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INTERAÇÕES Guilherme Alfenas Programa de Pós-Graduação em Ecologia PGECOL - UFJF

INTERAÇÕES - ufjf.br§ões-Guilherme-Alfenas.pdf · RELAÇÕES INTRA-ESPECÍFICAS HARMÔNICAS Colônias: associações entre indivíduos que mantém ligação anatômica entre si

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INTERAÇÕES

Guilherme Alfenas

Programa de Pós-Graduação em Ecologia

PGECOL - UFJF

BIBLIOGRAFIA

• RICKLEFS, R.E. 5ª edição. A Economia

da Natureza. Editora Guanabara

Koogan.

CONCEITO BÁSICO

São relações que ocorrem entre indivíduos de

uma comunidade.

TIPOS DE RELAÇÕES

Intra-específicas: ocorrem entre indivíduos da

mesma espécie.

Interespecíficas: ocorrem entre indivíduos de

espécies diferentes.

RELAÇÕES INTRA-ESPECÍFICAS

HARMÔNICAS

Colônias: associações entre indivíduos que

mantém ligação anatômica entre si.

homotípicas – sem diferenciação entre

os indivíduos, e sem divisão de funções.

ex: colônia de bactérias

heterotípicas – com diferenciação entre

os indivíduos e com divisão de trabalho.

ex: caravela-do-mar, corais

Colônias de bactérias

coral

coral

Physalia

Sociedade: reunião de grandes grupos de

indivíduos, na qual existe um elevado grau de

hierarquia e divisão de trabalho.

ex: abelhas, cupins, formigas, lobos, etc...

Reuniões: agrupamentos temporários de

indivíduos em função de um determinado

estímulo.

ex: aves migratórias, reunião de insetos ao

redor de uma lâmpada

DESARMÔNICAS

Canibalismo: ocorre quando um indivíduo se

alimenta de outro da mesma espécie.

ex: viúva negra, louva-Deus

Competição intra-específica: ocorre quando

indivíduos da mesma espécie disputam algum

recurso ambiental, território ou direito de se

reproduzir.

ex: cães, elefantes-marinhos, leões, etc...

RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS

HARMÔNICAS

Mutualismo (++): associação em que ambas

espécies envolvidas são beneficiadas, e há

relação de dependência entre elas.

Ex: líquens – associação entre fungos e

algas, em que o fungo fornece nutrientes

inorgânicos à alga, e a alga fornece

nutrientes orgânicos ao fungo

líquens

Mutualismo

Cupins e protozoários: associação em que os cupins

fornecem alimento aos protozoários que vivem em seu

intestino, e os protozoários liberam enzimas para

digestão de celulose.

Protocooperação (++): associação em que

ambas espécies se beneficiam sem haver

relação de dependência entre elas.

Ex: ermitão e

anêmona, jacaré e

pássaro-paliteiro...

Pássaro-paliteiro e bovino

Comensalismo (+:0): ocorre quando um

organismo se alimenta dos restos de alimentos

deixados por outro organismo.

Ex: rêmoras e tubarões, hienas e leões

Comensalismo

hienas

Inquilinismo (+0): ocorre quando um organismo

procura abrigo no corpo de outro organismo.

Ex: peixe-agulha e pepino-do-mar

Epifitismo: é um caso de inquilinismo entre

organismos vegetais, em que uma planta

cresce sobre outra, sem causar prejuízo

Ex: orquídeas, bromélias

Foresia (+0): ocorre quando um organismo é

transportado por outro.

Ex: carrapicho e picão que se prendem em

pêlos de animais ou em roupas

Sinfilia (+0): ocorre quando um organismo se

alimenta da excreção de outro organismo

Ex: formigas e pulgões

DESARMÔNICAS

Predatismo (+-): ocorre quando um organismo

captura e mata outro organismo para se

alimentar.

Ex: leão e zebra

Parasitismo (+-): ocorre quando um organismo

se alimenta de outro organismo, sem ter o

intuito de matá-lo

Ex: carrapato e vaca, pulga e cachorro,

tênia e homem, bactérias, vírus

Parasitismo

Amensalismo (+-): ocorre quando um

organismo libera substâncias tóxicas que inibem

o crescimento, ou a reprodução de outros

organismos.

Ex: Penicillium, maré vermelha

Esclavagismo (+-): ocorre quando um

organismo se aproveita do trabalho de

outro organismo.

Ex: chupim e tico-tico, formigas

Competição interespecífica (+-): ocorre quando

dois organismos de espécies diferentes ocupam

o mesmo nicho, disputando os mesmos recursos

ambientais

INTERAÇÕES

0 0

_ _

_ 0

+ _

+ _

+ 0

+ +

+ +

Neutralismo

Competição

Amensalismo

Parasitismo

Predação

Comensalismo

Protocooperação

Mutualismo

INTERAÇÕES

Interações consumidor-recurso

Predador: captura a presa e consome,

removendo da população de presas.

Parasita: consome partes de uma presa, tecido,

sangue ou até alimentos parcialmente digeridos.

Herbívoros: Comem plantas inteiras ou

partes de plantas. (predadores ou parasitas)

Os predadores têm adaptações

para explorar suas presas

A forma e função de um predador está

intimamente relacionada à sua dieta.

Herbívoro Carnívoro

Tamanhos relativos de predadores

mamíferos e suas presas

Predadores

< 20 kg

Presas com metade da massa

corporal do predador.

Predadores

> 20 kg

Presas com massa corporal

próxima a do predador.

As presas têm adaptações para

escapar de seus predadores

... Esconder, escapar, defender, evitar ...

Fugir do predador pode atrapalhar a presa

Morfologia de Littoria obtusa

em 1900• Altamente espiralada

• Paredes finas

Carcinus,carangueijo predador de Littoria

obtusa, expandiu no norte de New England

em 1900.

O carangueijo prefere moluscos

espiralados e paredes finas

Exemplo 1

Morfologia de Littoria obtusa

após 1982•Pouco espiralada

•Paredes grossas

EXAMPLE 1

Carcinus estendeu até Nova Scotia 1986.

Experimentos laboratoriais mostraram

que Carcinus preferem moluscos

altamente espiralados e de paredes finas.

Exemplo 1Morfologia de molusocos

coletados antes de 1900.

Morfologia após 1982.

Predadores provêm

forte seleção em

moluscos pouco

espiralados e de

paredes grossas.

Dentro de 82 anos

Littoria obtusa

mudou drasticamente

sua morfologia.

Evidência de que

população muda

em resposta a

pressão de seletiva

Exemplo 2Gupes

Habilidade de escapar

EXPERIMENTO

Gupes foram introduzidos em habitats com muito e poucos predadores.

Vinte anos depois, 6 gupes foram removidos de baixa predação e 6 de habitats de alta predação. Eles foram colocados em

cercados com seus predadores naturais, os ciclideos.

Achado:

Gupies de populações submetidas a alta predação apresentaram

maiores taxas de sobrevivência. Então, eles desenvolveram capacidade

de escapar.

Mas…

A capacidade de escapar é hereditária?

Geração F2 foi testada de habitats com muito e poucos

predadores.

Encontrado: F2 dos gupes de populações com alta

predação tiveram significativamente maior capacidade

de escapar

Conclusões

Habilidade de escapar é adquirida rapidamente em condições de

forte pressão seletiva de predação.

Habilidade de escapar é hereditária.

Evidência que seleção natural atua na variação hereditária

Coloração críptica

Aposematismo ou advertência

Mimetismo Batesiano

Mimetismo Müleriano

As plantas têm adaptações

estruturais e químicas para

defenderem dos herbívoros

Espinhos, pêlos carapaças de sementes,

resinas...

Defesas bioquímicas

(venenos, compostos

tóxicos...)

Custo energético alto.

Os parasitas têm adaptações para

assegurar sua dispersão entre os

hospedeiros.

Os sistemas parasita-hospedeiro incluem

adaptações para virulência e resistência.

Pelo menos por um determinado tempo

não é importante para o parasita que seu

hospedeiro morra.

Predação

Lotka-Volterra: Ciclo contínuo

predador - presa

Isóclina de equílibrio do predador é o nível

mínimo de presas que pode sustentar o

crescimento da população de predadores.

Isóclina de equílibrio da presa é o número

máximo de predadores que a população de

presa pode sustentar.

Fatores mantém o equilibrio

predador-presa

• A ineficiência do predador.

• Recursos alimentares alternativos.

• Refúgios da predação.

Com predador-chave

Sem predador-chave

Competição

• Qualquer uso ou defesa de um recurso

por um indivíduo que reduz a

disponibilidade daquele recurso para

outros indivíduos.

RecursoLuz Espaço

Nutriente Alimento

Água

Competição

• Regula a densidade populacional.

• Evita superpopulações.

• Gera uma seleção natural.

COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA: é

que indivíduos de uma espécie sofrem a

redução na fecundidade,sobrevivência ou

crescimento, como resultado da

exploração de recursos ou interferência

de indivíduos de outras espécies.

Controle populacionalControle “Top-Down”

Controle “Bottom-Up”

Copépodos

Ciliados

Flagelados

Bactérias Heterotróficas

Fitoplâncton

PERGUNTA: Como nutrientes

inorgânicos e/ou presença de

predadores estruturam as assembléias

bacterianas em termos de densidade e

tamanho celular?

HIPÓTESE:

Nutrientes Predadores

Nutrientes Predadores

Nutrientes Predadores

Nutrientes Predadores Predação Seletiva

Coexistência e Exclusão de Mamangavas em Competição

OBRIGADO!

Contato: [email protected]