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INTOXICAÇÃO INTOXICAÇÃO POR METAIS POR METAIS Heloísa Rey Farza Heloísa Rey Farza Gerência Geral de Gerência Geral de Toxicologia Toxicologia

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INTOXICAÇÃO INTOXICAÇÃO POR METAISPOR METAIS

Heloísa Rey FarzaHeloísa Rey FarzaGerência Geral de ToxicologiaGerência Geral de Toxicologia

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GENERALIDADES SOBRE OS GENERALIDADES SOBRE OS METAISMETAIS

80 dos 105 elementos da Tabela Periódica são metais80 dos 105 elementos da Tabela Periódica são metais >> 30 deles são tóxicos para os humanos 30 deles são tóxicos para os humanos

metais pesados (cerca de 20)metais pesados (cerca de 20) metais leves (Al, Be)metais leves (Al, Be) metalóides: formam ânions e cátions (As, Se)metalóides: formam ânions e cátions (As, Se)

sua toxicidade é conhecida desde a Antigüidadesua toxicidade é conhecida desde a Antigüidade raramente interferem nos sistemas biológicos quando estão raramente interferem nos sistemas biológicos quando estão

em sua forma elementar (exceção = Hgem sua forma elementar (exceção = Hgoo)) alguns deles são essenciais em doses baixas, e tóxicos em alguns deles são essenciais em doses baixas, e tóxicos em

doses altasdoses altas

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““METAIS PESADOS”METAIS PESADOS” elementos metálicos que telementos metálicos que têêm uma massa cujo valor m uma massa cujo valor

mínimo se situa entre 4000 kg/mmínimo se situa entre 4000 kg/m33 e 5000 kg/m e 5000 kg/m3 3 ?? elementos metálicos situados entre o cobre e o elementos metálicos situados entre o cobre e o

chumbo na Tabela Periódica dos Elementos, e mais chumbo na Tabela Periódica dos Elementos, e mais o ferro e o cromo ?o ferro e o cromo ?

todos os elementos que pertencem ao quarto todos os elementos que pertencem ao quarto período da Tabela Periódica dos elementos ?período da Tabela Periódica dos elementos ?

Por confusão, dado o caráter potencialmente tóxico Por confusão, dado o caráter potencialmente tóxico dos “metais pesados” (Hg, Pb e Cd, em particular), dos “metais pesados” (Hg, Pb e Cd, em particular), incluem-se nessa categoria alguns elementos incluem-se nessa categoria alguns elementos tóxicos como o arsênico e o antimônio (metalóides) tóxicos como o arsênico e o antimônio (metalóides) e o selênio.e o selênio.

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METAIS DE INTERESSE TOXICOLÓGICO TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS11 1818

H*H* 22 1313 1414 1515 1616 1717 He*He*

LiLi BeBe BB CC N*N* O*O* F*F* Ne*Ne*

NaNa MgMg 33 44 55 66 77 88 99 1010 1111 1212 AlAl SiSi PP SS Cl*Cl* Ar*Ar*

KK CaCa ScSc TiTi VV CrCr MnMn FeFe CoCo NiNi CuCu ZnZn GaGa GeGe AsAs SeSe BrBr Kr*Kr*

RbRb SrSr YY ZrZr NbNb MoMo TcTc RuRu RhRh PdPd AgAg CdCd InIn SnSn SbSb TeTe II Xe*Xe*

CsCs BaBa HfHf TaTa WW ReRe OsOs IrIr PtPt AuAu HgHg TlTl PbPb BiBi PoPo AtAt Rn*Rn*

FrFr RaRa RfRf DbDb SgSg BhBh HsHs MtMt -- -- --

LantanídiosLantanídios LaLa CeCe PrPr NdNd PmPm SmSm EuEu GdGd TbTb DvDv HoHo ErEr TmTm YbYb LuLu

ActinídiosActinídios AcAc ThTh PaPa UU NpNp PuPu AmAm CmCm BkBk CfCf EsEs FmFm MdMd NoNo LrLr

Metais alcalinosMetais alcalinosMetais alcalinos terrososMetais alcalinos terrososMetais de transiçãoMetais de transiçãoMetais representativosMetais representativosMetalóidesMetalóides

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PPbb

NNoo atômico 82 atômico 82Peso atômico Peso atômico 1,81,8Grupo químico Grupo químico 4A4A

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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICASQUÍMICAS

nno o atômico = 82atômico = 82 massa atômica = 207,2massa atômica = 207,2 maleável, cinzamaleável, cinza temperatura de fusão = 327temperatura de fusão = 327o o CC temperatura de ebulição = 1620temperatura de ebulição = 1620oo C C minério com maior concentração de chumbo minério com maior concentração de chumbo

= galena – = galena – PbS PbS + + vestígios de Ag, Zn, Cd, Sb, As, Bi, e Sevestígios de Ag, Zn, Cd, Sb, As, Bi, e Se

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metal não-ferroso mais usado na indústria metal não-ferroso mais usado na indústria produção mundial é de aproximadamente 6 milhões de ton/anoprodução mundial é de aproximadamente 6 milhões de ton/ano

Fontes de exposição são principalmente ocupacionaisFontes de exposição são principalmente ocupacionais 60 % do chumbo 60 % do chumbo produção de baterias, principalmente de produção de baterias, principalmente de

automóveis automóveis 13 % 13 % pigmentos pigmentos 27 % 27 % ligas para solda, PVC, munição e diversos outros ligas para solda, PVC, munição e diversos outros

produtosprodutos

Chumbo tetraetilaChumbo tetraetila - Pb(C - Pb(C22HH55))44: aditivo antidetonante da gasolina : aditivo antidetonante da gasolina Brasil: 1978 - uso restrito Brasil: 1978 - uso restrito combustível de pequenos aviões combustível de pequenos aviões- produzido somente na Refinaria Presidente Bernardes, em - produzido somente na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão/SPCubatão/SP

FONTES DE EXPOSIÇÃOFONTES DE EXPOSIÇÃO

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COMPOSTOS INORGÂNICOS DE COMPOSTOS INORGÂNICOS DE PbPb

Arsenato de PbArsenato de Pb PbPb33(AsO(AsO44))22 inseticidainseticida

Carbonato de PbCarbonato de Pb 2PbCo2PbCo33Pb(OH)Pb(OH)22pigmento brancopigmento branco

Cromato de PbCromato de Pb PbCrOPbCrO44 pigmentopigmento amareloamarelo

Óxido de PbÓxido de Pb PbPb33OO44 pigmento vermelho pigmento vermelho (zarcão)(zarcão)

MonóxidoMonóxido PbOPbO pigmento amarelopigmento amarelo (litarg(litargíírio)rio) vitrificação (cristal)vitrificação (cristal)

SesquióxidoSesquióxido PbPb22OO33 paetê; cristal paetê; cristal

PeróxidoPeróxido PbOPbO22 baterias a placas de baterias a placas de chumbochumbo

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COMPOSTOS ORGÂNICOS DE PbCOMPOSTOS ORGÂNICOS DE Pb

Acetato de PbAcetato de Pb Pb (CPb (C22HH33OO22))22 tinturas de cabelotinturas de cabeloEstearato de PbEstearato de Pb Pb (CPb (C1818HH3535OO22))22 secante (lacas, vernizes, secante (lacas, vernizes,

graxas, ceras) graxas, ceras) Chumbo tetraetilaChumbo tetraetila Pb (CPb (C22HH55))44 antidetonante para antidetonante para gasolina, gasolina, reações de etilaçãoreações de etilaçãoChumbo tetrametilaChumbo tetrametila Pb (CHPb (CH33))44 antidetonante antidetonante para gasolinapara gasolina

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FONTES INDUSTRIAIS DE EXPOSIÇÃO AO FONTES INDUSTRIAIS DE EXPOSIÇÃO AO CHUMBOCHUMBO

Mineração, fundição e refinamento de chumbo; produção de ligas Mineração, fundição e refinamento de chumbo; produção de ligas (bronze, latão)(bronze, latão)

Corte e solda de metais contendo chumbo [solda eletrônica: Sn + Pb]Corte e solda de metais contendo chumbo [solda eletrônica: Sn + Pb] Fabricação de acumuladores elétricos chumbo/ácidoFabricação de acumuladores elétricos chumbo/ácido e e recuperação de recuperação de

bateriasbaterias Fabricação de corantes, tintas, vernizes, esmaltes e pigmentosFabricação de corantes, tintas, vernizes, esmaltes e pigmentos EsmEsmaltação de cerâmicasaltação de cerâmicas Fabricação de “fritas”Fabricação de “fritas” Fabricação de cabos elétricos, tubos e chapasFabricação de cabos elétricos, tubos e chapas Fabricação de PVC e outros plásticos; indústria de borrachaFabricação de PVC e outros plásticos; indústria de borracha Jateamento de areia de estruturas metálicas (pontes, navios)Jateamento de areia de estruturas metálicas (pontes, navios) Fabricação de armas de fogo e muniçõesFabricação de armas de fogo e munições Produção e utilização de compostos orgânicos de Pb (antidetonantes)Produção e utilização de compostos orgânicos de Pb (antidetonantes) Indústria de cristais (Swarovisky = 32% de PbO)Indústria de cristais (Swarovisky = 32% de PbO)

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FONTES NÃO INDUSTRIAIS DE EXPOSIÇÃO FONTES NÃO INDUSTRIAIS DE EXPOSIÇÃO AO CHUMBOAO CHUMBO

Uso de porcelana esmaltadaUso de porcelana esmaltada Uso de utensílios em PVCUso de utensílios em PVC (estearato, sulfeto tribásico e carbonato (estearato, sulfeto tribásico e carbonato

de chumbode chumbo)) Fabricação caseira de “chumbadas” de pesca e cartuchosFabricação caseira de “chumbadas” de pesca e cartuchos Uso de tinturas de cabelo a base de chumboUso de tinturas de cabelo a base de chumbo Prática de tiro ao alvoPrática de tiro ao alvo Produção de cerâmica artística caseiraProdução de cerâmica artística caseira Projétil de arma de fogo alojado em articulações ou canal medularProjétil de arma de fogo alojado em articulações ou canal medular

[Alimentos enlatados, tintas em brinquedos, água contaminadas por [Alimentos enlatados, tintas em brinquedos, água contaminadas por canos de chumbo, gasolina com chumbo...]canos de chumbo, gasolina com chumbo...]

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VÁRIOS MECANISMOS DE AÇÃOVÁRIOS MECANISMOS DE AÇÃO

Principal mecanismo de ação:Principal mecanismo de ação: inativação e modificação de enzimas e outras macromoléculas, inativação e modificação de enzimas e outras macromoléculas, alterações patológicas - ligação com radicais alterações patológicas - ligação com radicais

-SH, -H-SH, -H22POPO33, -NH, -NH22 e -OH e -OH)

• membranas celular e mitocondrialmembranas celular e mitocondrial• síntese e funcionamento de neurotransmissoressíntese e funcionamento de neurotransmissores• síntese do heme síntese do heme • metabolismo dos nucleotídeosmetabolismo dos nucleotídeos

MECANISMOS DE AÇÃOMECANISMOS DE AÇÃO

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1.1. inalação inalação dede fumos ou particulados finos solúveis fumos ou particulados finos solúveis absorção absorção rápida e extensa: rápida e extensa: principal via de exposição no ambiente principal via de exposição no ambiente industrialindustrial

2.2. ingestãoingestão absorção de 10 a 15% em adultos absorção de 10 a 15% em adultos 45 a 50% em crianças45 a 50% em crianças

Deficiência em ferro aumenta a absorção do chumboDeficiência em ferro aumenta a absorção do chumbo

3.3. absorção cutâneaabsorção cutânea: considerável nas formas orgânicas do : considerável nas formas orgânicas do chumbochumbo

TOXICOCINÉTICATOXICOCINÉTICA

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Atravessa as barreiras placentária e hematoencefálicaAtravessa as barreiras placentária e hematoencefálica

EliminaçãoEliminação sangue e tecidos moles : meia-vida de 1 a 2 sangue e tecidos moles : meia-vida de 1 a 2 mesesmeses

ossos : meia-vida de anos ou décadas.ossos : meia-vida de anos ou décadas.

Redistribuição lentaRedistribuição lenta tardio dos níveis no sangue tardio dos níveis no sangue

Mobilização ósseaMobilização óssea (osteoporose, mieloma múltiplo) e (osteoporose, mieloma múltiplo) e proximidade com o líquido sinovialproximidade com o líquido sinovial antecipa antecipa plumbemia plumbemia

TOXICOCINÉTICATOXICOCINÉTICA

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TOXICOCINÉTICA DO CHUMBOTOXICOCINÉTICA DO CHUMBO

ABSORÇÃOABSORÇÃO Inalatória = 60%Inalatória = 60% DigestivaDigestiva

Adultos = atAdultos = atéé 80% em jejum 80% em jejummax. 16% com alimentosmax. 16% com alimentos

Crianças = até 50%Crianças = até 50% Dérmica = só produtos orgânicosDérmica = só produtos orgânicos

chumbo tetraetilachumbo tetraetila acetato de Pbacetato de Pb

Glóbulos Glóbulos vermelhos vermelhos (90-99% (90-99% Pb)Pb)

OSSOS (2/3 do Pb fixado - tOSSOS (2/3 do Pb fixado - t1/2 1/2 vida= 2 a 10 anos)vida= 2 a 10 anos) e e dentinadentina

rins, fígado, baço, vísceras ocas, etc. (trins, fígado, baço, vísceras ocas, etc. (t1/21/2 vida= 40 vida= 40 dias)dias)

FIXAÇÃFIXAÇÃOO cérebrcérebr

oofetofeto

Sangue Sangue 60 a 120 60 a 120

diasdias

ELIMINAÇÃO ELIMINAÇÃO (75% do absorvido)(75% do absorvido)URINA, FEZES, URINA, FEZES, suor, salive, unhas, leite, suor, salive, unhas, leite, cabeloscabelos

AtravessaAtravessameninges e meninges e

placentaplacenta

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Intoxicação aguda por chumboIntoxicação aguda por chumbo: pouco freqüente : pouco freqüente ingestão de ingestão de grandes quantidadesgrandes quantidades

CLÍNICACLÍNICA

dor abdominaldor abdominalanemia hemolíticahepatite hepatite encefalopatiaencefalopatia

fadiga, mal-estarfadiga, mal-estarirritabilidadeirritabilidadeanorexia, perda de pesoanorexia, perda de pesoinsôniainsôniaredução na libidoredução na libidoartralgias e mialgiasartralgias e mialgiasààs vezes,s vezes, hipertensãohipertensão

cólicas abdominaiscólicas abdominaisnáuseanáuseaconstipação constipação ààs vezes, diarréias vezes, diarréia

Intoxicações subagudas ou crônicasIntoxicações subagudas ou crônicas: mais comuns: mais comuns

Efeitos gastrintestinaisEfeitos gastrintestinaisEfeitos geraisEfeitos gerais

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Efeitos no sistema nervoso centralEfeitos no sistema nervoso central: :

CLÍNICACLÍNICA

CefaléiaCefaléiatranstornos de concentraçãotranstornos de concentraçãoincoordenação motoraincoordenação motoratremor tremor Encefalopatia:Encefalopatia:

- agitação psicomotora ou letargia- agitação psicomotora ou letargia- ataxia- ataxia- convulsões e coma por edema - convulsões e coma por edema

intracranianointracranianoEfeitos no sistema nervoso periférico: Efeitos no sistema nervoso periférico: extremidades superiores extremidades superiores fraqueza fraqueza da musculatura extensora - “da musculatura extensora - “punho caídopunho caído””

Chumbo tetraetila mais neurotóxico (principalmente SNC), devido a sua Chumbo tetraetila mais neurotóxico (principalmente SNC), devido a sua lipossolubilidadelipossolubilidade

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Efeitos hematológicosEfeitos hematológicos

CLÍNICACLÍNICA

Efeitos renaisEfeitos renais

Efeitos reprodutivosEfeitos reprodutivos

anemiaanemia normocrômica ou microcítica normocrômica ou microcíticaàs vezes,às vezes, pontilhado basófilo e hemólise pontilhado basófilo e hemólise

necrose tubular agudanecrose tubular agudafibrose intersticial agudafibrose intersticial agudahiperuricemia e gotahiperuricemia e gota

transtornos na produção de espermatozóidestranstornos na produção de espermatozóidesabortamentoabortamentoprematuridade, baixo peso ao nascerprematuridade, baixo peso ao nascertranstornos do desenvolvimento neurológicotranstornos do desenvolvimento neurológico

IARC:IARC: Pb inorgânico = grupo 2B (provável Pb inorgânico = grupo 2B (provável carcincarcinóógeno)geno) Pb orgânico = grupo 3 (não classificável)Pb orgânico = grupo 3 (não classificável)

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Associação de Associação de cólica abdominalcólica abdominal, , encefalopatiaencefalopatia atividade profissional suspeita atividade profissional suspeita

Casos leves e moderados são de diagnóstico mais difícil: sintomas vagos e Casos leves e moderados são de diagnóstico mais difícil: sintomas vagos e inespecíficos inespecíficos infecção viral? infecção viral?

DIAGNÓSTICO CLÍNICODIAGNÓSTICO CLÍNICO

SempreSempre lembrar de chumbo frente a lembrar de chumbo frente a dor abdominaldor abdominal, , cefaléiacefaléiaanemiaanemia

associados a associados a neuropatia motoraneuropatia motoragota gota nefropatianefropatia

Lembrar de Lembrar de chumbochumbo frente a todo trabalhador com frente a todo trabalhador com - - deliriumdelirium ou ou convulsõesconvulsões

- - principalmente se principalmente se anemiaanemia associada associada

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Linha de BurtonLinha de Burton

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Relação dose-efeitoRelação dose-efeito

25 a 60 25 a 60 µµg/dLg/dL

60 a 80 60 a 80 µµg/dLg/dL

> 80 > 80 µµg/dLg/dL

>> 100 100 μμg/dLg/dL

DIAGNÓSTICO CLÍNICODIAGNÓSTICO CLÍNICO

cefaléia, irritabilidadecefaléia, irritabilidadedificuldade de concentraçãodificuldade de concentraçãotempo de reação diminuídotempo de reação diminuídoanemia anemia redução na velocidade de condução nervosaredução na velocidade de condução nervosa

manifestações gastrintestinais manifestações gastrintestinais manifestações renaismanifestações renais

manifestações hematopoiéticasmanifestações hematopoiéticasmanifestações cardiovascularesmanifestações cardiovascularespiora dos efeitos gastrintestinais e renaispiora dos efeitos gastrintestinais e renais

encefalopatiaencefalopatia

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- plumbemia- plumbemia- zinco protoporfirina- zinco protoporfirina- protoporfirina eritrocitária livre- protoporfirina eritrocitária livre- chumbo urinário- chumbo urinário

Outros exames podem ser úteis: Outros exames podem ser úteis: - hemograma- hemograma- funções hepática e renal- funções hepática e renal- RX abdômen- RX abdômen- neuro-imagem- neuro-imagem

DIAGNÓSTICO LABORATORIALDIAGNÓSTICO LABORATORIAL

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- manutenção dos sinais vitais- manutenção dos sinais vitais- sintomáticos- sintomáticos- descontaminação- descontaminação- retirada de projéteis (principalmente se próximos de articulações)- retirada de projéteis (principalmente se próximos de articulações)- evitar neurolépticos (reduzem limiar para convulsão)- evitar neurolépticos (reduzem limiar para convulsão)- corticóides e manitol (úteis nos casos com edema intracraniano)- corticóides e manitol (úteis nos casos com edema intracraniano)

TRATAMENTOTRATAMENTO

ANTÍDOTOSANTÍDOTOS: : quelantesquelantes

EDTA cálcio-dissódico (edeteato dissódico de cálcio)EDTA cálcio-dissódico (edeteato dissódico de cálcio) BAL (dimercaprol)BAL (dimercaprol) DMSA (ácido 2,3-dimercaptosuccínico) - não disponível no Brasil: DMSA (ácido 2,3-dimercaptosuccínico) - não disponível no Brasil:

menos efeitos colateraismenos efeitos colaterais D-penicilamina (CuprimineD-penicilamina (Cuprimine®®); alternativa VO, porém com eficácia menor e ); alternativa VO, porém com eficácia menor e

mais efeitos colaterais)mais efeitos colaterais)

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Indicador Biológico de Exposição: Indicador Biológico de Exposição: chumbo sangüíneochumbo sangüíneo (Plumbemia / Pb-S)(Plumbemia / Pb-S)

Coleta: Coleta: uma amostra de sangue heparinizado (10 mL)uma amostra de sangue heparinizado (10 mL) O momento da coleta não é críticoO momento da coleta não é crítico

Conservação: Conservação: geladeira a 4ºC, por até 5 diasgeladeira a 4ºC, por até 5 dias

V.R.: V.R.: até 40 µg/dLaté 40 µg/dL

I.B.M.P.: I.B.M.P.: 60 µg/dL60 µg/dL

Método analítico: Método analítico: espectrofotometria de absorção atômica (EAA)espectrofotometria de absorção atômica (EAA)

INDICADOR BIOLÓGICO DE INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃOEXPOSIÇÃO

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Indicador Biológico de Exposição:Indicador Biológico de Exposição: Ácido deltaminolevulínico urinárioÁcido deltaminolevulínico urinário (Ala-U)(Ala-U)

Coleta:Coleta: uma amostra de urina (20 mL). O momento da coleta não é críticouma amostra de urina (20 mL). O momento da coleta não é crítico

Conservação:Conservação: geladeira a 4ºC, por até 5 dias, protegendo a amostra da luz geladeira a 4ºC, por até 5 dias, protegendo a amostra da luz diretadireta

V.R.:V.R.: até 4,5 mg/g de creatininaaté 4,5 mg/g de creatinina

I.B.M.P.:I.B.M.P.: 10 mg/g de creatinina10 mg/g de creatinina

Método analítico:Método analítico: Espectrofotometria visívelEspectrofotometria visível

ObservaçõesObservações::

1.1. O Ala-U encontra-se aumentado em pacientes com certas porfirias - raros defeitos O Ala-U encontra-se aumentado em pacientes com certas porfirias - raros defeitos congênitos do metabolismo do hemecongênitos do metabolismo do heme

2.2. A exposição prolongada da amostra à luz intensa leva à degradação deste metabólitoA exposição prolongada da amostra à luz intensa leva à degradação deste metabólito

INDICADOR BIOLÓGICO DE INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃOEXPOSIÇÃO

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CrCrNNoo atômico 24 atômico 24Peso atômico 1,6Peso atômico 1,6Grupo químico 6BGrupo químico 6B

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CARACTERÍSTICAS DO CROMOCARACTERÍSTICAS DO CROMO Sólido cristalino, extraído da cromita (FeCrSólido cristalino, extraído da cromita (FeCr22OO44))

Quatro formas: cromo metálico (Cr Quatro formas: cromo metálico (Cr 00)) cromo trivalente (Cr cromo trivalente (Cr 3+3+) ) cromo hexavalente (Cr cromo hexavalente (Cr 6+6+))

Melhora a dureza dos metais e sua resistência Melhora a dureza dos metais e sua resistência àà oxidação oxidação Na natureza, encontra-se sobretudo na forma 3Na natureza, encontra-se sobretudo na forma 3++ A maioria do cromo 6A maioria do cromo 6++ éé produzido pelas atividades humanas produzido pelas atividades humanas Todos tTodos têêm importância toxicológicam importância toxicológica

UbiquitUbiquitáário:rio: ar < 0,1 ar < 0,1 μg/mμg/m33

água 1 a alguns μg/Lágua 1 a alguns μg/L

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PRINCIPAIS FONTES DE EMISSÃOPRINCIPAIS FONTES DE EMISSÃO

Indústria químicaIndústria química Combustão de gás natural, óleo e carvãoCombustão de gás natural, óleo e carvão Poeira de estradasPoeira de estradas Usinas de produção de cimentoUsinas de produção de cimento Indústrias utilizadoras de cromoIndústrias utilizadoras de cromo

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USOS DO CROMO

USOS DO CROMOMineraçãoMineração (Cr(Cr00) ............................................) ............................................

Ind. cimentoInd. cimento (Cr(Cr6+6+) .....................................) .....................................

Ind. químicaInd. química (cromatos e dicromatos de (cromatos e dicromatos de Na e K).................................................................... Na e K)....................................................................

Ind. de madeirasInd. de madeiras (Cr(Cr6+6+) ...........................) ...........................

Manufatura de sapatosManufatura de sapatos (sulfatos de (sulfatos de Cr) .........................................................................Cr) .........................................................................

Indústria de vidroIndústria de vidro ((Cromato de PbCromato de Pb)) ..... .....

Ind. de cerâmicas Ind. de cerâmicas (dicromato de K) ..(dicromato de K) ..

Ind. têxtilInd. têxtil ((cromato de Pbcromato de Pb) .......) .............................................

MetalurgiaMetalurgia (Cr(Cr3+3+) ..........................................) ..........................................

Industria de plásticos e Industria de plásticos e borrachas borrachas ..........................................................................................................

Manufatura de explosivosManufatura de explosivos (dicromatos de Na) ...............................................(dicromatos de Na) ...............................................

TipografiaTipografia (dicromatos de Na) ....................(dicromatos de Na) ....................

Extração, fragmentação, secagem, calibragem, Extração, fragmentação, secagem, calibragem, separaçãoseparação

Transporte, condicionamento do mineralTransporte, condicionamento do mineralRefinação de ferro-cromoRefinação de ferro-cromo

Produção de cimento PortlandProdução de cimento Portland

Produção, uso e armazenamento de compostos Produção, uso e armazenamento de compostos cromados, produção de Vit K e cerascromados, produção de Vit K e ceras

Preservação de madeiraPreservação de madeira

Beneficiamento de couroBeneficiamento de couroColoração de vidros e espelhosColoração de vidros e espelhosColoração de louColoração de louçças e ladrilhosas e ladrilhosTintura de tecidosTintura de tecidosSolda com arco voltaico (aço inoxidável), Solda com arco voltaico (aço inoxidável), cromagem de metais, eletrodeposição de cromagem de metais, eletrodeposição de cromo, uso como inibidor de corrosãocromo, uso como inibidor de corrosão

Elemento de plasticidade, anti-rupturaElemento de plasticidade, anti-ruptura

Oxidação de TNTOxidação de TNTAplicação de soluções fotossensíveisAplicação de soluções fotossensíveis

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INDICADOR BIOLÓGICO DE INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃOEXPOSIÇÃO

Indicador Biológico de Exposição:Indicador Biológico de Exposição: cromo urináriocromo urinário (Cr-U)(Cr-U)

Coleta:Coleta: uma amostra de urina pós jornada de trabalho (20 mL) uma amostra de urina pós jornada de trabalho (20 mL) coletada no último dia da semana de trabalhocoletada no último dia da semana de trabalho

Conservação:Conservação: geladeira a 4ºC, por até 7 diasgeladeira a 4ºC, por até 7 dias

V.R.:V.R.: até 5 µg/g de creatininaaté 5 µg/g de creatinina

I.B.M.P.:I.B.M.P.: 30 µg/g de creatinina30 µg/g de creatinina

Método analítico:Método analítico: espectrofotometria de absorção atômica (EAA)espectrofotometria de absorção atômica (EAA)

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CONCENTRAÇÕES EM AMBIENTE CONCENTRAÇÕES EM AMBIENTE DE TRABALHODE TRABALHO

Minas: poeira de cromo Minas: poeira de cromo 1,3 a 16,9 mg/m1,3 a 16,9 mg/m33 Refinação de ferrocromoRefinação de ferrocromo 0,03 a 3,3 mg/m0,03 a 3,3 mg/m33 Atividades de cromagemAtividades de cromagem 1 1 μμg a 4 g a 4 mg/mmg/m33 Concentração no cimento Portland Concentração no cimento Portland 1 a 83 g/kg de 1 a 83 g/kg de

cimentocimento

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TOXICOCINÉTICATOXICOCINÉTICA Cr Cr 3+3+ - nutriente importante para o homem - nutriente importante para o homem

necessidade diária - 50 a 200 µgnecessidade diária - 50 a 200 µg Cr Cr 3+3+ inalado se deposita no parênquima pulmonar inalado se deposita no parênquima pulmonar concentração pulmonar concentração pulmonar com a idade, enquanto a dos outros com a idade, enquanto a dos outros

tecidos tecidos totalmente eliminado pela urinatotalmente eliminado pela urina

Baixa absorção intestinal do Cr: 0,5 à 2 % Baixa absorção intestinal do Cr: 0,5 à 2 % Estômago reduz Cr Estômago reduz Cr 6+6+ em Cr em Cr 3+3+, que , que é é pouco absorvidopouco absorvidoAbsorção intestinal do Cr Absorção intestinal do Cr 6+6+ : :

3 a 6% do total ingerido 3 a 6% do total ingerido 3 a 5 vezes mais absorvido do que o Cr 3 a 5 vezes mais absorvido do que o Cr 3+3+

Cromatos solúveis são facilmente absorvidos por inalaçãoCromatos solúveis são facilmente absorvidos por inalação

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TOXICOCINÉTICATOXICOCINÉTICA Baixa absorção cutânea, exceto em caso de saturação Baixa absorção cutânea, exceto em caso de saturação queimaduras queimaduras

penetraçãopenetraçãoDicromato de K (Cr Dicromato de K (Cr 6+6+) e cloreto de Cr (Cr ) e cloreto de Cr (Cr 3+3+) atravessam a barreira ) atravessam a barreira cutâneacutânea

Cr absorvido passa para o sangue e se acumula nas hemáciasCr absorvido passa para o sangue e se acumula nas hemácias passa rapidamente do sangue aos tecidos passa rapidamente do sangue aos tecidos dosagem no sangue não dosagem no sangue não

representativarepresentativa aporte de glicose libera o Cr dos tecidos aporte de glicose libera o Cr dos tecidos imediato das concentrações imediato das concentrações

no sangue e na urinano sangue e na urina

Metabolizado nos pulmões e hemácias via NADPH: Metabolizado nos pulmões e hemácias via NADPH: Cr Cr 6+ 6+ Cr Cr 3+3+

Eliminação urinariaEliminação urinariaEliminação biliar (10%)Eliminação biliar (10%)

Cr atravessa a barreira placentáriaCr atravessa a barreira placentária

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INTOXICAÇÃO AGUDAINTOXICAÇÃO AGUDA Absorção de sais de Cr Absorção de sais de Cr

inflamação massiva do tubo digestivoinflamação massiva do tubo digestivo necrose da boca ao jejunonecrose da boca ao jejuno

Colapso e morte em algumas horasColapso e morte em algumas horas Se sobrevivência: necrose hepática e renalSe sobrevivência: necrose hepática e renal

Dores abdominaisDores abdominaisVômitosVômitosDiarréiaDiarréiaHematHematêêmesemese

Ingestão de fortes doses de Cr Ingestão de fortes doses de Cr 6+6+

síndrome hepatorrenalsíndrome hepatorrenal coagulopatia severacoagulopatia severa hemólise intravascularhemólise intravascular

VertigensVertigensSensação de sedeSensação de sedeDores abdominaisDores abdominaisDiarréia hemorrágicaDiarréia hemorrágicaCasos graves: coma e morteCasos graves: coma e morte

Dose letal de C Dose letal de C 3+ 3+ por via oral : 1 a 3 g por via oral : 1 a 3 g Dose letal de cromatos por via oral: 50 a 70 mg /kg de peso corporalDose letal de cromatos por via oral: 50 a 70 mg /kg de peso corporal

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INTOXICAÇÃO CRÔNICAINTOXICAÇÃO CRÔNICA

Cr Cr 3+3+ é um composto natural do organismoé um composto natural do organismoNão ha estudos sobre sua toxicidade isoladaNão ha estudos sobre sua toxicidade isolada

Cr Cr 6+6+ : o aparelho respiratório e o seu órgão-alvo : o aparelho respiratório e o seu órgão-alvo

Conjuntivites, faringites e laringites Conjuntivites, faringites e laringites trióxido de Cr trióxido de Cr

EpistaxeEpistaxeRinorréia crônicaRinorréia crônicaIrritação, prurido e atrofia da mucosa nasalIrritação, prurido e atrofia da mucosa nasalPerfuração do septo nasal (cromatos)Perfuração do septo nasal (cromatos)Bronquite e pneumoniaBronquite e pneumoniaInsuficiência respiratóriaInsuficiência respiratória

< 0,002 mg/m3< 0,002 mg/m3

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INTOXICAÇÃO CRÔNICAINTOXICAÇÃO CRÔNICA

Compostos solubilizados CrCompostos solubilizados Cr 6 6+ t+ têêm efeito sensibilizante m efeito sensibilizante asmaasma

dermatites alérgicas, principalmente nos braçosdermatites alérgicas, principalmente nos braços

Prurido nasofaríngeoPrurido nasofaríngeoTosseTosseBroncoespasmoBroncoespasmoDiminuição do volume máximo respiratórioDiminuição do volume máximo respiratório

Eritema cutâneoEritema cutâneo

PPáápulas e vesículas secretantes e pruriginosaspulas e vesículas secretantes e pruriginosas

Ulcerações indolores, podendo atingir as articulaçõesUlcerações indolores, podendo atingir as articulações

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OUTROS EFEITOS DO CROMOOUTROS EFEITOS DO CROMO

Anomalias gastrintestinais: epigastralgias, gastrites e úlcerasAnomalias gastrintestinais: epigastralgias, gastrites e úlceras

Câncer do pulmão (Cr Câncer do pulmão (Cr 3+3+ e CR e CR 6+6+) ) nos trabalhadores de produção nos trabalhadores de produção de cromatos e pigmentos, solda, cromagem eletrolíticade cromatos e pigmentos, solda, cromagem eletrolítica Cromatos de cálcio (Ca), estrôncio (Sr) e zinco (Zn)Cromatos de cálcio (Ca), estrôncio (Sr) e zinco (Zn)Câncer da cavidade nasal, laringe e estomagoCâncer da cavidade nasal, laringe e estomagoCâncer ósseos, da próstata, órgãos genitais, bexiga, rins e Câncer ósseos, da próstata, órgãos genitais, bexiga, rins e sanguesangue

Teratogenicidade provávelTeratogenicidade provável

INTOXICAÇÃO CRÔNICAINTOXICAÇÃO CRÔNICA

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INDICADOR BIOLÓGICO DE INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃOEXPOSIÇÃO

Indicador Biológico de Exposição: Indicador Biológico de Exposição: Cromo urinárioCromo urinário (Cr-U)(Cr-U)

Coleta: Coleta: uma amostra de urina pós jornada de trabalho (20 mL) uma amostra de urina pós jornada de trabalho (20 mL) coletada no último dia da semana de trabalho coletada no último dia da semana de trabalho

Conservação: Conservação: geladeira a 4ºC, por até 7 diasgeladeira a 4ºC, por até 7 dias

V.R.: V.R.: até 5 µg/g de creatininaaté 5 µg/g de creatinina

I.B.M.P.: I.B.M.P.: 30 µg/g de creatinina30 µg/g de creatinina

Método analítico: Método analítico: espectrofotometria de absorção atômica (EAA)`espectrofotometria de absorção atômica (EAA)`

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AAssNNoo atômico 33 atômico 33Peso atômico 2,0Peso atômico 2,0Grupo químico 5AGrupo químico 5A

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USO DO ARSÊNIOUSO DO ARSÊNIOManufatura de munições Manufatura de munições Produção de grades de Produção de grades de baterias de Pb ácidobaterias de Pb ácido

Arsênio metálico FundidoresFundidores

Desfolhante para algodãoDesfolhante para algodãoHerbicidasHerbicidas

Arsênio orgânico:

DSMA, MSMAAgricultoresAgricultores

Indústria de couro Indústria de couro Indústria têxteisIndústria têxteisMadeireirasMadeireirasIndústria de vidrosIndústria de vidrosExtração de Au, Co, Cu, PbExtração de Au, Co, Cu, Pb

Trióxido de arsênio ou

arsênio branco

Tratamento de couroTratamento de couroMordente para tecidos, descorantes Mordente para tecidos, descorantes Preservante e inseticida Preservante e inseticida Agentes de afinamento de vidroAgentes de afinamento de vidroFundidoresFundidores

Indústria têxtilIndústria têxtilCurtumes Curtumes Indústria pirotécnicaIndústria pirotécnica

Arsenito de sódio (As3+)

Secagem de tecidosSecagem de tecidosDepiladores de couroDepiladores de couroProdução de fogos de artifícioProdução de fogos de artifício

Indústria de vidroIndústria de vidroAcido arsênicoPentóxido de

arsênioTratamento para a coloração de vidrosTratamento para a coloração de vidros

Indústria da cerâmicaIndústria da cerâmica Triclorato de arsênio Impressão coloridaImpressão colorida

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CLÍNICA DA INTOXICAÇÃO POR ARSÊNIOCLÍNICA DA INTOXICAÇÃO POR ARSÊNIO Intoxicação agudaIntoxicação aguda

conjuntiviteconjuntivite bronquite e dispnéiabronquite e dispnéia distúrbios gastrintestinais e distúrbios gastrintestinais e

vômitosvômitos choque e mortechoque e morte

Em caso de ingestão:Em caso de ingestão: vômitos intensos e diarréiavômitos intensos e diarréia edema facialedema facial cãibrascãibras distúrbios cardíacosdistúrbios cardíacos

Se sobrevivência:Se sobrevivência: perfuração do septo nasal em perfuração do septo nasal em

algumas semanasalgumas semanas seqüelas neurológicas periféricasseqüelas neurológicas periféricas

Intoxicação crônicaIntoxicação crônica– Perfuração do septo nasalPerfuração do septo nasal– Irritação da árvore respiratóriaIrritação da árvore respiratória– Eczema, pústula, dermatites das áreas Eczema, pústula, dermatites das áreas

expostas, hiperqueratose, melanoma, expostas, hiperqueratose, melanoma, estrias ungueais e câncer de peleestrias ungueais e câncer de pele

– Neuropatia sensorial unilateral, Neuropatia sensorial unilateral, distúrbios motores e parestesiasdistúrbios motores e parestesias

– Anemia e leucopeniaAnemia e leucopenia– Câncer de peleCâncer de pele– Câncer pulmonarCâncer pulmonar

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Valores laboratoriaisValores laboratoriaisSangue: Sangue: < 5μg/L ou < 0,0665 μmol/L< 5μg/L ou < 0,0665 μmol/LUrina 24h: > 50 μg/dia ou > 0,665 μmol/diaUrina 24h: > 50 μg/dia ou > 0,665 μmol/dia

Nível de intervenção: Nível de intervenção: > 100 μg/dia ou > 13,3 μmol/dia > 100 μg/dia ou > 13,3 μmol/dia (urinas de 24h)(urinas de 24h)Valores menores podem necessitar de intervenção, com Valores menores podem necessitar de intervenção, com base no estado base no estado clínico do pacienteclínico do paciente

DIAGNÓSTICODIAGNÓSTICO

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Indicador Biológico de Exposição: Indicador Biológico de Exposição: Arsênico urinárioArsênico urinário (As-U)(As-U)

Coleta: Coleta: uma amostra de urina pré jornada (50 mL), coletada no último uma amostra de urina pré jornada (50 mL), coletada no último dia da semana de trabalhodia da semana de trabalho

Conservação: Conservação: geladeira a 4ºC, por até 7 diasgeladeira a 4ºC, por até 7 dias

V.R.: V.R.: até 10 µg/g de creatininaaté 10 µg/g de creatinina

I.B.M.P.: I.B.M.P.: 50 µg/g de creatinina50 µg/g de creatinina

Método analítico: Método analítico: espectrofotometria de absorção atômica (EAA)espectrofotometria de absorção atômica (EAA)

Observações: Observações: Alguns frutos do mar podem conter altas concentrações de compostos Alguns frutos do mar podem conter altas concentrações de compostos organoarsenicais que, quando ingeridos, são rapidamente excretados na urina. O organoarsenicais que, quando ingeridos, são rapidamente excretados na urina. O examinando deve ser alertado para evitar ingerir frutos do mar pelo menos dois dias examinando deve ser alertado para evitar ingerir frutos do mar pelo menos dois dias antes da coleta.antes da coleta.

INDICADOR BIOLÓGICO DE INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃOEXPOSIÇÃO

Page 44: INTOXICAÇÃO POR METAIS INTOXICAÇÃO Heloísa Rey Farza Gerência Geral de Toxicologia Heloísa Rey Farza Gerência Geral de Toxicologia

manutenção dos sinais vitaismanutenção dos sinais vitais descontaminaçãodescontaminação tratamento sintomáticotratamento sintomático

Antídotos:Antídotos: quelantesquelantes EDTAEDTA BALBAL D-penicilaminaD-penicilamina DMPSDMPS

Todos os quelantes apresentam efeitos adversosTodos os quelantes apresentam efeitos adversos

TRATAMENTO GERAL DAS TRATAMENTO GERAL DAS INTOXICAÇÕES POR METAISINTOXICAÇÕES POR METAIS

Page 45: INTOXICAÇÃO POR METAIS INTOXICAÇÃO Heloísa Rey Farza Gerência Geral de Toxicologia Heloísa Rey Farza Gerência Geral de Toxicologia

EDTA CaNa2

Esquema e Doses Ciclos repetidos

– 5 a 7 dias– intervalo mínimo entre ciclos = 2 dias

Associar BAL na encefalopatia EV ou IM

− dose EV = 15 a 75 mg/kg/diadiluído em SF 0,9% ou SG 5% 500ml em 3 a 4 horas

− dose IM = 300 mg 12/12 hs− VO = absorção menor que 5%− aumentar as doses quando houver piora de sintomas

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Dimercaprol - BALDimercaprol - BAL

Doses e duração do tratamento:Doses e duração do tratamento: 3 mg/kg a cada 4 horas, durante 48 horas3 mg/kg a cada 4 horas, durante 48 horas cada 12 horas por 7 a 10 diascada 12 horas por 7 a 10 dias mudança deste esquema conforme o monitoramento mudança deste esquema conforme o monitoramento

da excreção urinária de As ou Pb, se possívelda excreção urinária de As ou Pb, se possível

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AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIAAGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIAGERÊNCIA GERAL DE TOXICOLOGIAGERÊNCIA GERAL DE TOXICOLOGIA

Tel.: (61) 448 6201 448 6203 448 6203Fax: (61) 448 6287

[email protected]

Heloísa Rey FarzaHeloísa Rey FarzaCoordenação dos Cursos de ToxicologiaCoordenação dos Cursos de Toxicologia

[email protected]

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Succinil CoA + glicinaALA-S

CoA + CO2

Acido δ-aminolevulínico

ALA–DPorfobilinogênio

UroporfobilinogênioUPG-descarboxilase

Coproporfirinogênio CPG descarboxilase

Protoporfirinogênio

ProtoporfirinaHeme-sintetase

HEME

Pb

ALA-U

Pb

Pb

Uro-U

Copro-U

PPZ+Zn

+Fe+2

GLOBINA

AÇÃO DO Pb SOBRE A SÍNTESE

DO HEME

Pb

HEMOGLOBINA

Uro-U

Copro-U