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INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
Departamento de Ensino
Curso de Pós-Graduação em Homeopatia
Área de Concentração: Farmácia
MONOGRAFIA
Controle de Qualidade e de Processos das Formas Farmacêuticas Sólidas
em Homeopatia nas Farmácias Magistrais
Alexandre De Oliveira Barbosa
Jaqueline Carvalho Gonçalves
Simone Dantas de Aguiar Dias
RIO DE JANEIRO
2010
INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
Departamento de Ensino
Curso de Pós-Graduação em Homeopatia
Área de Concentração: Farmácia
Controle de Qualidade e de Processos das Formas Farmacêuticas Sólidas
em Homeopatia nas Farmácias Magistrais
Alexandre De Oliveira Barbosa
Jaqueline Carvalho Gonçalves
Simone Dantas de Aguiar Dias
Orientador
Ilidio Afonso
Monografia submetida como
requisito parcial para obtenção do
certificado de conclusão do curso de
formação de especialista em
Homeopatia – área de Farmácia.
RIO DE JANEIRO, RJ
DEZEMBRO de 2010
ii
INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
Departamento de Ensino
Curso de Pós-Graduação em Homeopatia
Área de Concentração: Farmácia
Controle de Qualidade e de Processos das Formas Farmacêuticas Sólidas
em Homeopatia nas Farmácias Magistrais
Alexandre De Oliveira Barbosa
Jaqueline Carvalho Gonçalves
Simone Dantas de Aguiar Dias
MONOGRAFIA APROVADA EM ___/___/_____
_______________________________________________
Ilidio Ferreira Afonso, MSc., UFRJ
(Orientador)
_______________________________________________
Carmelinda Monteiro Costa Afonso, MSc., UFF
(Coordenador)
iii
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos inicialmente de agradecer a Deus e a nossa família por estarem
ao nosso lado nos incentivando.
Ao corpo de mestres que com respeito e dedicação lecionaram tudo que
aprenderam ao longo da vida e que certamente levaremos para sempre
conosco.
Agradeço a atenção e a estima de todos os funcionários da instituição.
Ao corpo administrativo meus sinceros agradecimentos e respeito.
Ao mestre Ilidio orientador desta monografia, no qual perdeu muitas de suas
horas, lendo-a e nos incentivando.
iv
BARBOSA, Alexandre de Oliveira; GONÇALVES, Jaqueline Carvalho; DIAS,
Simone Dantas de Aguiar. Controle de Qualidade e de Processos das
Formas Farmacêuticas Sólidas em Homeopatia nas Farmácias Magistrais.
Trabalho de conclusão de curso (monografia). Curso de Pós-Graduação em
Homeopatia do Instituto Hahnemanniano Do Brasil
RESUMO
As Formas Farmacêuticas Glóbulos e Tabletes são de grande demanda para
as farmácias homeopáticas. Utilizando o requisito Controle de Processo,
considerado item imprescindível pela RDC 67/07, nas farmácias magistrais
através da calibração de cálice graduado para encher os vidros de Glóbulos e
Tabletes, obteve-se uma redução média da perda em 10% para Glóbulos e
14% para tabletes demonstrados pelo baixo desvio padrão em relação aos
respectivos pesos médios.
Palavras-Chave: Glóbulos, Tabletes, RDC 67/07 e Controle de Processos.
v
BARBOSA, Alexandre de Oliveira; GONÇALVES, Jaqueline Carvalho; DIAS,
Simone Dantas de Aguiar. Controle de Qualidade e de Processos das
Formas Farmacêuticas Sólidas em Homeopatia nas Farmácias Magistrais.
Trabalho de conclusão de curso (monografia). Curso de Pós-Graduação em
Homeopatia do Instituto Hahnemanniano Do Brasil
ABSTRACTS
Pharmaceutical dosage forms tablets and globules are of great demand for
homeopathic pharmacies. Using Process Control requirement, considered
essential by the RDC 67/07 in pharmacies with pharmaceutical compounding,
we proceeded to the calibration of a graduate cone shape glass to fill the with
globules and tablets. We obtained an average reduction of 10% loss in globules
pharmaceutical form and 14% for tablets indicated by the low standard
deviation in relation to their average weights.
Keywords: Globules, Tablets, RDC 67/07, Pharmaceutical Compounding,
Process Control.
vi
LISTA DE ABREVIATURAS
Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
FHB – Farmacopéia Homeopática Brasileira.
mg – Miligrama.
mL – Mililitro.
RBC – Rede Brasileira de Calibração.
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada.
SR – Solução Reagente.
vii
LISTA DE TABELAS
página
Tabela 1. Peso médio dos vidros vazios (g) de 30 mL utilizados para
armazenar os glóbulos e tabletes à serem impregnados com o
medicamento.
13
Tabela 2. Conteúdo (g) de glóbulos e tabletes obtidos seguindo a
técnica padrão. 14
Tabela 3. Conteúdo (g) de glóbulos e tabletes com o uso da técnica de
calibração do cálice. 15
viii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
página
Gráfico comparativo entre a técnica de enchimento padrão e
validação do processo de enchimento com cálice calibrado para
Glóbulos
16
Gráfico comparativo entre a técnica de enchimento padrão e
validação do processo de enchimento com cálice calibrado para
Tabletes
16
SUMÁRIO
FOLHA DE APROVAÇÃO....................................................................... ii
AGRADECIMENTOS............................................................................... iii
RESUMO................................................................................................. iv
ABSTRACTS............................................................................................. v
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................... vi
LISTA DE TABELAS.............................................................................. vii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES....................................................................... viii
1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 1
2. OBJETIVO...................................................................................................... 3
2.1. Objetivo Geral.................................................................................. 3
2.2. Objetivo Específico......................................................................... 3
3. REVISÃO LITERÁRIA.................................................................................... 4
3.1. Forma farmacêutica glóbulos........................................................ 4
3.1.1. Controle de qualidade....................................................... 4
3.1.1.1. Peso da embalagem............................................. 4
3.1.1.2. Descrição.............................................................. 5
3.1.1.3. Solubilidade.......................................................... 5
3.1.1.4. pH e aspectos da solução teste.......................... 5
3.1.1.5. Identificação de sacarose................................... 5
3.1.1.6. Prova de desagregação....................................... 6
3.2. Forma farmacêutica tabletes.......................................................... 7
3.2.1. Controle de qualidade....................................................... 7
3.2.1.1. Peso da embalagem............................................. 7
3.2.1.2. Descrição.............................................................. 7
3.2.1.3. Solubilidade.......................................................... 8
3.2.1.4. Ponto de Fusão.................................................... 8
3.2.1.5. pH ......................................................................... 8
3.2.1.6. Identificação......................................................... 9
3.2.1.7. Perda por dessecação......................................... 9
3.2.1.8. Resíduo solúvel em álcool (sacarose e
glicose)............................................................................................................ 10
3.2.1.9. Cor e limpidez da solução................................. 10
3.2.1.10. Amido ou dextrina............................................ 10
3.2.1.11. Acidez ou alcalinidade..................................... 11
3.3. Controle de processos................................................................. 11
3.3.1. Validação do Processo de Enchimento/Transferência de
Glóbulos e Tabletes........................................................................................ 12
3.3.2. Comparativo entre a técnica de enchimento padrão e a
validação do processo de enchimento com cálice calibrado.................... 13
3.3.3. Gráfico comparativo entre a técnica de enchimento
padrão e a validação do processo de enchimento com cálice calibrado. 16
4. CONCLUSÃO............................................................................................... 17
ANEXO I – SOLUÇÕES E SOLUÇÕES REAGENTES................................... 18
Reagente de Fehling............................................................................ 18
Reagente de Tollens............................................................................ 18
Ácido sulfúrico 0,5M............................................................................ 19
Hidróxido de sódio Solução Reagente (SR)...................................... 19
Hidróxido de sódio 0,1M...................................................................... 19
Iodo Solução Reagente........................................................................ 19
Sulfato de cobre 10% (p/V).................................................................. 19
Fenolftaleína Solução Reagente......................................................... 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 21
1
1. INTRODUÇÃO
Qualidade e satisfação do cliente são questões importantes que
recebem cada vez mais atenção na produção de medicamentos
(MARTINELLI, et al., 2005).
A realização do controle de qualidade nas farmácias magistrais é de
suma importância para que a qualidade microbiológica e físico-química dos
insumos utilizados e de produtos acabados seja assegurada, garantindo
eficácia, segurança e credibilidade dos medicamentos manipulados e
dispensados a população (KOROLKOVAS, 1984; BARBOSA, 2001;
MARTINELLI, et al., 2005).
Para obtenção de medicamentos com qualidade, todo processo
produtivo deve ser monitorado, incluindo o controle do meio ambiente, de
fabricação e do produto acabado (KOROLKOVAS, 1984; GENNARO, 2004).
Alguns fatores dificultam a prática do controle de qualidade pelas
farmácias magistrais como : Alto custo, necessidade de novos investimentos
para adequação da área fisica e aquisição de equipamentos básicos. Buscando
a melhoria continua a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
publica em 2007 a Resolução da Diretoria Colegiada 67 (RDC 67) buscando o
nivelamento de todas as farmácias magistrais do país, atribuindo e definindo
requisitos mínimos obrigatórios ao controle de qualidade que vão desde as
matérias primas aos produtos acabados dispensados (BARBOSA, 2001).
2
A RDC 67 dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de
Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em Farmácias define
Controle de Qualidade como conjunto de operações (programação,
coordenação e execução) com objetivo de verificar a conformidade das
matérias-primas, materiais de embalagem e do produto acabado de acordo
com especificações estabelecidas. Atribui ao Controle de Processo as
verificações realizadas durante a produção, de forma assegurar que o produto
esteja em conformidade com as especificações (BRASIL, 2007).
A RDC 67 e sua complementação RDC 87 publicada em 2008
atribuem 2 anexos a farmácia magistral homeopática, devendo esta cumprir o
anexo geral (anexo I) e o anexo de atribuições da farmácia homeopática
(anexo V) (BRASIL, 2007).
No sub item 7.3.10 do anexo I, a RDC 67 dispõe dos testes mínimos
que devem ser realizados obrigatoriamente ao recebimento das matéria
primas, sendo elas consideradas inertes ou não. Destaca-se: caracteres
organolépticos; solubilidade; pH; peso; volume; densidade; avaliação do laudo
de análise do fabricante/fornecedor (BRASIL, 2007).
No item 9 que dispõe sobre os Controles destaca-se a
obrigatoriedade dos seguintes ensaios para formas farmacêuticas sólidas, que
são um dos focos desta monografia: descrição, aspecto, caracteres
organolépticos e o peso médio (BRASIL, 2007).
Visando o cumprimento da legislação vigente, esta monografia
destaca a realização dos testes dos itens 7, 9 da RDC 67.
3
2. OBJETIVO
2.1. Objetivo Geral
Demonstrar a viabilidade da implantação dos controles de processos
das formas farmacêuticas sólidas em Homeopatia na farmácia magistral, com
objetivo de atender a Resolução da Diretoria Colegiada N°67, publicada em
08/10/2007.
2.2. Objetivo Específico
Demonstrar o controle de qualidade e os controles de processos das
formas farmacêuticas sólidas em Homeopatia glóbulos e tabletes,
considerando os parâmetros farmacopéicos da forma farmacêutica cápsulas
duras e moles devido à proximidade dos pesos entre as formas farmacêuticas.
Apresentando um limite máximo de variação de 10% até 300mg, já que as
formas farmacêuticas em questão apresentam peso médio entre 50 mg para os
glóbulos e 100 a 300mg para os tabletes comparando o método de enchimento
de glóbulos e tabletes padrão e a marcação da calibração do cálice graduado
de 30mL.
4
3. REVISÃO LITERARIA
3.1. Forma farmacêutica glóbulos
São pequenas esferas ligeiramente porosas obtidas industrialmente a
partir de grão de açúcar borrifados em máquinas drageadoras, com solução de
sacarose ou mistura da sacarose e lactose (ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE
FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007; FONTES, 2005; FARMACOPÉIA
HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
São classificadas numericamente conforme seus pesos médios de 30mg
(n03), 50mg (n05) e 70mg (n07), sendo atualmente o mais utilizado no país o
número 5 (ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS
HOMEOPATAS, 2007; FONTES, 2005; FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA
BRASILEIRA, 2002).
3.1.1. Controle de qualidade
3.1.1.1. Peso da embalagem
Pesar a embalagem da matéria prima antes de abri-la para conferência
do peso (BRASIL, 2007).
5
3.1.1.2. Descrição
É importante que sejam brancos, tenham odor adequado de açúcar,
estejam soltos, homogêneos em seu tamanho e não apresentem impurezas
nem corpos estranhos (ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS
HOMEOPATAS, 2007; FONTES, 2005; FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA
BRASILEIRA, 2002).
3.1.1.3. Solubilidade
Facilmente solúvel em água, praticamente insolúvel em etanol
(ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007;
FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
3.1.1.4. pH e aspectos da solução teste
O pH da solução teste determinado potenciometricamente deverá ser
próximo a 7,0. Solução teste é preparada por adição de 10g de glóbulos inertes
a 100 mL de água purificada. A solução deve ser limpa e inodora. Há uma
consulta pública em votação para retirada do teste de pH para a próxima
edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira. (ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA
DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007; FARMACOPÉIA
HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
3.1.1.5. Identificação de sacarose
Dissolver 10 g de glóbulos em água e completar o volume para 100 mL,
a solução deverá ser límpida e incolor.
6
A 3 mL da solução adicionar 3 mL do reagente de Fehling. Aquecer até a
ebulição. Observa-se a formação de precipitado alaranjado indicando a
presença da lactose. (FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
A 3 mL da solução, adicionar 3 mL do reagente de Tollens. Aquecer a
ebulição. Observa-se precipitado negro indicando também a presença da
lactose. (FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
A 5 mL de ácido clorídrico, adicionar alguns cristais de ácido
indolilacético e 5 gotas da solução e agitar, deixar em repouso. Observa-se o
desenvolvimento de cor violeta indicando a presença da sacarose
(FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
A 4 mL da solução adicionar 6 mL de ácido sulfúrico 0,5M. Aquecer por
um minuto, esfriar e neutralizar ao papel de tornasol com solução de hidróxido
de sódio solução reagente. Adicionar 5 mL reagente de Fehling e levar a
ebulição por um minuto. Deve produzir precipitado vermelho tijolo
(ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007;
FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
3.1.1.6. Prova de desagregação
Em um cesto metálico ou de plástico perfurado, os glóbulos são imersos
em um béquer contendo água purificada com freqüência de 15 vezes por
minuto. Nestas condições o tempo de desagregação dos glóbulos deve ser da
ordem de 10 minutos. Mergulha-se o cesto durante 2 segundos em água e
retira-se por 2 segundos. Repete-se essa operação durante 10 minutos, tempo
em que os glóbulos deverão estar totalmente desagregados (ASSOÇIAÇÃO
7
BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007; FARMACOPÉIA
HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
3.2. Forma farmacêutica tabletes
São formas farmacêuticas sólidas, cilíndricas, friáveis, com peso entre
100 e 300mg, obtidos por moldagem da lactose com auxilio de tableteiros sem
adição de adjuvantes (ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS
HOMEOPATAS, 2007; FONTES, 2005; FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA
BRASILEIRA, 2002).
3.2.1. Controle de qualidade
Como a forma farmacêutica tablete é obtida por moldagem da lactose
destaca-se para o Controle de Qualidade desta forma farmacêutica os ensaios
analíticos para lactose.
3.2.1.1. Peso da embalagem
Pesar a embalagem da matéria prima antes de abri-la para conferência
do peso (BRASIL, 2007).
3.2.1.2. Descrição
São cristais brancos, massas cristalinas ou pó branco, inodoro, de sabor
levemente adocicado, estável ao ar; absorve rapidamente odores do ambiente.
(ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007;
FONTES, 2005; FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
8
3.2.1.3. Solubilidade
A lactose dissolve-se livremente em água. Entretanto sua solubilidade é
menor que outros açúcares, elevando-se pelo aumento da temperatura do
solvente. A forma beta-lactose é mais solúvel em água (50 g/100 mL a 20º C)
do que a forma alfa-lactose (7.4 g/100 mL a 20o C). Por outro lado, considera-
se a solubilidade das duas formas como idênticas devido à mutarotação e ao
equilíbrio eventualmente alcançado em solução. O tamanho da partícula
também influencia a velocidade de dissolução, mas não a solubilidade final.
Segundo a Farmacopéia Homeopática Brasileira (FHB), 1g de lactose
dissolve lentamente em 5 mL de água fria. Muito solúvel em água fervente no
qual a proporção cai para 1g dissolvendo em 2,6 mL. A lactose é praticamente
insolúvel em etanol (ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS
HOMEOPATAS, 2007; FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
3.2.1.4. Ponto de Fusão
A lactose possui ponto fusão entre 201 e 2020C com decomposição
(ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007;
FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
3.2.1.5. pH
Uma solução aquosa de lactose a 10% (p/V) deve apresentar o pH entre
4,0 a 6,5 (ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS
HOMEOPATAS, 2007; FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
9
3.2.1.6. Identificação
A 5 mL de solução aquosa saturada de lactose aquecida, adicionar 5 mL
de solução 0,1M de hidróxido de sódio. Aquecer ligeiramente. Observa-se o
aparecimento de cor amarela que passa a parda- avermelhada.
(FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
A 5 mL de uma solução aquosa a 5% (p/V), adicionar 2 mL de solução
aquosa a 5% (p/V) de sulfato de cobre; a solução permanece límpida e
apresenta cor azul. Aquecer até a fervura por 3 minutos. Observa-se a
formação de precipitado vermelho (ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE
FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007; FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA
BRASILEIRA, 2002).
Aquecer 5 mL de solução aquosa a 5% (p/V) de lactose adicionada de 5
mL de hidróxido de amônio concentrado e saturado com cloreto de amônio.
Aquecer em banho maria a 800C por 10 minutos. Observa-se o
desenvolvimento de cor vermelha (FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA
BRASILEIRA, 2002).
3.2.1.7. Perda por dessecação
Secar uma amostra de lactose a 1200C durante 16 horas. A forma anidra
perde não mais que 1% e a forma hidratada, não mais que 5,5% de seu peso
(ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007).
10
3.2.1.8. Resíduo solúvel em álcool (Sacarose e glicose)
Adicionar 5g de lactose finamente dividida, a 20 mL de álcool absoluto,
(96 GL) agitar durante 5 minutos. Filtrar e evaporar 10 mL do filtrado até
secura. Dessecar a 1050C durante 10 minutos. O peso do resíduo não deve
exceder 20 mg (ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS
HOMEOPATAS, 2007; FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
3.2.1.9. Cor e limpidez da solução
Dissolver 1 g de lactose em 10 mL de água purificada fervente. A
solução deverá ser límpida, praticamente incolor e inodora (ASSOÇIAÇÃO
BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007; FARMACOPÉIA
HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
3.2.1.10. Amido ou dextrina
Dissolver 1g de lactose em 10 mL de água purificada; levar à ebulição
por 1 minuto e deixar esfriar a temperatura ambiente e adicionar 1 gota de iodo
SR. Não deve apresentar cor vermelha, azul ou violeta inodora (ASSOÇIAÇÃO
BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007; FARMACOPÉIA
HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
11
3.2.1.11. Acidez ou alcalinidade
Dissolver 6g de lactose, por aquecimento, em 25 mL de água livre de
dióxido de carbono e adicionar 0,3 mL de fenolftaleína SR. A solução é incolor
e não mais que 1,5 mL de hidróxido de sódio SR são necessários para
produzir cor rosa permanente (ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE
FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007).
3.3. Controle de processos
A literatura oficial não menciona a obrigatoriedade do controle de
processos para as formas farmacêuticas homeopáticas, mais buscando a
melhoria continua podemos usar os limites de variação do peso médio das
formas farmacêuticas de uso interno cápsulas duras e moles para a forma
farmacêutica glóbulo e tabletes.
O peso médio de um glóbulo número 5 que atualmente é o mais utilizado
é de 50 mg e o tablete de 300mg .Padronizando o peso de glóbulos e tabletes
a serem dispensados no vidro pela farmácia obtemos um limite de 10% em
relação ao peso total dos glóbulos presentes no frasco (FARMACOPEIA
BRASILEIRA, 1988).
Para agilizar o processo de manipulação homeopática os glóbulos e
tabletes são envasados em vidro para serem impregnados.
A validação do processo de enchimento ou transferência dos glóbulos e
tabletes para o vidro de impregnação é uma forma de realização do Controle
de Processos.
12
3.3.1. Validação do Processo de Enchimento/Transferência de
Glóbulos e Tabletes
O processo de validação se dá através da pesagem em balança
analítica da quantidade de glóbulos e tabletes previamente determinada em
cálice graduado calibrado com laudo rastreado pela Rede Brasileira de
Calibração (RBC).
Embora os glóbulos e tabletes sejam considerados insumos inertes, é
imprescindível o uso de um cálice para cada uma das formas farmacêuticas.
Para validação do processo é preciso realizar 10 pesagens de cada
forma farmacêutica, através da média aritimética das pesagens marca-se a
vidraria calibrada com caneta de diamante indicando até onde o manipulador
deve encher o cálice com glóbulos ou tabletes.
Para manter o processo validado é necessário sua transformação em
procedimento com o objetivo da eficácia do processo independente de quem o
execute.
Como os vidros contendo glóbulos ou tabletes inertes destinados à
impregnação com o insumo ativo líquido são preparados com antecedência,
pode-se verificar a variabilidade do peso escolhendo-se aleatóriamente frascos
que serão pesados individualmente e em quantidade suficiente que permita
uma análise estatística de modo a determinar o desvio padrão do peso e assim
garantir o processo de produção.
13
3.3.2. Comparativo entre a técnica de enchimento padrão e a
validação do processo de enchimento com cálice calibrado
Adotou-se o peso médio para glóbulos, numero 5, de 17 g e para
tabletes de 19 g obtidos por pesagem em balança analítica, modelo AY 220, da
empresa Shimadzu, com precisão de 4 casas decimais. A massa de globulos
corresponde aproximadamente a 340 unidades com peso unitário médio de 50
mg. A massa de tabletes corresponde a 170 unidades com peso unitário médio
de 300 mg.
A técnica padrão assume utiliza um vidro de capacidade adequada para
conter as 17 gramas de glóbulos ou 19 gramas de tabletes é tomado como
referência. Este vidro é preenchido, com a forma farmacêutica selecionada, até
o gargalo e a seguir o conteúdo é transferido para um vidro de capacidade de
30 mL. Estes são tampados e armazenados adequadamente até o momento de
utilização no processo de impregnação com os medicamentos líquidos.
Em relação ao peso médio dos vidros utilizados, obteve-se os seguintes
resultados:
Tabela 1. Peso médio dos vidros vazios (g) de 30 mL utilizados para armazenar os
glóbulos e tabletes à serem impregnados com o medicamento.
Peso médio dos vidros vazios de 30 mL
42,4073 42,1978
42,1661 42,2274
42,2352 42,0883
42,2082 42,0874
42,2267 42,1474
Peso médio = 42,1992 Desvio Padrão = 0,0912
14
Obteve-se o seguinte resultado após 10 pesagens, seguindo-se a técnica
padrão:
Tabela 2. Conteúdo (g) de glóbulos e tabletes obtidos seguindo a técnica padrão.
Peso do Conteúdo Obtido Pela Técnica Padrão
Glóbulos Tabletes
19,3181 22,4332
18,3144 20,7424
19,5363 21,3412
19,7222 21,7434
18,9414 21,4394
17,3427 22,1449
19,9433 23.0321
19,9841 22,9843
19,7325 22,7435
19,2446 22,9818
Peso médio = 19,2079 Peso médio = 22,1586
Desvio Padrão = 0,8268 Desvio Padrão = 0,8099
A técnica utilizada para implementação do controle de processo envolve
a etapa inicial da técnica padrão, isto é, utiliza-se de um vidro preenchido com
a forma farmacêutica selecionada, até o gargalo e a seguir o conteúdo é
transferido para um cálice graduado de capacidade de 30 mL, devidamente
tarado. Após a pesagem da forma farmacêutica selecionada marcou-se o cálice
com uma linha horizontal através de uma caneta para escrita em vidro.
15
Uma vez calibrados, os calices são preenchidos com a forma
farmacêutica até a linha de calibração e esta é transferida para os frascos de
30 mL para armazenamento.
Com o objetivo de controlar o processo de fracionamento, são
selecionados, aleatoriamente, 10 frascos de cada forma formacêutica e
pesados individualmente. A seguir se obtem o peso médio e o desvio padrão.
Após calibração de cálice graduado de 30mL obteve-se os seguintes
resultados:
Tabela 3. Conteúdo (g) de glóbulos e tabletes com o uso da técnica de calibração do
cálice.
Peso do Conteúdo Obtido com o Cálice Calibrado
Glóbulos Tabletes
17,3461 19,3872
17,2723 19,2775
17,4397 19,8558
17,6349 19,3877
17,3622 19,3754
17,9381 19,3142
17,8933 19,4271
17,3521 19,4344
17,1432 19,4173
17,2735 19,2134
Peso médio = 17,4656 Peso médio = 19,4192
Desvio Padrão = 0,2689 Desvio Padrão = 0,1665
16
3.3.3. Gráfico comparativo entre a técnica de enchimento padrão e a
validação do processo de enchimento com cálice calibrado
17
4. CONCLUSÃO
A técnica de enchimento padrão apresentou valores de desvio de +
12,98% para os glóbulos e + 16,62% para os tabletes em relação aos pesos
médios obtidos e os pesos padrões estabelecidos, e encontram-se fora da faixa
estabelecida pela monografia em questão (Farmacopéia Brasileira).
A técnica da validação do processo de enchimento através do cálice
graduado apresentou valores de desvio de + 2,74% para os glóbulos e de +
2,20% para os tabletes ambos dentro da faixa de 10% estabelecida por esta
monografia.
Conclui-se que embora as duas técnicas em questão dependam da
visão humana, a marcação do cálice facilita a pesagem mais próxima do peso
padrão.
O enchimento pelo método de calibração do cálice graduado fornece
uma economia de 10,24% em relação aos glóbulos e de 14,42% em relação
aos tabletes.
Verificou-se que a variabilidade da massa do vidro de 30 mL não
influenciou o resultado já que o desvio do peso médio entre as unidades
verificadas foi de 0, 0912.
Conclui-se que o método de validação do processo de calibração é
simples e fácil podendo facilitar o processo de manipulação do medicamento
homeopático assim como a realização dos testes do Controle de Qualidade
exigidos pela legislação vigente.
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ANEXO I – SOLUÇÕES E SOLUÇÕES REAGENTES
Reagente de Fehling
Obtido através da manipulação de duas soluções que são misturadas
em partes iguais no momento da análise. A solução A e obtida através da
dissolução de 35,6g de sulfato de cobre em quantidade suficiente de água
purificada para completar 500 mL. A solução B é obtida através da dissolução
de 173g de tartarato duplo de sódio e potássio em quantidade suficiente de
água purificada. Acrescentar 70g de hidróxido de sódio e completar o volume
de 500 mL com água purificada (FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA
BRASILEIRA, 2002).
Reagente de Tollens
Obtido através da adição de quantidade suficiente de hidróxido de
amônio a 10 mL a uma solução aquosa de nitrato de prata a 5% (p/V) até a
obtenção de um precipitado castanho e subsequente a sua dissolução. Em
seguida adicionar 5 mL de solução de hidróxido de sódio a 10% (p/V). Não
deverá aparecer nenhum precipitado. Caso ocorra o aparecimento do
precipitado castanho adicionar nova quantidade de hidróxido de amônio até o
seu desaparecimento. Reservar em frasco escuro com tampa esmerilhada e
sob refrigeração (FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA, 2002).
19
Ácido sulfúrico 0,5M
Pesar 55,20g de ácido sulfúrico concentrado em 1000mL de água.
Armazenar em recipiente bem fechado (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1998).
Hidróxido de sódio Solução Reagente (SR)
Pesar 8% (p/V) de hidróxido de sódio em água. Armazenar em recipiente
bem fechado (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1998).
Hidróxido de sódio 0,1M
Pesar 0,4g de hidróxido de sódio em 1000 mL de água isenta de dióxido
de carbono (água fervida e depois resfriada) (FARMACOPÉIA BRASILEIRA,
1998).
Iodo Solução Reagente
Pesar 1,0g de iodo, adicionar 2,0 g de iodeto de potássio em 100mL de
água. Armazenar em recipiente bem fechado e protegido da luz
(FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1998).
Sulfato de cobre 10% (p/V)
Pesar 10g de sulfato de cobrte e dissolve-los em 100 mL de água
(FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1998).
20
Fenolftaleína Solução Reagente
Dissolver 9 g de Fenolftaleína em 100 mL de álcool. (ASSOÇIAÇÃO
BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007)
21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOÇIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS Manual
de normas técnicas para farmácia homeopática [Artigo]. - CURITIBA :
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS, 2007. -
4.
BARBOSA E. RDC 33, Sob fogo cruzado [Periódico]. - Brasilia : Pharm. Bras.,
2001. - Vol. 24. - pp. 13-16.
BRASIL Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária n 67 de 8 outubro de 2007 [Artigo] // Diário Oficial da União. -
Brasilia : [s.n.], 2007. - p. 58.
FARMACOPEIA BRASILEIRA [Livro]. - SAO PAULO : ATHENEU, 1988. - 4°.
FARMACOPÉIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA [Livro]. - SÃO PAULO :
ATHENEU, 2002. - 2° : Vol. PARTE I.
FONTES OLNEY LEITE Farmácia Homeopática teoria e prática [Livro]. - SAO
PAULO : MANOLE, 2005.
GENNARO A Remington: a ciência e a prática da farmácia [Livro]. - Rio de
Janeiro : Guanabara Koogan, 2004. - 20.
KOROLKOVAS A Análise Farmaceutica [Livro]. - Rio de Janeiro : Guanabara
Koogan, 1984.
MARTINELLI H. K. [et al.] Avaliação do controle de qualidade realizado nas
farmácias de manipulação e homeopáticas de Maringá, Estado do Paraná.
[Periódico] // Revista Acta Sci. Health Sci.. - Maringá : [s.n.], 2005. - pp. 137-
143.