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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS GERAIS – CÂMPUS BARBACENA
ESPECIALIZAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO DE ÁREAS
NATURAIS PROTEGIDAS
IZABELA ARAÚJO SILVA
DETERMINAÇÃO DOS RISCOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS COMO SUBSÍDIO PARA CRIAÇÃO DO MONUMENTO NATURAL DA PEDRA
MENINA EM SENHORA DOS REMÉDIOS - MG
BARBACENA MINAS GERAIS - BRASIL
2015
IZABELA ARAÚJO SILVA
DETERMINAÇÃO DOS RISCOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS COMO SUBSÍDIO PARA CRIAÇÃO DO MONUMENTO NATURAL DA PEDRA
MENINA EM SENHORA DOS REMÉDIOS - MG
Trabalho de Conclusão apresentado ao Câmpus
Barbacena, do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como parte
das exigências do curso de Pós-graduação Lato
Sensu em “Planejamento e Gestão de Áreas Naturais
Protegidas”, para a obtenção do título de Especialista.
Orientador: RICARDO TAYAROL MARQUES
BARBACENA MINAS GERAIS - BRASIL
2015
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Norma Dionéia Salgado Araújo CRB 1428
S586d SILVA, Izabela Araújo. Determinação dos riscos de incêndios florestais como subsídio para criação do Monumento Natural da Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG. Barbacena/MG: [s.e.], 2015. 44 p. 1. Meio Ambiente. 2. Incêndios Florestais. 3. FMA. 4. Pedra Menina 4. TCC. I. Titulo.
CDD – 581.5
IZABELA ARAÚJO SILVA
DETERMINAÇÃO DOS RISCOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS COMO SUBSÍDIO PARA CRIAÇÃO DO MONUMENTO NATURAL DA PEDRA
MENINA EM SENHORA DOS REMÉDIOS - MG
Trabalho de Conclusão apresentado ao Câmpus
Barbacena, do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como parte
das exigências do curso de Pós-graduação Lato
Sensu em “Planejamento e Gestão de Áreas Naturais
Protegidas”, para a obtenção do título de Especialista.
APROVADA EM: 10/05/2015 ______________________________ ____________________________ Elisângela Aparecida da Silva Kelly de Oliveira Barros
_______________________________ Ricardo Tayarol Marques
Professor Orientador
i
Dedico este trabalho aos meus familiares e ao meu orientador Ricardo Tayarol.
ii
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por sempre me guiar e me dar força para
seguir o meu caminho.
Aos meus pais José Maria e Léa por terem me apoiado na minha escolha de
estudar para alcançar meus objetivos.
À minha prima Tatiana por sempre me ouvir, me apoiar e ainda me conceder
aquele almoço aos sábados que o dinheiro se fazia curto.
Aos amigos que fiz ao longo desse um ano de curso, em especial Dhiego,
Maria Eduarda, Rejane, Mayra, Maraísa e Pedro, agradeço pelas boas conversas que
me davam ânimo e alegria.
À minha amiga Karol, que retirou um tempo do seu dia para me ajudar a coletar
pontos na Pedra Menina.
A todos meus familiares e amigos de Barbacena e de Senhora dos Remédios,
em especial á minha Tia Lúcia que me acolheu em sua casa como sua filha. Também
aos familiares do meu namorado Renan, que sempre me apoiaram e me acolheram.
Ao meu querido Renan que sempre entendeu as minhas ausências nos finais
de semana. Obrigada pelo carinho e companheirismo.
Às professoras Elisângela e Kelly pelas contribuições e sugestões para
melhora deste trabalho e participação na banca de defesa deste trabalho.
E, finalmente, ao meu orientador professor Ricardo Tayarol, que sempre foi
como um pai, um irmão, um amigo. Apoiou-me nas horas difíceis, se fez presente nas
horas de alegria, e nunca me negou um dia de ajuda pra finalizar este trabalho. Sem
você, este trabalho não seria o mesmo, só tenho a agradecer, conte com meu apoio e
meu carinho sempre.
iii
Especialização em Planejamento e Gestão de Áreas Naturais Protegidas
DETERMINAÇÃO DOS RISCOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS COMO SUBSÍDIO
PARA CRIAÇÃO DO MONUMENTO NATURAL DA PEDRA MENINA EM SENHORA DOS REMÉDIOS - MG
RESUMO
Izabela Araújo Silva
Abril, 2015
Orientador: Ricardo Tayarol Marques As unidades de conservação são ferramentas importantes para proteção dos recursos naturais. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação têm diversos tipos de unidades de conservação que são administradas pelo poder publico (federal, estadual e municipal) e por particulares. Muitas destas unidades são afetadas pelo fogo através da ocorrência dos incêndios florestais que causam grandes danos nos recursos naturais. Esta pesquisa realizou levantamento dos riscos de ocorrência de incêndios florestais como subsídio para criação de uma unidade de conservação de proteção integral com administração municipal que é o Monumento Natural da Pedra Menina. Pela análise dos dados climáticos do período de 2009 a 2012 calculou-se o índice de perigo de incêndios pela Fórmula de Monte Alegre (FMA). O período crítico que é de maio a setembro, sendo as principais causas dos incêndios florestais as fogueiras acesas por visitantes, fogos de artifícios, velas para fins religiosos e queimas para limpeza. Foi elaborado um mapa de risco da ocorrência dos incêndios e levantadas as áreas críticas que serviram de subsídio para as propostas de um plano de prevenção dos incêndios florestais no Monumento Natural da Pedra Menina.
Palavras-chave: Incêndios Florestais, FMA, Pedra Menina.
iv
Specialization in Planning and Management of Protected Natural Areas
DETERMINATION OF FOREST FIRE RISK AS SUBSIDY FOR CREATING
MONUMENT OF NATURAL PEDRA MENINA OF SENHORA DOS REMÉDIOS - MG
ABSTRACT
Izabela Araújo Silva
April, 2015 Adviser: Ricardo Tayarol Marques Protected areas are important tools to protect natural resources. The National System of Conservation Units have various types of protected areas that are managed by the public power (federal, state and municipal) and by individuals. Many of these units are affected by fire through the occurrence of forest fires that cause major damage to natural resources. This research conducted survey of occurrence of forest fire hazards as input for creating a fully protected conservation area with municipal management is the Natural Monument Pedra Menina. The analysis of climate data from 2009 to 2012 calculated the fire danger index by Formula Monte Alegre (FMA). The critical period is from may to september, the main causes of forest fires the fires lit by visitors, fireworks, candles for religious purposes and burns for cleaning. It prepared a risk map of the occurrence of fires and raised the critical areas that served as a subsidy to the proposals for a plan to prevent forest fires in the Natural Monument Pedra Menina. Keywords: Forest Fire, FMA, Pedra Menina.
v
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Página
1 O triângulo do fogo .............................................................................. 7
2 Placa de divulgação do grau de risco de incêndio utilizada por uma empresa do setor florestal ........................................................................... 9
3 Fluxograma de entradas (informações básicas na parte de cima) e
saídas (medidas e ações na parte de baixo) de um plano de proteção contra incêndios florestais .................................................... 11
4 Vista da Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG .................. 13
5 Localização do município de Senhora dos Remédios – MG ............... 14
6 Localização da Pedra Menina e da sede do município de Senhora dos Remédios – MG ............................................................................ 15
7 Precipitação média (mm) ocorrida em Barbacena – MG no
período de 2009 a 2012 ...................................................................... 18
8 Índices de perigo de incêndios mensais, para região de Barbacena – MG, calculados pela FMA no período de 2009 a 2015 ........................ 22
9 Gruta com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e restos de rojão
encontrados na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG ...... 23
10 Vista do capim-gordura rebrotando sobre a palhada antiga e da vegetação intacta após o período seco na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG ............................................................. 24
11 Restos de fogueiras utilizadas por pessoas que visitaram o local,
encontradas na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG ...... 24
12 Área do polígono onde foi avaliado o risco para ocorrência de incêndios florestais na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG ....................................................................................................... 25
13 Fragmento florestal com a presença de bovinos na Pedra
Menina em Senhora dos Remédios – MG .......................................... 26
14 Vista de áreas com pastagem de braquiária e locais de afloramento rochoso com presença de capim-gordura na área da Pedra Menina ................................................................................................. 27
15 Vértice A da área de estudo e foto do fragmento florestal existente ... 28
vi
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Página
16 Vértice B da área de estudo e foto do paredão de pedra com e alta declividade e vegetação de capim-gordura e arbustos existente no local ..................................................................................................... 28
17 Área de pastagem e residência rural com cultura anual dividindo
espaço com o vértice B do polígono da Pedra Menina ....................... 29
18 Vértice C da área de estudo e foto do paredão da Pedra Menina com manchas isoladas de capim-gordura crescendo no local ............ 30
19 Queima para limpeza de área agrícola nas proximidades da Pedra
Menina ................................................................................................. 30
20 Vértice D da área de estudo e plantio de milho realizado neste vértice .................................................................................................. 31
21 Vértice E da área de estudo e do fragmento florestal existente no
local ..................................................................................................... 32
22 Mapa da área de estudo na Pedra Menina com o uso do solo e os locais de risco de ocorrência de incêndios florestais .......................... 34
23 Ações educativas para prevenção de incêndios florestais na Pedra
Menina em 12 de outubro de 2011 ...................................................... 36
vii
LISTA DE TABELAS
Página
1 Causas dos incêndios florestais ocorridos no Brasil no período de
1998 a 2002 ............................................................................................ 5
2 Distribuição das ocorrências de incêndios florestais e respectivas áreas queimadas em áreas protegidas, no Brasil, ocorridos mensalmente no período de 1988 a 2002 .............................................. 6
3 Restrições ao somatório da Fórmula de Monte Alegre (FMA), de
acordo com a precipitação do dia ........................................................... 16
4 Escala de perigo da Fórmula de Monte Alegre (FMA) ........................... 17
5 Dados climatológicos [Precipitação em mm, dias de chuva (nº) e Umidade relativa (%)] coletados no período de 2009 a 2012, na estação meteorológica de Barbacena – MG .......................................... 19
6 Grau de perigo de incêndios florestais para a região de Barbacena –
MG calculado pela FMA no período de 2009 a 2012, apresentado em dias e percentagem de dias por mês do ano ......................................... 20
7 Quadro de risco da ocorrência de incêndios florestais na Pedra
Menina em Senhora dos Remédios – MG ............................................. 33
viii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BO Boletim de Ocorrência EMATER – MG Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de
Minas Gerais EPI Equipamento de Proteção Individual FMA Fórmula de Monte Alegre GPS Global Positioning System IEF – MG Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais IMA Instituto Mineiro de Agropecuária INMET Instituto Nacional de Meteorologia PMSR Prefeitura Municipal de Senhora dos Remédios ROI Relatório de Ocorrência de Incêndios SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação
ix
SUMÁRIO
Página
RESUMO ........................................................................................................... iii ABSTRACT ....................................................................................................... iv LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................ v LISTA DE TABELAS .......................................................................................... vii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................. viii 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1 2. OBJETIVOS ................................................................................................... 3
3. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 4 3.1. Incêndios florestais ..................................................................................... 4 3.2. Áreas protegidas e unidades de conservação ........................................... 12 4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 14 4.1. Área de estudo ........................................................................................... 14 4.2. Determinação dos riscos de incêndios florestais ....................................... 16 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 18 5.1. Condições meteorológicas ......................................................................... 18 5.2. Índice de perigo de incêndio ...................................................................... 20 5.3. Causas e ocorrências de incêndios florestais ............................................ 23 5.4. Riscos da ocorrência de incêndios florestais ............................................. 25 5.5. Mapa de risco de incêndios florestais na Pedra Menina ............................ 32 5.6. Plano de prevenção e combate aos incêndios florestais ........................... 35 6. CONCLUSÕES ............................................................................................. 39 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 40 ANEXO .............................................................................................................. 43
1
1. INTRODUÇÃO
As atividades humanas são altamente impactantes ao meio ambiente, com a
evolução do seu conhecimento e o crescimento da população esta capacidade de
degradar os recursos naturais tem aumentado e causa grande degradação ambiental,
como: os incêndios florestais, os desmatamentos, a exaustão dos recursos naturais, a
poluição do ar e dos recursos hídricos.
Para Ribeiro (2004) os agentes causadores de danos ao meio ambiente
apresentam diferenças significativas entre países, ou até mesmo entre regiões, e podem
ser representados, principalmente, pelas intempéries climáticas, pelas doenças, pelas
pragas e pelas atividades antrópicas. Dentre as atividades humanas, um dos maiores
agente causadores de danos tem sido atribuído ao uso irresponsável do fogo.
Nas florestas e demais formas de vegetação o fogo causa redução na cobertura
vegetal nativa original. Esta degradação ambiental obriga o poder público a criar
mecanismos de proteção e preservação da cobertura vegetal remanescente (leis,
decretos, normas, portarias etc.).
Atualmente, os fragmentos de vegetação nativa remanescente estão situados em:
locais de difícil acesso; locais de topografia acidentada; áreas resguardadas pela
legislação ambiental (reserva legal e preservação permanente) e nas unidades de
conservação (federais, estaduais, municipais e particulares). Contudo, mesmo que estas
áreas estejam situadas em locais de difícil acesso ou protegidas de alguma forma
(legislação ou unidades de conservação), elas convivem com a constante ameaça dos
incêndios florestais, que podem danificar e alterar a vegetação nativa original. Estes
incêndios podem ter sua origem por fatores naturais ou antrópicos (causados por
atividades humanas), o que ocorre na maioria dos casos, causando grandes danos para
o ambiente natural (SOARES e BATISTA, 2007).
Para Soares e Santos (2002) o fogo é a maior calamidade dentre os agentes que
afetam os recursos florestais, pois as florestas e demais formas de vegetação estão
constantemente expostas à ocorrência de incêndios de diferentes intensidades. Tal
situação tem sido agravada devido ao aumento da população, ao acúmulo de material
combustível e à ocorrência, cada vez maior, de causas humanas, principalmente
incendiários.
Vários locais protegidos (públicos ou privados) não possuem estrutura eficiente de
prevenção e combate aos incêndios florestais, permitindo que os mesmos causem danos
2
nestas áreas. Portanto existe a lacuna nos estudos sobre os riscos e a prevenção de
incêndios florestais em áreas protegidas, geridas pelo poder público municipal ou por
particulares, que nem por isto deixam de apresentar importância para o sistema de
conservação de ambientes naturais.
3
2. OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho foi determinar os riscos da ocorrência de
incêndios florestais para subsidiar a criação do monumento natural da Pedra Menina
em Senhora dos Remédios - MG.
Os objetivos secundários deste projeto são:
1) Detectar os principais riscos de ocorrência de incêndios florestais na
área estudada;
2) Montar um mapa de risco da ocorrência de incêndios florestais na área
estudada;
3) Elaborar e propor um plano de prevenção e combate de incêndios
florestais para a área estudada.
4
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1. Incêndios florestais
Há séculos o fogo acompanha o homem e a partir daí registrou-se a história e o
desenvolvimento da humanidade. Ao adquirir o controle sobre o fogo, os ancestrais da
espécie humana atual começaram a marcar profundamente a história da vida na Terra.
Com o domínio do fogo alcançaram novos espaços, alteraram ecossistemas, e
sofreram suas consequências, decorrentes de suas próprias atividades (SILVA, 1998).
Os incêndios florestais são os fogos sem controle que ocorrem sobre qualquer
forma de vegetação podendo ser originados por formas naturais ou pela ação do
homem. Estes incêndios geram prejuízos econômicos (florestas plantadas, pastagens,
culturas agrícolas etc.) e ambientais (vegetação nativa, fauna, solo, recursos hídricos
etc.) (SOARES; BATISTA, 2007).
Para Soares et al. (2008), o fogo é a maior fonte de danos às florestas de todo
mundo, exceto em algumas áreas tropicais chuvosas. Além de queimar e destruir
florestas e outras formas de vegetação, os incêndios podem também afetar
negativamente outros elementos do ecossistema como solo, fauna silvestre e ar
atmosférico. Em muitos países a situação tem se agravado devido ao aumento da
população, acúmulo de material combustível e incêndios de causas humanas
(SOARES, 2009), o que tem se tornado fator crítico para os técnicos que atuam no
setor florestal e ambiental (NUNES, 2009).
A ocorrência do fogo depende de alguns fatores que permitirão o início da
reação da combustão, e a sua continuação dependerá, principalmente, da energia
potencial armazenada no material combustível e do comportamento do fogo
comandada pelas características do material combustível, pelo relevo e pelas
condições meteorológicas (RIBEIRO; SOARES, 1998).
Para Ribeiro (2004) o risco de fogo ao ambiente, que pode ser traduzido como
a vulnerabilidade da vegetação, viva ou morta, pode ser estimado conforme a teoria
de riscos, a qual se baseia em dados históricos de ocorrências para determinada
região. Assim sendo, a prevenção de qualquer sinistro torna-se uma tarefa tão mais
segura quanto mais precisa forem as informações armazenadas no banco de dados.
Na preservação do meio ambiente dos efeitos nocivos dos fogos incontrolados,
são essenciais políticas protecionistas adequadas às características de cada região.
5
Para estabelecer essas políticas de controle e prevenção, faz-se necessário conhecer
quando e porque ocorrem os incêndios, ou seja, o perfil dos incêndios florestais
(SANTOS et al., 2006). Entre as atividades humanas que mais causaram os incêndios
florestais no Brasil entre 1998 e 2002, segundo Soares e Batista (2007) são,
respectivamente: os incendiários; as queimas para limpeza; diversos; os fumantes; as
operações florestais; as estradas de ferro; os fogos de recreação (Tabela 1).
No Brasil, as causas de incêndios em Unidades de Conservação têm sido
principalmente devido ao uso incorreto do fogo para renovação de pastagens e
limpeza de restos de cultura nas propriedades vizinhas (MEDEIROS, 2002 apud
PEREIRA et al., 2004).
Tabela 1. Causas dos incêndios florestais ocorridos no Brasil no período de
1998 a 2002
Causas 1998 a 2002
Número %
Diversos 730 11,0
Estradas de Ferro 7 0,1
Fogos de Recreação 9 0,3
Fumantes 109 1,7
Incendiários 4.579 69,2
Operações Florestais 205 3,1
Queimas para Limpeza 870 13,1
Raios 103 1,5
TOTAL 6.622 100,0
Fonte: Adaptado de Soares (2009).
Conhecer a distribuição da ocorrência dos incêndios florestais nos meses do
ano é informação importante no planejamento da prevenção, pois indica as épocas de
maior risco de fogo. Este fator pode variar bastante entre regiões, especialmente em
países com grandes variações climáticas. Estudos apresentados na Tabela 2 mostram
que no Brasil, a estação de incêndios florestais inicia-se em junho/julho e termina em
outubro/novembro. Praticamente não ocorrem diferenças entre as regiões do país,
apenas no norte do Espírito Santo e sul da Bahia há ocorrências mais significativas
entre os meses de janeiro e março (SOARES; BATISTA, 2007).
6
Tabela 2. Distribuição das ocorrências de incêndios florestais e respectivas áreas queimadas em áreas protegidas, no Brasil, ocorridos mensalmente no
período de 1988 a 2002
Mês 1982 a 2002
Ocorrências (%)
Área queimada (ha)
Janeiro 4,5 1,3
Fevereiro 6,9 1,6
Março 3,6 0,8
Abril 4,7 0,9
Maio 6,0 1,2
Junho 9,8 2,3
Julho 13,9 5,9
Agosto 21,8 28,3
Setembro 11,5 17,4
Outubro 11,9 36,9
Novembro 2,3 1,5
Dezembro 3,1 1,9
Fonte: Adaptado de Soares et al. (2005).
Observando a Tabela 1, as principais causas dos incêndios florestais ocorridos
no Brasil no período estudado foram os incendiários e as queimas para limpeza
totalizando 82,2 % das causas dos incêndios ocorridos no período estudado. O que
pela legislação florestal são atividades ilegais, contradizendo a lei federal de nº
12.651/15 no que trata no seu Capítulo IX da proibição do uso do fogo e do controle
dos incêndios com o seguinte texto:
Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações: I - em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento e controle; II - emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo; III - atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos competentes e realizada por instituição de pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental competente do Sisnama (BRASIL, 2012).
Grande parte das áreas com vegetação nativa remanescente está vulnerável a
ação do fogo. Nos parques abertos a visitação do estado de Minas Gerais, o fogo é
7
motivo de preocupação. Tal fato é revelado no estudo realizado nas unidades de
conservação do estado de Minas Gerais por Bontempo (2006), que por entrevista, foi
solicitado ao gerente da unidade de conservação para classificar qual é o principal
desafio encontrado no seu dia-a-dia como gerente de unidade de conservação. Os
resultados encontrados em ordem decrescente foram os seguintes: Incêndios
Florestais; Recursos Humanos; Recursos financeiros; Regulamentação Fundiária,
Relação com Entorno; Comportamento dos Visitantes; Extração Vegetal e Caça.
Devido aos danos causados pelos incêndios florestais serem de grande
impacto, torna-se importante conhecer as principais causas dos incêndios, os locais e
os períodos onde eles ocorrem com maior frequência, que assim seja feito um
trabalho objetivo de prevenção. A montagem de um sistema eficiente de combate a
incêndios é relativamente cara e não se pode mantê-lo operando integralmente
durante o ano (SOARES; BATISTA, 2007).
Uma das primeiras medidas para a prevenção e combate dos incêndios
florestais é conhecer os processos de combustão da madeira que pode ser
generalizada para todo material vegetal combustível, que envolve três elementos
básicos: combustível, oxigênio e calor. Em qualquer incêndio florestal é necessário
haver combustível para queimar, oxigênio para manter as chamas e calor para iniciar
e manter o processo de queima. Essa relação entre os elementos básicos da
combustão é conhecida como triângulo do fogo, apresentado na Figura 1 (SOARES;
BATISTA, 2007).
Figura 1. O triângulo do fogo. Fonte: Adaptado de ICMBIO (2010).
8
O estudo do triângulo do fogo é importante porque, quando retiramos qualquer
um dos três elementos do triângulo (calor, ar ou combustível), inviabilizamos o
processo de combustão e, consequentemente, apagamos o fogo (RIBEIRO;
FERREIRA, 2009).
Entre as medidas preventivas existentes no combate aos incêndios florestais, a
utilização de um índice de perigo confiável é fator fundamental para um planejamento
mais eficiente das medidas de prevenção e para adoção de ações rápidas e efetivas
nas atividades de combate, visando à redução das perdas, com a diminuição das
áreas queimadas e os prejuízos financeiros e ambientais advindos da ocorrência de
eventos catastróficos (NUNES, 2009).
Para Soares (1972), os índices de perigo de incêndios florestais são números
que refletem a possibilidade da ocorrência de um incêndio, a facilidade da sua
propagação, com base nas condições atmosféricas do dia ou de uma sequência de
dias.
Podem-se distinguir dois tipos de fatores determinantes do grau de perigo de
incêndios florestais: os de caráter permanente (que são o material combustível, tipo
de floresta) e os fatores variáveis (que são as condições meteorológicas). Ressalta-se
que os fatores permanentes não são apropriados para determinação do grau de
perigo de ocorrência de incêndios pois, a curto prazo, não variam. Sempre há a
possibilidade de produzir um incêndio numa floresta levando-se me consideração
apenas os fatores de caráter permanente. Já os fatores variáveis apresentam base
sólida para a determinação do grau do perigo de ocorrência de incêndios devido a
grande variação a curto espaço de tempo (SOARES; BATISTA, 2007; NUNES, 2009).
Segundo Couto e Cândido (1992), os principais índices de perigo de incêndio
que foram e são utilizados pelas empresas ou instituições florestais na prevenção de
incêndios florestais no país são os seguintes: Índice de Angstron (desenvolvido na
Suécia), Índice de Nesterov (desenvolvido na Rússia), Índice de Telistsyn
(desenvolvido na Rússia) e a Fórmula de Monte Alegre (desenvolvida no Brasil).
A Fórmula de Monte Alegre (FMA) foi desenvolvida através de dados da região
central do estado do Paraná e tem sido usada desde então por várias empresas e
instituições florestais brasileiras para estimar o grau de perigo de incêndio e ajudar no
planejamento das atividades de prevenção e combate. Ela é estruturalmente muito
simples, requer apenas duas variáveis meteorológicas, umidade relativa do ar de
forma direta e a precipitação de forma indireta (SOARES, 1998). Esta fórmula tem se
9
mostrado como um índice robusto e eficiente na avaliação do perigo de incêndios em
várias regiões do Brasil e em outros países da América Latina (SOARES; BATISTA,
2007).
Com a obtenção do grau de risco de incêndios florestais, uma tarefa importante
é a divulgação dos índices de incêndios, que é feito pela colocação de placas de
advertência, sendo estas placas um equipamento internacionalmente utilizado como
parte da prevenção dos incêndios, principalmente em indústrias que mantém seu
suprimento de base em plantações florestais (MELO, 2009). A Figura 2 apresenta um
exemplo de placa de advertência do grau de risco de incêndios florestais.
Figura 2. Placa de divulgação do grau de risco de incêndio utilizada por uma empresa do setor florestal.
Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2005).
A proteção de uma área florestal contra o fogo começa com a prevenção. A
melhor maneira de combater um incêndio é evitar que ele ocorra. Considerando que a
maioria dos incêndios inicia-se por causas humanas, eles são, em sua maioria,
teoricamente evitáveis (SOARES; BATISTA, 2007). A base para a prevenção é a
análise dos registros dos fogos para determinar a causas dos incêndios florestais, o
local onde são mais frequentes e os períodos do ano em que são mais prováveis de
acontecerem (COUTO; CANDIDO, 1992).
Entre as atividades de prevenção do início do fogo e da sua propagação
10
podemos citar a educação e orientação da população (visitantes, comunidades e
proprietários rurais), vigilância da área (fixa e móvel), aplicação da legislação florestal,
construção e manutenção de aceiros, redução do material combustível, construção de
açudes e silvicultura preventiva. São de extrema importância para reduzir o risco de
ocorrência de fogo em áreas protegidas e áreas de plantio florestal (SOARES;
BATISTA, 2007; IBAMA, 2009; RIBEIRO; FERREIRA, 2009).
Para Soares e Batista (2007), a prevenção é a primeira linha de defesa contra
os incêndios florestais. Se a ocorrência dos incêndios pudesse ser totalmente
prevenida, todos os danos produzidos pelo fogo, além dos custos de combate, seriam
evitados. Afinal, um incêndio prevenido não precisa ser combatido e não causa
nenhum dano. Entretanto, mesmo quando adotadas as melhores técnicas de
prevenção, alguns incêndios fatalmente ocorrerão, necessitando de uma rápida e
decidida ação de combate.
A operação de combate ou supressão de incêndios florestais envolve as
seguintes etapas, segundo Soares e Batista, 2007; Ribeiro e Ferreira, 2009; ICMBIO,
2010:
Detecção: é o tempo decorrido entre o início do fogo e o momento que ele é
visto;
Comunicação: é o tempo decorrido entre a detecção do fogo e sua
comunicação ao responsável pelo combate;
Mobilização: é o tempo gasto entre o recebimento da informação da existência
do fogo e a saída da equipe de combate;
Deslocamento: é o tempo decorrido da saída para o combate e a chegada ao
local do fogo;
Planejamento do combate: tempo gasto para avaliação e planejamento do
combate ao fogo;
Combate ao incêndio: tempo consumido na operação de supressão ou
eliminação do fogo.
Para realização das atividades de combate aos incêndios florestais, a estrutura
de combate deve estar organizada para pode agir imediatamente em caso de alarme
de incêndio. Para que isto ocorra deve existir uma equipe organizada (Brigada de
Incêndio Florestal) que deve estar treinada nesta atividade e seguir uma organização
onde existe apenas um responsável pelo comando (líder da brigada) e todos devem
obedecer a ele. O líder da brigada deve conhecer bem a área e também os métodos
11
de combate, assumindo a responsabilidade pelas decisões (RIBEIRO; FERREIRA,
2009).
Para realizar estas atividades de maneira eficiente, a equipe de combate aos
incêndios florestais deve possuir o material de combate a incêndio florestal (conjunto
de equipamentos, de ferramentas e de veículos) apropriadas para essa finalidade,
tendo uso exclusivo para esse fim. A estratégia e a eficiência do combate dependem
do tipo, da quantidade e da qualidade das ferramentas e dos equipamentos utilizados,
assim como do condicionamento físico, da habilidade e do uso adequado desses
materiais (ICMBIO, 2010).
Com base em todas as informações existentes sobre o perfil dos incêndios na
área a ser protegida e nos recursos (humanos e materiais) disponíveis deve-se
elaborar um plano de proteção onde são descritas todas as mediadas e ações
necessárias para reduzir o risco de danos pelo fogo às florestas da região. Neste
plano devem ser recomendadas as medidas de prevenção para reduzir o número de
incêndios, assim como a estrutura para o combate dos incêndios e a montagem de
um banco de dados com as ocorrências de incêndio na área. A Figura 3, apresenta
um fluxograma de um plano de proteção contra incêndios florestais (SOARES;
BATISTA, 2007).
.
Figura 3. Fluxograma de entradas (informações básicas na parte de cima) e saídas (medidas e ações na parte de baixo) de um plano de
proteção contra incêndios florestais. Fonte: Soares e Batista (2007).
12
3.2. Áreas protegidas e unidades de conservação
O estabelecimento de espaços especialmente protegidos é uma das
ferramentas mais utilizadas atualmente para a conservação da natureza. Trata-se de
separar algumas porções do território e limitar o uso da terra e dos recursos naturais.
Sendo uma estratégia importante e necessária diante da ocupação desenfreada da
terra e do uso predatório dos recursos naturais (BENSUSAN, 2006).
Atualmente a ocupação humana, principalmente no uso agrícola (agricultura,
pecuária, florestamentos, etc.) tem reduzido as áreas com vegetação nativa. observar-
se a existência de poucos fragmentos florestais nativos, que geralmente se localizam
em áreas protegidas (unidades de conservação, áreas de reserva legal e áreas de
preservação permanente) ou em locais com restrições naturais como: topografia
elevada, afloramentos rochosos, solo alagado etc. (EMBRAPA, 2014).
Pela Constituição Federal de 1988 todo cidadão brasileiro passou a ter direito a
um ambiente preservado e protegido para usufruto das gerações presentes e futuras
(BRASIL, 1988). Ficando assim obrigado o poder público de definir as áreas
protegidas que devem existir no território brasileiro. Assim, as principais áreas
protegidas existentes nas propriedades rurais brasileiras são as já descritas na versão
revogada do Código Florestal Brasileiro, e ratificadas pela versão mais atual que é a
Lei Federal n° 12.651, de 25 de maio de 2012, sendo as áreas de Reserva Legal e as
de Áreas de Preservação Permanente (BRASIL, 2012).
Existindo também as unidades de conservação, que segundo o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (BRASIL, 2011), são divididas em:
a) Unidades de Proteção Integral, cujo objetivo básico é preservar a
natureza, permitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais,
composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação:
Estação Ecológica; Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento
Natural; Refugio de Vida Silvestre.
b) Unidades de Uso Sustentável, cujo objetivo é compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos recursos
naturais, constituída pelas seguintes categorias de unidade de
conservação: Área de Proteção Ambiental; Área de Relevante Interesse
Ecológico; Floresta Nacional; Reserva Extrativista; Reserva de Fauna;
13
Reserva de Desenvolvimento Sustentável; Reserva Particular do
Patrimônio Natural.
Entre as unidades de conservação de proteção integral pode-se citar o
Monumento Natural, que tem como objetivo básico preservar os sítios naturais raros,
singulares ou de grande beleza cênica. O monumento natural pode ser constituído por
áreas particulares desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com
a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários, sendo que a
visitação pública da unidade está sujeita às condições e restrições estabelecidas no
Plano de Manejo da unidade e as normas estabelecidas pelo órgão responsável por
sua administração e àquelas previstas em regulamento (BRASIL, 2011).
Existem, em nosso país vários locais que atendem aos atributos para serem
decretados como monumentos naturais, como é o caso da Pedra Menina que esta
localizada no município de Senhora dos Remédios – MG, nas proximidades da
localidade do Palmital dos Carvalhos. Pedra Menina é uma belíssima formação
rochosa, de grande dimensão, formando na maior parte de sua extremidade um
enorme paredão, utilizada para atividades turísticas e práticas de atividades
esportivas como o rapel (PMSR, 2014). A foto da Pedra Menina é apresentada na
Figura 4.
Figura 4. Vista da Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG. Fonte: PMSR (2014).
14
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Área de estudo
Este trabalho foi realizado no município de Senhora dos Remédios, situado na
região do Campo das Vertentes no estado de Minas Gerais. O município possui área de
237,815 km², população de 10.196 habitantes (censo de 2010), desta população 5.152
habitantes são homens e 5.044 são mulheres. Esta população é, na maioria, residente na
zona rural 6.766 habitantes (66,36%) e 3.430 habitantes (33,64%) residentes na zona
urbana do município. As atividades agropecuárias são as principais fontes econômicas
do município, destacando-se a pecuária leiteira e os cultivos de arroz, banana, café,
cana-de-açúcar, feijão e milho. Existindo a atividade de silvicultura de Eucalipto para
produção de carvão vegetal (IBGE, 2010). A Figura 5 apresenta a localização do
município de Senhora dos Remédios.
Figura 5. Localização do município de Senhora dos Remédios – MG. Fonte: Kelly de Oliveira Barros (2014).
15
O clima ocorrente na região é o Cwa, caracterizado por temperaturas moderadas
com verão quente e chuvoso, sendo a média da temperatura mais fria inferior a 20°C,
segundo a classificação de Köppen (JACON et al., 2011). Segundo a classificação
brasileira de vegetação do IBGE (2012), a formação florestal que caracteriza a região é a
Floresta Estacional Semidecidual Submontana. Esta formação ocorre frequentemente
nas encostas interioranas das Serras da Mantiqueira e dos Órgãos. Distribuindo-se
desde o Espírito Santo, sul da Bahia até o Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, norte
e sudoeste do Paraná, sul de Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, Mato Grosso e
Rondônia. Na forma disjunta, pode ocorrer, ainda, entremeada a formações savânicas
especialmente na Região Centro-Oeste.
O local de estudo foi a Pedra Menina, que é um pico, situado a uma distância de
9,8 km da sede do município por estradas de terra na comunidade do Peão (Figura 6),
próxima ao distrito de Palmital dos Carvalhos, que é um dos principais pontos turísticos
de Senhora dos Remédios (PMSR, 2014).
Figura 6. Localização da Pedra Menina e da sede do município de Senhora dos Remédios – MG.
Fonte: Adaptado de Google (2014).
16
4.2. Determinação dos riscos de incêndios florestais
Para avaliação dos riscos de ocorrência dos incêndios florestais foi utilizada a
seguinte metodologia:
a) Fórmula de Monte Alegre (FMA): dados meteorológicos da região foram
coletados diariamente na estação meteorológica de Barbacena que faz parte
da rede do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e está localizada na
sede regional do Ministério da Agricultura. Foi levantado o período crítico de
ocorrência de incêndios florestais utilizando a Fórmula de Monte Alegre (FMA),
mostrada por Soares e Batista (2007) e Nunes (2009), para determinar os
índices de perigo de incêndios, sendo os seus índices calculados pela seguinte
equação a seguinte:
n FMA = ∑ (100 / Hi) i = 1
Onde: FMA = Fórmula de Monte Alegre; H = umidade relativa do ar (%) medida às 13:00 hs; n = número de dias sem chuva maior ou igual a 13 mm.
Por ser cumulativo no que se refere à umidade relativa, o índice está sujeito a
restrições de precipitação, apresentado na Tabela 3.
Tabela 3. Restrições ao somatório da Fórmula de Monte Alegre (FMA), de acordo com a precipitação do dia
Chuva do Dia (mm)
Modificação do Cálculo
≤ 2,4 Nenhuma
2,5 a 4,9 Abater 30% na FMA calculada na véspera e somar (100 / H) do dia.
5,0 a 9,9 Abater 60% na FMA calculada na véspera e somar (100 / H) do dia.
10,0 a 12,9 Abater 80% na FMA calculada na véspera e somar (100 / H) do dia.
>12,9 Interromper o cálculo (FMA = 0) e recomeçar o cálculo no dia seguinte ou quando a precipitação for ≤ 2,4.
Fonte: Nunes (2009).
17
A interpretação do grau de perigo estimado pela Fórmula de Monte Alegre é
feita através da escala apresentada na Tabela 4.
Tabela 4. Escala de perigo da Fórmula de Monte Alegre (FMA)
Valor FMA Grau de Perigo
≤ 1,0 Nulo
1,1 a 3,0 Pequeno
3,1 a 8,0 Médio
8,1 a 20,0 Alto
> 20,0 Muito Alto
Fonte: Nunes (2009).
b) Visitas in loco: foram realizadas visitas de campo na Pedra Menina, onde
existe o projeto de criação do monumento natural, realizando-se o
caminhamento das divisas sendo avaliado o material combustível (tipos,
quantidade, continuidade e compactação), a topografia da área (declividade),
as atividades dos confrontantes, levantando-se os riscos de ocorrência e
propagação dos incêndios florestais (RIBEIRO; FERREIRA, 2009). Os pontos
percorridos foram georreferenciados com a utilização de um GPS (Global
Positioning System), modelo Garmim eTrex Summit HC.
c) Pesquisa sobre incêndios registrados: foram realizadas pesquisas nos
órgãos responsáveis (Prefeitura Municipal, Corpo de Bombeiro, Instituto
Estadual de Florestas de Minas Gerais – IEF, Polícia Militar, Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais –
EMATER, Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA etc.) para levantar
registros de ocorrência dos incêndios florestais ocorridos na Pedra Menina.
d) Elaboração de mapas: os mapas de riscos de incêndios florestais foram
confeccionados utilizando o programa GPS TrackMaker Professional,
versão 4.9, produzido pela empresa Geo Studio Tecnologia Ltda.
18
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste trabalho de determinação dos riscos de incêndios florestais como
subsídio para criação do Monumento Natural da Pedra Menina no município de
Senhora dos Remédios – MG, foram encontrados os resultados que serão
apresentados e discutidos nas próximas páginas.
5.1. Condições meteorológicas
Foram avaliados os dados meteorológicos no período de quatro anos (2009 a
2012), coletados diariamente na estação meteorológica de Barbacena que faz parte
da rede do INMET. Foram utilizados estes dados, devido no município de Senhora
dos Remédios não existir uma estação meteorológica que pudesse fornecer
informações necessárias para este trabalho.
a) Precipitação: a precipitação é o principal fator climático que afeta a
ocorrência e propagação dos incêndios florestais, conforme observado no
período estudado uma precipitação média anual de 1.469,7 mm de chuva,
que se concentram principalmente nos período de outubro a março, com
uma tradicional redução no mês de fevereiro (Figura 7). Tendência estas
observadas nos dias com precipitação que no período estudado teve uma
média de 133 dias de chuva durante o ano. Os resultados da precipitação e
dias de chuvas mensais no período estudado são mostrados na Tabela 5.
Figura 7. Precipitação média (mm) ocorrida em Barbacena – MG no período de 2009 a 2012.
Fonte: O Autor.
19
Tabela 5. Dados climatológicos [Precipitação em mm, dias de chuva (nº) e Umidade relativa (%)] coletados no período de 2009 a 2012, na estação meteorológica de Barbacena - MG
Mês
2009 2010 2011 2012 Média do Período
Precip. Dias
Chuva UR Precip.
Dias Chuva
UR Precip. Dias
Chuva UR Precip.
Dias Chuva
UR Precip. Dias
Chuva UR
Janeiro 292,7 25 87 273,6 15 76 182,7 14 81 324,6 14 86 268,4 17 83
Fevereiro 244,2 16 83 75,0 10 77 28,1 6 76 51,0 10 84 99,6 11 80
Março 150,0 16 85 277,0 18 87 264,3 24 90 198,1 15 91 222,4 18 88
Abril 49,7 8 89 66,8 5 83 71,7 9 87 43,4 9 92 57,9 8 88
Maio 10,3 4 89 35,7 4 86 8,7 5 90 105,0 10 93 39,9 6 90
Junho 28,7 7 91 2,0 3 85 37,2 6 89 69,3 7 92 34,3 6 89
Julho 13,4 3 85 32,2 8 85 7,2 3 84 2,3 2 94 13,8 4 87
Agosto 13,4 6 82 0,0 0 72 4,6 1 76 14,3 10 91 8,1 4 80
Setembro 98,4 10 80 34,4 4 76 11,6 3 71 26,4 4 72 42,7 5 75
Outubro 246,5 17 87 205,9 13 83 144,2 18 86 81,1 10 72 169,4 15 82
Novembro 145,6 18 78 334,9 20 86 203,3 16 68 161,8 19 88 211,4 18 80
Dezembro 310,0 24 86 342,5 21 82 401,6 26 90 153,3 15 78 301,9 22 84
TOTAL 1.602,9 154 --- 1.680,0 121 --- 1.365,2 131 --- 1.230,6 125 --- 1.469,7 133 ---
Fonte: O Autor.
20
b) Umidade relativa do ar: a umidade relativa influencia a ação do fogo,
pois junto com a temperatura é responsável pelo teor de umidade do material
combustível. A umidade relativa é fator importante na propagação do fogo e
quando esta muito baixa dificulta as ações humanas de combate aos incêndios
florestais (RIBEIRO; FERREIRA, 2009). Os dados referentes à umidade
realtiva do ar obtida na estação meteorológica de Barbacena – MG e
apresentado na Tabela 5, sendo que estes dados foram utilizados para o
cálculo dos índices de perigo de incêndios.
5.2. Índice de Perigo de Incêndio
Os índices de perigo de incêndios florestais foram calculados pela Fórmula de
Monte Alegre (FMA) com base nos dados diários de precipitação e umidade relativa
do ar obtida na estação meteorológica de Barbacena – MG. Após o processamento
destes dados, foi calculado o grau de perigo médio do período de 2009 a 2012,
utilizando a FMA, sendo estes resultados apresentados na Tabela 6.
Tabela 6. Grau de perigo de incêndios florestais para a região de Barbacena – MG
calculado pela FMA no período de 2009 a 2012, apresentado em dias e percentagem de dias por mês
Mês Nulo Pequeno Médio Alto Muito Alto
Nº dias % Nº dias % Nº dias % Nº dias % Nº dias %
Janeiro 09 29% 08 26% 11 35% 03 10% 00 0%
Fevereiro 02 7% 04 14% 08 29% 07 25% 07 25%
Março 07 23% 07 23% 10 32% 06 19% 01 3%
Abril 02 7% 03 10% 09 30% 12 40% 04 13%
Maio 02 6% 02 6% 06 19% 06 19% 15 48%
Junho 02 7% 02 7% 05 17% 05 17% 16 53%
Julho 00 0% 00 0% 03 10% 09 29% 19 61%
Agosto 00 0% 00 0% 00 0% 00 0% 31 100%
Setembro 02 7% 02 7% 03 10% 05 17% 18 60%
Outubro 07 23% 07 23% 11 35% 03 10% 03 10%
Novembro 06 20% 11 37% 09 30% 04 13% 00 0%
Dezembro 10 32% 10 32% 09 29% 02 6% 00 0%
TOTAL 49 13% 56 15% 84 24% 62 17% 114 31%
Fonte: O Autor.
21
Pelos resultados obtidos, os dias com índice de perigo de incêndios na
categoria Muito Alta, foram o que apresentaram maior ocorrência no período estudado,
representando 31% dos dias do ano, seguidos pelos graus Médio (24%), Alto (17%),
Pequeno (15%) e Nulo (13%). Considerando esta avaliação, observa-se que os graus
de perigo mais elevados (Alto e Muito Alto) correspondem a 176 dias do ano com dias
propícios para ocorrência dos incêndios florestais.
Para a melhor avaliação do período de perigo de fogo, a Figura 8 mostra a
distribuição do grau de perigo durante os meses do ano, considerando o período
estudado (2009 – 2012). Por esta figura podemos observar que o período crítico para
os incêndios florestais seria iniciado no mês de maio seguindo até o mês de setembro,
o que corresponde aos meses de menores precipitações (Figura 7). O mês de
fevereiro também apresenta os graus Alto e Muito Alto, representando 50% dos dias
do mês, geralmente explicado pelo período de estiagem (veranico) que ocorre na
nossa região. Contudo, o perigo de ocorrência de incêndios florestais é minimizado
devido ser o período das chuvas e a vegetação se encontrar verde e com alto índice
de água, dificultando a sua combustão.
Os meses mais críticos para ocorrência de incêndios florestais são os de julho
e agosto onde os graus de perigo Alto e Muito Alto ocorrem em quase a totalidade dos
dias. No mês de agosto, 100% dos dias foram identificados com grau de perigo Muito
Alto, revelando grandes possibilidades da combustão iniciar e a facilidade para a
propagação do incêndio florestal.
O final do mês de maio e início do mês de outubro também são perigosos para
ocorrência dos incêndios florestais, pois no final de abril se inicia o período de seca
(baixa precipitação) e já se tem os dias com os graus de perigo mais elevados. O
mesmo ocorre no início do mês de outubro mês este que começa o período de chuva
(alta precipitação), ocorrendo também dias com os graus de perigo mais elevados.
22
0
5
10
15
20
25
30
35
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Dias
Nulo Pequeno Médio Alto Muito Alto
Figura 8. Índices de perigo de incêndios mensais, para região de Barbacena – MG, calculados pela FMA no período de 2009 a 2015.
Fonte: O Autor.
23
5.3. Causas e ocorrência de incêndios florestais
Para verificar o histórico de ocorrência de incêndios florestais na Pedra Menina
em Senhora dos Remédios – MG, foi realizada uma consulta ao destacamento da
Polícia Militar de MG que atende ao município, em virtude de não existir Corpo de
Bombeiro na cidade. Foi informada a inexistência de boletim de ocorrência (BO) sobre
fogo ou incêndio florestal na Pedra Menina nos últimos anos. Os demais órgãos
consultados (Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável e EMATER - MG) informaram que não realizam este tipo de ocorrência.
Portanto não existe nenhum relato em documento oficial ou registros de ocorrência
dos incêndios florestais na Pedra Menina.
Segundo o trabalho de Carvalho (2011), a Pedra Menina recebe visitantes do
município de Senhora dos Remédios e da região no dia 12 de outubro (dia de Nossa
Senhora Aparecida, padroeira do Brasil) para rezar numa pequena gruta com a
imagem de Nossa Senhora Aparecida que existe no local, soltar fogos de artifícios
(rojões) e contemplar a paisagem (Figura 9). Porém, outras pessoas vão ao local
nesta data para rolar pedras nos paredões (fazendo o pedido de alguma graça) e ater
fogo no capim-gordura (Melinis minutiflora), sendo isto uma tradição local.
Figura 9. Gruta com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e restos de rojão
encontrado na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG. Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).
Durante as visitas para as avaliações deste estudo não foram encontrados
sinais da ocorrência de incêndio florestal no ano de 2014, pois o capim-gordura
estava verde, rebrotando com a chuva sobre a palhada do capim seco e os arbustos
24
existentes no local não estavam com sinais de carbonização ocasionada pela queima
da vegetação (Figura 10).
Figura 10. Vista do capim-gordura rebrotando sobre a palhada antiga e da vegetação
intacta após o período seco na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG. Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).
O local é utilizado por pessoas que vão apreciar a bela paisagem da região e
fazem acampamento, utilizando fogueiras para cozinhar alimentos o que cria o risco
para iniciar um incêndio florestal no local. Durante as visitas à Pedra Menina
encontrou-se restos de fogueiras feitas por pessoas que acamparam no local o que é
apresentado na Figura 11.
Figura 11. Restos de fogueiras utilizadas por pessoas que visitaram o local, encontradas na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG.
Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).
25
5.4. Riscos da ocorrência de incêndios florestais
Na área onde está planejada a criação do Monumento Natural da Pedra
Menina, foram realizadas visitas para avaliar o risco de ocorrência de incêndios
florestais. A área em questão foi marcada em um polígono com cinco pontos
abrangendo uma área de 25,2118 ha (Figura 12).
Figura 12. Área do polígono onde foi avaliado o risco para ocorrência de incêndios florestais na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG.
Fonte: O Autor.
Nesta avaliação foram observados os seguintes pontos: combustível existente
(tipo e continuidade), topografia (declividade) e a atividade humana realizada. Sendo
os resultados encontrados apresentados a seguir:
26
a) Área interna do polígono estudado
A área interna do polígono possui 25,2118 hectares, onde se encontra a Pedra
Menina. Nesta área foram encontradas várias coberturas vegetais onde destaca-se a
presença de pequenos fragmentos florestais de Floresta Estacional Semidecidual
Submontana com a ocorrência de espécies como: Angico Vermelho (Anadenanthera
macrocarpa (Benth.) Brenam), Aroeirinha (Schinus terebinthifolius Raddi), Embaúba
(Cecropia hololeuca Miq.), Jacaré (Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr.). Estes
fragmentos estão bem antropizados pela existência de trilhas que dão acesso à Pedra
Menina e pelo uso da área para pastoreio de bovinos (Figura 13). Num destes
fragmentos está situada a gruta com a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Figura 13. Fragmento florestal com a presença de bovinos na Pedra
Menina em Senhora dos Remédios – MG. Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).
Em outras partes da área foi observada a pastagem de braquiária (Brachiaria
spp.) com a presença de bovinos na área. No restante da área da avaliada encontra-
se afloramento de rochas (paredões da Pedra Menina) e vegetação de gramínea
(capim-gordura) com vegetação arbustiva rasteira. Estes locais variam de topografia
plana a altamente inclinada (paredões) que favorecem a propagação do fogo no caso
da ocorrência de um incêndio florestal (Figura 14).
Nesta área entre os principais perigos de ocorrência de incêndios florestais
pode-se citar aquele causado pelas pessoas que visitam o local, onde as velas
acesas para fins religiosos, as fogueiras de acampamentos e o uso de fogos de
artifícios podem dar início ao fogo, que devido à vegetação seca nos períodos de
27
estiagem e a alta declividade de certos locais podem levar à ocorrência de incêndio
de grandes proporções.
Figura 14. Vista de áreas com pastagem de braquiária e locais de afloramento
rochoso com presença de capim-gordura na área da Pedra Menina. Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).
b) Vértice A do polígono estudado
O vértice A inicia-se no ponto Pm1 que está localizado numa laje de pedra
onde começa a trilha de acesso para a Pedra Menina e segue em direção ao ponto
Pm2 cortando um pequeno fragmento florestal de Floresta Estacional Semidecidual
Submontana em estágio avançado de desenvolvimento (Figura 15). Este fragmento
faz divisa com áreas de pastagem de braquiária, com a estrada de terra em estado
precário que é usada para chegar à trilha de acesso para a Pedra Menina e com
áreas de pastagem no local existem restos de uma antiga residência (que se encontra
abandonada e em processo avançado de degradação). Na área ocorre a topografia
suave ondulada.
Neste vértice os principais perigos para a ocorrência de incêndios florestais são
as queimadas que podem ocorrer nas pastagens vizinhas e por pessoas a caminho
da Pedra Menina, neste caso fumantes poderiam dar início aos incêndios florestais,
sendo a propagação do fogo numa floresta menor que nas áreas de pastagem e
campo, mas com maior dificuldade para ser combatido, exigindo pessoal mais
qualificado e equipamentos mais sofisticados.
28
Figura 15. Vértice A da área de estudo e foto do fragmento florestal existente.
Fonte: Adaptado de Google (2014) e Ricardo Tayarol Marques (2014).
c) Vértice B do polígono estudado
O vértice B inicia-se no ponto Pm2 e segue em direção ao ponto Pm3 em uma
área com alta declividade, existindo um paredão com afloramentos rochosos e
vegetação de capim-gordura (Melinis minutiflora) com presença de pequenos
arbustos, conforme mostrado na Figura 16. Neste vértice, a área da Pedra Menina faz
divisa com propriedades rurais com pastagem de braquiária, com plantios de culturas
anuais (milho), estradas e residências rurais (Figura 17).
Figura 16. Vértice B da área de estudo e foto do paredão de pedra com e alta
declividade e vegetação de capim-gordura e arbustos existentes no local. Fonte: Adaptado de Google (2014) e Ricardo Tayarol Marques (2014).
29
Neste vértice, os principais perigos para a ocorrência de incêndios florestais
são as queimadas que podem ocorrer nas pastagens vizinhas, na limpeza para
preparo do solo nas áreas de culturas anuais e a queima de resíduos em residências
rurais. A ocorrência de incêndio neste vértice facilitaria muito a sua propagação e o
seu combate seria extremamente difícil devido à vegetação existente (capim que no
período de estiagem fica muito seco) e topografia extremamente acentuada do
paredão existente neste vértice.
Figura 17. Área de pastagem e residência rural com cultura anual dividindo
espaço com o vértice B do polígono da Pedra Menina. Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).
d) Vértice C do polígono estudado
O vértice C inicia-se no ponto Pm3 e segue em direção ao ponto Pm4 em área
de alta declividade em um paredão de pedra (a própria Pedra Menina) com algumas
manchas de capim-gordura (Melinis minutiflora) em locais onde existe uma pequena
faixa de solo. Neste vértice a área da Pedra Menina faz divisa com propriedades
rurais com áreas de pastagem e pequenos fragmentos florestais nativos. Em áreas
mais distantes do vértice têm áreas com florestas plantadas de eucalipto (Eucayptus
spp.) e cultura anuais (Figura 18).
Neste vértice os principais perigos para a ocorrência de incêndios florestais são
as queimadas que podem ocorrer nas pastagens vizinhas, na limpeza e preparo do
solo para plantio de culturas anuais. Durante uma visita a Pedra Menina foi observada
a realização da queima de restos de cultura na limpeza de área de plantio em uma
30
propriedade rural situada a certa distância da Pedra Menina o que é mostrado na
Figura 19, caracterizando o uso desta técnica pelos produtores rurais da região.
Figura 18. Vértice C da área de estudo e foto do paredão da Pedra Menina
com manchas isoladas de capim-gordura crescendo no local. Fonte: Adaptado de Google (2014) e Ricardo Tayarol Marques (2014).
A ocorrência de incêndio neste vértice teria a sua propagação dificultada pelo
vértice ser, na sua grande parte, formado por rocha com a existência de manchas
isoladas de vegetação (capim gordura), mas o combate seria extremamente difícil
devido à declividade elevada do paredão de pedra.
Figura 19. Queima para limpeza de área agrícola nas proximidades da Pedra Menina.
Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).
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e) Vértice D do polígono estudado
O vértice D inicia-se no ponto Pm4 e segue em direção ao ponto Pm5 em
área de alta declividade em um paredão com afloramento rochoso e vegetação de
capim-gordura (Melinis minutiflora). Neste vértice, a área da Pedra Menina faz
divisa com propriedades rurais com pastagem de braquiária (Brachiaria spp.) e
plantio de cultura anual (milho) apresentado na Figura 20. Em áreas mais distantes
do vértice têm-se florestas plantadas de eucalipto (Eucayptus spp.) e estradas
rurais.
Neste vértice, os principais perigos para a ocorrência de incêndios florestais
são as queimadas para limpeza e preparo das áreas de cultivo agrícola. A ocorrência
de incêndio florestal neste vértice facilitaria muito a sua propagação e o seu combate
seria extremamente difícil devido à vegetação existente (capim que no período de
estiagem fica muito seco) e topografia extremamente acentuada do local.
Figura 20. Vértice D da área de estudo e plantio de milho realizado neste vértice.
Fonte: Adaptado de Google (2014) e Ricardo Tayarol Marques (2014).
f) Vértice E do polígono estudado
O vértice E inicia-se no ponto Pm5 e segue em direção ao ponto Pm1 cortando
pequeno fragmento florestal de Floresta Estacional Semidecidual Submontana em
estágio avançado de desenvolvimento (Figura 21). Este fragmento faz conexão com
outro fragmento florestal maior que continua no topo de um morro vizinho da área.
Este vértice termina na laje de pedra onde começa a trilha de acesso para a Pedra
Menina. Sendo a área de topografia suave ondulada.
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Figura 21. Vértice E da área de estudo e do fragmento florestal existente no local. Fonte: Adaptado de Google (2014) e Ricardo Tayarol Marques (2014).
Neste vértice os principais perigos para a ocorrência de incêndios florestais são
a ocorrência de incêndios florestais nos fragmentos florestais vizinhos e por pessoas a
caminho da Pedra Menina, no caso de fumantes poderiam dar início aos incêndios
florestais, sendo a propagação do fogo numa floresta menor que nas áreas de
pastagem e campo, mas com maior dificuldade para ser combatido, exigindo pessoal
mais qualificado e equipamentos mais sofisticados.
5.5. Mapa de risco de incêndios florestais na Pedra Menina
Após analise dos fatores que podem levar à ocorrência de incêndios florestais
na área onde está planejada a criação do Monumento Natural da Pedra Menina em
Senhora dos Remédios – MG foi montado um quadro dos riscos existentes na área
estudada e que vai servir de subsídio aos futuros gestores da unidade a trabalharem
com os problemas dos incêndios florestais que, segundo Bomtempo (2006), é o fator
que mais preocupa o gestor de uma unidade de conservação.
A tabela 7 mostra os riscos para ocorrência de incêndios florestais na Pedra
Menina. Com base no resultado das avaliações deste estudo foi montado com o uso
do GPS TrackMaker um mapa do uso do solo e dos riscos para ocorrência de
incêndios florestais na Pedra Menina, este mapa é apresentado na Figura 22.
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Tabela 7. Quadro de risco da ocorrência de incêndios florestais na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG
RISCOS DA OCORRÊNCIA DE INCÊNDIOS FLORESTAIS
Local: Pedra Menina Coordenadas UTM: 23K 0640776 Município: Senhora dos Remédios - MG 7678159
Período crítico Inicia-se na segunda quinzena de abril e termina na primeira quinzena de outubro, com especial atenção para o dia 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida);
No mês de fevereiro e costumeiro o aparecimento do período de veranico (alguns dias sem chuvas, quentes e secos).
Principais causas do aparecimento dos incêndios florestais
Queima de pastagens para brotação de capim novo;
Queima para limpeza de áreas de agricultura (culturas anuais);
Fogueira acesa por visitantes do local para o cozimento de alimentos;
Pontas de cigarro jogadas no local por visitantes;
Uso de fogos de artifícios (rojões) no dia 12 de outubro;
Vela acessa para fins religiosos na gruta existente no local;
Ato de atear fogo no capim gordura, praticado por algumas pessoas no dia 12 de outubro.
Vegetação predominante na área Gramíneas como o capim-gordura (Melinis minutiflora) e a braquiária (Brachiaria spp.) com a presença de pequenos arbustos;
Fragmentos florestais de Floresta Estacional Semidecidual Submontana em estágio avançado de desenvolvimento;
Plantios de culturas anuais de milho (Zea mays).
Topografia da área Variando de altamente acidentado com paredões de pedra quase na vertical para áreas planas, mas no geral a topografia do local pode ser considerada como acidentada.
Fonte: O Autor.
34
Figura 22. Mapa da área de estudo na Pedra Menina com a ocupação do solo e os locais de risco de ocorrência de incêndios florestais.
Fonte: O Autor.
Vértice C: Área de alto risco para ocorrência de incêndios florestais.
Área da Pedra Menina: Alto risco para ocorrência de incêndios
florestais.
Vértice D: Área de alto risco para ocorrência de incêndios florestais.
Vértice E: Área de baixo risco para ocorrência de incêndios florestais.
Vértice A: Área de médio risco para ocorrência de incêndios florestais.
Vértice B: Área de alto risco para ocorrência
de incêndios florestais.
Área da Gruta: Médio risco para ocorrência de incêndios florestais.
35
5.6. Plano de prevenção e combate aos incêndios florestais
Após o levantamento das causas, riscos e período de ocorrência dos incêndios
florestais, foi elaborada uma proposta de plano de prevenção dos incêndios florestais
para o Monumento Natural da Pedra Menina, que é uma área protegida de
administração municipal que está sendo criada. Neste sentido, as principais medidas
de prevenção que devem ser adotadas, visando diminuir a ocorrência dos incêndios
florestais são apontadas a seguir:
montar uma pequena estação meteorológica com os seguintes aparelhos
um pluviômetro que será utilizado para medir a precipitação ocorrida na
área e um psicrômetro que será utilizado para medir a pressão de vapor
d’água e calcular a umidade relativa do ar (SOARES; BATISTA, 2004), esta
ação vai permitir a realização do cálculo do índice de perigo de incêndio
pela FMA com informações do próprio local de localização da unidade de
conservação, este índice deve ser utilizado para planejamento de ações de
prevenção e informado para as pessoas que moram próximas e as que
vistam o local;
no período crítico para ocorrência dos incêndios florestais deve-se
promover a construção e manutenção de aceiros florestais nas áreas de
divisas do Monumento Natural da Pedra Menina com as áreas rurais da
região e nas áreas internas da unidade onde exista o risco da ocorrência de
incêndios florestais, visando impedir a propagação do fogo caso este venha
ocorrer;
realizar parcerias com os órgãos rurais (EMATER – MG e Secretaria
Municipal de Agricultura) para montagem e realização de campanhas
educativas visando sensibilizar os produtores rurais para realização de
praticas agrícolas conservacionistas e redução das queimas para limpeza
de pastagens e áreas agrícolas;
através de parcerias com órgãos de fiscalização ambiental (IEF – MG e
Policia Militar de Meio Ambiente) realizar ações de fiscalização preventiva
na Pedra Menina e no seu entorno no período crítico de ocorrência dos
incêndios florestais;
36
realizar campanhas de educação ambiental com os visitantes da Pedra
Menina, principalmente no dia 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida)
quando o local recebe grande número de visitantes, conforme a que
realizada em 2011 (CARVALHO, 2011), a Figura 23 mostra ações desta
campanha. Estas campanhas devem ser focadas não apenas na questão
da prevenção dos incêndios florestais, mas deve abranger temas de
interesse para preservação da Pedra Menina (rolar pedras, lixo, danos a
flora e fauna etc.).
Figura 23. Ações educativas para prevenção de incêndios florestais na Pedra Menina em 12 de outubro de 2011.
Fonte: O Autor.
As atividades de prevenção dos incêndios florestais são a primeira linha de
defesa contra a ocorrência dos incêndios florestais, mas elas não são uma garantia
de que os incêndios florestais não vão ocorrer. Por isto deve existir um planejamento
de ações para combater os incêndios florestais que, por ventura, venham a ocorrer.
Sendo as principais medidas para o combate aos incêndios florestais que deve ser
adotada para a área do futuro Monumento Natural da Pedra Menina são as seguintes:
a detecção e comunicação dos incêndios florestais é uma ação de
grande importância para agilizar a atividade de combate aos incêndios
florestais, a carência de recursos não permite a colocação de um
sistema de vigilância fixa (torres e rondas) podendo ser adotado um
sistema de comunicação através de um número de telefone da
administração da unidade, este número seria divulgado aos moradores
das comunidades próximas (Peão, Pinheiros, Pedra Menina e Zé Simão)
através de campanhas educativas (palestras, visitas e placas);
37
considerando que o município de Senhora dos Remédios não possui
unidade do Corpo de Bombeiro Militar do estado de Minas Gerais, e a
unidade mais próxima localizada na cidade de Barbacena, distante da
Pedra Menina 67 km (57,2 km de ruas e estradas asfaltadas e 9,8 km de
estrada de terra municipal). Seria interessante realizar uma parceria com
este órgão, que mesmo apesar de estar localizado a uma distância que
exigiria certo tempo até a chegada dos meios de combate ao local, o
corpo de bombeiro possui equipamento e pessoal apropriado para
realização do combate ao fogo;
montar e treinar uma pequena brigada de incêndios florestais dentro do
corpo de funcionários da Prefeitura Municipal de Senhora dos Remédios,
que ficaria na administração da Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente
e Desenvolvimento Econômico Sustentável. Esta brigada seria de vital
importância para atuar eficiente nos combates iniciais aos incêndios
florestais, pois a sede do município esta situada a 9,8 km de distância da
Pedra Menina;
equipar esta brigada de incêndios florestais com ferramentas manuais
indicadas para realização das atividades de combate ao fogo como:
enxada, machado, foice, pá cortadeira, ancinho, McLeod, abafador,
extintor costal e pinga fogo (SOARES; BATISTA, 2007). Para segurança
dos integrantes da brigada deve-se fornecer o Equipamento de Proteção
Individual (EPI) como: roupa, calçado, capacete, luva e mascara para
todos os membros da brigada;
uma ação para o futuro seria mobilizar uma equipe de brigadistas
voluntários nas comunidades rurais próximas que, segundo Toledo
(2012), apresentava uma população de aproximadamente 520
habitantes, sendo 51,3% homens e 48,7% mulheres. Uma brigada na
comunidade do Peão que fica ao lado da Pedra Menina poderia atender
muito rapidamente a ocorrência de um incêndio florestal e apagá-lo
antes que o mesmo possa atingir grandes proporções;
Realizar parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável para atendimento através do Previncêndio
e da sua força tarefa que dispõe de aeronaves (aviões bombeiro e
helicópteros) para atuação no combate aos incêndios florestais. Este
programa possui três bases operacionais, sendo aquela situada no
38
aeroporto de Viçosa – MG, a responsável pela região Zona da Mata, Sul,
Rio Doce e Centro Sul do Estado (SEMAD, 2014).
Após a ocorrência de um incêndio florestal fazer as determinações das
suas causas, danos e recursos gastos para o seu combate, criando
assim um banco de dados sobre os incêndios ocorridos na Pedra
Menina. Tal medida é importante para o planejamento das ações futuras
de prevenção da ocorrência de incêndios, inclusive um modelo de
relatório de ocorrência de incêndios (ROI) foi elaborado para esta área
sendo apresentado no Anexo deste trabalho.
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6. CONCLUSÕES
Pela realização deste trabalho foi possível avaliar os principais riscos de
ocorrência de incêndios florestais na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG,
local onde existe o projeto da criação de uma unidade de conservação municipal na
categoria de Monumento Natural. Com a avaliação de dados meteorológicos obtidos
em quatro anos (2009 – 2012) na estação meteorológica de Barbacena – MG foi
possível determinar que o período de maior risco ocorre nos meses de maio a
setembro e, pela ocorrência de um veranico, no mês de fevereiro.
As principais causas para a ocorrência dos incêndios florestais seriam: os
visitantes que vão ao local principalmente no dia do feriado 12 de outubro (Nossa
Senhora Aparecida), pois estes acendem fogueiras, velas e utilizam fogos de artifícios
e as queimas para limpeza de áreas agrícolas (pastagem e culturas anuais)
praticadas pelos produtores rurais da região.
As características topográficas do local que favorecem a propagação e dificulta
o combate dos incêndios florestais são: pontos de alta declividade e os paredões
rochosos com manchas de vegetação, dominada principalmente pelo capim-gordura
(Melinis minutiflora) com presença de alguns arbustos.
Em razão de não existir uma unidade do corpo de bombeiro no município de
Senhora dos Remédios, e a unidade mais próxima fica em Barbacena, distante 67 km
da Pedra Menina, com a criação do Monumento Natural será de extrema importância
a Prefeitura de Senhora dos Remédios montar um plano de prevenção e combate aos
incêndios florestais, delegando um setor responsável por estas atividades, onde se
deve destacar a realizações de ações como: educação ambiental, fiscalização
ambiental, confecção de aceiros nos perímetros, criação de brigadas de incêndios
florestais e principalmente a gerência das ações relacionadas aos incêndios florestais.
Tais ações visam evitar o perigo de incêndio no futuro Monumento Natural da Pedra
Menina causando a sua degradação e perda da sua beleza cênica.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENSUSAN, N. Conservação da Biodiversidade em áreas protegidas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. 176 p. BONTEMPO, G. C. Ocorrência de incêndios florestais e educação ambiental nos parques abertos à visitação pública em Minas Gerais. 2006. 144 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2006. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.>. Acesso em: 22/01/2014. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002; Decreto nº 5.746, de 5 de abril de 2006. Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas: Decreto nº 5.758, de 13 de abril de 2006. Brasília: MMA, 2011. 76 p. BRASIL. Lei Federal n° 12.651. Brasília, DF. 25 de maio de 2012. Disponível em: <http://www,planalto.gov.br/ccivil_03/ato2011-2014/2012/lei/12651,htm>. Acesso em: 22/01/2014. CARVALHO, R. S. Campanha de Sensibilização Pedra Menina 12 de Outubro de 2011. Senhora dos Remédios: [s.n.], 2011. Não paginado. COUTO, E. A.; CANDIDO, J. F. Incêndios Florestais. Viçosa: Imprensa Universitária, 1992. 101p. EMBRAPA. Mapas de vegetação atual do Brasil pelo satélite europeu Spot IV. 2014. Disponível em: <www.cobveget.cnpm.embrapa,br/resulta/mapa/v.sudeste.jpg>. Acesso em 22/01/2014. GOOGLE. Google Earth. Disponível em: <http://www.google.com/earth/>. Acesso em 11/11/2014. IBAMA. Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Roteiro metodológico para a elaboração de plano operativo de prevenção e combate aos incêndios florestais / Prevfogo. Brasília: IBAMA, 2009. 43 p.
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43
ANEXO
44
ANEXO A - Relatório de ocorrência de incêndios (ROI)
Fonte: Adaptado de IBAMA (2009).