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INTERVENÇÕES MODERNISTAS EM EDIFÍCIOS E SÍTIOS HISTÓRICOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UnUCET – Anápolis Faculdade de Arquitetura e Urbanismo TCTH 1 – Maíra Teixeira Daniela José da Silva
JUSTIFICATIVA
Percorrer o século XX e conhecer o legado deixado pela arquitetura e urbanismo modernistas no já existente legado histórico de épocas anteriores. Este é o objetivo desta cronologia que se inicia na década de 30 por acreditar que neste momento o modernismo encontra-se mundialmente difundido e tem seu fim na década de 90. Esta última data determinada pelo fato de no Brasil ainda se produzir uma arquitetura com características modernistas.
Como o título sugere farei uma passagem através de intervenções realizadas pelos modernistas e essa escolha faz com que as obras realizadas na Europa do pós-guerra não sejam aqui elencadas na proporção em que foram executadas, pois acredito que em virtude da destruição causada pela guerra as obras neste caso possuem muito mais um caráter de reconstrução que de intervenção.
Através de um julgamento pessoal selecionei alguns exemplos que julgo serem representativos das idéias existentes sobre a relação do modernismo com o patrimônio preexistente. Idéias estas que vão desde a intervenção com materiais e técnicas semelhantes as originais até aquelas que interferem de forma drástica no edifício ou sítio preexistente negando-o veementemente, passando por aqueles que demonstram um diálogo harmonioso entre passado e moderno.
30’s
Pierre Chareau. Maison de Verre. Paris-FRA
1931
1938
Lúcio Costa. Museu das Missões. São Miguel das Missões-RS
Contexto Histórico
1930
Prestes Maia. Anhangabaú. São Paulo-SP
Em 1931 surge a primeira carta patrimonial internacional “Carta do Restauro de Atenas”, durante o I Congresso Internacional de Arquitectos e Técnicos em Monumentos;
Em 1933 é escrita a Carta de Atenas com os preceitos de uma arquitetura baseada numa sociedade fordista;
No Brasil em 1936 é criado, durante o governo Vargas, o SPHAN, atualmente denominado IPHAN.
40’s
1942
Attílio Côrrea Lima. Av. Amaral Peixoto. Niterói-RJ
1945
Lúcio Costa. Largo do Coimbra. Ouro Petro-MG
1941
Alcides da Rocha Miranda. Mercado Municipal de Diamantina.
Diamantina-MG
Contexto Histórico De 1939 a 1945 ocorre a 2ª Guerra Mundial, fato que garante a destruição de muitas cidades e a morte de inúmeras pessoas;
O Estado Novo no Brasil, como é comum aos governos ditatoriais, investe em obras arquitetônicas e urbanísticas monumentais.
2ª Guerra Mundial
50’s
1956 1952
Edvaldo Paiva, Edgar Graef, Demétrio Ribeiro. Plano para Florianópolis. Florianópolis. SC
Alcides da Rocha Miranda. Casa de Celso Rocha
Miranda. Petrópolis-RJ
1957
Gerhard Jobst, Willy kreuer. Reconstrução Hansavierte. Berlim-ALE
1953
Louis Kahn. Galeria de Arte de Yale. New Haven-EUA
1959
Delfim Amorim. Edifício Luciano Costa. Recife-PE
1956
Josef Kaiser, Günter Kunert. Teatro-Cinema Kosmos. Berlim-ALE
1954
Acácio Gil Borsoi. Conjunto Residencial e Praça Professor
Fleming. Recife-PE
Contexto Histórico É a década da revolução científica e do pós-guerra, mesmo dividido o mundo começa a se reerguer apesar da sombra da Guerra Fria;
Os Beatniks e Elvis Presley são algumas das provas de que o comportamento humano está mudando;
Por aqui essa mudança surge ao som de bossa nova e surge também uma nova capital federal, Brasília, que vem consolidar definitivamente o modernismo no Brasil.
60’s
1965 1963 1969
Paulo Ormindo. Edifício Ipê. Salvador. BA
Lina Bo Bardi. Solar do Unhão. Salvador-BA
Gama d’Eça. Projeto para Florianópolis. Florianópolis-SC
1969
Governo municipal. Plano de Bolonha. Bolonha-Itália
1965
Egon Eiermann. Torre Lager Eugen. Bona-ALE
1964
Hermann Henselmann. Alexanderplatz. Berlim-ALE
Contexto Histórico As revoluções culturais e comportamentais surgidas na década de 50 são aqui consolidadas, é o período da contra-cultura, da liberdade e dos Beatles;
Em 1964 a Carta de Veneza traz preceitos fundamentais sobre a questão da preservação patrimonial;
No Brasil, em contra partida ocorre o Golpe Militar em 1964 e o AI 5 em 1968, é o fim da liberdade e o início dos anos de chumbo.
70’s
1977
Lina Bo Bardi. SESC Pompéia. São Paulo-SP
Contexto Histórico A Crise do Petróleo desacelera a economia americana sem perder os embalos de sábado a noite;
O Japão sacode a poeira atômica e começa a se destacar no mercado mundial;
Por aqui, Odorico Paraguaçu e nada se pode dizer do governo militar.
O Modernismo passa a ser passado
80’s
1987 1982 1988
Lina Bo Bardi. Ladeira da Misericórdia e Casa do Bebin.
Salvador-BA Lina Bo Bardi. Casa do Olodum. Salvador-BA
Diógenes Rebouças. Solar Berquó. Salvador-BA
1983
Alcides da Rocha Miranda. Museu do Folclore. Rio de Janeiro-RJ
Contexto Histórico
O mundo deixa a Era industrial e se abre para a Era da informação com uma lágrima do ursinho Misha;
No final da década podemos finalmente ver o que existe do outro lado do muro;
E finalmente os brasileiros podem sair dos porões e “votar pra presidente” e pedir para o Brasil mostrar sua cara.
O Modernismo é passado
90’s
1995 1992
Lina Bo Bardi. Palácio das Industrias. São Paulo-SP
1991
Alcides da Rocha Miranda. Casa dos Romeiros. Kubitschek-MG
Diógenes Rebouças. Paço do Saldanha. Salvador-BA
Diógenes Rebouças. Mosteiro de São Bento.
Salvador-BA
1994
Contexto Histórico
Pintamos nossas caras e finalmente começamos e ter realmente poder econômico.
Intervenções Contemporâneas em edifícios Modernistas
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BIERRENBACH, Ana Carolina de Souza. Os restauros de Lina Bo Bardi: inspirações para a preservação da arquitetura do movimento moderno. In: DOCOMOMO BRASIL, 5., 2003, São Carlos. Anais eletrônicos DOCOMOMO: arquitetura e urbanismo modernos. Disponível em: <http://www.docomomo.org.br/seminario%205%20pdfs/012R.pdf>.
BRITTO, Marcelo. Pressupostos da reabilitação urbana de sítios históricos no contexto brasileiro. In: Seminário Internacional: Reabilitação Urbana de Sítios Históricos. Brasília, dez. 2002.
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FLÔRES, Anelis Rotão. Núcleo da Praça da Alfândega de Porto Alegre: Requalificação e convergência. Dissertação de mestrado. Porto Alegre. UFRGS. 2005.
GIL, Brigite Eunice Duarte. Mobilidade Pedonal No Espaço Público: Caso de Estudo e Aplicação ao Projecto em Sete Rios. Dissertação de mestrado. Lisboa. IST-Universidade Técnica de Lisboa. 2009.
INSTITUTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL/ IPHAN (Brasil). Plano de Preservação. Sítio Histórico Urbano. Termo Geral de Referência. Brasília: IPHAN/ Ministério da Cultura, 2003.
OLIVEIRA, Rogério de Castro. Modernismo intramuros: a maison de verre (1927-1931). Porto Alegre. 2007.
PEREIRA, Juliano Aparecido. Lina Bo Bardi Bahia 1958-1964. Uberlândia. EDUFU.2007.
PEREZ, Vanessa Baggio Franco. SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL NO BRASIL: OS CONFLITOS DE UMA TRAJETÓRIA. Dissertação de mestrado. Belo Horizonte. UFMG. 2009.
PESSÔA, José. (coord.) Lucio Costa: Documentos de trabalho. Rio de Janeiro: IPHAN, 1999. 325 p. (Edições do patrimônio).
SITES:
www.docomomo.org.br
www.vitruvius.com.br
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