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13 1- INTRODUÇÃO Na atual conjuntura, em pleno século XXI, vivemos num caos ambiental. Caos esse que foi provocado por nós seres humanos e somos nós os maiores ameaçados por fatores ambientais que se mostram como um dos problemas mais urgentes a serem resolvidos para que a nossa vida seja preservada. A contaminação dos recursos hídricos, a poluição do ar e do solo, o consumo desenfreado dos recursos naturais, o aumento da produção de resíduos sólidos, entre outros agravantes têm contribuído para a redução da qualidade de vida de todos os seres humanos e também de todas as outras formas de vida em nosso planeta. A Educação Ambiental entra nesse cenário mundial de destruição iminente como uma ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável. Através dessa ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável objetiva-se a mudança urgente do modo como as pessoas enxergam o meio ambiente, para que a forma de agir também mude e essa forma de agir depende da educação, do conhecimento e da consciência que cada um possui sobre o meio ambiente possibilitando a todos no presente e às futuras gerações a garantia de ter supridas suas necessidades. A Educação Ambiental é um processo capaz de não apenas desenvolver novos conhecimentos e habilidades, visando a resolução dos problemas ambientais, mas também atitudes e valores, que possibilitem a todos a elevação da qualidade de vida, pois ela prepara e lapida o indivíduo para a vida enquanto parte integrante do grande sistema global, fazendo-o entender e saber lidar com o meio ambiente evitando desperdícios e danos à natureza ao mesmo tempo aumentando sua produtividade. A Lei Federal nº 9.795 define a Educação Ambiental como “o processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (art.1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99) Este trabalho se propõe a apresentar como o Teatro de Papel (Kamishibai) que surgiu no Japão no século XII para ministrar ensinamentos de cunho moral, pode contribuir no processo de Educação Ambiental, ensinando questões da problemática ambiental para crianças da faixa etária de cinco anos em uma escola de educação infantil.

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1- INTRODUÇÃO

Na atual conjuntura, em pleno século XXI, vivemos num caos ambiental. Caos esse

que foi provocado por nós seres humanos e somos nós os maiores ameaçados por fatores

ambientais que se mostram como um dos problemas mais urgentes a serem resolvidos para

que a nossa vida seja preservada.

A contaminação dos recursos hídricos, a poluição do ar e do solo, o consumo

desenfreado dos recursos naturais, o aumento da produção de resíduos sólidos, entre outros

agravantes têm contribuído para a redução da qualidade de vida de todos os seres humanos e

também de todas as outras formas de vida em nosso planeta.

A Educação Ambiental entra nesse cenário mundial de destruição iminente como

uma ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável. Através dessa ferramenta de

educação para o desenvolvimento sustentável objetiva-se a mudança urgente do modo como

as pessoas enxergam o meio ambiente, para que a forma de agir também mude e essa forma

de agir depende da educação, do conhecimento e da consciência que cada um possui sobre o

meio ambiente possibilitando a todos no presente e às futuras gerações a garantia de ter

supridas suas necessidades.

A Educação Ambiental é um processo capaz de não apenas desenvolver novos

conhecimentos e habilidades, visando a resolução dos problemas ambientais, mas também

atitudes e valores, que possibilitem a todos a elevação da qualidade de vida, pois ela prepara e

lapida o indivíduo para a vida enquanto parte integrante do grande sistema global, fazendo-o

entender e saber lidar com o meio ambiente evitando desperdícios e danos à natureza ao

mesmo tempo aumentando sua produtividade.

A Lei Federal nº 9.795 define a Educação Ambiental como “o processo por meio dos

quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,

atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum

do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (art.1º, Lei Federal nº

9.795, de 27/4/99)

Este trabalho se propõe a apresentar como o Teatro de Papel (Kamishibai) que surgiu

no Japão no século XII para ministrar ensinamentos de cunho moral, pode contribuir no

processo de Educação Ambiental, ensinando questões da problemática ambiental para

crianças da faixa etária de cinco anos em uma escola de educação infantil.

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2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1- Educação Ambiental Infantil

Para Pereira (2007), a população sem conscientização é um forte agravante para a

deterioração do ambiente. Para que a educação ambiental abranja o meio ambiente em sua

totalidade, é necessário trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a

aprendizagem de habilidades e procedimentos, buscando novos modelos de conhecimento e

responsabilidade ética nos indivíduos.

Segundo Funk e Santos (2008), as práticas pedagógicas devem fazer com que a

criança descubra o prazer de observar, examinar e explorar o mundo que a rodeia,

contribuindo para o interesse e entusiasmo de descobrir o mundo e se relacionar com ele.

Ainda para Funk e Santos (2008), a educação ambiental infantil é fundamental na

formação da consciência sobre a responsabilidade ambiental do ser humano e para que cada

um de nós perceba essa responsabilidade associado a valores de preservação e cuidado com o

mundo. Conscientizar a criança é promover a futura gestão de um mundo melhor e mais

sustentável.

No ensino infantil, o cidadão se encontra em formação inicial de seus conceitos e

valores. Por meio da educação e conscientização atingiremos meios para chegarmos a uma

sociedade sustentável em que seja possível a vida no nosso planeta por muito mais tempo.

Para tanto, se faz importante que essa conscientização seja formada desde criança, através da

educação ambiental infantil.

2.2- Kamishibai ou Teatro de Papel

Sendo uma das formas mais populares de representação no Japão, o Teatro de Papel

que daqui para frente denominaremos Kamishibai, teve origem nos templos budistas

japoneses no século XII, para contar histórias com ensinamentos morais. Esse método

perdurou por vários séculos, porém ressurgiu com grande intensidade no início dos anos vinte

até os anos cinqüenta.

Ainda no século XIX, o contador de histórias chegava de bicicleta ou a pé e batia

com pedaços de madeira unidos por uma corda (hyoshigi) para anunciar a sua chegada às

diferentes aldeias. As crianças contentes eram as primeiras a chegar, compravam doces e

sentavam-se à volta do cenário. Contava várias historias utilizando um pequeno teatro de

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madeira construído de forma a que pudessem colocar as ilustrações e tirá-las conforme

contava a história. Os textos que fazem parte dos Kamishibai são claros e diretos, histórias

simples, com frases curtas e fáceis, e uso de formas verbais básicas. Os desenhos devem ser

grandes e com traço simples para que possam ser vistos a certa distância.

Figura 1 - Contador de histórias fazendo uso do Kamishibai

Fonte: <http://www.ceas.ku.edu

O Kamishibai ressurgiu de forma dramática nos anos vinte devido a grande

depressão econômica nos bairros mais movimentados de Tóquio, onde um número muito

grande de desempregados viam no Kamishibai a oportunidade de ganhar um pouco de

dinheiro.

Com a chegada da televisão nos anos cinquenta essa tradição foi desaparecendo, as

crianças simplesmente pararam de vir para fora para ver as suas histórias favoritas,

transformando alguns desses contadores em narradores do cinema mudo e outros que

desenhavam as histórias, muitos deles eram estudantes de arte, passaram para o mundo do

manga.

Recentemente o Kamishibai foi recuperado pelas bibliotecas japonesas e escolas

primárias, surgindo o Kamishibai educativo (figura 2 e 3). Atualmente o kamishibai é

considerado como parte da herança cultural japonesa. (www.clubotaku.org).

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O Kamishibai ou Teatro de Papel é um recurso que age como uma ferramenta

facilitadora na aprendizagem infantil, tornando-se atrativo por chamar a atenção da criança.

Aliar a arte com a educação dentro do tema ambiental para promover os valores humanos

torna-se fundamental nesse mundo complexo e desafiador.

Figura 2 - Kamishibai Educativo – Capa

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Figura 3 - Verso da última página com narração e instrução referente a capa,

incluindo também, a imagem da capa.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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3- CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A Escola de Educação Infantil Sernovo, situada a Av. Major Alvim número 301 no

Bairro do Alvinópolis em Atibaia-SP foi fundada em 1984, autorizada pela Portaria da

Secretaria de Educação número 06/02 de 03/05/2002. Atua na Prestação de serviços

educacionais de ensino infantil. Funciona no período diurno sob regime de externato; período

matutino das 7:30 às 12:00 horas, período vespertino das 13:00 às 17:30 horas ou ainda

freqüentam o período integral, com opção de recreação nos meses de janeiro e julho.

Seus dirigentes atuam na área da educação desde 1984, na linha Sócio-Construtivista

e tem como proposta a missão de estimular a criança na busca da aprendizagem, oferecendo-

lhe desafios, usando como instrumentos materiais que a aproximam da realidade e do seu

cotidiano.

O ensino Infantil faz parte de uma das mais importantes fases do desenvolvimento da

criança. Saber compreender as necessidades e demandas dessa faixa etária é importante para

garantir uma educação eficiente e saudável. É por meio da relação inteira com a criança que o

educador será capaz de estimulá-la a crescer.

O objetivo da empresa é situar-se como instituição de vanguarda, proporcionando à

sua equipe docente, constantes descobertas e aperfeiçoamentos, valorizando-os e tornando-os

aptos a enfrentar os conflitos e competições diante da vida, educar integralmente as crianças,

desenvolvendo práticas pedagógicas que as atendam nas necessidades básicas levando sempre

em consideração suas individualidades, respeitar as crianças como seres pensantes,

estimulando-as nas relações intra e interpessoais, para que aprendam a conviver e a cooperar

com o grupo, estimular nas crianças uma atitude de busca constante do conhecimento, através

de atividades que desenvolvam e desafiem continuamente o raciocínio, a criatividade, a

curiosidade, o espírito crítico, questionador, a livre expressão e a comunicação, prover o

espírito de união, confiança e companheirismo entre os funcionários e a equipe dirigente,

buscar a satisfação dos funcionários e colaboradores para que sintam-se realizados dentro da

empresa, obter resultados empresariais compatíveis com as expectativas dos sócios e o

reconhecimento, pelos clientes, da proposta pedagógica desta instituição e por fim conquistar

a criança, visando a fidelidade familiar.

Observar a criança a partir do conhecimento de suas etapas evolutivas e do respeito a

ela; Oportunizar às crianças novos desafios com base na observação e na reflexão teórica;

Incentivar a autoavalização, a partir de regras combinadas no coletivo, favorecendo a

superação gradual do egocentrismo infantil, a socialização e a autonomia progressiva; Manter

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diálogo freqüente e sistemático entre os adultos que lidam com a criança e os pais ou

responsável, revendo continuamente a adequação da prática psicopedagógica da escola.

Dentro do organograma da direção pedagógica da empresa temos a Coordenadora, as

Professoras, as Monitoras, a Ajudante Geral Administrativo e Financeiro, a Secretária e a

Auxiliar Administrativo.

¨Cada vez que ensinamos prematuramente a uma criança algo que ela poderia ter

descoberto por si mesma, esta criança foi impedida de inventar e consequentemente de se

desenvolver.¨ Jean Piaget.

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4- DISCUSSÃO E RESULTADOS

4.1- PROJETO

4.1.1- Apresentação

Baseado na arte milenar japonesa -Kamishibai educativo-, expôs-se a importância de

preservar o meio ambiente através de colagem em papel-cartão de figuras relacionadas a

atividades de educação ambiental.

4.1.2- Justificativa

Devido a crescente degradação ambiental, a educação ambiental em creches tem o

propósito de formar cidadãos conscientes e capazes de gerir o ambiente em que vive de

forma sustentável.

4.1.3- Objetivos

Incutir nas crianças a necessidade de se preservar o meio ambiente através do

Kamishibai educativo.

4.1.4- Público alvo

O projeto se desenvolve na Escola de Educação Infantil Ser Novo que conta com 9

crianças( Gabriel, Larissa, Vitória, João, Raul, Beatriz, Sabrina, Thiago e Pedro) na faixa

etária de 5 anos.

4.2- Metodologia

Considerando a inexistência do Kamishibai Educativo no Brasil, através de colagem

de figuras recortadas, por vezes, pelas próprias crianças, criou-se um modelo adaptado do

Kamishibai educativo para se conseguir expor a problemática ambiental.

4.3- Materiais

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- papel cartão de várias cores

- figuras retiradas de revistas, jornais e internet

- tesoura

- cola

- resíduos sólidos

- caixas de papelão

- papel dobradura

- fita crepe

4.4- Práticas

4.4.1- Prática 1: Importância e Respeito à Natureza.

Recortou-se o papel-cartão na mesma medida do Kamishibai, em seguida pediu-se às

crianças que recortassem figuras de alimentos que mais gostassem. Colou-se as figuras em

dois papéis cartão (Fig. 4 e 5). Explicou-se a origem das figuras recortadas pelas crianças

através da figura de uma plantação agrícola e da figura de um animal bovino, salientando a

importância do solo, da água e do sol para o crescimento de qualquer planta. Em seguida, com

outro cartaz ,explicou-se às crianças a importância daquele que plantou, daquele que colheu e

também daquele que cozinhou, ressaltando a gratidão que se deve ter por esses agentes (Fig.

6).

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Fig. 4 – Importância e respeito à Natureza. Figuras explicativas de origem.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Fig. 5 – Importância e respeito à Natureza. Figuras que ressaltam a importância e respeito

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

No dia seguinte, cada criança recebeu a figura de um limão. Pediu-se para que

colassem o limão na folha de atividade e que em seguida desenhassem aquilo que seria

necessário para que o pé de limão crescesse de forma saudável.

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4.2.2- Prática 2 : Viagem da família Sujinho

Com dois cartazes, um com a figura de um carro e a outra com a figura de uma

enchente, contou-se a história da família Sujinho que jogava o lixo para fora do carro durante

a viagem (jogou-se literalmente, alguns resíduos referente a história, no chão) e que

chegando em seu destino (São Paulo), encontrou a cidade toda alagada, inclusive a casa da

vovó onde iriam se hospedar. Explicou-se que as águas tendem a retornar para as ruas quando

não encontram passagem para fluir por estarem os bueiros muitas vezes entupido de resíduos

e que um dos fatores da enchente seria a quantidade de lixo jogado nas ruas pelas pessoas,

conforme mostra a figura 6.

Fig. 6 – Contando a história ¨Viagem da Família Sujinho¨.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Em seguida entregou-se a cada criança uma bala, com o intuito de verificar a postura

de cada um com relação ao papel da bala.

4.2.3- Prática 3: Segregação do lixo – expositiva

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Recortou-se várias figuras de produtos, cujas embalagens são recicláveis e também

figuras de alimentos sem a embalagem. No cartaz fez-se dois compartimentos, um para

figuras de materiais recicláveis e outra para material orgânico distinguindo uma da outra

através do símbolo da reciclagem e através da figura de uma banana descascada (figura 7).

Durante a explicação do que é reciclagem e em quê alguns materiais recicláveis podem se

transformar e também sobre o que é e quais são os materiais orgânicos, inseriu-se cada figura

em seu devido compartimento.

Em seguida pediu-se aos alunos que desenhassem dois lixos e o que poderia ser

colocado em cada lixo.

Fig.7 – Segregação do lixo – expositiva. Cartaz com os compartimentos para orgânicos e recicláveis.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

4.2.4- Prática 4: Segregação do Lixo – dinâmica

Com a participação das crianças, encapou-se duas caixas de papelão nas cores verde

para recicláveis e amarela para lixo orgânico (figura 8). Perguntou-se às crianças se as

mesmas lembravam da explicação feita há seis dias atrás sobre o que é e o que não é

reciclável? Em seguida com várias embalagens de vidro, de plástico, papéis, pilhas, etc.,

pediu-se a cada criança que colocasse um lixo por vez na caixa correta.

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Fig.8 – Dinâmica da Segregação do Lixo. Crianças encapando a caixa

(orgânico) com ajuda da professora Priscila.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Fig. 9 – Dinâmica da Segregação do Lixo. Larissa descartando o lixo.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

4.2.5- Prática 5 – Rota da Pet.

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Com uma garrafa PET e figuras de uma indústria, um supermercado, uma residência,

um rio poluído, um lixão e novamente de uma fábrica, (figuras 10, 11 e 12) explicou-se o

caminho que a PET faz quando chega em nossas casas e para onde a mesma se destina ou

deveria se destinar. Da indústria, a garrafa PET segue para o supermercado, em seguida os

pais compram um refrigerante, por exemplo, assim a PET chega as nossas casas. Porém, após

o consumo do refrigerante se jogarmos a PET na rua, ela vai para os rios (figura 12), e

juntamente com outros objetos como chinelo, bola, lâmpada, isopores e várias outras PETs

contaminam esse curso de água. Se descartamos dentro de nossas casas sem a devida

segregação, ou seja, misturamos tudo e não enviamos para a reciclagem, a PET vai para lixão,

onde contamina o solo, o ar, água, é criadouro para inúmeros vetores de doenças e além disso,

representa grande volume. Mas, se separamos a PET dentro de nossas casas e a destinarmos

para a reciclagem, ela volta para a fábrica e se transforma em outro produto como vassoura e

roupas.

Em seguida pediu-se às crianças que desenhassem para onde seria melhor destinar a

PET da sua casa.

Fig. 10 – Rota da PET. Da indústria ao supermercado

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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Fig. 11 – Rota da PET. Do supermercado às nossas casas.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Fig. 12 – Rota da PET. Das casas aos rios, lixões ou retorno às indústrias.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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4.2.6- Pratica 6 – História da enchente.

Baseado nas histórias em quadrinho de Funk e Santos (2008), contou-se a história de

uma mãe que frequentemente ensinava seu filho a jogar lixo no chão(figura 13). Clima

bastante instável com chuvas torrenciais que perdura duas semanas(figura 14), a casa da

família fica quase totalmente imerso na água e o filho por pouco não se afoga(figura 15). Dias

depois o sol volta a raiar e a enchente deixa a cidade e, novamente passeando pelas ruas do

bairro, a mãe diz para o filho não jogar no chão o lixo que está na mão da criança, e o filho

todo consciente responde: ¨Sim, mamãe eu aprendi a lição¨(figura 17).

Em seguida, pediu-se às crianças que desenhassem onde seria melhor jogar o lixo.

Fig. 13 – História da enchente. Mãe sempre ensina seu filho a jogar o lixo no chão.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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Fig. 14 – História da enchente. Chove muito por duas semanas.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Fig. 15 – História da enchente. Casa alagada e filho em apuros.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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Fig. 16 – História da enchente. O sol volta a brilhar e a família aprende a lição

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

4.2.7- Prática 7 – Ciclo da água

Explicou-se o ciclo da água (figura 17) com um cartaz contendo a figura do sol, da

montanha, do rio, do mar, da nuvem e duas figuras que foram inseridas somente no decorrer

da explicação, com ajuda de fita crepe; uma de nuvem carregada com suas gotinhas e outra de

uma caneca de água fervendo.

Em seguida as crianças desenharam o ciclo da água com tinta.

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Fig. 17 - O ciclo da água

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

4.2.8- Prática 8 – Porquê não desperdiçar água.

Com um cartaz contendo a figura de um lago conectado a uma Estação de

Tratamento de Água e posterior reservatório dando seqüência à conecção até chegar nas

casas, prédios e supermercados, explicou-se o caminho que a água faz para chegar até as

nossas casas, ressaltando a importância e a dificuldade do tratamento de água devido a mesma

estar cada vez mais contaminada. Para isso utilizou-se quatro figuras inseridas no decorrer da

explicação, de recipientes que seriam os produtos químicos no qual deveriam ser adicionados

à água e também de uma outra figura que chamou a atenção para o Tratamento da água

(figura 18).

No final da explicação citou-se alguns exemplos de não desperdício da água, como por

exemplo; não ficar brincando com a torneira aberta, não deixar a torneira aberta enquanto se

escova os dentes, não brincar de água com a mangueira, não lavar o carro com mangueira e

sim com balde de água, não ficar brincando no chuveiro, não trocar a vassoura pela

mangueira, etc.

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Em seguida pediu-se às crianças que desenhassem o que cada um poderia fazer para

não desperdiçar água.

Fig. 18 - Porquê não desperdiçar água

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

4.2.9- Prática 9 – História da coruja

Com um cartaz contou-se a história de uma coruja que vivia tranquilamente em uma

praça pública, quando adolescentes começam a vir até à praça para jogar pedra na coruja e em

sua família composta por casal e três filhotes. A violência causou a morte de uma coruja

filhote. A mãe coruja muito furiosa levanta vôo e mergulha cortando o ar e finca suas garras

na cabeça de um dos meninos e o machuca a ponto de sangrar. Os meninos nunca mais

apareceram na praça. No decorrer da história colou-se, com ajuda de fita crepe, as figuras da

família da coruja, da coruja levantando vôo, e dos meninos que atiravam pedras nas corujas

(figura 19). Antes de se contar a história conversou-se sobre o cuidado que se deve ter com os

animais; não chutar os animais, não jogar pedras, enfim, não maltratá-los. Em seguida

explicou-se as características da coruja, principalmente a coruja buraqueira que faz seus

ninhos no chão com o bico e com os pés, que enxerga cem vezes mais do que os seres

humanos e com o auxílio de uma boneca demonstrou-se o giro de 270 graus que a coruja

consegue fazer com sua cabeça.

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Fig. 19 – História da coruja

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

4.2.10- Prática 10 – Dinâmica do Certo ou Errado

Com o papel cartão em tamanho original, elaborou-se várias situações originadas de

ações que representam a consciência ou a não consciência ambiental. A partir de então, pediu-

se às crianças para que colassem o adesivo vermelho para situações que achassem

ambientalmente inadequado: ¨não legal¨ e colassem o adesivo verde para situações que

achassem ambientalmente adequado ou ¨legal¨. Explicou-se situação por situação às crianças

para que as mesmas pudessem definir o que é certo ou o que é errado. As crianças ficaram

sentadas esperando ser chamadas um a um. Quando chamada, explicou-se a situação e

perguntou-se: ¨isso é legal ou não é legal¨, após respondido a criança pegava e colava o

adesivo que considerava correto. As situações foram: Filho agradece o almoço para a mamãe,

criança brinca com o chuveiro ligado, criança escova os dentes com a torneira aberta, dentro

de uma casa existem dois lixos: reciclável e orgânico, pessoa lava o carro com a mangueira,

motorista joga garrafa para fora do carro, lixo jogado na rua, menino atirando pedra na coruja,

menino quebrando um galho da árvore, pessoa plantando uma árvore, pessoa colocando lata

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no lixo, senhora varrendo o quintal sem usar a mangueira de água, crianças brincando com a

mangueira e lixo no rio (figura 20).

Fig. 20 – Explicação realizada das situações expostas no cartaz para que em seguida

as crianças colassem o adesivo vermelho (errado) ou verde (certo).

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

4.5- Cronograma

AÇÕES ATIVIDADES DATA

Pratica 1 Importância e Respeito à

Natureza

18/03/2010

Continuação Importância e Respeito à

Natureza

19/03/2010

Prática 2 Viagem da família Sujinho 23/03/2010

Prática 3 Segregação do lixo -

expositiva

25/03/2010

Prática 4 Segregação do lixo - prática 31/03/2010

Prática 5 Rota da PET 07/04/2010

Prática 6 História da enchente 09/04/2010

Prática 7 O Ciclo da água 13/04/2010

Prática 8 Porquê não desperdiçar água 15/04/2010

Prática 9 História da coruja 20/04/2010

Prática 10 Dinâmica: Certo ou Errado 22/04/2010

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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Na prática 1: Importância e Respeito à Natureza, quando pediu-se para as crianças

desenharem o que seria importante para que o pé de limão crescesse de forma saudável.

Quase todos desenharam o sol, a chuva e a terra. A maioria desenhou tanto a água como o

solo como um objeto, ou com formato esférico, porém duas crianças (João e Beatriz) se

destacaram e desenharam o sol, a chuva e uma árvore, exatamente como é disposto na

natureza, como mostra as figuras 21.

Fig. 21 – Desenhos referente Prática 1 – Importância e Respeito à Natureza.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Tabela 1 – Desempenho dos alunos referente Prática 1 (Total de alunos: 8)

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Prática 1 Freqüência

Sol 6

Terra 2

Água 4

Conjunto de Elementos Necessários 4

Outros (óculos, pirulito) 2

Total 18

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Gráfico 1 – Desempenho dos alunos na Prática 1

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Ao se observar os desenhos feitos pelos alunos, nota-se que sua maioria, acha que o

Sol é uma das coisas mais importantes para o crescimento do pé de limão, e que alguns alunos

destacaram que o Conjunto da Luz (Sol), Água, Solo (Terra), sendo classificados na categoria

Elementos Necessários, quando agrupados tem uma importância fundamental.

Após a aplicação desta atividade leu-se uma história intitulada: Família Sujinho, e no

decorrer do conto, a Vitória (4 anos) perceptivamente interrompeu dizendo: ¨Que porquisse¨.

Depois foram entregues balas aos alunos, para poder verificar o grau de

conscientização ocorrido, e obteve-se um bom resultado, onde todos os alunos abriram as

balas para chuparem, e em seguida jogaram o papel no lixo.

Durante a aula expositiva sobre a segregação dos resíduos, onde através de figuras

recortadas ensinou-se o descarte correto dos resíduos inserindo-os em compartimentos de

resíduos orgânicos e outro de recicláveis. A partir da segunda figura, as crianças já

respondiam por si só onde a figura deveria ser colocada. Depois da aula expositiva, quando

pedido às crianças para desenharem dois recipientes de lixos e o que poderia ser colocado em

cada lixo, quase todos conseguiram distinguir o reciclável do orgânico, como mostra as

figuras 22 e 23.

Freqüência

Sol

Terra Água

Conjunto de Elementos

Necessários

Outros (óculos, pirulito)

Sol

Terra

Água

Conjunto de Elementos Necessários

Outros (óculos, pirulito)

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Fig. 22 - Desenho referente ao descarte de lixo orgânico e reciclável.

Uma mão descarta uma casca de banana e a outra mão descarta em

outro lixo uma lata de guaraná.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Fig. 23 – Desenho ao descarte de lixo orgânico e reciclável. Dentro do lixo orgânico

ele desenhou um ovo e dentro do lixo reciclável ele desenhou uma lata de

coca-cola.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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A tabela abaixo mostra o desempenho dos alunos na atividade referente a Prática 3 –

Segregação do Lixo – aula expositiva, onde os alunos deveriam desenhar dois lixos e o que

poderiam ser colocados nesses lixos. Total de alunos participantes: 8 alunos

Tabela 2 – Desempenho dos alunos na Prática 3

Prática 3 Frequência %

2 lixos (Recicláveis e

Orgânicos)

7 87,5

Outros (dinossauro, pipa) 1 12,5

Total 8 100

Gráfico 2 – Desempenho dos alunos referente Prática 3

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

A análise dos resultados demonstra que a maioria dos alunos conseguiu distinguir o

lixo reciclável do lixo orgânico, desenhando separadamente um lixo reciclável contendo: lata

de coca-cola, bola, lata de guaraná, etc., e outro lixo de material orgânico contendo: tomate,

banana, batata, etc.

Na aula prática de segregação dos resíduos, onde encapou-se duas caixas de papelão

com ajuda dos próprios alunos para que depois cada aluno colocasse um resíduo (frascos

vazios de xampu, maionese, refrigerante, creme, embalagens plásticas, pilhas, vidros, latas de

cerveja, etc.), na caixa que considerasse correta. Perguntou-se às crianças se as mesmas

lembravam da aula expositiva (seis dias antes) e se sabiam o que era reciclável e o que era

orgânico? Responderam: ¨sim¨ e quando perguntado somente o que era orgânico?

87%

13%

Lixo orgânico e Lixo reciclável Outros (dinossauro, pipa)

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Responderam: ¨é da banana¨. Percebeu-se então, que as crianças memorizam os materiais

orgânicos através do símbolo afixado no compartimento do material orgânico, que era, como

mostra a figura 7, uma casca de banana. Observou-se um entusiasmo muito grande por parte

dos alunos por estarem participando na elaboração das caixas de papelão, encapando-os

(figura 8). Quanto a segregação, propriamente dita dos resíduos, os alunos foram muito bem,

conseguindo colocar cada lixo em sua devida caixa, sem dificuldades. Porém, o Pedro que não

estava no dia da aula expositiva de Segregação do Lixo, não conseguiu separar o lixo

corretamente, como mostra a figura 24, onde ele coloca o papel na caixa de orgânicos.

Fig. 24 - Aula Prática de Segregação dos Resíduos. Pedro (5 anos) descartando o lixo

de forma inadequada.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

O objetivo da aula sobre A Rota da PET era a de explicar como a garrafa Pet chega

em nossas casas e para onde segue após o consumo, ¨...se jogarmos nas ruas, ela vai para os

rios poluindo os cursos de água, se dentro de casa não separarmos a Pet de outro lixo

orgânico, ela vai para os lixões contaminando o solo, aumentando os casos de doenças por

serem criadores de mosquitos que transmitem doenças, mas se enviarmos para a reciclagem

ela volta para a fábrica e podemos transformá-las em vassouras, por exemplo.¨

Antes de iniciar a explicação acima, anunciando o tema: ¨...então, vou explicar de

onde essa garrafa PET vem e pra onde ela vai depois que sai da nossa casa...¨, o João Luiz ( 4

anos) levantando a mão disse: ¨Já sei, volta pra fábrica pra fazer outra garrafa PET de novo.¨

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Em seguida mostrou-se o primeiro cartaz, onde está desenhado uma indústria e um

supermercado (fig. 10), a mesma criança disse: ¨vai pro supermercado¨. Detalhe: a criança

ainda não sabe ler. Reafirma-se a importância da imagem no aprendizado.

Em seguida pediu-se aos alunos que desenhassem: ¨Onde seria melhor destinar a

PET da sua casa¨, percebeu-se que todos os alunos entenderam qual o melhor destino da Pet,

como mostra algumas figuras 25 e 26.

Fig. 25 – Desenho realizado pelo Thiago (6 anos) referente a Prática Rota da Pet,

onde ele desenha uma fábrica.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Fig. 26 – Desenho realizado pelo Raul (4 anos) referente a Prática da Rota da PET, onde

ele desenha uma fábrica.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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Tabela 3 - Desempenho dos alunos na Prática Rota da Pet – 9 alunos

Prática 5 Frequência

Lixo reciclável 9

Fábrica 3

Lixo reciclável e Fábrica 6

Total 18

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Frequência

Lixo

reciclável

Fábrica

Lixo

reciclável e

Fábrica

Lixo reciclável Fábrica Lixo reciclável e Fábrica

Gráfico 3 - Desempenho dos alunos referente Prática

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

A análise dos dados demonstra que a maioria dos alunos entenderam que a Pet deve

ser descartada no lixo reciclável, e que de maneira geral todos compreenderam que a Pet não

deve ser descartada de forma indevida, ou seja, jogada no chão, na rua ou diretamente nos

rios.

Na história da enchente, contou-se a história de uma mãe que frequentemente

ensinava seu filho a jogar lixo no chão, certo dia começou a chover muito, ininterruptamente

por duas semanas, a casa dessa família então foi alagada e para dentro dela entrou também

muito lixo. Passados alguns dias o sol volta a brilhar e eles aprendem que não se deve jogar

lixo no chão.

Depois disso, pediu-se aos alunos que desenhassem: ¨Onde você acha que deve ser

jogado o lixo?¨ Observou-se que as crianças entenderam onde deve ser jogado o lixo, pois

todos desenharam uma pessoa jogando algum resíduo no lixo, como mostram as figuras 27 e

28.

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Fig. 27 – Desenho da Sabrina (4 anos) referente a História

da Enchente, onde ela desenha o sol, a mamãe e o filho

jogando o lixo no lixo.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Fig. 28 – Desenho do João (4 anos) referente a História da

Enchente, onde ele desenha o sol, a nuvem, uma borboleta,

o rio, a mamãe e o filho jogando o lixo no lixo.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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Na Prática 7: Ciclo da Água, explicou-se o percurso da água dos rios e mares até

chegar nas nuvens e posterior descida aos cursos de água. Em seguida pediu-se aos alunos que

desenhassem o ciclo da água e assim o fizeram como mostra as figuras 29 e 30.

Observou-se que houve completa assimilação do ciclo da água, pois todos os alunos

desenharam o rio ou mar, o sol, a nuvem carregada, a chuva e a montanha. A Sabrina de 4

anos, desenhou até a casinha que estava no cenário da explicação conforme mostra a figura

30.

Fig. 29 - Desenho do Thiago (6 anos) onde ele desenha o rio (água secando), o sol, nuvem carregada

(nuvem pegando água), nuvem chovendo, montanha e mar ou rio (água).

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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Fig. 30 - Desenho da Sabrina de 4 anos. Detalhe: casinha

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Na Prática 8: Porquê não desperdiçar água, após a explicação do percurso que a

água faz até chegar as nossas casas e que o ponto crítico está no tratamento cada vez mais

complexo que a água necessita para ficar limpa, citando alguns exemplos de não desperdício,

pediu-se aos alunos que desenhassem: ¨O que você pode fazer para não desperdiçar água?¨.A

maioria desenhou uma pessoa lavando o carro com o balde de água, como podemos observar

pelas figuras abaixo:

Fig. 31 – Desenho da Beatriz (5 anos) referente Prática 8 ¨Porque não desperdiçar

água¨, onde ela desenha uma menina lavando o carro com um balde.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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Fig. 32 – Desenho do João (4 anos) referente Prática 8 ¨Porque não desperdiçar água¨, onde ele

desenha um menino lavando o carro com um balde e desenha também tudo que estava no painel

explicativo (represa conectado com a estação de tratamento de água com o reservatório

de água e a distribuição dessa água para as casas).

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Tabela 4 - Desempenho dos alunos referente a Prática 8 (Total de alunos: 8)

Prática 8 Frequência

Pessoa lavando o carro com o balde 5

Torneira fechada 2

Estação de Tratamento de Água 3

Outros (borboleta, escada, casa, janela) 1

Total 11

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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Frequência

Pessoa

lavando o

carro com o

balde

Torneira

fechada

Estação de

Tratamento

de Água

Outros

(borboleta,

escada,

casa,

janela)

Pessoa lavando o carro com o balde

Torneira fechada

Estação de Tratamento de Água

Outros (borboleta, escada, casa, janela)

Gráfico 4 - Desempenho dos alunos referente a Prática 8 (Total de alunos: 8)

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Analisando as figuras constatou-se que a maioria dos alunos assimilou o que é não

desperdiçar a água, pois desenharam pessoas lavando o carro com um balde de água e

desenharam também uma torneira fechada.

Na Prática 9: História da Coruja, antes de contar a história de uma família de Corujas

Buraqueira que são constantemente apedrejados pelos adolescentes do bairro, explicou-se

suas características, como por exemplo, o fato delas enxergarem 100 vezes mais que nós seres

humanos. No entanto, ao questionado se sabiam quanto significava 100 vezes mais, as

crianças responderam que não sabiam o quanto isso significava. Diante do fato mensurou-se

essa quantidade contando junto com os alunos os números de um a cem. Eles puderam então,

sentir a quão grande era 100 vezes mais. As crianças ficaram espantadas também, com o giro

de 270 graus do pescoço, que a coruja consegue realizar, demonstrada com o auxílio de uma

boneca. Ficaram também, muito atentas à história (figura 33).

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Fig. 33 - Crianças atentas ouvindo a história da Coruja.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Na dinâmica ¨Certo ou Errado¨, onde os alunos deveriam colar os adesivos: vermelho

para situações ambientalmente incorretas e verde para situações ambientalmente corretas,

sentiu-se grande facilidade de compreensão das situações expostas no cartaz e por

conseguinte segurança em escolher o adesivo correto. Embora crianças menores, da faixa

etária de três anos, estivessem por perto e manifestassem interesse em participar (a dinâmica

aconteceu no pátio da escola), as mesmas não tiveram dificuldades em responder qual seria o

adesivo correto, após breve explicação da situação exposta no cartaz. Assim, os menores

puderam na maioria das vezes, acertar. (figuras 34 e 35).

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Fig. 34 – Sabrina (4 anos) colando o adesivo verde ao lado do peixinho no

rio, referente a Prática ¨Dinâmica do certo ou errado¨.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

Fig. 35 – Gabriel (3 anos) , aluno de outra turma, colando o adesivo vermelho ao lado

do pneu dentro do rio.

Fonte: Lourdes Eiko Ynone Lopes

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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os novos cenários sócio-ambientais nacionais e internacionais apontam a

necessidade urgente do estabelecimento de um novo paradigma para a sustentabilidade do

planeta Terra. A Educação Ambiental então, assume caráter realista alicerçado na busca do

equilíbrio entre homem e ambiente, com a finalidade de construir um futuro sustentável.

Os resultados obtidos foram muito positivos e satisfatórios porque os desenhos

refletiram uma consciência ambiental. O ensino reforçado por imagens que é a grande

característica do Kamishibai facilitou o aprendizado por chamar a atenção de um público com

faixa etária de cinco anos.

A participação dos alunos na execução de atividades como nos recortes de figuras de

alimentos que os mesmos escolheram e recortaram (Prática 1) bem como na confecção da

caixa de reciclável e orgânico (Prática 4) propiciou um envolvimento e um entendimento

maior do tema abordado. Brincando e colaborando, a criança constrói o seu conhecimento,

expressa sentimentos e emoções, aprende sobre normas e valores essenciais à sua vida e cria-

se nos pequenos o interesse pelo processo participativo.

A criança, por ter facilidade em transmitir o que aprende, se torna um grande vetor

dentro da sociedade e elas se comprometem com a Natureza, não por obrigação, mas por

realização pessoal, que a fortalece e a torna cidadã consciente dos problemas do nosso

planeta.

Este trabalho, também se torna um projeto sócio-cultural onde as crianças interagem

com o meio em que vivem. O projeto permitiu que mudanças no dia a dia da escola

acontecessem, fazendo com que já não mais deixassem a torneira aberta ao escovar os dentes

e por incentivo das crianças o lixo gerado na escola começa a ser segregado.

Por meio deste método em que o recurso da imagem é enfático, possível se torna a

conscientização da qualidade alimentar. Com cartazes que abordem a importância de

consumir alimentos variados, da importância nutricional de frutas, verduras e legumes é

possível não só incentivar as crianças para uma alimentação equilibrada, mas também formar

pessoas conscientes da importância da natureza para a nossa alimentação.

A educação é um processo que requer do educador um compromisso com a formação

de um cidadão para alcançarmos no futuro uma sociedade sustentável.

A construção de valores sociais deve ser iniciada desde a mais tenra idade e deve ser

parte de uma educação continuada ao longo da vida.

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6- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CLUBOTAKU. Este site apresenta artigos, jogos, manga, cinema, músicas, etc.,

referentes a cultura e a sociedade japonesa. Disponível em www.clubotaku.org. Acesso em 15

de abr.

FUNK, Suzana ; SANTOS, Ana Paula dos. A educação ambiental infantil apoiada

pelo design gráfico através das histórias em quadrinhos. IN: II Encontro de

Sustentabilidade do Vale do Itajaí, 2008, Balneário Camboriú. Anais do II Encontro de

Sustentabilidade do Vale do Itajaí, 2008.

LEI FEDERAL. art.1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99, define Educação Ambiental.

PEREIRA, Jaqueline S. Educação Ambiental na Educação Infantil – Um

Compromisso Social. IN: Rev. Brás. Agroecologia, v.2, n.1, fev.2007.