68
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA.- FAET FUNDAÇÃO UNISELVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO INTRODUCÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO PROF.: EDUARDO DE BARROS WEBER MARÇO – 2005

Introduc o Engenharia de Seguran a Do Trabalho

  • Upload
    dir1753

  • View
    30

  • Download
    14

Embed Size (px)

Citation preview

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E

TECNOLOGIA.- FAET

FUNDAÇÃO UNISELVA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

INTRODUCÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO

TRABALHO

PROF.: EDUARDO DE BARROS WEBER

MARÇO – 2005

1.A EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Ao revisar os acontecimentos históricos relativos à saúde do homem no trabalho encontramos muitas referências a riscos do tipo profissional. Hipócrates (IV AC) fez menção a existência de moléstia entre mineiros e metalúrgicos. Plínio, O Velho, que viveu antes da Era Cristã, descreveu diversas moléstias do pulmão e envenenamento entre mineiros devido ao manuseio de enxofre e zinco. Galeno (Séc. II AC) fez várias referências a moléstias profissionais entre trabalhadores das Ilhas do Mediterrâneo.

Georgius Agrícola e Paracelso (séc. XV e XVI) já investigavam doenças ocupacionais. Em 1556, Agrícola publicava o livro “De Re Metallica”, onde relaciona problemas de saúde nos trabalhadores de minas e fundições de ouro e prata. Em 1567, Paracelso, publicava a primeira monografia em que relaciona a doença e trabalho, onde se destaca a relação de intoxicação pelo mercúrio e os principais sintomas.

Em 1700, o médico Bernardino Ramazzini, publica na Itália o livro “De Morbis Artificum Diatriba”, obra em que descreve inúmeras doenças relacionadas à cerca de 50 profissões diversas. Um fato importante do método científico do autor é que ele sempre perguntava aos seus pacientes : “Qual a sua ocupação ?”. Essa obra teve repercussão mundial, razão pela qual Ramazzini é considerado o pai da Medicina do Trabalho.

Entre 1760 e 1830 com o surgimento da primeira máquina de fiar, deu origem na Inglaterra a Revolução Industrial. Até o advento dessas máquinas de fiação e tecelagem, o artesão era dono de seus próprios meios de produção. Com isso os Capitalistas, antevendo as possibilidades econômicas dos altos níveis de produção, decidiram adquira-las e empregar pessoas para fazê-las funcionar. Surgiram assim as primeiras fábricas de tecidos e, com elas o Capital e o Trabalho.

A mão de obra necessária para as fábricas era facilmente garantida pelas famílias de baixo nível de vida, sendo aceitos como trabalhadores, homens, mulheres e crianças, não importando a saúde nem quaisquer outros requisitos. As crianças - algumas com idade inferiores a 8 anos - trabalhavam como verdadeiros escravos, em troca de alojamento e comida. O empregador estabelecia as condições de trabalho a serem cumpridas pelos empregados. Inexistia qualquer regulamentação nas relações de trabalho, o contrato resultava do livre arbítrio do patrão, o qual fixava a duração diária de trabalho à sua necessidade e interesses, não distinguindo entre adultos, menores e mulheres e sequer entre tipos de atividades penosas ou não.

Todo esse quadro assumiu situações tão graves que seria inadmissível permanecer desprotegido o próprio respeito humano. Pelos inúmeros acidentes sucedidos e enfermidades típicas ou agravadas pelo ambiente profissional.

Nesse período, surgem as primeiras leis de proteção ao trabalho na Inglaterra, França, Itália, Alemanha, etc.

Na Inglaterra, em 1802, surge a primeira lei de amparo aos trabalhadores: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes” que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, para crianças vindas das workhouses (casas de trabalho), que eram indigentes, recolhidos por serviços de proteção e que os industriais exploravam. Lei que mais tarde se estendeu a todas as crianças operárias. proibia o trabalho noturno, obrigava os empreendedores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano e tornava obrigatória a ventilação desta. Tal lei foi seguida de outras complementares surgidas em 1819, em geral pouco eficientes devido à forte oposição dos empregadores.

Em 1833, surgia na Inglaterra a “Lei das Fábricas” que deve ser considerada como a primeira legislação realmente eficiente no campo de proteção ao trabalhador. Aplicava a todas as empresas têxteis onde se usasse força hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e reduzia a 9 horas o limite de jornada a menores de 13 anos, para 12 horas se menores de 18 anos; as fábricas precisavam ter escolas, obrigatórias para todos os trabalhadores menores de 13 anos. Esta lei se ampliou em 1867 para incluir mais moléstias e estipular a proteção de máquinas e a ventilação mecânica para o controle de poeiras, ao mesmo tempo em que, proibia a ingestão de alimentos nos ambientes sob atmosfera nociva da fabrica Em 1847, transformou-se em lei o projeto prevendo a duração diária do trabalho em 10 horas, destinando-se à proteção das mulheres e menores. Em 1908, foi estabelecido o dia de 8 horas, em 1912 a folga de meio-dia por semana aos comerciários e em 1901, o Código de Leis Trabalhistas, ampliado por estatutos especiais

A evolução da Revolução Industrial e sua expansão ao resto da Europa, fez surgir também os Serviços de Saúde Ocupacional. Na Grã-Bretanha sua existência foi obrigatória. Na França a obrigatoriedade dos Serviços de Saúde em estabelecimentos, tanto industriais como comerciais veio pelo decreto de 27 de novembro de 1952. Na Espanha essa obrigatoriedade em empresas que tenham pelo menos 500 empregados, veio em 1959.

Nos Estados Unidos, embora o processo da industrialização ter-se desenvolvido de forma acentuada, a partir da segunda metade do século XIV os serviços de saúde ocupacional permaneceram praticamente desconhecidos. No entanto, o aparecimento, no início do século passado, da legislação sobre indenização em casos de acidente do trabalho, levou os empregadores a estabelecerem os primeiros serviços de saúde ocupacional naquele país, com o objetivo básico de reduzir o custo das indenizações.

02- ASPECTOS ECONÔMICOS, POLÍTICOS E SOCIAIS DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Aspecto Econômico

A economia representa um fator importante nos programas de Segurança do Trabalho no tocante a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. A falta de condições adequadas de segurança de grande número de trabalhadores resulta em aumento do número de acidentes e, desta forma, redução da produção e diminuição da capacidade econômica da empresa. Cada trabalhador acidentado reflete na economia do país como um todo, uma vez que os acidentes e as doenças ocupacionais reduzem a capacidade de produção da população economicamente ativa, geradora de riqueza e do desenvolvimento nacional. Deve-se levar em conta que o alto custo dos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais possam prejudicar um grande número de empresas brasileiras na competição no mercado globalizado internacional. O aspecto econômico é determinado pela empresa através dos custos diretos e indiretos dos acidentes. Mas saber qual é a parcela do custo final do produto através dos acidentes nem sempre é tarefa fácil. O custo direto seria a soma de recursos gastos no tratamento dos acidentados, além da taxa de seguro paga ao INSS. Os custos indiretos relativos ao acidente seriam os gastos da empresa com a manutenção, reparo de danos, perdas de materiais, horas paradas dos demais

funcionários, salários, treinamento, redução da produtividade, encargos com o retorno do acidentado e multas pelo atraso do produto. Concluindo, os prejuízos causados pelos acidentes do trabalho trazem conseqüências nefastas tanto para o trabalhador e para as empresas como para o país. Todos, portanto, devem ter muito interesse em manter baixo o custo operacional dos produtos e devem, para isso, dedicar muita atenção à prevenção dos acidentes.

Aspecto Social1A Constituição Brasileira promulgada a 08 de outubro de 1988, no Título II, Capítulo II Art. 6 e 7, estabelece que:

Capítulo II.Dos direitos sociais

Art. 6 – são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 7 – são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem as melhorias de sua condição social:

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres;

XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que está obrigado, quando incorrer em dolo e culpa.Um acidente de trabalho de conseqüências imediatas nas condições sociais como o desemprego, a delinqüência e na saúde da população de um país, uma vez que o padrão e as condições de vida de um trabalhador acidentado e de sua família sofrem transformações negativas.

Aspectos Políticos

A prevenção de acidentes no Brasil ainda caminha a passos lentos com apenas algumas instituições especializadas, alguns cursos profissionalizantes e raras referências no ensino médio. Se o trabalho é o caminho para o desenvolvimento e se a escola visa à formação cultural e profissional de alto nível, não vemos como deixar de lado a Segurança do Trabalho como parte da profissionalização.

Para tal fim, é indispensável que se indague, com precisão e com clareza, o que se tem feito no Brasil com relação à Segurança do Trabalho nas instituições escolares.

O ritmo de evolução do mundo moderno tende a acelerar-se exigindo adaptação para o trabalho cada vez mais desenvolvido. É preciso começar a influir na organização de estudos e na utilização dos recursos para prevenção de acidentes do trabalho já nos primeiros anos de vida escolar, portanto.

Com a produção de bens cada vez se diversificando mais e com o crescimento da participação do trabalhador na vida nacional, os mecanismos de segurança dos operários estão sendo vistos como fatores indispensáveis para o relacionamento adequado do trabalhador com suas empresas e essa questão deve ser analisada desde o ensino médio.

O trabalhador já está a exigir condições novas de preparação para o trabalho de maneira que sua atuação seja mais eficiente e mais segura. O ensino deve levar em conta que se necessita conhecimentos básicos de segurança para que se possa ingressar no mercado de trabalho.

Na basta também que a iniciativa particular absorva toda a responsabilidade com a prevenção de acidentes do trabalho. É urgente que o Estado chame a si a competência para esta ação.

CONCLUSÃO:

As normas trabalhistas cuja elaboração foi intensificada a partir da revolução industrial, compõem atualmente o Direito do Trabalho. Com efeito, as primeiras normas de proteção, decorreram da constatação, por parte de um Estado, até então presidido pelos valores do liberalismo, da necessidade de intervir nas relações entre patrão e empregado com vistas a garantir uma igualdade real entre os contratantes. O empregado, submetido pelo poder econômico, passou a ser alvo de proteção do Estado.

O Estado exerce influência indireta em todo trabalho e sobre a maneira pela qual o contrato de trabalho é estabelecido, e ainda sobre os princípios de comportamento que determinam todo um sistema político e educacional. Assim também cabe ao Estado, além de estabelecer normas de Segurança do Trabalho, a competência e a responsabilidade final sobre a saúde do trabalhador.

A prevenção de acidentes no Brasil desponta como via de aprimoramento das condições e da qualidade de vida da sociedade como um todo.

As medidas preventivas de Segurança do Trabalho, os equipamentos de proteção individual, as máquinas, as atividades insalubres ou perigosas, a prevenção da fadiga, os riscos ambientais, enfim, todas as normas regulamentadoras deveriam se constituir em preocupação no preparo docente e discente, já em termos de ensino médio. Análises econômicas realizadas em vários países tem comprovado a vinculação evidente entre o aperfeiçoamento educacional e os índices de desenvolvimento, bem como os altos rendimentos econômicos e sociais auferidos dos investimentos em educação.

3-HISTÓRIA DO PREVENCIONISMO NO BRASIL

A industrialização do Brasil é lenta e a passagem do artesanato à indústria é demorada. Traçando um pequeno histórico da legislação trabalhista brasileira, destacamos:1- Em 15 de janeiro de 1919 é promulgada a primeira Lei nº 3724 sobre Acidente

de trabalho, já com o conceito do risco profissional.. esta mesma Lei é alterada em 5 de março do mesmo ano pelo Decreto 13.493 e em 10 de julho de 1934, pelo Decreto 24.637. em 10 de novembro de 1944, é revogada pelo Decreto Lei 7.036 que dá às autoridades do Ministério do Trabalho a incumbência de Fiscalizar a Lei dos Acidentes do Trabalho.

2- Em 01 de Maio de 1943 houve a publicação do Decreto Lei 5.452 que aprovou a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho, cujo capítulo V refere-se a Segurança e Medicina do Trabalho.

3- Em 1953 a Portaria 155 regulamenta e organiza as CIPAS e estabelece normas para seu funcionamento.

4- A Portaria 319 de 30.12.60 regulamenta a uso dos EPIs.

5- Em 28 de Fevereiro de 1967 o Decreto Lei 7036 foi revogado pelo Decreto Lei n.º 293.

6- A Lei 5.136 – Lei de Acidente de Trabalho – surge em 14 de Setembro de 1967.

7- Em 1968 a Portaria 32 fixa as condições para organização e funcionamento das CIPAS nas Empresas.

8- Em 1972 a Portaria 3.237 determina obrigatoriedade do serviço Especializado de Segurança do Trabalho.

9- Em 22 de Dezembro de 1977 é aprovada a Lei 6.514 que modifica o Capítulo V da CLT.

10- Em 08 de Junho de 1978 a Lei 6.514 é regulamentada pela Portaria 3.214.

11- Em 27 de Novembro de 1985 a Lei 7.140 – dispõe sobre a Especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenheiro de Segurança.

12- Em 17 de Março de 1985 a Portaria 05 constitui a Comissão Nacional de Representantes de Trabalhadores para Assuntos de Segurança do Trabalho.

13- Em 1973 a Lei 5.889 e Portaria 3.067 de 12 de Abril de 1988 aprovam as Normas Regulamentadoras Rurais relativas à Segurança do Trabalho.

14- Em 05 de Outubro de 1988 a Constituição do Brasil nas Disposições Transitórias Art. 10 item II, garante aos membros da CIPA a garantia do emprego.

A Constituição Brasileira, no que diz respeito aos Direitos Sociais, estabelece ainda:

CAPÍTULO IIDOS DIREITOS SOCIAIS

Capítulo IIDos direitos sociais

Art. 6 – São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 7 – São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem as melhorias de sua condição social:

XIII – Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, facultadas a compensação de horários e a redução da jornada mediante acordo ou convenção coletiva do trabalho.

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres;

XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que está obrigado, quando incorrer em dolo e culpa.Um acidente de trabalho de conseqüências imediatas nas condições sociais como o desemprego, a delinqüência e na saúde da população de um país, uma vez que o padrão e as condições de vida de um trabalhador acidentado e de sua família sofrem transformações negativas e desagregadoras.

4- ENTIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS

4.1- ENTIDADES PÚBLICAS

A Segurança do Trabalho está afeta ao Ministério do Trabalho e Emprego que possui dois órgãos específicos para esses assuntos e que são:a) Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho (SSMT)b) Delegacia Regional do Trabalho.A Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho (SSMT) é o órgão central, com sede em Brasília e tem, entre outras, as seguintes atribuições: a) estabelecer normas de Segurança e Medicina do Trabalho de acordo com o disposto na Lei n. 6.514/77.b) coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização;c) examinar em último grau os recursos interpostos contra as decisões proferidas pelos Delegados Regionais do trabalho.A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) tem sede, de ordinário, em um Estado, deverá:a) promover a fiscalização à cerca do cumprimento das normas de Segurança;b) aplicar as penalidades cabíveis aos infratores das normas de Segurança e Medicina do Trabalho; ec) apreciar as defesas apresentadas pelos infratores contra os autos de infração lavrados pelos fiscais da D.R.T.A par dessas atribuições, os técnicos da D.R.T podem determinar a realização de obras e reparos, que, em qualquer local de trabalho, se façam necessários à proteção de trabalhador. Esses técnicos, porém, devem ter muita segurança ao exigir do empresário os reparos nos locais de trabalho, a fim de se evitarem possíveis ações judiciais destes contra o estado, visando o ressarcimento de prejuízos, se provado ficar que aquelas medidas eram desnecessárias, ou mesmo ineficazes à proteção do trabalhador. A Portaria n.º. 3.214/78 em sua Norma Regulamentadora n.º 28 indica, minuciosamente, as atribuições dos agentes de inspeção do trabalho (engenheiros de Segurança, médicos do Trabalho e inspetores do trabalho), na fiscalização das Normas de Segurança e Medicina do Trabalho, apresentando, inclusive, a gradação de multas. A fiscalização do cumprimento das Normas de Segurança e Medicina do Trabalho não é privativa da Delegacia Regional do Trabalho. Prevê a Lei que outras entidades federais, estaduais e municipais poderão realizar essa fiscalização, desde que celebrem um convênio específico com o Ministério do Trabalho. A existência desse convênio implica, assim, que, a par da fiscalização federal, o Estado poderá fazer, também, essa fiscalização, isto é, uma não exclui a outra.

4.2 ENTIDADES PRIVADAS E AS NORMAS DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO.

O empregador tem obrigações com relação à Segurança e Medicina do Trabalho, sendo que as principais são:

a) Cumprir e fazer as Normas de Segurança e Medicina do Trabalho. Isto significa não basta que ele cumpra as referidas normas, mas deve, também, exigir que seus empregados as cumpram. É possível concluir que o empregador poderá ser autuado pela fiscalização, caso fique constatado estar seu empregado desrespeitando uma Norma de Segurança do Trabalho;

b) O empregador fica obrigado a instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; é conveniente que a instrução aos empregados se faça através de ordens de serviço por escrito, para evitar, no futuro, discussões acerca da existência ou inexistência de uma orientação específica sobre a medida que deveria ser tomada para evitar o acidente do trabalho ou a doença ocupacional;c) O empregador fica obrigado a adotar as medidas determinadas pela D.R.T.d) O empregador fica obrigado a facilitar o exercício da fiscalização pela

autoridade competente: os empregadores, por si ou seus prepostos, ficam obrigados a franquear os estabelecimentos aos Agentes de Inspeção, para o desempenho de suas funções fiscalizadoras, devendo exibir documentos e prestar informações quando solicitadas pelos referidos Agentes, sob penas das sanções administrativas e penais cabíveis;

Obrigações do empregado com relação às Normas de Segurança e Medicina do Trabalhoa) O emprego fica obrigado a obedecer as regras de Segurança e Medicina do trabalho previstas na Lei, nas convenções coletivas de trabalho, nos acordos coletivos de trabalho e nas ordens de serviço elaboradas pelo seu empregador;b) O emprego fica obrigado a usar o equipamento de proteção individual (E.P.I) fornecido, gratuitamente, pelo empregador.

Cumpre ressaltar que constitui ato faltoso do empregado a desobediência às ordens de serviço do empregador, a recusa injustificada ao uso do equipamento de proteção individual, podendo ser, por isso, punido por advertência, suspensão ou até com dispensa a sumária. Caso a recusa ao uso do E.P.I., seja justificada (ex. E.P.I apresenta defeito ou é inadequado ao fim a que se destina), é claro que, se o empregado provar que havia uma causa justificada para sua recusa ao uso do E.P.I., não se configurará o ato faltoso, ensejador da punição.

SERVIÇO ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO (NR 4).

As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT devem manter, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

5- A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO CONTEXTO CAPITAL E TRABALHO

No início da formação da sociedade capitalista, o Capital necessitava do Trabalho sem maiores exigências quanto a sua qualificação. Com a necessidade crescente de aumento da produção passou-se a perceber a necessidade desse aprimoramento na qualidade do trabalho para evitar irregularidades na produção, perdas de material e rigor na qualidade do produto. A segurança do trabalho, nessa

fase, não era ainda considerada como importante para o desenvolvimento da relação capital-trabalho.Com o início da sistematização do trabalho, baseada principalmente na participação de Taylor, ao redor de 1880, começa a haver o início da gerência científica com a busca de melhoria da produção sem, no entanto, deixar de perceber claramente todos os fatores aí envolvidos, entre os quais a segurança. Nessa fase, no entanto, o risco das atividades produtivas ainda é grande e muitos acidentes acontecem.Ao redor de 1915 começam a aparecer as primeiras preocupações com as causas dos acidentes que geravam a redução das produções.Os primeiros reflexos sobre a Engenharia de Segurança ocorrem nessa época com a identificação de atos inseguros, insatisfação do trabalhador com o ritmo do trabalho exigido para maior produção e percepção do grau de risco das atividades produtivas.Começou-se a determinar por antecipação a adaptabilidade dos trabalhadores aos diversos tipos de emprego, classificar os graus de habilidade manual desejada pelas gerências e tentar adaptar o trabalhador ao perfil desejado para a função, reduzindo a chamada propensão a acidentes.É interessante notar que a submissão dos trabalhadores, progressivamente, ao sistema capitalista de produção ocorreu à medida que esse sistema conquistava as formas de organização do trabalho e com elas todas as alternativas para o aumento da produção incluindo aí a Segurança no Trabalho.Nessa fase alguns sinais de resistência são observados e inclusive inicia-se uma tentativa de novo sistema de produção liderado pela antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A partir de 1945 as organizações coletivas de trabalhadores passam a exigir abordagens privilegiadas ao mesmo tempo em que as empresas sentem a necessidade de organização e aprimoramento das relações humanas no trabalho.

No Brasil, nessa época, surge a Consolidação das Leis do Trabalho

A estrutura organizacional começa a contemplar as situações prevencionistas melhorando, portanto, condições de segurança.Nesse ponto a Engenharia de Segurança começa a ocupar um lugar de destaque, ainda que às vezes não identificada claramente, uma vez que os trabalhadores passam a se preocupar com outros fatores além da sua subsistência imediata, como, por exemplo, satisfação, insatisfação, qualidade de vida, salários, reação às mudanças do processo tecnológico, produção em excesso, etc.A relação da Engenharia de Segurança com o Capital e o Trabalho, atualmente, na totalidade das empresas, ocupa um espaço vital para que o desenvolvimento dos processos possa ocorrer com a aplicação das novas tecnologias levando em conta de forma privilegiada as condições de Segurança do Trabalho. É de se destacar a nova mentalidade empresarial buscando maiores níveis de qualidade dos produtos, uma maior ênfase ainda quanto aos programas de Segurança do Trabalho e um espaço crescente a ser ocupado pela Engenharia de Segurança nas estruturas organizacionais das empresas.

6- PAPEL E A RESPONSABILIDADE DO ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Compete ao Engenheiro de Segurança do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança:

a) aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança do Trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes;

b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) de acordo com o que determina a NR-6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija;

c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea “a”;

d) responsabilizar-se, tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos;

e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe e NR-5;

f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes de trabalho tanto através de campanhas, quanto de programas de duração permanente;

g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho de doenças ocupacionais, estimulando-os a favor da prevenção;h) analisar e registra em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador (es) de doença ocupacional ou acidentado(s):

As atividades dos Engenheiros de Segurança, integrantes dos serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, são essencialmente prevencionistas e também prevêem a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de estudos de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento de vítimas de qualquer tipo de acidente. Essas são, em resumo, as responsabilidades que devem ser assumidas pelos Engenheiros de Segurança no desempenho de suas funções em uma empresa.

7- ACIDENTES: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO

I- CONCEITO LEGAL DE ACIDENTE DE TRABALHO

No que concerne a sua disciplinação legal os Acidentes do Trabalho são regidos pela Lei de Acidentes de Trabalho – Lei n.º 6.367, de 19 de outubro de 1976, que menciona em seu artigo 2.

ACIDENTE DO TRABALHO É:“Todo aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença, que cause morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.”

A propósito da conceituação legal do acidente de trabalho, contida na definição transcrita, cabe tecer algumas considerações:

1) O acidente deve ser apreciado em relação tão somente a pessoa. Daí resulta, desde logo, que as únicas conseqüências indenizáveis dos acidentes são as respeitantes à lesão do corpo ou a saúde (doença);2) Acidente do trabalho é todo aquele resultante do exercício do trabalho, isto é, cuja ocorrência se verifique na execução do trabalho, ou enquanto o empregado é considerado no seu desempenho, ainda que, em certos casos, fora do respectivo lugar e horário (como prevê o Art. 2 da Lei de Acidentes);3) Na definição adotada pela Lei de Acidentes, ganha o acidente um sentido amplo, lato, abrangendo também as chamadas moléstias profissionais. Equiparou a Lei- por uma questão de técnica legislativa- o acidente do trabalho às moléstias profissionais, para fins de reparação do dano sofrido pelo trabalhador.

No Art. 02, parágrafo III, da citada lei, verifica-se que o mesmo inclui entre os acidentes do trabalho, por que responde o empregador, de conformidade com o disposto nos artigos anteriores, todos os sofridos pelo empregado no local e durante o trabalho, em conseqüência de:

a) atos de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiros inclusive companheiros de trabalho;b) ofensa física intencional, causada por companheiros de trabalho do empregado,

em virtude de disputas relacionadas com o trabalho;c) ato de imprudência ou de negligência de terceiro inclusive o companheiro de

trabalho;d) ato de pessoa privada do uso da razão;e) desabamento, inundação ou incêndio;f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.

II. CONCEITO PREVENCIONISTA DE ACIDENTE DO TRABALHO

A legislação brasileira define acidente do trabalho como todo aquele decorrente do

exercício do trabalho e que provoca, direta ou indiretamente, lesão, perturbação funcional ou doença. Pela lei brasileira, o acidente é confundido com o prejuízo físico pelo trabalhador (lesão, perturbação funcional ou doença).

Do ponto de vista prevencionista, entretanto, essa não definição não é satisfatória, pois o acidente é definido de suas conseqüências sobre o homem, ou seja, as lesões, perturbações ou doenças.

Visando a sua prevenção, o acidente deve ser definido como “qualquer ocorrência que interfere no andamento normal do trabalho, pois, além do homem, podem ser envolvidos nos acidentes outros fatores de produção, como máquinas, ferramentas, equipamentos e tempo”.

Assim, três situações apresentadas são representativas de acidente:

Na primeira, um operário estava transportando manualmente uma caixa contendo certo produto: em dado momento, deixa cair a caixa, o que já é um acidente (queda da caixa). Embora não tenha ocorrido perda material (a caixa não se danificou) nem lesão no trabalhador. Nesse caso ocorreu tão somente perda de tempo

Na segunda, a queda da caixa (que se danificou), embora não tenha ocasionado lesão, é também um exemplo de acidente, em que ocorreu, além da perda de tempo, perda de material.

A última situação é quando a queda da caixa provocou a lesão no homem, a perda do material e a conseqüente perda de tempo.

É claro que a vida e saúde humana têm mais valor que as perdas materiais, daí serem considerados como mais importantes os acidentes com lesão. Por exemplo: se a caixa ao cair atingir pé da pessoa que a estava carregando, provocando sua queda e causando - lhe uma lesão, terá um acidente mais grave, porque, além da perda de tempo e/ou perda material, houve dano físico.

DIFERENÇA FUNDAMENTAL ENTRE A DEFINIÇÃO LEGAL E A PREVENCIONISTA

Na legal, ao legislador interessou, definir o acidente com a finalidade de proteger o trabalhador acidentado, através de uma compensação financeira, garantindo-lhe o pagamento de diárias enquanto estiver impossibilitado de trabalhar em decorrência do acidente, ou de indenização, se tiver sofrido incapacitante permanente. Nota–se por aí que o acidente só ocorre se dele resultar um ferimento. Mas devemos lembrar que o ferimento é apenas uma das conseqüências do acidente. A prevencionista nos alerta que o acidente pode ocorrer sem provocar lesões pessoais. A experiência demonstra que para cada grupo de 330 acidentes de um mesmo tipo, 300 vezes não ocorre lesão nos trabalhadores, enquanto que em apenas 30 casos resultam danos à integridade física do homem. Em todos os casos, porém, haverá prejuízo à produção e, sob os aspectos de proteção ao homem, resulta serem igualmente importantes todos os acidentes, em virtude de não se poder prever quando de um acidente vai resultar, ou não, lesão no trabalhador.Há como se vê por toda parte neste dispositivo, preocupação com os acidentes do trabalho que, causados por terceiros, são considerados como de responsabilidade do empregador.

As causas previstas nos diversos itens enumerados podem ser assim entendidas:

A sabotagem, como sendo uma ação ou omissão intencional, pela qual o trabalhador, ou pessoa desligada da empresa, visa a prejudicar a produção. Inclui-se entre atos de sabotagem os danos causados à maquinaria, a inutilização de matéria prima, a prática de ações ou omissões visando diminuir a produção ou tornar inferior a qualidade do produto, etc.

O terrorismo pressupõe expressões de violência, isto é, a força física, consistente no emprego de meios pelos quais se obriga a paralisação desejada pelo agente.

No que diz respeito às ofensas físicas intencionais, como esclarece o inciso, são abrangidas pela lei apenas as resultantes de disputas relacionadas com o trabalho. Essas violências voluntárias quando praticadas por simples animosidades, sem relação alguma com o trabalho, não são consideradas acidentes do trabalho. Como casos mais freqüentes, pode-se mencionar as lesões praticadas por operários contra chefes de serviço em represália à repreensões, despedidas, etc..Quanto aos atos de imprudência ou de negligência de terceiros, inclusive companheiros de trabalho, podem ser assim caracterizados:A imprudência pela omissão de cautelas na execução de alguns atos e no uso de certos equipamentos. Ocorre geralmente com operários que, por se encontrarem

familiarizados com o perigo, por excesso de confiança esquecem as medidas de prudência aconselhadas no exercício de suas atribuições, causando danos a terceiros.A negligência expressa descuido, falta de atenção. Pose ser determinada pela pressa, ou por esquecimento.No que se concerne ao ato de pessoa privada do uso da razão, pode ocorrer, por exemplo, quando um insano comparece ao lugar de serviço, um companheiro de trabalho endoidece subitamente, ou nos casos de empregados de estabelecimentos que recebem alienados mentais para tratamento médico.

Passando ao que se dispõe parágrafo V do Art. 02 da Lei de Acidentes:

Nos termos deste inciso são igualmente abrangidos e considerandos como produzidos pelo exercício do trabalho, ou em conseqüência dele, embora fora do local e do horário do trabalho, os acidentes sofridos pelo empregado:

a) Na execução de ordens ou realização de serviços sob a autoridade da empresa;b) Pela prestação espontânea de qualquer serviço ao empregador com o fim de lhe evitar prejuízo ou lhe proporcionar proveito;c) Em viagem, a serviço do empregador, seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de sua propriedade;d) No percurso da residência para o trabalho e deste para aquela.

No período de tempo destinado às refeições, ao descanso ou na satisfação de outras necessidades biológicas, no local ou durante o trabalho, preceitua o parágrafo único deste artigo “é o empregado considerado, para efeitos desta Lei, como a serviço do empregador”.

Analisando diversas hipóteses enunciadas:

1) No tocante aos acidentes verificados durante a execução de ordens ou realização de serviços sob a autoridade do empregador, verifica-se que a diferença fundamental a distinguir tais acidentes dos demais previstos na Lei de Acidentes consiste no fato de poderem eles ocorrer mesmo fora do local e do horário de trabalho, bastando que o empregado esteja sob a autoridade do empregador. Cita-se, como exemplo, o caso de um empregador que determina ao empregado que se apresente em sua residência particular após o serviço, vindo o mesmo a sofrer um acidente no cumprimento dessa ordem. Embora a vítima estivesse fora da empresa e em horário que não era de serviço, estava cumprindo ordens do empregador. O acidente, portanto, será indenizável, ficando firmada a responsabilidade do empregador.

2) Quanto aos acidentes sofridos pelo trabalhador durante a realização espontânea de serviços ao empregador, em proveito deste, cita-se como exemplo o caso de um empregado que, residindo perto da empresa, para ela se dirige a fim de debelar um incêndio, vindo a sofrer, nessa tarefa, um acidente. Diz a Lei de Acidentes que o essencial é que o serviço espontâneo tenha por fim dar proveito e evitar prejuízos ao empregador, o que, na hipótese, se verifica. Indenizável, por conseguinte, o acidente ocorrido nestas circunstâncias.

3) Com respeito aos sinistros verificados em viagens - é o caso dos chamados caixeiros-viajantes comerciais – pouco importa o meio de condução utilizado pelo empregado e as circunstâncias do evento. Basta que a vítima esteja a serviço do empregador para que o acidente seja indenizável.

Vejamos a seguir, as hipóteses previstas no parágrafo único do artigo 2:

Diz o inciso que será indenizado os acidentes de que for vítima o empregado no local e durante o trabalho, nos períodos destinados às refeições, ao descanso ou à satisfação de outras necessidades fisiológicas.

As interrupções do trabalho, no decorrer da atividade laborativa diária do trabalhador, poderão ser normais e periódicas (destinadas às refeições e repouso), ou, então, curtas e fortuitas destinadas à satisfação de necessidades naturais. Em ambas as hipóteses, os sinistros são, em tese, indenizáveis, em face do taxativo e expressamente disposto no parágrafo citado.No Art. 2, a Lei de Acidentes menciona certos acontecimentos que normalmente poderiam não ser considerados como acidente do trabalho, que pelas suas peculiaridades e pela sua vinculação direta ou indireta com o serviço executado pela vítima, adquirem aquele caráter.Força maior entende-se um fenômeno natural de ordem física que desafia toda previsão e cuja causa é um fato absolutamente independente e estranho à empresa. Os acontecimentos resultantes de força maior são, na ordem física, os tremores de terra, as inundações, uma revolução, etc.

Do acidente de trajeto regula a ocorrência do acidente quando o empregado está em viagem, a serviço da empresa, independentemente do meio de condução utilizado. Podem ser considerados como do trabalho os acidentes que ocorrerem durante a ida do empregado para o serviço ou durante a sua volta do trabalho.

De acordo com a Lei de Acidentes, o acidente in itinere é indenizável porque constitui um verdadeiro acidente de trabalho, pois a partir do instante que o empregado transpõe a porta da empresa para se retirar ou antes de transpô-la para ingressar no estabelecimento, existe perante a Lei de Acidentes, vínculo ligando o trabalhador ao empregador.A lesão, caso exista, é o ponto de partida para descobrir o tipo de acidente ocorrido, já que é uma das conseqüências do acidente que é precedida de uma ocorrência ou de uma causa.Na prática prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se removido a tempo, teria evitado o acidente. Os acidentes são evitáveis. Não acontecem por acaso. É uma seqüência de erros. Eles são causados, portanto, passíveis de prevenção através da eliminação oportuna de suas causas. Estas podem decorrer de fatores pessoais, dependentes do homem ou de fatores materiais decorrentes das condições existentes nos locais de trabalho.

8- CAUSAS DOS ACIDENTES

Existem pelo menos três modalidades de riscos a que estão sujeitos os trabalhadores:Risco genéricoRisco específico do trabalhoRisco genérico agravado

Primeiro, o risco genérico a que todas as pessoas estão expostas. Em segundo, como trabalhador, o homem está sujeito ao risco específico do trabalho. Finalmente, em determinadas circunstâncias, o risco genérico se agrava pelas condições de trabalho, daí um risco genérico agravado. Por exemplo, a possibilidade de acidentes de trânsito, na viagem de ida de casa para o trabalho, e vice-versa, constitui um risco genérico. Os acidentes com a máquina de trabalho decorrem de um risco específico. O "pastilheiro", que passa o dia sobre o andaime, expõe-se durante o verão, ao risco genérico, mas agravado por sofrer os efeitos da insolação. Para determinarmos os riscos específicos de uma indústria é necessário verificar as condições e os métodos de trabalho da indústria. Isto é importante porque, às vezes, encontramos duas fábricas de produtos iguais que apresentam processos de fabricação diferentes e por sua vez riscos específicos diversos. Em alguns casos, ainda existe uma má compreensão do que seja um acidente. A expressão acidentes "grandes" ou "pequenos", presta-se à confusão. Em muitos casos, estes termos são erradamente empregados para designar lesões graves ou leves. Quando os termos acidente e lesão são assim confundidos, além de poder-se supor facilmente que nenhum acidente seja de importância nos conduz a erro quando da fase do reconhecimento das causas do acidente. Lesão é o ponto de partida para descobrir o tipo de acidente ocorrido. O reconhecimento e a caracterização das causas podem ser simples, como no caso de um degrau quebrado de uma escada ou complexo quando se trata de determinar a causa ou as causas de uma seqüência, em cadeia, que originaram o acidente, cada uma delas relacionada a outra. De uma maneira geral pode-se dizer que na maior parte dos casos, os acidentes são ocasionados por mais de uma causa. A lesão, caso exista, é o ponto de partida para descobrir o tipo de acidente ocorrido, já que é uma das conseqüências do acidente que é precedida de uma ocorrência ou de uma causa.Na prática prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se removido a tempo, teria evitado o acidente. Os acidentes são evitáveis. Não acontecem por acaso. É uma seqüência de erros. Eles são causados, e portanto passíveis de prevenção através da eliminação oportuna de suas causas. Estas podem decorrer de fatores pessoais, dependentes do homem ou de fatores materiais decorrentes das condições existentes nos locais de trabalho.

8.1 CAUSAS DOS ACIDENTES

1- CAUSA PESSOAL DE INSEGURANÇA ou FATOR PESSOAL

É a causa relativa ao comportamento humano, que leva à prática do ato inseguro. É a característica mental ou física que ocasiona o ato inseguro e que em muitos casos também criam condições inseguras ou permitem que elas continuem existindo.Os fatores pessoais predominantes são: atitude imprópria (desrespeito às instruções, má interpretação das normas, nervosismo, excesso de confiança), falta de conhecimento das práticas seguras e incapacidade física para o trabalho.

2- ATO INSEGUROÉ o ato que, contrariando preceito de segurança, pode causar ou favorecer a

ocorrência de acidente. O ato inseguro é a maneira pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou inconsciente a riscos.Ao se analisar os atos inseguros, deve-se identificar os atos e os comportamentos da pessoa que o cometeu.Exemplos:- Levantamento impróprio de cargas;- Permanecer embaixo de cargas suspensas;- Manutenção, lubrificação ou limpeza de máquinas em movimento;- Abusos, brincadeiras grosseiras, etc.;- Remoção de dispositivo de proteção ou alteração em seu funcionamento, de maneira a torná-los ineficientes;- Operação de máquinas em velocidades inseguras;- Realização de operações para as quais não esteja devidamente autorizado;- Uso de equipamento inadequado, inseguro ou de forma incorreta;- Falha no uso de equipamento individual de proteção necessária para a execução de sua tarefa.

3 – CONDIÇÃO AMBIENTE DE INSEGURANÇA ou simplesmente CONDIÇÃO INSEGURA.É a condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência. As CONDIÇÕES INSEGURAS de um local de trabalho são as falhas físicas que comprometem a segurança do trabalhador. Em resumo, são as falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência de dispositivos de segurança e outros que põem em risco a integridade física ou a saúde das pessoas e a própria segurança das instalações e equipamentos.

Apesar da condição insegura ser possível de correção, ela tem sido considerada responsável por 18% dos acidentes.Exemplos de condições inseguras:- Falta de proteção mecânica;- condição defeituosa do equipamento (grosseiro, cortante, escorregadio, corroído,

fraturado, de qualidade inferior, etc.)- escadas inseguras;- pisos derrapantes ou escorregadios;- tubulações mal projetadas;- projetos ou construções inseguras;- iluminação inadequada ou incorreta;- ventilação inadequada ou incorreta;- processos, operações ou disposições (arranjos) perigosos (empilhamento e armazenagens).

perigosos, passagens obstruídas, sobrecarga sobre o piso, congestionamento de maquinaria e operadores, etc.)

TEORIA DE HEINRICH

Entre os vários estudos desenvolvidos no campo de Segurança do Trabalho, encontramos a teoria de Heinrich mostrando-nos que o acidente e a lesão são causados por alguma situação anterior, e também que todo acidente é causado, ele nunca acontece por acaso. É causado porque o homem não se encontra devidamente preparado e comete atos inseguros, ou então existem condições inseguras que comprometem a segurança do trabalhador. Portanto, os atos inseguros e as condições inseguras constituem fatores principais na causa dos acidentes.

Heinrich, partindo da personalidade, procurou demonstrar a ocorrência de acidentes e lesões, com o auxílio de cinco dominós: a primeira representando a personalidade; a Segunda, as falhas humanas no exercício do trabalho; a terceira as causas de acidentes (atos e condições inseguras); a Quarta, acidentes e a Quinta, lesões.

PERSONALIDADE: ao iniciar o trabalho em uma empresa, o trabalhador traz consigo um conjunto de características positivas e negativas, de qualidades e defeitos, que constituem a sua personalidade. Esta se formou através dos anos, por influências de características hereditárias e do meio social e familiar em que o indivíduo se desenvolveu. Algumas dessas características como a irresponsabilidade, irascibilidade, temeridade, teimosia, vícios, crenças etc., podem se constituir em razões fortes para a prática de atos inseguros ou para a criação de condições inseguras.FALHAS HUMANAS: devido aos traços negativos de sua personalidade, o homem pode cometer falhas no exercício do trabalho, do que resultarão as causas de acidentes.CAUSAS DE ACIDENTES: estas englobam as condições inseguras e os atos inseguros.ACIDENTE: ao existirem condições inseguras ou atos inseguros, pode-se esperar as suas conseqüências, ou seja, a ocorrência de um acidente.LESÃO: sempre que ocorre um acidente, corre-se o risco de que o trabalhador venha a sofrer lesões, embora nem sempre os acidentes provoquem lesões.

Caso não se consiga eliminar os traços negativos da personalidade, surgirão em conseqüência, falhas no comportamento do homem no trabalho, que podem resultar

atos inseguros e condições inseguras conduzindo aos acidentes e às lesões. Quando isso ocorrer, tombando a pedra “personalidade” ocasionará a queda, em sucessão, de todas as demais.

Considerando-se que é impraticável modificar radicalmente a personalidade de todos que trabalham, de tal sorte a evitar as falhas humanas no trabalho, deve-se preocupar eliminar as causas de acidentes.

Para tento, deve-se buscar a eliminação tanto de condições inseguras como também se deve procurar que os operários, mesmos os teimosos, desobedientes, temerários e irascíveis, não pratiquem atos inseguros, o que pode conseguir através da criação nos mesmos, da consciência da segurança, de tal sorte que a prática da segurança se transforme em verdadeiro hábito em suas vidas.Eliminando as causas de acidentes, administradores, supervisores e trabalhadores continuarão, cada um com as sua personalidade, a apresentar falhas no comportamento no trabalho, mas o acidente e as lesões não lugar.

Tendo em vista a causa de acidentes se devem à falhas humanas e falhas materiais, a prevenção de acidentes deve visar:- a eliminação da prática de atos inseguros- a eliminação das condições inseguras

Pe

rso

nal

ida

de

Fal

has

Hu

man

as

Ca

usa

s d

e

Ac

ide

nte

s

Os primeiros poderão ser eliminados inicialmente através de seleção profissional e exames médicos adequados e posteriormente através da educação e treinamento. Aos segundos, através de medidas de engenharia que garantam a remoção da insegurança no trabalho.

FIGURA 4Nesse particular, convém lembramos da “REGRA EDE”, relativa aos problemas de segurança do trabalho:

“E” (engenharia, isto é, medidas de ordem técnicas);

“D” (disciplina, isto é, medidas que visam que os métodos de trabalho seguro sejam devidamente observados);

“E” (educação, isto é, o ensino da segurança a todo o pessoal).

O profissional de segurança deve convencer a administração a corrigir as condições inseguras reveladas pela “Engenharia”, instalar e subvencionar um programa de segurança, treinar os trabalhadores, obter seu apoio para o programa e conquistar a cooperação de todos os supervisores.“A Segurança do trabalho não é somente um problema de pessoal, mas envolve uma Engenharia, um conhecimento de Legislação específica, cujo sucesso é também função direta da habilidade de se” vender “o programa à gerência e aos trabalhadores”.

9- CONSEQÜÊNCIA DOS ACIDENTES

Considerando a teoria sobre os acidentes e tendo em vista que as causas dos acidentes são as falhas humanas e materiais é possível controlar ou eliminar estas causas, evitando os atos inseguros e as condições ambientes de insegurança.Do ponto de vista prevencionista, o acidente do trabalho é, por definição, um evento negativo e inesperado do qual resulta uma lesão pessoal ou dano material, e interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil.Portanto, mesmo ocorrências que resultem unicamente em perda de tempo, devem ser encaradas como acidentes do trabalho. Esse critério se justifica, pois, muitas vezes, as lesões e os danos materiais não ocorrem apenas por uma questão de sorte.O gerenciamento dos riscos é fundamental para a prevenção de acidentes. Isso requer pesquisas, métodos e técnicas específicas, monitoramento e controle. Os conceitos básicos de segurança e saúde devem estar incorporados em todas as etapas do processo produtivo, do projeto à operação. Essa concepção irá garantir inclusive a

ENGENHARIA(Condições Inseguras)

DISCIPLINA

EDUCAÇÃO

(Atos Inseguros)

continuidade e segurança dos processos, uma vez que os acidentes geram horas e dias perdidos.

A conseqüência dos acidentes é uma das maiores preocupações do pessoal técnico de segurança, por envolver diretamente vidas humanas, as lesões merecem especial destaque. Com isso, cria-se a mentalidade prevencionista atenta para toda e qualquer anomalia no decorrer de um processo produtivo, não se justificando, de forma alguma, as famosas expressões pós-acidentes: Foi uma fatalidade !. Esta frase não identifica as causas do acidente. Todo acidente de trabalho deve ser plenamente previsto e evitado.

CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES

Evidentemente, a extensão e gravidade das lesões que sofrem os trabalhadores irão depender da natureza do acidente.Essa pode ser :- lesão imediata (lesão traumática) ou - lesão mediata (doença profissional).

Lesões Imediatas: são aquelas em que os traumas físicos ou psicológicos se observam imediatamente, ou no espaço de algumas horas após a ocorrência do acidente. É o caso das lesões traumáticas como corte, fraturas e escoriações, queimaduras, choques elétricos e também das intoxicações agudas com substâncias nocivas.Lesões Mediatas: São aquelas em que os estados patológicos, às vezes, demoram até anos para se manifestarem. É o caso das intoxicações e das maiorias das doenças profissionais decorrentes de exposições constantes e prolongada a agentes ambientais agressivos.

Exemplos bastante conhecidos são: a silicose, que resulta da exposição à poeira de sílica livre e cristalina, o benzolismo, que resulta da exposição a vapores de benzenos; o saturnismo, resultante da exposição a fumos de chumbos; a surdez profissional, etc.A legislação define a doença do trabalho como: - doença não degenerativa nem inerente a grupos etários, resultante das condições excepcionais em que o trabalho é executado, desde que diretamente relacionada com a atividade exercida, que cause redução da capacidade para trabalho e justifique a concessão de benefício por incapacidade.Algumas doenças que, embora possam resultar do exercício de determinadas atividades, exigem a comprovação do nexo de causa efeito, por incidirem também com certa freqüência na população em geral, não sendo, então, possível considerá-las como tipicamente profissionais. Nesses casos necessita-se de uma verificação minuciosa do nexo causal.Convém observar, ainda, que as intoxicações agudas com substâncias tóxicas no trabalho podem levar rapidamente a estados patológicos que também devem ser considerados doenças profissionais. Em tais casos as doenças do trabalho passam a constituir lesões mediatas.Isto ocorre, por exemplo, quando um operário fica exposto a altas concentrações de óxido de nitrogênio em operações de solda elétrica. Estes gases são altamente irritantes, mas os primeiros sintomas de sua ação podem aparecer somente algum tempo após a exposição, quando o operário já se encontra em casa. Sentindo-se mal, e procurando um médico pode ser constatada a formação de edema pulmonar, doença grave que muitas vezes leva o paciente à morte em questão de horas.Todavia, a origem da doença passa geralmente despercebida, sendo atribuída a outros fatores, não relacionados com sua verdadeira causa que foi a exposição ocupacional aos gases tóxicos.Este fato permite tirar algumas conclusões. Primeiramente, verifica-se que o edema pulmonar deveria ser classificado, neste caso, como doença profissional. Em seguida conclui-se que acidentes desta natureza ocorrem e não são diagnosticados corretamente devido à ausência de pessoal especializados em Saúde Ocupacional (Engenheiros de Segurança e Médicos do trabalho). Finalmente, conclui-se que as estatísticas do Acidente do Trabalho apresentarão números inferiores a realidade por este e outros motivos que serão abordados adiante.

Para efeito de cadastramento e levantamento estatístico dos acidentes do trabalho, somente as lesões incapacitantes são computadas. Considera-se lesão incapacitante, quaisquer lesões, incluídas as doenças profissionais, que ocasione a morte por

incapacidade permanente, ou que impeça ao acidentado desempenhar normalmente suas funções, por um dia no mínimo, excluído o dia do acidente.Como se percebe, as estatísticas não incluem os pequenos acidentes também chamados acidentes sem perda de tempo, que exigem apenas cuidados de ambulatório, justamente os mais freqüentes na indústria. Contudo, a influência desses acidentes menores na produtividade não deve ser menosprezada pelo profissional de segurança, que deve dar toda atenção ao seu controle.As lesões incapacitantes também chamadas acidentes com perda de tempo são classificados em quatro categorias: 1- MORTE: É qualquer fatalidade resultante de uma lesão do trabalho.2- INCAPACIDADE TOTAL PERMANENTE: É qualquer lesão do trabalho, exceto a morte que incapacite total e permanente a um trabalhador desempenhar qualquer ocupação lucrativa ou que resulte em:- perda anatômica ou a impotência funcional em partes essenciais considerando-se como partes essenciais a mão e o pé.- a perda da visão de um olho com a redução simultânea de mais da metade da visão do outro.- as lesões orgânicas ou perturbações funcionais graves e permanentes de qualquer órgão vital, ou quaisquer estados patológicos reputados incuráveis, que determinem idêntica incapacidade para o trabalho.

3- INCAPACIDADE PARCIAL PERMANENTE: É qualquer lesão, exceto a morte ou a incapacidade total permanente, que resulte na completa perda ou inutilização de qualquer membro ou parte de um membro do corpo; ou qualquer incapacitação permanente de funções do corpo ou de parte dele.

4- INCAPACIDADE TOTAL TEMPORÁRIA: É qualquer lesão do trabalho que não resulte em morte ou incapacidade permanente, mas ocasiona o afastamento do trabalhador de sua atividade profissional, por um ou mais dias.

CONCEITOS BÁSICOS SOBRE CONSEQÜÊNCIAS DO ACIDENTE

1- LESÃO PESSOAL ou LESÃO. É qualquer dano sofrido pelo organismo humano como conseqüência de acidente de trabalho.

2- NATUREZA DA LESÃO é a expressão que identifica a lesão, segundo suas características principais3- LESÃO IMEDIATA é a lesão que se verifica imediatamente após a ocorrência do acidente.4- LESÃO MEDIATA (TARDIA) é a lesão que não se verifica imediatamente após a exposição à fonte da lesão.4.1 – A lesão mediata que constituir entidade nosológica definida, será considerada doença do trabalho (doença profissional).5- MORTE é a cessação da capacidade de trabalho pela perda da vida, independentemente do tempo ocorrido desde a lesão.6- LESÃO COM PERDA DE TEMPO OU INCAPACITANTE é a lesão pessoal que impede o acidentado de voltar no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade permanente.7- LESÃO SEM PERDA DE TEMPO é a lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja incapacidade permanente. - Esta lesão não provocando a morte, incapacidade permanente total ou parcial ou incapacidade temporária total, exige, no entanto, primeiros socorros médicos de urgência.8- INCAPACIDADE TOTAL PERMANENTE

- Esta incapacidade corresponde à lesão que, não provocando a morte, impossibilita o acidentado, permanentemente, de exercer ocupação remunerada ou da qual decorre a perda total do dos seguintes elementos: a) ambos os olhos;b)um olho e uma das mãos ou um olho e um pé;c)ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé

9- INCAPACIDADE PARCIAL PERMANENTE é a redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter permanente

- Esta incapacidade corresponde à lesão que, não provocando morte ou incapacidade permanente total, é causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo, perda total do uso desse membro ou parte do corpo, ou qualquer redução permanente de função orgânica.- A vítima desse tipo de incapacidade é incluída nas estatísticas de acidentados com

“lesões com perda de tempo”. 10- INCAPACIDADE TEMPORÁRIA TOTAL é a perda da capacidade de trabalho de que resulte um ou mais dias perdidos, excetuados a morte, a incapacidade permanente parcial e a incapacidade permanente total.- permanecendo o acidentado afastado de sua atividade por mais de um ano, a

incapacidade temporária será automaticamente considerada permanente, sendo computado o tempo de 360 dias.

- A incapacidade temporária parcial não causa afastamento do acidentado, correspondendo, portanto, a lesão sem perda de tempo.

11- TEMPO COMPUTADO é o tempo contado em “dias perdidos” por incapacidade temporária total ou “dias debitados por morte ou incapacidade permanente, total ou parcial”.

- permanecendo o acidentado afastado de sua atividade por mais de um ano, a capacidade temporária será automaticamente considerada permanente, sendo computado o tempo de 360 dias.

- a incapacidade temporária parcial não causa afastamento do acidentado, correspondendo, portanto, a lesão sem perda de tempo.

12- PREJUÍZO MATERIAL é o prejuízo decorrente de danos materiais e outros ônus, resultantes de acidente do trabalho.13- AGENTE DO ACIDENTE (ou simplesmente, AGENTE) é a coisa, substância ou ambiente que, sendo inerente à condição de insegurança, tenha provocado o acidente. 14- FONTE DA LESÃO é a coisa, substância, energia ou movimento do corpo que diretamente provocou a lesão.A fonte da LESÃO é aquilo que, em contrato com a pessoa determina a lesão. Pode ser, por exemplo, um dos muitos materiais com características agressivas, uma ferramenta, a ponta de uma máquina. A LESÃO – e a sede da lesão, isto é, a parte do corpo onde ela se localiza- é o ponto inicial que identificarmos o agente da lesão. Convém observar qual a característica do agente que causou a lesão. Alguns agentes são essencialmente agressivos, como ácidos e outros produtos químicos, a corrente elétrica, etc.. Basta um leve contato para ocorrer a lesão.Outros determinam ferimentos por atritos mais acentuados, por batidas contra a pessoa ou da pessoa contra eles, por prensamento, queda, etc., mas determinam sempre alguma lesão quando entram em contato mais ou menos violento com a pessoa. O mesmo se pode dizer do peso de objetos. O peso em si não constitui agressividade, mas é um fator que, aliado à dureza do objeto, determina ferimentos ao cair sobre as pessoas.

10- RISCO DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES LABORAIS

Pelo seu instinto, o homem conseguiu, através da História, criar uma tecnologia que as atividades laborativas nasceram com o homem. Pela sua capacidade de raciocínio e possibilitou sua existência no planeta. Partindo da atividade evoluiu para a agricultura e o pastoreio, alcançou a fase do artesanato e atingiu a era industrial.Até o advento da máquina à vapor, poucas e esparsas notícias se têm sobre a saúde ocupacional. Somente com a Revolução Industrial é que o aldeão começou a agrupar-se nas cidades. Deixou o risco de ser apanhado pelas garras de uma fera, para aceitar o risco de ser apanhado pelas garras de uma máquina. No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a Revolução Industrial.A Segurança do Trabalho devendo aplicar os princípios e recursos da Engenharia e da Medicina no controle e prevenção dos riscos profissionais, é, portanto, um campo de especialização para engenheiros que deverão exercer suas atividades em equipe e dentro de um espírito de cooperação mútua para que o objetivo comum seja alcançado.Segurança do Trabalho costuma ser definida como a ciência e arte devotada ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos profissionais. Estes, em última análise são os fatores ambientais ou inerentes às próprias atividades, que podem, eventualmente, ocasionar alterações na saúde, conforto ou eficiência de trabalhador.Como já se viu, no que se refere à Segurança do Trabalho, em um sentido amplo, deverá o profissional estar apto a:- reconhecer os riscos profissionais capazes de ocasionar alterações na saúde

do trabalhador, ou afetar o seu conforto e eficiência;- avaliar a magnitude desses riscos, através da experiência e treinamento, e

com o auxilio de técnicas de avaliação quantitativa, prescrever medidas para eliminá-los ou reduzi-los em níveis aceitáveis. Para um perfeito reconhecimento dos riscos pelo engenheiro de segurança passemos a:

CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS PROFISSIONAIS

Os riscos profissionais, conforme mencionado, são os que decorrem das condições precárias inerentes ao ambiente ou ao próprio processo operacional das diversas atividades profissionais. São, portanto, as condições inseguras do trabalho, capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem estar do trabalhador.As condições inseguras relativas ao processo operacional, como por exemplo, máquinas desprotegidas, pisos escorregadios, empilhamentos precários, etc., são chamados riscos de operação.As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho, como por exemplo, a presença de gases e vapores tóxicos, o ruído e o calor intensos, etc., são chamados riscos de ambiente.

Os riscos de ambiente são aqueles inerentes ao trabalho regulamentados pela NR-9 - Riscos Ambientais que podem causar danos à saúde do trabalhador em função de sua natureza, concentração e tempo de exposição.

RISCOS AMBIENTAIS

CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS

Podem ser classificados segundo a sua natureza e forma com que atuam no organismo humano. Esta classificação é dada a seguir:

- agentes físicos- agentes químicos- agentes biológicos- agentes ergonômicos- agentes mecânicos ou de acidentes

A ocorrência dos acidentes dependerá da atuação simultânea de uma série de fatores relativos a condição ambiental, a atividade profissional e ao próprio indivíduo.Quanto ao risco ambiental, a ocorrência de acidente dependerá de sua natureza e intensidade, evidentemente. Quanto ao indivíduo, dependerá de sua suscetibilidade ao agente, e quanto à atividade profissional, dependerá de suas características como a duração do processo e o tempo de exposição.

Tais fatores devem sempre ser considerados em conjunto para uma análise real do risco que os agentes ambientais oferecem à saúde dos trabalhadores.

A) AGENTES FÍSICOS

Os agentes causadores em potencial de doenças ocupacionais são:- ruído- vibrações mecânicas- temperaturas extremas- pressões anormais- radiações ionizantes- radiações não ionizantes

RUÍDO

O risco elevado é talvez, o risco profissional mais freqüente na indústria, porém nem sempre considerado com o respeito que merece. Além de produzir uma redução na capacidade auditiva do trabalhador, a exposição intensa e prolongada ao ruído atua desfavoravelmente sobre o estado emocional do indivíduo com conseqüências imprevisíveis sobre o equilíbrio psicossomático.De um modo geral, quanto mais elevados os níveis encontrados, maior o número de trabalhadores que apresentarão início de surdez profissional e menor será o tempo em que este e outros problemas se manifestarão.É aceito ainda que o ruído elevado influi negativamente na produtividade, além de ser, freqüentemente, o causador indireto de acidentes do trabalho, por causa da distração ou mau entendimento de instruções ou mascarar avisos e sinais de alarme.

- VIBRAÇÕES MECÂNICAS

As vibrações mecânicas são também relativamente freqüentes na indústria, e podem ser subdivididas em duas categorias: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro.Ambos os tipos, porém, nas condições normalmente encontradas, não oferecem preocupações sob o ponto de vista de riscos à saúde.

Entretanto, exposições contínuas a níveis intensos poderão, em determinadas circunstâncias, produzir diversos males nos trabalhadores.

- Vibrações localizadas, características de operações com ferramentas manuais elétricas ou pneumáticas, por exemplo, poderão produzir, em longo prazo, alterações neuro-vasculares nas mãos dos trabalhadores, problemas nas articulações e braços e osteoporose (perda de substância óssea).

Vibrações de corpo inteiro, a que estão expostos, por exemplo, operadores de grandes máquinas e motorista de caminhões e tratores, poderão produzir problemas na coluna vertebral, dores lombares, além de haver suspeitas de causarem pequenas lesões nos rins.

TEMPERATURAS EXTREMAS

As temperaturas extremas são condições térmicas rigorosas, em que são realizadas atividades profissionais.- Calor intenso é sem dúvida mais freqüente que o frio excessivo, como problema ocupacional no Brasil. Seja devido à multiplicidade dos processos industriais que liberam grandes quantidades de energia calórica, seja devido às nossas condições geográficas e climáticas predominantes.

O calor intenso é responsável por uma série de problemas que afetam a saúde e o rendimento dos trabalhadores, conhecidos como males do calor ou doenças do calor. Entre as principais mencionam-se a insolação, a prostração térmicas, a desidratação e as cãibras do calor.

O frio intenso é encontrado em diversos tipos de indústrias que utilizam câmaras frigoríficas ou ainda em operações executadas ao ar livre em certas regiões do país, especialmente durante os meses de inverno. Nessas condições, poderá provocar enregelamento dos membros, hipotermia (queda de temperatura do núcleo do corpo) além de lesões na epiderme do trabalhador, conhecidas como úlceras do frio.

PRESSÕES ANORMAIS

As pressões anormais são encontradas em trabalhos submersos ou realizadas abaixo do nível do lençol freático. Nestas condições utilizam-se pressões elevadas para expulsar a água do compartimento de trabalho, ficando, em tais condições, submetidos os operários a pressões atmosféricas acima do normal, podendo ocasionar-lhes danos à saúde, se não forem observadas certas medidas preventivas e de segurança. Além destes trabalhos que são realizados em caixões pneumáticos, campânulas, tubulões a ar comprimidos etc., as pressões elevadas podem afetar igualmente os mergulhadores profissionais.As pressões hidrostáticas elevadas apresentam os mesmos riscos que as pressões atmosféricas elevadas.

Entre os problemas mais freqüentes que afetam os trabalhadores expostos à pressões elevadas mencionam-se a intoxicação pelo gás carbônico e diversos males conhecidos como doenças descompreensivas, das quais a mais grave é a embolia causado pelo nitrogênio.Pressões atmosféricas abaixo do normal podem também produzir algumas alterações no organismo do indivíduo, mas, essas exposições ocupacionais são bastante raras no Brasil. Isto ao fato de não possuirmos altitudes muito elevadas no país. Somente

alguns poucos pilotos de aviões não pressurizados estarão sujeitos a este risco profissional.

RADIAÇÕES IONIZANTES

As radiações ionizantes oferecem sério risco à saúde dos indivíduos expostos. São assim chamadas porque produzem uma ionização nos materiais sobre os quais incidem, isto é, produzem a subdivisão de partículas inicialmente neutras em partículas eletricamente carregadas.As radiações ionizantes são provenientes de materiais radiativos como é o caso dos raios alfa (α), beta(β) e gama (γ) ou são produzidas artificialmente em equipamentos como é o caso dos raios X.Diversos desses materiais e equipamentos são produzidos na indústria ou em outros estabelecimentos como instituto de pesquisa, hospitais, laboratórios, etc..., devendo sua manipulação obedecer as rigorosas normas de segurança e de proteção individual existente.Dependendo de sua natureza, as radiações ionizantes produzirão diversos males no organismo do trabalhador. Os raios alfa (α) e beta (β), de natureza corpuscular, possuem menor poder de penetração no organismo e portanto oferecem menor risco.Os raios X e γ, de natureza eletromagnética, possuem alto poder de penetração e entre os males causados incluem-se a anemia, a leucemia, o câncer e também alterações genéticas que podem comprometer fisicamente gerações futuras.

RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES

As radiações não ionizantes são de natureza eletromagnética e seus efeitos dependerão de fatores como duração e intensidade da exposição, comprimento de onda da radiação, região do espectro em que se situam, etc.

A Radiação Infravermelha - também chamada de calor radiante é bastante comum em indústrias metalúrgicas, de fabricação de vidro e outras, onde existem fornos e materiais altamente aquecidos. É encontrada igualmente em trabalhos no ar livre, onde os operários ficam expostos à radiação solar.

Além de contribuir para a sobrecarga térmica imposta ao trabalhador, a radiação infravermelha poderá causar queimaduras assim como a catarata que é uma doença irreversível.

A R adiação U ltravioleta - é encontrada, por exemplo, em operações de solda elétrica, na fusão de metais e no controle de qualidade de peças com lâmpadas especiais.Seus efeitos principais são queimaduras, eritema, conjuntivite e câncer de pele.

A Radiação Laser- é energia eletromagnética altamente concentrada num determinado comprimento de onda do espectro. Vem encontrado cada vez maiores aplicações na indústria sendo utilizada também em outras atividades profissionais como levantamentos topográficos e geodésicos, na medicina e nas comunicações.

Seus principais efeitos são queimaduras na pele e nos olhos que podem ser bastante graves, conforme o tipo e duração da exposição à radiação.

As Microondas- são bastante utilizadas nas comunicações sendo produzidas em instalações de radar e de radiotransmissão. São utilizadas ainda em alguns processos industriais químicos, em fornos de microondas e em secagem de materiais. Conforme a potência das estações de transmissão ou da energia liberada no processo poderão ficar submetidos os operadores à intensidades prejudiciais. Outros fatores devem

ainda ser considerados nas exposições da onda, como a espessura ou a composição dos tecidos, etc., para que se possa avaliar melhor o risco.

Os efeitos mais graves são os de natureza aguda como a catarata, e o superaquecimento dos órgãos internos que, em determinados casos, podem levar à morte.Efeitos crônicos podem ainda resultar de exposições prolongadas às microondas de baixa potência, entre as quais inclui-se a hipertensão, as alterações no sistema nervoso central, o aumento da atividade da glândula tiróide, etc..

B) AGENTES QUÍMICOS

Ocorrência e Características dos Agentes Químicos

Agentes químicos são os agentes ambientais causadores em potencial de doenças profissionais devida à sua ação química sobre o organismo dos trabalhadores. Podem ser encontrados tanto na forma sólida, como líquida ou gasosa.Além do grande número de materiais e substâncias tradicionalmente utilizadas ou manufaturadas no meio industrial, uma variedade enorme de novos agentes químicos vai sendo encontrados devido à quantidade sempre crescente de novos processos e compostos desenvolvidos.Por outro lado, freqüentemente os agentes químicos ocorrem como subproduto indesejável de inúmeros processos industriais.Grande parte dessas substâncias possui características tóxicas e, conseqüentemente, do agente do organismo.O grau de toxicidade de um determinado agente químico dependerá de características intrínsecas da substância como: estado físico, solubilidade, PH, etc., além da via de penetração do agente no organismo.Diversas substâncias apresentam ainda o risco de explosão quando em determinadas concentrações no ar atmosférico o que, certamente, constitui ameaça séria à integridade física do trabalhador.Na apreciação dos riscos que os agentes químicos oferecem, estes aspectos devem ser levados em consideração, além dos demais fatores desencadeantes das doenças profissionais já mencionados.

ABSORÇÃO E ELIMINAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS

As três possíveis vias de penetração dos agentes químicos no organismo são:

- via respiratória

- via cutânea

- via digestivaA via respiratória é inegavelmente a mais importante por ser a mais freqüente. Isto se deve ao fato de que, a maior parte dos agentes químicos encontra-se suspensos ou dispersos na atmosfera ambiente, em forma de poeiras, gases ou vapores. Além do mais uma grande quantidade de ar é respirada diariamente pelos trabalhadores. Durante as 8 (oito) horas diárias de trabalho de um indivíduo, este respira em média cerca de 8 metros cúbicos de ar.

Muitos agentes químicos, entretanto, possuem a propriedade de penetrar através da pele intacta, produzindo intoxicações no trabalhador. É o caso, por exemplo, de diversos solventes industriais, fenóis, de alguns pesticidas e de outras substâncias que

exigem a proteção adequada do trabalhador para impedir a sua penetração pela via cutânea.A penetração dos agentes químicos através da via digestiva, ocorre acidentalmentenos casos onde o trabalhador come, bebe ou fuma num ambiente de trabalho contaminado. Em tais condições, graves intoxicações podem acontecer.Estas podem ser de dois tipos: agudas ou crônicas. As intoxicações agudas são aquelas que em curto espaço de tempo provocam alterações profundas no organismo humano. São causadas por contaminantes muito tóxicos ou por outros, que embora menos tóxicos, se encontram em altas concentrações no ambiente.

As intoxicações crônicas podem produzir danos consideráveis no organismo, porém, mais em longo prazo. Origina-se normalmente de exposições contínuas a baixos níveis de concentração dos poluentes.

A fim de evitar tais intoxicações ocupacionais, a exposição do organismo dos agentes ambientais não deve ultrapassar determinados limites, compatíveis com a manutenção da saúde do trabalhador. Tais limites foram desenvolvidos e adotados nos países mais desenvolvidos e são estipulados em listas especiais denominadas Limites de Tolerância. Estas listas estabelecem os valores máximos para as concentrações dos agentes no ambiente, valores estes que se aplicam exclusivamente para as condições de trabalho dentro de certos limites, isto é, são válidos para regimes de trabalho de 8 horas diárias ou 40 horas semanais. Baseiam-se estes valores máximos em estudos epidemiológicos e toxicológicos ou em informações obtidas através de exposições acidentais aos agentes em níveis extremamente elevados. Até o presente as tabelas existentes cobrem apenas agentes químicos e físicos, e os limites estão sujeitos as revisões anuais, podendo ser alterados em funções de novas informações sobre os agentes. Além de se aplicarem exclusivamente a ambientes de trabalho, os Limites de Tolerância devem ser usados somente como orientação no controle de agentes que oferecem risco à saúde.Em nenhuma hipótese devem ser encarados como linha divisória entre situações seguras.Em alguns casos os Limites de Tolerância podem ser ultrapassados durante um certo tempo em quantidades estipuladas na Tabela. Em outros, são concentrações - teto que não devem ser excedidas em nenhuma circunstância.Existem indicações especiais a esse respeito na tabela, como também sobre as substâncias que podem ser absorvidas pela pele.

Os agentes químicos, conforme foi visto, devido à sua natureza, podem ser absorvidos pelo organismo e poderão, ou não, ser eliminadas pelo mesmo. Diversas substâncias possuem a propriedade de se acumularem nos tecidos, nos órgãos ou nos ossos, sendo a sua eliminação bastante demorada ou difícil.Quando são eliminadas do organismo, as substâncias podem se apresentar inalteradas ou então transformadas em outros compostos. As substâncias podem ser eliminadas do organismo através de três vias: urinárias, fezes e, em menor quantidade, pelo suor.

CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS

Os agentes químicos podem ser classificados de diversas formas, segundo suas características tóxicas, estado físico, etc.Conforme foi observado, os agentes químicos são encontrados em forma sólida líquida e gasosa. Os sólidos são, por exemplo, as poeiras nocivas podem provocar uma série de doenças nos pulmões. As poeiras podem ser de origem mineral, vegetal ou animal. Entre as primeiras, encontram-se de sílica livre e cristalina que produzem silicose; as de berilo que produzem berilose, etc.

Entre as segundas estão as fibras vegetais, como o algodão, que produzem bissinose, etc.Entre as fibras de origem animal que podem causar doenças estão, por exemplo, aquelas provenientes de pelo e couro de animais.Existem ainda fibras de origem sintética (de alguns plásticos, por exemplo) capazes de provocar moléstias profissionais.Os agentes em forma líquida são constituídos por ácidos, solventes, etc. Estão-se em forma de partículas pequenas em suspensão no ar, podem causar danos ao sistema respiratório. Podem produzir também dermastoses em contato com a pele, irritações, queimaduras, etc.Entretanto a maioria das exposições aos agentes químicos na indústria ocorre quando estes se encontram em forma de gás ou vapor. Os mais comuns são dióxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, monóxidos de carbono, vapores de solventes, etc.Seus efeitos variam bastante. Alguns são praticamente inertes, outros apresentam até a possibilidade de morte, mesmo em concentrações muito pequenas e em exposições curtas, como é caso do ácido cianídrico.

CLASSIFICAÇÃO FÍSICA DOS CONTAMINANTES ATMOSFÉRICOS

Os agentes químicos quando se encontram em suspensão ou dispersão no ar atmosférico. Estes podem ser classificados em:

- aerodispersóides

- gases

- vapores

Aerodispersóides: são dispersores de partículas sólidas ou líquidas, de tamanho bastante reduzido (abaixo de 100 microns) que podem se manter por longo tempo em suspensão no ar.

EXEMPLOS:

Poeiras: são partículas sólidas, produzidas mecanicamente por ruptura de partículas maiores.

Fumos: são partículas produzidas por condensação de vapores metálicos.

Fumaça: são sistemas de partículas combinadas com gases que se originam em combustões incompletas.

Névoa: são partículas líquidas produzidas mecanicamente em processo “spray”, por exemplo.

Neblina: são partículas líquidas produzidas por condensação de vapores.O tempo que os aerosdispersóides podem permanecer no ar depende de seu tamanho, peso específico (quanto maior o peso específico, menor o tempo de permanência) e da velocidade de movimentação do ar. Evidentemente, quanto mais tempo o aerodispersóides ficar no ar, maior é a chance de ser inalado e de produzir intoxicações no trabalhador.As partículas mais perigosas são as que se situam abaixo de 10 microns, visíveis com microscópio. Estas constituem a chamadas frações respiráveis, pois pode ser absorvida pelo organismo através do sistema respiratório.

As partículas maiores, normalmente ficam retidas nas mucosas da parte superior do aparelho respiratório, de onde são expelidas através da tosse, expectoração, ou pela ação dos cílios.

- Gases: são dispersores de moléculas no ar, misturadas completamente com este (o próprio ar é uma mistura de gases).

- Vapores: são também dispersores de moléculas no ar que, ao contrário dos gases, podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão. Uma outra diferença importante é que os vapores em recintos fechados podem alcançar uma concentração máxima no ar, que não é ultrapassada, chamada saturação.Os gases, por outro lado, podem chegar a deslocar totalmente o ar de um recinto.

CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA DOS CONTAMINANTES ATMOSFÉRICOS

Os agentes químicos podem ainda ser classificados segundo a sua ação sobre o organismo humano. Como a maioria destes encontra-se em dispersão no ar, serão abordados os efeitos fisiológicos resultantes de absorção através da via respiratória.

Entretanto, quando um determinado agente é classificado como irritante das mucosas do aparelho respiratório, pode-se esperar que possua ação semelhante em outras mucosas do corpo humano e em muitos casos, na própria pele.

Convém lembrar que os efeitos fisiológicos dos contaminantes, especialmente dos gases e vapores, variam segundo a concentração em que se encontra no ar, motivo pelo qual um mesmo contaminantes pode ter diferentes classificações fisiológicas. Porém, o grosso modo, pode-se fazer a seguinte classificação:

1) IRRITANTES

Estes, devido a uma ação química ou corrosiva, têm a propriedade de produzir inflamação nos tecidos com quais entram em contato. Atuam, principalmente, sobre os tecidos de revestimento epiteliais como a pele, mucosas das vias respiratórias conjuntivas oculares, etc.A forma de ação é determinada, principalmente por características físicas como solubilidade, volatilidade e ponto de ebulição do agente. Os irritantes muito solúveis são absorvidos pelos primeiros tecidos epiteliais que encontram, ou seja, quando ingressam pela via respiratória ficam absorvidos principalmente pelo nariz e garganta. (Ex: amoníaco, poeiras alcalinas, etc.). Os de solubilidade moderada atuam em todas as partes do sistema respiratório (Ex: cloro, ozona, iodo, etc.)

Todavia, há um grupo de irritantes orgânicos que não segue esta regra de solubilidade. Isto é, ainda que pouco solúveis, exercem ação irritante nas vias respiratórias superiores.É o caso da acroleína, que se encontra nos gases de escapamento de motores diesel.Existe também, um grupo se irritantes chamados secundários, que além da ação inflamatória atuam sobre todo organismo. Por exemplo: o ácido sulfídrico (H2S), éteres, etc.

2) ASFIXIANTESEstes são classificados em simples e químicos

Os simples são os que, sem interferir nas funções do organismo, podem provocar asfixia por reduzir a concentração de oxigênio no ar. Exemplos: metano, nitrogênio, dióxido de carbono, hélio, etc.Os de atuação química interferem no processo de absorção de oxigênio do sangue ou nos tecidos. A forma de interferência depende do tipo do composto. Neste grupo encontram-se o monóxido de carbono, gás sulfídrico, nitrilos, etc.

3) NARCÓTICOS

Os contaminantes narcóticos apresentam uma ação depressiva sobre o sistema nervoso central, produzindo efeito anestésico após terem sido absorvidos pelo sangue. Exemplo: éter etílico, acetona, éter isopropílico.

4) INTOXICANTES SISTÊMICOS

São compostos que podem causar tanto intoxicações agudas como crônicas.

Compostos que causam lesões nos órgãosAs exposições agudas (às concentrações elevadas), ainda que breves, podem ser graves, causando até a morte em alguns casos. Exemplos: hidrocarbonetos halogenados (clorofórmio tetrocloreto de carbono, cloreto de vinila, etc.).

Compostos que causam lesões no sistema formador de sangueSão acumulada em tecidos graxos, medula de ossos e sistema nervoso. Exemplos: hidrocarbonetos aromáticos (benzeno, tolueno, xileno). O benzeno requer atenção especial, pois pode produzir anemia incurável se a exposição for prolongada. Em alguns casos pode também produzir leucemia.

Compostos que afetam o sistema nervosoSua eliminação em geral é feita com lentidão. Neste grupo encontram-se os álcoois metílicos e etílicos, dissulfeto de carbono, e éteres de ácidos orgânicos.

Compostos tóxicos inorgânicos e metais tóxicosOs compostos de tóxicos inorgânicos são sais de não metais, cuja toxidade varia numa ampla faixa. Entre os mais perigosos estão os sais de cianuretos (cianureto de sódio ou cianureto de potássio). Outros exemplos são: floretos e compostos de arsênio, fósforo, enxofre, etc. Podem produzir febre dos metais, dermatoses, alterações no sistema nervoso central, câncer e diversas intoxicações graves.

Material particuladoNesta categoria estão incluídas poeiras, fumos, névoas, etc., que não foram provenientes classificados como intoxicantes sistêmicos.

Poeiras Produtoras de FibroseAs poeiras que não produzem reação fisiológica apreciável são chamadas inertes, podem ficar retidas nos pulmões, mas, não produzem alterações. Somente apresentam problemas quando presentes em concentrações muitos elevadas. Exemplos: alguns carbonatos, sais complexos de alumínio, carvão, carborundum, etc.

Partículas alergizantes e irritantesPodem atuar sobre a pele ou aparelho respiratório. Entre as primeiras estão poeiras de algumas madeiras (ex: caviúna), bem como partículas de óleos vegetais, como óleo de castanha de caju, partículas de ácidos, cromatos, etc. Entre as que podem atuar sobre o aparelho respiratório, inclui-se a poeira de semente seca de mamona, pólens, resinas, etc.

C) AGENTES BIOLÓGICOS

Agentes biológicos são microorganismos causadores de doenças com os quais o trabalhador pode entrar em contato no exercício de diversas atividades profissionais.Vírus, bactérias, parasitas, fungos, bacilos são exemplos de microorganismo aos quais freqüentemente ficam expostos médicos, enfermeiros, funcionários de hospitais, sanatórios e laboratórios de análise biológica, lixeiros, açougueiros, lavradores, tratadores de gado, trabalhadores de curtume e estações de tratamento de esgoto, etc.Entre as inúmeras doenças profissionais causadas pelos agentes biológicos, inclui-se, por exemplo, a tuberculose, a brucelose, o tétano, a malária, a febre tifóide, a febre amarela e o carbúnculo.Evidentemente, tais doenças só devem ser consideradas profissionais quando estiverem diretamente relacionadas com exposições ocupacionais aos microorganismos patológicos. Isto é, quando causada diretamente pelas condições de trabalho. Apesar do conhecimento razoável sobre os efeitos de tais organismos nos seres humanos, as técnicas de avaliação quantitativa dos mesmos, bem como os estudos sobre as máximas concentrações permissíveis no ar, ainda se encontram nos estágios iniciais de pesquisa.Por esse motivo todo cuidado deve ser tomado nas atividades em que os trabalhadores possam ficar expostos a agentes biológicos.Para o controle do pessoal exposto aos agentes biológicos as medidas preventivas mais usuais são:- vacinação- esterilização- rigorosa higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de trabalho- equipamento de proteção individual - ventilação adequada- controle médico permanente

D) Agentes Ergonômicos Agentes ergonômicos são aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das atividades profissionais. Estes fatores podem produzir alterações no organismo e estado emocional dos trabalhadores, comprometendo a sua saúde, segurança e produtividade.Entre os principais fatores incluem-se a monotonia, a posição e o ritmo de trabalho, a fadiga, a preocupação, trabalhos repetitivos, etc.Atualmente observa-se ainda a tendência de se considerar como agentes ergonômicos outros fatores como, por exemplo, as condições térmicas e de iluminação do ambiente de trabalho.Este enfoque se justifica, pois, tais fatores entre outros, enquadram- se na definição de agentes ergonômicos, e seu estudo identifica-se com os objetivos da ergonomia.

A ergonomia é uma ciência bastante recente, em muitos pontos coincidentes com a Segurança do Trabalho. A Organização Internacional do Trabalho define ergonomia como a aplicação das ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas da Engenharia para alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o Homem e seu trabalho, e cujos resultados se medem em termos de eficiência humana e bem estar no trabalho.O ajustamento mútuo do Homem e seu trabalho obtêm- se através de medidas como: a modernização e higienização dos ambientes de trabalho , modificação dos processos, o projeto de máquinas e ferramentas perfeitamente adequadas ao operário, adoção de ritmos e posições adequadas ao trabalho, a assistência médico- psicologia ao empregado, é feito levando- se em consideração:

1) Aspectos biomecânicos - que são as implicações do trabalho nos músculos, juntas e nervos.2) Aspectos sensoriais – como a fadiga visual, cores sinais auditivos e outros fatores semelhantes. 3) Aspectos ambientais – como iluminação, temperatura , umidade , ruído, contaminantes, atmosféricos, vibração.4) Aspectos psicológicos e sociais do ambiente de trabalho

Estes fatores quando considerados isoladamente ou em conjunto permitirão introduzir diversas modificações ambientais, trazendo benefícios aos trabalhos e à própria empresa uma vez que haverá melhor aproveitamento da mão de obra, menor custo operacional, redução de tempo de treinamento de pessoal, etc.

D) Agentes Mecânicos

Arranjo físicoMáquinas e equipamentosFerramentas manuais defeituosas, inadequadas e inexistentesTransporte de materiaisEletricidadeSinalizaçãoPerigo de Incêndio ou explosãoEdificações Armazenamento inadequadoOutros

11. Segurança do Trabalho Integrada ao Planejamento EmpresarialContexto e razão

As mudanças que estão ocorrendo no ambiente de negócios, muitas delas produzidas pela globalização dos mercados, estão exigindo das empresas o aprimoramento dos seus processos de planejamento, tendo em vista a tomada de decisões de melhor qualidade que lhes assegurem o atendimento de seus objetivos de expansão, perpetuação e lucratividade.

A principal conseqüência do custo de acidente do trabalho é impactar os custos da empresa, majorando o preço final do produto ou serviço. Existem outras conseqüências como desprestígio da empresa, bem como a organização passa a ser alvo de fiscalizações do Ministério do Trabalho, intervenção do Ministério Público e Sindicatos e outros dissabores.

A segurança do trabalho é objeto de interesse não apenas de trabalhadores, como também das empresas e da sociedade em geral, na medida que confirma através dos benefícios concedidos por acidentes e doenças decorrentes do trabalho o pesado ônus que a sociedade paga por estes acontecimentos envolvendo trabalhadores assegurados, o que representa gastos da Previdência Pública com acidentes de trabalho.

VANTAGENS:VANTAGENS:

PRESERVAÇÃO / VALORIZAÇÃO DA VIDAPRESERVAÇÃO / VALORIZAÇÃO DA VIDA- QUALIDADE DE VIDA- QUALIDADE DE VIDA- LUCRO PARA EMPRESA- LUCRO PARA EMPRESA- IMAGEM DA EMPRESA- IMAGEM DA EMPRESA- RECURSOS PARA A SOCIEDADE- RECURSOS PARA A SOCIEDADE

11.1. Estrutura do Planejamento EmpresarialVisão estratégica do negócio e planejamento

A segurança do trabalho tem como principais objetivos:

Promover, manter e melhorar a saúde dos trabalhadores; Eliminar ou amenizar os infortúnios do trabalhador, tais como

acidentes, doenças, intoxicações industriais etc., pelo controle higiênico dos materiais, processos e ambiente do trabalho;

Aplicar as medidas de prevenção às doenças transmissíveis comuns ou não ao trabalho;

Estender estas medidas de medicina preventiva aos membros da família e ao lar do trabalhador, pela visita do médico e da enfermeira, articulados pelo serviço social;

Contribuir para elevar o moral, o conforto e o nível da qualidade de vida do trabalhador;

Aumentar e prolongar sua eficiência no trabalho; Diminuir o absenteísmo, e; Diminuir o tempo perdido para a indústria, por todas as causas.

11.2.0 ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA DO TRABALHO:

11.2.1. Atividades AdministrativasÉ o gerenciamento do processo. É à parte de criação, avaliação e propostas para

a melhoria constante.

11.2.2. Enquadramento da Empresa conforme Portaria 3214 (NR)Este enquadramento deve ser feito com base na NR-4 (Normas

Regulamentadoras) - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

11.2.3. Assessoramento para Cumprimento do ProgramaPara cumprir-se um programa é necessário antes de tudo que este programa

exista fisicamente.De quem é a responsabilidade de idealizar o programa de segurança? O

programa deve atender a filosofia da empresa, pode ser planejado pela gerência, pelo Engenheiro de Segurança, pelo Técnico, etc., tudo vai depender do tamanho e do grau de importância da segurança no organismo da empresa.

11.2.4. Traçar Objetivos Mensais e AnuaisÉ importante que o setor de segurança trace objetivos a serem alcançados

durante um período de tempo.Estes objetivos devem ser baseados na necessidade da empresa e endossado

pela Gerência.Pode-se também lançar mão das taxas de freqüência e taxa de gravidade de cada setor. Como ponto de partida usar a NB-18 - ABNT detalha os cálculos. Preenchendo os quadros A e B desta norma mensalmente já é uma fonte de consulta e histórico muito bom.

11.2.5.Comunicação Constante com as Áreas sobre os Resultados AlcançadosO setor de segurança recebe as informações dos demais departamentos e consolida as informações recebidas, além de possuir, às vezes, sistema de acompanhamento do programa de segurança independente. Para isso acontecer é necessário que exista um sistema de comunicação padrão e constante, que todos entendam os valores, índices, etc. O sucesso do programa está justamente além da participação, está no comprometimento.

11.2.6. Assessoramento às outras ÁreasEm uma empresa, o setor de segurança deve auxiliar e assessorar várias áreas

dentro da empresa. Como sabemos, a CIPA é tratada na NR-5 e a NR-23 especifica a Proteção contra Incêndio.

BRIGADA DE COMBATE A INCÊNDIOA formação de uma equipe ou brigada de combate a incêndio é de caráter

obrigatório, uma vez que a NR-23, Proteção Contra Incêndio, especifica no seu item 23.1 - Disposições Gerais, que todas as empresas deverão possuir:

a) Proteção contra incêndio;b) Saídas suficientes paro a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de

incêndio.c) Equipamento suficiente para combater o fogo em seu início;d) Pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos.

Logo, para atender esse item da NR, é necessário que se tenham pessoas treinadas e capacitadas para responder rapidamente a um evento deste gênero.

O setor de segurança industrial deve ser responsável pela formação e pelo treinamento da brigada, além de programar exercícios práticos periódicos com os trabalhadores.MANUAL DE SEGURANÇA

O Manual de Segurança deve conter toda a política de segurança, procedimentos, bem como, os assuntos importantes para cada empresa, exemplo:

• Plano de Vigilância• Guia de Segurança para Empreiteiros• Autorização para serviços (a frio, a quente, espaço confinado).• Programa de Segurança• Análise de Acidentes• CIPA• Análise de Riscos das Operações• Rede de Combate a Incêndio (Equipamento, teste, etc.).• Limpeza de Equipamentos• Mapeamento de Riscos• Normas de Segurança (EPI, Exame toxicológico, entrada e saída de pessoas,

ferramentas, sistema elétrico, manutenção, etc).• Revisão de Extintores

• Inspeção• Medições e testes• Plano de Emergência (Incêndio, derrame de produto, vazamentos, abandono

de área, tempestades, etc.).

• Treinamentos • Etc.

MEIO AMBIENTEO profissional da segurança deve estar envolvido com a prevenção de acidentes

ambientais. E importante que a empresa tenha o seu Manual de Controle Ambiental, onde deverá conter a sua Filosofia e o seu compromisso para manter e preservar o Meio Ambiente.

Os procedimentos deverão abranger a formação, manuseio, armazenamento e destino de resíduos industriais, proteção do Ar, Água e Solo; locais onde pode ocorrer contaminação; identificação dos riscos: meio de prevenir; metodologia de controle; inspeção; etc; ação corretiva.

11.2.7. Relacionamento com a Área Médica

Atuar na prevenção é importante para prevenir doenças ocupacionais e acidentes.

A identificação dos contaminantes no ambiente de trabalho, definir e implantar procedimentos para neutralizá-los, devem ser tarefas para todos, não só para um ou outro.

O trabalhador tem que ter boa saúde física, mental e espiritual para poder produzir um trabalho de qualidade. Nenhum serviço ou produto pode sair da fronteira da empresa impregnado de doença, contaminação, acidente no trabalho de quem o produziu.

11.2.8. Controle das Documentações

1 - O setor de segurança deve estabelecer e implementar uma sistemática de controle de documentos e formulários de segurança, de modo a assegurar que:

a) A aprovação dos documentos e de suas modificações seja feita por pessoas autorizadas;

b) Os documentos sejam entregues às pessoas responsáveis pela execução ou controle das atividades o que se destinam;

c) Os documentos sejam utilizados nas revisões aplicáveis.

2 - A sistemática de controle de documentos deve ter, pelo menos, a seguinte abrangência:

a) Manual de Segurança

b) Normas Técnicasc) Documentos de Projetos de Segurançad) Plano de Execução e Verificação de Projetos de Segurançae) Documentos de Compra de Equipamentos ou Acessórios de Segurançaf) Procedimentosg) Listas de Verificaçãoh) Planos de Inspeçãoi) Plano de Aferição/Calibração de Aparelhos e Instrumentos de Medição e

Testes envolvidos no Monitoramento e Controle da Área de Segurançaj) Documentação referente a Treinamento Projetado e Realizado1) Documentação Emitida para Órgãos Públicosm)Atas de Reuniões de CIPA e as Recomendaçõesn) Programa da SIPATo) Relatórios de Registros de Resultadosp) Documentação Médica - NR-7q) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR9

Nota: Fazem parte dos relatórios e registros de resultados, os relatórios obrigatórios, tais como:

1) Inspeção na Parte Elétrica conforme NR 102) Inspeção no Sistema de Proteção de Estruturas Contra Descarga.

Atmosférica - SPDA, NBR 5419 - 1993 - item 6.3 -Periodicidade das Inspeções.

3) Inspeção de Caldeiras e Vasos de Pressão NR-13, item 13.5 e 13.10.4) Análise Ergonômica do Posto de Trabalho, NR-17.5) A análise semestral da água potável da empresa através do Órgão

competente em cada estado.

3 - PrazosOs documentos devem ser mantidos em arquivos de forma recuperável, pelo

prazo mínino de 3 anos. Deve ser considerado o prazo para cada tipo de documento, analisando as NRs. Os atuais prazos podem ser mudados de acordo com as alterações nas futuras normas.

NR-4 - Mapas Anuais de Registros de Acidentes, mínimo 5 anos.NR-5 - Folha de Votação - 3 anosNR-7 - P.C.M.S. O - Registros dos Exames Médicos - 20 anos.NR-9 - P.P.R.A - Os dados deverão ser mantido no mínimo 20 anos.NR- 12 - Treinamento Obrigatório para Operadores de Moto Serra.NR-13 - Caldeiras e Vasos de Pressão - Os registros deverão durar enquanto

existir o equipamento.NR-15 - Atividades e Operações Insalubres

Anexo 60 - Trabalho sob pressão hiperbáricas - registro das operações de mergulho (ROM) 5 anos considerando a última data do registro.Anexo 12 - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais

- Registros das avaliações no mínimo 30 anos. NR-17 - ErgonomiaAvaliação Obrigatória sem término de validade.

NR-18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria daConstruçãoManter cópia do resumo estatístico anual e protocolo porum período de 3 anos - item 18.32.2. Quando houver aCIPA manter os devidos registros - NR-5.

GERALTodas as documentações referentes à segurança devem ser bem identificadas e

guardadas. As documentações que não forem exigidas por Lei devem ter um período determinado para irem para o arquivo morto ou serem destruídas.

11.2.9 Atividades TécnicasAs Normas Regulamentadoras estão sempre mudando, logo o profissional da

segurança deve estabelecer um mecanismo para ficar sempre atualizado com as mudanças.

Hoje em dia, com a rapidez da tecnologia e da informação, é muito comum um profissional dormir dominando um conhecimento e acordar obsoleto devido ás mudanças ocorridas na área de seu domínio.

11.2.10 Investigação, Análise e Correção dos Acidentes Ocorridos.Para se conseguir um melhoramento contínuo na segurança dos empregados no

processo produtivo e na instalação, devemos aprender através dos acidentes ocorridos.

Um acidente pode causar lesões às pessoas, danos às instalações, comunidade ou ao meio ambiente.

Os acidentes devem ser registrados de tal maneira a fornecer informações para:o) Determinar a causa principal do acidente;b) Identificar itens específicos a serem analisados;c) Auxiliar a modificação do procedimento para evitar novos acidentes;Com base no resultado da análise poderemos então:Especificar as providências necessárias para prevenir acidentes futuros:

• Eliminar as condições inseguras;• Evitar atos inseguros.

Devemos ainda:• Ter meios para assegurar a conclusão das recomendações e condições para

avaliar o sucesso ou fracasso das ações adotadas para eliminar os acidentes.• Divulgar o acidente para todos os trabalhadores esclarecendo o ocorrido, como

aconteceu, onde aconteceu, por que aconteceu e as providências tomadas para evitar novos acidentes.

A empresa, além de possuir formulário e meio de análise especificados na NB-18 da ABNT - Cadastro de Acidente e da CIPA, deve possuir formulário próprio para relatar o acidente.

A ISO 9001 no item 4.14 que trata da ação corretiva deve ser interpretada pelo profissional de segurança, da seguinte maneira:

A empresa deve estabelecer, documentar e manter procedimentos para:a) Investigar o causa de acidente e quase acidente e a ação corretiva necessária

paro prevenir repetição;b) Analisar todos os processos, gerações de trabalho, registros, relatório de

reclamações para detectar e eliminar causas potenciais de acidentes;c) Iniciar ações preventivas para tratar dos problemas em um nível

correspondente aos riscos encontrados;d) Aplicar controles que assegurem que ações corretivas são tomadas e que as

mesmas são eficazes;e) Implementar e registrar alterações nos procedimentos resultantes de ações

corretivas.

A - SISTEMA DE AVALIAÇÃO E ANÁLISEPara investigar o acidente deve ser formada uma comissão ou através da CIPA

ou uma outra comissão sempre com a participação da CIPA.Quando não houver CIPA, um grupo especifica deve ser composto para analisar o ocorrido.

A comissão nunca deve procurar o culpado, mais sim descobrir as causas que levaram a concretizar o acidente.

Uma vez identificadas as causas e listadas as recomendações, é importante que se estabeleça a responsabilidade para implementar as recomendações, bem como determinar uma data de conclusão. Deve haver um sistema de monitoração das recomendações.

A.1. - METODOLOGIA PARA INVESTIGAR UM ACIDENTE.Qualquer tipo de acidente ou doença ocupacional deve ser reportado, não

importa se houve ou não lesão, se danificou ou não o equipamento ou as instalações.

11.2.12 -Cadastro e Estatística dos AcidentesO setor de segurança deve manter um sistema de estatística dos acidentes e

quase acidentes bem como um sistema de cadastro, visando à tomada de decisão e à avaliação do sucesso do programa.

O serviço de segurança deve desenvolver um formulário próprio para registrar as informações dos acidentes ou quase acidentes.

Exemplo: Lesões, tipos de lesões, localização da lesão, tipo de acidentes, etc.• Quedas• Batidas (por ou contra)• Choque elétrico• Incêndios, explosão.• Vazamentos, transbordamentos, etc.

O maior objetivo deve ser identificar as condições e atos inseguros para eliminá-los. Podemos entender o cadastro como o registro das informações referente aos tipos de eventos não desejados que causaram o acidente e o quase acidente e o seu efeito.

ESTATÍSTICAPodemos entender a estatística como sendo a coleta, apresentação, análise e

interpretação de dados numéricos de certo evento.Exemplo: número de lesões por queda por ano, etc. A NB 18/75 apresenta

a taxa de freqüência de acidentes e a taxa de gravidade que são obrigadas por Lei, porém é importante o serviço de segurança possuir Outros controles para abranger os acidentes e quase acidentes que nem sempre são registrados por vários motivos.

É importante ter um controle por mês, do tipo de acidentes, lesões, local dos acidentes, ou quase acidentes, parte do corpo atingido, hora, dias, etc.

Com estes dados poder-se-á traçar programas de melhoria para eliminar e prevenir os tipos de acidentes, tendo os acidentes ocorridos como exemplo para futuras medidas. Cada empresa deve elaborar seus registros e controles dentro de suas necessidades.

11.2.13 -Inspeção de SegurançaA NR-5 CIPA, tem como uma de suas atribuições a inspeção nas dependências

da empresa com finalidade de identificar riscos. A ISO 9001 destaca a importância da inspeção. A inspeção é uma ferramenta de grande valor na prevenção de acidentes.

Deve-se definir anualmente um grupo, com a Participação da CIPA, para desenvolver um trabalho de inspeção periódica nos locais de trabalho. Este grupo pode ser definido pela gerência da empresa. O período para cada inspeção deve ser predeterminado como, por exemplo, a cada 4 meses ou a cada mês em um determinado setor, etc, O que melhor atende as expectativas da empresa.

A inspeção deve ser desenvolvida em todos os setores da empresa. Deve-se fazer um mapeamento das instalações e separar por setores e os locais que devem ser vistoriados.

d) Arquivo dos Documentos

Todos os formulários devem ser guardados e as recomendações sofrerem um processo periódico de patrulhamento, até a conclusão final. Pode acontecer que certas recomendações precisem de verbas, aprovação, etc., que foge da autoridade do setor. Muitas informações servirão para o auxilio no levantamento estatístico para a melhoria da qualidade da segurança. Tendo todo o processo bem documentado é fácil arquivar e consultar quando necessário.

11.2.14 Comunicação de Condições InsegurasA empresa deve possuir um sistema para comunicar a quem dê direito, as

condições inseguras. Há vários processos, tais como:• Através da Reunião da CIPA

• Caixa de sugestões, espalhada pela empresa.• Telefone, rádio portátil.• Computador• Reunião informal com a supervisão• Escrever em quadro de aviso do setor• Formulário próprio à disposição do empregado em local apropriado• Comissão de segurança• Circulo de Controle de Qualidade (CCQ), etc.

Uma vez identificado o risco por qualquer funcionário, a comunicação deve alcançar a supervisão o mais rápido possível.

É de suma importância que o empregado que relatou a condição insegura receba da supervisão o retorno da solução da sua comunicação. Isto faz parte do gerenciamento participativo.

A empresa, às vezes, não poder atender rapidamente a solicitação, por várias razões, porém é importante que o empregado saiba que a sua sugestão foi analisada e qual será a conclusão.

A motivação é fator preponderante na participação de todos na prevenção de acidentes. E necessário motivar o pessoal para comunicar qualquer ato ou condição insegura na sua atividade.

A empresa poderá listar as sugestões e afixar em quadro de avisos, comentando e colocando datas da solução, etc.

11.2.15.Solução das Sugestões e RecomendaçõesA empresa deve possuir um sistema, conhecido por todos, para coletar, analisar,

comentar e implementar as sugestões e recomendações de segurança.

11.2.16. Elaboração de Procedimentos Seguros de TrabalhoTodo trabalho de ter um procedimento escrito para execução. Isto além de

facilitar a execução, auxilia na prevenção de acidentes. Deve ser simples e de fácil consulta. Na preparação dos procedimentos, o trabalhador deve participar, uma vez que é ele que desenvolve a tarefa. Em caso de ter-se que alterar qualquer etapa do processo, ele é o mais indicado para fornecer informações.

Os procedimentos devem abranger todas as áreas da empresa, tais como: segurança industrial e patrimonial, produção, transporte, manutenção, operação, laboratório, armazenamento, meio ambiente, portaria, etc.

11.2.17-Participação em Análise de ProjetosO setor de segurança industrial deve participar em todas as etapas de um

projeto, seja no início ou mesmo na modificação de projeto já existente. A prática já confirmou que, em qualquer modificação que se venha a fazer no início de um projeto, o custo será bem menor do que se fizer após a conclusão do mesmo. Muitas instalações apresentam deficiências na parte de segurança, que poderiam ser eliminadas se o projeto sofresse uma análise mais cuidadosa no seu inicio.

11.2.18-Padronização de Cores e SinalizaçãoAs cores identificam equipamentos, situações, ambientes, etc. A cor pode tornar um ambiente agradável ou agressivo, triste e cansativo. Usar a cor com técnica deve ser uma das metas do setor de segurança para o auxilio na prevenção de acidentes e despoluição ambiental.

11.2.19- Resíduos QuímicosMuitos acidentes têm acontecido devido à mistura de resíduos. Conhecendo

alguns produtos incompatíveis, pode ser de grande ajuda na hora de manusear tais produtos.

11.2.20-. Recomendação, Teste e implantação de EPI.A NR-6 especifica que o EPI - Equipamento de Proteção Individual é todo

dispositivo de uso individual, destinado a proteger a integridade física do trabalhador.O EPI é recomendado para ser usado em ambientes e condições inseguras, ou

onde há potencialidade de ocorrer um acidente ou falha de alguma ordem, que venha ameaçar a segurança do empregado.

Uma vez identificada a necessidade do uso do EPI, o mesmo só pode ser adquirido com o certificado de aprovação, expedido pelo Ministério do trabalho e da Administração - MIA.

É importante que o comprador visite o fabricante do EPI para verificar o processo de fabricação e os testes necessários para cada EPI, quando possível e viável.

A empresa deve possuir um sistema de análise, escolha, entrega e treinamento no uso do EPI pelo empregado. Devem ser ressaltadas as obrigações do empregador e do empregado com relação ao EPI.

A empresa deve possuir uma relação de EPI’s necessários para o seu trabalho normal, a norma e exigência que cada um deve atender, tipo de manutenção, inspeção, etc.

A empresa deve criar um sistema de certificação próprio, envolvendo três empresas fornecedoras, definindo os itens de qualidade para cada equipamento, com visita ao fornecedor, quando possível.

A empresa deverá ter procedimentos bem definidos além da compra, recebimento, estocagem, higienização e substituição.

11.2.21-. Mapa de Risco

A NR-9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais no seu anexo IV - MAPA DE RISCO, especifica diretrizes para desenvolvimento dos trabalhos.

A NR-5 no item 5.16, “O”, atribui à CIPA a função de elaborar o MAPA DE RISCO, com a colaboração do SESMT, quando esta existir.

Os riscos encontrados deverão ser indicados em um desenho, Layout da empresa, através de círculos coloridos. O tamanho do círculo e a cor indicam o grau de risco e o tipo.

A NR-9 não é rigorosa em vários aspectos da norma, por essa razão, o bom senso e a experiência ajudarão na elaboração do Mapa de Risco. Atualmente há várias literaturas a respeito do assunto, o que ajudará a CIPA em mais Essa atribuição.

Os círculos devem ser de tamanhos variados, dentro da gravidade:grande, médio e pequeno.Quando for identificado, no mesmo posto de trabalho, mais de um risco de igual intensidade, pode-se representá-los no mesmo circulo.

11.2.22 -Controle de Produtos Químicos PerigososFaz parte de prevenção de acidentes e do gerenciamento de risco do processo

produtivo o conhecimento sobre as matérias primas e todos os procedimentos envolvidos.Produto Perigoso é definido como qualquer produto que represente risco para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente.

11.2.23- Identificação, Avaliação e Controle de Riscos Químicos.Nenhum trabalho pode ser bem desenvolvido com qualidade e segurança se as

condições de trabalho forem as mais agressivas e inóspitas.Após arrumar e limpar o local de trabalho deve-se fazer um mapeamento do ambiente de trabalho, visando a identificar os riscos presentes no local e que estão atuando no trabalhador.

A empresa pode desenvolver esta avaliação através do seu pessoal de segurança ou através de firmas especializadas.

11.2.24.- Acompanhamento dos Programas existentesA empresa deve ter sistemas definidos para acompanhar a implementação e o desenvolvimento de cada programa ou sistema, tais como: Manutenção preventiva, treinamento, etc., visando a prevenir acidentes.

É importante o acompanhamento do trabalho antes, durante e depois de cada conclusão, ou de um serviço ou de um produto.

Cada programa deve ter um sistema para acompanhar o desenvolvimento, bem como medir o grau de eficiência.

Como pode ser feito este acompanhamento:• Este acompanhamento pode ser feito através de reuniões periódicas com os envolvidos no processo;

• Preenchimento de formulários, indicando o percentual de implementação concluída;

• Sistema de auditoria;• Etc.

11.2.25 Intercâmbio TécnicoDia a dia a tecnologia é aperfeiçoada provocando sempre constantes mudanças

em alguma coisa dentro da empresa. Nesta dança das modificações o que mais conta é a rapidez da comunicação.

Nesse processo surge, então, corno elemento aglutinador o intercâmbio técnico com o cliente ou o fornecedor órgão público e a comunidade, devendo fazer parte da política da companhia essa filosofia de Participação.

O intercâmbio deve ser feito com os seguintes assuntos.• Legislação • Organização• Procedimentos • Entidades representativas• Equipamentos • Órgãos públicos• Produtos • Eventos• EPI • Grupo de trabalho, etc.

11.2.26. Controle de Risco para ConsumidorA partir da Lei n0 8078 de 11.09.90, que instituiu o Código de Defesa do

Consumidor, abriu-se um campo ainda maior de atuação para os profissionais da área da Segurança.

O usuário ou o consumidor exige que o produto que ele adquire não vá causar-lhe um dano físico ou um risco a sua saúde, por estar mal dimensionado ou um alimento contaminado por bactérias. O fornecedor de produtos e serviços, por outro lado, não pode esperar que no decorrer da produção vá acontecer um acidente que comprometa a instalação ou a saúde do seu funcionário.

As empresas devem criar procedimentos para que o profissional da Segurança participe e se relacione no desenvolvimento do projeto, fabricação, distribuição, propaganda e acompanhar o desempenho do produto no mercado.

Em muitas empresas os profissionais de Segurança participam de grupos de trabalho para a qualidade, através dos grupos de melhoria da qualidade, Círculo de Controle da Qualidade (CCQ), etc.

Sabe-se que qualquer produto posto no mercado não é isento de riscos, afinal, qualquer produto pode vir a causar danos por mais inofensivos que sejam. A redução ou eliminação destes riscos deve ser a preocupação de todos.

11.2.27. Sistema de Especificação e Controle de Equipamentos de Combate a Incêndio

A NR-23 - Proteção contra incêndios determina que todas as empresas devem possuir:

• Proteção contra incêndio;• Saídas suficientes para saída do pessoal;• Equipamentos suficientes para combater o fogo no seu inicio;

ESGUICHOS, DERIVANTES, REDUTORES, PROPORCIONADORES, CANHAO, ETC.

Neste item deve-se relacionar todos os tipos de equipamentos, bem como: quantidade, local, fornecedores, avaliação da eficiência, etc.

Definir o tipo de manutenção e o período.

Na ficha de registro de cada equipamento, deve-se fazer toda a descrição técnica do mesmo.

EXTRATO PARA ESPUMA MECÂNICAEspecificar o tipo de extrato, classificando os fornecedores, definir onde e

quando usar, quantidade disponível, especificação de armazenagem e testes.

11.2.28- Meio AmbienteQualquer agressão à qualidade do ar, aos recursos hídricos, soto com a sua flora

e fauna, tem respostas imediatas, não só dos órgãos responsáveis, mas também das organizações ambientalistas e da sociedade e dos órgãos de comunicação. Algum acidente tem repercussão internacional. Esta movimentação causa grande prejuízo monetário e de imagem da empresa infratora.

O Governo e órgãos ambientalistas cada vez mais devotam tempo e energia para criarem leis de proteção à natureza e aumentar a fiscalização sobre as fontes poluidoras.

Atualmente, qualquer novo projeto a ser desenvolvido está obrigado pelos responsáveis, seja o governo ou particular, a apresentar um estudo de Impacto Ambiental (RIMA). Somente após a aprovação é que o projeto é desenvolvido.

TRATAMENTO DE EFLUENTESO início básico para proteger o meio ambiente é o tratamento de efluentes,

tornando assim um dos principais cuidados de uma instalação nos dias de hoje. A Instalação, além de possuir um bom sistema de captação, só deve permitir a saída da água servida após a mesma estar dentro dos padrões permitidos pelos órgãos controladores do meio ambiente de cada Estado da Federação.

A empresa deve ter um sistema documental para acompanhamento e autorização para descarte da água tratada. A autorização deve ser assinada por uma pessoa competente na compreensão dos resultados das análises das águas tratadas.

O arquivo desta documentação é importante para a inspeção e vistoria dos Órgãos Governamentais.

O sistema de captação de águas deve ser projetado para as águas normais servidas, bem como em caso de geração de volumes maiores, provenientes de acidentes ou combate a emergência.

TRANSPORTESO decreto 96044 de 18 de maio de 1988 regulamenta o Transporte Rodoviário de

Produtos Perigosos. Esse decreto visa a minimizar o efeito do acidente que geralmente representa risco à saúde das pessoas, a segurança pública e ao meio ambiente.

Grande parte dos vazamentos nos transportes é causada por erros humanos, problema de manutenção envolvendo um mau planejamento de viagem, estradas ruins, veículos desgastados, etc.

Portanto, é essencial que as pessoas envolvidas nas operações e na manutenção da unidade de transporte sejam bem treinadas, competentes e cientes das suas responsabilidade na preservação do meio ambiente.

Cada local deve ter seus sistemas de procedimento para atender a manutenção e emergências no transporte.

OUTRAS FONTES POLUIDORASA Empresa deve identificar os pontos possíveis de poluição e adotar providências

para reduzi-las. Algumas são simples, porém outras são bastante complexas e caras.

11.2.29. Prevenção de PerdasSabemos, hoje em dia, que o custo de um acidente ou doença profissional

poderá ter um custo bastante elevado.Geralmente os acidentes geram conseqüências para;

• O empregado →• Lesões, doenças, etc;• Propriedade • → Instalação, equipamentos, etc;• Social • Despesas médicas, seguros, treinamentos, etc;• Humano • → Sofrimento para pessoas que são envolvidos diretamente ou

indiretamente com o evento não desejado, etc.• Empregador

Logo, podemos concluir que se deve prever o máximo possível de eventos não desejados e planejar com coerência uma maneira para eliminar, isolar ou controlar os riscos envolvidos em cada etapa da operação, produção, manutenção e distribuição.

A prevenção é a melhor chave para o sucesso de qualquer planejamento de segurança.

11.2.30. Espaço ConfinadoEspaço confinado é todo local ou área fechada que não possui ventilação

adequada.A experiência mostra que vários acidentes graves vêm acontecendo em locais

confinados devido à falta de conhecimento das pessoas que entram nesses espaços.

11.2.31-Atividades EducacionaisAs atividades educacionais buscam corrigir eventuais desvios de comportamento

e nesse nível de participação, o profissional de segurança vai lidar com a parte educacional do processo de aperfeiçoamento do pessoal envolvido. Elas promovem o ajustamento do homem com sua função, alertam sobre os riscos existentes nas máquinas e equipamentos, realizam a manutenção do comportamento seguro dos funcionários e definem a conduta a ser adotada pelos empregados de uma maneira geral.

A mudança de comportamento é algo a ser trabalhado com o intuito de se alcançar o objetivo proposto. Existem no mercado diversas publicações que abordam esta parte do ser humano, que é o comportamento, a motivação, o envolvimento, etc.

Alguns projetos que estão incluídos nessa atividade de segurança são:

11.2.32- Manual Geral de SegurançaTodos os funcionários têm por obrigação conhecer os procedimentos gerais de

segurança da empresa, que estão contidos no manual e cumpri-los. Esta é uma obrigatoriedade legal em que o empregador deve alertar seus empregados quanto aos riscos existentes. Muitos acidentes ocorrem porque não há esclarecimentos sobre os riscos existentes nas instalações e equipamentos. Por outro lado, é dever dos empregados adotarem as recomendações existentes no manual, pois também ocorrem acidentes com funcionários cientes dos riscos a que estão expostos.

O manual deve abranger:• Procedimentos em caso de emergência/acidentes;

(Especificar o tipo de emergência e a melhor maneira de agir)• Abandono de área;• Esclarecimentos sobre o significado das sinalizações de segurança;• Brigada de combate a emergência;• Primeiros socorros;• Utilização dos equipamentos de proteção individual;• Acesso a áreas restritas;• Autorização para trabalhos com solda e em locais confinados;• Ramais de emergência;• Uso dos equipamentos, etc;

Para que um equipamento chegue até a área de operação é necessário que se possua um sistema de especificação técnica de compra, controle, manutenção e reposição.

11.2.33- Manual de Procedimentos SegurosPara cada atividade, seja elas uma prestação de serviço ou operação com uma

máquina ou equipamento, deve existir um procedimento seguro de trabalho.O procedimento seguro envolve instruções “Gerais” e “Especificas” a serem

observadas durante a operação de uma máquina ou realização de um serviço.Todo funcionário, ao iniciar seu trabalho numa nova função, deve ser orientado e

treinado a respeito dos riscos a que estará exposto durante sua nova atividade.

11.2.34- Integração de Novos FuncionáriosÉ importante que cada trabalhador que comece a participar do quadro de

funcionários de qualquer empresa deva passar por um processo de adaptação e conhecimento da empresa como um todo.

Deve ser treinado especificamente na tarefa que irá desenvolver, não importando que tenha ou não experiência. Este treinamento deve ser aplicado para qualquer nível ou função, desde o mais simples ajudante ao mais categorizado dirigente.

Cada empresa tem sua própria cultura e a mesma deve ser preservada. São valores que foram incorporados através dos anos de experiência, aprendizado e é uma somatória de valores morais e éticas dos criadores e dos elementos que tiveram participação ativa no processo. Estes valores devem ser enaltecidos e divulgados para os novos funcionários.

A integração deve ser dada aos funcionários no seu primeiro dia de trabalho, e é um processo desenvolvido e aplicado com áreas de recursos humanos (Treinamento, Assistente Social, Psicólogos, Departamento de Pessoal).

11.2.35- Cursos para os SupervisoresO papel dos gerentes e supervisores é de extrema importância para que seus

subordinados adotem uma conduta prevencionista nos seus locais de trabalho.Os mesmos devem passar por um processo de treinamento para poderem

desenvolver com os seus subordinados os programas de segurança.Os gerentes e supervisores são parte do sucesso de qualquer programa ou

processo de implantação e desenvolvimento da segurança.Uma vez que a administração for conscientizada da necessidade preventiva ou

mesmo corretiva do programa, seus subordinados automaticamente aceitarão com maior facilidade.

PROBLEMAS SOCIAISO equilíbrio emocional é um fator importante para que o subordinado trabalhe

motivado de maneira segura.Contudo, muitos acidentes ocorrem, direta ou indiretamente, devido ao uso do

álcool ou drogas. E importante que a supervisão, junto com o Setor de Segurança, Assistente Social e Área Médica crie programas para modificar esse comportamento. A atitude do empregado para um procedimento mais preventivo é o início do sucesso de qualquer projeto.

Programas de combate e prevenção para evitar o uso de drogas, deve ser preocupação constante das Empresas, Governo e Sociedade. O uso de drogas é acima de tudo um problema social.

11.2.36- Treinamento para Cipeiros e Membros das Brigadas de Combate a Incêndio

Conforme determina a NR-5 os Cipeiros devem receber treinamento especifico, cuja carga horária mínima deve ser de 24 horas. No mínimo deve ser de 3 dias com carga máxima por dia de 8 horas/aula por dia.

Entre os principais assuntos devem constar:1 - Riscos ambientais2 - Introdução à segurança do trabalho3. - Inspeção de Segurança4 - Investigação de acidentes 5 - Análise dos acidentes

6 - Campanhas de segurança 7 - Equipamentos de proteção individual

8 - Princípios básicos de prevenção de incêndios9 - Estudo da NR-5

10.- Reunião da CIPA 11 - Primeiros Socorros 12 - Mapa de Risco

O Curso pode ser ministrado pelos profissionais integrantes do SESMT da Empresa ou por alguma entidade prevencionista registrado na DRT.

TREINAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIOA NR-23 especifica a obrigatoriedade dos exercícios de alerta de combate a

incêndio. Todos esses exercícios devem ser bem especificados, acompanhados, analisados e registrados. As normas regulamentadoras fornecem diversas informações respeito deste assunto.

Esta brigada pode evitar o agravamento da lesão e deve estar preparada para socorrer qualquer pessoa que venha a ter um mal súbito dentro do local de trabalho.

11.2.37- Treinamento para Operadores de Caldeiras e Motoristas de Empilhadeira

a) CaldeiraCaldeiras e vasos sob pressão estão regulamentados pela NR-13, onde é

exigido por Lei o treinamento de segurança para operadores.O curso tem carga horária mínima de 60 horas e deve ser ministrado por

instituição de ensino reconhecida pelo MEC, ou especializada em Segurança do Trabalho ou ainda empresa fabricante de caldeira.

b) EmpilhadeiraÉ obrigatório que o motorista de empilhadeira esteja devidamente habilitado e

tenha um curso específico de treinamento, tanto teórico como prático além do que, o mais importante, é ter sua capacidade física em ordem.

Existem exames médicos periódicos que atestam a capacidade física.

11.2.38 - SIPAT.Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho

A SIPAT é a oportunidade que os empregados têm para uma semana de reflexão sobre a prevenção de acidentes.

A SIPAT, para ter sucesso, deve ser planejada com uma antecedência de uns 60 dias para poder contar com boa divulgação interna, ter a participação de todos, ter assuntos atuais e ser bastante dinâmica.

A comissão organizadora, que será escolhida, deverá contar com a criatividade de todos para promover um bom evento, dentro da verba prevista para a sua realização.

Durante a SIPAT podem ser desenvolvidas várias atividades como, por exemplo:Concurso de frases de segurança

Concurso de cartazes de segurança para filhos dos funcionáriosExposição de equipamentos de proteção individual e combate a incêndios

• Palestras de profissionais especializados com temas sobre, AIDS, Tabagismo, Alcoolismo, Drogas em geral, Segurança no Trânsito, Primeiros Socorros, Prevenção e Combate a Incêndios, Meio Ambiente, etc.

• Exibição de filmesLoteria da segurançaDistribuição de brindes comemorativos, chaveiros, canetas, camisetas, etc.

• Urna de sugestões com idéias para melhorar o setor de segurança da Empresa, com sorteio de brindes para as melhores idéias.

• ETC.

11.2.39 - Programa de Segurança, Organização e Limpeza.

A empresa deve implantar uma diretriz para os seus empregados em termos de padrões de higiene e limpeza, estabelecer parâmetros para serem seguidos e educá-los nesse sentido.

Todo programa de segurança antes de ser implementado deve ter uma ampla divulgação dentro da empresa. O objetivo a ser alcançado deve ser bem claro e definido.

O planejamento é fundamental para o sucesso de qualquer plano.O Setor de Segurança tem esse objetivo educacional com os funcionários.A conscientização é alcançada através de um programa educativo que envolve

palestras, reuniões, etc.O setor de segurança deve acompanhar o processo antes, durante e depois da

implantação para auxiliar nos pontos onde surgirem conflitos.

11.2.40 - Comunicação aos Dirigentes

Este é também um meio de promover a segurança e educar os funcionários da empresa com assuntos de extrema importância.

A comunicação pode ser através de folhetos ou boletins semanais ou mensais e serve de subsídio para que o supervisor passe mensagens importantes aos seus.Funcionários durante as “Reuniões de Segurança” ou durante os “Diálogos de Segurança”. Geralmente o boletim tem apenas uma página, o texto deve ser sempre chamativo, didático de fácil leitura e após ser lido e explicado aos funcionários deve ser afixado nos quadros de aviso e distribuído a todos.Diversos assuntos são abordados no boletim, como por exemplo:

• A importância do uso dos óculos de segurança• O perigo das mangas compridas para quem opera máquinas operatrizes• A importância de uma alimentação com qualidade• Organização e limpeza no local de trabalho• Uso correta de ferramentas• AIDS• Drogas• Etc.

11.2.41 - Circulação de ResultadosO Departamento de Segurança deve criar um sistema de distribuição de

informações para os supervisores com o objetivo de alertá-los, no final de cada mês sobre os riscos e acidentes identificados. As informações devem ser relatadas em formulários específicas devidamente numeradas e datadas. Posteriormente devem ser arquivados. O Departamento de Segurança deve acompanhar, sistematicamente, através de seus controles, a utilização das informações pelos destinatários. Na segurança, a informação prevencionista é um importante apoio no programa de segurança.

11.2.42 - Revistas, Cursos e Congressos.No campo da segurança, as modificações ocorrem rapidamente e o profissional

da segurança tem que se manter informado.Os artigos devem ser sistematicamente lidos e guardados ordenadamente para

consultas. As revistas devem circular entre as pessoas que tomam decisões, com o objetivo de aperfeiçoar a segurança na empresa. A Cipa pode ser um instrumento na divulgação das informações. Os cursos e congressos têm participações relevantes no aperfeiçoamento do profissional de segurança, além dos supervisores.

São nos cursos e congressos que se expandem os conhecimentos interpessoais e a atualização, além dos novos rumos que a segurança está tomando no campo da melhoria continua, o profissional da segurança não pode viver em um sistema estanque.

11.2.43 - Avaliação de DesempenhoDentro de um programa de segurança com qualidade total, a política de recursos

humanos da empresa deve incluir na avaliação de desempenho de seus funcionários desde o mais simples funcionário até o mais categorizado dirigente o item “SEGURANÇA’ - Isso significa que o funcionário leve em consideração a sua segurança”.Além dos itens qualidade, produtividade, conduta, cooperação, iniciativa, assiduidade e outros, o item “Segurança” deve ser avaliado.Significa também que o mais categorizado gerente, que, por conseguinte, dirige pessoas, não pode receber promoções ou méritos se a sua seção ou divisão não tiver bons resultados em segurança. A política de recursos humanos da empresa deve exigir os resultados esperados de cada função no item segurança. Os resultados são individualizados por seção ou divisão em termos de TF. e TG, Taxa de Freqüência e Taxa de Gravidade, respectivamente.

Uma política bem definida de recursos humanos vai determinar a escolha das pessoas com perfil ideal e prepará-las para atuarem dentro da empresa, desenvolvendo hábitos e condutas prevencionistas para que a empresa à qual pertencem possa atingir seus objetivos com lucro e qualidade sem que seus colaboradores sofram lesões, fiquem doentes, ou percam a vida trabalhando.

11.2.44 - Atividade de AuditoriaA Auditoria de Segurança tem o objetivo de verificar se os procedimentos,

programas estão sendo cumpridos e, em caso negativo, identificar os problemas e juntamente com o setor encontrar meios para auxiliar a implementação dos programas, procedimentos e normas.

O Auditor de Segurança é um colaborador de todos para o bem comum da segurança e manutenção da produtividade da empresa.

O Auditor de Segurança deve elaborar formulários próprios para facilitar a inspeção de cada setor. Isto torna a auditoria mais produtiva.

A Auditoria de Segurança é ferramenta fundamental para a constante melhoria dos padrões de segurança.

Em alguns casos, a empresa pode contratar auditores independentes para auxiliar no seu programa de segurança. Até estes têm que cumprir as normas da empresa e se comportar com educação e respeito com o setor auditado.3. Formulação do Plano de Segurança IntegradaEtapas do planejamento e implementaçãoAs políticas de segurança do trabalho nas empresas devem seguir diretrizes básicas, objetivando a preservação da integridade física do trabalhador, a conservação dos equipamentos e instalações, a preservação do meio ambiente e o aumento da produtividade.Como etapas básicas de um programa de segurança podem ser enfatizadas:

4.1 As atividades do serviço de segurança devem apoiar-se em todos os níveis da administração da empresa.

4.2 As empresas devem fornecer aos trabalhadores os equipamentos de proteção individual, que se fizerem necessários à execução de qualquer tarefa.

4.3 Os novos trabalhadores devem receber treinamento antes da execução das tarefas, sendo obrigatório o uso de equipamento de proteção individual.

4.4 Todo trajeto deve enfatizar a segurança, e, ocorrendo acidentes, esses devem ser analisados com o objetivo de prevenir a sua repetição.

BIBLIOGRAFIA

FUNDACENTRO - ACIDENTES, SEGURANÇA, HIGIENE E MEDICINA DO TRABALHO – coletânea de leis, decretos e portarias compiladas por Eduardo Gabriel Saad, 2a edição, S. Paulo, 1972. 520 p.

ABNT- CADASTRO DE ACIDENTES, Rio de Janeiro, 1958, (NB-18).

NATIONAL SAFETY COUNCIL ACCIDENT PREVENTION MANUAL FOR INDUSTRIAL OPERATIONS, 6 th edition, Chicago, 1969. 1654p.

ANSI- REGISTRAR Y MEDIR LA EXPERIÊNCIA EN LESIONE DE TRABAJO, Z-16, New York, 1969. 19 p.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL – PORTARIA N. 3.214 de 08 de julho de 1978.

FUNDACENTRO - INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO - textos básicos para estudantes de engenharia - São Paulo, 1981.

UNICAMP - INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO textos de aulas - Campinas – SP, 1996. Prof. Sergio Flávio Padilha

MANUAL DE LEGISLAÇÃO ATLAS: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, V.16, 53º edição, Editora Atlas, 2003.

SEGURANÇA NO TRABALHO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES EDUARDO CADELLA, Editora Atlas, 1999.

QUALIDADE NA SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO WALDEMAR PACHECO JR. Editora Atlas, 1995.

SEGURANÇA DO TRABALHO & GESTÃO AMBIENTAL, ANTONIO NUNES BARBOSA FILHO, Editora Atlas, 2001.