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» ESTÁGIO INSCRIÇÕES ABERTAS NA AMBEV Estão abertas as inscri- ções para o programa de es- tágio da Ambev. As turmas começam em maio, agosto ou outubro. Os interessados devem se cadastrar pelo site www.estagioabev.com.br. Quem se inscrever até esta terça-feira (15) participa do processo ainda este mês. Após a data, os alunos dispu- tam as vagas para os outros meses. As oportunidades são para alunos dos penúltimo e último anos de diversos cur- sos de graduação. O estágio dura até dois anos e oferece bolsa auxílio, vale-alimenta- ção, vale-transporte e possi- bilidade de efetivação. É pre- ciso ter conhecimento inter- mediário de inglês. » TRAINEE PROCESSO SELETIVO PARA ENGENHEIROS Estão abertas até 27 de maio as inscrições para o pro- grama de trainee da InterCe- ment, empresa do Grupo Ca- margo Corrêa. As oportunida- des são para recém-formados nas áreas de engenharias ele- trônica, mecânica, mecatrôni- ca, química, elétrica, de produ- ção e de minas e geologia. Pa- ra garantir a participação no processo, os interessados de- vem efetuar um cadastro por meio do site http://jovenspro- fissionais.intercement.com. » CURSOS AULAS SOBRE O MERCADO VAREJISTA O Instituto Fecomércio ofe- rece cursos em diversas mo- dalidades, como administra- ção de estoque e logística, obrigações trabalhistas, técni- cas de vendas e oratória. As aulas acontecem de amanhã a sexta-feira (18), das 19h às 22h, e os preços variam de R$ 110 a R$ 155. Quem quiser participar deve se inscrever até amanhã na sede do Instituto Fecomér- cio, localizada no Setor Co- mercial Sul, Quadra 6, Ed. Jes- sé Freire, 6º andar. » PALESTRA GRATUITA MEDIDAS PROVISÓRIAS EM DEBATE O professor João Trindade, do Instituto IMP, ministra a palestra gratuita Medidas Provisórias: Problemas e De- safios, na próxima quinta (17), às 19h30, na livraria Fnac do ParkShopping. O tema é im- portante para especialistas do direito e para quem busca uma vaga no serviço público. Segundo Trindade, o jogo po- lítico brasileiro não pode mais conviver sem as medidas pro- visórias, mas também não consegue mais sobreviver a elas. A ideia é questionar o que fazer para que o Legisla- tivo volte a funcionar adequa- damente, os entraves causa- dos pelas MPs na atualidade, as possíveis soluções etc. Não é preciso fazer inscrição. As empresas interessadas em encontrar talentos podem ligar para o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação no Distrito Federal: (61) 3901-3246. Ex-alunos também podem procurar o departamento para ajudar na atualização dos dados cadastrais. O DF conta ainda com a Associação de Pais, Professores e Amigos dos Alunos com Altas Habilidades/Superdotação (APAHS-DF), presidida por Valquíria Theodoro. Informações: (61) 9977-7311 ou [email protected]. Cadastro Exemplo positivo no RJ O Instituto Rogerio Steinberg é uma organização sem fins lucra- tivos que trabalha na identificação e no desenvolvimento de crianças e jovens carentes com altas habili- dades/superdotação. Atualmente, a instituição atende a 27 escolas da rede pública do Rio de Janeiro. Informações: www.irs.org.br. Saiba mais C M Y K C M Y K CONTINUAÇÃO DA CAPA Talentosescondidos » MARINA MERCANTE A s estimativas mais oti- mistas aceitas hoje na li- teratura científica indi- cam que de 15% a 20% dos alunos em qualquer popula- ção são superdotados. Se os alta- mente capazes estão em toda parte, identificá-los ainda é um desafio e tanto. A maioria dos países não consegue reconhecer nem 1% de seus talentos. Pouco até para o número previsto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que afirma existir pelo menos 3% de pessoas com habili- dades especiais espalhadas por aí. A descoberta da superdotação ocorre, geralmente, ainda duran- te a infância ou no início da ado- lescência. E a quantidade de mentes brilhantes que se apagam nessa fase se reflete quando tais pessoas crescem e ingressam no mercado de trabalho. Presidente da Associação Brasi- leira de Recursos Humanos (ABRH), Leyla Nascimento reco- nhece que não existem métodos eficazes de identificação pelos RHs das empresas. Segundo ela, as empresas devem ter cuidados no recrutamento, na seleção e no aprimoramento dos superdotados para que eles se sintam atraídos pelo ambiente de trabalho.“Por ter grande facilidade de aprender, o profissional com alta capacidade se desestimula rapidamente quan- do não se sente desafiado”, alega a especialista, que participará, no próximo dia 24, no Rio de Janeiro, do 2º Fórum de Altas Habilidades e Superdotação — a Visão do Mer- cado Empresarial e Acadêmico e sua Contribuição na Formação de Jovens Talentos. O evento é pro- movido pelo Instituto Rogerio Steinberg (leia Saiba mais), com o objetivo de mobilizar o empresa- riado para a percepção do poten- cial dessas pessoas. O diagnóstico de altas habili- dades não se restringe ao teste de QI. São adotados diversos instru- mentos para identificar uma pes- soa com grande capacidade: a observação em sala de aula e as indicações de professores, de fa- miliares ou do próprio superdo- CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 13 de maio de 2012 • Trabalho 3 tado são meios subjetivos, mas válidos. “O desempenho escolar, um dos indicadores mais anti- gos, é o mais vulnerável a erro. Nem todo aluno nota 10 é super- dotado”, salienta a presidente do Conselho Brasileiro de Superdo- tação, Cristina Maria Delou. Uma das conceituações e teo- rias mais respeitadas na atuali- dade vem do pesquisador norte- americano Joseph Renzulli. Se- gundo ele, o superdotado é aque- le que apresenta um conjunto de três características bem defini- das: habilidade acima da média (refere-se tanto a habilidades ge- rais quanto a específicas); envol- vimento com a tarefa (ou moti- vação); e criatividade (pensa- mentos originais). De acordo com Renzulli, a educação de quem apresenta esses traços de- ve focar na formação de pessoas capacitadas para produzirem conhecimento, sendo mais do que meros consumidores de in- formações existentes. Atendimento O Distrito Federal é um oásis brasileiro quando o assunto é a identificação de estudantes com altas habilidades: o índice local de 5% ainda é baixo, mas é o maior do país. Na rede pública, o traba- lho é feito pela equipe do Núcleo de Atividades de Altas Habilida- des/Superdotação, criado pelo Ministério da Educação (MEC) e administrado pelo governo distri- tal. O acompanhamento ocorre em 22 salas de recursos, seis delas localizadas no Plano Piloto. Por enquanto, não há atendimento em três regiões administrativas: Santa Maria, Núcleo Bandeirante e Paranoá. Mas, de acordo com Sérgio Nogueira, chefe do núcleo, a promessa é de atendimento completo até 2014. Segundo Nogueira, 1,5 mil alunos frequentam esses locais, abertos também a estudantes de escolas privadas. As ativida- des ocorrem em horário oposto ao das aulas regulares. “Nosso objetivo é ajudar no desenvolvi- mento autônomo da criança e do jovem com altas habilidades, considerando também a inde- pendência econômica deles”, garante o coordenador, que res- salta o foco na orientação pro- fissional: “Estamos implantan- do um banco de dados dos alu- nos superdotados que termina- ram o ensino médio ou que já estão em fase de jovem apren- diz. Dessa forma, queremos aju- dar no encaminhamento deles ao mercado de trabalho”, conta. Cada sala de recursos possui um psicólogo — responsável pela avaliação do aluno —, um profes- sor de humanas e outro de exatas. Algumas têm ainda um docente de artes. Foi uma dessas que o morador de Taguatinga Antonio Obá, 28 anos, passou a frequentar na adolescência. Desde pequeno, a eterna dificuldade com os nú- meros era proporcionalmente in- versa à facilidade para o desenho. “Na sala de recursos, amadureci isso e comecei a constituir um embasamento teórico. Eu, que não lia, passei a ler vários livros, especialmente de filosofia”, lem- bra. A preocupação com o futuro profissional foi se desenhando: por sugestão do professor de ar- tes, Antonio passou a guardar to- do o material que produzia. Além disso, aprendeu as artimanhas para expor suas obras. Outro momento decisivo para a transformação de Antoio em artista plástico profissional foi no terceiro ano da faculdade de pu- blicidade, cursada na Universi- dade Católica de Brasília (UCB). Coletivo de artistas A primeira de várias exposições já feitas por Antonio Obá ocorreu em 2000. A próxima será no Brasília Contemporânea, de 18 a 27 deste mês, das 10h às 20h, em um coletivo de artistas. O endereço do evento é 307 Norte, Bloco I, térreo. O dom de Antonio Obá foi revelado por professores no ensino médio. Hoje, ele mantém um estúdio em Taguatinga. O dinheiro vem da venda de obras de arte e dos cursos que ministra EMPREGO 350 Quantidade de vagas oferecidas pelo banco Itaú, que está com processo se- letivo aberto para empre- gar pessoas com deficiên- cia. São oportunidades nas áreas de crédito de veículos, segmento empresas e agências. Para participar da seleção, é preciso ter ensino médio completo e expe- riência na área comercial. Informações e inscrições: www.itau.com.br/carreira . Janine Moraes/Esp. CB/D.A Press Definição do MEC A resolução nº 4/2009 do Minis- tério da Educação (MEC) considera aluno com altas habilidades/su- perdotação aqueles que apresen- tam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do co- nhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual,liderança, psicomotora,artes e criatividade. O que diz a lei “Eu já dava aulas de artes e per- cebi que não queria trabalhar em agências, com criação publicitá- ria, como eu imaginava quando passei no vestibular.” O resultado foi o trancamento da matrícula e o ingresso na turma de artes da faculdade Dulcina de Moraes, concluída em 2010. Hoje em dia, Antonio possui um estúdio, onde dá cursos na área artística. Tem a pretensão de fazer pós-graduação para ser professor universitário e traba- lhar com pesquisa. “Dar aulas me ajuda a vencer a timidez”, admite, confirmando uma característica que costuma ser observada em grande parte dos superdotados. Sobre a condição, ele conta que aprendeu a entendê-la depois da entrada na sala de recursos, mas atesta: “Esse nome (superdotado) carrega peso, cria expectativas em outras pessoas. Isso gera um certo incômodo”. Ritmos diferentes A facilidade de raciocínio per- cebida em diversas crianças com superdotação faz com que o re- curso da aceleração dos estudos seja usado para evitar que elas se sintam desestimuladas na escola. O tema é polêmico, já que saltar séries significa ter colegas de classe com idades diferentes, o que pode interferir na socializa- ção. Leva, também, à provável entrada precoce na universidade e, consequentemente, no merca- do de trabalho. “Não acho isso prejudicial, pois resolve o problema dos bai- xos níveis de ensino para o aluno mais adiantado que o conteúdo escolar. Tudo vai depender do bem-estar psíquico dele”, ponde- ra Cristina Delou. Para a doutora em psicologia da educação Zeni- ta Guenther, a questão do adian- tamento escolar está relacionada ao ritmo de cada um. Quem anda devagar não pode correr. Quem anda depressa não pode ser frea- do. A ideia de acelerar é fazer an- dar de acordo com o ritmo, e não de acordo com a idade”, explica. Uma das pinturas feitas pelo brasiliense A identificação formal de pessoas altamente habilidosas no Brasil ainda precisa avançar muito. Se elas não são descobertas no período escolar, provavelmente passarão despercebidas pelo empresariado

Inteligência a Prova continuação 3

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Page 1: Inteligência a Prova   continuação 3

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INSCRIÇÕESABERTASNA AMBEV

Estão abertas as inscri-ções para o programa de es-tágio da Ambev. As turmascomeçam em maio, agostoou outubro. Os interessadosdevem se cadastrar pelo sitewww.estagioabev.com.br.Quem se inscrever até estaterça-feira (15) participa doprocesso ainda este mês.Após a data, os alunos dispu-tam as vagas para os outrosmeses. As oportunidades sãopara alunos dos penúltimo eúltimo anos de diversos cur-sos de graduação. O estágiodura até dois anos e oferecebolsa auxílio, vale-alimenta-ção, vale-transporte e possi-bilidade de efetivação. É pre-ciso ter conhecimento inter-mediário de inglês.

»TRAINEE

PROCESSOSELETIVO PARAENGENHEIROS

Estão abertas até 27 demaio as inscrições para o pro-grama de trainee da InterCe-ment, empresa do Grupo Ca-margo Corrêa. As oportunida-des são para recém-formadosnas áreas de engenharias ele-trônica, mecânica, mecatrôni-ca, química, elétrica, de produ-ção e deminas e geologia. Pa-ra garantir a participação noprocesso, os interessados de-vem efetuar um cadastro pormeio do site http://jovenspro-fissionais.intercement.com.

»CURSOS

AULAS SOBREOMERCADOVAREJISTA

O Instituto Fecomércio ofe-rece cursos em diversas mo-dalidades, como administra-ção de estoque e logística,obrigações trabalhistas, técni-cas de vendas e oratória. Asaulas acontecemde amanhã asexta-feira (18), das 19hàs 22h,e os preços variam de R$ 110 aR$ 155. Quemquiser participardeve se inscrever até amanhãna sede do Instituto Fecomér-cio, localizada no Setor Co-mercial Sul, Quadra 6, Ed. Jes-sé Freire, 6º andar.

»PALESTRAGRATUITA

MEDIDASPROVISÓRIASEMDEBATE

Oprofessor João Trindade,do Instituto IMP, ministra apalestra gratuita MedidasProvisórias: Problemas e De-safios, na próxima quinta (17),às 19h30, na livraria Fnac doParkShopping. O tema é im-portante para especialistas dodireito e para quem buscauma vaga no serviço público.Segundo Trindade, o jogo po-lítico brasileiro não podemaisconviver sem asmedidas pro-visórias, mas também nãoconsegue mais sobreviver aelas. A ideia é questionar oque fazer para que o Legisla-tivo volte a funcionar adequa-damente, os entraves causa-dos pelas MPs na atualidade,as possíveis soluções etc. Nãoé preciso fazer inscrição.

As empresas interessadas emencontrar talentos podem ligar para oNúcleo de Atividades de AltasHabilidades/Superdotação no DistritoFederal: (61) 3901-3246. Ex-alunostambém podem procurar odepartamento para ajudar naatualização dos dados cadastrais. O DFconta ainda com a Associação de Pais,Professores e Amigos dos Alunos comAltas Habilidades/Superdotação(APAHS-DF), presidida por ValquíriaTheodoro. Informações: (61) 9977-7311ou [email protected].

Cadastro

Exemplopositivo no RJ

O Instituto Rogerio Steinberg éuma organização sem fins lucra-tivos que trabalha na identificaçãoe no desenvolvimento de crianças ejovens carentes com altas habili-dades/superdotação. Atualmente,a instituição atende a 27 escolasda rede pública do Rio de Janeiro.Informações: www.irs.org.br.

Saibamais

C M Y KCMYK

CONTINUAÇÃODACAPA

Talentos escondidos

»MARINAMERCANTE

A s estimativas mais oti-mistas aceitas hoje na li-teratura científica indi-cam que de 15% a 20%

dos alunos em qualquer popula-ção são superdotados. Se os alta-mente capazes estão em todaparte, identificá-los ainda é umdesafio e tanto. A maioria dospaíses não consegue reconhecernem 1% de seus talentos. Poucoaté para o número previsto pelaOrganização Mundial de Saúde(OMS), que afirma existir pelomenos 3% de pessoas com habili-dades especiais espalhadas poraí. A descoberta da superdotaçãoocorre, geralmente, ainda duran-te a infância ou no início da ado-lescência. E a quantidade dementes brilhantes que se apagamnessa fase se reflete quando taispessoas crescem e ingressam nomercado de trabalho.

Presidente da Associação Brasi-leira de Recursos Humanos(ABRH), Leyla Nascimento reco-nhece que não existem métodoseficazes de identificação pelosRHs das empresas. Segundo ela, asempresas devem ter cuidados norecrutamento, na seleção e noaprimoramento dos superdotadospara que eles se sintam atraídospelo ambiente de trabalho.“Por tergrande facilidade de aprender, oprofissional com alta capacidadesedesestimularapidamentequan-do não se sente desafiado”, alega aespecialista, que participará, nopróximo dia 24, no Rio de Janeiro,do 2º Fórum de Altas Habilidadese Superdotação — aVisão do Mer-cado Empresarial e Acadêmico esua Contribuição na Formação deJovens Talentos. O evento é pro-movido pelo Instituto RogerioSteinberg (leia Saiba mais), com oobjetivo de mobilizar o empresa-riado para a percepção do poten-cial dessas pessoas.

O diagnóstico de altas habili-dades não se restringe ao teste deQI. São adotados diversos instru-mentos para identificar uma pes-soa com grande capacidade: aobservação em sala de aula e asindicações de professores, de fa-miliares ou do próprio superdo-

CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 13 de maio de 2012 • Trabalho • 3

tado são meios subjetivos, masválidos. “O desempenho escolar,um dos indicadores mais anti-gos, é o mais vulnerável a erro.Nem todo aluno nota 10 é super-dotado”, salienta a presidente doConselho Brasileiro de Superdo-tação, Cristina Maria Delou.

Uma das conceituações e teo-rias mais respeitadas na atuali-dade vem do pesquisador norte-americano Joseph Renzulli. Se-gundo ele, o superdotado é aque-le que apresenta um conjunto detrês características bem defini-das: habilidade acima da média(refere-se tanto a habilidades ge-rais quanto a específicas); envol-vimento com a tarefa (ou moti-vação); e criatividade (pensa-mentos originais). De acordocom Renzulli, a educação dequem apresenta esses traços de-ve focar na formação de pessoascapacitadas para produziremconhecimento, sendo mais doque meros consumidores de in-formações existentes.

AtendimentoO Distrito Federal é um oásis

brasileiro quando o assunto é aidentificação de estudantes comaltas habilidades: o índice local de5% ainda é baixo, mas é o maiordo país. Na rede pública, o traba-lho é feito pela equipe do Núcleode Atividades de Altas Habilida-des/Superdotação, criado peloMinistério da Educação (MEC) e

administrado pelo governo distri-tal. O acompanhamento ocorreem 22 salas de recursos, seis delaslocalizadas no Plano Piloto. Porenquanto, não há atendimentoem três regiões administrativas:Santa Maria, Núcleo Bandeirantee Paranoá. Mas, de acordo comSérgio Nogueira, chefe do núcleo,a promessa é de atendimentocompleto até 2014.

Segundo Nogueira, 1,5 milalunos frequentam esses locais,abertos também a estudantesde escolas privadas. As ativida-des ocorrem em horário opostoao das aulas regulares. “Nossoobjetivo é ajudar no desenvolvi-mento autônomo da criança edo jovem com altas habilidades,considerando também a inde-pendência econômica deles”,garante o coordenador, que res-salta o foco na orientação pro-fissional: “Estamos implantan-do um banco de dados dos alu-nos superdotados que termina-ram o ensino médio ou que jáestão em fase de jovem apren-diz. Dessa forma, queremos aju-dar no encaminhamento deles

ao mercado de trabalho”, conta.Cada sala de recursos possui

um psicólogo — responsável pelaavaliação do aluno —, um profes-sor de humanas e outro de exatas.Algumas têm ainda um docentede artes. Foi uma dessas que omorador de Taguatinga AntonioObá, 28 anos, passou a frequentarna adolescência. Desde pequeno,a eterna dificuldade com os nú-meros era proporcionalmente in-versa à facilidade para o desenho.“Na sala de recursos, amadureciisso e comecei a constituir umembasamento teórico. Eu, quenão lia, passei a ler vários livros,especialmente de filosofia”, lem-bra. A preocupação com o futuroprofissional foi se desenhando:por sugestão do professor de ar-tes, Antonio passou a guardar to-do o material que produzia. Alémdisso, aprendeu as artimanhaspara expor suas obras.

Outro momento decisivo paraa transformação de Antoio emartista plástico profissional foi noterceiro ano da faculdade de pu-blicidade, cursada na Universi-dade Católica de Brasília (UCB).

Coletivo de artistas

A primeira de várias exposiçõesjá feitas por Antonio Obá ocorreuem 2000. A próxima será noBrasília Contemporânea, de 18 a27 deste mês, das 10h às 20h, emum coletivo de artistas. Oendereço do evento é 307 Norte,Bloco I, térreo.

OdomdeAntonioObá foi revelado por professores no ensinomédio. Hoje, elemantémumestúdio emTaguatinga. O dinheiro vemda vendade obras de arte e dos cursos queministra

EMPREGO

350Quantidade de vagas

oferecidas pelo banco Itaú,que está com processo se-letivo aberto para empre-gar pessoas com deficiên-cia. São oportunidades nasáreasdecréditodeveículos,segmento empresas eagências.Paraparticipardaseleção, é preciso ter ensinomédio completo e expe-riência na área comercial.Informações e inscrições:www.itau.com.br/carreira .

Janine Moraes/Esp. CB/D.A Press

Definiçãodo MEC

A resolução nº 4/2009 do Minis-tério da Educação (MEC) consideraaluno com altas habilidades/su-perdotação aqueles que apresen-tam um potencial elevado e grandeenvolvimento com as áreas do co-nhecimento humano, isoladas oucombinadas:intelectual,liderança,psicomotora,artes e criatividade.

O que diz a lei

“Eu já dava aulas de artes e per-cebi que não queria trabalhar emagências, com criação publicitá-ria, como eu imaginava quandopassei no vestibular.” O resultadofoi o trancamento da matrícula eo ingresso na turma de artes dafaculdade Dulcina de Moraes,concluída em 2010.

Hoje em dia, Antonio possuium estúdio, onde dá cursos naárea artística. Tem a pretensão defazer pós-graduação para serprofessor universitário e traba-lhar com pesquisa. “Dar aulas meajuda a vencer a timidez”, admite,confirmando uma característicaque costuma ser observada emgrande parte dos superdotados.Sobre a condição, ele conta queaprendeu a entendê-la depois daentrada na sala de recursos, masatesta: “Esse nome (superdotado)carrega peso, cria expectativasem outras pessoas. Isso gera umcerto incômodo”.

RitmosdiferentesA facilidade de raciocínio per-

cebida em diversas crianças comsuperdotação faz com que o re-curso da aceleração dos estudosseja usado para evitar que elas sesintam desestimuladas na escola.O tema é polêmico, já que saltarséries significa ter colegas declasse com idades diferentes, oque pode interferir na socializa-ção. Leva, também, à provávelentrada precoce na universidadee, consequentemente, no merca-do de trabalho.

“Não acho isso prejudicial,pois resolve o problema dos bai-xos níveis de ensino para o alunomais adiantado que o conteúdoescolar. Tudo vai depender dobem-estar psíquico dele”, ponde-ra Cristina Delou. Para a doutoraem psicologia da educação Zeni-ta Guenther, a questão do adian-tamento escolar está relacionadaao ritmo de cada um. Quem andadevagar não pode correr. Quemanda depressa não pode ser frea-do. A ideia de acelerar é fazer an-dar de acordo com o ritmo, e nãode acordo com a idade”, explica.

Umadaspinturasfeitas pelobrasiliense

A identificação formaldepessoasaltamentehabilidosasnoBrasil aindaprecisaavançarmuito.Seelas

nãosãodescobertasnoperíodoescolar,provavelmentepassarãodespercebidaspeloempresariado