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PROGRAMA DE INICIATIVA COMUNITÁRIA INTERREG III B « ESPAÇO ATLÂNTICO » 2000 - 2006 COMISSÃO EUROPEIA ESPANHA – FRANÇA – IRLANDA – PORTUGAL – REINO UNIDO document.doc 1

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PROGRAMA DE INICIATIVA COMUNITÁRIA

INTERREG III B « ESPAÇO ATLÂNTICO »

2000 - 2006COMISSÃO EUROPEIA

ESPANHA – FRANÇA – IRLANDA – PORTUGAL – REINO UNIDO

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ÍNDICE

PREÂMBULO …………………………………………………………………….…………………......8

APRESENTAÇÃO ……………..………………………………………………………………………....9

1. JUSTIFICAÇÃO DA ADESÃO À VERTENTE B DO PROGRAMA INTERREG III

2. O CONTEXTO DA COOPERAÇÃO NO ESPAÇO ATLÂNTICO

3. UMA PREPARAÇÃO DE PARCERIA DO PROGRAMA OPERACIONAL

4. CRUZAMENTO COM OUTROS ESPAÇOS INTERREG III B

5. A AVALIAÇÃO EX-ANTE

6. O ACORDO INTERREG

7. O COMPLEMENTO DE PROGRAMAÇÃO

8. COMPLEMENTARIDADE E COERÊNCIA COM AS OUTRAS POLÍTICAS COMUNITÁRIAS E OS PROGRAMAS DA UNIÃO EUROPEIA

8.1 – INICIATIVAS E PROGRAMAS DA UNIÃO EUROPEIA LEVADAS A CABO NAS REGIÕES ELEGÍVEIS

8.2 – CONFORMIDADE COM A POLÍTICA COMUNITÁRIA RELATIVA À CONCORRÊNCIA

8.3 – OS OUTROS PROGRAMAS E POLÍTICAS COMUNITÁRIAS

8.3.1 – UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA

8.3.2 – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

8.3.3 – IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

8.3.4 – APOIO ÀS EMPRESAS

8.3.5 – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO (TIC)

8.3.6 – PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

8.3.7 - TRANSPORTE

8.3.8 – A ECONOMIA RURAL

8.4 – COERÊNCIA COM OS PROGRAMAS NACIONAIS E REGIONAIS

8.5 - GARANTIR UMA COERÊNCIA COM OS OUTROS PROGRAMAS DA UNIÃO EUROPEIA ATRAVÉS DA IMPLEMENTAÇÃO DO INTERREG

CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO ESTRATÉGICO E PRIORIDADES TRANSNACIONAIS………….23

1 – DESCRIÇÃO DA ZONA

1. 1 – REGIÕES ELEGÍVEIS

1. 2 – CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO ESPAÇO ATLÂNTICO

1. 3 – PONTOS FORTES E FRACOS, OPORTUNIDADES, AMEAÇAS (ANÁLISE FFOA)

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2 – A COOPERAÇÃO INTERREGIONAL AO SERVIÇO DE UMA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

2.1 – A VISÃO DAS REGIÕES

2.2 – OS ENSINAMENTOS DOS RECENTES PROGRAMAS DE COOPERAÇÃO DO ESPAÇO ATLÂNTICO

2.3 – OS ENSINAMENTOS RETIRADOS DA ANÁLISE FFOA : DA ANÁLISE ESTRATÉGICA ÀS OPORTUNIDADES DE COOPERAÇÃO

2.4 – UMA ESTRATÉGIA TRANSNACIONAL DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL POLICÊNTRICO

2.5 – UMA VISÃO ESPACIAL PARA O ESPAÇO ATLÂNTICO

3 – EIXOS ESTRATÉGICOS PRIORITÁRIOS DE COOPERAÇÃO NO ESPAÇO ATLÂNTICO

3.1 –PRIORIDADES E MEDIDAS ESTABELECIDAS

3.2 – PRIORIDADES LIGADAS ENTRE SI E FAVORECENDO UMA ABORDAGEM INTER-SECTORIAL

4 – INDICADORES DE AVALIAÇÃO DO PROGRAMA. QUANTIFICAÇÃO DOS OBJECTIVOS

4.1 – INDICADORES DO PROGRAMA

4.2 – INDICADORES DE CONTEXTO PARA O INTERREG IIIB

4.3 – INDICADORES POTENCIAIS POR PRIORIDADE

CAPÍTULO II – APRESENTAÇÃO DAS PRIORIDADES E MEDIDAS ……………………………………54

1 - PRIORIDADE A: ESTRUTURAÇÃO POLICÊNTRICA DO ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO DE PÓLOS DE COMPETÊNCIA

MEDIDA A-1 : ESTRUTURAÇÃO TERRITORIAL DO ESPAÇO ATLÂNTICO :

Encorajar o desenvolvimento das malhas urbanas, das redes de cidades e das inter-relações urbano/rural/local

Promover a cooperação multi-actores, a parceria público-privado e a participação das redes socio-profissionais

Favorecer a criação duma rede de observação e de pesquisa-acção sobre o ordenamento do território atlântico

MEDIDA A-2 : PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PÓLOS DE COMPETÊNCIA :

Reforçar a competitividade do espaço do ponto de vista da inovação tecnológica

Multiplicar as redes de pesquisa e de transferência de tecnologia

2 – PRIORIDADE B: DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE TRANSPORTE QUE ASSEGUREM UMA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL E A MELHORIA DO ACESSO À SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

MEDIDA B-1 : DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE TRANSPORTE EFICAZES E SUSTENTÁVEIS:

Melhorar o acesso local e regional às redes e plataformas nacionais e transnacionais de transporte, promover a acessibilidade inter-regional e o desenvolvimento da intermodalidade

Assegurar o desenvolvimento de determinados modos de transporte, nomeadamente,

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promover a actividade marítima e portuária, desenvolver o transporte ferroviário e melhorar as ligações aéreas

Contribuir para a melhoria da segurança marítima ao longo da faixa atlântica

MEDIDA B-2 : MELHORIA DO ACESSO À SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO :

Optimizar a inserção das regiões atlânticas na sociedade de informação

Favorecer a utilização das novas tecnologias de comunicação pelos actores económicos

3 – PRIORIDADE C : PROMOÇÃO DO AMBIENTE, GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS E DOS RECURSOS NATURAIS 

MEDIDA C-1 : PROTECÇÃO DO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS :

Desenvolvimento de redes europeias de salvaguarda da biodiversidade do Espaço Atlântico

Promover a gestão sustentável dos recursos hídricos, nomeadamente pela fiscalização da qualidade das águas e pela prevenção de inundações

Encorajar a prevenção das poluições

MEDIDA C-2 : GESTÃO INTEGRADA DAS ZONAS COSTEIRAS E DOS ESTUÁRIOS, PROTECÇÃO DAS ZONAS HÚMIDAS

Valorizar o património natural das zonas litorais e das zonas húmidas do Espaço Atlântico

MEDIDA C-3: GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS :

Promover e favorecer os intercâmbios de práticas respeitadoras do ambiente nos domínios agrícola, da silvicultura, das pescas e da aquacultura

Assegurar a promoção das energias renováveis

Contribuir para o desenvolvimento das tecnologias ambientais

4 -PRIORIDADE D : REFORÇO E PROMOÇÃO DA IDENTIDADE ATLÂNTICA NA GLOBALIZAÇÃO

MEDIDA D-1 : VALORIZAÇÃO DAS CULTURAS E DO PATRIMÓNIO ATLÂNTICOS E ENCORAJAMENTO À CRIAÇÃO CULTURAL. CONTRIBUIÇÃO DA CULTURA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

Encorajar o desenvolvimento de estratégias integradas para a protecção e valorização do património cultural

MEDIDA D-2 : CRIAÇÃO E PROMOÇÃO DE PRODUTOS TURÍSTICOS ATLÂNTICOS

Reforçar a identidade e a atractividade do Espaço Atlântico acentuando o seu papel de destino turístico

MEDIDA D-3 : PROMOÇÃO DO ESPAÇO ATLÂNTICO :

Iniciar acções comuns de promoção económica do Espaço Atlântico

Suscitar as medidas necessárias à preparação dos sectores económicos para o alargamento da União Europeia

Permitir a criação e a difusão de ferramentas genéricas de comunicação interna e externa

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5 –PRIORIDADE E : ASSISTÊNCIA TÉCNICA

MEDIDA E-1 : GESTÃO ADMINISTRATIVA DO PROGRAMA

MEDIDA E-2 : ACTIVIDADES COMPLEMENTARES À ASSISTÊNCIA TÉCNICA

CAPÍTULO III – ESTRUTURAS E PROCEDIMENTOS DE GESTÃO …………….……..…………..….. 71

APRESENTAÇÃO

1 – GESTÃO ESTRATÉGICA : COMITÉ DE ACOMPANHAMENTO

1. 1 – COMPOSIÇÃO DO COMITÉ DE ACOMPANHAMENTO

1. 2 – FUNCIONAMENTO DO COMITÉ DE ACOMPANHAMENTO

1. 3 – COMPETÊNCIAS DO COMITÉ DE ACOMPANHAMENTO

2 – GESTÃO OPERACIONAL : COMITÉ DE GESTÃO, AUTORIDADE DE GESTÃO, AUTORIDADE DE PAGAMENTO, SECRETARIADO COMUM E CORRESPONDENTES NACIONAIS

2. 1 - COMITÉ DE GESTÃO

2.1.1 – Composição do Comité de Gestão

2.1.2 – Funcionamento do Comité de Gestão

2.1.3 – Competências do Comité de Gestão

2. 2 - AUTORIDADE DE GESTÃO

2. 3 - AUTORIDADE DE PAGAMENTO

2. 4 - SECRETARIADO COMUM

2. 5 – CORRESPONDENTES NACIONAIS

3 – PROCEDIMENTOS DE INSTRUÇÃO E DE SELECÇÃO DOS PROJECTOS

3.1 – APRESENTAÇÃO DOS PROJECTOS

3.2 – INSTRUÇÃO DOS PROJECTOS

3.3 – SELECÇÃO DOS PROJECTOS

3.4 – CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE E CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DOS PROJECTOS

3.4.1 – Condições de admissibilidade

4.3.2 – Critérios de selecção

4 – SISTEMA COMUM DE GESTÃO FINANCEIRA

4.1 - APRESENTAÇÃO

4.2 – CONTA ÚNICA

4.3 – RESPONSABILIDADE FINANCEIRA

4.4 – CARTA DE OUTORGA

4.5 - PAGAMENTOS

4.6 – CONTROLO FINANCEIRO E VERIFICAÇÃO DAS CONTAS

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4.7 – ELEGIBILIDADE DAS DESPESAS

4.8 – TAXA DE COFINANCIAMENTO

4.9 – ASSISTÊNCIA TÉCNICA

5 – PROCEDIMENTOS DE ACOMPANHAMENTO, PROMOÇÃO E AVALIAÇÃO

5.1 – ACOMPANHAMENTO DOS PROJECTOS

5.2 – ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA

5.3 – PROMOÇÃO E DIFUSÃO DO PROGRAMA

5.4 – AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

CAPÍTULO IV – DISTRIBUIÇÃO FINANCEIRA …………………………………………….. 85

CAPÍTULO V – AVALIAÇÃO EX ANTE ……………………………………………………… 92

1 – PROCESSO DE AVALIAÇÃO EX-ANTE

2 – RESUMO DOS RESULTADOS DO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO EX-ANTE

2.1 – PANORAMA

2.2 – LIÇÕES RETIRADAS DO INTERREG IIC E ESTRATÉGIA PARA O INTERREG IIIB

2.2.1 – O INTERREG IIC RELATIVAMENTE AOS SEUS OBJECTIVOS

2.2.2 - INTERREG IIC : PONTOS FRACOS EM TERMOS DE ESTRATÉGIA

2.2.3 – DO INTERREG IIC AO INTERREG IIIB

2.3 – PROCEDIMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO

3 – TOMADA EM CONSIDERAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES DA AVALIAÇÃO EX ANTE (RESUMO DOS PONTOS PRINCIPAIS LEVANTADOS PELA AVALIAÇÃO E RESPOSTAS FORNECIDAS)

3.1 – LIÇÕES DO INTERREG IIC

3.2 – ESTRATÉGIA GLOBAL

3.3 – COERÊNCIA INTERNA DO PROGRAMA

3.4 – COERÊNCIA EXTERNA DO PROGRAMA

3.5 – IMPACTO PREVISTO

3.6 – PROCEDIMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO

3.6 – IMPACTO AMBIENTAL

ANEXOS ………………………………………………………………………………………….104

Mapa n° 1 : Densidade populacional em 1998

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Mapa n° 2 : Variação da população por região entre 1990 e 1999

Mapa n° 3 : Estrutura etária da população em 1999

Mapa n° 4 : Evolução demográfica das cidades europeias entre 1950 e 1990

Mapa n° 5 : Produto interno bruto em 1998

Mapa n° 6 : Emprego por sector de actividade em 1999

Mapa n° 7 : Desemprego em 1999

Mapa n° 7 bis : Tipologia do desemprego em 1999

Mapa n° 8 : Acessibilidade à rede transeuropeia

Anexo n° 9: Tráfego aéreo em 2000 (quadro)

Mapa n°10 : Tráfego dos portos europeus em 1999

Anexo n°10 bis : Tráfego dos portos europeus em 1999 (quadro)

Mapa n°11 : Mapa das zonas elegíveis aos programas do INTERREG III B

Mapa n° 12 : Estrutura espacial da Europa em 1997

Anexo 13 : Imagem por satélite da iluminação nocturna das cidades do Espaço Atlântico

Mapa n°14 : Pesquisa e desenvolvimento : depósitos de patentes entre 1996 e 1998

Mapa n°14 bis : Pesquisa e desenvolvimento : especialização das patentes por sector em 1998

Anexo 15 : Quadro dos dados (A : população, B : emprego, C : desemprego)

Anexo 16 : Contactos

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PREÂMBULO

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O Regulamento (C.E.) N° 1260/99 do Conselho de 21 de Junho 1999 (JOCE L 161/1, 26-6-1999) que inclui as disposições gerais sobre os Fundos Estruturais, estabelece nos seus Artigos 20 e 21, a lista das iniciativas comunitárias para o período 2000 – 2006. A alínea 1.a) do Artigo 20, em particular, especifica o domínio de intervenção da Iniciativa Comunitária INTERREG.

O Jornal Oficial das Comunidades Europeias de 23 de Maio de 2000 (JOCE C 143/6) publicou a Comunicação da Comissão aos Estados Membros de 28 de Abril que estabelece as orientações para uma iniciativa comunitária relativa à cooperação transeuropeia e destinada a favorecer um desenvolvimento harmonioso e equilibrado do território europeu – INTERREG III.

Estas orientações da Comissão propõem, no seu parágrafo III (Cooperação transnacional – Vertente B da Iniciativa), reforçar a « cooperação transnacional entre autoridades nacionais, regionais e locais a fim de promover um nível mais elevado de integração territorial no seio de vastos agrupamentos de regiões europeias, com o objectivo de alcançar um desenvolvimento sustentável, harmonioso e equilibrado na Comunidade, e uma melhor integração territorial com os países candidatos e os outros países vizinhos».

Esta Parte B do INTERREG III inscreve-se no prolongamento da Iniciativa Comunitária INTERREG II C que tinha sido objecto duma Comunicação da Comissão aos Estados Membros, fixando orientações para os programas operacionais que os Estados Membros são convidados a estabelecer no âmbito da Iniciativa Comunitária INTERREG relativamente à cooperação transnacional sobre o tema do ordenamento do território (JOCE C 200/23, de 10 de Julho de 1996) para o período 1997 – 1999 e no quadro do qual o Espaço Atlântico beneficiou dum primeiro programa de cooperação no âmbito do ordenamento do território e de medidas de cooperação transnacional.

Neste quadro da Iniciativa Comunitária INTERREG II C, a Comissão Europeia aprovou uma Decisão, datada de 20 de Maio de 1999, relativa à concessão dum apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) para um PROGRAMA OPERACIONAL « ESPAÇO ATLÂNTICO», a favor da Espanha, França, Irlanda, Portugal e Reino Unido. Este Programa INTERREG II C será encerrado a 31 de Dezembro de 2001.

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APRESENTAÇÃO

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O presente Programa Operacional constitui uma proposta para as intervenções previstas no âmbito da Vertente B da Iniciativa Comunitária INTERREG III. É apresentado conjuntamente pela Espanha, França, Irlanda, Portugal e Reino Unido, sob a designação de « ESPAÇO ATLÂNTICO ».

Inclui, portanto, as propostas de acções dos Estados e das Regiões abrangidas pelo espaço geográfico definido para o Programa.

1 – JUSTIFICAÇÃO DA ADESÃO À VERTENTE B DO PROGRAMA INTERREG III

A decisão dos cinco Estados Membros de aderir à Iniciativa Comunitária INTERREG III B tem em consideração os seguintes argumentos:

- A existência de estudos prévios : o primeiro estudo Europa 2000, o Estudo de Prospecção das Regiões Atlânticas, o Estudo Europa 2000 + e, mais recentemente, o Estudo Estratégico de Cooperação Inter-regional do Espaço Atlântico, pilotado pela Região da Galiza e realizado pela Célula de Prospecção das Periferias Marítimas da CRPM no Porto no âmbito do PIC INTERREG IIC, e outros estudos de prospecção em curso.

- Paralelamente, existe uma tradição de cooperação interregional no seio da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas da Europa (C.R.P.M) e da Assembleia das Regiões da Europa (A.R.E), bem como uma tradição de cooperação inter-estatal (comissões bilaterais transfronteiriças, participação nas iniciativas INTERREG I e II anteriores).

- A existência de características comuns, em termos de problemas e de oportunidades, e o desejo de uma cooperação no domínio do ordenamento do território destinado a aprofundar a análise e a lançar acções conjuntas.

- A possibilidade de contribuir para a execução do Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário (E.D.E.C. : documento de orientação não vinculativo adoptado pelos Estados Membros e pela Comissão em Potsdam em Maio de 1999), e contribuir para a estratégia global de desenvolvimento da dimensão marítima da União. A Vertente B, que privilegia uma abordagem territorial integrada, deve efectivamente ter em conta as recomendações incluídas no EDEC e contribuir para as estratégias formuladas por este, nomeadamente as relativas ao desenvolvimento da dimensão marítima da União e do policentrismo. Deve igualmente tomar em consideração as prioridades das outras políticas comunitárias com efeito territorial notório: Rede Transeuropeia de Transporte, política ambiental, pesquisa e desenvolvimento..., em conformidade com o ponto 14 da Comunicação.

- O ponto 14 da Comunicação coloca igualmente o acento na promoção da integração entre regiões marítimas e ultra-periféricas, prioridade que se aplica bem ao Espaço Atlântico.

2 - O CONTEXTO DA COOPERAÇÃO NO ESPAÇO ATLÂNTICO

Desde 1990 que foram desenvolvidos programas de cooperação interregional neste espaço, por iniciativa das Regiões da Comissão Arco Atlântico da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas, com o apoio dos créditos do FEDER : programa-rede Arco Atlântico (1990/1993), Finatlantic (1991/1994), acção piloto Atlantis (1993/1995).

O Programa INTERREG II C, preparado pelos cinco Estados Membros abrangidos pelo Espaço Atlântico, assegurou a continuidade deste processo de mobilização.

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Aplicando-se a um território com características próximas, o conteúdo do Programa INTERREG III B basear-se-á portanto, naturalmente, nos ensinamentos do programa INTERREG II C que terminará no fim de 2001.

3 – UMA PREPARAÇÃO EM PARCERIA DO PROGRAMA OPERACIONAL

A redacção do presente documento apoia-se nomeadamente nos resultados duma acção de estudo e de mobilização iniciada pelas Regiões no âmbito do Programa INTERREG II C : « Estudo estratégico de cooperação inter-regional do Espaço Atlântico ». A partir duma análise macro-económica das forças e fraquezas deste espaço, de um inquérito sobre as estratégias e as práticas de cooperação interregional das regiões, e de uma exploração dos estudos disponíveis (Europa 2000 +, relatório periódico da Comissão Europeia sobre a situação socio-económica das regiões), este trabalho permite propor um determinado número de eixos de cooperação.

Os seus resultados, publicados à medida que iam saindo, alimentaram seminários temáticos que de Junho a Setembro 2000 reuniram cada um uma centena de actores representando os meios profissionais, universitários, associativos, sindicalistas, ambientais, empresariais, urbanos…do espaço à volta de temas que estruturam o presente Programa Operacional: transportes, turismo, ordenamento do território e ambiente, rede de grandes cidades, relações cidade-campo, cultura, pesquisa e inovação. De acordo com uma abordagem « bottom-up », os trabalhos destes seminários contribuíram igualmente para alimentar o conteúdo do presente Programa Operacional, dando um contorno mais concreto a determinadas medidas e sugerindo outras. Cada seminário deu, com efeito, lugar à redacção dum relatório elaborado por um especialista no tema considerado.

Para além da apresentação dos resultados de etapa do trabalho de prospecção, estes seminários levados a cabo em seis regiões diferentes do espaço (Coimbra, Valladolid, Rennes, Bordeaux, Argyll and Bute, Santiago de Compostela) permitiram dar a conhecer a toda uma rede de actores territoriais e socio-profissionais os objectivos do Programa INTERREG III B, e assim preparar, graças a esta dinâmica, a fase de emergência de projectos que acompanhará o lançamento do Programa.

Além disso, o Programa INTERREG II C suscitou a criação da Conferência das Cidades do Arco Atlântico, com sede em Rennes, e que tem por objectivo desenvolver as trocas na perspectiva da implementação do INTERREG III B. Esta associação contribuiu para a descrição da prioridade relativa ao desenvolvimento policêntrico do Espaço Atlântico.

O Comité de Redacção do Programa reuniu-se cinco vezes, em Paris, Londres, Bruxelas, Santiago de Compostela e Porto. Uma reunião preliminar teve lugar em Shannon. O Comité de Redacção inclui dois grupos temáticos separados sob a responsabilidade dos Estados, um ocupa-se da estratégia do Programa, ou outro da gestão administrativa e financeira. Os cinco Estados Membros abrangidos são representados por delegados dos níveis nacionais, regionais e locais. Além disso, a Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas (CRPM) participou nas reuniões.

O Comité elaborou projectos do Programa Operacional e cada Estado Membro fez consultas obedecendo a procedimentos nacionais. Um grande número de organizações foi convidado a contribuir para o desenvolvimento do Programa, incluindo autoridades e colectividades nacionais, regionais e locais, actores territoriais e parceiros socio-económicos.

Após esta parte comum do processo de elaboração do Programa, foram introduzidos dados precisos quanto às modalidades de consulta interna estabelecidos por cada Estado :

Espanha :

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O Governo espanhol, através do seu Ministério das Finanças, decidiu que a participação espanhola no Programa INTERREG III B seria regional na sua totalidade dado que a participação da Espanha no Espaço Atlântico abrange nove regiões autónomas. Esta decisão permitiu a elaboração do Programa relativamente à parte espanhola.

A implementação da parceria para a elaboração do Programa foi lançada numa reunião de trabalho que decorreu de 29 a 30 de Junho de 2000 com a participação de todas as regiões e da administração central. A última reunião teve lugar a 19 e 20 de Outubro de 2000 a fim de pôr em comum as acções realizadas antes da apresentação do Programa a Bruxelas.

O Ministério das Finanças coordenou a difusão das informações junto dos governos regionais cada vez que tinha lugar uma reunião do Comité de Redacção do Programa, o que permitiu o levantamento de sugestões em cada nova versão. As regiões transmitiram assim ao seu Ministério os comentários e sugestões decorrentes do seu território, Em definitivo, foram consultados cerca de 150 organismos, incluindo os responsáveis ambientais, que enviaram as suas observações à sua própria região. Entre os organismos consultados, salientamos, a nível regional, entre outros, os ministérios regionais do ambiente, da indústria e do transporte, bem como os Conselhos Económicos e Sociais, fundações, universidades, associações empresariais e Agências de Desenvolvimento Local.

França :

A consulta em França assumiu, desde o início, a forma de reuniões de trabalho associando o Secretariado Geral aos Assuntos Regionais da região Pays de la Loire, designado como serviço coordenador do Estado para o Espaço Atlântico, e do conjunto dos Conselhos Regionais abrangidos por este espaço. Tiveram assim lugar quatro reuniões à medida que a redacção ia avançando, e que trouxeram a contribuição francesa nestes trabalhos. Cada Prefeitura de Região e cada Conselho Regional manteve informadas as outras estruturas políticas ou socio-profissionais que considerou útil associar.

Assim, os Conselhos Económico e Sociais Regionais (CESR), principais intermediários das Regiões e órgãos representativos da sociedade civil e dos socio-profissionais foram mantidos regularmente informados acerca do procedimento de redacção e do conteúdo do Programa Operacional no qual puderam intervir quando necessário. Os CESR são constituídos por representantes das estruturas susceptíveis de estarem interessadas no programa, incluindo as associações e entidades de protecção do ambiente, que foram consultadas por seu intermédio. Da mesma forma, a associação dos CESR do Atlântico permitiu assegurar a coordenação da informação nos dois sentidos ao longo de todo o processo de redacção.

Além disso, uma sessão de informação à atenção do todos os actores interessados das nove regiões abrangidas teve lugar em Nantes a 24 de Outubro de 2001 e permitiu alargar a consulta, nomeadamente a outras colectividades territoriais e câmaras consulares. 250 pessoas participaram activamente na sessão e puderam colocar questões e dar parte das suas sugestões tanto ao nível do conteúdo das prioridades como do funcionamento do programa: as suas observações foram tomadas em consideração no Complemento de Programação.

Finalmente, a Delegação para o Ordenamento do Território e Acção Regional (DATAR) organizou várias reuniões de concertação associando os principais parceiros ao nível nacional (ministérios abrangidos), regional e local, nomeadamente para consultas sobre as modalidades de gestão dos programas.

Irlanda :

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Um exemplar integral do projecto de Programa INTERREG IIIB « Espaço Atlântico », preparado pelo comité de redacção tendo em vista a consulta, as informações gerais e os extractos das directivas da Comissão Europeia sobre o INTERREG III, foi transmitido aos organismos seguintes : 13 ministérios, duas assembleias regionais da Irlanda encarregues dos programas da UE, a Associação das Regiões Irlandesas, 8 autoridades regionais e o Organismo Especial dos Programas Europeus. Foram igualmente consultados os quatro parceiros sociais seguintes : a Confederação das Empresas e Empregadores Irlandeses (patronato), a Confederação Irlandesa dos Sindicatos (sindicatos), a Associação dos Agricultores Irlandeses e outros (agricultura), a Sociedade de São Vicente de Paulo e outros grupos (colectividades/voluntariado) e os centros de interesses horizontais seguintes : Comhar (Parceria nacional para o desenvolvimento sustentável), Equality Authority, Equality Unit, o Plano de desenvolvimento nacional/Community Support Framework Evaluation Unit e alguns organismos com interesse particular nos programas da UE : Universidade Nacional da Irlanda em Maynooth, Dublin Corporation e Ernact GEIE em Donegal.

Foi solicitado a estes organismos e grupos que dessem o seu ponto de vista e os seus comentários sobre o Projecto de Programa INTERREG III B. Os comentários e propostas que sugeriam alterações ao Programa foram transmitidos, com alterações em termos de redacção, à Célula de Coordenação do Espaço Atlântico a fim de serem incluídos no Programa Operacional.

Portugal :

A parceria para a elaboração do Programa foi lançada a nível regional durante uma reunião tida em Lisboa a 29 de Maio, e a nível central através de reuniões tidas entre 25 e 30 de Junho e nos primeiros dias de Julho. Os organismos convidados a apresentar as suas contribuições para a definição da estratégia e das medidas do Programa foram departamentos da administração central, nomeadamente :

- transportes e comunicações: Direcção Geral dos Transportes Terrestres; Gabinete de Coordenação dos Investimentos; Gabinete do Gestor da I.O. Transportes; Instituto Marítimo-Portuário; REFER; CP; Instituto de Estradas de Portugal; Instituto das Comunicações de Portugal; ANA-Aeroportos de Portugal.

- ambiente e recursos hídricos: Direcção Geral do Ambiente; Instituto da Conservação da Natureza; Instituto da Água.

- cultura e património: Gabinete de Planeamento e Controlo do Ministério da Cultura; IPPAR; Instituto Português dos Museus.

- agricultura e desenvolvimento rural: Gabinete de Planeamento e Política Agro-Alimentar.

- cooperação de empresas: AEP (Associação das Empresas de Portugal); AIP (Associação Industrial Portuguesa); ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários); Confederação do Comércio; Associação Nacional de Mulheres Empresárias.

- ordenamento do território e desenvolvimento urbano: Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano.

- turismo: Direcção Geral do Turismo.

A nível regional, as cinco “Comissões de Coordenação Regionais” foram encarregues de envolver os organismos da administração descentralizada regional e a administração local, institutos públicos, associações de municípios, universidades, institutos politécnicos, associações nacionais e regionais de empresários, associações de desenvolvimento regional e local.

Ao todo foram consultados perto de 200 organismos, com um retorno significativo. Os principais organismos envolvidos seguiram a evolução posterior da preparação do Programa e foram formalmente associados à apreciação e enriquecimento duma versão preliminar das sínteses temáticas disponibilizadas durante o mês de Setembro.

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Reino Unido :

O projecto de Programa INTERREG IIIB « Espaço Atlântico » preparado pelos representantes nacionais e regionais dos países participantes foi transmitido aos organismos locais, regionais e nacionais para consulta.

Entre estes organismos locais, encontram-se : as associações governamentais locais, a associação inglesa regional, as câmaras regionais, as agências regionais para o desenvolvimento, os representantes das câmaras de comércio e indústria, o English Heritage e outros organismos culturais/turísticos, estabelecimentos regionais de ensino e de pesquisa, organizações rurais/agrícolas bem como grupos de voluntariado. O leque destes organismos/associações alinhava-se no desejo da Comissão Europeia de instaurar uma abordagem « de baixo para cima » no âmbito do estabelecimento de parcerias. À escala nacional, foram consultados os grupos seguintes: ministérios, agências governamentais, autoridades locais e organismos encarregues do urbanismo, da renovação, dos transportes e dos organismos rurais. Solicitou-se igualmente às administrações descentralizadas do País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte que dessem o seu ponto de vista sobre a questão.

Em Outubro 2000, solicitou-se a estes organismos/grupos que apresentassem o seu ponto de vista e comentários sobre o projecto de Programa INTERREG III B « Espaço Atlântico ». Os resultados da consulta ao Reino Unido foram em seguida transmitidos à Célula de Coordenação do Espaço Atlântico.

4 – CRUZAMENTOS COM OUTROS ESPAÇOS INTERREG III B

Certas regiões do Espaço Atlântico pertencem a outros espaços do Programa INTERREG III B :

- Mediterrâneo Ocidental : Algarve e Alentejo em Portugal e província de Huelva, Cádiz e Sevilla na Andaluzia (Espanha).

- Sudoeste Europeu : toda a parte espanhola e portuguesa do Espaço Atlântico, e regiões francesas seguintes : Aquitaine, Midi-Pyrénées, Poitou-Charentes, Limousin.

- Noroeste Europeu : toda a Irlanda, toda a parte do Reino Unido pertencente ao Espaço Atlântico, e as seguintes regiões francesas : Haute-Normandie, Basse-Normandie, Bretagne, Pays de la Loire, Centre.

- Periferia Norte : toda a parte escocesa do Espaço Atlântico.

- Açores, Madeira, Canárias.

Deverá ser procurada uma coerência na implementação dos programas operacionais destes espaços. Para isto serão propostos mecanismos de coordenação tais que encontros periódicos entre os Secretariados Comuns e as Autoridades de Gestão dos outros espaços transnacionais (em particular, o Sudoeste Europeu e o Noroeste Europeu) ou transfronteiricos a fim de iniciar uma concertação regular sobre os dossiers apresentados, a coordenação dos procedimentos e dos critérios... Da mesma forma, uma participação no Programa INTERACT, destinada a coordenar os programas transnacionais de ordenamento do território será estudada quando as suas modalidades práticas forem conhecidas.

5 – A AVALIAÇÃO EX-ANTE

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Em conformidade com o disposto na Comunicação da Comissão Europeia, encontra-se anexa a este Programa Operacional uma Avaliação Ex-ante realizada por um consultor independente, a qual toma em consideração as principais recomendações transmitidas. (ver Capítulo V)

6 – O ACORDO INTERREG

Os elementos solicitados para o Acordo INTERREG figuram no texto deste Programa Operacional cujo conteúdo é aprovado pelos cinco Estados Membros envolvidos.

7 – O COMPLEMENTO DE PROGRAMAÇÃO

Em conformidade com o Regulamento 1260/1999 do Conselho de 21 de Junho de 1999 que estabelece as disposições gerais sobre os Fundos Estruturais, o seu Artigo 9º que define especificamente um determinado número de termos chave, e em conformidade com o ponto « m », a Comissão Europeia considera como « Complemento de Programação, o documento que implementa a estratégia e os eixos prioritários da intervenção e que contém os elementos detalhados ao nível das medidas tais que previstas no artigo 18º parágrafo 3º, elaborado pelo Estado Membro ou pela Autoridade de Gestão e, se for o caso, adaptado em conformidade com o artigo 34º, parágrafo 3º ; é transmitido à Comissão para informação ». O Complemento de Programação será estabelecido após a elaboração do Programa Operacional.

8 – COMPLEMENTARIDADE E COERÊNCIA COM AS OUTRAS POLÍTICAS COMUNITÁRIAS E OS PROGRAMAS DA UNIÃO EUROPEIA

8.1- INICIATIVAS E PROGRAMAS DA UNIÃO EUROPEIA LEVADOS A CABO NAS REGIÕES ELEGÍVEIS

Um factor chave para garantir o sucesso do Programa INTERREG IIIB será de maximizar a sua complementaridade com os outros programas da União Europeia em curso na zona elegível. Isto é particularmente verdade para os programas financiados sob os Objectivos 1 e 2 dos Fundos Estruturais, do Fundo de Coesão, dos Programas de Desenvolvimento Rural, bem como das outras Iniciativas Comunitárias nomedamente, URBAN, LEADER + e EQUAL. O Programa de Iniciativa Comunitária do Espaço Atlântico está bem colocado para oferecer um quadro alagardo no seio do qual estes programas operam e tomam em consideração as prioridades nacionais e regionais de desenvolvimento.

No conjunto, a complementaridade entre os diferentes programas é reforçada pelos seus objectivos e finalidades comuns, em particular a promoção da coesão económica e social. O Programa INTERREG é uma boa ocasião de introduzir a promoção dum desenvolvimento territorial mais equilibrado a fim de encorajar um esquema equilibrado de desenvolvimento e um acesso mais equitativo às possibilidades oferecidas pelos Fundos Estruturais. Uma vez que o Programa estabeleceu esta estrutura, as autoridades regionais e os Estados Membros estão bem colocados para promover as possibilidades duma abordagem coerente na prática, garantindo que as acções adoptadas no âmbito do Programa INTERREG IIIB vêm completar as que são financiadas pelos programas dos Fundos Estruturais.

O financiamento da organização espacial do Espaço Atlântico sob o Eixo Prioritário A permite ligar as zonas rurais às zonas urbanas. Isto reforçará os diferentes objectivos dos programas tais que a “promoção duma região virada para o exterior e para o futuro” no âmbito do PEACE II, Pays de la Loire (Eixo Prioritário 2) e Eixo Prioritário 2 (Acções Regionais Integradas) dos programas regionais

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Objectivo 1 de Portugal. O Eixo Prioritário A do Programa INTERREG IIIB apoiará igualmente o desenvolvimento de actividades baseadas no conhecimento. É um elemento importante de numerosas estratégias de desenvolvimento regional que está reflectido nomeadamente nos Programas dos Fundos Estruturais da Andaluzia, Navarra, Noroeste de Inglaterra e Bretanha. O Programa apoia igualmente as acções promovidas no âmbito dos Programas nacionais em Espanha e em Portugal neste dominio. A promoção das possibilidades transnacionais disponíveis será um ingrediente importante do valor acrescentado comunitário e permite ter um impacto mais importante que actividades isoladas no seio de diferentes regiões.

A melhoria do acesso às infraestruturas e às comunicações é um elemento chave da Prioridade B do Programa Espaço Atlântico. Este aspecto completa as actividades propostas no conjunto da zona de programação, particularmente na Irlanda, em Espanha e em Portugal. O Espaço Atlântico garantirá o desenvolvimento dum quadro estratégico no seio do qual estas acções serão implementadas. A abordagem coerente que este quadro possibilitará reforçará a performance global do Espaço Atlântico. As dificuldades encontradas para adoptar uma perspectiva mais integrada e transnacional não são sub-estimadas no Programa, daí a introdução de procedimentos de arbitragem. O acento posto na promoção de ligações secundárias sublinha a importância associada à melhoria da acessibilidade no conjunto do Espaço Atlântico, que reflecte as cláusulas do EDEC (Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário) e reforça as prioridades dos Programas Nacionais e Regionais em curso na zona.

O Eixo Prioritário C (Promover o ambiente, a gestão sustentável das actividades económicas e dos recursos naturais) sustenta os objectivos da maior parte dos Programas dos Fundos Estruturais operando no seio da zona elegível. O desenvolvimento rural e a utilização prudente dos recursos naturais são prioridades importantes em quase todas as zonas, incluindo o Programa Objectivo 1 do Oeste do País de Gales e Valleys, o Programa Objectivo 1 de transição da Irlanda do Norte, o Programa Objectivo 2 para La Rioja, o Programa Objectivo 1 das regiões do Sul e Leste da Irlanda, o Programa Objectivo 2 para o Limousin e os Programas Objectivo 1 Ambiente e regionais de Portugal. O Programa completa igualmente os planos de desenvolvimento rural em curso na zona elegível. Mais uma vez, o Programa do Espaço Atlântico acrescenta valor ao tomar em consideração a dimensão transnacional e a ocasião oferecida de desenvolver conhecimentos e proceder a intercâmbios de experiência. O Programa permitirá garantir que a assistência comunitária é maximizada e que as regiões não repetem o desenvolvimento dos conhecimentos inutilmente.

Ao olhar para o exterior do Espaço Atlântico e ao construir uma identidade externa para a região tomada no seu conjunto, o Eixo Prioritário D reforçará as acções de desenvolvimento de empresas que os Programas dos Fundos Estruturais apoaim em toda a região. O Eixo D, ao colocar o acento no desenvolvimento de produtos turísticos, completará igualmente as acções propostas noutros Programas. As acções e os produtos mais sustentáveis propostos estão na linha das acções dos Programas Regionais. Neste sentido, o Programa tomará em consideração as publicações da Comissão Europeia, em particular “Para a qualidade do turismo rural : gestão integrada da qualidade dos destinos rurais”, “Para a qualidade do turismo litoral : gestão integrada da qualidade dos destinos turísticos costeiros”, e “Para a qualidade do turismo urbano : gestão integrada da qualidade dos destinos de turismo urbano”.

O Programa Espaço Atlântico oferece uma abordagem muito coerente do desenvolvimento da região e completa e reforça os Programas nacionais e regionais já financiados pelos Fundos Estruturais da União Europeia. A verdadeira complementaridade será determinada no terreno, ponto abordado a seguir na tomada em consideração dos procedimentos de implementação e de gestão.

Os procedimentos de implementação garantirão igualmente que o Programa será o complemento dos Programas INTERREG IIIB, incluindo aqueles para o Sudoeste da Europa, o Noroeste da Europa e o do Mar do Norte.

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8.2 – CONFORMIDADE COM A POLÍTICA COMUNITÁRIA RELATIVA À CONCORRÊNCIA

Se a comunidade cofinancia regimes de ajuda de Estado, a Comissão deve aprovar estas ajudas em conformidade com os artigos 87º e 88º do Tratado da União. Segundo o Artigo 88º do Tratado, os Estados Membros devem notificar à Comissão qualquer medida que subsidie, altere ou estenda as ajudas de Estado às empresas.

Segundo os artigos 9º (m), 18.2º (b), 19.3º (b), o Programa Operacional contém uma descrição resumida das medidas previstas para implementar as prioridades, incluindo a informação necessária para controlar a conformidade com as ajudas de Estado descritas no artigo 87º do Tratado. A Autoridade de Gestão assegurará o respeito pelas regras em matéria de ajudas de Estado, assistida pelas autoridades nacionais abrangidas.

Os Estados Membros confirmam que nenhuma ajuda de Estado será forncecida neste Programa para além das ajudas fornecidas em conformidade com a regra designada “de minimis” ou no âmbito de plano(s) de assistência implementado(s) no quadro de um dos Regulamentos de isenção dos acordos ou já notificado e aprovado pela Comissão Europeia. Qualquer ajuda de Estado concedida no âmbito destas medidas será compatível com as cláusulas dos Regulamentos da Comissão sobre a aplicação dos Artigos CE 87º e 88º sobre as ajudas ditas « de minimis », sobre as ajudas de Estado às PME e sobre as ajudas à formação1.

A regra das ajudas « de minimis » não se aplica às ajudas de Estado relativas à produção, transformação e comercialização dos produtos agrícolas listados no anexo I do Tratado da União, nem ao sector dos transportes. A fim de garantir a conformidade com as políticas comunitárias em matéria de concorrência, todas as candidaturas de projecto deverão declarar todas as ajudas de Estado recebidas e deverão assegurar o acompanhamento do impacto do financiamento causado sobre as sociedades ou os outros beneficiários das ajudas.

Em conformidade com as suas obrigações descritas no Artigo 34º (1) da Regulamentação do Conselho N°1260/1999, a Autoridade de Gestão deverá assegurar que as regras em matéria de ajudas de Estado serão respeitadas e informará a Comissão acerca de qualquer alteração relativamente à situação inicial. Entende-se que a introdução de um novo plano de assistência ou de uma ajuda ad hoc requer uma alteração da ajuda trazida pela Comunidade Europeia e uma decisão formal por parte desta. Cada Estado Membro assume a responsabilidade de garantir que assim será, notificando a Comissão (DG da Concorrência) para aprovação de qualquer novo regime de ajuda ou de subvenção ad hoc. Uma vez o novo regime de ajuda ou as subvenções ad hoc aprovados, os Estados Membros submeterão uma lista revista dos regimes de ajuda e subvenções ad hoc à Comissão (DG REGIO). Em conformidade com o artigo 30º do Regulamento geral, a data de partida para a elegibilidade das despesas será aquela em que cada Estado Membro tenha submetido à Comissão o pedido de alteração de ajuda por Decisão formal da Comissão.

8.3 – OS OUTROS PROGRAMAS E POLÍTICAS COMUNITÁRIAS

1 Regulamento da Comissão (CE) 69/2001 de 12 de Janeiro de 2001 sobre a aplicação dos Artigos 87º e 88º do Tratado da CE sobre a ajuda dita “de minimis” (JO L 10, 13.1.2001, p. 30);Regulamento da Comissão (CE) No 70/2001 de 12 de Janeiro de 2001 sobre a aplicação dos Artigos 87º e 88º do Tratado da CE sobre ajuda de Estado às pequenas e médias empresas (JO L 10, 13.1.2001, p. 33);Regulamento da Comissão (CE) No 68/2001 de 12 de Janeiro 2001 sobre a aplicação dos Artigos 87º e 88º do Tratado da CE sobre ajuda à formação (JO L 10, 13.1.2001, p. 20)

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8.3.1 – UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA

A União Económica e Monetária foi um factor importante levando a uma maior estabilidade económica em todo o Espaço Atlântico, particularmente na Irlanda, Portugal e em Espanha. Este factor oferece melhores condições para o investimento privado e o crescimento coordenado da região. A introdução do euro reforçará as possibilidades de acções comuns na zona monetária do euro, se bem que o RU fique de fora (pelo menos nos primeiros anos do Programa), o que poderá trazer tensões e complicações económicas.

8.3.2 – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O Programa baseia-se em princípios concebidos com o objectivo de encorajar o desenvolvimento sustentável. A importância associada a um desenvolvimento espacial mais equilibrado e à promoção de intercâmbios multimodais, por exemplo, são disso o reflexo. É absolutamente claro que o desenvolvimento económico e social não deverá fazer-se em detrimento da qualidade do ambiente.

O Programa (em particular através da Prioridade C “Promoção do ambiente, gestão sustentável das actividades económicas e dos recursos naturais” e da Prioridade B “Desenvolvimento de sistemas de transporte eficazes e sustentáveis e melhoria do acesso à sociedade de informação”) respeita as acções abrangidas pela Estratégia de Desenvolvimento Sustentável da Comissão Europeia que foi publicado em Maio de 2001, particularmente no que respeita o problema da congestão do tráfego, das alterações climatéricas, da perda de biodiversidade e da luta contra a pobreza e a exclusão social. Os princípios do desenvolvimento sustentável baseiam-se em numerosas políticas e Programas da Comissão. Aquando do Conselho Europeu de Cardiff em 1998, os objectivos de integração do ambiente e do desenvolvimento sustentável das políticas da União Europeia foram estabelecidos. Esta estratégia respeita igualmente estes objectivos.

No âmbito do Protocolo de Quioto da Convenção Quadro sobre as Alterações Climatéricas das Nações Unidas, os Estados Membros acordaram entre si limitar a produção de emissões de gases com efeito de estufa, o que constitui um laço forte com as cláusulas relativas ao desenvolvimento das fontes de energia renováveis deste Programa (Medida C-3 “Gestão Sustentável das Actividades Económicas”). A promoção dos intercâmbios multimodais e o encorajamento para reduzir a duração dos trajectos através duma utilização mais eficaz dos aeroportos regionais (Medida B-1 “Desenvolvimento de sistemas de transporte eficazes e sustentáveis”) trarão benefícios relativos, particularmente em matéria da qualidade do ar.

O Segundo Relatório sobre a Coesão identifica um número de outros efeitos positivos derivando da adopção de políticas a favor do ambiente e isto reflecte-se no Programa do Espaço Atlântico, por exemplo no seio da medida C-3 “Gestão sustentável das actividades económicas”. O Programa (Medidas C-2 “Gestão integrada das zonas costeiras” e C-1 “Protecção do ambiente e dos recursos naturais” nomeadamente) visa desencorajar a produção de detritos e apoia igualmente as acções em conformidade com a legislação em matéria de gestão da água, incluindo:

- a Directiva Quadro relativa à qualidade das águas ;- a Directiva em matéria de água potável ;- a Directiva sobre o tratamento das águas usadas urbanas ;- a Directiva sobre os nitratos.

Um comportamento sustentável em matéria de ambiente exige uma boa compreensão e uma boa difusão dos conceitos e questões que dele fazem parte, em termos de energia e de utilização dos recursos naturais, de produção de bens e serviços ou de consumo e modo de vida. O Programa vem completar os numerosos mecanismos e opções que já existem para promover a integração do ambiente e de outras políticas e para reforçar as iniciativas dos indivíduos e das empresas. O apoio que o

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Programa traz em particular às estratégias de gestão conjunta e de colocação em rede das autoridades governamentais, dos corpos socio-profissionais e das empresas fornece a ocasião de fazer progressos em matéria de compreensão recíproca e de intercâmbio de conhecimentos (por exemplo através das Medidas C-2 “Gestão integrada das zonas costeiras”, C-3 “Gestão sustentável das actividades económicas” e da Prioridade D “Promoção do Espaço Atlântico”).

A conformidade de todos os projectos com as legislações nacionais e comunitárias aplicáveis será controlada. Só serão retidos os projectos que estejam conformes.

Uma descrição mais detalhada da situação ambiental será apresentada no Complemento de Programação.

8.3.3 – IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

A promoção da igualdade de oportunidades está no âmago dos Fundos Estruturais da UE e é garantida pelo Tratado de Amsterdão. Como o indicam as linhas directrizes do INTERREG, a igualdade entre homens e mulheres é um princípio democrático de base. A sua integração em todas as políticas não é por conseguinte mais uma opção mas uma obrigação. O Programa Operacional respeita esta obrigação. O impacto sobre a igualdade de oportunidades será tomado em consideração nos procedimentos e critérios de selecção dos projectos e a publicidade feita à volta do Programa louvará a pesquisa dum maior equilibrio entre homens e mulheres. Nomeadamente, os projectos financiados no âmbito da medida relativa às transferências de tecnologias, às redes de pesquisa e ao acesso à Sociedade de Informação serão avaliados em função do seu impacto provável sobre a igualdade de oportunidades. Isto está presente nos resultados intercalares de um estudo recente analizando o impacto do quinto Programa Quadro sobre a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico.

8.3.4 – APOIO ÀS EMPRESAS

A política quadro da União Europeia para as PME incide inicialmente sobre a promoção do Mercado Único e o reforço da competitividade das PME através de uma série de medidas. O Programa Operacional (nomeadamente através da Prioridade A “Estruturação policêntrica do espaço e desenvolvimento de polos de competências”) retoma a reorientação recente das políticas da Comissão que sucede ao Conselho Económico de Lisboa (Março de 2000). Isto responde aos desafios colocados pela economia baseada no conhecimento e a necessidade de se adaptar aos desenvolvimentos económicos mundiais.

Os elementos principais da política da UE têm agora por objectivo encorajar a criação de empresas, criar um ambiente que permitirá a inovação e a mudança e garantirá que as empresas possam aceder aos diferentes mercados. Cada um destes objectivos encontra-se no Programa Operacional do Espaço Atlântico (por exemplo no seio das medidas A-1 “Estruturação do Espaço Atlântico”, A-2 “Promoção e desenvolvimento de polos de competências” e B-2 “Melhoria do acesso à sociedade de informação”), e particularmente os dois últimos nos quais actividades transnacionais comuns podem potencialmente colher mais sucessos.

Tal como estabelecido no Segundo Relatório sobre a Coesão, a acção conjunta com os Estados Membros e entre os Estados Membros, permitirá aos decisores políticos e às empresas do conjunto da UE identificar as melhores práticas e, mais importante ainda, implementá-las. O Programa Operacional procura estabelecer o mecanismo que poderá dar-lhes um seguimento favorável.

8.3.5 – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TIC)

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A União Europeia é cada vez mais uma economia e uma sociedade baseada no saber. Em matéria de TIC, a Comissão estabeleceu uma política comum destinada a eliminar os obstáculos às operações de telecomunicações paneuropeias, à oferta de serviços e de materiais, ao mesmo tempo que atingia um equilíbrio entre a liberalização e a harmonização dos mercados, a competitividade e os serviços públicos.

Em Dezembro de 1999, a Comissão lançou uma iniciativa conhecida sob o nome “Europa – Uma Sociedade de Informação para Todos”, e cujos objectivos eram (1) conectar e fazer entrar na era digital todo o cidadão, lar, instituição e empresa, (2) criar uma Europa iniciada no digital com uma cultura de empresa e, (3) garantir a coesão e a inserção social. Foram estabelecidos dez domínios de acção prioritária para alcançar estes objectivos principais que respeitam diferentes sectores como o comércio, transporte ou educação.

Uma série de prioridades foi igualmente estabelecida na Comunicação « eEuropa 2002 » da Comissão ao Conselho de Ministros, em Estocolmo (Março 2001). Entre outras, esta Comunicação considera como prioridade o desenvolvimento de redes de alto débito e os Estados Membros são encorajados a coordenar-se entre si para facilitar a inter-operacionalidade. As ferramentas de aprendizagem ou de trabalho à distância, a promoção do comércio electrónico e de sistemas inteligentes de transporte são também as prioridades essenciais desta iniciativa. Pesquisas conjuntas no seio do INTERREG III B “Espaço Atlântico”, bem como intercâmbios de experiências ou de boas práticas (Por exemplo as medidas A-2 “Promoção e desenvolvimento de pólos de competência”, e B-2 “Melhoria do acesso à sociedade de informação”), completarão as outras iniciativas comunitárias em domínios tais que o Programa “Tecnologias da Sociedade de Informação” (IST).

As acções a desenvolver prosseguirão, entre outras coisas, os objectivos propostos pelo Plano de Acção eEuropa mais pertinentes no contexto da cooperação transnacional2.

8.3.6 – PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

O Programa Espaço Atlântico, através do seu apoio à transferência de tecnologia, do estabelecimento de redes de pesquisa (nomeadamente no seio da medida A-2 “Promoção e desenvolvimento de pólos de competências”), tenta contribuir para o desenvolvimento do Espaço Europeu da Pesquisa, que é uma componente essencial dos esforços desenvolvidos pela Comissão para ultrapassar o “déficit” em matéria de pesquisa e de inovação ameaçando pôr em perigo o futuro da competitividade da economia europeia. As acções conjuntas de pesquisa que são suportadas pelo Programa estão em total conformidade com as acções preconizadas no Segundo Relatório sobre a Coesão, e os Estados Membros assegurar-se-ão que os projectos do INTERREG III B apoiarão os objectivos do 5º Programa Quadro de pesquisa e desenvolvimento tecnológico e os seguintes programas de PDT. Entre outras coisas, estas acções promoverão :

- os efeitos positivos de pertencer a consórcios e redes de PDT europeus;

- a mobilidade dos pesquisadores enquanto mecanismo destinado à troca tácita de conhecimentos ;

- os efeitos das actividades de PDT em matéria de política educativa.

2 ver http://europa.eu.int/comm/information_society/eeurope/documentation/index_en.htmNeste contexto, o documento “List of benchmarking indicators for the eEurope Action Plan” from the Single Market Council of November 2000 (ref. 13493/1/00 REV 1), poderia dar informações importantes para avaliar os resultados e o impacto das acções estabelecidas (ver igualmente http://register.consilium.eu.int/pdf/en/00/ st13/13493-r1en0.pdf).

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A promoção de Centros de Excelência e as políticas conexas reforçarão ainda mais as actividades propostas nos Programas dos Fundos Estruturais principais e contribuirão para o valor acrescentado comunitário.

8.3.7 – TRANSPORTES

Os domínios prioritários da União Europeia são, neste caso, a eficácia (incluindo a modermização e a reparação das infraestruturas de transporte), o equilíbrio modal (com uma diminuição dos transportes rodoviários), a acessibilidade (baseada na realização de redes transeuropeias), e o carácter sustentável (redução do impacto ambiental dos transportes e promoção de uma mudança no sentido da utilização de modos de transporte mais sustentáveis).

O Programa Operacional aborda principalmente a promoção da Rede Transeuropeia de Transporte (RTE-T), a melhoria das vias secundárias e os intercâmbios intermodais, através da Prioridade B “Desenvolvimento de sistemas de transporte que assegurem uma mobilidade sustentável e a melhoria do acesso à sociedade de informação”. Ao apoiar as economias portuárias, o Programa Operacional encorajará igualmente uma complementaridade com as políticas comunitárias a favor dos transportes marítimos a curta distância.

A recente proposta da Comissão para a revisão das orientações relativas à rede transeuropeia de transporte (adoptada a 2 de Outubro de 2001) propõe actualizar a lista dos projectos apoiados neste quadro e sugere a existência de uma necessidade de elevar o nível de financiamento comunitário de 10 para 20% para os projectos ferroviários de travessia das barreiras naturais. O objectivo é reduzir os nós de estrangulamento. Entre os projectos prioritários que serão apoiados pela Comissão Europeia, alguns serão essenciais para a cooperação transnacional do Espaço Atlântico, como por exemplo a travessia ferroviária a grande velocidade dos Pirinéus, a inter-operacionalidade da rede ferroviária ibérica a grande velocidade, a ligação rodoviária entre a Irlanda, o Reino Unido e o BENELUX, a ligação multimodal Portugal – Espanha – centro da Europa.

Além disso, o Programa tomará plenamente em consideração as orientações políticas estabelecidas no Livro Branco da Comissão « A política europeia de transporte : tempo de decidir », adoptado a 12 de Setembro de 2001. No coração deste Livro Branco figura a necessidade de recentrar a política nas necessidades dos cidadãos e de testar a qualidade e a eficácia do transporte na Europa. Isto é concluído por uma estratégia definida para romper progressivamente o laço entre crescimento económico e crescimento dos transportes, tendo em vista reduzir as pressões sobre o ambiente e prevenir a saturação, ao mesmo tempo que preservando a competitividade europeia. Encontram-se planificadas uma série de medidas, algumas das quais são interessantes para o Programa do Espaço Atlântico (Medida B-1), tais que :

- promover os direitos e a segurança dos passageiros ;

- prevenir a saturação encorajando as ligações entre os diversos modos de transporte e promovendo o transporte ferroviário, marítimo e fluvial ;

- desenvolver serviços de transporte de grande qualidade (em particular encorajando as boas práticas para uma melhor utilização dos transportes públicos e das infraestruturas existentes);

- apoiar o trabalho sobre as principais infraestruturas concentrando-o nas ligações em falta (em particular a rede ferroviária transeuropeia de passageiros a grande velocidade) e as infraestruturas com o melhor potencial para permitir a transferência das mercadorias da estrada para a linha férrea (em particular a ligação ferroviária de grande capacidade através dos Pirinéus);

- desenvolver o sistema europeu de rádio-navegação.

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8.3.8 – A ECONOMIA RURAL

A economia rural é particularmente importante em todo o Espaço Atlântico. As implicações das alterações da política comunitária, nomeadamente a reforma da Política Agrícola Comum, foram levadas em conta na redação do Programa de Iniciativa Comunitária (nomeadamente no seio das Medidas A-1 “Estruturação do Espaço Atlântico” e da Prioridade B “Desenvolvimento de sistemas de transporte eficazes e sustentáveis e melhoria do acesso à sociedade de informação”). A promoção do turismo rural, por exemplo, é uma tentativa de reforçar a base económica da região.

O Programa contribui para as novas prioridades da política agrícola da Agenda 2000 garantidas nas novas linhas directoras do Fundo Europeu de Orientação e de Garantia Agrícola. Em particular, a promoção da diversificação rural e das práticas agrícolas pouco intensivas (Prioridade C “Promoção do ambiente, gestão sustentável das actividades económicas e dos recursos naturais”) tem por objectivo encorajar o desenvolvimento da economia rural ao mesmo tempo que mantendo e melhorando as zonas rurais e a paisagem. A prossecução de tais actividades está em conformidade com as novas prioridades previstas no quadro da Política Agrícola Comum e tenta garantir um apoio a um sector agrícola mais respeitador do ambiente e menos intensivo, baseado na qualidade e permanendo competitivo no seu conjunto. As acções empreendidas no âmbito deste Programa Operacional não são unicamente benéficas para o Espaço Atlântico mas ajudam igualmente a explorar outras abordagens a considerar ainda numa próxima reforma da Política Agrícola Comum.

No quadro da Política Comunitária em matéria de pescas, o Programa Operacional apoia igualmente iniciativas visando restruturar os sectores das pescas e da aquacultura e tem por objectivo veicular as boas práticas para a colocação em redes e a troca de experiências. O Programa (nomeadamente através das Medidas C-2 “Gestão integrada das zonas costeiras”, C-3 “Gestão sustentável das actividades económicas” e da Prioridade D “Promoção do Espaço Atlântico”) poderia apoiar a partilha de experiência entre os diferentes comités consultivos regionais propostos pela Comissão, por exemplo, tal como foi estabelecido no Livro Verde sobre o futuro da política comum das pescas.

Os Estados Membros assegurarão igualmente sinergias entre as medidas de desenvolvimento rural apoiadas pelo Programa INTERREG III B (por exemplo no âmbito da Prioridade C « Promoção do ambiente, gestão sustentável das actividades económicas e dos recursos naturais ») e as medidas apioadas no âmbito dos Programas LEADER + e dos Planos de Desenvolvimento Rural (PDR) nas zonas elegíveis. Se bem que o carácter transnacional seja o elemento distintivo determinante dos projectos INTERREG III B em comparação com os financiados no âmbito dos Programas Regionais dos Fundos Estruturais e de outras iniciativas nacionais (Objectivo 2 e Planos Regionais de desenvolvimento), será prestada uma atenção particular aos projectos susceptíveis de serem financiados no âmbito das acções de colocação em rede do LEADER +. Com efeito, o LEADER + põe fortemente o acento na cooperação e no estabelecimento de redes entre zonas rurais. Serão discutidos critérios específicos de selecção e estabelecidos mecanismos de coordenação com as autoridades responsáveis pela implementação dos projectos LEADER +.

8.4 – COERÊNCIA COM OS PROGRAMAS NACIONAIS E REGIONAIS

O Programa Operacional é fortemente inspirado nas respectivas prioridades das regiões que constituem o Espaço Atlântico. As autoridades regionais foram estreitamente implicadas no desenvolvimento do Programa, tal como descrito na Secção 3 do Capítulo 1. Este processo de concertação garantiu que o Programa seja verdadeiramente coerente com as iniciativas e os programas nacionais e regionais. Os Estados Membros e as autoridades regionais cooperarão a fim de garantir

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que esta complementaridade seja respeitada e que, na prática, venham a ser retiradas vantagens do seu papel na gestão e implementação do Programa.

O Programa foi desenvolvido de forma a conseguir acrescentar valor às prioridades de desenvolvimento regional actuais, permitindo uma cooperação transnacional. Foi igualmente concebido para abrir os olhos das autoridades que, no passado, adoptaram uma abordagem mais isolacionista do desenvolvimento regional. Isto responde às questões levantadas quando da implementação do Programa INTERREG II C que punha em relevo a pouca insistência sobre as vantagens da cooperação transnacional. As oportunidades que traz o Programa INTERREG III B de construir uma estratégia de desenvolvimento conjunta permitirão igualmente às autoridades desenvolver progressivamente políticas e iniciativas regionais à luz da experiência adquirida. A partir dessa altura, é possível estimar que a complementaridade será reforçada ao longo da implementação do Programa Operacional.

8.5 – COERÊNCIA COM OS OUTROS PROGRAMAS DA UNIÃO EUROPEIA ATRAVÉS DA IMPLEMENTAÇÃO DO INTERREG

Os procedimentos de implementação e de gestão do Programa encontram-se descritos no Capítulo III do Programa Operacional. Estes procedimentos garantirão uma complementaridade com os outros programas da União Europeia e os programas nacionais/regionais a três níveis.

O Comité de Acompanhamento assegurar-se-á que a estratégia global adoptada no Programa Operacional é complementar e está de acordo com os programas europeus e nacionais. Na prática, esta tarefa será facilitada pela possibilidade oferecida aos representantes regionais dos Estados Membros de contribuir para o desenvolvimento desta estratégia e pelos conselhos decorrentes da observação de peritos.

O Comité de Gestão tem a responsabilidade de garantir a coordenação do Programa INTERREG III B com os outros Programas dos Fundos Estruturais, incluindo os Programas INTERREG III B relacionados. O seu papel na aceitação das candidaturas de projecto garantirá que a implementação prática do programa respeite a complementaridade com a implementação dos outros programas da União Europeia.

No terreno, a complementaridade com os outros programas da UE será assegurada pelo Secretariado Comum e pelos Correspondentes Nacionais. Estas duas partes desempenharão um papel essencial nos conselhos que darão aos projectos candidatos e posteriormente quando efectuarem a avaliação técnica e darão parte da sua opinião relativamente às propostas submetidas. Isto constituirá portanto um procedimento de selecção de candidaturas em duas etapas que garantirá a complementaridade ao nível dos projectos e contribuirá por esse facto para a complementaridade do programa no seu conjunto. Uma terceira etapa consistirá em acompanhar os projectos durante a fase de execução, e em actualizações regulares pelos Correspondentes Nacionais dos desenvolvimentos dos outros programas e acções iniciadas no seu território.

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CAPÍTULO I

ENQUADRAMENTO ESTRATÉGICO E PRIORIDADES TRANSNACIONAIS

1. DESCRIÇÃO DA ZONA

O Espaço Transnacional Atlântico é constituído por regiões europeias pertencentes a cinco Estados : Espanha, França, Irlanda, Portugal e Reino Unido.

1.1 – REGIÕES ELEGÍVEIS 

Nos termos do Anexo III da Comunicação da CE de 28 de Abril 2000 (JOCE C 143 de 23 de Maio 2000), o quadro geográfico abrange as seguintes regiões :

Espanha : Galicia, Asturias, Cantabria, Navarra, País Vasco, La Rioja, Castilla y León, Andalucía (Huelva, Cádiz e Sevilla), Canárias.

França : Aquitaine, Poitou-Charentes, Pays de la Loire, Bretagne, Basse-Normandie, Haute-Normandie, Limousin, Centre, Midi-Pyrénées.

Irlanda : O conjunto do seu território.

Portugal : O conjunto do seu território.

Reino Unido: Cumbria, Lancashire, Greater Manchester, Cheshire, Merseyside, Worcestershire and Warwickshire, Avon, Gloucestershire and Wiltshire, Dorset and Somerset, Cornwall and Devon, Staffordshire, Herefordshire, Shropshire, West Midlands, as 22 Unitary Authorities of Wales, Northern Ireland, Highlands and Islands, South Western Scotland.

A distribuição estabelecida só comporta regiões de nível NUTS 2 à excepção da Andaluzia onde só estão representadas as zonas NUTS 3 pertencendo ao Espaço Atlântico (Huelva, Cádiz et Sevilla).

1. 2 – CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO ESPAÇO ATLÂNTICO

1.2.1 – DEMOGRAFIA E ESTRUTURAÇÃO DOS TERRITÓRIOS

O Espaço Atlântico conta, em 1998, com 76.1 milhões de habitantes e representa 20,3 % da população da União Europeia.

As densidades, fracas comparativamente com a média europeia, concentram-se nas zonas litorais e grandes bacias, acentuando as diferenças inter-regionais litoral/interior.(cf. mapa n°1)

As evoluções populacionais recentes (entre 1990 e 1999) confirmam esta forte atracção dos litorais que participam no crescimento geral da população europeia. (cf. mapa n°2)

Globalmente, as regiões do Espaço Atlântico apresentam uma evolução positiva da sua população desde 1995. As componentes desta evolução são todavia de natureza diversa e dão origem a espaços distintos de atractividade. Distinguem-se:

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Espaços em crescimento no conjunto do período pela acção conjugada do saldo natural e do saldo migratório. Esta situação verifica-se nas regiões da Bretanha, na Irlanda, e Norte de Portugal.

Espaços cuja evolução da população é essencialmente devida ao saldo migratório, o saldo natural sendo deficitário.

7 regiões apresentam no entanto uma diminuição da sua população sob a acção conjugada dos saldos naturais e migratórios (cf. Quadro anexo 15). A Galiza e o Limousin apresentam um saldo natural positivo que não é compensado por um saldo natural fortemente negativo.

A estrutura etária do Espaço Atlântico difere do perfil médio europeu apresentando uma sobrerepresentação dos jovens com menos de 15 anos e idosos com mais de 65 (respectivamente +1.2 e +0.2 pontos) no conjunto das regiões, à excepção de Espanha e Portugal onde o peso dos jovens é menor (o norte de Portugal é no entanto excepção). (cf. mapa n°3).

Finalmente, as projecções demográficas num horizonte até 2025 - modelos prolongados das tendências passadas, fazem aparecer 2 grandes fenómenos:

um envelhecimento da população (explicado pelo movimento natural) na maior parte das regiões do Espaço Atlântico, essencialmente no sul. Enquanto que a parte de pessoas idosas com mais de 65 anos está estimada ser de 16% da população total em 2000, esta proporção deverá atingir cerca de 22% em 2025.

A atractividade, em relação aos movimentos migratórios. Cerca de metade das regiões periféricas atlânticas estariam em crescimento. 14 regiões do Espaço Atlântico registam movimentos migratórios positivos neste cenário. São elas as seguintes : Highlands, Cumbria, Clwyd, Cornwall, Devon, Dorset e Somerset no Reino Unido, Bretagne, Poitou-Charentes, Centre, Limousin, Aquitaine em França, Galiza em Espanha e a região Centro, a região de Lisboa e o Algarve no que respeita a Portugal.

Estes fenómenos terão fatalmente consequências na estrutura da população activa e no grau de dependência.

Organização dos territórios atlânticos3

O Espaço Atlântico apresenta diferentes tipos de territórios com uma configuração espacial rural-urbana diferenciada. O tipo dominante é constituído por regiões rurais com pequenas cidades médias (cf. mapa n° 12 bis).

As regiões « policêntricas » com importantes densidades urbanas e rurais situam-se no litoral norte espanhol, à volta das principais cidades litorais francesas e do Reino Unido.

As regiões rurais sob influência metropolitana caracterizam o Reino Unido.

As regiões rurais afastadas caracterizam uma parte importante da Irlanda e do interior de Portugal.

Regiões policêntricas com fortes densidades urbanas são as menos numerosas. Concentram-se à volta de Dublin e Lisboa.

Estes diferentes tipos têm dinâmicas de desenvolvimento fortemente diferenciadas que convém analisar em profundidade. Limitaremo-nos aqui a constatações de ordem geral dado que não existem indicadores precisos disponíveis para este estudo.

As zonas rurais são muito importantes no Espaço Atlântico. Nos países do sul e na Irlanda, mais de 2 habitantes em cada 3 residem em zona rural. A população das zonas rurais cresce em todos os Estados Membros excepto em Portugal.

3 Fonte : Segundo relatório sobre a coesão económica e social, Comissão Europeia, Janeiro 2001

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Em Espanha, o crescimento das zonas rurais é mais forte que o crescimento nacional. O fenómeno é inverso para a França e Irlanda. A população rural do Reino Unido segue a curva média nacional. Só as zonas rurais de Portugal perdem habitantes.

As zonas rurais surgem como atractivas na medida em que registam um crescimento dos empregos à escala europeia. Registam uma diminuição do emprego agrícola em proveito dos empregos industriais e terciários.

As Cidades do Espaço Atlântico

As redes urbanas são componentes estratégicas das políticas de coesão e de reequilíbrio regional da União Europeia.

O Espaço Atlântico apresenta uma grande densidade de cidades de média dimensão. Só 7 cidades (Birmingham, Manchester, Glasgow, Lisboa, Liverpool, Porto, Dublin) contam com mais de um milhão de habitantes, apresentado a maior parte mais de 50 000 habitantes.

Principais cidades do Espaço Atlântico População(1) (centro urbano) Aglomeração(1)

Birmingham 1.020.589 2.630.642

Manchester 427.693 2.571.849

Glasgow 611.660 2.266.564

Lisboa 663.394 1.611.598

Liverpool 463.708 1.413.441

Porto 302.472 1.113.112

Dublin 481.854 1.058.264

Sevilla 697.485 983.662

Bordeaux 217.871 658.738

Nantes 265.000 546.000

Toulouse 358.290 495.431

Bilbao (3) 369.839 (4)

Bristol (2) 358.467 (4)

Valladolid (3) 319.946 (4)

Cardiff 318.282 (4)

(1) Segundo « Auditoria Urbana », publicado pela Comissão Europeia em Maio de 2000, e suas definições http://www.inforegio.cec.eu.int/urban/audit(2) dados Eurostat(3) Fonte : INE, « España en cifras 2000 »(4) População da aglomeração não disponível

Espaço pouco urbanizado, caracteriza-se por um policentrismo que se apresenta hoje como modelo alternativo à metropolização do centro da Europa. A urbanização litoral ocupa, é claro, um lugar preponderante.

As diferentes redes urbanas apresentam disparidades regionais ligadas à história, geografia e às diferentes dinâmicas de desenvolvimento dos espaços que irrigam. Assiste-se hoje a movimentos de

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homens, capitais, mercadorias, concentração de actividades de alto nível nas grandes cidades que exercem um domínio sobre um espaço suburbanizado. Esta tendência para a metropolização, importante em Portugal à volta de Lisboa e na Irlanda em Dublin, aumenta os desequilíbrios dos sistemas urbanos litorais e dos territórios interiores articulados à volta de pólos intermédios de fraca irradiação.

Todas as cidades do Atlântico, à excepção das cidades inglesas, conseguiram, desde há uma vintena de anos, conservar um dinamismo demográfico real que as distingue das metrópoles do centro da Europa.

Características demográficas das cidades do Espaço Atlântico

Entre 1950 e 1990, o peso das metrópoles do coração da Europa teve tendência a diminuir. Em 1950 representavam 63% da população urbana, enquanto que 1990 só representam 51%. Esta desaceleração é acompanhada por um aumento da população das cidades das regiões periféricas. Esta difusão do crescimento demográfico pode ser explicado, na faixa atlântica, pelo fenómeno clássico da litoralização da população e por um êxodo rural tardio.

No seio do Espaço Atlântico, distinguem-se 4 grupos de cidades (cf. mapa n°4) :

Cidades de crescimento forte e continuado, algumas cidades tendo duplicado a sua população. Trata-se das cidades de Lisboa, Vigo, Gijon, Bilbao, San Sebastian, Rennes, Nantes, Angers, Tours, Dublin ;

Cidades de crescimento contínuo mas que abrandaram desde 1970. A sua população, no período, cresceu em média 50%. Trata-se das cidades de Porto, La Coruña, Bordeaux, Brest, Rouen ;

Estes dois tipos de cidades pertencem essencialmente a França, Espanha, Portugal e Irlanda, países onde o crescimento urbano máximo ocorreu por volta de 1960 para os primeiros e de 1970 no caso de Portugal e Irlanda ;

Cidades em declínio recente (que mantêm à justa a sua população), e cidades em declínio contínuo desde 1950, muitas vezes acelerado entre 1970 e 1980 e depois estabilizado. Estão concentradas na Grã-Bretanha, espaço onde o crescimento urbano máximo ocorreu muito cedo, a partir de 1950.

Funções e especializações urbanas

Associadas ao duplo constrangimento da organização urbana nacional, muitas vezes centralizada, e à sua situação periférica, as cidades do Espaço Atlântico desenvolveram-se à volta de funções cujas mutações, impostas pelos novos dados económicos e territoriais actuais, colocam a questão do seu lugar nas redes urbanas à escala europeia.

As cidades desenvolvidas em resultado da exploração de recursos mineiros, em reconversão desde os anos 70, enfrentam graves crises sociais.

As cidades industriais de tradição antiga (Grã-Bretanha, País Basco, costas cantábricas) cujo desenvolvimento esteve associado às indústrias pesadas ou tradicionais (indústria têxtil na Irlanda e em Portugal, por exemplo) têm hoje que enfrentar reconversões sectoriais impostas pela globalização da economia o que arrasta fatalmente restruturações espaciais (baldios industriais) e fracturas sociais importantes.

As cidades portuárias atlânticas permaneceram dependentes dos grandes mercados, centros de decisão descentrados, enfraquecendo o seu poder de comando. As indústrias ligadas à função marítima hoje, além do mais, confrontadas com a globalização da organização do transporte marítimo, estão a ver o seu lugar contestado no quadro marítimo.

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As cidades "administrativas e terciárias", do sul de Inglaterra ou capitais regionais sedes de Universidades em França... beneficiaram muitas vezes das intervenções do Estado e das deslocalizações industriais que lhes asseguraram um desenvolvimento muito sectorizado.

A função tecnopolitana desenvolve-se em muitas destas cidades desde há uma vintena de anos em resultado das mutações industriais, da forte evolução das novas tecnologias e da internacionalização da economia. O corredor M4, que se estende de Londres a Bristol em Inglaterra, e Rennes ou Bordeaux para a França, aparecem hoje como pólos de tecnologia e de pesquisa fortemente substituídos pelas suas Universidades. Este impulso baseado nos serviços e tecnologias recentes traduz-se numa alteração da estrutura social. Estas cidades privilegiam hoje uma oferta territorial e uma imagem atractiva capazes de impulsionar um desenvolvimento económico baseado nas novas tecnologias e sectores de ponta.

Cooperações interurbanas

Para além das redes de cidades nacionais, actores do ordenamento e do desenvolvimento do território (redes das grandes cidades da França Ocidental, « Limerick, Cork, Waterford » na Irlanda, rede transnacional de Euskadi…), das cidades geminadas, dos intercâmbios interuniversitários (Erasmus), numerosas cidades atlânticas associaram-se a redes de cooperação europeias, e até internacionais, cujos objectivos dizem respeito às preocupações ligadas à competitividade territorial e à coesão económica e social : ambiente, economia, acessibilidade, turismo, novas tecnologias da informação e da comunicação, problemas sociais. Podemos citar as redes de cidades-portos, eurocidades, cidades sustentáveis, telecidades4…

As cidades do Espaço Atlântico apresentam dinâmicas demográficas diferenciadas, funções e especializações urbanas herdadas do passado, um nível de integração europeia e uma acessibilidade variada, uma dinâmica de cooperação real que constituem um igual número de características portadoras de vantagens.

Estas cidades possuem, incontestavelmente, capacidades de adaptação e de cooperação que deveriam ser portadoras de criatividade para um desenvolvimento urbano atlântico original. Hoje, todas elas se interrogam sobre os fundamentos da sua irradiação futura. Recentemente, estruturaram-se em « Conferência das cidades do Espaço Atlântico » criando novas redes de cooperação à escala atlântica.

1.2.2 - ECONOMIA 

A análise do PIB em 1999 apresenta situações diferenciadas no Espaço Atlântico. Só 4 regiões apresentam um PIB superior a 100 em 1998 (Navarra, Irlanda, Avon, Cheshire) (cf. mapa n° 5 ). Estas regiões registaram além disso um crescimento do PIB entre 1986 e 1996. 12 regiões apresentam em 1998 um PIB inferior a 75.

O crescimento médio anual observado entre 1986 e 1996 no seio da União atingiu os +2.1%. A Irlanda, as regiões portuguesas e espanholas registam crescimentos superiores. As regiões francesas e do Reino Unido registam, por sua vez, crescimentos menores.

Sectores de actividade

Entre as 25 regiões europeias que apresentam uma actividade muito especializada em termos de concentração de empregos5, 9 pertencem ao Espaço Atlântico e dizem respeito essencialmente à

4 Para mais informação : « Cidades do Arco Atlântico, interesses em jogo e características », Conferência das cidades do Arco Atlântico, IAAT, Julho 20005 fonte : Sexto relatório periódico sobre a situação e o desenvolvimento económico e social das regiões da União Europeia, Comissão Europeia, 1999, p.51

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agricultura (Galiza, Castilla-Leon, Centro, Alentejo), indústria (Navarra, País Basco e la Rioja, Norte Portugal) e serviços (Merseyside).(cf. mapa n° 6).

A agricultura e os interesses em jogo

A agricultura é um sector de actividade ainda muito presente nas regiões do Espaço Atlântico. 22 regiões registam taxas de emprego superiores à média europeia. É em Portugal e Espanha que se registam os maiores afastamentos em relação à média (mapa n° 6 e anexo 15). No entanto, a tendência geral observada é no sentido duma redução dos empregos agrícolas.

Mais de 60% da superfície total é explorada para fins agrícolas na maior parte das regiões do Espaço Atlântico : Irlanda, Bretagne, Pays de la Loire, Poitou-Charentes, Centre, Normandie, Algarve. Estas taxas não ultrapassam os 30% no sul do espaço, desde a região de Aquitaine ao sul de Portugal. As culturas são diversificadas entre as regiões, mas a exploração pecuária é uma actividade presente por toda a parte do Espaço Atlântico. A idade dos lavradores tem tendência a aumentar. É em Espanha (País Basco, Astúrias e Galiza) bem como no conjunto de Portugal que os agricultores são mais idosos, e que as explorações mantidas por homens com mais de 65 anos são mais numerosas.

A silvicultura, é um sector determinante em algumas regiões (Aquitaine, Limousin, norte de Espanha, Portugal). A fileira florestal que lhe está associada constitui uma das actividades principais destas regiões.

Em termos de valor, a agricultora e o agro-alimentar constituem os pilares da economia do ocidente. O comércio de produtos agrícolas e animais vivos e de produtos agroalimentares representam 36,5% dos valores totais do comércio internacional do Espaço Atlântico.

A questão da evolução da agricultura e da governação dos territórios é essencial para o futuro das regiões atlânticas.

Actividades pesqueiras muito presentes no Espaço Atlântico

Na União Europeia, o valor da fileira de produção no seu conjunto (pescas, aquacultura, transformação e comercialização) elevava-se a cerca de 20 milhares de euros em 1998.

As pescas constituem um sector de actividade determinante para várias regiões6 do Espaço Atlântico.Entre as 20 regiões mais dependentes das pescas, 8 situam-se no Espaço Atlântico.

Regiões (NUTS 3)

Taxa de dependência (efectivos empregues em % do emprego total)

Número de empregos nas pescas (capturas)

Pescas Transformação Aquacultura Total

Pontevedra 6.8 1.6 3.9 15.1 17 070Huelva 7 1.7 0.2 9.8 4 270Algarve 4.8 0.5 0.1 8.3 7 600La Coruna 2.1 1 2.8 7.3 6 760Cadix 4.2 0.5 0.2 5.8 4 370Açores 4.4 1.2 0 5.6 3 900Highlands and Islands

1.9 1 1.3 4.2 2 880

Finistère 1.6 1.2 0.2 3.9 4 770

Fonte : DG pescas in Segundo relatório sobre a coesão económica e social – Anexo estatístico, 2001

6 Fonte : Relatório sobre a situação económica e social nas regiões costeiras, Comissão Europeia, Junho 2000

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A Espanha apresenta uma das maiores capacidades de pescas da União Europeia. A Galiza, Huelva e Cádiz e as Ilhas Canárias constituem os principais centros pesqueiros de Espanha. Em termos de emprego, a Galiza conta com cerca de 26 000 pescadores e constitui um dos principais centros europeus.

Em termos de evolução, a Galiza e a Bretanha vêm o seu grau de dependência diminuir desde 1997. A Irlanda e Portugal (em particular a Madeira e o Algarve) em contrapartida, aumentaram a sua dependência relativamente a esta actividade.

O sector da transformação fornece saídas para as capturas de pesca comunitária e constitui uma fonte de emprego importante. A Espanha e a França representam respectivamente 22 e 20 % da produção europeia em termos de valor. Este sector, tradicionalmente centrado nas conservas de peixe evoluiu para uma produção de produtos congelados de forte valor acrescentado. 79 % dos 15 000 empregos situam-se na Galiza e dizem respeito essencialmente a empregos femininos na transformação. Os empregos neste sector caíram 10% na União Europeia, fenómeno fundamentalmente ligado à concentração das empresas.

Foram empreendidas acções a nível local para preservar o futuro das pescas no litoral. Entre estas podemos citar a organização da concertação inter-regional permitindo melhorar os conhecimentos sobre recurso e a sua evolução, esforços em termos de pesquisa e inovação permitindo uma modernização e uma melhor gestão das ferramentas das pescas no que respeita o recurso.

Indústrias em mutação

A economia industrial das regiões do Espaço Atlântico repousa em sectores de actividade tradicionais em mutação ou que necessitam de profundas reconversões. Trata-se muitas vezes de indústrias de mão de obra, ligadas à exploração de minérios e metais na Escócia, País de Gales, indústrias agroalimentares e têxteis (na Irlanda do Norte, Midlands, Espanha, Portugal), indústrias da madeira na França ocidental e em Portugal, de fabrico de material de transportes.

O Espaço Atlântico caracteriza-se pela importância das empresas de pequena dimensão. Em 1998, a estrutura por dimensão das empresas privadas7 apresenta um domínio de microempresas em França e em Espanha, de PME em Portugal, de grandes empresas na Irlanda e Reino Unido. Os recentes estudos sobre a demografia das empresas mostram que as muito pequenas empresas e as grandes apresentam perdas de emprego desproporcionadas enquanto que as empresas pequenas e médias registam melhores resultados. Uma análise detalhada sobre a demografia das empresas seria contudo necessária para medir os impactos sobre o mercado de trabalho.

Um sector terciário sub-representado

Os serviços encontram-se pouco representados (19 regiões apresentam taxas inferiores à média europeia) mesmo que constituam o sector de actividade que hoje mais fornece empregos. O turismo tem vindo a tornar-se um sector de actividade determinante para um certo número de regiões e em particular no sul de Espanha e nas regiões meridionais francesas.

A pesquisa e o desenvolvimento tecnológico desempenham um papel cada vez mais determinante na competitividade relativa das nações, das empresas e das regiões. O potencial de pesquisa é muito desigual no seio da Europa e no Espaço Atlântico. A Europa concentra 28 % da despesa mundial em pesquisa, e esta concentra-se essencialmente nas regiões centrais. A análise dos indicadores de gastos em pesquisa e de registos de patentes aponta para uma dicotomia norte-sul no seio do Espaço Atlântico. O número de patentes registado nas regiões do sul do Espaço Atlântico é muito inferior ao

7 fonte : Sexto relatório do Observatório europeu das PME, Comissão Europeia, 2000

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das regiões francesas, irlandesas e do Reino Unido (cf. mapa n°14). As principais especializações dizem respeito aos sectores dos transportes e das técnicas industriais (cf. mapa n°14 bis)

Em direcção a novos sistemas de produção

As concentrações de homens e de actividades no século que se aproxima, deveriam operar-se à volta de pólos de pesquisa e de desenvolvimento e de inovação que dão origem a novos factores de competitividade. Hoje, cada vez mais, os países baseiam as suas estratégias de crescimento no desenvolvimento da pesquisa e em nichos de actividades.

Certos espaços afirmam a sua vocação europeia à volta de actividades especializadas tais que a electrónica e os sistemas de comunicação avançada, as fileiras agroalimentares no oeste da França, a vocação aeronáutica no sul da França.

A Irlanda por exemplo, que até aqui tinha baseado a sua estratégia numa política forte de motivação financeira tem vindo a orientar-se para uma estratégia de motivação tecnológica que consiste em pesquisar nichos à volta dos seus institutos de pesquisa e de formação superior e a apoiar-se em empresas já implantadas. O investimento tornou-se o motor de crescimento (mais de 13 % por ano entre 1994 e 2000). O investimento directo estrangeiro conduziu à criação de « agregados » de empresas estrangeiras altamente competitivas nomeadamente nos domínios da electrónica, dos produtos farmacêuticos e mais recentemente nos serviços internacionais como os serviços financeiros e centros de chamadas.

A região nordeste de Inglaterra centrou a sua estratégia no reforço dos seus clusters (equivalente dos distritos industriais ou dos SPL) por meio de uma forte parceria entre os actores públicos e privados. Com base no mesmo princípio, a França desenvolve sistemas produtivos localizados e a cooperação inter-empresas para favorecer, a nível local, a constituição ou a consolidação de redes de pequenas e médias empresas8. Estes SPL estão ligados a fileiras inovadoras mas sobretudo às actividades tradicionais orientadas para espaços inovadores (trabalho dos metais, agro-alimentar).

Desemprego

No final de 1998, na União Europeia, pouco menos de uma pessoa activa em cada 10 estava desempregada. O desemprego permanece o principal problema económico da União.

O desemprego é mais importante em Espanha, afectando em 1997, perto de um activo em cada 5. No entanto, existem fortes disparidades regionais: as regiões do norte (Navarra, La Rioja, Aragão) apresentam taxas semelhantes às da União (10 à 15 %) enquanto que nas regiões do sul, Andaluzia, esta taxa atinge os 30%. (cf. mapa n°7).

A recente retomada da economia permitiu reduzir as taxas mas as disparidades mantêm-se, e até se acentuaram. Entre 1987 e 1997, Navarra e o País Basco registaram quebras da ordem de -4.9 a -4.4 pontos enquanto que na Andaluzia esta taxa aumentava de +0.9 pontos. Além disso, a fraca taxa de actividade das mulheres (40 %) leva a pensar que existe um desemprego latente importante e uma grande reserva de mão de obra subtilizada9.

Em Portugal, a situação difere da Espanha. Estas taxas de desemprego mantiveram-se fracas entre 1987 e 1997. As restruturações da indústria têxtil foram bem absorvidas, com a taxa de desemprego

8 Fonte : Atlas Atlântico Permanente, Espaço Atlântico francês, DATAR, IAAT, Março 20009 Fonte : Sexto relatório periódico sobre a situação e o desenvolvimento económico e social das regiões da União Europeia, Comissão Europeia, 1999, p.51

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nas regiões mais afectadas não ultrapassando 8%. O emprego é mais numeroso e a estrutura dos empregos surge como mais equilibrada do que em Espanha. O trabalho das mulheres é mais importante neste país. No entanto, o emprego agrícola permanece importante o que sugere grandes restruturações.

As outras regiões do Espaço Atlântico apresentam uma taxa de desemprego próxima e até mesmo inferior à da União Europeia (10.7 %).

A tendência geral entre 1987 e 1997 é no sentido da redução ou até estabilização do mercado de trabalho mesmo se para as regiões espanholas e francesas a curva do desemprego durante este período se manteve acima da média da União.

Desemprego dos jovens e desemprego feminino (cf. mapa n° 7bis)

A taxa de desemprego dos jovens na União Europeia eleva-se a 21% em 1997, ou seja uma taxa duas vezes mais elevada que a taxa de desemprego de todas as idades juntas. É em Espanha, nas regiões da costa norte, que o desemprego é mais acentuado. As regiões francesas e as regiões sul de Portugal apresentam situações intermédias enquanto que o conjunto das regiões do Reino Unido e da Irlanda registam taxas inferiores a 13 %. As regiões atlânticas apresentam o mesmo perfil relativamente ao desemprego feminino que atinge, na União Europeia, 12,2 % do desemprego total em 1997.

Desemprego de Longa Duração (cf. mapa n° 7bis)

O desemprego de longa duração representa 49 % do desemprego total na União Europeia. As regiões do Espaço Atlântico registam, na sua maior parte, taxas menos importantes. Só a Irlanda do Norte e a costa norte espanhola apresentam situações preocupantes.

1.2.3 - TRANSPORTES, ACESSIBILIDADE E REDES

O Primeiro Relatório sobre a Coesão Económica e Social de 1996 mostrou o papel chave desempenhado pelos transportes nos esforços de redução das disparidades económicas entre as regiões europeias.

Transportes rodoviário e ferroviário predominantes

Em 1996, a estrada continua a ser o principal modo de transporte para as mercadorias (75 %) e para os passageiros (85 %) na União Europeia. As suas quotas de mercado não param de aumentar e as previsões confirmam esta tendência.

No que diz respeito às infra-estruturas, constata-se que não existe verdadeiramente uma rede atlântica. O conjunto das redes foi concebido de forma centralizada. Permitem às cidades estarem relativamente bem ligadas à sua capital mas são insuficientes para facilitar as ligações interurbanas e mesmo existindo projectos de reequilíbrio (RCEA em França (este-oeste), Auto-estrada dos estuários (norte-sul) estes não colmatam ainda o déficit de infra-estruturas. Os anéis em falta são ainda importantes.

Nos países atlânticos, as vias rápidas e as vias férreas, em particular as vias electrificadas são comparativamente menos numerosas que nos outros países europeus.

No Espaço Atlântico, os intercâmbios dominantes tomam direcções norte-sul e os fluxos de trânsito são muito importantes. Efectuam-se ao longo dos litorais e nos territórios fortemente urbanizados : o litoral português, as vias rápidas francesas e inglesas concentram os fluxos em detrimento de espaços interiores ou mais periféricos (Escócia, Irlanda, territórios interiores de Portugal).

Transporte marítimo

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80 % do comércio mundial efectua-se pelos oceanos e este comércio deverá duplicar em 10 anos10. O mercado de contentores é muito dinâmico nos portos europeus. Os portos do Norte registam, no entanto, os mais importantes desenvolvimentos, aos quais se juntaram os portos mediterrânicos. Os portos do Espaço Atlântico apresentam um crescimento menos marcado. (cf. quadro n°10)

O transporte marítimo constitui um dos maiores interesses em jogo nas regiões atlânticas. Uma dinâmica portuária atlântica emergiu, aliás, em reacção à concorrência cada vez mais forte dos portos no norte da Europa pelo desenvolvimento da cabotagem, o modo marítimo apresentando vantagens concorrenciais relativamente ao modo rodoviário.

No entanto, os portos, elos importantes das trocas atlânticas, estão ainda mal integrados na rede de transporte combinado europeu e voltam a colocar a questão das prioridades a dar no quadro da revisão de esquemas RTE. Estão ligados de forma deficiente às redes rodoviária e ferroviária do seu interior e padecem de isolamento. A melhoria da sua serventia terrestre apresenta, no entanto, um interesse de grande importância tanto mais que se sabe que a maioria dos encaminhamentos portuários se efectuam por via terrestre e que as projecções de tráfego num horizonte a 2020 confirmam estas tendências.

Estas evoluções colocam fatalmente a questão da segurança marítima ao largo das costas atlânticas. O Espaço Atlântico mobilizou-se à volta destas questões, tendo sido duramente afectado pelas últimas catástrofes, em particular em França (Erika).

Transporte aéreo

O transporte aéreo é muito importante para as regiões atlânticas, nomeadamente dado o seu carácter periférico ou ainda para o tráfego turístico (Faro, etc.). O espaço não conta com nenhum grande aeroporto central de nível intercontinental mas dispõe de vários aeroportos grandes ou médios de nível internacional, que asseguram ligações internacionais e regionais não só na Europa mas igualmente intercontinentais, sobretudo entre a América do Norte e do Sul e África. No entanto, uma grande parte do tráfego internacional e sobretudo intercontinental é efectuado via os grandes aeroportos centrais como Londres, Paris ou Madrid. Os fluxos aéreos secundários estruturam-se à volta dos principais aeroportos nacionais ou regionais na zona, normalmente segundo os modelos hierárquicos urbanos. (cf. mapa n° 9)

As ligações aéreas no interior do Espaço Atlântico são pouco numerosas por falta de procura, mas as ligações internacionais para a América, são importantes.

Alguns aeroportos do sul do Espaço Atlântico apresentam um nível de tráfego bastante significativo, verdadeiramente induzido pela vocação turística preponderante destas cidades e pelo seu afastamento geográfico do coração da Europa.

Em 2000, o conjunto dos aeroportos do Espaço Atlântico (cerca de 55 plataformas) viu transitar um total de 114 milhões de passageiros. 11% frequentaram os aeroportos franceses, 33 % os da Península Ibérica e 56 % os aeroportos da Grã-Bretanha. (cf. mapa n° 9). A clientela reparte-se diferenciadamente entre os países. Enquanto que na Península Ibérica a clientela de negócios e a do turismo estão equilibradas, em França predomina a clientela de negócios e na Grã-Bretanha a do turismo.

Uma análise da serventia do Espaço Atlântico efectuada a partir das possibilidades de deslocação ao longo de um dia entre diferentes aeroportos mostra o déficit de ligações intra Espaço Atlântico. Com efeito, em 96 potenciais ligações estudadas e que poderiam ligar 16 cidades entre si, só 1/3 são realizadas por operadores aéreos. O desenvolvimento das ligações inter-regionais constitui verdadeiramente um interesse para o Espaço Atlântico.

Finalmente, se nos debruçarmos sobre a acessibilidade europeia (cf. mapa n° 8), o modelo centro-periferia torna-se predominante. Os espaços do coração da Europa atingem os principais centros de

10 Ordenamento da França de 2020, DATAR, “La Documentation Française”, Julho 2000

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decisão em menos de 4 horas. Em seguida, « a onda de acessibilidade » desloca-se de forma concêntrica em direcção aos espaços periféricos colocando as regiões atlânticas mais periféricas a mais de 6 horas dos principais centros de decisão.

O Livro Branco sobre os transportes preconiza prioridades fundamentais para o desenvolvimento das regiões do Espaço Atlântico:

O reforço da qualidade do transporte rodoviário e a revitalização do comboio; O desenvolvimento do transporte marítimo no respeito das regras de segurança e o

desenvolvimento das « auto-estradas do mar » como elemento da rede transeuropeia de transporte ;

Uma melhor acessibilidade e uma redução dos nós de estrangulamento no quadro da revisão das redes trans-europeias de transporte.

As NTIC

A acessibilidade não se limita aos transportes. No quadro da globalização da economia, o equipamento em rede de alto débito é fundamental e verdadeiramente portador de actividades de grande valor acrescentado.

Numerosas medidas foram tomadas a favor da sociedade da informação. A iniciativa da Comissão Europeia « e-Europe », uma sociedade de informação para todos, visa criar uma Europa em que domine o digital.

A análise da penetração das tecnologias é hoje difícil por falta de dados. Seleccionamos três indicadores : as ligações Internet nas empresas e particulares mas também nos Estados.

A análise do número de acessos à Internet mostra grandes diferenças no seio do Espaço Atlântico. A percentagem média dos consumidores com acesso à Internet no seio da União Europeia é de cerca de 8 % em 1998 (26 % nos Estados Unidos na mesma data)11,na Irlanda e no Reino Unido, esta taxa chega aos 10 %. Em Espanha, França e Portugal a população ligada atinge apenas 5 %. As empresas aparecem melhor equipadas em novas tecnologias. Em 1998, o inquérito ENSR Entreprise Survey mostra que 42 % das PME europeias dispõem dum acesso à Internet. A Irlanda ultrapassa esta taxa com cerca de 60 % das empresas ligadas enquanto que Portugal atinge taxas próximas dos 20 %. Em Espanha, França e Reino Unido, 35 a 40 % das empresas estão ligadas. O desenvolvimento das NTIC é importante nos Estados.

Foram identificados três eixos fundamentais. Dizem respeito à:

Melhoria do funcionamento interno das administrações graças às TIC.

Utilização das TIC para a participação dos cidadãos nos debates públicos.

Melhoria do serviço prestado aos utilizadores graças às TIC.

Penetração das novas tecnologias nos Estados :

País Proporção dos agentes públicos ligados à InternetEspanha 15 % dos postos de computador ligadosFrança 35 % dos postos de computador (650 000 na administração do Estado) ligados ao correio

electrónico, 25 % à Internet.Irlanda Não existem estatísticas. 5 a 90 % segundo as administrações. Acesso indirecto muito

amplo à Internet : pontos de acesso colectivos em cada edifício administrativo.Portugal Não existem estatísticas

11 Fonte : Sexto Relatório do Observatório Europeu das PME, Comissão Europeia, 2000

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Reino Unido

Mais de 50 % dos agentes públicos ligados ao correio electrónico interno e 30% à Internet

Fonte : A utilização das TIC nas administrações públicas europeias, Novembro 2000, Instituto Europeu da Administração Pública.

1.2.4 – PATRIMÓNIO NATURAL E CULTURAL 

Os atentados ao ambiente aumentaram consideravelmente na última década. O número de detritos aumenta 10% por ano, as emissões de CO2 e o consumo de energias poluentes estão em evolução. A protecção do ambiente constitui um desafio de maior importância para todas as regiões europeias.

O Espaço Atlântico apresenta tradicionalmente uma imagem de qualidade de vida e de qualidade do ambiente. Caracteriza-se pela importância e pela diversidade dos meios naturais.

O Reino Unido e a França contam com o maior número de locais protegidos os quais representam 10 a 20 % do território nacional12. Em Espanha, Portugal e Irlanda, em contrapartida, os locais são menos numerosos e representam apenas 10 % do território nacional para os dois primeiros e 5 % no caso da Irlanda.

Os litorais, os estuários e as zonas húmidas constituem espaços de protecção importantes no Espaço Atlântico. Estão sujeitos a pressões muito grandes devido ao desenvolvimento da urbanização litoral e das actividades agrícolas, industriais e turísticas e as suas mutações :

Os abandonos agrícolas e industriais ligados às necessárias reconversões colocam às cidades e às regiões o problema de reconquista e de reabilitação;

A pressão turística, em particular no sul do Espaço Atlântico conjuga-se com o déficit de recursos em água ;

As recentes catástrofes marítimas devidas aos transportes de produtos energéticos e os seus efeitos sobre os meios naturais e actividades (pesca e culturas marinhas em particular) mostram a importância de regulamentações rigorosas no plano mundial.

Todas estas pressões traduzem-se pela degradação das paisagens e dos meios. A implementação dum turismo sustentável tornou-se pois um interesse europeu e mundial13. A Espanha é o país que tem conduzido acções mais estruturadas nesta matéria. Fez do turismo sustentável um dos pilares da sua acção de planificação.

A tomada em consideração dos interesses económicos e sociais no desenvolvimento turístico caracteriza as regiões atlânticas. O turismo litoral desenvolveu-se à volta de actividades específicas tais que o turismo náutico e de recreio com competições de renome internacional que contribuem para forjar a imagem do Espaço Atlântico, ou a talassoterapia, actividade em pleno desenvolvimento para a qual as regiões atlânticas dispõem de um avanço considerável em matéria de equipamento, actividade a valorizar junto de clientelas externas, actividade de grande valor acrescentado.

A gestão integrada das zonas costeiras é uma medida fundamental para os espaços que constituem verdadeiramente a identidade atlântica, isto é os espaços costeiros. Visa proteger o funcionamento dos

12 Fonte : Ordenamento do Território e Ambiente, Políticas e Indicadores, IFEN,DATAR, Julho 200013 Fonte : AFIT Infos n°18, Julho 2000

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ecossistemas naturais e melhorar « a saúde económica e social » das zonas litorais. No Espaço Atlântico, estão sujeitos a múltiplas pressões e devem resolver múltiplos conflitos : o aumento da população, a pressão turística (coloca os problemas do recurso em água e aumento dos detritos…), o aumento do tráfego marítimo, a erosão das costas, o declínio das indústrias pesqueiras, a destruição dos habitats naturais.

A protecção da biodiversidade constitui uma outra prioridade. O estabelecimento da rede Natura 2000 efectua-se de forma diferenciada no conjunto do Espaço Atlântico.

Estado membro

Directiva Aves Directiva Habitats

Número de locais classificados

Superfície total classificada

% do território nacional

Número de locais propostos

Superfície total proposta

% do território nacional

Espanha 260 53 602 10.7 937 88 076 17.2França 117 8 193 1.5 1030 31 440 4.9Irlanda 109 2 236

3.2362 3 091 14.1

Portugal 47 8 468 9.2 94 12 150 17.3Reino Unido

209 8 648 3.5 386 17 660 5.2

EUR15 2 920 209 792 12 225 388 243 12.2

Fonte : Natura 2000 Barometer, http://europa.eu.int, 6.11.2001.

Do ponto de vista cultural, as cidades e as regiões do Espaço Atlântico inscreveram na História o seu dinamismo que ainda transportam na memória:

A herança cultural celta do Século VI oferece vestígios dum património arquitectónico portador de identidade fortemente valorizada pelo turismo. Os intercâmbios entre as regiões mais impregnadas desta cultura são numerosos ;

As cidades do Oceano Atlântico, oceano das descobertas, difundiram a cultura europeia por todos os continentes. Conservam sempre laços privilegiados com o continente americano, terra de acolhimento das diferentes diásporas mas vantagem cultural verdadeiramente sub-aproveitada;

Finalmente, as cidades da Revolução Industrial impulsionaram novos modos de desenvolvimento. O seu papel será verdadeiramente primordial na valorização do património atlântico.

1.3- PONTOS FORTES E FRACOS, OPORTUNIDADES, AMEAÇAS (ANÁLISE FFOA)

A síntese que se segue é tirada do « Relatório Intermédio do Estudo Estratégico de Cooperação Interregional do Espaço Atlântico » (projecto INTERREG II C GALICIA / CRPM) :

1.3.1 – PONTOS FORTES 

Importante capital em diversidade ambiental, em termos de zonas húmidas, montanhosas e florestais, de ambiente marinho e fluvial, elementos indispensáveis na configuração de novos modelos de desenvolvimento sustentável e de valorização da qualidade de vida.

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Grande potencial de qualidade de vida urbana tendo em conta as vantagens das cidades médias da faixa atlântica em matéria de enquadramento ambiental, de proximidade do mar, e portanto de potencial de lazer e de turismo.

A cultura e o património das regiões atlânticas constituem um capital de diversidade e de identidade notável no contexto europeu.

A existência de projectos relevando do facto urbano via o lançamento de acontecimentos culturais de grande impacto, com repercussões em termos de criação de emprego e de actividades.

A emergência de espaços e os nós de relações transfronteiriças (Galiza – Norte de Portugal, País Basco - Aquitaine, Bretagne, Basse e Haute Normandie e Regiões Britânicas) que tendem a alimentar fluxos inter-regionais atlânticos e a reforçar a solidariedade económica no seio da faixa.

Instituições de ensino superior de grande qualidade e crescimento significativo das taxas de escolarização superior.

Presença de metrópoles e de condições favoráveis nas regiões do Norte, que atraem o investimento directo estrangeiro, sobretudo no campo das tecnologias avançadas.

Presença significativa em numerosas regiões duma cultura empresarial.

Painel extremamente diversificado de recursos turísticos (domínios do desporto, da cultura, do lazer e descoberta), potencialmente geradores de produtos turísticos coincidindo com a nova procura e não sazonais.

Persistência duma cultura organizada à volta de actividades marítimas (cerca de 190 portos comerciais ao longo da faixa) que constitui um factor estratégico para apoiar os fluxos de mercadorias nos territórios periféricos e a ligação com as grandes capitais europeias.

Melhoria progressiva da ligação das regiões atlânticas com as capitais europeias, factor favorável para a dinâmica atlântica.

Presença de algumas grandes cidades e de zonas metropolitanas em certas regiões, que catalisam o crescimento económico e o desenvolvimento.

1.3.2 - PONTOS FRACOS 

Diferentes posicionamentos das políticas nacionais em matéria regional e diferentes níveis de autonomia regional, comprometendo uma estratégia de cooperação interregional para o Espaço Atlântico.

A implementação da União Monetária é susceptível de produzir choques diferenciados, e as margens de manobra para a gestão destes impactos serão diversificadas, nomeadamente devido à variedade das taxas de desemprego e dos diferentes níveis de desenvolvimento das regiões do Espaço Atlântico.

As políticas de ordenamento do território e dos transportes não contribuem para estruturar relações fluidas ao longo da faixa atlântica, e não contrariam a predominância das relações económicas e culturais com as capitais dos Estados Membros não atlânticos, à excepção de Lisboa e de Dublin.

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O sistema urbano tem fraquezas : número reduzido de cidades com um forte potencial de atractividade e de densidade reduzida das relações entre as cidades de pequena e média dimensão.

As regiões atlânticas encerram ainda núcleos de declínio industrial nos sectores de actividade tradicionais, confrontados com uma concorrência mundial por parte de zonas de baixos salários.

Muitas regiões atlânticas encontram, em geral, dificuldades em atrair investimentos que requerem recursos humanos de elevado nível científico e tecnológico.

Fraca difusão da identidade cultural das regiões atlânticas devido à fraca dinâmica interna dos fluxos de pessoas, bens, serviços e informação.

Fragilização da actividade agrícola que se traduz numa população agrícola idosa e um baixo nível de produtividade da exploração média.

Obrigação de reduzir as capacidades das pescas, com grandes consequências sociais.

O sector turístico sofre de fragilidade na organização da oferta e devido à sazonalidade da actividade.

A rede ferroviária europeia está fundamentalmente organizada seguindo lógicas radiais que tornam difíceis as relações entre as regiões da faixa atlântica.

Insuficiência das ligações aéreas entre os principais aeroportos do Espaço Atlântico, devido aos fracos fluxos de pessoas e de mercadorias entre as regiões periféricas, o que não permite uma oferta diversificada.

Fraca « solidariedade económica » entre as regiões atlânticas devido a um baixo nível de trocas comerciais inter-regionais comparativamente com as relações com os centros mais dinâmicos da União Europeia.

Os serviços às empresas apresentam uma concentração desigual no seio do Espaço Atlântico, para além de dificuldades de acesso para as PME.

Raridade dos meios inovadores e prática reduzida das relações de cooperação e de participação entre o tecido das empresas e os centros de pesquisa.

Nível fraco de ligação intermodal dos portos atlânticos.

1.3.3 - OPORTUNIDADES 

A emergência de reflexões de prospecção tendo em vista aprofundar a cooperação transatlântica entre as Américas e a União Europeia pode permitir às regiões atlânticas desempenhar um papel e reforçar os seus sistemas portuário e aeroportuário.

A emergência de novas correntes de procura turística (turismo cultural, ambiental, de lazer e descoberta) é coerente com a oferta de recursos disponíveis na faixa atlântica.

A densidade do tráfego dos transportes rodoviários de mercadorias no centro da União Europeia dá oportunidades de reforço do transporte marítimo de cabotagem ao longo da faixa atlântica.

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A procura de modelos de vida urbana à escala humana e de grande convívio por parte da categoria da população activa mais qualificada constitui uma oportunidade de reforço do sistema urbano das cidades médias das regiões atlânticas.

A emergência de indústrias culturais constitui uma nova fonte de diversificação competitiva do Espaço Atlântico, com a oportunidade de criação de novas actividades geradoras de empregos qualificados.

A difusão e a generalização rápida de novos sistemas e de novas tecnologias da informação e da comunicação oferecem às regiões atlânticas possibilidades mais rápidas de quebra do isolamento se se criarem competências em matéria de gestão da informação.

O desenvolvimento das fontes de energia renováveis e das tecnologias ambientais.

1.3.4 - AMEAÇAS 

O alargamento da União Europeia a Leste cria condições para a melhoria da situação destas regiões nos domínios da qualidade, da pesquisa científica, do desenvolvimento tecnológico, da formação e da qualificação dos recursos humanos, o que lhes confere uma boa posição para atrair investimentos internacionais móveis. A forte captação previsível dos créditos dos fundos de coesão, decorrentes dos seus níveis elevados de degradação ambiental favorece, além do mais, este cenário.

A cooperação transatlântica poderá esbarrar com as dificuldades comerciais existentes entre a União Europeia e os Estados Unidos no quadro do processo de liberalização do comércio internacional.

O ordenamento e organização territorial da União Europeia são actualmente comandadas pela lógica da influência das grandes concentrações urbano – metropolitanas no centro da União Europeia, o que penaliza o desenvolvimento da faixa atlântica que se opõe a este modelo.

A persistência e o reforço contínuos das políticas sectoriais comunitárias sem tomar em consideração os impactos territoriais (ex. : reforma da PAC, revisão das Redes Transeuropeias de Transporte)

As dificuldades de aprofundamento do EDEC devido à resistência dos governos nacionais em aceitar uma lógica de política de ordenamento do território de âmbito supranacional e em associar as políticas sectoriais comunitárias a uma lógica territorial.

A liberalização dos movimentos de capitais é desfavorável aos territórios sem mercados financeiros competitivos no plano internacional.

A lentidão e as resistências da difusão das tecnologias da informação nas regiões pouco inovadoras.

Os impactos a longo prazo das alterações climatéricas.

2 - A COOPERAÇÃO INTER-REGIONAL AO SERVIÇO DUMA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

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2.1 - A VISÃO DAS REGIÕES

No âmbito do estudo de prospecção atlântico, o aprofundamento da abordagem da cooperação inter-regional pelas regiões no seio do Espaço Atlântico, a articulação entre estratégias de cooperação inter-regionais e estratégias de desenvolvimento regional, o conhecimento das práticas recentes de cooperação e as perspectivas para o futuro, foram objecto dum conjunto de discussões levadas a cabo directamente junto das regiões. As respectivas conclusões apresentadas no relatório intercalar de Maio 2000 são aqui resumidas.

A representação dos espaços pertinentes de cooperação inter-regional do ponto de vista das regiões não é ainda a do Espaço Atlântico no seu conjunto. Os espaços pertinentes de cooperação inter-regional são entendidos pelas regiões enquanto espaços de proximidade, de dimensão:

- Transfronteiriça : Norte de Portugal - Galiza, País Basco – Navarra - Aquitaine, Bretagne – Basse e Haute Normandie – Sudoeste de Inglaterra, Gales - Irlanda, Centro e Norte de Portugal – Castilla y León …

- Transnacional e inter-regional : convém sublinhar a existência, desde há uma dezena de anos, de acções conjuntas levadas a cabo à escala do Espaço Atlântico através de numerosos acordos de cooperação ligando diversas colectividades territoriais atlânticas (regiões, províncias, cidades geminadas).

- Nacional : cooperação entre as regiões do grande Oeste da França ou da orla cantábrica espanhola…

O conjunto desta dinâmicas de cooperação está a reforçar a malha interna do Espaço Atlântico e contribui assim, progressivamente, para a sua estruturação de conjunto.

- Os campos onde a percepção das oportunidades de cooperação inter-regional é a mais vasta são os seguintes : transportes marítimos e intermodalidade e protecção contra a poluição marinha. Estes campos são postos em evidência por todas as regiões costeiras, quer se trate de estratégias de cooperação mais defensivas de preservação do mar e costas dos efeitos da poluição, quer de estratégias mais activas valorizando as vantagens e as oportunidades de desenvolvimento do transporte marítimo, nomeadamente pela implantação de plataformas logísticas e intermodais.

- A cooperação interregional transnacional ocupa ainda um lugar relativamente fraco nas estratégias de desenvolvimento das regiões : formalização ainda insuficiente das estratégias de cooperação, mesmo quando se constate uma evolução positiva neste sentido junto dum número crescente de Regiões. As práticas de cooperação revestem um carácter limitado relativamente às políticas regionais europeias implementadas em cada território.

Do ponto de vista das autoridades regionais, o nível até então reduzido de recursos financeiros comunitários dedicados à cooperação interregional transnacional – em relação, por exemplo, aos Objectivos 1, 2 ou 5b – explica em parte esta situação. A cooperação inter-regional requer da parte dos responsáveis públicos uma forte dose de voluntarismo, uma capacidade de projecção estratégica, que eles só decidem mobilizar se os meios financeiros disponíveis foram significativos.

Por outro lado, estas discussões constituíram muitas vezes ocasião para sensibilizar os responsáveis regionais para a articulação possível, no futuro, entre cooperação interregional transnacional e desenvolvimento da sua própria região, e portanto para preparar a sua próxima implicação no INTERREG III B.

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- Diferenças administrativas importantes no que respeita as competências e a capacidade financeira das regiões limitam a cooperação interregional do Espaço Atlântico. À heterogeneidade do Espaço Atlântico anteriormente mencionada juntam-se diferenças muito significativas do ponto de vista administrativo e organizacional. A organização administrativa dos cinco países envolvidos é bastante diferente, variando entre uma situação de grande autonomia regional presente nas comunidades autónomas espanholas e uma situação de países como Portugal, onde não existe autoridade regional para além das regiões insulares.

Esta situação que não é nova, parece não ter prejudicado grandemente o desenvolvimento dos Programas INTERREG II C ou Atlantis anteriormente, e marcará ainda o período de implementação do INTERREG III B. O remédio é em parte conhecido, assenta na qualidade da parceria transnacional e no interior de cada Estado.

- A melhoria da circulação da informação entre os Estados e as Regiões e entre as administrações regionais e os actores regionais constitui igualmente um interesse do desenvolvimento da cooperação interregional. Com efeito, as regiões que possuem mais experiência de cooperação tem uma melhor capacidade a aceder e a tirar partido da informação. Em contrapartida, as que estão menos presentes nos dossiers da cooperação têm mais dificuldade em aceder a informação pertinente e oportuna.

A mesma situação é válida no que respeita a circulação da informação junto dos actores regionais. Foram identificados défices de circulação da informação durante algumas discussões, sobretudo ao nível das Regiões que são menos activas no campo da cooperação inter-regional. A aproximação entre os pontos de vista institucionais e privados sobre a cooperação é no entanto cada vez mais um objectivo importante de reforço do sentido estratégico da cooperação interregional.

Como reforçar o desenvolvimento duma cultura de cooperação e a implementação dos métodos e ferramentas que favorecem a cooperação? As disposições de implementação do INTERREG III B deverão integrar respostas a estas questões, e prever medidas de reforço da animação e da cooperação.

- Os principais domínios da cooperação estabelecidos no Programa INTERREG II C surgem como pertinentes. As quatro prioridades correspondem bem a objectivos de desenvolvimento das regiões.

Todavia, a organização sectorial do Programa não deve limitar abordagens integradas articulando por exemplo intervenções nos sectores do turismo e ambiente ou acções de cooperação entre cidades atlânticas que constituem no entanto, pilares de integração territorial do Espaço Atlântico e do seu relacionamento com o exterior.

O presente Programa Operacional procura efectivamente integrar esta dimensão transversal.

2.2 – OS ENSINAMENTOS DOS RECENTES PROGRAMAS DE COOPERAÇÃO DO ESPAÇO ATLÂNTICO

2.2.1 – A ACÇÃO PILOTO ATLANTIS

Entre Setembro 1993 e meados de 1995, a acção piloto Atlantis mobilizou 25 Regiões Atlânticas em 22 projectos de cooperação e acções piloto, implementados sobre temáticas prioritárias identificadas

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pelo estudo Europe 2000 + : modernização do turismo atlântico, transferências de tecnologia, melhoria das ligações marítimas e aéreas, água e ambiente.

Este Programa, co-financiado até 4 milhões de Ecus nos termos do artigo 10º do FEDER, constituiu um bom terreno de experiência na maior parte das regiões para se preparar para o desenvolvimento dos futuros programas transnacionais de cooperação ; foi, com efeito, implementado num período charneira da evolução das políticas comunitárias de cooperação interregional : entre a fase das trocas de experiências (1989/1993) e a da contribuição esperada de uma política europeia de ordenamento do território no âmbito da componente « zonas de estudo e de ordenamento do território » do EDEC previsto pelos Ministros Comunitários do ordenamento do território em Leipzig em 1994.

2.2.2 - O PROGRAMA OPERACIONAL INTERREG II C

A implementação do INTERREG IIC obteve resultados significativos em termos de reforço dos laços de cooperação e de desenvolvimento socio-económico do Espaço Atlântico. Pode-se dizer que o INTERREG IIC permitiu :

- Abordar a problemática da cooperação transnacional e da sua integração ao nível das políticas de desenvolvimento regional;

- Uma verdadeira partilha de informações e de experiências que não teria certamente acontecido sem esta oportunidade.

Os objectivos estratégicos do INTERREG IIC incluíam :

- A promoção dum desenvolvimento económico e a coesão social pela integração e cooperação;

- A promoção dum desenvolvimento sustentável, beneficiando das vantagens comparativas resultantes da melhoria dos recursos internos e do ambiente.

- A promoção da competitividade do Espaço Atlântico.

- As problemáticas de afastamento, incluindo os aspectos dos transportes e das comunicações.

OS PROJECTOS INTERREG IIC ESTABELECIDOS Apesar dos atrasos de estabelecimento e do curto período de tempo deixado aos portadores de projectos para os apresentar ao Comité de Gestão do Programa para aprovação, a mobilização das regiões atlânticas foi forte no sentido de dar conteúdo operacional ao programa.

Os elementos de análise que se seguem não pretendem avaliar o programa, mas dão algumas indicações sobre a tipologia dos projectos estabelecidos :

- 48 projectos de cooperação interregional foram estabelecidos, envolvendo 232 parceiros dos cinco Estados abrangidos, para um orçamento global de cerca de 16 milhões de euros e com uma média de 312 000 euros por projecto com uma grande diversidade das fontes de financiamento.

- a penetração do Programa é mais forte em Espanha, França e Portugal, seja do ponto de vista do número de projectos estabelecidos seja do ponto de vista do número de participantes por país.

- A prioridade mais representada entre os projectos seleccionados foi a pesquisa e o desenvolvimento (18), acompanhamento do turismo (13) e do ambiente (13). Só 4 projectos foram estabelecidos sob a prioridade transportes, mas apresentam um carácter muito mais estruturante, uma dimensão financeira mais alargada e um maior número médio de parceiros: 13, enquanto que a média do Programa Operacional se situa em 4.

- Os projectos de cooperação interregional estabelecidos têm campos de acção geográfica limitados, com uma predominância dos projectos organizados à volta de espaços contíguos, sobretudo no que respeita as prioridades pesquisa e desenvolvimento, turismo, ambiente. A prioridade transportes

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apresenta, logicamente, a particularidade de atrair para um mesmo projecto o interesse de regiões a norte e a sul do espaço.

- Encontramos uma tipologia das regiões de acordo com o seu modo de investimento nos projectos : alguns albergam muitos chefes de projecto, outros comprometem-se activamente sem assumir pilotagem, outros têm uma participação mais reduzida (uma grande parte dos condados do Reino Unido e das regiões francesas não marítimas, por exemplo), talvez desencorajadas pelo longo período de latência antes do arranque do Programa.

Deste ponto de vista, é importante que o presente Programa seja capaz de envolver de forma mais activa todas as regiões, apoiando-se por um lado nas lógicas de cooperação ao longo da faixa e, por outro lado, nas lógicas transversais de articulação das regiões costeiras com as regiões continentais.

ENSINAMENTOS SOBRE O PROGRAMA INTERREG IIC

Ensinamentos sobre a fase de preparação e de selecção dos projectos :

- A aprovação tardia do Programa e a necessidade de trabalhar em prazos muito apertados afectou a qualidade dos projectos apresentados, nomeadamente no que respeita a extensão das parcerias;

- Encontrar parceiros num espaço tão vasto e variado foi um problema no INTERREG IIC tendo em conta a ausência de medidas específicas relativas à animação;

- A selecção dos projectos foi complexa, devido a dificuldades da instrução transnacional e disparidades em termos de orçamentos financeiros dos diferentes Estados Membros ;

- Os critérios de selecção dos projectos permitiram finalmente, ao que parece, garantir globalmente uma boa coerência dos projectos seleccionados, relativamente às orientações estratégicas de cada uma das medidas.

Ensinamentos sobre o processo de implementação dos projectos :

- Os beneficiários finais são unânimes : os procedimentos administrativos são complexos. Esta complexidade assenta nomeadamente no desdobramento das estruturas de gestão (nível nacional e Célula de Coordenação), dos procedimentos administrativos e financeiros. O trabalho da Célula de Coordenação foi notável (o guia de gestão dos projectos foi muito apreciado) ;

- A estrutura de gestão actual facilita a implementação de parcerias transnacionais, muito especialmente, a Célula de Coordenação, ajudada pelos correspondentes nacionais. Permite uma harmonização das informações, dos critérios de selecção e de assistência fornecida aos portadores de projectos;

- Prever tempo para uma apresentação e uma larga difusão dos resultados decorrentes dos projectos parece importante para melhorar a qualidade dos futuros projectos de cooperação transnacional;

- Os parceiros estão globalmente satisfeitos com o nível de cooperação induzido pela implementação dos projectos, e pelo nível de motivação e de implicação dos parceiros.

Os procedimentos financeiros :

- Os Chefes de Fila de projectos lamentam, em geral, serem financeiramente responsáveis pelos outros parceiros, na medida em que os seus poderes de controlo são de facto muito limitados;

- As diferenças nas regras de co-financiamento conduziram a problemas entre países e instituições participantes no Programa. A questão das contribuições nas contrapartidas foi levantada e precisa de ser clarificada relativamente aos portadores de projectos privados e das ONG;

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- O detalhe dos procedimentos de certificação das despesas e os prazos de pagamento não foram clarificados suficientemente cedo. Este ponto foi largamente melhorado após a publicação dos textos de referências em matéria de implementação dos projectos;

- A divisão dos fundos entre várias estruturas levou a aumentar as despesas gerais;

- Facilitar o mecanismo de re-afectação financeira no seio do projecto levaria a uma melhor implementação dos projectos e a melhores resultados.

2.3 – OS ENSINAMENTOS RETIRADOS DA ANÁLISE FFOA : DA ANÁLISE ESTRATÉGICA ÀS OPORTUNIDADES DE COOPERAÇÃO

A análise estratégica FFOA fornece um nível de identificação das oportunidades de cooperação entre as regiões atlânticas. Para que esta operação lógica não seja vista como um puro exercício de abstracção, será bem entendido « cruzada » com todos os elementos do contexto: prioridades definidas pela Comissão Europeia para a Vertente B, histórico da cooperação, prioridades dos estados, das regiões e dos grupos de regiões.

1. A combinação “pontos fortes - oportunidades”

No que se refere às orientações do EDEC, surgem duas oportunidades para as quais o Espaço Atlântico apresenta vantagens comparativas potenciais que devem ser valorizadas:

- Por um lado, uma das lógicas possíveis de ordenamento do território da União Europeia diz respeito à valorização dum sistema urbano policêntrico, assentando por um lado, no reforço dos pólos de encadeamento e das ligações, e por outro lado, numa rede bem estruturada de cidades pequenas e médias. Esta organização corresponde a um modelo de qualidade de vida urbana humanizada e de convívio, susceptível de fazer o contrapeso com a dinâmica centrífuga das grandes aglomerações metropolitanas europeias e de contribuir para o objectivo maior de coesão económica e social;

- Por outro lado, as zonas e os espaços naturais sensíveis em termos de ambiente, tais que as zonas costeiras, os parques naturais ou os estuários, surgem enquanto vantagens fundamentais a preservar e a valorizar no âmbito da política de ordenamento do território da União Europeia, da mesma forma que o património cultural rico e variado.

Em matéria de cooperação no Espaço Atlântico, eles abrem oportunidades orientadas para actividades de animação económica e cultural, tais que o turismo - descoberta, turismo – lazer, turismo rural, acontecimentos culturais internacionalizados, as actividades dum novo filão saúde – envelhecimento, as actividades de animação e de acolhimento, etc. Nos domínios onde as tendências correspondem a vantagens das regiões atlânticas, a cooperação levará à mobilização de massas críticas face aos espaços concorrentes que ambicionam igualmente captar as mesmas oportunidades. Dito de outra maneira, cooperar significa valorizar os recursos comuns a uma escala não levada em conta pelas políticas nacionais.

Este raciocínio aplica-se igualmente ao papel estratégico das cidades e da cooperação entre elas e entre actores económicos e sociais associados às dinâmicas urbanas. As estratégias de ordenamento policêntrico convidam a um funcionamento em rede, por vezes difícil de pôr em prática ao nível das cidades de pequena e média dimensão.

Quando uma lógica de concertação é implementada, as cidades atlânticas mais internacionalizadas representam um capital importante em termos de capacidade de concepção e de lançamento de projectos de cooperação, principalmente porque terão tendência a federar à volta delas uma série de actores e de instituições-chave e servirão de plataformas às cidades pequenas e médias.

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A transformação dos pontos fortes assinalados em realizações, isto é em oportunidades concretizadas, coloca às regiões atlânticas um desafio importante no que respeita o domínio do conhecimento e das novas ferramentas da nova economia tais que a gestão dos sistemas de informação, a formação generalizada sobre tecnologias da informação e da comunicação, a capacidade de empreendimento, a qualificação dos recursos humanos.

2. A combinação fraquezas – ameaças ou a cooperação enquanto meio de reacção por antecipação às tendências desfavoráveis da evolução do ordenamento do espaço europeu

O diagnóstico estratégico permite identificar ameaças à coerência da macro-zona «Espaço Atlântico» e portanto à sua existência enquanto unidade pertinente do ordenamento do espaço europeu.

A combinação mais ilustrativa da amplificação dos efeitos das ameaças é a relação «  perificidade - impactos do alargamento ». Com efeito, os impactos do alargamento a leste da União Europeia poderiam ser nefastos para as regiões atlânticas na medida em que estas regiões são descentradas e periféricas relativamente aos centros dinâmicos do território da União Europeia e aos futuros mercados. À excepção de Lisboa e Dublin, não existem cidades capitais importantes na faixa atlântica, que está além do mais afastada dos grandes corredores de densidade demográfica, de riqueza económica e de inovação.

Neste contexto, cooperar será fundamentalmente agir em conjunto tendo em vista quebrar o isolamento da faixa atlântica. Mas aqui, cooperar é igualmente implementar uma visão solidária da quebra de isolamento atlântico. Por outras palavras, a quebra do isolamento das regiões atlânticas e a melhoria das interligações no interior deste espaço deverão ser consideradas como operações indissociáveis e complementares. Se esta visão solidária da quebra de isolamento não consegue impor-se no quadro das grandes operações de infra-estruturas europeias (redes transeuropeias), os riscos de implosão do Espaço Atlântico serão muito fortes porque cada região tentará resolver o seu próprio problema de ligação com os eixos europeus dinâmicos.

Esta abordagem conduz a três prioridades essenciais :

- o desenvolvimento das infra-estruturas de transporte e de comunicação, em particular as ligações marítimas e aéreas;

- o reforço das acções de cooperação que poderiam intensificar as relações transfronteiriças nos espaços vitais da faixa (País Basco - Aquitaine, por exemplo) e as cooperações inter-regionais sobre os temas que contribuem para reduzir estas ameaças;

- o reforço do papel e a promoção da cooperação das principais zonas urbanizadas e das plataformas de transporte a fim de promover o desenvolvimento dinâmico da faixa atlântica.

A combinação « fraquezas – ameaças » não conduz portanto necessariamente a uma estratégia de cooperação defensiva, mas antes a uma reacção global e solidária por antecipação aos efeitos do alargamento.

Mas reagir por antecipação pode levar à cooperação noutras frentes ainda mais ambiciosas:

- Porque não internacionalizar-se em direcção a Leste procurando novos potenciais aderentes das oportunidades selectivas de constituição de parcerias, de assistência técnica, de captação dos recursos humanos em termos de pesquisa e de desenvolvimento, e fazê-lo em comum?

- Porque não inverter o olhar e tentar projectar a faixa atlântica enquanto plataforma intercontinental em direcção à América do Norte e à América Latina ?

A análise das práticas de cooperação permite identificar a experiência da Irlanda como um exemplo bem sucedido de estabelecimento de pontes entre os Estados Unidos e as economias de Leste,

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garantindo à Irlanda um novo estatuto de plataforma intercontinental. Haverá sem dúvida outras oportunidades a explorar tirando partido das relações históricas e culturais.

3. Como evitar que as fraquezas dos espaços atlânticos atrasem ou bloqueiem a valorização das oportunidades? Qual o papel que pode desempenhar a cooperação neste domínio ?

Uma fonte de fraquezas reside na vulnerabilidade das regiões atlânticas às evoluções do aprofundamento do projecto de construção da União Europeia :

- Consequências da introdução à moeda única ;

- Riscos de declínio industrial face à abertura dos mercados europeus após os avanços das negociações internacionais no âmbito da Organização Mundial do Comércio;

- Consequências de alterações na orientação da Política Agrícola Comum ;

- Incidências do alargamento sobre determinados sectores industriais com forte conteúdo de mão de obra.

As regiões atlânticas deverão reflectir conjuntamente sobre as orientações da política regional comunitária depois de 2006, e mais geralmente sobre uma nova geração de políticas comunitárias num quadro que tomará em consideração a realidade do alargamento.

Nos outros domínios, as fraquezas dizem respeito a regiões individualmente :

- Uma insuficiente capacidade da indústria turística em adaptar a oferta à procura;

- Os défices da oferta e da procura de serviços às empresas ;

- A fraca densidade em meios inovadores bem ligados às empresas ;

- A capacidade muito desigual de atrair o investimento estrangeiro.

Nestes domínios, a lógica sugere que será difícil fazer destas fraquezas oportunidades de cooperação. No entanto, trata-se de temas por vezes tão determinantes para a competitividade do Espaço Atlântico que não podem ser deixados de lado num Programa destes. Aqui, o voluntarismo é indispensável à escala interregional, à imagem daquele que está na origem de tantos sucessos regionais, por vezes contra todas as evidências.

4. Alguns elementos de conclusão

- Existem margens de manobra em matéria de cooperação interregional que se podem identificar nos diferentes cenários de evolução possível do Espaço Atlântico e da União Europeia, mas que ainda não foram traduzidos pelas regiões sob a forma de dinâmicas e de projectos concretos num passado recente.

- É na exploração da combinação “pontos fortes - oportunidades” que se encontram os principais domínios de cooperação a explorar numa nova etapa.

- à volta da combinação “fraquezas - ameaças” são de referir, sobretudo, as grandes operações de quebra do isolamento das regiões atlânticas, capazes de as ligar com os eixos dinâmicos do território da União Europeia ; no entanto, é preciso que estas operações de quebra do isolamento sejam completadas por operações de ordenamento e de malhagem interna da própria faixa, na ausência das quais a situação actual de macro-zona perduraria.

- à volta da combinação “fraquezas - oportunidades”, o potencial aparece logicamente mais limitado. Se uma forte política de solidariedade atlântica não for implementada para resolver as fraquezas constatadas, certos sectores só muito dificilmente poderão tornar-se motores da cooperação.

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2.4 – UMA ESTRATÉGIA TRANSNACIONAL DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL POLICÊNTRICO

A estratégia do Programa decorre logicamente dos elementos a seguir descritos :

- as características do Espaço Atlântico ;

- as experiências retiradas do Programa INTERREG II C, incluindo o estudo estratégico ;

- as lições retiradas dos outros programas de cooperação levados a cabo nesta zona ;

- as conclusões da análise FFOA ;

- as orientações e políticas da União Europeia.

As características do Espaço Atlântico dão lugar a um grande número de questões de desenvolvimento que poderão ser exploradas neste Programa. Estas poderão ser expressas melhor pela pesquisa e implementação eficaz de políticas integradas que respondem aos objectivos seguintes :

- encorajar a competitividade e o desenvolvimento económico do espaço ;

- melhorar a inserção social e a igualdade de oportunidades ;

- assegurar a eficácia da utilização dos recursos e a protecção do ambiente e do património ;

- procurar esquemas de desenvolvimento sustentável, em particular no que respeita a forma e as funções das zonas urbanizadas e as suas relações com o ambiente ;

- gerar e implementar sinergias entre os diferentes programas e políticas europeias.

Este Programa para o Espaço Atlântico encoraja igualmente a procura de soluções inter-regionais sustentáveis, beneficiando os participantes e os seus territórios ao ajudar a ultrapassar os seus problemas, a explorar as oportunidades e ao permitir estabelecer processos para atingir os objectivos.

Isto é coerente com as três principais orientações políticas para o desenvolvimento espacial da União Europeia expressas no EDEC, a saber, o desenvolvimento dum sistema de cidades mais equilibrado e policêntrico e uma nova relação cidade-campo, o acesso equivalente às infra-estruturas e aos conhecimentos e a gestão prudente e o desenvolvimento do património natural e cultural.

Do mesmo modo, o presente Programa Operacional deve integrar a evolução do pensamento comunitário no que respeita o desenvolvimento territorial, concretizado nomeadamente pela adopção do EDEC em Maio de 1999, e as inflexões nas linhas directoras do INTERREG :

- As linhas directoras da Comissão Europeia prevêem a necessidade de favorecer, « as estratégias do desenvolvimento territorial, incluindo de cooperação entre cidades ou entre zonas urbanas e rurais, com o objectivo de promover um desenvolvimento sustentável policêntrico ».

- A colocação em prática das preconizações do EDEC tem por vocação encorajar « acções de sensibilização às perspectivas a longo prazo do ordenamento do território, incluindo a promoção de colocações em redes da planificação e dos institutos de pesquisa com o objectivo de desenvolver acções conjuntas de observação e de acompanhamento ».

- A dimensão cultural está bem presente nas medidas prioritárias da Comissão, sob um ângulo « patrimonial » que pode parecer restritivo, a não ser que o alarguemos aquilo que as orientações comunitárias chamam de « cooperação em matéria de desenvolvimento criativo do património cultural, incluindo laços com o turismo » . É claramente uma das temáticas que permitirá cimentar o Espaço Atlântico a longo prazo e, neste espírito, é proposto inclui-lo na prioridade « identidade e prospectiva atlântica ».

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- A qualidade da cooperação multi-actores e da parceria público-privado é uma condição sine qua non para o sucesso dum tal programa, que passa pela implantação do Espaço Atlântico no referencial da sociedade económica, social, civil, activa ... Trata-se de confirmar a realidade duma identidade atlântica comum, que permite que este espaço de cooperação não seja mais reposto em questão na sua pertinência, e fazer de forma a que este tipo de programa favoreça parcerias outras que as institucionais.

O Programa para o Espaço Atlântico deve garantir um desenvolvimento social e económico equilibrado que seja ao mesmo tempo coerente e sustentável para o Espaço Atlântico no seu conjunto, sobretudo através da cooperação em matéria de ordenamento do território.

Isto traduz-se em dois OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS :

1. Melhoria da integração das políticas de ordenamento do território e implementação através de um aumento de estratégias conjuntas, tendo como objectivo a valorização das vantagens específicas deste espaço.

2. Desenvolvimento duma cultura de cooperação transnacional e interregional, através dum aumento do número de parcerias e de procedimentos de colaboração : colocação em rede dos territórios e dos actores atlânticos.

Para implementar esta estratégia, as regiões do Espaço Atlântico são encorajadas a trabalhar em conjunto para atingir igualmente os objectivos específicos seguintes:

- Pesquisar esquemas de desenvolvimento sustentável no Espaço Atlântico através de uma estratégia e de um programa de desenvolvimento integrados e harmonizar os objectivos sociais, económicos e ambientais para além fronteiras, tomando esta estratégia de desenvolvimento em consideração as interdependências entre zonas urbanas e rurais bem como as suas características e potenciais endógenos;

- Favorecer a competitividade económica e a eficácia do Espaço Atlântico a fim de ultrapassar os handicaps da sua localização relativamente ao resto da Europa, ajudar a reduzir as disparidades económicas e promover a integração das forças de trabalho e o reforço das suas competências;

- Assegurar que as vantagens culturais, históricas e ambientais do Espaço Atlântico são preservadas e protegidas contra um desenvolvimento anárquico, e que os recursos são utilizados razoavelmente;

- Favorecer a coerência e a coesão do Espaço Atlântico ao mesmo tempo para afirmar a sua identidade enquanto agrupamento de regiões e para aumentar as relações com outros agrupamentos regionais no seio da União Europeia ou na perspectiva do alargamento, sendo o objectivo desenvolver uma maior integração entre parceiros no seio e no exterior do Espaço Atlântico.

2.5 – UMA VISÃO ESPACIAL PARA O ESPAÇO ATLÂNTICO

A estratégia do programa desenvolvida em seguida é também uma iniciativa importante para lançar um « estaleiro permanente » de pesquisa – acção para preparar o posicionamento do Espaço Atlântico nas políticas comunitárias pós-2006, mas talvez também a curto prazo: revisão da rede transeuropeia de transporte, territorialização da política comum da pesquisa ou de Política Agrícola Comum...

A mais longo prazo, ou seja para além dos próximos vinte anos, o significado europeu do Espaço Atlântico poderia ser reforçado através do desenvolvimento duma estrutura territorial mais equilibrada. Isto poderia ser facilitado pela produção duma visão espacial informal que não seria limitada à planificação territorial e à utilização das infra-estruturas, mas empregaria igualmente

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abordagens trans-sectoriais para inspirar e influenciar os processos de ordenamento do território e iniciar acções com impacto na estrutura espacial.

E importante que todas as Regiões do Espaço Atlântico partilhem uma visão prospectiva e para o fazer, convém que uma das tarefas prioritárias do Programa seja a preparação dum documento que sublinhe esta visão e a sua justificação. Está prevista uma disposição específica para esta actividade no seio da Medida A-1, mas como ela se mistura com os objectivos gerais do Programa, poderão ser encorajadas contribuições interessantes no âmbito de outras medidas do Programa.

Será procurada uma sinergia entre a estratégia do Programa e a visão espacial.

3 – EIXOS ESTRATÉGICOS PRIORITÁRIOS DE COOPERAÇÃO NO ESPAÇO ATLÂNTICO

3.1 – PRIORIDADES E MEDIDAS ESTABELECIDAS

Tomando em consideração a estratégia descrita no ponto 2.4 anterior, o quadro fixado pela Comissão Europeia (que leva largamente em conta as opções do EDEC), as prioridades dos Estados e das Regiões, as características socio-económicas do Espaço vistas dum ponto de vista estratégico no contexto mundial, as oportunidades de cooperação que daí decorrem, são os seguintes os Eixos Prioritários estabelecidos:

PRIORIDADE A : ESTRUTURAÇÃO POLICÊNTRICA DO ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO DE PÓLOS DE COMPETÊNCIA

Trata-se aqui de precisar e de contribuir para estabelecer, com a ajuda de redes, os contornos dum Espaço Atlântico competitivo e organizado de forma policêntrica. Isto supõe a mobilização de toda uma série de actores económicos e sociais. As temáticas chave estabelecidas no âmbito desta prioridade são as seguintes:

MEDIDA A-1 : Estruturação territorial do Espaço Atlântico :

Malhas urbanas, redes de cidades e inter-relações urbano/rural/local

Promoção da cooperação multi-actores, da parceria público-privado e da participação das redes socio-profissionais

Rede de observação e de pesquisa-acção sobre o ordenamento do território atlântico

MEDIDA A-2 : Promoção e desenvolvimento de pólos de competência :

Reforçar a competitividade do espaço do ponto de vista da inovação tecnológica

Multiplicar as redes de pesquisa e de transferência de tecnologia

PRIORIDADE B : DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE TRANSPORTE QUE ASSEGUREM UMA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL E MELHORIA DO ACESSO À SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

A consolidação do Espaço Atlântico e a sua abertura internacional passam por uma melhoria da sua « competitividade logística », privilegiando os modos de transporte respeitadores do ambiente, uma apropriação dos modos de comunicação imediatos e futuros, e uma capacidade de criatividade e de inovação no domínio do transporte de pessoas, bens e informação. Os seguintes eixos de acção deveriam contribuir para isto :

MEDIDA B-1 : Desenvolvimento de sistemas de transporte que assegurem uma mobilidade sustentável :

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Melhorar o acesso local e regional às redes e plataformas nacionais e transnacionais de transporte, promover a acessibilidade inter-regional e o desenvolvimento da intermodalidade

Assegurar o desenvolvimento de certos modos de transporte, nomeadamente promover a actividade marítima e portuária, o desenvolvimento do transporte ferroviário e a melhoria das ligações aéreas

Contribuir para a melhoria da segurança marítima ao longo da faixa atlântica

MEDIDA B-2 : Melhoria do acesso à sociedade de informação :

Optimizar a inserção das regiões atlânticas na sociedade de informação

Favorecer a utilização das novas tecnologias de comunicação pelos actores económicos

PRIORIDADE C : PROMOÇÃO DO AMBIENTE, GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS E DOS RECURSOS NATURAIS

Num espaço tão favorecido quanto o Espaço Atlântico, pela sua paisagem e características da população, a competitividade e qualidade de vida são mais do que indissociáveis. A actividade económica ligada ao mar deve tirar partido deste contexto, nomeadamente as pescas que desempenham um papel essencial na manutenção das comunidades humanas litorais. Os eixos de cooperação seguintes devem contribuir para conservar e consolidar este capital estratégico :

MEDIDA C-1 : Protecção do ambiente e dos recursos naturais :

Desenvolver redes europeias de salvaguarda da biodiversidade do Espaço Atlântico

Promover a gestão sustentável dos recursos hídricos 

Encorajar a prevenção das poluições

MEDIDA C-2 : Gestão integrada das zonas costeiras e dos estuários, protecção das zonas húmidas

Valorizar o património natural das zonas litorais e das zonas húmidas do Espaço Atlântico

MEDIDA C-3: Gestão sustentável das actividades económicas :

Promover e favorecer os intercâmbios de práticas respeitadoras do ambiente nos domínios agrícola, da silvicultura, das pescas e da aquacultura

Assegurar a promoção das energias renováveis

Contribuir para o desenvolvimento das tecnologias ambientais

PRIORIDADE D : REFORÇO E PROMOÇÃO DA IDENTIDADE ATLÂNTICA NA GLOBALIZAÇÃO

A legibilidade do Espaço Atlântico junto da população bem como do ambiente internacional peca ainda por clareza. No entanto, não faltam oportunidades de valorização deste espaço, a partir das suas vantagens naturais, culturais, económicas, humanas...

Esta prioridade agrupa as acções de promoção interna e externa do espaço de cooperação que se apoiará em ferramentas que convirá estabelecer. Integra, mas numa visão positiva e ofensiva, em termos de oportunidades, a preparação do espaço e dos seus actores para o alargamento da União Europeia para Leste e para Sul :

MEDIDA D-1 : Valorização das culturas e do património atlânticos e encorajamento à criação cultural. Contribuição da cultura para o desenvolvimento económico

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MEDIDA D-2 : Criação e promoção de produtos turísticos atlânticos

MEDIDA D-3 : Promoção do Espaço Atlântico :

Iniciar acções comuns de promoção económica do Espaço Atlântico

Suscitar as medidas necessárias para a preparação dos sectores económicos para o alargamento da União Europeia

Permitir a criação e a difusão de ferramentas genéricas de comunicação interna e externa.

PRIORIDADE E : ASSISTÊNCIA TÉCNICA

MEDIDA E-1 : Gestão administrativa do Programa

MEDIDA E-2 : Actividades complementares relevando da assistência técnica

3.2 – PRIORIDADES LIGADAS ENTRE SI E FAVORECENDO UMA ABORDAGEM INTER-SECTORIAL

Se bem que existam quatro prioridades específicas, os laços entre medidas de cada prioridade são inevitáveis e até desejáveis.

Certas medidas do Programa têm um carácter transversal mais ou menos marcado : é o caso por exemplo da medida relativa à sociedade de informação cuja implementação poderá ser multi-sectorial e poderá dizer respeito a actividades relevando de outras prioridades. Pode ser igualmente o caso de acções levadas a cabo no âmbito das temáticas do turismo, do ambiente, da comunicação, etc...

No mesmo sentido, as acções que decorrem duma abordagem territorial integrada, isto é, que utilizam as oportunidades de várias prioridades e/ou medidas e que concorrem para atingir vários objectivos estratégicos do Programa, serão encorajadas na medida em que tenham um impacto significativo sobre o ordenamento do território, a competitividade e a atractividade do Espaço Atlântico.

Por exemplo, os projectos poderiam estabelecer laços entre as acções de turismo e o desenvolvimento rural ou o reforço da identidade atlântica. Outros temas transversais poderiam incluir o desenvolvimento de redes entre as cidades médias e pequenas, ligado à promoção dos « clusters » económicos ou da sociedade de informação. Os projectos que propõem transferências de pesquisa e de tecnologia poderiam utilizar o potencial das TIC para reequilibrar os défices da infra-estrutura ou da competitividade regional e dar às PME atlânticas os meios para fazer face à globalização e ao alargamento.

O Comité de Gestão, em função da natureza e da intensidade temática dos projectos apresentados, poderá tomar a iniciativa de re-qualificar as propostas numa ou noutra das prioridades. Da mesma forma, o Comité de Acompanhamento poderá estabelecer critérios de selecção permitindo promover operações intersectoriais.

Finalmente, o conjunto destas prioridades poderá ser acompanhado por acções em parceria de desenvolvimento dos recursos humanos, incluindo formação.

4 – INDICADORES DE AVALIAÇÃO DO PROGRAMA. QUANTIFICAÇÃO DOS OBJECTIVOS

4.1 – INDICADORES DO PROGRAMA

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O objectivo do Programa é garantir um desenvolvimento social e económico equilibrado que seja ao mesmo tempo coerente e sustentável, do Espaço Atlântico no seu conjunto, muito especialmente através cooperação em matéria de planificação espacial. Isto traduz-se em dois objectivos estratégicos principais :

1- Melhoria da integração das políticas de ordenamento do território e implementação através dum aumento do número de estratégias conjuntas, centradas na valorização das vantagens específicas deste espaço.

2- Desenvolvimento duma cultura de cooperação transnacional e inter-regional, via um aumento do número de parcerias e de procedimentos de colaboração : colocação em rede dos territórios e dos actores atlânticos.

Estes objectivos estratégicos do Programa serão medidos utilizando os indicadores e alvos (quantificação) seguintes:

N°Objectivo

31 Dezembro 2003

31 Dezembro 2006

1 Número de estratégias espaciais conjuntas desenvolvidas, permitindo uma melhor integração espacial

10 50

2 Número de redes de colaboração ou de parcerias em curso, permitindo uma cultura de cooperação melhor

20 58

2 Número de regiões envolvidas nas redes, permitindo uma cultura de cooperação regional melhor

20 40

2 Número de organismos públicos implicados nas redes (Universidades, Autoridades locais, Empresas públicas) permitindo uma cultura de cooperação multi-actores melhor

100 250

2 Número de organismos de direito privado implicados nas redes (PMEs, Fundações privadas etc) permitindo uma cultura de cooperação multi-actores melhor

60 150

2 Número de redes envolvendo mais de 3 países, permitindo uma cultura de cooperação transnacional melhor

10 30

4.2- INDICADORES DE CONTEXTO PARA O INTERREG IIIB

Foram propostos indicadores de contexto pela Comissão. Estes são principalmente informações de referência. Alguns deles, como a zona INTERREG, são pouco susceptíveis de mudar. Outros mudarão em função das tendências macro-económicas e é pouco provável que neste caso o Programa INTERREG tenha um impacto significativo.

No que respeita os indicadores no quadro das novas tecnologias da informação e da comunicação, o documento “List of benchmarking indicators for the eEurope Action Plan” do Conselho relativo ao Mercado Único de Novembro 2000 (ref. 13493/1/00 REV 1), poderá trazer informações importantes para avaliar os resultados e o impacto das acções estabelecidas (ver igualmente http://register.consilium.eu.int/pdf/en/00/st13/13493-r1en0.pdf).

2001 2003 (...) 2006

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Número de habitantes envolvidos (em milhares) IrlandaEspanhaFrançaPortugalReino Unido

TOTAL

3,62618,38019,4269,92924,339

75,700

Número de entidades administrativas que fazem parte duma rede para planificar e levar a cabo os projectos deste programa, entre as quais:- Estados- Regiões NUTS 2- Cidades/distritos

51010

52020

53030

4.3 – INDICADORES POTENCIAIS POR PRIORIDADE

PRIORIDADE A

Resultado/impacto 2003 2006

Estabelecimento de parcerias urbanas-rurais 10 21Estabelecimento de parcerias públicas-privadas 6 15Estabelecimento de parcerias rurais 4 10Estudos ligados ao desenvolvimento territorial/à planificação espacial 10 25Estudos realizados e utilizados posteriormente para a implementação de acções concretas

10 25

PRIORIDADE B

Resultado/impacto 2003 2006

Realização de estudos intermodais 3 4 Projectos de cooperação entre regiões marítimas 6 12Projectos de cooperação relativos a questões ligadas à Sociedade de Informação

4 15

Projectos relativos à melhoria da acessibilidade regional 3 8

PRIORIDADE C

Resultado/impacto 2003 2006

Iniciativas para promover práticas agrícolas pouco intensivas 8 20Iniciativas que apoiem os biocombustíveis, a energia eólica, hidráulica e de marés

2 10

Iniciativas relativas ao sector das pescas 8 20Iniciativas de planificação conjunta para a protecção do habitat natural 10 25Acções visando a promoção do espaço rural 8 20

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Acções relativas à gestão das costas e dos estuários e à protecção das zonas húmidas

5 15

PRIORIDADE D

Resultado/impacto 2003 2006

Acções visando o desenvolvimento do património cultural 10 25Redes culturais transnacionais no Espaço Atlântico 3 8Redes em matéria de educação 4 8Acções relativas ao desenvolvimento turístico do Espaço Atlântico 10 25Acções estratégicas de marketing relativas à promoção do espaço 6 15

A definição e a quantificação destes indicadores (globais, de contexto e por prioridade) têm um carácter indicativo e preliminar e deverão ser afinados ao longo do período de negociação e de implementação do Programa. Haverá um acompanhamento destes indicadores quantificados, que constituem uma base para a avaliação intercalar e ex post do Programa.

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CAPÍTULO II

APRESENTAÇÃO DAS PRIORIDADES E MEDIDAS

1 - PRIORIDADE A : ESTRUTURAÇÃO POLICÊNTRICA DO ESPAÇO E

DESENVOLVIMENTO DOS PÓLOS DE COMPETÊNCIA

Em conformidade com as opções políticas do EDEC, esta prioridade transversal visa constituir o Espaço Atlântico como « uma zona de integração económica de importância mundial, dotada de funções e de serviços globais capazes, integrando os espaços periféricos e ultra-periféricos  » (opção 1 do EDEC). A preocupação da tomada em consideração das zonas periféricas aplica-se bem a este espaço que inclui por exemplo os Açores, as Canárias, a Madeira e os Highlands escoceses.

A sua implementação aos diferentes níveis territoriais está prevista através da primeira Medida A1  ; apoiar-se-á numa estruturação da armadura urbana atlântica em redes, quer se trate das grandes cidades ou das cidades mais pequenas ou médias. Mas para implementar estratégias integradas, não se trata unicamente de por em coerência e articular os diferentes escalões territoriais. Trata-se igualmente de mobilizar os actores que animam ou contribuem para o desenvolvimento dos territórios pelos seus projectos, e de concorrer assim para a aplicação das disposições da opção 23 do EDEC sobre a « promoção de redes profissionais ».

Um dispositivo permanente de observação e de prospectiva que possa acompanhar a consolidação deste Espaço Atlântico e contribuir para enriquecer e fazer evoluir o EDEC numa abordagem « bottom-up » poderia constituir-se à volta duma rede de pesquisadores e de universitários bem como de organismos cuja vocação corresponde a este objectivo. Este dispositivo seria um « laboratório » de análise e de pesquisa para as Medidas da Prioridade A mas também para o conjunto das medidas deste Programa.

Para vir a ser uma « zona de integração económica de importância mundial », o Espaço Atlântico deve reforçar o seu potencial de inovação e saber, tal como o prevêem as opções 35 a 39 do EDEC, e este programa de cooperação deve contribuir para isso ao permitir introduzir nas políticas regionais, nacionais e comunitárias de apoio à inovação uma « dimensão atlântica ». Isto passa por uma reflexão transnacional sobre a harmonização destas políticas, a partir duma análise concertada das características da oferta e da procura de tecnologias neste conjunto transregional, mas igualmente por um encorajamento à constituição de redes de pesquisa e de tecnologia. Deverá efectuar-se sem se substituir às outras políticas voluntaristas levadas a cabo pelas autoridades públicas no seu próprio território de intervenção, nem impor aos pesquisadores orientações geográficas constrangedoras, mas abrir as estes parceiros uma « oportunidade » complementar de acção ligada ao território.

Este Programa terá início num momento em que a Comissão Europeia se interroga sobre uma possível territorialização da política comunitária de pesquisa-desenvolvimento, e sobre a sua maior coerência com as políticas regionais. Existe portanto aqui uma oportunidade de levar a cabo uma experiência piloto durante um período significativo de materialização desta opção.

São estes os objectivos da Medida A-2 destinada a encorajar a organização e o desenvolvimento de pólos de competência susceptíveis de reforçar a estruturação territorial do espaço.

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Esta Prioridade reflecte assim o objectivo estratégico de colocação em rede dos territórios e dos actores na perspectiva da criação de pólos sectoriais de competências contribuindo para o desenvolvimento policêntrico do Espaço Atlântico.

MEDIDA A-1 : ESTRUTURAÇÃO TERRITORIAL DO ESPAÇO ATLÂNTICO 

A estruturação territorial do Espaço Atlântico apoiar-se-á na malha da armadura urbana do espaço, na constituição de redes de cidades e no desenvolvimento das inter-relações entre zonas urbanas e zonas rurais.

As cidades atlânticas têm vindo a tornar-se cada vez mais um posto chave das relações entre as actividades de cooperação e o ordenamento do território, trazendo à cooperação atlântica novos actores, projectos, redes de influência, parcerias, domínios de internacionalização e visibilidade. A procura de complementaridades e de novas solidariedades urbanas no seio das redes de cidades mais ou menos perenes pode dar mais realidade e eficácia à cooperação interregional.

A cooperação e o intercâmbio de experiências bem sucedidos devem permitir produzir efeitos de arrastamento nas zonas rurais interiores do Espaço Atlântico e garantir aos actores que animam o mundo rural, um novo contexto de desenvolvimento endógeno, mais ligado ao ambiente internacional.

Por outro lado, apoiar-se-á também na promoção da cooperação multi-actores, no desenvolvimento de uma economia mista e da parceria público-privado e na participação das redes socio-profissionais. Esta abordagem será reforçada pelos trabalhos de peritos em matéria de ordenamento do território, eles próprios estruturados em redes.

Esta medida deverá permitir atingir três objectivos principais :

1 – Encorajar o desenvolvimento das malhas urbanas, das redes de cidades e das inter-relações urbano/rural/local

Tipos de acções a considerar :

- Reforço do papel estratégico das regiões metropolitanas e das « cidades - portas », quer se tratem ou não de cidades portuárias ;

- Promoção de estratégias diversificadas adaptadas aos potenciais endógenos das zonas rurais (opção 13 do EDEC) ;

- Reforço, através da sua colocação em rede, das cidades pequenas e médias para fazer delas pontos de cristalização do desenvolvimento regional (opção 14) ; encorajamento das acções centradas na valorização das vantagens específicas comuns a estas novas redes;

- Promoção e apoio à cooperação e ao intercâmbio de experiências entre zonas rurais (opção 16) ;

- Revitalização da base socio-económica do mundo rural afectado pelas tendências de despovoamento e de desertificação;

- Elaboração de estratégias globais e integradas a fim de contribuir para o equilíbrio entre as zonas rurais e urbanas à escala regional (opção 20).

2 – Promover a cooperação multi-actores, a parceria público-privado e a participação das redes socio-profissionais

Tipos de acções a considerar :

- Encorajar as redes transnacionais que se referem à problemática do reforço do Espaço Atlântico e que concorrem para a sua consolidação ;

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- associar os actores socio-profissionais às reflexões e acções iniciadas pela União Europeia, pelos Estados e pelas Regiões ;

- alargar à dimensão transnacional a « técnica » da parceria público-privado e da economia mista, que é importante para o sucesso do desenvolvimento regional, isto num contexto jurídico comunitário pouco favorável no que respeita as modalidades de parceria.

3 – Favorecer a criação duma rede de observação e de pesquisa-acção sobre o ordenamento do território atlântico

Tipos de acções a considerar :

- elaboração comum duma visão espacial para o Espaço Atlântico tal como descrita no parágrafo 2.5 do Capítulo I e trabalho em cooperação para encorajar o desenvolvimento territorial estratégico, as visões ou estratégias do espaço, no contexto da implementação do EDEC e do desenvolvimento da Rede Transeuropeia de Transportes ;

- estudo do impacto sobre o território das políticas e projectos respeitantes ao espaço ;

- reflexão concertada e prospectiva sobre a evolução das políticas comunitárias a médio prazo e respectiva implicação para o espaço.

MEDIDA A-2 : PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PÓLOS DE COMPETÊNCIA

Esta Medida visa desenvolver a competitividade do Espaço Atlântico em matéria de inovação tecnológica aprofundando o conhecimento dos potenciais científicos e tecnológicos para os reforçar e favorecendo o desenvolvimento dos intercâmbios e da cooperação no seio de redes de pesquisa e de transferência de tecnologia.

O impacto dum nível suficiente de infra-estruturas de pesquisa e o aumento das transferências de tecnologia sobre o ordenamento do território atlântico é reconhecido e deverá ser objecto duma atenção particular no âmbito do INTERREG III B, tal como o foi para o INTERREG II C. Trata-se dum domínio estratégico mas a acção transnacional centrada num território preciso é difícil de implementar dado que os pesquisadores não adoptam à priori uma orientação geográfica preferencial nas suas parcerias.

As acções em matéria de pesquisa deverão debruçar-se sobre as necessidades socio-económicas e ambientais específicas do Espaço Atlântico, como por exemplo a pesquisa aplicada à prevenção contra a poluição costeira, a integração das novas tecnologias da informação à construção naval ou à segurança marítima, etc. No que respeita o desenvolvimento dos recursos humanos e a formação em termos de pesquisa, esta medida deveria promover sectores inovadores tendo por objectivo contribuir para a criação duma « massa crítica » de meios humanos.

Procura-se através desta medida alcançar os dois objectivos seguintes:

1 – Reforçar a competitividade do espaço do ponto de vista da inovação tecnológica

Tipos de acções a considerar :

- Melhorar o impacto das infra-estruturas de pesquisa e de transferência de tecnologia sobre o desenvolvimento espacial atlântico;

- Aprofundar o conhecimento real dos potenciais científicos e tecnológicos deste espaço a fim de favorecer uma estratégia prospectiva adaptada às suas especificidades à altura das vantagens identificadas;

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- Encorajar as acções comuns sobre nichos inovadores permitindo reduzir os défices de competitividade.

2 – Multiplicar as redes de pesquisa e de transferência de tecnologia

Tipos de acções a considerar :

- Desenvolver a parceria entre laboratórios e empresas, incluindo parques tecnológicos e institutos de tecnologia, e o intercâmbio de experiências em matéria de transferência de tecnologia;

- Favorecer a integração das pequenas e médias empresas nos programas e redes de cooperação de pesquisa e de transferência de tecnologia, incluindo com as universidades ;

- Encorajar em particular as parcerias que concorrem para uma « territorialização atlântica » da acção internacional dos centros de pesquisa e de transferência de tecnologia.

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2 - PRIORIDADE B : DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE TRANSPORTES QUE ASSEGUREM UMA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL E MELHORIA DO ACESSO À SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

Trata-se de melhorar a acessibilidade interna e externa do espaço e a mobilidade de pessoas e bens entre os diferentes pontos deste espaço, e melhorar a eficácia dos sistemas de transportes ao mesmo tempo que optimizando os recursos. Esta melhor organização das infra-estruturas e dos serviços logísticos entre as regiões do Espaço Atlântico contribuirá para o fazer existir enquanto zona económica legível à escala mundial.

Simultaneamente, e em conformidade com a opção 25 do EDEC, é preciso que a situação da faixa atlântica seja valorizada no quadro das grandes correntes de tráfego intercontinental, para contribuir para reduzir a sua perificidade relativamente à União Europeia bem como ao resto do mundo, «  por meio duma repartição adequada dos portos de mar e dos aeroportos (portas de acesso mundial) e pela melhoria das suas ligações ao interior ».

Dentro desta Prioridade, em conformidade com a opção 26 do EDEC, convém prestar uma atenção particular às zonas atlânticas mais periféricas, « melhorando as suas ligações com a União Europeia e com os países terceiros vizinhos, nomeadamente em matéria de transporte aéreo ».

Neste contexto, será tido em consideração o papel da Rede Transeuropeia de Transportes, na sua configuração actual e na que resultará da sua próxima revisão. A óptica será a do desenvolvimento duma mobilidade sustentável.

Respeitando o ambiente, é preciso adaptar-se ao alargamento dos mercados, articulando e integrando as diversas redes de infra-estruturas numa óptica de ordenamento do território, e prestando uma atenção muito particular às plataformas intermodais e ao transporte combinado. Com efeito, a evolução do sector dos transportes, e indirectamente o desenvolvimento regional, dependerá da capacidade de articulação modal e territorial do sistema, isto é, da complementaridade entre os diversos modos de transporte e da integração espacial das redes.

Mas, a constante preocupação pela intermodalidade não deve ocultar uma reflexão e acções sobre cada um dos modos de transporte onde uma acção específica, concertada no plano regional segundo disposições a definir, deverá ser levada a cabo. É o caso dos modos marítimo, ferroviário, para o transporte de mercadorias bem como de passageiros, e aéreo para o rápido deslocamento de pessoas, condição do sucesso económico. Da mesma forma, a questão da melhoria da segurança marítima deverá constituir um tema importante da cooperação atlântica, em ligação com a prioridade relativa à protecção do ambiente.

A Medida B-1 tratará destas questões de integração espacial bem como do desenvolvimento de certos modos de transporte e da intermodalidade para melhorar a acessibilidade das regiões atlânticas.

Esta Prioridade B engloba igualmente a questão da circulação de dados, e mais geralmente, a inserção do Espaço Atlântico na sociedade de informação, condição indispensável para a sua existência competitiva no ambiente económico e cultural do século XXI (Medida B-2). Será útil aqui proceder a um levantamento da situação acerca das redes e das necessidades em serviços para medir a eficácia das redes instaladas e identificar os nós de estrangulamento e os elos em falta, e promover a utilização transnacional destas tecnologias, em conformidade com a opção 39 do EDEC que prevê o « desenvolvimento dum conjunto de medidas de incentivo da oferta e da procura destinadas a melhorar o acesso regional às tecnologias da informação e da comunicação, e a sua utilização ».

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Ao permitir iniciar acções concretas nestes domínios, esta prioridade facilitará as relações físicas e a comunicação entre os territórios e os actores, contribuindo para alcançar o objectivo estratégico de integração das políticas de ordenamento do território e aumentar o número de estratégias conjuntas.

MEDIDA B-1 : DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE TRANSPORTE EFICAZES E SUSTENTÁVEIS

O desenvolvimento de sistemas de transporte eficazes e sustentáveis supõe a melhoria do acesso local e regional às redes e plataformas nacionais e transnacionais de transportes com a preocupação de desenvolver a intermodalidade e de desenvolver certos modos de transportes e as actividades que lhes estão associadas, tais que a actividade marítima e portuária, o transporte ferroviário e as ligações aéreas.

Esta medida procurará alcançar os seguintes objectivos :

1 – Melhorar o acesso local e regional às redes e plataformas nacionais e transnacionais de transportes, promover a acessibilidade interregional e o desenvolvimento da intermodalidade

Tipos de acções a considerar :

- Analisar os diferentes esquemas europeus e nacionais de infra-estruturas de transportes, a fim de apresentar uma descrição das carências e necessidades identificadas em cada modo de transporte ou sobre os diversos elos deste sistema;

- Reflectir sobre a localização óptima dos nós das redes de comunicação numa abordagem intermodal e interregional ;

- Organizar arbitragens inter-regionais neste domínio;

- Preparar a contribuição do Espaço Atlântico para a próxima revisão em 2005 da Rede Transeuropeia de Transportes ;

- Identificar os nós de estrangulamento e as fraquezas das redes secundárias ;

- Promover o transporte sustentável integrado, favorecendo por exemplo, a utilização dos bio-combustíveis no transporte comercial;

- Promover os laços com os projectos de transporte levados a cabo nas zonas INTERREG III B contíguas.

2 – Assegurar o desenvolvimento de certos modos de transporte, nomeadamente promover a actividade marítima e portuária, desenvolver o transporte ferroviário e melhorar as ligações aéreas

Tipos de acções a considerar :

Para o marítimo e portuário :

- Re-dinamização da economia marítima atlântica, no quadro duma estratégia que leve em conta as evoluções da logística à escala intercontinental e a organização interna do território atlântico: articulação com o interior e especialização dos portos;

- Promover o transporte marítimo nas ligações inter-regionais para mercadorias (feedering-cabotage e outras formas de cabotagem, incluindo a micro-cabotagem para reduzir os impactos ambientais desfavoráveis) bem como para passageiros, e estudar as possibilidades oferecidas pelo novo conceito de «  auto-estradas do mar » ;

- Num contexto internacional de aumento dos fluxos de tráfegos marítimos, agarrar as oportunidades de captação de tráfegos intercontinentais para aumentar a parte que transita pelos portos atlânticos em comparação com as outras faixas europeias;

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- Reduzir as dificuldades existentes na articulação territorial entre as actividades marítimas, essencialmente portuárias e as actividades urbanas ;

- Promover novas utilizações dos terrenos e das bacias das zonas portuárias abandonadas.

Para o ferroviário :

- Promover o recurso a serviços ferroviários de frete para ligar os portos atlânticos com o interior mais ou menos longínquo, no contexto duma política comunitária de transportes que procure privilegiar este modo;

- Favorecer a articulação entre o transporte a grande velocidade de passageiros e o transporte aéreo ;

- Fazer do Espaço Atlântico, neste campo, uma área piloto a nível europeu.

Para o aéreo :

- Desenvolver o conceito de « Atlantic Skyway » para criar novas linhas e intensificar os serviços existentes entre aeroportos regionais do Espaço Atlântico, como meio de melhorar a sua viabilidade e de reduzir o nível de congestionamento dos principais aeroportos internacionais, ao mesmo tempo que reconhecendo a necessidade de melhorar as ligações aéreas entre aeroportos regionais e as outras principais plataformas aeroportuárias;

- Reduzir os tempos de trajecto utilizando aeroportos regionais atlânticos sem escalas nos grandes aeroportos centrais internacionais e contribuir assim para o descongestionamento dos grandes aeroportos;

- Desenvolver a cooperação transnacional entre aeroportos e companhias aéreas para desenvolver elementos comuns de identidade e de promoção das regiões atlânticas.

3 – Contribuir para a melhoria da segurança marítima ao longo da faixa atlântica

Tipos de acções a considerar :

Os acidentes marítimos destes últimos anos, nomeadamente o acidente do Erika em Dezembro 1999, serviram para sublinhar o papel que as regiões marítimas têm que desempenhar em matéria de reforço dos meios de prevenção e de luta contra estes acidentes. Se bem que o essencial das acções a levar a cabo e das decisões a tomar recaiam sobre a Organização Marítima Internacional (OMI) e sobre os Estados Membros, os acontecimentos recentes vieram sublinhar a absoluta necessidade duma acção coordenada e complementar entre os diferentes níveis operacionais, incluindo os níveis regional e local.

O Seminário Internacional sobre a prevenção das catástrofes marítimas realizado em Brest em Novembro de 2000, destinado às regiões marítimas da Europa, fez sobressair a pertinência duma abordagem por grandes faixas marítimas e permitiu precisar o papel das regiões neste campo. A dimensão interregional deste papel deriva por um lado, da dimensão espacial destes acidentes e das suas consequências e, por outro lado, da necessidade de mobilizar rapidamente os meios de luta. Este papel articula-se à volta dos seguintes elementos :

- Desenvolvimento de uma cultura da segurança no seio das estruturas e organismos abrangidos pelas acções de formação, de sensibilização e de intercâmbios de experiências;

- Elaboração de métodos e ferramentas comuns permitindo dotar-se de planos de resposta de urgência e de planos coordenados de restauração dos locais naturais afectados pelos acidentes marítimos em ligação e coerência com os sistemas internacionais existentes de indemnização de danos;

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- Integração da dimensão segurança marítima nos planos e programas de desenvolvimento das zonas costeiras, em ligação com a medida « gestão integrada das zonas costeiras e dos estuários ».

MEDIDA B-2: MELHORIA DO ACESSO À SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

Para inserir plenamente o Espaço Atlântico na sociedade de informação, é preciso em primeiro lugar analisar o nível das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) deste espaço e a sua eficácia para, se necessário, torná-lo mais interveniente e encorajar a utilização destas tecnologias da comunicação pelo conjunto dos actores económicos, nomeadamente nas actividades de logística e de transporte.

Neste sentido, deverão ser procurados dois objectivos :

1 – Optimizar a inserção das regiões atlânticas na sociedade de informação

Tipos de acções a considerar :

- Desenvolver as tecnologias de informação e criar as condições óptimas de inserção das regiões do Espaço Atlântico na sociedade de informação para reduzir os efeitos da perificidade (por exemplo, através do ensinamento e trabalho à distância, melhoria do acesso aos serviços de saúde e sociais ou gestão municipal descentralizada);

- Desenvolver as infra-estruturas correspondentes : neste domínio como noutros, a faixa atlântica europeia não dispõe do mesmo nível de infra-estruturas e de equipamentos que os espaços centrais da Europa. As redes de comunicação existentes, geralmente constituídas em estrela a partir duma capital, nem sempre permitem comunicações inter-regionais performantes e os tempos de encaminhamento são muitas vezes extremamente lentos devido ao congestionamento destas redes.

2 – Favorecer a utilização das novas tecnologias de comunicação pelos actores económicos

Tipos de acções a considerar :

- Favorecer o acesso à informação e às redes de comunicação ;

- Favorecer as acções comuns assegurando a colocação em rede das comunicações internas no Espaço Atlântico relativamente ao resto da Europa ;

- Encorajar as prestações de serviços regionais ou inter-regionais ;

- Melhorar a comunicação entre os diversos utilizadores das tecnologias de informação, nomeadamente os industriais desenvolvendo uma actividade de pesquisa e desenvolvimento, os centros de pesquisa e universidades, os fornecedores locais de serviços e todos os actores económicos regionais a fim de optimizar a sua colocação em rede, em particular nos sectores de actividade para os quais se poderiam, por este meio, encontrar vantagens competitivas por este meio;

- Melhorar a oferta logística multimodal atlântica pela utilização das novas tecnologias ;

- Ultrapassar os inconvenientes tradicionais duma localização determinada (por exemplo, o impacto relativo aos custos das telecomunicações sobre o desenvolvimento local e regional).

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3 - PRIORIDADE C : PROMOÇÃO DO AMBIENTE, GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS

ACTIVIDADES ECONÓMICAS E DOS RECURSOS NATURAIS

No Espaço Atlântico, o modo de implantação e de exploração dos recursos naturais criou uma diversidade de meios rurais e urbanos excepcionais, tanto no litoral como no interior. O Espaço Atlântico conservou globalmente uma boa qualidade do ambiente, sendo este um dos seus trunfos principais, por exemplo para atrair investimentos internacionais que não danifiquem este ambiente.

O mais importante interesse em jogo para um desenvolvimento futuro sustentável será conseguir valorizar as oportunidades apresentadas por estas vantagens ambientais sem a degradação das características que são a fonte deste potencial.

Apesar da qualidade globalmente boa do ambiente, existem pressões exercidas sobre o meio atlântico : crescimento demográfico no litoral, crescimento das aglomerações urbanas, turismo, poluição industrial à volta dos estuários, intensificação da agricultura, desflorestação. O conjunto produz consequências sobre a qualidade e a disponibilidade do recurso em água.

O objectivo da presente prioridade é assegurar a protecção do ambiente e dos recursos naturais que fazem a qualidade deste ambiente (C-1) e apoiar actividades que contribuem para um ordenamento sustentável do espaço (C-3), sendo prestada uma atenção particular à promoção de práticas agrícolas respeitadoras do ambiente e à actividade das pescas e da aquacultura, segundo uma abordagem sustentável e interregional, inspirando-se nomeadamente na componente transnacional da Iniciativa Comunitária PESCA que não foi reconduzida para 2000/2006.

Esta componente haliêutica permitirá intervir sobre o cruzamento entre a Política Comum das Pescas, política sectorial em curso de reforma, e a política territorial da União Europeia, à escala deste Espaço Atlântico, provavelmente o espaço INTERREG III B mais afectado pelas incidências económicas e sociais das evoluções desta política comunitária.

As medidas propostas inscrevem-se igualmente nas opções do EDEC tendo em vista uma « gestão prudente da natureza », com um acento particular colocado neste Espaço Atlântico sobre a preservação e a gestão integrada das zonas costeiras e dos estuários e a protecção das zonas húmidas (C-2).

Esta prioridade inscreve-se bem na acção estratégica de valorização dos recursos e dos trunfos específicos do Espaço Atlântico relativamente a outras zonas europeias, como elemento de reforço da atractividade atlântica.

MEDIDA C-1 : PROTECÇÃO DO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS 

A medida a favor da protecção do ambiente e dos recursos naturais tem por objectivos assegurar, por um lado, a protecção das espécies sensíveis e a sua salvaguarda no Espaço Atlântico favorecendo o desenvolvimento de redes europeias que contribuam para isso, e, por outro lado, uma boa gestão dos recursos em água e a preservação da sua qualidade.

Além disso, as costas marítimas estão expostas a poluições acidentais, nomeadamente de hidrocarbonetos, ou a poluições intencionais causadas pelas descargas dos navios e estão, por isso, fragilizadas por estes atentados ao ambiente. Esta medida destina-se a encorajar, num quadro transnacional, a concepção e a implementação de dispositivos e de ferramentas em matéria de prevenção das poluições.

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Deverão ser atingidos três grandes objectivos com a implementação desta medida :

1 – Desenvolvimento de redes europeias de salvaguarda da biodiversidade do Espaço Atlântico

Tipos de acções a considerar :

- Contribuir para o desenvolvimento duma rede ecológica europeia (Natura 2000), ligando os locais protegidos de interesse regional, nacional, transnacional e comunitário ;

- Promover a cooperação para fins de planificação sobre a protecção dos habitats e das espécies nos meios terrestres e marítimos ;

- Desenvolver a cooperação nos domínios da informação, da sensibilização e do acompanhamento ambiental ;

- Favorecer o intercâmbio de experiências e o desenvolvimento de projectos piloto no domínio da reabilitação das paisagens degradadas pelas actividades humanas (incluindo pela extracção de minérios e de pedras, depósitos de detritos, a poluição e as contaminações).

2 – Promover a gestão sustentável dos recursos hídricos, nomeadamente pela fiscalização da qualidade e pela prevenção das inundações

Tipos de acções a considerar :

- Em conformidade com a opção 48 do EDEC, « promover a cooperação transnacional e interregional na implementação de estratégias integradas para a gestão dos recursos em água » ;

- Desenvolver uma rede de informação e de fiscalização que integre as quatro componentes da gestão da água : protecção do recurso, tratamento da água para consumo, depuração das águas residuais, impacto dos efluentes sobre o ambiente;

- Assegurar a qualidade das águas balneares em conformidade com as normas em vigor ;

- Reflexão interregional sobre o desenvolvimento e a aplicação de instrumentos económicos, incluindo sobre métodos de exploração agrícola e tecnologias de irrigação economizando os recursos em água nas zonas sujeitas a penúria;

- Prevenção e controlo das inundações e, nos casos onde tal se mostre necessário, melhoria do equilíbrio entre a oferta e a procura em água nas zonas expostas ao risco de seca.

3 – Encorajar a prevenção das poluições

Tipos de acções a considerar :

- Conceber de forma interregional, dispositivos de prevenção das poluições marinhas, dos rios e canais, incluindo de origem terrestre, nomeadamente dispositivos de alerta e de controlo;

- Implementar de forma concertada as ferramentas necessárias ;

- Prestar uma atenção particular aos detritos ligados ao transporte marítimo, no quadro da legislação comunitária em implementação.

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MEDIDA C-2: GESTÃO INTEGRADA DAS ZONAS COSTEIRAS E DOS ESTUÁRIOS, PROTECÇÃO DAS ZONAS HÚMIDAS

Para preservar a riqueza e a diversidade das zonas costeiras e das zonas húmidas do Espaço Atlântico, esta medida apoiará as iniciativas que contribuirão para um ordenamento e uma gestão integrada e multi-sectorial destas zonas, permitindo conciliar o seu desenvolvimento e a sua qualidade ambiental.

O objectivo desta medida será o de proteger e valorizar o património natural das zonas litorais e das zonas húmidas do Espaço Atlântico :

Tipos de acções a considerar :

- Proteger e valorizar o património para fazer dele a base de um desenvolvimento sustentável economicamente, socialmente e ecologicamente, com base na opção 50 do EDEC que promove « uma gestão integrada dos mares, em particular a preservação e a reabilitação dos ecossistemas marítimos ameaçados » ;

- Gestão integrada destas zonas, tomando em consideração as iniciativas locais, regionais e europeias em matéria de gestão do litoral;

- Promoção dum quadro multisectorial de acções de ordenamento do território, garantindo um equilíbrio entre desenvolvimento e protecção dos recursos naturais, em conformidade com a opção 42 do EDEC ;

- Promoção das iniciativas inter-regionais nestes domínios.

MEDIDA C-3 : GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS 

Uma gestão sustentável das actividades económicas supõe a promoção de práticas cada vez mais respeitadoras do ambiente e dos recursos naturais, nomeadamente em sectores económicos importantes do Espaço Atlântico tais que a agricultura e a pesca, bem como a promoção do desenvolvimento de fontes energéticas de substituição. Supõe igualmente, para reduzir o impacto das actividades humanas sobre o ambiente, o desenvolvimento de tecnologias ambientais.

São propostos três objectivos principais :

1 – Promover e favorecer os intercâmbios de práticas respeitadoras do ambiente nos domínios agrícolas, da silvicultura, das pescas e da aquacultura

Tipos de acções a considerar :

- Promover no Espaço Atlântico uma harmonização entre as políticas agrícolas levadas a cabo aos diferentes níveis e um desenvolvimento sustentável do território, no contexto duma Política Agrícola Comum que reconhece o carácter multifuncional da agricultura e da silvicultura;

- Tomar em consideração as especificidades da agricultura atlântica, caracterizada pela existência de « bolsas » de agricultura muito intensiva, que colocam problemas específicos podendo ser objecto de colaborações transnacionais;

- Promover a agricultura tradicional extensiva associada ao património cultural e estudar os seus benefícios para o turismo e outros produtos de qualidade;

- Promover práticas florestais permitindo a criação de empregos sustentáveis nas zonas rurais, pela valorização energética dos detritos florestais;

- Desenvolvimento de culturas não alimentares para a obtenção de bio-combustíveis.

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No âmbito da reforma da Política Comum das Pescas :

- Reforçar o diálogo transnacional, os intercâmbios de experiências e boas práticas entre os actores das pescas e da aquacultura nas regiões da faixa atlântica;

- Estruturar as iniciativas isoladas tendo em vista desenvolver, modernizar e diversificar o sector;

- Difundir e valorizar as boas práticas ;

- Testar e experimentar novas abordagens para melhorar a durabilidade da gestão das pescas.

2 – Assegurar a promoção das energias renováveis

Tipos de acções a considerar :

- Contribuir a partir dos recursos específicos deste espaço, para o objectivo geral de redução das emissões de CO2 ;

- Suscitar uma mobilização atlântica sobre este objectivo, que seja coerente relativamente à imagem exterior desta parte da Europa.

3 – Contribuir para o desenvolvimento das tecnologias ambientais

Tipos de acções a considerar :

- Incitar as empresas a integrar as preocupações ambientais na gestão das suas actividades ;

- Favorecer o desenvolvimento e a implementação de novas tecnologias ambientais.

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4 - PRIORIDADE D : REFORÇO E PROMOÇÃO DA IDENTIDADE ATLÂNTICA NA GLOBALIZAÇÃO

Esta prioridade agrupa um conjunto de questões ligadas à identidade, cultura, mas também à promoção do espaço sob diferentes formas e a nível mundial : a identidade atlântica ao serviço do desenvolvimento económico. Trata-se sempre aqui de ordenar o território atlântico, para evoluir em direcção a uma das « grandes zonas de integração económica mundial na União Europeia » que o EDEC pretende constituir.

A valorização dos recursos culturais e patrimoniais deste espaço, vectores da identidade atlântica, e a sua contribuição para o desenvolvimento económico, constitui uma das alavancas desta estratégia territorial; estas problemáticas são ainda pouco tomadas em consideração nas dinâmicas inter-regionais, mesmo estando cada um persuadido da sua importância, particularmente num território bem dotado em património e em dinamismo criativo. O encorajamento à colocação em rede neste domínio está previsto no âmbito da Medida D1.

A mesma observação vale para a valorização turística, considerada à escala do conjunto do Espaço Atlântico, e é o objecto da Medida D-2. Já foram realizados numerosos trabalhos inter-regionais neste domínio, e nomeadamente uma análise da oferta e da procura turísticas nas regiões atlânticas. Este documento de análise e de propostas constitui uma base de trabalho para estabelecer prioridades e projectos, nomeadamente graças aos resultados sobre a imagem global do conjunto atlântico na perspectiva da criação e da comercialização de novos produtos. Sobre o tema turístico, a versão actual do EDEC prevê uma abordagem de valorização do património cultural, natural e paisagístico, que constitui uma das componentes duma política turística nos diferentes escalões territoriais.

A promoção do Espaço Atlântico, objecto da Medida D-3, constitui igualmente um domínio de acção novo, quer se procure a promoção económica comum do espaço no interior das fronteiras da União Europeia, quando se trata, entre outras coisas, de prever e de preparar os impactos do alargamento sobre as actividades económicas atlânticas ou que se vise uma promoção em zonas mais longínquas. As regiões, individualmente e em grupos restritos, levam a cabo acções de promoção comercial e de captação de investimentos directos estrangeiros. Esta medida permitirá uma mutualização transnacional das ferramentas e das iniciativas existentes.

Uma identidade atlântica partilhada pode ser igualmente valorizada de uma forma útil para preparar os sectores económicos atlânticos para o alargamento da União Europeia. Este objectivo decorre directamente da análise estratégica FFOA do espaço, e é encarado sob uma forma « ofensiva ». Os futuros aderentes são considerados não como ameaças de concorrência acrescida para as economias atlânticas, mas como fontes de oportunidades : novos mercados, novas pistas de parceria e de venda de conhecimento e de tecnologias.

Este tipo de acções só poderá ser encarado se  :

- O Espaço Atlântico for suficientemente solidário para ultrapassar – em certas ocasiões – as reais e legítimas situações de concorrência das regiões entre si;

- Os actores económicos e as populações atribuírem suficiente sentido a este reagrupamento interregional ;

- A referência atlântica se venha a mostrar « vendedora » no exterior.

Estas exigências tornam indispensável um trabalho de comunicação interna e externa, que deverá apoiar-se em ferramentas de identificação a imaginar e que os actores deverão em seguida apropriar-se.

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Esta Prioridade participará igualmente na estratégia que consiste em valorizar e dar a conhecer os pontos fortes do Espaço Atlântico para assegurar o seu desenvolvimento equilibrado e atrair novas actividades, através duma atitude ofensiva mais do que defensiva.

MEDIDA D-1 : VALORIZAÇÃO DAS CULTURAS E DO PATRIMÓNIO ATLÂNTICOS E ENCORAJAMENTO À CRIAÇÃO CULTURAL. CONTRIBUIÇÃO DA CULTURA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO.

A identidade atlântica associada à sua riqueza patrimonial e cultural será reforçada por esta medida que incentivará a elaboração, no seio do espaço, de estratégias e acções permitindo a sua valorização e apoiará o dinamismo criativo que o mantém e reforça. Esta identidade atlântica ao serviço do dinamismo económico deve tornar-se igualmente um factor de competitividade do espaço.

O objectivo principal desta medida é o de encorajar o desenvolvimento de estratégias integradas para a protecção e valorização do património cultural sobre temáticas comuns a grupos de regiões : carácter marítimo, cultura industrial, cultura celta, cultura urbana, mundo do « dólmen », arqueologia romana…

Tipos de acções a considerar :

- Desenvolver uma dimensão interregional e transnacional na criação cultural em diferentes domínios artísticos, musicais, arquitectónicos...;

- Desenvolver uma dimensão interregional e transnacional nos domínios da criação cinematográfica, audiovisual (incluindo a radiodifusão e a televisão) e multimedia ;

- Desenvolver formas de parceria entre os actores culturais e o mundo das empresas para permitir uma fertilização cruzada que beneficie ao mesmo tempo a abundância cultural e a criação de actividades e empregos;

- Valorizar os laços culturais entre as regiões atlânticas e os territórios não europeus com quem mantêm relações históricas;

- Encorajar as parcerias entre estabelecimentos de formação superior/técnica e as instituições.

MEDIDA D-2 : CRIAÇÃO E PROMOÇÃO DE PRODUTOS TURÍSTICOS ATLÂNTICOS

Esta Medida prevê encorajar as acções concertadas concorrendo para melhorar a qualidade da oferta turística e melhor a adaptar à procura de forma a reforçar a atractividade turística natural do espaço e fazer da actividade turística um sector de excelência.

O objectivo é portanto reforçar a identidade e a atractividade do Espaço Atlântico acentuando, através duma imagem de qualidade, o seu papel de destino turístico.

Tipos de acções a considerar :

- Promover acções concertadas para ofertas conjuntas para o exterior ;

- Encorajar o desenvolvimento, a comercialização e a promoção de novos produtos turísticos das regiões participantes tirando partido das riquezas locais para melhorar a oferta, manter ou aumentar as suas taxas de penetração dos mercados. Identificar sectores chave para a oferta, tanto nas zonas litorais como interiores, em particular em locais menos conhecidos ou zonas turísticas em declínio;

- Reforçar a competência e a qualificação dos profissionais ;

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- Promover acções concertadas (não concorrenciais) por intermédio de redes de cooperação e intercâmbio de experiências entre os operadores das diversas regiões receptoras face aos mercados potenciais ;

- Melhorar a qualidade dos produtos turísticos bem como a gestão e as técnicas da indústria turística. Esta melhoria qualitativa aplicar-se-á também ao alojamento turístico e aos serviços de reservas ;

- Alargar o papel das cidades pequenas e médias na actividade turística, prestando uma atenção particular aos projectos de escalão rural.

MEDIDA D-3 : PROMOÇÃO DO ESPAÇO ATLÂNTICO

A promoção comum do Espaço Atlântico visa a promoção económica concertada do espaço no seio das zonas económicas da União e no seio de zonas mais longínquas como a América Latina, a América do Norte ou a Ásia. Estas acções deverão ser completadas por acções permitindo preparar os sectores económicos para o alargamento da União Europeia a Leste e fazer com que possam antecipar as oportunidades e os intercâmbios que lhes estão associados. Esta estratégia comum só pode organizar-se e estruturar-se graças a ferramentas comuns de comunicação.

Serão perseguidos três objectivos para responder a estes desafios :

1 – Iniciar acções comuns de promoção económica do Espaço Atlântico

Tipos de acções a considerar :

- Aumentar a visibilidade mundial do Espaço Atlântico enquanto « macro-zona » económica em desenvolvimento ;

- Favorecer a atracção de investimentos internacionais móveis, a partir da valorização dos trunfos específicos do Espaço Atlântico : ambiente, qualidade de vida, disponibilidade dos espaços, qualidade da mão de obra, nível de formação, pólos de excelência em matéria de inovação, tradição industrial, trunfos logísticos ligados à infra-estrutura portuária, à rede aeroportuária...;

- Reforçar a competitividade das microempresas e das PME no contexto da internacionalização ;

- Favorecer a parceria público-privado nestas iniciativas.

2 – Suscitar as medidas necessárias à preparação dos sectores económicos ao alargamento da União Europeia

Tipos de acções a considerar :

- Detectar as oportunidades para as economias atlânticas que os futuros alargamentos da União Europeia para Leste, Sul e Sudeste encerram : novos mercados, novas pistas de parceria e de venda de saber e de tecnologias;

- Estabelecer progressivamente os meios de concretização destas oportunidades.

3 – Permitir a criação e a difusão de ferramentas genéricas de comunicação interna e externa

Tipos de acções a considerar :

- Sensibilizar os actores económicos, sociais, culturais e as populações para a dinâmica atlântica e reforçar assim o sentido deste reagrupamento interregional e a ancoragem no referencial dos actores;

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- Levar a cabo um trabalho perene de comunicação interna e externa que deverá apoiar-se em ferramentas de identificação a imaginar e difundir;

- Colocar estas ferramentas à disposição do Programa Operacional para que os projectos que se propõe apoiar beneficiem desta « rotulagem » e a tenham em conta na sua própria comunicação e sinalética.

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5 - PRIORIDADE E : ASSISTÊNCIA TÉCNICA

Objectivos :

Esta Prioridade tem por objectivos garantir a cobertura das despesas relativas à animação, acompanhamento, gestão, avaliação e controlo, promoção do Programa bem como as despesas de tradução relativas à sua implementação. Estas despesas serão efectuadas em conformidade com o Regulamento (CE) 1685/2000 de 28 de Julho 2000 no que respeita a elegibilidade das despesas no quadro das operações co-financiadas pelos Fundos Estruturais, em particular a sua Regra n°11.

Tendo em conta os objectivos ambiciosos que lhe são atribuídos, o seu carácter experimental e a complexidade das intervenções a implementar (cinco países e mais de 60 entidades regionais abrangidas), o Programa requer o estabelecimento duma organização eficiente. Esta deve em particular visar informar e mobilizar os portadores de projectos, permitir o funcionamento dos diferentes Comités relativos ao Programa, do Secretariado Comum e das estruturas de gestão, bem como a implementação dum sistema de informação em rede para a gestão e o acompanhamento do Programa.

Em função das Prioridades estabelecidas, poderão ser mobilizados grupos de trabalho transnacionais sobre assuntos de interesse comum. A sua actividade poderá ser financiada sobre esta prioridade.

Estão previstas duas medidas no âmbito desta Prioridade :

MEDIDA E-1 : GESTÃO ADMINISTRATIVA DO PROGRAMA

Esta medida tem por objectivo principal permitir a boa gestão administrativa do Programa através da tomada a cargo do funcionamento das estruturas de gestão (Secretariado Comum, Autoridade de Gestão, Autoridade de Pagamento, correspondentes nacionais) e dos órgãos de decisão (Comité de Acompanhamento e Comité de Gestão), bem como que das auditorias e controlos do projectos no local.

Figuram nomeadamente no quadro desta medida as despesas de pessoal, de equipamento, de traduções de documentos, de organização e de interpretação de reuniões ou conferências, de controlo … O orçamento do Programa afecto a esta Medida não ultrapassará o limite autorizado pelo Regulamento acima mencionado, ou seja 5% do montante global do FEDER do Programa.

As actividades respectivas das diversas estruturas de gestão são descritas detalhadamente no Capítulo III deste documento.

MEDIDA E-2 : ACTIVIDADES COMPLEMENTARES À ASSISTÊNCIA TÉCNICA

As actividades financiadas no âmbito desta medida serão actividades transversais ligadas à animação do Programa tais que seminários de informação e implementação do plano de comunicação, os estudos transversais, a avaliação dos projectos e do Programa, bem como o estabelecimento do sistema informático de gestão em rede.

O orçamento provisional desta medida será integrado no orçamento global da assistência técnica.

O Secretariado Comum e a Autoridade de Gestão, cada um no que lhe diz respeito e com o acordo do Comité de Acompanhamento, estão encarregues da elaboração e da implementação destas diversas actividades, descritas também no Capítulo III do presente Programa Operacional.

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CAPÍTULO III

ESTRUTURAS E PROCEDIMENTOS DE GESTÃO

APRESENTAÇÃO

A organização da estrutura comum de gestão e de administração para o Programa INTERREG III B « ESPAÇO ATLÂNTICO » compreenderá :

- um Comité de Acompanhamento,- um Comité de Gestão,- uma Autoridade de Gestão,- uma Autoridade de Pagamento,- um Secretariado Comum,- correspondentes nacionais

1 – GESTÃO ESTRATÉGICA : COMITÉ DE ACOMPANHAMENTO

1.1 – COMPOSIÇÃO DO COMITÉ DE ACOMPANHAMENTO

O Comité de Acompanhamento incluirá :

quatro representantes de cada Estado Membro no seio das administrações nacionais e das autoridades regionais abrangidas pelo Programa.

um representante da Comissão Europeia (com estatuto consultivo).

Além disso, o Presidente do Comité de Gestão, um representante da Autoridade de Gestão, da Autoridade de Pagamento e do Secretariado Comum assistirão ao Comité de Acompanhamento.

O Comité de Acompanhamento incluirá igualmente parceiros económicos e sociais (com estatuto consultivo), cujo número não poderá exceder 2 por Estado Membro. Em caso de necessidade, o Comité de Acompanhamento associará representantes de organismos governamentais e não governamentais ambientais às suas reuniões.

Os membros do Comité de Acompanhamento podem fazer-se assistir por peritos. Estes podem aconselhar os membros da sua delegação sem tomar parte nos debates.

Os membros do Comité de Acompanhamento serão nomeados num prazo de 15 dias a contar da notificação aos Estados Membros sobre a Decisão da Comissão Europeia aprovando o Programa Operacional.

1.2 – FUNCIONAMENTO DO COMITÉ DE ACOMPANHAMENTO

O Comité de Acompanhamento terá um Presidente nomeado pelos Estados Membros. A presidência alternará todos os anos entre Estados Membros de acordo com as modalidades definidas pelo Comité. O Presidente do Comité de Acompanhamento será da mesma nacionalidade que o Presidente do Comité de Gestão.

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O Comité de Acompanhamento estabelecerá ele próprio as suas regras de funcionamento. As decisões do Comité de Acompanhamento serão tomadas por consenso. Se necessário, as decisões poderão ser tomadas depois de consulta escrita aos membros.

O Comité de Acompanhamento reunir-se-á pelo menos uma vez por ano ou mais se o considerar necessário.

1.3 – COMPETÊNCIAS DO COMITÉ DE ACOMPANHAMENTO

Em conformidade com o Artigo 35.1 do Regulamento (CE) n° 1260/1999 do Conselho de 21 de Junho 1999 que contém as disposições gerais sobre os Fundos Estruturais, o Comité de Acompanhamento « assegura-se da eficácia e da qualidade da implementação da intervenção. Para este efeito:

a) em conformidade com o artigo 15º, ele confirma ou adapta o Complemento de Programação, incluindo os indicadores físicos e financeiros a utilizar no acompanhamento da intervenção. A sua aprovação é exigida antes de qualquer aprovação ou ajustamento posteriores, incluindo propostas feitas com base no artigo 34.3;

b) examina e aprova nos seis meses após a aprovação da intervenção, os critérios de selecção das operações financiadas no âmbito de cada uma das medidas;

c) avalia periodicamente os progressos realizados para atingir os objectivos específicos da intervenção;

d) examina os resultados da implementação, nomeadamente a realização dos objectivos fixados para as diferentes medidas, bem como a avaliação intercalar;

e) examina e aprova o relatório anual de execução e o relatório final de execução antes do reenvio à Comissão ;

f) examina e aprova qualquer proposta que vise alterar o conteúdo da decisão da Comissão relativa à participação dos fundos;

g) pode em qualquer situação, propor à Autoridade de Gestão qualquer adaptação ou revisão da intervenção de natureza a permitir atingir os objectivos visados no artigo 1º ou a melhorar a gestão da intervenção, incluindo a sua gestão financeira ».

O Comité de Acompanhamento pode, se o considerar oportuno, estabelecer grupos de trabalho para analisar as problemáticas específicas da execução do Programa Operacional.

2 – GESTÃO OPERACIONAL : COMITÉ DE GESTÃO, AUTORIDADE DE GESTÃO E DE PAGAMENTO, SECRETARIADO COMUM E CORRESPONDENTES NACIONAIS

2. 1 – COMITÉ DE GESTÃO

2.1.1 – COMPOSIÇÃO DO COMITÉ DE GESTÃO

O Comité de Gestão incluirá :

dois representantes de cada Estado Membro que fixará a composição da sua delegação.

Um representante da Autoridade de Gestão, da Autoridade de Pagamento e do Secretariado Comum.

Um representante da Comissão Europeia poderá participar no Comité de Gestão na qualidade de observador (estatuto consultivo).

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Os membros do Comité de Gestão serão nomeados num prazo de 15 dias a contar da notificação aos Estados Membros da Decisão da Comissão Europeia aprovando o Programa Operacional.

2.1.2 – FUNCIONAMENTO DO COMITÉ DE GESTÃO

O Comité de Gestão terá um Presidente. Este Presidente será da mesma nacionalidade que o do Comité de Acompanhamento.

O Comité de Gestão estabelecerá ele próprio as suas regras de funcionamento. As decisões no seio do Comité de Gestão serão tomadas por consenso. Se necessário, as decisões poderão ser tomadas após consulta escrita aos membros.

O Comité de Gestão reunir-se-á pelo menos duas vezes por ano ou cada vez que o considere necessário.

2.1.3- COMPETÊNCIAS DO COMITÉ DE GESTÃO

O Comité de Gestão será responsável pela selecção e aprovação dos pedidos de ajuda bem como pela implementação do Programa. Neste sentido :  

a) Aprovará os pedidos relativos aos projectos tomando em consideração as recomendações das instâncias nacionais responsáveis e assegurando-se da realidade dos co-financiamentos ;

b) Supervisionará o controlo regular, os relatórios de situação e os relatórios anuais ;

c) Assegurará a coordenação com os programas relativos às zonas abrangidas pelos objectivos 1, 2 bem como os outros Programas INTERREG III B ;

d) Proporá ao Comité de Acompanhamento, no que respeita as suas competências, o programa de trabalho do Secretariado ;

e) Proporá ao Comité de Acompanhamento a aprovação do Complemento de Programação;

f) Proporá ao Comité de Acompanhamento as adaptações do Programa e do Complemento de Programação considerados necessários.

2. 2 – AUTORIDADE DE GESTÃO

A Autoridade de Gestão é definida em conformidade com o ponto « n » do artigo 9º do Regulamento 1260/1999 de 21 de Junho 1999 que contém as disposições gerais sobre os Fundos Estruturais.

As autoridades nacionais, responsáveis pela administração do Programa INTERREG III B « Espaço Atlântico » em cada Estado Membro acordam entre si para manter a responsabilidade global pela totalidade do FEDER e suas contrapartidas.

Os Estados Membros parceiros delegam as funções da Autoridade de Gestão do Programa à Região Poitou-Charentes, colectividade regional francesa. A Direcção dos Projectos Europeus e da Cooperação Internacional da Região Poitou-Charentes assumirá esta responsabilidade.

A Autoridade de Gestão dá conta da sua acção aos Estados, que mantêm a responsabilidade global pela boa administração e a utilização dos fundos do Programa. Estas funções e os termos desta delegação serão definidos no Complemento de Programação.

A Autoridade de Gestão é responsável pela eficácia, regularidade da gestão e implementação do Programa, e em particular (artigo 34º do Regulamento 1260/1999) pelo seguinte :

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a) Criação dum dispositivo de recolha de dados financeiros e estatísticos fiáveis sobre a execução do Programa, para a elaboração dos indicadores de acompanhamento, para a avaliação e transmissão destes dados à Comissão ;

b) Implementação do Complemento de Programação ;

c) Elaboração, e depois de obtida a aprovação do Comité de Acompanhamento, apresentação do relatório anual de execução à Comissão ;

d) Organização, em colaboração com a Comissão e os Estados Membros, da avaliação intercalar;

e) Utilização pelos organismos que participam na gestão e na execução da intervenção, de um sistema de contabilidade separada ou de uma codificação contabilística adequada de todas as transacções abrangidas pela intervenção ;

f) Regularidade das operações financiadas a título da intervenção, designadamente pela aplicação de medidas de controlo interno compatíveis com os princípios de boa gestão financeira;

g) Respeito das obrigações em matéria de informação e de publicidade.

A Autoridade de Gestão actua sob a responsabilidade directa dos Comités de Acompanhamento e preenche a seguintes funções no âmbito do programa transnacional:

Ela é a emanação duma responsabilidade partilhada pelos Estados parceiros, assumindo a coordenação e a centralização dos dados a tratar relativamente à Comissão Europeia ;

Assegura as funções de gestão e de execução financeira e administrativa do Programa ;

Alberga e emprega o pessoal do Secretariado Comum. O pessoal do Secretariado Comum trabalha sob contrato com a Autoridade de Gestão ;

Supervisiona e assegura o acompanhamento das actividades do Secretariado Comum e dá conta do seu trabalho ao Comité de Acompanhamento ;

Actua como autoridade de contratualização e como controlador financeiro interno ;

Assegura a organização dos procedimentos de convites para apresentação de projectos e propostas com base numa informação transparente permitindo a mais larga participação possível dos actores públicos e privados;

Assegura o acompanhamento do Programa, em ligação com os Comités de Acompanhamento e de Gestão, por meio de indicadores físicos e financeiros definidos no Programa Operacional e/ou no Complemento de Programação ;

Submete um relatório anual de execução à Comissão nos seis meses seguintes ao final de cada ano civil inteiro de implementação. A verificação com a Comissão Europeia dos principais resultados do ano anterior será efectuada com os cinco Estados Membros. Um relatório final é submetido à Comissão o mais tardar seis meses após a data final de elegibilidade das despesas. Após a sua transmissão à Comissão, qualquer relatório é verificado e aprovado pelo Comité de Acompanhamento.

2. 3 – AUTORIDADE DE PAGAMENTO

A Autoridade de Pagamento é definida no ponto « o » do artigo 9º do Regulamento 1260/1999 de 21 de Junho 1999 que inclui as disposições gerais sobre os Fundos Estruturais.

Neste âmbito, a França assume a responsabilidade pela Autoridade de Pagamento do Programa, que será confiada à Caisse des Dépôts et Consignations (CDC), organismo financeiro de direito francês e

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estabelecimento público com estatuto jurídico particular, representado pela sua Direcção Regional Poitou-Charentes.

A Autoridade de Pagamento actua sob instruções da Autoridade de Gestão a fim de implementar as decisões dos Comités de Gestão e de Acompanhamento. A CDC estará encarregue nomeadamente de abrir e manter uma conta aberta única do Programa e de submeter os pedidos de pagamentos e receber os pagamentos da Comissão Europeia ou de outras entidades, de efectuar sob instrução da Autoridade de Gestão os pagamentos aos beneficiários finais e de informar os parceiros sobre a situação da gestão financeira do Programa.

Será assinada entre a CDC e a Região Poitou-Charentes uma convenção que defina as funções da Autoridade de Pagamento e as suas relações com a Autoridade de Gestão. Os custos originados pela gestão financeira do Programa serão inscritos no orçamento de assistência técnica do Programa.

2. 4 – SECRETARIADO COMUM

Será instituído um Secretariado Comum para administrar o Programa, com base na Célula de Coordenação do Programa INTERREG II C « Espaço Atlântico ». Será dotado dos meios humanos e materiais necessários ao seu funcionamento. Um gabinete especializado em recursos humanos e em organização das instituições estabelecerá propostas para a Autoridade de Gestão e o Comité de Acompanhamento, que decidirá quais o recursos a afectar.

O Secretariado Comum será composto por uma equipa que inclui uma direcção, um responsável pela gestão administrativa e financeira do Secretariado Comum, gestores de projectos, encarregues da animação, comunicação do Programa e do secretariado. Esta composição indicativa será detalhada e confirmada pelo Comité de Acompanhamento e poderá evoluir em função das necessidades definidas por esta. A organização do Secretariado Comum será especificada no Complemento de Programação.

Um convite para apresentação de candidaturas será lançado nos cinco países abrangidos para assegurar a pluri-nacionalidade, a diversidade e a independência do Secretariado Comum. As despesas de funcionamento do Secretariado Comum serão incluídas no orçamento de assistência técnica do Programa.

O Secretariado deverá funcionar eficazmente e de forma transparente em ligação com os correspondentes nacionais e as autoridades de gestão e de pagamento. O programa de trabalho anual do secretariado é aprovado pelo Comité de Acompanhamento, que é responsável pelo funcionamento do secretariado. A Autoridade de Gestão supervisiona e assegura o acompanhamento das actividades do Secretariado Comum e dá conta do seu trabalho ao Comité de Acompanhamento.

SECRETARIADO COMUM terá as responsabilidades gerais seguintes :

1. gestão do procedimento de depósito e de instrução dos projectos (avaliação da elegibilidade técnica, conselhos …) ;

2. elaboração dum parecer preliminar sobre os projectos apresentados antes de os remeter ao Comité de Gestão ;

3. contactos técnicos com as autoridades de execução, a Comissão Europeia, os parceiros e outras partes interessadas, segundo o caso ;

4. consultoria na preparação de novos projectos ;

5. cooperação com a parceria para a afinação de novas políticas ou estratégias a fim de melhorar a qualidade do Programa ;

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6. promover o conjunto do Programa no seio da zona atlântica e zelar para que os parceiros façam uma publicidade em conformidade com as regras dos Fundos Estruturais.

Além disto, o SECRETARIADO COMUM assumirá igualmente as seguintes funções específicas:

1. animação, informação de conjunto e preparação de todas as tarefas administrativas relativas à coordenação, incluindo a preparação dos trabalhos do Comité de Acompanhamento, do Comité de Gestão e da Autoridade de Gestão ;

2. centralizar, registar e instruir os pedidos transmitidos pelos Chefes de Fila dos projectos ;

3. transmitir aos correspondentes nacionais abrangidos os projectos para que contribuam na sua instrução e dêem o seu parecer sobre os dossiers ;

4. sintetizar os pareceres e preparar as decisões do Comité de Gestão ;

5. verificar se os projectos incluem os elementos necessários ao cumprimento dos critérios de selecção estabelecidos pelo Comité de Acompanhamento, em particular a transnacionalidade dos projectos ;

6. estabelecer uma base de dados de todos os projectos verificados, integrando as decisões do Comité de Gestão e documentos anexos (certificações do Chefe de Fila ou dos correspondentes nacionais) relativos à execução dos projectos ;

7. centralizar as informações sobre o avanço físico e financeiro do Programa e transmiti-las a todos os correspondentes nacionais ;

8. contribuir para a instrução final dos pedidos de pagamento e preparar os pagamentos para os beneficiários Chefes de Fila através da Autoridade de Gestão e da Autoridade de Pagamento ;

9. elaborar e submeter os projectos de relatórios aos correspondentes nacionais (relatórios de acompanhamento, estado de desenvolvimento, actas dos Comités...);

10.efectuar qualquer tarefa que lhe seja confiada pelo Comité de Acompanhamento.

2. 5 – CORRESPONDENTES NACIONAIS

Os correspondentes nacionais são intermediários destinados a facilitar a comunicação entre os portadores de projectos e a estrutura de gestão do Programa e a participar no acompanhamento da sua implementação no seu território nacional. Trabalham em estreita colaboração com o Secretariado Comum e a Autoridade de Gestão a quem assistem nas suas funções. Os custos relativos às actividades dos correspondentes nacionais são detalhados e integrados no orçamento de assistência técnica do Programa. Estes custos serão limitados relativamente ao orçamento de assistência técnica global e detalhados no Complemento de Programação.

Cada um dos países membros abrangidos deve designar um correspondente nacionais no prazo de 15 dias a contar da notificação aos Estados Membros da Decisão da Comissão Europeia que aprova o Programa Operacional.

Os CORRESPONDENTES NACIONAIS deverão assegurar as missões e funções seguintes :

1. assistir o Secretariado Comum na instrução e acompanhamento dos projectos cujos Chefes de Fila ou parceiros se situam no seu território, assegurar o controlo da gestão e execução dos projectos e transmitir todas as informações úteis à Autoridade de Gestão via o Secretariado Comum;

2. desempenhar o papel de intermediário do Secretariado Comum em matéria de animação, informação e assistência técnica na montagem de projectos, em particular no que respeita os

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Chefes de Fila dos seus países;

3. examinar, nomeadamente, a realidade das contrapartidas nacionais estabelecidas antes de dar parecer no momento da instrução do dossier ;

4. dar o seu parecer sobre o montante da ajuda FEDER proposta ;

5. assistir o Secretariado Comum para zelar para que os regulamentos aplicáveis da Comissão Europeia sejam respeitados pelos parceiros ;

6. assegurar a coordenação com os outros programas dos Fundos Estruturais implementados no seu país e verificar que não existe sobreposição com os projectos financiados por estes ; neste sentido, estabelecerão contacto com as autoridades de gestão nacionais e regionais responsáveis por tais programas cada vez que seja considerado necessário efectuar controlos para evitar duplos financiamentos.

7. participar na avaliação técnica das propostas de projectos antes da sua apresentação para aprovação ao Comité de Gestão, com, se necessário, o apoio de peritos.

3 – PROCEDIMENTOS DE INSTRUÇÃO E SELECÇÃO DOS PROJECTOS

3.1 – APRESENTAÇÃO DOS PROJECTOS

Todos os projectos declarados admissíveis pelo Secretariado Comum serão tomados em consideração para selecção pelo Comité de Gestão e as decisões serão tomadas por consenso por este Comité.

Todos os pedidos deverão ser transmitidos pelo Chefe de Fila do projecto ao Secretariado Comum. Cópias dos pedidos deverão ser enviadas pelo Secretariado Comum aos correspondentes nacionais abrangidos.

O Comité de Acompanhamento decidirá acerca das datas limites fixadas para a apresentação dos projectos que deverão ser respeitadas pelos projectos candidatos. O Comité de Acompanhamento será responsável pelo cumprimento das obrigações de publicidade previstas no Regulamento da Comissão Europeia N° 1159/2000 de 30 de Maio de 2000.

Os projectos deverão ser apresentados, se possível, em todas as línguas dos parceiros abrangidos pelo projecto. Se não, os parceiros deverão entender-se sobre uma língua de trabalho comum.

O Chefe de Fila terá toda a responsabilidade pelo projecto, conteúdo e finanças, por coordenar a participação dos parceiros transnacionais, incluindo assegurar-se com cartas de compromisso ou contratos que todos os parceiros providenciarão o cofinanciamento da sua parte de projecto.

Todos os projectos que reunam as condições de admissibilidade devem ser retidos para eventual selecção e não poderão ser recusados unilateralmente.

A fim de assegurar a eficácia das decisões do Comité de Gestão, serão elaborados formulários de candidatura, cartas e documentos de notificação tipo, um guia prático dos procedimentos de gestão administrativa e financeira harmonizados.

3.2 – INSTRUÇÃO DOS PROJECTOS

O Secretariado Comum efectuará uma primeira análise para assegurar-se que :

a) o dossier do projecto inclui todos os documentos necessários à sua instrução;

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b) o projecto cumpre todas as condições de elegibilidade do programa, com base numa « Lista de Controlo ».

Depois de ter efectuado esta avaliação preliminar, o Secretariado Comum transmite o pedido aos correspondentes nacionais abrangidos, para que verifiquem a mobilização dos co-financiamentos dos parceiros participantes, a compatibilidade com as políticas nacionais e os programas dos Fundos Estruturais e dêem o seu parecer sobre o projecto. Este parecer será enviado ao Secretariado Comum..

Tendo em conta o seu carácter transnacional, todos os projectos serão objecto duma instrução comum com base nos critérios de selecção. A metodologia desta instrução comum será definida no Complemento de Programação do Programa.

3.3 – SELECÇÃO DOS PROJECTOS

Uma vez a instrução concluída, o Secretariado Comum envia os projectos aos membros do Comité de Gestão, com o seu próprio parecer tomando em consideração os pareceres dos correspondentes nacionais abrangidos, e quando o plano de financiamento estiver definitivamente estabelecido.

Uma vez o projecto retido pelo Comité de Gestão, o Secretariado Comum, em nome da Autoridade de Gestão, prepara a Carta de Outorga (assinada pela Autoridade de Gestão), notificação que envia ao Chefe de Fila de cada projecto. É enviada cópia aos correspondentes nacionais.

A distribuição financeira da subvenção e das contrapartidas entre os parceiros será efectuada em conformidade com o plano de financiamento programado.

O calendário de selecção dos projectos será adoptado pelo Comité de Acompanhamento sob proposta da Autoridade de Gestão. Este calendário deveria prever anualmente uma ou duas datas limite de depósito dos dossiers de candidatura, a fim de facilitar o processo de instrução e de selecção e assegurar uma programação regular no tempo.

3.4 – CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE E CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DOS PROJECTOS

Os projectos de cooperação financiados no âmbito do presente Programa deveriam entrar nomeadamente nas seguintes categorias : acções piloto, intercâmbios de experiências, colocações em rede, estudos, projectos individuais, projectos de investimento, etc.…)

As operações estabelecidas no Programa Operacional devem responder às condições de elegibilidade fixadas no Regulamento 1260/99 de 21 de Julho 1999, no Regulamento 1685/2000 de 28 Julho 2000 e na Comunicação da Comissão.

3.4.1 – CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE As condições de admissibilidade são as condições mínimas exigidas para que um projecto seja admitido. Uma grelha de controlo de admissibilidade permitirá verificar a elegibilidade dos projectos apresentados. Os dossiers apresentados deverão preencher as seguintes condições :

ter um carácter transnacional e envolver parceiros de pelo menos dois países. Os projectos elegíveis no âmbito do Programa INTERREG III A, em termos de campo geográfico, não serão tomados em consideração no âmbito da Vertente B;

contribuir claramente para atingir os objectivos de pelo menos uma das prioridades e medidas do Programa e demonstrar a sua conformidade com a estratégia do Programa ;

demonstrar a compatibilidade com as políticas nacionais e/ou regionais e provar que o projecto não beneficia de outro financiamento comunitário para as actividades previstas no

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plano de acção (é no entanto aceitável que operações de « investimentos » sejam combinados com ajudas, nomeadamente do Banco Europeu de Investimento);

fornecer um formulário de candidatura correctamente e completamente preenchido, nomeadamente no que respeita os indicadores quantificados de actividades e de resultados, os objectivos a atingir, as estruturas de gestão e o orçamento provisional ; uma cópia original do formulário assinado por uma pessoa habilitada do parceiro Chefe de Fila deve ser transmitida ao Secretariado Comum ;

provar a solvabilidade do Chefe de Fila mediante garantias bancárias (a solvabilidade das autoridades públicas é suposta estar demonstrada) e definir as responsabilidades financeiras e legais mútuas dos parceiros do projecto pela assinatura duma convenção conjunta;

Demonstrar a realidade da parceria e a capacidade dos parceiros em realizar conjuntamente acções e atingir os resultados previstos;

Propor um plano de financiamento realista, equilibrado em receitas e despesas e demonstrar a realidade das contrapartidas nacionais;

Respeitar as legislações nacionais e comunitárias em matéria de contratos públicos (equipamentos e fornecimentos), de política de concorrência, de ajudas de estado, de impacto ambiental e de igualdade de oportunidades;

Não estarem concluídos antes da data de apresentação do pedido e estarem concluídos o mais tardar até 31 de Dezembro de 2008. Os projectos plurianuais serão admitidos mas não deverão, salvo parecer em contrário do Comité de Acompanhamento, exceder uma duração de três anos.

3.4.2 – CRITÉRIOS DE SELECÇÃO

Os critérios de selecção são elementos do dossier de candidatura que permitem medir a qualidade e a pertinência do projecto relativamente aos objectivos do Programa. Os critérios mínimos exigidos pelos projectos são os seguintes :

Propor resultados concretos e inovadores em proveito do Espaço Atlântico e demonstrar um impacto territorial real e uma contribuição positiva para o desenvolvimento equilibrado e sustentável do Espaço Atlântico, em particular no caso dos projectos de acção. Os resultados esperados a prazo, em matéria de efeitos económicos, sociais, territoriais e ambientais devem ser igualmente justificados.

Contribuir para a implementação das recomendações do Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário e das políticas da União Europeia ;

Ser coerente e estar em conformidade com a estratégia do Programa Operacional, contribuir para uma abordagem da integração territorial, para a visão espacial ou reforço da identidade do Espaço Atlântico ;

Não ter um impacto negativo no ambiente do Espaço Atlântico.

O Comité de Acompanhamento poderá definir critérios de selecção complementares mais detalhados. Em conformidade com o artigo 35.3.b do Regulamento 1260/1999, este Comité verifica e aprova os critérios de selecção no período de seis meses que se seguem à aprovação do Programa.

4 – SISTEMA COMUM DE GESTÃO FINANCEIRA

4.1 – APRESENTAÇÃO

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A Comissão Europeia pagará os fundos em função dos compromissos financeiros tomados com base nos planos de financiamento estabelecidos no Programa Operacional, em conformidade com os procedimentos estabelecidos para os Fundos Estruturais (artigos 38º e 39º do Regulamento Geral dos Fundos Estruturais).

A Autoridade de Pagamento é responsável pela gestão financeira do Programa, em ligação com a Autoridade de Gestão, e assume a coordenação e a centralização dos dados financeiros a processar relativamente à Comissão (situação contabilística dos créditos FEDER e preparação do procedimento de pedido de contribuições).

Uma coordenação da gestão financeira é assegurada pelo Secretariado Comum com o apoio dos correspondentes nacionais. Um procedimento de gestão financeira específica será elaborada separadamente.

4.2 – CONTA ÚNICA

Será aberta uma conta bancária única, detida pela Autoridade de Pagamento. Esta conta receberá a contribuição única do FEDER paga pela Comissão Europeia e, quando for o caso, os co-financiamentos nacionais. Os juros originados pelos créditos europeus e nacionais serão integralmente atribuídos ao Programa, sob decisão do Comité de Acompanhamento.

Esta conta permitirá assegurar uma gestão diferenciada entre regiões Objectivo 1 e regiões não Objectivo 1.

4.3 – RESPONSABILIDADE FINANCEIRA

O Programa adopta o princípio do « Chefe de fila »  o qual será financeiramente e juridicamente responsável pela globalidade do projecto, devendo garantir a sua boa gestão. O Chefe de Fila é considerado o beneficiário final nos termos do ponto « l » do artigo 9º do Regulamento 1260/99. Deverá manter toda a contabilidade do projecto, bem como centralizar todas os documentos contabilísticos justificativos. Isto permitirá simplificar os procedimentos de controlo e os pagamentos. O chefe de Fila poderá exigir garantias bancárias aos outros parceiros no âmbito do seu contrato de parceria. O custo das garantias bancárias, que poderão ser exigidas aos Chefes de Fila e aos Parceiros de cada projecto, poderão ser considerados elegíveis.

Esta responsabilidade não isentará os Estados Membros que serão co-responsáveis pela totalidade do Programa na proporção das suas participações (FEDER e co-financiamentos nacionais), em conformidade com o Regulamento CE 1260/1999 de 21 de Junho 1999 que estabelece as disposições gerais sobre os Fundos Estruturais no seu capítulo II do Título IV, artigos 38 e 39.

A responsabilidade financeira do Estado Membro onde se situa o Chefe de Fila de cada projecto não poderá exceder a afectação correspondente a esse Estado Membro no Programa. Os correspondentes nacionais, responsáveis pelos projectos cujos Chefes de Fila se situem no seu território, em coordenação com os outros Estados parceiros, acompanharão a execução, zelarão por reunir os justificativos respectivos e certificarão a informação junto do Secretariado Comum. O Chefe de Fila do projecto deverá informar o correspondente nacional da execução do pagamento.

4.4 – CARTA DE OUTORGA

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Cada projecto será objecto duma Carta de Outorga, que constitui o contrato principal entre o Chefe de Fila e o Programa. Esta Carta será preparada pelo Secretariado Comum e assinada pela Autoridade de Gestão e pelo chefe de Fila do projecto.

Esta Carta de Outorga especifica o montante máximo global do cofinanciamento bem como os montantes e as taxas de cofinanciamento por parceiro. Indicará que o Chefe de Fila do projecto é responsável pela realização da globalidade do projecto. Especificará igualmente a duração do projecto, as condições de pagamento, os resultados/proveitos a realizar e as obrigações de informação e de publicidade previstas no Regulamento da Comissão Nº 1159/2000 de 30 de Maio 2000.

A Carta indicará que a execução do projecto será acompanhada pelo Secretariado Comum com o apoio dos correspondentes nacionais, nomeadamente o do Estado Membro onde se situa o Chefe de Fila do projecto por conta do conjunto dos parceiros do Programa, e que o pagamento do FEDER só se fará se o Chefe de Fila puder demonstrar às suas autoridades nacionais que o projecto se realiza correctamente de acordo com os relatórios intercalares de acompanhamento.

O Chefe de Fila rubrica a Carta de Outorga e deve tomar as disposições contratuais necessárias juntamente com os outros parceiros para a boa execução do projecto.

4.5 - PAGAMENTOS

A globalidade do cofinanciamento FEDER (e as contrapartidas nacionais se tiverem sido transferidas para a conta única) será transferida para o Chefe de Fila do projecto que estará encarregue de pagar a cada parceiro a sua parte, de acordo com o especificado na Carta de Outorga.

O Chefe de Fila envia ao Secretariado Comum os pedidos de pagamento certificados pelo correspondente nacional respectivo (ou outras entidades se assim decidido pelas autoridades nacionais). Isto será mais detalhado no Complemento de Programação.

Os co-financiamentos nacionais (públicos ou privados) não transferidos para a conta única serão directamente pagos aos parceiros nacionais de acordo com as disposições em vigor em cada Estado Membro.

4.6 – CONTROLO FINANCEIRO E VERIFICAÇÃO DAS CONTAS

CONTROLO DOS PROJECTOS 

A Autoridade de Gestão proporá um procedimento harmonizado de controlo dos projectos e, chegado o momento, submeterá ao Comité de Acompanhamento um Programa detalhado dos controlos a efectuar. Este procedimento detalhará igualmente as modalidades de verificação dos aspectos de desenvolvimento sustentável e de impacto ambiental dos projectos realizados.

Cada Estado envolvido assegura os controlos, junto dos Chefes de Fila dos projectos no âmbito deste procedimento e em conformidade com o disposto no Regulamento n° 438/2001 de 2 de Março 2001 relativo ao sistema de gestão e de controlo dos apoios concedidos no âmbito dos Fundos Estruturais.

Se necessário a fim de resolver incertezas, a Autoridade de Gestão ou o país que assegura o controlo sobre o Chefe de fila do projecto poderá pedir um controlo complementar a efectuar junto dos parceiros do Chefe de Fila dum projecto. Este controlo é assegurado pelos países onde se situam o ou os parceiros desse Chefe de Fila. No caso de ser objecto dum controlo completo no local, este poderá ser integrado na quota dos controlos aprofundados (cf. abaixo).

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Os Estados Membros deverão cooperar para a coordenação dos programas, a metodologia e a aplicação dos controlos.

A centralização dos dados é assegurada pelo Secretariado Comum, que alimenta o sistema informatizado sob a égide da Autoridade de Gestão. Cada correspondente nacional assegura o acompanhamento dos projectos cujos Chefes de Fila se situam no seu país.

O sistema de controlo utilizará os indicadores de controlo propostos pela Comissão Europeia.

CONTROLO APROFUNDADO (5% DO CUSTO TOTAL DO PROGRAMA)

Um mínimo 5 % do custo total do Programa deverá ser objecto dum controlo aprofundado (cada Estado fará uma proposta dos critérios, tendo em conta o novo Regulamento financeiro dos Fundos Estruturais).

Após consulta dos seus parceiros correspondentes nacionais, a Autoridade de Gestão estabelece o programa de controlo aprofundado (a amostragem toma em consideração a tipologia das acções, a nacionalidade dos chefes de fila e o seu perfil, o estado de realização da operação, etc.).

Este programa de controlo é então efectuado por cada país parceiro de acordo com as suas próprias modalidades, por serviços a agentes não envolvidos na instrução e implementação dos projectos. Este controlo envolve não só o Chefe de Fila mas igualmente os outros parceiros do projecto retido para um dado controlo. Para o realizar, poderá recorrer-se a peritos externos sendo o respectivo custo tomado a cargo pela assistência técnica do Programa.

4.7 – ELEGIBILIDADE DAS DESPESAS

Serão aplicadas as regras comuns relativas à elegibilidade das despesas (Art.º 30º do Regulamento 1260/1999 e Regulamento de Aplicação 1685/2000 de 28 de Julho 2000).

Em princípio só serão consideradas como elegíveis as infra-estruturas de pequena dimensão. É necessário favorecer o financiamento de certos tipos de infra-estruturas que contribuam para a criação de condições favoráveis para o desenvolvimento das regiões abrangidas em coerência com os domínios prioritários do Anexo 4 da Comunicação aos Estados Membros, tomando em consideração a especificidade das regiões ultraperiféricas.

As despesas elegíveis no âmbito da assistência técnica deverão estar em conformidade com a Regra 11 do Regulamento 1685/2000 de 28 de Julho 2000.

4.8 – TAXA DE COFINANCIAMENTO

As taxas de cofinanciamento do FEDER não poderão ultrapassar os limites fixados no artigo 29º do Regulamento 1260/99 e dependendo da localização do projecto (para os casos em que a localização do projecto não é facilmente identificável, como no caso dum estudo, dependerá da distribuição identificativa do orçamento entre parceiros). Isto significa que para cada proposta, será efectuado um cálculo para determinar a taxa de cofinanciamento média aplicável à globalidade do projecto.

O Chefe de Fila de cada projecto dirige-se ao Secretariado Comum ou ao correspondente nacional do país onde se localiza para estabelecer o plano de financiamento que tome em consideração, se for o caso, as taxas de cofinanciamento diferenciadas dum território para outro.

4.9 – ASSISTÊNCIA TÉCNICA

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8 % do orçamento do Programa será afecto à assistência técnica. Esta permitirá assegurar a gestão, a administração e a avaliação do Programa, incluindo a interpretação / traduções nas quatro línguas do Programa e as despesas e salários das estruturas de gestão. Em conformidade com a Regra 11 do Regulamento (CE) N° 1685/2000, e em particular os seus pontos 2.1 e 3, o orçamento de assistência técnica incluirá por um lado, as despesas ligadas à gestão administrativa do Programa (funcionamento das estruturas de gestão) e por outro lado, as despesas relativas às actividades complementares (animação e informação, seminários, estudos, avaliação…).

A taxa de 8 % justifica-se pela participação de cinco Estados Membros que geram custos de gestão e de implementação mais elevados.

Uma parte dos créditos de assistência técnica fixada pelo Comité de Acompanhamento, é reservada para os correspondentes nacionais a fim de assegurar as suas despesas de funcionamento inerentes a este Programa.

Um orçamento provisional de assistência técnica será elaborado, aprovado pelo Comité de Acompanhamento.

5 – PROCEDIMENTOS DE ACOMPANHAMENTO

5.1 – ACOMPANHAMENTO DOS PROJECTOS

Os parceiros dos projectos deverão dar conta ao Secretariado Comum do estado de desenvolvimento físico e financeiro dos projectos bem como de qualquer problema que possa surgir na gestão do seu projecto. O Secretariado Comum verifica que os Chefes de Fila fornecem as informações necessárias sobre os indicadores de acompanhamento dos projectos. Os parceiros informam regularmente os correspondentes nacionais e pedem a sua ajuda quando necessário.

5.2 – ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA

O acompanhamento do Programa e a execução das medidas serão da responsabilidade do Comité de Acompanhamento transnacional em ligação com a Autoridade de Gestão. O acompanhamento basear-se-á nas indicações financeiras, físicas e de impacto que serão transmitidas pelo Chefe de Fila do projecto segundo uma periodicidade a definir. Os indicadores estão no Complemento de Programação e serão aprovados pelo Comité de Acompanhamento.

A Autoridade de Gestão preparará relatórios anuais e final de execução os quais serão enviados à Comissão após análise e aprovação pelo Comité de Acompanhamento, em conformidade com o artigo 37º do Regulamento 1260/99.

Um sistema de informação em rede será estabelecido para a gestão e acompanhamento do Programa para o intercâmbio informatizado dos dados permitindo responder às exigências de acompanhamento do Regulamento dos Fundos Estruturais. Este sistema será estabelecido em ligação com a Comissão Europeia e os parceiros do Programa, em conformidade com as modalidades e recomendações dos textos regulamentares relativos à gestão e ao controlo.

5.3 – PROMOÇÃO E DIFUSÃO DO PROGRAMA

Um ou vários seminários de informação associando os representantes das autoridades nacionais, regionais e locais dos Estados Membros participantes no Programa poderão ser organizados. Deverão facilitar a partilha de experiências sobre os projectos e assegurar uma dinâmica de animação do Programa e de informação eficaz.

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Permitirão uma sinergia que facilite a criação e o desenvolvimento posterior de parcerias, uma sensibilização entre os promotores potenciais de projectos e uma visibilidade superior a este tipo de cooperação.

O Secretariado Comum assegurará a animação, a promoção e a publicidade do Programa, nomeadamente por meio de brochuras, meios audiovisuais, desdobráveis, tecnologias da informação e da comunicação e outros apoios adequados. Existe já disponível um site Internet que fornece informações úteis (www.interreg-atlantique.org) o qual será enriquecido progressivamente.

As acções de informação e de publicidade adoptadas no âmbito deste Programa estarão em conformidade com o Regulamento da Comissão Europeia N° 1159/2000 de 30 de Maio 2000.

5.4 – AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

AVALIAÇÃO INTERCALAR

Uma avaliação intermédia do Programa será realizada por um avaliador externo e será suportada pela assistência técnica, em conformidade com o artigo 42º do Regulamento CE 1260/1999 que prevê :

« A avaliação intercalar analisa, tomando em consideração a avaliação ex-ante, os primeiros resultados das intervenções, a pertinência e a realização dos objectivos. Aprecia igualmente a utilização dos créditos, bem como o desenrolar do acompanhamento e a implementação».

AVALIAÇÃO EX-POST

Uma avaliação ex-post do Programa será realizada por um avaliador externo e suportada pela assistência técnica, conformidade com o artigo 43º que prevê:

« A avaliação ex-post visa, tomando em consideração os resultados da avaliação já disponíveis, dar conta da utilização dos recursos, da eficácia e da eficiência das intervenções e do seu impacto, e deles retirar ensinamentos para a política de coesão económica e social. Debruçar-se-á sobre os factores de sucesso ou de insucesso da implementação, bem como sobre as realizações e os resultados, incluindo a sua sustentabilidade».

* * *

O conjunto dos sistemas de gestão e de controlo instaurados no âmbito do presente Programa serão implementados em conformidade com o disposto no Regulamento (CE) N° 438/2001 da Comissão de 2 de Março 2001 que estabelece as modalidades de aplicação do Regulamento (CE) N° 1260/1999 do Conselho no que respeita os sistemas de gestão e de controlo do apoio concedido no âmbito dos Fundos Estruturais.

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CAPÍTULO IV

DISTRIBUIÇÃO FINANCEIRA

O custo total previsto para o Programa de Iniciativa Comunitária INTERREG III-B « Espaço Atlântico » é de 203 935 951,33 euros. A afectação financeira do FEDER eleva-se a 118 979 086 euros.

Em conformidade com o pedido da Comissão formulado na Comunicação sobre o INTERREG III, é lembrado que este montante resulta das dotações do FEDER correspondentes à Espanha (27 500 000 euros), à França (32 900 000 euros), à Irlanda (4 200 000 euros), a Portugal (15 568 086 euros) e ao Reino Unido (38 811 000 euros). A taxa de cofinanciamento do FEDER é calculada em função das despesas públicas elegíveis totais.

Estes montantes tomam em consideração a indexação para o período 2000-2006 e serão revistos pela Comissão Europeia em 2003.

A taxa média das contrapartidas nacionais (41.66 %) resulta dos níveis de contrapartidas propostas por cada Estado Membro, tomando em consideração a situação das diferentes regiões implicadas, nos termos do parágrafo 3º, artigo 29º do Regulamento 1260/99 do Conselho de 21 de Junho 1999.

A participação do sector privado está aberta para todas as medidas do Programa e poderá atingir um nível indicativo de 5% do custo total do Programa. Esta percentagem é indicativa e será, se necessário, modulada em função da concretização de projectos implicando parceiros neste sector. No entanto, o montante da dotação do sector privado referido nos quadros financeiros das páginas seguintes é igual a zero dado que os Estados Membros optam por calcular em despesas públicas para o acompanhamento financeiro do Programa.

A repartição do custo total por Prioridade é estabelecida da seguinte forma :

PRIORIDADES ESTRATÉGICASREPARTIÇÃO

(EM %)PRIORIDADE A: ESTRUTURAÇÃO POLICÊNTRICA DO ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO DE PÓLOS DE COMPETÊNCIA

23 %

PRIORIDADE B: DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE TRANSPORTE EFICAZES E SUSTENTÁVEIS E MELHORIA DO ACESSO À SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

29 %

PRIORIDADE C: PROMOÇÃO DO AMBIENTE, GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS E DOS RECURSOS NATURAIS  

25 %

PRIORIDADE D : REFORÇO E PROMOÇÃO DA IDENTIDADE ATLÂNTICA NA GLOBALIZAÇÃO

15 %

PRIORIDADE E : ASSISTÊNCIA TÉCNICA 8 %

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O montante máximo previsto para as despesas de assistência técnica, de acordo com a ficha fiche n°11 das regras de elegibilidade eleva-se a 16 387 717,07 euros, o que corresponde a 8 % do custo total do Programa.

O Complemento de Programação detalhará a repartição financeira entre as diferentes medidas bem como a assistência técnica.

Os quadros financeiros das páginas seguintes mostram a afectação indicativa do FEDER e das contrapartidas :

por Prioridade para o conjunto do período 2000 - 2006 ; por Prioridade e por ano de 2000 a 2006 ; por ano sem distinção das Prioridades.

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MAQUETA FINANCEIRA INDICATIVA INTERREG III-B « ESPAÇO ATLÂNTICO »

Espanha - França – Irlanda – Portugal - Reino Unido

REPARTIÇÃO POR PRIORIDADE (2000-2006)

euros

Prioridades estratégicas Custo totalDespesas públicas Dotação

sector privado *Total FEDER Contrapartidas

nacionaisPRIORIDADE A: ESTRUTURAÇÃO POLICÊNTRICA DO ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO DE PÓLOS DE COMPETÊNCIA 47 692 140 47 692 140 28 152 606 19 539 534

PRIORIDADE B: DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE TRANSPORTE EFICAZES E SUSTENTÁVEIS E MELHORIA DO ACESSO À SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

58 144 105 58 144 105 33 622 846 24 521 259

PRIORIDADE C : PROMOÇÃO DO AMBIENTE, GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS E DOS RECURSOS NATURAIS  50 313 918 50 313 918 29 352 132 20 961 786

PRIORIDADE D : REFORÇO E PROMOÇÃO DA IDENTIDADE ATLÂNTICA NA GLOBALIZAÇÃO 31 398 071 31 398 071 18 333 175 13 064 896

PRIORIDADE E : ASSISTÊNCIA TÉCNICA16 387 717 16 387 717 9 518 327 6 869 390

TOTAL 203 935 951 203 935 951 118 979 086 84 956 865

* as contribuições do sector privado não estão determinadas nesta fase e estão incluídas na coluna das contrapartidas nacionais

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MAQUETA FINANCEIRA INDICATIVAINTERREG III-B « ESPAÇO ATLÂNTICO »

Espanha - França – Irlanda – Portugal - Reino Unido

REPARTIÇÃO POR PRIORIDADE E POR ANO (2000 - 2006)

2000 eurosPrioridades custo total Despesa pública

Total FEDER Contrapartida nacional

Prioridade APrioridade BPrioridade CPrioridade DPrioridade E

TOTAL

2001 (14,95 %) eurosPrioridades Custo total Despesa pública

Total FEDER Contrapartida nacional

Prioridade A 7 128 262 7 128 262 4 207 803 2 920 458Prioridade B 8 690 455 8 690 455 5 025 408 3 665 047Prioridade C 7 520 123 7 520 123 4 387 089 3 133 034Prioridade D 4 692 884 4 692 884 2 740 151 1 952 733Prioridade E 2 449 375 2 449 375 1 422 648 1 026 727

TOTAL 30 481 098 30 481 098 17 783 099 12 697 999

2002 (16,95 %) eurosPrioridades Custo total Despesa pública

Total FEDER Contrapartida nacional

Prioridade A 8 082 311 8 082 311 4 770 977 3 311 334Prioridade B 9 853 588 9 853 588 5 698 010 4 155 578Prioridade C 8 526 619 8 526 619 4 974 259 3 552 360Prioridade D 5 320 981 5 320 981 3 106 894 2 214 087Prioridade E 2 777 200 2 777 200 1 613 056 1 164 145

TOTAL 34 560 698 34 560 698 20 163 195 14 397 504

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2003 (16,94 %) EurosPrioridades Custo total Despesa pública

Total FEDER Contrapartida nacional

Prioridade A 8 080 306 8 080 306 4 769 794 3 310 512Prioridade B 9 851 145 9 851 145 5 696 597 4 154 548Prioridade C 8 524 505 8 524 505 4 973 025 3 551 479Prioridade D 5 319 661 5 319 661 3 106 123 2 213 538Prioridade E 2 776 511 2 776 511 1 612 656 1 163 856

TOTAL 34 552 128 34 552 128 20 158 195 14 393 933

2004 (17,04 %) EurosPrioridades Custo total Despesa pública

Total FEDER Contrapartida nacional

Prioridade A 8 127 994 8 127 994 4 797 944 3 330 050Prioridade B 9 909 284 9 909 284 5 730 217 4 179 067Prioridade C 8 574 814 8 574 814 5 002 375 3 572 439Prioridade D 5 351 057 5 351 057 3 124 455 2 226 602Prioridade E 2 792 898 2 792 898 1 622 173 1 170 725

TOTAL 34 756 047 34 756 047 20 277 164 14 478 883

2005 (17,08 %) EurosPrioridades Custo total Despesa pública

Total FEDER Contrapartida nacional

Prioridade A 8 148 078 8 148 078 4 809 799 3 338 279Prioridade B 9 933 769 9 933 769 5 744 376 4 189 393Prioridade C 8 596 002 8 596 002 5 014 735 3 581 267Prioridade D 5 364 279 5 364 279 3 132 175 2 232 103Prioridade E 2 799 799 2 799 799 1 626 181 1 173 617

TOTAL 34 841 926 34 841 926 20 327 267 14 514 659

2006 (17, 04 %) EurosPrioridades Custo total Despesa pública

Total FEDER Contrapartida nacional

Prioridade A 8 125 190 8 125 190 4 796 288 3 328 901Prioridade B 9 905 865 9 905 865 5 728 239 4 177 625Prioridade C 8 571 855 8 571 855 5 000 649 3 571 207Prioridade D 5 349 210 5 349 210 3 123 377 2 225 833Prioridade E 2 791 934 2 791 934 1 621 613 1 170 321

TOTAL 34 744 054 34 744 054 20 270 167 14 473 887MAQUETA FINANCEIRA INDICATIVA

INTERREG III-B « ESPAÇO ATLÂNTICO »

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Espanha - França – Irlanda – Portugal - Reino Unido

REPARTIÇÃO POR ANO SEM DISTINÇÃO DE PRIORIDADES

TOTAL 2000 - 2006 euros

ANOS Custo total Despesa públicaTotal FEDER Contrapartida

nacional2000

2001 30 481 098 30 481 098 17 783 099 12 697 9992002 34 560 698 34 560 698 20 163 195 14 397 5042003 34 552 128 34 552 128 20 158 195 14 393 9332004 34 756 047 34 756 047 20 277 164 14 478 8832005 34 841 926 34 841 926 20 327 267 14 514 6592006 34 744 054 34 744 054 20 270 167 14 473 887

TOTAL 203 935 951 203 935 951 118 979 086 84 956 865

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CAPÍTULO V

AVALIAÇÃO EX ANTE

1 – PROCESSO DE AVALIAÇÃO EX-ANTE

O ECOTEC Research and Consulting Ltd., na qualidade de parceiro chefe de fila da equipa transnacional que inclui o CIDEC (Portugal), CODE (França) e Fitzpatrick Associates (Irlanda), foi contratado para empreender a avaliação ex-ante do Programa de Iniciativa Comunitária INTERREG IIIB “Espaço Atlântico”. Este estudo foi abordado de maneira independente e interactiva para fornecer as opiniões e recomendações de peritos nacionais sobre um determinado número de questões ligadas à política de desenvolvimento espacial e específicas ao Programa. O objectivo deste exercício era de servir de referência aos parceiros do Programa encarregados de redigir o Programa Operacional a fim de melhorar e de reforçar a qualidade final do documento em preparação.

No entanto, para desempenhar este papel, os avaliadores tiveram de proceder a diferentes tarefas: não só utilizaram uma abordagem pro-activa para avançar sugestões (por exemplo, no que respeita as prioridades de desenvolvimento espacial, as relações entre análise estratégica, e as lições a retirar do INTERREG IIC), mas formularm igualmente comentários sobre a versão provisória do Programa de Iniciativa Comunitária, transmitida pela Célula de Coordenação. Além disso, os avaliadores ex-ante participaram no trabalho do Comité de Redacção (participação nas reuniões do comité de redacção em Santiago/Espanha e no Porto/Portugal) e estiveram assim envolvidos na discussão sobre o processo de programação.

Segundo os termos de referência do estudo de avaliação e das linhas directrizes da Comissão, o relatório de avaliação ex-ante apresenta os resultados de várias análises efectuadas no âmbito da avaliação do Programa. Estas incluem:

- Identificação das lições chave a retirar da experiência do Programa INTERREG IIC “Espaço Atlântico”.

- Avaliação dos aspectos comuns às regiões que fazem parte da zona elegível e exame crítico do estudo CRPM adoptado como análise de base do documento de programação.

- Análise dos principais pontos fortes e pontos fracos da zona e exame do potencial para o desenvolvimento futuro graças ao Programa INTERREG IIIB

- Análise da complementaridade interna e externa do Programa e das suas Prioridades, incluindo um exame dos objectivos do Programa.

- Exame das questões temáticas identificadas no PIC.- Conclusões relativas aos procedimentos de implementação do Programa.- Reflexão sobre a quantificação dos objectivos e a necessidade de chegar a acordo sobre os

alvos do Programa.

Para além duma avaliação rigorosa do PIC provisório, o estudo baseou-se em :

Uma série de conversações com os parceiros principais da zona elegível que foram utilizados a fim de explorar os pontos fortes das relações no seio da zona, de identificar as prioridades em termos de planificação espacial e de desenvolvimento regional, de avaliar a experiência anterior retirada do INTERREG IIC, e de emitir comentários sobre os progressos realizados entre o INTERREG IIC e o INTERREG IIIB ;

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O estudo de documentos a fim de analisar as condições existentes na zona de programação. Esta pesquisa centrou-se principalmente no estudo estratégico CRPM, na informação fornecida pelo Institut Atlantique d’Aménagement du Territoire (IAAT), o estudo Europa 2000 +, o EDEC, o PIC INTERREG IIC e as diferentes versões provisórias do Programa INTERREG IIIB em curso de avaliação. Na ausência duma avaliação intermédia, os pontos fracos e fortes do Programa INTERREG IIC foram analisados a partir dos resultados das consultas principais junto dos portadores de projectos.

Para além dos cometários regulares, os parceiros encarregues da redacção do Programa receberam uma relatório de avaliação provisório (Porto, Outubro 2000). Este relatório facilitou um diálogo construtivo entre os responsáveis pela redacção do Programa e a equipa de avaliação. Consequentemente, os parceiros que redigiram o Programa Operacional puderam tomar em consideração os comentários iniciais emitidos pelos avaliadores ex-ante e responder assim às questões levantadas progressivamente, em vez de esperar pelo relatório de avaliação final. As secções seguintes resumem os principais resultados da avaliação ex-ante e identificam a forma em que estes são abordados pelos parceiros do Programa.

2 – RESUMO DOS RESULTADOS DO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO EX-ANTE

2.1 - PANORAMA

Em nossa opinião, os Estados Membros do Espaço Atlântico foram muito rigorosos na redacção do Programa Operacional, e trabalharam em conjunto sobre diferentes versões do Programa (tendo a Célula de Coordenação, verdadeiro catalisador do conjunto do processo, desempenhado um papel muito importante).

Os Estados Membros acordaram sobre a ideia de edificar a estratégia do Programa com base na análise apresentada no « estudo estratégico sobre a cooperação inter-regional no Espaço Atlântico » elaborada pela Comissão Arco Atlântico da CRPM, e no âmbito do Programa INTERREG IIC.

Este estudo constitui, em nossa opinião, uma boa base para o Programa em geral, na medida em que evidencia problemáticas totalmente pertinentes relativamente aos interesses do Programa. No entanto, gostaríamos de salientar que apesar duma nítida melhoria durante o processo de redacção, a estratégia do Programa e a articulação das Prioridades e Medidas nem sempre decorrem muito claramente das conclusões do estudo estratégico acima mencionado.

A estrutura do Programa parece-nos inteiramente pertinente e constitui, em nossa opinião, uma mistura equilibrada de Medidas que correspondem bem, por um lado, às prioridades dos territórios, e por outro lado aos princípios regulamentares da iniciativa INTERREG IIIB e aos princípios do Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário (EDEC). No entanto, um aprofundamento poderá ser introduzido no momento da redacção do Complemento de Programação, em resposta às reacções da Comissão Europeia.

2.2 – LIÇÕES RETIRADAS DO INTERREG IIC E ESTRATÉGIA PARA O INTERREG IIIB

Realçar os ensinamentos do INTERREG IIC deveria ser, na opinião de avaliadores, um ponto essencial da análise da estratégia do Programa. Esta baseou-se na análise das forças e fraquezas da experiência passada. Foi essencialmente realizada a partir da análise de documentos : Programa IIC, projecto do Programa IIIB. Foi completada com um certo número de conversações com os actores alvo a nível nacional e regional.

As conversações centraram-se nos três aspectos seguintes :

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Page 93: INTERREG 'ESPACIO ATLANTICO' · Web viewFragilização da actividade agrícola que se traduz numa população agrícola idosa e um baixo nível de produtividade da exploração média

- A percepção do potencial (forças e oportunidades) e dos problemas (fraquezas e ameaças) do Espaço Atlântico ;

- Os resultados do INTERREG IIC : forças/fraquezas, impacto em termos de laços transnacionais, de desenvolvimento regional harmonioso;

- As preconizações para o INTERREG IIIB : melhorias relativamente às experiências anteriores, os novos interesses em jogo...

Os ensinamentos retirados da experiência passada dos Programas INTERREG são limitados (devido, nomeadamente, ao muito curto período de aplicação do Programa IIC Espaço Atlântico, à ausência de avaliação intercalar, e ao período de transição entre os Programas IIC e IIIB). A equipa de avaliadores considera que o INTERREG IIC permitiu a obtenção de resultados significativos, sem contudo conseguir reforçar os laços de cooperação, mas contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento socio-económico do Espaço Atlântico.

Pode afirmar-se que o INTERREG IIC permitiu levantar a questão da cooperação transnacional e da sua integração com as estratégias de desenvolvimento regional e isto pela primeira vez. Hoje, a maioria dos parceiros estão grandemente satisfeitos com o nível de integração adquirido entre as regiões associadas aos projectos implementados. Desejam, a partir de agora, desenvolvê-la. O Interreg IIC permitiu uma verdadeira partilha de informações e de experiências, que não teriam sido conseguidos sem esta oportunidade. Estes resultados podem parecer modestos e imateriais, mas em nossa opinião, o reforço da cooperação transnacional neste espaço passa por um processo de progressão lenta, que assenta igualmente em intercâmbios imateriais.

Notamos igualmente que as Regiões do Espaço Atlântico fizeram prova dum verdadeiro dinamismo, conseguindo programar projectos num lapso de tempo bastante reduzido. A lentidão do arranque do Programa aumentou os efeitos de décalage entre o alcance das acções a considerar e a escala dos problemas do Espaço Atlântico abrangido pelo Programa.

A maioria dos parceiros reconheceram terem ficado inicialmente desmobilizados pelo desequilíbrio entre as visões « macro » de ordenamento do território do Espaço Atlântico, e os meios concedidos no âmbito do INTERREG IIC.

2.2.1 – O INTERREG IIC RELATIVAMENTE AOS SEUS OBJECTIVOS

Os resultados do INTERREG IIC são bastante contrastantes e assimétricos, quando se analisam os seus objectivos específicos. A implementação do programa revelou, em maior ou menor escala, os defeitos que encontramos normalmente nos outros Programas INTERREG IIC.

No entanto, pode-se dizer que o Programa obteve resultados satisfatórios, sem qualquer recurso à técnica de reprogramação. O que é particularmente verdadeiro à luz duma percepção dum nível de integração que era um tanto ou quanto fraco no seio do Espaço Atlântico. Alguns consultores têm efectivamente o sentimento dum Espaço Atlântico construído na base duma ideia algo artificial dum espaço, no seio do qual poderiam existir dois ou três sub-espaços. 14

O carácter heterogéneo do Espaço Atlântico foi levantado pelo Comité de Redacção em Bruxelas. É verdade que existem laços fortes entre regiões tais que o Norte de Portugal e a Galiza, a Costa Cantábrica e o País Basco, Navarre e Aquitaine, entre as regiões do Oeste da França, entre o Noroeste da França e o sudoeste do Reino Unido, e entre a Irlanda e o Reino Unido. Estes exemplos de cooperação transnacional entre « vizinhos » não constituem no entanto um território único. Existe realmente uma certa dualidade no seio do Espaço Atlântico, entre regiões «  Norte » e regiões «Sul ». Esta dualidade assenta em parte na imensidão das dimensões deste território mas constitui igualmente, em nossa opinião, um desafio para o 14 Este aspecto é estudado em detalhe no relatório de avaliação final, tratando-se uma componente que foi objecto de controvérsia com os Serviços da Comissão Europeia.

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Page 94: INTERREG 'ESPACIO ATLANTICO' · Web viewFragilização da actividade agrícola que se traduz numa população agrícola idosa e um baixo nível de produtividade da exploração média

INTERREG III B. Esta heterogeneidade encontra-se na dificuldade de elaborar estratégias comuns de projectos de desenvolvimento, mas não conjectura em nada sobre a pertinência potencial do Espaço Atlântico para acções de cooperação entre diferentes sub-espaços, à procura dum desenvolvimento (policêntrico) equilibrado e harmonioso.

2.2.2 - INTERREG IIC : PONTOS FRACOS EM TERMOS DE ESTRATÉGIA

- A noção de policentrismo tinha sido identificada como Prioridade de importância maior para o espaço, mas não figura no INTERREG IIC como interesse estratégico. O EDEC insiste na necessidade de encorajar a integração do sistema policêntrico nas cidades médias e pequenas o que, no Espaço Atlântico, poderia contrabalançar o efeito centrífugo das grandes metrópoles europeias. Sabemos que as estratégias de policentrismo são muito exigentes em termos de consenso e de cooperação na medida em que assentam num método de constituição de redes, e as cidades pequenas e médias têm muitas vezes dificuldades em concretizar esta noção de redes. O Programa INTERREG IIIB responde largamente a este problema. Uma definição mais clara da estratégia proposta na matéria seria no entanto bem-vinda.

- Os sistemas urbanos. A maioria dos consultores sublinham a ausência das questões urbanas (apesar da sua importância no Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário). Isto pode ser interpretado como uma oportunidade falhada para o INTERREG IIC, na medida em que teria sido muito útil levar a cabo estudos em matéria de caracterização da função das cidades (pequenas e médias) e de novas relações urbano/rural. O INTERREG IIIB propôs medidas específicas sobre o tema, sem por isso detalhar os seus laços com os aspectos de urbanização sustentável. (à luz do novo quadro de intervenção em termos de desenvolvimento da urbanização sustentável, baseado numa visão integrada das vilas e das cidades, e para as quais uma base de análise espacial seria discutível).

- Inovação e Sociedade de Informação. Apesar dos resultados razoavelmente bons em termos de experiências de Pesquisa e Transferência de Tecnologia, o INTERREG IIC, subestimou a importância da inovação, da emigração e das possibilidades das tecnologias de informação para melhorar o acesso, sublinhar o impacto do déficit de infra-estrutura sobre a competitividade regional e fornecer às empresas do Espaço Atlântico uma ferramenta competitiva para fazer face ao alargamento da EU. A Irlanda poderia, neste campo, servir de exemplo no que respeita às actividades económicas ligadas à informação.

- De forma algo surpreendente, a preservação do ambiente (e nomeadamente os aspectos ligados à água e à gestão das costas) não entusiasmaram os portadores de projectos INTERREG IIC. Enquanto que a Prioridade 3 agrupava 13 projectos (em 48) para 33.1% dos recursos financeiros, o Programa não conseguiu tecer os laços entre as diferentes intervenções relativas ao ambiente. Podemos pensar que esta falta de orientação estratégica transparece igualmente em matéria de património cultural.

2.2.3 – DO INTERREG IIC AO INTERREG IIIB

Uma das mensagens do estudo da CRPM é a atitude « defensiva » do Espaço Atlântico, que tinha escolhido basear a sua estratégia na melhoria dos seus pontos fracos, mais do que nos seus pontos fortes e potencialidades. As intervenções e as visões « macro » do espaço foram no entanto ditadas pela necessidade de tratar o problema das fraquezas e do desequilíbrio do sistema urbano, do carácter periférico da faixa atlântica, relativamente ao nó europeu de dinamismo económico, das causas do declínio industrial, e da exclusão social em certas bacias chave dos sectores de produção.

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O diagnóstico apresentado no estudo CRPM é muito preciso. As intervenções financiadas no Espaço procuraram resolver um problema decorrente dum handicap mais do que apostar em novos potenciais. Este espaço sofre, no entanto, e claramente, de fraquezas estruturais. Alguns indicadores de coesão (decorrentes mais duma visão estática do que duma recente evolução) reforçam a visão das fraquezas e das disparidades que penalizam a faixa no contexto europeu. O Espaço Atlântico está pouco representado em termos de investimento em infra-estruturas e as regiões atlânticas não pertencem, na sua maioria, às regiões de coesão. Além disso, a diversidade dos critérios de elegibilidade e de acesso aos critérios dos Fundos Estruturais trouxe dificuldades que entravam a consolidação duma visão coerente do espaço em termos de contribuição no processo de desenvolvimento europeu.

No entanto, à luz do que acabou de ser dito, pode-se pensar que existem poucos factos numerados para apoiar e alimentar a análise (isto não constitui no entanto uma crítica, na medida das disponibilidades das estatísticas e dos mapas do IAAT). A estratégia que decorre das conclusões do estudo CRPM nem sempre é muito clara, nem o são as oportunidades de cooperação que conduzem à estratégia. Os laços entre a análise FFOA e a visão estratégica são um pouco fracos. Paradoxalmente, como o mostraremos mais tarde, pensamos que a estratégia CRPM por um lado, e o conteúdo do Programa por outro lado, são totalmente pertinentes mas que paradoxalmente, a ligações entre os dois são ainda pouco legíveis.

As Prioridades emanadas do estudo da CRPM por um lado, e do EDEC por outro lado, são muito vastas. Sendo muito vastas, oferecem um quadro de trabalho cuja vantagem é a abertura que poderá permitir, se for caso disso, integrar novas abordagens, na medida em que correspondem às grandes linhas orientadoras da estratégia.

Os laços com a análise FFOA encontram-se globalmente. No entanto, certos aspectos não são seguidos e a lógica que conduz à escolha da estratégia não é muito clara. A análise FFOA reveste um carácter generalista, sem base quantificada em termos económicos de ocupação do espaço, de desenvolvimento dos recursos humanos, de ambiente ou de igualdade de oportunidades. Parece-nos que o Programa não especifica objectivos estratégicos claros (mesmo se são sugeridos na página 61 do estudo CRPM). O que mostra bem que a lógica de escolha das Prioridades e das Medidas não é clara, mesmo sendo sugerida. As Prioridades aparecem mas não são sublinhadas no quadro das análises.

Neste sentido, pudémos apreciar a preocupação de hierarquização das prioridades e das medidas, ao longo de todo o processo de redacção do Programa. Isto levou a reforçar a legibilidade da estratégia do Programa. No entanto, as implicações em termos de objectivos e de coerência interna do Programa estão ainda por precisar pelos Estados Membros.

Duma forma geral, o Programa constitui uma abordagem realista e pertinente da Iniciativa INTERREG III B. Os Estados Membros conduziram uma abordagem cooperativa para a fase de redacção do documento. O Programa está centrado (segundo as informações disponíveis no Complemento de Programação) em tipos de acções que deveriam poder facilmente ser financiadas pelo FEDER, podendo delas fazer-se uma utilização mais inovadora (uma vez que se trata de uma inovação do Programa). As questões de desenvolvimento rural e agrícola parecem-nos constituir um elemento importante em matéria de desenvolvimento regional. Devem chamar a nossa atenção, devido às características dos territórios, sem que o Programa o precise na realidade. Da mesma forma, as oportunidades de desenvolvimento de cadeias de aprovisionamento comuns, de pólos de competitividade poderiam ser desenvolvidas mais aprofundadamente.

2.3 – PROCEDIMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO

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A nossa análise esforçou-se por tomar em consideração as especificidades dos contextos socio-económicos e institucionais que condicionam a viabilidade e a validade das disposições de implementação. A nossa avaliação foi no entanto construída com base numa abordagem integrada do Espaço Atlântico (plural), e não numa soma desajeitada de cinco estudos de casos nacionais.

As disposições de implementação são as chaves de sucesso do Programa e da promoção da estratégia global do Programa. A estratégia de informação do Programa, os modos de selecção dos projectos, a qualidade e a facilidade de acesso aos conselhos e à assistência técnica, a clareza e a flexibilidade dos procedimentos administrativos e financeiros são factores que condicionam o sucesso ou insucesso duma cooperação transnacional tal como é concebida pelo INTERREG IIIB.

Ao focarmos as nossas análises nos procedimentos de implementação e em algumas das suas implicações sobre a estratégia Programa e o seu sucesso, identificamos as seguintes forças entre o INTERREG IIC e o INTERREG IIIB.

- As modalidades de implementação integraram as recomendações da Comissão em matéria de acompanhamento, de implementação e de avaliação, seja porque já estavam previstas no âmbito do INTERREG IIC, seja no âmbito de alterações específicas ao INTERREG IIIB. Trata-se da participação dos actores socio-económicos no Comité de Acompanhamento. Esta escolha pode alargar o alcance dos debates, recentrá-los sobre prioridades estratégicas. Foram acrescentadas novas funções para o Comité de Acompanhamento em conformidade com o artigo 35º das regulamentações do Conselho da CE para reforçar as funções estratégicas do Comité de Acompanhamento. Os novos documentos de programação prevêem igualmente a criação de duas novas estruturas (autoridades de gestão e de pagamento), bem como a diversificação das categorias de despesas elegíveis, incluindo nomeadamente as auditorias financeiras, e as avaliações intercalares e ex post.

- O novo Programa toma em consideração os ensinamentos decorrentes do Programa INTERREG IIC e reforça os seus pontos fortes em matéria de modalidades de implementação. Mantém e reforça o papel da Célula de Coordenação, e dos correspondentes nacionais, de forma a facilitar as acções de acompanhamento conjuntas e as parcerias. Isto representa um esforço para melhorar as parcerias das estruturas actuais e futuras do sistema de gestão.

- O novo programa inclui igualmente sugestões sobre a forma de aumentar as parcerias transfronteiriças que funcionam bem, para uma cooperação transnacional alargada, como o reflecte o debate sobre o número mínimo de parceiros, sobre a publicidade e as medidas de difusão, bem como sobre o envolvimento das regiões no processo de consulta durante o período de preparação do Programa.

- Existem igualmente conselhos práticos para tratar problemas relativos aos chefes de fila de projectos e às responsabilidades financeiras que têm que assumir, procurando garantias junto dos bancos para os parceiros.

- Existem disposições para melhorar o impacto dos projectos e a sua qualidade através de medidas de publicidade, de animação, de difusão, com créditos específicos na base de critérios para assegurar resultados tangíveis para além dos simples estudos. O Programa procura igualmente garantir que todos os projectos chegam às estruturas comuns de decisão, depois de uma pré-selecção feita a nível nacional que analisa os planos de financiamentos, as contrapartidas e as condições de elegibilidade. Os actores expressam todos uma preocupação de avaliar as qualidade das propostas, sugerindo uma escolha de medidas teste para uma avaliação.

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- O INTERREG IIIB considera a elaboração dum guia prático dos procedimentos administrativos e financeiros (com base no que foi redigido para o INTERREG IIC), para melhorar os problemas levantados pelos portadores de projecto, relativamente à complexidade administrativa dos procedimentos.

- As acções de promoção e de difusão incluídas nos novos documentos de programação devem igualmente permitir acompanhar os projectos durante a fase de implementação para facilitar a troca de experiências, o aconselhamento aos parceiros do projecto, e melhorar as boas práticas em matéria de cooperação.

- O processo de elaboração do Programa conheceu algumas alterações importantes relativamente à experiência precedente, incorporando uma consulta formal e uma participação intensa das autoridades regionais, e pela implicação da CRPM na redacção de elementos chave do Programa.

- A preparação do Programa demonstrou igualmente que os Estados Membros têm consciência da necessidade de evitar atrasos como os que aconteceram para o INTERREG IIC. Estes atrasos, como já referimos acima, podem ter um impacto sobre a qualidade da implementação dos projectos, sobre o carácter operacional das redes de comunicação e sobre as características de execução dos projectos na medida em que os atrasos impõem restrições de tempo suplementares.

No sentido de progredir relativamente à experiência anterior, o Programa INTERREG IIIB Espaço Atlântico poderia fixar-se como objectivo o de resolver as fraquezas observadas durante as fases de implementação e relembradas aqui pelos avaliadores:

- Uma melhoria poderia igualmente ser introduzida ao nível do Complemento de Programação, através de uma definição mais precisa dos tipos de beneficiários finais, dos tipos de acções elegíveis, dos tipos de estruturas elegíveis para garantir a sua participação. Isto poderia incluir o tratamento das dificuldades identificadas em ligação com a dificuldade das organizações públicas de desempenharem o papel de chefe de fila dum projecto, o que parece não ter sido explicitamente resolvido no Programa. A natureza e os meios poderiam igualmente ser melhor definidos para assegurar que os actores locais estejam mais bem informados, para alargar o campo dos participantes.

- Definições mais precisas ao nível do complemento de programação sobre a questão das acções elegíveis, dos resultados esperados, e a clarificação do que se subentende na noção de « pequena infra-estrutura » no contexto do Programa, poderiam facilitar a preparação dos projectos e o sucesso da sua implementação.

3 – TOMADA EM CONSIDERAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES DA AVALIAÇÃO EX-ANTE (resumo dos pontos principais levantados pela avaliação e respostas fornecidas)

3.1 –LIÇÕES DO INTERREG IIC

A avaliação ex-ante deu conta de um determinado número de questões que foram levantadas na implementação do Programa Operacional INTERREG IIC anterior. Estas incluiam questões à volta da promoção de esquemas de desenvolvimento policêntrico, relativas ao desenvolvimento de sistemas urbanos, ao desenvolvimento rural e abordando as fraquezas portuárias. Todos estes aspectos foram retomados no PIC INTERREG IIIB proposto.

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3.2 - ESTRATÉGIA GLOBAL

A análise de base era a propósito, no entanto foram emitidas algumas reservas sobre a ausência da componente espacial na análise das necessidades. Em particular no que respeita a ausência de qualquer análise policêntrica.

A versão provisória do PIC revista e corrigida inclui planos detalhados dos diferentes aspectos da análise demonstrando claramente a diferenciação espacial entre os diferentes temas. O Programa retira igualmente lições dum estudo de pesquisa policêntrica em curso efectuada pela CRPM e que abrange quase toda a zona elegível.

A avaliação ex-ante demonstrou que os laços entre a análise FFOA e a visão estratégica são algo fracas, se bem que a análise e a estratégia sejam adequdadas.

Visão de Espaço Atlântico descrita na secção 2.5, capítulo I. Esta visão liga o Estudo Estratégico de Cooperação Interregional (que é o fundamento da análise FFOA) aos objectivos globais do Programa e estabelece a forma como o Programa propõe soluções interregionais sustentáveis.

A avaliação ex-ante colocou a questão de saber se seria preciso promover a cooperação e o desenvolvimento regional no seio do Atlântico enquanto espaço único ou em dois ou três sub-espaços (que podem ser identificados com base nas tendências de cooperação transfronteiriças actuais)

O PIC deixa a escolha das zonas de cooperação em aberto, o que seria desenvolvido numa análise posterior e um desenvolvimento ascendente.

A avaliação ex-ante colocou em questão a falta aparente de objectivos estratégicos no PIC.

O objectivo global do Programa encontra-se descrito na secção 3 do capítulo I. O PIC contém igualmente uma série de objectivos gerais na secção 2.5 do PIC. Estes incluem uma série de objectivos quantificados.

3.3 – COERÊNCIA INTERNA DO PROGRAMA

A avaliação ex-ante identifica uma falta de direcção estratégica no esquema policêntrico e nas redes das cidades que deve ser estabelecida sob o Eixo Prioritário A.

Os parceiros não desejam ser normativos nesta fase inicial de desenvolvimento. A abordagem adoptada deve facilitar o desenvolvimento ascendente de redes apropriadas através de uma série de temas identificados. Na base dos estudos e das estratégias apoiadas, serão desenvolvidas orientações posteriores a fim de contribuir para a avaliação intercalar do PIC.

A avaliação ex-ante recomendou que o número de objectivos identificados sob o Eixo Prioritário A sejam racionalizados.

Os parceiros do Programa não tiveram a impressão que tal fosse necessário dado que os objectivos trazem detalhes sobre as actividades propostas ao nível das sub-medidas.

A avaliação ex-ante sublinhou que sob o Eixo Prioritário B, o acento posto na mobilidade interna era potencialmente restritivo.

Este acento foi retirado e o PIC faz agora a promoção da acessibilidade interna e externa.

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A avaliação ex-ante colocou em questão as evidências de base sobre as quais a Medida B2 foi desenvolvida, e identificou a necessidade de mais amplas informações para que a Medida seja implementada de forma efectiva.

O PIC reconhece agora a deficiência da base informativa e a necessidade de desenvolver uma certa compreensão neste campo. Tal como mencionado na avaliação ex-ante, a ideia directora das actividades indicativas continua apropriada.

A avaliação ex-ante sublinhou que os objectivos do Eixo Prioritário C poderiam ser descritos de forma mais clara.

Os parceiros consideram que o objectivo do Eixo Prioritário é adequado.

A avaliação ex-ante recomendou uma radicalização dos objectivos da Medida C1. Colocou igualmente em questão a lógica que reúne as redes ambientais, a prevenção da seca, o acompanhamento da qualidade das águas e a prevenção da poluição.

A orientação da Medida foi revista a fim de identificar mais claramente os aspectos comuns das acções propostas. Dado que os objectivos fornecem detalhes sobre as actividades propostas nas sub-medidas, os parceiros consideram que não é necessária mais nenhuma acção neste campo.

A avaliação ex-ante demonstrou que o princípio do Eixo Prioritário D parece adequado mas que deveria ser desenvolvido mais em detalhe no Complemento de Programação.

Os parceiros do Programa desenvolverão este aspecto no Complemento de Programação.

3.4 – COERÊNCIA EXTERNA DO PROGRAMA

Neste ponto, a principal preocupação da avaliação ex-ante foi a falta de informações disponíveis para efectuar uma verdadeira avaliação da complementaridade externa.

Os parceiros do Programa reconhecem este ponto tendo sido acrescentada uma secção importante ao PIC que estabelece a complementaridade com as outras políticas e Programas da UE, incluindo a política da concorrência e identificando a forma de garantir a complementaridade com os programas internos regionais e nacionais e com os outros programas dos Fundos Estruturais.

3.5 – IMPACTO PREVISTO

A avaliação ex-ante dá conta que nenhum objectivo ou indicador quantificado foi estabelecido no PIC.

Os parceiros do Programa aceitaram alvos quantificados para o Programa e para cada um dos Eixos Prioritários. Estes não aparecem no texto.

A avaliação ex-ante dá conta duma deficiência no carácter de avaliação e de acompanhamento desenvolvido no Programa INTERREG IIIB.

Os parceiros garantirão que será prestada uma atenção suficiente ao acompanhamento e à avaliação na implementação do Programa INTERREG IIIB. Serão redigidas cláusulas relativas a estes aspectos na secção 5 do capítulo III.

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3.6 – PROCEDIMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO

Os procedimentos de implementação propostos foram considerados adequados na avaliação ex-ante. As questões de princípio levantadas estão todas ligadas aos aspectos práticos da implementação. Falta ainda um pequeno número de detalhes que estabeleçam uma Estratégia de Comunicação para o Programa.

Os parceiros do Programa tomaram nota destes comentários. Irão tomá-los em consideração quando estabelecerem os procedimentos de selecção dos projectos e redigirem o Complemento de Programação.

3.7 – IMPACTO AMBIENTAL

O desenvolvimento sustentável e a preservação do ambiente retiveram toda a atenção dos redactores do Programa e são sublinhados pela sua presença de duas prioridades estratégicas. No entanto, não é evidente que estes elementos tenham sido entendidos como temas transversais mais do que como prioridades estratégicas específicas. Uma informação mais detalhada sobre o Espaço Atlântico e mais detalhe em cada medida (objectivos e acções apoiadas) poderiam ser fornecidos para produzir uma apreciação ex ante do impacto ambiental do Programa Operacional. Se bem que seja improvável que as Prioridades do Programa violem as legislações ambientais europeias e nacionais, os Estados Membros deverão assegurar-se que os projectos individuais respeitarão estas legislações.

Ao considerarmos cada prioridade surgem as seguintes considerações :

- A Prioridade A « Estruturação policêntrica do espaço e desenvolvimento de pólos de competência» não parece incluir medida específica susceptível de ter um impacto positivo ou negativo sobre o ambiente. Além disso, o essencial das acções apoiadas neste quadro parece limitado a estudos analíticos ou a colocações em rede em matéria de pesquisa, que não têm impacto directo sobre as considerações ambientais.

- A Prioridade B « Desenvolvimento de sistemas de transporte que assegure uma mobilidade sustentável e melhoria do acesso à sociedade de informação» também não insiste muito sobre o ambiente. Além disso, a informação disponível faz com que seja difícil medir os benefícios dos projectos, incluindo no que respeita o ambiente. A Medida B.1 (desenvolvimento de sistemas de transportes assegurando uma mobilidade sustentável) define claramente objectivos ambientais. No entanto, os laços entre os diversos elementos desta medida amalgamada não são muito desenvolvidos. O que torna difícil medir o impacto possível dos projectos sobre o ambiente.

- A Prioridade C trata directamente da promoção do ambiente e da gestão sustentável das actividades económicas e dos recursos. A sua exposição é muito adaptada, referindo-se às pressões do crescimento demográfico, do desenvolvimento económico e da urbanização sobre o ambiente, mesmo se isto devesse estar melhor reflectido nas secções analíticas anteriores (informação ambiental da análise SWOT). Seria interessante fornecer razões para a decisão de dirigir as acções para as pescas, as energias renováveis e as actividades agrícolas no seio desta medida, se bem que os avaliadores as considerem correctas.

No que respeita a Medida C.1, deveriam ser dadas uma justificação e considerações suplementares para explicar como os quatro elementos chave da Medida se ajustam uns com os outros (redes ambientais, prevenção das inundações, acompanhamento da qualidade das águas, prevenção da poluição). Deveriam ser fornecidas explicações sobre o facto da conformidade e qualidade das águas balneares ser um elemento legítimo desta medida.

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Dado o rico património costeiro do Espaço Atlântico, a decisão de centrar a Medida C.2 na gestão integrada das zonas costeiras aparece como uma resposta extremamente racional neste âmbito.

Os quatro elementos da Medida C.3 « Gestão sustentável das actividades económicas » parecem ser : promoção dos intercâmbios sobre as boas práticas agrícolas e silvícolas, promoção das energias renováveis, promoção dos intercâmbios de experiências e boas práticas pela cooperação transnacional em matéria de pescas e de aquacultura e desenvolvimento das tecnologias ambientais. Se bem que as actividades apoiadas no âmbito destas medidas tenham um impacto importante sobre o ambiente, a informação fornecida no Programa não o faz transparecer de uma forma clara.

- Finalmente, podemos antecipar o facto da maior parte das actividades apoiadas no âmbito da Prioridade D « Reforçar e promover a identidade atlântica no contexto da globalização » terem um impacto ambiental neutro, à excepção da promoção da herança e do património atlânticos que poderá ter um impacto positivo sobre o ambiente. No entanto, o impacto das acções empreendidas no âmbito da medida sobre o desenvolvimento do turismo (Medida D.2 « Criação e promoção de produtos turísticos atlânticos ») deverão ser objecto duma atenção particular na fase de selecção. Se bem que as acções apoiando « a gestão e as técnicas da indústria turística » devam incluir o desenvolvimento de produtos e práticas eficientes ao nível energético, isto não é claramente identificado em nenhuma das medidas da Prioridade D.

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Impacto das Prioridades e das Medidas do Programa sobre algumas orientações prioritárias da Comissão

Desenvolvimento económico

Emprego Igualdade de oportunidades

Desenvolvimento sustentável e ambiente

Sociedade de informação

PRIORIDADE A: ESTRUTURAÇÃO POLICÊNTRICA DO ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO DE PÓLOS DE COMPETÊNCIA

MEDIDA A-1 : ESTRUTURAÇÃO TERRITORIAL DO ESPAÇO ATLÂNTICO 

MEDIDA A-2 : PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PÓLOS DE COMPETÊNCIA 

?

PRIORIDADE B: DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE TRANSPORTE QUE ASSEGUREM UMA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL E MELHORIA DO ACESSO À SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

MEDIDA B-1 : DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE TRANSPORTE QUE ASSEGUREM UMA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

MEDIDA B-2 : MELHORIA DO ACESSO À SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

?

PRIORIDADE C : PROMOÇÃO DO AMBIENTE, GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS E DOS RECURSOS NATURAIS 

MEDIDA C-1 : PROTECÇÃO DO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS 

MEDIDA C-2 : GESTÃO INTEGRADA DAS ZONAS COSTEIRAS E DOS ESTUÁRIOS, PROTECÇÃO DAS ZONAS HÚMIDAS

MEDIDA C-3: GESTÃO SUSTENTÁVEL DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS 

PRIORIDADE D : REFORÇO E PROMOÇÃO DA IDENTIDADE ATLÂNTICA NA GLOBALIZAÇÃO

MEDIDA D-1 : VALORIZAÇÃO DAS CULTURAS E DO PATRIMÓNIO ATLÂNTICOS E ENCORAJAMENTO À CRIAÇÃO CULTURAL.

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MEDIDA D-2 : CRIAÇÃO E PROMOÇÃO DE PRODUTOS TURÍSTICOS ATLÂNTICOS

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MEDIDA D-3 : PROMOÇÃO DO ESPAÇO ATLÂNTICO 

impacto fraco impacto médio impacto forte

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ANEXOS

Mapa n° 1 : Densidade da população em 1998

Mapa n° 2 : Variação da população por região entre 1990 e 1999

Mapa n° 3 : Estrutura por idade da população em 1999

Mapa n° 4 : Evolução demográfica das cidades europeias entre 1950 e 1990

Mapa n° 5 : Produto interno bruto em 1998

Mapa n° 6 : Emprego por sector de actividade em 1999

Mapa n° 7 : Desemprego em 1999

Mapa n° 7 bis : Tipologia do desemprego em 1999

Mapa n° 8 : Acessibilidade à rede transeuropeia

Mapa n° 9 : Tráfego aeroportuário em 2000

Anexo n° 9 bis : Tráfego aéreo em 2000 (quadro)

Mapa n°10 : Tráfego dos portos europeus em 1999

Anexo n°10 bis : Tráfego dos portos europeus em 1999 (quadro)

Mapa n°11 : Mapa das zonas elegíveis aos Programas do INTERREG III B

Mapa n° 12 : Estrutura espacial da Europa em 1997

Mapa n°12 bis : Organização dos territórios atlânticos

Anexo 13 : Imagem satélite das iluminação nocturna das cidades do Espaço Atlântico

Mapa n°14 : Pesquisa e desenvolvimento : registo de licenças entre 1996 e 1998

Mapa n°14 bis : Pesquisa e desenvolvimento : especialização das licenças por sector em 1998

Anexo 15 : Quadro de dados (A : população, B : emprego, C : desemprego)

Anexo 16 : Contactos

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