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INTOXICAÇÃO POR METANOL EXPERIÊNCIA DE UM CASO CLÍNICO
A ingestão de metanol é rara e potencialmente fatal pelo que é crítico o seu rápido reconhecimento e tratamento precoce
Metanol ácido fórmico acidose metabólica grave com AG
Manifestações: alterações neurológicas; instabilidade hemodinâmica; depressão respiratória; alterações oculares (snow field vision); alterações gastro-intestinais
A prioridade é a inibição precoce da ADH com etanol ou fomepizole
A possibilidade de rebound de metanol pós-diálise obriga a monitorização dos níveis de metanol e prolongamento do antagonista após a hemodiálise
O fomepizole, apesar do elevado custo, oferece vantagens relativamente ao etanol (menos efeitos laterais, mais fácil manuseamento no tratamento), pelo que tem sido o agente preferido de acordo com a literatura
TAKE HOME MESSAGES
Nuno Correia ; Marcio Ferreira ; Paula Dias ; Ana Caló ; Catarina Pinho ; Catarina Faria ; Inês Silva ;
Susana Ferreira ; Eunice Loureiro ; Guiomar Castro ; Carla Silva ; Maria João Silva ; Filipe Conceição ; Luis Lopes
SERVIÇO DE MEDICINA INTERNA; ESTUDANTES - FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
UNIDADE DE CUIDADOS INTERMÉDIOS DO SERVIÇO DE URGÊNCIA. HOSPITAL DE SÃO JOÃO
Director do Serviço de Medicina Interna: Prof. Doutor Paulo Bettencourt; Coordenador da UCISU: Dr. Filipe Conceição [email protected]
Encontrado no domicilio pela mãe em coma, com sinais de vómito, cerca de 1h após ingestão oral voluntária de cerca de 0,5 L de metanol 90%
entubação orotraqueal (ventilação espontânea) + lavagem gástrica
Acidemia metabólica
pH 7,26; AG 18,6 mmol/L
Fluidoterapia agressiva
Etanol 20% por SNG Dose de carga de 350ml + perfusão a 35ml/h
Tiamina 100mg ev
Piridoxina 50mg ev
NaHCO3 perfusão ev
U. C. INTENSIVOS
PLANO
• Hemodiálise contínua + intermitente (3 sessões)
• Fomepizole ev
• Folinato de cálcio
U.C. Intensivos U.P.C. Intermédios Urgência Enfermaria Medicina Interna
HOSPITAL DA ÁREA HOSPITAL CENTRAL
Complicações: Pneumonia e infecção urinária nosocomiais
Extubação OT ao 6º dia
Avaliação oftalmológica sem evidência de lesões
Sem disfunção neurológica ou de outros órgãos
REFERÊNCIAS •Brent J, McMartin K, Phillips S, et al. Fomipazole for the treatment of methanol poisoning. N Engl J Med 2001:344:424-429 •Velez LI, Shepherd G, Lee YC, Keyes DC (September 2007). "Ethylene glycol ingestion treated only with fomepizole". J Med Toxicol 3 (3): 125–8. •Mégarbane B, Borron SW, Baud FJ. Current recommendations for treatment of severe toxic alcohol poisonings. Intensive care medicine. 2005;31:189-95 • Frenia, M. L. and Schauben, J. L. (1993). Methanol inhalation toxicity. Ann Emerg Med 22, 1919-2
INDICAÇÕES PARA INIBIDORES DA ÁLCOOL DESIDROGENASE (ADH)
ETANOL FOMEPIZOLE •Forte evidência de ingestão de metanol •Metanol sérico > 20 mg/dL •Gap osmolar > 10mmol/dL •pH arterial < 7,3 •CO2 sérico < 20 mmol/l
INDICAÇÕES PARA HEMODIÁLISE •Metanol >50 mg/dL •Acidemia severa (pH< 7,3; HCO3<15 mmol/L) • e/ou lesão óptica
PAPEL DO ÁCIDO FOLÍNICO Promoção do metabolismo
do ácido fórmico (metabolito do metanol)
PAPEL DA ALCALINIZAÇÃO Limitar a quantidade de ácido fórmico livre,
prevenindo neurotoxicidade
Homem, 22 anos, estudante universitário Contexto: ansiedade + conflitos familiares
Evolução favorável
Sem sequelas orgânicas
Alta ao 14º dia
Follow-up: Medicina Interna, Psiquiatria e Oftalmologia
[met
ano
l]
mg
/dL
Dias pós-exposição
100
1 2 3 4
Hemodiálise
FOMEPIZOLE EtOH
NaHCO3
Ácido Folínico
5 6
LG
METANOL 90%
100
Hosp Area
Hosp Área: Hospital da área
7
EtOH: etanol 20%
LG: lavagem gástrica (sem carvão activado)
Hospital Central
METANOL
TRATAMENTO E EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE METANOL