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INQUÉRITO AO ORÇAMENTO FAMILIAR IOF2014/15 RELATÓRIO DO MÓDULO DA FORÇA DE TRABALHO Abril de 2016 INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍ STICA

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INQUÉRITO AO ORÇAMENTO FAMILIAR

IOF2014/15

RELATÓRIO DO MÓDULO DA FORÇA DE TRABALHO

Abril de 2016

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA

1

RELATÓRIO DO MÓDULO DA FORÇA DE TRABALHO. INQUÉRITO AO ORÇAMENTO FAMILIAR - IOF2014/15 © 2016 Instituto Nacional de Estatística

PRESIDÊNCIA

Rosário Bernardo Francisco Fernandes Presidente

Manuel da Costa Gaspar Vice-Presidente

Valeriano da Conceição Levene Vice-Presidente

FICHA TÉCNICA

Título: Inquérito ao Orçamento Familiar-2014/15 Relatório do Módulo da Força de Trabalho.

Editor: Instituto Nacional de Estatística Direcção de Estatísticas Demográficas, Vitais e Sociais 5º Andar, Av. 24 de Julho, n° 1989, Caixa Postal 493 Maputo – Moçambique Telefones: + 2582130 55 27 / 8 E-Mail: [email protected] Homepage: www.ine.gov.mz

Direcção: Arão Balate

Coordenação do Trabalho de Campo: Arão Balate, Cristóvão Muahio e Gilberto Nhapure

Amostragem: Basílio Cubula e David Megill

Produção: Xadreque Maunze, Pedro Duce, Celso Zunguze, Muemed Cassimo, Basílio Cubula, Isaura Muchanga, João Mangue, Maria Alfeu e Abdulai Dade.

Crítica e Processamento de Dados: Ramiro Mouzinho; Celso Zunguze

Design e Grafismo: António Guimarães

Assistência Técnica: Scanstat e Banco Mundial

Financiamento: Governo de Moçambique, Fundo Comum de Apoio ao SEN, Governo do Reino Unido (DFID)

Difusão: Instituto Nacional de Estatística Departamento de Difusão, Documentação e Marketing da Direcção de Coordenação, Integração e Relações Externas do INE (DICRE)

Tiragem: 1000 Exemplares

1

ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 2

2 OBJECTIVOS DO IOF2014/2015 ............................................................................................................................ 3

3 AMOSTRAGEM DO IOF2014/2015 ......................................................................................................................... 4

3.1 Metodologia do painel para o Emprego ........................................................................................................... 5

3.2 Cobertura da Amostra Global e em Painel segundo o Atrito Tolerado ............................................................ 6 3.2.1 Cobertura de Áreas de Enumeração Abrangidas pelo IOF ................................................................................ 6

3.2.2 Cobertura de Agregados Familiares abrangidos pelo IOF .................................................................................. 7

3.2.3 Cobertura de Pessoas de 15 anos e mais .......................................................................................................... 7

3.3 Nível de Precisão das Estimativas vs Erros de Amostragem .......................................................................... 8

3.4 Erros de Amostragem ...................................................................................................................................... 9

3.5 Aspectos Organizativos do IOF 2014/15 ....................................................................................................... 10

3.6 Recolha e Processamento de Dados do IOF 2014/15 ................................................................................... 11

4 POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ACTIVA........................................................................................................ 12

5 EMPREGO ............................................................................................................................................................. 17

5.1 Taxas de Emprego ......................................................................................................................................... 17

5.2 Posição no Processo Laboral ........................................................................................................................ 20

5.3 Ramos de Actividade ..................................................................................................................................... 22

6 DESEMPREGO ...................................................................................................................................................... 25

6.1 Taxas de Desemprego ................................................................................................................................... 26

7 HORAS TRABALHADAS ....................................................................................................................................... 30

7.1 Média de horas semanais trabalhadas .......................................................................................................... 30

8 SUBEMPREGO ...................................................................................................................................................... 37

8.1 Taxas de Subemprego ................................................................................................................................... 37

8.2 Taxas Específicas da População Subempregada ......................................................................................... 39

8.3 POPULAÇÃO SUBEMPREGADA POR POSIÇÃO NO PROCESSO LABORAL .......................................... 39

8.4 Estrutura Ocupacional da População Subempregada ................................................................................... 41

8.5 Horas habitualmente trabalhadas pela população subempregada ................................................................ 41

8.6 Horas trabalhadas pela população subempregada por posição no processo de trabalho ............................. 43

8.7 População subempregada por ramos de actividade, segundo horas trabalhadas habitualmente ................. 44

2

1 INTRODUÇÃO

O Instituto Nacional de Estatística (INE) realizou em todo o território nacional, de 07 de Agosto de 2014 a 15 de

Agosto de 2015, o Inquérito ao Orçamento Familiar 2014/15 (IOF 2014/15).

O IOF 2014/2015 é uma pesquisa por amostragem, probabilística, estratificada e multi-etápica, desenhada segundo

uma metodologia de painel baseada nos agregados familiares residentes em habitações particulares. Ou seja, cada

agregado familiar (AF) seleccionado foi visitado quatro vezes durante o ciclo completo de 12 meses, sendo uma

única vez em cada trimestre, com vista a reflectir à sazonalidade durante o ano. A visita a cada agregado familiar

durou 7 dias contínuos.

Os dados são disponibilizados a nível Nacional, Provincial, Áreas de Residência Urbano-Rural, Regional e por Sexo.

A amostra fornece estimativas precisas para cada nível indicado em cada trimestre do ano e, ainda, permite fazer

análises comparativas e evolutivas das taxas de emprego e desemprego, assim como produzir outros indicadores

de conjuntura. A amostra permite também adicionar trimestralmente módulos (exemplo: Módulo do Emprego e

Turismo). Contudo, alguns módulos requereram algumas modificações ao nível de tamanho de agregados familiares

que foram seleccionados por Áreas de Enumeração (AE).

Os resultados do IOF 2014/15 servirão de suporte para a formulação de políticas e programas sectoriais do

Governo, sector privado, e da sociedade civil moçambicana no geral; e fornecem informação indispensável para o

acompanhamento da evolução das condições de vida da população que reside no território nacional.

O Sample Frame do IOF2014/2015 em cada província é a lista para cada estrato urbano e sub estrato sócio-

económico, assim como para cada substrato agro-ecológico das zonas rurais. A amostra do IOF2014/2015 é uma

sub-amostra da Amostra Mãe, e, esta é baseada no Recenseamento Geral da População e Habitação 2007

(RGPH2007). Esta Amostra Mãe foi desenhada para servir o programa de inquéritos nacionais de agregados

familiares durante o período inter-censitário de 10 anos.

A recolha de dados decorreu durante 12 meses com início a 07 de Agosto de 2014 e término a 15 de Agosto de

2015, conforme o Quadro 1 abaixo.

QUADRO 1.1 PERÍODO DE RECOLHA DE DADOS DURANTE O CICLO DE 12 MESES

Trimestres do IOF 2014/15 Recolha de dados

Nº de dias Início Término

1º Trimestre 07 de Agosto de 2014 07 de Novembro de 2014 92

2º Trimestre 17 de Novembro de 2014 17 de Fevereiro de 2015 91

3º Trimestre 15 de Fevereiro de 2015 17 de Maio de 2015 91

4º Trimestre 17 de Maio de 2015 15 de Agosto de 2015 91

Anual 07 de Agosto de 2014 15 Agosto de 2015 365

Esta recolha de dados foi interrompida por duas vezes: a primeira, de 10 dias ocorreu entre 7 a 16 de Novembro de

2014 devido à necessidade de actualizar o aplicativo informático que passou de CSPro versão 5.0 para versão 6.0,

que garantiu uma maior robustez na recolha de dados. A segunda interrupção, a mais prolongada, decorreu durante

89 dias, de 17 de Fevereiro a 16 de Maio de 2015, devido à questões financeiras. Estas duas interrupções, em

termos estatísticos, não têm impacto negativo significativo, principalmente nas variáveis ‘Despesa’ e ‘Emprego’.

O presente relatório é referente aos resultados finais dos indicadores principais da força de trabalho, chamado

Relatório do Módulo da Força de Trabalho.

3

2 OBJECTIVOS DO IOF2014/2015

O objectivo do IOF2014/2015 foi de medir o nível e a estrutura das receitas e despesas e outras características

sócio-económicas e demográficas, com a finalidade de obter vários indicadores das condições de vida da

população. Para atingir este objectivo geral, o inquérito recolheu dados sobre os seguintes módulos:

Características Demográficas e Sociais;

Educação;

Saúde;

Características da Habitação;

Calamidades naturais;

Indicadores de Pobreza;

Indicadores de confiança;

Antropometria;

Emprego;

Turismo

Despesas anuais, mensais, receitas e transferências;

Despesas Diárias e Auto-consumo;

Preços no Mercado mais próximo.

Este relatório refere-se exclusivamente ao Emprego e Actividades Económicas para pessoas de 15 anos e mais de

idade nos últimos 12 meses (Agosto 2014 a Julho 2015) de recolha de dados.

4

3 AMOSTRAGEM DO IOF2014/2015

Conforme foi referenciado anteriormente, o Módulo do Emprego é parte do IOF2014/2015, portanto, a amostra foi

desenvolvida e seleccionada em três etapas de acordo com os procedimentos de amostragem do inquérito. Assim,

as seguintes etapas foram rigidamente obedecidas:

Na 1ª Etapa, foram seleccionadas 1.236 Unidades Primárias de Amostragem (UPAs) com Probabilidade

Proporcional ao Tamanho (PPS) de agregados familiares por estrato em cada província;

Na 2ª Etapa, em cada UPA foi seleccionada uma única área de enumeração com PPS por estrato em cada

província;

Na 3ª Etapa de amostragem, foram seleccionados 15 AFs no estrato urbano e 12 AFs no rural. Nestes 15

ou 12 AFs também foram seleccionados 4 AFs de reservas, respectivamente.

O Quadro 3.1 mostra o tamanho de 1.236 UPAs, agregados familiares e taxa de AF por UPA por províncias. Um

total de 11.592 AFs foram selecionados para amostra do IOF2014/2015 dos quais um mínimo de 824 AFs para a

província de Gaza e um máximo de 1.564 AFs para Zambézia.

QUADRO 3.1 TAMANHO DA AMOSTRA DE UPAS E DE AGREGADOS FAMILIARES POR ÁREA DE RESIDÊNCIA SEGUNDO

PROVÍNCIA, IOF2014/2015

Província UPAs Urbana UPAs Rural UPAs Total

Amostra de Agregados Familiares

Urbana Rural Total

Niassa 32 64 96 352 512 864

Cabo Delgado 44 60 104 484 480 964

Nampula 60 104 164 660 832 1 492

Zambézia 52 124 176 572 992 1 564

Tete 40 68 108 440 544 984

Manica 40 56 96 440 448 888

Sofala 60 44 104 660 352 1 012

Inhambane 40 52 92 440 416 856

Gaza 40 48 88 440 384 824

Maputo Província 60 48 108 660 384 1 044

Maputo Cidade 100 0 100 1 100 0 1 100

Moçambique 580 656 1 236 6 248 5 344 11 592

Os dados do IOF 2014/2015 foram ponderados1 com vista a reflectir a estrutura da população moçambicana, ao

nível de AFs, sexo, pessoas de 15 anos e mais e despesas. Para além deste procedimento, os dados foram

ajustados tendo em conta às não-respostas. Os ponderadores do IOF 2014/2015 também foram ajustados para

reflectir na estrutura da população a meio da recolha de dados (04 de Fevereiro de 2015), embora os ponderadores

iniciais – auto ponderação - fossem desenhados com base no 3º Recenseamento Geral de População e Habitação

de 2007.

1 Ver os Quadros 3.3 e 3.4 referentes aos Erros de Amostragem e os níveis de confiança de 95 por cento.

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3.1 METODOLOGIA DO PAINEL PARA O EMPREGO

A Avaliação da Qualidade de um inquérito pode ser feita a partir do nível do Atrito Estatístico das estimativas

provinciais do inquérito e é tido em conta o Quadro 3.1 do Desenho da Amostra do IOF. O IOF foi desenhado em

Painel e é susceptível a Erros longitudinais (ao longo do ciclo de 12 meses).

Diz-se que houve Atrito Estatístico ou Erosão Estatística se ocorrer uma Redução do tamanho de unidades

estatísticas pertencentes à Amostra do inquérito em Painel devido à Não-Resposta Total. Portanto, fala-se de Atrito

Estatístico (igual a Erosão Estatística), a um tipo de erro específico dos inquéritos repetidos no tempo como no IOF

2014/2015.

Os resultados de um inquérito em painel permitem declarações probabilísticas sobre a população quando todos os

elementos da Amostra são observados. Assim, no desenho da amostra do IOF 2014/2015 o nível de Atrito tolerado,

a priori, variou de 1 a 17%, para os resultados do IOF e, consequentemente os indicadores de Emprego têm uma

fiabilidade aceitável.

QUADRO 3.2 NÍVEIS DE ATRITO TOLERÁVEL POR TRIMESTRE SEGUNDO PROVÍNCIA, 2015

Província Total de Amostra de UPAs

UPAs Urbana

UPAs Rural

Amostra de AFs do IOF 2014/15

Amostra de AFs em Painel do IOF 2014/2015

Urbanos Rurais Total 1º Trim (100%)

2º Trim Atrito

3º Trim Atrito

4º Trim Atrito

Niassa 96 32 64 352 512 864 864 795 760 717

Cabo Delgado 104 44 60 484 480 964 964 887 848 800

Nampula 164 60 104 660 832 1 492 1 492 1 373 1 313 1 238

Zambézia 176 52 124 572 992 1 564 1 564 1 439 1 376 1 298

Tete 108 40 68 440 544 984 984 905 866 817

Manica 96 40 56 440 448 888 888 817 781 737

Sofala 104 60 44 660 352 1 012 1 012 931 891 840

Inhambane 92 40 52 440 416 856 856 788 753 710

Gaza 88 40 48 440 384 824 824 758 725 684

Maputo Província 108 60 48 660 384 1 044 1 044 960 919 867

Maputo Cidade 100 100 0 1 100 0 1 100 1 100 1 012 968 913

Moçambique 1 236 568 668 6 248 5 344 11 592 11 592 10 665 10 201 9 621

As principais causas deste tipo de erro não amostral são, em grande parte, as recusas categóricas, dificuldade em

seguir as unidades longitudinalmente (por mudança de endereços e/ou moradas, fusão de agregados, etc.) e o

elevado peso de não resposta quando considerado ao longo do tempo.

O peso de resposta tem sido definido em função da demanda temporal que uma entrevista demora ou em função da

complexidade das tarefas solicitadas aos inquiridos para completar a entrevista com sucesso. Uma precaução que

se deve ter para reduzir o atrito é minimizar o peso de não resposta.

6

3.2 COBERTURA DA AMOSTRA GLOBAL E EM PAINEL SEGUNDO O ATRITO TOLERADO

3.2.1 COBERTURA DE ÁREAS DE ENUMERAÇÃO ABRANGIDAS PELO IOF

De acordo com a Amostra do IOF 2014/2015, das 1.236 AEs planificadas para o I Trimestre, o trabalho de campo

abrangeu um total de 1.233 AEs o que correspondeu a uma cobertura total de 99,8 por cento.

No 1º Trimestre do IOF, com a excepção da província de Sofala que teve 3 Áreas não feitas devido a

instabilidade político-militar, as demais províncias atingiram 100% de cobertura de Áreas de Enumeração.

Quanto ao 2º Trimestre, as províncias de Niassa (99,0%), Cabo Delgado (97,1%), Zambézia (71,6%) e

Tete (96,3%), correspondendo a 1, 2, 50 e 4 áreas respectivamente, não foram cobertas na Amostra do

IOF. As restantes 7 províncias atingiram 100% de cobertura.

Para o caso destas 4 províncias, a situação de cheias e intransitabilidade das estradas esteve na origem

destes constrangimentos, principalmente na província da Zambézia onde destruíram-se vias de acesso e

pontes. Até ao final de mês de Agosto de 2015 para se chegar aos distritos de Ile, Gilé, Gurúè, Lugela,

Maganja da Costa e Namarrói usavam-se vias de acesso não muito seguras.

No IV Trimestre do IOF não foram visitadas 2 e 7 áreas das províncias de Cabo Delgado e Zambézia

respectivamente, as mesmas que não foram visitadas no II Trimestre. Nestas províncias, a cobertura foi de

98,1% em Cabo Delgado e 96,0% na Zambézia.

GRÁFICO 3.1 PERCENTAGEM DE ÁREAS DE ENUMERAÇÃO EFECTIVAMENTE VISITADAS NA AMOSTRA DO IOF2014/2015

7

3.2.2 COBERTURA DE AGREGADOS FAMILIARES ABRANGIDOS PELO IOF

Em relação aos Agregados Familiares, o Gráfico 3.2 mostra que dos 11.592 AFs esperados, segundo o

plano amostral, no I Trimestre foram entrevistados 11.481 AFs o que correspondeu a 99,0% de cobertura.

As províncias de Manica e Inhambane atingiram 100% de cobertura em relação aos AF neste trimestre.

As províncias de Nampula, Sofala e Maputo Cidade foram as que apresentaram as menores taxas

cobertura de AFs com 97.9%, 97.4% e 97.6% respectivamente no 1º Trimestre. As restantes províncias

apresentaram percentagens relativamente maiores, acima de 99%, e, atingiram 100% por exemplo em

Niassa, Manica e Inhambane, ainda no 1º Trimestre.

Devido à redução do número de Áreas de Enumeração, face as cheias, cerca de 400 AFs não foram

visitados na província da Zambézia, consequentemente apresentou a menor cobertura de AF(66,2% no II

Trimestre).

Em seguida apresentamos o Gráfico de Cobertura de AFs:

GRÁFICO 3.2 PERCENTAGEM DE AFS EFECTIVAMENTE ENTREVISTADOS NA AMOSTRA DO IOF2014/2015

Estas cifras mostram a elevada aderência e confiança da população aos inquéritos estatísticos em Moçambique.

3.2.3 COBERTURA DE PESSOAS DE 15 ANOS E MAIS

Quanto às pessoas elegíveis de 15 anos e mais, foram identificados e entrevistados um total de cerda de 31.260

pessoas no 1º trimestre. No 2º trimestre, devido ao atrito sofrido houve uma diminuição do tamanho da amostra,

tendo sido entrevistados 26.288 pessoas desta faixa etária. Por fim, no 4º trimestre, foram entrevistados um total de

25.620 pessoas. O Quadro 3.3 abaixo, apresenta a cobertura de pessoas 15 anos ou mais de idades por província.

8

QUADRO 3.3 TOTAL DE PESSOAS DE 15 ANOS OU MAIS ENTREVISTADAS NA AMOSTRA DO IOF2014/2015

Província

Total de pessoas de 15 anos ou mais abrangidas na Amostra do IOF2014/2015

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre

Urbano Rural Total Urbano Rural Total Urbano Rural Total Urbano Rural Total

Niassa 991 1 151 2 142 813 910 1 723 0 0 0 770 1 019 1 789

Cabo Delgado 1 541 1 134 2 675 1 177 956 2 133 0 0 0 1 086 919 2 005

Nampula 1 722 1 824 3 546 1 462 1 598 3 060 0 0 0 1 325 1 559 2 884

Zambézia 1 435 2 237 3 672 993 1 323 2 316 0 0 0 1 100 1 694 2 794

Tete 1 196 1 242 2 438 1 048 1 046 2 094 0 0 0 1 062 1 069 2 131

Manica 1 372 1 287 2 659 1 218 1 171 2 389 0 0 0 1 177 1 068 2 245

Sofala 1 960 1 016 2 976 1 826 958 2 784 0 0 0 1 652 897 2 549

Inhambane 1 300 1 014 2 314 1 162 888 2 050 0 0 0 1 044 806 1 850

Gaza 1 352 908 2 260 1 180 878 2 058 0 0 0 1 144 821 1 965

Maputo Província 2 023 903 2 926 1 759 848 2 607 0 0 0 1 646 810 2 456

Maputo Cidade 3 655 0 3 655 3 074 0 3 074 0 0 0 2 952 0 2 952

Moçambique 18 547 12 716 31 263 15 712 10 576 26 288 0 0 0 14 958 10 662 25 620

Fonte: INE, Resultados do IOF2014/2015

3.3 NÍVEL DE PRECISÃO DAS ESTIMATIVAS VS ERROS DE AMOSTRAGEM

Como acontece em todos os inquéritos por amostragem, os seus resultados são afectados por dois tipos de erros:

Erros Amostrais e Erros Não Amostrais. Os primeiros resultam do facto do inquérito não abranger todo o universo,

mas apenas uma parte da população (Amostra). O segundo tipo de erros ocorre no processo de recolha,

processamento e validação dos dados. Este segundo tipo de erro pode ser minimizado com uma boa capacitação

do pessoal de campo e com uma adequada supervisão do processo em todas as etapas do processo do inquérito.

Como já foi mencionado, a permanente supervisão realizada pela equipe central do INE e com o controlo de

qualidade da entrada através da dupla digitação e uma validação de dados, terão contribuído para minimizar este

tipo de erros.

GRÁFICO 3.3 NÍVEL DE PRECISÃO DAS ESTIMATIVAS (ERROS AMOSTRAIS TOLERÁVEIS) SOB CONFIANÇA DE 95%

Os resultados do IOF no geral e particularmente do Módulo do Emprego, mostram que foi cometido um erro

amostral de máximo 3,7% que, em termos estatísticos, pode ser considerado de Muito Bom nos três trimestres, sob

nível de significância de 5 por cento. Portanto, em 95% de confiança podemos assumir que os resultados são

fiáveis.

9

3.4 ERROS DE AMOSTRAGEM

Os Quadros 3.4 e 3.5 abaixo mostram os erros de amostragem e os limites de confiança de 95% para as estimativas

da taxa de emprego e desemprego para pessoas de 15 anos ou mais ao nível nacional e segundo as áreas de

residência e por província.

A taxa de desemprego nacional é de 20,7% (0,207) e variando de 19,8 a 21,7%. Este intervalo é relativamente curto

mostrando muita consistência dos dados. O desemprego é maior nas mulheres (21,7%) do que nos homens (19,5%)

e esta diferença é estatisticamente significativa. Quanto ao estrato urbano e rural nacional, o desemprego é mais

elevado no estrato urbano (29,4%) do que no rural (16,8%) e, esta diferença é também estatisticamente muito

significativa [urbano (28,0 a 30,8%) e rural (15,7 a 18,1%)].

Ao nível das províncias, a taxa de desemprego é maior em Maputo província (31,5%). É mais baixa na província da

Zambézia (13,1%).

O coeficiente de variação (CV) da taxa de desemprego nacional de 2,3% significa que, se o inquérito fosse repetido

95 vezes, em 100 possíveis, nas mesmas condições metodológicas, a taxa de desemprego nacional situar-se-ia

entre 19,8 e 21,7% reflectindo pouca variabilidade do desemprego e mostrando uma grande consistência dos dados.

QUADRO 3.4 ERROS DE AMOSTRAGEM DO DESEMPREGO PARA POPULAÇÃO DE 15 ANOS OU MAIS, ANUAL, IOF2014/2015

Indicador Valor

Estimado (V)

Erro Padrão

(EP)

95% Intervalo de Confiança Coeficiente

de Variação (EP/V)

Efeito de Desenho

(Deff)

Raiz Quadrada

do Deff

Número de casos

Inferior Superior Não

Ponderados Ponde- rados

Total

Desemprego Nacional 0,207 0,005 0,198 0,217 0,023 8,252 2,873 14 377 10 512 150

Sexo (DN)

Homens 0,195 0,005 0,185 0,205 0,026 4,533 2,129 6 296 4 889 402

Mulheres 0,218 0,006 0,207 0,229 0,026 6,135 2,477 8 081 5 622 748

Área de Residência (DN)

Urbano 0,294 0,007 0,280 0,308 0,024 4,505 2,123 9 435 3 253 660

Rural 0,168 0,006 0,157 0,181 0,037 11,071 3,327 4 942 7 258 490

Região (DN)

Norte 0,200 0,008 0,185 0,216 0,039 7,400 2,720 3 676 3 422 924

Centro 0,173 0,008 0,158 0,190 0,046 11,466 3,386 4 603 4 588 607

Sul 0,279 0,008 0,263 0,296 0,030 4,926 2,220 6 098 2 500 618

Províncias (DN)

Niassa 0,262 0,014 0,235 0,291 0,055 3,577 1,891 1 117 594 088

Cabo Delgado 0,162 0,014 0,137 0,191 0,085 6,414 2,533 998 814 335

Nampula 0,197 0,011 0,176 0,220 0,057 9,184 3,031 1 561 2 014 501

Zambézia 0,131 0,011 0,111 0,155 0,086 12,215 3,495 756 1 942 288

Tete 0,201 0,023 0,160 0,250 0,114 18,676 4,322 1 116 1 017 283

Manica 0,235 0,015 0,208 0,265 0,063 5,458 2,336 1 493 802 821

Sofala 0,179 0,016 0,149 0,212 0,089 8,066 2,840 1 238 826 214

Inhambane 0,208 0,013 0,184 0,234 0,061 3,272 1,809 980 602 906

Gaza 0,300 0,026 0,251 0,353 0,087 10,557 3,249 1 407 582 812

Maputo Província 0,315 0,013 0,289 0,342 0,043 3,562 1,887 1 914 758 633

Maputo Cidade 0,286 0,012 0,264 0,310 0,041 2,125 1,458 1 797 556 268

Moçambique (DN) 0,207 0,005 0,198 0,217 0,023 8,252 2,873 14 377 10 512 150

10

QUADRO 3.5 ERROS DE AMOSTRAGEM DO EMPREGO PARA POPULAÇÃO DE 15 ANOS OU MAIS, ANUAL, IOF2014/2015

Indicador Valor

Estimado (V)

Erro Padrão

(EP)

95% Intervalo de Confiança

Coeficiente de

Variação (EP/V)

Efeito de Desenho

(Deff)

Raiz Quadrada

do Deff

Número de casos

Inferior Superior Não

Ponderados Ponderados

Total

Emprego Nacional (EN) 0,672 0,005 0,662 0,682 0,008 8,751 2,958 44 487 12 386 088

Sexo (EN)

Homens 0,682 0,006 0,671 0,694 0,008 5,249 2,291 21 278 5 763 818

Mulheres 0,664 0,006 0,652 0,676 0,009 6,395 2,529 23 209 6 622 271

Área de Residência (EN)

Urbano 0,529 0,007 0,515 0,542 0,013 5,199 2,280 22 575 4 343 965

Rural 0,750 0,007 0,736 0,764 0,009 12,712 3,565 21 912 8 042 123

Região (EN)

Norte 0,691 0,009 0,672 0,709 0,014 9,796 3,130 11 955 3 960 185

Centro 0,716 0,009 0,699 0,733 0,012 11,391 3,375 16 997 5 294 115

Sul 0,575 0,007 0,560 0,590 0,013 4,281 2,069 15 535 3 131 788

Províncias (EN)

Niassa 0,624 0,016 0,593 0,654 0,025 4,384 2,094 2 703 702 441

Cabo Delgado 0,720 0,016 0,687 0,750 0,022 7,235 2,690 3 575 947 524

Nampula 0,699 0,014 0,671 0,726 0,020 12,793 3,577 5 677 2 310 221

Zambézia 0,746 0,014 0,718 0,773 0,019 13,838 3,720 4 199 2 259 829

Tete 0,722 0,023 0,674 0,764 0,032 17,741 4,212 3 714 1 126 541

Manica 0,670 0,015 0,640 0,699 0,022 5,581 2,363 4 317 915 710

Sofala 0,684 0,015 0,654 0,712 0,022 6,002 2,450 4 767 992 034

Inhambane 0,638 0,014 0,609 0,665 0,022 3,925 1,981 3 408 748 302

Gaza 0,597 0,024 0,550 0,643 0,040 9,544 3,089 3 527 683 235

Maputo Província 0,557 0,012 0,533 0,580 0,021 3,217 1,794 4 245 933 045

Maputo Cidade 0,517 0,010 0,497 0,536 0,019 1,778 1,334 4 355 767 206

Moçambique (EN) 0,672 0,005 0,662 0,682 0,008 8,751 2,958 44 487 12 386 088

3.5 ASPECTOS ORGANIZATIVOS DO IOF 2014/15

Para a recolha de dados do IOF foram constituídas 46 equipas de campo das quais 20 equipas Urbanas e 26 Rurais em todo o país. A Província da Zambézia foi a que contou com maior número de equipas, com 7, seguida da Província de Nampula com 6. Nas restantes províncias foram alocadas 3 e 4 equipas. Cada uma das 46 equipes era constituída por:

Equipe Urbana: 1 Controlador; 3 ou 4 Inquiridores; 2 Reservistas e 1 Motorista.

Equipe Rural: 1 Controlador; 3, 4 ou 5 Inquiridores; 3 Reservistas e 1 Motorista.

Em média, cada inquiridor visitou e entrevistou 11 AFs nas áreas urbanas e 8 nas rurais durante os 7 dias contínuos no AF.

O trabalho de campo foi dividido em 36 períodos de 10 dias (incluindo dias de descanso e deslocações)

Um total de 280 candidatos foram recrutados dentre controladores, inquiridores, reservistas e motoristas. A formação dos Supervisores, Controladores e Inquiridores foi conduzida ao mesmo tempo e num mesmo local por técnicos centrais do INE. Esta formação compreendeu palestras, sessões teóricas sobre os diferentes tópicos

11

inclusive a condução de entrevistas e simulações em sala de aulas e sessões de ensaios práticos no terreno. Participaram na formação, candidatos a inquiridores em número superior ao necessário para permitir a selecção dos melhores e assegurar, desta maneira, uma maior qualidade técnica do pessoal de campo.

3.6 RECOLHA E PROCESSAMENTO DE DADOS DO IOF 2014/15

Para a recolha de dados nesta pesquisa foram usados 5 Tipos de Questionários:

1. Questionário das Características Gerais do Agregado Familiar;

2. Questionário das Despesas Diárias do Agregado;

3. Questionário das Despesas e Receitas (anuais e mensais);

4. Questionário Comunitário (preenchido pelo Controlador). Este último foi usado somente nas áreas rurais; e

5. Questionário para pessoas de 5 anos e mais (emprego). Adicionalmente, foi incluído um módulo sobre

actividade turística em Moçambique.

Em termos práticos, foram utilizadas duas modalidades de recolha de dados:

Electrónica (Tablets) para os 5 tipos de Questionários,

Em papel para os Questionários de Despesas Diárias e Despesas e Receitas Mensais e Anuais para se

garantir maior fiabilidade dada a sua complexidade de recolha.

A recolha de dados num agregado familiar foi feita através de 3 visitas às unidades de alojamento durante 7 dias

contínuos, respeitando a seguinte distribuição:

No dia da primeira visita, o inquiridor preenchia o Questionário das Características Gerais do agregado

familiar e uma parte do Questionário das Despesas Diárias (despesas, auto consumo e receitas em

espécie correspondentes ao dia anterior). Nesta fase, o inquiridor preenchia também o módulo sobre

turismo.

Na segunda visita, (três dias depois da primeira) o Inquiridor recolhia as despesas mensais e anuais e

preenchia o Questionário das Despesas Diárias do Agregado dos últimos 3 dias.

Na terceira visita (três dias depois da segunda) o Inquiridor recolhia as receitas e transferências e

preenchia o Questionário das Despesas Diárias do Agregado familiar nos últimos 3 dias.

Regularmente eram solicitados aos inquiridores para que, depois de recolher os dados no campo usando o

Questionário em papel ou via Tablet, fossem enviados para o respectivo Controlador e, este por sua vez, compilava

todos os dados e enviava via internet ao INE Central para o sector de Informática e Crítica-Codificação e Digitação.

A Equipe de Crítica e Codificação fazia uma análise da qualidade e atribuía códigos às perguntas abertas -

Questionário em papel.

12

4 POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ACTIVA

O conhecimento do tamanho e das características da força de trabalho de que o país dispõe, constitui um

condimento imprescindível na planificação do uso dos recursos humanos. Entende-se por força de trabalho ou

População Economicamente Activa (PEA), toda a população de 15 e mais anos de idade ocupada (que trabalhou ou

tinha emprego no período de referência) e também aquela que no período de referência esteve desocupada, mas

estava disponível para realizar qualquer actividade económica. Por seu turno, População Não Economicamente

Activa (PNEA) compreende a todas as pessoas de 15 e mais anos que não realizaram qualquer actividade

económica na semana de referência (não trabalharam e nem tinham emprego), e não procuraram fazê-lo nos

últimos 30 dias anteriores à semana de referência, isto é, não estavam disponíveis para trabalhar.

O presente capítulo apresenta informação sobre o tamanho e características da força de trabalho em Moçambique.

Os dados do IOF 2014/15, no módulo sobre a força de trabalho, mostram que a percentagem da população

economicamente activa (PEA) em Moçambique é de 84.9%.

FIGURA 1. POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ACTIVA (PEA) E POPULAÇÃO NÃO ECONOMICAMENTE ACTIVA (PNEA).

IOF, 2014/15

De acordo com os dados do Quadro 4.1, a área rural (90.3%) é a que apresenta, percentagem mais elevada da

população economicamente activa e em contrapartida a área urbana é a que ostenta a percentagem menos elevada

(74.9%). A província de Tete, possui a percentagem mais elevada de população economicamente activa (90.3%) a

nível do País, enquanto que Maputo Cidade (72.5%), Maputo Província (81.3%), Inhambane (80.6%) e Sofala

(83.3%), são as províncias que observam percentagens da população economicamente activa relativamente pouco

elevadas.

População total

100%

População de 15 + anos

49.2%

População economicamente activa (PEA) 84.9%

População não economicamente activa (PNEA) 15.1%

13

QUADRO 4.1 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DE 15 E MAIS ANOS POR CONDIÇÃO DE ACTIVIDADE ECONÓMICA, SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SELECCIONADAS. IOF, 2014/15

Características seleccionadas Condição de Actividade

PEA PNEA Total

Total 84.9 15.1 100.0

Área de residência

Urbano 74.9 25.1 100.0

Rural 90.3 9.7 100.0

Região

Norte 93.6 6.4 100.0

Centro 92.7 7.3 100.0

Sul 88.4 11.6 100.0

Províncias

Niassa 84.6 15.4 100.0

Cabo Delgado 85.9 14.1 100.0

Nampula 87.2 12.8 100.0

Zambézia 85.9 14.1 100.0

Tete 90.3 9.7 100.0

Manica 87.7 12.3 100.0

Sofala 83.3 16.7 100.0

Inhambane 80.6 19.4 100.0

Gaza 85.3 14.7 100.0

Maputo Província 81.3 18.7 100.0

Maputo Cidade 72.5 27.5 100.0

Nível de escolaridade

Nenhum 89.4 10.6 100.0

Primário 1º Grau 90.5 9.5 100.0

Primário 2º Grau 84.0 16.0 100.0

Secundário e mais 71.8 28.2 100.0

Estado Civil

Solteiro(a) 64.5 35.5 100.0

Casado(a) 92.4 7.6 100.0

União marital 92.7 7.3 100.0

Divorciado(a)/Separado(a) 89.8 10.2 100.0

Viúvo(a) 83.0 17.0 100.0

A percentagem da população economicamente activa diminui com o aumento do nível de escolaridade. Assim, ela é

menos elevada na população com ensino secundário e mais (71.8%). Entretanto, a PEA é mais elevada entre a

população que não tem nenhum nível de escolaridade (89.4%) e aquela que tem o nível Primário do 1ºgrau (90.5%).

Em função do estado civil, a PEA é bem representada entre os que estão na categoria de Casados (92.4) e os que

vivem em União marital (92.7%). Em contrapartida, os solteiros ostentam a proporção mais baixa da PEA (64.5%) e

consequentemente uma PNEA com proporções mais elevadas (35.5%).

O Gráfico 4.1 apresenta as taxas específicas de participação nas actividades económicas, onde se pode constatar

que no geral embora em proporções muito pouco pronunciadas, os homens suplantam as taxas apresentadas pela

sua contraparte feminina. Entretanto, é preciso observar que no primeiro grupo de idade a taxa de participação dá

uma vantagem relativa à população feminina.

14

GRÁFICO 4.1 TAXAS ESPECÍFICAS DE ACTIVIDADE ECONÓMICA POR SEXO E IDADE. IOF 2014/15

No Gráfico 4.2, estão apresentadas as taxas específicas de participação da população nas actividades económicas

por área de residência e por sexo. No geral, o gráfico mostra que nas primeiras idades as taxas de participação de

homens e mulheres da área rural são mais elevadas do que dos homens e mulheres da área urbana. As diferenças

se reduzem nas idades intermédias, e a partir dos 60 anos em diante, as taxas de participação de ambos sexos da

área rural voltam a ser mais elevadas do que as da área urbana.

GRÁFICO 4.2 TAXAS ESPECÍFICAS DE ACTIVIDADE ECONÓMICA POR ÁREA DE RESIDÊNCIA, IDADE E SEXO. IOF 2014/15

A distribuição da PEA por condição de alfabetização é apresentada no Quadro 4.2, onde pode se constatar que um

pouco menos de metade (48.2%) da população economicamente activa em Moçambique, não sabe ler nem

escrever. Esta situação é mais notória na área rural onde 58.7% da PEA é analfabeta, contrariamente à área urbana

onde a população que não sabe ler e escrever, constitui a minoria (24.9%).

15

Ao nível das províncias, mais de metade das províncias do país (Maputo Cidade, Maputo Província, Gaza,

Inhambane, Sofala e Manica) é que têm mais de metade da população economicamente activa alfabetizada. Nas

restantes províncias, a proporção dos analfabetos na população economicamente activa é superior ou igual a 57%.

Observando o estado civil, nota-se que a percentagem da população que não sabe ler nem escrever é mais elevada

entre os viúvos (74.1%) e mais baixa entre os solteiros (27.6%).

QUADRO 4. 2 PERCENTAGEM DA POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ACTIVA POR CONDIÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO. IOF, 2014/15

Características seleccionadas Não sabe ler e escrever

Total Homens Mulheres

Total 48.2 31.7 62.6

Área de residência

Urbano 24.9 14.4 35.2

Rural 58.7 40.2 74.0

Províncias

Niassa 59.7 42.8 75.4

Cabo Delgado 63.3 48.9 77.0

Nampula 58.3 42.5 74.4

Zambézia 57.0 34.7 76.5

Tete 58.2 40.5 73.8

Manica 37.2 14.7 55.5

Sofala 48.4 27.4 65.8

Inhambane 36.1 19.7 46.2

Gaza 35.7 20.8 44.2

Maputo Província 20.3 10.8 28.7

Maputo Cidade 9.0 4.3 13.6

Estado Civil

Solteiro(a) 27.6 23.5 34.0

Casado(a) 51.4 34.0 68.5

União marital 51.2 34.3 67.0

Divorciado(a)/Separado(a) 50.8 34.2 54.5

Viúvo (a) 74.1 44.0 77.0

A maioria da população economicamente Activa (PEA), quando questionada sobre as razões para não ter procurado

emprego nos últimos 30 dias, respondeu que “não existe trabalho” (38.7%). Porém, esta percentagem é mais

elevada entre os homens (42.5%) e entre a população rural (43.3%). Estes dados, são apresentados no Quadro 4.3,

no qual pode se notar também, que a razão em causa é maioritariamente apontada pela PEA das província de

Nampula (59.2%) e Niassa (53.0%). No geral, por ordem de importância percentual, a segunda e terceira razões

mais indicadas são, “Ocupado com os trabalhos domésticos” e “Está cansado de procurar”, com 17.6% e 15.0%,

respectivamente.

É importante notar que uma proporção relativamente importante da PEA (13.9% apontou a “falta de interesse” como

sendo a razão de não ter procurado emprego nos últimos 30 dias anteriores à data da entrevista.

16

QUADRO 4.3 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ACTIVA (PEA) POR RAZÕES PARA NÃO TER PROCURADO EMPREGO NOS ÚLTIMOS 30 DIAS SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SELECCIONADAS. IOF 2014/15

Características seleccionadas

Mu

ito

vel

ho

/

mu

ito

no

vo

Inca

pac

itad

o

Est

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a

tem

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Fal

ta d

e

inte

ress

e

Ou

tro

s

Sem

info

rmaç

ão

To

tal

Total 1,3 0,5 4,0 0,8 38,7 1,6 1,6 17,6 15,0 3,0 13,9 2,0 0,1 100,0

Sexo

Homens 1,2 0,4 7,2 1,3 42,5 1,7 1,5 7,8 17,4 0,1 16,8 2,1 0,0 100,0

Mulheres 1,4 0,5 2,3 0,5 36,6 1,6 1,7 23,0 13,7 4,5 12,2 1,9 0,1 100,0

Área de residência

Urbano 0,9 0,1 2,8 0,7 37,0 2,0 0,7 16,5 18,7 3,6 15,0 2,0 0,1 100,0

Rural 2,6 1,4 7,4 1,1 43,3 0,7 4,2 20,3 4,9 1,3 10,9 1,9 0,0 100,0

Província

Niassa 2,8 0,0 3,5 0,2 53,0 1,1 3,9 13,4 8,1 1,7 10,1 2,1 0,0 100,0

Cabo Delgado 1,7 0,0 2,4 0,0 34,2 1,0 1,3 17,3 19,8 3,5 18,8 0,0 0,0 100,0

Nampula 0,8 0,7 1,3 0,4 59,2 0,9 2,3 11,1 14,3 2,8 5,9 0,2 0,0 100,0

Zambézia 0,0 1,7 9,8 1,7 29,7 1,6 1,6 21,5 14,1 1,5 13,7 2,0 1,1 100,0

Tete 2,5 0,0 7,2 0,9 19,1 1,5 1,9 19,1 15,5 8,3 21,4 2,4 0,0 100,0

Manica 1,8 0,0 6,3 0,0 30,2 1,5 0,0 21,6 20,1 3,1 8,4 7,0 0,0 100,0

Sofala 0,0 0,0 3,4 0,7 23,2 0,5 1,9 23,8 19,5 0,4 21,6 5,1 0,0 100,0

Inhambane 1,4 0,0 17,3 4,1 25,0 4,2 0,0 17,4 5,6 1,4 20,5 3,0 0,0 100,0

Gaza 4,0 0,0 4,4 0,0 37,6 1,4 0,7 10,3 7,6 2,0 28,0 4,0 0,0 100,0

Maputo Província 1,9 0,3 4,4 0,4 15,5 4,2 0,0 37,4 14,7 4,6 14,6 1,9 0,0 100,0

Maputo Cidade 1,7 0,3 2,4 1,9 18,8 2,8 0,3 15,8 22,0 5,1 25,4 3,5 0,0 100,0

Nível de escolaridade

Nenhum 4,6 1,3 0,1 1,1 54,3 0,3 4,1 16,8 6,1 3,5 6,5 1,3 0,0 100,0

Primário 1º Grau 1,4 0,5 3,0 0,8 38,1 1,4 3,3 20,0 13,0 4,6 12,3 1,6 0,0 100,0

Primário 2º Grau 0,1 0,2 3,0 1,1 36,5 1,4 0,9 22,2 12,6 3,6 17,3 1,2 0,0 100,0

Secundário e mais 0,6 0,3 6,2 0,6 34,6 2,2 0,4 15,2 19,5 1,9 15,8 2,5 0,2 100,0

Desconhecido 0,0 0,0 0,0 0,0 26,5 0,0 0,0 32,3 18,7 11,6 5,8 5,2 0,0 100,0

Estado Civil

Solteiro(a) 1,0 0,4 6,7 0,2 41,1 1,5 0,9 14,2 14,6 0,1 17,5 1,8 0,0 100,0

Casado(a) 2,4 0,5 0,3 2,5 61,4 0,2 0,0 13,0 8,2 2,9 6,1 2,4 0,0 100,0

União marital 0,2 0,0 1,5 1,2 25,2 2,3 2,9 27,1 17,1 9,1 11,5 1,6 0,3 100,0

Divorciado(a)/Separado(a) 0,4 1,1 1,6 0,0 40,9 2,5 1,7 16,4 18,7 0,0 12,1 4,8 0,0 100,0

Viúvo (a) 15,9 5,1 0,0 1,9 45,3 0,8 7,1 2,7 17,4 0,0 2,0 1,8 0,0 100,0

17

5 EMPREGO

Segundo as recomendações da OIT, considera-se que a pessoa tem emprego, se tiver idade igual ou superior a 15

anos e encontrar-se em pelo menos uma das seguintes situações:

Trabalhou pelo menos uma hora nos últimos 7 dias anteriores ao inquérito, com vista a produção de

bens ou serviços, mediante pagamento em dinheiro ou em espécie;

Ajudou a um familiar na produção de bens e serviços, sem remuneração;

Não trabalhou mas tinha emprego durante o período de referência. Isto é, esteve em gozo de férias,

licença de parto, em greve, etc.

Entretanto, esta definição tem a limitação de considerar como empregados os trabalhadores sem remuneração que

não trabalharam durante o período de referência e que não se tem nenhuma certeza de que estes voltarão a exercer

qualquer tipo de trabalho num futuro próximo, sobrestimando desta forma a população empregada. Assim, tomou-se

a definição alternativa que considera a definição da OIT, excluíndo as pessoas que se encontravam na condição de

desempregadas do tipo C (veja-se no capítulo 6 a definição de desempregado do tipo C).

5.1 TAXAS DE EMPREGO

Um dos indicadores de emprego que é analisado a seguir é a taxa de emprego ou taxa de ocupação que é a relação

entre as pessoas de 15 e mais anos de idade, que no período de referência, se encontravam na situação de

empregadas e o total de população em idade de trabalhar (15 anos ou mais).

De acordo com os dados do Quadro 5.1, a taxa de emprego em Moçambique segundo os dados do IOF 2014/15 é

de 67.2%, sendo ligeiramente mais elevada entre os homens (68.2%) que entre as mulheres (66.4%). Tendo em

conta a área de residência, a rural apresenta-se como aquela que possui a taxa de emprego mais elevada (75.0%).

18

QUADRO 5.1 TAXAS DE EMPREGO POR SEXO, SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SELECCIONADAS. IOF, 2014/15

Características Seleccionadas Taxas de ocupação

Homens Mulheres Total

Total 68.2 66.4 67.2

Área de residência

Urbano 57.4 48.7 52.9

Rural 74.3 75.6 75.0

Províncias

Niassa 67.9 57.4 62.4

Cabo Delgado 74.7 69.5 72.0

Nampula 72.8 67.1 69.9

Zambézia 71.7 77.4 74.6

Tete 74.4 70.2 72.2

Manica 67.9 66.2 67.0

Sofala 69.5 67.5 68.4

Inhambane 57.0 68.5 63.8

Gaza 52.7 64.1 59.7

Maputo Província 59.1 52.9 55.7

Maputo Cidade 56.7 47.3 51.7

Nível de escolaridade

Nenhum 76.6 75.4 75.8

Primário 1º Grau 75.7 73.5 74.6

Primário 2º Grau 67.0 57.3 63.1

Secundário e mais 54.8 39.3 48.3

Desconhecido 74.3 63.8 71.6

Estado Civil

Solteiro(a) 45.7 48.4 47.4

Casado(a) 76.7 91.1 83.5

União marital 75.5 90.8 82.4

Divorciado(a)/Separado(a) 83.2 75.1 81.8

Viuvo(a) 79.3 72.4 78.6

A província da Zambézia com 74.6%, ostenta as taxas de emprego mais elevadas ao nível do país, seguida pelas

províncias de Tete e Cabo Delgado que praticamente registaram a mesma taxa (72%). Entretanto, Maputo Cidade

observou a taxa de emprego mais baixa (51.7%). É preciso realçar que com a excepção das províncias de Gaza,

Inhambane e Zambézia, as taxas de emprego dos homens apresentam uma vantagem relativa em relação as das

mulheres.

Quanto ao nível de escolaridade, os dados mostram que a taxa de ocupação diminui quando o nível de escolaridade

aumenta. Assim, em ambos os sexos quando o nível de escolaridade aumenta a taxa de ocupação diminui. Por isso,

a população sem nenhum nível de escolaridade é aquela que regista a taxa de ocupação mais elevada (75.8%) e o

nível secundário e mais, com a taxa mais baixa (48.3%).

O Gráfico 5.1 apresenta as taxas específicas de emprego por área de residência. Este revela que na área rural, as

pessoas começam mais cedo a trabalhar e permanecem no emprego até as idades mais avançadas que na urbana.

19

As diferenças entre sexo masculino e feminino, são mais acentuadas na área urbana que na rural, onde quase

existe um equilíbrio entre ambos os sexos.

GRÁFICO 5. 1 TAXAS ESPECÍFICAS DE EMPREGO POR ÁREA DE RESIDÊNCIA, IDADE E SEXO. IOF, 2014/15

A distribuição percentual da população empregada segundo ocupação (Quadro 5.2) mostra que a maioria é

constituída por camponeses (70.8%). Como era de esperar, esta percentagem é mais elevada na área rural (86.2%),

onde a base de sobrevivência é agricultura que na área urbana (30.3%). Quanto ao sexo, a proporção mais elevada

está entre as mulheres (82.0%) contra 58.2% entre os homens. Por ordem de importância percentual, a seguir aos

camponeses, os pequenos comerciantes destacam-se com uma proporção igual para ambos os sexos (8.3%).

Contudo, para os homens a segunda posição é a ocupação de “operários não agrícolas” com 13.1%.

20

QUADRO 5.2 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO EMPREGADA POR ÁREA DE RESIDÊNCIA E SEXO, SEGUNDO A

OCUPAÇÃO. IOF, 2014/15

Ocupação Total Urbana Rural

Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres

Total 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0

Altos dirigentes 0.4 0.6 0.2 1.1 1.6 0.7 0.1 0.2 0.0

Técnicos universitários 1.7 2.4 1.1 4.4 5.1 3.6 0.7 1.3 0.3

Técnicos não

universitários 2.2 3.0 1.5 5.8 6.8 4.8 0.8 1.3 0.4

Administrativos 0.9 1.2 0.6 2.7 3.2 2.1 0.2 0.3 0.1

Operários não agrícolas 7.0 13.1 1.5 16.6 28.9 3.6 3.3 6.3 0.9

Artesão independente 0.0 0.1 0.0 0.1 0.1 0.0 0.0 0.1 0.0

Pequeno comerciante 8.3 8.3 8.3 21.3 15.3 27.8 3.3 5.2 1.7

Pessoal de serviço 2.6 4.4 1.0 7.3 10.8 3.6 0.8 1.6 0.2

Empregados domésticos 1.3 0.5 1.9 3.8 1.1 6.6 0.3 0.2 0.4

Camponeses 70.8 58.2 82.0 30.3 17.7 43.7 86.2 75.7 94.9

Operários agrícolas 3.1 5.5 0.9 2.4 3.7 1.0 3.3 6.3 0.9

Outras ocupações 1.8 2.8 0.9 4.1 5.6 2.6 0.9 1.6 0.3

5.2 POSIÇÃO NO PROCESSO LABORAL

Para efeitos deste inquérito, considera-se posição no processo laboral a relação existente entre a pessoa

empregada e a propriedade do local de trabalho.

A distribuição da população ocupada por posição no processo laboral é apresentada no Quadro 5.3, onde pode se

notar que mais de metade da população moçambicana (64.0%) trabalha por conta própria sem empregados. A

seguir a esta posição, encontram-se os trabalhadores familiares sem remuneração (18.2%) e os vinculados na

empresa privada (8.5%).

Por área de residência, a área urbana, é a que apresenta maior percentagem de pessoas trabalhando por conta

própria sem empregado (72.1%) relativamente a rural, com 64.3% da população nesta posição.

Entre as províncias, a da Zambézia é a que apresenta a proporção mais elevada da população na categoria de

conta própria sem empregados. Por seu turno, Maputo Cidade apresenta a percentagem mais baixa da população

nesta posição (35.3%). É importante referir que Maputo Cidade e Maputo Província, são as únicas províncias que

não atingiram a fasquia de 50% de população que trabalha por conta própria sem empregados e adicionalmente

elas registaram as proporções mais baixas de população que está na categoria de trabalhador familiar sem

remuneração, com 1.9% e 6.1%, respectivamente. Uma outra consideração a ter em conta, prende-se ao facto de

as duas províncias em causa apresentarem proporções mais elevadas das suas populações a trabalharem em

empresas privadas. Assim, Maputo Cidade apresentou 33.8% e Maputo Província 30.0%. No concernente ao nível

de escolaridade, a maioria da população com o nível de escolaridade mais elevado, está nas categorias

“administração pública”, “empresa privada” e “conta própria com empregados”, com 21.7%, 23.8% e 33.0%,

respectivamente.

21

QUADRO 5.3 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO OCUPADA POR POSIÇÃO NO PROCESSO LABORAL, SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SELECCIONADAS. IOF, 2014/15

Características Seleccionadas

Posição no processo laboral

Ad

min

istr

ação

blic

a

Au

tarq

uia

s

Lo

cais

Em

pre

sa

blic

a

Em

pre

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Pri

vad

a

Co

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sem

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pró

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Inte

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a

Des

con

hec

ido

To

tal

Total 4,0 0,3 0,5 8,5 0,1 0,2 1,7 2,6 64,0 18,2 0,0 0,0 100,0

Sexo

Homens 5,7 0,3 0,8 15,0 0,1 0,3 1,2 3,7 62,7 10,0 0,0 0,0 100,0

Mulheres 2,5 0,2 0,2 2,7 0,0 0,1 2,1 1,6 65,1 25,5 0,0 0,0 100,0

Área de residência

Urbano 4,4 0,2 0,2 2,7 0,2 0,1 0,3 1,6 72,1 18,3 0,0 0,0 100,0

Rural 2,3 0,1 0,2 2,8 0,1 0,2 0,4 0,7 64,3 29,0 0,0 0,0 100,0

Província

Niassa 4,4 0,2 0,2 2,7 0,2 0,1 0,3 1,6 72,1 18,3 0,0 0,0 100,0

Cabo Delgado 2,3 0,1 0,2 2,8 0,1 0,2 0,4 0,7 64,3 29,0 0,0 0,0 100,0

Nampula 3,7 0,2 0,2 4,8 0,1 0,1 0,6 1,7 66,0 22,6 0,0 0,0 100,0

Zambézia 3,3 0,2 0,3 3,6 0,0 0,0 0,5 3,6 72,9 15,4 0,0 0,0 100,0

Tete 2,2 0,1 0,3 3,8 0,0 0,1 0,9 2,0 67,1 23,5 0,0 0,0 100,0

Manica 4,4 0,4 0,5 7,8 0,0 0,3 1,7 1,8 61,8 21,2 0,0 0,0 100,0

Sofala 2,9 0,3 0,8 12,0 0,0 0,3 1,9 1,8 59,3 20,6 0,0 0,0 100,0

Inhambane 4,7 0,2 0,2 7,3 0,0 0,3 1,5 3,3 70,0 12,5 0,1 0,0 100,0

Gaza 5,5 0,1 0,3 13,2 0,0 0,4 1,8 3,6 62,4 12,5 0,1 0,0 100,0

Maputo Província 7,5 0,5 1,5 30,0 0,2 0,4 5,9 5,3 42,5 6,1 0,0 0,0 100,0

Maputo Cidade 9,4 1,3 2,3 33,8 0,0 0,9 10,2 4,2 35,3 1,9 0,7 0,1 100,0

Nível de escolaridade

Nenhum 0,1 0,1 0,0 1,9 0,0 0,0 0,6 1,4 73,3 22,5 0,0 0,0 100,0

Primário 1º Grau 0,4 0,1 0,1 5,7 0,0 0,1 1,7 2,7 71,1 18,0 0,0 0,0 100,0

Primário 2º Grau 1,6 0,2 0,5 13,4 0,2 0,2 3,3 3,1 59,6 17,7 0,0 0,0 100,0

Secundário e mais 21,7 1,0 2,1 23,8 0,1 0,7 2,4 4,3 33,0 10,5 0,2 0,0 100,0

22

5.3 RAMOS DE ACTIVIDADE

Esta secção do relatório, refere-se à classificação das actividades económicas de acordo com o tipo de

bem ou serviço que resulta dessa actividade em que a pessoa realiza ou tenha realizado no período de

referência.

A distribuição da população por ramos de actividade (Quadro 5.4) revela que a maior parte da

população moçambicana exerce as suas actividades no ramo de agricultura, pesca e silvicultura

(74.6%), com uma diferenciação importante por sexo, onde o feminino (83.1%) suplanta o masculino

(65.1%). No respeitante a área de residência, como era de esperar, a percentagem da população rural

vinculada no ramo de actividade em análise, constitui a esmagadora maioria (90.2%), contra os 33.6%

da área urbana, onde proporções importantes da população estão nos ramos de “outros serviços”

(26.9%) e “comércio e finanças” (8.9%).

Segundo o posicionamento do trabalhador no processo de trabalho, 96.9% da população que está na

categoria de “trabalhador familiar sem remuneração”, está no ramo de agricultura, caça, pesca e

silvicultura. Este ramo de actividade económica é também preferência da população que trabalha na

categoria de “conta própria sem empregados “ (84.3%). É importante notar que a maioria das pessoas

que trabalham na administração pública está nos ramos de serviços administrativos (36.3%) e outros

serviços (62.8%), que por sinal é neste último onde temos as pessoas com o nível de escolaridade

mais elevado em relação aos demais ramos.

23

QUADRO 5.4 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO OCUPADA POR RAMOS DE ACTIVIDADE, SEGUNDO

CARACTERÍSTICAS SELECCIONADAS, IOF,2014/15

Características seleccionadas

Ramos de Actividade

Ag

ricu

ltu

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Silv

i-cu

ltu

ra e

Pes

ca

Ind

úst

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a-

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ança

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s

adm

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trat

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tro

s se

rviç

os

To

tal

Total 74,6 0,4 3,0 0,1 0,1 1,2 8,9 1,8 9,9 100,0

Sexo

Homens 65,1 0,9 4,6 0,1 0,2 2,4 9,4 2,8 14,5 100,0

Mulheres 83,1 0,0 1,5 0,0 0,0 0,1 8,5 0,9 5,8 100,0

Área de residência

Urbano 33,6 0,5 6,4 0,2 0,3 3,2 23,3 5,5 26,9 100,0

Rural 90,2 0,4 1,7 0,0 0,0 0,4 3,5 0,4 3,4 100,0

Província

Niassa 84,9 0,2 1,5 0,0 0,0 0,7 5,7 1,6 5,4 100,0

Cabo Delgado 86,6 0,1 3,7 0,0 0,1 0,3 4,3 0,6 4,2 100,0

Nampula 79,7 0,2 3,2 0,0 0,0 0,6 8,4 1,3 6,4 100,0

Zambézia 86,6 0,5 1,9 0,0 0,0 0,8 4,4 0,8 5,1 100,0

Tete 88,3 0,4 1,2 0,1 0,0 0,4 3,7 1,1 4,7 100,0

Manica 73,8 0,7 3,7 0,1 0,0 1,0 8,6 1,8 10,3 100,0

Sofala 74,2 0,1 2,4 0,0 0,1 2,2 9,6 1,5 9,8 100,0

Inhambane 74,6 0,6 3,1 0,1 0,0 1,1 8,8 1,7 9,8 100,0

Gaza 68,3 1,8 2,4 0,0 0,4 1,4 9,9 2,9 12,7 100,0

Maputo Província 32,4 0,4 7,0 0,3 0,6 3,5 22,5 5,1 28,0 100,0

Maputo Cidade 5,9 0,2 5,9 0,2 0,5 4,3 32,9 7,5 42,6 100,0

Quintíl de despesas

Quintíl 1 90,8 0,3 2,0 0,0 0,0 0,3 3,7 0,3 2,6 100,0

Quintíl 2 87,3 0,3 2,4 0,0 0,1 0,4 4,9 0,4 4,1 100,0

Quintíl 3 78,5 0,4 2,8 0,0 0,1 0,7 8,1 1,1 8,2 100,0

Quintíl 4 63,3 0,6 3,7 0,1 0,2 2,1 12,8 2,3 15,0 100,0

Quintíl 5 27,1 0,7 5,2 0,3 0,4 4,0 23,0 8,2 31,1 100,0

Posição no processo laboral

Administração Pública 0,3 0,0 0,0 0,1 0,0 0,4 0,1 36,3 62,8 100,0

Autarquias Locais 0,5 0,0 0,0 0,0 0,3 2,2 0,6 90,4 6,0 100,0

Empresa Pública 4,3 0,4 2,8 8,1 0,0 18,5 4,1 21,2 40,5 100,0

Empresa Privada 18,7 2,6 11,7 0,2 0,7 9,3 16,3 0,1 40,4 100,0

Cooperativa 67,8 0,0 16,4 0,0 0,0 0,0 1,3 3,7 10,8 100,0

Instituições sem fins Lucrativos 2,3 0,0 0,5 0,0 0,0 0,3 1,2 0,7 95,0 100,0

Casa particular 4,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 1,6 0,1 93,3 100,0

Conta própria com empregados 50,9 0,4 8,7 0,0 0,3 2,3 20,1 0,0 17,3 100,0

Conta própria sem Empregados 84,3 0,3 2,5 0,0 0,1 0,3 10,3 0,0 2,2 100,0

Trab. Fam. s/ remuneração 96,8 0,0 0,6 0,0 0,0 0,1 2,2 0,0 0,3 100,0

Org. Inter./Embaixada 21,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,4 77,3 100,0

Nível de escolaridade

Nenhum 92,8 0,2 1,4 0,0 0,0 0,2 3,7 0,1 1,7 100,0

Ensino Primário do 1º grau 83,1 0,4 2,7 0,0 0,1 0,6 7,4 0,4 5,3 100,0

Ensino Primário do 2º grau 64,2 0,9 4,8 0,0 0,2 2,2 13,9 1,2 12,5 100,0

Secundário e mais 28,0 0,6 5,3 0,3 0,3 3,6 18,8 8,9 34,2 100,0

Desconhecido 58,3 0,7 4,2 0,3 0,1 4,9 13,2 2,2 16,2 100,0

24

A distribuição percentual da população empregada na agricultura e fora da agricultura é apresentada no

Quadro 5.5 Como era de esperar, a maior parte da população exerce as suas actividades no sector da

agricultura (81.0%), contra 19% que está fora da agricultura.

A percentagem da população comprometida com agricultura é muito elevada na área rural, onde atinge

91.6%, que na urbana que é 46.3%.

Todas as províncias do País, exceptuando Maputo Cidade e Maputo Província, apresentam percentagens

acima de 80% de suas populações que trabalham no sector da agricultura.

De acordo com o nível de escolaridade, a medida que o nível aumenta, a proporção das pessoas

envolvidas na agricultura diminui. Assim, 92.1% não tem nenhum nível de escolaridade e 42.3% possui o

nível secundário ou mais. Por seu turno, os que trabalham fora da agricultura, a medida que o nível de

escolaridade aumenta, também aumenta a proporção da população. Assim, 7.9% da população que

desenvolve as suas actividades fora da agricultura não tem nenhum nível de escolaridade, enquanto

57.7% ostentam o nível secundário ou mais.

QUADRO 5.5 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DE 15 E MAIS ANOS EMPREGADA POR CONTA PRÓPRIA POR

SECTOR DE ACTIVIDADE, SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SELECCIONADAS. IOF, 2014/15

Características Seleccionadas Sector de actividade

Na agricultura Fora da agricultura Total

Total 81.0 19.0 100.0

Sexo

Homens 76.1 23.9 100.0

Mulheres 85.4 14.6 100.0

Área de residência

Urbano 46.3 53.7 100.0

Rural 91.6 8.4 100.0

Província

Niassa 88.3 11.7 100.0

Cabo Delgado 86.8 13.2 100.0

Nampula 81.4 18.6 100.0

Zambézia 89.4 10.6 100.0

Tete 91.6 8.4 100.0

Manica 82.0 18.0 100.0

Sofala 81.4 18.6 100.0

Inhambane 82.1 17.9 100.0

Gaza 80.7 19.3 100.0

Maputo Província 40.8 59.2 100.0

Maputo Cidade 12.7 87.3 100.0

Nível de escolaridade

Nenhum 92.1 7.9 100.0

Primário 1º Grau 84.3 15.7 100.0

Primário 2º Grau 68.5 31.5 100.0

Secundário e mais 42.3 57.7 100.0

25

6 DESEMPREGO

A concepção da medição do desemprego deriva das recomendações saídas da Conferência Internacional

de Estaticistas do Trabalho (CIET). Segundo estas recomendações, consideram-se desempregadas

todas as pessoas de 15 e mais anos que na semana de referência (i) não trabalharam ou não tinham

trabalho, (ii) estavam disponíveis para trabalhar e (iii) estavam à procura de trabalho ou emprego.

Para efeitos do IOF, foi dispensado o critério “procura de emprego”, bastando o cumprimento das duas

primeiras condições acima citadas para que a pessoa fosse considerada desempregada. Esta decisão foi

tomada devido à exiguidade de centros de emprego no País. Deste modo, a definição de desempregado

segundo a Organização Internacional de Trabalho (OIT) utilizada neste inquérito inclui:

O Desempregado A – aquele que para além dos dois critérios acima mencionados procurou

activamente o emprego;

O Desempregado B – aquele que para além dos dois critérios acima mencionados não

procurou activamente o emprego.

O somatório destes dois tipos de desempregados constitui o numerador para o cálculo da taxa de

desemprego segundo a definição geral, ou seja, segundo os critérios da Organização Internacional de

Trabalho (OIT).

Como a definição do desemprego segundo a OIT não satisfaz as condições reais do nosso País, decidiu-

se agregar-se mais algumas condições para que uma pessoa seja considerada desempregada. É assim

que se adaptou o desemprego segundo a definição alternativa.

Consideram-se desempregados, segundo a definição alternativa, todas as pessoas de 15 e mais anos

que no período de referência estavam na situação de população desempregada (segundo OIT), incluindo

aquelas pessoas que se tinham declarado como empregadas mas, nas seguintes condições (que foram

consideradas como)

Desempregado do tipo C):

Trabalhadores ocasionais, isto é, sem trabalho regular.

Trabalhadores por conta própria fora de agricultura com trabalho regular, mas que não

exerceram a sua actividade no período de referência por razões económicas (falta de material,

capital, avaria de equipamento, época de pousio, etc.);

Trabalhadores agrícolas com trabalho regular que não exerceram a sua actividade no período de

referência por razões económicas.

A estas três condições foi agregada mais uma. Trata-se de trabalhadores familiares sem

remuneração que não trabalharam durante o período de referência. Pois, não se tem nenhuma

certeza de que estes voltem a exercer qualquer tipo de trabalho num futuro próximo. A própria

OIT também recomenda que os trabalhadores familiares sem remuneração que não trabalharam

no período de referência sejam considerados desempregados.

Deste modo, para fins de planificação do mercado de trabalho no País, a análise do desemprego feita neste

relatório baseia-se no desemprego segundo a definição alternativa. Assim, o numerador para o cálculo de

taxa de desemprego segundo a definição alternativa, é o somatório dos desempregados A, B e C.

26

O conceito principal a ser utilizado para caracterizar o desemprego neste relatório é a taxa de

desemprego. Esta taxa é a relação entre as pessoas desempregadas e o total da população

economicamente activa.

6.1 TAXAS DE DESEMPREGO

A medição do desemprego tem sido muito difícil nas condições socio-económicas dos países em vias de

desenvolvimento, pelo facto de nestes países se verificar, com maior intensidade, actividades

económicas de carácter informal e também, porque a maioria de pessoas, mesmo que não tenha posto

de trabalho, ter de praticar alguma actividade para sua subsistência. Nestas condições, o cálculo de taxas

de desemprego utilizando as definições de trabalho ou emprego da OIT, tende a subestimar o

desemprego nos países em desenvolvimento.

Por exemplo, dos resultados do Inquérito Integrado à Força de Trabalho de 2000/012 realizado na

Tanzânia, utilizando as duas definições, a da OIT (Organização Internacional de Trabalho) e adaptação

local (Definição Alternativa), produziu-se duas taxas de desemprego diferentes. A taxa de desemprego

segundo a OIT foi de 5.1% e segundo a definição local, foi de 12.9%. Como se pode constatar, a taxa de

desemprego segundo a definição alternativa tanzaniana foi mais elevada do que a da OIT.

O Quadro 6.1 mostra a comparação das taxas de desemprego de acordo com as definições geral (OIT) e

alternativa. Os dados mostram que existem diferenças significativas entre as taxas de desemprego

calculadas considerando as duas definições. A taxa de desemprego em Moçambique, segundo a OIT é

de 6.0%, enquanto que segundo a definição alternativa é de 20.7%. De acordo com os dados, a taxa de

desemprego utilizando a definição da OIT estaria a ser subestimada, principalmente na área rural, onde,

segundo a definição da OIT, é de apenas 1.7% de pessoas desempregadas, enquanto que, segundo a

definição alternativa, é de 16.8%.

A questão fundamental que se pode colocar é, qual das taxas reflecte a realidade da situação do

desemprego no país. A adaptação da definição do desemprego segundo a definição alternativa, deve-se

ao facto de se ter registado que existem muitas pessoas que declararam ter realizado algum trabalho na

semana de referência mas que tal trabalho não tem sustentabilidade, isto é, o indivíduo não está seguro

se voltará a desempenhar as actividades futuramente. Por outro lado, existem os trabalhadores familiares

sem remuneração que não fizeram algo na semana de referência. Estes, seguramente que se

aparecesse algum trabalho, iriam fazer. Por estas razões, pensa-se que a definição do desemprego

segundo a definição alternativa deve satisfazer as condições do emprego no país. Por isso, para

questões de planificação, recomenda-se a utilização de taxas de desemprego segundo a definição

alternativa.

2 National Bureau of Statistics, Tanzania and Ministry of Labour, Youth Development and Sports (2002). Integrated Labour Force Survey, 2000/01, p.73

27

QUADRO 6.1 TAXAS DE DESEMPREGO POR ÁREA DE RESIDÊNCIA SEGUNDO A DEFINIÇÃO GERAL E ALTERNATIVA, IOF 2014/15

Categorias de desempregado Área de residência

Total

Urbana Rural

A: Procurou activamente o trabalho 8.2 0.5 2.9

B: Não procurou activamente o trabalho 7.4 1.2 3.1

A+B: Definição Internacional (OIT) 15.6 1.7 6.0

C: Com emprego não sustentável 13.8 15.1 14.7

A+B+C: Definição Nacional 29.4 16.8 20.7

No Quadro 6.2 apresentam-se as taxas de desemprego por sexo e área de residência segundo a idade,

considerando somente a definição alternativa. Segundo os resultados do inquérito, a taxa de desemprego

da população de 15 e mais anos em Moçambique é de 20.7%, sendo 19.5% para os homens e 21.8%

para as mulheres.

As taxas de desemprego são mais elevadas nas áreas urbanas (29.4%) que nas rurais (16.8%) Este facto

pode estar relacionado com as condições sócio-económicas de cada área de residência. A maioria das

pessoas nas áreas rurais se ocupa em actividades agrícolas como trabalhadores por conta própria ou

trabalhadores familiares sem remuneração, diferentemente da área urbana onde as pessoas procuram

mais por empregos formais. Este facto revela que o desemprego em Moçambique é um problema com

maior intensidade no meio urbano do que no rural.

No geral, os dados apontam que o desemprego diminui com a idade. Esta constatação sugere que o

problema do desemprego no País afecta mais a população jovem, o que quer dizer que as novas

gerações não encontram com facilidade o espaço no mercado de trabalho.

QUADRO 6.2 TAXAS DE DESEMPREGO DA POPULAÇÃO DE 15 E MAIS ANOS POR ÁREA DE

RESIDÊNCIA E SEXO, SEGUNDO GRUPOS DE IDADE, IOF 2014/15

Idade

Área de residência Total

URBANO RURAL

Homem Mulher Total Homem Mulher Total Homem Mulher Total

Total 26.2 32.5 29.4 16.2 17.4 16.8 19.5 21.8 20.7

15 - 19 60.6 64.3 62.3 40.0 33.8 36.8 46.2 41.4 43.8

20 - 24 41.3 51.2 46.3 21.3 20.5 20.9 29.4 30.5 30.0

25 - 29 25.8 37.8 32.0 13.8 18.1 16.3 18.2 24.0 21.5

30 - 34 14.9 26.5 21.1 11.2 14.3 13.0 12.6 18.2 15.7

35 - 39 14.2 21.9 18.0 9.8 12.1 11.1 11.2 14.8 13.2

40 - 44 14.9 19.9 17.7 9.9 11.4 10.6 11.3 14.1 12.8

45 - 49 12.5 18.5 15.5 9.3 12.5 11.0 10.4 14.3 12.4

50 - 54 9.0 16.5 12.9 7.2 11.7 9.7 7.8 13.1 10.7

55 - 59 12.4 17.7 15.0 8.7 14.2 11.4 9.8 15.2 12.5

60 - 64 15.2 16.8 16.0 9.9 11.1 10.5 11.4 12.7 12.1

65+ 19.6 18.2 18.9 10.0 14.5 12.4 12.3 15.3 13.9

28

O Quadro 6.3 apresenta taxas de desemprego considerando algumas características seleccionadas. Os

dados indicam uma grande variação das taxas de desemprego a nível das províncias do País. Maputo

Província, com 31.5%, Gaza com 30.0% e Maputo Cidade, com 28.6%, são as que apresentam as mais

elevadas taxas de desemprego. Com a excepção de Inhambane, Gaza e Zambézia, no geral, em todas

as províncias, as taxas de desemprego tendem a ser mais elevadas entre as mulheres do que entre os

homens.

Analisando o desemprego de acordo com o nível de educação, observa-se que as taxas de desemprego

elevam-se à medida que o nível de educação se eleva. Assim, a taxa de desemprego passou de 15.2%

para as pessoas sem nenhum nível de educação, para 32.6%, quase duas vezes mais, nos indivíduos

com o nível de educação Secundário ou mais. Esta tendência observa-se em ambos os sexos, mas com

maior incidência no sexo feminino, onde as taxas são mais elevadas do que as dos homens.

QUADRO 6.3 TAXAS DE DESEMPREGO DA POPULAÇÃO DE 15 E MAIS ANOS (DEFINIÇÃO ALTERNATIVA) POR SEXO, SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SELECCIONADAS, IOF 2014/15

Características seleccionadas Sexo

Total Homem Mulher

Total 19.5 21.8 20.7

Área de residência

Urbana 26.2 32.5 29.4

Rural 16.2 17.4 16.8

Províncias

Niassa 21.1 31.0 26.2

Cabo Delgado 14.2 18.1 16.2

Nampula 17.4 22.1 19.7

Zambézia 13.8 12.6 13.1

Tete 17.9 22.0 20.1

Manica 22.2 24.6 23.5

Sofala 16.4 19.1 17.9

Inhambane 23.9 18.9 20.8

Gaza 34.9 27.2 30.0

Maputo província 30.5 32.4 31.5

Maputo cidade 26.3 30.9 28.6

Nível de escolaridade

Nenhum 13.1 16.0 15.2

Primário 1º Grau 16.3 18.7 17.5

Primário 2º Grau 22.1 29.1 24.8

Secundário e mais 27.2 41.1 32.6

Sem Informação 12.3 21.6 14.6

Estado Civil

Solteiro(a) 43.6 41.6 42.8

casado(a) 8.7 16.8 12.8

União Marital 12.0 19.8 16.0

Divorciado(a)/Separado(a) 22.5 19.4 19.9

Viuvo(a) 12.9 14.3 14.2

29

Este facto de as taxas de desemprego aumentarem com o nível de educação parece ser coerente com a

tendência verificada em relação à idade, onde as taxas foram mais elevadas nas idades mais jovens. Isto

deverá estar relacionado com o facto de os indivíduos mais instruídos estarem concentrados nas

camadas mais jovens da população.

Quanto ao estado civil, as taxas de desemprego são muito mais elevadas no seio dos solteiros (42.8%)

do que entre os viúvos (14.2%). Este facto parece também estar a corroborar com o factor idade, uma

vez que os indivíduos solteiros na sua maioria concentram-se nas idades mais jovens.

30

7 HORAS TRABALHADAS

A palavra jornada sempre indica uma relação de tempo, podendo ser analisada à luz de vários aspectos

no direito do trabalho, como sua distribuição: diária, semanal, mensal. A sua contagem e classificação

podem ser nocturna, diurna ou extraordinária. Neste âmbito, a jornada de trabalho trata-se do período de

tempo em que o empregado coloca-se à disposição do empregador ou o período em que a pessoa realiza

um certo trabalho, sendo responsável por medir a principal obrigação de um empregado em um contrato

de trabalho – o tempo de prestação de trabalho ou a disponibilidade perante o empregador.

Uma das grandes discussões relacionadas à jornada de trabalho é estabelecer o que é e o que não é

incluído no tempo de trabalho. Isto porque está sendo afastada a ideia de que o tempo de trabalho se

restringe ao tempo efectivamente trabalhado, uma vez que, certamente, o termo jornada de trabalho

compreende o tempo diário em que o empregado coloca-se à disposição de seu empregador, em

decorrência de um contrato de trabalho firmado.

7.1 MÉDIA DE HORAS SEMANAIS TRABALHADAS

A noção de horas trabalhadas está directamente ligada ao conceito de empregado. Os dados sobre as

horas trabalhadas dão uma possibilidade ou podem ser usados na identificação do nível de participação

na forca de trabalho dentro da população empregada. A informação sobre as horas trabalhadas permite

que se classifique a população empregada de acordo com o número de horas trabalhadas e a

consequente análise do emprego segundo a dimensão das horas gastas no trabalho.

Neste capítulo, a análise das horas trabalhadas baseia-se apenas nas chamadas horas habitualmente

trabalhadas, que correspondem àquelas horas que a pessoa empregada usualmente trabalha. É

importante notar que, o conceito de horas habitualmente trabalhadas aplica-se, tanto para as pessoas

que trabalharam no período de referência (uma semana), bem como, para aquelas que por diversas

razões estavam ausentes do seu local de trabalho.

O tempo médio de trabalho dos ocupados em Moçambique é de 42 horas semanais (Quadro 7.1).

Entretanto, observa-se diferenças significativas das jornadas de trabalho por homens e mulheres (45

horas e 40 horas, respectivamente) e entre os trabalhadores residentes na área urbana e rural (48 horas

e 40 horas, respectivamente). Em relação às Províncias, a média de horas semanais trabalhadas difere,

com algumas províncias a apresentarem médias acima da média estabelecida (40 horas por semana),

nomeadamente: Manica e Maputo Cidade (52), Tete (50), Maputo Província (46), Niassa (44), Cabo

Delgado (43), Nampula e Sofala (42). Para as Províncias de Zambézia, Gaza e Inhambane, a média de

horas semanais trabalhadas é menor que a média estabelecida, Zambézia e Gaza (37) e (33) horas

trabalhadas para Inhambane.

31

QUADRO 7.1 NÚMERO MÉDIO DE HORAS TRABALHADAS POR SEMANA PELAS PESSOAS DE 15 ANOS OU MAIS DE IDADE

EMPREGADAS POR SEXO, SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SELECCIONADAS, IOF 2014/15.

Características seleccionadas Homem Mulher Total

Total 45 40 42

Área de residência

Urbana 51 45 48

Rural 43 38 40

Província

Niassa 46 41 44

Cabo Delgado 45 40 43

Nampula 44 39 42

Zambézia 39 34 37

Tete 52 48 50

Manica 54 50 52

Sofala 46 40 42

Inhambane 39 29 33

Gaza 45 33 37

Maputo Província 49 43 46

Maputo cidade 53 50 52

Nível de escolaridade

Nenhum 42 39 40

EP1 44 39 42

EP2 47 43 45

ESec+ 48 43 47

Desconhecido 50 39 48

Estado civil

Solteiro(a) 44 40 43

Casado(a) 43 38 41

União marital 46 40 43

Divorciado (a) / separado (a) 49 42 43

Viúvo (a) 42 38 38

Em termos de sexo, verifica-se que a jornada de trabalho semanal média para todas as províncias é

superior nos homens do que nas mulheres. Esta diferença pode ser explicada pelo facto de uma parte

considerável das mulheres dedicar-se mais à actividades domésticas, isto é, actividades não económicas.

A análise das horas trabalhadas por nível de escolaridade mostra que quanto mais alto for o nível de

escolaridade maior é o número médio de horas trabalhadas, tanto para homens quanto para mulheres.

Analisando as horas trabalhadas por área de residência (Quadro 7.2) nota-se que a população urbana

(48 horas) trabalha mais horas por semana relativamente à população Rural (40 horas). As jornadas de

trabalho também oscilam de forma acentuada quando analisadas sob o ponto de vista dos ramos de

actividade económica. Neste sentido, tem-se por um lado, os ramos como Transporte e comunicação,

Comércio e finanças, Construção e Industria extractiva com uma jornada semanal média superior a 50

horas e por outro lado o sector de Agricultura, Energia e Serviços administrativos que apresentam uma

jornada semanal média abaixo de 50 horas.

32

QUADRO 7.2 NÚMERO MÉDIO DE HORAS TRABALHADAS POR SEMANA PELAS PESSOAS DE 15 ANOS OU MAIS DE IDADE

EMPREGADAS POR SEXO E ÁREA DE RESIDÊNCIA, SEGUNDO RAMO DE ACTIVIDADE E POSIÇÃO NO PROCESSO

LABORAL, IOF 2014/15

Ramo de actividade e posição no processo laboral

Urbana Rural

Homem Mulher Total Homem Mulher Total

Total 51 45 48 43 38 40

Ramo de actividade

Agricultura, Silvicultura e Pesca 43 37 39 41 37 39

Industria extractiva e minas 56 52 56 53 37 53

Indústria transformadora 52 49 51 49 45 48

Energia 48 49 48 45 -- 45

Construção 50 40 50 56 -- 56

Transporte e comunicações 60 45 59 58 -- 58

Comercio e Finanças 59 56 57 58 54 57

Serviços administrativos 48 43 46 43 43 43

Outros serviços 52 47 50 50 46 49

Posição no processo laboral

Administração Pública 44 41 43 43 39 42

Autarquias Locais 47 41 44 35 40 36

Empresa Pública 48 41 46 49 43 48

Empresa Privada 55 50 54 55 51 54

Cooperativa 57 44 55 39 42 39

Instituições sem fins Lucrativos 44 37 43 58 27 39

Casa particular 63 54 57 62 52 57

Conta própria com empregados 54 48 52 44 35 41

Conta própria sem Empregados 51 45 47 42 38 40

Trabalhador familiar sem remuneração 42 39 40 38 37 38

Organismos Internacionais/Embaixadas 46 41 44 42 43 42

a. Média de Horas Semanais Trabalhadas por Jornada Permanente e Temporária

Uma das características marcantes do trabalho na agricultura é a sua instabilidade e incerteza. A

demanda por trabalho tem grandes oscilações. Em determinados momentos do ano, determinadas

tarefas têm de ser efectuadas; em outros momentos, outras tarefas não podem ser executadas sob o

risco de a planta cultivada ser perdida ou não render bons frutos.

A sazonalidade como um fenómeno de deslocamento de pessoas de tempos em tempos, que

permanecem com vínculos no seu local de origem, tida em decorrência do sub-emprego gerado na

sociedade. A desregulamentação das relações de trabalho é a situação mais frequente no mercado de

trabalho rural moçambicano, além disso, a diminuição do número de vagas e o desemprego estrutural

criaram uma pressão permanente por empregos que favorecem os empregadores no sentido de imporem

as condições que lhes são mais lucrativas, caracterizadas pela precariedade da remuneração,

desregulamentação das condições de trabalho em relação às normas legais vigentes ou acordadas e a

consequente regressão dos direitos sociais, que têm impactado a expressão sindical.

33

Os dados do quadro 7.3 mostram que as pessoas que trabalham em regime permanente, com uma

média de 43 horas semanais trabalham mais horas relativamente às que trabalham em regime sazonal.

QUADRO 7.3 NÚMERO MÉDIO DE HORAS TRABALHADAS POR SEMANA PELAS PESSOAS DE 15 ANOS OU MAIS DE IDADE

EMPREGADAS POR TEMPO DE PERMANÊNCIA E POR SEXO, SEGUNDO ÁREA DE RESIDÊNCIA, PROVÍNCIA, NÍVEL DE

ESCOLARIDADE E ESTADO CIVIL, IOF 2014/15

Características seleccionadas Trabalhador permanente Trabalhador sazonal

Homem Mulher Total Homem Mulher Total

Total 46 40 43 40 36 38

Área de residência

Urbana 51 46 49 46 38 42

Rural 43 38 40 39 36 37

Província

Niassa 47 42 44 41 35 37

Cabo Delgado 46 40 43 35 33 34

Nampula 44 40 42 42 38 40

Zambézia 39 34 37 36 35 35

Tete 52 48 50 48 47 47

Manica 54 50 52 56 55 55

Sofala 46 40 43 43 39 41

Inhambane 40 29 33 27 23 25

Gaza 46 34 38 30 30 30

Maputo Província 49 43 46 32 32 32

Maputo Cidade 53 51 52 32 30 31

Nível de escolaridade

Nenhum 43 39 40 40 37 38

Primário 1º Grau 45 39 42 40 36 38

Primário 2º Grau 47 43 46 41 38 40

Secundário e mais 49 44 47 41 33 39

Desconhecido 51 39 48 41 40 41

Estado civil

Solteiro(a) 45 41 43 34 34 34

Casado(a) 43 39 41 43 36 39

União marital 47 40 43 43 37 40

Divorciado (a) / separado (a) 49 42 44 39 37 38

Viúvo (a) 42 38 39 41 35 35

Na análise do Quadro 7.4 que retrata a média de horas semanais trabalhadas segundo ramo de

actividade e posição no processo de trabalho pode-se constatar que para os trabalhadores permanentes,

o ramo de actividade com maior número de horas médias trabalhadas é o ramo de Transporte e

Comunicações (59), seguida de Comércio e Finanças (57) e Indústria Extractiva e minas (54). O ramo de

actividade com menor número de horas médias trabalhadas é Agricultura, Silvicultura e Pesca (39),

seguida de Serviços administrativos (46) e Energia (47). Os homens trabalham mais horas no ramo de

Transporte e Comunicações (60) e Comércio e Finanças, enquanto que as mulheres trabalham mais no

Comércio e Finanças (56) e Industria Extractiva e minas (52).

34

Quanto aos trabalhadores sazonais o ramo de actividade com maior número de horas médias

trabalhadas é o ramo de Energia (64), seguida de Transporte e Comunicações (57) e Comércio e

Finanças (52). O ramo de actividade com menor número de horas trabalhadas é o de Serviços

administrativos (30) e Agricultura, Silvicultura e Pesca (37).

QUADRO 7.4 NÚMERO MÉDIO DE HORAS TRABALHADAS POR SEMANA PELAS PESSOAS DE 15 ANOS OU MAIS DE IDADE

EMPREGADAS, POR SEXO E TEMPO DE PERMANÊNCIA, SEGUNDO RAMO DE ACTIVIDADE E POSIÇÃO NO PROCESSO

LABORAL, IOF 2014/15

Ramo de actividade e posição no processo laboral

Trabalhador permanente Trabalhador sazonal

Homem Mulher Total Homem Mulher Total

Total 46 40 43 40 36 38

Ramo de actividade

Agricultura, Silvicultura e Pesca 41 38 39 39 36 37

Industria extractiva e minas 54 52 54 59 37 49

Indústria transformadora 51 47 50 44 60 45

Energia 47 49 47 64 -- 64

Construção 51 40 51 45 -- 45

Transporte e comunicações 60 45 59 57 -- 57

Comercio e Finanças 58 56 57 54 50 52

Serviços administrativos 47 43 46 30 30

Outros serviços 51 47 50 51 44 50

Posição no processo laboral

Administração Pública 44 40 43 -- -- --

Autarquias Locais 44 41 43 -- -- --

Empresa Pública 48 41 47 -- -- --

Empresa Privada 55 50 54 52 42 50

Cooperativa 47 43 46 49 49

Instituições sem fins Lucrativos 46 33 42 41 32 37

Casa particular 63 54 57 59 41 54

Conta própria com empregados 48 42 46 40 34 36

Conta própria sem Empregados 44 40 42 40 36 38

Trabalhador familiar sem remuneração 40 38 38 35 38 37

Organismos Internacionais/Embaixadas 45 42 43 -- -- --

Em relação a Posição no processo laboral pode-se constatar que para os trabalhadores permanentes

onde se trabalha maior número de horas médias trabalhadas é na Casa particular (57) e Empresa privada

(54), e com menor número de horas médias trabalhadas é para trabalhador familiar sem remuneração,

Conta própria sem empregados e Instituições sem fins Lucrativos, ambos com médias de horas

trabalhadas abaixo da média total (38), (42) e (42) respectivamente. No que se refere aos trabalhadores

sazonais na área com maior número de horas trabalhadas é na Casa particular (54) e Empresa Privada

(50), enquanto que Conta própria com empregados, instituições sem fins Lucrativos, com (36), (37) e (37)

respectivamente, têm médias de horas trabalhadas abaixo da média total para este grupo (38).

35

No Quadro 7.5 apresentam-se a média de horas trabalhadas por área de residência e tempo de

permanência, segundo ramo de actividade e posição no processo laboral. Nele pode-se verificar que para

os trabalhadores permanentes não há diferenças a realçar quanto ao número de médias de horas

trabalhadas e ramo de actividade por área de residência. O ramo de actividade com maior média de

horas trabalhadas para a área rural e urbana é a de Transporte e Comunicações (59) e Comércio e

Finanças (57) para cada área de residência. Enquanto para o ramo de actividade com menor média de

horas trabalhadas é a de Agricultura, Silvicultura e Pesca (39) para as duas áreas e Serviços

Administrativos (46) e (43), para área urbana e rural respectivamente.

Quanto aos trabalhadores sazonais verifica-se que na área urbana o ramo de actividade com maior

média de horas trabalhadas é a de Transporte e comunicações (62) seguida de Indústria extractiva e

minas (59), enquanto o ramo de actividade com menor média de horas trabalhadas são Serviços

administrativos (30) seguido de Agricultura, Silvicultura e Pesca (39). Na área rural a actividade com

maior média de horas trabalhadas é o ramo de Energia (64) seguida de Comércio e Finanças (54),

enquanto o ramo de actividade com menor média de horas trabalhadas é o ramo de Agricultura,

Silvicultura e Pesca (37).

36

QUADRO 7.5 NÚMERO MÉDIO DE HORAS TRABALHADAS POR SEMANA PELAS PESSOAS DE 15 ANOS OU MAIS DE IDADE

EMPREGADAS , POR ÁREA DE RESIDÊNCIA E TEMPO DE PERMANÊNCIA, SEGUNDO RAMO DE ACTIVIDADE E POSIÇÃO

NO PROCESSO LABORAL, IOF 2014/15

Ramo de actividade e posição no processo laboral

Trabalhador permanente Trabalhador sazonal

Urbano Rural Total Urbano Rural Total

Total 49 40 43 42 37 38

Ramo de actividade

Agricultura, Silvicultura e Pesca 39 39 39 39 37 37

Industria extractiva e minas 56 53 54 59 47 49

Indústria transformadora 51 48 50 49 43 45

Energia 48 40 47 -- 64 64

Construção 50 56 51 45 -- 45

Transporte e comunicações 59 59 59 62 40 57

Comercio e Finanças 57 57 57 51 54 52

Serviços administrativos 46 43 46 30 -- 30

Outros serviços 50 49 50 50 49 50

Posição no processo laboral

Administração Pública 43 42 43 -- -- --

Autarquias Locais 44 36 43 -- -- --

Empresa Pública 46 48 47 -- -- --

Empresa Privada 54 55 54 50 51 50

Cooperativa 53 41 46 70 32 49

Instituições sem fins Lucrativos 43 38 42 35 45 37

Casa particular 57 58 57 62 43 54

Conta própria com empregados 53 41 46 39 34 36

Conta própria sem Empregados 48 40 42 42 37 38

Trabalhador familiar sem remuneração 40 38 38 39 36 37

Organismos Internacionais/Emb 44 42 43 -- -- --

No que se refere a Posição no processo laboral, o Quadro 7.5 mostra que para os trabalhadores

permanentes da área urbana a média de horas semanais trabalhadas é maior para os que trabalham nas

Casas particulares (57) e nas Empresas privadas (54), enquanto a menor média de horas trabalhadas

verifica-se nos Trabalhador familiar sem remuneração (40), seguida da Administração Pública e

Instituições sem fins Lucrativos, ambos com 43 horas. Quanto aos trabalhadores sazonais, a maior média

de horas semanais trabalhadas para a área urbana verifica-se na Cooperativa (70) seguida de Casa

particular (62), enquanto a menor média de horas semanais trabalhadas verificou-se nas Instituições sem

fins Lucrativos (35). Para a área rural, a maior média de horas verificou-se na Empresa Privada (51),

seguida de Instituições sem fins lucrativos (45), enquanto as menores média de horas trabalhadas

verificou-se na Cooperativa (32) e Conta própria com empregados (34).

37

8 SUBEMPREGO

Moçambique não foge do contexto geral dos países em vias de desenvolvimento, onde se observa que

uma parte substancial da sua força de trabalho não está vinculada ao chamado emprego formal, mas sim,

e duma forma expressiva, encontra-se comprometida com actividades económicas caracterizadas

fundamentalmente por baixa produtividade e, muitas vezes, aliadas a baixos rendimentos.

Neste contexto, a análise que nos propusemos a apresentar é direcionada ao subemprego visível, que é

aquele que, em última instância, reflecte, até certo ponto, a insuficiência em termos de volume de

trabalho e que é uma das subcategorias da população empregada.

Adicionalmente, é importante observar que uma pessoa que esteja na condição de subempregada tem

um emprego remunerado ou pertence à categoria de trabalhador por conta própria com ou sem

trabalhadores, que involuntariamente tenha trabalhado menos horas em relação à jornada de trabalho

convencional (40 horas semanais) e que procura ou está disponível para trabalhar mais horas no período

de referência.

No respeitante ao subemprego invisível, que teoricamente reflecte a má distribuição dos recursos

laborais, é no entanto um conceito analítico e a sua análise requer dados sobre a produtividade das

pessoas, qualificações académicas e profissionais e salários. Portanto, nesta publicação esta categoria

do subemprego não é analisada.

8.1 TAXAS DE SUBEMPREGO

O Quadro 8.1 apresenta as taxas de subemprego em Moçambique por sexo características

seleccionadas. Nota-se que as taxas de subemprego são relativamente altas entre os homens (11.9%) do

que entre as mulheres (10.1%). Não se nota diferença significativa entre o subemprego na população

urbana e na rural.

Analisando o subemprego a nível provincial, nota se que a província de Gaza é a que apresenta a taxa mais elevada, atingindo cerca de 22%. Manica, sofala, Maputo Cidade e Niassa são as que apresentam as taxas de subemprego mais baixas, situando se abaixo de 10%. Não há muita diferença entre os níveis de escoalridade e estado civil.

38

QUADRO 8.1 TAXAS DE SUBEMPREGO DA POPULAÇÃO OCUPADA POR SEXO, SEGUNDO CARACTERÍSTICAS

SELECCIONADAS, IOF 2014/15

Características selecionadas Homens Mulheres Total

Total 11.9 10.1 10.9

Área de residência

Urbano 9.8 12.5 10.8

Rural 13.0 9.2 11.0

Províncias

Niassa 9.5 7.7 8.6

Cabo Delgado 15.2 13.6 14.4

Nampula 14.1 13.7 13.9

Zambézia 14.6 9.2 11.7

Tete 5.2 3.2 4.1

Manica 4.7 4.8 4.8

Sofala 8.8 4.3 6.4

Inhambane 15.9 9.3 11.7

Gaza 23.6 21.6 22.3

Maputo província 11.7 15.5 13.7

Maputo cidade 5.3 8.6 6.9

Nivel de escolaridade

Nenhum 12.0 8.7 9.6

Primário 1º Grau 13.0 11.0 12.0

Primário 2º Grau 11.9 10.4 11.3

Secundário e mais 10.1 12.9 11.1

Desconhecido 6.7 12.7 8.1

Estado civil

Solteiro(a) 14.9 12.6 14.0

Casado(a) 12.5 10.2 11.4

União marital 11.0 9.6 10.3

Divorciado(a)/Separado(a) 10.4 11.0 10.9

Viúvo(a) 8.8 9.3 9.3

39

8.2 TAXAS ESPECÍFICAS DA POPULAÇÃO SUBEMPREGADA

No geral, o subemprego, está directamente relacionado ao desemprego, fazendo com que as pessoas

economicamente activas optem por procurar empregos que satisfaçam rapidamente as suas

necessidades de sobrevivência, sem entretanto perspectivar o crescimento profissional.

Esta situação reflecte-se também a nível da área de residência e sexo segundo idade. Segundo o

Quadro 8.2 abaixo, o subemprego é mais acentuado no grupo etário de 15-19 (15.8%) e diminui

gradualmente até 11.2% na categoria de 25-29 anos. Porém, à medida que as idades avançam tende a

estabilizar começando a baixar mas também de forma estável a partir dos 55 anos.

Este comportamento pode estar associado ao facto de nas primeiras idades, por não terem idade para o

mercado de emprego formal que é o que oferece condições dignas. Esta situação verifica-se também

tanto na área urbana assim como na rural.

QUADRO 8.2 TAXAS ESPECÍFICAS DA POPULAÇÃO SUBEMPREGADA POR ÁREA DE RESIDÊNCIA E SEXO, IOF 2014/15

Idade

Total Urbana Rural

Homem Mulher Total Homem Mulher Total Homem Mulher Total

Total 9.2 12.5 10.8 13.0 9.2 11.0 11.9 10.1 10.9

15 - 19 14.4 17.7 15.8 17.8 9.5 13.4 17.1 10.8 13.8

20 - 24 10.7 14.3 12.3 15.3 10.1 12.2 13.8 11.1 12.3

25 - 29 10.0 12.7 11.2 12.3 10.9 11.5 11.5 11.3 11.4

30 - 34 6.6 14.0 10.3 11.4 9.2 10.1 9.7 10.5 10.2

35 - 39 8.5 11.7 10.1 13.6 10.1 11.6 12.0 10.5 11.2

40 - 44 8.3 12.3 10.4 10.8 9.1 9.9 10.1 10.0 10.1

45 - 49 9.0 10.5 9.7 13.5 9.3 11.3 12.0 9.7 10.8

50 - 54 7.2 12.8 10.0 11.5 9.5 10.4 10.1 10.5 10.3

55 - 59 7.6 12.1 9.7 12.8 7.7 10.3 11.2 8.9 10.1

60 - 64 10.3 8.2 9.2 12.6 7.9 10.2 12.0 8.0 9.9

65+ 10.2 8.1 9.1 9.8 4.2 6.8 9.9 5.0 7.3

8.3 POPULAÇÃO SUBEMPREGADA POR POSIÇÃO NO PROCESSO LABORAL

O subemprego por posição no processo laboral é mais elevado nas categorias de conta própria sem

empregados (61.0%) e trabalhador familiar sem remuneração (25.7%). Entretanto, a empresa privada e

administração pública apresentam-se com percentangens muito baixas de subemprego com 4.8% e

4.2% respectivamente. Segue-se os de conta própria com empregado (1.9%) e de casa partícular (1.2%).

Os restantes sectores apresentam valores percentuais inferiores a um por cento.

40

QUADRO 8.3 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DE 15 ANOS E MAIS SUBEMPREGADA POR POSIÇÃO NO PROCESSO LABORAL, SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SELECIONADAS, IOF 2014/15

Características Selecionadas

Posição no processo laboral

Administração Pública

Autarquias Locais

Empresa Pública

Empresa privada

Cooperaitva Instiuições sem fins

Lucrativos

Casa Particular

Conta própria com

Empregados

Conta própria sem

Empregados

Trabalhador familiar sem remuneração

Organismos Internacionais/

Embaixada

Total

Total 4,1 0,3 0,2 4,8 0,2 0,5 1,2 1,9 61,0 25,7 0,0 100,0

Sexo

Homens 4,4 0,3 0,3 6,8 0,2 0,4 0,8 2,1 66,7 18,1 0,0 100,0

Mulheres 3,8 0,4 0,1 2,6 0,1 0,6 1,8 1,7 55,0 33,8 0,0 100,0

Área de residência

Urbano 10,7 0,7 0,8 10,5 0,1 1,2 3,2 2,5 54,9 15,3 0,0 100,0

Rural 1,7 0,2 0,0 2,6 0,2 0,3 0,5 1,7 63,3 29,6 0,0 100,0

Províncias

Niassa 6,9 0,8 0,1 0,8 0,0 0,4 0,0 0,4 72,6 18,0 0,0 100,0

Cabo Delgado 1,3 0,0 0,2 2,0 0,2 0,2 0,0 0,4 56,4 39,3 0,0 100,0

Nampula 3,3 0,1 0,3 2,6 0,3 0,3 0,3 0,6 58,3 33,8 0,0 100,0

Zambézia 5,1 0,7 0,1 1,0 0,1 0,1 0,3 3,2 65,8 23,5 0,0 100,0

Tete 5,5 0,0 0,0 1,8 0,0 0,0 2,6 1,9 63,8 24,4 0,0 100,0

Manica 6,6 0,0 0,0 3,4 0,6 0,5 0,0 3,1 44,7 41,0 0,0 100,0

Sofala 7,3 0,7 0,6 11,1 0,0 1,2 1,8 1,4 59,0 16,8 0,0 100,0

Inhambane 7,1 0,0 0,2 7,1 0,0 0,7 1,3 3,9 64,3 15,3 0,0 100,0

Gaza 2,4 0,0 0,0 4,9 0,0 1,8 1,0 1,9 66,7 21,2 0,0 100,0

Maputo Província 1,5 0,2 0,0 19,7 0,3 0,5 7,0 2,6 54,4 13,8 0,0 100,0

Maputo Cidade 7,3 2,6 1,6 15,4 0,0 2,0 7,1 3,4 56,7 3,5 0,3 100,0

Nível de escolaridade

Nenhum 0,2 0,2 0,0 1,6 0,0 0,1 0,2 1,9 66,5 29,3 0,0 100,0

Primário 1º Grau 0,1 0,3 0,1 3,5 0,1 0,1 1,4 1,5 66,0 26,9 0,0 100,0

Primário 2º Grau 0,6 0,2 0,0 7,0 0,8 0,6 2,7 2,5 58,5 27,2 0,0 100,0

Secundário e mais 23,3 0,7 1,0 11,2 0,1 2,3 1,7 2,3 41,3 16,0 0,1 100,0

Desconhecido 0,0 0,0 5,2 13,3 0,0 0,0 0,0 1,6 73,0 6,9 0,0 100,0

41

8.4 ESTRUTURA OCUPACIONAL DA POPULAÇÃO SUBEMPREGADA

De um modo geral, a estrutura ocupacional da população subempregada revela que, a maior parte dos

trabalhadores subempregados é constituída por camponeses (43.0%), seguido de pequenos comerciantes e

operários não agrícolas, ambos com pouco mais de 12%.

No respeitante ao sexo, constata-se que em ambos os sexos, á maior parte dos subempregadas são camponeses.

Contudo, os dados mostram uma diferenciação entre sexos em relação á segunda ocupação, sendo operários não

agrícolas (23.5%) para homens e pequenos comerciantes (15.8%) para mulheres. Os dados não mostram uma

variação significativa em relação á área de residência.

QUADRO 8.4 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO OCUPADA E SUBEMPREGADA POR ÁREA DE RESIDÊNCIA E SEXO, SEGUNDO A OCUPAÇÃO, IOF 2014/15

Ocupação Total Urbana Rural

Homem Mulher Total Homem Mulher Total Homem Mulher Total

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Altos dirigentes 0,0 0,1 0,1 0,2 0,0 0,1 0,2 0,0 0,1

Técnicos universitários 11,7 6,8 9,0 1,7 1,0 1,4 4,1 2,8 3,5

Técnicos não universitários 7,3 6,8 7,0 0,8 1,5 1,1 2,3 3,1 2,7

Administrativos 0,7 0,5 0,6 0,1 0,0 0,1 0,3 0,2 0,2

Operários não agrícolas 23,5 3,4 12,2 4,4 2,1 3,4 8,9 2,5 5,8

Artesão independente 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0 0,1 0,1 0,0 0,1

Pequeno comerciante 8,1 15,8 12,4 2,8 1,8 2,3 4,0 6,2 5,1

Pessoal de serviço 2,9 5,2 4,2 0,7 0,5 0,6 1,2 2,0 1,6

Empregados domésticos 0,8 3,5 2,3 0,1 0,4 0,2 0,2 1,4 0,8

Camponeses 30,4 52,8 43,0 81,8 90,2 85,7 69,8 78,5 74,0

Operários agrícolas 6,0 1,7 3,5 5,5 1,6 3,7 5,6 1,6 3,7

Outras ocupações 8,6 3,3 5,6 1,6 0,8 1,3 3,3 1,6 2,5

8.5 HORAS HABITUALMENTE TRABALHADAS PELA POPULAÇÃO SUBEMPREGADA

A população subempregada apresenta uma proporção importante que trabalha habitualmente entre 20 e 29 horas

semanais (34.4%). Contudo, os dados do quadro 8.5 mostram que 10.1% da população subempregada trabalha

habitualmente entre 1 e 9 horas por semana. Quanto ao sexo, as proporções apresentadas mostram que há mais

subempregados entre as mulheres do que entre os homens, pois, 37.7% das mulheres trabalham menos de 20

horas por semana enquanto que a percentagem de homens na mesma situação corresponde a 31.2%. Entretanto,

cerca de 36% dos homens que trabalham mais de 30horas por semana declararam estar disponíveis para trabalhar

mais horas, o que pode estar revelando a insatisfação da população em relação ao trabalho que exerce.

Em relação à area de residência, os dados mostram que o subemprego é mais acentuado entre a população

residente na área urbana onde 38.6% da população trabalha menos de 20 horas por semana contra 32.8% da

população rural que se encontra na mesma situação. A nível das províncias, Gaza e Inhambane são as províncias

42

com percentagens mais elevadas de população subempregada com 56.4% e 50.6% da população que trabalha

menos de 20 horas semanais, respectivamente.

A análise dos dados por nível de escolaridade e estado civil indica um aumento da população subempregada

quanto mais alto for o nível de escolaridade e uma percentagem relativamente elevada de pessoas viúvas (41.0%)

que trabalham menos de 20 horas por semana.

QUADRO 8.5 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DE 15 ANOS E MAIS SUBEMPREGADA POR HORAS

TRABALHADAS HABITUALMENTE, SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SELECCIONADAS, IOF 2014/15

Características seleccionadas Horas habitualmente trabalhadas

1 - 9 horas 10 - 19 horas 20 - 29 horas 30 - 39 horas Total

Total 10.1 24.2 34.4 31.3 100.0

Sexo

Masculino 8.4 22.8 33.2 35.6 100.0

Feminino 11.9 25.8 35.6 26.6 100.0

Área de residência

Urbano 15.4 23.2 29.3 32.0 100.0

Rural 8.2 24.6 36.2 31.0 100.0

Províncias

Niassa 2.5 34.2 32.0 31.3 100.0

Cabo Delgado 0.6 9.7 57.8 31.9 100.0

Nampula 8.1 22.1 34.4 35.4 100.0

Zambézia 11.6 27.4 28.4 32.6 100.0

Tete 5.1 13.9 19.0 62.0 100.0

Manica 16.8 23.8 27.0 32.4 100.0

Sofala 7.1 18.6 39.8 34.5 100.0

Inhambane 18.0 32.6 30.7 18.7 100.0

Gaza 17.1 39.3 30.4 13.2 100.0

Maputo Província 18.1 30.4 27.2 24.3 100.0

Maputo Cidade 10.8 16.6 34.4 38.2 100.0

Nível de escolaridade

Nenhum 9.9 21.4 37.7 31.0 100.0

Primário 1º Grau 9.0 26.0 35.1 29.9 100.0

Primário 2º Grau 11.8 24.1 29.5 34.6 100.0

Secundário e mais 11.8 25.4 30.4 32.4 100.0

Estado civil

Solteiros 16.9 23.9 30.7 28.5 100.0

Casados 7.7 32.2 32.5 27.6 100.0

União marital 8.4 22.0 36.1 33.5 100.0

Divorciado/Separado 10.7 21.1 34.1 34.1 100.0

Viúvo(a) 12.2 28.8 33.7 25.3 100.0

43

8.6 HORAS TRABALHADAS PELA POPULAÇÃO SUBEMPREGADA POR POSIÇÃO NO

PROCESSO DE TRABALHO

O Quadro 8.6 apresenta a população subempregada por posição no processo laboral, em função das horas

trabalhadas habitualmente por semana. Os dados mostram que 60.1% da população subempregada trabalha por

conta própria sem empregados e que cerca de um quarto são trabalhadores familiares sem remuneração.

Analisando a posição no processo laboral de acordo com o número de horas trabalhadas semanalmente, verifica-se

igualmente que é nestes dois sectores onde há maior percentagem de pessoas que trabalham menos horas por

semana.

QUADRO 8.6 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DE 15 ANOS E MAIS SUBEMPREGADA POR POSIÇÃO NO PROCESSO

LABORAL, SEGUNDO HORAS QUE TRABALHA HABITUALMENTE POR SEMANA E SEXO, IOF 2014/15

Ho

ras

trab

alh

adas

Posição no processo laboral

Ad

min

istr

ação

blic

a

Au

tarq

uia

s L

oca

is

Em

pre

sa P

úb

lica

Em

pre

sa P

riva

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Co

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ins

Lu

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s

Cas

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arti

cula

r

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nta

pró

pri

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m

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reg

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s

Co

nta

pró

ria

sem

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pre

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sem

rem

un

eraç

ão

Org

anis

mo

s In

tern

a-

cio

nai

s/E

mb

aixa

da

To

tal

Total 4,5 0,4 0,3 4,9 0,2 0,6 1,5 1,7 60,1 25,7 0,0 100,0

1 -- 9 0,6 0,9 0,2 4,2 0,5 1,8 3,5 3,2 57,7 27,4 0,0 100,0

10 -- 19 2,2 0,3 0,2 3,5 0,1 0,8 1,2 1,1 63,1 27,5 0,0 100,0

20 -- 29 5,6 0,3 0,2 4,4 0,2 0,4 1,2 1,0 59,2 27,3 0,0 100,0

30 -- 39 6,5 0,5 0,5 6,8 0,3 0,3 1,3 2,3 59,4 22,0 0,0 100,0

Homens 4,9 0,4 0,3 6,7 0,3 0,5 0,8 1,7 66,6 17,7 0,0 100,0

1 -- 9 1,1 2,1 0,0 7,2 1,1 1,5 2,7 2,9 58,7 22,7 0,0 100,0

10 -- 19 2,7 0,6 0,2 4,8 0,1 1,0 1,2 1,1 65,8 22,5 0,0 100,0

20 -- 29 5,2 0,0 0,3 6,4 0,0 0,4 0,3 0,8 71,6 14,9 0,1 100,0

30 -- 39 7,1 0,1 0,6 7,9 0,4 0,1 0,6 2,8 64,3 16,1 0,0 100,0

Mulheres 4,1 0,5 0,2 3,0 0,2 0,7 2,2 1,6 53,0 34,5 0,0 100,0

1 -- 9 0,2 0,0 0,4 1,9 0,0 2,0 4,2 3,4 57,0 31,0 0,0 100,0

10 -- 19 1,6 0,0 0,1 2,3 0,0 0,6 1,2 1,2 60,6 32,4 0,0 100,0

20 -- 29 6,0 0,6 0,1 2,3 0,4 0,4 2,1 1,3 46,7 39,9 0,0 100,0

30 -- 39 5,8 1,1 0,2 5,2 0,0 0,7 2,2 1,7 52,4 30,7 0,0 100,0

44

8.7 POPULAÇÃO SUBEMPREGADA POR RAMOS DE ACTIVIDADE, SEGUNDO HORAS

TRABALHADAS HABITUALMENTE

O Quadro 8.7 indica que a maior parte dos subempregados de ambos os sexos desenvolvem a sua actividade no

ramo da “agricultura, produção animal, silvicultura e pesca” (77.7%). De notar que os subempregados do sexo

feminino, neste ramo, apresentam-se na dianteira em termos percentuais. Analisando os ramos de actividade

económica segundo as horas trabalhadas semanalmente, verifica-se igualmente que é nestes dois sectores onde

há maior percentagem de pessoas que trabalham menos horas por semana.

QUADRO 8.7 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DE 15 ANOS E MAIS SUBEMPREGADA POR RAMOS

DE ACTIVIDADE, SEGUNDO HORA TRABALHADAS HABITUALMENTE POR SEMANA E SEXO, IOF 2014/15

Horas trabalhadas

Ramos de actividade

Ag

ricu

ltu

ra,

Silv

icu

ltu

ra e

Pes

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Ind

ust

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acti

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Fin

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Ser

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s

adm

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trat

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s

Ou

tro

s se

rviç

os

To

tal

Total 77,7 0,3 3,0 0,0 0,4 0,6 5,4 0,6 11,9 100,0 1 -- 9 71,2 0,0 3,5 0,0 0,2 0,7 6,7 1,0 16,7 100,0

10 -- 19 79,6 0,3 3,2 0,0 0,3 0,6 5,5 0,5 10,2 100,0

20 -- 29 80,0 0,1 2,9 0,1 0,3 0,5 4,2 0,5 11,5 100,0

30 -- 39 75,7 0,7 2,9 0,1 0,8 0,8 6,2 0,7 12,1 100,0

Homens 76,1 0,6 3,2 0,1 0,8 1,0 4,4 0,6 13,2 100,0

1 -- 9 65,7 0,0 5,1 0,0 0,5 1,4 5,2 2,1 20,0 100,0

10 -- 19 76,9 0,5 4,1 0,0 0,6 1,0 3,8 0,9 12,2 100,0

20 -- 29 78,8 0,2 2,6 0,1 0,6 1,0 4,3 0,1 12,3 100,0

30 -- 39 75,6 1,2 2,8 0,1 1,3 1,0 4,6 0,4 12,9 100,0

Mulheres 79,3 0,0 2,8 0,0 0,0 0,2 6,5 0,6 10,5 100,0

1 -- 9 75,4 0,0 2,3 0,0 0,0 0,2 7,8 0,2 14,2 100,0

10 -- 19 82,2 0,0 2,3 0,0 0,0 0,2 7,2 0,0 8,2 100,0

20 -- 29 81,2 0,0 3,2 0,0 0,0 0,0 4,1 0,9 10,7 100,0

30 -- 39 75,9 0,0 3,1 0,0 0,0 0,4 8,4 1,1 11,0 100,0