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INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE LAMEGO
Lamego, Abril de 2013
2
INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE LAMEGO
LICENCIATURA EM GESTÃO TURÍSTICA, CULTURAL E PATRIMONIAL DISCIPLINA DE HISTÓRIA DA CULTURA E DAS MENTALIDADES
Trabalho Realizado Por: Ana Silva, n.º2598 Luís Mendes, n.º 2442
Rodrigo Vieira, n.º 2782 Bruno Carvalho, n.º 2678
Tiago Simões, n.º 2661
Docente: Sandra Antunes
Lamego, Abril de 2013
3
Índice
Introdução ........................................................................................................ 4
Apresentação do Grupo de Trabalho ............................................................... 5
1.1. Ana Silva ............................................................................................... 5
1.2. Bruno Carvalho ..................................................................................... 6
1.3. Luís Mendes .......................................................................................... 7
1.4. Tiago Simões ........................................................................................ 8
1.5. Rodrigo Vieira ........................................................................................ 9
Conceitos Fundamentais ............................................................................... 10
O Turismo como Fenómeno Interdisciplinar .................................................. 18
Abordagens do Turismo ................................................................................. 20
Sociologia do Turismo ................................................................................... 24
Relação da Sociologia do Turismo com outras disciplinas ............................ 26
Análise Crítica ................................................................................................ 29
Bibliografia ..................................................................................................... 30
4
Introdução Este portefólio é um desafio proposto pela Docente Sandra Antunes no
âmbito da disciplina Sociologia do Turismo, que contempla uma vertente web,
acessível em estglmaisturismo.wordpress.com e o presente documento
que constitui um dossier digital que está disponível para descarga em formato
digital (pdf) no endereço referido.
Neste mesmo portefólio iremos abordar os vários módulos estudados ao
longo do trimestre, onde pretendemos aprofundar um pouco mais a matéria
através de várias pesquisas de artigos, noticias e documentos que estejam
relacionados com as várias temáticas estudadas que possam assim elucidar
de uma forma mais clara e objectiva o que se pretende.
Quanto aos artigos encontrados iremos enquadrá-los nos locais que
achamos serem os mais adequados e ainda fazer uma breve síntese deles,
onde pretendemos dizer do que retratam e explicar o porquê de os termos
incluído.
5
Apresentação do Grupo de Trabalho O grupo é composto por cinco elementos:
1.1. Ana Silva
Chamo-me Ana Luísa Duarte Silva, nasci a 05-06-1993 e
sou natural de Lamego.
Relativamente à disciplina tenho boas perspetivas pois
considero-a como sendo uma disciplina bastante
importante para o meu futuro, uma vez que me permite
ter uma noção mais aprofundada do que é efetivamente
o turismo bem como das suas várias abordagens e
temáticas e ainda como este se pode relacionar com as
várias disciplinas e a forma como este é abordado bem
como perceber como funciona e para que serve a
Sociologia do Turismo.
Relativamente à proposta da elaboração do portefólio
considero-a como sendo uma mais valia para o meu
futuro, pois a partir deste vou ficar com uma noção mais
elaborada de como se cria um bom portefólio e assim
num futuro próximo já não vou ter dificuldades em
elaborar um novamente.
6
1.2. Bruno Carvalho
O meu nome é Bruno Araújo Carvalho, nasci a 28 de
Fevereiro de 1980 na cidade de Lamego.
O meu lema de vida é nunca desistir, pois enquanto há
vida á esperança para construir algo melhor e quem
nunca errou na vida nada aprendeu com a mesma.
A minha citação favorita é “Carpe Diem”, que literalmente
significa colha ou aproveite o momento. Esta citação foi
escrita pelo poeta Horácio (65 a.C.- 8 a.C.) no livro
“odes”.
A meu ver a disciplina de Sociologia do Turismo é muito
importante para a nossa formação académica, pois
assim poderemos ter uma noção dos comportamentos e
modos de agir dos turistas, bem como a evolução ao
longo dos tempos dos gostos e preferências em relação
ao turismo Nacional e Internacional.
Com a elaboração do portefólio ficamos com os
conhecimentos mais interiorizados, pelo que a meu ver
apesar da dificuldade inerente á sua elaboração,
certamente nos proporcionará uma maior capacidade
para o bom desempenho quer académico, quer em
contexto laboral.
7
1.3. Luís Mendes
O meu nome é Luís Filipe Lemos Mendes
nº2442.
Este é o meu segundo ano no curso Gestão
Turística Cultural e Patrimonial mas estou
inscrito no primeiro ano. E visto que já
frequentei esta cadeira o ano passado já tenho
uma ideia bastante fixa acerca da mesma.
Na minha opinião é fundamental usarmos a
sociologia para compreendermos o turismo.
Não nos podemos esquecer que na base da
sociologia está o diálogo, a interação, e que
por sua vez está na base de todas relações
interpessoais. É um campo vasto, mas s olhar-
mos para o turismo de um ponto de vista
sociológico podemos ver que temos várias
perspectivas. Uma perspectiva interessante é
a capacidade que o ser humano tem para se
adaptar e arranjar alternativas de dar a volta a
problemas sociológicos, como por exemplo a
língua, as viagens requerem o deslocamento
de pessoas do seu ambiente normal para sítios
onde a língua, tradições e até mesmo o modo
de vida é por vezes completamente diferente.
Que efeitos o turismo provoca na questão de
identidade de visitantes e visitados??
Que influência os estereótipos e preconceitos
exercem nessa identidade??
São este tipo de questões que o estudo do
turismo com a sociologia responde.
8
1.4. Tiago Simões
Nome: Tiago Simões
Data de nascimento: 25/07/1991
Signo: Leão
Citação Favorita: "As maiores loucuras são as
mais sensatas alegrias, pois tudo que fizermos
hoje ficará na memória daqueles que um dia
sonharão em ser como nós: Loucos, porém,
felizes!" (Kurt, Cobain)
Perspectivas do Trabalho: Relativamente a
este trabalho penso que vou aprender mais
com a sua elaboração, não só sobre turismo,
mas acima de tudo a sua envolvente que por
sua vez irá complementar o turismo.
Espero que este trabalho sirva não só como
pesquisa para mim, mas também de consulta
sempre que necessário, não só para mim mas
também para todos aqueles que estejam
interessados ou simplesmente com dúvidas
em relação às várias temáticas abordadas em
cada módulo.
Tenho ainda a salientar a união do grupo
enquanto a realização do trabalho.
9
1.5. Rodrigo Vieira
Rodrigo Loureiro Vieira, nasci a 17 de Julho de
1993 e sou de Lamego.
A minha citação favorita é: “ Eu gosto do
impossível porque lá a concorrência é menor “
de Walt Disney
Eu penso que esta disciplina é muito importante
na nossa formação académica, devido aos
conhecimentos que retiramos dela, ainda para
mais estando num curso relacionado com o
turismo. Podemos tirar o máximo de
abordagens sobre o modo como se expandiram
os turistas ao longo dos anos sendo uma mais
valia e uma grande adquisição de
conhecimentos.
Relativamente á elaboração do portefólio é
sempre bom fazer estes trabalhos académicos,
aprendendo assim como trabalhar com as
pessoas e em conjunto, com os vários métodos
todos eles muito diferentes dos nossos e assim
preparando-nos para um duro futuro.
Também se deve valorizar os vastos
conhecimentos adquiridos com a sua
realização.
10
Conceitos Fundamentais
Foi na primeira metade do século XX que o Turismo passou a ser
considerado como objecto de estudo, mas estima-se que a sua prática só
tenha começado com os babilónios em 4000 a.C., pois foram os babilónios
os primeiros a ter uma noção sobre o que era o dinheiro bem como a noção
de como aplica-lo tanto nas suas transações comerciais, bem como nos
investidores da escrita e até na moeda, e foi assim que o homem passou a
pagar as suas deslocações e o seu alojamento.
No século XX o Turismo passou a ser encarado como sendo uma
atividade económica devido ao seu progresso económico e social, pois nesta
altura verificou-se que viajar já era algo muito mais acessível para as várias
camadas sociais, devido ao facto de se ter implantado uma vasta rede de
equipamentos que se destinavam a produzir bens e serviços com o objectivo
de satisfazer as necessidades decorrentes dessas viagens.
Como existem várias definições em volta do Turismo, procuramo-nos
basear em quatro que achamos ser as essenciais:
• A Organização Mundial de Turismo (OMT) define-o como sendo um
“conjunto de actividades desenvolvidas por pessoas ao longo de
viagens e estadas em locais situados fora do seu enquadramento
habitual por um período consecutivo que não ultrapasse um ano, para
fins recreativos, de negócios e outros.
• Na década de 40 Hunziker e Kraft definiam o turismo como sendo um
“conjunto das relações e fenómenos originadas pela deslocação e
permanência das pessoas fora do seu local habitual de residência,
desde que tais deslocações e permanências não sejam utilizadas para
o exercício de uma atividade lucrativa principal, permanente ou mesmo
até temporária.”
11
• Segundo Mathieson e Wall o Turismo é um “ movimento temporário de
pessoas para destinos fora dos seus locais normais de trabalhos e de
residência e as atividades desenvolvidas durante a sua permanência
nesses destinos bem como as facilidades criadas servem para
satisfazer as suas necessidades.”
• Do ponto de vista económico, este pode ser considerado como “
abrangendo todas as deslocações de pessoas, quaisquer que sejam
as suas motivações, que obriguem ao pagamento de prestações e
serviços durante a sua deslocação e permanência temporária fora da
sua residência habitual superior ao rendimento que, eventualmente
aufiram nos locais visitados.”
Assim podemos concluir que o Turismo resulta do ato da deslocação de
pessoas, que vão conduzir ao consumo de bens e serviços que depois se
vão tornar importantes na repercussão da balança de pagamentos de um
determinado país.
Posto isto, podemos concluir que uma pessoa é turista quando se
desloca de forma temporária por um período inferior a 12 meses para um
local fora do seu enquadramento habitual onde este terá de passar pelo
menos uma noite e cujo seu objectivo não seja o de aí exercer uma função
remunerada.
Para que o Turismo seja equilibrado existem dois conceitos que são
fundamentais: a oferta turística que pode ser entendida como sendo “ o
conjunto de todas as facilidades, bens e serviços adquiridos ou utilizados
pelos visitantes, bem como por todos aqueles que foram criados com o fim de
satisfazer as necessidades e postos à disposição”, e a procura turística que
diz respeito à necessidade de se contabilizar, não só aqueles que consomem
o turismo, mas também aqueles que desejam fazer turismo, mas que dada a
insistência de algum factor impeditivo não o fazem.
12
Para analisar a procura de um dado destino existem várias ferramentas
que se podem utilizar, sendo a principal a estatística.
De seguida, é possível visualizar uma tabela na qual consta o total de
desembarques em Portugal, no ano de 2011. Assim se verifica o tráfego
aéreo, as entradas e as saídas, permitindo estudar a procura turística.
Tabela 1: Nº de desembarques em Portugal no ano de 2011. Fonte: ANA – Aeroportos de Portugal
Estão perceptíveis nesta tabela dados relativos a voos internacionais
(de Portugal para o estrangeiro e do estrangeiro para Portugal), voos dentro
de Portugal, voos low cost (preços substancialmente mais acessíveis, o que
assegura sempre uma mobilização considerável das massas) e os voos
charter. Esta medição da procura turística serve o propósito de facilitar o
processo de planeamento turístico, para que se torne exequível estimar o
impacto na balança de pagamentos e avaliar a atratividade do destino.
Para além de contabilizar é necessário analisar a natureza das
variáveis que influenciam o consumo do Turismo. Isto diz respeito às
determinantes individuais que levam as pessoas a viajar e á decisão do
consumo. É imperativo que se fidelize os clientes e que se atraia aqueles que
por um motivo ainda não foram aliciados a tal.
13
Portanto existem várias vertentes a analisar quando se analisa o
potencial turístico de um dado local, por um lado o que ele tem para oferecer
e por outro o que faz mover um indivíduo, ou seja, o que despoletou nele a
necessidade de se deslocar. Antigamente, o desenvolvimento de produtos
turísticos era levado a cabo tendo em conta as qualidades do sítio em
questão, hoje em dia, os produtos que vão sendo desenvolvidos são criados
a pensar especificamente nos interesses das pessoas, tendo em conta os
diferentes segmentos de mercado existentes e até mesmo os nichos mais
específicos que abrangem motivações muito seletas e peculiares.
No Turismo também se pode falar no desenvolvimento de produtos
turísticos, que antigamente estes eram levados a cabo tendo em conta as
qualidades do sitio em questão, mas que posteriormente, este já é
desenvolvido e criado com o intuito de satisfazer os interesses das pessoas,
mas sempre tendo em conta os diferentes segmentos de mercado existentes
e até mesmo os nichos mais específicos que abrangem as motivações que
são muito mais seletivas e peculiares.
Assim sendo, podemos concluir que o produto turístico diz respeito ao
conjunto de elementos que possam ser sujeitos à comercialização direta ou
indireta que por sua vez vão motivar as deslocações e assim vão gerar a
procura.
É fundamental que num área como a do Turismo se crie e se promova
os produtos turísticos pois estes correspondem ao reconhecimento da
existência de grupos de pessoas que tem motivações próprias e que por isso
se vão deslocar por razões idênticas e porque também possuem
necessidades semelhantes.
14
Imagem 1: Pacotes Odisseias Os pacotes de experiências “Odisseias” são prova irrefutável do sucesso que
adveio da criação de produtos/pacotes turísticos mais específicos. É uma
empresa portuguesa que se propõe a realizar sonhos de pessoas à la carte e
que reúne pacotes, experiências e aglomerados de serviços para todos os
gostos, (pacotes de: alojamento, aventura, SPA, gourmet, etc), com preços
para todas as carteiras. Os novos turistas são cada vez mais exigentes,
procurando a melhor qualidade pelo melhor preço, e iniciativas destas vão
exatamente ao encontro destas expectativas. O segredo do negócio reside
em ter a maior capacidade de resposta possível para o crescente aumento da
exigência, acompanhando as novas tendências resultantes da conjuntura da
sociedade actual.
No entanto, nem todas as visitas a um destino turístico tem de ser
acompanhada de uma noite, pois para além dos turistas existem ainda os
visitantes e os excursionistas que os vamos definir em seguida:
Segundo a OMT o visitante “ refere-se a todas as pessoas que se
desloquem para um lugar situado fora do seu enquadramento habitual por um
período inferior a 12 meses consecutivos e cujo motivo seja diferente do de
exercer uma atividade remunerada no local visitado. Este ainda pode ser
considerado como sendo um factor de deslocação, pois vão praticar um ato
ou efeito de se deslocarem, uma mudança ou simplesmente um afastamento.
15
O excursionista ou visitante de dia engloba todas as pessoas que se
deslocam para fora do seu local habitual onde o seu período de permanência
não poderá exceder mais de 24 horas e não podem exercer uma atividade
remunerada no local visitado.
Esquema 1:Definição de visitante, turista e excursionista
Deslocação = Ato ou efeito de deslocar-se; mudança de lugar; afastamento;
desvio.
Atividade remunerada = Quando um indivíduo executa algo a fim de obter
pagamentos em contrapartida, sendo que este se desloca como produtor e
não como consumidor. Por este motivo, não pode ser considerado turista.
Residente = É todo o indivíduo que habitou durante doze meses num dado
país ou local; tem o intuito de regressar e aí viver dentro de 12 meses;
desloca-se para um local para ai residir.
O Turismo também pode ser considerado como sendo uma forma de
Visitante
• Todo aquele que se desloca para fora do seu enquadramento habitual • Não poderá exercer função remunerada
Turista
• Todo aquele que se desloca para fora do seu enquadramento habitual • Não poderá exercer função remunerada • Tem obrigatoriamente que pernoitar no local visitado (24h) • Não pode permanecer no local visitado mais de 12 meses
Excursionista
• Todo aquele que se desloca para fora do seu enquadramento habitual • Não poderá exercer função remunerada • O seu periodo de permanência não poderá exceder as 24 horas
Factor: Tempo de
Permanência
Factor:
Deslocação
16
as pessoas ocuparem os seus tempos livres, assim, desta forma, podemos
distinguir bem como dar uma breve noção do que é o turismo, do turismo de
recreio e do turismo de lazer, assim verificamos que o turismo implica sempre
uma deslocação, o de recreio diz respeito ao conjunto de atividades para
quem dispõem de tempos livres e o de lazer engloba as atividades realizadas
que não contemplam as obrigações bem como as necessidades
profissionais. Nestas últimas décadas os tempos livres de que as pessoas
dispõem tem ganho grande relevância devido ao facto de estas procurarem
uma fuga/ escapatória para que possam fugir um pouco da sua habitual
rotina, assim o turismo tem aumentado de forma gradual devido ao facto de
as pessoas terem férias pagas e também ao facto de o tempo de trabalho se
ter reduzido substancialmente.
O tempo livre de que dispõe neste século não é o mesmo se olharmos
para o passado:
▪ Nos anos 20, apenas 17% dos trabalhadores tinham direito a férias pagas;
▪ Só em 1936 é que foi oficializado globalmente o direito ao gozo das férias.
A isto acresce-se o facto de o número de reformados/pensionistas ter
aumentado exponencialmente o que faz com que haja uma grande parte da
população mundial que não está ativa e que por isso dispõe de bastante
tempo livre.
O tempo livre tem ganho uma importância cada vez mais pronunciada
no quotidiano actual. Toda a crise que se tem feito sair a nível nacional e
internacional (tempos estes de profunda instabilidade política e austeridade
económica), faz com que as pessoas procurem como nunca antes uma fuga
da realidade que as persegue carregada de contas por pagar, cansaço e
rotina. A diminuição do tempo de trabalho e o consequente aumento do
tempo livre é algo que se propagou globalmente como resultado do
progresso social e do desenvolvimento tecnológico, bem como de um desejo
17
humano. Os ganhos reais por hora foram-se tornando cada vez mais
consideráveis pelo que, as pessoas começaram a abdicar de aumentos
adicionais de rendimento em prol de disporem de mais tempo livre. Para além
disto, os trabalhadores dos países mais desenvolvidos beneficiam (a um
ritmo crescente) de férias e viagens pagas pelas entidades patronais o que
tem levado ao aumento da realização de viagens mais vezes por ano.
Qualquer ser humano precisa de ter assegurados os vários níveis da
dimensão da sua existência, referimo-nos aos pontos contemplados na
pirâmide de Maslow (necessidades fisiológicas, necessidades sociais,
segurança, auto – estima, auto – realização) e inserido nesta panóplia de
“must have” está o escape.
18
O Turismo como Fenómeno Interdisciplinar De acordo com a OMT, a metodologia em Turismo consiste num “conjunto de
métodos empíricos experimentais (…)”. Como o conhecimento do turismo se
encontra muito disperso pelas várias áreas de estudo é necessário que se
faça uma abordagem interdisciplinar e para tal há quem defenda que se
devem utilizar todas as disciplinas, tais como: o marketing para se promover
um dado produto ou destino, a psicologia para se entender como as pessoas
funcionam, a sociologia para que se possa estudar bem como analisar os
fenómenos sociais, a legislação e o direito para que as atividades turísticas
sejam exercidas dentro das leis e normas jurídicas, a antropologia que é para
se verificar e entender a evolução do ser humano ao longo dos tempos, a
geografia para se perceber quais os destinos que satisfazem as preferências
das populações, a gestão para que num contexto empresarial se cumpram os
objectivos e se alcancem as metas pretendidas, a economia para que se
possa apurar as receitas e as despesas, entre muitas outras áreas. Tomemos
como exemplo de área o Marketing e vejamos a importância que este detém.
O Marketing é o processo que permite conquistar e fidelizar clientes, sendo
por isto uma área e uma técnica fundamental para atrair clientes. O objectivo
principal das técnicas de Marketing reside em conhecer as necessidades dos
clientes oferecendo produtos que atendam às suas expectativas. É nesta
fase que se define o produto que irá ser posto à venda, que preço é que ele
terá, como é que irá ser promovido e por fim onde é que ele estará
disponibilizado aos clientes – Marketing Mix – o que corresponde ao produto
(product – aquilo que se pretende comercializar), ao preço (pricing – a que
preço está disponível para o cliente), promoção (promotion – através de que
meios vamos promover o produto ao cliente) e distribuição (place – que lugar
se pretende ocupar no mercado e a que públicos-alvo se pretende atingir).
Existem ainda três considerações finais a reter:
• O Marketing é publicidade, promoção e venda, com vista a conquistar
mercados existentes;
19
• O Marketing é um conjunto de utensílios de análise, de métodos de
previsão e de estudos de mercado, com o objectivo de fazermos
prospecção das necessidades e da procura;
• O Marketing é o arquiteto da sociedade de consumo, ou seja, de um
sistema de vendas no qual os indivíduos são objecto de uma
exploração comercial por parte do vendedor.
Imagem 2: Marketing Mix
20
Abordagens do Turismo O turismo pode ser encarado de várias perspectivas:
• A primeira consiste numa abordagem horizontal, onde se analisa em
função de todas as áreas do conhecimento como este fenómeno se
relaciona, mas sempre sem o considerar autónomo. Por sua vez, esta
abordagem garante uma dimensão turística às várias atividades
turísticas, mas por outro lado, não lhe reconhece a identidade própria
e ainda lhe limita o reconhecimento das suas verdadeiras dimensões.
• A segunda abordagem é institucional e esta relaciona-se com as
instituições ou organizações que estão ligadas à atividade turística que
por sua vez garantem o seu desempenho e esta tem como vantagem
a existência de fontes de informação para estudo.
• A terceira é a abordagem histórica retrata a evolução das actividades
turísticas e das instituições, permitindo apurar o que despoletou a sua
inovação, crescimento e declínio. Isto possibilitará o reconhecimento
dos erros cometidos bem como os acontecimentos que foram de facto
relevantes para o turismo. Um acontecimento relevante para o turismo
no passado, foram as primeiras viagens organizadas, nomeadamente,
Thomas Cook & Son.
Imagem 3: Agência de Viagens Thomas Cook & Son
21
Foi em 1841 que Thomas Cook, considerado o primeiro agente de
viagens do Mundo, que organizou um tour a Leiscester para 500 pessoas.
Este acontecimento estrondoso que estava aliado à crescente integração das
linhas férreas e foi assim que se registou uma massificação do turismo.
• A quarta é a abordagem do produto diz respeito ao estudo dos vários
produtos e serviços turísticos produzidos, comercializados e
consumidos. A desvantagem desta abordagem é o tempo que esta
requer para que se consiga uma investigação suficientemente
aprofundada e tecnicamente viável.
• A quinta é a abordagem geográfica que se destina ao estudo do meio
físico e dos fenómenos geográficos (localização, ambiente, clima,
paisagens, recursos hidrológicos, etc). Esta vai analisar concretamente
os fluxos turísticos, as mudanças que a paisagem vai sofrendo e os
problemas económicos, sociais e culturais.
• A sexta é a abordagem de gestão que se foca no planeamento,
pesquisa, marketing e preços. Estuda as empresas e actividades de
administração necessárias para o normal funcionamento e operação
em empreendimentos turísticos.
• A sétima é a abordagem de Sistema, que estuda o turismo enquanto
sistema, sendo este um aglomerado de elementos interligados e
coordenados para funcionar em sinergia para o alcance de metas.
• A oitava é a abordagem social onde se examina as classes sociais,
hábitos, costumes, modos de vida e as influências que sobre estes
exerce o turismo com o objectivo de estudar o comportamento dos
indivíduos e grupos de pessoas, bem como o impacto deste sector na
sociedade.
• A nona aborda a abordagem económica, onde se analisa o turismo
22
bem como as suas contribuições para a economia nacional e para o
seu desenvolvimento económico, assim como os impactos
económicos ligados ao turismo sendo estes diretos ou indiretos.
Seguidamente está presente um artigo do Jornal de Notícias que explicita
o quão importante é o investimento no turismo e o respectivo impacto que
este tem na economia e desenvolvimento de um país ou região.
Notícia 1: Itália Reabilita Pompeia. Jornal de Notícias
23
Como se pode constatar após a leitura deste artigo, foi realizado um
investimento de 105 milhões de euros para reabilitar Pompeia, situada em
Nápoles (Itália), a outrora grandiosidade romana destruída pela erupção do
enorme vulcão Vesúvio, em 79 d.C. Graças à cinza e à lama, os objetos e
construções foram em parte poupados pela destruição, o que permitiu que
anos mais tarde as escavações levadas a cabo pelos arqueólogos pudessem
contar a sua história ao Mundo. Investir neste tesouro histórico que atrai
cerca de seis mil turistas por dia auxiliará não só o país a sair do buraco
financeiro em que se encontra como a desenvolver uma área povoada por
jovens que vivem em situações extremamente desfavorecidas.
24
Sociologia do Turismo
A Sociologia do Turismo surgiu devido ao facto dos tempos livres
terem aumentado gradualmente que por sua vez originou um maior acesso à
viagem e assim era mais que evidente que havia uma grande necessidade de
se analisar de uma forma mais critica os fenómenos sociais que este
aumento dos tempos livres proporcionou, assim a Sociologia do Turismo
disponibilizou-se para estudar cientificamente os aspectos relativos ao tempo
livre e do ócio que é levado a cabo durante as viagens e atividades turísticas.
Em termos sociológicos o turismo pode ser analisado a nível
individual, histórico e interativo:
• O nível interativo consiste única e exclusivamente no turista, ou seja,
nas suas motivações bem como na qualidade das suas experiências
que adquire nas suas viagens e permanências no local visitado, assim
pode-se verificar que existem vários tipos de motivações, mas as que
mais se destacam são sem duvida a alienação do Homem e a
inautenticidade e o enfada da vida moderna. Assim as motivações
para as viagens são sobretudo as deslocações efectuadas por motivos
de lazer, negócios, famílias, missões ou simplesmente reuniões.
• Por sua vez, o nível histórico encara o turismo como sendo um factor
de crescente globalização e também como sendo um dos
responsáveis pelos danos no ambiente natural, cultural e étnico. Neste
nível é onde se reúnem esforços para que se possa preservar e
conservar os recursos bem como estudar as tendências para se
revolucionar o turismo moderno e assim constitui-se um desafio
inquestionável para o futuro.
• O nível interativo é aquele que estuda o grau de envolvimento da
relação que o turista estabelecia com o local visitado. Normalmente, as
25
pessoas residentes de um dado destino receptor de turistas estão
preparadas e habituadas a acolher, mas à medida que a atratividade
deste se vai tornando demasiado conceptual e estereotipada são
necessárias novas formas de dinamizar, das quais são exemplo os
guias e os motoristas de táxi. A formação/sensibilização de motoristas
de táxi para o turismo é também uma das estratégias de dinamização
turística das regiões, como é o caso da região do douro e da formação
dinamizada, cuja notícia pode ser consultada aqui.
Imagem 5: Autocarro turístico
Tal como qualquer produto, também os destinos passam por fases,
mudanças e sofrem os seus impactes/danos que podem muitas vezes ser
superados mas também podem conduzir ao fracasso irrefutável. Estes
podem passar por etapas (o designado “modelo de fase ou etapa”) que
consiste numa transferência gradual no sector turístico ou podem passar por
uma trajetória – o modelo de ciclo – (exploração, desenvolvimento,
consolidação, estagnação e declínio).
26
Relação da Sociologia do Turismo com outras disciplinas
A Sociologia do Turismo diverge nas várias disciplinas,
nomeadamente:
• Sociologia do ócio e do tempo livre: esta estuda cientificamente o
comportamento transpessoal que se encontra orientado para os
tempos livres;
• Sociologia do Estranho: incide a sua descrição teórica sobre os
estranhos permanentes e semi – permanentes como por exemplo as
minorias e os expatriados. Esta modalidade ainda é pouco explorada;
• A Sociologia da Hospitalidade: foi bastante abordada pelos
sociólogos, pois a sua comercialização levanta problemas na medida
em que existe uma contradição entre a troca social e a troca
económica envolvidas na hospitalidade e nas transações empresariais.
A hospitalidade permite diferentes abordagens e menções, mas
independentemente destas, o cerne está sempre direcionado com as
atitudes de acolhimento (estas podem acontecer na esfera familiar, em
relações profissionais e prestação de serviços e também no contexto
público relacionando o acolhimento, a abertura e receptividade).
Notícia 2: Excerto da revista Hospitalidade, V.VIII, Nº2 – Dezembro 2011
27
Este artigo enfatiza precisamente o acolhimento e abertura ao outro, em que
existe uma conotação quase divina, pois o acto de bem receber e dar a
conhecer o que uma terra tem de melhor é uma recompensa tão grande para
aquele que “abre os braços e recebe” fornecendo informações, como para
aquele que é recebido.
▪ Sociologia da Viagem: que estuda o turista no papel de viajante;
▪ Sociologia da Religião: esta centra-se especificamente na peregrinação;
Imagem 6: Afluência popular na procissão em honra de Nossa Senhora dos Remédios
Esta imagem é uma das muitas que retrata o que as motivações
religiosas podem fazer pelo turismo. A mais antiga romaria de Portugal, em
honra de Nossa Senhora dos Remédios é exemplo de uma estratégia
turística da nossa região, que atrai milhares de pessoas à cidade de Lamego.
• Sociologia Industrial Aplicada ao Turismo: estuda as diferentes
relações que ocorrem entre os vários níveis existentes no contexto
empresarial de uma entidade turística;
28
• Sociologia do Mercado Turístico: esta estuda as relações
transpessoais entre a oferta dos agentes turísticos e a procura turística
dos clientes;
• Sociologia das Relações Internacionais: estuda o comportamento
das sociedades, das comunidades e das organizações que estão
relacionadas com o turismo. Estas relações vão-se traduzir em
corporações expressas em tratados, acordos e convénios, na
concorrência no mercado internacional, na colaboração para a
organização de eventos, na defesa ou afastamento devido a
problemas de aceitação cultural, na ajuda, na assistência e acessória,
na planificação e no financiamento.
29
Análise Crítica
As origens do Turismo levam-nos a vários séculos antes do
nascimento de Cristo, com as primeiras viagens em contexto de guerra e as
primeiras aplicações do dinheiro. Porém, foi já no século XX que este
começou a ocupar um lugar de destaque e a ser devidamente encarado
pelos eruditos. Nas suas expressões iniciais, fazer turismo era “só para
alguns”, geralmente as classes sociais mais privilegiadas, pois este era
pouco acessível em termos de preços e por outro lado os transportes ainda
não acompanhavam devidamente o progresso da sociedade.
Mais tarde, com o desenvolvimento das linhas férreas, os
investimentos nas vias de comunicação e o surgimento das várias empresas
ligadas ao sector turístico permitiram que se desse uma massificação, isto é,
um deslocamento das massas, onde se unificou um Mundo que antes era
desconhecido para a maioria da sociedade.
O estudo deste fenómeno tornou possível a definição dos elementos
que o constituem e assim surgiram os primeiros conceitos de turismo e
turista.
Um pouco por toda a parte intensificou-se a valorização do impacto de
que o turismo é detentor a níveis económicos, culturais e principalmente
sociais.
As regiões iniciaram o levantamento dos produtos e bens que
possuíam (oferta turística), reuniram esforços para atrair visitantes através
das várias técnicas de marketing que foram nascendo e foram contabilizando
o número de entradas e saídas (procura turística).
O Turismo foi evoluindo, mas algo que será sempre permanecerá é
sem margem de dúvidas o facto de que as experiências que se
ganham numa viagem não têm preço.
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Bibliografia
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