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INTERPRETAÇÃO TEXTUAL 1 Diferencialensino.com.br INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Prof. Ricardo Pereira

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INTERPRETAÇÃO

DE TEXTO

Prof. Ricardo Pereira

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COMUNICAÇÃO

Comunicação é uma palavra derivada do termo latino "communicare", que significa "partilhar, participar

algo, tornar comum". Por meio da comunicação, os seres humanos e os animais partilham diferentes

informações, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade.

Desde o princípio dos tempos, a comunicação foi de importância vital, sendo uma ferramenta de integração, instrução,

de troca mútua e de desenvolvimento humano.

O processo comunicativo, apesar de natural e intuitivo, não deve acontecer de maneira aleatória ou desorganizada,

sem objetivo ou intenções específicas. Para tanto, o estudioso russo Roman Jakobson elaborou um modelo que

sistematiza os elementos constantes do processo comunicativo e que nortearão toda e qualquer comunicação.

Elementos da Comunicação

Emissor: chamado também de locutor ou destinador, o emissor é aquele que emite a mensagem para um ou mais

receptores.

Receptor: também classificado como interlocutor ou destinatário, o receptor é quem recebe a mensagem emitida

pelo emissor.

• Mensagem: a mensagem é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o conjunto de

informações transmitidas pelo locutor.

• Código: o código representa o conjunto de signos que são utilizados na mensagem; é a forma pela qual a

mensagem é construída. Podem ser considerados códigos a língua natural (oral ou escrita), gestos, imagens, sons,

elementos que – comuns ao emissor e ao receptor – possam compor uma mensagem.

• Canal: o canal de comunicação corresponde ao local, o meio por onde a mensagem é transmitida. Jornais, livros,

revistas, televisão, telefone, o ar podem ser, entre outros, considerados canais de comunicação.

• Contexto: também chamado de referente, o contexto abarca todo o processo comunicativo; trata-se da situação

comunicativa em que estão inseridos os demais elementos da comunicação.

Língua Língua é um sistema de sinais que permite a comunicação entre os indivíduos de uma comunidade linguística;

é o código utilizado para compor a mensagem e estabelecer a troca de informações. Deve a língua ser, por isso,

comum a todos os envolvidos no processo comunicativo, para que haja eficiente comunicação.

O código utilizado pela maioria dos brasileiros, no nosso processo comunicativo, é chamado de Língua Portuguesa.

Ocorre, entretanto, que, apesar de a língua ser comum a todos os membros do corpo social, ela pode – a depender da

região, da faixa etária, do tempo, do contexto – variar. A essas variações da língua chamamos variantes linguísticas.

São muitas as variantes linguísticas existentes, que, de maneira geral, podem ser divididas em dois grandes grupos:

culto e coloquial.

- Língua culta: é o modelo padrão utilizado na escrita, que segue rigidamente as regras gramaticais. Essa

variante é mais elaborada e tende a ser mais utilizada em contextos que requerem maior formalidade.

Contexto

Receptor Emissor

Canal

Código

Mensagem

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- Língua coloquial: caracteriza-se por ser mais livre e espontânea, proporciona ao falante mais de liberdade

e está menos presa à rigidez das regras gramaticais. Essa variante tende a ser mais utilizada em contextos que

requerem maior formalidade.

Língua é, então, o código utilizado para comunicação, o qual transita entre o culto e o coloquial e suas

variantes.

Variantes linguísticas

Em um país marcado pela diversidade e pela miscigenação como o Brasil, é possível perceber a existência

de vários falares, que são definidos por aspectos regionais, temporais, culturais e sociais, tudo isso sob a égide do

contexto.

As variantes linguísticas são, como mencionado há pouco, as variações da Língua. Quanto mais diversificada

e desigual é uma comunidade, mais variantes linguísticas certamente haverá. Alguém do Nordeste tende a usar o

código diferentemente de alguém do Sul, assim como alguém do campo tende a usá-lo diferentemente de alguém da

cidade; um jovem, diferentemente de um adulto e assim por diante. Uma língua nunca é falada da mesma forma, ela

estará sempre sujeita a variações, como: diferença de épocas (o português falado hoje é diferente do português de 50

anos atrás), de região (diferentes lugares, diferentes falas), de grupo social (uso de “etiqueta”, assim como gírias por

determinadas “tribos”), além de outras variações, como o modo de falar de diferentes profissionais (linguagem

técnica da área – jargões), as gírias das diferentes faixas etárias, a língua escrita e oral. São muitas as variantes

linguísticas existentes, que, de maneira compõem as normas culta e coloquial.

Adequação

Diante de tantas variantes linguísticas, é comum perguntar-se: “Qual a forma mais correta?”. Não existe

forma mais correta, existe sim a forma mais adequada de se expressar de acordo com a situação. Dessa forma, a

pessoa que fala bem é aquela que consegue estabelecer a forma mais adequada de se expressar de acordo com a

situação, conseguindo o máximo de eficiência da língua.

Usar o português rígido e sério (linguagem formal escrita) em uma comunicação informal, descontraída é

falar de forma inadequada, soa como pretensioso, artificial. Da mesma forma, é inadequado utilizar gírias, termos

grosseiros e desrespeitosos em uma situação formal.

A norma culta é indispensável e tão importante quanto a norma coloquial. A norma culta rege um idioma,

aponta caminhos e deve ser estudada na escola para que assim todos tenham acesso às diferentes formas de pensar a

língua. Se, em contextos mais informais, podemos escolher um vocabulário coloquial, menos preocupado com as

regras gramaticais; em um contexto mais formal, não; ao escrevermos, devemos optar pela norma padrão, pois um

texto repleto de expressões típicas pode não ser acessível para todos os tipos de leitores. Quando dizemos que a

norma culta deve ser priorizada nos textos escritos, estamos nos referindo, sobretudo, aos textos não literários, textos

que cobram maior formalidade de quem escreve.

Ao se falar de variantes, é preciso não perder de vista que a língua é um código de comunicação e também

um fato com repercussões sociais.

Linguagem É a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. A

Linguagem está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem. Podemos usar

inúmeros códigos para estabelecermos atos de comunicação, tais como sinais, símbolos, sons, gestos e regras

convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por exemplo). Em um sentido mais genérico, a linguagem

pode ser classificada como qualquer sistema de sinais de que se valem os indivíduos para comunicar-se.

Tipos de Linguagem

- Linguagem verbal: classifica-se linguagem verbal aquela que é constituída por palavras. Tal linguagem

pode fazer uso da modalidade culta ou da modalidade coloquial, também conhecidas como modalidade escrita e

como modalidade falada.

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- Linguagem não verbal: classifica-se linguagem verbal aquela que não é constituída por palavras, mais

sim, por símbolos, imagens, sinais, gestos e outros processos que gerem comunicação.

- Linguagem mista: classifica-se linguagem mista aquela é que constituída por elementos da linguagem

verbal e por elementos da linguagem não verbal.

Funções da Linguagem Ao organizar os elementos da comunicação (emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto), o

linguista Roman Jakobson associou a cada um desses fatores uma função distinta da linguagem: emotiva, conativa,

referencial, poética, fática e metalinguística. A funções da linguagem representam o objetivo e o interesse da

comunicação.

- Função emotiva: está centralizada no emissor, a função emotiva, também chamada de expressiva, reflete o estado

de ânimo dele, os seus sentimentos e emoções. Em um texto, um dos indicadores da função emotiva é a presença de

interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação, porque transmitem a

subjetividade da mensagem e reforçam a entonação emotiva. É comum, também, a presença reiterada de pronomes

pessoais de primeira pessoa e de verbos flexionados também na primeira pessoa. Essa função é comum em poemas

ou narrativas de teor dramático ou romântico.

Referencial

Conativa Emotiva

Metalinguística

Fática

Poética

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Eu sei que vou te amar

Eu sei que vou te amar

Por toda a minha vida eu vou te amar

Em cada despedida eu vou te amar

Desesperadamente, eu sei que vou te amar

E cada verso meu será

Pra te dizer que eu sei que vou te amar

Por toda minha vida

Eu sei que vou chorar

A cada ausência tua eu vou chorar

Mas cada volta tua há de apagar

O que esta ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver

A espera de viver ao lado teu

Por toda a minha vida Vinícius de Moraes

- Função conativa: centralizada no receptor, a função conativa, também chamada de apelativa, possui o

objetivo de influenciar, convencer o receptor de alguma coisa, por meio de uma ordem ou sugestão, de um convite

ou apelo (daí o nome da função), o que implica geralmente a utilização de vocativos. Os verbos costumam estar no

imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na segunda ou na terceira pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar

seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de

autoridade.

- Função referencial: centralizada no contexto, a função referencial caracteriza-se por transmitir uma

informação, de maneira objetiva; expõe dados da realidade, de modo impessoal, não faz comentários, nem avaliação.

Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou do plural, para garantir a neutralidade.

A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta. Em alguns

textos, como nos científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais, é mais

predominante essa função.

A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade,

no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial

e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta

organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar

melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato.

VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em: www.bocc.ubi.pt. Acesso em: 27 fev.

2012.

- Função poética: centralizada na mensagem, a função poética caracteriza-se pela enfatizar o conteúdo da

mensagem, utilizando combinações sonoras ou rítmicas, jogos de imagens ou de ideias, figuras de linguagem e rimas.

A função poética procura fugir das formas habituais de expressão, buscando deixar mais bonito o texto, surpreender,

fugir da lógica, emocionar. Embora seja própria da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da

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literatura, é comumente encontrada também na prosa e nos textos publicitários. A função poética é aquela que sugere;

que geralmente diz sem dizer.

No Meio do Caminho

No meio do caminho tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho

Tinha uma pedra

No meio do caminho tinha uma pedra

Nunca me esquecerei desse acontecimento

Na vida de minhas retinas tão fatigadas

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

Tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade

- Função fática: centralizada no canal, a função fática tem por finalidade estabelecer, prolongar ou

interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se

fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo.

Aparece, geralmente, nas fórmulas de abertura, manutenção e fechamento das comunicações. É a linguagem das falas

telefônicas, saudações e similares.

- Função metalinguística: centralizada no código, a função metalinguística caracteriza-se pela utilização

do código para falar sobre o próprio código, explicando-o e analisando-o. Ocorre, por exemplo, quando um poema

fala da própria ação de se fazer um poema; quando se utiliza a pintura para falar da própria pintura; a imagem para

falar da imagem, o teatro para falar do teatro e assim por diante.

CONSTRUÇÃO DE SENTIDO

SENTIDO E CONTEXTO

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O contexto de um texto é o conjunto de circunstâncias (sociais, políticas, históricas, culturais etc) associadas

a ele. e acordo com esse conjunto de circunstâncias, diferentes tipos de contextos são estabelecidos. A identificação

do contexto é essencial para o leitor compreender o sentido de um texto. Sem essa identificação, pode-se não entender

o seu sentido, ou entendê-lo parcialmente.

CONTEXTO E CONHECIMENTO DE MUNDO

Muitas vezes, o contexto de um texto é de conhecimento do leitor, facilitando sua identificação. Quando isso

ocorre, a interpretação de texto pelo leitor é imediata. Observe a charge a seguir:

O leitor consegue identificar facilmente a crítica realizada pela charge em relação à cidade de São Paulo,

analisando o contraste entre a placa de boas-vindas e a poluição associada ao trânsito.

Quando o contexto referido no texto, porém, não faz parte do conhecimento de mundo do leitor, o sentido do texto

pode se tornar incompreensível.

SENTIDO LITERAL E SENTIDO FIGURADO

SENTIDO LITERAL: também chamado de denotativo, é o significado “básico” de palavras, expressões e

enunciados de uma língua.

SENTIDO FIGURADO: também chamado de conotativo, é aquele que as palavras adquirem em situações

particulares de uso, quando o contexto exige que o falante/leitor perceba que o sentido literal foi modificado, e as

palavras e expressões ganham um novo significado.

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O uso denotativo da linguagem predomina em textos com função utilitária, ou seja, têm como objetivo

informar, argumentar, orientar.

O uso conotativo da linguagem é muito comum em textos publicitários, que visam atingir o consumidor

estimulando seus sentidos. Esse tipo de linguagem é predominante também em textos literários, que têm finalidade

essencialmente estética.

RELAÇÕES LEXICAIS

POLISSEMIA: Uma mesma palavra pode apresentar uma multiplicidade de sentidos em diferentes contextos de

uso. A esse fenômeno dá-se o nome de polissemia. Na tira a seguir, o efeito de humor foi construído explorando-se

a polissemia da palavra “siga”, que pode significar “ir atrás” ou “cumprir”.

Além da polissemia, as palavras podem estabelecer outras relações de sentido, que são SINONÍMIA, ANTONÍMIA,

PARONÍMIA, HOMONÍMIA, HIPERONÍMIA E HIPONÍMIA. É preciso conhecê-las.

RELAÇÕES SEMÂNTICO-ESTRUTURAIS

DUPLO SENTIDO: Muitas vezes, os interlocutores utilizam palavras ou expressões que possibilitam mais de uma

interpretação, criando efeito de duplo sentido.

AMBIGUIDADE: a ambiguidade ocorre nos casos em que um texto tem mais de um sentido, sem que isso tenha

sido intencionalmente produzido. A indeterminação de sentido que certas palavras ou expressões apresentam dificulta

a compreensão do enunciado, devendo, por isso, ser evitada. Geralmente, a ambiguidade é estrutural.

Motoristas que correm frequentemente sofrem acidentes

A ambuiguidade, nesse caso, ocorre devido ao posicionamento do advérbio frequentemente. Para eliminá-la, é

preciso deslocar o advérbio de acordo com a ideia que se deseja passar:

Motoristas que frequentemente correm sofrem acidente.

Motoristas que correm sofrem acidentes frequentemente,

IRONIA: a ironia é o efeito resultante do uso de uma palavra ou expressão que, em um determinado contexto, ganha

sentido oposto daquele com que costuma ser utilizada. Uma afirmação irônica geralmente provoca efeito de humor.

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DIALOGISMO: refere-se ao diálogo entre dois textos.

INTERTEXTUALIDADE E INTERDISCURSIVIDADE

INTEXTEXTUALIDADE: é o diálogo entre dois textos, como forma de se criticar ou ratificar o discurso original

na composição de um novo discurso.

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A intertextualidade costuma se dá por meio da paráfrase e da paródia.

INTERDISCURSIVIDADE: é o diálogo entre os discursos.

QUESTÃO 01

Leia o texto abaixo para responder a questão.

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A propaganda presente no quadro acima faz uso do processo da:

a) função fática quando mostra um discurso vazio.

b)função referencial quando estabelece relação de superioridade ao quiabo.

c) metonímia quando utiliza a parte pelo todo.

d) intertextualidade, para garantir a qualidade do produto.

e) comparação com o mundo dos negócios, pois só assim garante credibilidade ao produto.

QUESTÃO 02

Com Licença Poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou tão feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.

PRADO, Adélia. Reunião de poesia. 3ª ed. Rio de Janeiro: BestBolso, 2014. p. 19.

Em “Com Licença Poética”, Adélia Prado estabelece um diálogo com o “Poema de Sete Faces”, de Carlos

Drummond de Andrade.

a) contextualização.

b) intertextualidade.

c) referenciação.

d) ironia.

QUESTÃO 03

De acordo com o texto, assinale a alternativa CORRETA sobre os tipos de linguagem.

a) Função referencial.

b) Função fática.

c) Função emotiva.

d) Nenhuma das alternativas

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QUESTÃO 04

No que se refere aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto acima, assim como às funções da linguagem

e à tipologia textual, julgue o item subsequente.

Predomina no texto a função referencial da linguagem, o que é evidenciado pelo emprego preponderante

de palavras em sentido denotativo.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 05

Leia a crônica “A perigosa aventura de escrever” para responder à questão.

A PERIGOSA AVENTURA DE ESCREVER

“Minhas intuições se tornam mais claras ao esforço de transpô-las em palavras”. Isso eu escrevi uma vez. Mas está

errado, pois que, ao escrever, grudada e colada, está a intuição. É perigoso porque nunca se sabe o que virá — se se

for sincero. Pode vir o aviso de uma destruição, de uma autodestruição por meio de palavras. Podem vir lembranças

que jamais se queria vê-las à tona. O clima pode se tornar apocalíptico. O coração tem que estar puro para que a

intuição venha. E quando, meu Deus, pode-se dizer que o coração está puro? Porque é difícil apurar a pureza: às

vezes no amor ilícito está toda a pureza do corpo e alma, não abençoado por um padre, mas abençoado pelo próprio

amor. E tudo isso pode-se chegar a ver — e ter visto é irrevogável. Não se brinca com a intuição, não se brinca com

o escrever: a caça pode ferir mortalmente o caçador.

(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.)

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Um texto literário pode exercer várias funções linguísticas para o leitor.

Escolha a opção que explica e comprova melhor o que é possível perceber da leitura desse texto de Clarice

Lispector:

a) Função poética, porque esse texto se caracteriza como uma prosa poética;

b) Função emotiva, porque não há diálogos;

c) Função referencial, porque é evidente que esse texto informa com clareza;

d) Função fática, porque a cronista busca o convencimento do leitor;

e) Função apelativa, porque a cronista estabelece um contato direto com o leitor.

QUESTÃO 06

Poema tirado de uma notícia de jornal

Manuel Bandeira

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número

Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro

Bebeu

Cantou

Dançou

Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/manuelbandeira04.html>. Acesso em: 14 jul. 2016.

No que se refere às funções da linguagem, o texto desenvolve uma movimentação que parte da função

a) emotiva para a função poética.

b) conativa para a função emotiva.

c) referencial para a função poética.

d) referencial para a função emotiva.

QUESTÃO 07

Texto 2 – Mandamentos do consumismo II

Adorar o mercado sobre todas as coisas. Tudo se vende ou se troca: objetos, cargos públicos, influências, ideias, etc.

Em economias arcaicas, ainda presentes em regiões da América Latina, a partilha dos bens materiais e simbólicos

assegurava a sobrevivência humana. Agora, ao valor do uso se sobrepõe o valor de troca. É preferível deixar

apodrecer alimentos cujos preços exigidos pelos produtores deixam de oferecer a mesma margem de lucro. Segundo

o mercado, tombam os seres humanos, mas seguram-se os preços.

Um segmento do texto 2 aponta traços de intertextualidade com o discurso:

a) político;

b) econômico;

c) religioso;

d) poético;

e) científico.

QUESTÃO 08

INSTRUÇÃO: Os textos a seguir são base para a questão.

Texto I

O BICHO (1974)

Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

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Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Texto II

O BICHO – Garfield (2011)

Andrício de Souza

Ao se compararem os textos I e II, é CORRETO afirmar que eles pertencem

a) a gêneros diferentes, e o texto II apresenta uma intertextualidade do tipo paródica em relação ao texto I.

b) a gêneros diferentes, e o texto I apresenta uma intertextualidade do tipo paródica em relação ao texto II.

c) ao mesmo gênero, e o texto II apresenta uma intertextualidade do tipo paródica em relação ao texto I.

d) ao mesmo gênero, e o texto I apresenta uma intertextualidade do tipo paródica em relação ao texto II.

QUESTÃO 09

Canudos tinha muito apropriadamente, em roda, uma cercadura de montanhas. Era um parêntesis; era um hiato. Era

um vácuo. Não existia. Transposto aquele cordão de serras, ninguém mais pecava. (Euclides da Cunha)

Na citação, a oração destacada Era um parêntesis; era um hiato marca a criatividade e a invenção para

expressar uma maneira singular de ver objetos, coisas, pessoas, paisagens e seres em geral. É um exemplo de

a) sentido literal da linguagem.

b) sentido conotativo da linguagem.

c) sentido denotativo da linguagem.

d) nível informativo da linguagem.

e) forma objetiva da linguagem.

QUESTÃO 10

Quando nos utilizamos da linguagem para interagirmos socialmente, muitas vezes o fazemos utilizando palavras e/ou

expressões que não se apresentam em seu sentido literal, o que configura uma linguagem de natureza conotativa, de

sentido figurado.

Das opções abaixo, aquela cuja palavra/expressão tem emprego denotativo é

a) ... ninguém se mexeu para marcar uma reunião, ...

b) Os policiais continuavam nos quartéis.

c) Na sexta-feira 3, a tropa começou a evaporar das ruas.

d) ... e cidadãos de bem estavam subitamente sendo transformados em feras do crime.

e) Poucas vezes na história do país tamanho pandemônio tomou conta de uma região metropolitana.

QUESTÃO 11

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Nas frases abaixo – todas de Millôr Fernandes -, aquela em que o vocábulo sublinhado está empregado em

sentido conotativo é:

a) “O povo é sempre ingrato. Como é que tem coragem de fazer greve num governo que lhe dá o direito de greve?”

b) “A macumba é uma teóloga estudada na senzala de uma universidade”.

c) “A malandragem é a arte de disfarçar a ociosidade”.

d) “Eu sou totalmente a favor da mãe solteira – porque também sou frontalmente contra o pai casado”.

e) “Nostalgia é querermos voltar para um lugar que nunca existiu”.

QUESTÃO 12

Dadas as afirmativas quanto à estrutura textual dos quadrinhos,

I. A última fala está marcada pela norma culta da linguagem.

II. Na última fala predomina a função conativa da linguagem.

III. O termo “pôr” preserva o acento diferencial, para não ser confundido com a preposição “por”.

IV. A ambiguidade do termo “vendo” deve-se à semelhança na forma dos verbos “ver” e “vender”.

Verifica-se que estão corretas apenas

a) I e II.

b) I e III.

c) III e IV.

d) I, II e IV.

e) II, III e IV.

QUESTÃO 13

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A tirinha apresentada é um exemplo de

a) polissemia, pois há vários discursos na tirinha.

b) intertextualidade, pois há uma alusão a outro texto.

c) intergenericidade, pois há um texto inserido no outro.

d) metalinguagem, pois há um texto escrito sobre a escrita.

QUESTÃO 14

Analise o texto a seguir, disponível em www.politicacomk.com.br/charge-meu-coracao-amanheceupegando-

fogo, acesso em 22/04/2016 e, com base na análise dos recursos verbais e não verbais .

Assinale a alternativa INCORRETA.

a) No primeiro balão, a presença imagética das notas musicais, somada ao conteúdo verbal, explicita para o leitor

que a repetição da palavra “fogo” consistia em um emprego expressivo-musical.

b) Na representação imagética da postura assumida pelo passageiro, o estado de pânico sugere que a repetição da

palavra “fogo”, no primeiro balão, tenha sido compreendida por ele como uma interjeição.

c) No primeiro balão, o substantivo “fogo” foi empregado em sentido conotativo.

d) Trata-se de um texto que articula elementos verbais e não verbais para a produção de um efeito de humor.

e) Trata-se de um exemplo de texto verbal e não verbal com predomínio da função metalinguística da linguagem.

QUESTÃO 15 Observe o texto a seguir:

“Ando devagar

Porque já tive pressa

E levo esse sorriso

Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte

Mais feliz, quem sabe

Só levo a certeza

De que muito pouco seirie

‘Ou nada sei

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(...) É preciso amor

Pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir (...)”.

(Tocando em frente, de Almir Sater)

A linguagem é uma forma de sintonia com o mundo, pois através dela conseguimos nos expressar e comunicar de

diferentes formas. Como há diferentes formas, também há diferentes intenções e, por isso, diferentes funções.

Qual é função da linguagem predominante no texto acima?

a) Função Emotiva.

b) Função Apelativa.

c) Função Metalinguística.

d) Função Referencial.

e) Função Poética.

QUESTÃO 16

Na frase dita pela personagem, predomina a função apelativa da linguagem, que tem como finalidade

principal:

a) expressar uma opinião alheia

b) indicar o sentido de uma palavra

c) modificar a ação do interlocutor

d) informar sobre um fato conhecido

QUESTÃO 17

Em São Paulo diz-se “bexigas”, enquanto no Rio de Janeiro diz-se “balões”. Essa diferença é um exemplo de

a) linguagem coloquial.

b) gíria.

c) regionalismo.

d) linguagem erudita.

e) arcaísmo.

QUESTÃO 18 Leia o texto para responder a QUESTÃO.

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18 Diferencialensino.com.br

O cômico presente no texto é causado pelo uso da linguagem:

a) culta.

b) formal.

c) regional.

d) expressiva.

e) denotativa.

QUESTÃO 19

No enunciado “Onde está você, Melanie? Sem ti ensandeço!” registra-se variação linguística na

a) expressão pronominal da segunda pessoa.

b) forma do verbo estar no presente do indicativo.

c) prosódia e na entonação das frases utilizadas.

d) construção sintática das orações empregadas.

QUESTÃO 20

“É de se ver as suas passarinhices no peitoril da janela,...” (3º§) A palavra “passarinhices” deve ser

designada como

a) dialeto.

b) idiotismo.

c) neologismo.

d) regionalismo.

QUESTÃO 21

Como manter cabelos saudáveis mesmo com química

A brasileira adora alisar o cabelo na chapinha. E tem que estar quente, bem quente mesmo.

Você sabia que a temperatura da chapinha dá pra fritar um bife? Fizemos o teste e a consequência é a formação de

bolhas no cabelo por causa do calor.

Como proteger? Como cuidar? Às vezes as pessoas não se lembram de que a saúde dos cabelos é tão importante

quanto a da pele ou a das unhas, por exemplo. Além disso, a beleza dos fios depende de como eles são tratados.

Entre os maiores vilões dos cabelos, vimos que o sol é um deles e, assim como a gente usa filtro solar para a pele,

é importante usar nos cabelos também. O cabelo exposto ao sol fica áspero e tem aquele aspecto de palha.

A chapinha é outra vilã do cabelo bonito. “É uma agressão muito grande para o fio, as cutículas deixam de ser as

mesmas, o cabelo abre, cria ponta dupla”, explica a Dra. Márcia Purceli.

Sobre a hora de pentear, o ideal é não pentear o cabelo molhado porque ele está mais fragilizado, então ele rompe

com mais facilidade.

Outra coisa que faz o cabelo quebrar é a mistura de várias técnicas, como tintura, alisamento e chapinha.

(g1.globo.com)

Em "Você sabia que a temperatura da chapinha dá pra fritar um bife?", pode-se afirmar corretamente que:

a) há marcas de coloquialidade, como "pra", o que invalida a classificação do texto como um artigo de opinião.

b) o pronome "você" atua como um vocativo que faz referência direta ao leitor das linhas; logo, trata-se de linguagem

publicitária.

c) há apenas uma oração em todo o período - as orações absolutas são as mais frequentes em textos jornalístico-

publicitários.

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d) a forma verbal "dá" foi utilizada em seu sentido mais comum e poderia ser substituída por "fornece" ou

"oferece", sem alteração de sentido.

e) há marcas de coloquialidade, o que, possivelmente, possa ter sido feito para aproximar a linguagem do leitor e

torná-la mais dinâmica e mais leve para o público-alvo.

QUESTÃO 22

Festejando no precipício

Gregório Duvivier

Quando pequeno, a primeira coisa que fazia ao comprar uma agenda era escrever em letras garrafais no dia 11 de

abril: "MEU NIVER". Depois ia pro dia 11 de março: "FALTA UM MÊS PRO MEU NIVER". E depois me esquecia

da existência da agenda, até porque não tinha muitos compromissos naquela época. Tenho umas cinco agendas que

só contêm essas duas informações fundamentais.

O uso da expressão “MEU NIVER”, no primeiro parágrafo, é um caso de:

a) adequação comunicativa.

b) impropriedade vocabular.

c) uso de estrangeirismo.

d) variação regional da língua.

QUESTÃO 23

Leia a tirinha, a seguir, e responda à QUESTÃO.

(SOUZA, M. Turma da Mônica. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 11 out. 2012. Caderno 2. D6.)

A partir da tirinha, assinale a alternativa que corresponde ao recurso de linguagem duplamente nela

utilizado.

a) Intertextualidade.

b) Metáfora.

c) Personificação.

d) Ironia.

e) Metonímia.

QUESTÃO 24

O segmento empregado com sentido figurado, conotativo, está destacado na seguinte passagem do texto:

a) "RISCAR as crianças dos mapas urbanos já não está mais nos planos dos zelosos”

b) "A sua crônica sujeira não mais INCOMODAVA "

c) "Esse PROBLEMA reduzido à fórmula simplista de solução"

d) “Os menores estavam fora [...] comedores de faca e fogo, ciganos, repentistas e os saudáveis

CHURRASQUINHOS e pastéis."

e) “A OPERAÇÃO expurgo foi também bastante noticiada."

QUESTÃO 25

Identifique abaixo as frases com sentido denotativo ( D ) e as com sentido conotativo ( C ).

( ) O atleta foi fera no salto com vara, ganhou medalha de ouro.

( ) Fiz um doce para comemorar sua vitória.

( ) Minha alegria afundou-se em um mar de tristezas.

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( ) O jornal embrulhava peixes.

( ) Tomei meia xícara de chá, ao sol poente!

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

a) C • C • C • D • D

b) D • C • D • C • C

c) C • C • D • D • C

d) D • D • C • C • D

e) C • D • C • D • D

QUESTÃO 26

Assinale o segmento do texto que mostra um emprego de linguagem informal.

a) “Posso falar de arte e artistas outra vez?”.

b) “Ou quem sabe dou sorte e há um ou outro artista aí fora”.

c) “O que distingue o artista é a busca incondicional da beleza”.

d) “Para o bem e para o mal, ela interfere o tempo todo”.

e) “A objetividade e os bons princípios são temas para outros tipos humanos”.

QUESTÃO 27

Disponível em: < http://impactodapedagogiamoderna.blogspot.com.br/2014_03_01_archive.html >.Acesso em: 17

de fev. 2016. Texto adaptado.

De acordo com a tirinha é CORRETO afirmar:

a) A linguagem empregada pelos falantes, além de estar em desacordo com a norma padrão da Língua Portuguesa,

pode não ser compreendida por falantes de outras regiões do Brasil.

b) A linguagem expressa na tirinha é consequência do precário ensino do Brasil.

c) Consiste em uma linguagem utilizada por falantes de classe social menos favorecida economicamente.

d) Trata-se de uma variedade regional, não sendo considerada como erro.

QUESTÃO 28

A alternativa em que o termo sublinhado está empregado no sentido denotativo é:

a) Ela é a flor da minha vida!

b) João era o sol daquela família.

c) Antes do meio-dia entregou a coluna pronta.

d) A natureza chorava ante suas perdas irreparáveis.

e) Ao chegar em silêncio, colheu uma revelação surpreendente.

QUESTÃO 29

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QUESTÃO 30

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INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

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01. D 02. B 03. B 04. C 05. A 06. C 07. C 08. A 09. B 10. D 11. B 12. E 13. C 14. E 15. A 16. C 17. C 18. C 19. A 20. C 21. E 22. A 23. A 24. A 25. E 26. B 27. D 28. C 29. E 30. A

TIPOLOGIA TEXTUAL

CONCEITO

Dá-se o nome tipologia textual à classificação de um texto de acordo com a sua forma, a sua estrutura e o seu

conteúdo. Embora haja uma variedade enorme de entendimentos sobre a forma correta de definir os tipos textuais

bem como discordância, entre diversas fontes, sobre a quantidade exata deles, abordaremos aqui os quatro tipos de

texto que consideramos essenciais e que estão acordo com o que os editais de concurso costumam cobrar. São eles:

1. Texto narrativo

2. Texto dissertativo

2.1. Texto dissertativo-expositivo

2.2. Texto dissertativo-argumentativo

3. Texto descritivo

4. Texto injuntivo

1. NARRAÇÃO

A narração é a mais antiga das tipologias e consiste em tipo textual do qual fazem parte alguns elementos tais

como narrador, personagem, espaço, tempo e enredo. A narração se caracteriza por estabelecer sequência e

encadeamento de fatos, visando ao relato de uma história, real ou fictícia. Observe o exemplo a seguir:

“ , estando tão ocupada, viera das compras de casa que a empregada fizera às pressas porque cada vez mais

matava serviço, embora só viesse para deixar almoço e jantar prontos, dera vários telefonemas tomando providências,

inclusive um dificílimo para chamar o bombeiro de encanamentos de água, fora à cozinha para arrumar as compras

e dispor na fruteira as maçãs que eram a sua melhor comida, embora não soubesse enfeitar uma fruteira, mas Ulisses

acenara-lhe com a possibilidade futura de por exemplo embelezar uma fruteira, viu o que a empregada deixara para

jantar antes de ir embora, pois o almoço estivera péssimo, enquanto notara que o terraço pequeno que era privilégio

de seu apartamento por ser térreo precisava ser lavado, recebera um telefonema convidando-a para um coquetel de

caridade em benefício de alguma coisa que ela não entendeu totalmente mas que se referia ao seu curso primário,

graças a Deus que estava em férias, fora ao guarda-roupa escolher que vestido usaria para se tornar extremamente

atraente para o encontro com Ulisses que já lhe dissera que ela não tinha bom-gosto para se vestir, lembrou-se de que

sendo sábado ele teria mais tempo porque não dava nesse dia as aulas de férias na Universidade, pensou no que ele

Atenção! Raramente, haverá um texto que pertença, única e exclusivamente, a uma única tipologia textual. As características dos diversos tipos textuais se misturam, no entanto, para efeito de classificação, é necessário observar a predominância de uma delas.

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estava se transformando para ela, no que ele parecia querer que ela soubesse, supôs que ele queria ensinar-lhe a viver

sem dor apenas, ele dissera uma vez que queria que ela, ao lhe perguntarem seu nome, não respondesse "Lóri" mas

que pudesse responder "meu nome é eu", pois teu nome, dissera ele, é um eu...”

(Lispector, Clarice. Uma Aprendizagem ou o livro dos prazeres)

2. DISSERTAÇÃO

A dissertação é o tipo textual mais cobrado pelas bancas examinadoras e tem a intenção de explicar, provar,

analisar, expor e/ou discutir determinado assunto, de forma impessoal e lógica. É um tipo de texto em prosa que – a

depender da finalidade – pode ser classificado como expositivo ou como argumentativo.

Dissertação Expositiva

A dissertação expositiva, como o próprio nome sugere, tem como finalidade a exposição de fatos, sem

apresentar necessariamente uma discussão, uma análise sobre eles; é adequada para tratar de ideias amplamente

conhecidas e, por isso mesmo, inquestionáveis quanto ao seu conteúdo. Observe o exemplo a seguir:

No dia 11 de setembro de 2001, em Nova York, dois aviões sequestrados por integrantes da organização terrorista

islâmica Al Qaeda, sob comando de Osama bin Laden, atingiram as torres gêmeas do World Trade Center, um dos

prédios mais altos do mundo até então. Duas horas depois, as duas torres desabaram. Os detritos e os incêndios

causaram o colapso completo ou parcial de todos os outros edifícios do complexo WTC, além de enormes danos a

estruturas situadas próximas ao local do atentado.

Perceba que o texto acima tem caráter completamente expositivo, informativo. O autor apenas “conta” a nós

um episódio que ocorreu. A tragédia do “11 de setembro” é um fato concreto e inquestionável, abordado, no exemplo,

de forma totalmente imparcial. Repare que não há, no texto, quaisquer interferências, análises críticas ou opiniões do

autor em relação ao tema, em razão de estas serem características centrais do texto dissertativo-argumentativo, que

veremos a seguir.

Dissertação Argumentativa

A dissertação argumentativa, diferentemente da expositiva, tem como finalidade central a defesa de uma

tese, ou seja, de um determinado posicionamento assumido pelo autor, ainda que esse posicionamento deva ser

apresentado de maneira impessoal; é um tipo de texto que vai além da exposição organizada de informações. A

dissertação argumentativa requer do autor reflexão, relação, capacidade de leitura e de interpretação de mundo.

Nela, o escritor deve apresentar uma visão crítica em relação ao tema discutido, argumentando em defesa da ideia

que ele pretende defender. Note no exemplo a seguir:

O “11 de setembro”, ao contrário do que afirma a crença tradicional, foi uma articulação estratégica promovida pelos

Estados Unidos, sob a ótica de uma perspectiva política. Ao se analisar a versão oficial sobre os atentados, é possível

perceber que existem fatos incompatíveis com as leis da probabilidade: a realização de manobras complexas feita por

pilotos que passaram apenas por treinamentos básicos; o sequestro de quatro aviões, aparentemente feito sem

dificuldade; a simulação de exercícios de guerra marcada exatamente para o mesmo dia do ataque, fator que

confundiu o sistema de defesa americano e atrasou o acionamento dos caças que poderiam interceptar os voos. Todas

essas ocorrências, associadas a uma série de outros elementos, tornaram-se sustentáculos que permitem inferir que o

“11 de setembro” constitui parte de um plano que visa a criar ódio contra os árabes e fomentar as guerras americanas

pelo petróleo no Oriente Médio.

Note que, agora, o autor não se preocupou apenas em informar o acontecido, mas sim, em fazer uma análise

sobre ele. O escritor defende um posicionamento em relação ao tema e tenta, por meio da associação de fatos,

comprová-lo, mostrar a sua razão de existir. Entre as diversas teorias conspiratórias formuladas sobre o “11 de

setembro”, o texto acima apresenta a da fabricação do atentado e utiliza argumentos que evidenciam o sentido e a

razão do que foi dito, sem apresentar marcas ou impressões de pessoalidade e demonstrando uma visão panorâmica

do contexto. Repare que o escritor constrói um raciocínio embasado em conexões, premissas e conclusões, atributos

essenciais à argumentatividade.

A dissertação argumentativa, portanto, configura um trabalho analítico (de análise); já a dissertação

expositiva, um trabalho informativo, referencial.

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3. DESCRIÇÃO

A descrição é um tipo textual que, geralmente, acompanha a narração, já que serve para descrever, objetiva

ou subjetivamente, coisas, pessoas ou situações, fazendo o leitor imaginar a cena que está sendo retratada. A tipologia

descritiva traz detalhes sobre a cor, a forma, as sensações, os sentimentos, as dimensões, os cheiros e outras

características de algo ou alguém. Na descrição, portanto, o autor do texto se dedica a explicar como é alguma coisa,

apontando as peculiaridades do objeto descrito. Observe o exemplo a seguir:

Rudy Steiner era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiados, olhos azuis

esbugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com fome. Na rua Himmel,

era considerado meio maluco ...

(Zusak, Markus. A menina que roubava livros.)

4. INJUNÇÃO

A injunção caracteriza-se como uma prescrição sobre o que dever ser feito e/ou como algo dever ser feito. O

texto injuntivo tenta controlar a ação de quem lê, por isso, muito frequentemente, aparece com a utilização de verbos

no imperativos. Na injunção, a linguagem utilizada geralmente é objetiva e direta, pois a intenção é apenas fazer com

que alguém compreenda as instruções dadas. Observe o exemplo:

“Derreta uma colher de sopa de manteiga numa panela em fogo médio. Acrescente uma lata de leite

condensado. De seguida, junte quatro colheres de sopa de chocolate em pó. Mexa suavemente, sem parar, até

desgrudar do fundo da panela. Despeje a mistura em um recipiente previamente untado e deixe esfriar. Depois, com

a ajuda de uma colher de sobremesa, faça pequenas bolas com as mãos e passe-as no chocolate granulado.”

(Receita de brigadeiro de chocolate)

TIPOS TEXTUAIS VERSUS GÊNEROS TEXTUAIS

É preciso não confundir os tipos textuais com os gêneros textuais. Enquanto o tipo textual é a classificação

do texto de acordo com a sua estrutura, conteúdo e forma, o gênero se refere mais à classificação cultural e histórica

do texto. Os tipos textuais são modalidades acadêmicas de escrita, enquanto os gêneros textuais são os textos

produzidos no dia a dia e que fazem parte do processo comunicativo.

São exemplos de gênero textual: romance, poema, reportagem, artigo, notícia, crônica, receita etc. Cada

gênero textual costuma ter mais ou menos as características de determinado tipo. O gênero romance, por exemplo,

frequentemente tem as características do tipo narração. Um artigo costuma se enquadrar no perfil da dissertação etc.

Por analogia, podemos considerar os tipos textuais como gêneros, e os gêneros textuais como espécies.

Podemos dizer que os gêneros textuais são como países, e os tipos textuais são como línguas. Os Estados Unidos e a

Inglaterra são países, mas ambos falam inglês. O conto e o romance são gêneros textuais, mas ambos são textos

narrativos.

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QUESTÃO 01

José Pacheco. Para que serve a formação? Escola da ponte – formação e transformação da educação. São Paulo:

Vozes, 2010, p. 4 (com adaptações)

(CESPE - 2018 –SEDUC-AL) O texto classifica-se como argumentativo, haja vista a defesa de uma tese relativa

à formação de professores mediante a utilização de recursos textuais de convencimento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 02

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Julgue o item seguinte, relativo à ideia e ao aspecto linguístico do texto CB3A1AAA.

(CESPE- 2018 – ABIN) No texto, predomina a tipologia textual expositiva, dado o seu objetivo comunicativo

de transmitir ao leitor um conjunto de informações relativas às atividades desenvolvidas sob o rótulo de

inteligência.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 03

Leia o Texto 2 para responder à QUESTÃO.

Texto 2

Eu comecei a fazer festa de reggae em 1975, com a minha radiola. Mas onde o reggae começou a se espalhar mesmo

foi num sítio chamado Mato Grosso, por trás da Expoema. Ali foi o primeiro sítio que eu foquei. Depois eu toquei

num festejo de Nossa Senhora do Bom Parto, que acontece todo ano, dia 2 de fevereiro, num lugar chamado

Andiroba; fica antes de Mato Grosso. Foi dali que começou. Aí, eu fui trazendo para os bairros e comecei a fazer

festa no Salgueiro (antiga Escola de Samba no Sacavém – não existe mais), na favela (só Samba) fazia festa no

Sacavém, também no festejo de Elzita (mãe-de-santo de um terreiro de mina no bairro Sacavém) e trazia aquela

multidão do Retiro Natal, Monte Castelo, Liberdade, a turma que já participava das festas que eu fazia...

DA SILVA, Carlos Benedito Rodrigues. Da terra das primaveras à ilha do amor – reggae, lazer e identidade

cultural. São Luís: Pitomba, 2016. p. 68.

(UFG2 - 2018- SANEAGO) A composição do Texto 2 é caracterizada por uma sequência textual

a) argumentativa.

b) descritiva.

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c) narrativa.

d) injuntiva.

QUESTÃO 04

Texto 1– Guerra civil

Renato Casagrande, O Globo, 23/11/2017

O 11º Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostrando o crescimento das mortes violentas no Brasil

em 2016, mais uma vez assustou a todos. Foram 61.619 pessoas que perderam a vida devido à violência. Outro dado

relevante é o crescimento da violência em alguns estados do Sul e do Sudeste.

Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis números da violência no país. Todos se

assustam, o tempo passa, e pouca ação ocorre de fato. Tem sido assim com o governo federal e boa parte das demais

unidades da Federação. Agora, com a crise, o argumento é a incapacidade de investimento, mas, mesmo em períodos

de economia mais forte, pouco se viu da implementação de programas estruturantes com o objetivo de enfrentar o

crime. Contratação de policiais, aquisição de equipamentos, viaturas e novas tecnologias são medidas essenciais, mas

é preciso ir muito além. Definir metas e alcançá-las, utilizando um bom método de trabalho, deve ser parte de um

programa bem articulado, que permita o acompanhamento das ações e que incentive o trabalho integrado entre as

forças policiais do estado, da União e das guardas municipais.

(FGV 2018 – CÂMARA DE SALVADOR-BA) O texto 1 é parte de uma coluna de um jornal carioca e pertence

ao seguinte gênero:

a) descritivo, pois nos dá características e qualifica o estado de violência no Brasil;

b) narrativo, pois fornece ao leitor uma sequência progressiva de ideias até a conclusão;

c) descritivo-narrativo, pois mistura os dois traços destacados nas opções anteriores;

d) dissertativo-expositivo, pois registra, de forma isenta, dados objetivos sobre um de nossos maiores problemas;

e) dissertativo-argumentativo, pois defende ideias sobre as providências a serem tomadas no combate à violência.

QUESTÃO 05

(CESPE -2018- CGM-JP) Acerca das propriedades linguísticas do texto precedente, julgue o item subsequente.

O texto apresentado combina elementos das tipologias expositiva e injuntiva.

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( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 06

(CESPE -2018 – TC-BA) Predomina no texto 1A1AAA a tipologia

a) narrativa.

b) prescritiva.

c) argumentativa.

d) descritiva.

e) expositiva.

QUESTÃO 07

(CPCON – 2017) Leia o trecho e responda à QUESTÃO.

“Folheto I - Pequeno Cantar Acadêmico a Modo de Introdução Daqui de cima, no pavimento superior, pela janela

gradeada da Cadeia onde estou preso, vejo os arredores da nossa indomável Vila sertaneja. O Sol treme na vista,

reluzindo nas pedras mais próximas. Da terra agreste, espinhenta e pedregosa, batida pelo Sol esbraseado, parece

desprender-se um sopro ardente, que tanto pode ser o arquejo de gerações e gerações de Cangaceiros, de rudes Beatos

e Profetas, assassinados durante anos e anos entre essas pedras selvagens, como pode ser a respiração dessa Fera

estranha, a Terra - esta Onça-Parda em cujo dorso habita a Raça piolhosa dos homens. Pode ser, também, a respiração

fogosa dessa outra Fera, a Divindade, Onça-Malhada que é dona da Parda, e que, há milênios, acicata a nossa Raça,

puxando-a para o alto, para o Reino e para o Sol. Daqui de cima, porém, o que vejo agora é a tripla face, de Paraíso,

Purgatório e Inferno, do Sertão. Para os lados do poente, longe, azulada pela distância, a Serra do Pico, com a enorme

e alta pedra que lhe dá nome. Perto, no leito seco do Rio Taperoá, cuja areia é cheia de cristais despedaçados que

faíscam ao Sol, grandes Cajueiros, com seus frutos vermelhos e cor de ouro. Para o outro lado, o da nascente, o da

estrada de Campina Grande e Estaca-Zero, vejo pedaços esparsos e agrestes de tabuleiro, cobertos de Marmeleiros

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secos e Xiquexiques. Finalmente, para os lados do norte, vejo pedras, lajedos e serrotes, cercando a nossa Vila e

cercados, eles mesmos, por Favelas espinhentas e Urtigas, parecendo enormes Lagartos cinzentos, malhados de negro

e ferrugem; Lagartos venenosos, adormecidos, estirados ao Sol e abrigando Cobras, Gaviões e outros bichos ligados

à crueldade da Onça do Mundo. Aí, talvez por causa da situação em que me encontro, preso na Cadeia, o Sertão, sob

o Sol fagulhante do meio-dia, me aparece, ele todo, como uma enorme Cadeia, dentro da qual, entre muralhas de

serras pedregosas que lhe servissem de muro inexpugnável a apertar suas fronteiras, estivéssemos todos nós,

aprisionados e acusados, aguardando as decisões da Justiça; sendo que, a qualquer momento, a Onça-Malhada do

Divino pode se precipitar sobre nós, para nos sangrar, ungir e consagrar pela destruição. É meio-dia, agora, em nossa

Vila de Taperoá. Estamos a 9 de Outubro de 1938. É tempo de seca, e aqui, dentro da Cadeia onde estou preso, o

calor começou a ficar insuportável desde as dez horas da manhã. Pedi então ao Cabo Luís Riscão que me deixasse

sair lá de baixo, da cela comum, e vir cá para cima, varrer o chão de madeira do pavimento superior, onde funcionava,

até o fim do ano passado, a Câmara Municipal”. ".

(SUASSUNA, Ariano. O Romance d´APedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, Rio de Janeiro: José

Olympio Editora, 1971).

O fragmento acima tem base tipológica, majoritariamente,

a) descritiva.

b) narrativa.

c) descritivo-argumentativa.

d) injuntiva.

e) expositivo.

QUESTÃO 08

(CESPE – 2017 – TRF1ª) Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o próximo item.

O texto é predominantemente argumentativo, uma vez que nele se defende determinado posicionamento com

relação à avaliação acerca da exigibilidade ou não de procedimento licitatório prévio para a contratação de

advogados.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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QUESTÃO 09

EXEGESE

Você quer se esconder, então se mostre.

Diga tudo que sabe sobre a vida.

Conte a sua experiência nos negócios,

proclame seu valor de parasita

e deixe que discutam nas casernas

o seu bendito fruto entre as melhores

famílias desta terra.

Depois esconda tudo num poema

e fique descansado: ninguém lê.

Se ler, começam logo a ver navios

e achar que tudo é poetagem, símbolos,

desejos reprimidos, psicanálises,

o diabo a quatro.

O poema não é uma caverna

sigilosa, com sombras tautológicas

nas paredes.

O poema é simplesmente

a sombra sem caverna, o vulto espesso

de si mesmo, a parábola mais reta

de quem escreve torto,

como um deus canhoto de nascença.

TELES, Gilberto Mendonça. Melhores poemas de Gilberto Mendonça Teles. Seleção de Luiz Busatto. São Paulo:

Global, 2007, p. 181.

(UFG – 2017 – TJ-GO) Quanto à sua constituição tipológica, as duas primeiras estrofes do poema

apresentam uma estrutura

a) descritiva, identificada por expressões qualificadoras como “experiência nos negócios” e “valor de parasita”.

b) argumentativa, definida pela presença de verbos como “dizer” e “discutir”.

c) injuntiva, organizada predominantemente em formas verbais imperativas, como “diga”, “proclame”.

d) narrativa, estabelecida pela sequenciação temporal cronológica dos fatos.

e) dialogal, marcada pela alternância de papéis interativos entre segunda e terceira pessoas do discurso.

QUESTÃO 10

Texto I - Moradias em Áreas de Risco

(Ricardo Dreguer)

Alguns locais são impróprios para a construção de moradias. Os morros são um exemplo, porque a inclinação do

terreno dificulta a construção das casas e pode colocar em risco a vida dos moradores. Quando chove muito, a água

pode fazer com que a terra deslize sobre o terreno inclinado. E, se a terra desliza, são carregadas com ela as casas

construídas nos morros.

Casas construídas em áreas próximas de córregos e rios também estão sujeitas a alagamentos quando há muita chuva

em um período curto de tempo. Além disso, por conta dos esgotos que muitas vezes são jogados nos rios, as pessoas

que vivem nesses locais ficam sujeitas a contrair doenças.

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INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

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(FGV-2017-SEPOG-RO) O texto lido deve ser considerado

a) argumentativo, pois defende uma tese com argumentos.

b) injuntivo, pois aconselha determinadas atitudes.

c) descritivo, pois fornece dados de um tipo de paisagem.

d) narrativo, pois relata fatos em ordem cronológica.

e) expositivo, pois dá informações de forma imparcial.

01. C 02. C 03. C 04. E 05. C 06. E 07. A 08. C 09. C 10. E

GÊNEROS TEXTUAIS

Os gêneros textuais materializam-se no dia a dia, são os textos usados no cotidiano e compõem todo e

qualquer processo comunicativo. É o estudo de certos padrões de composição de texto determinados pelo

contexto em que são produzidos, pelo público a quem se destinam, por sua finalidade etc.

São exemplos de gêneros textuais: crônica, conto, fábula, romance, editorial, artigo de opinião, manifesto,

relatório, discurso (político, de formatura) etc.

Qualquer texto, oral ou escrito, filia-se a um gênero textual, porém, como os gêneros textuais estão

intimamente ligados ao uso que as pessoas fazem da linguagem, eles não são estáticos; passam por mudanças

constantes, e há – inclusive – o surgimento de novos gêneros textuais. Como exemplo, tem-se o surgimento dos

‘infogêneros’ (gêneros textuais que surgiram da comunicação via internet).

Quando se produz um texto (qualquer que seja o gênero), precisa-se decidir por narrar um acontecimento,

expor ideias, descrever um objeto ou cena, argumentar, ou dar instruções. Em cada um desses casos, deve-se recorrer

a estruturas específicas de cada tipologia textual, por isso todo texto possui um gênero textual específico e possui

também uma tipologia textual predominante.

Os gêneros subdividem-se basicamente da seguinte forma:

1. GÊNEROS ARGUMENTATIVOS

2. GÊNEROS NARRATIVOS

3. GÊNEROS EPISTOLARES

4. GÊNEROS DIALÓGICOS

5. GÊNEROS JORNALÍSTICOS

6. INFOGÊNEROS

GÊNEROS ARGUMENTATIVOS

Os gêneros argumentativos são aqueles que pretendem estabelecer uma discussão reflexiva sobre

determinado tema a fim de convencer o leitor de que a tese defendida é a ideal. Mesmo que não consiga convencê-

lo, deve o texto argumentativo levar o leitor a um raciocínio crítico sobre o assunto abordado.

Os textos argumentativos têm em comum a estrutura da dissertação: introdução, desenvolvimento e

conclusão.

Introdução:

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INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

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É o parágrafo inicial do texto argumentativo. É de fundamental importância, pois contextualiza o leitor sobre a

temática que será abordada no texto e a quais elementos dentro do tema será dada a ênfase. Possui característica

expositiva-argumentativa, sugere qual será a linha argumentativa a ser desenvolvida.

Desenvolvimento

É a exposição de elementos que irão fundamentar a tese exposta na introdução. Nesse ponto, há a presença, em massa,

de marcadores argumentativos. O parágrafo de desenvolvimento é composto de um tópico frasal (o argumento em

si) mais o desenvolvimento que ratifique tal argumento: – relação de causa/consequência, adversidade, explicação,

adição enfática, exemplificação etc.

Conclusão

É a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi

fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. Deve, então, conter, de forma sintética, o objetivo proposto

na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no desenvolvimento.

É o fecho do texto.

GÊNEROS NARRATIVOS

Para que possamos estudar os gêneros narrativos, é necessário que vejamos o conceito de narração e seus

componentes.

A palavra narração designa o ato de narrar, ou seja, o ato de relatar, de contar uma história. Narrar é relatar um

acontecimento ou uma série de acontecimentos (reais ou imaginários), mais ou menos sequenciados, em que

personagens se movimentam em certo espaço à medida que o tempo passa (em relação à narrativa: anterior, posterior

e concomitante e durativo).

Os elementos que compõem a narração são:

• Narrador: é a categoria narrativa por meio da qual o autor conta a história. Não se confunde narrador com autor.

Pode, em linhas gerais, ser observador ou onisciente. Há ainda o foco narrativo, que pode ser em 1° ou 3° pessoa.

• Enredo: trama; conflito; sequência de ações interligadas que compõem a narrativa. Pode ser linear ou não linear.

• Personagens: seres (personificados) que desempenhas as ações que compõem a narrativa. Podem ser principais

(protagonista ou antagonista) ou coadjuvantes e podem ser apresentados de forma direta ou indireta.

• Espaço: é o ambiente em que as ações se descrevem. Elemento importantíssimo, junto ao tempo, para a criação do

contexto da história.

• Tempo: além de indicar anterioridade, posterioridade e concomitância das ações em relação à narrativa, o tempo é

importantíssimo para a disposição das ações no enredo e para que se entenda o contexto histórico em que a narração

está inserida. Pode ser cronológico ou psicológico.

O texto narrativo possui a seguinte estrutura:

• Apresentação: parte em que se apresentam alguns personagens e se expõem algumas circunstâncias da história,

como o momento e o lugar em que a ação se desenvolverá. O autor, de certa maneira, cria um cenário e marca o

tempo para o início das ações dos personagens.

• Complicação: aqui se inicia propriamente a ação. Algo acontece, por algum motivo, ou algum personagem toma

alguma atitude que pode causar transformações no ou nos episódios iniciais. Esse processo de transformação leva ao

clímax.

• Clímax: ponto crítico máximo da história.

• Desfecho ou desenlace: solução do conflito conduzido pelas ações dos personagens, ou seja, restabelecimento do

equilíbrio.

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GÊNEROS EPISTOLARES

Aqui, iniciaremos o estudo dos gêneros textuais que tendem a ter não um conteúdo, mas sim uma estrutura em

comum: as cartas.

Segundo a LEI Nº 6.538, DE 22 DE JUNHO DE 1978 (Lei dos Serviços Postais), carta é objeto de correspondência,

com ou sem envoltório, sob a forma de comunicação escrita, de natureza administrativa, social, comercial, ou

qualquer outra, que contenha informação de interesse específico do destinatário.

Como as cartas possuem conteúdo variado, o que irá aproximá-las é a estrutura e não a temática.

GÊNEROS DIALÓGICOS

O diálogo é uma forma canônica de interação verbal que pressupõe a existência de dois interlocutores (o eu – locutor

– e o tu – receptor), cujos papéis são permanentemente reversíveis, ou seja, é um ato de fala em que há interação

entre dois ou mais indivíduos em um intercâmbio discursivo em que ora um, ora outro age como protagonista.

(Dicionário de gêneros textuais, com adaptações)

Os gêneros dialógicos são, portanto, aqueles que são constituídos de diálogos. São exemplos de gêneros dialógicos:

bate-papo, chat,conversa, debate, discussão, entrevista etc.

GÊNEROS JORNALÍSTICOS

Os gêneros jornalísticos são assim chamados por serem publicações feitas em jornais, razão pela qual se

encaixam nessa categoria a notícia, a reportagem e a crônica, textos que compõem principalmente o universo

jornalístico.

Nada impede, porém, que outros gêneros – como a carta, o artigo de opinião – sejam publicados nesse veículo

de comunicação.

INFOGÊNEROS

Como já mencionado, os gêneros textuais passam por constantes mudanças baseadas nos usos que os falantes

fazem do da língua. Hoje, percebemos que as principais inovações em relação aos gêneros se devem à aproximação

entre processo comunicativo e informática.

Os meios de comunicação instantânea (Messenger, p. ex.), páginas de relacionamento (Facebook, WhastApp,

p. ex.) e o correio eletrônico possibilitaram que indivíduos se comunicassem de forma rápida, barata e a grandes

distâncias. Além disso, são formas de comunicação que fazem bastante sucesso junto ao público jovem, atraindo os

olhares das bancas de vestibular.

Os ‘infogêneros’ são um neologismo que caracteriza os gêneros textuais oriundos da informática

ARTIGO DE OPINIÃO

O artigo de opinião é um tipo de texto dissertativo-argumentativo. Nele, o autor tem a finalidade de apresentar

determinado tema e seu ponto de vista, e por isso, recebe esse nome.

Possui as características de um texto jornalístico e tem como principal objetivo informar e persuadir o leitor sobre

um assunto. Note que esse tipo de texto é muito pedido nos vestibulares e concursos públicos.

A Argumentação é o principal recurso retórico utilizado nos artigos de opinião, que surgem sobretudo, nos textos

disseminados pelos meios de comunicação, sejam na televisão, rádio, jornais ou revistas. Por esse motivo, esse tipo

de texto geralmente aborda temas da atualidade.

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Drauzio Varella

Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos.

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A humanidade inteira segue uma religião ou crê em algum ser ou fenômeno transcendental que dê sentido à

existência. Os que não sentem necessidade de teorias para explicar a que viemos e para onde iremos são tão poucos

que parecem extraterrestres.

Dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal, ao que tudo indica

só o homem faz conjecturas sobre o destino depois da morte. A possibilidade de que a última batida do coração

decrete o fim do espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência a acreditar

que somos eternos, caso único entre os seres vivos.

Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição de seus corpos.

Para atender esse desejo, o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos celestiais.

Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos à interferências mágicas em assuntos terrenos. Perseguidos

e assassinados no passado, para eles a vida eterna não faz sentido. Não se trata de opção ideológica: o ateu não

acredita simplesmente porque não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a

desacreditar.

Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão, devem pensar que

eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias.

Que sentido tem para um protestante a reverência que o hindu faz diante da estátua de uma vaca dourada? Ou a oração

do muçulmano voltado para Meca? Ou o espírita que afirma ser a reencarnação de Alexandre, o Grande? Para hindus,

muçulmanos e espíritas esse cristão não seria ateu?

Na realidade, a religião do próximo não passa de um amontoado de falsidades e superstições. Não é o que pensa o

evangélico na encruzilhada, quando vê as velas e o galo preto? Ou o judeu quando encontra um católico ajoelhado

aos pés da virgem imaculada que teria dado à luz ao filho do Senhor? Ou o politeísta, ao ouvir que não há milhares,

mas um único Deus?

Quantas tragédias foram desencadeadas pela intolerância dos que não admitem princípios religiosos diferentes dos

seus? Quantos acusados de hereges ou infiéis perderam a vida?

O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias

convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir

as demais às tentações do diabo. Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo constituem reserva de

mercado dos tementes a Deus, embora em nome d’Ele sejam cometidas as piores atrocidades.

Os pastores milagreiros da TV, que tomam dinheiro dos pobres, são tolerados porque o fazem em nome de Cristo. O

menino que explode com a bomba no supermercado desperta admiração entre seus pares, porque obedeceria aos

desígnios do Profeta. Fossem ateus seriam considerados mensageiros de satanás.

Ajudamos um estranho caído na rua, damos gorjetas em restaurantes nos quais nunca voltaremos e fazemos doações

para crianças desconhecidas, não para agradar a Deus, mas porque cooperação mútua e altruísmo recíproco fazem

parte do repertório comportamental não apenas do homem, mas de gorilas, hienas, leoas, formigas e muitos outros,

como demonstraram os etologistas.

O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. Em

vez de unir, ele divide a sociedade — quando não semeia o ódio que leva às perseguições e aos massacres.

Para o crente, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas, incapazes de um gesto de

compaixão, preconceito que explica por que tantos fingem crer no que julgam absurdo.

Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa

a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta.

Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me

ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.

Apoiar a reforma da Previdência é pensar na Educação e no futuro do país

Caso não haja reforma, recursos do governo destinados a áreas estratégicas, como a Educação, serão desviados para

cobrir o rombo crescente no setor previdenciário

Ana Maria Diniz

07 Dezembro 2017 | 08h17

Esta semana estamos assistindo no país a uma grande discussão e mobilização dos políticos, dos formadores de

opinião e da mídia em torno da aprovação da reforma da Previdência. Os olhos e ouvidos da população

brasileira também estão atentos ao Congresso Nacional, que vive uma semana decisiva para que a proposta de

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INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

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mudanças no sistema nacional de aposentadorias e pensões seja votada ainda em 2017, pois esta é uma medida

urgente e imprescindível para que o país não desmorone.

A QUESTÃO da Previdência afeta fortemente as nossas contas públicas – hoje consomem 54% do orçamento da

união e, no ano que vem, irão abocanhar 60%. Se não tomarmos uma providência já, ela se transformará num monstro

incontrolável no futuro próximo, afetando toda a nossa capacidade de investimento em qualquer setor, inclusive em

Educação.

De acordo com o relatório Aspectos Fiscais da Seguridade Social no Brasil, elaborado pela Secretaria de Tesouro

Nacional, a quantia que deixará de ser destinada a outros setores anualmente para bancar o custeio dos inativos

atingirá os 113 bilhões de reais até 2026.

Os gastos do governo com Educação básica no país em 2016 somaram 136 bilhões de reais. E este é um dinheiro do

qual não podemos prescindir. Segundo o relatório Education at a Glance, da OCDE, divulgado em setembro, o

percentual do PIB que o Brasil investe em Educação (4,9%) é próximo à taxa média de investimento dos 45 países

analisados (5,2%). No entanto, o nosso gasto por aluno ainda deixa muito a desejar: gira em torno de 5,6 mil dólares

anuais, enquanto nos outros países analisados a média é de 10,8 mil dólares.

Esse investimento per capita deveria aumentar e não correr o risco de diminuir. Os recursos destinados para o ensino

público no país precisam, certamente, de uma aplicação mais eficiente, mas em hipótese alguma devem ser reduzidos,

pois isso aniquilaria os esforços já realizados até aqui para elevar a qualidade da nossa Educação.

O investimento de um país em Educação tem retorno garantido, talvez o mais alto retorno de longo prazo, afetando

muitos aspectos da vida de seus cidadãos. A Educação é uma poderosa catalisadora do desenvolvimento sustentável,

segundo a Unesco: reduz a criminalidade, a mortalidade, a desigualdade e a pobreza, aumenta o engajamento político,

promove a inclusão social e é crucial para o crescimento econômico. Bastaria uma elevação nos índices de conclusão

do ensino médio, por exemplo, para aumentar a renda per capita nos países de baixa renda em 75% até 2050, o que

significaria um avanço de 10 anos na erradicação da pobreza.

Para efeito de comparação, dos 184 bilhões de reais que serão gastos com o rombo da Previdência neste ano de 2017

seriam suficientes para formar 3 milhões de jovens nas universidades.

Reformas previdenciárias nunca são fáceis. Pelo contrário, são impopulares, polêmicas, difíceis de realizar

politicamente e costumam desencadear reações furiosas em quem acredita, erroneamente, que será prejudicado pelas

mudanças. Países que recentemente promoveram reformas em seus sistemas de aposentadoria, como a França,

também enfrentaram a rejeição maciça da população. Mas o que precisamos entender é que, na verdade, não estamos

reformando a Previdência, mas salvando a Previdência. Pois se as regras não mudarem já, não teremos esse e nenhum

outro benefício no futuro.

O mundo mudou, as pessoas estão envelhecendo a passos largos. As gerações atuais viverão em média 20 anos a

mais do que as gerações de nossos avós. Esses 20 anos a mais serão vividos com mais qualidade do que os últimos

20 anos de vida de nossos avós, graças ao avanço da medicina e das soluções para uma terceira idade mais saudável.

Acho que vale muito a pena pensarmos em sistemas e metodologias para garantir que a população como um todo

possa envelhecer de forma digna. Isso, mais uma vez, passa pela Educação, ainda na primeira infância, pois os hábitos

saudáveis serão cada vez mais determinantes para garantir essa qualidade de vida na velhice.

A reforma da Previdência não é uma QUESTÃO de opinião, é uma QUESTÃO de lógica. Vamos apoiar a reforma da

Previdência no Brasil e trabalhar para encontrar fórmulas viáveis para dar condições e dignidade para toda a

população em seu envelhecimento futuro.

http://educacao.estadao.com.br/blogs/ana-maria-diniz/apoiar-a-reforma-da-previdencia-e-pensar-na-educacao-e-no-

futuro-do-pais/

EDITORIAL

Editorial é um artigo publicado na imprensa, ou seja, jornais, revistas ou sites e que possui conteúdo opinativo. O

ponto de vista pode ser da empresa (veículo de comunicação) ou da redação (editor, colunistas) sem ter que cumprir

com a obrigação jornalística de imparcialidade.

Como em qualquer matéria publicada, o editorial também possui o objetivo de informar, contudo não possui a

obrigação de ser neutro ou indiferente, já que expressa a visão do veículo de comunicação sobre o assunto narrado.

Em suma, o texto do editorial é dissertativo, crítico e informativo, porque desenvolve argumentos, expõe opiniões e

relata um acontecimento, e estes pontos de vista se encarregam de transmitir aos leitores a interpretação dos fatos

ocorridos.

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INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

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A reforma da igualdade A força necessária para o governo aprovar a reforma da Previdência pode estar na decisão de não ceder

às pressões de algumas categorias do funcionalismo

O Estado de S.Paulo

10 Novembro 2017 | 03h05

Sem dar ouvidos a quem apregoa a suposta falência da reforma da Previdência, o governo federal retomou os

trabalhos para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016 possa ser aprovada, em dois turnos, pela

Câmara dos Deputados ainda neste ano. O relator do projeto, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), redige uma

nova versão do texto, capaz de assegurar os dois pontos considerados fundamentais pela equipe econômica de Michel

Temer: a fixação de uma idade mínima para a aposentadoria e a unificação das regras dos servidores públicos e dos

trabalhadores da iniciativa privada.

É mais que evidente a necessidade de uma reforma da Previdência, em razão do crescente déficit do sistema

previdenciário. Em 2016, o rombo causado pela Previdência nas contas da União, dos Estados e dos municípios foi

de R$ 305,4 bilhões. Longe de ser temporário, esse desequilíbrio entre receitas e despesas é estrutural e tende a

crescer, inclusive por força do envelhecimento da população. Ou seja, as regras atuais da Previdência geram uma

conta que, além de ser cara demais para o bolso do contribuinte – o dinheiro dos impostos é usado para o custeio dos

benefícios previdenciários –, é insustentável no médio prazo. O Estado não tem condições de cobrir esse rombo anual

cada vez maior e continuar cumprindo suas atribuições essenciais na área da saúde, educação, segurança, etc.

A reforma da Previdência não vem, no entanto, apenas evitar a falência econômica do Estado brasileiro. Ela também

é necessária para preservar o Estado de Direito, especialmente no que tange à igualdade de todos perante a lei. O

sistema atual é profundamente desigual, com a existência de dois regimes previdenciários completamente diferentes.

O servidor público tem um tratamento acintosamente mais vantajoso do que o trabalhador do setor privado.

Certamente, podem ser de justiça algumas especificidades no regime previdenciário do servidor público, tendo em

conta as diferenças entre o serviço público e a iniciativa privada. Por exemplo, o funcionário público tem algumas

restrições em sua atividade profissional que o trabalhador privado não tem. O que se vê no Brasil, no entanto, é uma

absoluta desproporção entre os dois regimes. O servidor público aposenta-se muito mais cedo e com vencimentos

proporcionalmente muito superiores aos do trabalhador da iniciativa privada.

É gritante, por exemplo, a diferença entre os limites máximos de cada aposentadoria. No Regime Geral de Previdência

Social (RGPS), o teto atual é de R$ 5.578. Já o valor máximo que um servidor público pode receber de aposentadoria

é R$ 33,7 mil, seis vezes mais que o teto da aposentadoria do trabalhador privado.

Recentemente, o deputado Arthur Maia assegurou que o fim dos privilégios aos servidores públicos será uma das

cláusulas pétreas nas negociações do novo texto da reforma da Previdência. Trata-se de uma alvissareira disposição,

pois uma maior igualdade nos regimes previdenciários, a despeito de sua constante presença no debate público, é

quase sempre um tema abandonado ao longo das negociações políticas, como se fosse impossível de ser aprovado.

É certo que várias categorias do funcionalismo são muito organizadas politicamente e tentam preservar seus

privilégios. Tal movimentação não pode, no entanto, servir para que o Congresso mantenha um regime de tratamentos

discrepantes entre os funcionários públicos e a imensa maioria da população brasileira que trabalha na iniciativa

privada.

A força necessária para o governo de Michel Temer aprovar a reforma da Previdência pode estar justamente na

decisão de não ceder às pressões de algumas categorias do funcionalismo. Ao atuar assim, o que muitos qualificam

de impopular reforma da Previdência pode-se transformar na mais popular das reformas. Afinal, a existência de castas

no regime previdenciário é uma excrescência que desfigura não apenas a identidade do Estado de Direito. Ela fere o

sentido de igualdade tão profundamente presente na consciência do brasileiro.

CRÔNICA

A crônica é um texto de caráter reflexivo e interpretativo, que parte de um assunto do cotidiano, um acontecimento

banal, sem significado aparentemente relevante. É um texto subjetivo, pois apresenta a perspectiva do seu autor,

podendo ser irônico ou humorístico. É um texto breve e surge sempre assinado numa página fixa do jornal.

ROMANOS

Fernanda Torres

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INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

37 Diferencialensino.com.br

Há anos, numa turnê com "A Casa Dos Budas Ditosos", desci para tomar uma sauna no hotel de Goiânia.

Cinco senhores envoltos em toalhas brancas dividiam o cubículo escaldante. Na parede, uma placa avisava que era

proibido bater o Prestobarba na madeira. O ambiente era para macho.

Fingindo normalidade, me sentei entre os romanos.

Afetados com a minha presença, os convivas abandonaram o barco mal brotado o suor e eu sobrei sozinha, com um

patrício graúdo que lembrava muito o deputado federal Heráclito Fortes.

Vencido o constrangimento, acabamos íntimos.

Soturno, "Heráclito" confessou que passou 18 anos atormentado com a possibilidade de o filho ser "bicha" –palavras

dele –e só relaxou no dia em que o guri arrumou uma namorada fixa.

Intrigada, perguntei se existia algum caso na família que justificasse tão longo sofrimento. De olhos baixos, ele

acenou com um sim. "No seu lado dos parentes, ou no de sua mulher?", arrisquei indagar. "No meu", sentenciou

consternado. E nada mais foi dito.

Certa dos recentes avanços morais e cívicos da nação, sacramentados pela aceitação inconteste da baiana libertina de

João Ubaldo entre as plateias mais díspares, senti pena daquele exemplar em extinção do velho coronel patriarcal.

A votação do impeachment na Câmara provou que eu estava enganada, o goiano ainda é regra. A constatação gerou-

me um misto de horror e alívio.

Passei os últimos dez anos culpada por fazer parte da elite espúria. Hoje, sei que sou minoria. Do circo dominical,

ressalto as vozes de Alessandro Molon, Chico Alencar e Jean Wyllys, embora preferisse a sua abstenção no voto.

Fora o delírio do pré-sal, que alavancou a ganância do Petrolão, a campanha eleitoral de 2014 se valeu de artimanhas

arcaicas, vindas de um partido que jurou dar cabo desse modelo.

Jamais esqueci da promessa do Bolsa Mobília, feita no rádio pela então candidata, de distribuir cama, mesa e sofá

em troca de votos. Houve maquiagem no rombo das contas públicas e gastou-se os tubos em computação para fazer

o feijão sumir do prato.

Que diferença existe entre isso e a troca do voto por um saco de açúcar, praticada nos eternos currais eleitorais?

Se o Heráclito da sauna fosse político e se valesse de tais artifícios, eu não me espantaria; ou o deputado Givaldo

Carimbão, de Alagoas; ou o Delegado Waldir, deputado pela mesma Goiânia, que votou simulando uma arma

apontada na mão.

Chocante é perceber que os dois partidos progressistas, PT e PSDB, tal qual Caim e Abel, preferiram cultivar o ódio

mútuo, firmando acordos escusos com o que havia de mais retrógrado no Congresso, a se aliar, ou mesmo dialogar

em prol do país.

Cansado da coadjuvação, o velho clero chutou para corner o verniz social modernizante da USP, da Unicamp e do

ABC.

Via-se, no sorriso de Fouché do arquivilão Cunha, o prazer de ensinar como se faz política na ex-colônia extrativista.

Agora é às claras.

Veio à tona o que sempre esteve ali: a homofobia, a misoginia, a bancada da bala e da família quadrangular; o reino

do meu companheiro de vapores goiano. Cabe aos sobreviventes reorganizar as trincheiras e escolher melhor os

aliados.

Chama o Cristovam Buarque.

Está aberta a temporada de cuspe no Planalto Central.

PRÉ-SAL

Antônio Prata

Dizem que otimista é o cara que vê o copo meio cheio, enquanto pessimista é quem o enxerga meio vazio. A imagem

é batida, mas vem a calhar, pois não é outro o tema desta crônica senão a água. Muita água. Trilhões de litros de

H2O, que serão acrescidos aos oceanos nas próximas décadas, quando as calotas polares derreterem.

Os pessimistas, claro, só conseguem ver o lado ruim da mudança climática: a morte de milhões de pinguins, focas,

leões marinhos, ursos polares e a extinção de algumas espécies desconhecidas; o alagamento de certas cidades

litorâneas como Rio de Janeiro, Nova York, Xangai, Veneza, Barcelona e a perda de boa parte do patrimônio histórico

e cultural da humanidade; o aumento de catástrofes naturais como tufões, furacões, dilúvios, enchentes e a desgraça

humana decorrente desses aguaceiros. OK. O Rio é legal. As focas e a Piazza San Marco, também. Mas focar-se (sem

trocadilho) apenas nos aspectos negativos da lambança climática impede-nos de perceber outros acontecimentos

maravilhosos que se avizinham. Praia em São Paulo, por exemplo.

Claro que a tese ainda não é um consenso entre a comunidade científica. Alguns estudiosos, desses que só conseguem

ver a parte vazia do copo, afirmam que, por mais que a gente queime todo o petróleo existente, o aumento do nível

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dos oceanos será apenas de alguns metros. Cientistas de ânimo mais solar, contudo, garantem que o que conhecemos

como polo norte é, literalmente, apenas a ponta do iceberg e, se tudo der certo, antes de 2020, vai ter prédio na Berrini

com vista pro mar.

Quanta coisa boa há de acontecer! Já pensou que belo cartão postal, a ponte estaiada com praia ao fundo? E seus

filhos colhendo mexilhões nos pés do Borba Gato? Consigo ver, facilmente, a 23 de Maio tomada por ambulantes,

vendendo óleo bronzeador, canga, Shhhhkol e Biscoito Globo. O Morumbi, com as casonas nas colinas, debruçadas

sobre o mar, será a Beverly Hills paulistana. E nossos restaurantes, já tão afamados, o que não farão com peixes

fresquinhos e frutos do mar, trazidos diretamente pela comunidade caiçara de Santo Amaro? O lago do Ibirapuera

não teve sempre a vocação para ser a nossa Rodrigo de Freitas? E qual o sonho da Vila Nova Conceição, senão

tornar-se a Barra da Tijuca? Cruzemos os dedos, meus queridos paulistanos, pois muito em breve, quando as margens

plácidas do Ipiranga ouvirem um estrondo, não será o brado retumbante de um povo heroico, mas o som das ondas

quebrando na Avenida do Estado. E, nesse instante, o sol da liberdade, com seus raios fúlgidos, dourará os corpos

estirados à beira mar. E ainda tem gente preocupada com o futuro. Tsctsc...

Antônio Prata

CONTO

O Conto é narrativa breve escrita em prosa, mais curto que o romance e a novela, o qual envolve o enredo,

personagens, tempo e espaço. Muito semelhante à crônica, o conto limita-se à narração dos fatos, sem

necessariamente empreender reflexão sobre eles. O conto tente a ter caráter atemporal e universal, enquanto a crônica

tende a particularidades.

Existem outras espécies de conto: conto de ficção científica, conto fantástico e conto de fada.

CEM ANOS DE PERDÃO

Clarice Lispector

Quem nunca roubou não vai me entender. E quem nunca roubou rosas, então é que jamais poderá me entender. Eu,

em pequena, roubava rosas. Havia em Recife inúmeras ruas, as ruas dos ricos, ladeadas por palacetes que ficavam no

centro de grandes jardins. Eu e uma amiguinha brincávamos muito de decidir a quem pertenciam os palacetes.

"Aquele branco é meu." "Não, eu já disse que os brancos são meus." Parávamos às vezes longo tempo, a cara

imprensada nas grades, olhando. Começou assim. Numa dessas brincadeiras de "essa casa é minha", paramos diante

de uma que parecia um pequeno castelo. No fundo via-se o imenso pomar. E, à frente, em canteiros bem ajardinados,

estavam plantadas as flores. Bem, mas isolada no seu canteiro estava uma rosa apenas entreaberta cor-de-rosa-vivo.

Fiquei feito boba, olhando com admiração aquela rosa altaneira que nem mulher feita ainda não era. E então

aconteceu: do fundo de meu coração, eu queria aquela rosa para mim. Eu queria, ah como eu queria. E não havia

jeito de obtê-la. Se o jardineiro estivesse por ali, pediria a rosa, mesmo sabendo que ele nos expulsaria como se

expulsam moleques. Não havia jardineiro à vista, ninguém. E as janelas, por causa do sol, estavam de venezianas

fechadas. Era uma rua onde não passavam bondes e raro era o carro que aparecia. No meio do meu silêncio e do

silêncio da rosa, havia o meu desejo de possuí-la como coisa só minha. Eu queria poder pegar nela. Queria cheirá-la

até sentir a vista escura de tanta tonteira de perfume. Então não pude mais. O plano se formou em mim

instantaneamente, cheio de paixão. Mas, como boa realizadora que eu era, raciocinei friamente com minha

amiguinha, explicando-lhe qual seria o seu papel: vigiar as janelas da casa ou a aproximação ainda possível do

jardineiro, vigiar os transeuntes raros na rua. Enquanto isso, entreabri lentamente o portão de grades um pouco

enferrujadas, contando já com o leve rangido. Entreabri somente o bastante para que meu esguio corpo de menina

pudesse passar. E, pé ante pé, mas veloz, andava pelos pedregulhos que rodeavam os canteiros. Até chegar à rosa foi

um século de coração batendo. Eis-me afinal diante dela. Para um instante, perigosamente, porque de perto ela é

ainda mais linda. Finalmente começo a lhe quebrar o talo, arranhando-me com os espinhos, e chupando o sangue dos

dedos. E, de repente - ei-la toda na minha mão. A corrida de volta ao portão tinha também de ser sem barulho. Pelo

portão que deixara entreaberto, passei segurando a rosa. E então nós duas pálidas, eu e a rosa, corremos literalmente

para longe da casa. O que é que fazia eu com a rosa? Fazia isso: ela era minha.

Levei-a para casa, coloquei-a num copo d'água, onde ficou soberana, de pétalas grossas e aveludadas, com vários

entretons de rosa-chá. No centro dela a cor se concentrava mais e seu coração quase parecia vermelho.

Foi tão bom.

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Foi tão bom que simplesmente passei a roubar rosas. O processo era sempre o mesmo: a menina vigiando, eu

entrando, eu quebrando o talo e fugindo com a rosa na mão. Sempre com o coração batendo e sempre com aquela

glória que ninguém me tirava.

Também roubava pitangas. Havia uma igreja presbiteriana perto de casa, rodeada por uma sebe verde, alta e tão densa

que impossibilitava a visão da igreja. Nunca cheguei a vê-la, além de uma ponta de telhado. A sebe era de pitangueira.

Mas pitangas são frutas que se escondem: eu não via nenhuma. Então, olhando antes para os lados para ver se

ninguém vinha, eu metia a mão por entre as grades, mergulhava-a dentro da sebe e começava a apalpar até meus

dedos sentirem o úmido da frutinha. Muitas vezes na minha pressa, eu esmagava uma pitanga madura demais com

os dedos que ficavam como ensanguentados. Colhia várias que ia comendo ali mesmo, umas até verdes demais, que

eu jogava fora.

Nunca ninguém soube. Não me arrependo: ladrão de rosas e de pitangas tem 100 anos de perdão. As pitangas, por

exemplo, são elas mesmas que pedem para ser colhidas, em vez de amadurecer e morrer no galho, virgens.

FÁBULA

Fábula: texto literário muito comum na literatura infantil. Fabular= criar, inventar, mentir. A linguagem utilizada é

simples e tem como diferencial o uso de personagens animais com características humanas. Durante a fábula é feita

uma analogia entre a realidade humana e a situação vivida pelas personagens, com o objetivo de ensinar algo ou

provar alguma verdade estabelecida (lição moral).

Utiliza personagens animais com características, personalidade e comportamento semelhantes aos dos seres

humanos.

O fato narrado é algo fantástico, não corriqueiro ou inusitado.

PARÁBOLA

Parábola: deriva do grego parabole (narrativa curta). É uma narração alegórica que se utiliza de situações e pessoas

para comparar a ficção com a realidade e através dessa comparação transmitir uma lição de sabedoria (a moral da

história).

A parábola transmite uma lição ética através de uma prosa metafórica, de uma linguagem simbólica.

Diferencia-se da fábula e por ser protagonizada por seres humanos.

Gênero muito comum na Bíblia: As parábolas de Jesus.

CARTAS

As cartas são formas de comunicação escrita entre pessoas físicas ou jurídicas com as quais são estabelecidas ou

são mantidas relações comerciais, pessoais ou institucionais. Normalmente, necessitam de informações a respeito de

remetentes e destinatários, data e local de onde é enviada; convém que haja saudações iniciais ou finais; tendem a ter

não um conteúdo, mas sim uma estrutura em comum.

As cartas podem ser de seis tipos: argumentativas, pessoais, de reclamação, de solicitação, de leitor, e aberta.

NOTÍCIA E REPORTAGEM

Os gêneros textuais do universo jornalístico podem ser divididos em dois grandes grupos:

• Gêneros do jornalismo opinativo;

• Gêneros do jornalismo informativo.

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De acordo com essa divisão, a reportagem enquadra-se entre os textos do jornalismo opinativo, enquanto a notícia

está entre os textos do jornalismo informativo;

⇒ A notícia tem como objetivo principal narrar acontecimentos pontuais, ou seja, fatos do cotidiano; a reportagem

extrapola os limites da notícia, pois não tem como única finalidade noticiar algo;

⇒ Muitos teóricos da comunicação não estabelecem relação entre a notícia e a reportagem, pois veem esse segundo

gênero como um gênero autônomo, isto é, desvinculado dos parâmetros que regem a notícia. Enquanto a notícia

informa sobre temas do momento, a reportagem trata de um fenômeno social ou político, acontecimentos produzidos

no espaço público e que são de interesse geral.

QUESTÃO 01

No que se refere ao gênero textual, o texto CG1A1CCC classifica-se como

a) resenha.

b) discurso.

c) verbete.

d) notícia.

e) relato histórico.

QUESTÃO 02

Agora todo mundo tem opinião

Meu amigo Adamastor, o gigante, me apareceu hoje de manhã, muito cedo, aqui na biblioteca, e disse que vinha

a fim de um cafezinho. Mentira, eu sei. Quando ele vem tomar um cafezinho é porque está com alguma ideia

borbulhando em sua mente.

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E estava. Depois do primeiro gole e antes do segundo, café muito quente, ele afirmou que concorda plenamente

com a democratização da informação. Agora, com o advento da internet, qualquer pessoa, democraticamente, pode

externar aquilo que pensa.

Balancei a cabeça, na demonstração de uma quase divergência, e seu espanto também me espantou. Como

assim, ele perguntou, está renegando a democracia? Pedi com modos a meu amigo que não embaralhasse as coisas.

Democracia não é um termo divinatório, que se aplique sempre, em qualquer situação.

Ele tomou o segundo gole com certa avidez e queimou a língua.

Bem, voltando ao assunto, nada contra a democratização dos meios para que se divulguem as opiniões, as mais

diversas, mais esdrúxulas, mais inovadoras, e tudo o mais. É um direito que toda pessoa tem: emitir opinião.

O que o Adamastor não sabia é que uns dias atrás andei consultando uns filósofos, alguns antigos, outros

modernos, desses que tratam de um palavrão que sobrevive até os dias atuais: gnoseologia. Isso aí, para dizer teoria

do conhecimento.

Sim, e daí? ele insistiu.

O mal que vejo, continuei, não está na enxurrada de opiniões as mais isso ou as mais aquilo que encontramos na

internet, e principalmente com a chegada do Facebook. Isso sem contar a imensa quantidade de textos apócrifos,

muitas vezes até opostos ao pensamento do presumido autor, falsamente presumido. A graça está no fato de que

todos, agora, têm opinião sobre tudo.

− Mas isso não é bom?

O gigante, depois da maldição de Netuno, tornou-se um ser impaciente.

O fato, em si, não tem importância alguma. O problema é que muita gente lê a enxurrada de bobagens que

aparecem na internet não como opinião, mas como conhecimento. Platão, por exemplo, afirmava que opinião

(doxa) era o falso conhecimento. O conhecimento verdadeiro (episteme) depende de estudo profundo,

comprovação metódica, teste de validade. Essas coisas de que se vale em geral a ciência.

O mal que há nessa “democratização” dos veículos é que se formam crenças sem fundamento, mudam-se as

opiniões das pessoas, afirmam-se absurdos em que muita pessoa ingênua acaba acreditando. Sim, porque estudar,

comprovar metodicamente, testar a validade, tudo isso dá muito trabalho.

O Adamastor não estava muito convencido da justeza dos meus argumentos, mas o café tinha terminado e ele

se despediu.

BRAFF, Menalton. Agora todo mundo tem opinião. Carta Capital, 3 abr. 2015. Disponível em:

<https://www.cartacapital.com.br/cultura/agoratodo-mundo-tem-opiniao-7377>.html. Acesso em: 20 ago. 2017.

(Adaptado).

Quanto ao gênero, o texto apresenta características de uma

a) crônica.

b) resenha.

c) reportagem.

d) artigo.

QUESTÃO 03

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Quanto ao gênero, o texto apresenta características de

a) tira.

b) charge.

c) anúncio.

d) fábula.

QUESTÃO 04

O gênero textual do qual o texto 02 é exemplar é:

a) Narração

b) Editorial

c) Propaganda institucional

d) Anúncio publicitário

QUESTÃO 05

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O texto “O substituto da vida” apresenta características que permitem enquadrá -lo no gênero crônica,

pois nele o autor

a) argumenta em favor da máquina de escrever.

b) informa os leitores sobre o trabalho do jornalista.

c) registra o cotidiano com humor, crítica e sensibilidade.

d) visa transmitir noções relacionadas à ética jornalística.

QUESTÃO 06

Observe o “fragmento”.

Pesquisadores de Piracicaba (SP) e Campinas (SP) descobriram na saliva uma forma de diagnosticar a gravidade do

câncer de boca. De acordo com estudo feito em parceria pela Unicamp, Laboratório Nacional de Biociências (LNBio)

e Instituto do Câncer de São Paulo, 90% das amostras de pacientes apontaram existência de proteínas que indicam

também o potencial surgimento da doença.

A descoberta poderá nortear o tratamento de um dos mais frequentes tipos de câncer, o carcinoma oral, tipo de

alteração celular, que em 20% das ocorrências, evoluiu para morte em até cinco anos após o diagnóstico.

O trabalho foi publicado na Revista Scientific Reports, do grupo Nature e rendeu o 7º Prêmio Octavio Frias de

Oliveira, na categoria pesquisa oncológica, para a coordenadora do estudo Adriana Franco Paes Leme, do LNBio.

A pesquisa revelou diferenças significativas nas proteínas da saliva de pessoas saudáveis e de pacientes com câncer

de boca, com ou sem lesões aparentes. O estudo selecionou um painel de proteínas capaz de distinguir os grupos.

“As proteínas selecionadas refletem alterações em mecanismos celulares que podem ajudar a elucidar o surgimento

e a progressão do carcinoma”, comentou a coordenadora do estudo.

As amostras da saliva coletadas pela Faculdade de Odontologia (FOP) da Universidade Estadual de Campinas

(Unicamp) e pelo Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp) foram analisadas por meio da técnica de "proteômica”,

baseada em descoberta do Laboratório Nacional de Biociências.

http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2016/09/pesquisa-daunicamp-usa-saliva-para-indicar-

predisposicao-do-cancer-bucal.html

O texto apresentado trata-se de qual gênero textual:

a) Uma notícia

b) Poema

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c) Uma crônica

d) Charge

e) Um conto

QUESTÃO 07

O PADEIRO

Rubem Braga

Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento -

mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera

sobre a "greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam

o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei

bem o que do governo.

Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando

de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a

campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:

- Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é

ninguém?”

Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a

campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá

de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é ninguém, não senhora, é

o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...

Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que

estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o

trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela

oficina − e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da

máquina, como pão saído do forno.

Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava

para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O

jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade

daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; "não é ninguém, é o padeiro!" E assobiava pelas escadas.

Disponível em <www.pensador.uol.com.br>. Acesso em 11 Out. 2016

O texto “O padeiro” é corretamente classificado como o gênero textual

a) conto

b) crônica.

c) fábula.

d) novela.

e) diário pessoal.

QUESTÃO 08

Texto II

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O texto organiza-se na forma de uma

a) placa.

b) tira.

c) propaganda.

d) notícia.

QUESTÃO 09

Texto 1

Mobilidade urbana no Brasil

Nos últimos anos, o debate sobre a mobilidade urbana no Brasil vem se acirrando cada vez mais, haja vista que

a maior parte das grandes cidades do país vem encontrando dificuldades em desenvolver meios para diminuir a

quantidade de congestionamentos ao longo do dia e o excesso de pedestres em áreas centrais dos espaços urbanos.

Trata-se, também, de uma QUESTÃO ambiental, pois o excesso de veículos nas ruas gera mais poluição, interferindo

em problemas naturais e climáticos em larga escala e também nas próprias cidades, a exemplo do aumento do

problema das ilhas de calor.

A principal causa dos problemas de mobilidade urbana no Brasil relaciona-se ao aumento do uso de transportes

individuais em detrimento da utilização de transportes coletivos, embora esses últimos também encontrem

dificuldades com a superlotação. Esse aumento do uso de veículos como carros e motos deve-se a, pelo menos, cinco

fatores: má qualidade do transporte público no Brasil; aumento da renda média do brasileiro nos últimos anos;

redução de impostos por parte do Governo Federal sobre produtos industrializados (o que inclui os carros); concessão

de mais crédito ao consumidor; e, por fim, herança histórica da política rodoviária do país.

Entre as principais soluções para o problema da mobilidade urbana, na visão de muitos especialistas, estaria o

estímulo aos transportes coletivos públicos, através da melhoria de suas qualidades e eficiências e do

desenvolvimento de um trânsito focado na circulação desses veículos, e a diversificação dos modais de transporte.

Ao longo do século XX, o Brasil foi essencialmente rodoviarista, em detrimento do uso de trens, metrôs e outros. A

ideia é investir mais nesses modos alternativos, o que pode atenuar os excessivos números de veículos transitando

nas ruas das grandes cidades do país.

De toda forma, é preciso ampliar os debates, regulamentando ações públicas para o interesse da QUESTÃO,

tais como a difusão dos fóruns de mobilidade urbana e a melhoria do Estatuto das Cidades, com ênfase na melhoria

da qualidade e da eficiência dos deslocamentos por parte das populações.

(PENA, Rodolfo F. Alves. "Mobilidade urbana no Brasil". Disponível em

<http://brasilescola.uol.com.br/geografia/mobilidade-urbanano-brasil.htm>. Acesso em 25/03/2016. Adaptado).

Analisando-se a estrutura do texto, conclui-se que se trata de um /uma:

a) Depoimento.

b) Debate.

c) Notícia.

d) Artigo de opinião.

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e) Reportagem.

QUESTÃO 10

QUESTÃO 11

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01. B 02. A 03. B 04. A 05. C 06. A 07. B 08. B 09. D 10. D 11. E

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EXERCÍCIOS CESPE

Com relação às ideias do texto CB1A1AAA, que data de janeiro de 1915, julgue os itens a seguir.

1. Infere-se do texto que seu autor concorda com a ideia de que a cidade do Rio de Janeiro, à época,

assemelhava-se a um vasto paiol.

( ) Certo ( ) Errado

2. Conforme o texto, o governo vendia a particulares todo o excedente de explosivos não utilizados.

( ) Certo ( ) Errado

3. Conclui-se do texto que as autoridades do estado do Rio de Janeiro eximiam-se de investigar as causas

das explosões que ocorriam no estado.

( ) Certo ( ) Errado

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Com relação às ideias do texto 11A3AAA, julgue os itens que se segue.

4. Seu Borjalino foi penalizado com tantas advertências por seu diretor na Prefeitura de Macajuba, com

relação à pontuação, que acabou perdendo o emprego.

( ) Certo ( ) Errado

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5. Infere-se do texto que Seu Borjalino, além da vírgula e da crase, conhecia bem o léxico da língua

portuguesa.

( ) Certo ( ) Errado

Com referência às ideias do texto CB1A1AAA, julgue o item a seguir.

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6. Conclui-se do texto que, no que se refere à democracia e à cidadania, existem um plano que se pode

denominar de formal e outro que se pode conceber como real.

( ) Certo ( ) Errado

7. Infere-se do texto que, para o autor, o Estado não é o necessário agente indutor de cidadania e de

democracia.

( ) Certo ( ) Errado

8. A tese central do autor pode ser resumida da seguinte forma: apenas com a efetividade dos direitos

civis garante-se a efetividade da democracia.

( ) Certo ( ) Errado

9. O autor apoia sua argumentação sobre a seguinte premissa: os diversos tipos de direitos (sociais,

políticos e civis) são indistintos no que se refere à promoção da igualdade.

( ) Certo ( ) Errado

No que se refere aos sentidos do texto CB4A1AAA, julgue o item a seguir.

10. Sabendo-se que Brasília foi inaugurada em 1960, infere-se que a UnB foi fundada em 1962.

( ) Certo ( ) Errado

11. Devido ao emprego da expressão “menina dos olhos” ( .19), é correto inferir que, ainda hoje, os

gestores universitários utilizam a “estrutura administrativa e financeira” ( .18) adotada pela UnB nos

anos 60.

( ) Certo ( ) Errado

12. O texto é predominantemente argumentativo, pois busca convencer o leitor da excelência da UnB.

( ) Certo ( ) Errado

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No que se refere às ideias e às estruturas linguísticas do texto, julgue o item seguinte.

13. O uso diário que as pessoas fazem da palavra “saúde” contribuiu para que ela perdesse seu valor

semântico original, tornando-a uma palavra “tola”.

( ) Certo ( ) Errado

14. Na argumentação desenvolvida no texto, a informação presente em “Teoricamente, a higidez não tem voz”

(R. 4 e 5) é contraposta à informação presente em “Às vezes, a voz da saúde é a voz do corpo grato” (R. 22 e

23).

( ) Certo ( ) Errado

15. Ao analisar o quadrinho, percebe-se que a ambiguidade foi desencadeada pelo(a)

Disponível em: <http://sopalavreandoerefletindo.blogspot.com.br/2015/10/am-bi-gui-da-de-sera.html>.

Acesso em: 15 abr. 2018.

a) fato de uma palavra, no contexto, ser polissêmica.

b) má construção da frase, dificultando a compreensão do leitor.

c) posicionamento de determinada palavra ou expressão em uma enumeração.

d) uso de pronome que não permite identificação de seu referente no texto.

e) uso da palavra porcona, que não permite identificação precisa de seu referente no texto.

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Torrente de uma triste realidade

Muitos não têm paciência ou não gostam de ler sobre a cultura afegã, tampouco sobre as suas nuances.

A partir da vida de uma família de classe média, a autora consegue percorrer as diversas sendas que tanto

diferenciam a cultura afegã das demais.

Asne Seierstad teve uma incrível sensibilidade para descrever tão bem as entranhas desta cultura. Se

não estiver disposto(a) a deparar-se com contrastes culturais chocantes, dificilmente gostará deste livro.

Apesar de poder ser lido como romance, não espere por uma história contínua. Na verdade, poucos

são os capítulos que guardam tal característica, os demais são escritos de modo mais independente – o

que, para mim, não prejudicou em nada o transcorrer da obra.

Sou um apaixonado pela cultura do Afeganistão. Esta obra é um incrível relato sobre a sofrida vida

naquele país. É impressionante deparar-se com uma cultura tão empedrada e quase nunca questionada,

bem como com os diversos relatos de guerra. Confrontamo-nos com o domínio soviético, passamos pelo

período da guerra civil, que envolve tanto o Regime de Cabul quanto o controle dos Mujahedin e

chegamos ao tenebroso regime Talibã. Do meio para o final, o livro ganha um tom menos fundamentalista

e mais ‘liberal’, que é o período “pós-Talibã”.

A leitura foi fantástica, o livro é cativante e, sobretudo, ensina!

Resenha do livro O livreiro de Cabul, por Felipe Albiero – SKOOB.

Disponível em: <www.skoob.com.br/livro/resenhas/310/mais-gostaram>. Acesso em: 22 abr. 2018.

16. Pela sua construção composicional e discursiva, o texto é caracterizado como uma resenha

porque

a) encaminha uma petição, contendo uma reivindicação.

b) visa descobrir novos conhecimentos no domínio científico.

c) implica leitura, interpretação e posicionamento sobre a obra.

d) resulta de uma atividade jornalística com informações sobre um evento.

e) expõe de forma sintetizada a ideia geral sobre o livro, sem comentários.

Pode ser um saudosismo bobo, mas tenho saudades do tempo em que se ouvia o futebol pelo rádio. Às vezes,

era apenas chiado; às vezes, o chiado se misturava com a narração; às vezes, a estação sumia; sem mais nem

menos, voltava, e o jogo parecia tão disputado, mas tão emocionante, repleto de lances espetaculares, que

tudo que queríamos no dia seguinte era assistir os melhores momentos na televisão. Hoje todos os jogos são

transmitidos pela televisão. Isso é uma coisa esplêndida, mas sepultou a fantasia, a mágica.

Agora, que fique claro: em absoluto falo mal da tecnologia. Ao contrário, o avanço tecnológico,

principalmente a chegada da internet, trouxe muita coisa boa pra muita gente. Lembro que ainda engatinhava

no plano do Direito e, se quisesse ter acesso a uma boa jurisprudência, tinha que fazer assinatura. Hoje, está

tudo aí, disponível, à farta, de graça. Somente quem viveu numa época em que não havia a internet tem

condições de dimensionar o nível de transformação e de reprodução do conhecimento humano que ela

representou...

(Adaptado de: GEIA, Sergio. Então chegou a tecnologia... Disponível em: www.cronicadodia.com.br)

17. Condizente com o gênero crônica, o texto consiste em

a) uma história fantasiosa inspirada em fatos reais, com linguagem cerimoniosa.

b) um registro histórico de fatos de relevo internacional, com linguagem hermética.

c) um relato subjetivo de experiências cotidianas, com linguagem coloquial.

d) uma compilação de opiniões divergentes sobre tema polêmico, com linguagem afetada.

e) uma descrição objetiva da realidade visando noticiar fatos inéditos, com linguagem formal.

AquiÁfrica

Treze artistas contemporâneos da chamada África Subsaariana − que compreende países ao sul do Deserto

do Saara, como Nigéria, Camarões, Congo e Angola − abordam em suas obras questões sobre imigração,

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xenofobia, sistemas de poder e tradições culturais. A mostra faz parte do projeto Art for the World, da

curadora suíça Adelina von Fürstenberg, que aborda os direitos humanos em exposições de arte.

Sesc Belenzinho. Rua padre Adelino, 1000, Belenzinho. Terça a sexta, 13h às 21h; sábado, domingo e

feriados, 11h às 19h. Grátis. Até 28 de fevereiro de 2016. (Exposições. Veja São Paulo. 30 dez. 2015, p. 62)

18. Esse texto é

a) uma sinopse, que apresenta brevemente um evento cultural.

b) um comentário, que visa à qualificação de um acontecimento paulistano.

c) uma resenha, pois tem finalidade informativa e pertence à esfera cultural.

d) um sumário, visto que relaciona os principais elementos do fato.

e) um classificado, que anuncia um evento cultural, com finalidade publicitária.

Problemas vs. Mistérios

O linguista Noam Chomsky uma vez sugeriu que a ignorância (ou o desconhecimento que se tem a respeito

de um tema qualquer) poderia ser dividida em duas categorias: problemas, ou fatos que estejam dentro da

capacidade de raciocínio; e mistérios, que se localizem além dela.

Segundo ele, os problemas abrangem as questões que podem ser compreendidas e respondidas, mesmo que

não sejam diretamente solucionadas. Mistérios, por sua vez, têm uma característica particular. Eles são, por

definição, incompreensíveis.

De tão abundantes, mistérios são considerados forças naturais. Não se sabe como o outro pensa, o que o

levou a chegar a tais conclusões, o que poderia fazê-lo mudar de ideia. Suas vias misteriosas não são

questionáveis. Quando não é possível compreendê- las, não há negociação nem forma de mudá-las. E assim se

transita pelo mundo sem esforço nem descoberta, resignado a coletar o que é oferecido.

Produtos de entretenimento fortalecem esse comportamento bovino. Jogos oferecidos por redes sociais

isolam seus usuários do mundo à sua volta. E, travestidos de redes de integração, reforçam sua opinião e a

visão daqueles que, como os líderes espirituais, são “seguidos”. De uma forma dogmática e restrita, não há

questionamento nem oposição. Quando não há concordância possível, a única solução que se apresenta é o

corte da relação.

Boa parte do desconforto social que se vive atualmente vem dessa visão misteriosa, fechada e dogmática

do mundo, para a qual não parece haver saída. Muitos querem abandonar tudo: escola, empregos, cidade,

casamento e identidade, sem saber ao certo para onde ir. Não parece haver disposição ou paciência para escutar,

ceder, compreender, transformar ou reformar a riqueza que se possui. Entretanto, problemas, por mais

desconfortáveis que sejam, costumam trazer uma grande satisfação à medida que são enfrentados,

conquistados, ultrapassados.

(Adaptado de: RADFAHRER, Luli. www.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/2015/10/1690546-

problemas-vs-misterios.shtml. 06/10/2015)

19. O texto pertence ao gênero

a) notícia, em que se observa o predomínio do tipo descritivo.

b) crônica, em que se nota o predomínio do tipo narrativo.

c) editorial, em que se constata a ausência do tipo dissertativo.

d) reportagem, em que se percebe a ausência do tipo descritivo.

e) artigo de opinião, em que se verifica a presença do tipo dissertativo.

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A respeito das ideias do texto CB2A1AAA, julgue os itens subsequentes.

20. A cultura familista e pró-natalista que predominou no Brasil durante séculos foi fruto da forte influência

católica da colonização portuguesa.

( ) Certo ( ) Errado

21. Durante o Estado Novo, os privilégios oferecidos aos homens casados e com filhos eram parte das medidas

adotadas pelo governo para incentivar a natalidade.

( ) Certo ( ) Errado

22. A legislação vigente na primeira metade do século XX desestimulava o controle da natalidade pela

população brasileira.

( ) Certo ( ) Errado

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01. C 02. E 03. E 04. E 05. C 06. C 07. E 08. C 09. E 10. C 11. E 12. E 13. E 14. C 15. A 16. C 17. C 18. A 19. E 20. E 21. C 22. E