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A integração das TIC na escola Indicadores qualitativos e metodologia de pesquisa O desenvolvimento acelerado da sociedade da informação está trazendo desafios impensáveis há alguns anos para a educação e a aprendizagem. Talvez o mais relevante seja que estamos diante de uma nova geração de aprendizes que não tiveram que ser introduzidos às novas tecnologias, uma vez que já nasceram com elas e que se relacionam com o conhecimento a partir de postulados distintos daqueles do passado. Tal situação supõe um desafio enorme para os professores, para as escolas e para os responsáveis pelas políticas públicas relacionadas com a inovação, a tecnologia, a ciência e a educação. A EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS PARA A GERAÇÃO DOS BICENTENÁRIOS Fundação Telefônica Fundação Telefônica

Integracao TIC

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tecnologia e comunicaçao

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  • A integrao das TIC na escola

    Indicadores qualitativos e metodologia de pesquisa

    O desenvolvimento acelerado da sociedade da informao est trazendo desafios impensveis h alguns anos para a educao e a aprendizagem. Talvez o mais relevante seja que estamos diante de uma nova gerao de aprendizes que no tiveram que ser introduzidos s novas tecnologias, uma vez que j nasceram com elas e que se relacionam com o conhecimento a partir de postulados distintos daqueles do passado. Tal situao supe um desafio enorme para os professores, para as escolas e para os responsveis pelas polticas pblicas relacionadas com a inovao, a tecnologia, a cincia e a educao.

    A EDUCAO QUE QUEREMOS PARA AGERAO DOS BICENTENRIOS

    Fundao Telefnica Fundao Telefnica

  • A integrao das TIC na escola

    Indicadores qualitativos e metodologia de pesquisa

  • A integrao das TIC na escola

    Indicadores qualitativos e metodologia de pesquisa

    Fundao Telefnica

  • OEI Organizao dos Estados Ibero-Americanos para a Educao, a Cincia e a CulturaSecretaria GeralLVARO MARCHESI, secretrio geralALEJANDRO TIANA, diretor geral de formao e avaliaoFABIOLA SOTELO, diretora geral de concertao e administraoDARO PULFER, diretor geral de comemorao dos bicentenrios

    Escritrio no BrasilIVANA DE SIQUEIRA, diretoraCLUDIA BAENA, coordenadora de desenvolvimento de cooperao tcnicaMARCIA PADILHA, coordenadora do Instituto para o Desenvolvimento e a Inovao Educativa (IDIE) da OEI especializado em TIC

    Fundao Telefnica JAVIER NADAL, Vice Presidente Ejecutivo JOS DE LA PEA, Director de Gestin del Conocimiento MARIAN JUSTE, Directora Adjunta de Programas EducativasFRANOISE TRAPENARD, Presidente (Brasil)GABRIELLA BIGHETTI, Diretora de Programas (Brasil)

    Responsabilidade tcnica do estudoMARCIA PADILHA, coordenadoraSOLANGE AGUIRRE, especialista em avaliao

    Consultoria (Primeira etapa do trabalho)VALRIA VIRGNIA LOPES, especialista em avaliao de polticas pblicas em educao

    Organizao dos Estados Ibero-americanos para a Educao, a Cincia e a Cultura (OEI)Secretaria GeralBravo Murillo, 3828015 Madrid, [email protected]

    Escritrio no BrasilSHS Quadra 06, conjunto A, bloco CEd. Business Center Tower, sala 919CEP: 70316-109, Braslia [email protected]

    Instituto para o Desenvolvimento e a Inovao Educativa (IDIE) da OEI especializado em TICAv. Brig. Faria Lima, 1188 - 3 and.So Paulo - SP BrasilCEP: [email protected] ISBN: 978-85-60226-03-0

  • 5Agradecimentos

    Agrademos a todos que estiveram conosco durante o processo de construo deste estudo sobre a Integrao das TIC nas Escolas. importante saber que o trabalho que comeou em 2008 j contando com um grupo de estudiosos dos mais comprometidos com os desg-nios da Educao Pblica, ganhou mais aderentes durante os anos de 2009 e 2010.

    Dividimos com eles a satisfao da tarefa cumprida: divulgar uma metodologia de ava-liao amplamente debatida e testada, com o objetivo de contribuir com a melhoria da qualidade da escola pblica na regio ibero-americana.

    Alberto Begu Aguado, Ministrio de Assuntos Exteriores e de Cooperao, Espanha; Alexandre Barbosa, Comit Gestor da Internet (CGI.br), Brasil; Alexandre Schneider, Secretaria Municipal de Educao de So Paulo, Brasil; Aracelly Carmen Blandn lvarez, Ministrio da Educao, Nicargua; Andra Bueno Buoro, Brasil; Arturo Rivera Aguilar, Ministrio da Educao, Panam; Camilo Dominguez, Fundao Telefnica, Colmbia; Carmem Lcia Prata, Ministrio da Educao, Brasil; Claude Akpabie, Instituto de Estatsticas da Unesco (UIS), Canad; Claudia Aparicio Yaez, Fundao Telefnica, Colmbia; Claudia Zea, Ministrio de Educao Nacional, Colmbia; Claudio Andr, Ministrio da Educao, Brasil; Csar A. A. Nunes, Brasil; Diana Hincapi, Fundao Telefnica, Espanha; Diana Surez, Centro de Estudos sobre Cincia, Desenvolvimento e Educao Superior (Redes), Argentina; Doris Olaya, Comisso Econmica para a Amrica Latina e o Caribe (Cepal), Chile; Elena Ins Garca, Rede Latino-americana de Portais Educativos (Relpe), Argentina; Elia Karina Mata Bravo, Fundao Telefnica, Mxico; Fermin Alberto Cruz Mioln, Secretaria de Estado da Educao, Repblica Dominicana; Fernando Fajardo Fernndez de Bobadilla, Agncia Espanhola de Cooperao Internacional para o Desenvolvimento (AECID), Espanha; Frida Diaz Barriga, Universidade Nacional Autnoma do Mxico; Guillermo A. Casasbuenas Diaz, Organizao dos Estados Ibero-americanos para a Educao, a Cincia e a Cultura da Colmbia; Helmut Evanir Bergenthal Romn, Ministrio da Educao e Cultura, Paraguai; Heloisa Amaral, Centro de Estudos e Pesquisas em Educao, Cultura e Ao Comunitria (Cenpec), Brasil; Irene Karaguilla Ficheman, Laboratrio de Sistemas Integrados (POLI-USP), Brasil; Javier Gonzalez Casado, Fundao Telefnica, Espanha; Jesus Vicente Flores Morin ILCE Instituto Latino-americano de Comunicao Educativa, Mxico; Jorge Rey Valzacchi, Virtual Educa, Argentina; Jos Ibiapino Ferreira Rede Estadual de So Paulo; Juan Guillermo Sunkel Cariola Comisso Econmica para a Amrica Latina e o Caribe (Cepal), Chile; Julia Liliana Ros Herrera Ministrio da Educao Nacional da Colmbia; Juliano Cappi Comit Gestor da Internet (CGI.br), Brasil; Kathya Fallas, Ministrio de Educao Pblica, Costa Rica; Katya Garabetti, Brasil; Laura Mars de Serra RELPE Rede Latino-americana de Portais Educativos Argentina; Lia Cristina Lotito Pavarenti Secretaria Municipal de Educao de So Paulo; Lilia Pea Galeano Ministrio da Educao e Cultura do Paraguai; Marin Juste Picn Fundao Telefnica Espanha; Maricel Cox Alvarado, Ministrio de Educao Pblica, Costa Rica; Mario Albornoz, Rede de Indicadores de Cincia e Tecnologia Ibero-americana e Inter-americana (RICYT), Argentina; Massiel Natalia R Carmen Guerra, Comisso Econmica para a Amrica Latina e o Caribe (Cepal), Chile; Mayra Botta Portal Educativo do Estado Argentino; Milagritos Huertas, Instituto para o Desenvolvimento e a Inovao Educativa (IDIE-OEI), Per; Mila Gonalves, Programa Educarede, Brasil; Mriam Bizzocchi, Fundao Carlos Chagas, Brasil; Mnica Elba Alanoca Silva, Ministrio da Educao e Culturas, Bolvia; Monica Gmez, Fundao Telefnica, Colmbia; Ocimar Alavarse Munhoz Faculdade de Educao da USP; Oscar Battiston Fundao Telefnica, Espanha; Patrcia Diaz, Fundao Telefnica, Colmbia; Paula Echenique, Ministrio da Educao e Cultura, Uruguai; Raquel Fortes Gatto, Comit Gestor da Internet (CGI.br), Brasil; Roberto Carneiro, Universidade Catlica Portuguesa; Rodrigo Andrs Hanemann Ortiz, Fundao Telefnica, Chile; Roseni Reigota, Brasil; Sofa Isabel Medina Prescilla, Ministrio da Educao, Panam.

  • No h nenhuma abordagem avaliativa que funcione melhor do que as outras em todas as situaes. Cabe-nos procurar a abordagem ou a combinao de abordagens que melhor se adaptam a cada situao particular de avaliao considerada como um estudo concebido e conduzido para ajudar uma determinada audincia a avaliar o mrito e o valor de um determinado objeto.

    Daniel Stufflebeam

  • 9ndice

    Prlogolvaro Marchesi 11

    Mensagem da Fundao Telefnica 13

    ApresentaoConcepo de integrao das TIC nas escolas 15

    O papel dos indicadores no processo de pesquisa 16

    IntroduoO procedimento de construo da matriz avaliativa 21

    Parte AProposta metodolgica para a avaliao da integrao das TIC nas escolas 27

    1. Construo do instrumento de coleta de dados 28

    1.1 Construo dos itens 28

    1.2 Organizao do instrumento 31

    1.3 Adaptao do instrumento realidade local 32

    2. Definio do universo a pesquisar 33

    3. Mtodo para a coleta de dados 35

    4. Tratamento e interpretao dos dados coletados 37

    Parte BApresentao da matriz avaliativa da dimenso escola 41

    Quadro resumo dos indicadores e seus descritores 43

    Indicador 1: Disponibilidade de TIC 44

    Indicador 2: Organizao da escola para o uso das TIC 72

    Indicador 3: Formao de educadores para o uso das TIC 90

    Indicador 4: Presena das TIC nas prticas pedaggicas 106

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    Prlogo

    lvaro MarchesiSecretrio Geral da OEI

    O reconhecimento do enorme potencial que as tecnologias da informao e comunicao (TIC) tm como ferramentas para a construo social do conhecimento e para a aprendiza-gem compartilhada e autnoma permite constatar a importncia de uma nova cultura, a digi-tal, e o desenvolvimento de uma nova sociedade baseada na informao e no conhecimento.

    Muito embora seja verdade que a implantao desta nova sociedade afeta os diferentes mbitos sociais, ela no os afeta da mesma forma nem com a mesma intensidade. A educao do sculo XXI continua longe de dar respostas adaptadas s necessidades de geraes que devem aprender a se desenvolver dentro de uma cultura digital, na qual nasceram, e que impe novas formas de ensino e de aprendizagem.

    Apesar dessas dificuldades, justo destacar que so muitos e importantes os esforos que se tm realizado nos diferentes pases para conseguir colocar os sistemas educa-tivos altura das demandas da sociedade. A incorporao em massa de computadores nas escolas para que todos os alunos disponham dos mesmos, o desenho de materiais e recursos adaptados e de qualidade e a oferta de uma formao especializada aos profes-sores em relao ao uso pedaggico das TIC tm sido iniciativas chave para terminar com as defasagens existentes. Essas iniciativas so condies necessrias para atingir uma mudana no processo do ensino que permita aos alunos alcanar aprendizagens efetivas e de qualidade e que lhes permitam continuar aprendendo ao longo da vida.

    Mesmo com os importantes esforos realizados, ainda so muitos os desafios a enfren-tar, quando se compara a situao entre pases e no interior de cada um deles. As de-sigualdades de acesso e uso continuam sendo alarmantes na regio. Sem dvida, so necessrias iniciativas comuns e integradas que permitam fortalecer e impulsionar pro-gramas e polticas pblicas de incorporao das TIC na educao.

    Por essa razo, a OEI colocou a integrao das TIC no mbito educativo como uma das metas a alcanar dentro de seu projeto coletivo Metas 2021: a educao que queremos

  • 12

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    para a gerao dos Bicentenrios, impulsionado pelas ltimas conferncias ibero-ame-ricanas de ministros de Educao e aprovado na Cpula de Chefes de Estado e de Gover-no na Argentina em dezembro de 2010.

    Concretamente, as metas estabelecidas tm como objetivos conseguir uma melhoria na dotao de computadores nas escolas, bem como oferecer um currculo que incorpore, alm da leitura, a utilizao da informtica no processo de ensino-aprendizagem, para conseguir que no ano 2021 professores e alunos a utilizem de maneira habitual.

    Empreender um processo de mudana educativa e social to ambicioso exige conhecer a realidade ibero-americana, para poder atuar a partir dela e de maneira eficaz. Estabele-cer o diagnstico e o ponto de partida de cada pas requer contar com dados atualizados e estatsticas comparadas.

    Com esse objetivo, a OEI tem apoiado o desenvolvimento de um conjunto de ferramentas de medio teis que permita a construo de um sistema de indicadores qualitativos em relao oferta, promoo e uso das TIC nas escolas da regio. Oferecer informao rigorosa e comparada aos gestores de polticas pblicas e escolares visa permitir a ado-o de medidas mais adaptadas e, ao mesmo tempo, possibilitar um acompanhamento e comparao rigorosos dos avanos que se forem atingindo na regio.

    Ao longo de 2008, quando teve incio a primeira etapa do projeto, celebraram-se vrios encontros internacionais para a sua divulgao e debate, desenvolvendo-se uma ferra-menta on-line que permitiu a participao e elaborao inicial de um sistema bsico de indicadores. Na etapa seguinte, durante 2009, foi elaborada a construo definitiva de um instrumento de coleta de dados e sua validao, bem como a definio de processos para a aplicao de tais instrumentos.

    O documento que a seguir se apresenta fruto de um trabalho de reflexo compartilha-da, do qual participaram diferentes organismos internacionais, especialistas e institui-es pblicas e privadas, tais como a Fundao Telefnica, que financia o Instituto para o Desenvolvimento e a Inovao Educativa (IDIE) da OEI especializado em TIC, de renomada competncia na matria e com vontade de contribuir com essa tarefa comum. Sem dvi-da, este esforo coletivo reflexo do firme compromisso existente na regio com a busca de estratgias comuns capazes de enfrentar com xito os desafios lanados.

  • 13

    Mensagem da Fundao Telefnica

    As Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC) tornaram-se elementos de cultura em uma era marcada pela abundncia de informaes, linguagem digital, amplo com-partilhamento e pela comunicao livre de barreiras geogrficas. Em uma realidade em que muito da mediao das relaes humanas acontece via tecnologia, as manifestaes de natureza digital e a explorao de suas potencialidades em processos de gesto, de ensino e de aprendizagem so cada vez mais presentes no ambiente escolar.

    Essas mudanas impactam o universo da educao, seja quando influenciam projetos pedaggicos ou polticas pblicas. Como observar esses impactos? Como entend-los para tirar melhor proveito em prol da melhoria da qualidade da educao? Que aspectos devem ser identificados, perseguidos? Foi justamente pensando nessas questes que o presente material foi concebido, ou seja, com o intuito de contribuir para a compreenso da amplitude, da sustentabilidade e da perenidade da insero da cultura digital na edu-cao formal, no mbito da Ibero-amrica.

    Ao lado da OEI, de representantes de ministrios da educao de pases ibero-america-nos e de organizaes no-governamentais envolvidas com a questo, a Fundao Tele-fnica participou ativamente do processo de construo coletiva dos indicadores contidos nesta publicao, seja por meio do ambiente virtual criado para a realizao do trabalho, seja nas etapas presenciais, de pesquisa e debates.

    A despeito da desafiadora tarefa de lidar com realidades educacionais e culturais to distintas, o mrito desse trabalho foi conseguir construir uma metodologia nica, um conjunto de indicadores qualitativos de uso de TIC e instrumentos de medio passveis de serem adotados por diversos pases ibero-americanos.

    O resultado final uma preciosa ferramenta de investigao e de avaliao, que pode contribuir sobremaneira no cotidiano escolar e no encaminhamento de polticas pblicas na rea.

    Assim, ao apoiar a formulao dessa metodologia, a Fundao Telefnica acredita estar, mais uma vez, cumprindo seu objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade da educao.

  • 15

    Apresentao

    CONCEPAO DE INTEGRAO DAS TIC NAS ESCOLAS

    O estabelecimento dos indicadores e sua metodologia de pesquisa esto baseados numa concepo de integrao das TIC na escola que vai alm da presena de ferramentas tecnolgicas no espao escolar ou do uso didtico-pedaggico pelo professor. Trata-se tambm da oportunidade e necessidade de insero das novas geraes na cultura di-gital e de aquisio das competncias dela decorrentes e para ela necessrias. E, ainda, da existncia de modelos pedaggicos e de currculos que dem significado educativo ao uso das TIC.

    O termo incluso digital, ou infoincluso, utilizado para designar o acesso de todos ou do maior nmero possvel de pessoas s redes de comunicao e informao virtuais. Entende-se, aqui, que as novas tecnologias podem potencializar a articulao entre informao, formao e reflexo, desde que utilizadas como ferramentas da comuni-cao entre os sujeitos. Compreende-se ainda que a incorporao da informao de modo crtico depende de instrumentais que vo muito alm de simples mecanismos de divulgao.

    Fazendo uma analogia, no caso da educao formal, esses mecanismos dizem respeito ao que Paulo Freire chamou de leitura do mundo e leitura da palavra1, condies de inser-o crtica do sujeito social. O que se coloca a necessidade de domnio das tcnicas de leitura das palavras, combinada com a apropriao de todos os significados da presena dos sujeitos no mundo.

    De modo semelhante, Magda Soares2 apresenta a diferenciao entre alfabetizao e letramento, sendo alfabetizao o domnio ou aquisio da tcnica do ler e escrever e o letramento a capacidade de lidar com diversas prticas sociais de leitura e escrita.

    1Sobre isso, ver: Educao como prtica da Liberdade (1989); Pedagogia do Oprimido (1983); Alfabetizao - Lei-tura do mundo, leitura da palavra (1990).2 Soares, Magda. Letramento e alfabetizao: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educao, janeiro abril, (2004), n. 25, p. 5-17.

  • 16

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    Com essa concepo pensa-se tambm o letramento digital como a oportunidade, mas tambm a necessidade, de escrita e leitura com as novas linguagens multimdia e inte-rativas hoje disponveis. Nesse contexto, parte da escrita e da leitura do mundo depende do grau de proficincia em pesquisa, publicao e comunicao, da atuao em rede ou em atividades de colaborao. E, de um modo mais amplo, o letramento digital depende, ainda, se no da capacidade de programao em linguagens informticas, ao menos da compreenso do conceito de recursos digitais e Internet e de seu funcionamento.

    No entanto, no se trata apenas de introduzir, por meio dos processos de escolarizao formal, as novas geraes no mundo digital. Tendo em vista o fato de que o avano tec-nolgico estabeleceu um novo patamar tcnico de produo, o qual no comporta mais o aprendizado de determinados saberes ou procedimentos, exigindo antes a flexibilidade e a capacidade de aprender a aprender, trata-se, sobretudo, do dever que o poder pbli-co tem de oferecer condies efetivas, via escolarizao, para que mais e mais cidados tenham acesso s novas formas de comunicao, informao e produo.

    Portanto, a introduo do uso de computadores nas escolas no se refere apenas a um novo instrumento ou dispositivo inovador, e menos ainda criao de novos rituais pre-tensamente cientificistas ou tcnico-instrumentais, baseados no entretenimento. Trata-se do estabelecimento de variadas fontes de consulta e pesquisa; de diferentes possibili-dades de interao; de lgicas no-lineares impostas pelo suporte virtual de produo e disseminao de informaes e de conhecimentos; de trnsito em linguagens heterog-neas. importante ressaltar que o potencial de uso pedaggico dessa tecnologia no se d por si mesmo. Ao contrrio, exige contexto e proposta. Isso quer dizer que a insero das TIC nas escolas depende da organizao de situaes concretas nas quais seu uso se faa necessrio e produtivo para alunos e professores.

    O PAPEL DOS INDICADORES NO PROCESSO DE PESQUISA

    O conjunto de indicadores propostos pretende informar sobre a perenidade e a susten-tabilidade da integrao das TIC na escola e, desse modo, est focado na gesto escolar administrativa e pedaggica, nas prticas de ensino e em sua relao com as polticas pblicas vigentes.

    A concepo que embasa esta proposta a da avaliao como recurso que permite saber a qualidade que se tem, com vistas a induzir mudanas no sentido de alcanar a qualidade que se pretende ter.

    Pretende-se, portanto, que tais indicadores sejam capazes de informar gestores de pol-ticas pblicas e equipes de educadores sobre aspectos fundamentais da oferta e da pro-moo do uso das TIC nas escolas. Do ponto de vista da cooperao internacional, eles possibilitam o acompanhamento da integrao das TIC na educao a fim de viabilizar

  • 17

    a P r e s e n t a o

    pesquisas em comum entre pases ibero-americanos com vistas a promover a troca e o apoio no que diz respeito s polticas implementadas e as prticas de suas escolas.

    Dessa forma, a metodologia proposta apresenta aspectos que favorecem sua adoo e disseminao em pases com realidades educativas e organizacionais distintas. So eles:

    1. Atende tanto as necessidades de informao dos rgos centrais (secretarias e ministrios) como as dos dirigentes de escolas e do coletivo de professores;

    2. de fcil aplicao e compreenso por pblico no especializado em avaliao;

    3. A conduo da aplicao do instrumento realizada diretamente pela escola gera sua apropriao pelo conjunto de educadores;

    4. Os custos e o tempo de aplicao so reduzidos.

    Ressalta-se que os indicadores e toda a metodologia aqui apresentados originam-se da necessidade premente no de superar, mas sim de conviver dialogicamente com as ten-ses colocadas, por um lado, entre avaliaes de mbito nacional (locais) e de mbito regional e, por outro lado, avaliaes das polticas promovidas pelos sistemas de ensino e das prticas escolares. O esquema a seguir ilustra esse cenrio.

    Sistema Escola

    Nacional

    Regional

    Indicadores

  • 18

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    importante lembrar que indicadores configuram apenas um elemento de uma avalia-o, uma vez que esta depende de um desenho mais amplo e aprofundado assim como da vontade poltica para elaborar uma viso contextualizada e problematizadora de pro-gramas e polticas de educao. Eles subsidiam uma avaliao, uma vez que podem descrever e situar problemas mais claramente; apontar novos problemas rapidamente; apontar lacunas referentes a metas estabelecidas em programas ou projetos; levantar boas questes para avaliaes aprofundadas3. Acredita-se que os indicadores ora pro-postos atinjam pleno xito no cumprimento de tais funes.

    Nas pginas seguintes o leitor poder observar os fundamentos, a estrutura e o desen-volvimento da proposta metodolgica de estudo ora apresentada. O instrumento para coleta de dados, no caso, um questionrio, poder ser disponibilizado pelo IDIE mediante interesse de pesquisadores ou rgos pblicos.

    3 Adaptao livre das autoras do texto de SHAVELSON e outros.(1991).

  • 21

    Introduo

    O procedimento de construo da matriz avaliativa

    Os responsveis pelas polticas pblicas educativas nos diversos pases ibero-america-nos vm fazendo, em maior ou menor escala, investimentos de infraestrutura, capaci-tao docente e produo de contedos digitais educativos, ao mesmo tempo em que ampliam a compreenso da importncia dessas aes para o desenvolvimento humano e social das futuras geraes.

    H, ainda, muito que problematizar, construir, refletir, experimentar e sistematizar para que as TIC concretizem, na escola, as promessas que anunciam. Faz-se necessrio ob-servar a construo de intervenes educativas envolvendo incremento tecnolgico e prtica pedaggica no contexto das instituies escolares, mediadas pelas aes das polticas pblicas.

    Nesse contexto, ganha destaque a construo de instrumentos de acompanhamento e de parmetros de avaliao dessas polticas, assim como a percepo de seu im-pacto na aprendizagem e na construo de uma educao de qualidade no contexto da atual sociedade.

    Com essa perspectiva, o IDIE desenvolveu o projeto Indicadores Qualitativos de Integrao das TIC na Escola, que foi organizado em trs etapas:

    1. Definio da matriz avaliativa (2008).

    2. Construo de instrumentos e metodologias de coleta e anlise de dados e apli-cao de um piloto (2009).

    3. Consolidao da metodologia de pesquisa (2010).

  • 22

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    PRIMEIRA ETAPA: DEFINICO DA MATRIZ AVALIATIVA

    Na primeira etapa do projeto, o IDIE promoveu, ao longo de 2008, uma srie de debates e dilogos a respeito da construo desses indicadores, com a colaborao de 27 especia-listas, de 14 pases. Participaram desse processo, especialistas em TIC da OEI, represen-tantes de portais ministeriais que integram a Relpe (Rede Latino-Americana de Portais Educativos), do programa EducaRede da Fundao Telefnica e de outras instituies que tratam dessa temtica, tais como Cepal (Comisso Econmica para a Amrica Latina e o Caribe), Secretaria-Executiva da Relpe, Aecid (Agncia Espanhola de Cooperao Inter-nacional), Virtual Educa e CGI.br (Comit Gestor da Internet no Brasil).

    Essa primeira etapa resultou no documento Indicadores Qualitativos da Integrao das TIC na Educao: Proposies4, no qual foi proposta uma matriz avaliativa composta por trs dimenses: Polticas Pblicas, Escola e Egressos.

    Tal matriz foi posteriormente atualizada e passou a ter como foco de investigao os alu-nos e no os egressos do sistema. A dimenso Poltica Pblica permanece com o carter de dados de contorno para as demais dimenses.

    MATRIZ DE AVALIAO

    Integrao das TIC na escola

    Polticas pblicas Escola Alunos

    A dimenso escola foi indicada pelo IDIE e por seus parceiros como primeiro lcus de in-vestigao para a elaborao de indicadores comuns aos pases da regio ibero-americana.

    4 Ver documento completo em www.oei-idietics.org/spip.php?article27 (consulta: maro de 2011).

  • 23

    SEGUNDA ETAPA: O PILOTO E AS REVISES IMPLEMENTADAS

    Na segunda etapa do projeto, a matriz avaliativa, na dimenso Escola, foi testada em uma rede pblica de ensino. Por meio de acordo firmado entre o Escritrio Regional da OEI no Brasil, a Fundao Telefnica e a Secretaria de Educao do municpio de So Paulo, em novembro de 2009, foi realizada a aplicao do piloto em 98 escolas pblicas.

    A partir dos resultados desse piloto, o IDIE fez uma reviso da proposta metodolgica inicial, com o objetivo de aperfeioar a proposio inicial.

    As principais mudanas implementadas foram:

    1. Reformulao de alguns itens do instrumento de pesquisa questionrio e in-sero de novas questes, com o objetivo de melhorar aspectos como preciso, finalidade e linguagem das questes.

    2. Reviso de alguns procedimentos de comunicao e capacitao inicial com o grupo de educadores responsvel por aplicar a pesquisa na escola.

    3. Incluso de um quadro avaliativo sobre cada indicador, no qual o grupo de professores deve registrar seu posicionamento a respeito da situao de sua escola.

    4. A dimenso Escola, proposta inicialmente com oito indicadores, foi reestrutura-da em quatro indicadores, a fim de proporcionar maior coeso e peso a cada um deles.

    Apresentamos abaixo os quatro Indicadores que compem a Dimenso Escola:

    Disponibilidade de TIC.

    Organizao da escola para uso das TIC.

    Formao dos educadores para uso das TIC.

    Presena das TIC nas prticas pedaggicas.

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

  • 24

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    TERCEIRA ETAPA: CONSOLIDAO DA PROPOSTA

    A terceira e ltima etapa do projeto ocorreu com a realizao do Seminrio Internacional Indicadores Qualitativos sobre a Integrao das TIC nas Escolas, realizado em abril de 2010, em So Paulo, com a participao de representantes de Ministrios de Educao, do Programa EducaRede5 e instituies de pesquisa que atuam com tecnologia educativa em pases ibero-americanos.

    No Seminrio, alm da apresentao da experincia piloto, os participantes realiza-ram uma reviso crtica da proposta metodolgica, apontando adaptaes necess-rias para que a metodologia pudesse de fato ser disseminada e utilizada em toda a regio ibero-americana.

    A proposta assim consolidada resultou nesta publicao, que apresenta as informaes e orientaes necessrias para a implementao da pesquisa em diferentes realidades edu-cativas, possibilitando que gestores pblicos monitorem e avaliem a integrao das TIC nas escolas por meio de um conjunto de indicadores que podem subsidi-los em suas aes.

    5 Agradecemos a colaborao da Fundao Telefnica na Colmbia, que aplicou um piloto dos indicadores e sua metodologia no marco do programa Aulas Fundao Telefnica (AFT), implementado nesse pas, cujos resultados e anlises foram debatidos com o IDIE da OEI e aportaram importantes dados a esta proposta.

  • 26

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

  • 27

    Parte A

    Proposta metodolgica para avaliao da integrao das TIC nas escolas

    As dimenses so agrupamentos de traos ou caractersticas, referentes aos aspectos de uma instituio ou de um sistema, sobre os quais se emite juzo de valor e que, em seu conjunto, expressam a totalidade do objeto a ser investigado.

    Os indicadores representam algum trao ou caracterstica de uma dimenso. Por meio deles, pode-se observar, medir, qualificar e analisar determinada situao. Os indicado-res devem apontar aspectos e constituem sinalizadores de um contexto maior, que a dimenso.

    MATRIZ DE AVALIAO DIMENSO ESCOLA

    Disponibilidadede TIC

    Organizao daescola para uso

    das TIC

    Formao parao uso das TIC

    Presena dasTIC nas Prticas

    Pedaggicas

    Esta proposta metodolgica ser apresentada em quatro etapas: construo do instru-mento, definio do universo amostral, mtodo de coleta de dados e tratamento e inter-pretao das informaes coletadas. A diviso em etapas tem fins meramente didticos, pois h uma relao imbricada entre elas.

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    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    1. CONSTRUO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

    O Questionrio, instrumento de coleta de dados, est estruturado mediante os quatro indicadores, retomando: 1. Disponibilidade de TIC; 2. Organizao da escola para uso das TIC; 3. Formao dos educadores para uso das TIC; e 4. Presena das TIC nas prticas pedaggicas.

    1.1 Construo dos itens

    A construo dos itens ou questes que avaliam os indicadores citados foi orientada pe-los seguintes critrios:

    1. Finalidade: as respostas possveis para cada item devem informar sobre algum aspecto referente integrao das TIC na escola;

    2. Coeso e conciso: os itens formulados devem apresentar lgica e coerncia entre a pergunta e as alternativas de respostas;

    3. Exatido e preciso: no deixar dvida sobre o que demandado e sobre o que se pretende saber/aferir;

    4. Peso perante o objetivo: h itens que aferem diretamente o indicador e outros que o aferem de forma complementar ou secundria;

    5. Conjunto do instrumento: a abrangncia dos itens formulados deve oferecer subsdios suficientes para a anlise do objetivo proposto, ou seja, verificar o me-nor ou maior nvel de integrao das TIC nas escolas, segundo todos os indica-dores estabelecidos.

    6. Aplicabilidade: considerou-se a viabilidade de aplicao de cada questo no contexto da metodologia proposta, que previa a resposta coletiva na escola.

    7. Disseminao: o instrumento deve atender a diferentes contextos educativos, sendo passvel de uso em outros pases.

    As questes do instrumento agrupam-se em trs categorias:

    a. Questes objetivas: esto divididas em dois grupos (1) aquelas que permitem uma nica resposta e (2) as que permitem uma ou mais respostas. Para o se-gundo grupo, a orientao que os respondentes assinalem apenas as prticas

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    P r o P o s t a m e t o d o l g i c a P a r a a v a l i a o d a i n t e g r a o d a s t i c n a s e s c o l a s

    mais usuais ou mais frequentes, evitando que marquem todas as alternativas ou que deem o mesmo peso para as prticas habituais e para as prticas espordi-cas, o que poderia gerar uma falsa informao para a anlise do objeto.

    b. Questes coletivas e individuais: no primeiro caso, o grupo de professores se posiciona sobre o objeto do item e o critrio de definio da pontuao a per-cepo da maioria. No segundo caso, os respondentes levantam a mo e cabe ao mediador anotar o total de respostas individuais para cada questo.

    c. Questes dissertativas: nelas os respondentes so chamados a pormenorizar uma situao ou ampliar o repertrio argumentativo sobre algum tema central em relao integrao das TIC na escola. Essas questes so respondidas pelo coletivo.

    Apresentam-se a seguir exemplos das trs categorias citadas:

    ExEMPLO 1: Questes objetivas, que permitem uma ou mais alternativas

    P. Sobre a presena das tecnologias no Projeto Pedaggico da escola, pode-se di-zer que:

    a. As tecnologias aparecem de forma transversal no Projeto Pedaggico, pois j esto amplamente incorporadas s prticas da escola.

    b. Existem propostas de uso pedaggico das TIC com a indicao de seus objeti-vos, estratgias e avaliao sobre esse uso no Projeto Pedaggico da escola.

    c. Existem menes ao uso pedaggico das TIC no Projeto Pedaggico da escola.

    d. No h referncias ao uso pedaggico das TIC no Projeto Pedaggico da escola.

    e. O grupo no conhece suficientemente o Projeto Pedaggico da escola para se posicionar.

    P. Quais as principais mudanas provocadas na gesto pedaggica em funo do uso dos computadores e internet nesta escola?

    a. Durao das aulas (por exemplo, aulas duplas).

    b. Agrupamento dos alunos (turmas integradas por alunos de idades e sries distintas).

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    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    c. Promoo e aumento do uso dos espaos de aprendizagem por parte dos alunos (sala de informtica, biblioteca, etc.).

    d. Promoo e aumento do desenvolvimento de trabalhos por projetos.

    e. Promoo e aumento do desenvolvimento de atividades pedaggicas entre professores.

    f. Nenhuma das mudanas citadas.

    ExEMPLO 2: Questes coletivas e individuais

    P. Vocs acham que o tempo mdio gasto para o conserto de computadores com-promete as atividades planejadas com os alunos?

    a. Sim

    b. No

    P. Quantos docentes realizaram seu ltimo curso sobre o uso pedaggico de com-putadores e internet6:

    a. H menos de dois anos.

    b. H mais de dois anos.

    c. Nunca realizei.

    ExEMPLO 3: Questo dissertativa

    P. Listem 3 fatores que contribuem para a integrao das TIC nas escolas:

    a.

    b.

    c.

    6 A linguagem utilizada nessas perguntas foi adaptada para que elas faam sentido no contexto da leitura deste livro. No questionrio entregue s escolas utilizada uma forma de tratamento direto, assumindo um tom de conversa com os respondentes. Por exemplo: Quando vocs frequentaram seu ltimo curso sobre o uso pedaggico de computadores e internet?

  • 31

    Alm das trs categorias de questes expostas acima, h tambm um conjunto de itens para a obteno de informaes sobre as escolas e os respondentes, cujos objetivos so:

    1) Obter o perfil da instituio escolar, observando: nmero de profissionais da escola, nmero de turnos, total de matrculas, total de docentes, localizao (se urbana ou rural).

    2) Obter dados referentes representatividade dos respondentes, observando: o peso do grupo respondente no universo de professores da escola e no universo da rede/sistema de ensino.

    1.2. Organizao do Instrumento

    O questionrio composto de 51 itens. Dentre eles, 16 solicitam informaes sobre a escola e os respondentes, sendo 9 destinados identificao e caracterizao da escola, 3 identi-ficao do responsvel pelo apontamento das respostas e/ou envio on line, 2 avaliao dos respondentes acerca do Questionrio e 2 identificao numrica do grupo de respondentes.

    As perguntas relacionadas aos quatro indicadores propriamente ditos somam 33 e dis-tribuem-se de acordo com o quadro abaixo. H ainda 2 questes complementares, uma para cada grupo respondente, nas quais solicitado que sejam listados trs fatores que contribuem para a integrao das TIC nas escolas.

    Distribuio dos itens do questionrio de acordo com os indicadores

    Grupo respondente

    Disponibilidade de TIC

    Organizao da escola

    para uso das TIC

    Formao dos

    educadores sobre TIC

    Presena das TIC nas

    prticas pedaggicas

    Total

    Grupo gestor 9 1 2 12

    Grupo de professores 4 6 5 6 21

    Total 13 7 7 6 33

    A construo do Instrumento considera aspectos como sequncia lgica das perguntas, apresentao grfica, recursos de comunicao visual e tempo de resposta a cada item e ao total do Instrumento.

    O questionrio tem duas partes: a Parte I, destinada ao grupo gestor da escola compos-to, por exemplo, de diretor, assistente de direo e coordenador pedaggico e a Parte II, destinada ao coletivo de professores. Essa organizao permite incorporar diferentes

    P r o P o s t a m e t o d o l g i c a P a r a a v a l i a o d a i n t e g r a o d a s t i c n a s e s c o l a s

  • 32

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    pontos de vista em funo das especificidades de cada grupo respondente. Gestores e professores desenvolvem atividades diferenciadas e assumem, por isso, papis distintos em relao ao grupo escola, comunidade do entorno e ao sistema de ensino.

    Na Parte II h quatro quadros avaliativos. Aps responder ao conjunto de questes, o grupo de professores deve se posicionar em relao a cada indicador, sinalizando cor verde para satisfatrio, cor amarela para regular ou cor vermelha para ruim. Essa proposta est vinculada a um dos objetivos do Instrumento, que fomentar a reflexo na escola sobre suas condies e prticas. Espera-se tambm que esse seja um momento para a escola reforar o compromisso com as informaes que est prestando ao se auto-avaliar.

    A organizao do Instrumento considera tambm fatores relacionados ao mtodo de co-leta dos dados e sua aplicabilidade em diferentes contextos:

    1. O pblico respondente pode ser de educadores cuja familiaridade com questio-nrios dessa natureza e prticas avaliativas seja bastante diversificada.

    2. O tempo destinado Parte II do questionrio deve ser de aproximadamente uma hora, pois, na organizao das escolas, via de regra, esse um tempo mdio destinado a reunies pedaggicas. Isso no impede que a escola se organize para responder ao questionrio em etapas.

    1.3 Adaptao do instrumento realidade local

    Os itens do questionrio que dizem respeito identificao e caracterizao da escola e dos respondentes devem ser adaptados realidade de cada localidade, j que a orga-nizao de cada sistema de ensino diferenciada. O mesmo vale para a caracterizao do grupo de respondentes da Parte I, que, de modo geral, constitudo pela equipe que conduz a escola do ponto de vista administrativo e pedaggico. Esse tipo de adequao inerente a um instrumento que pretende servir a diferentes contextos.

    Dessa forma, importante que, antes da aplicao do questionrio, seja feito um pr-tes-te do Instrumento, j com todas as adaptaes necessrias. Esse procedimento permite que a equipe tcnica responsvel pela aplicao da pesquisa confira maior preciso ao Instrumento quanto linguagem e termos utilizados e aos detalhes da aplicao no que diz respeito ao tempo necessrio para a discusso das questes.

    Sugere-se, ainda, que seja elaborada uma verso do questionrio para o mediador dos trabalhos, contendo exemplos e dicas para as questes que o pr-teste apontar como mais complexas e que demandem maior concentrao do grupo ou mais tempo para seu preenchimento. Trata-se de um apoio didtico.

  • 33

    2. DEFINIO DO UNIVERSO DA PESQUISA

    A depender das condies e necessidades locais, a sugesto que o universo de escolas em que se pretenda aplicar o questionrio seja definido por meio de amostra aleatria7, em detrimento de um procedimento censitrio8.

    Para a gerao de resultados vlidos, indica-se que a pesquisa seja aplicada num per-centual de 20% sobre o total da populao, ou seja, das escolas. Deve-se considerar possveis quebras nesse percentual em funo de contratempos que possam ocorrer nas escolas escolhidas e tambm de escolas que tenham seus dados invalidados para a gerao de resultados devido forma como as questes forem respondidas.

    Nos quadros abaixo, so elencados critrios de incluso e de excluso da populao, para definio do universo amostral.

    Critrios de incluso Justificativa

    1. Escolas que ofeream o nvel de ensino no qual o uso pedaggico das tecnologias esteja mais consolidado em mbito internacional.

    Focar na faixa etria que recebeu maiores investimentos das polticas pblicas proporciona melhores condies para comparabilidade entre os pases ibero-americanos.

    No Brasil, assim como na maioria dos pases, o foco das polticas pblicas ocorreu inicialmente, e ainda mais presente, no nvel de ensino que atende crianas de 7 a 15 anos.

    2. Incluir escolas de perfis diferenciados quanto ao porte.

    Um fator importante para julgamento analisar o comportamento das escolas de pequeno, mdio e grande porte em relao s questes propostas, tentando verificar nos resultados obtidos a existncia de diferenciais.

    3. Escolas localizadas em regies perifricas e centrais.

    Num determinado territrio, h realidades bastante distintas. Considerar escolas quanto diversidade de contextos sociais pode ser um critrio gerador de qualidade para a amostra.

    (continua)

    7A mostra aleatria simples (AAS) uma mostra escolhida de tal forma que cada item ou pessoa que a in-tegra tem a mesma possibilidade de ser includa. Se a populao tem um tamanho N, cada pessoa dessa populao tem a mesma probabilidade, igual a 1/N, de entrar na mostra. Uma tabela de nmeros aleatrios utilizada para sortear os elementos da amostra. Pode-se utilizar tambm uma funo randmica em uma planilha de clculo.8Estudo de todos os elementos da populao.

    P r o P o s t a m e t o d o l g i c a P a r a a v a l i a o d a i n t e g r a o d a s t i c n a s e s c o l a s

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    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    Critrios de incluso Justificativa

    4. Uniformidade no pblico respondente.*

    Ter um grupo de respondentes em que todos tenham o mesmo referencial a partir do qual devam se posicionar importante. Enfatiza-se assim a necessidade de certa homogeneidade a cada grupo respondente. Exemplos de grupos homogneos: professores que atuam no mesmo perodo de aulas, que lecionam para a mesma etapa/nvel de ensino, que participam de horrio de trabalho coletivo ou que tm as maiores jornadas de aula. Isso no implica, contudo, que o questionrio deva ser aplicado apenas a um grupo. Pode ser aplicado a professores de grupos distintos, possibilitando a comparabilidade entre grupos no mbito da escola e do sistema.

    5. Representatividade do pblico respondente.*

    importante notar a representatividade dos respondentes, observando o peso desse grupo no universo de docentes da escola. Alguns exemplos de critrios possveis para a escolha desses educadores seria a jornada de trabalho (aqueles que tiverem maior jornada) e o tempo de permanncia na escola (aqueles que estiverem na escola h mais tempo). A ideia incluir os educadores que possuem melhores condies para falar sobre a escola, como uma forma de qualificar melhor o grupo respondente.

    * Note-se que o recorte do pblico respondente a ser pesquisado tem interseco com o recorte feito para a definio das escolas a serem pesquisadas.

    Critrios de excluso Justificativa

    1. Escolas que tenham perfil diferenciado quanto ao uso, funcionamento e organizao.

    Grupo de respondentes de complexos educacionais, esportivos e culturais e espaos pblicos mltiplos ou escolas que atendam a outros nveis podem gerar distoro em relao ao universo escolhido para ser representado na pesquisa.

  • 35

    3. MTODO PARA A COLETA DE DADOS

    O mtodo para a coleta de dados prev a aplicao do Questionrio pela prpria escola, de forma coletiva, e pressupe algumas medidas e procedimentos por parte do rgo responsvel pela aplicao da metodologia a fim de garantir o xito da avaliao.

    O diferencial desta metodologia, embora ela no prime pelo ineditismo, est na dimenso coletiva, participativa e colaborativa, na medida em que se cria um espao de interlocu-o entre os atores de cada escola, e entre as escolas e os atores9 do sistema de ensino, destinado avaliao e implementao de polticas pblicas.

    A seguir sero expostos procedimentos fundamentais para o sucesso da coleta de dados.

    A Parte I do Questionrio deve ser respondida pelo grupo gestor da escola em uma reu-nio marcada exclusivamente para essa atividade. As respostas s questes devem ser feitas de forma coletiva.

    A Parte II do Questionrio deve ser aplicada em um momento em que se possa reunir o grupo de professores j previamente delimitado pelos critrios adotados para definio dos respondentes. A reunio deve ser conduzida por um educador que far o papel de mediador. importante alguns cuidados na escolha desse educador:

    O mediador deve ter um perfil convergente com os pressupostos da metodologia de aplicao dos Indicadores. Difcil ser discutir a situao educativa da escola se esse mediador tiver, por exemplo, uma postura rgida, severa, tendenciosa e no transparente durante os trabalhos. Ele deve ter uma atitude profissional que favorea a discusso e deve conseguir mediar as situaes de conflito, fazendo com que a troca de percepes ocorra. Deve tambm se preocupar em garantir voz a todos, com o objetivo de obter a avaliao da escola de forma amplamente participativa.

    Envolver os professores na escolha do mediador pode diminuir a resistncia que eles venham a ter em relao ao processo da avaliao, alm de comprometer mais o grupo com o bom andamento dos trabalhos.

    importante que o rgo responsvel prepare e apoie ao mximo os diretores de escola e os mediadores para a discusso junto aos professores. As medidas propostas nesse sentido so:

    9 Entende-se por ator qualquer pessoa ou grupo de pessoas que dispe de determinada capacidade de ao efetiva consciente em um contexto social delimitado.

    P r o P o s t a m e t o d o l g i c a P a r a a v a l i a o d a i n t e g r a o d a s t i c n a s e s c o l a s

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    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    Realizao de uma reunio para apresentar os objetivos da avaliao e da me-todologia aos diretores de escola e aos mediadores. Essa ao possibilita no apenas dirimir dvidas sobre as questes includas no Instrumento, o tempo previsto para aplicao e a forma de conduo dos trabalhos pelo mediador, etc. como tambm dialogar sobre o objetivo da avaliao. Trata-se de um momento de reflexo da escola sobre suas prticas, em que os educadores podem con-frontar opinies e percepes acerca do uso pedaggico das tecnologias naque-la comunidade escolar e estabelecer ou fortalecer uma ponte de comunicao com o sistema de ensino. Enfatiza-se a inadequao de se conduzir essa pesqui-sa revelia dos participantes nas situaes em que so objeto de investigao e de possvel ao.

    Elaborao de texto de orientaes para apoiar o mediador quanto ao Instru-mento proposto e quanto postura que deve assumir na coordenao dos tra-balhos junto aos professores. A linguagem adotada nesse material deve ser co-loquial e apresentar de forma clara e explcita os objetivos do trabalho, o papel e o interesse de cada segmento envolvido (escola, rgo gestor da Educao).

    Envio de uma carta do gestor do sistema de ensino a todas as escolas partici-pantes, solicitando empenho e a observncia a pontos relevantes da metodolo-gia proposta, tais como: o Questionrio deve ser respondido em uma discusso coletiva; quem pode responder Parte I e Parte II; como registrar as declara-es dos respondentes em cada questo.

    Monitoramento das escolas durante o perodo destinado aplicao do Ques-tionrio com a finalidade de apoi-las e estimul-las a participar da avaliao.

    Organizao e acompanhamento da execuo do cronograma de aplicao do Instrumento nas escolas.

    Subsdio s escolas nas suas dvidas sobre o mtodo de coleta de dados e o Instrumento durante o perodo de aplicao.

    O rgo responsvel tambm deve tomar medidas destinadas a proporcionar confiana escola e convenc-la do mrito da pesquisa. Investir na fase preparatria, buscando adeso e comprometimento dos educadores na organizao dos trabalhos, pode garantir que a avaliao seja incorporada como uma ao perene, necessria para retroalimentar a escola e o sistema. Para tanto, preciso considerar os seguintes pontos:

    O envolvimento da escola com a participao na pesquisa fundamental. Uma vez que a participao da escola deve se dar por adeso, cria-se a necessidade

  • 37

    de estimular a demanda: a equipe responsvel pela pesquisa deve somar es-foros para que a escola perceba e assimile a importncia da avaliao proposta.

    Deve-se objetivar que todo o grupo escola seja aderente proposta, no somen-te o grupo gestor. Tal atitude contribui para diluir uma situao muito comum nas escolas, quando as decises so tomadas apenas pelos diretores escolares. Decises das quais a escola como um todo no participa ocasionam um envolvi-mento protocolar e burocrtico dos educadores e se contrapem a uma partici-pao mais ativa e consciente do grupo escola.

    Quanto mais energia o rgo responsvel investir no processo de assimilao dos pressupostos da metodologia de avaliao por parte das escolas, menos preocupao ele ter com o acompanhamento durante o perodo de aplicao do Instrumento.

    A divulgao dos resultados do pr-teste pode dirimir qualquer tipo de dvida sobre a inteno da pesquisa e ao mesmo tempo diluir as inseguranas e re-ceios dos respondentes sobre o processo avaliativo e suas finalidades.

    4. TRATAMENTO E INTERPRETAO DOS DADOS COLETADOS

    Os dados do questionrio podero ser coletados por meio de formulrios em papel ou formulrios eletrnicos acessados pelas escolas e armazenados em um banco de dados.

    Com todas as respostas organizadas em planilhas e tabelas, a primeira verificao dos dados realizada para que sejam detectados e eliminados registros incompletos (escolas que iniciaram o preenchimento de respostas e pararam sem completar o instrumento) ou vazios (escolas que entraram, fizeram seu registro, mas no enviaram dados).

    Em seguida, realizada uma verificao dos dados em que so procuradas inconsis-tncias. Isso feito por meio da comparao entre as respostas de uma mesma escola em que seria de esperar que houvesse coerncia, por exemplo: cotejo do nmero de presentes na reunio com o nmero de respondentes das questes em que foram ta-buladas respostas individuais. Se o nmero de respondentes for diferente do nmero de presentes informados, h uma discrepncia nos dados, e a escola deve ser descartada da amostra.

    Tambm podem ser comparados os dados fornecidos pela equipe gestora com os dados preenchidos pelos professores, que devem manter coerncia entre si. Hipoteticamente, se for informado que um equipamento no existe e depois ele for pontuado na questo referente frequncia de uso, a escola descartada da amostra.

    P r o P o s t a m e t o d o l g i c a P a r a a v a l i a o d a i n t e g r a o d a s t i c n a s e s c o l a s

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    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    Ainda com base nos dados da planilha, sero descartadas as escolas que enviarem res-postas que no estejam de acordo com a pergunta. Por exemplo: a equipe deveria infor-mar o nmero de equipamentos em cada espao, mas por um entendimento equivocado, assinalou-se apenas com X os campos de respostas.

    Por fim, sero conferidas as respostas anotadas nos questionrios impressos com as digitadas no sistema, descartando-se as escolas em que houver diferenas. Esse proce-dimento deve ser realizado de forma amostral, como uma checagem de problemas que podem ocorrer no momento em que os dados coletados no questionrio impresso so inseridos na base digital de dados.

    Depois da eliminao das escolas que apresentam inconsistncias, feita a organizao dos dados presentes na planilha: contagens, somatrios e totalizao por questes, de acordo com o tipo de dado e a forma como a pergunta foi feita.

    As perguntas dissertativas devem ter um tratamento diferenciado, que passe por um processo de agrupamento e categorizao de acordo com temas/assuntos, para posterior quantificao.

    A partir desse momento as informaes esto prontas para ser submetidas a trs nveis de anlise.

    1. Decorrente apenas da prpria informao que o item oferece.

    2. Decorrente do cruzamento de informaes que dois ou mais itens oferecem.

    3. Decorrente dos dados de contorno, que so os provenientes da realidade edu-cativa da escola (compostos pelo atendimento da demanda, quadro de pessoal ou mdulo escolar, tipos de atendimento que a escola oferece) e das polticas e programas de TIC vigentes.

    A anlise tambm poder se beneficiar de dados socioeconmicos sobre o territrio e a populao atendida nas escolas. Essa proposta tem como objetivo proporcionar uma leitura mais qualificada das informaes e, consequentemente, do objeto de estudo.

    O diagrama abaixo representa os nveis de anlise possveis:

    Informaes obtidas na coleta de dados

    Dados da realidade educativa da escola

    Dados de polticas e programas

  • 39

    A despeito de todas as interpretaes e anlises que possam ser feitas pela instituio responsvel pelo tratamento dos dados, tem especial importncia a leitura e interpre-tao dos dados considerando a apreciao dos professores, ou seja, como eles qualifi-cam a situao da escola em relao a cada indicador. Isso deve ser feito por meio dos quadros que aparecem ao final de cada etapa do Instrumento de coleta de dados. Essas informaes devero ser um parmetro a mais para a anlise e comparao com as de-mais informaes coletadas.

    Para finalizar esse processo, sugere-se a realizao de um encontro com os educadores que participaram da aplicao da pesquisa para apresentao dos resultados. Essa ao importante no s para dar uma devolutiva s escolas participantes como tambm para fortalecer o dilogo na escola e entre a escola e os gestores do sistema de ensino, crian-do e fortalecendo uma concepo transparente e democrtica de gesto pblica.

    P r o P o s t a m e t o d o l g i c a P a r a a v a l i a o d a i n t e g r a o d a s t i c n a s e s c o l a s

  • 40

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

  • 41

    Parte B

    Apresentao da matriz avaliativa da dimenso escola

    A MATRIZ AVALIATIVA DA DIMENSO ESCOLA

    Disponibilidadede TIC

    Organizao daescola para uso

    das TIC

    Formao parao uso das TIC

    Presena dasTIC nas Prticas

    Pedaggicas

    Como informamos anteriormente, a matriz avaliativa proposta conta com quatro indi-cadores. Cada indicador acompanhado por um conjunto de descritores. A partir dos descritores, os itens, ou seja, as questes, so construdos a fim de gerar resultados que sero interpretados tendo como ponto de referncia o indicador que est sendo ana-lisado. Para maior refinamento e qualificao dos resultados obtidos recomendvel realizar cruzamentos com outros dados, a partir dos resultados obtidos em outros itens.

    Para uma melhor compreenso dos resultados gerados por cada descritor, apresentare-mos grficos e tabelas construdos hipoteticamente.

  • 42

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    Sobre os quadros dos descritores

    Enquanto as dimenses de uma matriz representam aspectos de uma viso ampla da realidade em estudo, os indicadores so a forma de analis-la mais detalhadamente.

    Os descritores, por sua vez, demonstram os desdobramentos de cada indicador.

    Os itens representam, no instrumento, a forma como os indicadores, e mais especifica-mente, os descritores sero pesquisados.

    As categorias propostas para construo e anlise dos indicadores referentes dimen-so Escola so apresentadas por meio dos seguintes quadros:

    Descritor: est relacionado diretamente ao Indicador. Em conjunto delimitam a abrangncia do indicador e individualmente especificam o que ser investigado.

    Dados necessrios: informaes necessrias para elaborao dos itens (questes).

    Fonte de dados: identificao do grupo respondente.

    Itens do Questionrio: forma como os descritores sero pesquisados no instru-mento de coleta. Trata-se da reproduo dos itens referentes a cada descritor no questionrio proposto.

    Resultado obtido: a informao direta que se espera obter com determinado item.

    Cruzamentos: so as possibilidades de cotejamento dos dados obtidos entre diferentes descritores propostos com a finalidade de enriquecer a anlise dos dados de cada descritor.

    Interpretao do resultado obtido: entendimento dos resultados obtidos em re-lao ao indicador propriamente dito.

    Notas tcnicas: esclarecimentos sobre a construo de algum item ou sobre a apresentao de seus resultados.

  • 43

    INDICADOR 1Disponibilidade de TIC

    1.1 Razo n de alunos por computador para uso pedaggico por turno.1.2 Quantidade de computadores para uso pedaggico por tipo de conexo internet (com exceo dos

    portteis).1.3 Existncia e quantidade de computadores portteis para uso pedaggico e administrativo.1.4 Percentual de computadores quebrados ou obsoletos.1.5 Tempo de existncia dos computadores para uso pedaggico na escola.1.6 Tempo mdio de conserto dos computadores.1.7 Apreciao dos professores quanto disponibilidade de computadores.1.8 Apreciao dos professores quanto relao entre o tempo de conserto dos computadores e a

    realizao das atividades pedaggicas planejadas.1.9 Existncia e quantidade de outros equipamentos tecnolgicos disponveis para uso pedaggico.1.10 Apreciao dos professores quanto disponibilidade de softwares.1.11 Existncia e variedade de softwares educativos.1.12 Relao entre a velocidade da conexo com a internet e as formas de uso do computador.1.13 Existncia de atividades pedaggicas utilizando as TIC no contraturno escolar.

    INDICADOR 2Organizao da escola para uso das TIC

    2.1 Existncia e natureza da presena das TIC no Projeto Pedaggico (PP) da escola.2.2 Existncia e grau de importncia dos temas relacionados s TIC no planejamento escolar coletivo.2.3 Existncia de avaliao coletiva sobre o uso pedaggico das TIC e sua relao com o planejamento escolar.2.4 Existncia e natureza de mudanas na gesto pedaggica em funo do uso das TIC.2.5 Existncia e natureza de mudanas nas rotinas administrativas em funo do uso das TIC.2.6 Distribuio dos computadores nos ambientes da escola.2.7 Existncia e natureza de apoio aos professores para uso pedaggico das TIC.2.8 Existncia e natureza do acesso da comunidade s TIC na escola.

    INDICADOR 3

    Formao dos educadores para o uso das TIC

    3.1 Tipos dos cursos de formao frequentados pelos professores para o uso pedaggico de computa-dores e internet.

    3.2 Contedos dos cursos de formao frequentados pelos professores para o uso pedaggico de com-putadores e internet.

    3.3 Atualizao da formao dos professores para o uso pedaggico de computadores e internet. 3.4 Tipos de cursos de formao frequentados pela equipe gestora para o uso pedaggico de computa-

    dores e internet.3.5 Tipos de abordagens dos cursos de formao frequentados pela equipe gestora para o uso pedag-

    gico de computadores e internet.3.6 Pertinncia entre a formao frequentada e as necessidades da prtica docente.3.7 Familiaridade dos professores com ambientes virtuais destinados ao aprimoramento profissional.

    INDICADOR 4

    Presena das TIC nas prticas pedaggicas

    4.1 Natureza do uso de computadores e internet no planejamento pedaggico docente.4.2 Objetivos dos professores com relao ao uso pedaggico dos computadores e internet.4.3 Estratgias dos professores com relao ao uso pedaggico dos computadores e internet.4.4 Frequncia do uso pedaggico de equipamentos de TIC pelos professores.4.5 Existncia e natureza da avaliao sobre o uso pedaggico das TIC na prtica docente.4.6 Fontes de acesso a materiais educativos digitais.

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    QUADRO RESUMO DOS INDICADORES E SEUS DESCRITORES

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    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    INDICADOR 1Disponibilidade de TIC

    Um aspecto interessante a considerar quando se trata de TIC na educao o acesso a novas tecnologias dentro das escolas. O tema do acesso remete a duas questes principais: de um lado, questes relativas aos recursos tecnolgicos disponveis para estudantes e professores nos estabelecimentos educacionais; de outro, questes relacionadas densidade informtica - isto , a taxa de estu-dantes por computador -, um fator que condiciona o uso efetivo que estudantes e alunos podem fazer das TIC.

    Guillermo Sunkel, As TIC na educao na Amrica Latina: viso panormica.

    A disponibilidade das TIC diz respeito s condies relativas infraestrutura fsica e ao acervo de equipamentos tecnolgicos presentes nas escolas para uso pedaggico e ad-ministrativo. Derivam desses dois fatores outros que permitem conhecer quais as condi-es concretas existentes para o desenvolvimento de prticas de ensino que utilizam as TIC. Dentre eles, pode-se destacar os seguintes:

    Qual a quantidade de computadores na escola com e sem acesso internet e em que espaos da escola eles se encontram? Qual a razo (densidade) de computadores por aluno e por turno? Como os professores avaliam a quantidade de computadores que a escola possui? A velocidade de conexo boa em relao s necessidades de uso da escola? Os computadores portteis so para uso administrativo ou pedaggico? Quantos computadores quebrados ou obsoletos existem? Os computadores so consertados com qual periodicidade? Isso interfere no trabalho do professor? A escola possui outros equi-pamentos tecnolgicos, alm dos computadores? A quantidade e variedade de softwares oferece opes de trabalho diversificadas para o professor? H tambm questes que nos do algumas pistas para a anlise: h quanto tempo os computadores foram insta-lados nessa escola? No contraturno escolar so desenvolvidas atividades com as TIC?

    Os aspectos que envolvem a investigao sobre a Disponibilidade de TIC so primordiais e condicionantes de outros. Os descritores aqui propostos buscam, portanto, ampliar a abrangncia e profundidade com que se observa a disponibilidade das TIC no contexto escolar a fim de ampliar as possibilidades de se inferir, apontar caminhos ou obstculos em relao a essa temtica.

    Trata-se de qualificar dados clssicos, tendo como paradigma o olhar para o cotidiano escolar, numa tentativa de conhecer de que forma determinados aspectos da disponibi-lidade de tecnologia reverberam no trabalho pedaggico.

    Busca-se, ainda, um olhar que permita inferir sobre inferir sobre as mudanas, os novos arranjos e dinmicas experimentados pelos sistemas de ensino para o uso pedaggico das TIC, como, por exemplo, a localizao dos computadores na escola em diversos espa-

  • 45

    os da escola (salas de aula, em bibliotecas, equipamentos portteis). Portanto, tem-se aqui uma nova varivel em relao Disponibilidade de TIC: uma estreita relao com o modelo pedaggico previsto para seu uso, considerando-se seu impacto direto na leitura das informaes sobre densidade, tipos de uso, etc.

    Uma vez que a equao do fator Disponibilidade de TIC ainda muito difcil na maioria dos sistemas de ensino, tais indicadores so fundamentais no apoio s polticas em buscas de so-lues pertinentes em relao aos objetivos de cada programa de uso de TIC implementado.

    Abrangncia

    Este indicador informa sobre a quantidade de escolas segundo a distribuio de compu-tadores e o tipo de conexo internet; a relao aluno computador por turno; as possibi-lidades de uso de recursos tecnolgicos em funo da velocidade de conexo internet; manuteno, atualizao e diversidade de equipamentos e softwares; tipos de softwares disponveis e apreciao dos professores a respeito; existncia de atividades pedaggicas no contraturno escolar.

    Palavras-chave

    Quantidade, densidade, qualidade, manuteno, atualizao, diversidade.

    Descritores

    1.1 Razo n de alunos por computador para uso pedaggico por turno.

    1.2 Quantidade de computadores para uso pedaggico por tipo de conexo internet (com exceo dos portteis).

    1.3 Existncia e quantidade de computadores portteis para uso pedaggico e administrativo.

    1.4 Percentual de computadores quebrados ou obsoletos.

    1.5 Tempo de existncia dos computadores para uso pedaggico na escola.

    1.6 Tempo mdio de conserto dos computadores.

    1.7 Apreciao dos professores quanto disponibilidade de computadores.

    1.8 Apreciao dos professores quanto relao entre o tempo de conserto dos compu-tadores e a realizao das atividades pedaggicas planejadas.

    1.9 Existncia e quantidade de outros equipamentos tecnolgicos disponveis para uso pedaggico.

    1.10 Apreciao dos professores quanto disponibilidade de softwares.

    1.11 Existncia e variedade de softwares.

    1.12 Relao entre a velocidade da conexo com a internet e as formas de uso do computador.

    1.13 Existncia de atividades pedaggicas utilizando as TIC no contraturno escolar.

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

  • 46

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    DESCRITOR 1.1

    Razo n de alunos por computador para uso pedaggico por turno

    Dados necessrios

    Total de computadores disponveis para uso pedaggico com alunos (inclusive portteis). Total de alunos da escola. Total de turnos da escola.

    Fonte de dados

    Grupo gestor da escola.

    Itens do Questionrio

    8. Total de turnos da escola.11. Total de alunos matriculados nesta escola.14. Informe no quadro abaixo a quantidade total de computadores disponveis nesta escola

    (exceto os portteis).

    Ambiente 1. Sem conexo com a internet 2. Conexo discada3. Conexo

    banda larga

    Administrao

    Sala de professores

    Sala / Laboratrio de informtica

    Sala de leitura / Biblioteca

    Salas de aula

    Outros ambientes

    Total de computadores

    17. Quantos computadores portteis para uso pedaggico esta escola possui?

    Resultado obtido

    Quantidade de alunos por computador (razo), por turno de cada escola e distribuio das escolas em intervalos, de acordo com o valor desta razo.

    Cruzamento

    Item 30. Apreciao de professores sobre disponibilidade de computadores.Item 44. Frequncia de uso dos equipamentos.Item 14. Distribuio dos computadores nos ambientes escolares por tipo de conexo.

  • 47

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    Interpretao do resultado obtido

    Quanto menor a razo, maior a disponibilidade das TIC. A insero do nmero de turnos no clculo dessa razo permite um resultado mais apro-

    ximado da realidade da escola em relao disponibilidade de computadores por aluno.

    Notas tcnicas

    Clculo utilizado: A (B x C) A = total de alunos B = total de computadores nas salas de informtica e nas salas de aula C = nmero de turnos da escola Na tabela que segue, categorizamos as escolas em quatro grupos, segundo critrio quantita-tivo especfico.A interpretao desta razo deve ser vista no contexto do Projeto Pedaggico em relao ao uso de TIC.

    Representao do resultado TABELA D.1.1 DISTRIBUIO DAS ESCOLAS SEGUNDO A RAZO DE ALUNOS POR COMPUTADOR, POR TURNO*(EM PORCENTAGENS)

    Menor que 10 Maior ou igual a 10 e menor que 20

    Maior ou igual a 20 e menor que 30

    Maior ou igual a 30

    100

    80

    60

    40

    20

    0

    14,0

    50,0

    33,0

    3,0

    GRFICO D.1.1 DISTRIBUIO DAS ESCOLAS SEGUNDO A RAZO DE ALUNOS POR COMPUTADOR, POR TURNO(EM PORCENTAGENS)

    Razo de alunos por computador por turno N de escolas %

    Menor que 10 14 14.0

    Maior ou igual a 10 e menor que 20 50 50.0

    Maior ou igual a 20 e menor que 30 33 33.0

    Maior ou igual a 30 3 3.0

    *Total de escolas: 100

  • 48

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    DESCRITOR 1.2

    Quantidade de computadores para uso pedaggico por tipo de conexo com internet (com exceo dos portteis)

    Dados necessrios

    Total de computadores disponveis para uso pedaggico por tipo de conexo com internet (com exceo dos portteis).

    Fonte de dados

    Grupo gestor da escola.

    Itens do Questionrio

    14. Informe no quadro abaixo a quantidade total de computadores disponveis nesta escola (exceto os portteis).

    Ambiente Sem conexo com a internet Conexo discada Conexo banda larga

    Administrao

    Sala de professores

    Sala / Laboratrio de informtica

    Sala de leitura / Biblioteca

    Salas de aula

    Outros ambientes

    Total de computadores

    Resultado obtido

    Quantidade de computadores nas escolas de acordo com o tipo de conexo e distribuio das escolas de acordo com o tipo de conexo.

    Distribuio das escolas de acordo com o tipo de conexo.

    Cruzamento

    Item 14. Distribuio dos computadores nos ambientes escolares por tipo de conexo.Item 15. Computadores obsoletos ou quebrados.Item 30. Apreciao dos professores sobre a quantidade de computadores disponveis.Item 44. Frequncia do uso dos equipamentos.Item 45. Uso de computadores no planejamento de aula.Item 46. Objetivos no uso das TIC.Item 47. Estratgias para atingir esses objetivos.

    Interpretao do resultado obtido

    Quanto maior a quantidade de computadores com conexo banda larga, melhor a disponi-bilidade das TIC.

    A quantidade de computadores segundo o tipo de conexo que possuem informa sobre a natureza da disponibilidade de TIC para uso pedaggico. importante buscar informaes a respeito da razo aluno por computador no descritor 1.1.

  • 49

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    Notas tcnicas

    A medida tomada por computadores torna o dado mais preciso em relao disponibilidade real que a escola oferece. Permite calcular a razo aluno/computador em cada ambiente, a percen-tagem de computadores em cada ambiente em relao ao total de computadores da escola ou, simplesmente, conhecer a quantidade de computadores em cada ambiente. Tais dados podem ser organizados por nmero de escolas ou pelo total de computadores em toda a rede.A tabela permite verificar a presena e a quantidade de computadores nos ambientes, aumen-tando a preciso da informao ao se cruzar o dado de organizao com dados de disponibi-lidade (ver descritor 2.6). A medida tomada pela escola no to precisa, uma vez que toma o todo pela parte.

    Representao do resultado TABELA D.1.2a QUANTIDADE DE COMPUTADORES PARA USO PEDAGGICO POR TIPO DE CONExO COM A INTERNET*(ExCETO OS PORTTEIS)

    TABELA D.1.2b NMERO DE ESCOLAS AGRUPADAS DE ACORDO COM O TIPO DE CONExO COM A INTERNET DOS COMPUTADORES*(ExCETO OS PORTTEIS)

    GRFICO D.1.2NMERO DE ESCOLAS AGRUPADAS DE ACORDO COM O TIPO DE CONExO COM A INTERNET DOS COMPUTADORES*(ExCETO OS PORTTEIS)

    Ambiente Sem conexo com a internet Internet discadaInternet

    banda larga Total

    Administrao 40 0 600 640

    Sala dos professores 20 3 140 163

    Sala / laboratrio de informtica 120 0 2.900 3.020

    Sala de leitura / Biblioteca 15 0 70 85

    Sala de aula 35 0 0 35

    Outros ambientes 30 2 25 57

    Total de computadores 260 5 3.735 4.000

    *Total de escolas: 100

    AmbienteCom

    computa-dores

    Sem conexo

    com a internet

    Internet discada

    Internet banda larga

    %

    Administrao 100 0 0 100 100.0

    Sala dos professores 93 0 2 91 91.0

    Sala / Laboratrio de informtica 99 0 0 99 99.0

    Sala de leitura / biblioteca 87 0 0 47 47.0

    Sala de aula 7 0 0 0 0.0

    Outros ambientes 43 0 2 7 7.0

    Total de escolas: 100

    Semconexocom ainternet

    Internetdiscada

    Internetbandalarga

    100

    80

    60

    40

    20

    040

    100

  • 50

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    DESCRITOR 1.3

    Existncia e quantidade de computadores portteis para uso pedaggico e administrativo

    Dados necessrios

    Total de computadores portteis disponveis para uso pedaggico e administrativo.

    Fonte de dados

    Grupo gestor da escola.

    Itens do Questionrio

    16. Quantos computadores portteis para uso administrativo esta escola possui?17. Quantos computadores portteis para uso pedaggico esta escola possui?

    Resultado obtido

    Nmero de escolas que possuem computadores portteis por tipo de uso e a quantidade de portteis por tipo de uso.

    Cruzamento

    Item 44. Frequncia de uso dos equipamentos.Item 46. Objetivos do uso das TIC.Item 47. Estratgias para atingir esses objetivos.

    Interpretao do resultado obtido

    Quanto maior a quantidade de computadores portteis, maior a disponibilidade de TIC. Quanto maior a diversidade de uso de computadores portteis, melhor a disseminao de

    TIC na escola. A existncia e a quantidade de computadores portteis podem favorecer a diversificao de

    objetivos e estratgias pedaggicas. Podem favorecer tambm a flexibilizao da organiza-o dos espaos da escola, podendo ocasionar mais oportunidades de usos de TIC.

    O cruzamento da existncia e tipo de uso com a quantidade de portteis permitir verificar a viabilidade de diferentes usos pedaggicos desse recurso.

    Notas tcnicas

    H que considerar os diferentes modelos de uso dos portteis: casos em que os computadores portteis atendem a uma proposta de uso de computadores na proporo de um aluno por computador, casos em que um conjunto de portteis circula de sala em sala pela escola ou ainda casos em que eles so utilizados como apoio ao datashow em salas de aula.

  • 51

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    Representao do resultado

    TABELA D.1.3a ESCOLAS COM COMPUTADORES PORTTEIS PARA USO PEDAGGICO E ADMINISTRATIVO*(EM PORCENTAGENS)

    GRFICO D.1.3a ESCOLAS COM COMPUTADORES PORTTEIS PARA USO PEDAGGICO E ADMINISTRATIVO(EM PORCENTAGENS)

    TABELA D.1.3b QUANTIDADE DE COMPUTADORES PORTTEIS PARA USO PEDAGGICO E ADMINISTRATIVO

    GRFICO D.1.3b QUANTIDADE DE COMPUTADORES PORTTEIS PARA USO PEDAGGICO E ADMINISTRATIVO(EM PORCENTAGENS)

    ociggadep osUovitartsinimda osU

    Sim

    70

    60

    50

    40

    30

    20

    10

    0

    35,0

    65,0

    40,0

    60,0

    No

    Para uso pedaggico Para uso administrativo

    4,2

    95,8

    Escolas com computadores portteis Uso administrativo Uso pedaggico

    Sim 35.0 40.0

    No 65.0 60.0

    *Total de escolas: 100

    Computadores portteis N de computadores %

    Para uso administrativo 35 4.2

    Para uso pedaggico 800 95.8

    Total de computadores portteis 835

  • 52

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    DESCRITOR 1.4

    Percentual de computadores quebrados ou obsoletos

    Dados necessrios

    Total de computadores disponveis na escola (inclusive portteis). Total de computadores quebrados ou obsoletos (inclusive portteis).

    Fonte de dados

    Grupo gestor da escola.

    Itens do Questionrio

    14. Informe no quadro abaixo a quantidade total de computadores disponveis nesta escola (exceto os portteis).

    Ambiente Sem conexo com a internet Conexo discadaConexo

    banda larga

    Administrao

    Sala de professores

    Sala / Laboratrio de informtica

    Sala de leitura / Biblioteca

    Salas de aula

    Outros ambientes

    Total de computadores

    *Utilizar o dado do total de computadores apenas para este descritor.

    17. Quantos computadores portteis para uso pedaggico esta escola possui?15. Quantos computadores quebrados ou obsoletos existem nesta escola?

    Resultado obtido

    Percentual de computadores quebrados ou obsoletos por escola. Distribuio das escolas em intervalos relativos a esses percentuais.

    Cruzamento

    Item 13. Tempo de existncia dos computadores.Item 30. Apreciao dos professores sobre disponibilidade de computadores.Item 44. Frequncia de uso de equipamentos.

    Interpretao do resultado obtido

    Quanto menor a porcentagem de computadores quebrados ou obsoletos, maior a disponi-bilidade de TIC.

    A anlise da representao desse percentual sobre o total de computadores da escola per-mite maior preciso sobre a disponibilidade.

  • 53

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    Nota tcnica

    Por computadores obsoletos entendem-se aqueles que no podem destinar-se ao uso pe-daggico por causa de seu mau funcionamento.Clculo utilizado: [C (A+B)] x 100

    A = total de computadores nos ambientes. B = total de computadores portteis. C = total de computadores quebrados ou obsoletos.

    Representao do resultado

    TABELA D.1.4 DISTRIBUIO DAS ESCOLAS EM FUNO DO PERCENTUAL DE COMPUTADORES QUEBRADOS OU OBSOLETOS*

    GRFICO D.1.4 DISTRIBUIO DAS ESCOLAS EM FUNO DO PERCENTUAL DE COMPUTADORES QUEBRADOS OU OBSOLETOS(EM PORCENTAGEM)

    Menor que 25 Maior ou igual a 25 e menor que 50

    Maior ou igual a 50 e menor que 75

    Maior ou igual a 75

    100

    80

    60

    40

    20

    0

    64,0

    28,0

    6,02,0

    Computadores quebrados ou obsoletos N de escolas %

    Menor que 25% 64 64.0

    Maior ou igual a 25% e menor que 50% 28 28.0

    Maior ou igual a 50% e menor que 75% 6 6.0

    Maior ou igual a 75% 2 2.0

    *Total de escolas: 100

  • 54

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    DESCRITOR 1.5

    Tempo de existncia dos computadores para uso pedaggico na escola

    Dados necessrios

    Tempo de existncia dos computadores na escola.

    Fonte de dados

    Grupo gestor da escola.

    Itens do Questionrio

    13. Qual o tempo de existncia dos computadores para uso pedaggico nesta escola? a. Dois anos ou menos.b. Entre dois e quatro anos.c. Entre quatro e seis anos.d. Mais de seis anos.

    Resultado obtido

    Nmero de escolas agrupadas em funo do tempo de existncia dos computadores.

    Cruzamento

    Item 15. Computadores obsoletos ou quebrados.Item 44. Frequncia de uso dos equipamentos. Item 46. Objetivos no uso das TIC.Item 47. Estratgias para atingir esses objetivos.Item 33. Planejamento coletivo.Item 34. Avaliao coletiva.

    Interpretao do resultado obtido

    Esse um dado do contexto que deve ser cotejado com outros e apoia a interpretao de outros dados.

    A informao obtida pode ajudar a inferir sobre a maturidade da escola para o uso de TIC.

    Notas tcnicas

    Sobre dados de contorno e o peso dos itens perante o objetivo, veja na parte 1.1 Construo dos itens deste documento: Peso perante o objetivo: h itens que aferem diretamente o indicador e outros que o aferem de forma complementar ou secundria.

  • 55

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    Representao do resultado

    TABELA D.1.5 TEMPO DE ExISTNCIA DOS COMPUTADORES PARA USO PEDAGGICO NAS ESCOLAS*

    GRFICO D.1.5 TEMPO DE ExISTNCIA DOS COMPUTADORES PARA USO PEDAGGICO NAS ESCOLAS(EM PORCENTAGENS)

    Dois anos ou menos Entre dois e quatro anos Entre quatro e seis anos Mais de seis anos

    10,0

    10,0

    17,0

    63,0

    Tempo de existncia dos computadores N de escolas %

    Dois anos ou menos 63 63.0

    Entre dois e quatro anos 17 17.0

    Entre quatro e seis anos 10 10.0

    Mais de seis anos 10 10.0

    *Total de escolas: 100

  • 56

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    DESCRITOR 1.6

    Tempo mdio de conserto dos computadores

    Dados necessrios

    Nmero de escolas agrupadas pelo tempo mdio para conserto de computadores.

    Fonte de dados

    Grupo gestor da escola.

    Itens do questionrio

    19. No caso de conserto de computadores, quanto tempo necessrio, em mdia, para ter o problema resolvido? a. Uma semana.b. Quinze dias.c. Um ms ou mais.d. No h regularidade.e. No h servio de manuteno de computadores nesta escola.

    Resultado obtido

    Nmero de escolas distribudas de acordo com o tempo mdio necessrio para o conserto de computadores.

    Cruzamento

    Item 15. Computadores obsoletos ou quebrados.Item 31. Comprometimento das atividades planejadas em funo do tempo de conserto.Item 44. Frequncia de uso dos equipamentos.

    Interpretao do resultado obtido

    Quanto menor o tempo de conserto de computadores, melhor ser a disponibilidade de TIC. O item d. tambm afere problemas na organizao da escola para o uso, uma vez que indi-

    ca falta de rotina estabelecida para os consertos.

  • 57

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    Representao do resultado

    TABELA D.1.6ESCOLAS SEGUNDO O TEMPO MDIO PARA CONSERTO DE COMPUTADORES*

    GRFICO D.1.6 ESCOLAS SEGUNDO O TEMPO MDIO PARA CONSERTO DE COMPUTADORES(EM PORCENTAGENS)

    Uma semana Quinze dias Um ms ou mais No h regularidade No h serviode manutenode computadores

    4,0

    29,0

    49,0

    11,0

    7,0

    Tempo mdio para conserto de computadores N de escolas %

    Uma semana 29 29.0

    Quinze dias 11 11.0

    Um ms ou mais 7 7.0

    No h regularidade 49 49.0

    No h servio de manuteno de computadores 4 4.0

    *Total de escolas: 100

  • 58

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    DESCRITOR 1.7

    Apreciao dos professores quanto disponibilidade de computadores

    Dados necessrios

    Avaliao dos professores sobre a disponibilidade de computadores.

    Fonte de dados

    Grupo de professores.

    Itens do Questionrio

    30. Sobre a disponibilidade de computadores nesta escola pode-se afirmar que :a. Suficiente.b. Insuficiente.

    Resultado obtido

    Nmero de escolas distribudas segundo a avaliao dos professores sobre a suficincia dos computadores disponveis.

    Cruzamento

    Item 14. Quantidade/Distribuio dos computadores nas escolas.Item 15. Computadores obsoletos ou quebrados.Item 44. Frequncia do uso dos equipamentos.

    Interpretao do resultado obtido

    Quanto maior o nmero de professores que avalia a disponibilidade de computadores como suficiente, mais adequada est a disponibilidade de TIC s prticas docentes estabelecidas.

  • 59

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    Representao do resultado

    TABELA D.1.7 DISPONIBILIDADE DE COMPUTADORES SEGUNDO OS PROFESSORES*

    GRFICO D.1.7 DISPONIBILIDADE DE COMPUTADORES SEGUNDO OS PROFESSORES(EM PORCENTAGENS)

    InsuficienteSuficiente

    26,0

    74,0

    Apreciao dos professores quanto disponibilidade de computadores N de escolas %

    Suficiente 26 26.0

    Insuficiente 74 74.0

    *Total de escolas: 100

  • 60

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    DESCRITOR 1.8

    Apreciao dos professores quanto relao entre o tempo de conserto dos computadores e a realizao das atividades pedaggicas planejadas

    Dados necessrios

    Declarao dos professores sobre o tempo de reparao dos computadores.

    Fonte de dados

    Grupo de professores.

    Itens do Questionrio

    31. Vocs acham que o tempo mdio gasto para o conserto de computadores compromete as atividades planejadas com os alunos? a. Simb. No

    Resultado obtido

    Nmero de escolas segundo a avaliao positiva ou negativa sobre o comprometimento de atividades pedaggicas planejadas em funo do tempo de conserto de computadores.

    Cruzamento

    Item 15. Computadores obsoletos ou quebrados.Item 30. Apreciao dos professores sobre disponibilidade de computadores.Item 44. Frequncia de uso dos equipamentos.

    Interpretao do resultado obtido

    Quanto maior o nmero de professores que declaram que o tempo de conserto no afeta as atividades planejadas, melhor a manuteno dos equipamentos.

  • 61

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    Representao do resultado

    TABELA D.1.8 ESCOLAS SEGUNDO A APRECIAO DOS PROFESSORES SOBRE O COMPROMETIMENTO DAS ATIVIDADES PLANEJADAS EM FUNO DO TEMPO DE CONSERTO DOS EQUIPAMENTOS*

    GRFICO D.1.8 ESCOLAS SEGUNDO A APRECIAO DOS PROFESSORES SOBRE O COMPROMETIMENTO DAS ATIVIDADES PLANEJADAS EM FUNO DO TEMPO DE CONSERTO DOS EQUIPAMENTOS (EM PORCENTAGENS)

    NoSim

    13,0

    87,0

    O tempo mdio de conserto dos equipamentos compromete as atividades planejadas? N de escolas %

    Sim 87 87.0

    No 13 13.0

    *Total de escolas: 100

  • 62

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    DESCRITOR 1.9

    Existncia e quantidade de outros equipamentos tecnolgicos disponveis para uso pedaggico

    Dados necessrios

    Indicao dos tipos de equipamentos e tecnologia de mdia disponvel para uso pedaggico.

    Fonte de dados

    Grupo gestor da escola.

    Itens do questionrio

    18. Indique no quadro abaixo a quantidade dos demais equipamentos tecnolgicos disponveis para uso pedaggico nesta escola:

    TV

    DVD

    Filmadora

    Mquina fotogrfica digital

    Projetor multimdia

    Equipamento de som

    Equipamento de radiotransmisso (destinado produo de rdio escolar)

    Scanner

    Impressora

    Kit multimdia (fone de ouvido, caixa de som e microfone)

    Lousa digital

    Resultado obtido

    Nmero de escolas de acordo com os tipos de equipamentos e tecnologia de mdia dispo-nvel para uso pedaggico, com as respectivas quantidades.

    Cruzamento

    Item 15. Computadores obsoletos ou quebrados.Item 30. Apreciao dos professores sobre disponibilidade de computadores.Item 44. Frequncia de uso de equipamentos.Item 46. Objetivos do uso das TIC.Item 47. Estratgias para alcanar esses objetivos.

  • 63

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    Interpretao do resultado obtido

    Quanto maior a quantidade de outros equipamentos de mdia e tecnologia, maior a dispo-nibilidade de TIC.

    A maior quantidade e diversidade de mdias permite inferir a maior ou menor possibilida-de de incrementar e potencializar o uso pedaggico do computador por meio de recursos multimdia e/ou de convergncia de mdias.

    Representao do resultado

    TABELA D.1.9 DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS*

    GRFICO D.1.9 ESCOLAS COM OS EQUIPAMENTOS (EM PORCENTAGENS)

    TV 100,0

    DVD 100,0

    Filmadora 30,0

    Mquina fotogrfica digital 97,0

    Projetor multimdia 97,0

    Equipamento de som 100,0

    Equipamento de radiotransmisso 25,0

    Scanner 89,0

    Impressora 100,0

    Kit multimdia 89,0

    Lousa digital 15,0

    0 20 40 60 80 100

    Tipo de equipamento Nmeo de equipamentos % de escolas com os equipamentos

    TV 204 100.0

    DVD 140 100.0

    Filmadora 30 30.0

    Mquina fotogrfica digital 97 97.0

    Projetor multimdia 97 97.0

    Equipamento de som 440 100.0

    Equipamento de radiotransmisso 25 25.0

    Scanner 126 89.0

    Impressora 226 100.0

    Kit multimdia 1.800 89.0

    Lousa digital 45 15.0

    *Total de escolas: 100

  • 64

    a i n t e g r a o d a s t i c n a e s c o l a

    DESCRITOR 1.10

    Apreciao dos professores quanto disponibilidade de softwares

    Dados necessrios

    Apreciao dos professores sobre a disponibilidade de softwares.

    Fonte de dados

    Grupo de professores.

    Itens do questionrio

    29. Sobre a disponibilidade de softwares educativos nesta escola pode-se afirmar que: a. A quantidade e variedade de softwares atende s necessidades dos educadores nas

    diversas disciplinas.b. A quantidade e variedade de softwares atende s necessidades dos educadores apenas

    em algumas disciplinas.c. A quantidade e variedade de softwares no atende s necessidades dos educadores.d. A escola no possui softwares educativos.

    Resultado obtido

    Nmero de escolas distribudas segundo a apreciao dos professores sobre a disponibi-lidade de softwares.

    Cruzamento

    Item 44. Frequncia de uso dos equipamentos.Item 45. Uso dos computadores no planejamento de aulas.Item 46. Objetivos no uso das TIC.Item 47. Estratgias para alcanar esses objetivos.

    Interpretao do resultado obtido

    Quanto maior o nmero de escolas que declaram estar satisfeitas com os softwares ofere-cidos, melhor a disponibilidade de softwares para as prticas estabelecidas.

  • 65

    a P r e s e n t a o d a m a t r i z a v a l i a t i v a d a d i m e n s o e s c o l a

    Representao do resultado

    TABELA D.1.10 ESCOLAS DISTRIBUDAS SEGUNDO A APRECIAO DOS PROFESSORES SOBRE A DISPONIBILIDADE DE softwares*

    GRFICO D.1.10ESCOLAS DISTRIBUDAS SEGUNDO A APRECIAO DOS PROFESSORES SOBRE A DISPONIBILIDADE DE softwares(EM PORCENTAGENS)

    A quantidade e variedadedo softwares satisfazas necessidadesdos educadores nasdiversas disciplinas.

    A quantidade e variedadedo softwares satisfazas necessidades doseducadores somente emalgumas disciplinas.

    A quantidade e variedadedo softwares no atendeas necessidadesdos educadores.

    A escola no possuisoftwares educativos.

    9,0

    11,0

    36,0