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INSTRUÇÃO ~lllA O GOVERNO DA CAPITANIA DE MINAS GERAIS JOSÉ JOÃO TEIXEIRACOELHO . \ j.. wt.i\NO-/,) ~~ : ~ . . ;.. ~;",<V" ~ ~ Introdução FRANCISCOIGLÉSIAS Leitura Paleográfica e Atualização Ortográfica CLÁUDIAALVES MELO , Sistema Estadual de Planejamento Fundação João Pinheiro Centro de Estudos Históricos e Culturais .,r> " ,11' , """"" " "'" Ií' ... ;' .: .,.; li"" Belo Horizonte 1994 -' __'111"'"'

Instrução Para o Governo Da Capitania de Minas Gerais (1780; Pp

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Page 1: Instrução Para o Governo Da Capitania de Minas Gerais (1780; Pp

INSTRUÇÃO~lllA O GOVERNO

DA CAPITANIADE MINAS GERAIS

JOSÉ JOÃO TEIXEIRACOELHO .\

j.. wt.i\NO-/,) ~~ : ~

. . ;.. ~;",<V" ~ ~Introdução

FRANCISCOIGLÉSIAS

Leitura Paleográfica e Atualização OrtográficaCLÁUDIAALVES MELO

, Sistema Estadual de PlanejamentoFundação João Pinheiro

Centrode Estudos Históricos e Culturais.,r>

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1994-'

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prudência"aexecuçãodas ordens quese lhes dirigemquandoos povosentendem

que elas são prejudiciais aos seus interesses, mas da forma comoele praticou;

que nunca fiquedependente a força das leis doconsentimento dos vassalos.

15 Concluídoeste importantíssimo negóciodas Casas de Fundiçãoe Moeda,

passou o mesmoGovernadora dar as suas providênciasem outrosnegóciosúteis:

proibiu o uso das armas aos mulatos, negros, carijós e bastardos pelos bandos

de 29 de abril e de 26 de outubro de 1724; de 21 de março de 1725; de 31 de

março de 1730;de 19 de fevereirode 1731 e de 9 de janeiro de 1732;compôsas

dúvidas entre as Câmaras relativas aos distritos delas pelo bando de 19 de se-

tembro de 1724;coibiuas desordens que as negras das vendasvolantes introdu-

ziam nos serviços minerais pela portaria de 13 de maiode 1725 e pelos bandos

de 28 de junho do mesmo ano, de 11 de junho de 1728 e de 11 de setembro de

1729; finalmente,terminou as dúvidasque se haviammovidoentre os mineiros

e que retardavam o progresso dos serviços minerais, pela portaria e bando de

26,de setembro de 1721 e pelos bandos de 14de junho de 1722, de 22 de março

e de 24 de novembrode 1728 e pelas portarias de 2 de outubro de 1728 e de 19

de janeiro de 1730.

16 Nofimdo ano de 1727, ou nos princípios do de 1728, se descobriram os

diamantes em alguns ribeiros da comarca doSerro Frio e este Governadorocor-

reu à dolosaambiçãodos mineiros,proibindo,pela portaria de 2 de dezembrodo

mesmoano, que os guardas-mores concedessemdatas de terras nos sítios onde

aparecessem diamantes.Aodepoisdisso,deuo mesmoGovernadordiversaspro-

vidênciasrelativas àquele descobrimento,as quaisvão declaradas emseu lugar.

17 Ultimamente,entregou o governoao Condedas Galveas.

§ 2Q

Do governo do Conde das GaIveas. André de MeIo e Castro

18 AndrédeMeIoe Castro, Condedas Galveas,sucedeu, no governodeMinas

Gerais, a DomLourenço de Almeida[e] tomouposse na Igreja Matriz de Nossa

Senhora da ConceiçãodeAntônioDias de VilaRicano primeiro de setembro de1732.

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\igilância e cuidadosobre a arrecadação doreferido subsídio, o que se repetiu

pela provisãode 23 de maio domesmo ano.

61 Vendoo CondedeValadaresque se não costumavamcobrar os direitos do

subsídio dos mulatos e crioulos que entravam para Minas, contra a forma do

estabelecimento deste donativo, o representou a Sua Majestade e se mandou

cobrar, pela ordemdoErário dirigida à Junta de VilaRica,a 30 de maiode 1772.

62 Sendoinformadoo CondedeValadares,pelas queixasrepetidas dos mora-

dores de Minasque viviamcomobons vassalos empregando-se louvavelmente

nos ministérios de minerar e de cultivar terras, que o sossego público estava

perturbado comas freqüentes mortes violentas, ferimentos e roubos que prati-

cavam escandalosamente alguns daqueles moradores, que viviamcomoferas

nos arraiais, nos sertões e nos lugares inacessíveis; e conhecendoque a origem

de todas estas desordens procedida [sic] tolerância dosvadios, os quais,viven-

do na ociosidade, se precipitam em alguns absurdos até que, perdendo o horror

aos delitos, se fazem assassinos e roubadores, e que as justiças ordinárias não

podiam extirpar estes membros infectos do corpo da província, se resolveu a

dar, nesta matéria, algumas providências.

63 E, aindaque pela carta régia de 22 de julhode 1766 se mandamarranchar

os vadios e proceder contra eles com as penas dos salteadores, não é possível

queesta justa determinaçãose possa executar, porque, comoeles gostaram uma

vez dos efeitos da ociosidade,não querem sujeitar-se ao trabalho, nem a exten-

são dopaís permite a regularidade daquela real ordem,a qualprejudicaria mui-

to a população de Minas.

64 Osvadios são o ódio de todas as nações civilizadas e contra eles se tem

muitas vezes legislado, porém, as regras comuns relativas a este pontonão po-

dem ser aplicáveis ao território de Minas, porque estes vadios, que em outra

parte seriam prejudiciais, são ali úteis: eles, à exceção de um pequeno número

de brancos, são todos mulatos, cabras, mestiços e negros forros; por estes ho-

mens atrevidos é que são povoados os sítios remotos do Cuieté, Abre Campo,

Peçanha e outros; deles é que se compõemas esquadras que defendemo presí-

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Dos engenlt8s de açúcare agnardente de cana.

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1 Logoque as MinasforamdeSCOl)ertase se entraram a povoar,se feznelas

um grande número de engenhos de destilar aguardente de cana. Sua Majestade

foi informado de que estas fábricas eram prejudiciais à Real Fazenda porque

nelas se ocupavaminfinitaspessoas que podiamempregar-se em outros minis-

térios, e também constouao mesmosenhor queas ditas fábricas eram prejudici-

ais ao sossego público,o qual se perturbava com as desordens causadas pelas

bebedices dos negros.

2 Para se evitarem estes danos se ordenou ao Governador Dom Brás Baltasar

II.

da Silveira, pela ordem de 18 de novembro de 1715, que não consentisse o le-

vantarem-se engenhos de novo.

3 Esta ordem não se executou com a exação devidae, pela ordem de 26 de

março de 1735, passada em virtude da resolução de 11 de fevereiro domesmo

ano, se mandouque o GovernadorGomesFreire de Andradeinformasse sobre o

prejuízoque causava ao consumodas aguardentes doReinoe à conservaçãodos

negros o estabelecimento dos engenhosde Minas.

4 Ultimamente,pela ordem de 12 de junho de 1743, passada emvirtude da

resolução de 6 domesmo, se proibiu debaixode penas graves a fatura de novos

engenhos na Capitania de Minas e ainda a mudança dos que existissem dentrodas mesmas fazendas, e se recomendou aos ouvidores que perguntassem nas

I,.li

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correições se se faziam engenhos de novoe que procedessem contra os culpa"dos.

5 Todasestas providências foram inúteis porque se não executaram as or-

dens referidas, e sem embargo delas se tem multiplicado de tal forma a fatura

dos engenhos de cana que são raras as fazendas, ainda que pequenas, onde os

não há, e por isso se vende a aguardente de cana por um preço ínfimo.

6 Os prejuízosdestas fábricas são evidentes,porque os negros embebedam-

se e fazemmildistúrbios, e os escravos que trabalham nelas podiamempregar-

se na extração do ouro. NaCapitania de Minas somente se deve trabalhar nas

lavras e na cultura das terras que produzemos gêneros necessários para o sus..

tento dos povos,e as aguardentes de cana devemir para minas das Capitanias

de São Paulo e doRiode Janeiro, onde não há ouro; é certo que deste modohão

de ser mais caras, mas assim mesmo é conveniente, para que os negros não

possam beber tanto e para quenão sejam tantos os bêbados.

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