8
Introdução O presente trabalho tem por objetivo o estudo de três criações do direito romano que são aplicáveis pelo sistema jurídico brasileiro hoje. O corpo jurídico Romano constituiu-se em um dos mais importantes sistemas jurídicos criados desde sempre, entusiasmando diversas culturas em tempos diferentes. Desenvovimento O direito romano, por ser um dos primeiros complexos jurídicos e um dos mais importantes, deixou muitos legados e serviu de base para o sistema jurídico. A seguir, será apresentado e desenvolvido de três criações do direito romano, que atualmente foi incorporada ao sistema jurídico brasileiro. 1. O INSTITUTO DA BOA-FÉ OBJETIVA A boa-fé objetiva constitui princípio norteador da conduta das partes em uma relação obrigacional, um padrão objetivo de comportamento e um critério normativo de valoração que deve seguir os princípios mais nobres do Direito Civil nas múltiplas relações que surgem em uma comunidade de indivíduos. Segundo Tartuce são eles: Princípio da Lealdade, da Confiança, da Equidade, da razoabilidade, da Cooperação e da Colaboração. Desta forma a boa-fé objetiva deve ser vista como maneiras justas de agir, de forma a normatizar as condutas dos indivíduos, não como simples normas provindas do costume cotidiano de cada cidadão em suas relações individuais, mas sim como verdadeiro principio normativo que rege as mais diversas condutasdas partes dentro de uma situação jurídica.

Introdução

Embed Size (px)

Citation preview

IntroduoO presente trabalho tem por objetivo o estudo de trs criaes do direito romano que so aplicveis pelo sistema jurdico brasileiro hoje. O corpo jurdico Romano constituiu-se em um dos mais importantes sistemas jurdicos criados desde sempre, entusiasmando diversas culturas em tempos diferentes.

DesenvovimentoO direito romano, por ser um dos primeiros complexos jurdicos e um dos mais importantes, deixou muitos legados e serviu de base para o sistema jurdico. A seguir, ser apresentado e desenvolvido de trs criaes do direito romano, que atualmente foi incorporada ao sistema jurdico brasileiro.

1. O INSTITUTO DA BOA-F OBJETIVAA boa-f objetiva constitui princpio norteador da conduta das partes em uma relao obrigacional, um padro objetivo de comportamento e um critrio normativo de valorao que deve seguir os princpios mais nobres do Direito Civil nas mltiplas relaes que surgem em uma comunidade de indivduos. Segundo Tartuce so eles: Princpio da Lealdade, da Confiana, da Equidade, da razoabilidade, da Cooperao e da Colaborao.Desta forma a boa-f objetiva deve ser vista como maneiras justas de agir, de forma a normatizar as condutas dos indivduos, no como simples normas provindas do costume cotidiano de cada cidado em suas relaes individuais, mas sim como verdadeiro principio normativo que rege as mais diversas condutasdas partes dentro de uma situao jurdica.Em nosso ordenamento a boa-f objetiva analisadaex vi, como trata o artigo 113 do Cdigo Civil Brasileiro:"Os negcios jurdicos devem ser interpretados conforme a boa-f e os usos do lugar de sua celebrao." Deve o hermenutico do caso concreto se ater as questes de tica, moralidade e razoabilidade no momento da aplicao do direito, de forma a garantir o princpio da boa-f e atravs dele o bem comum. No cdigo Civil ptrio cabe ressaltar o artigo 422 que trata do assunto: "Os contratantes so obrigados a guardar, assim na concluso do contrato, como em sua execuo, os princpios de probidade e boa-f." Dentre os deveres anexos mais comuns que devem ser protegidos esto: a Confiana, a Cooperao, a lealdade, a Informao, a Confidencialidade e seu correlato o principio da Publicidade.

1.1.O INSTITUTO DA BOA-F SUBJETIVA NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIROA Boa-F Subjetiva diz respeito s caractersticas interiores do individuo, sujeito da relao obrigacional, tomado em seu mbito mais particular. Cabe a nos ressaltar a forma de concretizao da norma integradora emanada do magistrado no momento da analise do cumprimento do instituto da boa-f pelas partes da relao obrigacional, e para isso imprescindvel os esclarecimentos do celebre doutrinador Menezes cordeiro:Perante uma boa-f puramente ftica, o juiz, na suaaplicao, ter de se pronunciar sobre o estado de cincia ou de ignorncia do sujeito. Trata-se de uma necessidade delicada, como todas aquelas que impliquem juzos de culpabilidade e, que, como sempre, requer a utilizao de indcios externos. Porm, no binmio boa-m f, o juiz tem, muitas vezes, de abdicar do elemento mais seguro para a determinao da prpria conduta. (...) Na boa-f psicolgica, no h que se ajuizar da conduta: trata-se, apenas de decidir do conhecimento do sujeito. (...) O juiz s pode propanar, como qualquer pessoa, juzos em termos de normalidade. Fora a hiptese de haver um conhecimento direto da m-f do sujeito mxime por confisso os indcios existentes apenas permitem constatar que, nas condies por ele representadas, uma pessoa, com o perfil do agente, se encontra, numa ptica de generalidade, em situao de cincia ou ignorncia.

1.2.DIFERENCIAO ENTRE O INSTITUTO DA BOA-F OBJETIVA E DA BOA-F SUBJETIVA NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIROComo dito anteriormente a boa-f no ordenamento jurdico brasileiro aquela que se traduz pelo modo de agir das partes em uma relao jurdica, devendo esta conduta ser limitada por um conjunto de critrios, tais como: a moralidade, a eticidade, e a confiana. Tratando-se, portanto, de regras positivadas de conduta que surgem fora do sujeito da relao obrigacional refletindo dessa maneira nasdiversas fases do negcio jurdico.Esclarece Fernando de Noronha:[...]mais do que duas concepes da boa-f, existem duas boas-fs, ambas jurdicas, uma subjetiva e outra objetiva. A primeira, diz respeito a dados internos, fundamentalmente psicolgicos, atinentes diretamente ao sujeito, a segunda a elementos externos, a normas de conduta, que determinam como ele deve agir. Num caso, est de boa-f quem ignora a real situao jurdica; no outro, est de boa-f quem tem motivos para confiar na contraparte. Uma boa-f estado, a outra boa-f princpio [...]

1. 3.ASPECTOS GERAIS DA BOA-FE NO CDIGO CIVIL BRASILEIRO

Neste aspecto o Cdigo Civil de 2002 trouxe, principalmente, em seus artigos 1.201, 1.214, 1.219 e 113 as diretrizes gerais que devem ser adotadas tanto em questo de boa-f objetiva quanto de boa-f subjetiva, estes, portanto, constituem o caminho adequado para que as partes no caiam no abismo profundo da m-f e se acaso caiam estes parmetros se tornam adequados para que se tome a medida mais acertada.Desta forma, como enfoca Larenz: [...] cada um dever fidelidade a palavra dada e no defraudar da confiana alheia segundo o principiopacta sunt servanda.No entanto caso isso ocorra o instituto da boa-f no dever ser valorado pelo magistrado como simples norma baseada em costumes gerais do Direito, mas sim como verdadeiras normas positivadas de contedoaberto, onde caber a interpretao e equalizao do magistrado no caso concreto.

Direito das obrigaesDireito Obrigacional o ramo doDireito Civilque estuda as espcies obrigacionais, suas caractersticas, efeitos e extino. A expressoObrigao, caracteriza-se como o vnculo jurdico transitrio entre credor e devedor cujo objeto consiste numa prestao de dar, fazer ou no fazer, em sentido amplo, obrigao refere-se a uma relao entre pelo menos duas partes e para que se concretize, necessria a imposio de uma dessas e a sujeio de outra em relao a uma restrio de liberdade da segunda. O objeto dessa restrio da liberdade a obrigao.OCdigo Civilno traz um conceito para obrigao, deixando-o para uma construo doutrinria.Difere-se dodever, pois este no carece da sujeio de uma das partes. Odeverrefere-se a uma alta probabilidade da concretizao de um determinado comportamento, atravs da anlise da interao entre a parte e a situao e a previso de seu desenrolar. Odeveraprecia o resultado do livre-arbtrio individual e no tenta influir decisivamente neste, no que se diferencia da obrigao. Este, na prtica do direito se exprime atravs do crdito, dbito, dvida, fundamento ou fonte de um direito, instrumento que corporifica o direito, encargo, compromisso, imposio, ttulos que representam crditos ou valores, toda relao que ligaum devedor a um credor.No BrasilDentro docdigo civil brasileiroh um captulo especfico que se refere aos direitos das obrigaes que a parte do direito civil que estuda as normas que regulam as relaes de crdito, ou seja, o direito de se exigir de algum o cumprimento de uma prestao. tambm chamado direito de crdito.As respectivas obrigaes assumidas pelo devedor possuem como garantia do cumprimento obrigacional o patrimnio do devedor, (ressalvados o bem de famlia - Lei n 8.009/90 e os bens impenhorveis descritos no CPC).

Elementos das obrigaes:As obrigaes so constitudas de elementos subjetivos, objetivos e de um vnculo jurdico.1. elemento subjetivo: formado pelos envolvidos: credor(sujeito ativo) e devedor(sujeito passivo).2. elemento objetivo: formado pelo objeto da obrigao: a prestao a ser cumprida.3. vnculo jurdico: determinao que sujeita o devedor a cumprir determinada prestao em favor do credor.

Direito a PropriedadeApropriedade privada odireitoque assegura ao seu titular diversos poderes, sendo que seu contedo constitui objeto de estudo pelodireito civil.Ela compreende, na sua formulao clssica, os poderes de usar, gozar e dispor de uma coisa, a princpio de modo absoluto, exclusivo e perptuo. No podem, no entanto, esses poderes serem exercidos ilimitadamente, dado que desta forma colidiriam com direitosalheios, de igual natureza, e porque existem interesses pblicos assim como interesses coletivos que podem limit-la e cuja tutela incumbe ao Poder Pblico. Assim, por exemplo, opoder pblicopodedesapropriaruma propriedade privada, se puder ser usada ao benefcio mltiplo e comum. Acredita-se que a propriedade privada, enquanto elemento constituinte da trama de relaes scio-econmicas no processo de produocapitalista, deva ela mesma exercer suafuno social. Ainda que este no seja um conceito unnime e globalmente difundindo, sua implementao legal tem sido discutida e respaldada nas ltimas dcadas. NoBrasil, esta noo somente tornou-se plena com aConstituio de 1988, que pela primeira vez na histria definiu a funo social da propriedade.O direito propriedade est previsto naDeclarao Universal dos Direitos Humanosde 1948. O seu artigo 17 dispe que "todo indivduo tem direito propriedade, s ou em sociedade com outros e que ningum ser arbitrariamente privado da sua propriedade". Verifica-se que referido artigo nada especifica em relao ao modo como algum perder sua propriedade, nem em que termos, ou se haver indenizao em dinheiro ou em ttulos, etc. O motivo obvio: respeitar a soberania de cada nao. Fato que no mundo capitalista a propriedade a pilastra do sistema e sua interpretao no uniforme, variando segundo a rea poltica em que vive ohermeneuta.

Funes da propriedade privada na sociedadeA propriedade privada, portanto, uma parte importante de capitalizao dentro daeconomia, pois d estabilidade aos proprietrios, bem como um interesse na execuo doDireito das coisas. Algunslibertarianistasveem os direitos de propriedade privada como fundamento a partir do qual todos os outros direitos naturais se ampliam.

Regulao da propriedade no BrasilNo Brasil est prevista na Constituio Federal, no artigo 5 (incisos XXII e XXIII, respectivamente, a garantia do direito de propriedade e a instituio da funo social da propriedade), 170 dentre outros, como direito fundamental. Tambm est prevista no Cdigo Civil de 2002 em seu artigo 1.228.

Propriedade privada urbanaA propriedade privada normalmente constitui o principal elemento definidor dos espaos intraurbanos na constituio dacidadecapitalista. Tradicionalmente, este modelo de cidade se constri a partir da repartio de seu solo e de sua conseqente comercializao, parcelamento, ocupao e uso.

ConclusoConclui-se que o direito romano como um dos primeiros complexos jurdicos que serviram de base para a atual complexidade do sistema jurdico brasileiro, deixou legados de extrema importncia tanto para as coisas quanto para as pessoas que veem usufruindo continuamente desses direitos que tiveram incio na antiguidade romana.