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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS GERAIS CÂMPUS BARBACENA ESPECIALIZAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO DE ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS IZABELA ARAÚJO SILVA DETERMINAÇÃO DOS RISCOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS COMO SUBSÍDIO PARA CRIAÇÃO DO MONUMENTO NATURAL DA PEDRA MENINA EM SENHORA DOS REMÉDIOS - MG BARBACENA MINAS GERAIS - BRASIL 2015

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E ... Incêndios Florestais, FMA, Pedra Menina. iv Specialization in Planning and Management of Protected Natural Areas DETERMINATION OF FOREST

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS GERAIS – CÂMPUS BARBACENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO DE ÁREAS

NATURAIS PROTEGIDAS

IZABELA ARAÚJO SILVA

DETERMINAÇÃO DOS RISCOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS COMO SUBSÍDIO PARA CRIAÇÃO DO MONUMENTO NATURAL DA PEDRA

MENINA EM SENHORA DOS REMÉDIOS - MG

BARBACENA MINAS GERAIS - BRASIL

2015

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IZABELA ARAÚJO SILVA

DETERMINAÇÃO DOS RISCOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS COMO SUBSÍDIO PARA CRIAÇÃO DO MONUMENTO NATURAL DA PEDRA

MENINA EM SENHORA DOS REMÉDIOS - MG

Trabalho de Conclusão apresentado ao Câmpus

Barbacena, do Instituto Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como parte

das exigências do curso de Pós-graduação Lato

Sensu em “Planejamento e Gestão de Áreas Naturais

Protegidas”, para a obtenção do título de Especialista.

Orientador: RICARDO TAYAROL MARQUES

BARBACENA MINAS GERAIS - BRASIL

2015

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Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Norma Dionéia Salgado Araújo CRB 1428

S586d SILVA, Izabela Araújo. Determinação dos riscos de incêndios florestais como subsídio para criação do Monumento Natural da Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG. Barbacena/MG: [s.e.], 2015. 44 p. 1. Meio Ambiente. 2. Incêndios Florestais. 3. FMA. 4. Pedra Menina 4. TCC. I. Titulo.

CDD – 581.5

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IZABELA ARAÚJO SILVA

DETERMINAÇÃO DOS RISCOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS COMO SUBSÍDIO PARA CRIAÇÃO DO MONUMENTO NATURAL DA PEDRA

MENINA EM SENHORA DOS REMÉDIOS - MG

Trabalho de Conclusão apresentado ao Câmpus

Barbacena, do Instituto Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, como parte

das exigências do curso de Pós-graduação Lato

Sensu em “Planejamento e Gestão de Áreas Naturais

Protegidas”, para a obtenção do título de Especialista.

APROVADA EM: 10/05/2015 ______________________________ ____________________________ Elisângela Aparecida da Silva Kelly de Oliveira Barros

_______________________________ Ricardo Tayarol Marques

Professor Orientador

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Dedico este trabalho aos meus familiares e ao meu orientador Ricardo Tayarol.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por sempre me guiar e me dar força para

seguir o meu caminho.

Aos meus pais José Maria e Léa por terem me apoiado na minha escolha de

estudar para alcançar meus objetivos.

À minha prima Tatiana por sempre me ouvir, me apoiar e ainda me conceder

aquele almoço aos sábados que o dinheiro se fazia curto.

Aos amigos que fiz ao longo desse um ano de curso, em especial Dhiego,

Maria Eduarda, Rejane, Mayra, Maraísa e Pedro, agradeço pelas boas conversas que

me davam ânimo e alegria.

À minha amiga Karol, que retirou um tempo do seu dia para me ajudar a coletar

pontos na Pedra Menina.

A todos meus familiares e amigos de Barbacena e de Senhora dos Remédios,

em especial á minha Tia Lúcia que me acolheu em sua casa como sua filha. Também

aos familiares do meu namorado Renan, que sempre me apoiaram e me acolheram.

Ao meu querido Renan que sempre entendeu as minhas ausências nos finais

de semana. Obrigada pelo carinho e companheirismo.

Às professoras Elisângela e Kelly pelas contribuições e sugestões para

melhora deste trabalho e participação na banca de defesa deste trabalho.

E, finalmente, ao meu orientador professor Ricardo Tayarol, que sempre foi

como um pai, um irmão, um amigo. Apoiou-me nas horas difíceis, se fez presente nas

horas de alegria, e nunca me negou um dia de ajuda pra finalizar este trabalho. Sem

você, este trabalho não seria o mesmo, só tenho a agradecer, conte com meu apoio e

meu carinho sempre.

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Especialização em Planejamento e Gestão de Áreas Naturais Protegidas

DETERMINAÇÃO DOS RISCOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS COMO SUBSÍDIO

PARA CRIAÇÃO DO MONUMENTO NATURAL DA PEDRA MENINA EM SENHORA DOS REMÉDIOS - MG

RESUMO

Izabela Araújo Silva

Abril, 2015

Orientador: Ricardo Tayarol Marques As unidades de conservação são ferramentas importantes para proteção dos recursos naturais. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação têm diversos tipos de unidades de conservação que são administradas pelo poder publico (federal, estadual e municipal) e por particulares. Muitas destas unidades são afetadas pelo fogo através da ocorrência dos incêndios florestais que causam grandes danos nos recursos naturais. Esta pesquisa realizou levantamento dos riscos de ocorrência de incêndios florestais como subsídio para criação de uma unidade de conservação de proteção integral com administração municipal que é o Monumento Natural da Pedra Menina. Pela análise dos dados climáticos do período de 2009 a 2012 calculou-se o índice de perigo de incêndios pela Fórmula de Monte Alegre (FMA). O período crítico que é de maio a setembro, sendo as principais causas dos incêndios florestais as fogueiras acesas por visitantes, fogos de artifícios, velas para fins religiosos e queimas para limpeza. Foi elaborado um mapa de risco da ocorrência dos incêndios e levantadas as áreas críticas que serviram de subsídio para as propostas de um plano de prevenção dos incêndios florestais no Monumento Natural da Pedra Menina.

Palavras-chave: Incêndios Florestais, FMA, Pedra Menina.

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Specialization in Planning and Management of Protected Natural Areas

DETERMINATION OF FOREST FIRE RISK AS SUBSIDY FOR CREATING

MONUMENT OF NATURAL PEDRA MENINA OF SENHORA DOS REMÉDIOS - MG

ABSTRACT

Izabela Araújo Silva

April, 2015 Adviser: Ricardo Tayarol Marques Protected areas are important tools to protect natural resources. The National System of Conservation Units have various types of protected areas that are managed by the public power (federal, state and municipal) and by individuals. Many of these units are affected by fire through the occurrence of forest fires that cause major damage to natural resources. This research conducted survey of occurrence of forest fire hazards as input for creating a fully protected conservation area with municipal management is the Natural Monument Pedra Menina. The analysis of climate data from 2009 to 2012 calculated the fire danger index by Formula Monte Alegre (FMA). The critical period is from may to september, the main causes of forest fires the fires lit by visitors, fireworks, candles for religious purposes and burns for cleaning. It prepared a risk map of the occurrence of fires and raised the critical areas that served as a subsidy to the proposals for a plan to prevent forest fires in the Natural Monument Pedra Menina. Keywords: Forest Fire, FMA, Pedra Menina.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Página

1 O triângulo do fogo .............................................................................. 7

2 Placa de divulgação do grau de risco de incêndio utilizada por uma empresa do setor florestal ........................................................................... 9

3 Fluxograma de entradas (informações básicas na parte de cima) e

saídas (medidas e ações na parte de baixo) de um plano de proteção contra incêndios florestais .................................................... 11

4 Vista da Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG .................. 13

5 Localização do município de Senhora dos Remédios – MG ............... 14

6 Localização da Pedra Menina e da sede do município de Senhora dos Remédios – MG ............................................................................ 15

7 Precipitação média (mm) ocorrida em Barbacena – MG no

período de 2009 a 2012 ...................................................................... 18

8 Índices de perigo de incêndios mensais, para região de Barbacena – MG, calculados pela FMA no período de 2009 a 2015 ........................ 22

9 Gruta com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e restos de rojão

encontrados na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG ...... 23

10 Vista do capim-gordura rebrotando sobre a palhada antiga e da vegetação intacta após o período seco na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG ............................................................. 24

11 Restos de fogueiras utilizadas por pessoas que visitaram o local,

encontradas na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG ...... 24

12 Área do polígono onde foi avaliado o risco para ocorrência de incêndios florestais na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG ....................................................................................................... 25

13 Fragmento florestal com a presença de bovinos na Pedra

Menina em Senhora dos Remédios – MG .......................................... 26

14 Vista de áreas com pastagem de braquiária e locais de afloramento rochoso com presença de capim-gordura na área da Pedra Menina ................................................................................................. 27

15 Vértice A da área de estudo e foto do fragmento florestal existente ... 28

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Página

16 Vértice B da área de estudo e foto do paredão de pedra com e alta declividade e vegetação de capim-gordura e arbustos existente no local ..................................................................................................... 28

17 Área de pastagem e residência rural com cultura anual dividindo

espaço com o vértice B do polígono da Pedra Menina ....................... 29

18 Vértice C da área de estudo e foto do paredão da Pedra Menina com manchas isoladas de capim-gordura crescendo no local ............ 30

19 Queima para limpeza de área agrícola nas proximidades da Pedra

Menina ................................................................................................. 30

20 Vértice D da área de estudo e plantio de milho realizado neste vértice .................................................................................................. 31

21 Vértice E da área de estudo e do fragmento florestal existente no

local ..................................................................................................... 32

22 Mapa da área de estudo na Pedra Menina com o uso do solo e os locais de risco de ocorrência de incêndios florestais .......................... 34

23 Ações educativas para prevenção de incêndios florestais na Pedra

Menina em 12 de outubro de 2011 ...................................................... 36

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LISTA DE TABELAS

Página

1 Causas dos incêndios florestais ocorridos no Brasil no período de

1998 a 2002 ............................................................................................ 5

2 Distribuição das ocorrências de incêndios florestais e respectivas áreas queimadas em áreas protegidas, no Brasil, ocorridos mensalmente no período de 1988 a 2002 .............................................. 6

3 Restrições ao somatório da Fórmula de Monte Alegre (FMA), de

acordo com a precipitação do dia ........................................................... 16

4 Escala de perigo da Fórmula de Monte Alegre (FMA) ........................... 17

5 Dados climatológicos [Precipitação em mm, dias de chuva (nº) e Umidade relativa (%)] coletados no período de 2009 a 2012, na estação meteorológica de Barbacena – MG .......................................... 19

6 Grau de perigo de incêndios florestais para a região de Barbacena –

MG calculado pela FMA no período de 2009 a 2012, apresentado em dias e percentagem de dias por mês do ano ......................................... 20

7 Quadro de risco da ocorrência de incêndios florestais na Pedra

Menina em Senhora dos Remédios – MG ............................................. 33

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BO Boletim de Ocorrência EMATER – MG Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de

Minas Gerais EPI Equipamento de Proteção Individual FMA Fórmula de Monte Alegre GPS Global Positioning System IEF – MG Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais IMA Instituto Mineiro de Agropecuária INMET Instituto Nacional de Meteorologia PMSR Prefeitura Municipal de Senhora dos Remédios ROI Relatório de Ocorrência de Incêndios SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação

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SUMÁRIO

Página

RESUMO ........................................................................................................... iii ABSTRACT ....................................................................................................... iv LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................ v LISTA DE TABELAS .......................................................................................... vii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................. viii 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1 2. OBJETIVOS ................................................................................................... 3

3. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 4 3.1. Incêndios florestais ..................................................................................... 4 3.2. Áreas protegidas e unidades de conservação ........................................... 12 4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 14 4.1. Área de estudo ........................................................................................... 14 4.2. Determinação dos riscos de incêndios florestais ....................................... 16 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 18 5.1. Condições meteorológicas ......................................................................... 18 5.2. Índice de perigo de incêndio ...................................................................... 20 5.3. Causas e ocorrências de incêndios florestais ............................................ 23 5.4. Riscos da ocorrência de incêndios florestais ............................................. 25 5.5. Mapa de risco de incêndios florestais na Pedra Menina ............................ 32 5.6. Plano de prevenção e combate aos incêndios florestais ........................... 35 6. CONCLUSÕES ............................................................................................. 39 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 40 ANEXO .............................................................................................................. 43

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1. INTRODUÇÃO

As atividades humanas são altamente impactantes ao meio ambiente, com a

evolução do seu conhecimento e o crescimento da população esta capacidade de

degradar os recursos naturais tem aumentado e causa grande degradação ambiental,

como: os incêndios florestais, os desmatamentos, a exaustão dos recursos naturais, a

poluição do ar e dos recursos hídricos.

Para Ribeiro (2004) os agentes causadores de danos ao meio ambiente

apresentam diferenças significativas entre países, ou até mesmo entre regiões, e podem

ser representados, principalmente, pelas intempéries climáticas, pelas doenças, pelas

pragas e pelas atividades antrópicas. Dentre as atividades humanas, um dos maiores

agente causadores de danos tem sido atribuído ao uso irresponsável do fogo.

Nas florestas e demais formas de vegetação o fogo causa redução na cobertura

vegetal nativa original. Esta degradação ambiental obriga o poder público a criar

mecanismos de proteção e preservação da cobertura vegetal remanescente (leis,

decretos, normas, portarias etc.).

Atualmente, os fragmentos de vegetação nativa remanescente estão situados em:

locais de difícil acesso; locais de topografia acidentada; áreas resguardadas pela

legislação ambiental (reserva legal e preservação permanente) e nas unidades de

conservação (federais, estaduais, municipais e particulares). Contudo, mesmo que estas

áreas estejam situadas em locais de difícil acesso ou protegidas de alguma forma

(legislação ou unidades de conservação), elas convivem com a constante ameaça dos

incêndios florestais, que podem danificar e alterar a vegetação nativa original. Estes

incêndios podem ter sua origem por fatores naturais ou antrópicos (causados por

atividades humanas), o que ocorre na maioria dos casos, causando grandes danos para

o ambiente natural (SOARES e BATISTA, 2007).

Para Soares e Santos (2002) o fogo é a maior calamidade dentre os agentes que

afetam os recursos florestais, pois as florestas e demais formas de vegetação estão

constantemente expostas à ocorrência de incêndios de diferentes intensidades. Tal

situação tem sido agravada devido ao aumento da população, ao acúmulo de material

combustível e à ocorrência, cada vez maior, de causas humanas, principalmente

incendiários.

Vários locais protegidos (públicos ou privados) não possuem estrutura eficiente de

prevenção e combate aos incêndios florestais, permitindo que os mesmos causem danos

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nestas áreas. Portanto existe a lacuna nos estudos sobre os riscos e a prevenção de

incêndios florestais em áreas protegidas, geridas pelo poder público municipal ou por

particulares, que nem por isto deixam de apresentar importância para o sistema de

conservação de ambientes naturais.

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2. OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho foi determinar os riscos da ocorrência de

incêndios florestais para subsidiar a criação do monumento natural da Pedra Menina

em Senhora dos Remédios - MG.

Os objetivos secundários deste projeto são:

1) Detectar os principais riscos de ocorrência de incêndios florestais na

área estudada;

2) Montar um mapa de risco da ocorrência de incêndios florestais na área

estudada;

3) Elaborar e propor um plano de prevenção e combate de incêndios

florestais para a área estudada.

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3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. Incêndios florestais

Há séculos o fogo acompanha o homem e a partir daí registrou-se a história e o

desenvolvimento da humanidade. Ao adquirir o controle sobre o fogo, os ancestrais da

espécie humana atual começaram a marcar profundamente a história da vida na Terra.

Com o domínio do fogo alcançaram novos espaços, alteraram ecossistemas, e

sofreram suas consequências, decorrentes de suas próprias atividades (SILVA, 1998).

Os incêndios florestais são os fogos sem controle que ocorrem sobre qualquer

forma de vegetação podendo ser originados por formas naturais ou pela ação do

homem. Estes incêndios geram prejuízos econômicos (florestas plantadas, pastagens,

culturas agrícolas etc.) e ambientais (vegetação nativa, fauna, solo, recursos hídricos

etc.) (SOARES; BATISTA, 2007).

Para Soares et al. (2008), o fogo é a maior fonte de danos às florestas de todo

mundo, exceto em algumas áreas tropicais chuvosas. Além de queimar e destruir

florestas e outras formas de vegetação, os incêndios podem também afetar

negativamente outros elementos do ecossistema como solo, fauna silvestre e ar

atmosférico. Em muitos países a situação tem se agravado devido ao aumento da

população, acúmulo de material combustível e incêndios de causas humanas

(SOARES, 2009), o que tem se tornado fator crítico para os técnicos que atuam no

setor florestal e ambiental (NUNES, 2009).

A ocorrência do fogo depende de alguns fatores que permitirão o início da

reação da combustão, e a sua continuação dependerá, principalmente, da energia

potencial armazenada no material combustível e do comportamento do fogo

comandada pelas características do material combustível, pelo relevo e pelas

condições meteorológicas (RIBEIRO; SOARES, 1998).

Para Ribeiro (2004) o risco de fogo ao ambiente, que pode ser traduzido como

a vulnerabilidade da vegetação, viva ou morta, pode ser estimado conforme a teoria

de riscos, a qual se baseia em dados históricos de ocorrências para determinada

região. Assim sendo, a prevenção de qualquer sinistro torna-se uma tarefa tão mais

segura quanto mais precisa forem as informações armazenadas no banco de dados.

Na preservação do meio ambiente dos efeitos nocivos dos fogos incontrolados,

são essenciais políticas protecionistas adequadas às características de cada região.

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Para estabelecer essas políticas de controle e prevenção, faz-se necessário conhecer

quando e porque ocorrem os incêndios, ou seja, o perfil dos incêndios florestais

(SANTOS et al., 2006). Entre as atividades humanas que mais causaram os incêndios

florestais no Brasil entre 1998 e 2002, segundo Soares e Batista (2007) são,

respectivamente: os incendiários; as queimas para limpeza; diversos; os fumantes; as

operações florestais; as estradas de ferro; os fogos de recreação (Tabela 1).

No Brasil, as causas de incêndios em Unidades de Conservação têm sido

principalmente devido ao uso incorreto do fogo para renovação de pastagens e

limpeza de restos de cultura nas propriedades vizinhas (MEDEIROS, 2002 apud

PEREIRA et al., 2004).

Tabela 1. Causas dos incêndios florestais ocorridos no Brasil no período de

1998 a 2002

Causas 1998 a 2002

Número %

Diversos 730 11,0

Estradas de Ferro 7 0,1

Fogos de Recreação 9 0,3

Fumantes 109 1,7

Incendiários 4.579 69,2

Operações Florestais 205 3,1

Queimas para Limpeza 870 13,1

Raios 103 1,5

TOTAL 6.622 100,0

Fonte: Adaptado de Soares (2009).

Conhecer a distribuição da ocorrência dos incêndios florestais nos meses do

ano é informação importante no planejamento da prevenção, pois indica as épocas de

maior risco de fogo. Este fator pode variar bastante entre regiões, especialmente em

países com grandes variações climáticas. Estudos apresentados na Tabela 2 mostram

que no Brasil, a estação de incêndios florestais inicia-se em junho/julho e termina em

outubro/novembro. Praticamente não ocorrem diferenças entre as regiões do país,

apenas no norte do Espírito Santo e sul da Bahia há ocorrências mais significativas

entre os meses de janeiro e março (SOARES; BATISTA, 2007).

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Tabela 2. Distribuição das ocorrências de incêndios florestais e respectivas áreas queimadas em áreas protegidas, no Brasil, ocorridos mensalmente no

período de 1988 a 2002

Mês 1982 a 2002

Ocorrências (%)

Área queimada (ha)

Janeiro 4,5 1,3

Fevereiro 6,9 1,6

Março 3,6 0,8

Abril 4,7 0,9

Maio 6,0 1,2

Junho 9,8 2,3

Julho 13,9 5,9

Agosto 21,8 28,3

Setembro 11,5 17,4

Outubro 11,9 36,9

Novembro 2,3 1,5

Dezembro 3,1 1,9

Fonte: Adaptado de Soares et al. (2005).

Observando a Tabela 1, as principais causas dos incêndios florestais ocorridos

no Brasil no período estudado foram os incendiários e as queimas para limpeza

totalizando 82,2 % das causas dos incêndios ocorridos no período estudado. O que

pela legislação florestal são atividades ilegais, contradizendo a lei federal de nº

12.651/15 no que trata no seu Capítulo IX da proibição do uso do fogo e do controle

dos incêndios com o seguinte texto:

Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações: I - em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento e controle; II - emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo; III - atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos competentes e realizada por instituição de pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental competente do Sisnama (BRASIL, 2012).

Grande parte das áreas com vegetação nativa remanescente está vulnerável a

ação do fogo. Nos parques abertos a visitação do estado de Minas Gerais, o fogo é

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motivo de preocupação. Tal fato é revelado no estudo realizado nas unidades de

conservação do estado de Minas Gerais por Bontempo (2006), que por entrevista, foi

solicitado ao gerente da unidade de conservação para classificar qual é o principal

desafio encontrado no seu dia-a-dia como gerente de unidade de conservação. Os

resultados encontrados em ordem decrescente foram os seguintes: Incêndios

Florestais; Recursos Humanos; Recursos financeiros; Regulamentação Fundiária,

Relação com Entorno; Comportamento dos Visitantes; Extração Vegetal e Caça.

Devido aos danos causados pelos incêndios florestais serem de grande

impacto, torna-se importante conhecer as principais causas dos incêndios, os locais e

os períodos onde eles ocorrem com maior frequência, que assim seja feito um

trabalho objetivo de prevenção. A montagem de um sistema eficiente de combate a

incêndios é relativamente cara e não se pode mantê-lo operando integralmente

durante o ano (SOARES; BATISTA, 2007).

Uma das primeiras medidas para a prevenção e combate dos incêndios

florestais é conhecer os processos de combustão da madeira que pode ser

generalizada para todo material vegetal combustível, que envolve três elementos

básicos: combustível, oxigênio e calor. Em qualquer incêndio florestal é necessário

haver combustível para queimar, oxigênio para manter as chamas e calor para iniciar

e manter o processo de queima. Essa relação entre os elementos básicos da

combustão é conhecida como triângulo do fogo, apresentado na Figura 1 (SOARES;

BATISTA, 2007).

Figura 1. O triângulo do fogo. Fonte: Adaptado de ICMBIO (2010).

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O estudo do triângulo do fogo é importante porque, quando retiramos qualquer

um dos três elementos do triângulo (calor, ar ou combustível), inviabilizamos o

processo de combustão e, consequentemente, apagamos o fogo (RIBEIRO;

FERREIRA, 2009).

Entre as medidas preventivas existentes no combate aos incêndios florestais, a

utilização de um índice de perigo confiável é fator fundamental para um planejamento

mais eficiente das medidas de prevenção e para adoção de ações rápidas e efetivas

nas atividades de combate, visando à redução das perdas, com a diminuição das

áreas queimadas e os prejuízos financeiros e ambientais advindos da ocorrência de

eventos catastróficos (NUNES, 2009).

Para Soares (1972), os índices de perigo de incêndios florestais são números

que refletem a possibilidade da ocorrência de um incêndio, a facilidade da sua

propagação, com base nas condições atmosféricas do dia ou de uma sequência de

dias.

Podem-se distinguir dois tipos de fatores determinantes do grau de perigo de

incêndios florestais: os de caráter permanente (que são o material combustível, tipo

de floresta) e os fatores variáveis (que são as condições meteorológicas). Ressalta-se

que os fatores permanentes não são apropriados para determinação do grau de

perigo de ocorrência de incêndios pois, a curto prazo, não variam. Sempre há a

possibilidade de produzir um incêndio numa floresta levando-se me consideração

apenas os fatores de caráter permanente. Já os fatores variáveis apresentam base

sólida para a determinação do grau do perigo de ocorrência de incêndios devido a

grande variação a curto espaço de tempo (SOARES; BATISTA, 2007; NUNES, 2009).

Segundo Couto e Cândido (1992), os principais índices de perigo de incêndio

que foram e são utilizados pelas empresas ou instituições florestais na prevenção de

incêndios florestais no país são os seguintes: Índice de Angstron (desenvolvido na

Suécia), Índice de Nesterov (desenvolvido na Rússia), Índice de Telistsyn

(desenvolvido na Rússia) e a Fórmula de Monte Alegre (desenvolvida no Brasil).

A Fórmula de Monte Alegre (FMA) foi desenvolvida através de dados da região

central do estado do Paraná e tem sido usada desde então por várias empresas e

instituições florestais brasileiras para estimar o grau de perigo de incêndio e ajudar no

planejamento das atividades de prevenção e combate. Ela é estruturalmente muito

simples, requer apenas duas variáveis meteorológicas, umidade relativa do ar de

forma direta e a precipitação de forma indireta (SOARES, 1998). Esta fórmula tem se

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9

mostrado como um índice robusto e eficiente na avaliação do perigo de incêndios em

várias regiões do Brasil e em outros países da América Latina (SOARES; BATISTA,

2007).

Com a obtenção do grau de risco de incêndios florestais, uma tarefa importante

é a divulgação dos índices de incêndios, que é feito pela colocação de placas de

advertência, sendo estas placas um equipamento internacionalmente utilizado como

parte da prevenção dos incêndios, principalmente em indústrias que mantém seu

suprimento de base em plantações florestais (MELO, 2009). A Figura 2 apresenta um

exemplo de placa de advertência do grau de risco de incêndios florestais.

Figura 2. Placa de divulgação do grau de risco de incêndio utilizada por uma empresa do setor florestal.

Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2005).

A proteção de uma área florestal contra o fogo começa com a prevenção. A

melhor maneira de combater um incêndio é evitar que ele ocorra. Considerando que a

maioria dos incêndios inicia-se por causas humanas, eles são, em sua maioria,

teoricamente evitáveis (SOARES; BATISTA, 2007). A base para a prevenção é a

análise dos registros dos fogos para determinar a causas dos incêndios florestais, o

local onde são mais frequentes e os períodos do ano em que são mais prováveis de

acontecerem (COUTO; CANDIDO, 1992).

Entre as atividades de prevenção do início do fogo e da sua propagação

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10

podemos citar a educação e orientação da população (visitantes, comunidades e

proprietários rurais), vigilância da área (fixa e móvel), aplicação da legislação florestal,

construção e manutenção de aceiros, redução do material combustível, construção de

açudes e silvicultura preventiva. São de extrema importância para reduzir o risco de

ocorrência de fogo em áreas protegidas e áreas de plantio florestal (SOARES;

BATISTA, 2007; IBAMA, 2009; RIBEIRO; FERREIRA, 2009).

Para Soares e Batista (2007), a prevenção é a primeira linha de defesa contra

os incêndios florestais. Se a ocorrência dos incêndios pudesse ser totalmente

prevenida, todos os danos produzidos pelo fogo, além dos custos de combate, seriam

evitados. Afinal, um incêndio prevenido não precisa ser combatido e não causa

nenhum dano. Entretanto, mesmo quando adotadas as melhores técnicas de

prevenção, alguns incêndios fatalmente ocorrerão, necessitando de uma rápida e

decidida ação de combate.

A operação de combate ou supressão de incêndios florestais envolve as

seguintes etapas, segundo Soares e Batista, 2007; Ribeiro e Ferreira, 2009; ICMBIO,

2010:

Detecção: é o tempo decorrido entre o início do fogo e o momento que ele é

visto;

Comunicação: é o tempo decorrido entre a detecção do fogo e sua

comunicação ao responsável pelo combate;

Mobilização: é o tempo gasto entre o recebimento da informação da existência

do fogo e a saída da equipe de combate;

Deslocamento: é o tempo decorrido da saída para o combate e a chegada ao

local do fogo;

Planejamento do combate: tempo gasto para avaliação e planejamento do

combate ao fogo;

Combate ao incêndio: tempo consumido na operação de supressão ou

eliminação do fogo.

Para realização das atividades de combate aos incêndios florestais, a estrutura

de combate deve estar organizada para pode agir imediatamente em caso de alarme

de incêndio. Para que isto ocorra deve existir uma equipe organizada (Brigada de

Incêndio Florestal) que deve estar treinada nesta atividade e seguir uma organização

onde existe apenas um responsável pelo comando (líder da brigada) e todos devem

obedecer a ele. O líder da brigada deve conhecer bem a área e também os métodos

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11

de combate, assumindo a responsabilidade pelas decisões (RIBEIRO; FERREIRA,

2009).

Para realizar estas atividades de maneira eficiente, a equipe de combate aos

incêndios florestais deve possuir o material de combate a incêndio florestal (conjunto

de equipamentos, de ferramentas e de veículos) apropriadas para essa finalidade,

tendo uso exclusivo para esse fim. A estratégia e a eficiência do combate dependem

do tipo, da quantidade e da qualidade das ferramentas e dos equipamentos utilizados,

assim como do condicionamento físico, da habilidade e do uso adequado desses

materiais (ICMBIO, 2010).

Com base em todas as informações existentes sobre o perfil dos incêndios na

área a ser protegida e nos recursos (humanos e materiais) disponíveis deve-se

elaborar um plano de proteção onde são descritas todas as mediadas e ações

necessárias para reduzir o risco de danos pelo fogo às florestas da região. Neste

plano devem ser recomendadas as medidas de prevenção para reduzir o número de

incêndios, assim como a estrutura para o combate dos incêndios e a montagem de

um banco de dados com as ocorrências de incêndio na área. A Figura 3, apresenta

um fluxograma de um plano de proteção contra incêndios florestais (SOARES;

BATISTA, 2007).

.

Figura 3. Fluxograma de entradas (informações básicas na parte de cima) e saídas (medidas e ações na parte de baixo) de um plano de

proteção contra incêndios florestais. Fonte: Soares e Batista (2007).

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3.2. Áreas protegidas e unidades de conservação

O estabelecimento de espaços especialmente protegidos é uma das

ferramentas mais utilizadas atualmente para a conservação da natureza. Trata-se de

separar algumas porções do território e limitar o uso da terra e dos recursos naturais.

Sendo uma estratégia importante e necessária diante da ocupação desenfreada da

terra e do uso predatório dos recursos naturais (BENSUSAN, 2006).

Atualmente a ocupação humana, principalmente no uso agrícola (agricultura,

pecuária, florestamentos, etc.) tem reduzido as áreas com vegetação nativa. observar-

se a existência de poucos fragmentos florestais nativos, que geralmente se localizam

em áreas protegidas (unidades de conservação, áreas de reserva legal e áreas de

preservação permanente) ou em locais com restrições naturais como: topografia

elevada, afloramentos rochosos, solo alagado etc. (EMBRAPA, 2014).

Pela Constituição Federal de 1988 todo cidadão brasileiro passou a ter direito a

um ambiente preservado e protegido para usufruto das gerações presentes e futuras

(BRASIL, 1988). Ficando assim obrigado o poder público de definir as áreas

protegidas que devem existir no território brasileiro. Assim, as principais áreas

protegidas existentes nas propriedades rurais brasileiras são as já descritas na versão

revogada do Código Florestal Brasileiro, e ratificadas pela versão mais atual que é a

Lei Federal n° 12.651, de 25 de maio de 2012, sendo as áreas de Reserva Legal e as

de Áreas de Preservação Permanente (BRASIL, 2012).

Existindo também as unidades de conservação, que segundo o Sistema

Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (BRASIL, 2011), são divididas em:

a) Unidades de Proteção Integral, cujo objetivo básico é preservar a

natureza, permitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais,

composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação:

Estação Ecológica; Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento

Natural; Refugio de Vida Silvestre.

b) Unidades de Uso Sustentável, cujo objetivo é compatibilizar a

conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos recursos

naturais, constituída pelas seguintes categorias de unidade de

conservação: Área de Proteção Ambiental; Área de Relevante Interesse

Ecológico; Floresta Nacional; Reserva Extrativista; Reserva de Fauna;

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Reserva de Desenvolvimento Sustentável; Reserva Particular do

Patrimônio Natural.

Entre as unidades de conservação de proteção integral pode-se citar o

Monumento Natural, que tem como objetivo básico preservar os sítios naturais raros,

singulares ou de grande beleza cênica. O monumento natural pode ser constituído por

áreas particulares desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com

a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários, sendo que a

visitação pública da unidade está sujeita às condições e restrições estabelecidas no

Plano de Manejo da unidade e as normas estabelecidas pelo órgão responsável por

sua administração e àquelas previstas em regulamento (BRASIL, 2011).

Existem, em nosso país vários locais que atendem aos atributos para serem

decretados como monumentos naturais, como é o caso da Pedra Menina que esta

localizada no município de Senhora dos Remédios – MG, nas proximidades da

localidade do Palmital dos Carvalhos. Pedra Menina é uma belíssima formação

rochosa, de grande dimensão, formando na maior parte de sua extremidade um

enorme paredão, utilizada para atividades turísticas e práticas de atividades

esportivas como o rapel (PMSR, 2014). A foto da Pedra Menina é apresentada na

Figura 4.

Figura 4. Vista da Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG. Fonte: PMSR (2014).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Área de estudo

Este trabalho foi realizado no município de Senhora dos Remédios, situado na

região do Campo das Vertentes no estado de Minas Gerais. O município possui área de

237,815 km², população de 10.196 habitantes (censo de 2010), desta população 5.152

habitantes são homens e 5.044 são mulheres. Esta população é, na maioria, residente na

zona rural 6.766 habitantes (66,36%) e 3.430 habitantes (33,64%) residentes na zona

urbana do município. As atividades agropecuárias são as principais fontes econômicas

do município, destacando-se a pecuária leiteira e os cultivos de arroz, banana, café,

cana-de-açúcar, feijão e milho. Existindo a atividade de silvicultura de Eucalipto para

produção de carvão vegetal (IBGE, 2010). A Figura 5 apresenta a localização do

município de Senhora dos Remédios.

Figura 5. Localização do município de Senhora dos Remédios – MG. Fonte: Kelly de Oliveira Barros (2014).

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O clima ocorrente na região é o Cwa, caracterizado por temperaturas moderadas

com verão quente e chuvoso, sendo a média da temperatura mais fria inferior a 20°C,

segundo a classificação de Köppen (JACON et al., 2011). Segundo a classificação

brasileira de vegetação do IBGE (2012), a formação florestal que caracteriza a região é a

Floresta Estacional Semidecidual Submontana. Esta formação ocorre frequentemente

nas encostas interioranas das Serras da Mantiqueira e dos Órgãos. Distribuindo-se

desde o Espírito Santo, sul da Bahia até o Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, norte

e sudoeste do Paraná, sul de Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, Mato Grosso e

Rondônia. Na forma disjunta, pode ocorrer, ainda, entremeada a formações savânicas

especialmente na Região Centro-Oeste.

O local de estudo foi a Pedra Menina, que é um pico, situado a uma distância de

9,8 km da sede do município por estradas de terra na comunidade do Peão (Figura 6),

próxima ao distrito de Palmital dos Carvalhos, que é um dos principais pontos turísticos

de Senhora dos Remédios (PMSR, 2014).

Figura 6. Localização da Pedra Menina e da sede do município de Senhora dos Remédios – MG.

Fonte: Adaptado de Google (2014).

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4.2. Determinação dos riscos de incêndios florestais

Para avaliação dos riscos de ocorrência dos incêndios florestais foi utilizada a

seguinte metodologia:

a) Fórmula de Monte Alegre (FMA): dados meteorológicos da região foram

coletados diariamente na estação meteorológica de Barbacena que faz parte

da rede do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e está localizada na

sede regional do Ministério da Agricultura. Foi levantado o período crítico de

ocorrência de incêndios florestais utilizando a Fórmula de Monte Alegre (FMA),

mostrada por Soares e Batista (2007) e Nunes (2009), para determinar os

índices de perigo de incêndios, sendo os seus índices calculados pela seguinte

equação a seguinte:

n FMA = ∑ (100 / Hi) i = 1

Onde: FMA = Fórmula de Monte Alegre; H = umidade relativa do ar (%) medida às 13:00 hs; n = número de dias sem chuva maior ou igual a 13 mm.

Por ser cumulativo no que se refere à umidade relativa, o índice está sujeito a

restrições de precipitação, apresentado na Tabela 3.

Tabela 3. Restrições ao somatório da Fórmula de Monte Alegre (FMA), de acordo com a precipitação do dia

Chuva do Dia (mm)

Modificação do Cálculo

≤ 2,4 Nenhuma

2,5 a 4,9 Abater 30% na FMA calculada na véspera e somar (100 / H) do dia.

5,0 a 9,9 Abater 60% na FMA calculada na véspera e somar (100 / H) do dia.

10,0 a 12,9 Abater 80% na FMA calculada na véspera e somar (100 / H) do dia.

>12,9 Interromper o cálculo (FMA = 0) e recomeçar o cálculo no dia seguinte ou quando a precipitação for ≤ 2,4.

Fonte: Nunes (2009).

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17

A interpretação do grau de perigo estimado pela Fórmula de Monte Alegre é

feita através da escala apresentada na Tabela 4.

Tabela 4. Escala de perigo da Fórmula de Monte Alegre (FMA)

Valor FMA Grau de Perigo

≤ 1,0 Nulo

1,1 a 3,0 Pequeno

3,1 a 8,0 Médio

8,1 a 20,0 Alto

> 20,0 Muito Alto

Fonte: Nunes (2009).

b) Visitas in loco: foram realizadas visitas de campo na Pedra Menina, onde

existe o projeto de criação do monumento natural, realizando-se o

caminhamento das divisas sendo avaliado o material combustível (tipos,

quantidade, continuidade e compactação), a topografia da área (declividade),

as atividades dos confrontantes, levantando-se os riscos de ocorrência e

propagação dos incêndios florestais (RIBEIRO; FERREIRA, 2009). Os pontos

percorridos foram georreferenciados com a utilização de um GPS (Global

Positioning System), modelo Garmim eTrex Summit HC.

c) Pesquisa sobre incêndios registrados: foram realizadas pesquisas nos

órgãos responsáveis (Prefeitura Municipal, Corpo de Bombeiro, Instituto

Estadual de Florestas de Minas Gerais – IEF, Polícia Militar, Empresa de

Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais –

EMATER, Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA etc.) para levantar

registros de ocorrência dos incêndios florestais ocorridos na Pedra Menina.

d) Elaboração de mapas: os mapas de riscos de incêndios florestais foram

confeccionados utilizando o programa GPS TrackMaker Professional,

versão 4.9, produzido pela empresa Geo Studio Tecnologia Ltda.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste trabalho de determinação dos riscos de incêndios florestais como

subsídio para criação do Monumento Natural da Pedra Menina no município de

Senhora dos Remédios – MG, foram encontrados os resultados que serão

apresentados e discutidos nas próximas páginas.

5.1. Condições meteorológicas

Foram avaliados os dados meteorológicos no período de quatro anos (2009 a

2012), coletados diariamente na estação meteorológica de Barbacena que faz parte

da rede do INMET. Foram utilizados estes dados, devido no município de Senhora

dos Remédios não existir uma estação meteorológica que pudesse fornecer

informações necessárias para este trabalho.

a) Precipitação: a precipitação é o principal fator climático que afeta a

ocorrência e propagação dos incêndios florestais, conforme observado no

período estudado uma precipitação média anual de 1.469,7 mm de chuva,

que se concentram principalmente nos período de outubro a março, com

uma tradicional redução no mês de fevereiro (Figura 7). Tendência estas

observadas nos dias com precipitação que no período estudado teve uma

média de 133 dias de chuva durante o ano. Os resultados da precipitação e

dias de chuvas mensais no período estudado são mostrados na Tabela 5.

Figura 7. Precipitação média (mm) ocorrida em Barbacena – MG no período de 2009 a 2012.

Fonte: O Autor.

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Tabela 5. Dados climatológicos [Precipitação em mm, dias de chuva (nº) e Umidade relativa (%)] coletados no período de 2009 a 2012, na estação meteorológica de Barbacena - MG

Mês

2009 2010 2011 2012 Média do Período

Precip. Dias

Chuva UR Precip.

Dias Chuva

UR Precip. Dias

Chuva UR Precip.

Dias Chuva

UR Precip. Dias

Chuva UR

Janeiro 292,7 25 87 273,6 15 76 182,7 14 81 324,6 14 86 268,4 17 83

Fevereiro 244,2 16 83 75,0 10 77 28,1 6 76 51,0 10 84 99,6 11 80

Março 150,0 16 85 277,0 18 87 264,3 24 90 198,1 15 91 222,4 18 88

Abril 49,7 8 89 66,8 5 83 71,7 9 87 43,4 9 92 57,9 8 88

Maio 10,3 4 89 35,7 4 86 8,7 5 90 105,0 10 93 39,9 6 90

Junho 28,7 7 91 2,0 3 85 37,2 6 89 69,3 7 92 34,3 6 89

Julho 13,4 3 85 32,2 8 85 7,2 3 84 2,3 2 94 13,8 4 87

Agosto 13,4 6 82 0,0 0 72 4,6 1 76 14,3 10 91 8,1 4 80

Setembro 98,4 10 80 34,4 4 76 11,6 3 71 26,4 4 72 42,7 5 75

Outubro 246,5 17 87 205,9 13 83 144,2 18 86 81,1 10 72 169,4 15 82

Novembro 145,6 18 78 334,9 20 86 203,3 16 68 161,8 19 88 211,4 18 80

Dezembro 310,0 24 86 342,5 21 82 401,6 26 90 153,3 15 78 301,9 22 84

TOTAL 1.602,9 154 --- 1.680,0 121 --- 1.365,2 131 --- 1.230,6 125 --- 1.469,7 133 ---

Fonte: O Autor.

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b) Umidade relativa do ar: a umidade relativa influencia a ação do fogo,

pois junto com a temperatura é responsável pelo teor de umidade do material

combustível. A umidade relativa é fator importante na propagação do fogo e

quando esta muito baixa dificulta as ações humanas de combate aos incêndios

florestais (RIBEIRO; FERREIRA, 2009). Os dados referentes à umidade

realtiva do ar obtida na estação meteorológica de Barbacena – MG e

apresentado na Tabela 5, sendo que estes dados foram utilizados para o

cálculo dos índices de perigo de incêndios.

5.2. Índice de Perigo de Incêndio

Os índices de perigo de incêndios florestais foram calculados pela Fórmula de

Monte Alegre (FMA) com base nos dados diários de precipitação e umidade relativa

do ar obtida na estação meteorológica de Barbacena – MG. Após o processamento

destes dados, foi calculado o grau de perigo médio do período de 2009 a 2012,

utilizando a FMA, sendo estes resultados apresentados na Tabela 6.

Tabela 6. Grau de perigo de incêndios florestais para a região de Barbacena – MG

calculado pela FMA no período de 2009 a 2012, apresentado em dias e percentagem de dias por mês

Mês Nulo Pequeno Médio Alto Muito Alto

Nº dias % Nº dias % Nº dias % Nº dias % Nº dias %

Janeiro 09 29% 08 26% 11 35% 03 10% 00 0%

Fevereiro 02 7% 04 14% 08 29% 07 25% 07 25%

Março 07 23% 07 23% 10 32% 06 19% 01 3%

Abril 02 7% 03 10% 09 30% 12 40% 04 13%

Maio 02 6% 02 6% 06 19% 06 19% 15 48%

Junho 02 7% 02 7% 05 17% 05 17% 16 53%

Julho 00 0% 00 0% 03 10% 09 29% 19 61%

Agosto 00 0% 00 0% 00 0% 00 0% 31 100%

Setembro 02 7% 02 7% 03 10% 05 17% 18 60%

Outubro 07 23% 07 23% 11 35% 03 10% 03 10%

Novembro 06 20% 11 37% 09 30% 04 13% 00 0%

Dezembro 10 32% 10 32% 09 29% 02 6% 00 0%

TOTAL 49 13% 56 15% 84 24% 62 17% 114 31%

Fonte: O Autor.

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Pelos resultados obtidos, os dias com índice de perigo de incêndios na

categoria Muito Alta, foram o que apresentaram maior ocorrência no período estudado,

representando 31% dos dias do ano, seguidos pelos graus Médio (24%), Alto (17%),

Pequeno (15%) e Nulo (13%). Considerando esta avaliação, observa-se que os graus

de perigo mais elevados (Alto e Muito Alto) correspondem a 176 dias do ano com dias

propícios para ocorrência dos incêndios florestais.

Para a melhor avaliação do período de perigo de fogo, a Figura 8 mostra a

distribuição do grau de perigo durante os meses do ano, considerando o período

estudado (2009 – 2012). Por esta figura podemos observar que o período crítico para

os incêndios florestais seria iniciado no mês de maio seguindo até o mês de setembro,

o que corresponde aos meses de menores precipitações (Figura 7). O mês de

fevereiro também apresenta os graus Alto e Muito Alto, representando 50% dos dias

do mês, geralmente explicado pelo período de estiagem (veranico) que ocorre na

nossa região. Contudo, o perigo de ocorrência de incêndios florestais é minimizado

devido ser o período das chuvas e a vegetação se encontrar verde e com alto índice

de água, dificultando a sua combustão.

Os meses mais críticos para ocorrência de incêndios florestais são os de julho

e agosto onde os graus de perigo Alto e Muito Alto ocorrem em quase a totalidade dos

dias. No mês de agosto, 100% dos dias foram identificados com grau de perigo Muito

Alto, revelando grandes possibilidades da combustão iniciar e a facilidade para a

propagação do incêndio florestal.

O final do mês de maio e início do mês de outubro também são perigosos para

ocorrência dos incêndios florestais, pois no final de abril se inicia o período de seca

(baixa precipitação) e já se tem os dias com os graus de perigo mais elevados. O

mesmo ocorre no início do mês de outubro mês este que começa o período de chuva

(alta precipitação), ocorrendo também dias com os graus de perigo mais elevados.

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0

5

10

15

20

25

30

35

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Dias

Nulo Pequeno Médio Alto Muito Alto

Figura 8. Índices de perigo de incêndios mensais, para região de Barbacena – MG, calculados pela FMA no período de 2009 a 2015.

Fonte: O Autor.

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5.3. Causas e ocorrência de incêndios florestais

Para verificar o histórico de ocorrência de incêndios florestais na Pedra Menina

em Senhora dos Remédios – MG, foi realizada uma consulta ao destacamento da

Polícia Militar de MG que atende ao município, em virtude de não existir Corpo de

Bombeiro na cidade. Foi informada a inexistência de boletim de ocorrência (BO) sobre

fogo ou incêndio florestal na Pedra Menina nos últimos anos. Os demais órgãos

consultados (Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável e EMATER - MG) informaram que não realizam este tipo de ocorrência.

Portanto não existe nenhum relato em documento oficial ou registros de ocorrência

dos incêndios florestais na Pedra Menina.

Segundo o trabalho de Carvalho (2011), a Pedra Menina recebe visitantes do

município de Senhora dos Remédios e da região no dia 12 de outubro (dia de Nossa

Senhora Aparecida, padroeira do Brasil) para rezar numa pequena gruta com a

imagem de Nossa Senhora Aparecida que existe no local, soltar fogos de artifícios

(rojões) e contemplar a paisagem (Figura 9). Porém, outras pessoas vão ao local

nesta data para rolar pedras nos paredões (fazendo o pedido de alguma graça) e ater

fogo no capim-gordura (Melinis minutiflora), sendo isto uma tradição local.

Figura 9. Gruta com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e restos de rojão

encontrado na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG. Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).

Durante as visitas para as avaliações deste estudo não foram encontrados

sinais da ocorrência de incêndio florestal no ano de 2014, pois o capim-gordura

estava verde, rebrotando com a chuva sobre a palhada do capim seco e os arbustos

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existentes no local não estavam com sinais de carbonização ocasionada pela queima

da vegetação (Figura 10).

Figura 10. Vista do capim-gordura rebrotando sobre a palhada antiga e da vegetação

intacta após o período seco na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG. Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).

O local é utilizado por pessoas que vão apreciar a bela paisagem da região e

fazem acampamento, utilizando fogueiras para cozinhar alimentos o que cria o risco

para iniciar um incêndio florestal no local. Durante as visitas à Pedra Menina

encontrou-se restos de fogueiras feitas por pessoas que acamparam no local o que é

apresentado na Figura 11.

Figura 11. Restos de fogueiras utilizadas por pessoas que visitaram o local, encontradas na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG.

Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).

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5.4. Riscos da ocorrência de incêndios florestais

Na área onde está planejada a criação do Monumento Natural da Pedra

Menina, foram realizadas visitas para avaliar o risco de ocorrência de incêndios

florestais. A área em questão foi marcada em um polígono com cinco pontos

abrangendo uma área de 25,2118 ha (Figura 12).

Figura 12. Área do polígono onde foi avaliado o risco para ocorrência de incêndios florestais na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG.

Fonte: O Autor.

Nesta avaliação foram observados os seguintes pontos: combustível existente

(tipo e continuidade), topografia (declividade) e a atividade humana realizada. Sendo

os resultados encontrados apresentados a seguir:

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a) Área interna do polígono estudado

A área interna do polígono possui 25,2118 hectares, onde se encontra a Pedra

Menina. Nesta área foram encontradas várias coberturas vegetais onde destaca-se a

presença de pequenos fragmentos florestais de Floresta Estacional Semidecidual

Submontana com a ocorrência de espécies como: Angico Vermelho (Anadenanthera

macrocarpa (Benth.) Brenam), Aroeirinha (Schinus terebinthifolius Raddi), Embaúba

(Cecropia hololeuca Miq.), Jacaré (Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr.). Estes

fragmentos estão bem antropizados pela existência de trilhas que dão acesso à Pedra

Menina e pelo uso da área para pastoreio de bovinos (Figura 13). Num destes

fragmentos está situada a gruta com a imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Figura 13. Fragmento florestal com a presença de bovinos na Pedra

Menina em Senhora dos Remédios – MG. Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).

Em outras partes da área foi observada a pastagem de braquiária (Brachiaria

spp.) com a presença de bovinos na área. No restante da área da avaliada encontra-

se afloramento de rochas (paredões da Pedra Menina) e vegetação de gramínea

(capim-gordura) com vegetação arbustiva rasteira. Estes locais variam de topografia

plana a altamente inclinada (paredões) que favorecem a propagação do fogo no caso

da ocorrência de um incêndio florestal (Figura 14).

Nesta área entre os principais perigos de ocorrência de incêndios florestais

pode-se citar aquele causado pelas pessoas que visitam o local, onde as velas

acesas para fins religiosos, as fogueiras de acampamentos e o uso de fogos de

artifícios podem dar início ao fogo, que devido à vegetação seca nos períodos de

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estiagem e a alta declividade de certos locais podem levar à ocorrência de incêndio

de grandes proporções.

Figura 14. Vista de áreas com pastagem de braquiária e locais de afloramento

rochoso com presença de capim-gordura na área da Pedra Menina. Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).

b) Vértice A do polígono estudado

O vértice A inicia-se no ponto Pm1 que está localizado numa laje de pedra

onde começa a trilha de acesso para a Pedra Menina e segue em direção ao ponto

Pm2 cortando um pequeno fragmento florestal de Floresta Estacional Semidecidual

Submontana em estágio avançado de desenvolvimento (Figura 15). Este fragmento

faz divisa com áreas de pastagem de braquiária, com a estrada de terra em estado

precário que é usada para chegar à trilha de acesso para a Pedra Menina e com

áreas de pastagem no local existem restos de uma antiga residência (que se encontra

abandonada e em processo avançado de degradação). Na área ocorre a topografia

suave ondulada.

Neste vértice os principais perigos para a ocorrência de incêndios florestais são

as queimadas que podem ocorrer nas pastagens vizinhas e por pessoas a caminho

da Pedra Menina, neste caso fumantes poderiam dar início aos incêndios florestais,

sendo a propagação do fogo numa floresta menor que nas áreas de pastagem e

campo, mas com maior dificuldade para ser combatido, exigindo pessoal mais

qualificado e equipamentos mais sofisticados.

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Figura 15. Vértice A da área de estudo e foto do fragmento florestal existente.

Fonte: Adaptado de Google (2014) e Ricardo Tayarol Marques (2014).

c) Vértice B do polígono estudado

O vértice B inicia-se no ponto Pm2 e segue em direção ao ponto Pm3 em uma

área com alta declividade, existindo um paredão com afloramentos rochosos e

vegetação de capim-gordura (Melinis minutiflora) com presença de pequenos

arbustos, conforme mostrado na Figura 16. Neste vértice, a área da Pedra Menina faz

divisa com propriedades rurais com pastagem de braquiária, com plantios de culturas

anuais (milho), estradas e residências rurais (Figura 17).

Figura 16. Vértice B da área de estudo e foto do paredão de pedra com e alta

declividade e vegetação de capim-gordura e arbustos existentes no local. Fonte: Adaptado de Google (2014) e Ricardo Tayarol Marques (2014).

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Neste vértice, os principais perigos para a ocorrência de incêndios florestais

são as queimadas que podem ocorrer nas pastagens vizinhas, na limpeza para

preparo do solo nas áreas de culturas anuais e a queima de resíduos em residências

rurais. A ocorrência de incêndio neste vértice facilitaria muito a sua propagação e o

seu combate seria extremamente difícil devido à vegetação existente (capim que no

período de estiagem fica muito seco) e topografia extremamente acentuada do

paredão existente neste vértice.

Figura 17. Área de pastagem e residência rural com cultura anual dividindo

espaço com o vértice B do polígono da Pedra Menina. Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).

d) Vértice C do polígono estudado

O vértice C inicia-se no ponto Pm3 e segue em direção ao ponto Pm4 em área

de alta declividade em um paredão de pedra (a própria Pedra Menina) com algumas

manchas de capim-gordura (Melinis minutiflora) em locais onde existe uma pequena

faixa de solo. Neste vértice a área da Pedra Menina faz divisa com propriedades

rurais com áreas de pastagem e pequenos fragmentos florestais nativos. Em áreas

mais distantes do vértice têm áreas com florestas plantadas de eucalipto (Eucayptus

spp.) e cultura anuais (Figura 18).

Neste vértice os principais perigos para a ocorrência de incêndios florestais são

as queimadas que podem ocorrer nas pastagens vizinhas, na limpeza e preparo do

solo para plantio de culturas anuais. Durante uma visita a Pedra Menina foi observada

a realização da queima de restos de cultura na limpeza de área de plantio em uma

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propriedade rural situada a certa distância da Pedra Menina o que é mostrado na

Figura 19, caracterizando o uso desta técnica pelos produtores rurais da região.

Figura 18. Vértice C da área de estudo e foto do paredão da Pedra Menina

com manchas isoladas de capim-gordura crescendo no local. Fonte: Adaptado de Google (2014) e Ricardo Tayarol Marques (2014).

A ocorrência de incêndio neste vértice teria a sua propagação dificultada pelo

vértice ser, na sua grande parte, formado por rocha com a existência de manchas

isoladas de vegetação (capim gordura), mas o combate seria extremamente difícil

devido à declividade elevada do paredão de pedra.

Figura 19. Queima para limpeza de área agrícola nas proximidades da Pedra Menina.

Fonte: Ricardo Tayarol Marques (2014).

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e) Vértice D do polígono estudado

O vértice D inicia-se no ponto Pm4 e segue em direção ao ponto Pm5 em

área de alta declividade em um paredão com afloramento rochoso e vegetação de

capim-gordura (Melinis minutiflora). Neste vértice, a área da Pedra Menina faz

divisa com propriedades rurais com pastagem de braquiária (Brachiaria spp.) e

plantio de cultura anual (milho) apresentado na Figura 20. Em áreas mais distantes

do vértice têm-se florestas plantadas de eucalipto (Eucayptus spp.) e estradas

rurais.

Neste vértice, os principais perigos para a ocorrência de incêndios florestais

são as queimadas para limpeza e preparo das áreas de cultivo agrícola. A ocorrência

de incêndio florestal neste vértice facilitaria muito a sua propagação e o seu combate

seria extremamente difícil devido à vegetação existente (capim que no período de

estiagem fica muito seco) e topografia extremamente acentuada do local.

Figura 20. Vértice D da área de estudo e plantio de milho realizado neste vértice.

Fonte: Adaptado de Google (2014) e Ricardo Tayarol Marques (2014).

f) Vértice E do polígono estudado

O vértice E inicia-se no ponto Pm5 e segue em direção ao ponto Pm1 cortando

pequeno fragmento florestal de Floresta Estacional Semidecidual Submontana em

estágio avançado de desenvolvimento (Figura 21). Este fragmento faz conexão com

outro fragmento florestal maior que continua no topo de um morro vizinho da área.

Este vértice termina na laje de pedra onde começa a trilha de acesso para a Pedra

Menina. Sendo a área de topografia suave ondulada.

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Figura 21. Vértice E da área de estudo e do fragmento florestal existente no local. Fonte: Adaptado de Google (2014) e Ricardo Tayarol Marques (2014).

Neste vértice os principais perigos para a ocorrência de incêndios florestais são

a ocorrência de incêndios florestais nos fragmentos florestais vizinhos e por pessoas a

caminho da Pedra Menina, no caso de fumantes poderiam dar início aos incêndios

florestais, sendo a propagação do fogo numa floresta menor que nas áreas de

pastagem e campo, mas com maior dificuldade para ser combatido, exigindo pessoal

mais qualificado e equipamentos mais sofisticados.

5.5. Mapa de risco de incêndios florestais na Pedra Menina

Após analise dos fatores que podem levar à ocorrência de incêndios florestais

na área onde está planejada a criação do Monumento Natural da Pedra Menina em

Senhora dos Remédios – MG foi montado um quadro dos riscos existentes na área

estudada e que vai servir de subsídio aos futuros gestores da unidade a trabalharem

com os problemas dos incêndios florestais que, segundo Bomtempo (2006), é o fator

que mais preocupa o gestor de uma unidade de conservação.

A tabela 7 mostra os riscos para ocorrência de incêndios florestais na Pedra

Menina. Com base no resultado das avaliações deste estudo foi montado com o uso

do GPS TrackMaker um mapa do uso do solo e dos riscos para ocorrência de

incêndios florestais na Pedra Menina, este mapa é apresentado na Figura 22.

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Tabela 7. Quadro de risco da ocorrência de incêndios florestais na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG

RISCOS DA OCORRÊNCIA DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

Local: Pedra Menina Coordenadas UTM: 23K 0640776 Município: Senhora dos Remédios - MG 7678159

Período crítico Inicia-se na segunda quinzena de abril e termina na primeira quinzena de outubro, com especial atenção para o dia 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida);

No mês de fevereiro e costumeiro o aparecimento do período de veranico (alguns dias sem chuvas, quentes e secos).

Principais causas do aparecimento dos incêndios florestais

Queima de pastagens para brotação de capim novo;

Queima para limpeza de áreas de agricultura (culturas anuais);

Fogueira acesa por visitantes do local para o cozimento de alimentos;

Pontas de cigarro jogadas no local por visitantes;

Uso de fogos de artifícios (rojões) no dia 12 de outubro;

Vela acessa para fins religiosos na gruta existente no local;

Ato de atear fogo no capim gordura, praticado por algumas pessoas no dia 12 de outubro.

Vegetação predominante na área Gramíneas como o capim-gordura (Melinis minutiflora) e a braquiária (Brachiaria spp.) com a presença de pequenos arbustos;

Fragmentos florestais de Floresta Estacional Semidecidual Submontana em estágio avançado de desenvolvimento;

Plantios de culturas anuais de milho (Zea mays).

Topografia da área Variando de altamente acidentado com paredões de pedra quase na vertical para áreas planas, mas no geral a topografia do local pode ser considerada como acidentada.

Fonte: O Autor.

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Figura 22. Mapa da área de estudo na Pedra Menina com a ocupação do solo e os locais de risco de ocorrência de incêndios florestais.

Fonte: O Autor.

Vértice C: Área de alto risco para ocorrência de incêndios florestais.

Área da Pedra Menina: Alto risco para ocorrência de incêndios

florestais.

Vértice D: Área de alto risco para ocorrência de incêndios florestais.

Vértice E: Área de baixo risco para ocorrência de incêndios florestais.

Vértice A: Área de médio risco para ocorrência de incêndios florestais.

Vértice B: Área de alto risco para ocorrência

de incêndios florestais.

Área da Gruta: Médio risco para ocorrência de incêndios florestais.

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5.6. Plano de prevenção e combate aos incêndios florestais

Após o levantamento das causas, riscos e período de ocorrência dos incêndios

florestais, foi elaborada uma proposta de plano de prevenção dos incêndios florestais

para o Monumento Natural da Pedra Menina, que é uma área protegida de

administração municipal que está sendo criada. Neste sentido, as principais medidas

de prevenção que devem ser adotadas, visando diminuir a ocorrência dos incêndios

florestais são apontadas a seguir:

montar uma pequena estação meteorológica com os seguintes aparelhos

um pluviômetro que será utilizado para medir a precipitação ocorrida na

área e um psicrômetro que será utilizado para medir a pressão de vapor

d’água e calcular a umidade relativa do ar (SOARES; BATISTA, 2004), esta

ação vai permitir a realização do cálculo do índice de perigo de incêndio

pela FMA com informações do próprio local de localização da unidade de

conservação, este índice deve ser utilizado para planejamento de ações de

prevenção e informado para as pessoas que moram próximas e as que

vistam o local;

no período crítico para ocorrência dos incêndios florestais deve-se

promover a construção e manutenção de aceiros florestais nas áreas de

divisas do Monumento Natural da Pedra Menina com as áreas rurais da

região e nas áreas internas da unidade onde exista o risco da ocorrência de

incêndios florestais, visando impedir a propagação do fogo caso este venha

ocorrer;

realizar parcerias com os órgãos rurais (EMATER – MG e Secretaria

Municipal de Agricultura) para montagem e realização de campanhas

educativas visando sensibilizar os produtores rurais para realização de

praticas agrícolas conservacionistas e redução das queimas para limpeza

de pastagens e áreas agrícolas;

através de parcerias com órgãos de fiscalização ambiental (IEF – MG e

Policia Militar de Meio Ambiente) realizar ações de fiscalização preventiva

na Pedra Menina e no seu entorno no período crítico de ocorrência dos

incêndios florestais;

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realizar campanhas de educação ambiental com os visitantes da Pedra

Menina, principalmente no dia 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida)

quando o local recebe grande número de visitantes, conforme a que

realizada em 2011 (CARVALHO, 2011), a Figura 23 mostra ações desta

campanha. Estas campanhas devem ser focadas não apenas na questão

da prevenção dos incêndios florestais, mas deve abranger temas de

interesse para preservação da Pedra Menina (rolar pedras, lixo, danos a

flora e fauna etc.).

Figura 23. Ações educativas para prevenção de incêndios florestais na Pedra Menina em 12 de outubro de 2011.

Fonte: O Autor.

As atividades de prevenção dos incêndios florestais são a primeira linha de

defesa contra a ocorrência dos incêndios florestais, mas elas não são uma garantia

de que os incêndios florestais não vão ocorrer. Por isto deve existir um planejamento

de ações para combater os incêndios florestais que, por ventura, venham a ocorrer.

Sendo as principais medidas para o combate aos incêndios florestais que deve ser

adotada para a área do futuro Monumento Natural da Pedra Menina são as seguintes:

a detecção e comunicação dos incêndios florestais é uma ação de

grande importância para agilizar a atividade de combate aos incêndios

florestais, a carência de recursos não permite a colocação de um

sistema de vigilância fixa (torres e rondas) podendo ser adotado um

sistema de comunicação através de um número de telefone da

administração da unidade, este número seria divulgado aos moradores

das comunidades próximas (Peão, Pinheiros, Pedra Menina e Zé Simão)

através de campanhas educativas (palestras, visitas e placas);

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considerando que o município de Senhora dos Remédios não possui

unidade do Corpo de Bombeiro Militar do estado de Minas Gerais, e a

unidade mais próxima localizada na cidade de Barbacena, distante da

Pedra Menina 67 km (57,2 km de ruas e estradas asfaltadas e 9,8 km de

estrada de terra municipal). Seria interessante realizar uma parceria com

este órgão, que mesmo apesar de estar localizado a uma distância que

exigiria certo tempo até a chegada dos meios de combate ao local, o

corpo de bombeiro possui equipamento e pessoal apropriado para

realização do combate ao fogo;

montar e treinar uma pequena brigada de incêndios florestais dentro do

corpo de funcionários da Prefeitura Municipal de Senhora dos Remédios,

que ficaria na administração da Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente

e Desenvolvimento Econômico Sustentável. Esta brigada seria de vital

importância para atuar eficiente nos combates iniciais aos incêndios

florestais, pois a sede do município esta situada a 9,8 km de distância da

Pedra Menina;

equipar esta brigada de incêndios florestais com ferramentas manuais

indicadas para realização das atividades de combate ao fogo como:

enxada, machado, foice, pá cortadeira, ancinho, McLeod, abafador,

extintor costal e pinga fogo (SOARES; BATISTA, 2007). Para segurança

dos integrantes da brigada deve-se fornecer o Equipamento de Proteção

Individual (EPI) como: roupa, calçado, capacete, luva e mascara para

todos os membros da brigada;

uma ação para o futuro seria mobilizar uma equipe de brigadistas

voluntários nas comunidades rurais próximas que, segundo Toledo

(2012), apresentava uma população de aproximadamente 520

habitantes, sendo 51,3% homens e 48,7% mulheres. Uma brigada na

comunidade do Peão que fica ao lado da Pedra Menina poderia atender

muito rapidamente a ocorrência de um incêndio florestal e apagá-lo

antes que o mesmo possa atingir grandes proporções;

Realizar parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável para atendimento através do Previncêndio

e da sua força tarefa que dispõe de aeronaves (aviões bombeiro e

helicópteros) para atuação no combate aos incêndios florestais. Este

programa possui três bases operacionais, sendo aquela situada no

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aeroporto de Viçosa – MG, a responsável pela região Zona da Mata, Sul,

Rio Doce e Centro Sul do Estado (SEMAD, 2014).

Após a ocorrência de um incêndio florestal fazer as determinações das

suas causas, danos e recursos gastos para o seu combate, criando

assim um banco de dados sobre os incêndios ocorridos na Pedra

Menina. Tal medida é importante para o planejamento das ações futuras

de prevenção da ocorrência de incêndios, inclusive um modelo de

relatório de ocorrência de incêndios (ROI) foi elaborado para esta área

sendo apresentado no Anexo deste trabalho.

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6. CONCLUSÕES

Pela realização deste trabalho foi possível avaliar os principais riscos de

ocorrência de incêndios florestais na Pedra Menina em Senhora dos Remédios – MG,

local onde existe o projeto da criação de uma unidade de conservação municipal na

categoria de Monumento Natural. Com a avaliação de dados meteorológicos obtidos

em quatro anos (2009 – 2012) na estação meteorológica de Barbacena – MG foi

possível determinar que o período de maior risco ocorre nos meses de maio a

setembro e, pela ocorrência de um veranico, no mês de fevereiro.

As principais causas para a ocorrência dos incêndios florestais seriam: os

visitantes que vão ao local principalmente no dia do feriado 12 de outubro (Nossa

Senhora Aparecida), pois estes acendem fogueiras, velas e utilizam fogos de artifícios

e as queimas para limpeza de áreas agrícolas (pastagem e culturas anuais)

praticadas pelos produtores rurais da região.

As características topográficas do local que favorecem a propagação e dificulta

o combate dos incêndios florestais são: pontos de alta declividade e os paredões

rochosos com manchas de vegetação, dominada principalmente pelo capim-gordura

(Melinis minutiflora) com presença de alguns arbustos.

Em razão de não existir uma unidade do corpo de bombeiro no município de

Senhora dos Remédios, e a unidade mais próxima fica em Barbacena, distante 67 km

da Pedra Menina, com a criação do Monumento Natural será de extrema importância

a Prefeitura de Senhora dos Remédios montar um plano de prevenção e combate aos

incêndios florestais, delegando um setor responsável por estas atividades, onde se

deve destacar a realizações de ações como: educação ambiental, fiscalização

ambiental, confecção de aceiros nos perímetros, criação de brigadas de incêndios

florestais e principalmente a gerência das ações relacionadas aos incêndios florestais.

Tais ações visam evitar o perigo de incêndio no futuro Monumento Natural da Pedra

Menina causando a sua degradação e perda da sua beleza cênica.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SANTOS, J. F.; SOARES, R. V.; BATISTA, A.C. Perfil dos incêndios florestais no Brasil em áreas protegidas no período de 1998 a 2002. Floresta, Curitiba, v. 36, n.1, p 93-100, Jan/Abr. 2006. SEMAD. Força Tarefa Previncêndio. Belo Horizonte: 2014. Disponível em: <http://www.meioambiente.mg.gov.br/previncendio-e-eventos-criticos/previncendio>. Acesso em: 28/11/2014. SILVA, R. G. Manual de prevenção e combate aos incêndios florestais. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1998. 80p. SOARES, R. V. Índices de perigo de incêndio. Revista Floresta, Curitiba, v. 3, n.3, p. 19-40, 1972. SOARES, R, V. Desempenho da “Fórmula de Monte Alegre” Índice Brasileiro de Perigo de Incêndios Florestais. Cerne, Lavras, v. 4, n. 1, p. 87-89. 1998. SOARES, R. V. Estatísticas dos incêndios florestais no Brasil. In: SOARES, R. V.; NUNES, J. R. S.; BATISTA, A. C. Incêndios florestais no Brasil: o estado da arte. Curitiba: s.n., 2009. 246p. SOARES, R. V.; BATISTA, A.C. Meteorologia e Climatologia Florestal. Curitiba: s.n., 2004. 195p. SOARES, R. V.; BATISTA, A.C. Incêndios florestais: controle, efeitos e uso do fogo. Curitiba: s.n., 2007. 250p. SOARES, R. V.; BATISTA, A. C.; NUNES, J. R.S. Manual de prevenção e combate a incêndios florestais. Curitiba: s.n., 2008. 60p. SOARES, R. V.; BATISTA, A.C.; SANTOS, J. F. Evolução do perfil dos incêndios florestais em áreas protegidas no Brasil, de 1983 a 2002. SEMINÁRIO DE ATUALIDADES EM PROTEÇÃO FLORESTAL, 2., 2005, Blumenau. Anais do... Blumenau: FURB, 2005. 1 CD-ROM SOARES, R. V.; SANTOS, J. F. Perfil dos incêndios florestais no Brasil de 1994 a 1997. Floresta, Curitiba, v. 32, n.2, p 219-232, Mai/Ago. 2002. TOLEDO, G. P. R. Relatório do Diagnostico Rural Participativo (DRP) das Comunidades do Peão, Pinheiros, Pedra Menina e Zé Simão. Senhora dos Remédios: [s.n.], 2012. Não paginado.

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ANEXO

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ANEXO A - Relatório de ocorrência de incêndios (ROI)

Fonte: Adaptado de IBAMA (2009).