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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Terceiros são os sujeitos que não figuram como parte na relação processual. A lei, todavia, em algumas hipóteses permite o ingresso de terceiro no processo, estranho à relação originária entre autor e réu, estabelecendo uma nova relação jurídica, de natureza secundária, autônoma e independente daquela que lhe deu origem. Todas as intervenções de terceiro são incidentes do processo, pois nascem de um processo já existente. Fundamentos para a intervenção de terceiro É uma técnica de economia do processo, pois com as intervenções um processo só passa a ser apto para resolver várias intervenções de terceiro. Outro fundamento é a segurança, pois há situações em que o terceiro sofrerá consequências com o processo e terá o direito de interferir neste. Normalmente, o legislador só permite a intervenção de terceiro se a repercussão for jurídica e não emocional, como será visto nos próximos tópicos. Eficácia da intervenção de terceiros São três os efeitos que uma intervenção de terceiros pode causar no processo:

Intervenção de Terceiros

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Anotações intervenção de terceiros - CPC

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INTERVENO DE TERCEIROS

Terceiros so os sujeitos que no figuram como parte na relao processual. A lei, todavia, em algumas hipteses permite o ingresso de terceiro no processo, estranho relao originria entre autor e ru, estabelecendo uma nova relao jurdica, de natureza secundria, autnoma e independente daquela que lhe deu origem.Todas as intervenes de terceiro so incidentes do processo, pois nascem de um processo j existente. Fundamentos para a interveno de terceiro

uma tcnica de economia do processo, pois com as intervenes um processo s passa a ser apto para resolver vrias intervenes de terceiro. Outro fundamento a segurana, pois h situaes em que o terceiro sofrer consequncias com o processo e ter o direito de interferir neste.Normalmente, o legislador s permite a interveno de terceiro se a repercusso for jurdica e no emocional, como ser visto nos prximos tpicos.

Eficcia da interveno de terceiros

So trs os efeitos que uma interveno de terceiros pode causar no processo:1. Ampliao subjetiva do processo: a interveno pode agregar ao processo um sujeito novo, gerando, assim, um litisconsrcio ulterior, mas ateno, no toda a interveno de terceiro que gera litisconsrcio, mas apenas quando amplia subjetivamente o processo;2. Mudana subjetiva do processo: pode acontecer de uma das partes ser substituda por outra, p.e., na nomeao autoria, que uma interveno de terceiro que tem por consequncia a mudana subjetiva do processo com a excluso do ru originrio e a incluso do terceiro em seu lugar.3. Ampliao objetiva do processo: H intervenes de terceiro que geram ampliao do objeto do processo, p.e. a oposio, interveno na qual um terceiro pleiteia para si o objeto pleiteado pelo autor e ru na ao original.

Cabimento das intervenes de terceiro.

A regra que as intervenes de terceiro, que sero estudadas a seguir, cabem no procedimento ordinrio. Nos demais procedimentos h algumas peculiaridades:De todas as formas de interveno de terceiros previstas no CPC, apenas duas so compatveis com o processo cautelar: a assistncia e a nomeao a autoria e nenhuma das 5 formas (assistncia, oposio, nomeao autoria, denunciao da lide e chamamento ao processo) cabvel na execuo.No procedimento sumrio, a lei s permite a assistncia, o recurso de terceiro e a interveno fundada em contrato de seguro (p.e. denunciao da lide e chamamento ao processo), conforme prev o art. 280 do CPC: Art. 280. No procedimento sumrio no so admissveis a ao declaratria incidental e a interveno de terceiros, salvo a assistncia, o recurso de terceiro prejudicado e a interveno fundada em contrato de seguro.No juizado especial, no cabe a interveno de terceiro, conforme previso expressa no art. 10, da Lei 9.099/1995: Art. 10. No se admitir, no processo, qualquer forma de interveno de terceiro nem de assistncia. Admitir-se- o litisconsrcioA Lei 9.868/1999 em seus arts. Art. 7o e 18 tambm veda expressamente a interveno de terceiros em ao direta de inconstitucionalidade e da ao declaratria de constitucionalidade.

Classificao das intervenes de terceiro

As intervenes de terceiro podem ser classificadas em: Intervenes espontneas: o terceiro solicita a sua interveno. Ex: assistncia;Intervenes provocadas (coactas): o terceiro trazido ao processo. Ex: denunciao da lide;Interveno ad coadjuvandum: o terceiro intervm apenas para ajudar uma das partes. Ex: assistncia;Interveno ad excludendum: a interveno em que um terceiro entra para brigar com ambas as partes. Ex: oposio.

INTERVENO DE TERCEIROS EM ESPCIE

Assistncia

uma interveno de terceiro espontnea que pode se dar enquanto o processo estiver pendente em qualquer dos polos do processo (polo ativo ou passivo). uma interveno que no agrega ao processo um pedido novo, pois seu objetivo auxiliar uma das partes a ganhar: Art. 52. O assistente atuar como auxiliar da parte principal, exercer os mesmos poderes e sujeitar-se- aos mesmos nus processuais que o assistido.Para haver a interveno do assistente, este deve ter interesse jurdico em que a sentena seja favorvel parte que vai assistir. Sua atuao, todavia, no vincula a parte principal: Art. 53. A assistncia no obsta a que a parte principal reconhea a procedncia do pedido, desista da ao ou transija sobre direitos controvertidos; casos em que, terminando o processo, cessa a interveno do assistente.

A assistncia poder ser simples ou litisconsorcial.

Assistncia simples

Na assistncia simples, o assistente, apesar de no fazer parte da relao jurdica discutida em juzo, quer assistir a uma das partes, pois tem com esta uma outra relao jurdica conexa com aquela discutida no processo.O interesse do assistente na causa no direito na causa.Ex: o locador prope ao de despejo contra o locatrio e o sublocatrio (que no participa daquela relao jurdica, mas da sublocao que conexa a ela) solicita ao juiz a interveno no processo, tendo em vista que poder sofrer uma consequncia reflexa da demanda discutida.O assistente simples poder atuar, principalmente nas omisses do assistido, se o assistindo no contestar nem recorrer, o assistente poder atuar:

Art. 52. O assistente atuar como auxiliar da parte principal, exercer os mesmos poderes e sujeitar-se- aos mesmos nus processuais que o assistido.Pargrafo nico. Sendo revel o assistido, o assistente ser considerado seu gestor de negcios.

Observe-se, todavia, que o prazo do assistente simples o mesmo. Ele no pode esperar o assistido se omitir para recorrer.

Assistncia litisconsorcial

Para ingressar como assistente litisconsorcial, o terceiro demonstra que tem um direito prprio envolvido. H, neste caso, um interesse jurdico forte e o assistente age como se fosse parte. Ex: condmino que intervm em processo proposto por outro condmino e herdeiro em ao ajuizada contra o esplio.Nos casos de assistncia litisconsorcial, o assistente poderia ter sido parte no processo, mas no foi por opo do autor porque era hiptese de litisconsrcio facultativo.O assistente litisconsorcial pode utilizar o prazo em dobro previsto pelo artigo191doCdigo de Processo Civil, caso tenha procurador diverso da parte assistida,ao contrrio do assistente simples, que no considerado litisconsorte:

PROCESSUAL E COMERCIAL - FALIDO - MASSA - LITISCONSRCIO ASSISTENCIAL - PRAZO EM DOBRO PARA RECORRER. I - O falido, ao participar ao lado da massa falida, no processo falimentar (habitao de crdito etc.), atua como seu assistente litisconsorcial, devendo-se beneficiar do prazo recursal em dobro previsto no art. 191 do CPC. II - Recurso conhecido e provido(STJ - REsp: 154521 SP 1997/0080760-6, Relator: Ministro WALDEMAR ZVEITER, Data de Julgamento: 09/05/2000, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicao: DJ 01.08.2000 p. 259)

Em regra, a sentena proferida em um processo no qual o assistente intereio faz coisa julgada tambm para ele. Poder o assistente, todavia, rediscutir a matria se ocorrer alguma das hipteses previstas no art. 55, I e II, do CPC:

Art. 55. Transitada em julgado a sentena, na causa em que interveio o assistente, este no poder, em processo posterior, discutir a justia da deciso, salvo se alegar e provar que:I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declaraes e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetveis de influir na sentena;II - desconhecia a existncia de alegaes ou de provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, no se valeu.

Oposio

Na oposio, um terceiro intervm em processo alheio dizendo que a relao jurdica discutida pelas partes pertence a ele.A oposio gera um litisconsrcio passivo ulterior necessrio simples, porque as decises podero ser diferentes para a cada um. Ex: A e B litigam sobre uma coisa que est com A. C ope outra relao jurdica, dizendo que titular do direito. C quer de A a entrega da coisa e de B a improcedncia do pedido. Os pedidos so diferentes.Os opostos (A e B) tero prazo comum para defesa ( um caso peculiar de litisconsorte com advogados diferentes e prazo comum). Sero citados na pessoa de seus advogados (caso em que os procuradores podem receber citao) e o juiz ter de julgar ambas as causas: a oposio e a causa originria. Na sentena, a oposio dever ser examinada antes da causa principal, porque ela lhe prejudicial. A oposio pode ser dar em que momento do processo?1 - se feita at o incio da audincia de instruo, segue o previsto no art. 59 do CPC, ser um incidente do processo e ser chamada de oposio interventiva. interveno de terceiro. 2 - Se feita do incio da audincia de instruo at a sentena, segue o que regula o art. 60 do CPC, ser um processo incidente e ser chamada de oposio autnoma e no ser interveno de terceiro: ser um processo autnomo com peculiaridades.Depois de proferida a sentena no cabe mais oposio.Desta forma, a oposio s poder ser considerada como interveno de terceiro se feita no momento oportuno.

Chamamento ao processo

O chamamento ao processo uma interveno de terceiro provocada pelo ru e cabe nos casos em que houver um vnculo de solidariedade entre o chamante e chamado. Ambos respondem solidariamente pela dvida cobrada, por esta razo, o chamamento ao processo considerado um instituto em desarmonia com o direito material (que permite que se cobre a obrigao solidria de qualquer um dos devedores solidrios). O chamamento ao processo serve na prtica para que a sentena proferida eventualmente contra os devedores possa ser executada contra todos.Note-se que o devedor solidrio chamado ao processo tem relao jurdica com o autor porque a relao entre o autor e chamante a mesma do autor e o chamado, pois chamante e chamado so devedores da mesma dvida.As hipteses de cabimento do chamamento ao processo esto previstas no art. 77 do CPC e podem ser assim esquematizadas:

ChamanteChamado

Fiador pode chamar ao processo oDevedor

Fiador pode chamar ao processo outroCofiador

Um devedorPode chamar ao processo outro devedor.

Observa-se que o chamamento ao processo sempre envolve as figuras do fiador ou devedor solidrio. Cumpre destacar que o devedor no pode chamar o fiador, em decorrncia do benefcio de ordem.

Hiptese de chamamento ao processo fora do CPC

O Cdigo de Defesa do Consumidor prev, em seu art. 101, II, nova hiptese de chamamento ao processo, realizada pelo fornecedor seguradora:

II - o ru que houver contratado seguro de responsabilidade poder chamar ao processo o segurador, vedada a integrao do contraditrio pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hiptese, a sentena que julgar procedente o pedido condenar o ru nos termos doart. 80 do Cdigo de Processo Civil. Se o ru houver sido declarado falido, o sndico ser intimado a informar a existncia de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o ajuizamento de ao de indenizao diretamente contra o segurador, vedada a denunciao da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsrcio obrigatrio com este.

Nomeao autoria

A nomeao autoria interveno de terceiro provocada pelo ru; apenas ele pode provoc-la.Trata-se de interveno de terceiro cujo objetivo promover a correo do polo passivo, e trazer ao processo quem deveria estar sendo demandado. Pode ser considerado como um dever do ru porque se este no fizer a nomeao responder pelas perdas e danos, conforme prev o art. 69 do CPC.O propsito de nomear a autoria operar uma troca de sujeito no polo passivo da demanda:

Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome prprio, dever nomear autoria o proprietrio ou o possuidor.

Art. 63. Aplica-se tambm o disposto no artigo antecedente ao de indenizao, intentada pelo proprietrio ou pelo titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o responsvel pelos prejuzos alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de instrues de terceiro.

As hipteses de nomeao podero ser assim esquematizadas:Caso NomeanteNomeado

Art. 62Ao reipersecutria.Mero detentor.Possuidor ou proprietrio

Art. 63Nomeao autoria em aes indenizatria.Preposto.Preponente

O nomeado poder recusar a nomeao, situao em que o processo continuar contra o nomeante. Caso aceite, reconhecendo a qualidade que Ihe atribuda, contra ele correr o processo (art. 66).Poder tambm o autor recusar a nomeao, e tal como ocorre com a recusa por parte do nomeado, o feito prosseguir com o ru original, mediante o retorno integral do prazo para contestar.

Denunciao da lide

uma interveno de terceiro que pode ser promovido por autor e ru. Promovida pelo autor, a denunciao da lide ser requerida j na petio inicial. A denunciao da lide uma demanda uma ao proposta pelo denunciante contra o denunciado, p.e. p.e., A demanda contra B e este denuncia a lide contra C. B denunciante e C denunciado.O processo passa a ter, assim, duas demandas. A x B e B x C, Portanto, a denunciao da lide agrega ao processo um pedido novo. Essa ao do denunciante contra o denunciado uma ao de regresso. O denunciado demanda contra o denunciado com o propsito de pedir um reembolso de seus prejuzos. Ela uma ao de regresso eventual, porque o denunciante denuncia a lide dizendo ao juiz para trazer o denunciado ao processo, porque se aquele perder para A, C dever promover a indenizao dos valores pagos pelo denunciante. Prope a ao antes de ser derrotado para a hiptese de vir a perder a ao.Diante disso, na sentena o juiz analisar primeiro a demanda original. Se o denunciante perder na ao principal, analisa-se a denunciao da lide. Se o denunciante ganhar na ao principal, o juiz nem examinar a denunciao da lide, mas o denunciado, nesse caso, ter direito a honorrios a serem pagos pelo denunciante. o risco que se corre ao denunciar da lide.O art. 70 do CPC prev as hipteses em que a denunciao obrigatria:

Art. 70. A denunciao da lide obrigatria:I - ao alienante, na ao em que terceiro reivindica a coisa, cujo domnio foi transferido parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evico Ihe resulta;II - ao proprietrio ou ao possuidor indireto quando, por fora de obrigao ou direito, em casos como o do usufruturio, do credor pignoratcio, do locatrio, o ru, citado em nome prprio, exera a posse direta da coisa demandada;III - quele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ao regressiva, o prejuzo do que perder a demanda.

O denunciado tem relao com o adversrio do denunciante? No e a est uma diferena entre o chamamento ao processo e a nomeao autoria, em que h relao entre o chamado/nomeado e adversrio do que chamou ou nomeou.O chamamento ao processo no se trata de um exerccio de direito de regresso, mas da instaurao de um litisconsrcio sucessivo facultativo. No chamamento o ru pede a incluso de terceiro ao processo, como parte, para que a sentena tenha fora executiva tambm contra ele.

Denunciao sucessiva no caso de evico

A denunciao sucessiva prevista no art. 456, do Cdigo Civil que assim dispe:

Art. 456 Para poder exercitar o direito que da evico lhe resulta, o adquirente notificar do litgio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem das leis do processo. Fala-se aqui em denunciaes sucessivas. Elas so admitidas.

Este dispositivo permite a denunciao por saltos ao autorizar que o alienante prefira dirigi-la no a pessoa de quem comprou, mas aos anteriores. O legislador salvaguardou assim o evicto, diminuindo a possibilidade de ele ficar no prejuzo se o alienante direto for insolvente.Ressalte-se que esta possibilidade de denunciao exclusiva das hipteses de evico.

Diferenas entre chamamento ao processo e denunciao da lide

Podem ser enumeradas as seguintes diferenas entre o chamamento ao processo e a nomeao autoria que, primeira vista, podem parecer semelhantes:a) O chamamento ao processo s poder ser promovido pelo ru enquanto que a denunciao da lide poder ser feita tanto pelo ru quanto pelo autor;b) Para que haja chamamento ao processo h uma relao jurdica entre os chamados e o autor, nos processos em que cabe denunciao, no h relao jurdica entre o denunciado e o adversrio do denunciante;c) O chamado poderia ter sido parte na demanda e no o foi por uma opo do autor (litisconsrcio facultativo), enquanto que o denunciado nunca poderia ter sido parte;d) O chamado poderia ser admitido no processo como assistente litisconsorcial, porque tem direito prprio envolvido enquanto que o denunciado poderia ser admitido como assistente simples por ter interesse jurdico em que a causa seja decidida em favor do denunciate.

INTERVENO DE TERCEIROS NO NOVO CPC

O novo Cdigo de Processo Civil, que entrar em vigor em 2016, trouxe algumas alteraes em relao ao atual acerca da interveno de terceiros, sendo as mais significativas: a criao do incidente de desconsiderao da personalidade jurdica; a previso expressa da participao doamicus curiae e; a excluso da nomeao autoria e da oposio.Com a excluso da nomeao autoria, caber ao ru, ao alegar sua ilegitimidade na contestao, indicar o sujeito passivo da relao jurdica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuzos decorrentes da falta de indicao, conforme preveem os arts. 338 e 339 do novo cdigo. Quanto oposio, ela foi extinta apenas como interveno de terceiro, mantendo-se a oposio autnoma.

QUESTES COMENTADAS

1- (FCC 2015 TJ/RR Juiz substituto) Joo Costa administrador da fazenda de propriedade de Dorival Nunes. O proprietrio da fazenda vizinha, considerando ter sido esbulhado em sua posse, prope ao reintegratria contra Joo Costa, e no contra Dorival Nunes. Em razo disso, Joo Costa dever, em relao a Dorival Nunes,

a) denunci-lo da lide. b) nome-lo autoria. c) cham-lo ao processo. d) pleitear que ele seja admitido como litisconsorte necessrio. e) requerer seu ingresso no processo como assistente litisconsorcial.

Gabarito: BComentrio: O caso apresentado o exemplo clssico de nomeao autoria, uma vez que Joo Costa foi demandado em nome prprio por coisa alheia (art. 62, CPC), devendo, portanto, nomear autoria o proprietrio Dorival Nunes.

2- (CESPE 2015 - TRF - 5 REGIO Juiz federal substituto) No que se refere ao litisconsrcio e s modalidades de interveno de terceiros, assinale a opo correta.

a) Se credores solidrios ajuizarem conjuntamente ao contra um mesmo devedor, para cobrana de dvida divisvel, o litisconsrcio formado ser unitrio. b) A oposio interventiva deve ser distribuda por dependncia ao juzo da ao principal, enquanto a oposio autnoma tem distribuio aleatria. c) A lei que instituiu os juizados especiais cveis e criminais no mbito da justia federal probe expressamente a formao de litisconsrcio em processos de sua competncia. d) O consentimento do autor, necessrio para o deferimento da nomeao autoria, pode ser tcito. e) Consoante entendimento sumulado do STF, havendo litisconsrcio, conta-se em dobro o prazo para recurso, ainda que a sucumbncia atinja apenas um dos litisconsortes.

Gabarito: DComentrio: O art. 68, I, do CPC interpreta o silncio do autor como consentimento tcito: art. 68. Presume-se aceita a nomeao se: I - o autor nada requereu, no prazo em que, a seu respeito, Ihe competia manifestar-se.Parte inferior do formulrio

3- (FCC 2015- TCM-GO Procurador do Ministrio Pblico de Contas) No que tange s modalidades de interveno de terceiros,

a) o chamamento ao processo d-se na nica hiptese em que o ru fiador trouxer aos autos o devedor principal, para responder solidariamente aos termos da ao. b) ocorrendo a interveno de terceiros, ser necessria a prolao de duas sentenas, uma julgando a lide principal, outra julgando a situao jurdica acessria que envolve o terceiro. c) aquele que foi demandado e considere no ser o titular do direito controvertido, dever utilizar-se da oposio para trazer aos autos a parte legtima no polo passivo. d) d-se a nomeao autoria quando aquele que detiver a coisa em nome prprio, sendo-lhe demandada em nome alheio, trouxer ao processo a parte indigitada. e) uma das hipteses de denunciao da lide a do proprietrio ou possuidor indireto quando, por fora de obrigao ou direito, em casos como o do usufruturio, do credor pignoratcio, do locatrio, o ru, citado em nome prprio, exera a posse direta da coisa demandadaParte superior do formulrioGabarito: EComentrio: O Art. 70, II, prev expressamente esta hiptese: Art. 70 A denunciao da lide obrigatria: (...) II - ao proprietrio ou ao possuidor indireto quando, por fora de obrigao ou direito, em casos como o do usufruturio, do credor pignoratcio, do locatrio, o ru, citado em nome prprio, exera a posse direta da coisa demandada.Parte inferior do formulrio

4- (CESPE 2015 DPE-PE Defensor pblico) Acerca das intervenes de terceiros, da competncia e das modalidades de respostas do ru, julgue o item a seguir.

O assistente simples pode adotar posio contrria do assistido: por exemplo, se o assistido formular pedido de desistncia da ao, poder o assistente opor-se a tal requerimento.Parte superior do formulrio

( ) Certo ( ) Errado)

Gabarito: ErradoComentrio: Conforme lecionam Nelson Nery e Rosa Maria Nery: A atuao do assistente simples subordinada do assistido,no pode praticar atos processuais que contrariem a vontade do assistido (in: NERY JR, Nelson; NERY, Rosa Maria. Cdigo de Processo Civil Comentado. 7 ed. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. p. 423)

5- (VUNESP 2014 SP-Urbanismo Analista administrativo) Assinale a alternativa correta sobre as espcies da chamada Interveno de Terceiros.

a) Caber o manejo da oposio quando algum pretender, no todo ou em parte, a coisa ou direito sobre que controvertem autor e ru, at ser proferida a sentena.b) admissvel a oposio ao devedor na ao em que o fiador for ru.c) Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome prprio, poder denunciar a lide ao proprietrio e ao possuidor.d) O juiz poder julgar, em momentos processuais distintos, a ao e a oposio.e) A nomeao autoria obrigatria quele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ao regressiva, o prejuzo do que perder a demanda.

Gabarito: AComentrio: Conforme dispe o art. 56 do CPC: Art. 56. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e ru, poder, at ser proferida a sentena, oferecer oposio contra ambos.

6- (FJG-Rio 2014 Prefeitura de Rio de Janeiro/RJ Advogado) O instrumento processual que permite incluir na lide aquele que estiver obrigado pela lei a indenizar o ru em ao regressiva denomina-se:

a) nomeao autoria b) denunciao da lide c) assistncia litisconsorcial d) chamamento ao processo

Gabarito: BComentrio: Conforme dispe o art. 70, III, do CPC: "Art. 70. A denunciao da lide obrigatria: (...) III - quele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ao regressiva, o prejuzo do que perder a demanda."

7- (FGV 2014 DPE-DF Analista Assistncia judiciria) A modalidade de interveno de terceiros que se presta a assegurar a efetivao do direito de regresso em favor da parte eventualmente sucumbente no processo :

a) a nomeao autoria. b) a assistncia. c) a denunciao da lide. d) o chamamento ao processo. e) a oposio.Gabarito: CComentrio: Conforme prev o art. 70, III, do CPC: Art. 70. A denunciao da lide obrigatria: (...) III - quele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ao regressiva, o prejuzo do que perder a demanda.

8- (CESPE 2015 TRE-GO Analista Judicirio) Julgue o item a seguir, referentes ao litisconsrcio e interveno de terceiros.

Considere a seguinte situao hipottica.Aps ter adquirido imvel de Roberto, Caio foi citado em ao judicial reivindicatria ajuizada por Pedro, que alegava ser o verdadeiro proprietrio do bem.Nessa situao, para que garanta o direito que a evico do bem venha a trazer, Caio deve trazer Roberto lide mediante o instituto denominado chamamento ao processo.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: ErradoComentrio: Conforme prev o art. 456 do Cdigo Civil:

Cdigo Civil - art. 456.Para poder exercitar o direito que da evico lhe resulta, o adquirente notificar do litgio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. Pargrafo nico. No atendendo o alienante denunciao da lide, e sendo manifesta a procedncia da evico, pode o adquirente deixar de oferecer contestao, ou usar de recursos. (destaque nosso)

9- (CESPE 2014 TJ-SE Titular de servio de notas e registro) No tocante interveno de terceiros, assinale a opo correta.

a) A nomeao autoria obrigatria ao alienante, na ao em que terceiro reivindica a coisa cujo domnio foi transferido parte, a fim de que esta possa exercer o direito que lhe resulta da evio.b) Tratando-se de oposio, ao prejudicial proposta por terceiro que se julga titular do bem ou direito disputado em juzo, o prazo para a resposta ser duplicado, pois os opoentes tm procuradores diferentes e so litisconsortes na oposio.c) Denomina-se oposio autnoma a oferecida antes do incio da audincia de instruo e julgamento. d) Se a parte demandada nomear a autoria, haver suspenso do prazo de resposta. e) Conforme a doutrina majoritria, admite-se a denunciao da lide per saltum, ou seja, de qualquer um que tenha participado da cadeia de transmisso do bem

Gabarito: EComentrio: o art. 456 do Cdigo Civil permite a denunciao por saltos ao autorizar que o alienante prefira dirigi-la no a pessoa de quem comprou, mas aos anteriores.

10- (MPE-SC 2104 MPE-SC Promotor de Justia) Estabelece o Cdigo de Processo Civil que feita a denunciao da lide pelo ru, se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuda, cumprir ao denunciante prosseguir na defesa at final. E ainda, feita a denunciao pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumir a posio de litisconsorte do denunciante e poder aditar a petio inicial.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: CertoComentrio: conforme preveem os arts. 74 e 75, II, do CPC:

Art. 74. Feita a denunciao pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumir a posio de litisconsorte do denunciante e poder aditar a petio inicial, procedendo-se em seguida citao do ru.Art. 75. Feita a denunciao pelo ru:(...)II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuda, cumprir ao denunciante prosseguir na defesa at final;

11- (FCC 2006 BACEN - Procurador) Verifica-se a assistncia litisconsorcial quando

a) o assistido for absoluta ou relativamente incapaz. b) o pedido de assistncia no for impugnado pelo assistido, nem pelo adversrio deste. c) o interesse do assistente for meramente de fato e no jurdico. d) a ao for meramente declaratria. e) a sentena houver de influir na relao entre o assistente e o adversrio do assistido.

Gabarito: EComentrio: Conforme prev o art. 54 do CPC, considera-se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que a sentena houver de influir na relao jurdica entre ele e o adversrio do assistido.

12- (CESPE 2009 DPE-ES Defensor pblico) Na assistncia simples ou adesiva, o interesse do assistente no vinculado diretamente ao litgio. A atuao desse assistente meramente complementar atuao do assistido. Todavia, se o assistido for revel, o assistente ser considerado gestor de negcios.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: CertoComentrio: O art. 52 do CPC prev que: Art. 52 do CPC. O assistente atuar como auxiliar da parte principal, exercer os mesmos poderes e sujeitar-se- aos mesmos nus processuais que o assistido. Pargrafo nico. Sendo revel o assistido, o assistente ser considerado seu gestor de negcios.

13- (FCC 2009 TRE-PI Analista judicirio) Sobre a interveno de terceiros, de acordo com o Cdigo de Processo Civil, certo que

a) cabendo ao juiz decidir simultaneamente a oposio e a ao, desta conhecer em primeiro lugar. b) a oposio poder ser oferecida contra o autor e o ru at o trnsito em julgado da lide. c) a citao do denunciado no caso de denunciao da lide ser requerida no prazo para contestao pelo ru, no sendo cabvel a denunciao da lide pelo autor. d) o ru dever requerer a nomeao autoria no prazo para defesa e, no caso de deferimento do pedido, o juiz suspender o processo e mandar ouvir o autor no prazo de cinco dias. e) na hiptese de nomeao autoria, quando o nomeado negar a qualidade que lhe atribuda o processo continuar contra o nomeante em litisconsrcio passivo com o nomeado.

Gabarito: DComentrio: O art. 64 do CPC prescreve que: Art. 64. Em ambos os casos, o ru requerer a nomeao no prazo para a defesa; o juiz, ao deferir o pedido, suspender o processo e mandar ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) dias.

14- (FCC 2010 TCE-RO Procurador) Em tema de interveno de terceiros, correto afirmar que so modalidades interventivas que provocam uma ampliao do objeto litigioso do processo,

a) o chamamento ao processo e a nomeao autoria. b) a denunciao da lide e a assistncia. c) a oposio e a denunciao da lide. d) a assistncia e a nomeao autoria. e) o chamamento ao processo e a assistncia.

Gabarito: CComentrio: A oposio e a denunciao da lide, ao deduzirem nova pretenso -o processo passa a ter um novo objeto, um novo pedido - ampliam o objeto litigioso dele.

15 (FCC 2010 - TRT-9 Regio Analista judicirio) Quando o credor exigir de um ou de alguns dos devedores solidrios, parcial ou totalmente, a dvida comum,

a) admissvel a nomeao autoria dos demais devedores solidrios. b) obrigatria a nomeao autoria dos demais devedores solidrios. c) admissvel a denunciao da lide a qualquer dos devedores solidrios. d) admissvel o chamamento ao processo de todos os devedores solidrios. e) obrigatria a denunciao da lide aos demais devedores solidrios.Gabarito: DComentrio: O Chamamento ao processo aplica-se a trs situaes disciplinadas pelo CPC no seu artigo 77. Tratam-se, basicamente, de trs situaes, quais sejam: I) Quando o fiador ru, admissvel o chamamento ao processo do devedor; II) Quando houver vrios fiadores e apenas um deles for citado, os demais podero ser chamados ao processo; III) Quando houver uma dvida solidria e apenas um (ou alguns) dos devedores solidrios for demandado. Os demais, que no o foram, podero ser chamados ao processo.

16- (CESPE 2011 TJ-ES Analista Judicirio) Nos termos do Cdigo de Processo Civil, no obrigatria a denunciao da lide ao alienante pelo comprador evicto.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: ErradoComentrio: Conforme prev o art. 70, I, do CPC, obrigatria a denunciao nesta hiptese: Art.70.A denunciao da lide obrigatria: I-ao alienante, na ao em que terceiro reivindica a coisa, cujo domnio foi transferido parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evico Ihe resulta.

17 (CESGRANRIO 2012 EPE - Advogado) Mrio ru em ao de despejo proposta por Ester por falta de pagamento de alugueres, decorrente de contrato imobilirio. Tiago, por sua vez, sublocatrio consentido por expressa clusula contratual. Caso Tiago queira ingressar no processo originrio da ao proposta por Ester, ele dever assumir a posio processual de

a) litisconsorte b) assistente c) opoente d) denunciado e) chamado

Gabarito: BComentrio: Como Tiago no titular do direito, mas tem apenas interesse jurdico no resultado do processo deveringressar como assistente: Art. 50. Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que tiver interesse jurdico em que a sentena seja favorvel a uma delas, poder intervir no processo para assisti-la.

18 (FCC 2013 TRT 9 Regio Analista judicirio) Das modalidades seguintes, no se caracteriza como interveno de terceiro:

a) o chamamento ao processo. b) a nomeao autoria. c) a oposio. d) o litisconsrcio. e) a denunciao lide.

Gabarito: DComentrio: litisconsrcio apluralidade de parteslitigando no processo, isto , quando houver a cumulao de vrios sujeitos, enquanto que nas intervenes de terceiro,os terceiros que intervmno so partes na relao processual originria.

19- (FCC 2013 TRT 18 Regio Analista judicirio) O assistente simples

a) aquele que possui interesse exclusivamente econmico. b) no pode obstar que o assistido desista da ao. c) pode requerer nova instruo probatria, ao receber o processo. d) no est sujeito aos nus processuais. e) pode pedir seu ingresso no feito apenas no primeiro grau de jurisdio.

Gabarito: BComentrio: Conforme previso expressa do art. 53 do CPC: Art. 53. A assistncia no obsta a que a parte principal reconhea a procedncia do pedido, desista da ao ou transija sobre direitos controvertidos; casos em que, terminando o processo, cessa a interveno do assistente.