taxa de dose

mt-di* He B51 By / hora, em tubos de vidro. A câmara de irradiação

da g&inmate)) P.BO tem dimensões de 15,4Vcm de- diâmetro por é*0,47rm60

He altura. A fonte dr Co propriamente dita, está localizada no

centro da blindagem de chumbo, consistindo de t?6 lápis com 7

pastilhas de robalto Isto faz com que a amostra seja irradiada

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3.3- fedida da Turbidancia

A medida da turbidancia foi realizada em um

espectrof otòa»etro Carl Zeiss mod. PMQ II, num comprimento de

onda d» 6OO nn, em todas as amostras, diluídas 1/iOO.

3.4- Test» das substâncias radiooodificadoras

a padronização do método, foram testadas as

seguintes substancias:

. g)utationa(gama-g)utami1-cistenil-glicina) - 6SH(Sigma)

. #?-aroinofi?t ilisotiourêia - AET (Sigma)

. mercaptoetilalanina ~ MEA (Sigma)

dimeti) sulfóxido - DMSO (Merk)

ll&tas nubstancias -foram acrescentadas, aproximadamente 10

nánutos antes da irradiação, numa concentração final de J.O mM.

3.5- Determinado de grupos SH livres

f'«rfl determinar grupamentos SU livres que podem se formar

durante a irradiação pela quebra de pontes S S, empregou-se o

método df» E'. 11 man (1959), ondr se usa a cisteina rocio padrão de

dosagem.

3.6- Espectro de absorção na reaiáo U.V.

l-oj determinado o espectrc) de «bsorçào entre S40 e 350

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run, com o intuito de observar as possíveis alterações estruturais

da proteína, apôs a irradiação. As leituras foram realizadas em

um espeetrofotòmetro Carry, mod. 11B, nas amostras diluídas i/10.

3.7- Determinação do conteúdo protéico

O conteúdo protéico das amostras, foi determinado segundo

o método descrito por Lowry e modi-ficado por Killer (1959),

utilizando como padrão de dosagem soroalbumina bovina.

3.8- Fluorimetria

iodas as medidas de fluorescéncia relativa, foram obtidas

um espectro*otõmetro de fluorescéncia Perkin Elmer, mod. MPF-2A,

equipado com lâmpada de xenònio de JSOW.do Instituto de Química

ria ur.P. A excitaçao foi fixada em £?60 n«i, e fez-se o espectro

de emissão de £90 a 450 nm.

3.9- Viscosimetria

medir e vjfic.osidade, utilizou-se um viscosimetro

Brcokfield df? leitura digital, mod. DV-11, spindle SC4-18/13R

ei if rmp, CO.T adaptador para pequenas amostras, com banho

termostatizado de -30o C a 130Q C Neslab RTE-11O (Neslab

Instruments l.tda Newington, USA), calibrado contra fluido padrão

de silicone de 5 centipoise (densidade D,9L'0> e 10 centipoise

(densidade 0,940) a é?5a C da Fírookfield, segundo normas da U.S.

National Bureau of Standards.

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3.10- teinoar

A análise de aminoàcidos foi realizada no Centro

Interdepartamental de Ouimica de Proteínas da Faculdade de

Medicina de Ribeirão Preto - USP, pela equipe do Dr. Greene após

as seguintes hidrólises:

. com LiOH 4N para o tripto-fano, por S4 horas a 110o C.

. com HC1 6N por £E horas, ã mesma temperatura para os

demais aminoãcidos.

£7

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4.1- Ftedida da Turbidancia

(Is resultados obtidos na medida da turbidancia da -fração

solúvel das proteínas do cristalino bovino ã 600nm, sao

demonstrados na figura 1.

60As amostras de cristalino bovino irradiadas com Co

apresentam um aumento da turbidancia com o progress;ivo aumento da

dose de radiação, numa relação aparentemente linear em relação ao

controle nao irradiado.

Nas amostras em que se acrescentou as substancias

radiomodi*icadoras, nota-se uma aparente proteção dessas

substâncias, em relação ao controle irradiado. A glutationa

apresentou um índice de proteção de 65K; a mercaptoetilalanina de

(>0% -, o diroeti) su)fóxjdo de t»95í; e o aminoeti 1 isotiouréia de 3VV,

FT. relação aos valores tic dose de £5.000 Gy.

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Figura f- Medida de turbldâncla è OOOnm

OomtOyiO MET A H£A x DKtaO

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4.8- Brutos 8H livres

Imediatamente apôs a irradiação, -foi realizada *

determinação de grupos SM livres de todas as amostras pelo método

de Ell man (J959), utilizando cisteina como padrão (tabela i).

Os resultados apresentados nas tabelas 8 e 3, indicam que

nas amostras náo irradiadas há ausência desses grupos, sugerindo

que, os grupos SH foram eficientemente bloqueados pelo

N-et ilmalpimjdfc. Com o aumento da dose de radiação, essas pontes

sáo quebradas, e há liberação desses grupos, que aumentam com a

dose de radiação. AR amostras irradiadas na presença de DMSO,

apresentaram um comportamento semelhante.

Nas amostras irradiadas com GSH, AET e MEA, os controles

não irradiados possuem alta concentração de grupos SK que

F.o-frem diminuição com o aumento da do&e de radiação. Assim, OE

valore?» para a dose de S5.000 6y, -ficaram reduzidos 4,8, 3,4 e

S,3 vpzes para o MEA, BEH e AET, respectivamente.

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Tab»la 1 - Curva padrão para a determinação de grupos SH l i

concentração de absorvância-3

eisteina CxiO M) a 4iSn*

5,00 4.98 +/- 0.008

c»,5o e.ie • / - o.oos

1,67 i.37 •/- 0,006

i,85 1,03 +/- 0,006

1,00 . 0,70 +/- 0.001

O,83 O,55 •/- O.OO4

tabela 8- Valores de absorvância * AiEna* para an amostras de

rristalino bovino, segundo o «etodo de Ellamn.

Dose Controle DMSO BSH AET «EA<Gy)

0 E,05+/-0,07 1,90+/-O,01 e,05+/-0,07

M 0,3S+/-0,01 0,34+/-0,0i l,BÍ>+/-0,0í J,79+/-0,0S i ,88+/-0,01

10 0,49+/-0,01 0,33+/ 0,01 l,3tí+/--0,01 l,69+/-0,01 l,65+/-0,01

i?> (>,V5+/-0,01 O.7A+/-0.04 l,84+/-0,04 l,48+/-0,01 1.31+/-C01

80 i,17+/~0,03 0,91+/-0,0.l 0,9í3+/-0,07 l,B3+/-0,01 0,70+/-O,Oi

Í?S J,90+/-0,0í l,05+/-0,07 0,60+/-0,0i 0,B9+/-0,0J 0.44+/-0.O1

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Tabela 3- Concentração -final de SH livres, nas amostras de

cristalino bovino <Y^ax+b,onde a * 1,04 e b * -0,299»

Dose Controle DMSO BBH AET ME A<Gy)

0 2,26+/-0,3 2,li+/-0,2 2,26+/- 0,3

?> 0,59+/-0,2 0,M+/-0,2 2,08+/~-0,B S,00+/-0,3 2,09+/-0,2

10 0,76+/-0,3 0,79+/-0,2 l,56+/-0,2 1,91+/-0,2 1,88+/-0,8

15 j,^O^/-O,e 0,99+/-0,3 l,4B+/-0,4 l,71+/-0,2 1.54+/-0.2

EÜ l,41+/-0,3 l,.lí>+/-0,e l,20+/-0,3 i,47+/-0,B 0,96+/-0,8

í'5 í!,ii+/-0,e l,29+/-0,3 0,86+/-0,E l,i4+/-0,2 0,7J+/-0,2

4.3- Espectro de absorçio na regi2o ultravioleta

NH tabela 4, são apresentados os valores de- absorção

máxima (S8Ü nir.) e mínima (Sr»O rim), das amostras de cristalino

bovj no.

Ubsprva-se- q<ie nas amostras controle, ocorre um aumento

da absorção com o aumento da dose de» radiação. Na presença das

substancias radiomodi-fícadoras, esta correlação, porém não é

mantida.

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Tabela 4- Máximos e mínimos no espectro de absorção na região

ultravioleta, das amostras de cristalino bovino.

tiadiomndi -f icador Dose (By) Máxima (880 nm) Minima (850 nm)

controle O

5.000

10.000

15.000

RO.C00

es.ooo

1,189

1, £39

1,357

1,688

i,B££

S,000

0,57£

0,616

0,898

0,719

0,907

1,100

DMSO 0

5.000

10.000

15.000

c»0.000

£5.000

1,617

1,707

1,417

1, BOB

J., 904

1,763

0,741

0,605

0,691

0,883

0,950

0,944

GSH 0

5.000

10.000

15.000

£0.000

f.'5 00,')

i,7eo

1,075

1,400

1,49K

1, 778

1,712

0,B5R

0,539

0,709

0,787

0,943

0,986

(cont

3P.

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AET O 1,665 0,778

0,890

1,040

1,187

í ,884

1,764

MEA 0 1,686 0.794

0,678

0,846

0,886

0,989

1,110

0

5.000

10.000

15.000

cíO.000

85.OOO

0

5.000

10.000

15.000

eo.ooo

£fi. 000

1,665

1,738

1,878

1,995

2,068

8,917

1,686

i , 407

1,746

1,779

1,898

í, 978

4.4- Cont«údo protéico

A curva padrão de soroaibumina bovina para a dosagem de

proteínas, é apresentado na tabela 5.

Nos resultados apresentados na tabela 6, nota-se que com

a irradiação ocorre uma diminuição da concentração dR proteínas.

33

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Tabela 5- Curva padrão de soroalbunina bovina para a dosapem de

proteínas.

concentração de leitura ã

padrão <>ig/200ml) 6S0nm

E00 0,806 +/- 0,01

100 0,430 +/- O,O£

50 0.B23 +/- O,OI

í» 0.119 +/- 0.01

1E.5 0,058 +/- 0,0e

Tabela 6 - Conteúdo protéico das amostras de cristalino bovino

irradiadas <Y~ ax + b, onde a» 0,004 e t>=- 0.017B).

Dose < By >

0

fí. 000

10.000

15.000

eo.ooo

t.'S. 000

Leitura a

0,370 +/-

0,EZ7 • /-

0,175 +/-

o,i4e +/-

0,135 +/-

0,11V -f/-

0,03

0,03

o,oe

0,03

0,0*

0,0c»

tprotD

441 +/-

£6£ +/-

19B +/-

ISA •*•/-

14B +/~

1£!B +/-

<>-

3,

3,

0,

3,

0,

0,

g/ntl)

B

£

7

e

7

7

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4.5- Fluorimetria

Os resultados encontrados para a medida de intensidade de

fluorescent:ia das proteínas do cristalino bovino irradiadas, sao

apresentados na tabela 7.

Na amostra controle e nas amostras com DM50, nota-se que

houve um acentuado decréscimo da -fluorescénc ia com o aumento da

dose de radiação.

As amostras irradiadas com 6SH, AET e MEA mostram também

um decréscimo da -fl uorescénc ia com aumento da dose de radiação,

«as náo tão acentuado quanto nas amostras controle ou com DMBO.

Tabela 7- Medida fluorimétrica das amostra de cristalino bovino.

Excitaçao: ££>0nm; Leitura: 340nm.

Dose <6y) Controle DM50 DSH AET MEA

0

í>. 000

10.000

Í.5.000

£0.000

H5.000

B2+/-i,4

50+/-1,4

33+/~l,4

ai+/-e,i

.L6+/~0,7

11+/-0.7

94+/-Ü,7

51+/-0.7

38+ /-0, «7

c»8+/-C>,3

17+/- 0,4

ic?+/-0,3

98+/-1,4

73+/~t!,tí

64+/-0,7

sy+/-3,5

47+/-3,&

36+/-0,9

93+/-&,

71+/-0,

6O+/-2?,

56+ /~'d,

4B+/-0,

33-fV-c',

8

9

3

7

9

7

85+/-0,9

76+/-3,5

64+/-3,0

R4+/-g,7

43+/-i,5

34+/-i,i

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4.6- ViscosiMtria

Nos resultados apresentados na tabela 8, observa-se que

nas diferentes temperaturas, a viscosidade da solução de proteína

aumentou com o aumento da dose de radiação. Entretanto, com o

aumento da temperatura ( 8 , 5 D C - SOoC), a viscosidade diminuiu

(Tabela 9 ) . Nas amostras com as substancias radiomodificadoras,

são observados resultados semelhantes, mas o aumento è menor.

Tabela 8- Valores da viscosidade em centipoise (CPB), a

diferentes temperaturas, das amostras de cristalino

bovino irradiadas

Radiomori.

controle

DÍ1SÜ

Dose

0

5. 000

10.000

15.000

80.000

8ü. 000

0

5.000

j 0.000

.15.000

Í:'O . 0 0 0

es.ooo

8,5

8,76

8,86

3,00

3,86

3,36

3,71

8,50

8,61

8,76

8,96

8,96

3,06

5

8,45

8,70

8,76

3,11

3,16

3,66

8,61.

8,70

8,81

8,96

8,99

3,86

10

8,40

8,56

8,58

8,91

3,06

3,36

8,45

8,61

8,70

8,76

8,76

8,96

15

8,80

8,35

8,37

8,65

8,70

8,86

8,80

8,85

8,35

8,50

8,56

8,65

(cont

80

8,00

8,05

8,15

8,30

8,35

8,50

1,95

8,05

8,85

B,E5

8,30

8,30

inua)

36

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BílH

AET

MEA

0

5 . OOO

10.OOO

15.000

L»0.0OO

85.000

0

5 000

10.GOO

i ?•. OOÍ)

80.000

L'b. 000

0

5.000

3 0.000

15.000

BO.000

£5.000

8.5O

8.61

8,61

8,76

8,76

8,86

E,45

ií,65

R.Bi

B,8i

e, 8i

2,86

c?,50

R,56

E.70

e,86

e,8í>

E,86

8,45

8.SO

8,50

B.7O

8.70

8.86

8,56

8,65

8,76

8,76

8,76

8,86

8,61

8,61

8,70

8,7O

8,81

8,81

8.40

a,so

8,50

5,61

S.61

8,61

8,35

8,64

8,64

8,65

8,65

8,70

£,40

8,45

8,56

8,56

B,56

E,6i

8.15

8.80

8,80

8,30

8,30

8,40

8,05

8.85

8,30

8,30

8,35

8,40

8,15

8,E0

8,85

8,85

8,85

5,30

8.00

8.05

8,05

8.10

8.10

8,15

1,95

8,00

8,00

8,05

8,05

8,10

1,95

8,00

8,00

8,05

8,05

8,05

3 7

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Tabela 9- Diferença na viscosidade das amostras de cristalino

bovino, nas diferentes temperaturas» entre O e £5.000

Gy

Temperatura Controle DMSD 6SH AET HEA

2,5

5

10

íb

B0

0,95

Í ,ei

0,96

0,66

0,50

0,56

0,65

0,51

0,45

0,35

0,36

0,41

0,81

0,£5

0,15

0,41

0,30

0,35

0,35

0,15

0.36

0,80

0.B.I

0,15

0,10

4.7- Afliinograma

Na tabela 10, são mostrados os resultados da análise de

rtninoiteírior. das amostras de cristalino bovino irradiadas. Os

resultados em rr.icromoles dp aniinoácidos/ mi programa d& amostra

mostrar» que a maioria dos aminoátidos não -foi afetada

significativamente pela irradiação. Entretanto, os aminoácidos

mais afetados foram o triptofano, a metionina, a tirosína, a

histidínc* e a cisteina, quando comparados os dados das amostras

irradiadas com E5.000 C>y COD O S controles (Tabela li>. Os valores

calculados diüsse decréscimo são 90%, 67%, 43%, 33% e S4%, para o

triptofano, a metionina, a tirosina, a histidina e» a cisteina,

respect i vãmente.

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Tabela 11- AminoBraaa das

irradiadas.

trás de cristalino bovino

Aminoàcido controle S.OOO ÍO.OOO 15.OOO 20.OOO E5.OOO

lisina

histidina

arginina

tripto-f ano

ér. . aspârt ico

treonina

serina

ác glut .

pro)ina

glicina

alanina

1/Ecistina

va) irta

met ionina

isoleucina

leucina

tirosina

fenilaIanina

ác., c. istéico

o,es

O.El

0,47

0,é?0

0,46

0,17

0,4R

0.6V

0,33

0,4E

o,es

ND

0,30

0,15

0,£3

0,37

0,21

0,36

0,17

O.BS

o.eo

0,45

0,16

0,47

0,17

0,42

0,67

0,33

0,41

0,£4

ND

0,28

0,13

0,83

0,35

0,19

0,35

0,16

0.B3

0.18

0,44

0,10

0,47

0,15

0,40

0,65

0,31

0,4.1.

0,£4

0,01

0,28

O,1R

0,££

0,34

0,17

0,35

0,15

0,51

0,17

0,4í?

0,07

0,45

0,14

0,39

0,64

0,30

0,39

o.ee

0,03

0,27

0,10

0.B1

0,35

0,16

0,33

0,15

0.80

0,15

0,40

0,04

0,43

0,13

0,38

0,62

0.E9

0,39

0,20

0,06

0,PS

0,09

0,20

0,31

0,14

0,3.1

0,13

0,80

0.14

0,40

o.oe

0,41

0,13

0,37

0,60

0,29

0,37

0,20

0,07

0,25

0,05

0,20

0,31

0,11

0,31

0,13

NI) " Náo detentável .

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Tabela li- Decréscimo nas concentrações dos aatinoacidos das

soluções de cristalino bovino.

Aminnâcitío Decréscimo (X)

li sina 80

histidina 33

arginina 15

tripto-fano 90

ác.aspãrtico 15

treonine S3

ser i na 1K

ác.glut. 13

pro)ina i£

glirina 1L>

aJanins 20

l/E cistina ND

vali na 1^

tnetionina 67

i 5D)f?ucine 13

leucina 16

•f«pni lalanina 14

ác . cistêico £'4

40

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s -

Neste trabalho, procurou-se analisar os efeitos da radiação60

gana de Co nas proteínas do cristalino bovino e estabelecer a

capacidade modificadora da 6SH, do AET, do MEA e do DttSO em

relação a resposta á radiação.

HE resultados obtidos na turbidimetria demonstram que a

medida que a radiação ionizante atravessa a solução de proteína,

há uma deposição de energia dependente da dose absorvida,

mani-festado pelo aumento da absorvãncia. Considera-se que e

radiação induz modificações químicas nas estruturas primária e

secundária, bem como quebra de ligações peptidicas e dissulfeto

e formação de "crosslinking" inter e intra-molecular. Assim, o

efeito da radiâtáo assemelha-se è denaturacáo pelo calor ou por

agentes que quebrem ponte«r. de hidrogênio (Alexaner & Lett, 1967).

No estudo realizado por Ohmori e Nose <1987),foram analisadas

r.* modificações na turbidez e viscosidade das proteínas de

cristalino bovino in vitro apôç. irradiação II.V.. Segundo esses

autores», os dados sobre modificação na turbides em experimentos

jn vitro sao necessários visto que a formação da catarata ê

acompanhada por um aumento da opacidade das proteínas da lente.

As modificacõs na turbidimetria das proteínas pede ser atribuída

ao "crosslinking".

fcm nosso trabalho, ao F.ere.n âcre&centnidâs as

4J.

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radiomodificadoras. nota-se também uma diminuição da turbidez

significando que o efeito da radiação foi amenizado.

Essas substâncias testadas em nosso sistema são consideradas

"scavengers" de radical hidroxila (OH*). Esse radical reage com a

maioria dos compostos orgânicos e ê a maior espécie inativante em

nistemas aquosos (Czapski, 1V84). Esses "scavengers" tern a

rapacidade de? rea.over os radicais hidraxila produzidos ne

radiúlise ria água antes que eles reajam com moléculas

biologicamente importantes. Neste processo há redução da

concentração de radicais livres na solução (Giambarrvsi ft Jacob,

1987)

A g)utationa (BSH) ê o mais importante tiol não proteico

endógeno, estando ben> distribuída nas células, presentes nas

concentrações de 0,5 a 10 /«mol/g do peso úmido de vários tecidos

animais. N O B cristalinos, está presente numa concentração de 7

í t> >*mol/g do peso unido da )e>nte. Bua mais importante -função é

manter incolor o cristalino. Na •formação da catarata ororre uma

acentuada diminuição de sua concentração, levando á opacificaçáo

da lente, devidn ao -fato dela ser um potente inibidor das reações

foto-oxidativas.

Li aciinoeti 1 icot iouréia (ALT) e a mercaptoeti l&lanina <MEA)

SÃO fl/)»inot3oiF,, com analogia química com a cisteina, que -foi a

primeira substancia COÍTI capacidade radioprotetora encontrada

(Bíambarr»«i & Jacobs, ÍV87) . 0 ACT, d i-fere da ei steins por

possuir um grupo uréia encobrindo & funçáo SH. Bua r-f icierir.:i&

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como radioprotetor vai depender da liberação do grupo SH M pH

fisiológico, -formando o composto mercaptoetilguanidina, que

possui o grupo SH livre (Snapira et ai., 1958).

A MEA é a forma descarboxilada da cisteina e è considerada um

dos mais potentes radioprotetores. Pela sua eficiência e

simplicidade estrutural, foi muito estudada e a muitos anos ê

protótipo para testes de outros agentes radioprotetores

, Giambarresi ft Jacob, 1VB7).

I) dimetil sul-fox ido (DM50), foi a única substancia testada em

nosso sistema, que náo pertence ao grupa dos aminotióis. Sue

r.apac idade* radioprotetora foi descoberta por acaso, ao ser usado

como solvente de substancias a serem injetadas em camundongos que

&eriani irradiados (Ashwood - Smith, 1961). Sua capacidade de

radioproteçào so deve a sua habilidade de inativar radicais

Jjvrrs, particularmente OH' (Bridges, Í96S>.

Os resultados encontrados em nosso sistema, nos permite supor

que na ação direta e indireta da radiação na presença das

substâncias ensaiadas, houve uma competição cap&z tie reduzir os

radicais livres na solução, principalmente o radical hidroxila,

dando origem a moléculas estáveis, como sugerem Alexander ft L«tt,

(1967).

()?, resultados obtidos cm nosso sistema, na dosagem de grupos

SM, pelo método de Ellman (1959), demonstram que os resíduos ÚP

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cisteina poderiao «star comprometidos ea» pontes de dissul-feto. ou

que esses resíduos -fora» bloqueados pelo N--etilmaleimide, no

controle não irradiado. Essa substancia foi acrescentada antes da

irradiação para bloquear os tiòis endôçienos das proteínas do

cristalino. Co» a irradiação essas pontes -foram quebradas e houve

liberação dos grupos SH, que aumentam com a dose de radiação. Nas

Amostras com DM59, ocorreu o mesmo -fate.

amostras cora B8H, AET e MLA, os controles não irradiados

apresentaram uma alta concentração de grupos SH, provenientes da

substância acrescentada, visto que os tiois endògenos -foram

bloqueados pelo N-etilmaleimide. Com o aumento da dose de

radiação .esses grupos -foram oxidados e sua concentração diminuiu.

Durante a -formação da catarata, as proteínas do cristalino

mostram uma diminuição gradual do contreúdo de grupos SH. Isso se

deve principalmente á glutatiorta, que na -formação da catarata é

oxidada.

Mero la ft Kinoshita <19f>7) tambê.T- observaram que os grupos SM

das proteínas do cristalino sáo normalmente estáveis; entretanto

esses, grupos tornam-se muito susceptíveis ã oxidaçào apo? a

denaturação ria proteína. Fenômeno semelhante pode ocorrer após a

irradiação da lente, onde os grupos EH tornam-se expostos e

oxidados.

Psra avaliar as. ntodi-f icaçôe» oxidat i vas ocorridas eir

proteínas de cristalino bovino, Siezen »t «1 (1788) determinerair,

44

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uma perda substancial doe grupos SH das proteínas em solução,

quando incubadas em alta concentração de HEOE juntamente com a

sua denaturacão.

As soluções de cristalino bovino irradiadas foram sujeitas» á

dosagem de proteínas. Verificou-se uma perda de EVX do material

proteico, quando se considera a maior dose utilizada. Sabendo que

na fornação da catarata ocorre o aparecimento de agregados

proteicos (Spector et ai, 1974), é sugerido que essa

perda seja resultante* da precipitação de algumas proteínas

em virtude da agregação (Walker & Borkman, 1986).

Nas amostras irradiadas com GSH, AET e MEA, a determinação do

conteúdo proteico foi prejudicada. Isso se deve ao fato de que

esse método sofre interferência do nitrogênio dessas substancias

que apresentam o grupo ami na (Miller, 1959) e também pela

presença de grupos SH livres ou de outros agentes oxidant.es

(Kabat, 1967). A determinação do conteúdo proteico nas amostras

irradiadas com DMSO, também foi prejudicada de maneira semelhante.

A absorção especifica n& região ultravioleta para várias

moléculas, principalmente? proteínas, é conseqüência do conteúdo

rios aminoácidos aroroátícos, principalmente triptofano e tirosina,

proporcionando importantes informações sobre a constituição e

estrutura da proteína (Kabat, 1967).

E.m proteínas irradiadas em solução a agregação causa

modificaçb&s no espectro de absorção na região U.V. por causa do

45

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maior número de moléculas d i-fusas ã luz. Essa aparente

modificação no espectro de absorção de proteínas irradiadas è

erroneamente atribuída a modificações químicas nos grupos

rromóforos das proteínas (Alexander & Lett, 1967).

Walker ft Borkman (1988) em experimentos de crosslinking

induzido pel» lu? ultravioleta de soluções aquosas de a&tra

cristalino bovino, mostraram que no espectro de absorção na

região ultravioleta ocorre um aumento da densidade óptica na

região entre £50 a 350nm, pelo aumento da turbidez da solução.

Não ha evidencias claras do aparecimento de novos cromó-foros após

a irradiação U.V..

Nossos resultados mostram um aumento na absorção na região

U.V., com aumento da dose de radiação. Isso também corresponde a

um aumento da turbidez das amostras. Nas soluções irradiada?» com

GSH, AET, MEA e DMBO essa correlação não foi observada,

provavelmente por introduzir perturbações no sistema

(Donovan, 1969).

A fluorescència de proteínas se origina dos aminoácidos

aro,Ttí.t ico& que absorvem no ultravioleta próximo (Chen et ai,

1969). Nas amostras de cristalino bovino, observou-se uma

diminuição na fluorescencia das proteínas com o aumento da dose

rir radiação.

A oxidsçáo direta dos resíduos de triptofano eltera a

estruture da proteína suficientemente, causando insolubi1izaçáo m

46

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mod i -f i rações na estrutura terciãria. Esse dano oxidativo é

considerado um importante -Fator nas modi-ficaçoes da lente durante

a formação da catarata (Spector, 19B4).

Segundo dados da literatura (Torriglia ft Zigman, 1938; Walker

ft Borkman, 1988), o principal alvo da radiação nas proteínas do

cristalino são os resíduos de tripto-fano e seus foto--produtos,

que levam a modificações na solubilidade da proteína e inibiçáo

ria atividade biológica. A radiação pode a-fetar o peso molecular

dat. proteína* -rundamental mente de duas maneiras: aumentá-la

«través da -formação de "crosslinking" ou reduzi-lo pele

degradação de cadeia Nos nossos experimentos, este aumento nao

•foi muito acentuado mas índice uma predominância do processo de

agregação na solução df? proteínas do cristalino. Nas amostras com

6SH, AET, MEA e DMSO, ocorreu uma aparente proteção da -formação

de agregados observadas pelos valores da viscosidade em função da

dose de radiação.

Ohmori & Nose (1V81//) , ao examinarem SF O "cross! inking"

proteínas do cristalino bovino irradiadas com lu? ultravioleta

pre prevenido pela plutationa <GSH) realizaram a medida da

viscosidade Especifica das soluções. Pelos resultados, eles

observaram que a glutariona protegeu a solução de proteínas.

Nossos resultados confirmam esses dados.

Babe—se também que a viscosidade? de proteínas vária com o

aumento da temperature,. Em nossas amostras, nas diferentes

47

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temperaturas, observamos um decréscimo na vi se os idade em -função

da temperatura.

NAS proteínas do cristalino, os aminoàcidos mais sensíveis á

OKidaçiâo %'àa & risteins, o tripto-fano, a tirosina, a metionina e

A histidina, dependendo de sua localização na molécula de

proteína (Andley ft Clark, 1988).

Km nosso sistema, o decréscimo maior -foi no tripto-fano,

metioninã, tirosina, histidina e cisteina. Esses resultados

sugerem que o resíduo de tripto-fano è o mais afetado pela

radiação, corroborando os dados da absorção no U.V. e aqueles

obtidos por -f luorimetria .

4B

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Os resultados obtidos neste trabalho permitem concluir que:

- E possível a montagem de um sistema para o estudo da

-íormaçao da catarata "in vitro" induzida pela radiação

innizante, a partir de soluções aquosas de proteínas

extraídas do cristalino bovino.

- Ds dados de absorção no U.V., análise de aminoãcidor.,

•' luoriroetrie e determinação de grupos SN livres,

demonstram o envolvimento -fundamental do triptofano,

metionina, tirosina, histidina e cisteina na

manifestação do efeito da radiação no sistema.

- Os valores encontrados na viscosimetria confirmam

aqueles obtidos na turbitíiroetria das soluções de

cristalino, indicando ser a formação de agregados o

processo predominante induzido pela radiação.

& possível utilizar este sistema experimental para

estabelecer a capacidade ratíiomodif icadora de

substancias tais como BEH, AET, tfEA e DMSD, quando

presentes durante a irradiação.

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