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Geografia Instrumentação para o Ensino de Geografia II Sandra Kelly de Araújo

Instrumentação para o Ensino de Geografia II

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Page 1: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Geografi a

Instrumentação para o Ensino de Geografi a II

Sandra Kelly de Araújo

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Instrumentação para o Ensino de Geografi a II

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Instrumentação para o Ensino de Geografi a II

2ª Edição

Natal – RN, 2011

Geografi a

Sandra Kelly de Araújo

Page 6: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOSMarcos Aurélio Felipe

GESTÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAISLuciana Melo de LacerdaRosilene Alves de Paiva

PROJETO GRÁFICOIvana Lima

REVISÃO DE MATERIAISRevisão de Estrutura e LinguagemEugenio Tavares BorgesJanio Gustavo BarbosaJeremias Alves de AraújoKaline Sampaio de AraújoLuciane Almeida Mascarenhas de AndradeThalyta Mabel Nobre Barbosa

Revisão de Língua PortuguesaCamila Maria GomesCristinara Ferreira dos SantosEmanuelle Pereira de Lima DinizJanaina Tomaz CapistranoPriscila Xavier de MacedoRhena Raize Peixoto de Lima

Revisão das Normas da ABNTVerônica Pinheiro da Silva

EDITORAÇÃO DE MATERIAISCriação e edição de imagensAdauto HarleyAnderson Gomes do NascimentoCarolina Costa de OliveiraDickson de Oliveira TavaresHeinkel HugeninLeonardo dos Santos FeitozaRoberto Luiz Batista de LimaRommel Figueiredo

DiagramaçãoAna Paula ResendeCarolina Aires MayerDavi Jose di Giacomo KoshiyamaElizabeth da Silva FerreiraIvana LimaJosé Antonio Bezerra JuniorRafael Marques Garcia

Módulo matemáticoJoacy Guilherme de A. F. Filho

IMAGENS UTILIZADASAcervo da UFRNwww.depositphotos.comwww.morguefi le.comwww.sxc.huEncyclopædia Britannica, Inc.

FICHA TÉCNICA

Catalogação da publicação na fonte. Bibliotecária Verônica Pinheiro da Silva.

Governo FederalPresidenta da RepúblicaDilma Vana Rousseff

Vice-Presidente da RepúblicaMichel Miguel Elias Temer Lulia

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRNReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Vice-ReitoraMaria de Fátima Freire Melo Ximenes

Secretaria de Educação a Distância (SEDIS)

Secretária de Educação a DistânciaMaria Carmem Freire Diógenes Rêgo

Secretária Adjunta de Educação a DistânciaEugênia Maria Dantas

© Copyright 2005. Todos os direitos reservados a Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – EDUFRN.Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa do Ministério da Educacão – MEC

Araújo, Sandra Kelly de.

Instrumentação para o Ensino de Geografi a II / Sandra Kelly de Araújo. – 2. ed. – Natal: EDUFRN, 2011.

164 p.: il.

ISBN

Disciplina ofertada ao curso de Geografi a a Distância da UFRN.

1. Geografi a – procedimentos de ensino. 2. Vegetação. 3. Práticas educacionais. I. Título.

CDU 91:37.091.3A658i

Page 7: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Sumário

Apresentação Institucional 5

Aula 1 Sobre o uso de instrumentos e metodologias de ensino e aprendizagem 7

Aula 2 Promovendo o ensino de vegetação numa perspectiva local 19

Aula 3 Formações vegetais – a Caatinga 33

Aula 4 Ensinando vegetação através de estudo do meio 49

Aula 5 A fl oresta encantada 61

Aula 6 Mato e Gente 73

Aula 7 Construindo um terrário 87

Aula 8 Água 103

Aula 9 Bacia hidrográfi ca 117

Aula 10 Um pouco mais sobre a Água 129

Aula 11 Biodiversidade no ensino de Geografi a 141

Aula 12 Geografi a, simples assim 153

Page 8: Instrumentação para o Ensino de Geografia II
Page 9: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

5

Apresentação Institucional

A Secretaria de Educação a Distância – SEDIS da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, desde 2005, vem atuando como fomentadora, no âmbito local, das Políticas Nacionais de Educação a Distância em parceira com a Secretaria de Educação

a Distância – SEED, o Ministério da Educação – MEC e a Universidade Aberta do Brasil – UAB/CAPES. Duas linhas de atuação têm caracterizado o esforço em EaD desta instituição: a primeira está voltada para a Formação Continuada de Professores do Ensino Básico, sendo implementados cursos de licenciatura e pós-graduação lato e stricto sensu; a segunda volta-se para a Formação de Gestores Públicos, através da oferta de bacharelados e especializações em Administração Pública e Administração Pública Municipal.

Para dar suporte à oferta dos cursos de EaD, a Sedis tem disponibilizado um conjunto de meios didáticos e pedagógicos, dentre os quais se destacam os materiais impressos que são elaborados por disciplinas, utilizando linguagem e projeto gráfi co para atender às necessidades de um aluno que aprende a distância. O conteúdo é elaborado por profi ssionais qualifi cados e que têm experiência relevante na área, com o apoio de uma equipe multidisciplinar. O material impresso é a referência primária para o aluno, sendo indicadas outras mídias, como videoaulas, livros, textos, fi lmes, videoconferências, materiais digitais e interativos e webconferências, que possibilitam ampliar os conteúdos e a interação entre os sujeitos do processo de aprendizagem.

Assim, a UFRN através da SEDIS se integra o grupo de instituições que assumiram o desafi o de contribuir com a formação desse “capital” humano e incorporou a EaD como moda-lidade capaz de superar as barreiras espaciais e políticas que tornaram cada vez mais seleto o acesso à graduação e à pós-graduação no Brasil. No Rio Grande do Norte, a UFRN está presente em polos presenciais de apoio localizados nas mais diferentes regiões, ofertando cursos de graduação, aperfeiçoamento, especialização e mestrado, interiorizando e tornando o Ensino Superior uma realidade que contribui para diminuir as diferenças regionais e o conhecimento uma possibilidade concreta para o desenvolvimento local.

Nesse sentido, este material que você recebe é resultado de um investimento intelectual e econômico assumido por diversas instituições que se comprometeram com a Educação e com a reversão da seletividade do espaço quanto ao acesso e ao consumo do saber E REFLETE O COMPROMISSO DA SEDIS/UFRN COM A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA como modalidade estratégica para a melhoria dos indicadores educacionais no RN e no Brasil.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA SEDIS/UFRN

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Aula

Sobre o uso de instrumentos e metodologias de ensino e aprendizagem

1

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Aula 1 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 9

Apresentação

Estamos de volta para dar continuidade às sugestões de recursos e metodologias para promoção do ensino de Geografi a iniciadas em Instrumentação para o Ensino de Geografi a I. Lá, assumimos o compromisso de apresentar procedimentos didáticos

pedagógicos tais como modelos, simulações, experiências, ferramentas ou instrumentos técnicos, programas e processos que pudessem ser úteis à promoção de temas relativos à Geografi a Física e à cartografi a no Ensino Fundamental e Médio. Para isso, em Instrumentação para o Ensino de Geografi a I, estivemos concentrados na promoção dos temas cartografi a, clima, relevo, solos e Terra. Agora, contemplaremos recursos e metodologias úteis ao ensino de vegetação e hidrografi a, além de cartografi a.

Ao fazer isso, nosso intuito é promover a integração desses temas, bem como sugerir oportunidades de trabalhos multidisplinares de modo a permitir melhor compreensão sobre os temas objeto de estudo de Geografi a em suas interfaces com outras áreas do conhecimento, tal como tivemos oportunidade de realizar na disciplina Instrumentação I.

A organização desta disciplina será a mesma – trataremos de atividades de monitoramento, experimentação e observação, uso de fi lmes, textos, documentos, mapas, entre outros recursos, sempre com objetivo de promover o ensino de Geografi a de forma prazerosa, criativa, refl exiva e participativa.

Esperamos que você aproveite nossas aulas e que elas possam ser úteis a sua atuação docente. Bons estudos!

Nesta primeira aula, vamos pontuar ideias básicas que desenvolvemos na disciplina Instrumentação para o Ensino de Geografia I. Elas serão nossas guias também na Instrumentação II, por isso nossa determinação em reapresentá-las. Vamos lá?

ObjetivoRelacionar as ideias fundamentais que norteiam o desenvolvimento da disciplina Instrumentação para o Ensino de Geografi a.

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Aula 1 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II10

Promovendo o ensino de Geografi a

Promover o ensino signifi ca facilitar, possibilitar, compartilhar, inquietar, problematizar, relacionar, reconhecer, envolver, comunicar, expressar, comprometer, entusiasmar, apaixonar, amar (GUTIÉRREZ; PRADO, 2002, p. 60). Essa tarefa docente requer

condições teóricas, metodológicas e éticas que nos capacitam para lançar mão do conhecimento científi co no exercício de compreensão, imersão e transformação da realidade.

Especialmente no que se refere ao ensino de Geografi a, temos ainda a considerar as características da sociedade contemporânea. Como sabemos, à Geografi a cabe o exercício de análise, problematização e explicação de processos espaciais produzidos pela sociedade ou natureza na relação com a história ou tempo. Na atualidade, esses processos podem ser melhor interpretados quando os consideramos em suas interfaces com a cultura, subjetividade, economia, informação e tecnologia – múltiplos temas de nosso interesse.

Não é tarefa menos complexa do que aquelas que já nos envolvemos no passado recente, no auge do capitalismo industrial e monopolista, como você acompanhou na disciplina Introdução à ciência geográfi ca. Entretanto, o deslumbramento diante a sociedade atual difi culta a visualização de chagas sociais já conhecidas por nós – desigualdade e exclusão social.

Assim, ao ensinar Geografi a, devemos considerar também a aproximação entre o local e o global, a interdependência dos elementos que compõem o espaço, o diálogo entre áreas do conhecimento, bem como a perspectiva dos alunos sobre sua interação com o mundo, com o espaço vivencial.

A fi gura a seguir pode ilustrar nossa argumentação anterior: o mapa-múndi muitas vezes foi usado em sala de aula apenas para identifi car países, montanhas, rios ou cidades distantes. Hoje, temos acesso a mapas mais sofi sticados, que nos permitem estudos mais especializados sobre a Terra, como é o caso do Mapa-múndi Noturno, que permite um olhar inédito sobre a desigualdade entre pobres e ricos graças à tecnologia.

Áreas do conhecimento

A TV Escola exibe uma série dirigida a professores do

Ensino Fundamental denominada “Sala de aula”. Os programas promovem o diálogo

multidisciplinar sobre certo tema de interesse

comum, como foi o caso do programa

exibido no dia 06 de julho de 2007 sobre

o documentário “Águas montantes: o aquecimento global

e o destino das ilhas do pacífi co”, que

reuniu especialistas em Biologia, Química e Geografi a. Você poderá assisti-lo acessando o

acervo de uma telessala em uma escola pública

de seu município.

Mapa-múndi Noturno

Essa imagem foi produzida a partir

da junção de fotos da Terra tiradas pela

NASA (National Aeronautics and Space Aministration, Agência

Espacial Americana) em noites sem nuvens. Figura 1 – Mapa-múndi Noturno

Fonte: <http://visibleearth.nasa.gov/1438/earth_lights.lrg.jpg>. Acesso em: 19 out. 2009.

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Aula 1 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 11

Educar é um ato político, portanto intencional

Temos argumentado acerca da intencionalidade do ato educativo e da ação refl exiva do professor. Isso equivale a dizer que nossas decisões e escolhas devem estar fundamentadas sobre bases científi cas, metodológicas e éticas.

Educar é um ato político, como afi rmou Paulo Freire. Portanto, seus resultados podem ser previstos, bem como o caminho para alcançá-los e a motivação para tal. Isso signifi ca dizer que nossa ação docente prescinde de algumas condições teóricas e práticas que nos permitem antecipar o destino a ser alcançado através de caminhos conscientemente escolhidos.

Essa convicção acerca do papel político do ato educativo nos permitiu afi rmar que a ação docente está alicerçada em três pilares – a formação teórica, as respostas metodológicas e a ética/assunção profi ssional. Saber, saber fazer e querer fazer.

Assim, ao desenvolver uma aula, o professor não está apenas envolvido com o conhecimento necessário para tal, ou mesmo com as escolhas quanto à metodologia, recursos ou forma de avaliação. Há também o comprometimento pessoal e ético, produto do diálogo entre ação e refl exão da prática docente refl exiva.

Visita à Estação Climatológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Nessa foto, um aluno do curso de Pedagogia da UFRN, portador de defi ciência visual, é auxiliado por uma colega a conhecer, através do tato, o heliógrafo.

Figura 2 – Visita à Estação Climatológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Fonte: Acervo da Autora, 2008.

Page 16: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 1 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II12

A relação entre os fi ns e os meiosO uso de técnicas e metodologias está diretamente relacionado aos fi ns que se pretende

alcançar – essa ideia foi amplamente defendida na disciplina Instrumentação para o Ensino de Geografi a I, como você pôde acompanhar. Não precisamos de um ônibus espacial para chegar à farmácia da esquina, afi rmamos naquela oportunidade. Assim, nossa atenção deve se voltar para os objetivos, as fi nalidades ou as competências que se deseja alcançar. Com essa direção defi nida, escolheremos recursos e metodologias adequadas a tal missão.

Suponhamos que o objetivo de uma dada aula seja identifi car as principais bacias hidrográfi cas brasileiras. Para que nossos alunos sejam capazes de alcançar tal objetivo, podemos lançar mão de um mapa do Brasil e apontar a localização de tais bacias. Já se o objetivo for tomar uma bacia hidrográfi ca como referencial espacial para um estudo de meio ambiente, teremos que recorrer a outros recursos, tais como aula de campo, monitoramento, entre outros.

Isso nos leva a concluir que quanto mais complexo seja o fi m que se deseja alcançar, mais especializados e dinâmicos serão os meios para tal. Nessa direção, pudemos conhecer vários produtos ou recursos tecnológicos disponíveis ao ensino graças à informática e à internet. Lembramos aqui dos materiais educacionais disponíveis no sítio do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto de Pesquisa Espaciais (INPE).

Figura 3 – Vídeo Mudanças ambientais globais

Fonte: <http://videoseducacionais.cptec.inpe.br>. Acesso em: 19 out. 2009.

Page 17: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Atividade 1

Aula 1 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 13

Global e localUm das características da atualidade é diminuição da distância que separa os centros

produtores de bens e serviços dos centros consumidores. Isso é possível graças à presença marcante da tecnologia nos processos de produção, distribuição e consumo de mercadorias. Assim, mesmo em pequenos ou remotos municípios, podemos atestar a presença de produtos e serviços produzidos em outros lugares do país ou do mundo, permitindo novos arranjos nas relações espaciais, frequentemente marcadas pelo recuo do local frente ao global.

Também no campo dos processos naturais, essa aproximação pode ser verifi cada – as consequências de alterações dos elementos naturais extrapolam fronteiras, como é o caso do aquecimento global ou da poluição dos recursos hídricos.

Portanto, os novos arranjos espaciais nos auxiliam a compreender as estratégias da sociedade capitalista em sua fase mais recente, pois em qualquer lugar que vivamos ou trabalhamos, a relação entre o global e o local poderá ser verifi cada: no refrigerante que bebemos, no perfume ou na roupa que usamos, no corte de cabelo, na música que ouvimos, no programa de TV que assistimos, na poluição do rio que corta nossa cidade – esses exemplos podem atestar a condição presença da globalização a disseminar modelos éticos, estéticos, gostos, valores, moda, constituindo-se como elemento fundamental da reprodução das relações sociais. Entretanto, não é nosso o modelo que se globaliza. Estamos na periferia do processo produtivo de mercadorias e de ideias, mas, no centro do consumo – consumidores do século XXI, cidadãos do século XVIII, como nos alerta Nestor Garcia Canclini (2001, p. 54).

Em quais aspectos se relacionam teoria, metodologia e ética no ensino de Geografi a?

Page 18: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 1 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II14

Passado e presente, velhas e novas tecnologias

Na disciplina Instrumentação para o Ensino de Geografi a I, foi apresentada uma ampla variedade de recursos tecnológicos disponíveis na internet e em formato de vídeo e DVD. A despeito disso, há outras tecnologias ou objetos tecnológicos criados há anos que estão desaparecendo de nossas salas de aula. O desuso ou mal uso de mapas ilustra bem a afi rmação anterior. Também é o caso do Orrery, apresentado na Aula 1 (Com o mundo nas mãos). O Orrery foi criado no século XVIII para simular os movimentos da Terra ao redor do Sol. Antes daquela aula, você já o conhecia ou mesmo já havia tido contato com ele? Provavelmente não. O mesmo acontece com as tecnologias de informação e comunicação (TIC). O rádio, por exemplo: quais os usos pedagógicos que você conhece desse importante meio de comunicação? Ainda hoje, o rádio é a segunda tecnologia mais disponível nas residências brasileiras, de acordo com dados da Pesquisa por Amostra Domiciliar do IBGE.

Desse modo, reiteramos: o êxito no processo ensino/aprendizagem não está concentrado no uso de sofi sticados recursos tecnológicos, mas na correspondência entre o objetivo que se pretende alcançar e os meios para tal. Nessa direção, apontamos o programa Mídias na Educação como uma importante iniciativa do governo federal para a formação de professores da rede pública de ensino na área de tecnologia educacional.

Figura 4 – Programa Mídias na Educação

Fonte: <www.mec.gov.br>. Acesso em: 19 out. 2009.

Page 19: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 1 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 15

MonitorarAcompanhar a ocorrência e o comportamento de certos fenômenos e processos a médio

e longo prazo nos permite formular teorias explicativas sobre os mesmos. Essa é a ideia que defendemos na disciplina Instrumentação para o Ensino de Geografi a I e que será reforçado nesta disciplina.

Assim, estamos convencidos que monitorar a precipitação, temperatura, erosão, desmatamento, crescimento urbano, preços, entre outros exemplos, são excelentes oportunidades de acompanhar o comportamento de certos eventos de interesse da Geografi a.

Particularmente, em Instrumentação para o Ensino de Geografi a II, vamos sugerir monitoramentos para o desenvolvimento dos temas vegetação e hidrografi a.

Figura 5 – Registro fotográfi co da observação de nuvens, arredores de Caicó/RN.

Fonte: Acervo da autora (2008).

ExperimentarOs experimentos ou modelos reproduzem certos fenômenos ou processos em menor

escala e sob condições controladas. Podemos fazer chover sobre diversos tipos de solo, com ou sem cobertura vegetal, em áreas de diferentes declividades, e descrever os resultados da ação da chuva sobre esses. Também podemos reproduzir o sistema solar, visitar o lado oculto da Lua ou mesmo simular a formação de montanhas através de experimentos.

Tal como acontece nos exercícios de monitoramento, a experimentação permite formular teorias sobre os temas ou problemas objeto de nosso estudo.

Enfi m, estamos de volta e esperamos contar com seu empenho na resolução das atividades propostas, nas sugestões e avaliações sobre o que será apresentado.

Page 20: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Atividade 2

Aula 1 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II16

Bons estudos para todos!

O monitoramento e a experimentação são metodologias que dão suporte à pesquisa de dados primários. Comente a aplicação de tais metodologias na Educação Básica.

Leituras complementaresPara iniciar uma aproximação com os temas abordados nesta disciplina (vegetação e

hidrografi a), sugerimos uma visita aos seguintes sítios na internet:

1. No sítio do DPI/INPE (Divisão de Processamento de Imagens – Instituto de Pesquisa Espaciais) você poderá monitorar focos de queimadas em unidades de conservação brasileiras, a partir dos parâmetros data, estado, satélite, tipo de unidade de conservação e competência (se federal ou estadual). Acesse <http://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueimadas/>.

2. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte <http://www.semarh.rn.gov.br/>: Entre outros temas, você pode acessar as bacias hidrográfi cas do estado com a visualização de mapas e ter informações sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos.

Page 21: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Resumo

Aula 1 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 17

AutoavaliaçãoRelacione a ideia ou princípio norteador que você destaca como fundamental à orientação do uso de instrumentos e metodologias de ensino pelo professor de Geografi a?

ReferênciasCANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e cidadãos: confl itos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2001.

CASTELLAR, Sonia (Org.). Educação geográfi ca: teorias e práticas docentes. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografi a, escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998.

GUTIÉRREZ, Francisco; CRUZ, Prado. Ecopedagogia e cidadania planetária. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

KIMURA, Shoko. Geografi a no ensino básico: questões e propostas. São Paulo: Contexto, 2008.

MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 10. ed. Campinas, SP: Papirus, 2006.

PONTUSCHKA, Nídia Nacib. Para ensinar e aprender geografi a. São Paulo: Cortez, 2007.

Nossa primeira aula tratou de ideias orientadoras da disciplina Instrumentação para o Ensino de Geografi a I que serão chaves para o desenvolvimento desta disciplina: a especificidade da ação docente em Geografia, a intencionalidade do ato educacional, a relação entre os fi ns e os meios no planejamento de ensino, o uso de tecnologias, a relação entre o global e o local, o monitoramento e a experimentação como estratégias de ensino. Essas ideias estarão na base das sugestões de recursos e metodologias de ensino abordadas em Instrumentação para o Ensino de Geografi a II para a promoção do ensino de vegetação, hidrografi a e cartografi a.

Page 22: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Anotações

Aula 1 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II18

Page 23: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula

Promovendo o ensino devegetação numa perspectiva local

2

Page 24: Instrumentação para o Ensino de Geografia II
Page 25: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 21

ApresentaçãoNesta aula, damos início à apresentação de sugestões de recursos didáticos e metodologias

para o ensino de temas objeto da geografi a física, em particular aos relativos à vegetação.

Vegetação é um componente curricular nos programas de ensino de geografi a nos níveis fundamental e médio desde longa data. Entretanto, as abordagens teóricas e metodológicas referentes ao tema sofreram variações acompanhando as mudanças da própria geografi a. Assim, se no passado tínhamos o enfoque compartimentado em que se enfatizava a localização, descrição e caracterização da vegetação, hoje é imprescindível tratarmos do tema de forma mais abrangente - enquanto componente da paisagem, como recurso econômico e, sobretudo, como elemento natural imprescindível ao equilíbrio da vida na Terra. Daí decorre a relação do ensino de vegetação com movimentos ou iniciativas de preservação do meio ambiente, de práticas de uso sustentável dos recursos naturais e na interface com outras áreas do conhecimento, notadamente com a Biologia.

Dada a abrangência do tema, organizamos cinco aulas com sugestões de instrumentos, técnicas e metodologias que julgamos úteis ao ensino de geografi a.

Bom trabalho para todos nós!

ObjetivoAplicar as sugestões didáticas apresentadas em situações de ensino/aprendizagem em geografi a.

Page 26: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II22

Vegetação no ensino de geografi aOs estudos de vegetação em geografi a compreendem ampla variedade de temas, entre

os quais podemos citar a distribuição espacial das fl orestas ou fi togeografi a, o monitoramento da cobertura vegetal, contribuição para o clima, usos culturais e econômicos, desmatamento, queimadas, entre outros.

Para abordar o tema vegetação no âmbito da educação básica, vamos utilizar como referência as competências, habilidades e conteúdos propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Fundamental (PCN), Geografi a 3º e 4º ciclos. Nos PCN, os conteúdos estão organizados em grandes eixos temáticos. O tema vegetação está inserido no eixo temático 2: o estudo da natureza e sua importância para o homem. Lá, argumenta-se que: à medida que o aluno compreende as leis que regulam a dinâmica do tempo atmosférico, a sucessão das estações do ano e dos climas, estará também, em condições de compreender suas relações com as diferentes paisagens vegetais e zonalidade dos tipos de solos, assim como a organização das bacias hidrográfi cas e o regime de seus rios (BRASIL, 1998 p. 61). Os PCN sugerem ainda os seguintes itens relativos ao tema vegetação para o ensino fundamental – 6º ao 9º ano (BRASIL, 1998 p. 63-64):

Educação básica

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996), a educação básica tem por fi nalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação

comum indispensável para o exercício de cidadania

e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em

estudos posteriores

PCN

Você pode encontrar os PCN Geografi a 3º e 4º do

ensino fundamental no endereço: <http://portal.

mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/geografi a.pdf>.

� as fl orestas e sua interação com o clima;

� como conhecer a vegetação brasileira: a megadiversidade do mundo tropical;

� fl orestas tropicais: como funcionam essas centrais energéticas;

� cerrados e interações com os solos e relevo;

� estudando e compreendendo as caatingas;

� saindo do mundo tropical para entender o pampa;

� pinheiros do Brasil: as fl orestas de araucária.

Ainda, estão sugeridos os seguintes itens para abordagem do tema “A natureza e as questões socioambientais”:

� a fl oresta tropical vai acabar?

� as reservas extrativistas e o desenvolvimento sustentável;

� problemas ambientais que atingem todo o planeta (o efeito estufa, a destruição da camada de ozônio e a chuva ácida);

� áreas protegidas e espaços livres urbanos;

� conservação ambiental.

Page 27: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 23

Como podemos observar, a abordagem temática relativa à vegetação no ensino de geografi a em nível fundamental é bastante abrangente. Isso nos permite formular sugestões diversas quanto à utilização de recursos e metodologias que podemos lançar mão para promoção desse tema.

Já com relação ao ensino médio, os Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio (PCN+) elaborados pelo MEC tangenciam o tema vegetação em vários eixos temáticos propostos naquele documento. Vejamos alguns exemplos:

� Eixo temático A dinâmica do espaço geográfi co. Tema: Ações em defesa do substrato natural e da qualidade de vida. Sub temas: Os problemas ambientais e sua origem, grandes catástrofes ambientais e suas causa, consciência ambiental, movimentos e mobilização, conferências internacionais, resistência política e os caminhos do problema ambiental.

� Eixo temático O território brasileiro: um espaço globalizado. Tema: A questão ambiental no Brasil. Subtemas: Os interesses econômicos e a degradação ambiental, a degradação ambiental nas grandes cidades, dependência econômica e degradação ambiental, o Brasil e os acordos ambientais internacionais.

Como podemos observar nas orientações dos PCN para o ensino médio, o tema vegetação está inserido em outros temas, sem recorte ou individualização. Em linhas gerais, podemos afi rmar que nesse nível de ensino o tema vegetação é entendido como um componente do meio natural com múltiplas vinculações com outros elementos naturais e, principalmente, o meio social de quem sofre grande interferência resultando em grandes problemas ambientais tal como o desmatamento, as queimadas e o aquecimento global.

Bem, encerrando nossa breve apresentação sobre o tema no ensino de geografi a, nosso esforço se dirige agora para apresentar sugestões de recursos didáticos e metodologias que podemos lançar mão para ensinar o tema usando a observação, a experimentação, o monitoramento e fontes de referência. Está pronto? Então vamos lá!

Você conhece a vegetação de seu município?

PCN+

No endereço <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_03_internet.pdf> você encontra as orientações curriculares para o ensino médio, volume 3, Ciências humanas e suas tecnologias.

Figura 1 – Mandacaru (Cereus giganteus Engelm), Sítio Alegre, Caicó/RN.

Foto: Petley Medeiros Arruda (Acervo da autora).

Page 28: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Atividade 1

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II24

Temos insistido em tomar o cotidiano como ponto de partida em nossas aulas de geografi a. Assim, ao desenvolvermos o tema vegetação, temos que levar em conta o ambiente que nos cerca, o conhecimento prévio dos alunos sobre o tema, seus repertórios culturais, suas vivências.

Nessa perspectiva, nosso trabalho se dirige para o desenvolvimento de estratégias e utilização de recursos que nos auxiliem a promover o meio ambiente local, particularmente, a vegetação nativa. Para isso, nossa ideia é desenvolver ao longo das próximas aulas um levantamento fi togeográfi co com informações sobre as espécies de características gerais, usos sociais, relação com outros elementos, inclusive os econômicos e culturais.

Para começar, sugerimos a atividade a seguir. É a primeira etapa de nosso trabalho sobre a vegetação de seu lugar, sua cidade, sua região. Ao concluir todas as etapas, teremos um guia sobre a vegetação de seu lugar, com informações gerais, curiosidades, histórias, usos, abrangência espacial e demais informações que possamos levantar.

Faça uma lista de plantas nativas que ocorrem em seu município, identifi que a localização em que ocorrem (costa, serra, baixio, várzea, solos rasos, mata ciliar etc.) e usos pela população utilizando o quadro a seguir:

Nome vulgar Local em que ocorre Usos

1. Juazeiro* Mata ciliar Medicinal

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

* Exemplo.

Nome vulgar

O termo “vulgar” refere-se ao nome comum ou a

denominação de como é conhecido popularmente.

Page 29: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 25

Interpretando a toponímiaO nome de certos locais (cidades, sítios, fazendas, rios ou riachos) faz reverência ou revela

algo sobre a vegetação. É o que argumenta Helmut Troppmair (1998) ao propor a interpretação da toponímia para se pesquisar a cobertura vegetal primária ou original de uma área:

As paisagens geográfi cas são hoje praticamente o resultado de ações antrópicas como agricultura, urbanização e industrialização. Desapareceram quase por completo as paisagens naturais. Porém, para entendermos a evolução de determinado espaço, muitas vezes, é necessário sabermos algo sobre a cobertura vegetal primária ou original, que refl ete condições geoecológicas reinantes (TROPPMAIR, 1988, p. 42).

Nossa sugestão é que ao desenvolver o tema vegetação, o professor elabore, com a ajuda dos alunos, uma lista de locais (cidades, comunidades, sítios, fazendas, rios, riachos) cujos nomes façam referência ou possam revelar algo sobre a vegetação original. Para isso, você pode tomar como ponto de partida um mapa de seu município ou estado e relatos de moradores (particularmente os da zona rural). Seus alunos constatarão que muitos locais contêm em seu nome, ou no nome primitivo, dados sobre a vegetação, em muitos casos já inexistentes. É o caso dos municípios de Umarizal, Carnaúba dos Dantas, Timbaúba dos Batistas, Carnaubais e Angicos, das comunidades Mulungu, Pereiros e Juremal ou dos rios Capim-açu, e oiticica, todos no estado do Rio Grande do Norte.

Toponímia

Toponímia é o estudo da origem dos nomes próprios dos lugares.

Timbaúba

Também conhecida com tamboril, orelha-de-macaco, orelha-de-negro, timbó e ximbó.

Figura 2 – Timbaúba (Enterolobiun Timbouva).

Fonte: <http://www.clubedasemente.org.br/imagens/tamboril1.jpg>. Acesso em: 12 nov. 2009.

Page 30: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Atividade 2

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II26

Faça uma lista com alguns exemplos de nomes de lugares cuja toponímia revela dados sobre a vegetação de seu município. Você pode ser auxiliado por moradores da zona rural, por exemplo.

Page 31: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 27

Ensinando a vegetaçãousando fontes de referências

Figura 3 – Edições do relatório Situación de los bosques del mundo.

Fonte: <http://www.fao.org/forestry/49666/es/>. Acesso em: 12 nov. 2009.

Em 2009, a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) publicou a 7ª edição do relatório Situação das Florestas do Mundo (Situación de los Bosques Del Mundo). Esse relatório é fruto de pesquisas realizadas em torno de temas, tais como: as repercussões sobre as fl orestas do desenvolvimento econômico, o comércio globalizado e o aumento da população mundial.

O relatório aborda as perspectivas regionais da situação das fl orestas do mundo por continentes e as atividades fl orestais de cada região, dados sobre a demanda mundial de produtos madeireiros, avanços das ciências e da tecnologia fl orestal, bem como as respostas dadas por instituições às demandas de produtos fl orestais, entre outros.

No documento, há várias informações de que podemos lançar mão para tratar do tema fl orestas e sua relação com economia, por exemplo. Nossa sugestão é que os dados apresentados nesse relatório possam ser reproduzidos em cartazes, murais, painéis, ilustrar textos ou mesmo serem copiados e expostos através de retroprojetor ou datashow. O quadro apresentado a seguir é um exemplo disso. Ele apresenta as causas diretas da variação da superfície fl orestal nos países tropicais da América Latina, no período de 1990 a 2000.

Relatório

Infelizmente, o documento não foi editado em português, mas está disponível em espanhol no endereço: <http://fao.org/docrep/011/i0350/i0350s00.htm>. Acesso em: 12 nov. 2009.

Page 32: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Temos como causas diretas da variação da superfície florestal nos países tropicais da América Latina, no período de 1990-2000:

47%

13%

28%

6%

2%4%

Conversão direta em agricultura permanente em pequena escala

Conversão direta em agricultura permanente em grande escala

Intensificação da agricultura em zonas de cultivo migratório

Expansão de cultivo migratório

Incremento da superfície florestal e da cobertura de dossel

Outras (causas não qualificadas)

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II28

Figura 4 – Causas diretas da variação da superfície fl orestal nos países tropicais da América Latina, 1990-2000.

Fonte: <http://fao.org/docrep/011/i0350/i0350s00.htm>. Acesso em: 12 nov. 2009.

O Ministério do Meio Ambiente e o IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) são fontes importantes a que podemos recorrer para promover pedagogicamente o tema vegetação. Nos endereços virtuais desses órgãos, vamos encontrar inúmeras informações, tais como as relativas à legislação, a relatórios de pesquisas, às áreas de atuação desses órgãos, entre outras. Um exemplo é a Lista Ofi cial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, publicada em 2008. A seguir, apresentamos algumas das espécies listadas. Você reconhece algumas delas?

Espécie Bioma

arnica, arinica-da-serra (Lychnophora ericoides) Cerrado

aroeira-do-sertão (Myracridruon urundeuva) Cerrado, Caatinga

barbasco, pimenteira, tingui (Jacquinia brasiliensis Mata Atlântica

braúna, baraúna, maria-preta, rabo-de-macaco Mata Atlântica

butiá (Butiá eriospatha) Pampa

catolé (Attalea brasiliensis) Cerrado

cattleya granula Mata Atlântica

gravatá, monjola, bromélia (Aechmea kleinni) Mata Atlântica

jaborandi, arruda-do-mato (Pilocarpus microphyllus) Mata Atlântica

jacarandá (Jacarandá rugosa) Caatinga

jussara, palmito (Euterpe edulis) Mata Atlântica

pau-brasil, pau-pernambuco, ibirapitanga (Caesalpinia echinata) Mata Atlântica

pirunga ou maçarenga (Erythoroxylum bezarrae). Caatinga

piqui-merindiba (Buchenavia rabelloana) Mata Atlântica

pau-rosa, itaúba (Aniba rosaeodora) Amazônia

Quadro 1 – Espécies da fl ora brasileira ameaçadas de extinção

Título Figura 4

Título traduzido para português.

Ameaçadasde Extinção

Espécies ameaçadas de extinção são aquelas

com alto risco de desaparecimento na natureza em futuro

próximo, assim reconhecidas pelo Ministério do Meio

Ambiente, com base em documentação científi ca

disponívels.

Fonte: <http://www.ibama.gov.br/recursos-fl orestais/wp-content/fi les/in-mma_06-2008.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2009.

Page 33: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Atividade 3

BIOMA AMAZÔNIA

BIOMA CERRADO

BIOMA CAATINGA

BIOMA PANTANAL

BIOMA PAMPA

BIOMA MATA ATLÂNTICA

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 29

Acessando o endereço acima, você poderá criar uma lista de espécies ameaçadas de extinção e exibi-la num mural ou mesmo num cartaz para ilustrar a pressão sobre a vegetação ou sobre as fl orestas.

Com base na lista ofi cial das espécies da fl ora brasileira ameaçadas de extinção disponível no sítio do IBAMA e no mapa dos biomas brasileiros apresentado a seguir, localize pelo menos uma das espécies listadas em cada bioma.

Figura 5 – Mapa dos biomas brasileiros

Fonte: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/images/169_230_463146.gif>. Acesso em: 12 nov. 2009.

Page 34: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Nesta aula, tratamos de iniciar a apresentação de sugestões para promoção do ensino de vegetação. Argumentamos sobre a necessidade de conhecer o espaço local e valorizá-lo em nossas aulas através de metodologias vivenciais e participativas, tais como o levantamento fi togeográfi co e os estudos de toponímia. Também, conhecemos algumas fontes virtuais importantes para o estudo de vegetação como o Ministério do Meio Ambiente, o IBAMA e a FAO. Faça as atividades sugeridas e interaja conosco no ambiente virtual. Bons estudos!

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II30

Leituras complementaresIBGE. Mapas. Disponível em: <http://ibge.gov.br/mapas_ibge/default.php>. Acesso em: 12 nov. 2009.

No sítio do IBGE, temos um acervo significativo de mapas (escolares, político-adminstrativo, físicos, temáticos e interativos) e de bases e referenciais que podem ser utilizados desde o público infanto-juvenil até profi ssionais docentes, bem como aqueles que lidam com sistema de informações geográfi cas.

MAPA do Rio Grande do Norte. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas/tematicos/fi sico/RN_fi sico.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2009.

Mapa Físico do Rio Grande do Norte.

EMBRAPA. Manejo de açaizais. 2008. Disponível em: <http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2008/manejo-de-acaizais>. Acesso em: 13 nov. 2009.

Já no sítio da Embrapa, entre outros recursos, temos a Videoteca Digital. Lá, você encontrará vídeos contendo informações e tecnologias resultantes da pesquisa agropecuária e, entre esses, alguns de nosso interesse imediato, tais como o manejo de açaizais

Resumo

Page 35: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

1

2

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 31

AutoavaliaçãoEm que medida você conhece a vegetação de seu município, as espécies, características, condições de preservação, áreas de ocorrência e usos sociais? Relate aqui sua resposta.

Para uma boa compreensão do tema “Vegetação” em Geografia, como você procederia para estruturar uma aula sobre este tema? Tome como base o que discutimos nesta aula.

ReferênciasBRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Geografi a. Brasília: MEC/SEF, 1998.

FREIRE, Eliza M. Xavier (Org.). Recursos naturais das caatingas: uma visão multidisciplinar. Natal: EDUFRN, 2009.

MAIA, Gerda Nickel. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: D & Z Computação Gráfi ca e Editora, 2004.

ROMANIZ, Dora de Amarante. Aspectos da vegetação do Brasil. 2. ed. São Paulo: Edição da autora, 1996.

TROPPMAIR, Helmut. Metodologias simples para pesquisar o meio ambiente. Rio Claro: UNESP, 1988.

Page 36: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Anotações

Aula 2 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II32

Page 37: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Formações vegetais – a Caatinga

3Aula

Page 38: Instrumentação para o Ensino de Geografia II
Page 39: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 35

Apresentação

Esta aula integra uma série de aulas sobre a promoção do ensino de vegetação do ensino fundamental e médio. Nessa série, os recursos e metodologias sugeridos foram organizados em dois grupos: a indicação de fontes de referência para o desenvolvimento

do tema vegetação e o desenvolvimento de atividades práticas para a promoção do tema.

Na aula passada, tratamos da composição inicial de um levantamento fi togeográfi co e a indicação do relatório “Situação das fl orestas no mundo” como uma importante fonte acerca do estado em que se encontram as fl orestas na atualidade sob a perspectiva da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Nesta aula, apresentaremos o desenvolvimento da segunda fase de nosso levantamento fi togeográfi co com a identifi cação das características dessa vegetação e indicaremos o Manual Técnico da Vegetação Brasileira produzido pelo IBGE como fonte de referência para estudo/ensino da vegetação brasileira. Esta será uma boa oportunidade de trabalho multidisciplinar com Ciências, em nível fundamental, e com Biologia, em nível médio. Boa aula!

ObjetivoUtilizar atividades apresentadas nesta aula na promoção do tema vegetação no ensino de geografi a.

Page 40: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 36

As características da Vegetação Podemos considerar o tema vegetação no ensino de geografi a em duas perspectivas

metodológicas: como generalidade e como especifi cidade.

Como generalidade, nos interessa a distribuição espacial da vegetação, sua relação com outros elementos naturais (notadamente o clima), as formações paisagísticas daí resultantes, a conversão das fl orestas em recurso econômico, o impacto da agricultura, pecuária, crescimento populacional e urbano sobre essas e as respostas que a sociedade e as instituições levam a cabo para minimizar ou superar tais problemas. Como especifi cidade, temos a promoção do tema vegetação ou fl oresta como componente do espaço local, seus usos culturais e a relação das comunidades locais com esse elemento natural em escala local ou microespacial.

Nesse ponto da disciplina Instrumentação para o ensino de geografi a II, propomos atividades que possibilitem a aproximação dessas duas perspectivas para o ensino de vegetação: generalidade (global) e especifi cidade (local).

Vejamos:

Na aula passada, iniciamos um levantamento fi togeográfi co tomando como ponto de partida a elaboração de um quadro em que listamos algumas espécies nativas de nossa cidade ou região, seus usos e local em que ocorrem. Desta vez, vamos avançar sobre as características que são comuns a essas espécies de modo a permitir generalizações.

Nossa intenção é complementar o exercício realizado na aula passada, ampliando os objetivos, os temas pesquisados e os conteúdos produzidos. Vamos lá?!

Microespacial

Podemos citar como exemplo a pesquisa sobre

os usos da vegetação pela comunidade rural

de Laginhas/RN realizada por Alan de Araújo

Roque, graduado em Geografi a pela UFRN,

durante o mestrado em Desenvolvimento e Meio

Ambiente (PRODEMA).

Page 41: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Caatinga

0 1.500750375Km

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 37

Levantamento fi togeográfi co – Fase 2:Observando características da vegetação

É bastante provável que você resida ou trabalhe nos domínios da Caatinga. Esse importante bioma brasileiro sedia a maior concentração populacional do mundo em região semiárida. Daí decorre problemas ambientais diversos, entre eles, a desertifi cação, cuja abordagem

pedagógica foi desenvolvida na aula 5 da disciplina Instrumentação para o ensino de geografi a I.

Aula passada

Esta é uma boa oportunidade para realizar um trabalho multidisciplinar em colaboração com os colegas de Ciências e Biologia.

Figura 1 – Abrangência espacial da Caatinga

Fonte: <www.wwf.org.br/infomacoes/questoes_ambientais/biomas/bioma_caatinga/mapa_caatinga>. Acesso em: 12 nov. 2009.

Na aula passada, produzimos uma pequena lista de espécies nativas de sua região. Agora, vamos avançar na defi nição de características comuns dessas espécies objetivando descrição da formação vegetal ou do bioma em que estão associadas. Para isso, nossa proposta é promover a observação das espécies identifi cadas anteriormente (folhas, galhos, tronco, raízes, fl ores) e o local onde ocorrem de modo a identifi car pontos em comum, afi nal são as características comuns entre as espécies que nos permitem agrupá-las em formações vegetais.

Assim, vamos acrescentar mais uma coluna ao Quadro que utilizamos na aula passada – a coluna das características comuns das espécies. E, não esqueça: nosso propósito é que esta atividade seja desenvolvida por você em conjunto com seus alunos.

Page 42: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Atividade 1

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 38

Transcreva para o quadro abaixo as informações que você coletou na aula passada sobre as plantas nativas de seu município. A seguir, descreva que características são comuns a essas espécies, concluindo o quadro.

Nome vulgar Local em que ocorre Usos Características comuns

1. Juazeiro* Mata ciliar Medicinal

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

Para auxiliá-lo na identifi cação de características comuns entre as espécies listadas, vamos tomar como base o conceito de Caatinga apresentado a seguir:

A vegetação é heterogênea quanto aos aspectos fi sionômicos e fl orísticos e apresenta alta resistência à seca, em virtude de possuir diferentes mecanismos que minimizam os efeitos da falta de chuvas na região. Essa resistência é proporcionada pela presença de adaptações adquiridas pelas plantas do semiárido ao longo do tempo, tais como: xilopódios, raízes tuberosas e superfi ciais, caules suculentos e clorofi lados, folhas modifi cadas em espinhos, cutículas espessas, folhas pequenas e caducas, ciclo vital curto e sementes dormentes (MAIA, 2004 apud ROQUE, 2009, p. 11-12).

Há alguns termos desconhecidos por nós que são objeto da Biologia. Para melhor conhecê-los, vamos ilustrar algumas das características de adaptação da vegetação ao clima semiárido mencionadas. O uso de fotografi as, desenhos ou ilustrações é uma estratégia que sempre podemos lançar mão no ensino.

Page 43: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 39

Vegetação heterogêneaCom Roque (2008, p. 12), vamos entender que a Caatinga é plural, heterogênea e

diversifi cada:

Considerando outras fl orestas secas do mundo nas mesmas condições ambientais, a Caatinga possui um patrimônio biológico bastante diversifi cado, com ocorrência de espécies endêmicas e uma riqueza inestimável de espécies vegetais e animais. Destaca-se por se o único bioma exclusivamente brasileiro (MMA 2002) e abranger uma área relativamente extensa, apresentando várias fi sionomias de acordo com as características ambientais locais, assumindo ora a fi sionomia de uma fl oresta arbórea, ora de estrato arbustivo-herbáceo. Na tentativa de enquadrar as fl orestas brasileiras no modelo de categorias mundiais de fl orestas, o IBGE (1992) reconheceu 12 tipologias de Caatinga, as quais foram denominadas de “Savana”, sempre associada a alguma característica particular (como por exemplo Savana-Estépica Arborizada, Savana Gramíneo-Lenhosa, Savana-Estépica Florestada, entre outras).

Figura 2 – Aspecto fi sionômico da Caatinga, serra da Formiga/RN

Foto: Sandra Kelly de Araújo.

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Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 40

Figura 3 – Xilopódios do imbuzeiro

Fonte: <http://fatosefotosdacaatinga.blogspot.com/2007/03/os-xilopodios-do-imbuzeiro.html>. Acesso em: 12 nov. 2009.

Presença de xilopódios,raízes tuberosas e superfi ciais

As plantas da Caatinga possuem raízes, folhas e caules adaptados ausência de água e nutrientes durante a longa estação seca. É o caso das raízes superfi ciais e tuberosas ou em forma de xilopódios, como as raízes do imbuzeiro ou umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda): Xilopódios

Intumescências redondas que armazenam água e

sais minerais garantindo a sobrevivência das plantas

durante o período de estiagem.

Page 45: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 41

Folhas modifi cadas em espinhosTambém na Caatinga, algumas plantas possuem as folhas modifi cadas em espinhos para

economizar água ou diminuir a perda de água.

Figura 4 – Caule de Mulungu

Fonte: Foto de Alan de Araújo Roque.

Figura 5 – Xique-xique

Fonte: Foto de Alan de Araújo Roque.

Caules suculentos e clorofi ladosCom a perda das folhas durante o período de ausência de chuvas, o caule e o tronco das

árvores realizam a fotossíntese pela presença da clorofi la, como podemos observar na fi gura a seguir:

Page 46: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 42

Folhas pequenas e caducasAs folhas pequenas e caducas auxiliam duplamente a economia d’água: quanto menor

a folha, menor é a superfície exposta ao Sol. E, sendo caducas, caem na estação seca economizando água.

Figura 7 – Angico

Fonte: Foto de Sandra Kelly de Araújo.

Figura 6 – CarnaúbaFonte: Sandra Kelly de Araújo.

Cutículas espessasSegundo o Glossário Ilustrado de Botânica, trata-se de camada de material de natureza

cerosa (cutina) pouco permeável à água, revestindo a parede externa das células epidérmicas. A carnaúba e a oiticica, por exemplo, possuem folhas revestidas de cera impedindo ou minimizando a transpiração para economizar água.

Page 47: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 43

Sementes dormentesSolos rasos, clima semiárido, produzem espécies com sementes adaptadas em igual

medida para suportar altas temperaturas e baixa umidade. “Dormem” durante dias, meses ou anos até que as condições ambientais forem favoráveis a germinação. A dormência é, portanto, um mecanismo de resistência aos fatores adversos do meio, como ocorre com a semente de Jitirana apresentada na fi gura a seguir.

Ciclo vital curtoAlguns meses - esse é o tempo que necessitam para nascer, reproduzir e morrer. Essas

plantas, tais como as conhecidas Jitirana e a Maria-cai-cai, dão um espetáculo de beleza efêmera as Caatingas.

Figura 8 – Maria-cai-cai

Fonte: Foto de Alan de Araújo Roque.

Figura 9 – Jitirana

Fonte: Foto de Alan de Araújo Roque.

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Manual Técnico da Vegetação

Brasileira

Este relatório está disponível no endereço:

<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografi

as/GEBIS%20-%20RJ/ManuaisdeGeociencias/

Manual%20Tecnico%20da%20Vegetacao%20

Brasileira%20n.1.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2009.

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 44

� Sistema fi togeográfi co.

� Sistema de classifi cação fi togeográfi ca.

� Inventário das formações fl orestais e campestres.

� Técnicas de manejo de coleções botânicas.

� Procedimentos para mapeamento.

Usando fontes de referências – Manual Técnico da Vegetação Brasileira

O Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) publicou, em 1992, o Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Esse estudo representa o esforço de classifi cação da vegetação brasileira segundo padrões internacionais. Assim, o Manual constitui uma importante fonte para o estudo/ensino de vegetação, particularmente dirigida ao ensino médio ou superior.

Ainda, o estudante/professor interessado em aprofundar seus conhecimentos sobre a vegetação, encontrará no Manual informações sobre:

Page 49: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Atividade 2

Resumo

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 45

Consulte o Esquema de classifi cação da vegetação brasileira (página 13 do Manual) e faça uma análise dos critérios de caracterização da vegetação brasileira utilizados pelo IBGE.

Nesta aula, avançamos na elaboração de nosso levantamento fi togeográfi co. Dessa vez, com a identifi cação de características comuns entre as espécies de plantas nativas de seu município ou região. Para isso, apresentamos o conceito de Caatinga e ilustramos suas características. A metodologia serve de exemplo a ser reaplicado em suas aulas de geografi a. Também indicamos os estudos realizados pelo programa IBGE – Manual técnico da vegetação brasileira, como uma importante fonte de referência ao estudo/ensino do tema vegetação brasileira.

Leitura complementarNEPSTAD, Daniel G.; MOREIRA, Adriana G.; ALENCAR, Ane A. Florestas em chamas: origens, impactos e prevenção do fogo na Amazônia. Brasília: Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, 1999. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/19477820/fl orestaemchamas>. Acesso em: 12 nov. 2009.

O livro apresenta uma análise do fogo na Amazônia com a fi nalidade de identifi car os meios pelos quais seus efeitos negativos podem ser reduzidos.

Page 50: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

1

2

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 46

ReferênciasBRASIL. Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1992.

FERRI, Mário Guimarães et al. Glossário ilustrado de botânica. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1978.

MAIA, Gerda Nickel. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: D & Z Computação Gráfi ca e Editora, 2004.

ROMARIZ, Dora de Amarante. Aspectos da vegetação do Brasil. 2. ed. São Paulo: Edição da autora, 1996.

ROQUE, Alan de Araújo. Diversidade fl orística do Seridó potiguar. In: FREIRE, Eliza M. Xavier (Org.). Recursos naturais das caatingas: uma visão multidisciplinar. Natal: EDUFRN, 2009.

TROPPMAIR, Helmut. Metodologias simples para pesquisar o meio ambiente. Rio Claro: UNESP, 1988.

AutoavaliaçãoAvalie em que medida sua visão sobre a promoção do ensino de vegetação se modifi cou com essa aula. Relate aqui suas considerações.

A partir do que você estudou nesta aula, elabore um plano de aula, usando as características das vegetações que trouxemos aqui e indique como trabalhar este tema com seus alunos. Relate passo a passo que estratégias você utilizaria.

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Anotações

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 47

Page 52: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Anotações

Aula 3 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 48

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Ensinando vegetação através de estudo do meio

4Aula

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2

Aula 4 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 51

Apresentação

Em todo mundo, as florestas sofrem pressões ocasionadas por diversas causas: desmatamento, crescimento urbano, expansão de atividades agrícolas e pecuárias, entre outras. O impacto que tais atividades exercem sobre a vegetação produz efeitos sobre

o clima, sobre os solos, sobre a qualidade de vida, como tivemos oportunidade de discorrer nas aulas 5 e 9 da disciplina Instrumentação para o ensino de geografi a I.

Atualmente, dada a abrangência e a repercussão que os efeitos do desmatamento e das queimadas das fl orestas operam sobre a humanidade, tais problemas converteram-se em questões ambientais mundiais. Assim, também vamos encontrá-las bem perto de nós. Talvez em menor abrangência espacial, mas não menos graves.

É nessa direção que está organizada esta aula – você vai identifi car a ocorrência de problemas ambientais advindos da exploração econômica das fl orestas e, também, observar como esse tema pode ser desenvolvido em sala de aula ou promovido pedagogicamente através do estudo do meio. Bom trabalho!

ObjetivosIdentifi car atividades potencialmente impactantes sobre a vegetação em nível local.

Desenvolver procedimentos metodológicos para promoção desse tema no ensino de geografi a.

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Aula 4 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 52

Estudando/ensinando a exploração da vegetação através do estudo do meio

Figura 1 – Lenha para fornos da produção de cerâmica, Carnaúba dos Dantas, RN, 2008

Fonte: Foto de Sandra Kelly de Araújo.

A pesquisa de dados primários tem sido uma estratégia privilegiada em nossas aulas de Instrumentação para o ensino de geografi a. É uma resposta metodológica a ausência de informações locais tão frequentes em nosso meio escolar. Assim, durante as disciplinas Instrumentação para o ensino I e II, exercitamos a experimentação, o monitoramento, a observação e o uso de instrumentos para gerar dados primários e a partir daí gerar refl exões sobre esses para produzir conhecimentos científi cos.

Também, é o caso do estudo do meio. Essa metodologia permite que aluno e professor se embrenhem num processo de pesquisa desvendando como os conteúdos livrescos ou o conhecimento científi co são produzidos, conforme esclarece Nídia Pontuschka (2007 p. 173).

Page 57: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 4 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 53

Tivemos oportunidade de sugerir o estudo do meio na Aula 12 da disciplina Instrumentação para o ensino de geografi a I (Gaia, mãe Terra), como estratégia de promoção do ensino do meio ambiente através da visitação a uma unidade de conservação. Desta vez, vamos lançar mão do estudo do meio para conhecer atividades econômicas de exploração da vegetação local e promover sua aprendizagem/ensino de geografi a.

Lembramos, ainda, que o estudo do meio está situado na fase de execução de um dado projeto. Segundo suas características, ele permite compreender o espaço em suas múltiplas faces: social, físico e biológico, um movimento de apreensão da realidade de forma combinada, principalmente de for realizado interdisciplinarmente.

Finalmente, orientamos as seguintes etapas de planejamento e execução do estudo.

Etapas preparatórias do Estudo do meio:

Essas etapas são realizadas antecipadamente pelo professor e são preparatórias ao desenvolvimento do estudo do meio:

1ª Etapa: Defi nindo objetivos que se pretende alcançar:

Estudo do meio é uma metodologia, portanto, deve está vinculada ao alcance de dado objetivo. Não é um fi m em si mesmo, é o meio para se alcançar certo fi m. Desse modo, a primeira pergunta a ser respondida é: qual é o objetivo do estudo do meio? Em nosso caso particular, é identifi car causas e efeitos da exploração da vegetação local.

2ª Etapa: Identifi cando locais e sujeitos da pesquisa.Nessa etapa, identifi camos quais locais atestam o uso exploratório da vegetação e a

quem podemos recorrer para informar acerca de tal atividade (sujeitos da pesquisa). Assim, podemos ter uma área rural como campo de estudo, uma unidade de conservação, uma área experimental de certa instituição ou mesmo a periferia da cidade. Já os sujeitos da pesquisa podem ser trabalhadores rurais, carvoeiros, técnicos ou moradores de áreas periféricas.

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Aula 4 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 54

3ª Etapa: Roteiro de campoNessa fase, é importante que os alunos conheçam previamente o assunto que será

aprofundado em campo e participem da elaboração de um roteiro com informações sobre o local que será visitado, os objetivos da visita, o que será visto, quem será entrevistado e qual o papel de cada aluno ou de grupo de alunos no trabalho de campo. Os alunos estarão motivados em participar do planejamento da atividade com tarefas defi nidas antes, durante e depois da atividade de campo. Assim, eles podem nos ajudar na checagem das condições de segurança do local, bem como a forma de transporte de todos até a área de estudo, por exemplo.

Realizando o estudo do meio: Defi nidos os locais de visitação, as pessoas que serão contatadas, enfi m, o roteiro de

viagem, realiza-se o estudo do meio.

4ª Etapa: Coletando dados:Os dados podem ser coletados por meio de entrevista, fotografi as, registros, relatos etc.

São os dados ou informações primárias acerca do assunto que se pretende conhecer coletados em campo ou através de entrevistas.

Figura 2 – Entrevista com morador de uma comunidade rural, interior do RN, 2008

Fonte: Foto de Sandra Kelly de Araújo.

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Aula 4 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 55

Relatando resultado do estudo meio:

5ª Etapa: Interpretando dados.Essa etapa pode ser realizada em sala de aula. Os dados são organizados em grupos de

tendências afi ns.

6ª Etapa: Relatando resultados.Os resultados do estudo do meio que são as respostas sobre o objetivo que se formulou,

inicialmente, podem ser relatados em sala de aula na forma de relatório, debate, seminário, mesa redonda, encontro etc.

Figura 3 – Seminário para apresentação de resultados de pesquisa, Trilhas Potiguares/UFRN. Serra Negra do Norte, 2007

Fonte: Foto de Sandra Kelly de Araújo.

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Atividade

Aula 4 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 56

É oportuno que o professor desenvolva previamente as etapas do desenvolvimento do estudo do meio para que possa aplicá-lo em sua sala de aula. Assim, solicitamos que realize cada uma das etapas descritas, anteriormente, para desenvolvimento do estudo do meio. Relate suas conclusões.

Leitura complementarA sugestão de leitura é a reportagem publicada na Revista Nova Escola, edição 161,

de março de 2003. Essa reportagem apresenta um conto de Clotilde Tavares, aconteceu na Caatinga, inspirado na introdução da algaroba nos sertões nordestinos.

2003

Disponível em <http://revistaescola.abril.com.br/geografi a/

fundamentos/aconteceu-caatinga-426893.shtml>.

Acesso 18 nov. 2009.

Figura 4 – Algaroba

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Aula 4 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 57

Para saber mais ...

Segundo a reportagem, a algaroba é uma árvore originária do Chile e chegou à caatinga nos anos 1940. Nas décadas seguintes, seu cultivo foi incentivado pelo governo para combater a desertifi cação. A medida piorou a situação: as raízes da planta absorvem a água da superfície do solo prejudicando outras espécies. A algaroba - que é utilizada, principalmente, para a produção de lenha e carvão e para a alimentação de rebanhos - pode representar 99% das plantas existentes em alguns pontos da caatinga.

A reportagem também informa que espécies animais também podem causar desequilíbrio. Um exemplo é o lagarto teju, introduzido em Fernando de Noronha. O animal foi levado à ilha com o objetivo de exterminar os ratos trazidos por embarcações desde os tempos coloniais. Porém, ratos não fazem parte do cardápio dos lagartos. Além disso, roedores têm hábitos noturnos; e os tejus, diurnos. O resultado é que os lagartos se tornaram predadores de ovos de aves e tartarugas.

Nossa sugestão é que você utilize essa reportagem em sala de aula para promover o ensino da Caatinga, seguindo os seguintes passos: Dê início à discussão sobre o tema que inspira a reportagem - o desequilíbrio ecológico - informando a garotada sobre o problema ocorrido na caatinga com a algaroba. Leve alguns textos para a sala e faça uma leitura compartilhada. Em seguida, discuta o impacto causado pela planta. Mostre imagens da caatinga e de outras paisagens do Brasil.

� Questione em que região brasileira aparece a caatinga e por que ela é tão seca. Pergunte também por que uma espécie estrangeira pode causar desequilíbrio ecológico. Anote as respostas no quadro. Elas ajudarão os alunos a fazer perguntas na hora de pesquisar. Vá com os alunos à biblioteca e peça que indiquem fontes que desejam usar para obter outras informações sobre a caatinga e os desequilíbrios ecológicos. Mapas, enciclopédias, revistas, jornais, sites e livros didáticos são alternativas. Analise os materiais e distribua-os entre os grupos para que todos possam oferecer contribuições próprias na hora de socializar as descobertas.

� Distribua os mapas físicos do Brasil e peça que a garotada identifi que as regiões da caatinga, estabelecendo uma relação entre a vegetação e o clima. Explore a linguagem cartográfi ca, seus símbolos, cores e signifi cados. Para aprender a ler textos cartográfi cos, é preciso utilizá-los durante a resolução de problemas como esse.

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Resumo

Aula 4 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 58

� Retome as questões apresentadas antes de iniciar a pesquisa: em que pontos do Brasil podemos encontrar a caatinga? Por que essa é uma região tão seca? Por que uma espécie de fora pode causar desequilíbrios em um ecossistema? Os estudantes devem escrever as respostas. Questione: as espécies competem entre si? Como se dá isso?

� Aprofunde a discussão mencionando os outros casos de desequilíbrio apresentados. Cada equipe amplia a pesquisa em casa e, com base nas anotações, elabora um texto. Reserve uma aula para supervisionar o trabalho fi nal, que deve incluir, além do texto escrito, mapas, fotos e as ilustrações preparadas pelos próprios estudantes. Ajude a garotada a montar a apresentação oral. Após o seminário, faça uma aula expositiva para sistematizar o resultado dos estudos dos alunos, aprofundando o conceito de equilíbrio ecológico.

Em linhas gerais, os objetivos são apreciar o texto literário, aprender a tomar notas e a pesquisar, localizar nos mapas do Brasil diferentes tipos de vegetação e relacionar informações sobre fl ora e clima da caatinga. Também, compreender os impactos provocados pela algaroba na região e refl etir sobre o desequilíbrio ecológico causado pela ação do homem na natureza.

Para realizar esse trabalho, os materiais que você vai precisar são mapas físicos do Brasil, livros e textos sobre meio ambiente, imagens sobre a vegetação do país, papel, lápis de cor e canetas hidrocor.

Leia a reportagem na íntegra e bom trabalho!

Nessa aula, apresentamos o estudo do meio para a promoção do ensino da vegetação, especialmente na identifi cação de agentes causadores de impactos sobre a vegetação local. Destacamos a necessidade de vincular o estudo do meio com um dado projeto e, portanto, com o alcance de um objetivo previamente definido. Por fim, você viu como sugestão de leitura complementar uma reportagem publicada na Revista Nova Escola sobre introdução da algaroba nos sertões nordestinos. Bons estudos!

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1

2

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AutoavaliaçãoQuais as atividades impactantes sobre a vegetação local, aí na sua cidade? Descreva estas atividades e relate detalhadamente as causas destes impactos

A partir do que você estudou nesta aula, elabore um plano de aula em que o estudo do meio possa ser utilizado como estratégia de promoção do estudo da vegetação. Apresente aqui seu plano.

ReferênciasBRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Geografi a. Brasília: MEC/SEF, 1998.

FREIRE, Eliza M. Xavier (Org.). Recursos naturais das caatingas: uma visão multidisciplinar. Natal: EDUFRN, 2009.

MAIA, Gerda Nickel. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: D & Z Computação Gráfi ca e Editora, 2004.

PONTUSCHKA, Nídia N.; PAGANELLI, Tomoko L.; CACETE, Núria H. Para ensinar e aprender geografi a. São Paulo: Cortez Editora, 2007.

ROMANIZ, Dora de Amarante. Aspectos da vegetação do Brasil. 2. ed. São Paulo: Edição da autora, 1996.

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Anotações

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A fl oresta encantada

5Aula

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Aula 5 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 63

Apresentação

Nas últimas aulas, temos desenvolvido estratégias e recursos diversos para promoção do tema vegetação no ensino de geografi a. Percorremos relatórios e estudos técnicos para abordar o tema de forma ampla e generalizada até chegarmos à vegetação de

nosso município. Nesse caminho, encontramos mais informações sobre o tema vegetação em escala planetária ou nacional e menos sobre a vegetação que nos rodeia. Essa constatação refl ete que ainda produzimos pouco sobre nosso universo, sobre nosso cotidiano com vistas à promoção do ensino.

Assim, organizamos esta aula 5 para motivá-lo à produção de conteúdos, metodologias e recursos para a promoção do tema vegetação/fl orestas. Nossa tarefa já foi iniciada nas aulas 2, 3 e 4 quando tratamos da identifi cação de espécies próprias de nossa região, suas características comuns, seus usos e a qualifi cação das atividades econômicas ou exploratórias sobre elas.

Agora é o momento de reunir as informações para a produção fi nal de um painel fl orestal, uma síntese sobre o que produzimos ilustrada com fotografi as sobre os assuntos abordados nessas aulas que será levada a êxito na próxima aula. Então, mãos a obra!

ObjetivoUtilizar fotografi as como recurso didático para o ensino de vegetação em Geografi a.

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Aula 5 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II64

Velhos problemas,novos desafi os profi ssionais

É certo afi rmar que há informações substanciais sobre o nordeste, sobre a Caatinga, sobre o meio ambiente regional ou estadual. Podemos citar o exemplo das produções levadas a cabo por instituições como as universidades federais, os institutos técnicos

de educação e os órgãos estaduais e federais de meio ambiente. Entretanto, quando buscamos conteúdos, metodologias e recursos adequados ao ensino de Geografi a numa perspectiva local, as fontes são escassas.

Essa constatação reforça nossa convicção de que a transposição de conteúdos técnicos ou especializados ao nível de compreensão dos alunos no ensino fundamental ou médio cabe a nós mesmos. De outra parte, também devemos considerar a necessidade de registrar as experiências e atividades frutos de nossa ação docente: projetos de pesquisa experimental e seus resultados, produção de textos e registros fotográfi cos ou em vídeo, por exemplo, práticas ainda incipientes entre nós. Parece uma tarefa difícil? Tudo dependerá de nossa organização e motivação para tal. Afi nal, nas próximas décadas estaremos envolvidos com o ensino e as decisões que tomarmos agora terão repercussões no futuro próximo. Então, mãos a obra!

Universidades Federais

Um exemplo é a Revista Caatinga produzida pela

Universidade Federal Rural do Semiárido

(UFERSA), disponível em: <http://caatinga.

ufersa.edu.br/>.

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Aula 5 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 65

Uma fl oresta encantada?Recentemente, no artigo Seridó encantado: promovendo o ensino de geografi a numa

perspectiva local, tivemos oportunidade de argumentar acerca do processo de encantamento que envolve nossa percepção sobre o espaço local. Naquela ocasião, utilizamos o adjetivo “encantado” com o propósito de denotar desconhecimento ou ausência de códigos capazes de revelar os elementos característicos do ambiente, seus ciclos, inter-relações e, portanto, decodifi cá-lo; também o termo foi usado para insinuar a beleza e as surpresas de uma geografi a local ainda desconhecida pela escola.

Nesta aula, vamos abordar a força do registro visual ou iconográfi co para promovermos o ensino de geografi a. Vamos lá?

ImagensDantas e Morais (2008, p. 147) nos dão o pontapé inicial:

Estamos imersos no mundo das imagens. O ensino de Geografi a tem na iconografi a um campo a ser desbravado. Para além dos registros cartográfi cos que se revelam por meio de mapas e imagens de satélites, forma-se um conjunto abrangente de dados e informações que podem ser perscrutados nas e pelas imagens. Levar a iconografi a para sala de aula se constitui numa possibilidade para ensinar Geografi a em uma perspectiva contemporânea e complexa.

Conhecemos o duplo aspecto de que se reveste o uso de imagens na educação: como ferramenta auxiliar ao trabalho docente e como objeto de estudo. Entretanto, nesta aula, estaremos concentrados no uso da imagem como recurso didático. Nesse particular, vale a pena lembrar que o uso de imagens no processo de ensino pode potencializar o êxito na aprendizagem.

Espaço local

No artigo Seridó encantado – promovendo o ensino de geografi a numa perspectiva local. (ARAÚJO, 2008).

Iconográfi co

Relativo à imagem.

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Imagens que encantam

Figura 1 – Maracujá do mato, Jucurutu/RN, 2008

Fonte: Foto de Alan de Araújo Roque.

Imagens que denunciam

Figura 2 – Área de pastagem de gado, Jardim do Seridó/RN, 2008

Fonte: Foto de Sandra Kelly de Araújo.

Registro fotográfi co:Este não será um curso de fotografi a. Longe disso. É apenas uma sugestão: Fotografe!

Na atualidade, as máquinas fotográfi cas digitais permitem mesmo ao usuário leigo seguir em frente fotografando; então fotografe. Fotografe sua escola, seus alunos em atividade, seus trabalhos de campo, suas viagens, enfi m, tudo que puder ser útil ao seu trabalho. Além do registro documental, as fotografi as também permitem monitorar como certos eventos se comportam no tempo ou no espaço.

As imagens a seguir, sugerem a elaboração de coleções de fotografi as para que você as utilize em sala de aula.

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Aula 5 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 67

Imagens que revelam

Figura 3 – Pegadas de Guaxinim, Jucurutu/RN, 2007

Fonte: Foto de Alan de Araújo Roque.

Imagens que surpreendem

Figura 4 – Jatobá, arredores de Caicó/RN, 2008

Fonte: Foto de Sandra Kelly de Araújo.

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Atividade

a b

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Figura 5 – Embiratã em dois tempos – (a) chuvoso e (b) estiagem, arredores de Caicó/RN, 2008-2009

Imagens que monitoram

Fonte: Foto de Sandra Kelly de Araújo.

Por fi m, ao arquivar suas fotografi as é necessário fazer uma breve descrição sobre a foto, identifi car o local e a data, entre outros, como nos esclarece Justiniano (2005, p. 187):

Em Geografi a, a imagem ilustra e documenta eventos naturais e sociais que ocorrem num determinado tempo e lugar e deve ser acompanhada de outras informações, como localização geográfi ca, ângulo de visada, registro de hora e da data e relato do fato observado. Essas anotações serão importantes na composição dos trabalhos, na verifi cação dos resultados e no acompanhamento dos fenômenos ao longo do tempo.

Organize um álbum com fotografi as sobre a vegetação local que considere importante para o ensino de geografi a. Agrupe-as segundo os objetivos a que se prestam. Nessa atividade, você também pode utilizar fotografi as de revistas ou imagens disponíveis na internet.

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Aula 5 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 69

Como os grandes exploradores do passado

Figura 6 – Rugendas, obra desaparecida da Biblioteca Mário de Andrade, São Paulo/SP

Fonte: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bma/obras_desaparecidas/index.php?p=1101>. Acesso em: 20 nov. 2009.

A Geografi a recebeu inúmeras contribuições das grandes expedições científi cas do passado. Podemos destacar a expedição de Georg Heinrich von Langsdorff, a qual integra o desenhista Johann Moritz Rugendas, responsável pelas primeiras imagens de paisagens, habitantes e costumes da Amazônia brasileira, entre outros méritos.

A atividade que apresentaremos a seguir tem o propósito de desvendar os encantos da paisagem, tal como fi zeram os primeiros visitantes do Brasil. Ela constitui uma aula de campo em que os alunos terão para experimentar um ambiente além dos muros da escola. Atividades deste tipo exigem uma detalhada e prévia programação. Veja com o/a coordenador/a da sua escola se há necessidade da autorização dos pais dos alunos.

Programe dia e horário de forma a não enfrentar altas temperaturas, o que traria desconforto e maior cansaço à turma.

Explique aos alunos a necessidade de estarem com calçados confortáveis, roupas leves, proteção contra o sol, como bonés e protetor solar, e de levarem água para beber, além do material necessário para os registros ou anotações, como câmeras fotográfi cas, papel e lápis.

O local a ser visitado pode ser nos arredores da escola ou mesmo da cidade, dependendo da disponibilidade de meios de transporte e de aspectos locais que favoreçam o aproveitamento da aula. Você pode também sugerir três ou quatro opções e deixar que os alunos escolham o local da visita através de voto.

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Aula 5 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II70

Durante o passeio, oriente para que eles observem as características do local: como é o solo, a vegetação, se possui rio próximo ou outro reservatório de água, se existem habitantes no local etc. Tudo deverá ser registrado com uma ou mais máquinas fotográfi cas, fi lmadoras ou por meio de desenhos.

Os alunos devem imaginar-se como estrangeiros chegando num novo mundo. Deverão fotografar, registrar por meio de desenhos e escrever sobre o que mais lhes chamou a atenção. Você pode ajudá-los preparando um questionário como este:

� Como descreveriam a paisagem?

� Que tipos de vegetação encontraram?

� O ambiente está preservado ou há sinais de destruição?

� Existem modifi cações causadas pelo homem no local ou não?

� A água encontrada é potável?

� Há sinais de poluição?

Ainda em campo, peça para que expliquem suas impressões oralmente, o que facilitará uma posterior produção escrita.

Ao fi nal da atividade, organize um mural na sala para expor os resultados do trabalho. Peça para que sugiram o nome do mural.

Você, professor, pode levar ainda outros elementos para a sala, como as impressões que os primeiros visitantes do Brasil vindos do exterior tiveram sobre o nosso pais, como sugerido em:

<http://revistaescola.abril.com.br/planos-de-aula/>.

Leituras complementaresHá inúmeros cursos grátis disponíveis na internet. Destacamos:

� <http://www.esas.pt/dmdocuments/FCUP/manualdefotografi adigital-esas-fcup_.pdf>.

Manual de fotografi a digital produzido pela Universidade do Porto, Portugal.

� <http://www.trilhaseaventuras.com.br/atividades/superdica.asp?id_atividade=10&id=112>.

Um guia rápido sobre como fotografar. Ideal para quem não entende nada de fotos.

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Aula 5 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 71

� <http://www.joaobem.biz/blog/10-dicas-para-fotografos-iniciantes>.

Dez dicas para fotógrafos iniciantes: enquadramento, fl ash (desnecessário e necessário), cuidado com o fundo, retrato, olhe nos olhos, fotos verticais, aproveita a luz natural, cor e experimente.

AutoavaliaçãoOrganize uma aula sobre vegetação utilizando os recursos aqui sugeridos. Faça uso de imagens que colaborem com o alcance dos objetivos traçados para esta aula. E, fi nalmente, peça ajuda a seus alunos para reunir essas imagens.

ReferênciasARAÚJO, Sandra K. Seridó encantado: promovendo o ensino de geografi a numa perspectiva local. In: DANTAS, Eugênia; BURITI, Iranilson (Org.). Metodologia do ensino e da pesquisa: caminhos de investigação. João Pessoa: Ideia; Campina Grande: EDUFCG, 2008.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Geografi a. Brasília: MEC/SEF, 1998.

DANTAS, Eugênia M.; MORAIS, Ione R. D. O ensino e a imagem: universo de possibilidades. In: DANTAS, Eugênia; BURITI, Iranilson (Org.). Metodologia do ensino e da pesquisa: caminhos de investigação. João Pessoa: Ideia; Campina Grande: EDUFCG, 2008.

FREIRE, Eliza M. Xavier (Org.). Recursos naturais das caatingas: uma visão multidisciplinar. Natal: EDUFRN, 2009.

JUSTINIANO, Eduardo Félix. Registro fotográfi co. In: VENTURI, Luis. Praticando geografi a: técnicas de campo e laboratório. São Paulo: Ofi cina de Textos, 2005.

MAIA, Gerda Nickel. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: D & Z Computação Gráfi ca e Editora, 2004.

PONTUSCHKA, Nídia N.; PAGANELLI, Tomoko L.; CACETE, Núria H. Para ensinar e aprender geografi a. São Paulo: Cortez Editora, 2007.

ROMANIZ, Dora de Amarante. Aspectos da vegetação do Brasil. 2. ed. São Paulo: Edição da autora, 1996.

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Anotações

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Mato e Gente

6Aula

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Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 75

ApresentaçãoDe que fontes podemos lançar mão para ensinar vegetação? Esta é a pergunta que

pretendemos responder nesta aula. Esta é a aula que encerra o tema, embora os temas abordados em Instrumentação para o ensino em Geografi a guardem estreita conexão, inclusive com outras disciplinas e áreas do conhecimento.

Vamos indicar o conhecimento popular como fonte, bem como instituições governamentais e organizações não-governamentais que trabalham diretamente com o tema e sugestões de atividades didáticas que estão disponíveis na internet. Percorrermos fontes já trabalhadas na disciplina Instrumentação para o ensino I e outras ainda inéditas para nós, como é o caso do Portal do Professor, do Ministério de Educação em parceira com o Ministério de Ciência e Tecnologia.

Ao concluir esta aula, nossa expectativa é a de que você tenha elementos necessários para compor um painel sobre vegetação local e com vinculações com o cenário nacional e mundial. Estamos compondo esse painel desde a aula 2, quando indicamos a elaboração de um levantamento fi togeográfi co. Agora é hora de organizar as informações disponíveis para compor nosso próprio banco sobre o tema.

Bons estudos!

ObjetivoUsar fontes e sugestões indicadas como suporte para o ensino de vegetação.

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Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 76

Conhecimento popular – Saberes Tradicionais

O conhecimento popular é uma formidável fonte de pesquisa sobre o comportamento, a dinâmica e a evolução de temas de interesse para o ensino de geografi a, notadamente sobre clima e vegetação, como vimos na Aula 6 da disciplina Instrumentação para o ensino de geografi a I.

Nesta aula, essa estratégia será retomada particularmente para tratar de usos da vegetação através de entrevistas a pessoas reconhecidas como sendo detentores de conhecimento sobre as plantas – mateiros, raizeiros, agricultores, donas de casa.

Figura 1 – Entrevista com morador de Serra Negra do Norte, 2007.

Fonte: Foto Trilhas Potiguares/UFRN (2007).

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Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 77

Roteiro para elaboração de entrevista

Entrevista é uma forma de obtenção direta de informações. É organizada a partir de um roteiro que, como nos esclarece Marangoni (2005, p. 172), embora possa ter questões básicas que se repetem em diferentes situações, deve ter a necessária fl exibilidade e adaptabilidade, dependendo do potencial de informações, da experiência e mesmo do comportamento do entrevistado.

Ao elaborar um roteiro de entrevista, devemos fi car atentos a algumas orientações:

1ª O objetivo da entrevista:

Como temos chamado a atenção, o uso dessa técnica exige o claro estabelecimento dos objetivos que se pretende com seu uso e a determinação de quem vai proceder ao trabalho.

2ª A linguagem utilizada:

Segundo Marangoni (2005, p. 173), na realização da entrevista a forma de abordagem e a linguagem utilizada, a habilidade do entrevistador, o conhecimento prévio sobre o assunto em pauta, o conjunto de informações sobre o entrevistado, podem signifi car desde o mais desejável sucesso ao mais completo fracasso na obtenção das informações desejadas. Em nosso caso, a simplicidade e a objetividade devem ser características fundamentais da entrevista.

3ª A forma do registro:

As informações obtidas podem ser registradas através de anotações, gravação de voz ou gravação de imagem e voz. Sobre as formas de registro, Maragoni (2005, p. 173) adverte: No caso de registro escrito, por exemplo, nem sempre ele [o entrevistador] consegue manter o ritmo da entrevista. Por outro lado, o entrevistado (e o entrevistador) pode sentir certa inibição diante do gravador de voz ou da fi lmadora, o que pode prejudicar a fl uência e o teor do depoimento pessoal.

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Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 78

O Manual de comunicação da Associação Latina Americana de Educação Radiofônica (ALER) apresenta esta síntese de recomendações para a organização e realização de uma entrevista:

Antes da entrevista:

Prepara-se

1) Precise o tema (e procure informação sobre o mesmo)

2) Selecione o entrevistado (em função do tema)

3) Pense e ordene as perguntas (fazer um roteiro)

Prepare seus equipamentos

1) Gravador

2) Fitas Cassetes (se necessário)

3) Microfone (se necessário)

4) Pilhas

Durante a entrevista:

1) Lembre-se das perguntas chaves (defi nidas no roteiro).

2) Crie um clima de confi ança com o entrevistado.

3) Escute suas respostas e oriente suas perguntas.

4) Faça perguntas breves e deixe o entrevistado falar.

5) Faça perguntas claras sem desviar-se do tema.

6) Não manipule as perguntas nem acrescente comentários pessoais.

7) Mantenha sempre um tom vivo e animado.

8) Controle a entrevista e aprenda a fi nalizá-la.

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Atividade 1

Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 79

Enfi m, a realização de uma entrevista envolve a clara defi nição dos objetivos que a norteiam, o conhecimento preliminar sobre o assunto, a identifi cação do entrevistado e a formulação de um roteiro de perguntas. Então, mãos à obra!

Figura 2 – Entrevista com moradora do distrito de Lajinhas, Caicó/RN, 2008.

Fonte: Foto de Alan de Araújo Roque.

Entreviste pessoas de sua cidade que são portadoras de conhecimento sobre vegetação local, sejam eles agricultores, raizeiros, rezadeiras ou donas de casa. Transcreva seus relatos e procure aprofundar as informações coletadas com auxílio das disciplinas que você já estudou em seu curso. Essa atividade pode ser aplicada no ensino fundamental e médio.

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Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 80

Pessoas e instituições em defesa da vida

A seguir, listamos algumas instituições que atuam diretamente com o tema vegetação/fl orestas. Embora não tenham o fi m específi co de promover a educação, essas instituições produzem informações que podemos recorrer para aprofundar o tema.

INPEO Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais possui ampla atuação em temas de interesse

da Geografi a. Aqui destacamos os serviços de monitoramento da Amazônia por satélite e o já conhecido sistema de monitoramento de focos de queimadas.

WWFAs organizações não-governamentais têm desempenhado um papel importantíssimo na

conscientização ambiental. Aqui destacamos a WWF (Fundo Mundial para a Natureza). Veja algumas de suas áreas de atuação em <www.wwf.org.br>.

Serviços de monitoramento

da Amazônia por satélite

<http://www.obt.inpe.br/prodes/index.html>.

Sistema de monitoramento de

focos de queimadas

<http://www.obt.inpe.br/prodes/index.html>.

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Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 81

Figura 3 – Campanhas educativa WWF

Fonte: <http://www.wwf.org.br/participe/acao/ajude_divulgar/pecas_para_tv_radio/>. Acesso em: 27 nov. 2009.

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Atividade 2

Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 82

Figura 4 – Portal do Professor

Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html>. Acesso em: 27 nov. 2009.

Acesse o “Portal do Professor” e no ambiente “Espaço da aula” faça uma busca sobre o tema vegetação ou fl orestas. Em seguida, navegue em uma das sugestões e apresente uma síntese de suas descobertas.

Portal do ProfessorO Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia mantém

o Portal do Professor na internet <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html>. Nesse endereço eletrônico, podemos encontrar sugestões de aulas, recursos como vídeos, mapas, textos, fotos e áudio. No Portal, o professor poderá postar aulas formuladas por ele e fi car por dentro de cursos de capacitação oferecidos pelo MEC, entre outros recursos.

Veja a tela inicial do Portal:

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Resumo

Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 83

Leitura complementarOuça o programa Professor meio ambiente parte 7 As matas e as fl orestas, no Portal do Professor. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnica.html?id=18084>.

O áudio fala sobre o desmatamento de nossas fl orestas e como a preservação delas podem gerar emprego, renda. Esse é um meio de vida de muitos brasileiros e mantém as culturas locais preservadas. Conta a história de dona Antônia, quebradeira de coco babaçu do vale do rio Mearinho, no interior do Maranhão (estado que concentra os maiores babaçuais do país) e a importância do Movimento das quebradeiras de coco que possuem uma cultura extrativista e ecologicamente sustentável. O áudio levanta algumas questões importantes, como: Por que desmatar? Quem ganha com o desmatamento? A quem interessa sua conservação? Pode haver desenvolvimento sem desmatamento? Essas questões são de interesse de todo o povo brasileiro, pois as maiores concentrações de fl orestas tropicais do planeta estão em nosso território

Nesta aula, você estudou os elementos necessários para compor um painel sobre vegetação local e com vinculações com o cenário nacional e mundial. Viu as formas e metodologias para a organização das informações disponíveis para compor nosso próprio banco de dados sobre o tema e também aprendeu a fazer um roteiro para elaboração de entrevista levando em consideração os saberes tradicionais e locais sobre o tema.

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Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 84

ReferênciasARAÚJO, Sandra K. Seridó encantado: promovendo o ensino de geografi a numa perspectiva local. In: DANTAS, Eugênia; BURITI, Iranilson (Org.). Metodologia do ensino e da pesquisa: caminhos de investigação. João Pessoa: Ideia; Campina Grande: EDUFCG, 2008.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Geografi a. Brasília: MEC/SEF, 1998.

DANTAS, Eugênia M.; MORAIS, Ione R. D. O ensino e a imagem: universo de possibilidades. In: DANTAS, Eugênia; BURITI, Iranilson (Org.). Metodologia do ensino e da pesquisa: caminhos de investigação. João Pessoa: Ideia; Campina Grande: EDUFCG, 2008.

FREIRE, Eliza M. Xavier (Org.). Recursos naturais das caatingas: uma visão multidisciplinar. Natal: EDUFRN, 2009.

JUSTINIANO, Eduardo Félix. Registro fotográfi co. In: VENTURI, Luis. Praticando geografi a: técnicas de campo e laboratório. São Paulo: Ofi cina de Textos, 2005.

MAIA, Gerda Nickel. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: D & Z Computação Gráfi ca e Editora, 2004.

PONTUSCHKA, Nídia N.; PAGANELLI, Tomoko L.; CACETE, Núria H. Para ensinar e aprender geografi a. São Paulo: Cortez Editora, 2007.

ROMANIZ, Dora de Amarante. Aspectos da vegetação do Brasil. 2. ed. São Paulo: Edição da autora, 1996.

AutoavaliaçãoReúna as informações que você pesquisou sobre vegetação. Em seguida, as organize para apresentá-las sob a forma de painel, mural, jornal, blog ou mesmo um relatório. Convide seus alunos para participarem da tarefa. 2010 é o ano Internacional da Biodiversidade. Façamos a nossa parte para chamar atenção da população sobre o tema.

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Anotações

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Anotações

Aula 6 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 86

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Construindo um terrário

7Aula

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Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 89

Apresentação

A experimentação é uma valiosa estratégia para promoção da aprendizagem. Ela permite reproduzir condições similares ao real e manipular certas variáveis de modo a desencadear mudanças no estado original de um dado objeto de estudo. A

experimentação também possibilita realizar comparações, tal como fi zemos na Aula 9 da disciplina Instrumentação para o ensino de Geografi a I (Promovendo o ensino de solos).

Assim, ao promover experimentos em sala de aula, o professor de Geografi a estará contribuído para que o aluno realize ensaios e observações sobre um dado fenômeno em situações controladas e emitir suas hipóteses ou conclusões sobre esse.

Tradicionalmente, o ensino tem sido ministrado de modo que a teoria seja apresentada antes do problema que a originou. Através da experimentação, essa sequência pode ser invertida - o fenômeno é apresentado antes da teoria que o explica.

Vamos mostrar isso através da construção de um terrário. Terrário é um modelo do mundo real em escala reduzida. Esse modelo é reproduzido, normalmente, num recipiente de vidro ou garrafa PET com pedras, solos, plantas e carvão vegetal ou outros elementos necessários para simular o funcionamento de certo ambiente natural.

Nosso propósito é manipular certas condições ambientais, tais como temperatura, luz ou umidade, em situação controlada de modo a imitar certas situações reais.

ObjetivoConstruir um terrário para observar, experimentar e simular o funcionamento de ambientes naturais e alterações por mudanças de certas condições ambientais.

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Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 90

Construindo um terrárioPor que construir o terrário? A resposta está no módulo “Escola e meio ambiente”

produzido pela Estação Ciência (Universidade de São Paulo):

A montagem e a observação de um terrário (ou a comparação entre diversos deles) pode ser uma forma de trazer um pedacinho da natureza para dentro da sala de aula, aproximando-a dos alunos. A montagem do terrário poderá ser utilizada convenientemente para estimular o trabalho em grupo e a divisão de tarefas. A observação do terrário poderá ser um bom início para um diário, estimulando a rotina de observações e de anotações sistemáticas. O terrário poderá ser utilizado para simular diferentes ambientes, testar hipóteses e curiosidades dos alunos (2007 p. 14).

O terrário permite, portanto, simular a aproximação com o ambiente real, a manipulação do objeto de estudo. Há vários objetivos relacionados à construção de um terrário: a abordagem dos temas ciclo da água, ciclo de vida dos animais e vegetais, espaço natural, ecossistemas, entre outros. Em nosso caso particular, ele servirá para explorar o ciclo da água. Para construí-lo você vai precisar de:

Material necessário:

� Aquário vazio;

� Vidro ou garrafa PET;

� Tesoura;

� Areia;

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Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 91

� Terra adubada;

� Pedras;

� Água;

� Regador;

� Colher;

� Varetas ou palitos de picolé;

� Plantas;

� Plástico;

� Fita adesiva.

� Etiquetas.

Como fazer1ª fase:

Corte uma garrafa PET a 2/3 do tamanho e lave-a bem. A seguir, coloque uma camada de pedras até cobrir o fundo da garrafa.

Figura 1 – Fase 1

Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnica.html?id=9863>.Acesso em: 23 nov. 2009.

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Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 92

Figura 3 – Fase 3

3ª fase:

Selecione algumas mudas de plantas e coloque-as dentro da garrafa (maiores no meio e menores ao redor) com ajuda das varetas ou palitos de picolé para enterrar as raízes das plantas.

Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnica.html?id=9863>. Acesso em: 23 nov. 2009.

Figura 2 – Fase 2

Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnica.html?id=9863>. Acesso em: 23 nov. 2009.

2ª fase:

Coloque uma camada de areia sobre as pedras (aproximadamente 2,5cm) e outra com terra adubada.

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Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 93

4ª fase:

Coloque algumas pedrinhas na garrafa e, se puder, algumas minhocas.

Figura 4 – Fase 4Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnica.html?id=9863>. Acesso em: 23 nov. 2009.

5ª fase:

Cubra a boca da garrafa com um plástico e prenda com fi ta adesiva ou com um elástico. A seguir, coloque uma etiqueta indicando o dia em que foi feito o terrário.

A recomendação é que o terrário fi que num ambiente bem iluminado, porém sem incidência de luz direta do Sol.

Figura 5 – Terrário

Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnica.html?id=9863>. Acesso em: 23 nov. 2009.

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Atividade 1

Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 94

Siga as instruções apresentadas para construção de um terrário. Vamos precisar dele para observar o ciclo da água, como sugerido a seguir.

Objetivo

� Observar a ocorrência do ciclo da água no terrário, na natureza e sua importância para a manutenção da vida.

Conteúdo trabalhado

� Ciclo da água

Material necessário

� Terrário

Observando o ciclo da águaA atividade a seguir consta no módulo “Escola e meio ambiente”, já citado, com pequenas

modifi cações. Ela está organizada de modo a auxiliar a compreensão do assunto pelo aluno, na medida em que ele participa dela ativamente. As fases da sequência didática têm nomenclatura própria e a culminância da atividade pode ser acompanhada através da fi gura 6.

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Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 95

InícioEstas são algumas questões que podem nortear a introdução do tema ciclo da água:

� Para onde vai à água que entra no solo?

� Onde ela reaparece?

� E quando ela evapora?

� Para onde vai?

� E quando cai como chuva, para onde vai?

� E como a gente usa a água?

� Que água a gente usa?

� É a água da chuva?

� Qual é a origem da água que chega às torneiras?

� Se a água vem de uma represa, a água da represa acaba?

� Por que às vezes tem racionamento de água?

Com essa discussão, o professor/a leva os alunos a pensarem sobre o ciclo da água na natureza e a nossa dependência desse ciclo para o abastecimento de água. E no terrário, para onde vai à água do terrário? O terrário está fechado, portanto não tem como a água escapar. O que acontece com ela?

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Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 96

Colocando a mão na massaPede-se aos alunos que observem o terrário várias vezes durante a semana, em diferentes

horários, até que eles percebam a presença da água dentro dele, em diferentes locais. A água poderá estar visível no fundo do recipiente, sobre as plantas, na tampa do recipiente e/ou nas laterais. O professor poderá discutir com os alunos como a água apareceu nesses locais. Chame a atenção dos alunos para fatos do dia a dia que eles vivenciam (a condensação da água no espelho do banheiro quando tomam banho, a evaporação da água da roupa estendida no varal, etc.). Nós transpiramos. Será que as plantas também transpiram? Escolha uma planta grande no jardim da escola ou uma planta em um vaso e amarre um saco plástico transparente numa parte da planta. Deixe de fora o solo, só coloque um galho com folhas dentro do saco. Verifi que o que ocorre.

Acordo coletivo � O que acontece com a água dentro do terrário?

� É possível ver o ciclo da água no terrário?

� Quais observações foram importantes para descobrir o que acontece com a água?

� Como as plantas tiram a água do solo?

� Para onde vai a água que evapora do solo?

Peça para que cada grupo faça um esquema do ciclo da água no terrário, com setas indicando a direção da água. Discuta com os alunos qual é a melhor forma de representar o esquema do ciclo da água.

Junto com os alunos, complete o esquema, colocando nome em cada uma das setas, como exemplifi cado na fi gura a seguir:

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Transpiração erespiração Precipitação

Evaporação

Absorção

Ciclo da água

Rios, lagose mares

Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 97

Figura 6 – Ciclo da água

Fonte: www.aciar.com.br/img/agua.jpg. Acesso 02 dez. 2009.

Nesta fi gura você pode ver:

Evaporação: com o aquecimento do solo, a água se transforma em vapor e circula pelo terrário.

Transpiração: as plantas transpiram e a água que sai delas, no estado gasoso, circula pelo terrário.

Condensação: a água no estado gasoso encontra uma superfície mais fria e volta ao estado líquido.

Precipitação: a água no estado líquido, que vai se acumulando através da condensação, cai de volta ao solo ou sobre as plantas.

Infi ltração: a água no estado líquido que cai no solo penetra nele. Quanto mais arenoso o solo, mais rápida é a infi ltração.

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Atividade 2

Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 98

RegistroPeça que os alunos escrevam um texto explicando como eles descobriram o que acontece

com a água dentro do terrário. Peça que descrevam o caminho de uma gota dentro do terrário, passando pelo solo, pela planta e voltando ao solo, utilizando os termos que foram estudados nesta aula. Complete o registro com um desenho do terrário.

O quadro a seguir apresenta a síntese da sequência didática. Na última coluna, temos o uso de folhas de cores diferentes para o registro. Isso é necessário para distinguir o tipo de registro feito pelo aluno/a: na folha amarela o registro é livre (sem interferência do professor/a); já na folha branca temos o registro avaliado pelo professor ou professora.

Momento Participação Ação Registro

Início Sala todaProblematização

Folha amarelaLevantamento de hipóteses

Colocando a mão na massa Grupos

Montagem experimental

Folha amarelaTeste das hipóteses

Resultados

Observações

Discussão coletiva Sala todaDiscussão dos resultados e das observações feitas pelos grupos, conclusões

Folha amarela

Síntese escrita/registro Individual Registro da atividade Folha branca

O terrário que você produziu na atividade 1 permite responder às questões formuladas anteriormente. Agora, faça uma síntese de suas conclusões e registre aqui:

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Resumo

1

2

Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 99

Leituras complementaresEscolhemos dois sítios onde você pode encontrar informações de como fazer um terrário

e o projeto no qual está vinculado:

Portal do Professor do Ministério da Educação: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnica.html?id=9863>.

Instituto de Física da Universidade de São Paulo: <http://www.cienciamao.if.usp.br/dados/mnm/_escolaemeioambiente.texto.pdf>. Também disponível em: <http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/exibir.php?midia=ema&cod=_1-1>.

Vale a pena conferir!

Nessa aula, enfatizamos a experimentação no ensino de Geografi a através da construção de um terrário. Esse modelo ou simulação de uma ambiente natural nos auxilia a ensinar o funcionamento de ambientais naturais e, em particular, aqui o utilizamos para promover o ensino do ciclo da água no ambiente.

Essa é um recurso simples, de fácil produção e pode ser trabalhado em colaboração com as disciplinas Ciências (ensino fundamental), Biologia, Química ou Física (ensino médio). Então, mãos a obra!

AutoavaliaçãoAvalie a utilidade do terrário na promoção do tema ciclo d’água e de outros temas que são objeto de estudo da Geografi a.

Experimente manipular alguns elementos em seu terrário, tal como a luz, a temperatura ou a umidade. O ambiente artifi cial respondeu às alterações induzidas? Descreva sua experiência.

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Anotações

Aula 7 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 100

ReferênciasMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Portal do professor. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnica.html?id=9863>. Acesso em: 4 dez. 2009.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. ABC na educação científi ca mão na massa: escola e meio ambiente. São Paulo: Estação Ciência, 2007. Disponível em: <http://www.cienciamao.if.usp.br/dados/mnm/_escolaemeioambiente.texto.pdf>. Acesso em: 4 dez. 2009.

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Anotações

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Anotações

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Água

8Aula

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Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 105

ApresentaçãoNesta aula, daremos continuidade a abordagem do tema água na perspectiva da

apresentação de sugestões metodológicas e de recursos didáticos para sua promoção no ensino de Geografi a, especialmente sobre a poluição hídrica. Bons estudos e esperamos vê-lo no espaço virtual da disciplina.

ObjetivoAplicar as sugestões apresentadas na promoção do tema poluição da água no ensino de Geografi a.

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Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 106

A água e as metas para o milênioEm 2000, a ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu metas para o milênio

acordadas entre os 192 países membros – são os 8 objetivos do milênio ou 8 jeitos de mudar o mundo.

1) Acabar com a fome e a miséria.

2) Educação básica de qualidade para todos.

3) Igualdade entre sexos e valorização da mulher.

4) Reduzir a mortalidade infantil.

5) Melhorar a qualidade de vida das gestantes.

6) Combater a AIDS, a malária e outras doenças.

7) Garantir a sustentabilidade ambiental.

8) Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

A expectativa é que as metas sejam alcançadas até 2015. Entretanto, apesar da reunião de esforços multilaterais para alcançá-las, ainda estamos longe disso. Um exemplo é o caso do Brasil. Particularmente, quando nos referimos à qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, dados da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem por Municípios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística) indicam que pouco mais de 50% da população brasileira tem acesso à coleta de esgoto e ainda há 18 milhões de pessoas sem banheiro em suas residências.

Isso ilustra quão complexa é a problemática ambiental no Brasil e como todos, inclusive a escola, precisam mobilizar-se para interferir sobre tais problemas por meio da promoção do conhecimento que possa alicerçar práticas responsáveis e sustentáveis.

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Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 107

Nosso jeito de mudar o mundoA adoção de práticas economicamente e ambientalmente sustentáveis é a resposta que

o mundo precisa dá aos problemas ambientais da atualidade. Isso é o que conhecemos como desenvolvimento sustentável.

Moacir Gadotti (2000, p.79), ao abordar o tema em Pedagogia da Terra, afi rmou: o desenvolvimento sustentável tem um componente educativo formidável – a preservação do meio ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência ecológica depende da educação.

Nesta aula, pretendemos colaborar com a formação da consciência ecológica, especialmente tratando do tema água a partir do desenvolvimento da atividade: poluição da água. Água

Água e recursos hídricos são temas da disciplina Geografi a Física III. Use os argumentos lá apresentados para fundamentar a promoção desses temas no ensino fundamental e médio.

Figura 1 – Mapa da distribuição de água potável no mundoFonte: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/8269>. Acesso em: 24 nov. 2009.

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Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 108

1) Material necessário

Garrafa pet, cascalho grosso, cascalho fi no, areia grossa, copo, água misturada com solo, água com óleo, água com detergente e água com café.

2) Perguntas norteadoras

Para iniciar a atividade, o professor (a) poderá fazer as seguintes perguntas aos alunos.

a) Podemos beber água de rios, lagos e açudes? Por quê?

b) Eles são sempre limpos?

c) Como a gente sabe que a água deles é potável?

d) Da onde vem a água que bebemos?

e) Como ela chega a nossas casas? Ela vem direto do rio ou passa por algum tratamento?

f) Como podemos tratar a água?

3) Tratando a água poluída

Para fazer o fi ltro, pegue uma garrafa de plástico vazia e corte-lhe o fundo. Coloque um chumaço de algodão no gargalo sem apertar muito. Em seguida, coloque a areia fi na, a areia grossa, o cascalho fi no e por último o cascalho grosso (cada camada poderá ter 3 ou 4 centímetros). Em baixo da garrafa, coloque um copo (transparente) no qual cairá a água fi ltrada. Antes de usar o fi ltro pela primeira vez, você deve deixar escorrer água da torneira através dele para retirar eventuais impurezas, até que a água saia limpa.

A água potável disponível no mundo é de aproximadamente 3% de toda água disponível no planeta. Apesar da gravidade que esse número expressa, não temos notícias que o processo de poluição dos recursos hídricos esteja sob controle ou em escala decrescente. Essa constatação é a motivação para simular a poluição da água e experimentar formas de tratamentos. Para isso, vamos precisar de alguns recursos, apresentados a seguir.

Formas de tratamento

Originalmente apresentada em: <http://www.cienciamao.if.usp.

br/tudo/exibir.php?midia=ema&cod=_1-28>.

Acesso em: 1 dez. 2009.

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Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 109

4) Registro

Os alunos poderão registrar a atividade através de uma tabela, tal como apresentado a seguir.

Na última linha da tabela, o professor (a) e alunos podem decidir incluir outros elementos que serão fi ltrados com a água.

ElementoResultado da fi ltragem

Observação Péssima Regular Boa Ótima

Água + solo

Água + óleo

Água +

Na última linha da tabela, o professor (a) e alunos podem decidir incluir outros elementos que serão fi ltrados com a água.

Figura 2 – Exemplo de um fi ltro caseiro

Fonte: <http://www.cienciamao.if.usp.br/dados/mnm/_escolaemeioambiente.texto.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2009.

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Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 110

Tratamentos alternativos para tratamento da água

Primeira forma1) Coletar um balde de água do rio, açude ou represa com aproximadamente 20 a 25 litros.

2) Deixá-lo em repouso por uma noite ou mais para sedimentação das impurezas.

3) Passar a água para outro balde para eliminar o sedimento.

4) Adicionar uma colher de sopa de clorofi na e de 6 a 8 gotas de iodo (o cloro e o iodo são bactericidas).

5) Aguardar 2h para beber, se for o caso.

Segunda formaA moringa (moringa oleifera) é uma planta que tem origem no Norte da índia, país da Ásia,

numa região seca como o sertão do Brasil. Suas sementes são utilizadas como coagulante natural para clarear águas barrentas. Como algumas bactérias fi cam fi xas nas partículas sólidas, o tratamento com o pó da moringa chega a retirar entre 90 a 98% da bactéria no processo. Para maiores informações, você pode acessar o endereço eletrônico <http://www.sanam.com.br/Contatos.htm>.

Como fazerPara cada litro de água muito barrenta, utilize uma semente de moringa (serve para limpar

dois litros de água). Amasse as sementes em um pilão. Depois, em uma garrafa, misture o pó com uma xícara d’água limpa e balance por 5 minutos; coe numa peneira. O resultado será um “Ieite”, misture-o com a água suja, mexa com força durante um minuto, depois mexa devagar por mais 5 minutos. Cubra e deixe o barro “colar” na mistura em suspensão e assentar no fundo da lata por 1 hora. Depois, separe a água limpa do barro que fi cou no fundo da lata. Se a água fi car junta com o barro por muito tempo, a água volta a fi car suja.

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Atividade

Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 111

Figura 3 – Comparação entre amostra d’água barrenta e tratada com moringa

Fonte: <http://jornambiental.blogspot.com/2009/07/moringa-pode-ser-fonte-de-agua-

limpa.html>. Acesso em: 25 nov. 2009.

Realize a experiência que apresentamos nesta aula em sua sala de aula ou apresente a proposta para realizá-la em uma escola de seu município. Relate aqui os resultados alcançados.

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Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 112

Leituras complementares

Figura 4 – Slide da apresentação objetivos do milênio

Fonte: <http://www.ibge.gov.br/7a12/especiais/objetivos_do_milenio/index.htm>. Acesso em: 24 nov. 2009.

No sítio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística), encontramos uma apresentação de slides bastante acessível sobre os Objetivos do Milênio. Você pode exibi-la para os seus alunos na próxima ida à sala de informática. Veja em

<http://www.ibge.gov.br/7a12/especiais/objetivos_do_milenio/index.htm>.

Outra opção é o sítio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) cujo acesso pode ser feito através do endereço <http://www.pnud.org.br/odm/>. Lá, você encontrará informações acerca da evolução do alcance dos Objetivos do Milênio no Brasil e no mundo. Há várias informações de que podemos fazer uso em sala de aula, como, por exemplo, dados sobre a proporção de áreas terrestre cobertas por fl orestas ou sobre a proporção da população com acesso a uma fonte de água tratada.

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Resumo

Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 113

A Agência Nacional de Águas (ANA) publicou o relatório Geo Brasil Recursos Hídricos. É o primeiro de uma série de relatórios temáticos sobre o estado e as perspectivas do meio ambiente no Brasil no âmbito do projeto Geo Brasil. A versão integral do documento está disponível em

<http://www.ana.gov.br/bibliotecavirtual/arquivos/GEO%20Brasil%20Recursos%20H%C3%ADdricos%20-%20Relat%C3%B3rio.pdf>.

Você pode encontrar um resumo desse documento no endereço:

<http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/projetos/Resumo%20executivo.pdf>.

Para saber mais sobre o uso da moringa no tratamento de água, visite

<http://www.sp.senai.br/portal/meioambiente/conteudo/coagulante_moringa.pdf> ou <http://www.gaia-movement.org/fi les/AGM%20Agua%205-7.pdf>.

Também no acervo da TV Escola você vai encontrar as séries “O fi m da água” e “Água, gota da vida” que examina a relação do ser humano com a água no planeta e os esforços para resolver o problema da escassez desse recurso natural. Os episódios podem trabalhados de forma multidisciplinar, com o professor/a de Biologia, Ciências, Sociologia ou mesmo História.

Nesta aula, desenvolvemos a produção de um fi ltro para exercitar o tratamento da água por métodos simples. Apresentamos dados sobre os desafi os das nações do mundo para este milênio e situamos a participação da educação ou do componente educacional no desenvolvimento sustentável. Esperamos que você realize a proposta de atividade presente nesta aula e visite os sítios indicados como leitura complementar.

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Anotações

Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 114

ReferênciasCIÊNCIA à mão. Poluição da água. Disponível em: <http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/exibir.php?midia=ema&cod=_1-28>. Acesso em: 1 dez. 2009;

GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis, 2000.

AutoavaliaçãoReveja os Objetivos do Milênio apresentados nesta aula e avalie como o ensino de Geografi a pode se inserir no esforço para alcançá-los. Como resposta, elabore um plano de aula em que tais objetivos possam ser promovidos em sua sala de aula.

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Anotações

Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 115

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Anotações

Aula 8 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 116

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Bacia hidrográfi ca

9Aula

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Aula 9 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 119

ApresentaçãoNesta aula, conheceremos algumas definições conceituais relativas aos estudos

de hidrografi a e da política brasileira de recursos hídricos, bem como apresentaremos sugestões para promoção de bacias hidrográfi cas no ensino de Geografi a através da produção de maquetes.

ObjetivoAplicar a metodologia do estudo do meio para promoção do ensino/aprendizagem de bacias hidrográfi cas.

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Aula 9 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 120

Região, bacia hidrográfi ca ou rede fl uvial?

Os assuntos relativos à hidrografia têm feito parte do universo de pesquisa e ensino de Geografi a desde muito tempo. Tal como em outras áreas e subáreas do conhecimento, essa especialização da geografi a física sofreu mudanças em seu corpo

teórico e metodológico, fruto do avanço das pesquisas na área, bem como das exigências apresentadas acerca dos problemas relacionados ao meio hídrico, notadamente a poluição e a escassez de água potável.

Entre os diversos temas afetos à hidrografi a, selecionamos bacia hidrográfi ca como objeto desta aula. Esse tema tem sua importância elevada graças ao fato de que a bacia hidrográfi ca é uma das referências espaciais mais consideradas em estudos do meio físico. Ela compõe uma unidade espacial, um sistema aberto em que diversos componentes do meio físico e social se integram. Essa característica tem servido para adoção de bacias hidrográfi cas como base para o planejamento ambiental em escalas local, regional e nacional.

Recentemente, temos verifi cado o uso de um novo termo no âmbito da política brasileira de recursos hídricos, é o de regiões hidrográfi cas. A Resolução n.º 32, de 15 de outubro de 2003, do CNRH (Conselho Nacional de Recursos Hídricos), assim as refi ne:

Considera-se como região hidrográfi ca o espaço territorial brasileiro compreendido por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográfi cas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos (Art. 1º Parágrafo único - Resolução 32/2003/CNRH – grifo nosso).

Regiões hidrográfi cas são, portanto, unidades espaciais para fi ns de planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos brasileiros. Já bacia hidrográfi ca é:

Um sistema que compreende um volume de materiais, predominantemente sólidos e líquidos, próximo à superfície terrestre, delimitando interna e extremamente por todos os processos que, a partir do fornecimento de água na atmosfera, interferem no fl uxo de energia e matéria e de energia de um rio ou de uma rede de canais fl uviais. Inclui, portanto, todos os espaços de circulação, armazenamento, e de saídas da água e do material por ela transportado, que mantém relações com esses canais (RODRIGUES e ADAMI, 2005 p. 147-8).

Essa conceituação é importante para não cairmos no erro de tornar sinônimos os termos região hidrográfi ca, bacia hidrográfi ca e rede fl uvial ou rede de drenagem. Essa última, também denominada rede hidrográfi ca é composta por rios de uma bacia hidrográfi ca interligados hierarquicamente. Portanto, ao tratarmos de bacia hidrográfi ca, estamos nos domínios de um grande leque de ciências, sejam da Terra ou humanas.

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Aula 9 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 121

Assim, no ensino de geografi a em nível fundamental e médio, vamos encontrar no rol de conteúdos relacionados à bacia hidrográfi ca temas desde usinas hidrelétricas, hierarquia fl uvial até populações ribeirinhas.

Em igual medida, variadas são as metodologias e os recursos que podem ser utilizados para o ensino/estudo de bacia hidrográfi ca – desde as fontes bibliográfi cas até a prática de experimentos, monitoramentos, estudo do meio ou uso de audiovisuais diversos (mapas, fotos, imagens, hipertexto e vídeos).

Nas fi guras a seguir, perceba que a diferença entre os conceitos regiões hidrográfi cas e bacias hidrográfi cas pode ser melhor compreendida:

Figura 1 – Regiões hidrográfi cas do Brasil

Fonte: <www.ana.gov.br/SalaImprensa/projetos/Resumo%20executivo.pdf>. Acesso em: 1 dez. 2009.

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Aula 9 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 122

Figura 2 – Bacias hidrográfi cas brasileiras

Fonte: <http://www.scipione.com.br/imagens/Image/Mapa_%281%29.gif>. Acesso em: 1 dez. 2009.

Figura 3 – Aspecto parcial de rede de drenagem, bacia Piranhas-Açu/RN.

Fonte: Foto Sandra Kelly de Araújo.

As três fi guras auxiliam entender os critérios utilizados para defi nição dos conceitos região hidrográfi ca, bacia hidrográfi ca e rede de drenagem: no primeiro exemplo o critério é político-administrativo, já no segundo e terceiro o critério é a abrangência espacial. Atentem que o uso de fi guras, mapas ou ilustrações são indispensáveis para compreensão do tema.

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Aula 9 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 123

Estudando/ensinando bacia hidrográfi ca

O uso de maquetes é apontado como uma importante estratégia para promoção do tema bacia hidrográfi ca. É o que sugere o Portal Ciência na Mão do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) no desenvolvimento da atividade Aprendendo o que é uma bacia hidrográfi ca no Museu Estação Ciência, em:

<http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/exibir.php?midia=lcn&cod=_aprendendooqueeumabaciah>.

O Museu Estação Ciência da USP possui uma representação de bacia hidrográfi ca bastante útil para que os visitantes entendam o signifi cado de uma bacia. Na impossibilidade de visitarmos tal museu, propomos fazer nossa própria representação de uma bacia hidrográfi ca por meio da construção de uma maquete.

Produzimos uma maquete na aula 7 (Ensinando o relevo), da disciplina Instrumentação para o ensino de geografi a I. Em resumo, esses são os materiais e os passos para construção de uma maquete:

Maquetes

Na aula 7 da disciplina Instrumentação para o ensino de geografi a I, abordamos o uso de maquetes no ensino de Geografi a.

Figura 4 – Maquete de uma bacia hidrográfi ca

Fonte: <http://www.watershedactivities.com/projects/fall/media/watershed-diagram-2.jpg>. Acesso em: 1 dez. 2009.

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Aula 9 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 124

Material necessário:

Tesoura, cola, isopor, EVA ou papelão, carta topográfi ca e massa corrida.

Etapas:

1º passo: com base em uma carta topográfi ca, delimitar a área que se deseja representar;

2º passo: definir cotas de altitude que serão representadas verticalmente na maquete;

3º passo: reproduzir as cotas e transpor para o isopor, eva ou papelão;

4º passo: sobrepor as folhas de isopor, EVA ou papelão e colar;

5º passo: fazer o acabamento.

Após a confecção da maquete, os problemas podem ser discutidos em sala de aula:

� Qual o tamanho da bacia hidrográfi ca?

� Uma cadeia de montanhas pode delimitar, ou seja, separar uma bacia hidrográfi ca de outra? Explique.

� Em qual bacia hidrográfi ca está localizada a cidade onde você mora?

� Em que parte do relevo está localizada a nascente de uma bacia hidrográfi ca?

� Como são formados os pequenos rios e os grandes rios de uma bacia hidrográfi ca?

� O que delimita uma bacia hidrográfi ca?

A aplicação dessa atividade possibilita ao aluno visualizar as dimensões de uma bacia hidrográfi ca, seus limites, componentes, hierarquia fl uvial, entre outros temas. É, portanto, uma tecnologia que o professor pode utilizar para tornar concreto e sensorial o tema bacia hidrográfi ca. Bom trabalho!

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Atividade

Aula 9 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 125

Produza uma maquete das bacias hidrográfi cas do Rio Grande do Norte. Para isso, sugerimos a execução das seguintes etapas:

1º Acesse o Mapa das Bacias Hidrográfi cas do Rio Grande do Norte disponível em <http://www.semarh.rn.gov.br/consulta/mapas/mapaRN_AQ_Bacias.jpg>.

Observe que esse mapa não traz a representação do relevo. Por isso, você precisará também do mapa físico do Rio Grande do Norte que está disponível no endereço <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/mapas/rn_mapa.htm>.

2º O Mapa Físico do Rio Grande do Norte possui 4 cotas de altitudes representadas. Elas devem ser reproduzidas no isopor, EVA ou papelão.

Atente para a correspondência entre as escalas dos mapas – isso facilita a sobreposição dos temas (bacias hidrográfi cas e relevo).

3º Agora é a vez da montagem fi nal da maquete: cole os recortes de cotas de altitude.

4º Faça o acabamento fi nal da maquete, localizando as bacias hidrográfi cas, cidades principais e outros temas de seu interesse.

Sugestões

� O IBGE dispõe do Mapa Físico do Rio Grande do Norte em ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas/tematicos/fi sico/RN_fi sico.pdf. Esse mapa pode ajudá-lo a realizar a atividade anterior, já que hidrografi a e relevo estão representados num mesmo mapa. Experimente.

� Visite o sítio da Agência Nacional das Águas (ANA) na internet: <www.ana.gov.br>. A ANA é responsável por implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos no Brasil.

� Secretaria de Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte: no sítio <http://www.semarh.rn.gov.br/>, você pode conhecer a política do estado no âmbito dos recursos hídricos, bem como informações diversas sobre as bacias hidrográfi cas estaduais, inclusive mapas.

� No sítio <http://cartografiaescolar.wordpress.com/maquete>, você obterá mais informações de como construir uma maquete.

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Resumo

Aula 9 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 126

Esta aula abordou o tema bacias hidrográfi cas no ensino de Geografi a e apontou o uso de maquete para a promoção do tema. A maquete é um recurso importante para auxiliar a compreensão de temas relativos ao espaço, pois proporciona a representação dele em 3 dimensões: comprimento, largura e profundidade. Também é tátil e permite ao aluno compreender noções básicas de cartografi a. Propomos a construção de maquete do estado do Rio Grande do Norte com a representação das bacias hidrográfi cas a partir do uso combinado do mapa físico do estado e do mapa de bacias hidrográfi cas. O trabalho é árduo, mas o resultado é extremamente gratifi cante, além de constituir um material para ser usado em longo tempo. Portanto, persistam e bom trabalho!

AutoavaliaçãoA partir do conceito de bacia hidrográfi ca apresentado nessa aula, faça uma breve descrição da bacia hidrográfi ca onde se situa o município que você mora e indique um tema ou problema que poderia ser objeto de uma atividade pedagógica a ser desenvolvida na bacia.

ReferênciasALMEIDA, Rosangela Doin (Org.). Cartografi a escolar. São Paulo: Contexto, 2007.

GOMES, Alisson Leite. Aprendendo o que é uma bacia hidrográfi ca no Museu Estação Ciência. Disponível em: <http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/exibir.php?midia=lcn&cod=_aprendendooqueeumabaciah>. Acesso em: 1 dez. 2009.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Portal do professor. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnicaAula.html?aula=998>. Acesso em: 1 dez. 2009.

RODRIGUES, Cleide; ADAMI, Samuel. Técnicas fundamentais para o estudo de bacias hidrográfi cas. In: DANTAS, Eugênia; BURITI, Iranilson (Org.). Praticando Geografi a: técnicas de campo e laboratório. São Paulo: Ofi cina de Textos, 2005.

TROPPMAIR, Helmut. Metodologias simples para pesquisar o meio ambiente. Rio Claro: UNESP, 1988.

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Anotações

Aula 9 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 127

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Anotações

Aula 9 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 128

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Um pouco mais sobre a Água

10Aula

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Aula 10 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 131

ApresentaçãoA água é um recurso indispensável à vida. Ela participa de diversos processos físicos,

químicos e biológicos que são sustentação da vida na Terra. A despeito disso, somos testemunhas de intensas agressões contra esse recurso natural.

Nesta aula, acrescentaremos mais recursos e metodologias para abordagem do tema água e seus desdobramentos. Para isso, recorreremos ao Portal do Professor e ao Banco de Objetos Educacionais do Ministério da Educação.

Ao fazer isso, estamos reforçando a importância da internet como grande aliada do trabalho docente. É certo que seu acesso não está generalizado e que a exclusão digital atinge elevado índice da população brasileira. Ainda temos limitações relativas à formação do professor/a nessa tecnologia e suas linguagens ou mesmo as limitações relativas ao acesso a equipamentos de informática ou à rede mundial de computadores. De qualquer forma, temos que considerar o esforço do governo federal em equipar as escolas públicas com laboratórios de informática e conectá-las à internet.

Por fi m, lembramos que boa parte dos recursos disponíveis na internet apresentados na disciplina Instrumentação I e II permitem que sejam gravados (através de download) e exibidos sem necessariamente estarmos conectados à internet.

ObjetivosAcessar recursos e atividades sobre a água em sites da internet para promoção do ensino de Geografi a.

Produzir uma aula sobre água e registrá-la no Portal do Professor, do Ministério da Educação.

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Aula 10 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 132

Água no Banco Internacional de Objetos Educacionais

Até dezembro de 2009, o Banco Internacional de Objetivos Educacionais do Ministério da Educação apresentava 364 ocorrências sobre o tema água, sejam vídeos, simulações, animações, áudios, textos ou experiências. Claro que tais recursos têm usos

extremamente diversifi cados e atingem desde a educação infantil até o ensino médio. Mas, entre esses, há muitos recursos dirigidos ao ensino de Geografi a em nível fundamental e médio.

Figura 1 – Ficha resumo do icnográfi co sobre o ciclo da água, usina hidrelétrica e tratamento da água

Fonte: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/5035>. Acesso em: 29 nov. 2009.

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Aula 10 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 133

Ao acessar esse endereço, você encontrará esta informação no fi nal da tela:

Isso indica que o recurso pode ser salvo e executado sem a necessidade de conexão com a internet. Entretanto, para isso é necessário descompactá-lo, já que o arquivo está zipado e utilizar um plugin, um programa específi co onde o arquivo será rodado. Como nem sempre nossas máquinas possuem tal programa é preciso baixá-lo, tal como indica a caixa acima. Provavelmente, esse foi o motivo que impediu que muitos de vocês acessassem os recursos na internet indicados em aulas anteriores – faltava o programa próprio para isso, o tal plugin.

Zipado

Compactado.

Plugin

Na informática, um plugin (também conhecido por plug-in, add-in, add-on) é um programa de computador usado para adicionar funções a outros programas maiores, provendo alguma funcionalidade especial ou muito específi ca. Geralmente pequeno e leve, é usado somente sob demanda, segundo http://pt.wikipedia.org/wiki/Plugin.

Cisternas

Abordamos o programa Um Milhão de Cisternas na aula 10 – De volta ao começo, da disciplina Instrumentação para o Ensino de Geografi a I.

Figura 2 – Tela inicial do icnográfi co Água

Fonte: <http://www.scipione.com.br/agua/>. Acesso em: 29 nov. 2009.

Esse recurso permite a visualização dos temas ciclo da água, funcionamento de uma usina hidrelétrica e de uma estação de tratamento da água de forma dinâmica e ilustrada. Entretanto, o recurso carece de problematização e criticidade – ingredientes que podemos acrescentar a exibição do recurso.

Outro exemplo é o programa radiofônico da Embrapa, Ouvir Ciência – qualidade das águas das cisternas rurais do semi-árido. O programa tem aproximadamente 15 minutos de duração e aborda temas já tratados aqui – cisternas como respostas à falta d’água em comunidades rurais. Veja o resumo do recurso:

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Aula 10 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 134

Fonte: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/10795>. Acesso em: 29 nov. 2009.

Figura 3 – Ficha resumo do programa Ouvir Ciência – qualidade das águas

Água no Portal do ProfessorO Portal do Professor também é uma fonte da qual podemos lançar mão para dinamizar

nossas aulas. Sobre as relações existentes entre água, solo e nutrientes temos o experimento “Salinidade do solo”, do já conhecido programa “Solo na escola” da Universidade Federal do Paraná. O experimento ainda objetiva demonstrar os efeitos tóxicos em plantas na presença de salinidade no solo.

Acesse a fi cha técnica do experimento no endereço:

<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fi chaTecnica.html?id=10155>.

Uma particularidade que diferencia os recursos do Portal do Professor do Banco de Objetos Educacionais é que o Portal admite a inserção de contribuições diretas de professores/as no link sala de aula; para isso, basta se inscrever no portal. Já o banco é alimentado por sugestões de instituições de ensino, pesquisa e organizações.

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Atividade

Aula 10 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 135

Figura 4 – Portal do professor: espaço da aula

Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/espacoDaAula.html>. Acesso em: 29 nov. 2009.

Esta atividade consiste na sua inscrição no Portal do Professor para o registro de uma aula desenvolvida por você no ambiente “Espaço da aula”. Veja como fazer:

1º) Acesse o portal no endereço: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br> para fazer sua inscrição: observe a caixa “área do professor”, no lado superior esquerdo da página:

Veja o ambiente “Espaço da aula” no portal:

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Aula 10 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 136

3º) Ao concluir seu registro, você acessa o ambiente “Espaço da aula” com seus dados de usuário e senha <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/espacoDaAula.html> para registrar/criar sua aula. Para isso, leia as orientações para criar uma aula no link:

2º) Preencha a fi cha de inscrição:

4º) Agora, você está pronto para criar sua aula. Você pode fazer isso de forma individual ou em grupo. Veja:

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Aula 10 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 137

5º) Nesta atividade, vamos optar por “Criar aula individual”: Veja o formulário (observe que o nome Sandra Kelly de Araújo aparece neste exemplo, pois entrei no ambiente como “usuária”).

Agora, é só preencher o formulário online reproduzido a seguir. Ao concluir seu registro, envie o endereço de sua aula para o fórum Portal do Professor criado na sala virtual de nossa disciplina (Moodle acadêmico) para que todos possam conhecê-la.

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Aula 10 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 138

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Resumo

Aula 10 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 139

Nesta aula, reafi rmamos a importância da internet como fonte de apoio para o trabalho docente. Exploramos o Banco Internacional de Objetos Educacionais e o Portal do Professor para sugerir recursos e atividades relativas à promoção do tema água. Por fi m, indicamos sua inscrição no Portal do Professor e solicitamos o registro de uma aula de sua autoria no referido portal.

AutoavaliaçãoO espaço virtual consolida-se como uma extensão da sala de aula, visível mundialmente. Nesta aula, você pôde experimentar tornar-se um produtor de conteúdos para internet através do Portal do Professor. Avalie sua experiência de inscrição no Portal e do registro de sua aula.

ReferênciasARAUJO, Sandra Kelly de. Seridó encantado: promovendo o ensino de geografi a numa perspectiva local. In: DANTAS, Eugênia; BURITI, Iranilson (Org.). Metodologia do ensino e da pesquisa: caminhos de investigação. João Pessoa: Idéia; Campina Grande: EDUFCG, 2008.

CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

MORAN, José M.; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda A. Novas tecnologias e mediação pedagógica.10. ed. São Paulo: Papirus, 2006.

SAMPAIO, Marisa N.; LEITE, Lígia S. Alfabetização tecnológica do professor. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

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Anotações

Aula 10 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 140

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Biodiversidade no ensino de Geografi a

11Aula

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Aula 11 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 143

Apresentação

Há tempos a Ciência tem demonstrado os efeitos já mensuráveis acerca de problemas ambientais que afl igem a humanidade em escala planetária: aquecimento global e perda da biodiversidade, por exemplo. A despeito disso, nesta aula não acresceremos

outros argumentos sobre os problemas ambientais. Nosso propósito é apontar algumas estratégias para tornar conhecidos tais argumentos: como identifi car fontes confi áveis, como realizar um seminário, um debate ou mesmo como organizar uma recepção assistida de conteúdos midiáticos.

Fazendo isso, acreditamos contribuir para autonomia dos alunos em suas tomadas de decisões fundamentadas no conhecimento científi co sobre essa ou aquela prática. Educar é impregnar de sentido a vida cotidiana, já dizia Francisco Gutierréz.

Desejamos a todos bons estudos e afi nco na resolução das atividades propostas.

ObjetivosIdentifi car critérios orientadores de pesquisa na internet.

Utilizar seminários, debates e recepção orientada como estratégias para o ensino de Geografi a.

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Aula 11 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II144

Geografi a em tempos de novas tecnologias de informação e comunicação

2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade. É também uma época de tomada de decisões para diminuir os índices de lançamento de gás carbônico na atmosfera por atividades industriais, reduzir índices de desmatamento, desenvolver tecnologias para diminuição da poluição e para adoção de práticas ao desenvolvimento sustentável. São compromissos assumidos formalmente pelas nações do mundo que se encontram às voltas com problemas ambientais em dimensões mundiais, como é o caso do aquecimento global.

A Ciência apontou os indicadores da crise ambiental mundial alertando o mundo sobre os efeitos do crescimento econômico a qualquer custo. Nós promovemos a Ciência em nossas salas de aula. Na atividade docente, recontamos ou refazemos os caminhos da Ciência de modo a partilhar com nossos alunos as descobertas, os problemas e as esperanças que fundamentarão suas decisões cotidianas.

Pois bem, vamos começar nossa aula falando um pouco sobre tecnologia e o ensino. Acompanhar o volume de informações de interesse para o ensino de Geografi a não tem sido tarefa fácil para o professor. Todos os dias, novos estudos são publicados, novas resoluções são tomadas, novas estratégias são sugeridas, especialmente sobre temas ambientais. Frente a essa profusão de dados e informações, o professor pode indicar atividades de pesquisa bibliográfi ca (sejam em revistas, sítios na internet, relatórios, jornais ou livros, por exemplo) e partilhar com seus alunos a tarefa de promover a atualização do conhecimento nessa área.

No âmbito de novas tecnologias de informação e comunicação, a internet é, de longe, a maior fonte de informações disponível. Entretanto, navegar pela rede exige cuidados para que não tomemos como certas informações equivocadas ou sem embasamento científi co. A par disso, nesta aula, vamos apresentar alguns critérios para seleção de fontes na internet que podemos lançar mão para ensinar/estudar Geografi a e formas de apresentação dos resultados das pesquisas realizadas. Vamos lá?

As fontes O termo “Era de informação” ou “Era de conhecimento” é, comumente, utilizado para

caracterizar o momento histórico atual. Sem dúvida, vivemos um momento sem precedentes quando nos referimos à disponibilidade e acesso de informações. A internet é o melhor exemplo disso são milhares de provedores de conteúdo e milhões de usuários conectados à rede mundial de computadores.

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Aula 11 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 145

Entretanto, há um aspecto que precisa ser considerado: como escolher as fontes que utilizaremos em sala de aula para promoção do ensino? Quais fontes são confi áveis? Quais critérios para avaliá-las?

Para responder a essas perguntas, vamos recorrer à fi cha de critérios para avaliação de sítios na internet criada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC), publicada no livro Ensinar com a internet.

Ficha de avaliação de fontes na internet:

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Google

Para saber mais, acesse: <http://www.google.tl/

advanced_search?hl=pt-PT>.

Aula 11 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II146

Por fi m, apresentamos alguns comandos básicos que nos auxiliam na realização de pesquisas na internet através de buscadores, como o Google.

� [OR] Uma coisa OU outra (palavra1 OR palavra2)

Exemplo: Queimadas ou desmatamento

A lista de ocorrências apresentará uma ou outra opção.

� [ “ ” ] Aspas para buscar frases e sequências de palavras (“palavra1 palavra2, palavra3...”). O Google busca a frase ou a palavra que contenha exatamente o que está entre as aspas

Exemplo: “Ano internacional da biodiversidade”

� [*] O asterisco é uma alternativa nos casos em que você não lembra o nome completo de uma pessoa ou se quer buscar palavras próximas (palavra1 * palavra2):

Exemplo: * de Kyoto

Exemplo: Universidade * semi-árido

No primeiro exemplo, a intenção é localizar ocorrências sobre o Protocolo de Kyoto e, no segundo, a Universidade Federal do Semi-Árido.

� [-] Excluindo palavras da busca (-palavra): Se quiser tirar uma palavra e evitar resultados indesejados, basta colocar o símbolo “menos” (-) antes da palavra, sem espaço.

Exemplo: Desertifi cação –Brasil

Nesse caso, a intenção é encontrar ocorrências sobre desertifi cação executando a palavra Brasil.

� [+] Incluindo na busca palavras ignoradas (+palavra): Você pode também incluir as palavras que o Google normalmente ignora colocando o símbolo “mais” (+) antes da palavra, sem espaço.

Exemplo: Plantas medicinais +Seridó

Nesse caso, a busca será por plantas medicinais incluindo o Seridó.

Ainda há os recursos de pesquisa por certos parâmetros preferenciais, a chamada “pesquisa avançada” que, entre outras facilidades, realiza pesquisa exclusivamente em determinadas línguas, datas ou domínios, como: .gov.br ou .org.br.

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Atividade 1

Aula 11 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 147

Faça alguns testes de busca na internet usando e ignorando os parâmetros e exemplos sugeridos anteriormente. Avalie a efi ciência de sua pesquisa nos dois casos.

Seminário A fi nalidade principal de um seminário é o aprofundamento de um dado tema de interesse

comum entre os participantes. Portanto, é a convergência de ideias entre os expositores ou os grupos de expositores que marcam os objetivos de um seminário.

A seguir, apresentamos algumas orientações metodológicas para realização de um seminário:

1) defi na o tema e os subtemas que serão tratados no seminário;

2) forme os grupos de alunos e distribua entre eles;

3) indique as fontes de pesquisa a que poderão recorrer ou oriente sobre a seleção de fontes, conforme exposto anteriormente;

4) defi na o tempo de exposição de cada grupo;

5) terminadas as apresentações, avalie com os alunos os resultados alcançados.

Page 152: Instrumentação para o Ensino de Geografia II

Aula 11 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II148

Debate O debate se caracteriza pela divergência entre exposições. É, portanto, adequado

para conhecer os confl itos ou as diferenças entre as respostas ou conceitos. Alguns temas abordados no ensino de Geografi a Física são polêmicos e merecem a realização de debates para melhor conhecê-los.

Citamos alguns exemplos: aquecimento global, preservação do meio ambiente, qualidade de vida.

Também a organização de um debate merece atenção do professor. Normalmente, o debate é feito entre dois grupos com a presença de um moderador. Nesse caso, o tempo para exposição de cada grupo deve ser defi nido previamente, bem como o tempo para formular perguntas e dar respostas.

Recepção orientada Os fi lmes, os jornais, as séries de programa na TV são importantes fontes para o ensino

de Geografi a. Entretanto, elas comunicam a perspectiva de seus produtores sobre um dado assunto, sendo, portanto, passível de contestação ou divergência.

Chamamos atenção à atividade que devemos ter quanto aos conteúdos midiáticos. O argumento “disse na televisão”não deve ser tomado como fundamento de nosso trabalho, como algo certo, livre de dúvidas. Também os canais de televisão e seus conteúdos devem ser alvo de nossa crítica, de nossa atenção. Veja o que diz o Módulo Básico de TV e Vídeo, do curso mídias em educação:

É preciso estar criticamente atento a todo e qualquer conteúdo veiculado pelos meios de comunicação de massa (MCM). Consideramos que aqui está um papel fundamental da escola em relação a esses meios de comunicação: a de formar cidadãos críticos, capazes de reelaborar o mundo de informações advindas dos MCM, aqui fi gurando principalmente a televisão.

Fonte: <http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/tv/tv_basico/p_03.htm>. Acesso em: 1 dez. 2009.

Assim, recomendamos a recepção de conteúdos da televisão, fi lmes e outros meio (conteúdos midiáticos) no contexto do planejamento de ensino: vinculada ao alcance de dados objetivos, de certas competências.

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Resumo

Aula 11 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 149

Leituras complementares<Http://www.eci.ufmg.br/cendon/_backup_cendon_old_05_12_2008/disciplinas/acesso/avaliando%20informacoes%20na%20internet.pdf>.

Sobre fontes da internet, acesso o artigo Avaliação de informação de fontes da internet.

<http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/tv/tv_basico/p_01.htm>.

Sobre a relação educação e meios de comunicação, leia o módulo TV e Vídeo do curso mídias na educação.

<http://www.educ.ufrn.br/arnon/artigos.htm>.

Também, vale a pena conhecer a produção do professor Arnon Alberto Mascarenhas de Andrade (UFRN) sobre o tema educação e comunicação.

<http://en.cop15.dk/>.

Para acompanhar resultados da Conferência de Copenhague sobre mudanças climáticas, visite o sítio ofi cial da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

<http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=146>.

No sítio da Secretaria de Biodiversidade e Florestas, do Ministério do Meio Ambiente, você encontrará informações importantes para dinamizar suas aulas sobre a biodiversidade brasileira, inclusive sobre a Caatinga.

Nesta aula, você viu como realizar pesquisa na internet segundo critérios de autoria, credibilidade, conteúdo, navegabilidade e atualidade, e apresentamos alguns comandos para pesquisa em buscadores no ambiente virtual. Também abordamos o seminário e o debate como estratégias de apresentação de resultados de pesquisa. Destacamos para você a necessidade constante de atualização do professor para acompanhar a velocidade em que se processam as informações sobre os temas de interesse da Geografi a, notadamente os relativos ao meio ambiente.

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Aula 11 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II150

Autoavaliação Você está atualizado para falar sobre problemas ambientais mundiais? Então, qual a evolução dos resultados alcançados desde a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (Copenhague, 07 a 09 de dezembro de 2009) e as repercussões para o Brasil?

Para isso, vamos trabalhar como os seguintes parâmetros para pesquisa na internet:

1) Conferência de Copenhague +Brasil

2) Ocorrências vistas no último mês (use o link “pesquisa avançada” que aparece no lado esquerdo da caixa de busca).

� E submeter os resultados da pesquisa aos critérios apontados na fi cha de avaliação de fontes da internet apresentada nesta aula.

ReferênciasALVES, Glória da A.; CUSTÓDIO. Pesquisa bibliográfi ca e fonte de dados. In: Praticando Geografi a: técnicas de campo e de laboratório. São Paulo: Ofi cina de Textos, 2005.

ANDRADE, Arnon de. Novas tecnologias? Disponível em: <http://www.educ.ufrn.br/arnon>. Acesso em: 1 dez. 2009.

CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: refl exões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

CENPEC. Ensinar com Internet: como enfrentar o desafi o. São Paulo: CENPEC, 2006. v 5 (Coleção EducaRede: Internet na escola, 2).

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Anotações

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Anotações

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Geografi a, simples assim

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ApresentaçãoNesta aula, vamos abordar as possibilidades de ensinar Geografia utilizando as

informações vindas do ambiente escolar, do bairro ou do município onde a escola se localiza.

A estratégia apresentada nessa última aula da disciplina Instrumentação para o Ensino de Geografi a II objetiva apoiar o desenvolvimento do ensino de Geografi a numa perspectiva local. São alternativas que podemos dispor que se encontram bem perto de nós: o rio, o açude, a represa, a praia, a velha casa, o pátio da escola, o antigo morador, o novo morador, o estrangeiro, o empresário, o feirante, o agricultor, a salineira, o pecuarista, a benzedeira, o quintal, a mercearia, o supermercado, a serra, a marcenaria, a estação de tratamento de lixo ou água, o hospital, a biblioteca, a antiga professora, o céu na noite escura, a Lua, o bairro periférico, o centro da cidade.

Estamos convencidos de que a Geografi a está bem perto de nós. Basta observarmos ao redor e buscarmos as possibilidades que o ambiente oferece. Essa será a última empreitada de nossa disciplina e é uma resposta sobre as alternativas que o espaço local oferece ao ensino de Geografi a. Vamos lá?!

ObjetivoIdentifi car recursos didáticos, em nível local, para apoiar o ensino de Geografi a.

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Geografi a, simples assim

Somos portadores de conhecimentos, de saberes frutos das relações sociais e das relações com o ambiente onde vivemos. Na interação como o espaço e com os outros, construímos um repertório próprio sobre o ambiente que nos rodeia e sobre a sociedade

na qual estamos inseridos.Confrontar esse conhecimento – comum, consensual, senso comum – com a Ciência é nossa tarefa docente. Desse confronto ou encontro esperamos que a aprendizagem se concretize. Assim, ao afi rmar que o ensino deve levar em conta o conhecimento prévio do aluno, estamos criando condições para que esse conhecimento se manifeste e, a seguir, através de nossa mediação, que possa se ampliar.É nessa perspectiva que apresentamos o “mapa de oportunidades”, onde esse conhecimento e outros que nos rodeiam possam ser identifi cados.

Mapa de oportunidadesEste é um levantamento das oportunidades que seu município possui que pode apoiar o

ensino de Geografi a. A ideia é identifi car tais oportunidades, listá-las, agrupá-las e caracterizá-las. Você verá que há mais recursos que você imagina:

Recursos materiais

Livros, mapas, objetos técnicos, fi tas de vídeo e DVD são alguns dos recursos que podem existir à sua disposição. Alguns exemplos são os livros didáticos do Programa Nacional do Livro Didático, o acervo da TV Escola e as coleções DVD Escola I e II disponíveis na telessala de sua escola, o laboratório de informática e a mapoteca.

Figura 1 – Acervo Programa Nacional do Livro Didático

Fonte: <http://portal.mec.gov.br/img/2008/pnld2011.jpg>. Acesso em: 7 dez. 2009.

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Aula 12 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 157

PessoasSomos portadores de conhecimentos sobre a Geografi a advindos da profi ssão que

exercemos, dos lugares que visitamos, da observação das mudanças do espaço em que vivemos.Tivemos oportunidade de apresentar a entrevista como um recurso de ensino para conhecer a sabedoria popular com relação aos temas clima e vegetação. Identifi que pessoas que podemos contar para auxiliar em nossas aulas.

Lugares

O mercado público, a estação de tratamento d’água, o rio, o açude, a represa, a praia, o sítio, a serra, a reserva, a praça, o pátio da escola, a feira livre são lugares onde podemos praticar Geografi a. Para orientar atividades de visitação a esses lugares, apresentamos o estudo do meio como uma metodologia na Aula 6 desta disciplina (Mato e gente).

Figura 2 – Residência rural no distrito de Laginhas, Caicó/RN.

Fonte: Foto de Alan de Araújo Roque.

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Instituições

As instituições governamentais ou mesmo as particulares, como empresas, são fontes para o ensino de Geografi a. É o caso dos escritórios do IBAMA, por exemplo, da EMPARN, da CAERN ou mesmo a Prefeitura Municipal. Também uma empresa mineradora, agrícola, pecuarista, uma cerâmica ou uma indústria.

Figura 3 – Estação Climatológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Fonte: <http://www.cchla.ufrn.br/estacao/index/fotos/estacaoclimatologica.JPG>. Acesso em: 1 dez. 2009.

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Atividade

Aula 12 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 159

Mapeando oportunidadespara o ensino de Geografi a

Recurso Caracterização Fazendo contato

1. DVD Escola* Duas coleções do programa DVD Escola, com 50 DVD cada.

Disponível no NTE/CEJA, Caicó.Falar com o prof. Luiz de França.

2. Manuel Priquitinho* Raizeiro. Profundo conhecedor das plantas nativas da Caatinga.

Todos os sábados na feira livre de Caicó.

3.

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* Exemplos.

Preencha o quadro acima com informações relativas ao município que você reside ou trabalha. Amplie ou adapte o quadro, se preferir.

SistematizandoO quadro a seguir representa um esforço de sistematização das informações coletadas.

Você pode adaptá-lo segundo suas necessidades:

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Palavras fi naisAo escrever sobre Seridó Encantado - ensino de Geografi a numa perspectiva local,

afi rmamos:

Em 1994, fui surpreendida ao encontrar um bando de macacos-pregos a 30 km de Caicó. É, possivelmente, uma população que resiste à pressão de caça e à escassez de alimentos pela perda progressiva de seu habitat natural para pecuária, agricultura, extração vegetal para produção de lenha e carvão. Não menos surpresa fi quei ao conhecer “mão fechada”, uma pteridófi ta que ocorre em altitudes superiores em serras da região.Durante anos, em aulas de Geografi a que ministrei, reafi rmei que a vegetação muda com a altitude. Tão perto de mim, oculta sob o véu de meu desconhecimento, brotam nas serras de São Bernardo, Formiga ou Estreito, espécies da fl ora que parecem caracterizar reminiscências dos chamados brejos de altitude, cuja referência, como exemplo, oportunizaria a aproximação da teoria ministrada em sala de aula. Registro o encontro – “É uma mão fechada”, respondeu uma senhora quando indaguei a moradores do sítio Alegre (Caicó, RN) sobre uma planta desconhecida por mim, cujo exemplar havia recém coletado da serra da Formiga. “O chá serve para tudo”, acrescentou (ARAÚJO, 2008, p. 172-173). Em síntese, devemos ter uma atitude de aprendizagem permanente. Só assim poderemos exercem nossa profi ssão com sensibilidade e competência.

Pteridófi ta

grupo que reúne as avencas, samambaias e

cavalinhas.

Figura 4 – Mão fechada

Fonte: Foto de Sandra Kelly de Araújo.

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Resumo

Aula 12 Instrumentação para o Ensino de Geografi a II 161

Nessa aula, tratamos dos recursos disponíveis para o ensino de Geografi a. São fontes materiais, humanas, imateriais e instituições que podemos lançar mão para lecionar Geografi a. Propomos a identifi cação e caracterização dessas fontes compondo um mapa de oportunidades para o ensino de Geografi a. Bom trabalho!

AutoavaliaçãoA partir do que você estudou nesta aula, elabore um plano de aula, usando os recursos que você identifi cou no seu mapeamento de oportunidades. Defi na todas as etapas do planejamento de ensino: objetivos, conteúdos, recursos, metodologia e avaliação.

ReferênciasARAÚJO, Sandra Kelly de. Seridó encantado: promovendo o ensino de geografi a numa perspectiva local. In: DANTAS, Eugênia; BURTI, Iranilson. Metodologia do ensino e da pesquisa: caminhos de investigação. João Pessoa: Idéia; Campina Grande: EDUFCG, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental: Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 2001.

FAZENDA, Ivani (Org.). Didática e interdisciplinaridade. São Paulo: Papirus, 2002.

KIMURA, Shoko. Geografi a no ensino básico. São Paulo: Contexto, 2008.

MASSETO, Marcos T. A aula como centro. São Paulo: FTD, 1997.

PONTUSCHKA, Nídia N.; PAGANELLI, Tomoko I.; CACETE, Núria H. Para ensinar e aprender geografi a. São Paulo: Cortez, 2007.

VESENTINI, José William (Org.). Geografi a e ensino: textos críticos. Campinas: Papirus, 1995.

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Anotações

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Esta edição foi produzida em mês de 2012 no Rio Grande do Norte, pela Secretaria de Educação a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (SEDIS/UFRN). Utilizando-se Helvetica Lt Std Condensed para corpo do texto e Helvetica Lt Std Condensed Black títulos e subtítulos sobre papel offset 90 g/m2.

Impresso na nome da gráfi ca

Foram impressos 1.000 exemplares desta edição.

SEDIS Secretaria de Educação a Distância – UFRN | Campus UniversitárioPraça Cívica | Natal/RN | CEP 59.078-970 | [email protected] | www.sedis.ufrn.br

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