INTEGRACAO IV - Projeto Básico de Trocador de Calor

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  • BRUNO DE BRITO BELLO

    LEONARDO LUIZ LORENZ

    PEDRO JOS LANTIN

    Orientadores: FERNANDA DE CASTILHOS

    CARLOS GONTARSKI

    Disciplina: INTEGRAO IV

    PROJETO BSICO DE UM TROCADOR DE CALOR

    Curitiba

    14 de Dezembro de 2011

  • Sumrio LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... 1

    LISTA DE TABELAS .......................................................................................... 2

    1. OBJETIVO .................................................................................................. 3

    2. INTRODUO ............................................................................................ 3

    2.1. Trocador de calor de Duplo Tubo .......................................................... 4

    2.2. Trocador de Calor de Placas ................................................................. 4

    2.3. Trocador de Calor de Casco e Tubos ................................................... 5

    3. EQUAES BSICAS ............................................................................... 6

    4. CONSIDERAES INCIAIS ..................................................................... 10

    5. DIMENSIONAMENTO BSICO DO TROCADOR DE CALOR ................. 10

    5.1. Obteno da Vazo Mssica de gua ................................................ 11

    5.2. Definindo o Trocador de Calor ............................................................ 12

    5.3. Clculo do Coeficiente Global de Troca Trmica da Superfcie Limpa (U0) 12

    5.4. Clculo do Coeficiente Global de Troca Trmica da Superfcie com Incrustaes ................................................................................................. 13

    5.5. rea de Troca Trmica ........................................................................ 13

    5.5.1. Temperatura Mdia Logartmica ................................................... 13

    5.5.2. Fator de Correo da Geometria do Trocador. ............................. 14

    5.6. Clculo do Nmero de Tubos e Dimetro do Casco ........................... 14

    5.7. Relao Entre as Dimenses e Nmero de Chicanas ........................ 15

    5.8. Clculos Iterativos ............................................................................... 16

    5.8.1. Coeficiente Convectivo para a Nafta (hi) ...................................... 17

    5.8.2. Coeficiente Convectivo para a gua ............................................. 18

    5.8.3. Comprimento do Trocador ............................................................ 20

    5.8.4. Espaamento entre as Chicanas (B) ............................................ 21

    5.8.5. Perda de Carga ............................................................................ 21

    5.8.6. Resultado Final do Processo Iterativo .......................................... 22

    6. CONCLUSO ........................................................................................... 24

    7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................... 25

    8. ANEXO FOLHA DE DADOS DO TROCADOR DE CALOR DE CASCO E TUBOS ............................................................................................................. 26

  • 1

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1. Trocador de calor de tubos concntricos (tubo duplo). Em (a) o

    arranjo em correntes paralelas, j em (b) o fluxo se d em correntes

    contrrias............................................................................................................ 4

    Figura 2. Exemplo de trocador de calor de placas. ............................................ 5

    Figura 3. Trocador de Casco e Tubos.. .............................................................. 5

    Figura 4. Trocadores de casco e tubo com: (a) um passe no casco e um passe

    nos tubos operando em contracorrente, (b) um passe no casco e dois passes

    nos tubos, (c) dois passes no casco e quatro passes nos tubos.. ...................... 6

    Figura 5. Fator de correo para um trocador de calor casco e tubos com um

    passe no casco e mltiplos de dois passes no tubo ........................................... 8

  • 2

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1. Resistncias Incrustao Para os Fluidos: gua e Nafta. ............... 9

    Tabela 2. Dados Operacionais e Propriedades dos Fluidos ............................ 10

    Tabela 3. Estimativas Iniciais dos Coeficientes Convectivos ........................... 12

    Tabela 4. Nmero de Tubos e Dimetro do Casco .......................................... 15

    Tabela 5. Dados Iniciais do Trocador Para Realizao do Processo Iterativo . 16

    Tabela 6. Parmetros para o Clculo de hi. ..................................................... 18

    Tabela 7. Coeficiente Convectivo da Transferncia de Calor Dentro dos Tubos

    (hi). ................................................................................................................... 23

    Tabela 8. Resultados do Clculo Iterativo do Coeficiente Convectivo de

    Transferncia de Calor no casco (h0). .............................................................. 23

    Tabela 9. Resultados do Clculo Iterativo para Obter o Coeficiente Global de

    Troca Trmica (Uf). ........................................................................................... 23

    Tabela 10. Resultados do Clculo Iterativo das Perdas de Carga no Casco e

    nos Tubos......................................................................................................... 23

  • 3

    1. OBJETIVO

    A energia representa grande parte dos custos de operao de uma

    instalao industrial. O uso desta energia est diretamente ligada eficincia

    dos equipamentos de transferncia de calor quanto ao projeto e a operao.

    Neste contexto este trabalho visa:

    Efetuar o dimensionamento bsico de um trocador de calor do tipo casco

    e tubos, levando em conta os processos de incrustao.

    2. INTRODUO

    O processo de troca trmica entre dois fluidos que esto a diferentes

    temperaturas e separados por uma parede slida ocorre em muitas aplicaes

    de engenharia. O dispositivo utilizado para promover uma transferncia de

    calor eficiente de um meio para outro denominado trocador de calor. Em

    virtude das muitas aplicaes em engenharia, o estudo e o desenvolvimento

    dos trocadores de calor tem uma longa histria e ainda hoje objetiva-se

    desenvolver novos mtodos em virtude da crescente necessidade em

    minimizar gastos energticos. O objetivo deste trabalho acadmico observar

    os parmetros que atuam significativamente nas trocas trmicas e, a partir da,

    efetuar o projeto bsico de um destes equipamentos.

    Em um trocador de calor, os meios podem estar separados por uma

    parede slida (para que no ocorra mistura) ou ainda podem estar em contato

    direto. Estes dispositivos so normalmente utilizados em processos com a

    finalidade de aquecer ou resfriar determinado fluido de interesse. Esses

    equipamentos so amplamente utilizados em aquecedores, refrigerao,

    condicionador de ar, usinas de gerao de energia, plantas qumicas, plantas

    petroqumicas, refinarias de petrleo, processamento de gs, tratamento de

    efluentes, etc. (RODRIGUES, 2010).

    Para obter maior eficincia, e consequente otimizao dos gastos

    energticos, os trocadores de calor so projetados para maximizar a rea

    superficial de contato entre os fluidos, alm de minimizar a resistncia ao fluxo

    atravs do trocador. O desempenho do equipamento tambm pode ser afetado

  • 4

    pela presena de chicanas ou ondulaes nos tubos, aumentando o fluxo ou

    induzindo turbulncia. (GENEROSO, 2009).

    Trocadores de calor so normalmente classificados de acordo com o

    arranjo do escoamento e o tipo de construo. Uma classificao

    primria os trocadores realizada a partir do regime de fluxo. No caso

    das correntes paralelas (co-corrente), os fluidos, quente e frio, escoam

    no mesmo sentido e saem pela mesma extremidade. J para aqueles de

    correntes em sentidos opostos (contracorrente) os fluidos entram no

    equipamento em extremidades opostas, escoam em sentidos opostos e

    saem na extremidade oposta (INCROPERA et al, 2003). Quanto ao tipo

    de construo, segundo GENEROSO (2009), destacam-se:

    Tubo Duplo

    Placas

    Casco e Tubos

    2.1. Trocador de calor de Duplo Tubo

    Este o tipo de trocador mais simples, neste aparato os fluidos quente

    e frio movem-se no mesmo sentido ou em sentidos contrrios em uma

    construo de tubos concntricos (INCROPERA, et al, 2003). O trocador de

    duplo tubo apresentado na Figura 1, nele um fluido escoa por um tubo interno

    e o outro pelo espao anular. A troca de calor ocorre atravs do aquecimento

    ou resfriamento da parede do tubo interno.

    Figura 1. Trocador de calor de tubos concntricos (tubo duplo). Em (a) o arranjo em correntes

    paralelas, j em (b) o fluxo se d em correntes contrrias. Fonte: INCROPERA et al, 2003, p.

    453.

    2.2. Trocador de Calor de Placas

  • 5

    O termo trocador de calor a placas e a sigla PHE (plate heat

    exchanger) so normalmente usados para representar o tipo mais comum de

    trocador a placas: o trocador de calor a placas com gaxetas. Entretanto,

    existem ainda outros tipos menos comuns de trocadores a placas, como o

    espiral ou o de lamela. Em todos eles, os fluidos escoam por estreitos canais e

    trocam calor atravs de finas chapas metlicas (GUT, 2003). A figura 2

    apresena este equipamento.

    Figura 2. Exemplo de trocador de calor de placas. Fonte: GUT, 2002.

    2.3. Trocador de Calor de Casco e Tubos

    Outra configurao comum e objeto de estudo deste trabalho o

    trocador de casco e tubo. Este tipo de trocador composto por um casco

    cilndrico contendo um conjunto de tubos, colocados paralelamente ao eixo

    longitudinal do casco (Figura 3). Nele, um fluido passa no interior destes tubos

    enquanto o outro forado a escoar atravs da carcaa.

    Figura 3. Trocador de Casco e Tubos. Fonte: GENEROSO, 2009.

  • 6

    Formas especficas deste trocador de calor diferem quanto ao nmero

    de passes no casco e tubo. A forma mais simples que envolve apenas um

    passe no tubo e no casco apresentada na Figura 4a. Alm disso, chicanas

    so frequentemente instaladas com o objetivo de aumentar o coeficiente de

    conveco do fluido do lado do casco pela induo de turbulncia

    (INCROPERA et al, 2003). Trocadores de calor com um passe no casco e dois

    passes nos tubos e com dois passes no casco e quatro passes nos tubos so

    mostrados nas figuras 4b e 4c. A seguir ser feito o dimensionamento bsico

    do dispositivo apresentado na figura 4b.

    Figura 4. Trocadores de casco e tubo com: (a) um passe no casco e um passe nos tubos operando em contracorrente, (b) um passe no casco e dois passes nos tubos, (c) dois passes

    no casco e quatro passes nos tubos. Fonte: PINHEIRO, 2011.

    3. EQUAES BSICAS

    Uma parte essencial da anlise e projeto de qualquer trocador de calor

    a determinao do coeficiente global de troca trmica. Este definido em

    termos das resistncias associadas as trocas de calor (conduo ou

  • 7

    conveco) impostas pelos fluidos ou pelos materiais de construo do

    equipamento. Tambm este o primeiro passo para o dimensionamento do

    equipamento. Matematicamente a troca de calor em trocadores dada pela

    Equao 1.

    (1)

    Onde:

    q a quantidade de calor transferida.

    A a rea de troca trmica.

    Uf o coeficiente global de transferncia de calor (considerando

    incrustaes).

    a diferena de temperatura mdia logartmica nas extremidades

    do trocador, caso o escoamento fosse verdadeiramente em

    contracorrente.

    F corresponde a um fator de correo da geometria do equipamento

    analisado em comparao com o regime contracorrente (os dados de F

    so obtidos atravs de expresses e, para os tipos mais comuns de

    trocadores, estes valores podem ser encontrados em tabelas e grficos)

    Alm disso, sabe-se que a quantidade de calor transferido (q) funo

    das vazes de escoamento (m) e de propriedades fsico-qumicas dos fluidos

    (densidade, cp) alm da rea de seo transversal do escoamento. Com isso,

    outra forma de clculo do calor trocado a Equao 2.

    (2)

    Neste caso, o termo de diferena de temperatura refere-se a cada fluido.

    No caso do fluido quente este cede calor enquanto o fluido frio recebe esta

    energia. A partir de agora usaremos o subscrito c para indicar propriedades

    do fluido frio e o subscrito h quando tratar-se do fluido quente, obtendo assim

    as equaes 3 e 4.

    (3)

    (4)

  • 8

    A diferena de temperatura mdia logartmica obtida a partir das

    expresses 5, 6 e 7. Onde e so as diferenas de temperatura nas

    extremidades do trocador caso o escoamento ocorresse puramente em regime

    contracorrente.

    (5)

    (6)

    (7)

    O fator de correo F pode ser estimado atravs das equaes (8) e (9)

    e com o auxlio da Figura 5.

    (8)

    (9)

    Figura 5. Fator de correo para um trocador de calor casco e tubos com um passe no casco e mltiplos de dois passes no tubo. Fonte:

    http://www.dequi.eel.usp.br/~tagliaferro/Material%20do%20fator%20F.pdf

    O coeficiente global de troca trmica, para um trocador de calor de

    casco e tubos dado em funo das resistncias conduo (Lei de Fourier) e

    conveco alm das caractersticas construtivas do equipamento. A deduo

    formal da equao 10 pode ser encontrada em INCROPERA et al (2003) p.

    454.

  • 9

    (10)

    Para TONIN (2009) Os problemas relacionados ao processo de

    incrustao em trocadores de calor so conhecidos. Embora para os projetos

    destes trocadores sempre existam mtodos disponveis para reduzir este

    problema, a incrustao sempre estar presente. Na fase de projeto de um

    trocador de calor, a seleo de fatores de incrustao sempre uma deciso

    importante a ser tomada. A fixao da resistncia da incrustao pode

    obscurecer completamente todas as outras resistncias trmicas e determinar

    o tamanho do equipamento. Os fatores de incrustao tm sido determinados

    pelo consenso de pessoas experientes e recomendados geralmente pela

    Tubular Exchanger Manufactures Association, TEMA (1978). Estes fatores

    podem ser selecionados conhecendo-se a natureza dos fluidos e as

    temperaturas das duas correntes. Seus valores representam valores fixos da

    resistncia trmica da incrustao a ser usada no projeto e so apresentados

    por KAKA (p.301). A equao 11 apresenta uma forma prtica de correo do

    coeficiente global inicialmente obtido. Para os fluidos nafta e gua os

    parmetros tabelados so exibidos na tabela 1.

    (11)

    Tabela 1. Resistncias Incrustao Para os Fluidos: gua e Nafta.

    Fluido Ri [m.K/W]

    gua 0,000352

    Nafta pesada 0,000176

    De acordo com TONIN (2009) deve-se levar em conta fatores de

    incrustao no projeto de um equipamento de troca trmica. A no utilizao

    destes fatores pode levar a um resultado desastroso, fazendo com que o

    trocador projetado no atenda as necessidades da planta, pois, o processo de

    incrustao traz como consequncias:

    Queda da efetividade trmica do trocador.

  • 10

    Diminuio do Dimetro Hidrulico (com a reduo da seo

    transversal).

    Aumento da perda de presso atravs do equipamento.

    Reduo do perodo de operao (necessidade de limpezas peridicas).

    J a rea de troca trmica ao longo do tubo dada pela equao 12.

    (12)

    4. CONSIDERAES INCIAIS

    As anlises realizadas para o dimensionamento do trocador de calor

    apresentadas na sequncia so baseadas nas seguintes consideraes:

    A transferncia de calor com o ar ambiente desprezvel (equipamentos

    adiabticos).

    Os fluidos no mudam de fase e seus calores especficos so

    constantes ao longo do trocador.

    O coeficiente global de transferncia de calor entre as correntes

    constante ao longo do trocador de calor.

    A temperatura do fluido em cada corrente uniforme em qualquer seo

    transversal na direo do escoamento.

    5. DIMENSIONAMENTO BSICO DO TROCADOR DE CALOR

    Para o projeto de um equipamento de troca trmica deve-se conhecer as

    condies de operao, os fluidos usados e suas propriedades. Estes

    parmetros so apresentados na Tabela 2.

    Tabela 2. Dados Operacionais e Propriedades dos Fluidos

    FLUIDO QUENTE h FLUIDO FRIO c

    Fluido Nafta Fluido gua

    mh [kg/s] 100 mc [kg/s] -

    Th1 [C] 110 Tc1 [C] 20

  • 11

    Th2 [C] 93 Tc2 [C] 40

    Ph1 [kPa] 300 Pc1 [kPa] 30

    Ph1 [mmHg] 2250,185 Pc1 [mmHg] 225,0185

    [kg/m] 788,30084 [kg/m] 1004,258

    Cp [J/kgC] 2260,872 Cp [J/kgC] 4177,011

    [Pa.s] 7,90E-04 [Pa.s] 7,91E-04

    K [W/m.K] 0,15 K [W/m.K] 0,6

    Na tabela, os subscritos 1 e 2 referem-se respectivamente entrada

    e sada do trocador de calor. As propriedades densidade, Cp, Viscosidade e

    condutividade foram estimadas na temperatura mdia do fluido. No caso da

    gua, para o clculo de e Cp foram utilizados polinmios fornecidos por

    KORETSKY (2007).

    5.1. Obteno da Vazo Mssica de gua

    Note que a Tabela 2 no apresenta o valor da vazo mssica de gua.

    Para determinar este valor faz-se uso das equaes (3) e (4). Desprezando as

    perdas para o ambiente, conforme dito nas consideraes iniciais, temos que o

    calor cedido pela nafta deve ser numericamente igual ao calor recebido pela

    gua. Deste modo, temos:

    (13)

    Substituindo os valores de projeto e as propriedades na temperatura

    mdia o valor de vazo mssica necessria para a efetiva troca de calor

    determinado a partir da equao 13, conforme abaixo.

    Com as mesmas informaes possvel verificar a quantidade de calor

    transferido, ou seja:

  • 12

    5.2. Definindo o Trocador de Calor

    Nesta etapa do projeto necessrio a definio do tipo e do arranjo do

    trocador de calor. O equipamento projetado ter as seguintes caractersticas:

    TIPO: Casco e Tubos.

    1 Passe pelo Casco (Tipo E de acordo com especificaes da

    TEMA).

    2 Passes pelos Tubos.

    Arranjo Triangular dos tubos com espaamento pt = 1,25

    Com Chicanas.

    Material dos Tubos: AISI 304 (ktubos= 20 W/mK)

    Material do Casco: AISI 304.

    Tubos de 1, BWG 18, com di = 22,91 mm e d0= 25,4 mm (fonte:

    KAKA, p.290).

    5.3. Clculo do Coeficiente Global de Troca Trmica da Superfcie

    Limpa (U0)

    A partir da equao 10, temos:

    (10)

    Os coeficientes da troca trmica convectiva (h) no so determinados.

    Para um clculo inicial esses valores foram estimados com base nas

    informaes de KAKA p.301.

    Tabela 3. Estimativas Iniciais dos Coeficientes Convectivos

    Fluido h [W/mC]

    gua 6250

    Nafta 2000

    A partir dos dimetros comerciais dos tubos, condutividade do ao AISI

    304 e das estimativas apresentadas na Tabela 3, usando a equao 10 o valor

    do coeficiente global de troca trmica para a parede limpa determinado.

  • 13

    5.4. Clculo do Coeficiente Global de Troca Trmica da Superfcie

    com Incrustaes

    Para obter o novo coeficiente com a correo de incrustao usa-se a

    equao 11 e as resistncias apresentadas na Tabela 1.

    (10)

    5.5. rea de Troca Trmica

    Isolando o termo da rea da equao (1), temos:

    (1)

    (14)

    Logo, ser necessria a obteno dos termos F e Tml para o uso da

    equao (14).

    5.5.1. Temperatura Mdia Logartmica

    Com base nas equaes (5), (6) e (7), temos:

  • 14

    5.5.2. Fator de Correo da Geometria do Trocador.

    Este fator determinado a partir das equaes (8) e (9)

    Uma vez determinado o par (P,R) com a curva correspondente na Figura

    5 chega-se a:

    Neste momento temos todas as condies necessrias para a

    determinao da rea de troca trmica atravs da equao (14). Substituindo

    os valores, chega-se a:

    5.6. Clculo do Nmero de Tubos e Dimetro do Casco

    A partir da equao (12) temos:

    (12)

    Escrevendo a equao acima isolando a incgnita da equao obtm-

    se:

    Uma vez definido o dimetro externos dos tubos (1) e a rea preciso

    uma estimativa inicial de L (comprimento dos tubos). Foi utilizada uma

    estimativa inicial de 4 metros. Sendo assim chega-se ao nmero de tubos

    necessrios:

  • 15

    Com a tabela fornecida por KAKA (p. 295) o nmero de tubos

    aproximado para o valor superior mais prximo ao determinado acima

    respeitando a condio de pt=1,25 e d0=1, dois passes pelos tubos e arranjo

    triangular. A tabela 4 apresenta os valores encontrados:

    Tabela 4. Nmero de Tubos e Dimetro do Casco

    Nmero de Tubos 232

    Dimetro do Casco [pol] 23,25

    Dimetro do Casco [m] 0,59055

    5.7. Relao Entre as Dimenses e Nmero de Chicanas

    KAKA (2002) prope as condies abaixo devem ser respeitadas no

    projeto de trocadores de calor do tipo casco e tubo:

    (A)

    (B)

    (C)

    onde: D0 o dimetro do casco, pt refere-se ao espaamento entre os tubos no

    arranjo triangular e B corresponde ao espaamento entre as chicanas.

    Verificao da condio (A):

    Verificao da condio (B)

    Verificao da condio (C)

    Para a anlise desta condio preciso primeiro determinar a

    quantidade de chicanas no trocador de calor. Ser a partir da relao (C) que

    este dado ser obtido. Uma vez que o dimetro do casco possvel encontrar

  • 16

    o intervalo do nmero de chicanas apropriadas que tornam a condio (C)

    verdadeira. Fazendo isto, chega-se a:

    onde NB indica o nmero de chicanas.

    As chicanas so projetadas para suportar o feixe de tubos e promover

    uma maior eficincia de troca trmica por proporcionar uma maior turbulncia

    no escoamento. Por este motivo definiu-se o nmero de chicanas na

    construo do trocador igual ao valor mximo possvel, ou seja, NB = 15. Sendo

    assim o espaamento na estimativa inicial obtido com o auxlio da equao

    (15). Posteriormente ser verificada se a perda de carga no equipamento est

    em nveis aceitveis pois, quanto maior o nmero de chicanas maior tambm

    ser a queda de presso.

    (15)

    5.8. Clculos Iterativos

    A Tabela 5 resume os dados apresentados at agora. A partir deste

    momento ser necessria a realizao de clculos iterativos a fim de

    determinar as dimenses finais do equipamento projetado.

    Tabela 5. Dados Iniciais do Trocador Para Realizao do Processo Iterativo

    TIPO DO TROCADOR CASCO E TUBOS - E 2 PASSES PELOS TUBOS

    Tubos Fluido Quente Nafta

    Casco Fluido Frio gua

    Vazo do Fluido Quente Mh [kg/s] 100,00

    Vazo do Fluido Frio Mc [kg/s] 46,01

    Calor Transferido q [kW] 3843,48

    Coeficiente Global Uf [W/mC] 764,632

    Coeficiente Convectivo gua h0 [W/mC] 6250

    Coeficiente Convectivo Nafta hi [W/mC] 2000

  • 17

    rea de Troca Trmica A [m] 72,49

    Comprimento dos Tubos L [m] 4,00

    Nmero de Tubos NT 232

    Dimetro do Casco Ds [m] 0,5906

    Dimetro do Tubo D0 [m] 0,0254

    Nmero de Chicanas NB 15

    Espaamento entre Chicanas B [m] 0,25

    Os valores destacados da tabela 5 fazem parte da estimativa inicial e

    sero variados durante o processo iterativo. J os demais parmetros sero

    mantidos constantes at a obteno do resultado final.

    5.8.1. Coeficiente Convectivo para a Nafta (hi)

    Existem diversas correlaes para a determinao de hi. KAKA (2002)

    apresenta diversas equaes que possibilitam o clculo do coeficiente

    convectivo. Para a escolha de uma equao adequada se faz necessria a

    avaliao dos adimensionais de Reynolds (Re, equao 16), Prandtl (Pr,

    equao 17). Com isto aplicada uma equao para o clculo do nmero de

    Nusselt (Nu, equao 17) e, a partir da equao 18 obtm-se o valor de hi.

    Clculo de Re

    (16)

    Clculo de Pr

    (17)

    Clculo de Nu

    (18)

    Onde:

    (19)

  • 18

    Observao: as equaes 18 e 19 podem ser aplicadas para 2300 < Re < 5.106

    e 0,5 < Pr < 2000.

    Substituindo os valores obtidos com (16), (17) e (19) na equao (18) o

    valor de Nusselt determinado. Atravs da equao (20) o termo hi obtido.

    Os resultados numricos so apresentados na Tabela X.

    (20)

    Tabela 6. Parmetros para o Clculo de hi.

    Re Pr f Nu hi [W/mK]

    3,03E+04 11,907259 0,00589446 263,4617 1724,91838

    3,03E+04 11,907259 0,00589446 263,4617 1724,91838

    5.8.2. Coeficiente Convectivo para a gua

    Na obteno de h0 (coeficiente convectivo para a gua), os mesmos

    passos realizados para a nafta devem ser desenvolvidos. Entretanto, conforme

    definido, a gua o fluido de resfriamento e escoar pelo interior do casco.

    Para o clculo dos parmetros Re e Nu preciso definirmos um dimetro

    equivalente para que, a partir da, os adimensionais requeridos sejam

    calculados.

    Clculo do Dimetro Equivalente (De)

    De acordo com KAKA (2002) a equao (21) deve ser usada para

    encontrar este dimetro (De). Sendo assim, temos:

    (21)

    Substituindo os valores encontrados chega-se a De= 0,0184 [m].

    Clculo da rea (a)

    A rea de escoamento dada por:

    (22)

  • 19

    Durante as iteraes o valor desta rea vai mudar, uma vez que ela

    dependente do espaamento entre as chicanas e este espaamento varia com

    o comprimento do tubo. Para a primeira iterao o valor de a= 0,02953 [m]

    encontrado.

    Clculo do Fluxo (G)

    O fluxo de gua determinado pela razo entre a vazo mssica

    (constante) e a rea (varivel), conforme a equao (23).

    (23)

    Na primeira iterao G= 1558,14 [kg/m.s].

    Clculo de Re e Pr

    Uma forma adaptada de Re apresentada na equao 24. Com esta,

    obteve-se Re= 3,62.104 durante a primeira iterao. J Pr para a gua

    determinado conforme a equao (17) usando as propriedades da gua

    mostradas na Tabela 2 (Pr= 5,51).

    (24)

    Clculo de Nu

    Para o clculo do adimensional de Nusselt foi utilizada a equao (25).

    (25)

    Durante a primeira iterao, temos:

    Clculo de hi

    Da equao (20):

  • 20

    5.8.3. Comprimento do Trocador

    Com os coeficientes convectivos de transferncia de calor ajustados o

    prximo passo o clculo dos novos coeficientes globais de troca trmica.

    Clculo do Coeficiente Global de Troca Trmica

    Novamente faz-se uso das equaes (10) e (11), entretanto, desta vez

    so colocados os termos h0 e hi obtidos na primeira iterao.

    (10)

    (11)

    Agrupando as equaes (10) e (11), em seguida substituindo os valores da

    primeira iterao chega-se a:

    Clculo da rea de Troca Trmica (A)

    Com Uf obtido estamos aptos a efetuar o clculo da nova rea de troca

    trmica. Conforme exibido na Tabela 5 os termos q, F e Tml so constantes, ou

    seja, o novo A varia apenas por causa da variao do coeficiente global. Logo, da

    equao (14) a nova rea de troca trmica :

    (14)

    Alm disso, a rea de troca tambm definida pela equao (12):

    (12)

  • 21

    Como d0 e NT so constantes e a nova rea foi determinada o novo

    comprimento necessrio encontrado:

    5.8.4. Espaamento entre as Chicanas (B)

    O nmero de chicanas j foi definido (NB= 15). Ao observarmos a

    equao (15) ntido que uma variao no comprimento leva a uma variao

    no espaamento entre as chicanas.

    (15)

    Para a primeira iterao, temos:

    Com este novo valor de B necessrio verificar a ocorrncia da

    condio (A) apresentada no item 5.7, ou seja:

    (A)

    Neste caso:

    Portanto, est dentro da faixa de operao indicada.

    5.8.5. Perda de Carga

    Para SONG (2009) h sempre um compromisso entre tentar melhorar a

    troca trmica sem acarretar uma perda de carga excessiva. A busca deste

    compromisso constitui um dos aspectos mais importantes no projeto de um

    trocador de calor. Uma perda de carga excessiva representa um consumo

    operacional de energia elevado devendo ser evitada. Alm disso, no se deve

    esquecer que o trocador de calor sempre um equipamento componente de

    uma unidade de processo. O fluido que sai dele, em muitas vezes, vai ainda

    passar por tubulaes e outros equipamentos a jusante, com suas respectivas

  • 22

    perdas de carga; portanto na sada do trocador de calor, o fluido precisa ter

    ainda uma presso suficiente para vencer as perdas subseqentes. Segundo

    SONG (2009), para lquidos em um trocador de calor so admissveis perdas

    de carga de no mximo 25 psi (ou 172,4 kPa).

    Para o escoamento nos tubos a perda de carga dada pela equao

    (26):

    (26)

    Onde:

    Tratando-se do escoamento no casco, a perda de carga obtida atravs

    da equao (27).

    (27)

    Onde:

    Com as equaes 26 e 27 so obtidas perdas de carga de 6,3 kPa nos

    tubos e 3,3 kPa no casco (durante a primeira iterao).

    5.8.6. Resultado Final do Processo Iterativo

    Com o clculo das perdas de carga no casco e nos tubos chega-se ao

    final da primeira iterao. Para o encontro dos novos valores at que o desvio

    relativo entre os valores atuais e antigos seja pequeno os passos realizados

    dos anteriormente (descritos abaixo) devem ser repetidos.

    Pgina

    5.8.1. Coeficiente Convectivo para a Nafta (hi) Erro!

    Indicador no definido.

  • 23

    5.8.2. Coeficiente Convectivo para a gua Erro!

    Indicador no definido.

    5.8.3. Comprimento do Trocador Erro!

    Indicador no definido.

    5.8.4. Espaamento entre as Chicanas (B) Erro!

    Indicador no definido.

    5.8.5. Perda de Carga Erro!

    Indicador no definido.

    As Tabelas X apresentam os resultados finais.

    Tabela 7. Coeficiente Convectivo da Transferncia de Calor Dentro dos Tubos (hi).

    Re Pr f Nu hi [W/mK]

    3,03E+04 11,907259 0,00589446 263,4617 1724,91838

    Tabela 8. Resultados do Clculo Iterativo do Coeficiente Convectivo de Transferncia de Calor no casco (h0).

    Iterao a [m] De [m] G [kg/ms] Re Pr Nu h0 [W/mK]

    1 0,029528 0,01836173 1558,13629 3,62E+04 5,5057247 204,34759 6677,39626

    2 0,030631 0,01836173 1501,99969 3,49E+04 5,51E+00 200,26495 6543,98914

    3 0,030699 0,01836173 1498,69838 3,48E+04 5,5057247 200,02273 6536,07439

    4 0,030703 0,01836173 1498,49875 3,48E+04 5,5057247 200,00808 6535,59554

    5 0,030703 0,01836173 1498,48666 3,48E+04 5,5057247 200,00719 6535,56653

    Tabela 9. Resultados do Clculo Iterativo para Obter o Coeficiente Global de Troca Trmica (Uf).

    Uf [W/mC] A [m] L [m] B [m] Dcasco/Ltubo Condio A Desvio (%)

    721,5122062 76,81874 4,149498 0,259344 0,1423184 aprovado 3,60280393

    719,9263602 76,98795 4,158639 0,259915 0,1420056 aprovado 0,21979476

    719,8304651 76,99821 4,159193 0,25995 0,1419867 aprovado 0,01332012

    719,8246567 76,99883 4,159226 0,259952 0,1419855 aprovado 0,00080691

    719,8243049 76,99887 4,159228 0,259952 0,1419855 aprovado 4,888E-05

  • 24

    Tabela 10. Resultados do Clculo Iterativo das Perdas de Carga no Casco e nos Tubos.

    TUBOS CASCO

    P1 [kPa] P2 [kPa] PT [kPa] Psada [kPa] f PC [kPa] Psada [kPa]

    3,244003816 3,038657 6,282661 293,7173394 0,00565 3,294668 26,705332

    3,251149673 3,038657 6,289806 293,7101936 0,005699 3,088402 26,911598

    3,251582788 3,038657 6,29024 293,7097605 0,005702 3,076455 26,923545

    3,251609025 3,038657 6,290266 293,7097342 0,005703 3,075733 26,924267

    3,251610615 3,038657 6,290267 293,7097326 0,005703 3,075689 26,924311

    6. CONCLUSO

  • 25

    7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    INCROPERA, F.; DEWITT, D.; BERGMAN, T.; LAVINE, A. Fundamentos de

    Transferncia de Calor e de Massa (trad. Eduardo Queiroz, Fernando

    Pellegrini). 6 edio. Rio de Janeiro, LTC, 2008.

    KORETSKY, M. D. Termodinmica Para Engenharia Qumica (trad. Marcio

    Cardoso, Oswaldo Esteves, Rosana Martins). Rio de Janeiro, LTC, 2007. P.

    453.

    GENEROSO, R. A. Trocadores de Calor. Disponvel em:

    http://ruyalexandre.zzl.org/arquivos/eng6trocadores.pdf (acesso: 05/12/2011).

    GUT, J.A.; PINTO, J.M. Conhecendo os Trocadores de Calor a Placas.

    Revista de Graduao em Engenharia Qumica. Ano VI, 2003. Disponvel em:

    http://www.hottopos.com/regeq11/gut.htm (acesso: 05/12/2011).

    PINHEIRO, P.C. Trocador de Calor Casto e Tubos Disciplina de

    Processos Trmicos. Universidade Federal De Minas Gerais, 2011.

    Disponvel em:

    http://www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema074/trocador/cascotub.htm (acesso:

    05/12/2011).

    SONG, T. W. Condies de Processo num Trocador de Calor. EPUSP-E.E.

    Mau, 2009. Disponvel em: http://collatio.tripod.com/regeq/condies.htm

    (acesso: 05/12/2011).

    TONIN, P.C. Metodologia Para Monitoramento Do Desempenho Trmico

    De Redes De Trocadores De Calor. CEFET-PR. Curitiba, 2003. Disponvel

    em:

    http://www.ppgem.ct.utfpr.edu.br/dissertacoes/TONIN,%20Paulo%20Cesar.pdf

    (acesso: 05/12/2011).

    TEMA. Standards Of The Tubular Exchanger Manufacturers Association.

    8ed. New York, 1999.

    TROCALOR. Trocador de Calor de Casco e Tubos. Disponvel em:

    http://www.trocalor.com.br/pdf/cascotubo-rev4-2.pdf (acesso: 05/12/2011).

  • 26

    8. ANEXO FOLHA DE DADOS DO TROCADOR DE CALOR DE

    CASCO E TUBOS