47

INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 2 |

Programa de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo de Negoacutecios

FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL

TRANSCOCAMAR E COCAMAR

INTEGRACcedilAtildeO DA TRANSCOCAMAR Agrave COCAMAR UM

NOVO MODELO DE NEGOacuteCIOS

Ezequiel Scopel

Juliano Kuniyoshi Siraichi

Julio Cleber Cremonizi Gonccedilales

Sandro de Giuli Campanarutti

Curitiba Paranaacute 2017

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 3 |

Ezequiel Scopel

Juliano Kuniyoshi Siraichi

Julio Cleber Cremonizi Gonccedilales

Sandro de Giuli Campanarutti

INTEGRACcedilAtildeO DA TRANSCOCAMAR Agrave COCAMAR UM NOVO MODELO DE

NEGOacuteCIOS

Projeto apresentado agrave Fundaccedilatildeo Dom Cabral como requisito parcial para a conclusatildeo do Programa de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo de Negoacutecios que tem por finalidade demonstrar a um estudo de viabilidade acerca da absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar com impacto na reduccedilatildeo de custos e melhora da qualidade dos serviccedilos de transporte

Profordm Paulo Renato de Sousa

Curitiba Paranaacute 2017

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 4 |

Dedicamos este projeto

Agraves nossas famiacutelias pelo apoio na busca do crescimento pessoal

Agraves nossas empresas pela oportunidade de adquirirmos conhecimento

Aos educadores pelos ensinamentos que ampliaram nosso saber

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 5 |

AGRADECIMENTOS

Ao nosso orientador Paulo Renato de Souza pela dedicaccedilatildeo e incansaacutevel

apoio no dia a dia do projeto

Agradecemos agraves nossas famiacutelias que nos acompanharam e apoiaram ao longo

do curso

A todos que de alguma forma contribuiacuteram para este projeto

Agradecemos a Deus pelas oportunidades e becircnccedilatildeos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 6 |

EPIacuteGRAFE

ldquoA dificuldade real natildeo reside nas novas ideias mas em conseguir escapar das antigasrdquo

John Maynard Keynes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 7 |

RESUMO

O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado

Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos

Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 8 |

ABSTRACT

The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched

Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar

Transcocamar Quality of Transport

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 9 |

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16

Figura 2 Marca Purity 17

Figura 3 Marca Suavit 18

Figura 4 Marca Cocamar 18

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 10 |

LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS

COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial

CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

PA ndash Projeto Aplicativo

TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 11 |

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 12

2 PROBLEMA 13

3 JUSTIFICATIVA 13

4 OBJETIVOS 13

41 Objetivo geral 13

42 Objetivo especiacutefico 13

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14

6 METODOLOGIA 14

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15

71 Breve histoacuterico da Cocamar 15

72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20

8 BASES CONCEITUAIS 24

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24

821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25

823 O modal aquaviaacuterio Portos 26

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27

825 O modal duto viaacuterio Dutos 28

826 Os gargalos logiacutesticos 28

83 Gestatildeo por Processos 29

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32

10 ANAacuteLISE DO SETOR 36

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 44

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 2: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 3 |

Ezequiel Scopel

Juliano Kuniyoshi Siraichi

Julio Cleber Cremonizi Gonccedilales

Sandro de Giuli Campanarutti

INTEGRACcedilAtildeO DA TRANSCOCAMAR Agrave COCAMAR UM NOVO MODELO DE

NEGOacuteCIOS

Projeto apresentado agrave Fundaccedilatildeo Dom Cabral como requisito parcial para a conclusatildeo do Programa de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo de Negoacutecios que tem por finalidade demonstrar a um estudo de viabilidade acerca da absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar com impacto na reduccedilatildeo de custos e melhora da qualidade dos serviccedilos de transporte

Profordm Paulo Renato de Sousa

Curitiba Paranaacute 2017

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 4 |

Dedicamos este projeto

Agraves nossas famiacutelias pelo apoio na busca do crescimento pessoal

Agraves nossas empresas pela oportunidade de adquirirmos conhecimento

Aos educadores pelos ensinamentos que ampliaram nosso saber

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 5 |

AGRADECIMENTOS

Ao nosso orientador Paulo Renato de Souza pela dedicaccedilatildeo e incansaacutevel

apoio no dia a dia do projeto

Agradecemos agraves nossas famiacutelias que nos acompanharam e apoiaram ao longo

do curso

A todos que de alguma forma contribuiacuteram para este projeto

Agradecemos a Deus pelas oportunidades e becircnccedilatildeos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 6 |

EPIacuteGRAFE

ldquoA dificuldade real natildeo reside nas novas ideias mas em conseguir escapar das antigasrdquo

John Maynard Keynes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 7 |

RESUMO

O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado

Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos

Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 8 |

ABSTRACT

The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched

Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar

Transcocamar Quality of Transport

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 9 |

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16

Figura 2 Marca Purity 17

Figura 3 Marca Suavit 18

Figura 4 Marca Cocamar 18

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 10 |

LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS

COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial

CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

PA ndash Projeto Aplicativo

TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 11 |

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 12

2 PROBLEMA 13

3 JUSTIFICATIVA 13

4 OBJETIVOS 13

41 Objetivo geral 13

42 Objetivo especiacutefico 13

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14

6 METODOLOGIA 14

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15

71 Breve histoacuterico da Cocamar 15

72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20

8 BASES CONCEITUAIS 24

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24

821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25

823 O modal aquaviaacuterio Portos 26

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27

825 O modal duto viaacuterio Dutos 28

826 Os gargalos logiacutesticos 28

83 Gestatildeo por Processos 29

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32

10 ANAacuteLISE DO SETOR 36

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 44

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 3: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 4 |

Dedicamos este projeto

Agraves nossas famiacutelias pelo apoio na busca do crescimento pessoal

Agraves nossas empresas pela oportunidade de adquirirmos conhecimento

Aos educadores pelos ensinamentos que ampliaram nosso saber

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 5 |

AGRADECIMENTOS

Ao nosso orientador Paulo Renato de Souza pela dedicaccedilatildeo e incansaacutevel

apoio no dia a dia do projeto

Agradecemos agraves nossas famiacutelias que nos acompanharam e apoiaram ao longo

do curso

A todos que de alguma forma contribuiacuteram para este projeto

Agradecemos a Deus pelas oportunidades e becircnccedilatildeos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 6 |

EPIacuteGRAFE

ldquoA dificuldade real natildeo reside nas novas ideias mas em conseguir escapar das antigasrdquo

John Maynard Keynes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 7 |

RESUMO

O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado

Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos

Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 8 |

ABSTRACT

The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched

Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar

Transcocamar Quality of Transport

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 9 |

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16

Figura 2 Marca Purity 17

Figura 3 Marca Suavit 18

Figura 4 Marca Cocamar 18

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 10 |

LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS

COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial

CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

PA ndash Projeto Aplicativo

TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 11 |

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 12

2 PROBLEMA 13

3 JUSTIFICATIVA 13

4 OBJETIVOS 13

41 Objetivo geral 13

42 Objetivo especiacutefico 13

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14

6 METODOLOGIA 14

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15

71 Breve histoacuterico da Cocamar 15

72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20

8 BASES CONCEITUAIS 24

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24

821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25

823 O modal aquaviaacuterio Portos 26

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27

825 O modal duto viaacuterio Dutos 28

826 Os gargalos logiacutesticos 28

83 Gestatildeo por Processos 29

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32

10 ANAacuteLISE DO SETOR 36

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 44

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 4: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 5 |

AGRADECIMENTOS

Ao nosso orientador Paulo Renato de Souza pela dedicaccedilatildeo e incansaacutevel

apoio no dia a dia do projeto

Agradecemos agraves nossas famiacutelias que nos acompanharam e apoiaram ao longo

do curso

A todos que de alguma forma contribuiacuteram para este projeto

Agradecemos a Deus pelas oportunidades e becircnccedilatildeos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 6 |

EPIacuteGRAFE

ldquoA dificuldade real natildeo reside nas novas ideias mas em conseguir escapar das antigasrdquo

John Maynard Keynes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 7 |

RESUMO

O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado

Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos

Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 8 |

ABSTRACT

The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched

Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar

Transcocamar Quality of Transport

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 9 |

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16

Figura 2 Marca Purity 17

Figura 3 Marca Suavit 18

Figura 4 Marca Cocamar 18

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 10 |

LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS

COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial

CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

PA ndash Projeto Aplicativo

TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 11 |

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 12

2 PROBLEMA 13

3 JUSTIFICATIVA 13

4 OBJETIVOS 13

41 Objetivo geral 13

42 Objetivo especiacutefico 13

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14

6 METODOLOGIA 14

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15

71 Breve histoacuterico da Cocamar 15

72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20

8 BASES CONCEITUAIS 24

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24

821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25

823 O modal aquaviaacuterio Portos 26

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27

825 O modal duto viaacuterio Dutos 28

826 Os gargalos logiacutesticos 28

83 Gestatildeo por Processos 29

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32

10 ANAacuteLISE DO SETOR 36

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 44

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 5: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 6 |

EPIacuteGRAFE

ldquoA dificuldade real natildeo reside nas novas ideias mas em conseguir escapar das antigasrdquo

John Maynard Keynes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 7 |

RESUMO

O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado

Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos

Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 8 |

ABSTRACT

The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched

Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar

Transcocamar Quality of Transport

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 9 |

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16

Figura 2 Marca Purity 17

Figura 3 Marca Suavit 18

Figura 4 Marca Cocamar 18

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 10 |

LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS

COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial

CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

PA ndash Projeto Aplicativo

TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 11 |

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 12

2 PROBLEMA 13

3 JUSTIFICATIVA 13

4 OBJETIVOS 13

41 Objetivo geral 13

42 Objetivo especiacutefico 13

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14

6 METODOLOGIA 14

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15

71 Breve histoacuterico da Cocamar 15

72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20

8 BASES CONCEITUAIS 24

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24

821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25

823 O modal aquaviaacuterio Portos 26

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27

825 O modal duto viaacuterio Dutos 28

826 Os gargalos logiacutesticos 28

83 Gestatildeo por Processos 29

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32

10 ANAacuteLISE DO SETOR 36

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 44

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 6: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 7 |

RESUMO

O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado

Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos

Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 8 |

ABSTRACT

The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched

Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar

Transcocamar Quality of Transport

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 9 |

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16

Figura 2 Marca Purity 17

Figura 3 Marca Suavit 18

Figura 4 Marca Cocamar 18

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 10 |

LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS

COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial

CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

PA ndash Projeto Aplicativo

TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 11 |

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 12

2 PROBLEMA 13

3 JUSTIFICATIVA 13

4 OBJETIVOS 13

41 Objetivo geral 13

42 Objetivo especiacutefico 13

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14

6 METODOLOGIA 14

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15

71 Breve histoacuterico da Cocamar 15

72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20

8 BASES CONCEITUAIS 24

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24

821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25

823 O modal aquaviaacuterio Portos 26

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27

825 O modal duto viaacuterio Dutos 28

826 Os gargalos logiacutesticos 28

83 Gestatildeo por Processos 29

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32

10 ANAacuteLISE DO SETOR 36

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 44

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 7: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 8 |

ABSTRACT

The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched

Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar

Transcocamar Quality of Transport

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 9 |

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16

Figura 2 Marca Purity 17

Figura 3 Marca Suavit 18

Figura 4 Marca Cocamar 18

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 10 |

LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS

COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial

CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

PA ndash Projeto Aplicativo

TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 11 |

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 12

2 PROBLEMA 13

3 JUSTIFICATIVA 13

4 OBJETIVOS 13

41 Objetivo geral 13

42 Objetivo especiacutefico 13

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14

6 METODOLOGIA 14

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15

71 Breve histoacuterico da Cocamar 15

72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20

8 BASES CONCEITUAIS 24

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24

821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25

823 O modal aquaviaacuterio Portos 26

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27

825 O modal duto viaacuterio Dutos 28

826 Os gargalos logiacutesticos 28

83 Gestatildeo por Processos 29

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32

10 ANAacuteLISE DO SETOR 36

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 44

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 8: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 9 |

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16

Figura 2 Marca Purity 17

Figura 3 Marca Suavit 18

Figura 4 Marca Cocamar 18

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 10 |

LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS

COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial

CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

PA ndash Projeto Aplicativo

TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 11 |

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 12

2 PROBLEMA 13

3 JUSTIFICATIVA 13

4 OBJETIVOS 13

41 Objetivo geral 13

42 Objetivo especiacutefico 13

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14

6 METODOLOGIA 14

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15

71 Breve histoacuterico da Cocamar 15

72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20

8 BASES CONCEITUAIS 24

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24

821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25

823 O modal aquaviaacuterio Portos 26

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27

825 O modal duto viaacuterio Dutos 28

826 Os gargalos logiacutesticos 28

83 Gestatildeo por Processos 29

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32

10 ANAacuteLISE DO SETOR 36

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 44

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 9: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 10 |

LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS

COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial

CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte

FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral

PA ndash Projeto Aplicativo

TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 11 |

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 12

2 PROBLEMA 13

3 JUSTIFICATIVA 13

4 OBJETIVOS 13

41 Objetivo geral 13

42 Objetivo especiacutefico 13

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14

6 METODOLOGIA 14

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15

71 Breve histoacuterico da Cocamar 15

72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20

8 BASES CONCEITUAIS 24

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24

821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25

823 O modal aquaviaacuterio Portos 26

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27

825 O modal duto viaacuterio Dutos 28

826 Os gargalos logiacutesticos 28

83 Gestatildeo por Processos 29

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32

10 ANAacuteLISE DO SETOR 36

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 44

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 10: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 11 |

SUMAacuteRIO

1INTRODUCcedilAtildeO 12

2 PROBLEMA 13

3 JUSTIFICATIVA 13

4 OBJETIVOS 13

41 Objetivo geral 13

42 Objetivo especiacutefico 13

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14

6 METODOLOGIA 14

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15

71 Breve histoacuterico da Cocamar 15

72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20

8 BASES CONCEITUAIS 24

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24

821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25

823 O modal aquaviaacuterio Portos 26

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27

825 O modal duto viaacuterio Dutos 28

826 Os gargalos logiacutesticos 28

83 Gestatildeo por Processos 29

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32

10 ANAacuteLISE DO SETOR 36

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40

REFEREcircNCIAS 44

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 11: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 12 |

1INTRODUCcedilAtildeO

O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de

operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar

Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados

qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento

e as estrateacutegias da Cocamar

A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo

gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em

participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho

e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na

industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do

agronegoacutecio

A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de

existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um

braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas

e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este

objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo

a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a

reportar diretamente aos diretores da Cocamar

Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos

adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na

Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute

consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este

momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como

procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e

sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional

haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos

resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia

Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de

transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 12: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 13 |

com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a

finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual

2 PROBLEMA

Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto

pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e

previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos

que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo

estaacute sendo eficaz

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do

setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de

Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de

processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento

estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas

que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os

objetivos gerais da Cooperativa

4 OBJETIVOS

41 Objetivo geral

Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de

negoacutecios de uma Cooperativa

42 Objetivo especiacutefico

Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar

e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 13: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 14 |

alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de

transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes

oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras

5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO

O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a

relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de

pesquisa utilizada

No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das

organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade

produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes

O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais

como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus

gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas

praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo

Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado

com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute

de referencial para nosso Projeto Aplicativo

No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar

atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do

transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes

Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que

busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito

Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo

Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e

recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom

desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria

6 METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de

livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 14: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 15 |

anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se

tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos

similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de

maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e

corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto

7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS

O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a

realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa

Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees

dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas

71 Breve histoacuterico da Cocamar

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963

em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles

produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo

regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os

negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns

promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela

inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de

focar no core business

A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a

perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com

rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica

transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas

Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que

atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa

espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e

noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo

mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 15: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 16 |

na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua

produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com

capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta

em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar

Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul

Fonte Cocamar (2016)

Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no

segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta

ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada

mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes

Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a

viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo

se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo

Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo

de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de

algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de

uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 16: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 17 |

degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de

uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior

competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional

desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade

econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais

Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa

assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de

oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir

a vulnerabilidade do mercado de commodities

Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de

produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi

inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base

de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas

marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05

Figura 2 Marca Purity

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 17: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 18 |

Figura 3 Marca Suavit

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Figura 4 Marca Cocamar

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 18: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 19 |

Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute

Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016

Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na

induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes

setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em

2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com

que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2

bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e

as iniciou no Mato Grosso do Sul

Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as

induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool

induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa

faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em

2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea

geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos

negoacutecios

A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os

segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos

acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor

de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas

contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 19: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 20 |

logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui

nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica

Integrada Cocamar

Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar

Fonte Cocamar (2016)

Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000

caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte

de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas

unidades armazenadoras

72 Breve histoacuterico da Transcocamar

A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de

terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a

atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no

segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de

veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito

de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e

Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Logiacutestica de Commodities e Internacional

Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas

Logiacutestica de Varejo e Fios

TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo

Suprimentos Faturamento

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 20: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 21 |

passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma

gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas

operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute

promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando

benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo

onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda

do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte

rodoviaacuterio de cargas

Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e

aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um

banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros

de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus

clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios

01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota

04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores

responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das

operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar

Figura 7 Organograma atual da Transcocamar

Fonte Transcocamar (2016)

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Transcocamar

Administrativo Financeiro

ComercialOperaccedilotildees de

EmbarqueFrota Pesada e

Leve

Superintendecircncia Adm e Financeira

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 21: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 22 |

Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de

negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de

Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das

aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial

em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O

processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no

fluxograma da figura 09

Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Figura 9 Fluxograma do Processo Atual

TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR

Transcocamar

Transportes

Cocamar

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 22: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 23 |

Fonte Adaptado de Cocamar (2011)

Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo

da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

ENVIA SOLICITACcedilAtildeO

DE COTACcedilAtildeO

TRANSCOCAMAR

IGUAL OU MENOR

QUE O MERCADO

VERIFICA DEMANDA

CONSULTA MOTORISTAS

TERCEIROS EOU CUSTO DA

FROTA

DEFINE TARIFA

MOTORISTA

ADICIONA IMPOSTOS E

TAXA DE AGENCIAMENTO

DEFINE TARIFA FINAL

ENVIA TARIFA FINAL

CONSULTA TARIFAS

PRATICADAS NO MERCADO

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

NEGOCIA DESCONTO

TARIFA OK CONTRATA E ENVIA

VEIacuteCULOS PARA ATENDER

A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA MOTORISTA

EMITE COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL CONTRA

COCAMAR

CONFERE SE A COBRANCcedilA DA

TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO

COM CONTRATADO

REALIZA O PAGAMENTO DA

TARIFA FINAL

NEGOCIA COM OUTRA

TRANSPORTADORA

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

SIM

NAtildeO

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 23: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 24 |

um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a

condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da

Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados

8 BASES CONCEITUAIS

Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve

conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de

transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a

infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos

81 Conceito de Logiacutestica e Transporte

Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de

preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor

logiacutestica configura-se como

[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)

De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao

movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de

uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente

A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda

na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo

logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o

transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica

82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos

821 O modal rodoviaacuterio Estradas

Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado

um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o

modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 24: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 25 |

O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)

De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire

focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria

Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)

Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees

diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais

isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso

nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria

O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)

Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande

diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho

(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria

Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)

822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias

Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o

desenvolvimento das ferrovias brasileiras

[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 25: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 26 |

ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional

823 O modal aquaviaacuterio Portos

Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio

Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no

qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil

Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 26: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 27 |

Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)

Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como

ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos

hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando

era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio

com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista

Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)

824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos

O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um

panorama atual do setor Vejamos

No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 27: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 28 |

Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o

transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo

estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua

entrega

825 O modal duto viaacuterio Dutos

-

De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte

Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo

ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos

quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo

De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de

Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave

histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o

monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e

suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e

transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas

exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute

a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em

1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)

826 Os gargalos logiacutesticos

O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos

no Brasil vejamos

Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte

No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior

Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 28: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 29 |

83 Gestatildeo por Processos

Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo

dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes

Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a

gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento

ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia

nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica

que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos

buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes

voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas

A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por

processos

Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos

Fonte Malamut (2005)

Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por

departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a

eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se

necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado

a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo

Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al

2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em

funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 29: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 30 |

bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O

pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual

departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar

serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada

Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute

conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo

vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua

estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas

mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no

mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos

o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de

comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo

por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do

negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos

podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais

eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos

clientes

Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas

organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a

organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura

funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando

efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias

natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a

responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua

estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e

capacitaccedilatildeo dos seus subordinados

Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por

Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos

interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos

departamentos isolados

Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute

necessaacuterio definir o que satildeo processos

Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de

trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 30: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 31 |

claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de

elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final

de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer

alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)

Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de

passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada

como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e

resultados

Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a

funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos

com foco no cliente

Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute

uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a

organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem

sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa

especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a

execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo

de diminuir custos e aumentar a produtividade

Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do

gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-

chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao

cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento

dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias

Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em

que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas

o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada

ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta

a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma

ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que

utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo

Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave

Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a

funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as

atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 31: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 32 |

treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em

torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades

demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar

os riscos

Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos

satildeo

Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos

modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo

Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos

Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade

Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos

processos associados

Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos

Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos

Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos

Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes

Aumento da produtividade dos trabalhadores

Reduccedilatildeo de defeitos

Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os

processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As

melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao

produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou

revisotildees desnecessaacuterias

De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou

serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa

atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de

ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira

vez sem retrabalho

9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS

A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a

Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 32: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 33 |

brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta

com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil

apenas em solo brasileiro

Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de

produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no

processamento de soja e trigo

Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos

Fonte wwwbungecombr

Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para

tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de

100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de

todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador

Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de

um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge

unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-

se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade

supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de

uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute

mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 33: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 34 |

Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute

Fonte wwwbungecombr

O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante

a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos

similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho

Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo

de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07

assistentes estruturada conforme figura 12

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 34: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 35 |

Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute

Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)

O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a

serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de

atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas

de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo

O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como

Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado

de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte

ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e

apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o

carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge

Alimentos

Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE

(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete

realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete

e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os

documentos precisam estar atualizados

Gerente de Logiacutestica

Analista Logiacutestica

Unidade Maringaacute

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ponta Grossa

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Cascavel

Assistente de Logiacutestica

Analista de Logiacutestica

Unidade Ourinhos

Assistente de Logiacutestica

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 35: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 36 |

A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte

de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)

na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial

Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois

natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje

faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os

transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-

ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos

A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de

contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado

formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de

caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior

competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar

Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras

com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando

aumento da viabilidade econocircmica

10 ANAacuteLISE DO SETOR

O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito

pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da

produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior

desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria

significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande

fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o

produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila

aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam

a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes

rodoviaacuterios de cargas

101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 36: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 37 |

No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees

no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos

e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar

do ranking (World Bank 2016)

Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante

da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre

regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel

fundamental em qualquer economia organizada

Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756

km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)

pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias

pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)

307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista

simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)

e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio

brasileiro

Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras

Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)

O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para

prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 37: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 38 |

caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para

carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo

das maiores demandas de mercado

Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade

meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75

anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e

trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da

demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise

econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda

mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que

impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos

caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de

pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que

lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute

qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada

adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do

aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura

reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional

Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa

que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas

iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados

nas seguintes orientaccedilotildees

Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque

trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal

submetido a fortes restriccedilotildees financeiras

Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias

que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de

parcerias puacuteblico-privadas

Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de

modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria

Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que

intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 38: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 39 |

Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de

rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias

federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem

operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de

Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de

programas estaduais de concessatildeo

A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as

Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em

relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem

de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma

combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do

territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional

ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste

receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees

pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular

Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul

Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT

entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de

recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior

agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor

puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida

considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes

Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar

71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada

como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com

ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT

de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da

capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a

construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km

Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor

transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram

aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 39: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 40 |

eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados

no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros

A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das

rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a

ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo

prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte

rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de

rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que

possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro

11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO

Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o

processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking

realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para

possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo

da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em

uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e

ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos

melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e

menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da

cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 40: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 41 |

Figura 15 Organograma do novo modelo proposto

Fonte Autores

Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo

de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo

conforme a figura 16

Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto

Presidente

Vice-Presidente

Superintendecircncia Gratildeos e Insumos

Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios

Superintendecircncia de Operaccedilotildees

Logiacutestica Integrada

Distribuiccedilatildeo de Insumos

Agriacutecolas

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Farelo

Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de

Varejo e Fios

Suprimentos

Faturamento

Cocamar Transportes

Transporte Proacuteprio

Transporte Terceirizado

Superintendecircncia Adm e Financeira

COCAMAR TRANSPORTES

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 41: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 42 |

Fonte Autores

A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos

parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo

RECEBE DEMANDA

DE TRANSPORTE

FROTA

ATENDE A

DEMANDA

VERIFICA SE A

FROTA ATENDE A

DEMANDA

NEGOCIA COM

MOTORISTAS AUTONOMOS

OU TRANSPORTADORAS

PROPOtildeE TARIFA A SER

PRATICADA

FORMALIZA TARIFA

ACORDADA

ENVIA VEIacuteCULOS PARA

ATENDER A DEMANDA

EMITE DOCUMENTOS DE

TRANSPORTE

REALIZA O PAGAMENTO

DA TARIFA

VALIDA O CADASTRO DA

TRANSPORTADORA OU DO

AUTOcircNOMO

INICIO

FIM

NAtildeO

SIM

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 42: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 43 |

para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)

bem como a parceria com novas seguradoras

No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de

conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes

sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees

legais exigidos pelo mercado

A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo

Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto

11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES

Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos

que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento

alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto

A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de

contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do

contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos

O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas

de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma

maior agilidade dos processos operacionais

Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute

realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar

desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os

recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar

Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como

da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns

para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil

para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem

ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18

Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria

Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto

Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria

Comunicaccedilatildeo Interna e externa

Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees

Reestruturaccedilatildeo da equipe

Acompanhamento

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 43: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 44 |

financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos

menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e

resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados

Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros

modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados

qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem

benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias

em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos

trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes

conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais

O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as

empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo

disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo

destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma

geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute

atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo

o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a

forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e

experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto

REFEREcircNCIAS

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 44: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 45 |

ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 45: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes

Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa

Material de responsabilidade do professor | 46 |

PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016

Page 46: INTEGRAÇÃO DA TRANSCOCAMAR À COCAMAR: UM NOVO MODELO DE · novo modelo de negócios para as empresas Cocamar e Transcocamar, no tocante a execução de serviços de transportes