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INSTITUTO GEOLÓGICO SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE
RUA JOAQUIM TÁVORA 822 - CEP 04015-011 - FONE 5077 1155 VILA MARIANA, SÃO PAULO, SP - www.igeologico.sp.gov.br
São Paulo, 03 de outubro de 2018.
INTERESSADO (A): Pedro Carignato Basilio Leal LOCAL: Colômbia / Medellín
PERÍODO: 28 de agosto a 04 de setembro de 2018. MOTIVO: Relatório sobre a participação em visita técnica à cidade de Medellín na Colômbia no âmbito do projeto que consta no Processo 3.536/2018: “PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL – COPRODUÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO DE RISCO DE DESLIZAMENTO DE SOLOS POR MEIO DO DESENVOLVIMENTO DE INFRAESTRUTURA EM CIDADES LATINO-AMERICANAS”, realizada no local e período acima descritos, com título original de “Co-production of landslide risk management strategies”.
Este relatório trata das atividades realizadas em visita técnica à cidade de Medellín, realizada no
período de 28 de agosto a 04 de setembro, referente ao projeto acima intitulado, onde foram
realizadas reuniões diárias na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Nacional da
Colômbia, visitas técnicas e trabalhos de campo nos assentamentos precários onde localmente se
desenvolvem os trabalhos da equipe de Medellín.
Participaram da equipe brasileira nesta visita técnica dois servidores do Instituto Geológico: O
geógrafo Ms. Pedro Carignato Basílio Leal e a arquiteta e doutoranda Cristina Boggi da Silva
Raffaelli. Participaram também da Universidade de São Paulo o engenheiro civil Professor Doutor
Alex Kenya Abiko e o Engenheiro Ambiental e mestrando Tázio Guilherme Leme Cavalheiro
Viadana. Participaram do instituto de Pesquisas tecnológicas a geóloga Alessandra Cristina Corsi
e a engenheira geotécnica e doutoranda Marcela Penha Pereira Guimarães.
A equipe de Edimburgo, coordenadora geral do projeto, é composta pelos arquitetos Harry Smith,
Soledad Garcia Ferrari, Gabriela Medero e Helena Rivera. A equipe da Colômbia é composta
pelos sociólogos Françoise Coupe e Wilmar Castro, pelo antropólogo Carlos Velasquez, pelos
arquitetos Carlos Montoya e Mônica Escalante, e pelo geólogo Humberto Caballero.
Os objetivos principais do estudo estão divididos em quatro aspectos: percepção de risco,
monitoramento, mitigação e acordo (concertação). Uma breve descrição de cada objetivo é a
seguinte.
1. Percepção de risco: Entender e registrar a percepção de quem reside nas áreas de riscos, em
São Paulo e Medellín, e das instituições públicas responsáveis pela gestão de riscos nos locais.
2. Monitoramento: coletar informações sobre as áreas de estudo identificando os pontos de
monitoramento com os moradores e treinando os mesmo para fazerem por si próprios o
monitoramento do local onde vivem.
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3. Mitigação: Identificar soluções técnicas, desenho de mitigação, fazer orçamentos, preparar
material explicativo de técnicas de mitigação nos locais de estudo, incluindo treinamento e projeto.
4. Acordo: diálogo contínuo, preparar os moradores para entenderem e conviverem melhor com
os riscos, aproveitar as oportunidades para chegar a um consenso entre moradores e instituições,
envolver diferentes atores nos trabalhos com as comunidades.
Estes objetivos nortearam de uma forma geral os temas das diversas reuniões técnicas, assim
como das reuniões com as comunidades nas visitas de campo. Segue o calendário das atividades
realizadas em Medellín e a seguir uma descrição incluindo fotos.
Calendário das atividades: Quarta-feira
29/08 Quinta-feira
30/08 Sexta 31/08
Sabado 01/09
Domingo 02/09
Segunda-feira 03/09
9.00 a.m
Reunião inicial na Universidade Nacional da Colômbia – UNC das equipes do Brasil e Colômbia: - Introdução aos trabalhos em desenvolvimento. - Apresentação da evolução urbana de Medellín. Local: UNC-CEHAP
Reunião equipes Brasil, Colômbia e Edimburgo: - Explicação inicial das atividades da semana. - Progressos da equipe de SP. - Progressos da equipe de MDN. Apresentação do contexto das áreas de estudo. Local: UNC-CEHAP
Reunião equipes: Conceitos de monitoramento nas áreas de risco de escorregamento. Local: UNC-CEHAP
Reunião equipes: Reflexões prévias sobre o workshop e preparação das oficinas de monitoramento e mitigação para domingo. Local: UNC-CEHAP
Workshop com a comunidade sobre percepção de risco, monitoramento e mitigação. Local: Carpinelo 2
Reunião equipes: Avaliação dos Workshops com as comunidades. Conceitos de concertação e possibilidades de acordos entre atores envolvidos. local: UNC-CEHAP
p.m caminhada pelo centro até a DAGRD. Visita técnica ao DAGRD. Chegada da equipe de Edimburgo. Local: UNC-CEHAP
Tema: Percepção do risco e reflexões iniciais sobre concertação e acordos. Local: UNC-CEHAP
Tema: Conceitos de mitigação em áreas de riscos de escorregamentos. Local: UNC-CEHAP
Visita de campo à Comuna 13 onde foram feitas várias obras de urbanização e melhorias públicas, com mitigação de riscos. Local: Comuna 13
Workshop com a comunidade sobre percepção de risco, monitoramento e mitigação.
Local: El Pacifico
Avaliação dos avanços nos temas percepção, monitoramento, mitigação e concertação. Síntese do encontro. Local: UNC-CEHAP
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A partida do Brasil ocorreu na manhã do dia 28/09/2018, com conexão em Bogotá e
chegada em Medellín na noite do mesmo dia. A partida de Medellín ocorreu na manhã do dia
04/09/2018, também com conexão em Bogotá e chegada ao Brasil na noite do mesmo dia.
- Dia 28/08/2018 – terça-feira
Saída de São Paulo pela manhã, conexão em Bogotá e chegada à Medellín ao final do
mesmo dia.
- Dia 29/08/2018 – quarta-feira
Período: Manhã
Local: Universidade Nacional da Colômbia, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
departamento do Habitat.
Reunião das equipes da Colômbia e do Brasil:
Apresentação inicial dos integrantes das equipes, apresentação geral dos trabalhos
desenvolvidos na Colômbia no âmbito do projeto nas etapas anteriores.
Apresentação da evolução urbana de Medellín, períodos e formas de expansão da mancha
urbana. Contextualização das palavras em português e no idioma espanhol aplicadas ao
crescimento urbano de Medellín, ao surgimento e crescimento de assentamentos precários e
informais. Os conflitos sociais e econômicos atrelados à forma de ocupação do território. A
formação das áreas de riscos na ocupação das áreas mais íngremes da cidade no processo de
expansão. A falta de áreas planas e seguras para a produção de habitação social. A necessidade
de adensar as áreas centrais onde já foram realizados investimentos públicos. Apresentado por
Françoise, socióloga da UNC.
Seguem as fotos das atividades.
Universidade Nacional da Colômbia
Departamento: Escola do Habitat
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Faculdade de Arquitetura e Artes
Reunião inicial
A Metrópole de Medellín é composta por Medellín e mais dez municípios. A Metrópole se
concentra no vale do Rio Medellín (Ou Rio Abuja). Medellín está localizada ao norte dos Andes da
América do Sul e tem uma amplitude altimétrica de até 1500 metros. Variando entre 1500 metros
na parte baixa do vale podendo chegar até os 3000 metros em seu divisor de águas na parte
oeste.
Em 1700 Medellín ainda é um lugar de passagem somente. Em 1800 começam os aterros
em alguns rios e a canalização de outros. Surgem muitas igrejas, comércios e colégios. As
primeiras indústrias também começam a aparecer. Mas é no início de 1900 que a urbanização se
consolida com a construção de muitas ruas e também o surgimento da indústria têxtil (Santa
Helena) e da cerveja. A industrias necessitam de energia e irão se concentrar perto dos recursos
naturais. Tem, por consequência, o início dos bairros dos trabalhadores. Em 1900 que Medellín irá
dar um salto para se tornar a segunda maior cidade da Colômbia com 3,8 milhões de habitantes
em 2018. Em 1918 realizam o primeiro mapa com a ideia de planejamento do futuro. Em 1932 a
expansão da cidade atravessa o rio Medellín que anteriormente somente se localizava em uma de
suas margens. A via férrea também surge nesse ano, mas que logo será destruída. Realizam a
construção do transvia (espécie de bondinho). A ocupação da cidade acompanha a linha férrea e
a linha do transvia. Em 1944 começa o incentivo do uso do carro e surge o aeroporto. Até então a
ocupação do território se dava através do processo regular e formal de compra e venda de terras
e também pelo processo de bairro pirata que também havia contrato de compra e venda, mas de
forma irregular (processo de posse). Em 1979 se proíbe a prática de ocupação de bairros piratas.
A população que não para de crescer começa a ocupar as vertentes mais íngremes (depois do
perímetro urbano). Esse processo é chamado de invasão onde não há mais documentação. As
pessoas invadem e ficam no território que estão em piores condições de moradia. Por fim temos a
Medellín de hoje que cresceu tanto que já está conurbada com todas as dez cidades ao seu redor.
A divisão da metrópole se dá por estratos sociais (escala de 1- mais pobre a 6 – mais rico). Esses
territórios invadidos atualmente são chamados de comunas e são os bairros periféricos da cidade
e que não dispõe de recursos da cidade.
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Localização de Medellín Colômbia
Período: Tarde
Local: Centro de Medellín.
Almoço no centro de Medellín, caminhada pelo centro da cidade visitando obras de
melhorias urbanas e públicas em andamento ou recentes. Foram feitos vários calçadões com
equipamentos públicos para circulação e permanência dos moradores.
Caminhada pelo centro até a prefeitura e Departamento de Gestão de Risco da Região
Metropolitana de Medellín - DAGRD acompanhados de parte da equipe da Colômbia.
Em DAGRD tivemos uma apresentação do Sub diretor Jaime Henrique sobre o Sistema
Nacional de Gestão de riscos e desastres na Colômbia, e da estrutura administrativa de Medellín
e organização do DAGRD. Os principais problemas da cidade de Medellín são as Comunas.
Porém também já houve desastres em bairros ricos. Os grandes desastres de Medellín foram: O
acidente de avião onde morreu Carlos Gardel, Bairro Villatina em setembro de 1987 onde
morreram mais de 500 pessoas em um deslizamento de terra.
O sistema de chuvas de Medellín é bimodal. Chove nos meses de maio-abril e setembro-
outubro. Porém as mudanças climáticas também estão afetando a Colômbia e em 2008 choveu
durante todo ano (fenômeno el nino). Por conta dos eventos de 2008 onde houve muitos
desastres começaram a fazer mais obras de mitigação. Essas obras de mitigação ajudaram
quando em 2010 houve o fenômeno la nina. Também houve muita chuva, mas sem vítimas. 2011
é criado o DAGRD
Tivemos também uma apresentação técnica sobre como é feito o monitoramento das
áreas de risco em Medellín, o Sistema de Alerta Temprana - SIATA, a Comissão de Salvamento e
Socorro, e por fim o Plano municipal de Gestão de Riscos e Desastres – PMGRD. O SIATA é um
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sistema com acesso para todos e informação em tempo real. Por fim foi apresentado o plano
municipal para prevenção de riscos e desastres para os anos de 2015-2030.
Seguem as fotos das atividades.
Equipamentos públicos nos arredores da Universidade
Equipamentos públicos na área central
Visita técnica a DAGRD
Apresentação - DAGRD
Apresentação - DAGRD
Troca de materiais técnicos - DAGRD
- Dia 30/08/2018 – quinta-feira
Período: Manhã
Local: Universidade Nacional da Colômbia, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
departamento do Habitat.
Reunião das equipes da Colômbia, Brasil e Edimburgo:
Apresentação inicial dos integrantes da equipe de Edimburgo, Harry e Soledad, que são os
coordenadores do projeto, e dos contextos gerais dos trabalhos nos vários países.
Houve uma apresentação e troca de experiências sobre as áreas de estudo e a etapa de
desenvolvimento dos trabalhos. A equipe da Colômbia apresentou material sobre as comunidades
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em “El Pacifico” e “Carpinelo 2”, a equipe brasileira apresentou material sobre a comunidade
moradora da “Vila Nova Esperança”, sobre como estão as áreas de estudo, aspectos sociais e
urbanos de uma forma geral. Seguem as fotos das atividades.
Reunião na Universidade sobre as áreas de estudo
Período: Tarde
Local: Universidade Nacional da Colômbia, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
departamento do Habitat.
Reunião das equipes da Colômbia, Brasil e Edimburgo:
Tema tratado: Percepção de risco, aspectos iniciais de concertação, como utilizar os
conceitos de “acordos” entre comunidades e instituições, possibilidades e limitações.
A percepção é realizada principalmente através de entrevistas. A percepção é a primeira
parte do projeto, pois é a partir dela que outras frentes irão se mobilizar. Algumas perguntas
como: quem faz a entrevista? Como fazer a entrevista? Surgiram nessa apresentação.
Algumas considerações da apresentação da equipe de Medellín (Wilma) foram: entrevistas
sempre devem estar relacionadas as categorias de análises sobre risco (pode surgir risco
geológico, mas também risco econômico); Risco, perigo e vulnerabilidade são sempre vistos como
uma coisa só; as mulheres são as principais presenças (mulheres empoderadas, investigadoras,
que tem filhos, que constroem, que lutam. Mulheres são as que cuidam); a religiosidade está
sempre muito presente (Deixa na mão de Deus); memória do risco e desastres é muito curta; a
percepção do risco é mais forte quando morre alguém; a percepção do risco está relacionada com
quem está mais perto do risco; existem muitos fluxos de emoção (como trabalhar com isso?); o
que fazem quando estão em situação de risco?.
Surgiu a possibilidade de utilizar teatro para realizar a percepção de risco (Pedro). A ideia
de experimentar uma situação de risco antes dela acontecer pode ser realizada pelo teatro.
Alguns motivos para isso: o teatro pode ser um ensaio para a vida; cria vínculos (confiança);
podemos interpretar papeis sociais (defesa civil, prefeito, comunidade, técnico, líder comunitário,
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etc) para saber como um enxerga o outro. Fazer o diagnóstico da percepção do risco a partir do
teatro pode ser interessante.
Françoa - Para fazer as entrevistas é necessário que o entrevistador saiba fazer a
transição entre os conceitos acadêmicos e os saberes da comunidade. É necessário haver
confiança. É necessário reconhecer quem está ali. É necessário deixar as pessoas falarem o que
quiserem e deixa-las a vontade. É necessário fazer as entrevistas sem papel (ter a entrevista e os
conceitos na cabeça). É necessário anotar expressões da família. É necessário compreender a
vida das pessoas para entender a percepção de risco deles. É necessário autorização para usar
as entrevistas (se não tiver autorização tem que publicar anônimo). As pessoas ficam
desconfiadas em ter que assinar uma autorização de uso da entrevista e também desconfiam de
gravar as entrevitas (melhor fazer por escrito). As entrevistas podem ter ½ página ou 10. Podem
demorar 5 minutos ou 2 horas. As entrevistas podem acontecer na associação, na casa das
pessoas, nos comércios, na rua, etc.
Tema tratado: Monitoramento de risco e articulação com a comunidade. Carlos Velásquez
fez um relato de como as duas comunidades estavam trabalhando com o monitoramento das
áreas de risco. Falou que nem todos que assumem a responsabilidade de fazer o monitoramento
fazem de verdade. Disse da importância da articulação entre academia e comunidade para
geração de conhecimento conjunto.
- Dia 31/08/2018 – sexta-feira
Período: Manhã
Local: Universidade Nacional da Colômbia, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
departamento do Habitat.
Reunião das equipes da Colômbia, Brasil e Edimburgo:
Conceitos de monitoramento de áreas de riscos e como devemos aplicá-los nos estudos
locais. A importância de ter o foco do trabalho na comunidade.
Para o monitoramento o Prof. Humberto relatou. O Monitoramento com a comunidade é
diferente de um monitoramento técnico (tem caráter informativo). Algumas dificuldades apontadas:
necessário um compromisso com a comunidade (acordo de monitoramento); continuidade do
monitoramento com o tempo; qualidade das fotos (mesmo ponto, mesmo ângulo); outras formas
de monitoramento (com régua, aparelhos, etc); curto tempo de pesquisa (processo podem não
aparecer); animar o monitoramento (estar junto com a comunidade); como entregar a informação
para a comunidade (trabalhar com painel no local do monitoramento?).
A nossa equipe de São Paulo preparou uma apresentação de contextualização do Brasil,
São Paulo e do bairro do Butantã onde se localiza a Vila Nova Esperança, assim como aspectos
da situação fundiária e da formação do assentamento.
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Reunião de apresentação com o reitor da Universidade Nacional da Colômbia e com o
diretor da Faculdade de Arquitetura.
Período: Tarde
Local: Universidade Nacional da Colômbia, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
departamento do Habitat.
Reunião das equipes da Colômbia, Brasil e Edimburgo:
Conceitos de mitigação em áreas de riscos de escorregamentos e como podem ser
utilizados nos trabalhos locais.
As considerações de Carlos Montoya foram: pequenas obras sozinhas não são nada, mas
em conjunto causam uma grande mitigação; descobrir como funciona a dinâmica da paisagem da
comunidade; mitigação de emergência; quem são responsáveis pelas obras. Prefeitura grandes
obras (muro contenção, sistema hidráulico subsuperficial, etc). Comunidade pequenas obras
(calhas, disciplinamento de águas superficiais, etc.).
- Dia 01/09/2018 – sábado
Período: Manhã
Local: Universidade Nacional da Colômbia, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
departamento do Habitat.
Reunião das equipes da Colômbia, Brasil e Edimburgo:
Explanações sobre o workshop e preparação das oficinas do dia seguinte, domingo.
Harry falou brevemente sobre a concertação (acordos). As instâncias para fazer os
acordos são.
Cenários? Campo neutro, campo comunidade (melhor cenário) e campo prefeitura;
Atores? Funcionários de baixo escalão, funcionários de alto escalão, líderes comunitários e
comunidade. (O líder sempre começa a falar)
A concertação é feita durante todo o projeto. Inclusive é necessária uma concertação entre
os próprios pesquisadores do projeto. Como querer fazer algo com os outros se você não faz
consigo mesmo?
Divisão em dois grupos de trabalhos: Monitoramento (grupo: Humberto, Harry, Alessandra,
Tázio e Pedro) e mitigação (grupo: Marcela, Cristina, Wilma, Carlo Montoya, Alex, Françoa e
Soledad) , com preparação de apresentações para as comunidades sobre os temas.
Período: Tarde
Local: Comuna 13
Visita à Comuna 13, trata-se de uma comunidade onde foram feitos pesados investimentos
públicos com obras de mitigação de riscos e melhorias urbanas. A Comuna 13 conta com arrimos
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de grande porte, possui acessos por escadas rolantes, teleférico, ônibus públicos, taxis e veículos
de uso privado até uma parte da comunidade. Possuem infraestrutura básica e serviços públicos
como escolas, posto policial, além de um centro comunitário feito com doações. Os próprios
moradores, a partir das intervenções, fizeram grandes pinturas artísticas, tornando o local um
ponto turístico, possibilitando geração de renda local através de pequenos comércios e serviços
que atendem a este turismo. Seguem as fotos da Comuna 13.
Comuna 13 vista geral
Comuna 13 – muro de arrimo
Comuna 13 – Vista geral
Comuna 13 – muro de arrimo
Comuna 13 – acessos por escadas com intervenção
artistica.
Comuna 13 –Muros de arrimo e escadas com
intervenções artisticas.
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Comuna 13 – acessos por escadas rolantes.
Comuna 13 – Centro comunitário.
Comuna 13 – limite das intervenções públicas.
Comuna 13 – Equipes Brasil e Colômbia.
- Dia 02/09/2018 – domingo
Período: Manhã.
Local: Carpinelo 2.
Período: Tarde.
Local: El Pacifico.
Visita às comunidades de Carpinelo 2 e de El Pacifico, que estão realizando o
monitoramento e mitigação de riscos de escorregamento de forma comunitária em conjunto com
as equipes da Colômbia e Edimburgo.
Medellín se localiza na região da cordilheira dos Andes, desta forma parte da cidade
apresenta um relevo muito íngreme, com grande declividade, contando com diversas nascentes
que surgem no topo das cordilheiras onde se concentram os assentamentos mais precários.
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As equipes fizeram um reconhecimento de campo com acompanhamento de
representantes da comunidade. Foram verificados os pontos de monitoramento e as áreas mais
críticas dos assentamentos onde ocorreram deslizamentos em tempos recentes. Também foram
visitadas algumas pequenas obras iniciadas, como escadas, canaletas de coleta de águas pluviais
e pequenos arrimos, em El Pacifico principalmente.
Em seguida foram realizados Workshops com representantes de cada comunidade, em
Carpinelo 2 no período da manhã e em El Pacifico no período da tarde, para conversar sobre o
andamento dos trabalhos de monitoramento, resultados encontrados e encaminhamentos na
capacitação de forma que a comunidade consiga realizar o monitoramento de forma autônoma.
Explicações sobre as possibilidades e limites da proposta de mitigação, atrelado às
questões de orçamentos e de porte das obras necessárias para mitigar os riscos, além das
limitações legais existentes.
Para as duas comunidades, a nossa equipe de São Paulo preparou uma apresentação
sobre a Vila Nova Esperança, mostrando um pouco do trabalho realizado, explicando sobre os
riscos existentes e as possibilidades de trabalho.
Carpinelo 2 possui menos intervenções públicas e apresenta vários pontos críticos onde já
ocorreram deslizamentos recentes. A comunidade está mais envolvida com o projeto, possui uma
liderança forte e organizada, formada principalmente por mulheres. Estas se mostram
participativas e preocupadas em encontrar soluções para minimizar os riscos de deslizamentos. O
grupo que esta realizando o monitoramento é bem organizado e empenhado.
Em El Pacifico já apresenta algumas obras realizadas, como muros de arrimos de
pequenas dimensões e alguma infraestrutura. A comunidade não tem uma liderança tão forte
envolvida com o projeto, estão numa fase de compreender melhor a proposta, porém possuem
pessoas que estão realizando o monitoramento nos pontos específicos e estão buscando uma
maior participação da população.
Seguem as fotos de Carpinelo 2.
Acesso à Carpinelo 2 por teleférico
Vista geral de Carpinelo 2
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Alguns pontos críticos visitados
Ponto crítico
Worshop com a comunidade de Carpinelo 2
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Worshop com a comunidade de Carpinelo 2
Worshop com a comunidade de Carpinelo 2
Seguem as fotos de El Pacifico.
Vista geral de el Pacifico
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Ponto de monitoramento Vista geral de el Pacifico Obra de contenção de talude
Worshop com a comunidade de El Pacifico
- Dia 03/09/2018 – segunda-feira
Período: Manhã e Tarde
Local: Universidade Nacional da Colômbia, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
departamento do Habitat.
Reunião das equipes da Colômbia, Brasil e Edimburgo:
Avaliação dos workshops com as comunidades realizados no domingo. Avaliação das
possibilidades de concertação com instituições públicas.
Síntese dos avanços das atividades da semana e das reuniões sobre percepção de riscos,
monitoramento e concertação.
Atualização e complementação do cronograma das atividades dos próximos meses com
divisão dos trabalhos entre todos da equipe.
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Organização das datas e prazos para a vinda das equipes da Colômbia e Edimburgo ao
Brasil no mês de novembro e as respectivas atividades a serem realizadas.
- Dia 03/09/2018 – terça-feira
Período: Manhã e Tarde
Retorno ao Brasil.
Considerações finais
A visita técnica realizada na Colômbia – Medellín foi muito instrutiva por vários aspectos. O
primeiro foi conhecer a realidade de uma cidade que é diferente de São Paulo e ao mesmo tempo
é muito parecida. O processo de urbanização e crescimento das cidades latino americanas
fizeram com que as áreas de perigo antes não ocupadas fossem ocupadas causando uma serie
de problemas para as mesmas. Como servidores públicos temos o dever de pensar políticas
publicas para essas comunidades que estão nessas situações.
O segundo ponto é justamente esse. Pensar politica pública em conjunto com outras
realidades pode facilitar e dar novas ideias de como intervir em problemas similares. Medellín é
uma metrópole com quase 4 milhões de habitantes. São Paulo tem 12 milhões de habitantes. São
metrópoles que tem problemas similares como mobilidade urbana, poluição, regularização
fundiária, etc. O tema risco geológico também está presente nas duas metrópoles. A troca de
experiências com outras instituições, universidades e comunidades que trabalham com isso foram
fundamentais para voltarmos e pensarmos ideias que podemos agregar as nossas atividades
diárias no Instituto Geológico -SMA.
O terceiro ponto é o projeto em si sendo desenvolvido. Estar na Colômbia-Medellín onde o
projeto “Co-production of landslide risk management strategies” já foi realizado nos ajudou a
repensar o projeto para o Brasil. Muitas dúvidas que tínhamos foram sanadas e também surgiram
outras. Pudemos ver na prática como a equipe colombiana realizou o projeto e assim fortaleceu a
equipe brasileira.
O quarto ponto foi a aprimoramento técnico que eu mesmo tive em contato com outras
realidades. O Instituto Geológico, a Secretaria do meio ambiente e o Estado de São Paulo tem um
funcionário mais capacitado para resolver problemas e pensar em políticas públicas mais
inovadoras já que o mesmo tem experiência internacional com outras instituições da mesma
natureza.
Por fim, o Instituto Geológico, a Secretaria do meio ambiente e o Estado de São Paulo
estão com muito prestígio na Colômbia-Medellín, pois fizemos um trabalho de divulgação das
atividades e politicas públicas que fazemos no estado que é uma das vanguardas em ciência e
tecnologia no Brasil e América Latina. As marcas da ciência, tecnologia e politicas públicas
paulistas estão cravadas em território colombiano.
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Atenciosamente,
Pedro Carignato Basilio Leal
Assistente de Pesquisa Científica e Tecnológica
Núcleo de Geoprocessamento - CATL
Encaminhe-se ao chefe imediato e a seguir à
Assessoria Internacional e ao Senhor Secretário da
Pasta, conforme consta no anexo D.