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Instituto Superior de Engenharia do Porto Tema Interoperabilidade e funcionalidade de documentos 5º.ano Licenciatura Ramo Computadores e Sistemas Orientador Eng. Paulo Ferreira Aluno Joel Filipe Mota Santos 980384 Agosto de 2004

Interoperabilidade e funcionalidade de documentospaf/proj/Set2004/i980384... · 2004-09-06 · XHTML Extensible HTML ... Essas questões poderão ser respondidas nos últimos capítulos,

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Instituto Superior de Engenharia do Porto

Tema

Interoperabilidade e funcionalidade

de documentos

5º.ano Licenciatura

Ramo Computadores e Sistemas

Orientador Eng. Paulo Ferreira

Aluno Joel Filipe Mota Santos

980384

Agosto de 2004

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Agradecimentos

A realização deste trabalho só foi possível graças à colaboração de diversas pessoas. A

todos aqueles, que sob as mais diversas formas, contribuíram para a concretização deste

projecto, expresso o meu afectuoso reconhecimento e agradecimento. Em particular:

• aos meus pais, pelo incentivo dado durante a elaboração deste trabalho;

• na I2S, ao engenheiro António Pinto que, mais uma vez, esteve presente para me

ajudar a concluir mais uma etapa importante da minha vida;

• no ISEP, ao engenheiro Paulo Ferreira, pela orientação dada na elaboração do

projecto;

• todos os demais colegas/amigos de trabalho na I2S, pelas “dicas” e apoio dado.

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Índice

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................1

1.1 ENQUADRAMENTO .....................................................................................................................2 1.2 ORGANIZAÇÃO DO RELATÓRIO...................................................................................................3 1.3 CONVENÇÃO TIPOGRÁFICA ........................................................................................................4

2. INTEROPERABILIDADE ..............................................................................................................5

3. TIPOS DE DOCUMENTOS..........................................................................................................11

3.1 CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO DIGITAL ..........................................................................11 3.2 DOCUMENTO DIGITAL VS DOCUMENTO EM PAPEL ....................................................................12 3.3 TIPOS DE DOCUMENTOS ...........................................................................................................15

4. FORMATOS DE DOCUMENTOS...............................................................................................17

4.1 TEXTO PURO (ASCII)...............................................................................................................19 4.2 TEXTO COM FORMATO .............................................................................................................21

4.2.1 Processador de texto ..........................................................................................................21 4.2.2 Folhas de cálculo ...............................................................................................................25

4.3 FORMATOS DE VISUALIZAÇÃO E IMPRESSÃO ............................................................................25 4.4 LINGUAGENS DE FORMATO ......................................................................................................28 4.5 LATEX ....................................................................................................................................30

4.5.1 LYX .....................................................................................................................................31 4.5.2 Editores e outros programas ..............................................................................................32 4.5.3 O LaTeX no Windows .........................................................................................................32 4.5.4 A comunicação com outros sistemas e programas .............................................................34

4.6 XML........................................................................................................................................34 4.6.1 Vantagens e desvantagens do Formato XML .....................................................................38 4.6.2 Aplicação do XML..............................................................................................................39 4.6.3 Arquitectura Adobe XML....................................................................................................40 4.6.4 Microsoft Office 2003 e o XML ..........................................................................................41

4.7 CONCLUSÃO.............................................................................................................................43

5. O PRESENTE .................................................................................................................................47

5.1 O PROBLEMA............................................................................................................................47 5.2 AO SEU SERVIÇO ......................................................................................................................48 5.3 WEBSPHERE – WEBFACING.....................................................................................................50 5.4 .NET........................................................................................................................................53 5.5 STANDARDS .............................................................................................................................54

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6. GESTÃO DOCUMENTAL............................................................................................................57

6.1 A NECESSIDADE DO SOFTWARE DE GESTÃO DOCUMENTAL.......................................................59 6.2 WORKFLOW .............................................................................................................................61 6.3 PORTAIS E INTRANET ...............................................................................................................62 6.4 WEB: INTEGRAR É A SOLUÇÃO (?) ...................................................................................67 6.5 ECM – ENTERPRISE CONTENT MANAGEMENT.........................................................................68 6.6 EAI – ENTERPRISE APLICATION INTEGRATION ........................................................................70 6.7 EDI – ELECTRONIC DATA INTERCHANGE ................................................................................72 6.8 EBXML....................................................................................................................................73 6.9 FACTOR HUMANO.....................................................................................................................76

6.9.1 Mudança de gestão.............................................................................................................76 6.9.2 Falsa assumpção ................................................................................................................78

7. SOLUÇÕES.....................................................................................................................................79

7.1 MICROSOFT SHAREPOINT PORTAL SERVER .............................................................................82 7.2 SILVA.......................................................................................................................................84 7.3 IXOS .......................................................................................................................................86 7.4 NETAMINAS .............................................................................................................................88

8. CONCLUSÃO.................................................................................................................................91

9. GLOSSÁRIO...................................................................................................................................97

10. BIBLIOGRAFIA/ REFERÊNCIAS .........................................................................................99

11. ANEXOS...................................................................................................................................101

11.1 I2S .........................................................................................................................................105 11.2 ESPECIFICAÇÕES DE FORMATOS DE FICHEIROS.......................................................................109 11.3 XML......................................................................................................................................115 11.4 OFFICES SUITES .....................................................................................................................121 11.5 NORMAS.................................................................................................................................133

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Índice de Figuras Figura 2.1 – Estrutura do ILE ..................................................................................5

Figura 2.2 – Interoperabilidade entre sistemas ........................................................6

Figura 2.3 – Exemplo de relação de versões entre empresas...................................7

Figura 2.4 – Exemplo de relação de versões entre postos de trabalho ....................8

Figura 2.5 – Exemplo de interoperabilidade............................................................9

Figura 3.1 – Dispositivo de leitura de documentos digitais...................................13

Figura 4.1 – Exemplo de resultado de um ficheiro não reconhecido pelo Word ..18

Figura 4.2 – Icone do Microcoft Word ..................................................................21

Figura 4.3 – AbiWord (versão 2.0)........................................................................23

Figura 4.4 – AbiWord: multi-plataforma...............................................................23

Figura 4.5 – AbiWord: alguns erros ortográficos a corrigir ..................................24

Figura 4.6 – Icone do Microsoft Excel ..................................................................25

Figura 4.7 – Icone do PDF.....................................................................................26

Figura 4.8 – Exemplo de conteúdo de um ficheiro em formato PostScript...........27

Figura 4.9 – HTML................................................................................................28

Figura 4.10 – LaTex...............................................................................................30

Figura 4.11 – Lyx...................................................................................................31

Figura 4.12 – MikTeK ...........................................................................................33

Figura 4.13 – Arquitectura Adobe XML ...............................................................40

Figura 4.14 – Portabilidade do Microsoft Office 2003..........................................42

Figura 4.15 – Exemplo de documento em Latex e o seu resultado intepretado ....44

Figura 4.16 – AbiWord: exemplo de texto ............................................................44

Figura 4.17 – PDF: documento original AbiWord exportado para LaTex............45

Figura 5.1 – Ecrã tipico de um AS400...................................................................50

Figura 5.2 – WebFacing.........................................................................................51

Figura 5.3 – WebFacing: estrutura de conversão ..................................................51

Figura 5.4 – WebFacing: possibilidade de use de ambas as formas......................52

Figura 5.5 – Evolução do iSeries ...........................................................................52

Figura 6.1 – Processo de Digitalização-Classificação-Distribuição ......................58

Figura 6.2 – Acesso ao Portal por mapeamento de rede........................................65

Figura 6.3 – Portal I2S ...........................................................................................65

Figura 6.4 – Portal I2S: acessos cliente .................................................................66

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Figura 6.5 – Portal ISEP ........................................................................................66

Figura 6.6 – Portal ISEP: opção de formato de listagem.......................................67

Figura 6.7 – Interoperabilidade do EAI .................................................................70

Figura 6.8 – Estrutura do EDI................................................................................72

Figura 6.9 – Explicação gráfica do EDI.................................................................73

Figura 7.1 – Millennium BCP................................................................................80

Figura 7.2 – Estrutura do SharePoint Portal Server..............................................82

Figura 7.3 – Silva...................................................................................................84

Figura 7.4 – Aspecto da ferramenta Silva..............................................................85

Figura 7.5 – Estrutura do IXOS .............................................................................87

Figura 7.6 – Estrutura do IXOS em parceria com ferramentas Microsoft.............88

Figura 11.1 – Esquema do XSL...........................................................................118

Figura 11.2 – Microsoft Office 2003 ...................................................................121

Figura 11.3 – Visão do OpenOffice.....................................................................123

Figura 11.4 – OpenOffice.org: conversão para diversos tipos de formatos ........137

Figura 11.5 – KOffice: já se encontra preparado para o OASIS .........................140

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Índice de Tabelas Tabela 4.1 – Códigos acrescidos à tabela ASCII...................................................20

Tabela 4.2 – Comparação do tamanho de ficheiros...............................................21

Tabela 4.3 – Resumo de alguns tipos de formato ..................................................46

Tabela 7.1 – Comparação entre processo papel e processo formato digital ..........80

Tabela 8.1 – Exemplo Microsoft: custo de aquisição do produto .........................92

Tabela 11.1 – I2S: Sectores da Empresa..............................................................107

Tabela 11.2 – Microsoft Office – versões e respectivos valores .........................122

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Lista de Abreviaturas

AFNOR Association Francaise de NORmalisation

API Aplication Program Interface

BPSS Bussiness Process Specification Schema

CEN Comité Europeu de Normalização

CLT Common Language Runtime

CMS Content Management System

CRM Customer Relationship Management

CSS Cascade Style Sheet

CTAN Comprehensive TEX Archive Network

EAI Enterprise Application Interface

ECM Enterprise Content Management

EDI Electronic Data Interchange

ERP Enterprise Resource Planning

HTML Hypertext Markup Language

IPQ Instituto Português da Qualidade

IRM Information Rights Management

ISO International Organization for Standardization

KDE K Desktop Environment

LGPL GNU Lesser GPL

MSMQ Microsoft MessageQueing

OCR Optical Caracter Recognition

PDA Personal Digital Assistant

PDF Portable Document Format

PME Pequena Média Empresa

RTF Rich Text Format

SGML Standard Generalized Markup Language

SISSL Sun Industry Standards Source License

SOAP Single Object Access Protocol

SPPS SharePoint Portal Server

UDDI Universal Description Discovery and Integration

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UMIC Unidade de Missão Inovação e Conhecimento

UN/CEFACT United Nations Centre for Trade Facilitation and

Electronic Business

WSDL Web Services Description Language

WWW World Wide Web

XHTML Extensible HTML

XML eXtensive Markup Language

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1. Introdução

A evolução do Homem tem sido ao longo do tempo enorme em todos os aspectos. E

começando quer por Adão e Eva, quer pela teoria do Big Bang, o certo é que a evolução

foi de tal modo, que seria a nossa extinção se regredíssemos.

A informática veio permitir essa evolução e o salto dado trouxe tanta oferta que já se

torna difícil a escolha.

Quem não se lembra da existência de um reduzido número de processadores de texto

(tal como o Wordstar) e de folhas de cálculos (Lotus 123, Quattro), que veio facilitar a

vida privada e empresarial. No entanto, no presente, existem uma panóplia de

aplicações feitas à medida, que competem contra o software monopolista. De facto, as

tentativas do destronar estes softwares (como será observado) têm sido inúmeras e

provavelmente já teriam tido êxito mas existe um factor muito importante que não pode

ser esquecido – a mentalidade. Existem muitos produtos que tentaram a sua sorte e no

entanto não atingiram o êxito, talvez por não estarem no sítio certo, na altura certa e no

momento exacto. Apesar disso, a continuidade por atingir esse êxito permanece e cada

vez mais observa-se (lentamente) o seu trabalho.

O desenvolvimento de aplicações isoladas e independentes têm o seu fim, a relação 1-1

(um-para-um) de aplicação/formato de ficheiro está cada vez menos presente,

substituída por aplicações que “se conhecem e se entendem” – estamos na era da

interoperabilidade.

Com a presença da interoperabilidade, passamos a uma relação de n-n (n-para-n) onde,

com a “parceria” entre aplicações, é possível a existência de formatos de ficheiros que

se “entendem” entre as diversas aplicações, sem a necessidade de proceder a

importações/exportações, bem como as versões em si.

A abolição da mensagem “Format file not recognised” esta cada vez mais atingível.

A partilha do conhecimento entre as aplicações e formatos permite que estes se

encaminhem para uma “normalização” documental, para que todos possam “remar para

o mesmo sentido”.

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O software livre trouxe uma maior abertura no desenvolvimento, permitindo a entrada

de particulares, que deste modo podem contribuir com o seu conhecimento. Esta

partilha de conhecimento já deu provas de sucesso em diversas áreas, como na aviação1

e até já mesmo na informática, com o nosso tão bem conhecido sistema Linux.

A história repete-se mais uma vez, e estamos perante uma luta entre David e Golias,

onde só vencerá quem tiver visão e souber levar a multidão. Será (esta a ser…) uma luta

difícil mas o facto de ela existir demonstra a nossa vontade de evoluir. Para já, podemos

agradecer o esforço de instituições e particulares que se apoiaram num software livre,

disponível a qualquer pessoa, sem a existência de uma necessidade “forçada” de

aquisição de um produto, e na “construção” de um formato livre.

1.1 Enquadramento Este projecto mostra o trabalho realizado no que actualmente temos de aplicação da

interoperabilidade, iniciando-se com a definição de alguns conceitos importantes,

associados ao tema do projecto, seguido de uma apresentação dos formatos mais usados

na produção e distribuição de documentos e respectivas aplicações associadas. Formatos

esses usados em aplicações como: Latex, Lyx, HTML, Microsoft Word, Microsoft

Excel e XML.

Mas será que uma simples aplicação “caseira” não satisfará uma empresa “caseira”?

Para tal apresentam-se alguns produtos actualmente existentes no mercado e que podem

satisfazer diversos níveis da empresas. Em anexo encontra-se uma referência a esses

produtos, onde se poderá observar as inúmeras aplicações que existem e se debatem

para se sobressaírem.

Para se proceder a uma possível comparação, foi usado como base o produto mais usado

actualmente, o Microsoft Office.

Mas questiona-se o que existe actualmente no mercado para além destes pacotes, que

permita o workflow documental nas empresas? O que leva a questionar, se esses

produtos conseguem satisfazer as necessidades actuais, e se não, que outras soluções

existem? Essas questões poderão ser respondidas nos últimos capítulos, onde se faz um

1 Pelos irmãos norte-americanos Wilbur e Orville Wright em 1908.

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Introdução

3

case study da actualidade nas empresas/instituições, e o que existe de novidade no

mercado.

Alguns exemplos de casos práticos referem-se à empresa I2S – Informática, Sistemas e

Serviço, S.A., pelo facto de exercer nesta a minha actividade profissional. Para melhor

conhecimento da empresa, encontra-se em anexo um documento com uma breve

apresentação.

1.2 Organização do relatório Este relatório divide-se em duas partes. A primeira parte aborda a introdução aos tipos

de formatos e ficheiros existentes no mercado, os mais conhecidos e as suas respectivas

características.

• Capitulo 1 – Introdução – Breve introdução ao tema e ao relatório em si.

• Capitulo 2 – Interoperabilidade – Noção do conceito com breve exposição das

vantagens deste.

• Capitulo 3 – Tipos de Documentos – Apresentação dos principais de tipos de

documentos existentes.

• Capitulo 4 – Formatos de Documentos – Apresentação dos principais

formatos de documentos existentes, bem como algumas aplicações associadas.

Numa segunda parte, são abordados os conceitos existentes e as ferramentas que

existem disponíveis como solução para as necessidades actuais do mercado.

• Capitulo 5 – O presente – Uma introdução do que actualmente existe, das

aplicações e sistemas. É dada uma breve introdução a ferramentas existentes e

que utilizam a interoperabilidade.

• Capitulo 6 – Gestão Documental – Apresentação de alguns conceitos actuais

sobre a gestão documental, bem como workflow, ECM, EAI e EDI.

• Capitulo 7 – Soluções – Apresentação de algumas soluções existentes no

mercado.

Em anexo encontra-se também uma análise a Office Suites existente no mercado, e

algumas referências a formatos de ficheiros.

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1.3 Convenção tipográfica Como no standard, foi necessário normalizar este relatório. Para isso foi definido um

tipo e tamanho de letra específico, Times New Roman n.º 12. As palavras em itálico

representam estrangeirismos e as “palavras entre aspas” servem para dar mais ênfase à

palavra em si. Cada título tem o tipo de letra Arial Negrito de tamanho n.º 36 e os

subtítulos têm tamanho n.º 16. O texto dentro de [parênteses rectos] referem-se à

especificação de uma extensão de ficheiro. O texto, ou palavras, em negrito pretendem

salientar uma palavra-chave ou uma frase de maior importância.

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2. Interoperabilidade

“Interoperability is the ability of a system or a product to work with other systems or

products without special effort on the part of the customer. Interoperability becomes a

quality of increasing importance for information technology products as the concept

that «The network is the computer» becomes a reality. For this reason, the term is

widely used in product marketing descriptions“

in www.whatis.com

Uma primeira observação interessante, é da ausência desta palavra no dicionário

português e no entanto tão fundamental para diversas áreas. Numa tradução directa à

definição acima apresentada poderá ser a “habilidade de um sistema ou produto em

trabalhar com outros sistemas ou produtos sem o esforço especial por parte do cliente”.

No entanto, a ideia da interoperabilidade já existe desde muito cedo mas agora com uma

maior importância. Esta evoluiu de tal forma que existe em qualquer área – de facto, na

criação de algo novo (ou evolução), pensa-se na possibilidade de interagir com “outra

coisa”.

Um exemplo da interoperabilidade poderá ser encontrada no desenvolvimento de

aplicações no sistema AS400, através do ILE. O compilador permite a criação de

diversos módulos em diversas linguagens (RPG, Cobol, C+, etc.), sendo compiladas

num só único objecto.

RPG/400

C/400 SQLRPG/400

CL

ILE

Figura 2.1 – Estrutura do ILE

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Actualmente existem diversos sistemas que interagem entre si. A existência de uma

base de dados num sistema AS400 não implica que o desenvolvimento tenha de ser

necessariamente feita no mesmo sistema. Existem ferramentas que permitem a

interacção entre os diversos sistemas. Deste modo, é possível o desenvolvimento num

outro ambiente (Windows, Linux, etc.) e em que as operações básicas são feitas num

outro ambiente.

BD

AS400

outros sistemas

Windows

Linux

Figura 2.2 – Interoperabilidade entre sistemas

Como será observado mais à frente, este esquema tenderá a evoluir para um outro nível

onde, com base numa normalização, poderá ser exportado, ou melhor, interpretado por

qualquer aplicação, sem a necessidade da aplicação que o leia tenha necessidade de

saber a origem do ficheiro. Ou seja, a interoperabilidade no seu máximo, permite o

ignorar da origem do ficheiro.

Interoperabilidade entre empresas Existem muitos problemas por causa da ausência da interoperabilidade, sendo mais

notório não dentro de uma empresa mas na relação entre empresas. A opção de um tipo

de aplicação deverá ser feita com base no que rodeia e sempre com uma perspectiva

futura. A Figura 2.3 serve de apresentação desse problema.

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Interoperabilidade

7

Empresa A

Empresa C

Empresa D

Empresa B

Empresa E

versão A

versão B

versão C

versão E

versão D

A

B

C

C

C

CE

D

Figura 2.3 – Exemplo de relação de versões entre empresas

Para simplificar, assumimos que internamente, cada empresa possui a sua versão da

aplicação standardizada. Se a empresa A enviar documentação (encomendas, facturas,

etc.) para a empresa C, o primeiro problema possível de ocorrer será a versão da A ser

uma versão mais actualizada que a da empresa C. Sendo uma versão inferior, poderá

causar a impossibilidade de leitura dos documentos.

Esta situação poderá ser solucionada de diversas formas, mas implicando sempre a

cedência de uma das partes (ou até mesmo de ambas). No caso da empresa A, teria que

proceder às alterações necessárias para que quando fosse feito o envio da

documentação, houvesse um cuidado em saber em que versão deveria ser enviado, isto

assumindo que esta tinha capacidade/meios, para efectuar essa conversão. Para além

disso, implicaria a gestão de uma base de dados com a relação entre empresa e versão.

Na perspectiva da empresa C poderia acarretar custos, visto ter que proceder a um

upgrade à versão actual que possui, podendo esses custo não ficar somente a nível do

software, mas de hardware (devido aos requisitos da nova versão).

Em ambos os casos, existe obrigatoriamente uma necessidade de alteração que implica

não somente nos custos mas também na própria estrutura da empresa, tal como por

exemplo, na necessidade de formação a colaboradores para a nova versão, motivação à

mudança, etc.

Será que esse custo é aceitável? O investimento necessário para a adaptabilidade à

versão do cliente terá compensação na relação entre eles? E esta alteração que custo terá

no cliente para com as outras relações com fornecedores? O upgrade que este possa

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fazer poderá implicar nos outros clientes e fornecedores que possua, gerando deste

modo um ciclo vicioso.

Esta situação pode estar dentro da empresa, assumindo em vez de empresas, temos

postos de trabalho, onde não existe qualquer tipo de normalização, conforme a figura

abaixo mostra.

versão A

versão B

versão C

versão E

versão D

Figura 2.4 – Exemplo de relação de versões entre postos de trabalho

Esta situação pode tornar-se um ciclo vicioso se transportamos para a relação entre

empresas. Sendo assim, a primeira norma a implementar numa empresa seria a da

standardização. Mas esta ainda não soluciona o problema entre as empresas.

Qual a aplicação standard a implementar? O mais lógico seria sempre a mais recente.

Mas voltemos ao tópico dos custos, é sabido que cada nova versão vem com requisitos

mínimos mais elevados.

Convém referir que estamos a falar somente em versões, mas o problema tende em

complicar com o acrescentar de aplicações, plataformas e todo o tipo de ferramentas

necessárias para a laboração em uma empresa.

Deste modo fica provada a necessidade da interoperabilidade, de ferramentas que

saibam interagir entre elas, não tendo a necessidade de importações/exportações de

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Interoperabilidade

9

versões, sistemas, plataformas. Assim sendo, para a ferramenta seria somente um

ficheiro, algo que saiba identificar sem ter a preocupação de saber qual a sua origem.

Se idealizarmos a interoperabilidade, poderia ser vista do seguinte modo. Uma empresa

X com um sistema A, com uma aplicação B, com um formato C, numa versão D, envia

para outra empresa Y, que contém um sistema E, uma aplicação F, com um formato G,

numa versão H.

Sistema A

Aplicação B

Formato C

Versão D

Sistema E

Aplicação F

Formato G

Versão H

Empresa X Empresa Y

Figura 2.5 – Exemplo de interoperabilidade

Se estas duas empresas conseguirem interagir sem a necessidade de adaptação humana e

aplicacional no processo, teremos conseguido atingir a interoperabilidade.

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3. Tipos de Documentos

Denomina-se informação digital ou electrónica a toda aquela que é armazenada num

formato binário, num suporte magnético ou óptico, e pode ser consultada num

computador. Este termo é muito amplo e inclui documentos de muitos tipos e formatos,

tais como livros electrónicos (eBooks), bases de dados, páginas Web, enciclopédias

electrónicas, etc. Podendo estar todas elas armazenados por exemplo, num CD-ROM ou

acessíveis via Internet.

Neste capítulo, começaremos por descrever as principais características do documento

digital, citando vantagens e desvantagens deste tipo de informação com o vulgo

documento em papel. Seguido das descrições dos principais tipos de documentos

digitais, quanto à sua forma e ao tipo de informação que apresentam.

3.1 Características da informação digital As principais características de todo o documento digital são as seguintes:

• Armazenado em formato binário – A informação digital é armazenada num

suporte magnético ou óptico em forma de zeros e uns.

• Processável por computador – Dado o tipo de suporte em que se armazena, a

informação pode ser acedida mediante programas de computador e pode ser

portanto processada informaticamente. Este tipo de processamento facilita o

levar a cabo de forma rápida e segura de operações repetitivas sobre a

informação que antes era necessário levar a cabo manualmente. Para além disso,

este tipo de formato aumentou enormemente a capacidade que temos em aceder,

manipular e visualizar a informação.

Como resultado dessa capacidade de processamento da informação:

a) É possível obter nova informação de valor acrescido, por exemplo,

mediante a extracção de gráficos ou estatísticas de uma série de dados

numéricos, ou mediante a obtenção de resumos e o contraste de distintas

informações sobre um mesmo tema.

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b) É possível aceder à informação à distância. Através das redes

informáticas, podemos aceder de forma quase instantânea à informação

situada em qualquer parte do mundo.

c) É possível criar documentos que integram todo o tipo de informação

textual, visual e sonora – documentos multimédia.

• Informação é reutilizável – É fácil a duplicação da informação e a transferência

de um tipo de suporte para outro, mantendo um alto grau de fiabilidade na cópia.

Além disso, vários utilizadores podem aceder à mesma cópia ao mesmo tempo.

• Interactiva – Alguns documentos digitais pode ser interactivos, modificáveis

em função do comportamento do leitor. Uma forma básica de interactividade

pode ser por exemplo, a proporcionada através de formulários de motores de

busca em bases de dados de informação.

• Actualizável – A informação digital pode ser actualizada pelos seus autores de

forma fácil e económica, podendo gerar versões actualizadas da mesma de uma

forma rápida. A facilidade da distribuição na forma de discos ópticos, e pela

Internet, permite que as novas versões dos documentos cheguem aos

destinatários de uma forma rápida.

• Navegável – O uso de links em documentos hipertexto permitem que o

utilizador defina de forma na qual pretende aceder aos documentos, tanto quanto

à parte do documento a que quer aceder, bem como à ordem em que pretende

consultar.

• Recuperável – É fácil gerar manuais de documentos digitais e utilizar

mecanismos de busca dos mesmos. Os actuais motores de busca permitem a

procura de forma rápida, e relativamente eficaz, dos documentos que cumpram

uma grande variedade de condições em repositórios que podem conter milhares

deles.

3.2 Documento digital vs documento em papel Para comparar os documentos digitais com os documentos em papel será necessário

utilizar alguns parâmetros: ergonomia, actualização, densidade, interactividade,

durabilidade, autenticidade e visualização. Veremos as vantagens e desvantagens de

cada um dos tipos de documento em relação a estes parâmetros.

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Tipos de Documentos

13

Com respeito à ergonomia, a versão em papel é muito mais fácil de manipular (pegar,

mover, etc.). Para aceder aos documentos digitais é necessário um computador, com um

aparelho de leitura e programas adequados. Obviamente, nem sempre dispomos de tais

elementos, e será muito mais fácil pegar num livro, num artigo em papel e lê-lo em

qualquer parte. No entanto, existem suportes de leitura a documentos digitais de

tamanho reduzido e fáceis de transportar. Quando este tipo de suporte estiver acessível

ao público em geral, os documentos digitais poderão igualar-se aos documentos de

papel.

Figura 3.1 – Dispositivo de leitura de documentos digitais

Este género de dispositivos ainda não tem o sucesso pretendido, quiçá pela tarefa

específica para qual se destina, havendo outras soluções mais completas, com

funcionalidades acrescidas. O dispositivo em causa é o PDA (Personal Digital

Assistant), uma ferramenta mais completa que, para além de permitir a leitura de

eBooks, ainda contém outras funcionalidades, tais como: lista de endereços, controlo de

tarefas, agenda, bloco de notas, email, etc. Para além disso permite a instalação de

outras aplicações tais como processador de texto, folha de cálculo e visualizador de

documentos, de entre outras, o que torna mais atractivo que o eBook.

A durabilidade é uma propriedade crítica para garantir a transmissão da ciência e da

cultura a longo prazo. Ainda que pareça mentira, os modernos sistemas de

armazenamento magnético e óptico são menos duráveis que os documentos em papel.

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Sabe-se que um documento editado num papel de qualidade tem a duração mínima de

uns quinhentos anos, enquanto que um disco óptico pode durar em condições óptimas

uns cem anos. Mas mesmo assim, está comprovado que o uso normal de um disco

óptico tem uma garantia de vida média de uns dez anos.

Por outro lado, os documentos digitais estão sujeitos, não só ao desgaste físico do

suporte, mas também a tornarem-se obsoletos em termos de tecnológica. A evolução

dos tipos de suporte, da tecnologia e dos programas de acesso a documentos digitais em

poucos anos, torna um suporte que parecia legível a longo prazo deixe de ser acessível.

Basta ter como exemplo as disquetes de 5”1/4 e no que já está acontecer às de 3”1/2.

Actualmente já é difícil encontrar um computador novo que disponha de um leitor de

disquetes, com o qual será complicado aceder a toda a informação que tenha sido

guardada nesse tipo de suporte. Esta mesma dúvida pode-se colocar a respeito da

substituição dos “modernos” CDs, pelo mais “modernos” DVDs, embora os fabricantes

dos leitores de DVD garantam que estes leiam os CDs.

O terceiro parâmetro em que o papel supera ao documento digital é a autenticidade,

referida à sua resistência à falsificação. É relativamente complicado falsificar um

documento em papel, ao contrário, não existem muitos impedimentos para duplicar ou

modificar um documento digital, em ocasiões, indetectável. Esta circunstância faz com

que os documentos digitais não tenham validade jurídica. Também neste âmbito a

tecnologia e as leis estão a evoluir, e já se estão a estabelecer sistemas de autenticação

que permitam identificar de modo inequívoco a originalidade de um documento digital.

Em relação à visualização dos documentos, a qualidade da mesma é superior no caso

do papel que nos documentos digitais. Os monitores tradicionais somente funcionam na

base de um raio de luz que actualiza o conteúdo do mesmo várias vezes por segundo.

Este modo de funcionamento produz um “piscar”, imperceptível, mas que provoca

fadiga na visão. Sabe-se que uma frequência superior a 120 actualizações por segundo

(120Hz) elimina esse “piscar” e iguala-se à qualidade de visualização com o papel nesse

sentido. Actualmente a maioria dos monitores permitem frequências entre 60 e 90Hz.

Por outro lado, os documentos digitais são superiores ao papel nos parâmetros de

actualização, densidade e interactividade. Os suportes informáticos, tais como discos

ópticos ou magnéticos, permitem o armazenamento de uma enorme quantidade de

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Tipos de Documentos

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informação num espaço muito reduzido. Por exemplo, num disco óptico é possível

guardar mais de 200.000 páginas de texto. Imaginemos a quantidade de espaço que

ocupariam 1.000 livros de 200 páginas cada um e comparássemos com o espaço que

ocupa um CD.

3.3 Tipos de documentos Em primeiro lugar, podemos classificar os documentos electrónicos em função do tipo

de informação que armazenam. Neste sentido podemos diferenciar quatro grandes tipos

de documentos: texto, não texto, multimédia e hipertexto. Segue-se um resumo breve da

consistência de cada um destes tipos de documentos:

• Documentos de texto. Estes tipos de documentos contêm somente texto e são

bastantes habituais. Por exemplo, a maioria dos livros pode ser armazenado

neste formato, como também inúmeros artigos de jornal ou de revistas,

legislação, etc. Duas das principais vantagens deste formato são a possibilidade

de os visualizarmos facilmente, sem problemas de formato ao trocar de

computador ou de programa, e a grande quantidade de informação de texto que

podemos armazenar num espaço tão reduzido. Por exemplo, uma disquete ou um

disco óptico. Para além disso, existe uma grande quantidade de programas que

permitem visualizar e modificar os textos deste tipo.

• Documentos não texto. São documentos que contêm outro tipo de informação

diferente de texto. Por exemplo, podemos incluir neste tipo de documentos,

aqueles que armazenam imagens estáticas, sons, filmes ou programas

executáveis.

• Documentos Multimédia. São documentos electrónicos que combinam texto,

gráficos, sons, imagens e programas executáveis. Estes documentos permitem a

interacção do utilizador, e compõem-se de muitos elementos de informação

diferentes, cujo conteúdo pode variar em alguns casos como resultado da

interacção com o utilizador. Como exemplo, podemos destacar deste tipo de

documentos as paginas Web ou as enciclopédias interactivas de um CD/DVD.

• Hipertextos. São documentos que permitem definir uma estrutura complexa

composta de elementos com diferentes tipos de informação multimédia unidos

mediante ligações lógicas. Tratam-se de documentos que podem ser folheados

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rapidamente e cuja visualização não tem de ser sequencial. O método de

interacção com estes documentos consiste em recorrer aos elementos de

informação (textos, imagens, animações, etc.) pela ordem preferida utilizando,

para tal as ligações lógicas. Desta maneira pode-se ir descartando comodamente

a informação que se ache irrelevante, ao mesmo tempo que se aprofunda nos

aspectos consideramos mais relevantes. O exemplo mais conhecido deste tipo de

documento é as páginas Web.

Em segundo lugar, podemos classificar os documentos em função do seu conteúdo e da

sua funcionalidade. Neste sentido, podemos diferenciar entre os documentos

secundários e os primários.

Os documentos secundários são aqueles que contêm referencias a outros documentos,

remetendo-nos a eles se queremos obter informação mais detalhada. Neste tipo de

documentos incluem por exemplo, as bibliografias, os catálogos de lojas ou bibliotecas,

os directórios de recursos à Internet, etc.

Os documentos primários são aqueles que não são secundários, isto é, aqueles que nos

fornecem a informação em primeira-mão, sem nos remeter a outros para a conseguir.

Podemos incluir neste tipo de documentos:

• As obras de criação, desde uma obra literária até a uma fotografia artística.

• As obras técnico-científicas, incluindo teses, artigos de revista cientificas, ou

manuais de utilizador de um electrodoméstico ou um programa de computador

• Os documentos administrativos ou legais, incluindo normativas e legislação,

documentação de gestão, como facturas, etc.

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4. Formatos de documentos

No âmbito da informática, todos os documentos, e em geral toda a informação que é

manipulada mediante computadores armazena-se na forma de ficheiros. Os ficheiros são

o elemento básico pelo qual os sistemas operativos armazenam a informação. Sistemas

operativos como as distintas versões do Windows e do UNIX armazenam toda a

informação em ficheiros e o organizam em dispositivos de armazenamento (discos

duros, disquetes, disco ópticos, etc.) mediante um sistema hierárquico de ficheiros e

directórios. O Windows representa graficamente esses elementos mediante ícones

correspondentes a ficheiros e pastas. Dentro destas pastas podem ser armazenados

outros ficheiros e pastas, e assim continuamente.

Os ficheiros guardam a informação num determinado formato que, em sistemas

operativos tipo Windows se identifica mediante uma extensão de 2 a 4 letras,

acrescentadas ao seu nome e mediante um tipo particular de ícone com o qual se

apresenta no ecrã.

Quando se fala de formato de um ficheiro informático referimo-nos à forma em que se

codificou a informação do mesmo. Isto é, a extensão do formato de um ficheiro

identifica o modo em que se traduz os zeros e uns da informação que armazena. Este

formato deve ser reconhecido e interpretado de forma adequada pelos programas que o

manipulam para permitir a visualização e manipulação da informação que contém.

Existem formatos próprios para determinadas aplicações que correspondem à forma em

que as mesmas armazenam a informação por defeito. Por exemplo, os documentos

armazenados com o Microsoft Word têm a extensão [.doc], enquanto que os

armazenados com WordPerfect usam a extensão [.wpf]. Por outro lado, existem

formatos de ficheiros mais genéricos que correspondem a um tipo particular de

informação e que podem vir num formato standard. Por exemplo, a maioria das imagens

que existem na Internet estão armazenadas em formato GIF e JPEG. No caso dos

formatos genéricos, existem distintos programas que podem ler, visualizar e permitem

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modificar o conteúdo dos ficheiros. Assim, inúmeras aplicações permitem-nos aceder

aos formatos GIF e JPEG ou guardar os gráficos que tenhamos gerado ou modificado

com elas nesses formatos. A afirmação anterior não significa que não possamos tentar

abrir qualquer tipo de ficheiro com a maioria das aplicações. O que ocorre simplesmente

será que quando as aplicações não reconhecem um determinado formato, podem

produzir erro ou mostrar a informação mais estranha e imaginável no ecrã, tal como

podemos constatar na Figura 4.1.

Figura 4.1 – Exemplo de resultado de um ficheiro não reconhecido pelo Word

Um dos tipos de informação mais difundida é o texto electrónico. Num primeiro nível

podemos classificar estes em dois tipos básicos:

O texto puro ou texto sem formato, correspondente a ficheiros que só armazenam

informação texto, incluindo letras, números, acentuação e outros símbolos como

parêntesis, pontos de interrogação, etc. Alguns destes ficheiros restringem tanto os

caracteres que podem armazenar, que não permitem, por exemplo, guardar texto com

acentos tal como o “ã”.

O texto com formato é aquele que não só contém a informação texto, mas que também

o dota de determinadas características que melhoram a apresentação global do

documento. Este tipo de documentos pode, por exemplo, incluir texto utilizando fontes

distintas (tipo de letra), podemos utilizar o texto em negrito, itálico, ou acrescentar

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Formatos de documentos

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operações, tais como o centrar ou justificação. Mais ainda, embora não seja estritamente

texto, podemos incluir na categoria de textos electrónicos com formato aqueles que

incorporam imagens, gráficos ou tabelas e que podem ser colocados em determinadas

posições do documento.

Algumas condições desejáveis nos ficheiros que guardam texto com formato são:

• Que possam ser visualizados com um leitor universal, fácil de se conseguir para

distintos sistemas operativos e se possível gratuito.

• Que conservem a cor, formatos e fontes com os quais foram gerados.

• Que possam incluir imagens.

• Que imprimam com fidelidade tal como o original.

• Que permitam acrescentar condições de segurança para impedir a sua alteração,

e até a sua impressão.

• Que ocupem pouco espaço de disco.

4.1 Texto puro (ASCII) Para guardar a informação texto será necessário acordar numa codificação que faça

corresponder qualquer carácter armazenado com uma combinação de zeros e uns.

Existem diversos standards internacionais que estabelecem essa correspondência, o mais

extenso de todos é o código ASCII (American Standard Code for Information

Interchange).

A versão básica deste código inclui um máximo de 128 caracteres, dos quais os 31

primeiros não correspondem aos caracteres observados no ecrã, sendo usados para

armazenar informação de controlo, por exemplo, indicar quando as alterações de

paragrafo. Neste código, os números de 0 a 9 correspondem aos códigos de 48 a 57 e as

letras minúsculas estão codificadas com os valores entre 97 e 122. Na versão básica do

código não estão representadas as letras com acentuação, como a letra ã, ou os símbolos

de interrogação ou exclamação (!, ?), nem diversos caracteres especiais utilizados por

diferentes idiomas, tal como o inglês. Dado que isto apresenta um claro problema em

outros países anglo-saxónicos, existe uma versão mais completa do código de ASCII,

que permite armazenar até 256 caracteres distintos e que incluem todos os da versão

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básica na mesma posição e acrescenta os que temos referido. Na Tabela 4.1 podemos

ver alguns dos caracteres acrescidos ao código ASCII.

Tabela 4.1 – Códigos acrescidos à tabela ASCII

Quanto às vantagens e desvantagens dos documentos de texto puro, podemos concluir

que: a principal vantagem do texto puro será a utilização de uma codificação standard

de cada símbolo. Deste modo, numerosas aplicações podem ler o conteúdo deste tipo de

documento e nos permitir a sua modificação. Assim, todos os processadores e editores

de texto podem ler documentos com este formato e a maioria deles oferecem a

possibilidade de guardar os documentos na sua utilização. Isto é feito com a finalidade

de facilitar ao máximo a difusão da informação e simplificar o seu acesso.

Pela sua própria definição os documentos em texto puro não guardam cor, formatos ou

fontes porque não permite incorporá-los, nem tão pouco a inclusão de imagens.

Quanto à segurança, não é possível ter condições para evitar a alteração deste tipo de

documentos.

Finalmente, e como outra vantagem deste tipo de formato, os documentos guardados

neste formato ocupam um espaço muito reduzido, dado que somente guardam os

caracteres que contêm e nenhuma informação adicional sobre o seu formato.

Por exemplo, um texto com a seguinte frase “Isto é um teste.”, guardado em dois tipos

de formato (.txt e .doc), obtêm-se valores muito diferentes (ver a Tabela 4.1):

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Formatos de documentos

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16 bytes 36 Kbytes

Tabela 4.2 – Comparação do tamanho de ficheiros

Como pode ser observado, o texto puro somente ocupa o tamanho proporcional ao

número de caracteres nele contido (incluindo espaços e pontuação), enquanto que o

tamanho de um texto não puro atinge um valor muito superior.

4.2 Texto com Formato No contexto em que se enquadra o relatório, referem-se dois dos tipos de texto com

formato: processador de texto e folha de cálculo.

4.2.1 Processador de texto

Uma parte importante dos documentos de texto que queremos utilizar com os

computadores têm sido gerados utilizando um processador de texto. O objectivo deste

tipo de aplicações é precisamente a criação ou modificação de texto com formato.

Alguns dos processadores de texto mais conhecidos são o Microsoft Word e o

WordPerfect.

Figura 4.2 – Icone do Microcoft Word

Os processadores de texto mais utilizados são comerciais e guardam por defeito a

informação num formato que lhes é próprio. Isto significa que somente esse mesmo

processador é capaz de ler esses documentos. No entanto, dada a importância do fácil

intercâmbio de informação, todos os processadores permitem armazenar os documentos

em outros formatos que não possuam a restrição anterior. Por exemplo, podemos

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guardar a informação como texto puro no formato RTF (Rich Text Format). O problema

de guardar os documentos com um processador de um formato diferente do que lhe é

próprio, é que em muitos casos se perdem partes das suas características. Por exemplo,

se guardarmos um documento Word como texto puro, perdemos toda a formatação que

o documento contenha incluindo, obviamente, qualquer imagem ou gráfico.

Outro problema que têm os formatos próprios dos processadores de texto é a pouca

consistência nos mesmos entre versões distintas do programa. Assim, distintas versões

do mesmo processador podem não reconhecer um documento gerado por outras ou

alterar notavelmente a sua aparência. É muito normal que versões antigas de um mesmo

processador não sejam capazes de abrir documentos gerados com versões mais recentes.

Por exemplo, Word 6 pode ter bastantes dificuldades em abrir e visualizar

correctamente um documento criado e guardado com o Word 2003. Para além disso,

uma mesma versão de um processador utilizada sobre dois distintos sistemas operativos

(por exemplo, Windows e MacOS) pode dar lugar a visualizações bastantes diferentes

do mesmo documento.

De igual modo ao que acontece com a visualização, nem sempre é possível imprimir

este tipo de documentos com fidelidade. O resultado depende em grande medida da

versão do processador que usamos para imprimir, dos tipos de caracteres disponíveis no

sistema operativo e na impressora utilizada.

Os principais processadores de texto só incorporam alguns mecanismos para proteger os

documentos contra a sua alteração posterior. Principalmente com o uso de palavras

passe (password).

Outro dos inconvenientes deste tipo de formato são os ficheiros que o utilizam muito

espaço. Sendo assim, bastante mais do que parece lógico para incluir informação sobre

o seu conteúdo e formato.

Mas não existem somente o processador de texto Word e WordPerfect, também existe o

AbiWord tendo como uma das principais vantagens ser open-source.

Fazendo parte de um enorme projecto conhecido como AbiSource, começado pela

SourceGear Corporation, tendo como objectivo o desenvolvimento de uma Office Suite.

Este foi começado pelo projecto de um processador de texto, o AbiWord.

Mal a SourceGear lançou o código fonte do AbiWord, foi formada de imediato uma

comunidade a volta do projecto, nunca tendo parado mais, lançando em Abril de 2002 a

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Formatos de documentos

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primeira versão, seguido de uma segunda versão em Setembro de 2003 (versão 2.0).

Actualmente, estão a trabalhar arduamente para que seja lançada uma versão 2.2.

Figura 4.3 – AbiWord (versão 2.0)

O AbiWord é um dos únicos entre diversos processadores de texto que corre em

diversas plataformas. O código fonte foi escrito de forma a permitir que corra em

qualquer sistema operativo tais como, UNIX, Windows 95 e seguintes, QNX Neutrino

6.2 e MacOS X, sendo este último numa versão nativa.

Figura 4.4 – AbiWord: multi-plataforma

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Possui o conceito de interoperabilidade, permitindo desta forma, a partilha (leitura e

escrita) de outros tipos de documentos standards, tais como OpenOffice.org, Microsoft

Word, WordPerfect, bem como documentos RTF, páginas Web HTML e outras2.

No entanto, é uma versão ainda em evolução, e que necessita de correcções a nível de

menus.

Figura 4.5 – AbiWord: alguns erros ortográficos a corrigir

No entanto, erros destes não ocorrem somente em aplicações open-source. Um caso

disso é na versão portuguesa do Outlook, onde foi traduzida a palavra rules, para

réguas, onde supostamente deveria ser regras. Este exemplo serve como exposição do

não assumirmos que uma aplicação “famosa” não tenha erros – aliás, basta ver pelos

constantes e tão bem conhecidos critical updates e fix errors disponibilizados pela

Microsoft.

2 A comparação entre as diversas aplicações encontra-se em anexo. Comparação esta feita num nível de

pacotes de aplicação (Offices Suites) tendo como base a aplicação mais usada, o Microsoft Office.

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Formatos de documentos

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4.2.2 Folhas de cálculo

A folha de cálculo consiste numa poderosa ferramenta de apoio à gestão e ao processo

de tomada de decisão, dentro de uma empresa ou na vida particular.

Normalmente utilizada para elaboração de tabelas, folhas de cálculo em geral, bem

como atribuição de formulas para obtenção de resultados rápidos e precisos. Uma folha

de cálculo electrónica substitui o processo manual ou mecânico de escrita e cálculos.

Figura 4.6 – Icone do Microsoft Excel

O Excel é considerado a folha de cálculo mais poderosa e ao mesmo tempo a mais fácil

de utilizar. As potencialidades, a nível de realização de cálculos simples ou complexos,

a análise gráfica de dados, a possibilidade de partilha de dados com outras aplicações, e

um número de outras qualidades associadas às facilidades permitidas pelas barras de

botões, menus de atalho, preenchimento automático, tornam-no incomparável a

qualquer outra folha de cálculo.

4.3 Formatos de visualização e impressão Existem formatos especialmente criados para a visualização e impressão de qualidade

de texto com formatos. Entre eles podemos destacar dos mais usados: o formato PDF e

o formato PostScript.

O formato PDF (Portable Document Format) [.pdf] é um formato muito difundido,

criado pela Adobe e pensado especialmente para a distribuição de textos electrónicos

com formato. Incorpora todas as características desejáveis para este tipo de formato:

• Existe um visualizador universal de distribuição livre (gratuito) que permite

visualizar este tipo de documento em sistemas operativos mais avançados: o

Acrobar Reader.

• O formato está pensado para conservar as fontes, formatos e cores dos

documentos.

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• Permite a publicação precisa de imagens e mantém-nas perante a troca de

sistema operativo.

• Embora não seja estritamente um formato de impressão, mantém um elevado

grau de fidelidade entre o original e as versões impressas.

• As aplicações para gerar documentos em PDF permitem incorporar condições de

segurança nos documentos que impedem a sua posterior alteração ou impressão.

• Os documentos em PDF costumam ocupar menos espaço que os equivalentes

gerados com os processadores de texto.

Figura 4.7 – Icone do PDF

O principal inconveniente dos documentos no formato PDF é que não podem ser

editados e modificados, e torna-se complicado extrair, copiar parte do texto ou das

imagens que contém. Dado que se trata de um formato pensado para o intercâmbio e a

visualização de documentos, não existem programas pensados para a sua modificação.

Podemos criar ficheiros com este formato a partir de processadores de texto e de outras

aplicações, como editores gráficos ou folhas de cálculo. Para tal, é necessário dispor de

uma aplicação comercial. Esta aplicação permite imprimir os documentos sobre uma

impressora especial que não gera uma cópia em papel, mas num ficheiro em formato

PDF. Ainda permite incorporar-se em aplicações, como Word, a possibilidade de

guardar directamente neste formato mediante uma das suas opções de menu.

O formato PostScipt [.ps] foi criado especificamente para permitir a impressão de

documentos com alta qualidade e fidelidade do original. Este tipo de ficheiros possui

umas características muito similares ao formato PDF:

• Existem visualizadores bastantes difundidos que permitem visualizar os

documentos PostScript. No entanto, não se trata de um documento pensado para

uma visualização de qualidade, mas para a impressão, com o que nem sempre

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Formatos de documentos

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podemos esperar bons resultados no ecrã. O visualizador mais difundido deste

tipo de formato é o GhostView.

• Permite conservar as fontes, formatos e cor dos documentos na sua versão

impressa.

• Conserva com total precisão o formato ao imprimir o documento, já que é a sua

principal finalidade. No obstante, para se poder imprimir documentos deste tipo

será necessário utilizar impressoras que reconheçam este formato. Este tipo de

impressoras denomina-se impressoras PostScript.

• O formato PostScript não incorpora mecanismos para impedir a sua

modificação, embora, tal como pode ser visto na Figura 4.8, não será difícil

conseguir aceder directamente à informação armazenada.

• Os documentos em PostScript costumam ser de tamanho pequeno salvo quando

incluem imagens e gráficos que ocupam muita memória.

Figura 4.8 – Exemplo de conteúdo de um ficheiro em formato PostScript

Tal como acontece com o formato PDF, os ficheiros em PostScript não podem

modificar-se, nem se pode extrair ou copiar parte dos mesmos, tão-somente podem ser

visualizados e, fundamentalmente, imprimir-se.

Os ficheiros PostScript podem ser gerados a partir de qualquer aplicação que gere um

documento susceptível de ser impresso. Se possuirmos uma impressora PostScript e o

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software adequado para imprimir na mesma, as próprias aplicações permitirão imprimir

sobre um ficheiro PostScript em lugar do papel.

4.4 Linguagens de formato As linguagens de formato estão pensadas para descrever o conteúdo e formato de

documentos. Mediante uma sintaxe pré-estabelecida permite-nos descrever todas as

características relativas ao formato do documento e do texto que contém, podendo

incluir aspectos tais como margens, cabeçalhos, características associadas aos

caracteres, aos parágrafos, etc. Além disso, permite-nos descrever tabelas e publicar

imagens. A ideia é poder descrever textos electrónicos com formato totalmente

independente do que estejamos a visualizar, de modo que a sua aparência não varie

ainda que modifiquemos de computador ou de sistema operativo.

O mais difundido destas linguagens de formato é actualmente o HTML (HyperText

Markup Language), dado que se usa para a criação de páginas Web. Esta linguagem de

formato tem origem no SGML (Standard Generalized Markup Language) que consiste

num standard internacional para definir linguagens de formato baseado em etiquetas

(tags3). A linguagem HTML baseia-se em normas estabelecidas pelo SGML para dar

formato a textos e incorporar ligações, isto é, para criar documentos hipertexto com

formato.

Figura 4.9 – HTML

Dado que as páginas Web têm aumentado na complexidade para responder às exigências

dos utilizadores da Web, a linguagem utilizada para as poder descrever foram evoluindo.

3 Significa que existem textos especiais que incorporam o documento e que permitem definir as partes de

que constam e tudo relativo ao formato das mesmas.

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Formatos de documentos

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No entanto, esta linguagem continua a ter sérias limitações para adaptar-se às novas

tecnologias e meios, tal com o telemóvel. O que se fez foi definir uma nova versão das

normas dadas pela SGML, o denominado XML (eXtensible Markup Language), a partir

do qual é possível definir novas versões do HTML, denominado XHTML.

Para além das linguagens de formato relacionadas com o HTML e com as páginas Web,

existem outras linguagens de formato mais comum entre os cientistas e investigadores,

já que estão especialmente pensados para a descrição de artigos técnico-científicos com

um formato sofisticado, incluindo gráficos e formulas matemáticas complexas. Essa

linguagem denomina-se LaTeX e existem programas que permitem a tradução dos

documentos escritos nos mesmos formatos visualizáveis ou imprimiveis, tal como o

PostScript.

As características gerais dos documentos definidos mediante linguagens de formato são

as seguintes:

• Ao estar pensado para ser visualizados em qualquer sistema, existem programas

para distintos sistemas operativos que são capazes de traduzir a linguagem de

um documento com formato. Por exemplo, os Web browsers estão pensados

para visualizar documentos escritos em HTML, e as versões mais recentes dos

principais processadores de texto também permitem a sua visualização.

• Permitem a inclusão de fontes, formatos e cores no documento, ainda que a

variedade dos mesmos dependa da linguagem em concreto. Assim, a linguagem

HTML é bastante limitada neste sentido, enquanto o LaTeX é muito mais

completo.

• As linguagens de formatos podem permitir a publicação de imagens no texto,

mas para a precisão do resultado obtido depende de cada linguagem em

concreto.

• A qualidade de impressão obtida depende muito da linguagem utilizada.

Enquanto que o HTML não garante uma impressão fidedigna e depende muito

do programa visualizador utilizado para imprimir, a linguagem LaTeX está

pensada para gerar versões imprimiveis que não variem com o alterar do

trabalho.

• As linguagens de formato não estão pensadas para incorporarem mecanismos de

protecção dos documentos obtidos.

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• Os ficheiros com linguagem de formato têm um tamanho reduzido, já que

contêm somente texto puro. No entanto, há que ter em conta que não incorporam

as imagens ou gráficos, e que estes devem ser tratados como ficheiros

adicionáveis cujo tamanho deve ser somado ao ficheiro com a linguagem de

formato.

4.5 LaTEX A melhor forma de editar documentos científicos é recorrendo ao TEX/LaTEX. O TEX é

um sistema completo de composição tipográfica, criado por Donald Knuth, da

Universidade de Stanford, apoiado por uma linguagem de macros, o LaTEX,

desenvolvido posteriormente por Leslie Lamport, permite a formatação dos documentos

a serem processados.

Tradicionalmente é muito utilizado por investigadores das ciências exactas, devido à sua

grande capacidade de compor fórmulas matemáticas, mas existem bons motivos para a

sua aplicação em outras áreas. Em geral, os processadores de texto são adequados para

pequenos textos, nomeadamente cartas, mas os problemas crescem à medida que o

tamanho do documento aumenta. No caso de uma tese, por exemplo, existe muita

frustração das figuras que teimavam em sair das margens ou de índices que não

indicavam as páginas correctamente.

Figura 4.10 – LaTex

Para além do sistema base, o LaTEX dispõe de uma enorme variedade de pacotes e

estilos para os mais diversos fins, desenvolvidos por vários autores, livremente

disponíveis através da Internet, nos servidores do CTAN (Comprehensive TEX Archive

Network).

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Formatos de documentos

31

4.5.1 LYX

O LYX é um programa que funciona como uma interface gráfica do LaTEX, permitindo

que um investigador utilize os recursos avançados desta linguagem sem necessitar de a

conhecer. O programa é, nas palavras dos próprios autores, um processador de

documentos. Isto significa que, embora a utilização do LYX tenha parecenças com a de

um processador de texto, o utilizador só necessita de se concentrar na redacção do texto

e na atribuição de categorias e de algumas propriedades aos diferentes elementos do

mesmo.

O LYX funciona um pouco como um processador onde o autor atribui estilos aos

diferentes parágrafos e elementos do documento, mas onde não tem que se preocupar

com o aspecto dos mesmos, excepto através da definição global do tipo de documento

que pretende produzir. Da formatação final do mesmo, encarrega-se o próprio sistema

de composição, o TEX. Aquilo que o utilizador visualiza no monitor é uma imagem

representando o que ele pretende que o texto seja, não como este ficará depois de

composto, embora esta última imagem possa ser visualizada a qualquer momento.

Como todas as interfaces gráficas, o LYX, introduz algumas limitações aos recursos e

opções do LaTEX, mas mesmo isto não é um problema. Além de podermos incluir

comandos directamente no texto, dentro do próprio LYX, teremos sempre a

possibilidade de produzir um ficheiro em LaTEX, modificá-lo com um editor de texto e

processá-lo directamente como seria feito sem o LYX.

Se não necessitarmos de outras funcionalidades não incluídas no LYX, nem sequer

necessitamos de ver ou processar o LaTEX. O programa faz tudo isso em background e

cria os ficheiros necessários em pastas temporárias, longe da nossa vista.

Figura 4.11 – Lyx

O LYX é já um programa estável e maduro, mas continua a ser desenvolvido.

Actualmente, o programa inclui:

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• Suporte para várias classes de documentos (artigos, livros, relatórios, cartas,

diapositivos).

• Inclusão de notas de rodapé e de margem, de referências bibliográficas, de

figuras, de tabelas e de referências cruzadas.

• Numeração de secções e formação automática do índice de conteúdos.

• Formação automática de bibliografias e de índices de figuras, de tabelas e de

termos.

• Correcção ortográfica.

• Editor de equações matemáticas.

4.5.2 Editores e outros programas

Caso necessitemos de algumas funcionalidade não incluídas no LYX, pode ser

necessário utilizar outros programas para editar e auxiliar o processamento do código do

LaTEX. Este encontra-se em ficheiros de texto normais, que podem ser modificados

com qualquer editor, mas existem vários que possuem a característica de reconhecer o

próprio código. O editor Emacs possui um módulo próprio para o TEX que, entre outras

funções, permite validar o código. Outros editores, como o Glimmer, o Kate ou o

KWrite, incluem o LaTEX entre as linguagens reconhecidas, o que se traduz na

possibilidade de distinguir visualmente os comandos, os comentários e o texto do

documento, através da atribuição automática de diferentes cores. Mais especializado é o

Kile que, além de incluir igualmente um editor com capacidades de realçar o código,

permite controlar várias operações de processamento e incluir muitos comandos do

LaTEX através do menu. Igualmente muito úteis são as várias interfaces gráficas que

permitem controlar de forma cómoda e centralizada todas as operações de edição e

processamento do LaTEX, evitando a introdução de comandos no terminal. Estes

programas não incluem um editor próprio, como acontece com o Kile, mas permitem-

nos definir livremente quais as ferramentas, incluindo o editor, que pretendemos utilizar

para cada tarefa.

4.5.3 O LaTeX no Windows

O Windows não é o melhor sistema operativo para utilizar o LaTEX, ou outras

aplicações de open-source. Os sistemas mais gráficos ou fáceis de utilizar são

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Formatos de documentos

33

licenciados e com custos muito elevados. Mesmo assim, vários programas em open-

source podem ser utilizados, nomeadamente as distribuições MikTEX, de Christian

Schenk, e fpTEX, equivalente ao teTEX para Linux. Ambas reúnem, num sistema

coerente e fácil de instalar, os vários programas e ficheiros necessários para o TEX, o

LaTEX e os principais pacotes de aplicações funcionarem. Para além destes, os

utilizadores em Windows necessitarão de instalar o Ghostscript para interpretar a

linguagem PostScript, sem o qual só poderão processar documentos sem imagens nesse

formato. Também será aconselhável um visualizador desta linguagem, para o que

dispõem do GSview.

Figura 4.12 – MikTeK

WinEdt, de Aleksander Simonic, é um dos três programas licenciados aqui referido.

WinEdt não é uma aplicação em open-source, mas sim shareware, que permite uma

utilização à experiência durante 30 dias e pode ser registado por menos de uma dezena

de euros. É uma aplicação semelhante ao Kile e não ao LYX. WinEdt é um editor

especializado em LaTEX, que serve igualmente de interface para a manipulação de

ficheiros com comandos do LaTEX e para a visualização através dos programas

auxiliares, como o GSview, instalados no sistema. Como editor, o WinEdt identifica os

comandos do LaTEX e verifica a respectiva sintaxe, além de verificar a ortografia, para

o que dispõe de um dicionário em português. Na sua qualidade de shell do LaTEX, o

WinEdt facilita, e em regra dispensa, a utilização da linha de comandos do MS-DOS,

necessária se só dispomos do MikTEX. Igualmente proprietários são o Word2TEX e o

TEX2Word do Chikrii SoftLab, que permitem exportar e importar o formato LaTEX a

partir do Microsoft Word. São pequenos programas que alargam a funcionalidade de

gravação do TEX2Word, que na sua forma original ignora totalmente o LaTEX.

O módulo de exportação, Word2TEX, é mais maduro e suficientemente configurável

para se obterem documentos aceitáveis em LaTEX a partir de ficheiros produzidos no

Microsoft Word.

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4.5.4 A comunicação com outros sistemas e programas

Por muito satisfeitos que possamos estar com o sistema de edição baseado em LaTEX, a

verdade é que não podemos dispensar a capacidade de converter os nossos ficheiros no

formato utilizado pelo Microsoft Word e vice-versa. O número de utilizadores deste

programa é de tal forma grande, que o seu formato se tornou um standard de facto na

troca de ficheiros entre entidades (empresas, institutos, pessoas, etc.). O facto de o

formato ser inteiramente proprietário e sujeito a alterações relacionadas com a versão do

programa (por exemplo, na passagem do Word 98 para o Word XP), não impediu este

desenvolvimento, que apenas começou a ser posto em causa com a difusão dos vírus de

macro. A troca de ficheiros através do formato [.doc] do Word é tanto mais aberrante,

quanto a própria Microsoft, que desenvolveu o formato RTF, e que mantém a

informação mais relevante contida nos ficheiros em Word.

4.6 XML

A plain text file is one-dimensional. It contains no information about its contents.

An HTML file is two-dimensional; it contains basic markup that describes the elements

of a document (...) With XML, documents become multidimensional – capable of being

processed by different programs, delivered by different methods, and displayed in

different views.

by Dougherty, 1997

O XML (eXtensible Markup Language) surgiu para suprir toda essa carência deixada

pelo HTML no desenvolvimento de aplicações avançadas para a Internet,

principalmente no que toca aquelas aplicações que precisam manipular um grande

volume de dados. Um dos objectivos por trás dessa linguagem é possibilitar a

transferência e manipulação de dados através da Internet de modo fácil e consistente, de

tal forma que qualquer tipo de aplicação, independentemente da plataforma, sistema

operativo, ou linguagem em que foi construída consiga manuseá-los.

O XML foi desenvolvido pela organização W3c (World Wide Web Consortium’s)

visando promover interoperabilidade entre aplicações. O XML fornece significativo

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Formatos de documentos

35

avanço na forma como os dados são descritos e manipulados via aplicações Web através

do uso de um formato padrão simples e flexível. O W3c resume o XML em 10 pontos:

1. XML é para estruturar dados – São exemplos de dados estruturados, folhas de

cálculo, cadernos de endereços, parâmetros de configuração, transacções

financeiras e desenhos técnicos. XML é um conjunto de regras (podendo ser

encaradas como convenções ou directrizes) para projectar formatos de texto que

o permitam estruturar os dados. XML não é uma linguagem de programação e

não é necessário ser um programador para usá-la ou aprendê-la. XML torna

simples para o computador gerar e ler dados, e garantir que sua estrutura não

seja ambígua. XML evita os problemas mais comuns em projectos de

linguagens; ela é extensível, independente de plataforma e suporta

internacionalização e localização. XML é 100% conforme ao padrão Unicode.

2. XML parece-se um pouco com HTML – Como HTML, XML usa marcadores

(palavras envoltas pelos sinais “<” e “>”) e atributos (na forma nome=”valor”).

Mas enquanto HTML específica o que cada marcador e atributo significam, e às

vezes como seu conteúdo aparecerá num browser, XML usa os marcadores

apenas para delimitar o espaço entre os dados, deixando sua interpretação

completamente a cargo da aplicação que os lê. Por outras palavras, ao ver “<p>”

num arquivo XML, não assuma que é um parágrafo. Dependendo do contexto,

pode ser um preço, um parâmetro, uma pessoa, um p... — ora, quem disse que a

palavra tem que começar por “pê”?

3. XML é texto, mas não dá para se ler – Programas que produzem folhas de

cálculo, listas de endereços e outros dados estruturados frequentemente os

gravam em disco, usando um formato binário ou texto. Uma vantagem do

formato texto é que ele permite às pessoas, se necessário, ver os dados sem usar

o programa que os produziu; ou seja, pode-se ler um formato texto com o editor

de textos favorito. Formatos texto também ajudam os programadores a analisar

mais facilmente as aplicações. Como em HTML, os ficheiros XML são

ficheiros-texto que as pessoas não deveriam precisar ler, mas podem fazê-lo em

caso de necessidade. A semelhança diminui quando vemos que as regras para

arquivos XML são rígidas. Um marcador esquecido ou um atributo sem aspas

inutilizam um arquivo XML, enquanto em HTML tal prática é tolerada e com

frequência explicitamente permitida. A especificação oficial da XML proíbe as

aplicações de tentar inferir a intenção do autor de um arquivo defeituoso; se um

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defeito é encontrado, a aplicação é obrigada a parar ali mesmo e sinalizar um

erro.

4. XML é prolixo de propósito – Como XML é um formato texto e usa

marcadores para delimitar os dados, os ficheiros XML são quase sempre

maiores que num formato binário equivalente. Isso é fruto de uma decisão

consciente dos programadores do XML. As vantagens de um formato texto são

evidentes e as desvantagens podem ser geralmente compensadas num outro

nível. Espaço em disco já não é tão caro como costumava ser, e programas de

compressão como zip e gzip podem comprimir ficheiros rápido e eficientemente.

Além disso, protocolos de comunicação modernos e o HTTP/1.1, o protocolo

central da Web, podem comprimir os dados em trânsito, poupando banda tão

eficientemente quanto um formato binário.

5. XML é uma família de tecnologias – XML 1.0 é a especificação que define o

que são "marcadores" e "atributos". Além de XML 1.0, a "família XML" é um

conjunto crescente de módulos que oferecem serviços úteis para levar a cabo

tarefas importantes e muito requisitadas. Xlink descreve uma forma padronizada

de inserir hiperligações num ficheiro XML. XPointer e XFragments são sintaxes

em desenvolvimento para endereçar partes de um documento XML. Um

XPointer parece-se com um endereço, mas ao invés de apontar para documentos

na Web, ele aponta para trechos de dados dentro de um ficheiro XML. CSS, a

linguagem de folhas de estilo, aplica-se tanto a XML como a HTML. XSL é

uma linguagem avançada para expressar folhas de estilo. Ela é baseada em

XSLT, uma linguagem de transformação usada para rearranjar, adicionar ou

apagar marcadores e atributos. O DOM é um conjunto padrão de funções para

manipular ficheiros XML (e HTML) com uma linguagem de programação. As

recomendações XML Schema 1 e 2 ajudam os programadores a definir

precisamente as estruturas de seus próprios formatos baseados em XML. Há

vários outros módulos e ferramentas disponíveis ou em desenvolvimento.

6. XML é novidade, mas nem tanto assim – O desenvolvimento de XML

começou em 1996 e é uma recomendação W3c desde Fevereiro de 1998, o que

pode levar a crer que XML é uma tecnologia imatura. Na verdade, esta

tecnologia não é muito recente. Antes de XML já existia SGML, desenvolvida

no início da década de 80 e padrão ISO desde 1986, largamente utilizada em

grandes projectos de documentação. O desenvolvimento de HTML começou em

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Formatos de documentos

37

1990. Os projectistas do XML simplesmente pegaram nas melhores partes do

SGML, guiados pela experiência acumulada com HTML, e produziram algo que

não é em nada menos poderoso que SGML, e amplamente mais regular e

simples de usar. Contudo, às vezes é difícil distinguir algumas evoluções de

revoluções... E deve ser dito que, enquanto SGML é usada principalmente para

documentação técnica e muito menos para outros tipos de dados, com XML

ocorre exactamente o oposto.

7. XML leva a HTML ao XHTML – Há uma importante aplicação XML que é

um formato de documento: é o XHTML, o sucessor do HTML. XHTML tem

muitos dos mesmos elementos que HTML, mas a sintaxe foi ligeiramente

modificada para se conformar às regras do XML. Uma aplicação que é “baseada

em XML” herda a sintaxe de XML e a restringe de certas formas (i.e., XHTML

aceita “<p>”, mas não “<r>”); também acrescenta significado à sintaxe

(XHTML reza que “<p>” significa “parágrafo”, e não “preço”, “pessoa” ou

qualquer outra coisa).

8. XML é modular – XML permite que se defina um novo formato de documento

combinando ou reutilizando outros formatos. Como dois formatos desenvolvidos

independentemente podem ter elementos ou atributos homónimos, deve-se ter

cuidado ao combinar tais formatos (“<p>” significa “parágrafo” deste formato

ou “pessoa” daquele outro?). Para eliminar a confusão de nomes ao combinar

formatos, XML provê um mecanismo de espaços nominais (namespaces). XSL

e RDF são bons exemplos de formatos que usam espaços nominais. O Esquema

XML foi projectado para reproduzir este suporte à modularidade no nível da

definição da estrutura dos documentos XML, tornando fácil combinar dois

esquemas para produzir um terceiro que represente uma estrutura de documento

híbrida.

9. XML é a base de RDF e da Web Semântica – A framework para Descrição de

Recursos (RDF) é um formato texto XML para descrever recursos e aplicações

de metadados, como listas de reprodução de músicas, álbuns de fotos e

bibliografias. Por exemplo, RDF permite que se identifique pessoas num álbum

de fotos na Web usando informação de uma lista de contactos pessoais; assim, o

programa de correio poderia automaticamente disparar uma mensagem para

essas pessoas dizendo que as fotos estão disponíveis na Web. Assim como

HTML integrou documentos, sistemas de menu e formulários para “deslançar” a

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Web original, RDF integra aplicações e agentes numa Rede (Web) Semântica.

Assim como as pessoas precisam concordar acerca do significado das palavras

que utilizam para se comunicar, os computadores também necessitam pactuar o

significado dos termos para poderem se comunicarem efectivamente. A

descrição formal dos termos de uma certa área (comércio ou manufactura, por

exemplo) são denominadas ontologias e são uma parte vital da Web Semântica.

RDF, ontologias e a representação formal do significado, de modo que os

computadores possam ajudar as pessoas em seus trabalhos, são todos tópicos em

discussão no grupo Semantic Web Activity.

10. XML é livre de licenças, independente de plataforma e bem suportada – Ao

basear um projecto em XML, herda-se um vasto e crescente conjunto de

ferramentas e uma comunidade de engenheiros com experiência na tecnologia.

Optar por XML é semelhante a escolher SQL para dados de dados: ainda tem

que se montar a própria base de dados e os programas e rotinas para manipulá-

la, mas há muitas ferramentas disponíveis e muita gente que pode ajudar. E

como XML é livre de licenças, pode-se criar seu próprio software com ela sem

ter que pagar nada a ninguém por isso. O vasto e crescente suporte significa que

não se está preso a um simples fornecedor. XML não é sempre a melhor

solução, mas vale sempre a pena considerá-la.

De referir que os tópicos anteriores foram retirados da W3c, tópicos esses mencionados

por Marcelo Jaccoud Amaral, na sua tese sobre o tema “Mantendo Código-Fonte em

XML – Rumo ao Hiperfonte”.

4.6.1 Vantagens e desvantagens do Formato XML

Numa perspectiva o XML é simplesmente um outro formato de dados, enquanto que

noutra o XML apresenta várias vantagens fundamentais sobre outros formatos que o

ajudaram a se distinguir como um meio para armazenar informações. Algumas dessas

vantagens são as seguintes:

• O XML permite ao programador criar suas próprias estruturas rotuladas para

armazenar informações.

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Formatos de documentos

39

• O analisador XML (parser) é bem definido e extensamente implementado,

tornando possível recobrar informação de documentos XML em uma variedade

de ambientes.

• O XML é construído em uma fundação de Unicode, tornando mais fácil a

criação de documentos internacionalizados.

• As aplicações podem confiar em parsers de XML para fazer alguma validação

estrutural, bem como verificação de tipos de dados (quando schemas XML são

usados).

• Os formatos XML são baseados em texto, o que os tornam mais legíveis, mais

fáceis de documentar, e às vezes mais fáceis de analisar.

• Ferramentas para o processamento XML estão disponíveis em plataformas

diferentes. Isso faz com que seja mais simples usar XML em vez de formatos

binários para trocar fluxos complexos de informação.

• Os documentos XML já podem usar muito da infra-estrutura construída para

HTML, inclusive o protocolo HTTP e alguns browsers.

Apesar de todas essas vantagens porém, o XML não é apropriado para todas as

situações. Documentos XML tendem a ser maiores que os formatos binários que eles

substituem. Eles consomem maior largura de banda da rede e espaço de

armazenamento, ou exigem maior tempo de processamento para compressão. Os

parsers XML podem ser mais lentos que os parsers de formatos binários altamente

aperfeiçoados e podem requerer mais memória.

4.6.2 Aplicação do XML

Apesar de recente, tem já hoje grande implementação na área das tecnologias de

informação, marcando presença em grande parte dos sistemas baseados em tecnologias

Web e que tenham sido implementados recentemente.

Se navegarmos pela Web encontramos frequentemente exemplos de implementação de

soluções XML, especialmente se o fizermos tentando procurar sites que realizem

operações bancárias, leilões on-line ou pesquisa indexada de documentos.

Um dos exemplos mais divulgados é o do comércio electrónico. A maior parte das

soluções de e-commerce implementadas em ambientes Web, utilizam precisamente o

XML. O objectivo destas aplicações é a integração de sistemas e tecnologias diversas,

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com apenas uma coisa em comum: a utilização do XML como linguagem de

comunicação.

Também no mundo empresarial esta tecnologia é utilizada, por exemplo, para realizar

acções que se repetem periodicamente, como é o caso dos relatórios estatísticos, em que

o relatório em si, só é produzido uma vez em XML, depois é visualizado no meio que

for desejado, qualquer que ele seja.

O XML trás igualmente valor acrescentado aos portais na medida em que pode ser

utilizado para seleccionar conteúdos, sendo possível a personalização de uma página em

função do perfil do utilizador, através de folhas de estilo ou por aplicação de filtros na

pesquisa na base de dados.

4.6.3 Arquitectura Adobe XML

A arquitectura Adobe XML oferece às empresas uma transição passo a passo dos fluxos

de trabalho manuais baseados em papel para processos dinâmicos e automatizados que

aceleram o fluxo de informações críticas do negócio entre os funcionários, clientes,

fornecedores e cidadãos.

O Adobe Intelligent Documents combina a familiaridade, a segurança e a fidelidade

visual do PDF com os recursos de lógica comercial e intercâmbio de dados de XML.

Como resultado, qualquer pessoa pode participar totalmente de processos empresariais

de missão crítica aproveitando o software gratuito.

Figura 4.13 – Arquitectura Adobe XML

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Formatos de documentos

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A arquitectura motiva os recursos de XML e PDF para dar suporte a diversos

aplicativos empresariais e, ao mesmo tempo, oferecer conectividade aos sistemas por

meio de diversas tecnologias da Adobe e padrões da indústria.

A arquitectura Adobe XML pode ajudar no:

• Maximizar o ROI4 da empresa sobre os investimentos em tecnologia

• Cumprir os requisitos de conformidade de normas reguladoras e aumentar a

aceitação do utilizador por meio de recursos de apresentação aprimorados

• Dar suporte aos esquemas padrão da indústria para XML arbitrário, como

finanças, seguros ou governamentais

• Melhorar a satisfação do cliente dando suporte ao conveniente preenchimento

off-line de formulários

• Adicionar lógica comercial aos formulários para melhorar a qualidade dos dados

4.6.4 Microsoft Office 2003 e o XML

Muitas empresas implementaram a linguagem XML como uma norma para transacções

que envolvam sistemas empresariais de grandes dimensões, tendo investido em redes e

serviços Internet para a suportar. No entanto, uma vez que ainda não existem

ferramentas XML fáceis de utilizar disponíveis para programas de ambiente de trabalho,

os colaboradores raramente associam tags ao conteúdo e estrutura dos respectivos

documentos. Assim, perde-se a oportunidade de recolher e, mais tarde, reutilizar as

informações contidas nesses documentos; como alternativa, as empresas têm de investir

muito tempo na migração dos dados para um sistema empresarial.

Tendo noção dessa situação, a Microsoft implementou nas ferramentas mais conhecidas,

como Word, Excel e Access, passando a suportar a linguagem XML. O Microsoft

Office InfoPath 2003, tira partido da linguagem.

Com a utilização da linguagem XML:

4 Return Of Investment

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42

• É possível guardar e organizar novos dados como XML para que os restantes

colaboradores os possam utilizar.

• As empresas podem colocar dados XML provenientes de um variado leque de

fontes em documentos, bases de dados, apresentações e folhas de cálculo.

• Os programadores podem criar "programas inteligentes" (isto é, programas que

devolvem informações úteis com base em dados introduzidos pelo utilizador)

que permitam aos utilizadores recolher informações contidas em ficheiros.

Através da utilização do suporte XML no Office 2003, garante a criação, organização e

partilha, de forma rentável, das valiosas informações empresariais.

Figura 4.14 – Portabilidade do Microsoft Office 2003

Em todas as edições do Office, é possível guardar os documentos do Word e as folhas

de cálculo do Excel num formato XML nativo que pode ser manipulado e pesquisado

através de um programa com capacidade para processar a norma de indústria XML.

Com este Office, as empresas também podem utilizar formatos, ou esquemas, XML

personalizados para permitir a criação, recolha, intercâmbio e reutilização de

informações de uma forma mais fácil e avançada.

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Formatos de documentos

43

4.7 Conclusão Como se pode observar, este uma enorme quantidade de tipos de formatos, e para cada

tipo existe uma enorme quantidade de aplicativos.

Enquanto que as diferenças entre os tipos de formatos são bem visíveis, nos aplicativos

não existe uma grande diferença, à excepção nos processadores de texto, onde

encontramos visíveis diferenças. Assim sendo, o que difere tanto entre o LaTeX e um

Word para que a Microsoft vença? O primeiro contacto é sempre um pouco diferente,

para quem está muito adaptado a um produto estilo “drag and drop”, torna-se difícil

ceder a aplicações tão funcionais como o LaTeX. Embora seja uma aplicação completa,

não ganha à fácil utilização de um Windows. O Word é muito mais intuitivo e não

implica conhecimentos técnicos, bastando conseguir entrar na aplicação que 90% da

complexidade fica resolvida (metaforicamente). Depois é só escrever, seleccionar e

“click”. É uma aplicação com diversos níveis de utilização para utilizadores, desde os

menus onde têm todas as opções, até às teclas de atalho (shortkeys) para utilizadores

mais avançados. Para quem veio de um WordStar onde todo o processo

(instruções/comandos) era à base de sequência de teclas, o Word permite uma fácil

adaptação.

No entanto, o LaTeX continua a ser uma aplicação muito usada mais a nível académico,

embora o conhecimento da existência desta ferramenta em outras instituições

académicas não é presente (não é divulgado). No ISEP, as ferramentas para realização

de relatórios, tal como este, é através de produtos Microsoft. Provavelmente motivada

por parcerias e também pela ausência da inovação na mentalidade estudantil. Mesmo a

nível nacional não existe uma grande promoção.

Um proclamado substituto do Word encontra-se disponível, oferecendo a

funcionalidade de interoperabilidade entre o seu formato próprio, Word e LaTeX. Mas

mesmo este contém alguns bugs a serem corrigidas para que possa vingar.

Temos como exemplo um documento criado em LaTeX e posteriormente exportado

para PDF.

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Figura 4.15 – Exemplo de documento em Latex e o seu resultado intepretado

Agora, usando a funcionalidade disponibilizada pelo AbiWord, cria-se um documento,

gravando-o no formato LaTeX.

Figura 4.16 – AbiWord: exemplo de texto

Dentro do LaTeX, torna-se possível a conversão para PDF. O resultado observado

demonstra que não existe uma perfeita conversão.

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Formatos de documentos

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Figura 4.17 – PDF: documento original AbiWord exportado para LaTex

Conforme já referido, o LaTeX tem a desvantagem da escrita em código, enquanto que

o Microsoft Word ou AbiWord trazem consigo uma fácil e rápida utilização, requerendo

somente uma pequena adaptação (já que ambas as aplicações têm um interface muito

semelhante).

O Microsoft Word5 não tem qualquer possibilidade de conversão para LaTeX mas tem a

facilidade de conversão para MDI (Microsoft Document Imaging).Este formato (MDI)

funciona do mesmo modo que a digitalização de um documento físico.

Outra opção possível será o processador de texto do OpenOffice.org, uma aplicação

com uma interface também semelhante aos seus consórcios, tendo como vantagem a

junção de algumas funcionalidades das duas aplicações concorrentes. Não só permite a

conversão para LaTeX, como permite uma conversão directa para formato PDF e acima

de tudo é gratuito.

A nível de visualização e impressão, cada sistema tem o seu preferencial. No sistema

Windows, o Adobe Acrobat marca a sua presença. Basta entrar num site onde tenha

documentação que a referência é o Adobe Acrobat Reader (ainda por cima gratuito) já

com um link de acesso directo ao download da aplicação. Esta técnica desmotiva

qualquer pesquisa por parte do utilizador em procurar uma outra opção e dado que após

instalação, deixa de ter interesse essa pesquisa – “se este funciona para que é que

5 Na versão Word do Office 2003.

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preciso de outro?”. Actualmente a Adobe já disponibiliza a criação de ficheiro on-line –

como forma de cativação à aplicação6. Existem outras aplicações que tem a mesma

funcionalidade que o Adobe e muito mais baratas. Como exemplo, o PDF995 que,

comparando-o com o Acrobat, equivale a cerca de oito licenças do PDF995 para uma do

Acrobat.

De referir que já existem aplicações para “recuperação” de um documento PDF, tal

como o PDF2DOC, não gratuito e nem sempre com resultado pretendido, estando

dependente da fonte, sendo esta uma das principais desvantagens.

A seguinte tabela resume os produtos apresentados.

Produto Extensão Descrição

Processadores de texto

Word .doc Microsoft

WordPerfect .wpf Corel

AbiWord .abw AbiSource Folhas de Cálculo

Excel .xls Microsft Visualização e impressão

PostScript .ps Adobe

Acrobat .pdf Adobe Linguagens de formato

HTML .html

LaTex .tex

XML .xml

Tabela 4.3 – Resumo de alguns tipos de formato

6 Tendo em conta que somente é gratuito a impressão nos primeiros cinco documentos.

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5. O presente

Não há como negá-lo, a WWW (World Wide Web) está a tornar-se cada vez mais no

domínio das comunicações entre aplicações, onde a interacção humana tem pouco

(senão mesmo nenhum) poder. Uma nova geração de aplicações baseadas na Web

responde pelo nome de serviços Web, estando a mudar a face da Internet tal como a

conhecemos. Mas o que significa esta expressão? Definimos o termo relativamente a

tecnologias que removem o elemento humano da informação na Internet,

nomeadamente ao nível da troca e de obtenção de dados. Este tipo de serviço tem

software de interpretação de dados obtidos na Web independentemente da linguagem

em que o software foi escrito, da empresa que o desenvolveu e do sistema operativo em

que corre. Tudo isto traduz-se em dados que qualquer software consegue entender

facilmente.

Se, por exemplo, pretendermos saber qual o tempo que vai fazer numa área geográfica

nas próximas 24 horas, basta ir a um motor de busca, encontrar um site com a

meteorologia, analisar a informação e tirar as conclusões necessárias, com base na

temperatura e na humidade relativa. Mas se pretendermos desenvolver um software que

vá até esse site e obtenha a previsão do tempo, fazendo-o quatro vezes por dia e

mostrando a informação num formato perceptível, as coisas já não são assim tão óbvias.

A informação está lá e não é muito difícil de escrever algum código que faça download

da página e extraia os dados mais importantes.

Infelizmente, tal programa ficará obsoleto caso a apresentação dos dados seja mudada

ou se decida a colocar os mesmos numa página diferente.

5.1 O problema A colocação da informação numa página sob a forma de texto numa tabela não resolve

o problema, uma vez que este é demasiado aberto para alterar. Bastaria apenas que se

colocasse informação adicional nessa tabela para que o software deixasse de funcionar.

Quanto mais complexa for a aplicação, maior é o risco de deixar de funcionar devido a

pequenas alterações no modo como os dados são apresentados no site.

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Os serviços Web são construídos com base na ideia de dados acerca de dados (ou

metadados), ou seja, informação acerca de dados que uma ou mais páginas Web contêm,

informação essa que uma máquina consegue ler. No núcleo de toda esta tecnologia está

o XML.

O XML lida com os dados que estão descritos, de modo que pode usar uma etiqueta

para indicar que os dados do seu interior se referem a um número de telefone. O modo

como esta informação é depois usada depende do software que o receber. Por outras

palavras, os mesmos podem ser processados da maneira que o software que os recebe

quiser, em vez de ser a máquina que envia os dados que dita o modo como eles devem

ou não ser processados. Daí que o mesmo número de telefone possa ser mostrado como

texto num programa, armazenado numa base de dados por outro e que um terceiro inicie

automaticamente a chamada. Melhor ainda, o aspecto extensível entra em cena porque a

marcação do XML é ilimitada e define-se automaticamente, o que significa que é

possível descrever quaisquer dados à medida que forem aparecendo. Deste modo, os

serviços Web são essencialmente componentes de aplicações agregados em toda a

Internet pelo XML.

5.2 Ao seu serviço Os três grandes nomes no desenvolvimento desta tecnologia são a IBM, a Sun e a

Microsoft. A IBM tem o seu sistema WebSphere, que inclui interfaces Java da Sun.

Esta, por sua vez, usa API que permitem a criação de serviços Web usando a linguagem

Java, com o API Java para o RPC baseado em XML (JAX-RPC) e o API Java para

XML Messaging (JAXM).

Seja como for, o interface que está a causar maior agitação, e que é aquele no qual é

depositado maior esperança, é o framework Microsoft .NET. As ferramentas de

desenvolvimento incluem o Visual Studio .NET com suporte para Visual Basic .NET.

Tal como o XML, a tecnologia .NET não é necessariamente nova. Já anda por cá há um

par de anos, mas só agora é que os serviços Web estão a começar a desenvolver-se

exponencialmente, começando a entrar nos verdadeiros modelos de negócio on-line. O

facto de todos podermos fazer parte do Visual Studio .NET dá uma intuitividade ao

processo de criação de serviços Web que certamente irá agradar a todo o tipo de

programadores.

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O presente

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O que é relativamente novo, pelo menos na sua versão beta, é o Indigo – o novo

framework de serviços Web da Microsoft. Este vai indicar ao Mundo que a Microsoft

acredita no próximo grande acontecimento é a programação orientada para os serviços,

abandonando a ideia do conceito de desenvolvimento da programação orientada por

objectos. Tal com a entendemos, vamos ver os principais processos de programação de

interfaces, como a Common Language Runtime (CLT), a .NET Enterprise Services, a

ASP.NET e a .NET REMOTING, todos juntos sob a forma de Microsoft

MessageQueing (MSMQ) e numa única framework. Apesar de suportar uma miríade de

interfaces de componentes, este Indigo irá tornar-se num novo código base para todos

os programadores.

O SOAP (Single Object Access Protocol) define os pedidos e respostas entre clientes e

fornecedores ao nível dos serviços Web. A WSDL (Web Services Description

Language) descreve ambos os serviços oferecidos e os protocolos, incluindo o SOAP.

Finalmente, temos a UDDI (Universal Description Discovery and Integration), que

pode ser usado pelos fornecedores de serviços Web para, nomeadamente, anunciar o

serviço que permite a descoberta por potenciais utilizadores. É muito simples ficar

seduzido por este triunvirato de tecnologias e, ao fazê-lo, estamos a esquecer-nos de que

o XML é a ponte que unifica todos os serviços Web.

Apesar de serem partes muito importantes, o SOAP, o WSDL e o UDDI pouco mais são

do que mecanismos de transporte para o XML.

Há que fazer ainda uma menção mais detalhada ao XHTML (eXtensible HTML), que

marca a evolução da Internet para a era da apresentação, da lógica e da separação de

dados. Será um HTML 4, com estrutura do XML ou, por outras palavras, o uso da

sintaxe XML para o HTML. Como é óbvio, a coisa é muito mais profunda do que isto,

uma vez que vai ajudar a ligar a divisão que existe na Internet de hoje e o mundo de

amanha, fornecendo uma linguagem simples para aqueles que já trabalham com o

HTML. Sem qualquer sombra de dúvidas, o XML vai tornar-se na linguagem da

Internet. O XHTML permite, no entanto, aos programadores a visualização da migração

que lhes possibilita seguir na direcção certa, sem que para isso tenham de perder tudo o

que investiram no HTML. Isto será verdade desde que estejam preparados para o facto

do XHTML ser o mais implacável com erros do que o HTML alguma vez foi.

Sem pretender o desvio do tema a que este relatório, mas mais para demonstrar que este

conceito de interoperabilidade cada vez mais existe no nosso meio. Neste contexto, será

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feita uma breve introdução às funcionalidades do WebSphere da IBM e do .NET da

Microsoft.

5.3 WebSphere – WebFacing A IBM surgiu na década de 80, com a linguagem COBOL e RPG. Linguagens estas

desenvolvidas para terminais com ecrãs monocromáticos, com definições muitas básicas

(com poucas exigências gráficas), tendo uma definição de ecrã de 80 colunas por 24

linhas – ao contrário de hoje em dia, com definições usuais de 1024 por 768.

A reacção das pessoas quando se deparam com este género de ecrãs é interessante –

essa experiência ocorreu numa cadeira do bacharelato, onde todos os alunos tiveram um

primeiro contacto com ecrãs de 80x24, a preto e verde.

Figura 5.1 – Ecrã tipico de um AS400

O WebSphere da IBM veio permitir uma relação entre um ambiente que vive no mundo

do preto e verde, e um ambiente Web. Esta evolução veio permitir uma

interoperabilidade entre aplicações e plataformas. Esta ferramenta da iSeries permite

que os programas de COBOL e RPG se mantenham como estão, funcionando do

mesmo modo, mas com uma camada superior “embelezada”.

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O presente

51

Figura 5.2 – WebFacing

O objectivo do WebFacing é a rápida conversão da aparência dos programas

interactivos em aplicações Web, sendo feito de forma muito minimizada.

Figura 5.3 – WebFacing: estrutura de conversão

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Figura 5.4 – WebFacing: possibilidade de use de ambas as formas

Conforme a figura demonstra, o programa pode ser usado em diferentes plataformas

sem necessidade de qualquer alteração do programa base.

Figura 5.5 – Evolução do iSeries

Na figura acima é nítida a evolução das ferramentas para a possibilidade de

interoperabilidade entre diversas linguagens. É claro que esta interoperabilidade não se

refere apenas para o iSeries.

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O presente

53

5.4 .NET O .NET é uma visão da Microsoft para aplicações na era da Internet. Providencia uma

maior interoperabilidade baseado em standards abertos de Internet. O .NET melhora a

robustez das aplicações Windows que até agora têm vindo a ser utilizadas, ao mesmo

tempo que oferece aos programadores uma nova plataforma, com novas ferramentas e

conceitos, permitindo um desenvolvimento muito mais rápido e focado nos objectivos

propostos. Nesta tecnologia o XML desempenha um papel fundamental, uma vez que

serve para estruturar grande parte da informação que é tratada pelo framework.

O Microsoft .NET é uma plataforma construída no topo do sistema operativo. Três anos

foram gastos na sua construção, antes da sua aparição ao público. O .NET representa o

maior investimento efectuado pela Microsoft, tendo sido influenciado por outros

avanços tecnológicos como XML, Java e COM.

OCS.Net O OCS.Net foi desenvolvido pela I2S – Informática, Sistemas e Serviços, S.A., para

satisfazer as novas necessidades empresariais, que cada vez mais se direccionam para a

Web. Esta ferramenta permite a transformação dos dados, que são extraídos em bases de

dados no AS400, para mapas finais. É uma aplicação desenvolvida para o ramo de

seguros, e encontra-se centralizada num servidor, em que qualquer utilizador autorizado

poderá extrair a informação pretendida. Os mapas, que se encontram previamente

definidos, executam inquéritos sobre a base de dados originando documentos com

informação não tratada, mas em bruto.

Os utilizadores seleccionam os dados a serem extraídos e, a partir daí, esse mapa pode

ser impresso quer numa impressora local quer numa outra impressora, num sítio

qualquer da intranet disponível em toda a infra-estrutura de empresa.

Além de imprimir este documento guardado num ficheiro físico pode ser enviado via

mail para qualquer ponto do país e mesmo a nível mundial, assegurando a chegada da

informação a qualquer uma das filiais de empresa ou cliente/fornecedor.

O OCS.Net é uma ferramenta direccionada à Web. Contudo, actualmente apenas

restringida à intranet com portas abertas à extranet. A aplicação tem como principal

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objectivo servir de suporte ao apoio de decisão. Geralmente esta aplicação gere

documentação que circula nas camadas médias/altas da empresa. Porque só estas tomam

as decisões de como a empresa se há-de direccionar no futuro. A documentação gerada

pelo OCS.Net tem actualmente formatos, como [.txt], Excel [.xls], Word [.doc], PDF e

Crystal Reports [.rpt]. Encontra-se em conclusão, a curto prazo, o formato em HTML.

O OCS.Net consegue assim aceder a diversas bases de dados distribuídas pelos diversos

sistemas7, centralizar diversos documentos com uma diversidade de informação quase

ilimitada e assegurar a sua disponibilidade de uma forma quase imediata para qualquer

sector da empresa, quer local quer noutro local do mundo.

As bases de dados acedidas pela aplicação são quase sempre bases de dados massivas

no que diz respeito à informação e com diferentes níveis de detalhe. Contudo com esta

ferramenta basta um “click” para que toda uma informação dificilmente acedida fique

disponível para qualquer ponto da empresa no formato que assim pretender e circuláveis

pelas mais confusas redes de informação disponíveis.

5.5 Standards O Instituto Português da Qualidade (IPQ) descreve o processo de normalização como

um processo que "tem por finalidade a racionalização e a simplificação de processos,

componentes, produtos e serviços. Permite uma maior facilidade de entendimento e visa

o estabelecimento de parâmetros a utilizar em acções da avaliação da conformidade."

A norma técnica é apresentada pela AFNOR (Association Francaise de NORmalisation)

como "um dado de referência resultante de uma escolha pensada que serve de base a

solução dos problemas repetitivos". Esta definição parece cobrir uma área

extremamente vasta.

Assim sendo, podemos definir como “um conjunto de critérios e regras consensuais

para recolha, documentação, gestão, análise, transferência, distribuição e apresentação

de dados espaciais. Alguns dos standards são criados de um modo explícito através do

7 Por exemplo, Sistemas Financeiros, Sistemas Operacionais de Produção, Data Warehouse, etc.

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O presente

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estabelecimento de normas enquanto outros evoluem de acordo com a sua utilização

pelas indústrias e os utilizadores.”

Porquê standard? A história mostra que as alterações revolucionárias não se realizam sem antes existir

uma adopção difundida de Standards (normas) compatíveis. Para a electricidade, existiu

a normalização na voltagem e tomadas; para os comboios, a normalização dos

caminhos-de-ferro; e para a Internet, as normas do TCP/IP, HTTP, HTML. Normas

compatíveis para metadados, objectos de aprendizagem, e arquitectura de aprendizagem

são cruciais para um sucesso da economia de conhecimento, o que nos últimos anos tem

sido um trabalho desenvolvido por esse mundo fora.

A normalização é uma actividade dispendiosa em termos de tempo e recursos

financeiros, se for desenvolvida a uma escala internacional, em termos de meios

financeiros. Por isso, as empresas só participarão se o investimento realizado trouxer

garantias suficientes de rentabilidade, que podem ser positivas (desenvolvimento da

actividade, diminuição dos custos) ou negativas (não ser excluído do mercado pelas

normas).

Este cálculo é ainda mais fácil de fazer por uma empresa, uma vez que está numa

posição dominante no mercado com hipóteses razoáveis de impor a sua própria visão.

Mas na Europa, nomeadamente em Portugal, a maioria dos actores são pequenas e

médias empresas e nenhum actor está na posição de avaliar racionalmente as vantagens

que tirará de uma participação activa na normalização.

O nível de esforço individual pode ser dividido pelo apoio financeiro permitindo a

presença dos delegados nacionais nos vários grupos de trabalho CEN (Comité Europeu

de Normalização) e ISO (International Organization for Standardization), pela

presença física em reuniões e pela contribuição, nas comissões nacionais. Na medida em

que as entradas colectivas são consideráveis, um dos papéis das organizações

profissionais é o de substituir os membros que, considerados de maneira individual, não

têm interesse financeiro suficiente e vão esperar que os vizinhos invistam no seu lugar.

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A vantagem da normalização num único formato é a facilidade no “controlo”, o que

pode não acontecer quando existem diversos tipos de documentos “espalhados”. Não só

porque permite que haja um único desenvolvimento em volta do formato para

proporcionar adaptações a futuras tecnologias que surjam no mercado.

Até agora temos visto que existe uma certa normalização da estrutura da informação.

Mas quem regeu, rege e regerá essas normas? Que entidades actuais existem e que

trabalham para a normalização dos formatos de ficheiros? Encontra-se em anexo uma

breve descrição de cada um dessas entidades associados à normalização.

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6. Gestão Documental

“80% de toda a informação crítica para um negócio existe hoje nas organizações sob

a forma de documentos dispersos.”

by Gartner Group

Os produtos Office Suites existentes no mercado podem muito bem satisfazer as

necessidades de uma pequena empresa, mas para médias/grandes empresas será que as

aquisições desses pacotes satisfazem, ou melhor, será a solução correcta para atingir a

produtividade? Se a um nível o número de licenças pode acarretar custos avultados, a

escolha poderá não ser pela passagem para um software livre. Pode sim, ser

significativo na redução de custos mas não será a solução perfeita.

A tendência empresarial actualmente vira-se para a gestão documental, onde se podem

retirar os benefícios da redução de custos operacional e ganhos operacionais imediatos

com a implementação de uma solução de gestão documental integrada.

A grande maioria das empresas já dispõe de computadores pessoais para os seus

colaboradores. As ferramentas “Office” de produtividade elevaram substancialmente a

produtividade dos seus colaboradores. No entanto, os colaboradores das empresas ainda

trabalham com um número elevado de documentos em papel. Isto obriga a uma

duplicidade e não uniformização de processos, limitando os ganhos de produtividade e

dificultando a implementação de normas de qualidade.

A gestão documental electrónica, mesmo em arquivo de papel, está presente em todas as

empresas. Como tal, a introdução da gestão documental é tão indispensável como a

implementação de um ERP (Enterprise Recource Planning).

A gestão documental electrónica é um processo abrangente que é originado aquando da

recepção de um documento e que implementa os seguintes conceitos:

• Financeiro – Facturas, Notas de Crédito;

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• Qualidade – Gestão de toda a documentação da Qualidade, fluxos de

aprovação, histórico de versões;

• Produção – Especificações, projectos, procedimentos, relatórios;

• Jurídica – Arquivo de contratos, actas, propostas;

• Marketing – Brochuras, “case studies”, estudos de mercado, listas de preços;

• Recursos Humanos – contratos de trabalho, perfis, regulamentos;

Todas as áreas manipulam documentos, quer em formato electrónico, quer em formato

papel, como por exemplo:

• Desmaterialização – Digitalização dos documentos (usualmente dos recebidos)

em formato papel. Como resultado a desmaterialização produz documentos

electrónicos que são uma “fotografia” do papel.

• Indexação – Catalogação e categorização dos documentos electrónicos. Esta

fase é equivalente ao processo de arquivo físico mas retirando os benefícios dos

sistemas de informação.

• Workflow – Definição dos vários estádios pelos quais um documento passa,

incluindo a publicação, aprovação, distribuição e reencaminhamento ou

destruição.

• Busca – Implementação de um motor de busca potente à semelhança do Google

ou Altavista e capaz de realizar OCRs (Optical Carácter Recognition) nos

documentos digitalizados.

Figura 6.1 – Processo de Digitalização-Classificação-Distribuição

A aplicação da gestão documental é seguramente menos mediática do que o

desenvolvimento de um site Internet B2C (business-to-consumer) mas tem impacto

directo na redução dos custos operacionais das empresas. Talvez por estes custos serem

muitas vezes custos escondidos e disseminados por vários departamentos e ao longo do

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Gestão Documental

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tempo é que esta área tem sido sistematicamente preterida face a outros tipos de

sistemas.

6.1 A necessidade do software de gestão documental A necessidade do software de gestão documental incide em dois pontos principais. O

primeiro ponto será a pesquisa e armazenamento de informação. Gerar documentos

ou introduzir informação num computador é uma tarefa corrente numa empresa

moderna. Mas, como fica armazenada essa informação e onde está ela guardada? Se não

tivermos uma regra bem definida a informação vai ser produzida e armazenada de

diferentes formas consoante as pessoas que a criaram. O resultado final é uma empresa

com um grande potencial em informação, mas que não é capaz de o aproveitar pois essa

informação está nas mãos de quem a produziu e apenas essa pessoa sabe onde

armazenou esse documento e eventualmente será uma das poucas pessoas que sabe da

existência de tal documento.

A pesquisa do documento, mesmo em formato electrónico, por vezes também não é

simples pois este não foi catalogado de uma forma objectiva e não existem relações

entre os documentos que nos permitam identificar todos os documentos relativos a um

determinado processo. Muitas vezes está na memória de cada pessoa saber que nome

atribuiu a determinado documento ou em que directório guardou esse documento.

São estas regras de armazenamento que são essenciais para toda a organização poder

aceder aos documentos de uma forma homogénea e conseguir pesquisar os mesmos

utilizando uma ferramenta standard e regras pré-definidas dentro de toda a organização.

Outra situação resolvida com uma ferramenta de gestão documental é a forma como a

informação circula dentro da empresa e a possibilidade de se saber por que pessoas um

determinado assunto passou e a forma como essa pessoa tratou esse assunto – a

circulação da informação dentro da organização.

Em muitas organizações o documento depois de produzido é impresso e enviado a outra

pessoa para o rever, aprovar ou simplesmente expedir. Se tivermos muita documentação

diariamente a ser tratada, acabamos por perder o controlo dos assuntos que temos por

resolver, pois ao passar esse documento para outra pessoa, essa pessoa pode ter atrasado

o processo sem que nos tenhamos apercebido de tal facto. É essencial saber todos os

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assuntos que estamos a tentar resolver, quem está a tentar resolver esse assunto por nós,

e à quanto tempo esse assunto está a ser tratado.

Também não menos importante é estarmos na nossa posse de toda a documentação

relativa a determinado assunto, para que na presença de toda essa informação, possamos

dar a melhor resposta a esse problema.

Mais uma vez, ferramentas de gestão documental que assentem sobre mecanismos de

workflow permitem-nos fazer o encaminhamento electrónico de documentos dentro da

organização, de uma forma ad-hoc ou por circuitos pré-definidos mantendo-nos sempre

presente os assuntos que temos em mãos e quem está a tentar resolver e se esse

documento está a ser resolvido dentro de um prazo aceitável ou se quem está a resolver

o assunto está a perder muito tempo, com a sua resolução.

Outra capacidade deste tipo de soluções é a de sabermos exactamente por quem passou

determinado documento e o parecer de cada pessoa relativamente a esse assunto, para

que no futuro se possam atribuir responsabilidades às pessoas certas.

Sendo assim, podemos concluir que alguns dos benefícios da gestão documental serão:

• Redução de custo – a redução de custo provém de: redução de custos de cópias,

aumento de produtividade na procura e reencaminhamento de documentos,

redução do espaço de arquivo

• Gestão de informação integrada – consolidação transparente dos documentos

electrónicos e de documentos com origem em papel.

• Uniformização de processos – os processos de processamento de documentos:

reencaminhamento, aprovação, arquivo, etc., passaram a poder ser processados

segundo o mesmo processo e procedimento.

• Desmaterialização – integração directa com os fabricantes líderes em

equipamentos de digitalização na empresa.

• Aumento de rapidez do fluxo de informação – os documentos passa a ser

partilhados na empresa muito mais rapidamente, acelerando a partilha de

informação interna na empresa.

• Descentralização – o controlo, publicação, processamento e arquivo dos

documentos deve ser realizado pelas áreas funcionais a que respeita o

documento. A gestão documental permite isso.

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Gestão Documental

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• Backup – possibilidade de recuperar a informação em caso de incêndio ou

inundação do arquivo físico.

• Segurança – mais capacidades na configuração dos perfis de consulta e acesso

aos documentos.

6.2 Workflow As empresas actualmente começam a entrar num novo estado de desenvolvimento

depois das necessidades de sistemas de informação terem sido satisfeitas por sistemas

ERP que implementam os processos contabilísticos, facturação e de recursos humanos.

A produtividade que estas ferramentas trouxeram já não é uma vantagem competitiva e

diferenciadora, uma vez que estão largamente disseminadas junto dos próprios

concorrentes. Por outro lado a standardização do software e a busca de redução dos

custos de implementação aproximou ainda mais os processos de trabalho das empresas

em cada um dos sectores, diminuindo mais uma vez os factores diferenciadores.

A oportunidade reside em aumentar a produtividade de processos de trabalho mais

complexos e menos estruturados. É neste campo que as atenções se viram de forma

crescente para sistemas de Workflow ou CRM (Customer Relationship Management),

para que se possa estimular o trabalho realizado por uma equipa. Não é mais do que

uma solução que permite sistematizar de forma consistente os processos ou fluxos de

trabalho e informação de uma empresa, de forma a torná-los simples e transparentes aos

vários intervenientes no processo. As melhores práticas passam a estar embutidas e

suportadas no sistema de informação, permitindo que os colaboradores se possam focar

na qualidade e rapidez de execução. Permite que após estabelecidas as melhores práticas

do negócio, os colaboradores não tenham de sistematicamente consultar quais os

procedimentos a executarem e qual a informação a comunicar. Obtém, processa e

encaminha automaticamente a informação; permitindo eliminar a componente humana

sempre que a informação já existe de forma estruturada.

No contexto de uma crescente abertura das empresas com os seus parceiros, mas com

uma também crescente complexidade e heterogeneidade dos sistemas desses parceiros,

torna-se crucial ter sistemas que possam mapear de forma sistemática as decisões que

hoje em dia são tomadas por colaboradores. A empresa ganha qualidade e velocidade na

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execução. O e-business começa aqui, numa vertente menos mediática mas com bastante

mais impacto no "bottom-line" das empresas.

O Workflow está presente em tudo o que envolva obtenção, consolidação,

processamento e decisão. Entre as áreas de maior aplicação encontram-se Marketing,

Gestão de Projectos, Qualidade e Sistemas de Informação, áreas que apresentam

precisamente uma elevada heterogeneidade de processos, com uma comunicação muito

forte em todos os departamentos da empresa e com um elevado volume de informação.

6.3 Portais e Intranet Os Portais são o endereço da Internet ou Intranet onde podemos fazer tudo aquilo que

queremos fazer, seja do ponto de vista de informação ou de negócio.

A tecnologia actual, e muito recente, veio permitir às empresas partilhar

interna/externamente informação de forma fácil, com um baixo investimento e com

resultados imediatos. Agora é possível descobrir e reutilizar de forma fácil a informação

existente na sua empresa.

O investimento no Portal varia consoante a dimensão da sua empresa, volume da

informação e número de processos a serem implementados e grau de profundidade da

implementação. O processo de implementação típico de uma intranet para uma empresa

portuguesa, incluindo o hardware necessário, estará entre os 25,000€ e os 125,000€. O

retorno do investimento será realizado tipicamente nos primeiros 12 meses de

utilização.

Numa conjuntura económica desfavorável, os ganhos de produtividade e qualidade têm

especial relevo, permitindo à sua organização ser mais ágil e recorrer à tecnologia de

forma a reduzir custos e a tornar a sua organização mais competitiva.

Alguns dos benefícios:

• Fácil de aceder – o Portal permite um acesso à informação da empresa sem

precedentes aumentando a rapidez na obtenção da informação e partilha. Os

colaboradores da sua empresa passam a dispor de uma ferramenta que lhes

permita partilhar o seu trabalho com os outros mantendo o mesmo processo de

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trabalho que têm hoje, sem a necessidade de apreenderem outras ferramentas de

trabalho ou executarem as actuais tarefas de forma diferente.

• Maior produtividade – as organizações podem melhorar a eficiência através de

tomadas de decisão com mais informação e melhor satisfação dos colaboradores.

As tecnologias dos Portais que permitem melhorar a eficiência incluem motores

de busca de informação na empresa, integração dos processos de negócio,

integração com as ferramentas Office, e sistemas de self-service para uma rápida

colaboração nos projectos.

• Melhor Gestão do Conhecimento – processos de colaboração definidos, rápida

procura de informação, e integração dinâmica de informação torna muito mais

fácil para os colaboradores aceder, distribuir, e partilhar informação em tempo

real. As tecnologias existentes nos Portais tornam possível através de

tecnologias de categorização de documentos, definição de perfis, procura de

informação na empresa toda e capacidades de divulgação, e capacidades de

gestão que permite aos colaboradores serem notificados automaticamente

quando alguns itens são actualizados.

• Melhores Processos de Negócios – os portais ajudam as organizações a

melhorar os seus processos de negócio através de ferramentas de colaboração

com parceiros e clientes, integração transparente de processos de negócio, e

rápido acesso a informação dinâmica de negócio. Isto é possível usando

tecnologias acesso à Web através de standards de indústria, acesso integrado a

aplicações, e definição de processos de aprovação de documentos.

• Maior ROI nas TIs – através de melhor gestão, fiabilidade, segurança, e treino,

as organizações podem aumentar os resultados dos seus investimentos em Tis.

Os Portais suportam isto através de interfaces Web, e uma significativa redução

nos custos e tempo de implementação e treino

Algumas destas vantagens são referidas no texto abaixo, citado pela empresa Engil.

Hoje, na sequência da decisão de investir num portal corporativo por parte do grupo e

com boa parte do projecto já concluído e em produção, aponta algumas diferenças.

Eduardo Pimentel começa por sublinhar que existe uma maior interacção dos

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utilizadores no portal corporativo. (…) Especifica que a disponibilização dos

documentos por parte dos utilizadores no âmbito da Intranet era mais difícil, até

porque exigia do lado deles algum conhecimento de HTML ou acesso aos servidores.

«Hoje é muito fácil a qualquer utilizador disponibilizar um documento, bastando para

isso fazer upload do ficheiro para a área do portal», esclarece. (…) Para Eduardo

Pimentel este é um projecto que continuará a evoluir. Uma das áreas previstas de

evolução tem a ver com a utilização da ferramenta de workflow que a solução

instalada, com base na plataforma aplicacional Plumtree, permite. «Para já

disponibilizamos toda a correspondência (faxes e email), com excepção da que nos

chega em papel (por carta), em determinadas pastas no portal. O que pretendemos é

utilizar a ferramenta de workflow para fazer circular essa correspondência na

empresa», adianta. Se até ao momento o portal corporativo tem estado muito voltado

para os utilizadores internos, a ideia é que deixe de ser apenas assim muito

brevemente. Está em fase final o desenvolvimento de uma aplicação que irá permitir a

todos os fornecedores acederem ao sistema ERP para verificarem a situação de

pagamento das suas facturas através do portal. Mas este é apenas o começo, porque o

objectivo é ir alargando a outras áreas. Do lado dos clientes está em estudo permitir o

acesso no campo da assistência em garantia, nomeadamente no que diz respeito a

habitação.

in Semana Informática, n.º 289/n.º 4

No contexto das implementações dos portais, serve de referência o Portal implementado

na empresa I2S – o Portal I2S. Ferramenta usada por mim na realização das tarefas do

dia-a-dia. No meu caso, tem como finalidade principal funcionalidade de pesquisa para

documentação técnica, manuais e outros que são de grande ajuda ao desenvolvimento.

O que antes existia em diversos sectores e localizações agora existe num único local, de

fácil acesso e sempre actualizado.

As pastas físicas do cliente passam a estar em formato electrónico numa respectiva

pasta do Portal, não ocorrendo a perda de tempo no desfolhar constante à procura do

documento, que infelizmente encontra-se sempre no local oposto onde é iniciado o

desfolhar.

O acesso ao Portal pode ser feito de duas formas:

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Gestão Documental

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1. Através do Explorador do Windows fazendo um mapeamento do local de rede,

resultando numa estrutura semelhante à seguinte:

Figura 6.2 – Acesso ao Portal por mapeamento de rede

2. Através do Web browser no endereço configurado: http://servidor/local

Figura 6.3 – Portal I2S

Existe uma cumplicidade entre as aplicações instaladas, o sistema operativo e o SPPS

(SharePoint Portal Server). Os documentos podem ser acedidos pelas formas habituais,

como se pode verificar na figura abaixo:

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Figura 6.4 – Portal I2S: acessos cliente

A implementação de um portal na I2S veio optimizar a produtividade global da

empresa.

Outro exemplo observado, e recente, é o Portal ISEP, o qual demonstra que a aplicação

de Portais não aplicam somente a nível empresarial, mas também a nível académico.

Figura 6.5 – Portal ISEP

Neste segundo caso, posicionado mais como um mero utilizador, com acesso limitado,

mas com tendo disponível toda informação funcional num único local.

Das diversas funcionalidades que este Portal disponibiliza, uma a salientar, tal como já

referido anteriormente, existe a disponibilidade de extracção de informação para

determinados formatos. Como exemplo, a possibilidade de obtenção de calendário

escolar no formato HTML ou em folha de cálculo, vulgo Excel.

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Figura 6.6 – Portal ISEP: opção de formato de listagem

Sendo assim, é fácil de entender que o conceito Portal é uma das óptimas alternativas.

6.4 WEB: INTEGRAR é a SOLUÇÃO (?)

“É incrível tudo o que é falado sobre Internet: "as empresas têm que entrar no mundo

virtual", "não sobreviveremos sem a Internet", entre outras frases que já viraram lugar

comum.

Todos nós temos uma noção das facilidades que a Internet têm trazido, desde a difusão

de informação, a facilidade de comunicação a grandes distâncias, entre muitas outras

coisas.

Entretanto, encaixar a Internet no contexto da sua empresa pode parecer uma ideia um

tanto vaga. Tudo bem, é necessário ter um site institucional com uma boa

apresentação da empresa, fornecer e-mails para os colaboradores... mas as

possibilidades da Internet não param por aí.

A quantidade de siglas e nomes que a Internet trouxe – e-business, e-commerce, e-

CRM e tantos "es" assustam, mas no final das contas, as siglas traduzem-se em formas

de facilitar o dia-a-dia da empresa, agilizar procedimentos, manter um canal de

comunicação eficaz com consumidores, representantes, distribuidores.

Um exemplo muito simples: Imagine só a quantidade de papel, rolos de fax e impulsos

telefónicos que pode ser economizada com o envio de pedidos pela Internet. Melhor

ainda se o pedido cair automaticamente no sistema de facturação da empresa. Sem

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contar a economia em tempo e os erros que serão evitados já que não vai ser

necessário conferir pedido por pedido e digitar tudo.

Um sistema integrado com a Internet pode mostrar ao cliente a situação de seu pedido,

a previsão de entrega, avisar automaticamente se o produto está em falta e qual a

previsão de chegada e muito mais.

Só isto já representa uma melhora significativa em relacionamento com o cliente, não

é mesmo? A empresa demonstra clareza, transparência e profissionalismo.

E um atendimento on-line? Através de um chat, o cliente conversa directamente com

um assistente, que aceda às informações rapidamente pelo sistema, podendo sanar a

dúvida com muito mais eficácia e mais um detalhe: sem aqueles interurbanos que

duram horas!

Mas como ligar meu sistema de facturação, entregas, vendas com a Internet? O

software que utilizo não é compatível. A solução para este problema é o que

chamamos de INTEGRAÇÃO. Na maioria dos casos, a empresa não precisa investir na

troca do software que já é utilizado.

É criado um sistema que captura os dados do software da empresa, adaptando-os para

a linguagem do site e vice-versa: os dados capturados pelo site são "traduzidos" para

o sistema da empresa.

Em grande parte dos casos, o investimento em integração é compensado em poucos

meses. Possibilidades existem! Com um planeamento profissional, Internet pode

significar lucratividade e satisfação para o seu cliente. Pense nisso!”

by Luis Ribeiro, Colunista

Conforme podemos observar deste texto, as soluções vinculadas ao conceito Internet

estão cada vez mais presentes. E conforme foi referido, existem uma enorme quantidade

de conceitos “es”. Mas quais destes podem proporcionar uma interoperabilidade? Os

seguintes conceitos apresentam essa possibilidade.

6.5 ECM – Enterprise Content Management Nos dias que correm, as empresas possuem grande parte da informação crítica para o

seu negócio dispersa, sob a forma de documentos, por diversas ilhas de informação.

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Com o advento dos canais electrónicos de contacto com o cliente, que proporcionaram

às organizações novas fontes de informação, esta passou a ser proveniente de diversas

origens e existe em diferentes formatos.

A capacidade de uma organização dispor de toda a documentação crítica para os seus

processos de negócio de uma forma integrada resulta num aumento de eficácia operativa

e melhoria do serviço prestado ao Cliente, que facilmente se transformam em vantagem

competitiva.

O ECM, gerido de forma integrada e incorporado nos processos de negócio, cria novas

formas de benefícios estratégicos, tais como:

• Excelência no Serviço a Cliente – A rapidez com que se localiza a informação

referente a um determinado processo permite um aumento da qualidade do

serviço prestado.

• Aumento de Produtividade – A gestão ergonómica e facilitada da informação,

que no suporte tradicional representa uma grande quantidade de papel, traduz

ganhos significativos no tempo gasto a manipulá-la.

• Acesso Imediato à Informação – A rápida resposta na localização de um

documento ou processo, que representa um aumento considerável na qualidade

do trabalho.

• Facilidade de Utilização – Uma interface com o utilizador ergonómica,

intuitiva e fácil de usar, que tendo um reduzido tempo de aprendizagem, leva a

uma aceitação mais célere da solução, em especial se integrada nos sistemas de

gestão do negócio já existentes na organização.

• Escalabilidade da Solução – As tecnologias não actuam como uma limitação a

um crescimento da utilização da solução, mas pelo contrário elas servem de base

ao eventual crescimento futuro do volume de informação, representando infra-

estruturas sólidas e duradouras, que protegem a totalidade dos investimentos

nelas efectuados.

Pretende-se com estas soluções proporcionar as seguintes funcionalidades:

• Capturar, classificar e disponibilizar documentos críticos no âmbito dos

processos de negócio em que as empresas participam.

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• Gerir o ciclo de vida de um documento ao longo da sua existência.

• Localizar e imediatamente disponibilizar um documento quando necessário.

• Aumentar a qualidade da informação a disponibilizar aos utilizadores.

• Garantir a gestão integrada do arquivo físico e electrónico.

• Garantir sempre a operacionalidade da função de arquivo.

• Garantir a escalabilidade da solução, mantendo níveis de fiabilidade e

performance adequados, tendo em atenção os grandes volumes de informação a

tratar.

• Garantir o acesso à informação em topologia “Web based”.

6.6 EAI – Enterprise Aplication Integration Define-se por EAI (Enterprise Aplication Integration) a utilização de um layer comum,

estruturado e dotado de capacidade de segurança, que pode ser denominado de

middleware Inter-Aplicações para suporte de novas aplicações estratégicas,

nomeadamente na área da Web, que envolvem o acesso combinado e possivelmente

estruturado a diversas tecnologias de sistemas de informação, como por exemplo

Legacy – normalmente aplicações na plataforma mainframe, Package – ERP, CRM,

etc., ou pacotes de aplicações funcionais e finalmente o campo em maior expansão e

potencial da actualidade – as Web Applications.

EAI

ERP CRM

B2B WORKFLOW

Figura 6.7 – Interoperabilidade do EAI

O EAI envolve os sistemas transaccionais, e a integração de aplicações existentes para a

criação de novas aplicações estratégicas que utilizam processos e transacções actuais

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que por sua vez acedem a bases de dados. Imaginemos um sistema de informação na

Web capaz de fornecer informações provenientes de diversos processos ou aplicações já

implementados, para suportar um novo produto em uma organização financeira – este é

um exemplo típico.

O acesso pode ser por exemplo a um Marketing DataBase System combinado a diversos

produtos em plataformas UNIX e NT e dados transaccionais em IBM mainframe. As

consultas devem saber inicialmente onde buscar as informações necessárias e em

seguida como ou através de que plataformas / tecnologias / produtos e interfaces, deverá

trazer estas informações. Imagine-se agora que esta aplicação além de consultar

informações, deve também actualizar dados em alguns processos utilizando diferentes

meios transaccionais existentes.

Este é o cenário. Com as novas necessidades de negócios através da Internet, a função

de TI tornou-se estratégica para o sucesso dos negócios empresariais e uma fonte

importantíssima de vantagem competitiva. TI hoje envolve-se directamente na criação e

manutenção de canais de marketing, vendas e suporte aos clientes.

A função de business intelligence tão importante internamente às empresas para a

tomada de decisões, deveria ser exportada aos clientes e fornecedores desta, para que

pudessem gerir a sua interacção com outra empresa. Imaginemos como exemplo a

capacidade de “slice and dice” com dados da facturação, para uma empresa que recebe

dezenas de facturas, por exemplo por número de telefone. Seria muito interessante

poder somar estes valores, agrupá-los ou criar médias, por localização geográfica, ou

departamento, ou ainda pesquisar máximos e mínimos.

Não existe um padrão, apenas um caminho geral, baseado nas tecnologias voltadas a

objecto dos front-ends actuais, Microsoft COM – Commom Object Model e CORBA –

Common Request Broker Architecture, assim como o uso de middleware na

intermediação entre os componentes. Este middleware pode envolver inclusive acesso a

camadas de metadados onde armazenam informações sobre os processos envolvidos e

dados necessários ao roteamento e ao acesso a estes processos.

O início da formalização do EAI deu-se aquando da criação do MOM (Message

Oriented Middleware) MQ/Series da IBM, que dispõe de capacidade de processamento

assíncrono.

Obviamente o EAI é para grandes empresas, que possuem ambientes de tecnologia

diversificados e portanto necessitam de tecnologias/metodologias de integração

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sofisticados. Potencialmente todos os segmentos podem beneficiar-se do EAI. O maior

retorno será para aquelas empresas ou negócios que tenham maior interacção com os

seus clientes, ou que necessitem de informações sofisticadas para colocarem e

suportarem os seus produtos.

6.7 EDI – Electronic Data Interchange O EDI permite a transmissão electrónica de documentos entre computadores, utilizando

um formato standard entre parceiros comerciais.

As razões principais para a implementação do EDI são:

• Qualidade – Eliminação de introdução manual de dados, garantia de entrega e

disponibilização de métricas precisas sobre o processo

• Eficiência – Desempenho constante e eliminação de falhas no processo

• Redução de custos – Processos administrativos e redução dos níveis de

inventário e controlo da produção

• Controlo de Processos – Visibilidade a cada passo dos estados das mensagens

• Qualidade de Gestão – Redução drástica de erros

• Aumento de vendas – Optimização da cadeia logística, respondendo

rapidamente às necessidades do consumidor

Figura 6.8 – Estrutura do EDI

Mais uma vez o XML apresenta-se como uma necessidade visto os standards EDI serem

de alguma complexidade.

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Figura 6.9 – Explicação gráfica do EDI

O público-alvo deste género de implementação será: Ramo automóvel, Retalho, Banca,

e DGA (Alfândega). Ou seja, empresas que lidem com muita documentação podem

obter elevados benefícios com este tipo de implementação.

6.8 ebXML Por toda a Internet, os programadores de comércio via Web estão a usar a tecnologia

Java como plataforma portátil de programação e o XML como plataforma portátil de

dados, ficando satisfeitos com os resultados. As duas tecnologias juntas proporcionam

um código e uma plataforma poderosos para a construção de aplicações baseadas em

padrões abertos e para a entrega de serviços via Web na actual rede. Enquanto o XML

oferece dados portáteis e reutilizáveis, a tecnologia Java permite aplicações portáteis e

de fácil manutenção.

Se o e-commerce ganha cada vez mais aderentes, o comércio entre empresas (B2B –

Business-to-Business) torna-se um segmento do mercado ainda maior do que se havia

estimado. Mas ligar duas empresas é apenas o começo. Para realizar, de facto, negócios

pela Internet, as duas empresas devem poder trocar, rotineiramente, um conjunto

completo de documentos comerciais, como mensagens de mail, licitações de ofertas,

formulários de compras, facturas e notas de confirmação de despacho, para citar apenas

alguns.

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“What Java technology has done very well is unify these various data sources on a

uniform platform. We have to support XML to federate the data”

by Lisa Hammitt, President and CEO, Black Pearl, Inc.

Pode parecer simples, mas quando os compradores e os vendedores são, na realidade,

máquinas que lêem os formulários da outra empresa, as coisas não são tão claras assim.

Pensando bem, a factura para uma conta de cartão de crédito não requer o mesmo

tratamento que a factura para o despacho de peças de automóvel. Entra em cena o XML,

que faz para a troca de documentos, o que a tecnologia Java faz para as plataformas de

programação.

Tendo como finalidade a preparação do caminho para comunicações entre empresas, os

padrões XML estão a ser definidos por diversas organizações. Por exemplo, a iniciativa

Electronic Business XML (ebXML) é uma colaboração entre a OASIS (Organization

for the Advancement of Structured Information Standards – organização para o fomento

de padrões estruturados de informação) e o UN/CEFACT (o órgão das Nações Unidas

para a facilitação do comércio e dos negócios electrónicos) para criar uma estrutura

global em XML para o comércio electrónico. Mediante um processo aberto e

democrático, a Sun acredita que a iniciativa ebXML está a levar estes padrões na

direcção certa.

“XML é um formato excelente para dados”, diz Will Iverson, gerente de produto em

comissão para a XML do grupo de plataformas para software da Sun. "Está-se tornando

uma parte fundamental da construção de aplicativos na era da Internet." Vejamos as

mensagens, por exemplo. Há diversas maneiras de transmiti-las, segundo Shel

Finkelstein, gerente sénior para arquitectura e tecnologia do grupo de sistemas de

software. Produtos leves, como o SOAP, são apropriados para informar sobre eventos

de notícias ou a proximidade de determinado restaurante. Por outro lado, o ebXML

define um protocolo que lida com qualidades diferentes de serviço, desde mensagens de

pouco peso (como no caso do SOAP) até mensagens de qualidade comercial (próprio

para tratar de pedidos de compra entre empresas).

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Segundo Iverson, “a ebXML oferece-lhe uma maneira padrão de formatar as

mensagens que voam para lá e para cá. É como se fosse o envelope.” A tecnologia Java

é a plataforma sobre a qual se lêem esses arquivos XML com invólucros de ebXML e

sobre a qual se processam as mensagens.

O ebXML é uma iniciativa para desenvolver normas que facilitem os negócios entre

empresas baseados na Internet. Traduzindo, o ebXML é uma norma para EDI na

Internet, que tenta cobrir a maioria das funcionalidades necessárias nos projectos deste

tipo, tornando-se por isso bastante complexa.

As normas são baseadas tanto na linguagem XML como no EDI tradicional, por isso a

maior razão para o seu sucesso talvez seja o patrocínio das duas organizações mais

importantes nestas áreas: OASIS e UN/CEFACT.

Para promover a sua actividade, a iniciativa ebXML tem publicado um conjunto de

documentos agrupados em quatro categorias:

• Especificações técnicas – várias normas cobrindo praticamente todos os temas

importantes da integração entre empresas, incluindo arquitectura técnica,

processos de negócio, protocolos de colaboração e serviços de mensagens.

• Relatórios técnicos – documentos que explicam como utilizar as especificações

técnicas.

• Documentos de referência – resume-se a um glossário.

• White papers – propostas de novas normas que ainda não foram aprovadas.

As actividades estão organizadas à volta de seis grupos de trabalho (também chamados

comités técnicos) que desenvolvem as normas mais importantes:

• Registry – este grupo de trabalho apoiado pela OASIS produz normas e

implementações de referência para registos e repositórios na área do XML.

• Messaging – produz normas para transportar, encaminhar e envelopar (no

mesmo sentido do SOAP) mensagens XML, que suportem transacções

electrónicas entre empresas.

• Collaborative Partner – produz normas para definir as capacidades técnicas das

empresas nesta área assim como definir contractos de colaboração entre duas ou

mais empresas.

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• Implementation – auxilia as empresas de informática a produzir aplicações

compatíveis com as normas ebXML, assim como interoperáveis entre si.

• Business Process – este grupo de trabalho (sem grande actividade desde

Setembro de 2002) apoiado pela UN/CEFACT produziu uma norma chamada

Business Process Specification Schema (BPSS) que define um formato para

especificar processos de negócio em XML.

• Core Component – este grupo de trabalho também apoiado pela UN/CEFACT

produziu uma norma que permite metadata de suporte à troca de dados

electrónica entre empresas.

Como se pode ver, o ebXML cobre todos os tópicos importantes da integração entre

empresas. Infelizmente, a maioria das implementações de ebXML até ao momento

apenas suportam a troca de mensagem XML de forma segura e robusta. Existe também

as dificuldades normais nesta área, concretamente a inexistência de uma norma para

formatar as mensagens mais comuns e contractos normalizados de colaboração entre

empresas.

6.9 Factor humano A implementação de uma solução de gestão de conteúdo é de um enorme

empreendimento – e nem sempre com sucesso. Mesmo em pequenos projectos, o

software é instalado, ficando operacional e sendo usado por algumas pessoas. A razão

típica do fracasso destas implementações resido no factor humano, a aceitação por parte

do colaborador é essencial. A não aceitação leva a uma redução nos benefícios da

organização, bem como colocando em risco, podendo mesmo ficar-se pela fase piloto.

Quais serão as causas dessa resistência? Se uma empresa está para investir dinheiro e

tempo, terá de saber. Podemos dividir o problema em duas categorias: mudança fraca na

gestão e falsa assumpção da tecnologia.

6.9.1 Mudança de gestão

Até agora somente são apresentados sistemas, tecnologias e todo o tipo de projectos que

existem, no entanto, existe um factor muito importante para o êxito, o factor humano.

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Na implementação de sistema, foca-se muito na tecnologia em vez das pessoas que o

envolvem. A mudança de gestão, a arte de ajudar pessoas na adaptação e aceitação nos

novos procedimentos, é crucial para o êxito da implementação.

Existem quatro passos importantes para a introdução do ECM numa organização:

• Envolvimento de todos os grupos nas decisões chave – Ao contrário de uma

imposição exterior (ou do departamento TI), certificar que os utilizadores se

conduzem nas escolhas e no calendário. Embora seja impossível a inclusão de

todos nas decisões, será essencial a representação dos departamentos chave na

equipa no início. O objectivo será convencer os membros da equipa a tornarem-

se missionários e mentores da solução na sua implementação.

• Dar a cada grupo uma interface de utilizador que se adapte às suas

necessidades – No interesse pela uniformização e na simplificação do treino e

suporte, uma introdução “tudo em um” do interface. No entanto, é importante

uma integração e costumatização opcional, de forma a oferecer a cada grupo de

trabalho um fácil acesso ao conteúdo, mas mantendo um repositório unificado.

Qualquer custo na costumatização do interface para grupos de utilizadores trará

recompensa numa melhor aceitação

• Não fazer tudo cedo demais – Embora ofereça uma mais valia na empresa,

muitos projectos aceitam muita mudança ao mesmo tempo. O nível de mudança

de aceitação pelo utilizador é finita, e os recursos para uma nova solução são

finitos.

• Não negligencie ou economize na formação – A formação deve ser conduzida

o mais próxima possível ao momento em que é solicitada a mudança ao

utilizador. E não deverá ser uma única formação. Plano de programas de refresh

será necessário. Deve ser encorajado à equipa que participa na solução em serem

tutores e mentores nos seus departamentos após a formação, dando também

feedback relativamente às próprias secções de formação.

Estes quatro princípios são referidos por Bernard Chester8, no conceito de ECM

(Enterprise Content Management).

8 Bernard Chester é um consultor da IMERGE Consulting, um conselheiro independente do ECM.

Frequente orador e autor de aplicações e integrações da tecnologia ECM.

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6.9.2 Falsa assumpção

A mais comum assumpção após a implementação do sistema é a da não necessidade das

existentes funções de manutenção efectuadas no sistema em papel. Este erro da omissão

é comum. De tempos em tempos, existia uma análise à documentação, por exemplo, a

verificação do correcto arquivo dos documentos. Agora que tudo é electrónico, é fácil

negligenciar estas tarefas (assumindo que essas tarefas deixam de ser necessárias). No

entanto, este tipo de tarefas continua a ser necessárias; a diferença é a passagem do

processo manual para o uso de ferramentas em computador. Esta transição permite uma

maior disponibilidade de tempo para a auditoria em vez da movimentação de caixas.

O segundo erro cometido é a omissão da implementação de procedimentos e

esquematização para uma correcção indexação. Se um documento é inserido

incorrectamente, a possibilidade de este se perder no sistema é grande. Ao ser colocado

numa outra pasta, utilizadores terão um conjunto de documentos incompleto, logo a

informação estará incompleta.

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7. Soluções

“When an IT system is implemented, the major focus is too often on the technology

rather than on the people involved. Change management, the art of helping people

adapt and accept new procedures, is crucial to any successful implementation.”

by Bernard Chester, 2004

A ideia da abolição do papel (físico) já não está tão longe quanto possa parecer, não só

por motivos ambientais mas também por outras razões quiçá mais financeiras. Algumas

entidades já adoptaram esta ideia, tais como entidades bancárias, que deixam de

disponibilizar o documento em papel, passando a colocar toda a documentação das

operações realizadas pela empresa na área do cliente (tais como notas de lançamento,

extractos, etc.), onde este, após notificação via mail poderá fazer download para a sua

máquina.

Este processo leva à redução significativa de custos, tais como:

• na aquisição de papel – liso e timbrado;

• em consumíveis necessários para o processo de impressão;

• na aquisição de hardware – como por exemplo impressoras;

• nos custos de envio dos documentos para os clientes – se tivermos em conta nas

possíveis dezenas.

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Figura 7.1 – Millennium BCP

O formato mais usado actualmente para este tipo de operação é o PDF.

O banco disponibiliza as seguintes principais vantagens:

• Arquivo fácil, em suporte digital – Computador, DVD, CD-ROM ou disquete.

• Consulta fácil, por data, quando quiser, de onde quiser.

• Rapidez, os documentos estarão disponíveis no dia seguinte a sua produção,

evitando-se o tempo de correio.

• Privacidade e Segurança, inibir o envio por correio, podendo consultar os

documentos, quando quiser, de onde quiser, com toda a privacidade e segurança.

Exemplo Extracto Combinado

Processo Papel Processo formato digital Produção do Extracto Último dia útil do mês Último dia útil do mês Impressão, envelopagem e envio pelo correio

Dia útil seguinte -

Distribuição pelo correio 3 dias úteis - Recepção pelo cliente Entre o dia 8/9 de cada mês Disponível no dia útil

seguinte Tabela 7.1 – Comparação entre processo papel e processo formato digital

Uma outra vantagem será a possibilidade de 2ª via, dado que caso seja pretendido 2ª via

em papel, esta acarreta custos (e também não é acessível de imediato).

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Soluções

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“O Portal na Internet do Millennium BCP passou a disponibilizar as operações

bancárias e as principais consultas em língua inglesa. Uma melhoria que interessa a

33.000 mil clientes de nacionalidade estrangeira (excepto de países de língua oficial

portuguesa e espanhol) registados no portal”

in Expresso, 21 de Agosto de 2004

Os utilizadores particulares do Portal Millennium BCP passaram a poder visualizar e

imprimir a imagem dos cheques dados a pagamento e descontados pelos beneficiários.

(…) Para já o serviço de visualização tem estado a ser ensaiado com sucesso junto dos

clientes empresariais. «Aderiram 2.500 clientes, mesmo sem termos feito qualquer

esforço promocional», sublinha Miguel Maya9.

Outra inovação do Portal Millennium BCP para particulares é a disponibilização das

principais consultas e operações bancárias em língua inglesa. «Tínhamos muitas

solicitações de clientes», justifica o director-geral do banco. (…) Com uma taxa de

adesão de 14% entre os particulares, o Internet banking do Millennium BCP já é

utilizado por 90% das grandes empresas clientes. (…) Por outro lado, passou a

integrar on-line o serviço de home banking com o Money, o software da Microsoft.

«Os clientes mais exigentes podem sincronizar saldos e informação de contas à ordem,

gestão de crédito e de portofólio», conclui Miguel Maya.

in Expresso, 21 de Agosto de 2004

Aqui temos o resultado de uma aposta realizada por esta instituição. A expansão

realizada prova a crescente procura por novas tecnologias que permitam uma

simplicidade e maior facilidade de controlo da gestão financeiras empresarial e

particular.

9 Director-Geral do Millennium BCP – Servibanca

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No segundo texto já se pode observar a interoperabilidade entre o home banking com

outras aplicações, onde já permite a sincronização de saldos e outras informações da

conta. Este factor é muito importante nas consolidações bancárias realizadas pelas

empresas. O cruzar de dados entre os lançamentos bancários contabilísticos e os registos

bancários permite uma automatização de um processo um tanto ao quanto enfadonho,

evitando algum erro humano. Embora não implique um controlo total, devido a algumas

operações específicas, torna a auditoria muito mais simplificada. Bastará imaginar os

movimentos bancários realizados por uma Sonae (pagamento a fornecedores e

funcionários, recebimentos, etc.).

Alguns dos produtos seguidamente apresentados servem de exemplo das soluções que

existem actualmente no mercado.

7.1 Microsoft SharePoint Portal Server Conforme referido no capitulo anterior, o SharePoint Portal Server (SPPS) é uma

solução de gestão de documentos eficiente. É um sistema que é suportado por uma base

de dados hierárquica que utiliza uma estrutura de folders (pastas) similar ao sistema de

ficheiros. Este repositório destina-se à gestão de documentos de qualquer formato da

Empresa.

A figura seguinte pode ilustrar a estrutura do produto SPPS:

Figura 7.2 – Estrutura do SharePoint Portal Server

As principais características do SPPS são as seguintes:

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• Workspace – É o nível mais alto na arquitectura documental do SPPS. É como

uma área de trabalho, uma colecção organizada de documentos, fontes de

conteúdo e componentes do SPPS.

• Dashboard Site – O produto SPPS inclui um website associado, possibilitando

um caminho alternativo para a gestão de documentos e pesquisa. O grande

benefício é que utilizadores que não possuam um Sistema Operativo compatível

com a Microsoft possam usufruir das vantagens do Portal.

• Categories – As categorias são uma estrutura para a visualização da informação;

consistentes, são um conjunto de valores que podem ser adicionados à metadata

dos documentos.

• Document Folders – As pastas dos documentos são utilizadas na organização

documental, sobretudo para os autores, e também para disponibilizar uma

plataforma para seguranças baseadas em papéis.

• Acessos – Permite criar diferentes acessos às diferentes pastas: leitores, autores e

coordenadores.

• Organização de documentos – Permite criar e organizar documentos.

• Publicação e Aprovação – Permite aprovar e publicar os documentos nas

diferentes pastas.

• Busca – Permite fazer buscas rápidas, através de pesquisa simples ou pesquisa

avançada utilizando propriedades do documento.

• Colaboração – Permite discussão e opinião sobre vários documentos entre

várias pessoas.

• Subscrições – Permite criar subscrições que nos avisam através de e-mail das

alterações ocorridas.

O SPPS permite catalogar os documentos, aplicando informação útil, tal como palavras-

chave aos mesmos, publicar os originais, gerir versões de documentos e entre outros,

possibilita a discussão de documentos.

No entanto existem outras tarefas que também têm implementado esta filosofia.

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7.2 Silva Silva é um completo browser baseado no CMS (Content Management System) para

criar publicações para a rede, papel e outros dispositivos. O conteúdo é armazenado

num formato limpo e protegido para o futuro, independente de layout e apresentação,

adequando para o uso em diversos contextos. Silva permite a utilizadores principiantes a

entrada de documentos bem como a edição de documentos já existentes, por uma

simples interface Web.

O seu funcionamento baseia-se na gravação do conteúdo em XML, trazendo algumas

vantagens importantes:

• O mesmo conteúdo poderá ser usado na Web, em papel, ou processador de texto.

A publicação Web de conteúdos é nativa no Silva dado que é baseado no Zope,

para além da possibilidade de exportar filtros para PDF e Microsoft Word, bem

como outras conforme os requisitos venham a surgir;

• O conteúdo esta pensado para o futuro, sendo possível o seu uso num novo

sistema ou apresentado de uma maneira diferente;

• A facilidade da estrutura do conteúdo facilita uma pesquisa e indexação

sofisticada.

Figura 7.3 – Silva

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Embora não seja requerida, Silva suporta a separação entre autores que podem criar

novo conteúdo e editores que aprovam a localização do conteúdo a ser publicado.

Permite também a delegação de responsabilidades de edição ou criação de secções de

publicação para outros. Assim, utilizadores podem ter uma maior abertura (evitando o

controlo feito por uma única pessoa), sem a perda do controlo editorial.

Para apoio no processo de publicação, Silva implementa um workflow onde múltiplas

versões do mesmo documento são guardadas ao mesmo tempo. Uma versão de um

documento em particular pode ser publicada, ao mesmo tempo que outra versão se

encontra a em edição.

Silva é bastante escalável, porque permite a integração de novos tipos de documentos

bem como outros tipos de objectos.

Figura 7.4 – Aspecto da ferramenta Silva

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Silva numa organização O website Silva elimina o engarrafamento e permite aos colaboradores uma criação on-

line fácil e segura do conteúdo pela organização.

As vantagens que o Silva apresenta são:

• Separa o conteúdo, gestão do site e design.

• Tem uma interface Web simples para edição e gestão da informação

• Permite aos autores submeter para revisão por um editor.

• Suporta versões de conteúdo.

• O público vê uma versão enquanto outra é actualizada.

Para além destas, o Silva também permite a atribuição segura de tarefas pela

organização (actua como uma delegação no sistema). Não só para grandes organizações,

bem como para pequenas e médias.

O conteúdo guardado em XML de forma transparente, podendo ser transformado numa

página Web, exportado para um documento Word ou em formato PDF. Os documentos

Microsoft Word podem ser importados, e convertidos novamente para XML.

A vantagem do Silva em relação ao SPPS é ser open-source.

7.3 IXOS

"Thanks to the migration from Arcis to IXOS Suite Document Management, we're now

using our workflow applications much more efficiently. Our users are more productive

because they now have access to electronic data and scanned documents directly. They

no longer have to switch back and forth between applications."

by Uwe Siller, IT Manager, Bitburger Brauerei

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A IXOS Document Management (DM) permite a migração do conteúdo e a metadata

associada para um repositório central, sendo possível aceder a este não só pela aplicação

como por outras aplicações.

Figura 7.5 – Estrutura do IXOS

A Gestão Documental cada vez mais é necessária para as organizações. O modo como

gerem os documentos tem um impacto directo no seu êxito. Muitas empresas não têm

uma estratégia sustentável para gerir informação não estruturada, como papel,

documentos Word ou Powerpoint, mail, páginas Web ou imagens digitalizadas.

A IXO permite a migração do conteúdo e a metadata associada para um repositório

central, sendo possível aceder a este, não só pela aplicação como por outras aplicações.

Outros workflows, por exemplo, são expeditos porque encomendas recebidas são

automaticamente digitalizadas e “linkados” em aplicações workflow ERP e entregues

aos respectivos colaboradores. Independentemente do workflow ser gerido num ERP,

CRM ou IXOS, os documentos podem ser obtidos por um computador autorizado ou

via Web, no contexto exacto do negócio, sem necessidade de aceder à aplicação

original.

Na figura abaixo mostra bem a relação entre IXOS e as ferramentas da Microsoft.

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Figura 7.6 – Estrutura do IXOS em parceria com ferramentas Microsoft

7.4 Netaminas O sistema Netaminas é um gestor dinâmico de conteúdos, desenvolvido tendo em

consideração as necessidades e os problemas com que se defrontam os sites de Internet

das empresas. Permite criar, gerir e actualizar qualquer site de forma dinâmica sem

necessidade de conhecimentos em programação ou base de dados.

Privilegiando a autonomia e controlo total de um site de Internet, permite aos

utilizadores alterarem todos os conteúdos e layout gráfico de qualquer página do seu site

de Internet de uma forma dinâmica, sem necessidade de recorrer a qualquer apoio

especializado.

É um gestor dinâmico e integrado de eMarketing, desenvolvido tendo em consideração

as necessidades e os problemas com que se defrontam as empresas no seu

relacionamento com os clientes. Permite disponibilizar serviços, criar e actualizar

conteúdos de forma dinâmica e integrada.

Privilegiando a autonomia e controlo total de um site de Internet ou portal de intranet,

permite alteração de todos os conteúdos e layout gráfico de qualquer página do seu site

de Internet de uma forma dinâmica, sem necessidade de recorrer a qualquer apoio

especializado. Pode ainda, como ferramenta de eMarketing explorar um conjunto de

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funcionalidades de gestão interna e externa contribuindo para uma uniformização da

informação dentro da empresa.

Permite também uma análise de resultados, quem visitou, o que viu, que percurso

efectuou, quanto tempo ficou. Toda a informação disponível e convenientemente

tratada, disponibilizada como indicadores de gestão.

Trata-se de uma solução ideal para empresas que procurem uma solução para a Internet,

garantindo o valor acrescentado a quem as visita:

• Autonomia total na manutenção do site de Internet e intranet.

• Diversas soluções para diferentes necessidades.

• Disponibiliza não só um site na Internet, mas também um conjunto de

ferramentas de apoio a quem o visita.

• Possibilita a análise e gestão de tráfego, assim como o registo dinâmico dos

percursos de visita.

• Integração com o sistema de gestão da empresa através do formato XML.

• Utilização de sistema de gestão de entidades para gestão interna, exploração

comercial ou de assistência técnica.

• Gestão automática de campanhas comerciais.

• Comércio electrónico.

• eLearning.

Sendo especialmente recomendado:

• Que reconheçam o potencial de Marketing que um site de Internet oferece;

• Desejem autonomia na sua manutenção;

• Que optem por oferecer um valor acrescentado aos seus clientes;

• Reconheçam o potencial do serviço a clientes interactivo

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8. Conclusão

Existe uma enorme quantidade de informação sobre a interoperabilidade, bem como

uma inúmera quantidade de produtos que neste momento podem satisfazer as

necessidades de uma empresa. Essa foi uma das maiores dificuldades na elaboração

deste relatório, o conseguir filtrar os inúmeros conceitos e ferramentas que existem. A

quantidade de soluções existentes no mercado torna a opção não tão certa e clara. Mas

também não se nota qualquer movimentação na implementação de novas soluções.

Não existe uma solução perfeita, existe sim diversas hipóteses, dependendo da

necessidade da empresa, dos custos que possa “dispensar” e que valha a pena. Podemos

sim, deixar um standard que poderá ser seguido. Para tal, podemos dividir em várias

partes a análise, desde as ferramentas standard de criação, edição e impressão de

documentos, e as ferramentas que geram todo este tipo de documentação. Uma coisa é

certa, para cada ferramenta com licença, existem duas livres.

Sendo assim, qual das ferramentas a utilizar? Qual a Office Suite10 a optar e qual a

ferramenta para a gestão documental?

Offices Suites Dependendo da utilização que, no dia-a-dia, cada empresa faz das várias aplicações do

Office, as suites existentes no mercado são uma opção a ponderar. Como diz o ditado,

não vale a pena «matar mosquitos com balas de canhão». Se as funções que mais se

utiliza no Word se relacionam com a criação de tabelas ou a edição de documentos

(definir o layout de páginas, alterar estilos e fontes, verificação ortográfica e

gramatical…), então as Suites existentes serão mais que suficientes.

10 Ver em anexo a análise realizada a algumas das Offices Suites existentes actualmente no mercado.

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Antes de escolher uma Suite alternativa de aplicações, será necessária a verificação da

compatibilidade entre as aplicações, ou seja, verificar se os vários programas são

compatíveis com o Microsoft Office, em particular o Word e o Excel, os mais comuns

entre os utilizadores. Será necessária também uma verificação ao nível de integração

entre as várias aplicações da Suite, condição essencial para que se possa importar e

cruzar informação produzida nos diferentes programas.

O software abunda, mas há que notar as tendências – quanto pode obter mediante uma

despesa mínima. Nunca esta questão esteve tão clara como no software grátis

disponível, como por exemplo OpenOffice.org, relegados para segundo plano nas suas

pequenas caixas. Vale sempre a pena arranjar tempo para procurar na Web aquilo que se

precisa, se possível sem ter de se pagar – por exemplo, será que o freeware PDF se

esforça o suficiente para podermos passar sem as funções (mais caras) do Abode

Acrobat? E a Microsoft?

Os contractos realizados com a Microsoft têm uma duração mínima de 3 anos, em que o

cliente fica vinculado num pagamento de uma anuidade. Após o término do contracto o

cliente deverá renova-lo (ou seja, por mais três anos). Caso não opte pela renovação do

contracto, este deverá proceder à remoção do software das respectivas máquinas. O

custo da anuidade terá uma variação mediante o número de máquinas em que pretende

instalar o software.

Se assumirmos como exemplo a instalação base em 100 máquinas de um Windows e

Office por computador, o custo poderá ser de cerca de 430 euros. Se considerarmos a

necessidade de um software para o servidor, deverá ser acrescentado cerca de 300 euros

na anuidade.

Produto Quant. Total

Server 1 300,00 €

Microsoft Windows 100 26.000,00 €

Microsoft Office 100 17.000,00 €

43.300,00 €

Tabela 8.1 – Exemplo Microsoft: custo de aquisição do produto

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Conclusão

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Conforme podemos observar, o custo anual deste contacto rondam um valor que poderá

ser facilmente economizado.

Com isto em mente, não surpreende que pacotes como o OpenOffice.org se aproximem

cada vez mais da rampa de lançamento. O facto de não possuírem funções tão

completas como os seus rivais não é tão relevante no caso de executar a sua função

principal, mesmo que o processo de desenvolvimento constante possa deixar algumas

funções chave por desenvolver até que alguém decida corrigi-las.

Coloca-se a questão de qual aplicação vingará? O OpenOffice.org ou irá manter-se o

Microsoft como líder incondicional no mercado? Antes de mais deveremos “olhar” para

o que nos rodeia e daí tirar elações.

A decisão na aquisição de um pacote de software encontra-se no mesmo pé que a

aquisição de genéricos. Opta-se pelo mais conhecido e não se dá qualquer tentativa a

um outro, mais barato e com o mesmo princípio.

Um dos maiores inimigos presentes para o sucesso do open-source será mesmo a

pirataria porque apesar de haver outros produtos (gratuitos), a tendência é sempre a de

arranjar uma cópia pirata do produto mais conhecido, o Office. Mesmo que nem se

chegue alguma vez a usar ou, quando usado, somente usa-se 5% da capacidade da

ferramenta.

A falta de divulgação é outro problema, mesmo em instituições académicas, o software

instituicionalizado é o Office, o que leva tendenciosamente a uma preferência. Tal como

na aquisição de hardware, onde o Windows continua a ser o software standard – mesmo

a tendência é sempre a de ter o mesmo sistema que o vizinho tem.

A influência comercial é outra das desvantagens sobre o software gratuito, dado que

não temos um vendedor porta-a-porta a “prometer mundos e fundos”, apesar de hoje em

dia existir uma assistência via Web o que coloca ao mesmo nível ambos os produtos.

Até mesmo a falsa associação entre o conceito de open-source e o shareware, pelo que

de certo muitas pessoas assumem que seja a mesma coisa.

O open-source teve quiçá um início idêntico à da instalação do Linux, donde as

complexas instalações colocaram entraves para a evolução.

O processo de adaptação a esta nova filosofia deverá ser tipo “top-bottom” e não ao

contrário, porque a tendência será do nível inferior adaptar-se ao seu nível superior.

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Deste modo, se a tendência para o open-source começar no nível superior, o nível

inferior irá adaptar-se. Mas como já foi referido anteriormente, isto implica a evolução

na mentalidade a longo prazo e talvez, com um bom marketing, seja possível a transição

numa fase em que surjam upgrades de elevado custo, o que levará a tender para o open-

source.

Presentemente a questão que nos seria colocada: “o que faria com o software adquirido

actualmente? E o investimento?”. Claro está que dar uma resposta do estilo colocar na

caixa um investimento caro e passar para um gratuito é como condenar um êxito logo à

partida. Este processo, como já foi referido, deverá ser levado com um bom marketing

como, por exemplo, eventos promocionais, oferta de embalagens atractivas (embora

disponível na Web), bem como outras medidas que promovam o êxito.

Este investimento deverá ser a médio e longo prazo, não só a nível privado, como

também público, com aposta em produtos gratuitos que levem a uma tendência para o

privado. Este investimento realizado pelas entidades públicas leva a uma redução nos

custos, podendo esse rendimento, ser aplicado em outras necessidades. Futuras

propostas podem levar a uma tendência para o software gratuito, dando até preferência.

No entanto, para ideologias “bonitas” contrapõem-se interesses financeiros que superam

o interesse económico. Tal como o nunca da evolução nas energias renováveis, que

parece não vingar contra os patrões do petróleo.

Gestão Documental

“Um número numa folha de papel é um beco sem saída; um número em forma digital é

o início de um raciocínio e de uma acção consequente”

by Bill Gates,

in «Negócios à Velocidade do Pensamento»

Das ferramentas apresentadas, todas são válidas e funcionais, estando somente a decisão

da aquisição inerente a alguns motivos referidos anteriormente. Também para estes

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Conclusão

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produtos, pode-se afirmar que existem ferramentas livres que podem muito bem

satisfazer as necessidades da empresa, tal como o Silva.

Estando o XML cada vez mais presente, torna-se cada vez mais acessível a

interoperabilidade.

Factor humano

"Aquele que não aplicar novos remédios deverá esperar novos males – pois o tempo é

o maior inovador"

by Francis Bacon (1561-1626)

O factor humano é muito importante para um possível êxito de aplicações sobre o

Office. As alternativas ao Office são diversas, sobressaindo de entre elas, o

OpenOffice.org, não só por ser gratuito (uma enorme vantagem) mas pelas enormes

potencialidades de interoperabilidade oferecida. No entanto, a paixão de nada serve sem

um acção. A elaboração deste relatório foi todo ele realizado no Microsoft Word, apesar

de terem sido instaladas diversas aplicações para processamento de texto, como

OpenOffice.org, AbiWord, etc.

Mas porque não foi feita essa transição? O que levou a não transição para outra

aplicação? A tendência foi sempre para o uso da aplicação que sempre respondeu às

necessidades. Aqui demonstra-se a já referida tendência para a expressão “sempre usei e

nunca deu problemas…”, conceito errado mas dará para compreender se a motivação de

um particular é fraca, a tendência empresarial é idêntica – visto uma empresa ser um

conjunto de elementos particulares a trabalhar para um mesmo objectivo.

A Microsoft motiva este Word dependência com a oferta do processador de texto,

disponibilizando-o de origem com o Windows.

Implementação Antes de qualquer implementação será necessário olhar para “o que nos rodeia” e

definir os objectivos a atingir. A área de negócio é muito importante para a decisão da

metodologia a implementar. Por exemplo, será necessária a implementação de um

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sistema EDI na I2S? Não sendo uma empresa de enorme “fluxo” documental, um Portal

cobrirá perfeitamente as necessidades.

Nem será de bom senso que se deite ao “lixo” as aplicações instaladas só porque

existem gratuitas. Estaria a ser colocada em causa o investimento feito, e acima de tudo,

colocar em causa um sistema que funciona. O processo de adaptação teria ser gradual,

com uma evolução lenta na transição para, por exemplo, o OpenOffice.org. A decisão

para a transição deveria ser planeada aproveitando momentos cruciais, tais como o

upgrade do Office. Nessa altura poderia ser feita a transição para o OpenOffice.org,

permitindo uma redução no investimento em aplicações Office. Até chegar essa fase,

deveriam ser promovidas algumas secções de motivação – nunca esquecendo o factor

humano. Coloca-se em causa o envolvimento de um grupo de programadores para

possíveis adaptações no software.

No entanto, a I2S dificilmente terá poder de mudança nos seus clientes. Seria

impensável que conseguisse mudar uma filosofia já implementada nas instituições.

Tendo em conta que poucas são as empresas que possui um poder de persuasão sobre os

seus clientes e fornecedores, seria inconsciente afirmar que a adaptação para uma

estrutura open-source seria fácil. Mas, assumindo que era conhecida a chegada de uns

anos de “vacas magras”, então seria possível algum movimento revolucionário para essa

possível transição.

As ferramentas encontram-se disponíveis na mesa, agora só falta lançar-se ao

trabalho.

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9. Glossário

DOM (Document Object Model)

Plataforma neutra e interface de voz que permite que os programas e scripts tenham

acesso dinâmico a documentos e que actualiza os respectivos conteúdos, estruturas e

formulários. Subsequentemente, os documentos podem ser tratados e, em seguida, os

resultados são acrescentados à página representada.

EAI (Enterprise Application Integration)

Software que permite a partilha inteligente e sem restrições de dados e processos de

negócio entre qualquer aplicação ou fonte de dados numa empresa;

ebXML

Acordo que permite que as empresas efectuem transacções comerciais através da

Internet, independentemente do seu local e dimensão. As empresas dispõem assim de

um método normalizado de enviarem mensagens entre si e de suportarem relações

comerciais, comunicação de dados, além da definição e registo de processos comerciais.

Middleware

Software que funciona como uma camada de tradução e que está entre uma aplicação

que reside num servidor e um grupo de clientes que querem aceder a essa aplicação.

Resumindo, o middleware permite aos utilizadores interagir entre si e com as aplicações

num ambiente de computação heterogéneo. O middleware também automatiza as

operações de negócios, unindo as operações back-end e front-end.

SOAP (Simple Object Access Protocol)

Descreve um modelo para o empacotamento de perguntas e respostas XML.O envio de

mensagens SOAP é utilizado para permitir o intercâmbio de uma variedade de

informações XML.A norma de SOAP assume a tarefa de transmitir pedidos e respostas

sobre serviços entre utilizadores e fornecedores de serviços.

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UDDI (Universal Description Discovery and Integration)

Especificação para um índice de todos os serviços disponíveis na Web, comparável a

uma lista telefónica global das “Páginas Amarelas”. A UDDI ajuda as empresas a

produzir descrições dos serviços que oferecem, a transmitir os pormenores ao registo e,

assim, a serem consideradas fornecedoras de serviços. Utilizando o método UDDI, os

utilizadores de Web Services podem enviar perguntas sob a forma de mensagens SOAP

ao ponto de registo central a fim de avaliar fornecedores de um determinado serviço.

WSDL (Web Services Description Language)

Linguagem XML utilizada pelas interfaces de serviços e pelos acordos de protocolos,

entre outros, para descrever o acesso a Web Services. O WSDL é independente da

linguagem subjacente para a implementação de serviços ou do modelo de componentes.

XML (Extensible Markup Language)

Tal como a HTML, a XML é também uma especificação para a formatação de

documentos da Web e de páginas da Web. Suporta a comunicação entre várias empresas

e aplicações. Apesar das diversas plataformas de sistemas operativos e dispositivos

finais, a lógica de acesso de dados e a lógica das aplicações não precisam de ser

alteradas.

XSL (Extensible Style-sheet Language)

Linguagem para a conversão e representação de documentos XML que também

transforma o código XML em código HTML. Além disso, filtra e classifica os dados

XML, podendo abordar várias partes de um documento XML. Os dados XML são

apresentados individualmente, por exemplo, com valores negativos indicados a

vermelho. Os dados XML suportados por XSL podem ser transmitidos a vários

dispositivos finais tais como ecrãs, impressoras ou telemóveis.

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10. Bibliografia/ Referências

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Introdução ao LaTeX

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XML: a nova Linguagem da Web

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Silva, Miguel Mira

Integração de Sistemas de Informação

FCA – Editora de Informática, 2003

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The XML Cover Pages: Extensible Markup Language (XML)

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Dougherty, Dale

There’s a Bright Future Beyond HTML

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Base de Conhecimento de Informática e Gestão www.tecnet.pt Bitpipe – IT Information: White Papers, Product Literature, Webcasts and Case Studies www.bitpipe.com SIGLAE – Siglas, Abreviaturas e Acrónimos em Educação www.giase.min-edu.pt/Sigla

whatis.com whatis.techtarget.com

Portal da I2S (interno)

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11. Índice Remissivo

E

EAI ........................................ iv, vi, 3, 72, 73, 74, 101

ebXML........................................... iv, 76, 77, 78, 101

ECM...................................................iv, 3, 71, 79, 80

EDI ........................................ iv, vi, 3, 74, 75, 77, 100

G

Gestão Documental .... iv, 3, 59, 60, 61, 62, 91, 95, 98

I

Interoperabilidade.....1, iii, v, vi, 1, 2, 3, 5, 6, 7, 9, 24,

35, 44, 51, 52, 55, 71, 73, 86, 95, 99, 119, 127,

139, 142

L

LaTeX .......... iii, 29, 33, 43, 44, 45, 46, 103, 117, 118

M

Microsoft Excel ...............................................v, 2, 25

Microsoft Word.. 2, 17, 21, 24, 33, 34, 46, 88, 90, 99,

114

P

Portal .......... v, vi, 64, 66, 67, 68, 69, 85, 87, 100, 104

S

SharePoint Portal Server ......iv, vi, viii, 67, 86, 87, 90

W

WebSphere ...................................................iii, 50, 52

Workflow ......... iv, 2, 3, 60, 62, 63, 64, 65, 89, 90, 91

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12. Anexos

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Anexos

105

12.1 I2S Pretendo agora revelar um pouco mais da organização que serviu de base para alguns

dos casos práticos apresentados ao longo do relatório – a I2S. Esta sigla I2S tem um

significado que pode passar despercebido a uma leitura menos atenta: a letra ‘I’

significa Informática, o ‘2’ ‘multiplica’ a letra ‘S’, significando respectivamente

Sistemas e Serviços.

A I2S dedica-se à instalação de sistemas e ao desenvolvimento de aplicações

informáticas na área dos seguros.

Breve historial Fundada em 1984 por cinco elementos do corpo docente do curso de Informática do

Instituto Superior de Engenharia do Porto, a I2S começou por ser uma empresa de

formação com o objectivo de vir a tornar-se posteriormente numa entidade oficial de

ensino superior na área das novas tecnologias e sistemas de informação.

Começou também, por desenvolver software genérico na área de gestão como a

contabilidade, a facturação, a gestão de stocks, entre outros.

Em 1989, a I2S aceitou a proposta da REAL Companhia de Seguros, S.A., que consistia

no desenvolvimento e na manutenção dum conjunto de soluções informáticas eficazes

de forma a responder às necessidades dos agentes de seguros.

Beneficiando do lançamento pela IBM do sistema informático AS/400, em 1988, a I2S

passou, quase sem concorrência, a liderar o mercado nacional de soluções informáticas

para a actividade seguradora.

Em 1996, devido ao alargamento dos negócios para o estrangeiro, esta empresa

procedeu a um aumento do capital social de 50.000 cts para 1.000.000 euros.

Missão Concepção, desenvolvimento e implementação de soluções informáticas de elevado

nível de integração e flexibilidade, para o mercado global de seguros.

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106

Direcções Estratégicas 1. Especialização por área de negócio (seguros);

2. Fornecimento de serviço global ao cliente;

3. Ligação com centros de formação e investigação;

4. Estrutura organizacional assente em projectos.

Tipo de Empresa Forma jurídica: Sociedade Anónima

Capital Social: 1.000.000 euros

Organização Interna De forma a identificar a organização da I2S, apresenta-se uma breve descrição das

funções dos diversos sectores da empresa (Tabela 2 1)

Sector Função

Administração Dirige e coordena todos os sectores de forma a atingir os

objectivos da empresa (exerce também as funções de

departamento dos recursos humanos).

Ramo Não Vida Desenvolve programas destinados à gestão da actividade

técnica de seguros do ramo não vida.

Ramo Vida e

Fundos Pensões

Desenvolve programas destinados à gestão da actividade

técnica de seguros do ramo vida e de gestão de fundos de

pensões em micro-computadores.

ADF/SIG Desenvolve programas que satisfazem as necessidades de

tratamento Administrativo/Financeiro de uma companhia

de seguros com um grande nível de integração entre si e

com toda a área técnica.

Mediadores Desenvolve programas destinados ao apoio de agentes

mediadores e corretores de seguros com eventual ligação

aos sistemas das companhias.

Comercial Promove novos produtos, negocia os contratos com os

clientes, averigua as necessidades dos clientes e adquire

os bens necessários ao desenvolvimento.

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Anexos

107

Sistemas Garante o bom funcionamento do hardware existente na

I2S e nos clientes.

Projectos

Especiais

Apoio técnico a todas as áreas, investiga soluções e

produz aplicações específicas para a resolução de

problemas pontuais.

Administrativo/

Secretariado

Executa as directivas definidas pela administração

nomeadamente pagamentos, facturação e recepção, e

todas as actividades inerentes ao dia-a-dia da empresa.

Projectos

E-Business

Desenvolvimento direccionadas a Web

I&D Inovações & Desenvolvimento, realizando investigações

e pesquisa de novas tecnologias

Tabela 12.1 – I2S: Sectores da Empresa

Mercado Especialização integral na actividade seguradora - dispõe de soluções para todos os

intervenientes do sector (Companhias de Seguros Vida, Não Vida, Agentes/Brockers)

Área Geográfica (Soluções instaladas e em instalação):

Europa

África

Brasil

Colaboradores Quadro com 110 colaboradores, na generalidade com formação superior e que

conjugam o domínio das tecnologias de informação com a experiência e o

conhecimento profundo da actividade seguradora.

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Anexos

109

12.2 Especificações de formatos de ficheiros Este anexo tem a intenção de apresentar algumas especificações dos formatos mais

conhecidos.

Extension: DOC

Program and/or Extension Function Company

Word Document Microsoft

Specific Notes

Different versions of Word may have slightly different initial file contents. Use TrID to determine the version of Word. Are you trying to access older Word or PowerPoint documents in Office 2003 and can't? The original Office 2003 will not open older documents that have Office 2000 Clip Art in them. Check the Microsoft site for a critical update that fixes this.

MIME Type File Classification Associated Links

application/msword application/doc appl/text application/vnd.msword application/vnd.ms-word application/winword application/word application/x-msw6 application/x-msword zz-application/zz-winassoc-doc

Identifying Characters

Hex: D0 CF 11 E0 A1 B1 1A E1

Program ID

Word.Document.6 Word.Document.8 WordDocument WordPad.Document.1

General Notes

(None)

• Free Microsoft Viewer • Jarte Word Processor

This is record 3405 last modified on 2004-08-29.

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110

System Extension Info

ProgramID FileType AppName EXEFile

602Text.Document 602Text Document 602Text 602Text.exe

CorelDRAW.Graphic.11 CorelDRAW 11.0 Graphic CorelDRAW(R) coreldrw.exe

Frigate3.view HTML Document Frigate3

soffice6.doc Microsoft Word Document OpenOffice.org 1.1.0

Word.Document.6 Microsoft Word 6.0 - 7.0 Document

Word.Document.6 Microsoft Word Document

Microsoft Word for Windows® 95

Word.Document.8 Microsoft Word Document Microsoft Office Word

Word.Document.8 Microsoft Word Document Microsoft Word WINWORD.EXE

Word.Document.8 Microsoft Word Document Microsoft Word for Windows WINWORD.EXE

Word.Document.8 Microsoft Word Document

Microsoft Word for Windows® 97

Word.Document.8 Microsoft Word Document

Microsoft Word Viewer for Windows® 97 wordview.exe

WordDocument Microsoft Word 2.0 Document

WordPad.Document.1 Wordpad Document Rights Management Add-on for Internet Explorer

WordPad.Document.1 Wordpad Document WordPad WORDPAD.EXE

wp10doc WordPerfect 10 Document WordPerfect(R) 10

MIME Type Info

ProgramName MIMEType

application/mswor2C sc2

application/octet-stream

application/wordperfect5.1

application/x-detective

application/x-pressleaf

application/x-soffice

text/plain

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Anexos

111

Extension: XLS

Program and/or Extension Function Company

Excel Worksheet Microsoft

Specific Notes

Program: EXCEL.EXE. Also used by the Excel Viewer: XLVIEW.EXE. Can be captured by the OpenOffice Suite.

MIME Type File Classification Associated Links

application/msexcel application/x-msexcel application/x-ms-excel application/vnd.ms-excel application/x-excel application/x-dos_ms_excel application/xls application/x-xls zz-application/zz-winassoc-xls

Spreadsheet

Identifying Characters

Hex: D0 CF 11 E0 A1 B1 1A E1 00

Program ID

Excel.Sheet.5 Excel.Sheet.8 soffice6.xls

General Notes

(None)

• Free Microsoft Viewer

This is record 13408 last modified on 2004-06-01. System Extension Info

ProgramID FileType AppName EXEFile

602Tab.Document 602Tab Document 602Tab Application 602Tab.exe

CorelDRAW.Graphic.11 CorelDRAW 11.0 Graphic CorelDRAW(R) coreldrw.exe

Frigate3.edit Write Document Frigate3

QuattroPro.Notebook Quattro Pro 10 Notebook

viewer.rmh.1 Microsoft Rights Managed HTML Document

Rights Management Add-on for Internet Explorer

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112

MIME Type Info

ProgramName MIMEType

application/octet-stream

application/x-excel5book

application/x-soffice

Extension: XML

Program and/or Extension Function Company

Extensible Markup Language File

Specific Notes

(None)

MIME Type File Classification Associated Links

text/xml application/xml application/x-xml

Identifying Characters

(None or Unknown)

Program ID

(None or Unknown)

General Notes

(None)

• XML Info Page

This is record 13428 last modified on 2004-06-23. System Extension Info

ProgramID FileType AppName EXEFile

FotoSlatePageDesigner.Document Untitled Document XMLEditor XMLEDI~1.EXE

Microsoft.XMLDSO XML Data Source Object

MozillaXML XML Document Mozilla MOZILLA.EXE

MozillaXML XML Document Netscape NETSCP.EXE

Opera.HTML HTML Document

Opera Internet Browser opera.exe

UltraEdit.xml XML Document

UltraEdit-32 Professional Text/Hex Editor

xmlfile XML Dreamweaver MX Dreamweaver.exe

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Anexos

113

Document

Xmlfile XML Document Internet Explorer iexplore.exe

Xmlfile XML Document

Microsoft Internet Explorer

Xmlfile XML Document XML Editor

MIME Type Info

ProgramName MIMEType

magnus-internal/xmlform

text/xml

text/x-pidl

widetext/xml

Extension: TEX

Program and/or Extension Function Company

LaTeX Source LaTeX3 Project

Specific Notes

LaTeX is based on Donald E. Knuth's TeX typesetting language. LaTeX was first developed in 1985 by Leslie Lamport, and is now being maintained and developed by the LaTeX3 Project. LaTeX is available free and can also be viewed and edited somewhat by emacs, which has been ported to MS Windows as well as UNIX versions and available at GNU.ORG.

MIME Type File Classification Associated Links

application/x-tex

Identifying Characters

(None or Unknown)

Program ID

(None or Unknown)

General Notes

(None)

• None

This is record 11965 last modified on 2003-03-15.

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114

Extension: TEX

Program and/or Extension Function Company

TeX

Specific Notes

Also see LaTeX entry.

MIME Type File Classification Associated Links

application/x-tex

Identifying Characters

(None or Unknown)

Program ID

(None or Unknown)

General Notes

(None)

• None

This is record 11968 last modified on 2003-03-15. MIME Type Info

ProgramName MIMEType

application/x-latex

application/x-tex

application/x-tex; application/x-latex; text/x-tex

text/anytext

text/plain

text/x-tex

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Anexos

115

12.3 XML

A evolução da tecnologia Web permite o acesso a informações de forma cada vez mais

interactiva e dinâmica. Da simples exibição de documentos estáticos, a Web passou a

suportar sistemas com grande quantidade de informações e diferentes plataformas.

Nesse contexto, eXtensible Markup Language (XML) surge como um poderosa

ferramenta para lidar com documentos dinâmicos na Web devido à sua característica de

fazer distinção entre conteúdo e dados. O XML pode ser usada como um formato

padrão para armazenamento de dados e/ou um formato intermédio para representar

qualquer fonte de informação disponibilizada a diversos dispositivos. XML pode ser

utilizada no desenvolvimento de aplicações da Web em diversas áreas.

A flexibilidade do XML provém da possibilidade de transportar qualquer tipo de dados,

mantendo-os estruturalmente coesos e inteligíveis, como binários através da estrutura

markup (<tag>value</tag>). Devido a esta estrutura, é também possível combinar num

mesmo documento, vários objectos com tipos de dados diferentes.

Para a visualização e interpretação de documentos em XML é, por vezes, necessário

utilizar a linguagem XSL e uma estrutura standard (DOM). É essencial para quem

pretende usar marcas nos documentos que disponibiliza na Web ou numa rede interna

(Intranet). É uma tecnologia única que, agrupa a descrição de um documento e o seu

conteúdo.

O XML foi desenvolvido pela organização World Wide Web Consortium’s (W3c)

visando promover interoperabilidade entre aplicações. O XML fornece significativo

avanço na forma como os dados são descritos e manipulados via aplicações Web através

do uso de um formato padrão simples e flexível.

Assim sendo, a XML foi definida com o objectivo de assegurar um estrutura de dados

uniforme e independente de aplicações e fabricantes, visando interoperabilidade. XML

oferece uma abordagem padrão para descrição, captura, processamento e publicação de

informação. XML concentra-se no conteúdo da informação e não na apresentação.

Folhas de estilo descrevem como os documentos são apresentados na Web, permitindo

diferentes visões do mesmo lado.

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116

Existem duas linguagens de especificação de estilo para documentos XML: Cascading

Style Sheet (CSS) e eXtensible Stylesheet Language (ESL). As ferramentas que definem

a descrição da estrutura do documento XML são Document Type Definition (DTD) e

XML Schemas. Elas oferecem a capacidade de diferentes aplicações em compartilhe os

mesmos dados.

Linguagem derivada do SGML O XML é um subconjunto do SGML, compreendendo todas as suas potencialidades,

designadamente a possibilidade de poder estruturar todo o tipo de dados. Por

conseguinte, cada documento estruturado em XML, segue as regras do SGML. Tal

como o SGML, é uma linguagem de Metadata, estruturada em etiquetas e em "markup",

recorrendo a DTD’s para definir a sua semântica.

O SGML formaliza a estrutura de um documento para obter a portabilidade do mesmo,

permitindo que um dado formato de um documento seja específico ao domínio em

questão. O SGML é muito poderoso, mas também muito complexo, o que o torna difícil

de utilizar. O objectivo da criação do XML, foi retirar o que havia de bom no SGML e

torna-lo o mais simples possível.

Relação do XML e HTML Tal como o HTML, o XML também utiliza etiquetas como <title> ou <body> e

atributos como "lang=en". Mas, enquanto que com o HTML é a própria linguagem que

especifica o que cada etiqueta e atributo especificam, o XML usa as etiquetas apenas

para delimitar blocos de dados e deixa a interpretação dos mesmos para a aplicação.

Assim, em função do contexto programático, um <p> que em HTML significa sempre

um novo parágrafo, pode em XML significar um preço, uma pessoa, ou o que nós

desejarmos.

Apesar de ser uma ferramenta fácil de usar e aprender, facto pelo qual se generalizou

bastante o seu uso, verificam-se algumas desvantagens na utilização do HTML que se

prendem com o facto de: os dados estarem dependentes da sua apresentação gráfica; não

nos fornecer conteúdo semântico e ter um número limitado de etiquetas.

O HTML especifica a formatação gráfica de um documento, enquanto que o XML

especifica a estrutura de dados. Com o XML, não existe limitação a etiquetas

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Anexos

117

predefinidas, podemos criar a nossa estrutura e definir uma interpretação para essa

estrutura, sempre disponível no nosso sistema informático.

O XML é uma tecnologia de conteúdos alternativa e também complementar ao HTML,

que vai provavelmente rivalizar mais com os formatos proprietários de armazenamento

de documentos, do que propriamente com o HTML. Por ser altamente adaptável aos

dados que pretende descrever, por facilitar a interacção entre aplicações e documentos, e

por produzir documentos auto-descritivos, a tecnologia XML tem condições para se

tornar num standard para a publicação, armazenamento e transferência de documentos

por via electrónica.

Relativamente ao HTML, o XML trás grandes vantagens na sua utilização. Para além da

possibilidade de definição de novas marcas e etiquetas à medida dos utilizadores e de

um maior controlo sobre a aplicação de formatações e da forma como estas aparecem

nos browsers, o utilizador do XML fica com a certeza de publicar os seus documentos

num formato standard (independente dos fabricantes de software), facilmente

interpretável por múltiplas aplicações e, em certa medida, auto-explicativo.

O XSL O XSL é uma linguagem de folhas de estilo. Um conjunto de instruções destinadas à

visualização. Divide-se em duas partes, uma para transformar o documento XML noutro

tipo de documento a outra para definir objectos de formatação para apresentação

gráfica:

• XSLT – linguagem de transformação

• XSLFO – linguagem de formatação de objectos

O XSL é especialmente conhecido através da sua linguagem de transformação XSLT. É

com este tipo de aplicação que o XSL está implementado nos browsers www utilizados

na Internet. O XSLT é uma linguagem XML que respeita as regras de bem formado e

válido. Define: uma transformação a aplicar a um documento XML; a transformação de

um documento original HTML válido e bem formado, de forma a respeitar as regras do

XML.

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118

documento

folha deestilos

documentode saída

processadorXSL

Figura 12.1 – Esquema do XSL

Os documentos XML são hierárquicos, o que quer dizer que podem ser vistos como

uma árvore onde cada nível possui vários elementos. O XSLT tem definido

transformações que podem abarcar um elemento, um ou vários níveis. A aplicação

XSLT percorre o documento, verificando para cada nível se existe uma transformação

associada. Caso exista ela é aplicada. A escolha dos elementos a transformar é feita

através de operadores de selecção e de pattern matching.

Noções básicas da estrutura do XML O XML oferece ao seu utilizador a possibilidade de definir as suas próprias marcas à

medida e conforme as suas necessidades. No entanto, há um conjunto de regras que têm

de ser seguidas de modo a ter como resultado um documento "bem formado", ou seja,

um documento que respeita integralmente as regras gramaticais definidas. Esta restrição

permite o processamento do XML de forma muito mais eficiente do que no HTML, a

simplificação do software de processamento e a representação de uma estrutura de

dados de forma inequívoca.

Um documento XML é composto por duas partes distintas:

• Cabeçalho <?xml version="1.0"> (facultativo)

• Árvore de elementos

Ex:

<marca>

...

conteúdo

...

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Anexos

119

</marca>

Para além destes, existem mais três géneros de informação:

• Declaração XML

• Instruções de processamento

• Declaração de tipo de documento (DTD)

Quanto à estrutura deve salientar-se que os documentos XML começam sempre pela

declaração do XML

<?xml version="1.0"?>

A seguir à declaração do XML vem a declaração do tipo de documento

<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.0//EN">

Só pode existir uma raiz por documento, esta tem que ter um nome único e deve possuir

um significado óbvio

<apresentação>

Os elementos são usados para definir o conteúdo do documento XML, podem conter

outros elementos, texto ou estar vazios

<aluno>

Os atributos definem propriedades sobre os elementos e não podem ser repetidos dentro

de um elemento

<dia data="10" assunto="O que é o XML?"/>

Existem uma série de entidades pré-definidas no XML, mas é possível criar as próprias

entidades.

Os comentários não podem aparecer dentro dos elementos e possuem a mesma sintaxe

do HTML

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120

<!- - isto é um comentário - ->

O XML é case-sensitive

<ELEMENTO> é diferente de <elemento>

Todos os atributos devem estar entre aspas

<apresentação título="xml"/>

Todos os elementos devem possuir uma etiqueta de início e de fim

<título>Estrutura do XML</título>

Todos os elementos devem estar contidos num elemento raiz que identifica o domínio.

Os elementos XML não podem começar por números, ou sinais de pontuação, embora

possam incluir números e os caracteres:

_

:

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Anexos

121

12.4 Offices Suites Este texto talvez seja considerado um pouco comercial mas de certa forma necessário

para a noção do que actualmente existe no mercado. A regra dos 80/20 – segundo a qual

80% dos utilizadores servem apenas de 20% das funcionalidades dos programas –

aplica-se bem às Office Suites. Estes pacotes integrados incluem, de um modo geral, as

aplicações essenciais para qualquer utilizador: um processador de texto, uma folha de

cálculo e um programa para criar apresentações. Hoje em dia, boa parte das suites inclui

ainda programas de desenho e de criação de bases de dados, bem como um cliente de e-

mail.

Existem no mercado várias alternativas ao Microsoft Office. Todas elas incluem, pelo

menos, um processador de texto do tipo Word e uma folha de cálculo semelhante ao

Excel. Algumas são completamente gratuitas e estão disponíveis para download na

Internet; outras podem ser adquiridas por uma fracção do preço do Microsoft Office.

As seguintes suites apresentadas são base de comparação para com o oponente

Microsoft Office. Este capítulo pretende expor algumas das suites que podem substituir

o Office, sem contudo ter qualquer perda, e de fácil “migração” para outra suite.

Office 2003 Com mais de 90% do mercado, o Microsoft Office é líder incontestado nas suites

Office. Word, Excel, Powerpoint, Outlook e Access são aplicações conhecidas e usadas

pela maioria dos utilizadores, ainda que boa parte destes tire partido apenas de uma

pequena percentagem das funcionalidades dos programas. A última versão do Office,

lançada em Outubro de 2003, inclui melhorias das aplicações e, mais importante,

suporte alargado para XML.

Figura 12.2 – Microsoft Office 2003

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122

Contudo, tudo isto tem o seu preço. A versão mais barata do Microsoft Office 2003

custa 223,66 euros (versão Profissional para estudantes, professores e escolas, em

português).

A seguinte tabela apresenta os valores das demais versões:

Versão Preço11

Profissional para estudantes, professores e escolas, em português 223,66 €

Standard (Word, Excel, Outlook, Powerpoint) 535,74 €

Small Business 588,46 €

Professional 653,79 €

Tabela 12.2 – Microsoft Office – versões e respectivos valores

Esta versão do Office destina-se a um público ainda mais elevado do que as edições

anteriores, em que a maioria das grandes novas alterações foi criada especialmente para

o sector empresarial – documentos baseados em XML, a firme protecção contra cópia

da gestão de direitos informáticos (Information Rights Management) e um conjunto de

funções de bloqueio interno que faz tudo menos exigir que o utilizador seja uma PME

para que o seu dinheiro valha a pena.

OpenOffice.org 1.1 O OpenOffice.org é um completo pacote aplicacional de produtividade

de escritório, que fornece um ambiente de trabalho semelhante a

outros pacotes de produtividade. O OpenOffice.org assume-se como

uma alternativa real e multi-plataforma a outras Offices Suites com

custo bastante significativo. Com o OpenOffice.org, a empresa nada

tem de pagar e, acima de tudo, utiliza um pacote de livre

produtividade, onde pode gravar os documentos em formato aberto, sem se preocupar

com licenciamentos ou compatibilidades.

11 Valores de Agosto de 2004.

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Anexos

123

Trabalha de forma completamente transparente, com uma grande variedade de formatos

de ficheiros, permitindo aos utilizadores que os troquem com colegas que usam outros

pacotes de produtividade, como o Microsoft Office e o StarOffice. É também multi-

plataforma, o que significa que pode-se usar o OpenOffice.org nativamente em Linux

(qualquer distribuição), Linux, Solaris, Windows (qualquer versão) e em Mac OS X,

tornando-o assim num pacote de produtividade ideal para uma migração de sistemas

operativos livres, com a particularidade de manter o formato de ficheiros original.

Com mais de 7,5 milhões de linhas de código, o OpenOffice.org é o resultado de mais

de 18 meses de trabalho colaborativo entre membros da comunidade OpenOffice.org,

que envolveu colaboradores da Sun MicroSystems, voluntários da CollabNet e

utilizadores finais, criando um pacote de produtividade de classe mundial, por muitos

considerado a “killer aplication” concorrente ao Microsoft Office.

Figura 12.3 – Visão do OpenOffice

Com mais de 15 anos de experiência e com o patrocínio da Sun MicroSystems, é escrito

em C++, com interfaces de programação de aplicações (API) documentados, licenciado

sobre LGPL (GNU Lesser GPL) e SISSL (Sun Industry Standards Source License). O

OpenOffice.org oferece conhecimentos ao programador, permitindo-lhe beneficiar do

código fonte. Como o formato de ficheiro é XML, a interoperabilidade está garantida,

possibilitando futuros desenvolvimentos sem problemas.

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O OpenOffice.org é apenas um pacote de aplicações, gratuitas e disponíveis para uso

geral, mas também uma comunidade de utilizadores e colaboradores. Com mais de 18

mil colaboradores, esta é uma das maiores comunidades de software livre do mundo.

O projecto português, lançado há mais de dois anos, acompanha o desenvolvimento do

OpenOffice.org de perto, colabora em iniciativas e desenvolve a manutenção do

OpenOffice.org em Português padrão, em estreita colaboração com o grupo brasileiro.

Também garante apoio aos utilizadores portugueses, e em parceria com empresas

privadas, patrocina um fórum de ajuda, um sistema de relatório de problemas e cria e

aloja novos projectos portugueses relativos a este pacote aplicacional de produtividade.

O Dicionário de Sinónimos é o mais recente projecto, estando já em plena actividade o

projecto de Marketing, Localização e Dicionário. Mais de 100 elementos participam

activamente no OpenOffice.org, suportando diariamente o seu próprio programa de

produtividade de escritório.

O OpenOffice.org é mais do que apenas uma colecção de excelentes ferramentas.

Contrariamente ao que se passou com a concorrência, este pacote não foi criado como

um conjunto de programas, mas desenhado como uma peça apenas, funcionando

enquanto um todo. Todas as aplicações possuem um aspecto semelhante e um interface

extremamente simples de usar, com o intuito de “aprender uma vez e usar em todo o

lado”. Como o Navegador e o Editor de Estilos partilham o mesmo dicionário e

idênticas opções, ao alterar-se uma aplicação, essa mesma alteração será válida para

outra. A informação pode ser transferida com facilidade entre aplicações. Gravam os

dados no mesmo formato, padronizado internacionalmente, o XML, com gravações

frequentes do seu trabalho para que não perca dados essenciais.

Esta última versão possui ainda a habilidade de gravar documentos de texto

directamente em formato PDF, ou uma apresentação em formato Flash, entre outros

melhoramentos. Finalmente, podem ser lançadas sobre o sistema livre e gratuito

GNU/Linux – não existem asteriscos ou cláusulas especiais. A versão portuguesa foi

lançada no mês de Março.

O OpenOffice.org oferece o melhor de dois mundos: facilidade e produtividade num

pacote profissional livre e gratuito.

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Anexos

125

EasyOffice 6 O EasyOffice, desenvolvido por uma empresa do Canadá, é uma das

mais completas suites de aplicações. Está disponível em português

(Brasil). Além dos programas habituais, inclui muitos outros, como

sejam:

• o EasyContactManager (gestor de contactos, integrado com o

processador de texto),

• o EasyDataBase (criação de base de dados) e

• o DataBaseServer (servidor de base de dados).

Tem também ferramentas de backup, de compressão de ficheiros (o EasyZip),

aplicações para gerar códigos de barras e criar páginas Web. Tudo isto além dos úteis

dicionários, calendário, calculadora, etc.

602PC Suite O 602PC Suite, actualmente na versão 4.0, é uma das mais conhecidas alternativas ao

Microsoft Office. É compatível com o Word, dado que utiliza o formato [.doc] e abre

ficheiros [.txt], [.rtf] e [.html]. De igual modo, é compatível com o Excel (utiliza o

formato [.xlt], [.cvs] e [.dbf]). Além disso, inclui uma aplicação para organizar, editar e

imprimir fotos digitais, bem como uma outra de edição de imagem.

GoBeProductive 3 O GoBeProductive não é uma suite de aplicações propriamente dita, pois não se trata de

um conjunto de programas integrados num único pacote. É, na verdade, um único

programa: no menu de entrada, o utilizador pode escolher cinco tipos de documentos,

dispondo de ferramentas próprias para cada tipo.

ThinkFree Office 2.1 Construída em Java, esta é uma suite office bem conhecida, que inclui aplicações

essenciais a qualquer utilizador. Permite abrir, editar e gravar documentos directamente

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nos formatos Office correspondentes ([.doc], [.xls] e [.ppt]) e é compatível com sistemas

Windows e Macintosh. Suporta a partilha de ficheiros via Internet.

StarOffice 7 O StarOffice tem já alguns utilizadores de peso, como o Departamento

de Defesa dos EUA ou as Juntas de Extremadura e Andaluzia. Em

Portugal, a Sun e a UMIC (Unidade de Missão Inovação e

Conhecimento) estabeleceram um acordo no sentido de disponibilizar

o StarOffice a custo zero aos estudantes que aderem à campanha e-U Campus Virtuais.

O StarOffice, cujos documentos nativos são baseados em XML, é totalmente

compatível com o Microsoft Office. A suite já foi gratuita mas, há mais de uma ano

atrás passou a cobrar pelo pacote. Para empresas, o valor depende do volume de

licenças. Para professores e estudantes, o pacote é gratuito (pagam apenas o custo do

CD-ROM e da distribuição).

Ability Office 2002 O Ability Office é, de longe, o menos conhecido dos concorrentes

apresentados. Embora tecnicamente ofereça muitas mais ferramentas

que quaisquer programas, as escolhas reais são algo curiosas. Para

além da combinação de um processador de texto e de uma folha de

cálculo normal, também tem um programa de desenho baseado em

vectores, uma alternativa para fotografias e ainda uma base de dados.

Nenhum outro programa, nem mesmo o Microsoft Office, cobre todas estas bases. É

claro que o preço a pagar por isto tudo também é duplo. O Draw em particular sofre

com isto – seria indigno queixar-se da sua inclusão, mas na prática não passa de um

Microsoft Paint vectorial. No seguimento do Excel e do Access, este pacote possui o

Database e o Spreadsheet, que possuem apenas um conjunto de assistentes básicos e

muito pouco tempo para ajudas. Mais crucialmente, não há uma oferta equivalente ao

Powerpoint, o que torna o produto ainda menos atraente para um ambiente de escritório.

Nem será preciso referir que as funções de trabalho de equipa e de Internet podem desde

já ser eliminadas.

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Anexos

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Embora estes problemas não sejam dramáticos, existem alguns pontos que temos de ter

em conta. Nas aplicações principais o processador de texto é, simplesmente, um

processador de texto e, neste campo, a oferta do Ability não é má. Para além das várias

ferramentas de dactilografia, possui uma gama de funções de bónus extra tais como o

sistema WriteFX, que visa abrilhantar os cabeçalhos com barras e texturas

personalizadas, e um efeito drop-shadow capaz de dar o efeito de um filtro de brilho. É

claro que nenhuns dos resultados que poderemos obter serão impressionantes. A

merecer algum destaque está o Photopaint que, ironicamente, demonstra ser a surpresa

mais agradável do conjunto. Embora não dê luta ao Paint Shop Pro nem ao Photoshop, é

um editor de imagem surpreendentemente poderoso, com uma vasta gama de pincéis,

padrões e texturas que poderá ser experimentado. Terá, inclusive, a capacidade de

carregar filtros externos do Photoshop para obter efeitos mais impressionantes. Pintar é

extremamente simples, e seria possível criar resultados impressionantes de alta

qualidade usando apenas este programa. De volta ao conjunto principal, o Ability Office

é capaz de importar e exportar ficheiros para os formatos tradicionais da Microsoft. Esta

é uma funcionalidade sempre bem-vinda (e pretendida) para quem quer enviar

documentos para outras pessoas. Fica-se altamente relutante se tudo irá funcionar

correctamente, na situação inversa.

Apesar disto, a emoção que o Ability provoca é: frustação. Não funciona tão bem como

muitos dos seus rivais, mas também não é assim tão mau que se tenha de deitar fora em

prol de outros. Muitos sistemas informáticos vêm com ele instalado, em vez do

tradicional Microsoft Works. Por oposição ao OpenOffice.org gratuito, o resultado é

menos claro. Mais funções não levam necessariamente a que este possa ser considerado

um programa mais completo e, em termos de facilidade de uso, o Ability Office não se

compara à flexibilidade oferecida pelo WorPerfect.

Works 8.0 Uma das melhores alternativas ao Microsoft Office vem da própria

Microsoft. O Works, agora na versão 8, uma versão “light” do

Office. Inclui processador de texto, folha de cálculo, base de dados

e calendário. A nova versão do Works inclui novos modelos de

documento criados por profissionais e uma nova ferramenta para

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organizar objectos.

Para fortalecer este produto, a Microsoft disponibiliza o Microsoft Works Suite 2004,

sendo este na realidade o Office para utilizador doméstico. Obtém-se a parte mais

importante do conjunto de programas ascendente no Word, que é ideal para qualquer

tarefa – desde a publicação básica no desktop até à simples escrita de cartas, em paralelo

com alguns dos pacotes mais úteis disponíveis para PC. Esses pacotes são:

• Encarta 2004 – o pacote mais famoso, uma enciclopédia electrónica com mais

de 38000 artigos para visualização;

• Money 2004 – aplicação financeira pessoal;

• Streets and Trips 2004 – um planeador de percursos;

• PictureIt – editor de imagem.

No entanto, sendo estes referidos pacotes mais tendentes para a utilização doméstica,

será assumido o Works 8.0.

KOffice 1.3 A suite KOffice é destinada a ambientes KDE (K Desktop

Environment), uma interface gráfica para sistemas Linux e Unix. O

KOffice vem com tantas distribuições do Linux que, se estiver em

posição de o usar, basta apenas usar um dos discos de instalação

outra vez na drive e instalá-lo. Como recompensa pelo seu esforço,

terá um processador de texto (KWord), uma folha de cálculo

(KSpread) e um substituto para Powerpoint (KPresenter), com os outros elementos do

conjunto disponíveis gratuitamente no site site oficial.

Estes incluem o KLivio para fluxogramas e gráficos de gestão e a aplicação de desenho

vectorial Karbon14, o gerador de relatórios empresarias Kugar, o utilitário de gráficos

Kchart, o conector de bases de dados Kexi e o editor de fórmulas KFormula. Preparado

para um lançamento futuro está o editor de imagem Krita, que pretende ser uma

alternativa fácil de usar ao GIMP e outros editores mais avançados. Não é necessário

dizer que é muita funcionalidade por dinheiro nenhum. Como muitos projectos de open-

source, o KOffice é muito funcional, ainda que isto não signifique completo. Em

particular, embora possa ler texto de ficheiros com formatos Microsoft, elementos mais

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Anexos

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avançados como cabeçalhos normalmente não aparecem. Mais ainda, o programa não

consegue exportar para esses formatos, restringindo-o a formas mais básicas como RTF,

sempre que precisa de partilhar os documentos. Embora tal não seja um problema no

uso pessoal, e qualquer distribuição de Linux oferece pelo menos um modo simples de

exportar os documentos para o formato universal PDF, isto diminui radicalmente a

utilidade que o KOffice pode ter no mundo empresarial. A diferença entre os dois

programas de open-source é bastante clara. O OpenOffice.org pretende substituir o

software que já se tenha na máquina, enquanto o KOffice quer dar o que precisa já à

partida.

A maior parte das posições já estão preenchidas por outros programas, quer por

conjuntos completos, como o StarOffice, ou por software mais específico, como é o

caso do já mencionado The GIMP. Os novos utilizadores nada têm a perder em

agarrarem um dos conjuntos mais completos de open-source no mercado.

Nem que seja pelo simples facto de, assim que tiver o conjunto completo no

computador, se tornar muito mais fácil passar para software mais avançado. É claro que,

se isto nunca acontecer, terá o que precisa sem ter gasto um cêntimo. O KOffice é uma

daquelas opções com o qual se sai sempre a ganhar.

Corel WordPerfect Office 11 Quando se olha para estes conjuntos de software, há sempre uma coisa que salta à vista:

são todos muito parecidos. Oferecem mais ou menos as mesmas funções essenciais,

numa forma imediatamente reconhecível, com poucos acréscimos pessoais. O

WordPerfect não é diferente neste aspecto, mas pode dizer-se que oferece a maior parte

das funcionalidades habituais já há bastante tempo – as vantagens de se ser um software

estabelecido no mercado. É claro que isto não é sinónimo de qualidade. No caso do

WordPerfect, as opções começam com a caixa de Prompt As You Go. O filtro de erros

de Prompt As You Go conseguem oferecer a mais completa variedade de termos para

uma palavra que jamais encontrará. No entanto, não é de admirar se, na extensa lista de

alternativas que o programa oferece, não encontrar a expressão que se procura.

No pacote estão, basicamente, os programas suspeitos do costume – o WordPerfect trata

dos documentos e das apresentações, passando os deveres de folha de cálculo para o

Quattro Pro. Não há muitos pontos negativos a apontar ao processamento de texto do

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WordPerfect. Para além do processamento de texto simples, a capacidade de pré-

visualizar o efeito que a alteração do tipo de letra numa selecção pode causar no

documento, pode revelar-se bastante útil. Neste contexto temos ainda o acesso, através

do botão direito do rato, a drop caps e linhas horizontais. Tristemente, nem tudo é assim

tão simples – é o caso da exportação intoleravelmente lenta para PDF. Depois de meses

com o OpenOffice.org a exportar documentos de Acrobat através de um “click” rápido,

é impossível regressar às barras de progresso.

Quando vamos ao Quatro Pro encontra-se, no entanto, uma das melhores funções do

WordPerfect. Um exmplo muito simples: pode-se carregar os templates disponíveis e

preenchê-los imediatamente com amostras de dados. Também importante, poderá ser a

remoção de tudo isto apenas com um simples clique. Estes templates são especialmente

bons na secção de apresentações. Embora não seja mais difícil de usar que o

Powerpoint, o facto de ter um sistema baseado em tarefas torna consideravelmente mais

fácil as transições de sons e links de clipart, uma vez que não se terá de andar à procura

da opção que se precisa. Pode-se simplesmente importar um objecto vectorial e depois

procurar nos ecrãs Add Special Effects a opção que se deseja, sejam transições,

animações efeito bizarros de distorção e até texto 2D rudimentar, completo com

iluminação e mapas de textura. Será interessante observar que muitos destes efeitos

podem ser usados uns com os outros, permitindo definir alguns efeitos bem bizarros

para os documentos.

No geral, o WordPerfect é um concorrente muito sólido, especialmente para utilizadores

menos experientes que necessitem de mais ajuda do que aquela fornecida com outros

programas. Para utilizadores mais avançados, há poucas razões para escolher este

conjunto e não outro. Vale, porém, a pena lembrar que apenas alguns efeitos menores

impedem de ser um conjunto de Office tão bom como qualquer outro que se encontre

nas prateleiras. Isto, claro, se conseguir convencer a Corel a vender uma cópia.

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Anexos

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Tabela comparativa de Offices Suites

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Anexos

133

12.5 Normas

Seguem-se algumas das instituições que regem as normas para que seja atingida a

normalização.

W3c O World Wide Web Consortium (W3c), é um órgão internacional que define os padrões

das linguagens que são usadas na Internet, linguagens como, HTML, XML, etc. O W3c

é composto de profissionais altamente qualificados, incluindo o próprio Tim-bernes

Lee12, que trabalham em conjunto na definição e aperfeiçoamento das linguagens Web.

Estas linguagens, são pensadas cuidadosamente para garantir maiores benefícios ao

maior número possível de utilizadores (utilizadores de carne e osso, ou não) da Web,

assegurando ao mesmo tempo que a viabilidade a longo prazo de qualquer documento

que seja publicado na Web seja garantida.

O W3c é um fórum de informação, comércio, comunicação e compreensão colectivas,

tem como membros cerca de 450 organizações por todo o mundo e tem ganho

reconhecimento internacional pelas suas contribuições no crescimento da Web.

Quando finaliza a regulamentação e padronização de uma determinada linguagem, um

documento oficial detalhando o padrão é publicado (e distribuído) para os produtores de

software. A implementação desta linguagem deve então seguir a documentação oficial

escrita pelos membros.

Desta forma, os profissionais de Web podem trabalhar com uma única sintaxe para cada

linguagem, um padrão único, sabendo que este será compatível com softwares

desenvolvidos por várias empresas.

A universalidade da Web é mantida graças ao empenho do W3c em deixar a rede

independente e aberta.

12 O inventor da Web

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Isto, pelo menos, é o que deveria acontecer... Durante um certo tempo, algumas

empresas (fabricantes de Web browsers) foram-se distanciando do trabalho de

padronização realizado pelo W3c. Mas, felizmente, com a introdução no mercado de

novos browsers, melhores e mais atraentes, o cenário actual do mundo de

desenvolvimento Web tende a mudar bastante.

Podem-se resumir os padrões recomendados pelo W3c:

• Garantir benefícios significativos ao maior número de utilizadores da Internet.

• Garantir a viabilidade em longo prazo de qualquer documento na Internet.

• Simplificar os códigos e baixar os custos de produção.

• Tornar os sites acessíveis a mais utilizadores e a mais dispositivos capazes de

aceder a Internet.

• Garantir que os documentos continuem a funcionar correctamente a medida em

que os navegadores evoluam e a medida em que novos dispositivos cheguem ao

mercado.

Sendo assim, o objectivo da W3c resume-se nos seguintes tópicos:

• Acesso universal – W3c define a Web como um universo de informação

acedido por rede (disponível por computador, telefone, televisão, etc.).

Actualmente este universo beneficia a sociedade ao disponibilizar novas formas

de comunicação e oportunidades na partilha do conhecimento. Um dos

principais objectivos da W3c é a disponibilidade desses benefícios a todo o

mundo, independentemente do hardware, software, infra-estruturas, língua,

cultura, localização geográfica, da capacidade física ou mental.

• Semântica Web – Actualmente existe uma partilha do conhecimento pela Web

numa linguagem acessível a outra pessoa. com Semântica Web será possível

expressarmo-nos em termos que os nossos computadores possam interpretar e

trocar. Com isto, é possível a resolução de problemas que consideremos

tediosos, para ajudar em encontrar de forma rápida o que procuramos:

informação médica, uma critica cinematográfica, a encomenda de um livro, etc.

As linguagem RDF, XML, XML Schema, e o XML são a base da semântica

Web.

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Anexos

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• Confiança – A Web é um meio colaborativo, não como uma leitura de uma

revista. De facto, o primeiro Web browser foi também um editor. Para promover

um ambiente mais colaborativo, tem de ser criada uma “confiança na Web” que

ofereça confidencialidade, inspira confiança, e torna possível para que as

pessoas tenham essa responsabilidade com o que publicação na Web.

• Interoperabilidade – Vinte anos atrás as pessoas compravam software que

somente trabalhava com outro software do mesmo vendedor. Hoje, as pessoas

têm mais liberdade na escolha e esperam, correctamente, que os componentes de

software sejam intercambiavel. Também esperam que seja capaz de visualizar

conteúdo Web com o seu software preferido. W3c, uma organização neutra,

promove a interoperabilidade ao desenhar e promover uma linguagem de

computador aberta (não-proprietaria) e protocolos que evitam a fragmentação no

mercado como em tempos. Isto é arquivado por um consenso industrial e

encorajada a abertura de um fórum de discussão.

• Envolvimento – a W3c aponta para uma excelência técnica mas está ciente que

o que sabe e precisa hoje poderá ser insuficiente para resolver problemas

futuros. Para tal, existe um esforço na construção de uma Web que possa

envolver-se numa Web melhor, sem prejudicar o que actualmente funciona. A

simplicidade, modularidade, compatibilidade e extensibilidade guiam os seus

desígnios.

• Descentralização – Descentralização é um dos princípios dos modernos

sistemas distribuídos, inclusive sociedades. Num sistema centralizado, cada

mensagem ou acção tem de passar por uma autoridade central, causando

“engarrafamento” quando o tráfego aumenta.

• Multimédia – A W3c não limita a criatividade. Pela sua comunidade, W3c

escuta os utilizadores e trabalha no sentido da criação de uma framework para o

desenvolvimento de uma Cooler Web com linguagens como a Scalable Vector

Graphics (SVG) e a Synchronized Multimédia Integration Language (SMIL).

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Oasis

“A common set of file formats has the potential to be the most meaningful advancement

for free software on the desktop.”

by Marco Fioretti, 2004

A integração de um desktop começa com documentos, não com qualquer toolkit ou

pacote de aplicações. Se os ficheiros podem ser lidos e escritos por qualquer aplicação,

os utilizadores podem comunicar e trabalhar em conjunto, logo interagem. Nesta óptica,

o formato XML da OASIS para documentos office tem o potencial para ser um dos

avanços mais significantes em computação gratuita.

OASIS (Organization for the Advancement of Structured Information Standards)

antigamente designado de SGML Open, este consórcio sem fins lucrativos que inclui

companhias como a IBM, Sun e Boeing, via a criação de um padrão aberto para quase

qualquer tipo de informação estruturada. Neste documento, será referido o formato

baseado no XML, comum a todos os tipos de ficheiros usados num escritório – texto,

folha de cálculo, apresentações e outros.

O esforço na promoção deste tipo de formato de ficheiro, ao contrário de uma

especificação de desktop, aplicações ou do próprio Kernel do Linux, não podem ser

menosprezado. Um formato livre é tão importante quanto um software livre. Somente

com ambos e com uma estrutura interna que o XML oferece, permite a transacção com

novos ou diferentes programas sem a necessidade de qualquer conversão. Permite uma

directa actualização, indexação análise e troca entre grupos e servidores heterogéneos –

como serviços Web sem hiper links. Os dados começarão a pertencer aos utilizadores

finais.

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Anexos

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Figura 12.4 – OpenOffice.org: conversão para diversos tipos de formatos

O Comité Técnico da OASIS Office teve a sua primeira reunião em Fevereiro de 2003.

O voto para a aprovação do formato de ficheiro oficial deveria ter sido um ano após, em

Fevereiro de 2004. Depois da aprovação, avançar-se-á para a 2ª fase. O seu principal

objectivo será em estender a especificação base para outras áreas de aplicação. O

objectivo principal será a mudança para um modelo de documento, independente e

disponível para qualquer aplicação, indiferente à sua licença. Este Comité está

determinado em deixar o assumir que cada ficheiro tem que estar associado a uma

aplicação específica.

Algumas instituições públicas já começam a pensar do mesmo modo. Uma agência

sueca da Administração Pública afirma: “(Nós) devemos seguir e se possível trabalhar

em conjunto com a OASIS. Um formato de ficheiro aberto é de extrema importância e

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de aumento da interoperabilidade”13. Ao nível da União Europeia, o IDA (Interchange

of Data Between Administration) decidiu em 2003 levar a cabo um trabalho de

investigação de formatos de documentos abertos e em como as administrações públicas

poderiam persuadir os comerciais de software em os apoiar.

Qual é o seu aspecto?

A standardização está conforme o padrão geral definido pela W3C para a tecnologia do

XML e cobre quaisquer aspectos de uso do documento. A interacção com o utilizador, é

descrita num template XML Schema, que funciona como uma API tradicional. Mesmo

estes, porém, são independentes de uma única aplicação.

Um formato de texto pode ser maior e mais ineficiente em comparação com um formato

livre mas binário. Até mesmo quando a performance é notada, os benefícios obtidos são

importantes para se desistir. Em si mesmo, um ficheiro OASIS Office (seja texto, folha

de cálculo ou apresentação) é um ficheiro compactado: o formato de compressão

escolhido é um compromisso de eficiência, rapidez de acesso às partes internas e licença

de algoritmo. Descompactado, encontramos cinco tipos de ficheiros:

• style.xml – apresentação e formatação;

• contents.xml – conteúdo actual;

• settings.xml – settings da aplicação, como o nível de zoom e a impressora;

• meta.xml – linguagem e uncoding metadata

• manifest.xml – uma explicação do que são todos os outros ficheiros e o

respectivo path

Outros componentes (cada um numa pasta pré-definida, para que o anti-vírus tenham

maior facilidade na pesquisa) podem ser macros, diálogos e objectos, tal como tabelas

ou fórmulas.

Dado que a standardização impõe que todos as partes estejam dentro de um ficheiro

compactado, nenhum informação será perdida: conteúdo, layout e tudo o resto andam

13 www.openoffice.org/servlets/ReadMsg?msgId=585772&listName=discuss

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Anexos

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juntos. Ao contrário de algumas ofertas de uso no mesmo espaço, não existe restrição

no uso da aplicação a utilizar.

E o utilizador final?

O design e a implementação estão bem, mas o utilizador final necessita de alguma

aplicação para usar. O que está disponível? Absoluta e completa compatibilidade é

possível somente com software “construído do nada” ou por software que tenha sido

alterado para conseguir isso. De um modo geral, programas existentes e os seus

programadores podem ter de assumir um compromisso entre o standard e o conceito

actual da estrutura perfeita do documento perfeito. Por exemplo, margens são uma

secção ou propriedade de uma página em algumas aplicações enquanto que em outras é

uma propriedade de um parágrafo.

Dito isto, os utilizadores do OpenOffice.org terão a sua vida facilitada; o standard da

OASIS foi construído e é quase idêntico aos formatos OO actuais. AbiWord tem filtros

de importação/exportação menos avançados, mas não se encontram a funcionar a 100%,

sendo todos os contributos bem-vindos. Esta aplicação também oferece aos utilizadores

a opção de usar o OO como formato de ficheiro default. O plano da KOffice, após

melhoramentos na versão 1.3, será começar a transição para o formato standard da

OASIS, passando a ser o formato nativo em lançamentos futuros. David Faure14 prevê

que não haja qualquer obstáculo para a transição.

14 Um dos fundadores da KOffice e sócio do Comité Técnico da OASIS

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Figura 12.5 – KOffice: já se encontra preparado para o OASIS

SIAG oferece algum apoio na leitura de ficheiros de texto e de folhas de cálculo para

aplicações externas, mas nada existe disponibilizado para a escrita. Emacs certamente

irá propor, mais cedo ou mais tarde, o seu próprio OASIS, e a WordPerfect também

representa oficialmente o Comité Técnico. Em resumo, as coisas parecem bem

encaminhadas. Já existe uma escolha, e a única coisa deixada por fazer é o fixar pela

OASIS de um formato de gravação default e recusar a recepção ou envio de ficheiros

em formatos proprietários.

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