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PEAutismo - SAAC Seminário 25 Fevereiro 2012 Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado

Intervenção helena

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Page 1: Intervenção helena

PEAutismo - SAAC

Seminário

25 Fevereiro 2012

Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado

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Conceito

A palavra autismo provém de termos gregos: “autos” que significa “o próprio”, acrescido do sufixo “ismo” que remete para uma ideia de orientação ou estado de alguém que apresenta tendência para o alheamento da realidade exterior, a par de uma atitude de permanente concentração em si próprio” (Pereira, 2005: 9).

Autismo

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“Desde 1938, têm chegado à nossa atenção um número de crianças cuja condição difere tão marcada e unicamente de qualquer coisa referida até hoje, que cada caso merece – e eu espero que eventualmente receba – uma consideração detalhada das suas particularidades” … “Estas características formam uma “síndrome” única e rara, apesar de, provavelmente, ser mais frequente do que é visível na escassez dos casos observados” (Kanner, L. , 1943: 217-250) – Revista Nervous Child, In Pereira e Serra (2005).

Perspectiva de Leo Kanner (1943)

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Um profundo afastamento autista Um desejo autista pela conservação da

semelhança Uma boa capacidade de memorização

mecânica Expressão inteligente e ausente Mutismo ou linguagem sem intenção

comunicativa efectiva Hipersensibilidade aos estímulos Relação estranha e obsessiva com objectos http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php

Características identificadas por Leo Kanner (1943)

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A partir de estudos posteriores, acrescentou :

Ecolália, "fala de papagaio“ Linguagem extremamente literal Uso estranho da negativa Inversão pronominal Outras perturbações da linguagem

Características identificadas por Leo Kanner (1946)

http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php

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Autismo infantil precoce

Perturbação autística

Perturbação do Espetro do

Autismo

Evolução do conceito

PEA

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A partir dos anos 60, a investigação científica, baseada sobretudo em estudos de casos de gémeos e nas doenças genéticas a que pode estar associado o autismo (x-frágil, esclerose tuberosa, fenilcetonúria, neurofibromatose, diversas anomalias cromossómicas) mostrou a existência de um factor genético multifatorial e de diversas causas orgânicas relacionadas com a sua origem.

Estas causas são diversas e reflectem a diversidade das pessoas com autismo

http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php

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Parece haver genes candidatos, ou seja uma predisposição para o autismo o que explica a incidência de casos de autismo nos filhos de um mesmo casal.

É possível existirem factores hereditários com uma contribuição genética complexa e multidimensional.

http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php

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Perturbação do Espetro do Autismo

O quadro etiológico não se encontra determinado, mas são apontadas causas multifatoriais

Imunulógicas

Genéticas

Ambientais

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Desde os anos 70 o Autismo deixou de ser enquadrado enquanto “psicose” infantil (Rutter, 1972), passando a ser descrito no âmbito das perturbações contínuas e gerais descritas na literatura como “perturbações globais (pervasivas) do desenvolvimento” (Pereira e Serra, 2005: 15)

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PERTURBAÇÃO GLOBAL (PERVASIVA) DO DESENVOLVIMENTO

Pervasivo - "aquilo que se infiltra num sistema, que penetra/invade e persiste de forma indesejada;

que acomete um sistema ou grupo“

«ubíquo, universal»

(Dicionário Online)

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Alguns factores pré natais (ex. rubéola materna, hipertiroidismo) e peri natais (ex. prematuridade, baixo peso ao nascer, infecções graves neonatais, traumatismo de parto) podem ter grande influência no aparecimento das perturbações do espectro do autismo.

Há uma grande incidência de epilepsia na população autista (26% - 47%) enquanto na população em geral a incidência é de cerca de 0,5%.

http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php

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“Não há ligação causal entre atitudes e acções dos pais e o aparecimento das perturbações do espectro autista”. “As pessoas com autismo podem nascer em qualquer país ou cultura e o autismo é independente da raça, da classe social ou da educação parental”.

http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php

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“De acordo com estudos feitos por pesquisadores da Dinamarca em conjunto com a Universidade de Cambridge, as crianças geradas por pais acima de 35 anos tem maiores chances de serem autistas”. As informações são do Daily Mail.

http://www.jcorreio.com.br/index/noticias/id-2312/idade_dos_pais_pode_contribuir_para_o_autismo Mato Grosso, 12 de Fevereiro de 2012 - 13:01:21

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Outras revelações do estudo feito em parceria com a Universidade de Cambridge mostram que o risco de autismo é maior quando a mãe é mais velha (65%) em comparação a um pai velho (44%) e também sugerem que outros motivos, como infecções, medicação ou tratamento de fertilidade também devem ser considerados.

http://www.jcorreio.com.br/index/noticias/id-2312/idade_dos_pais_pode_contribuir_para_o_autismo Mato Grosso, 12 de Fevereiro de 2012 - 13:01:21

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A instituição NHS Information Centre - mostrou que enquanto um em cada 50 homens carregam informações genéticas que podem causar o problema, uma em cada 300 mulheres apresentam a mesma condição.

http://www.jcorreio.com.br/index/noticias/id-2312/idade_dos_pais_pode_contribuir_para_o_autismo Mato Grosso, 12 de Fevereiro de 2012 - 13:01:21

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No entanto, representantes da National Autistic Society, falaram que "sabemos pouco das causas biológicas que dão origem ao autismo para afirmar que a idade dos pais é um fator determinante para desenvolver o problema".

http://www.jcorreio.com.br/index/noticias/id-2312/idade_dos_pais_pode_contribuir_para_o_autismo Mato Grosso, 12 de Fevereiro de 2012 - 13:01:21

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Disfunções sociais

Perturbações na comunicação e no jogo imaginativo

Interesses e actividades restritas

e repetitivas

Características

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Comunicação verbal e não verbal

Variedade de

interesses e

comportamentos

Limitações nas

relações sociais

Trídade funciona

l

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Diagnóstico

Dias 36meses …

As manifestações têm que estar presentes desde o nascimento até aos três anos (aproximadamente) persistindo e evoluindo de formas diferentes, ao longo da vida (Pereira e Serra, 2005).

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Contudo, há relatos de casos em que os familiares apontam um desenvolvimento “normal” nos primeiros meses de vida.

Diagnóstico

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Para diagnosticar o autismo é necessário diferenciá-lo de outras perturbações (globais) do desenvolvimento:

5 Diagnósticos possíveis:

Perturbação autística Perturbação de Asperger Perturbação de Rett Perturbação desintegrativa da 2ª infância Perturbação global do desenvolvimento sem

outra especificação

Perturbações Globais do Desenvolvimento /PEA (DSM-IV-TR, 2000)

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Page 23: Intervenção helena

Há mais rapazes do que raparigas com autismo. A sua proporção é de 4 a 5 para 1.

http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php

PREVALÊNCIA

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Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR

para Perturbação Autística

Abordagem de Ozonoff, Rogers e Hendren (2003)

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DÉFICES DA INTERAÇÃO SOCIAL RECÍPROCA

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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1 a) Dificuldade em usar comportamentos não verbais para regular a interação social

Exemplos:Dificuldades em olhar os outros nos olhosReduzido uso de gestos enquanto falaExpressões faciais reduzidas ou invulgaresDificuldade em saber quão próximo dos

outros se deve manterEntoação ou qualidade da voz invulgares

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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1 b) Incapacidade para desenvolver relações com os companheiros adequadas à idade

Exemplos:Poucos ou nenhuns amigosRelações apenas com pessoas muito mais

velhas ou mais jovens do que a criança ou com membros da família

Relacionamentos baseados primariamente em interesses especiais

Dificuldade em interagir em grupos e em respeitar regras de jogos em equipa

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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1 c) Reduzida tendência para partilhar prazeres, objetivos ou interesses com os outros

Exemplos:Aprecia as suas actividades favoritas,

programas televisivos e brinquedos sozinho, sem tentar envolver outras pessoas

Não tenta chamar a atenção dos outros para as atividades, interesses, objetivos

Reduzido interesse ou reação a manifestações de agrado

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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1 d) Ausência de reciprocidade social ou emocional

Exemplos:Não responde aos outros; “parece surdo”Não se mostra consciente dos outros;

“ausenta-se” da sua existênciaNão se apercebe de quando os outros

estão tristes ou perturbados; não oferece consolo

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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DÉFICES DE COMUNICAÇÃO

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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2 a) Atraso ou ausência total do desenvolvimento da linguagem

Exemplos:Não usa palavras para comunicar aos 2

anos de idadeNão profere frases simples (ex: “mais

leite”) aos 3 anosDepois do discurso se desenvolver, a

gramática é imatura ou dá erros repetidos

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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2 b) Dificuldade para manter uma conversação

Exemplos:Dificuldade em saber quando iniciar, continuar

e/ou terminar uma conversaçãoReduzida variação; pode falar sem parar num

monólogoIncapacidade para responder às observações

dos outros; responde apenas a perguntas diretas

Dificuldade em conversar sobre assuntos que não sejam de especial interesse

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

Page 33: Intervenção helena

2 c) Linguagem invulgar ou repetitivaExemplos:

Repete aquilo que os outros lhe dizem (ecolália)Repete palavras a partir de vídeos, livros ou

anúncios publicitários em alturas inapropriadas ou fora do contexto

Usa palavras ou frases criadas por si ou que têm significado apenas para si

Estilo de discurso claramente formal, eloquente ou pedante (parece “um pequeno professor”)

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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2 d) Brincadeiras que não são adequadas ao nível de desenvolvimento

Exemplos:Reduzidos jogos imitativos com brinquedosRaramente finge que um objeto é outra coisa

(ex: uma banana é um telefone)Prefere usar os brinquedos de forma concreta

(ex: alinhar ou empilhar peças, lápis, canetas… dispor mobílias de bonecas …) em vez de brincar com elas

Reduzido interesse por jogos sociais (ex: apanhada…)

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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COMPORTAMENTOS, INTERESSES OU

ATIVIDADES RESTRITOS E REPETITIVOS

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

Page 36: Intervenção helena

3 a) interesses cujo objectivo é limitado, claramente intenso e/ou invulgar

Exemplos:Preocupação muito forte por determinados assuntos

com exclusão de outrosDificuldade em abandonar determinados assuntos ou

actividades Interferência com outras atividades (ex: atrasa-se

para refeições ou higiene pessoal devido à preocupação com as atividades)

Interesse por assuntos invulgares (sistemas antifogo, classificação de filmes, astrofísica, códigos de emissores radiofónicos…)

Excelente memória para pormenores e interesses especiais

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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3 b) Insistência intransigente em estereótipos em seguir rotinas habituais

Exemplos:Quer realizar certas atividades de forma exata (ex:

fechar as portas dos automóveis segundo uma ordem determinada)

Facilmente perturbado por alterações mínimas da rotina (ex: percorrer um caminho diferente da escola para casa)

Necessidade de ser avisado antecipadamente de quaisquer alterações

Fica altamente ansioso e preocupado se as rotinas ou rituais não forem respeitados

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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3 c) Maneirismos motores repetitivosExemplos:

Abana as mãos quando está excitado ou preocupado

Estala os dedos em frente aos olhosPosturas bizarras com as mãos ou

outros movimentos com elasRoda e balança o corpo durante longos

períodosCaminha e/ou corre nas pontas dos pés

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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3 d) Preocupação com partes de objetosExemplos:

Usa os objetos de formas não pretendidas (ex: faz mover os olhos das bonecas, abre e fecha repetidamente as portas de um automóvel de brincar…)

Interesse pelas qualidades sensoriais dos objetos (ex: cheirar objetos ou olhar para eles de muito perto…)

Gosta de objetos que se movem (ex: rodas que giram…) e de ver água a correr…

Ligação a objetos invulgares (ex: cordéis, electrodomésticos…)

Critérios de diagnóstico do DSM-IV-TR para Perturbação Autística

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Psiquiatra e médica inglesa, nascida a 7 de outubro de 1928, como resultado de ter uma filha autista, procedeu a investigações sobre os transtornos do comportamento, particularmente sobre os relacionados com o espetro do autismo.

Em 1962 iniciou, com outros pais, a NAS (National Autistic Society)

Lorna Wing

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Page 41: Intervenção helena

Identificou a tríade de Wing (dimensões alteradas no contínuo autista): transtorno da reciprocidade social, transtorno da comunicação verbal e não verbal e ausência de capacidade simbólica e conduta imaginativa.

Posteriormente acrescentou os padrões repetitivos de actividade e interesses.

Lorna Wing

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É autora de muitos livros e documentação académica, incluindo Asperger's Syndrome: a Clinical Account, um texto de referência de 1981, que popularizou as investigações de Hans Asperger e introduziu o termo Síndrome de Asperger.

É autora do Autism Spectrum Screening Questionnaire (ASSQ), um questionário para o diagnóstico de transtornos do espetro autista em crianças dos 7 aos 16 anos.

Lorna Wing

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PEA – Síndrome de Asperger (S.A.)

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Define o autismo como “psicopatia autística”.

Descreve que as crianças observadas “têm em comum uma perturbação básica que se manifesta de uma maneira muito característica em todos os fenómenos expressivos e comportamentais. Esta perturbação resulta em consideráveis dificuldades, típicas de integração social. Em muitos casos, esta dificuldade é compensada por uma originalidade particular do pensamento e da experiência, que pode resultar em desempenhos posteriores excecionais na vida futura”.

(Asperger, 1944, citado por Frith, 1989: 9).

Asperger (1944)

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Page 45: Intervenção helena

“Desde 1938, têm chegado à nossa atenção um número de crianças cuja condição difere tão marcada e unicamente de qualquer coisa referida até hoje, que cada caso merece – e eu espero que eventualmente receba – uma consideração detalhada das suas particularidades” … “Estas características formam uma “síndrome” única e rara, apesar de, provavelmente, ser mais frequente do que é visível na escassez dos casos observados”

(Kanner, L. , 1943: 217-250) – Revista Nervous Child. In

Pereira e Serra (2005).

Perspectiva de Hans Asperger (1943)

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“As pessoas com S. A. manifestam problemas na interacção social, na comunicação e falta de flexibilidade de pensamento, podendo assim ter uma imaginação pobre, interesses muito intensos ou limitados e muito apego às rotinas”. E fraco sentido de humor.

“Para se poder fazer um diagnóstico, é necessário encontrar diferentes tipos e graus de incapacidade em cada uma destas três áreas”.

 Síndrome de Asperger GUIA PARA PROFESSORES - Traduzido e adaptado por APSA Norte (2007: 5)

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Page 47: Intervenção helena

“Ao contrário das pessoas com autismo, as que padecem da S. A. têm menos problemas com o desenvolvimento da linguagem e são menos propensas a ter dificuldades adicionais de aprendizagem”.

“A base psicológica do Autismo e da Síndrome de Asperger, não é muito clara”.adequado

 Síndrome de Asperger GUIA PARA PROFESSORES - Traduzido e adaptado por APSA Norte (2007: 5)

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A aprendizagemVaria de indivíduo para indivíduo

A comunicação recetiva parece ser (muito) superior à expressiva

A memória geralmente é (muito) boa mas a articulação entre os conhecimentos é (muito) fraca

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As crianças com Síndrome de Asperger têm uma inteligência normal, mas escassa interação social e expressão emocional.

É-lhes difícil interpretar as expressões faciais e estabelecer relações com os seus companheiros (apropriadas para a idade).

http://www.aboutourkids.org/files/articles/spanish_parent_letter_jan_05.pdf

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Page 50: Intervenção helena

Não seguem os padrões de desenvolvimento da fala e a entoação ao falar é monocórdica. Manifestam obsessão por temas pouco usuais e têm condutas repetitivas.

Têm dificuldade em corresponder às exigências sociais, escolares e de trabalho.

http://www.aboutourkids.org/files/articles/spanish_parent_letter_jan_05.pdf

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Page 51: Intervenção helena

A S. A. afeta aproximadamente 2 em cada 10 000 pessoas. É menos prevalente que o autismo, pois este afeta mais ou menos 10 em cada 10 000 pessoas.

Devido à sua inteligência, relativamente normal, e à sua linguagem, aparentemente adequada para a idade, costumam identificar-se mais tarde do que os afectados por autismo.

http://www.aboutourkids.org/files/articles/spanish_parent_letter_jan_05.pdf

Prevalência

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Page 52: Intervenção helena

DSM-5 (Publicação prevista para Maio de 2013)

© 2012 American Psychiatric Association

Prevê-se que apresente mais restrições de diagnóstico das

PEAPúblico.pt - 20 Jan 2012

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Page 53: Intervenção helena

“O autismo (…) passou de uma doença quase desconhecida a um “surto” de diagnósticos. Motivo que está a levar a Associação Americana de Psiquiatria a reformular a definição de autismo e de outras patologias do mesmo espectro. A mudança deverá traduzir-se numa redução do número de diagnósticos – o que segundo os especialistas pode ser um passo positivo (…)”

http://www.publico.pt/Sociedade/definicao-de-autismo-esta-a-ser-revista-e-podera-reduzir-numero-de-diagnosticos-1530002 20.01.2012 - 16:37, por Romana Borja-Santos

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Podem estar afetadas respostas adaptativas:

Somatomotoras (motricidade grossa/fina) Controlo motor Organização do comportamento Autoregulação Motivação intrínseca Desenvolvimento cognitivo Interação social Desenvolvimento emocional (flexibilidade,

estabilidade)

Perspectiva de Roley e Fairbush (2006)

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Page 55: Intervenção helena

Verificam-se, em grau ligeiro a grave, dificuldades na integração das sensações provindas do próprio corpo e do ambiente envolvente.

Essas dificuldades afectam, em menor ou maior grau, a sua capacidade de efetivar, espontaneamente, respostas adaptativas aos diversos contextos e momentos.

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As dispraxias são comuns nas pessoas com autismo

Dificultam:

A ideação (ideia do que fazer com materiais, actividades e lugares novos)

A imitação A iniciação A integração e uso do tempo - sequenciação O planeamento motor das ações A execução das tarefas

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Page 57: Intervenção helena

Estratégias úteis:

Analisar jogos Imitar gestos e posturas Realizar jogos de sequenciação Copiar desenhos Desenhar a figura humana Realizar jogos de construção Trabalhar a representação de objectos e

atribuir-lhes as respectivas funções Trabalhar a criatividade a partir de

objectos concretos Helena Sousa - Hermínia Martins - Fernando Machado

Page 58: Intervenção helena

Os aspectos mais afectados pelas dispraxias revelam que:

A inibição motora se encontra aparentemente intacta (Ozonoff e Strayer, 1997).

Podem existir problemas com a sequenciação ou antecipação de como se mover (Hughes, 1998; Rinehart et al., 2001).

Os problemas de imitação podem revelar-se na imitação de esquemas corporais, mais do que na imitação da utilização de objectos.

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Os problemas nas praxias orais podem prevalecer (Adams, 1998; Page e Boucher, 1998; Rogers et al., 2003).

O desenvolvimento de competências de imitação é essencial para a intersubjectividade, a comunicação e a interação social.

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Page 60: Intervenção helena

As dispraxias dificultam:

Brincar/jogar com os pares. Seguir instruções/direções. Ficar à espera (da ação/acontecimento

seguinte). Manter-se sentado. Preparar-se para dormir. Controlar os esfíncteres (durante o sono).

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Page 61: Intervenção helena

As dispraxias também dificultam:

Realizar o planeamento motor em função de pistas auditivas (comando verbal) que implicam uma sequência de ações.

Antecipar eventos futuros e situá-los no tempo.

Imitar. Compreender a natureza de um jogo de

modo a fazer ajustes apropriados às mudanças (ex. gincana).

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Page 62: Intervenção helena

http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php Capucha, L. (Dir.). (2008b). Unidades de ensino estruturado

para alunos com perturbações do espectro do autismo. Lisboa: Ministério da Educação – DGIDC.

Delaney, T. (2010). 101 Games and activities for children with autism, Asperger´s, and sensory processing disorder. New York: McGraw-Hill.

Lobo, M. C., Correia, M. C. & São Miguel, T. (2007). Perturbações do Espectro do Autismo e Modelo de Ensino Estruturado. Lisboa: Ministério da Educação.

Ozonoff, S., Rogers, S. J. & Hendren, R. L. (2003). Perturbações do espectro do autismo – Perspectivas da investigação actual. Lisboa. Climepsi Editores.

Referências

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Page 63: Intervenção helena

Pedrosa, S. (2006). As quatro componentes principais do ensino estruturado. O autismo na escola para todos - Estratégias para a inclusão na escola. Folha Informativa Periódica, Outubro de 2004. Federação Portuguesa de Autismo.

Pereira, M. C. & Serra, H. (2005). Autismo – A família e a escola face ao autismo. Autismo – Uma perturbação pervasiva do desenvolvimento. Vila Nova de Gaia: Gailivro.

http://1.bp.blogspot.com/_IAKlGJLq6s0/TMeKpidANfI/AAAAAAAAAD8/dYotjaVvZLc/s1600/interroga%C3%A7%C3%A3o.jpg

http://1.bp.blogspot.com/_sI9FbLLGYJM/TGcxsNZXC-I/AAAAAAAAADE/2ufldLz0A34/s1600/interrogacao.jpg

Referências

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