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INTRODUÇÃO À ECONOMIA GREGORY MANKIW 1. PRINCÍPIOS GERAIS DA ECONOMIA Os dez princípios gerais da economia são: 1) Em economia, sempre existem tradeoffs; 2) O custo de algo é o que se deixa de ganhar ao obtê-lo, ou seja, seu custo de oportunidade; 3) As pessoas razoáveis pensam na margem; 4) As pessoas reagem a incentivos; 5) Os mercados são bons para a economia; 6) O comércio é bom para todos, pois permite maior especialização e variedade; 7) Os governos podem melhorar os mercados; 8) O padrão de vida de um povo é determinado pela sua produtividade; 9) Os preços sobem com a emissão de moeda; 10) Há um tradeoff de curto prazo entre desemprego e inflação. 2. PENSANDO COMO UM ECONOMISTA O pensamento econômico se desenvolve através de modelos, que se baseiam em hipóteses que simplificam a realidade. Utilizam-se os economistas do método científico, partindo da teoria para a observação, então para a coleta de dados e por último para a confirmação ou refutação da teoria. Por serem difíceis os experimentos controlados valem-se da história para fazer a observação experimental. As análises econômicas podem ser declarações positivas, que explica, determina como é ou declarações normativas, que sugerem, prescrevem, diz como deveria ser. É normalmente quando possuem divergências dessas duas categorias que os economistas discordam e é principalmente das declarações normativas que a economia se ocupa. Dentro dos modelos econômicos comuns temos a Fronteira de Possibilidade de Produção e o Diagrama do Fluxo Circular, que descreve como o dinheiro circula entre os mercados de bens e serviços e as famílias e como estes interagem uns com os outros. GRÁFICOS Os gráficos descrevem como as variáveis se relacionam no mundo real. Pode tratar da relação de causa e efeito, podendo aparecer dois problemas: a variável omitida e a causalidade reversa. 3. GANHOS COMERCIAIS E INTERDEPENDÊNCIA O princípio dos ganhos do comércio diz que cada bem deve ser produzido por quem tem o menor custo de oportunidade para produzi-lo. Assim, ambos terão uma maior variedade no consumo e melhor especialização na produção dos bens. Esse custo de oportunidade é sustentado pela teoria das VANTAGENS COMPARATIVAS de David Ricardo, que diz que os custos de oportunidade devem ser comparados para que determinemos quem deverá produzir qual bem. O outro lado da teoria das Vantagens Comparativas é a de Vantagens absolutas, que compara as produtividades dos produtores. Um produtor pode ter vantagens absolutas na produção de todos os bens, mas nunca terá vantagens comparativas na produção de todos eles. Assim, quando os produtores se concentram na produção dos bens no qual tem

Introdução a economia resumo do livro do mankiw

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA GREGORY MANKIW 1. PRINCÍPIOS GERAIS DA ECONOMIA Os dez princípios gerais da economia são:

1) Em economia, sempre existem tradeoffs; 2) O custo de algo é o que se deixa de ganhar ao obtê-lo, ou seja, seu custo de

oportunidade; 3) As pessoas razoáveis pensam na margem; 4) As pessoas reagem a incentivos; 5) Os mercados são bons para a economia; 6) O comércio é bom para todos, pois permite maior especialização e variedade; 7) Os governos podem melhorar os mercados; 8) O padrão de vida de um povo é determinado pela sua produtividade; 9) Os preços sobem com a emissão de moeda; 10) Há um tradeoff de curto prazo entre desemprego e inflação.

2. PENSANDO COMO UM ECONOMISTA

O pensamento econômico se desenvolve através de modelos, que se baseiam em hipóteses que simplificam a realidade. Utilizam-se os economistas do método científico, partindo da teoria para a observação, então para a coleta de dados e por último para a confirmação ou refutação da teoria. Por serem difíceis os experimentos controlados valem-se da história para fazer a observação experimental.

As análises econômicas podem ser declarações positivas, que explica, determina como é ou declarações normativas, que sugerem, prescrevem, diz como deveria ser. É normalmente quando possuem divergências dessas duas categorias que os economistas discordam e é principalmente das declarações normativas que a economia se ocupa.

Dentro dos modelos econômicos comuns temos a Fronteira de Possibilidade de Produção e o Diagrama do Fluxo Circular, que descreve como o dinheiro circula entre os mercados de bens e serviços e as famílias e como estes interagem uns com os outros. GRÁFICOS

Os gráficos descrevem como as variáveis se relacionam no mundo real. Pode tratar da relação de causa e efeito, podendo aparecer dois problemas: a variável omitida e a causalidade reversa. 3. GANHOS COMERCIAIS E INTERDEPENDÊNCIA

O princípio dos ganhos do comércio diz que cada bem deve ser produzido por quem tem o menor custo de oportunidade para produzi-lo. Assim, ambos terão uma maior variedade no consumo e melhor especialização na produção dos bens. Esse custo de oportunidade é sustentado pela teoria das VANTAGENS COMPARATIVAS de David Ricardo, que diz que os custos de oportunidade devem ser comparados para que determinemos quem deverá produzir qual bem.

O outro lado da teoria das Vantagens Comparativas é a de Vantagens absolutas, que compara as produtividades dos produtores. Um produtor pode ter vantagens absolutas na produção de todos os bens, mas nunca terá vantagens comparativas na produção de todos eles. Assim, quando os produtores se concentram na produção dos bens no qual tem

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maior vantagem comparativa podem usufruir de maior consumo através da troca, além de maior diversidade. 4. OFERTA E DEMANDA

A lei da oferta e da demanda diz que o preço de qualquer bem ou serviço ajusta-se para trazer a quantidade demandada desse bem ao equilíbrio. Para saber como a economia será afetada por um acontecimento precisa-se pensar nos seus impactos sobre a oferta e a demanda.

A quantidade ofertada de um bem é positivamente relacionada com o preço, enquanto a quantidade demandada dele tem relação negativa com esse.

Pode-se deslocar a curva de oferta através de: 1) variação nos preços dos insumos necessários para a produção do bem; 2) desenvolvimento da tecnologia; 3) expectativas quanto ao aumento ou diminuição do consumo do bem em questão; 4) alteração no número de vendedores.

Já a curva de demanda pode ser deslocada por: 1) flutuações na renda (deve-se observar ainda se o bem é um bem normal ou inferior); 2) alterações nos preços dos bens substitutos e complementares; 3) os gostos da população com relação ao produto; 4) as expectativas quanto ao aumento da produção do bem; 5) alteração no número de compradores.

Deve-se observar a distinção entre o deslocamento da curva e o deslocamento ao longo dela. No primeiro caso, ela desloca-se quando altera-se uma variável externa, ou seja, nem o preço nem a quantidade ofertada/demandada. Assim, está-se disposto a consumir/produzir mais/menos do bem em questão por um preço dado. Já o deslocamento ao longo da curva mostra uma alteração nas variáveis internas, ou seja, preço ou quantidade ofertada/demandada.

O equilíbrio da oferta e da demanda é atingido quando a curva da oferta se cruza com a curva da demanda, ou seja, a quantidade ofertada é igual à quantidade demandada. Desse modo, o preço de ajusta de modo a igualá-los. Assim, a quantidade e o preço tendem a se ajustarem no ponto de equilíbrio. Sendo o preço o mecanismo de relacionamento dos recursos escassos, quando ele está acima do ponto de equilíbrio tem-se uma quantidade ofertada maior do que a quantidade demandada, gerando um excesso de oferta. Caso contrário, haverá um excesso de demanda. 5. ELASTICIDADE

A elasticidade é uma medida de resposta da quantidade ofertada ou demandada a variações em seus determinantes, a saber, condições de mercado. Mede quanto a quantidade ofertada ou demandada varia em função do preço.

Os fatores determinantes da elasticidade-preço da demanda são: 1) disponibilidade de substitutos próximos; 2) se o bem é necessário ou supérfluo; 3) a definição do mercado (quanto mais específico mais inelástico será) e 4) horizonte do tempo (os bens tendem a ser mais elásticos no longo prazo). Portanto, os bens escassos tem menos elasticidade preço e são mais difíceis de ofertar a curto prazo.

A elasticidade determina a disposição de sair ao mercado. A elasticidade da oferta determina se os vendedores têm boas alternativas de produção do bem numa condição desfavorável. A elasticidade da demanda diz se os compradores têm boas alternativas de consumo na falta do bem em questão. Quanto à elasticidade o bem pode ser perfeitamente elástico, elástico, unitário, inelástico ou perfeitamente inelástico.

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Os outros tipos de elasticidade são: elasticidade-renda da demanda e a elasticidade-preço cruzada da demanda, que verifica a variação percentual da quantidade demandada de um bem 1 em função da variação do preço do bem 2.

A receita total tende a aumentar se aumentarmos o preço de um bem de demanda inelástica, e a diminuir no caso de o bem ser elástico. 6. OFERTA, DEMANDA E POLÍTICAS DO GOVERNO.

O governo pode interferir no livre equilíbrio de oferta e demanda através de duas políticas, a saber, imposto e controle de preços.

No caso do imposto, o ônus da incidência tributária recai mais fortemente sobre o lado mais inelástico do mercado.

No caso do controle de preços, a instauração de um preço máximo gerará uma escassez do produto, na qual se criaram alguns mecanismos para racionar a venda do bem, que podem não ser benéficos para a sociedade, como filas e discriminação. No caso de um preço mínimo, gerar-se-á uma excedente de produção ou de oferta, como é o caso do salário mínimo. O seu maior impacto se dá sobre a classe trabalhadora que recebe o salário mínimo, deixando vários deles sem trabalho e aumentando a força de trabalho com o ingresso de jovens em idade escolar que abandonam a escola para entrar no mercado de trabalho precocemente por causa dos incentivos que agora têm. 7. EFICIÊNCIA DOS MERCADOS

Tratamos aqui da economia do bem-estar, que analisa como a alocação de recursos afeta o bem-estar econômico. Introduzem-se os conceitos de excedentes do consumidor, do vendedor e total.

O excedente do consumidor é aquilo que o consumidor estaria disposto a pagar menos o que ele efetivamente paga.

O excedente do vendedor é o preço pelo qual ele vendeu o produto menos o menor preço ao qual ele estaria disposto a vender o produto.

O excedente total é a soma desses dois, ou seja, o valor para os compradores menos o custo para os vendedores.

O excedente do consumidor aumentaria com um preço mais baixo enquanto o do vendedor aumentaria com um preço mais alto. Veremos a seguir duas aplicações desses conceitos. 8. TRIBUTAÇÃO Vejamos como a introdução de um imposto altera a eficiência do mercado. Para entendermos como os impostos afetam o bem-estar comparamos a redução de bem-estar dos tomadores com os ganhos dos governos. O tributo apropria-se uma parte do excedente total, mas que ainda vai figurar nele, pois está nas mãos do governo, e transforma uma parte deste em um peso morto. Esse peso morto representa os negócios que deixaram de ser feitos pela variação do preço, ou seja, é a perda de excedentes totais. Assim, o imposto induz as pessoas a uma mudança de comportamento. Vemos ainda que a elasticidade aumenta a magnitude do peso morto, pois ela reflete a dependência de um dos lados do mercado ao bem. No final, vemos que os custos dos impostos são maiores do que os ganhos do governo, graças ao peso morto.

Há um debate sobre como a tributação sobre o salário distorce os incentivos ao trabalho. Os economistas discordam sobre a magnitude da elasticidade da oferta de trabalho. Caso ela fosse razoavelmente elástica teríamos um grande peso morto, pois as

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pessoas teriam alternativas, como por exemplo, uma fonte de renda extra, ingressar na economia subterrânea, aposentar-se logo, ficar em casa etc.

A curva de Laffer, que representa a economia do lado da oferta, defende que quanto mais elástico o mercado mais provável de um corte de impostos aumentar a receita tributária. Ele defende que a receita tributária aumentará até uma determinada carga tributária, mas que a partir desse ponto qualquer aumento na carga fará a receita despencar devido ao peso morto crescente. 9. COMÉRCIO INTERNACIONAL

O comércio internacional introduz os conceitos de importação e exportação. O que determina se um país será importador ou exportador de um produto será o seu preço mundial, que se baseia na teoria das Vantagens Comparativas.

Vamos analisar o efeito da adesão ao comércio internacional por uma economia nos excedentes do consumidor, do vendedor e total. Quando um país passa a ser importador de um bem, o preço deste baixará para se igualar ao preço mundial, o que deixará os consumidores em melhor condição com o aumento do seu excedente, e os produtores terão o seu excedente reduzido. Já o excedente total se alargará com os ganhos do comércio. Quando o mesmo país passa a ser exportador do bem aumenta-se o excedente do produtor com o aumento do preço para se igualar ao preço mundial e diminui o do consumidor, e o total também se alargará com os ganhos do comércio. Portanto, vemos que com o comércio internacional surgem perdedores e vencedores, mas a soma do lucro de uns ultrapassa o prejuízo obtido de outros. Aumenta-se a eficiência da economia mas não necessariamente a sua equidade, já que os perdedores raramente são compensados pelos seus prejuízos.

Pode-se argumentar contra e a favor da abertura ao comércio internacional. Os argumentos são: 1) os trabalhadores locais perderão o emprego – esses deverão se deslocar para os setores onde o país tem maiores vantagens comparativas; 2) segurança nacional – ocorrem exageros na importância do setor para a segurança nacional de modo a obter proteção; 3) proteção da indústria nascente – deve-se analisar se os benefícios ultrapassam os custos de proteção; 4) competição desleal – os compradores ainda estão ganhando com produtos melhores e mais baratos; 5) a proteção é um instrumento de barganha para que o outro país baixe suas tarifas também – a ameaça pode não funcionar.

Vejamos como duas políticas semelhantes do governo alteram os excedentes na economia, a saber, a introdução de uma tarifa de importação e o estabelecimento de cotas de importação. O que essas duas políticas têm em comum é que ambas elevam o preço interno do bem, reduzem o excedente do consumidor e aumentam o do produtor e geram um peso morto.

Com a introdução de uma tarifa de importação os produtores internos ficam em melhor condição (aumenta-se a quantidade ofertada interna e diminui-se a quantidade demandada do exterior) e o governo obtém receita, porém gera um superprodução e um subconsumo, ou seja, um peso morto.

As cotas de importação limitam a quantidade de um bem produzido no exterior e vendido internamente. Elas causam um peso morto similar ao imposto, com os detentores de licença e os produtores internos ganhando mais. 10. EXTERNALIDADES

As externalidades são os impactos no bem-estar de uma terceira pessoa. Elas podem ser positivas ou negativas. As primeiras produzem uma quantidade menor do que

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é socialmente desejado e o segundo tipo produz uma quantidade maior do que é socialmente desejado.

Citamos como exemplos de externalidade positivas o transbordamento de tecnologia (incentivada com a proteção das patentes), a pesquisa de novas tecnologias e a restauração de imóveis antigos. Para incentivar essas externalidades positivas, deve-se proceder ao subsídio no valor igual ao benefício social provocado por elas.

As externalidades negativas podem ser resolvidas de duas maneiras: com soluções privadas ou com políticas públicas, de forma a fazer a empresa internalizar sua externalidadade, ou seja, alterar seus incentivos de modo que ela leve em consideração os efeitos que causam a terceiros.

Nas soluções privadas, o teorema de Coase afirma que se os agentes econômicos puderem negociar sem custo a alocação de recursos eles poderão resolver sozinhos os problemas das externalidades. O direito determinará apenas que deverá pagar no final das contas. Essa teoria se aplica quando as partes não têm dificuldade em chegar a um acordo, mas poderia não funcionar quando houver algum problema de coordenação, como quando o número de partes envolvidas é grande ou quando as partes relutam em chegar a um acordo para forçar a outra parte a ceder condições menos favoráveis a ela quando ela estiver com a lei contra ela.

Nas soluções alcançadas por políticas públicas, temos duas. As políticas de comando e controle, que estabelecem um nível máximo ou

regras de emissão da externalidade (por exemplo, nível máximo de emissão de fumaça de uma fábrica). Essas contudo não incentivam a fábrica a reduzir a emissão abaixo do limite, além de não garantir redução uniforme de empresas de naturezas diferentes.

As outras políticas são as de mercado. Uma delas é a introdução do imposto de Pigou. Ele é melhor para o meio ambiente, pois gera um incentivo para descobrir tecnologias que reduzem a poluição, sendo um tributo por quantidade de poluição emitida. Assim, o imposto determinará a quantidade demandada por poluição. A outra é a introdução de licenças negociáveis para poluição. Ela é melhor do que o imposto quando não se conhece a demanda por poluição, de modo que a quantidade de poluição será fixada pela quantidade de licenças oferecidas, sendo a oferta de licenças perfeitamente inelástica. Assim, a quantidade ofertada de poluição determinará o preço das licenças. Surge assim um mercado de licenças, que poderão ser alocadas entre as empresas que poluem menos e as que poluem mais, de modo a controlar o nível ótimo de emissão de poluição desejado. 11. BENS PÚBLICOS E RECURSOS COMUNS

Para entendermos o conceito dos diferentes tipos de bens cabe desenvolver aqui as propriedades de exclusão, segundo a qual uma pessoa pode ser excluída de usar um bem, e a de rivalidade, segundo a qual a pessoa ao usar o bem impede que outras usufruam dele.

Os bens podem ser divididos em quatro tipos: bens privados (excludentes e rivais), recursos comuns (não-excludentes e não-rivais), monopólios naturais (excludentes e não-rivais) e bens públicos (não-excludentes e rivais), que quando alguém usa causa uma externalidade negativa, cujas quantidades a serem produzidas devem ser determinadas pelo governo, já que o mercado privado se mostra incapaz de ofertá-los pelo fato de os bens não serem excludentes e assim evita o problema dos caronas.

Alguns bens públicos são a pesquisa de base, que gera conhecimentos gerais, que são disseminados e aproveitados por toda a sociedade e específicos, que são protegidos pelas patentes, tornando-se gerais depois de sua expiração. A defesa nacional é também

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um bem público, em como a luta contra a pobreza, já que todos querem viver num país sem miséria. Quando a ausência de propriedade causa uma falha de mercado o governo pode resolver o problema através da emissão de licenças, da regulamentação da atividade ou do fornecimento dela. O mercado falha na alocação de recursos porque o direito da propriedade não está bem estabelecido, e cabe ao governo regular essa alocação. Para resolver se deve fornecer um serviço público, o governo deve fazer uma análise de custo-benefício, sendo suas análises apenas aproximações, não observando nenhum sinal de preço. 12. SISTEMA TRIBUTÁRIO

O sistema tributário é dividido em categorias Federal e Estadual. As receitas do Governo Federal são obtidas pelo imposto de renda e pelo imposto para a seguridade social e pelas excise taxes como as pagas pela gasolina, bebidas e cigarros. Suas despesas são com saúde, auxílio a renda das famílias mais pobres, defesa nacional, seguridade social. A receita obtida com os impostos Estaduais são através dos impostos sobre vendas, um parte do imposto de renda, sobre a propriedade e de fundos do governo Federal. Suas despesas são com estradas, com educação e com o bem-estar público. Para que se obtenha eficiência econômica com a aplicação de impostos, deve-se minimizar o peso morto causado por eles e os encargos administrativos. Todo imposto causa um ônus, seja um peso morto, sejam as lacunas legais de que as empresas tentam se aproveitar para evitar pagar os impostos, o que implica na contratação de contadores. A esse processo chama-se fuga legal de impostos. Esse ônus poderia ser minimizado com a simplificação do sistema tributário. Contudo, isso encontra forte oposição por parte de lobistas. Devido ao peso morto causado pelo imposto, há um debate sobre se seria mais eficiente taxar o consumo ao invés da renda. Essa corrente baseia-se no argumento de que o imposto sobre a renda encoraja as pessoas a trabalhar menos, daí vindo o peso morto, e desencoraja a poupança, pois esta é taxada duas vezes, enquanto um imposto sobre o consumo a encorajaria. Sobre a tributação da renda temos a alíquota média, que mede o esforço total do contribuinte, ou seja, o resultado percentual da razão entre a contribuição total e a renda. Analisa-se a alíquota marginal, que é o imposto adicional sobre uma unidade de renda adicional, quando se deseja verificar o peso morto da renda, na medida em que a alíquota marginal desencoraja o trabalho, para vermos como o sistema tributário distorce os incentivos. Haveria a possibilidade ainda de uma tributação por montante único, que teria um ônus administrativo mínimo, não geraria peso morto, não distorceria os incentivos porque sua alíquota marginal seria zero. Este modelo, porém, ilustra o tradeoff entre a eficiência e a equidade tributária, pesando mais sobre aqueles que têm menos condições de arcar com o montante único. As pessoas discordam sobre a política tributária porque atribuem importância diferente a esses dois objetivos: eficiência e equidade. A equidade tributária reflete como o ônus tributário deve ser distribuído.

Pelo Princípio dos Benefícios, as pessoas devem pagar com base nos benefícios que recebem do governo, vendo os bens públicos como se fossem bens privados. Assim, os ricos devem pagar mais do que os pobres pois desfrutam melhor da infra-estrutura da cidade como a proteção contra incêndios, a proteção policial, das rodovias, do combustível, da energia etc.

Mas de acordo com o princípio da Capacidade de Pagamento todos devem fazer o mesmo sacrifício para sustentar os gastos de governo. Isso nos leva a dois conceitos, a saber, o de Equidade Vertical, ou seja, que precisa-se levar em conta o que

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a pessoa paga e o que ela recebe e que quem tem maior capacidade de pagar paga mais, podendo o imposto ser regressivo, proporcional ou progressivo, e o de Equidade Horizontal, que determina que os que tem rendas semelhantes pagam igual. 13. CUSTOS DE PRODUÇÃO

Os custos de uma empresa podem ser explícitos ou implícitos. Os implícitos refletem os custos de oportunidade. O lucro da empresa pode ser classificado como econômico, que leva em conta tantos os custos explícitos quanto os implícitos, e como contábil, que apenas considera os custos explícitos. A Função de Produção é a relação entre a quantidade de insumo para produzir um bem e a quantidade produzida. Percebemos que há um produto marginal decrescente na medida em que a quantidade produzida aumenta em uma proporção menor do que a do aumento da quantidade do insumo, quando feito. Produto Marginal é o aumento da quantidade da produzida a partir do aumento de uma unidade do insumo. A Curva de Custo Total é a relação entre a quantidade produzida e o custo total. A inclinação da curva tende a aumentar por causa do produto marginal decrescente. Aqui Custo Marginal é o aumento do custo total a partir do aumento da produção de uma unidade adicional do bem. Este é crescente, na medida em que a cada unidade a mais produzida chega-se mais próximo de esgotar a capacidade produtiva da empresa.

Já o Custo Total Médio tende a diminuir com o aumento de produção até atingir seu ponto mínimo, que é aquele que minimiza o custo médio, chamado de Escala Eficiente, e a partir do ponto em que o Custo Total Médio é igual ao Custo Marginal, o primeiro tenderá a aumentar, já que o custo que tem para produzir a próxima unidade do bem é maior do que aquele que teve para produzir o último, e essa diferença de valor terá que ser redistribuída por todos os que já foram produzidos. A Curva de Custo Total Médio tem o formato em “U”. Portanto, para maximizar os lucros, a empresa escolherá o nível de produção em que sua Curva de Custo Total Médio será igual à Curva de Custo Marginal.

No longo prazo as empresas têm uma flexibilidade maior, já que podem ampliar sua linha de produção para acomodar a demanda por ela. Assim, o formato da Curva de Custo Total Médio de longo prazo traz informações valiosas sobre a tecnologia de produção da empresa. Assim, ela pode ter deseconomias de escala, retornos constantes de escala ou economias de escala. Isso determina se seu Custo Total Médio decrescerá ou não com o aumento de produção.

MERCADOS De acordo com a natureza do mercado em que estão inseridas, as empresas deparam-se com decisões políticas diferentes, mais adequadas a sua atuação naquela categoria de mercado. Como vimos anteriormente, há duas categorias de mercado, os de concorrência perfeita ou imperfeita. O primeiro tipo é dos mercados competitivos. O segundo se refere aos oligopólios, monopólios e competição monopolística. 14. EMPRESAS EM MERCADOS COMPETITIVOS São características do mercado competitivo: o grande número de compradores e vendedores, que não tem podem individualmente sobre a formação de preços, atuando como tomadores de preço; a livre entrada e saída de empresas no mercado; os bens vendidos são os mesmos.

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Cabe esclarecermos alguns pontos sobre a receita obtida pela empresa. Como a empresa atua no mercado como tomadora de preços, o seu preço deverá ser igual ao preço exercido no mercado. Assim, o preço do seu produto é igual à Receita Média, que por sua vez é igual à Receita Marginal. Esta última tende a ser constante pois não se altera com a venda adicional de uma unidade do produto. Para maximizar o lucro, a empresa deve igualar o seu Custo Marginal à sua Receita Marginal (preço). Desse modo, enquanto a Receita Marginal for maior do que o Custo Marginal de produção de um bem adicional a empresa deve aumentar a produção para maximizar o lucro. Portanto, podemos ver a Curva de Custo Marginal de uma empresa como sua Curva de Oferta. Com base nessas análises, a empresa se depara com duas situações em que seria forçada a suspender suas atividades: uma no curto prazo e outra no longo prazo, significando a sua saída do mercado. Uma empresa decide suspender suas atividades no curto prazo e parar sua produção quando o preço do produto está abaixo dos seus custos variáveis. Os custos fixos nesse caso não são levados em consideração por consistirem em custos irrecuperáveis. Desse modo, a curva de oferta de uma empresa no curto prazo é igual à parte de sua Curva de Custo Marginal acima da Curva de Custo Variável Médio. No longo prazo, uma empresa decide retirar-se do mercado se o preço do produto for menor do que seu Custo Total Médio. Assim, a curva de oferta será a parte da Curva de Custo Marginal acima da Curva de Custo Total Médio. Toda empresa tende a ter no longo prazo um lucro econômico igual a zero. Para entender o fato consideremos duas situações. Na primeira, as empresas do mercado estão operando com lucro econômico maior que zero. Desse modo, o mercado será atrativo à entrada de novas empresas e no longo prazo esse maior número de empresas reduzirá os preços e os lucros de todos os vendedores a zero. No caso de empresas operando com lucro econômico menor do que zero, algumas delas serão forçadas a sair do mercado, aumentando os preços e os lucros das que permaneceram. Portanto, em qualquer dos casos, as empresas são forçadas a igualar o preço ao Custo Total Médio para evitar a entrada ou saída de empresas no mercado. Os deslocamentos da demanda no curto prazo provocarão o aumento ou diminuição do lucro das empresas atuantes, já que o mercado no curto prazo tem um número fixo de empresas. No longo prazo irá atrair ou quebrar empresas, fazendo o lucro subir ou aumentar, situação essa que será levada ao equilíbrio pela entrada ou saída de novas empresas no mercado. 15. MONOPÓLIO

Os monopólios surgem de três formas:. A primeira é quando há recursos monopolísticos. Assim, quando apenas uma

empresa tem um recurso-chave exclusivo ou quando ela tem um direito exclusivo de propriedade ou quando os custos de produção tornam um único produtor mais eficiente que muitos, o que consiste em uma barreira de entrada para os outros.

A segunda são os monopólios criados pelo governo, como os direitos autorais, a lei das patentes ou por política quando é de interesse público. Os benefícios são o incentivo à atividade criadora e os seus custos são evidentemente os preços monopolísticos.

A terceira são os monopólios naturais, caracterizados quando o custo total diminui sempre com o aumento de uma unidade produzida. Temos ai um custo marginal desprezível, havendo economias de escala para toda a faixa de produção. Além disso, não é interessante ter no mercado mais de uma empresa porque não seria lucrativo para nenhuma das duas empresas dividi-lo. É o caso da distribuição de água, em que o custo

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médio é menor se apenas uma empresa fornecer o mercado. Contudo, com o crescimento da demanda de mercado ele pode transformar-se em um mercado competitivo.

Quanto aos lucros os monopólios são caracterizados por uma receita marginal decrescente e inferior ao preço atual, pois a empresa nesse mercado se depara com uma curva de demanda que é igual à demanda de mercado. Portanto, os monopólios não têm curva de oferta, e para maximizar os lucros escolhem a quantidade ofertada em que a Receita Marginal é igual ao Custo Marginal, como nos mercados competitivos, com o preço, porém, determinado pela Curva da Demanda. Portanto, a empresa deve aumentar a produção se a Receita Marginal for maior do que o Custo Marginal.

As políticas públicas ainda podem melhorar os resultados nos mercados monopolíticos. Quatro são as formas de interferência: 1) Leis antitruste, que impedem fusões e desmembra empresas, cujo principal problema é impedir as sinergias (no entanto, deve-se analisar o custo social dos monopólios com os benefícios das sinergias); 2) Regulamentação dos preços, que é comum nos monopólios naturais, cujo maior problema é a falta de incentivos à redução de custos; 3) nacionalizando a empresa, solução esta preterida pelos economistas pela propriedade privada dados os incentivos de minimizar os custos nesta; 4) não fazer nada. Como foi dito por George Stigler “a falha política é maior que o grau de falha de mercado”.

Os monopólios trazem à sociedade um custo ao seu bem-estar. O primeiro é um peso morto, causado pelo markup entre a Receita Marginal e o preço. No entanto, o lucro monopolista não afeta o excedente de mercado total, o seu problema é que ele vende uma quantidade inferior ao nível que maximiza o excedente total, produzindo uma quantidade menor que a socialmente eficiente.

Há uma estratégia de maximização dos lucros monopolistas que se chama discriminação de preços. Ela fomenta uma separação dos compradores pela sua disposição a pagar. A discriminação de preços aumenta o bem-estar econômico, pois elimina o peso morto e gera um maior excedente do produtor. Alguns exemplos são os ingressos de cinema mais baratos para crianças, os livros em capa dura e em brochuras, cupons de desconto, diferença de preços nas passagens aéreas. 16. OLIGOPÓLIO Os oligopólios são caracterizados pelo pequeno número de vendedores no mercado, sendo estes interdependentes, pois as ações de qualquer vendedor tem um grande impacto sobre o lucro de todos os outros. Vemos que os vendedores desse mercado se beneficiam com a cooperação, e agem como se fossem monopolistas, porém os incentivos à ação de maximizar os lucros impedem que atinjam os resultados do monopólio. Desse modo, há sempre tensões entre a cooperação e o interesse próprio.

Podemos ainda tirar algumas conclusões sobre o tamanho dos oligopólios. Na medida em que aumenta o número de vendedores fica mais difícil chegarem a um acordo quanto ao preço ofertado.

Por exemplo, quando um vendedor se depara com a decisão de vender mais ele enfrenta o efeito preço e o efeito quantidade. De acordo com o efeito preço, o vendedor se preocupa com os lucros na medida em que agora com o aumento da quantidade ofertada o preço tende a cair derrubando seus lucros juntamente. Ou seja, preocupa-se com o impacto da sua escolha de preços na sua renda. Com o efeito quantidade ele leva em conta que o preço é maior do que o seu custo marginal, e conclui que é vantajoso aumentar a quantidade que oferta. Com o aumento na quantidade de vendedores do

oligopólio o efeito preço diminui na medida em que o vendedor se preocupa menos com

o impacto do preço que ele coloca no mercado, tornando o mercado mais parecido com

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o das empresas competitivas, e se deparando portanto com decisões similares quando ao

aumento de produção – o fará enquanto o preço for maior do que o Custo Marginal. É comum no mercado oligopolítico a formação de conluios (acordo entre

empresas) e cartéis (grupos de empresas que devem concordar sobre o nível de produção e quantidade produzida para cada membro). Um exemplo é a OPEP. O equilíbrio de mercado é atingido na medida em que cada oligopolista sente-se tentado a aumentar a sua produção e capturar mais mercado, com isso o total aumenta e o preço cai. Assim, eles terminam produzindo uma quantidade total maior do que a monopolista e

tendo lucros menores. No entanto, eles não deixam o preço cair até o custo marginal.

Por fim, cada vendedor escolhe para si a melhor estratégia dadas as estratégias

escolhidas pelos outros. Isso implica que aumentar a própria oferta acima disto

reduziria seu lucro. Quando todos os vendedores se comportam dessa maneira atingimos

o chamado Equilíbrio de Nash. A Teoria dos Jogos trata dos problemas que as pessoas enfrentam quando a

cooperação é desejada mas difícil. Estuda como as pessoas se comportam em situações estratégicas quando se leva em consideração como as pessoas reagiriam a ela, provando que a cooperação é irracional do ponto de vista individual. O Dilema dos Prisioneiros exemplifica um caso em que ao perseguirem interesses próprios ambos chegaram a um resultado pior para ambos. Cada “prisioneiro” no caso tende a escolher sua estratégia dominante, que é a melhor jogada que ele teria independente das escolhidas pelos outros jogadores. Exemplos disso são a publicidade, o usufruto dos recursos comuns e a corrida armamentista.

A política pública trata dos oligopólios através das Leis Antitruste para induzir os oligopolistas a competir e não a cooperar, tentando conter uma série de práticas de mercado. A primeira é a fixação do preço de revenda. A princípio pode parecer que impede a concorrência entre varejistas, mas defende-se dizendo que se quer evitar o problema dos caronas e assim fomentar um comércio justo. A segunda é a determinação de preços predatório, que é um corte de preços para acabar com a concorrência, mas que pode ser combatido se a outra empresa reduzir a oferta. A terceira são as vendas casadas, que parece querer estender o poder de mercado de uma empresa a um outro produto, mas que é defendida como uma forma de discriminação de preços. 17. COMPETIÇÃO MONOPOLÍSTICA As empresas no mercado de competição monopolística são marcadas um uma série de características. Esse mercado é composto por várias empresas que vendem produtos similares, mas não iguais. Portanto, os vendedores têm alguma liberdade de escolha de preço, já que cada produto é único. O preço tende a ser portanto muito maior do que o custo marginal de produção. Há também a livre entrada e saída de empresas nesse tipo de mercado. As empresas neste tipo de mercado oferecem produtos diferenciados e se assemelha ao monopólio na definição do preço. Há ainda dois elementos que marcam esse tipo de concorrência: a capacidade ociosa de produção, visto que eles poderiam aumentar a quantidade produzida e reduzir o Custo Total Médio e que o excedente total não é maximizado; e um markup entre o preço e o Custo Marginal que corresponde ao estímulo de vender mais, além de gerar um peso morto. Quanto ao bem estar social, o excedente total não é maximizado, pois pode haver entrada insuficiente ou excessiva de empresa no mercado. Esse mercado produz externalidades negativas e positivas. São o roubo de negócios e a variedade de produtos. Esses não existiriam sob a competição perfeita.

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A publicidade é um fator-chave na competição monopolística. Ela torna os mercados menos competidores e curvas de demandas menos elásticas. Podemos ver a publicidade como um sinal de qualidade, sendo o conteúdo do anúncio irrelevante. Concluímos que quem investe caro em propaganda é porque tem um bom produto. A propaganda sinaliza assim a qualidade do produto através da disposição para gastar altas quantias em dinheiro com ela. Outro elemento que surge são as marcas. Elas dão incentivo a manter a qualidade, dão a segurança ao comprador de adquirir um produto de alta qualidade, mas por outro lado podem fazer o comprador ver diferenças onde elas não existem, tornando a curva de demanda menos elásticas. Aqueles que criticam a publicidade pregam que ela manipula as preferências, criando um desejo através de mensagens subliminares que não falam da qualidade ou do preço do produto, dificultando a competição. Tenta convencer que os produtos são mais diferentes do que realmente são, permitindo um markup maior sobre o Custo Marginal. Os que a defendem alegam que ela permite maior entrada de empresas e reduz o poder de mercado, fazendo com que os clientes aproveitem melhor as diferenças de preços, fornecendo-lhes informações valiosas sobre o produto de cada empresa. Assim, torna mais fácil encontrar empresas que vendem mais barato e aumentam a competitividade. 18. FATORES DE PRODUÇÃO Os fatores de produção são os insumos necessários à produção de um bem. Os principais são a terra, o capital e o trabalho. Capital é o estoque de equipamentos e estrutura para produzir os bens. A produtividade de cada um desses fatores depende da quantidade disponível dos outros. A demanda por mão-de-obra depende da demanda de outro bem, portanto ela é uma demanda derivada. As empresas decidem quantos empregados vão contratar baseadas no Produto Marginal do Trabalho, que é o aumento da quantidade produzida com a introdução de um trabalhador a mais. O Valor do Produto Marginal do Trabalho equivale à produtividade da empresa, e é igual ao preço vezes o Produto Marginal do Trabalho. Assim, a empresa contratará até que o Valor do Produto Marginal seja igual ao Salário pago. O Valor do Produto Marginal do Trabalho é a curva da demanda das empresas por trabalho, que tende a ser decrescente por causa do Produto Marginal decrescente. A oferta de mão-de-obra será o salário de mercado, que é perfeitamente elástico. Portanto, a quantidade que maximiza o lucro é aquela em que o salário de mercado (curva da oferta de trabalho) e a curva de Valor do Produto Marginal do Trabalho curva da demanda por trabalho se cruzam. Os deslocamentos da curva de demanda por mão de obra podem ser provocados por mudanças tecnológicas, pelo preço do produto ou pela oferta de outros fatores. Nos três casos se pode aumentar ou reduzir o Produto Marginal do Trabalho e conseqüentemente deslocar a demanda por trabalho, por ser ela derivada das outras. Já a oferta de mão de obra reflete o tradeoff entre trabalho e lazer. Ela normalmente tem inclinação perfeitamente elástica, mas também pode se inclinar para trás graças ao efeito riqueza: “já que estou ganhando mais pode trabalhar menos”. Pode haver deslocamentos dela por mudança nas preferências ou nos costumes (mulheres que entram no mercado de trabalho, adolescentes), pela imigração ou por mudanças das oportunidades alternativas. Para obtermos o equilíbrio, o salário se ajusta para equilibrar a oferta e a demanda por trabalho. Qualquer evento que altere a oferta ou a demanda por mão-de-obra deve

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alterar o salário de equilíbrio e o Valor do Produto Marginal do Trabalho no mesmo montante, pois eles dever ser iguais. Portanto, deslocamentos das oferta e demanda de mão-de-obra fazem com que haja alterações no salário. Podemos observar também um monopsônio, que é um mercado com apenas um comprador, que reduz o preço que paga diminuindo o lucro dos que ofertam. É o caso de um mercado com apenas uma empresa que pode dar empregos. 19. GANHOS E DISCRIMINAÇÃO Os determinantes do salário de equilíbrio são o capital humano, os diferenciais compensatórios e o talento, esforço e a sorte. O capital humano é a acumulação de investimento nas pessoas através de educação e treinamento com o objetivo de aumentar a produtividade do empregado. De acordo com o nível de instrução passa a ser também um diferencial compensatório. Este reflete as diferenças de trabalho que surgem para compensar características não monetárias de diferentes empregos. Percebemos uma atual tendência ao valor crescente da qualificação graças ao comércio internacional e às mudanças tecnológicas, aumentando a demanda por mão-de-obra qualificada. Os salários podem ficar acima do equilíbrio por três fatores: a atuação dos sindicatos, pela legislação do salário mínimo ou por salários de eficiência. Assim, esses fatores aumentam a oferta de mão-de-obra.

O nível de qualificação profissional opera como um sinal de talento, da mesma forma que a propaganda atua como um sinal de qualidade do produto. Assim, o diploma sinaliza o maior talento já que uma pessoa talentosa tem mais chances de ter um diploma.

Analisemos agora a economia da discriminação. Vemos que é a observação de variações salariais entre grupos amplos não prova discriminação, pois as pessoas podem ter os salários alterados por causa de diferenciais compensatórios, de diferenças entre o capital humano, da diferença da qualidade e da quantidade de instrução ou de experiência no trabalho. Parte pode ser atribuída à discriminação mas não há consenso. Assim, a doença se mostra política enquanto os sintomas são econômicos. A beleza pode ser também um tipo de discriminação, mas é vista também como um talento, e pode ser uma medida indireta de outros tipos de talento.

Por que um superastro ganha tanto mais do que o melhor carpinteiro do mundo, já que todos os clientes do mercado querem desfrutar do bem ofertado pelo melhor? Porque o bem produzido conta com uma tecnologia que possibilita ao melhor ator ofertar a todos os clientes a baixo custo, enquanto o melhor carpinteiro só pode oferecer o seu serviço a um numero limitado de clientes. 20. POBREZA

A pobreza reflete o tradeoff entre eficiência e equidade econômica. Ela é uma forma de mensuração de desigualdade numa sociedade. Vemos que atualmente ela cresceu devido ao comércio internacional que gerou um aumento de demanda por mão-de-obra qualificada. Vimos também com o movimento feminista, que teve maior impacto sobre as famílias de alta renda, implicou em um enriquecimento das famílias mais ricas.

Os dados sobre a distribuição e linha de pobreza são insuficientes, pois o que interessa é o padrão de vida e não a renda.

As principais medidas de pobreza são a taxa de pobreza e a linha de pobreza, que é estabelecida como uma renda abaixo do custo de uma dieta adequada vezes três. Os problemas na mensuração da pobreza são: 1) o ciclo de vida da pessoa, que faz com que haja uma desigualdade na distribuição anual mas não no padrão de vida, já que existe um

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padrão regular de variação de renda durante a vida. 2) mobilidade econômica, precisa-se distinguir os grupos que ficam pobres temporariamente e os que permanecem pobres. 3) a renda transitória versus a permanente, visto que é a última que mede a capacidade de comprar bens e serviços. Uma outra inexatidão é que as transferências em gêneros que as famílias recebem do governo não são computadas nos dados de pobreza.

A Filosofia Política ocupou-se do estudo da pobreza. Houve três escolas de pensamento principais.

O Utilitarismo de Jeremy Bentham e John Stuart Mill, que prega que devemos maximizar a utilidade total de todos na sociedade. Para isso, devemos atingir uma distribuição de renda mais igualitária, equilibrando a maior igualdade com as perdas das distorções de incentivos. O conceito de utilidade é uma medida de felicidade. Eles afirmam que há uma utilidade marginal decrescente. Segundo eles não se pode criar uma sociedade totalmente igualitária.

O liberalismo foi defendido por John Rawls que defendeu a adoção de uma perspectiva social a partir de uma posição original, como observadores imparciais sob o véu da ignorância. Assim, cada um sem saber em que posição social estaria seria levado a maximizar a utilidade mínima quando se tenta aumentar o bem-estar das pessoas em pior situação, graças ao medo de ficar na base, esse é o critério maximin. Assim, o liberalismo funciona como uma apólice de seguros, e requer maior distribuição do que o Utilitarismo. Para isso, as instituições devem ser justas.

A escola do Libertarismo prega que o governo deve punir os crimes mas não redistribuir as rendas. Foi defendido por Robert Nozick. Ele afirma que são os indivíduos que ganham a renda e não a sociedade. Esta deve portanto fazer valer os direitos individuais para que todos usem o talento com as mesmas oportunidades. Portanto, a igualdade de oportunidades, para Nozick, é mais importante do que a renda.

Para reduzir os efeitos da pobreza o governo aplica diversas políticas de redução da pobreza, como por exemplo o salário mínimo, a transferência em gêneros, o imposto de renda negativo (que por sua vez subsidia os indolentes), as políticas de bem-estar (que podem incentivar as pessoas a serem mais necessitadas), os programas anti-pobreza e incentivos ao trabalho, e os programas baseados no lugar (incentivam a manutenção dos pobres no gueto e é melhor para os proprietários de imóveis). Com esses programas contra a pobreza, algumas famílias pobres ficariam em piores condições se ganhassem mais, já que à medida em que a renda aumenta eles passam a não ter direito aos programas. Com todos os programas em conjunto, as alíquotas marginais são altas, até 100 por cento do valor recebido ou mais, o que contribui para a instauração de uma cultura de pobreza, em que as pessoas não têm incentivos de deixarem de ser pobres. 21. TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR Ela estuda como os consumidores que se deparam com tradeoffs tomam decisões e como respondem a mudanças em seu ambiente. Para isso, vale-se de duas ferramentas. A Curva de Restrição Orçamentária e a Curva de Indiferença do Consumidor.

A Curva de Restrição Orçamentária é o limite de combinações de consumo de dois bens que o consumidor pode ter. A inclinação da curva determinará o preço relativo dos bens.

A Curva de Indiferença do Consumidor mostra que combinações de consumo dão o mesmo nível de satisfação ao consumidor. Para tal, há uma Taxa Marginal de Substituição, que é taxa à qual o consumidor está disposto a trocar um bem pelo outro, que varia por toda a curva, dependendo da quantidade de cada bem que ele já está consumindo. É regida por quatro princípios: 1) As curvas mais elevadas são preferíveis. 2) Elas se inclinam para baixo. 3) As curvas de indiferença não se cruzam. 4) São

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convexas ao eixo principal, pois reflete a Taxa Marginal de Substituição, já que o consumidor tem uma maior disposição para abrir mão de um bem que ele já tem em grande quantidade. Quando temos um produto que é facilmente substituível pelo outro as curvas são menos convexas. Observe-se as diferenças entre as curvas dos bens substitutos perfeitos e complementares perfeitos.

Chega-se a otimização quando a Taxa Marginal de Substituição é igual ao preço relativo, que é a taxa à qual o mercado está disposto a trocar um bem por outro, enquanto a Taxa Marginal de Substituição é a taxa à qual o consumidor está disposto a trocar. A inclinação da Curva de Indiferença é a Taxa Marginal de Substituição enquanto a inclinação da Curva de Restrição Orçamentária é o preço relativo dos bens. No ponto ótimo, a inclinação da Curva de Indiferença é igual à inclinação da Restrição Orçamentária.

Quando ocorrem variações de renda ou no preço dos bens, ocorrem mudanças e o ponto ótimo se move. Com um aumento de renda, ocorre um deslocamento paralelo da Curva de Restrição Orçamentária, deslocando o ponto ótimo para o novo ótimo.

Com variações no preço de um bem, a restrição orçamentária se inclina para fora, refletindo como muda o consumo em dependência das preferências do consumidor. Uma mudança no preço de um dos bens tem dois efeitos sobre o consumidor: o efeito renda e o efeito substituição.

De acordo com o efeito renda, o consumidor por observar uma diminuição do preço relativo de um dos bens, se acha mais rico e passa a consumir mais dos dois bens, deslocando sua curva de indiferença para um nível mais elevado.

O outro efeito que sofre, o efeito substituição, é a variação do consumo que resulta de estar em um ponto de uma curva da indiferença com uma taxa de substituição marginal diferente. Ele leva em conta que um bem está relativamente mais caro do que o outro e passa a consumir mais do outro, que agora ficou relativamente mais barato.

A mudança de consumo se dá em duas etapas. 1) o seu consumo se desloca ao longo da Curva de Indiferença de forma a consumir mais do bem mais barato (esse ponto fica fora da sua Restrição Orçamentária anterior), refletindo o novo preço relativo do bem com a inclinação da Curva de Restrição Orçamentária. É o efeito substituição. 2) A Curva de Restrição Orçamentária se desloca para fora por causa do efeito renda. É o efeito renda.

Uma aplicação que podemos fazer é na análise da relação entre o salário e a quantidade de trabalho ofertado. Um aumento no salário pode inclinar a curva de oferta de trabalho para cima ou para baixo. Quando o trabalhador recebe um aumento de salário, por se achar mais rico, ele passa a trabalhar menos. Esse é o efeito renda. Da mesma forma, o efeito substituição faz com que ele trabalhe mais, porque agora é mais caro para ele trocar o trabalho pelo lazer. Outra aplicação é com a taxa de juros. A uma taxa de juros alta o consumidor pode ser estimulado a poupar mais por causa do efeito substituição. Por outro lado, pode gastar mais por causa do efeito renda. 22. FRONTEIRAS DA MICROECONOMIA

A Economia Política aplica as ferramentas da economia para compreender o funcionamento do governo. Apresentaremos alguns teoremas que tratam do assunto.

O primeiro é o Teorema do Eleitor Mediano. Ele determina que em um sistema político com dois partidos parecidos, eles tendem a se aproximar do eleitor mediano. Em todos os caso, o eleitor mediado tem mais da metade dos votos. Temos assim um resultado preferido médio e um resultado modal, que é o preferido pelo maior número.

A Teoria da Impossibilidade de Arrow diz que nenhum sistema satisfaz todas as condições desejadas, que são: 1) unanimidade; 2) transitividade; 3) ausência de

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ditadores e 4) independência de alternativas irrelevantes. Ele exemplifica com o caso da Contagem de Borda, em que se atribui um peso a cada opção.

O Paradoxo de Condorcet diz que a ordem em que são votadas as coisas pode alterar os resultados. Assim, o voto da maioria não nos diz o que a sociedade realmente deseja, pois a regra da maioria não produz preferências transitivas para a sociedade. Transitividade é a independência da ordem de votação no resultado final.

A Economia Comportamental apresenta três princípios. O primeiro é que as pessoas são inconsistentes ao longo do tempo, já que o desejo por uma satisfação imediata induz a abandonar planos mais racionais. O segundo é que as pessoas se importam com justiça, e que nem sempre o resultado melhor para ambos é o escolhido, como no jogo do ultimato. O terceiro é que as pessoas nem sempre são racionais. Esse

princípio diz que as pessoas são excessivamente confiantes, e que dão valor demais às

experiências vividas, relutando muito em mudar de idéia. Herbert Simon caracteriza o consumidor como satisficers, ou seja, como alguém que se contenta apenas com o “suficiente”.

Há a teoria da Informação Assimétrica. Ela fala da ação oculta, que é quando agente pode desempenhar uma ação sem que o principal saiba, caracterizando um risco moral. Para evitá-lo, o principal parte para um maior monitoramento, atrasa o pagamento ou paga salários de eficiência. As características ocultas são um problema da seleção adversa, ou seja, a omissão de informação por uma das partes para obter proveito próprio, é o caso do problema dos abacaxis. A seleção adversa enfraquece a mão invisível pois impedem que vários negócios se realizem ou outros o façam de forma injusta e ineficiente. É o caso do mercado de carros usados (em que o vendedor mantém as características ocultas), do mercado de seguros (os clientes sabem mais sobre seus riscos do que a empresa) e do mercado de trabalho (em que o trabalhador conhece melhor suas características do que o empregador). O problema da informação assimétrica pode ser resolvido através de duas ferramentas: a sinalização e a seleção.

Com a sinalização, a parte informada usa sinais para convencer a outra parte de que está oferecendo algo de qualidade. Ela tem um custo, sendo mais benéfico para quem tem o produto de melhor qualidade. Outra observação é que as pessoas se preocupam mais com os sinais quando a intensidade da relação é mais questionável.

Através da seleção, a parte que tem menos informação tenta induzir a outra a revelar informação. É o caso da opção de franquia de seguros. 23. PRODUTO INTERNO BRUTO

O PIB é composto por quatro elementos: o consumo, investimento, compras do governo e exportações líquidas. O consumo exclui a compra de imóveis, o investimento inclui estoques, equipamento de capital, imóveis, estrutura, as compras do governo incluem salários dos funcionários e obras públicas e as exportações líquidas são a diferença entre as importações e exportações. Por definição, o PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos por um país em um dado período de tempo. Assim, desconsideram-se os itens vendidos ilegalmente. Concluímos que a renda deve ser igual à despesa.

Outras medidas de riqueza são o Produto Nacional Bruto, que inclui a renda dos cidadãos que moram no exterior. O Produto Nacional Líquido, que exclui as perdas pela depreciação, que é o consumo de capital fixo. A Renda Nacional, que exclui os impostos indiretos e inclui os subsídios. A Renda Pessoal, que é a renda que foi obtida não através de ações e a Renda Pessoal Disponível, que é a Renda Pessoal menos os impostos.

Quando o PIB cai deparamo-nos com recessões, gerando desemprego, queda nos lucros e falências. Um aumento no PIB pode indicar que a) a economia está produzindo

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uma quantidade maior de riqueza ou que b) os preços subiram. Para tal, temos que analisar a diferença entre o PIB real e nominal. O PIB real mede somente as mudanças na quantidade produzida, refletindo os preços constantes. O PIB nominal mede os preços correntes. Para obtermos o deflator do PIB, que é uma medida de preços, devemos escolher um ano-base. Então, dividimos o PIB Real pelo PIB Nominal e multiplicamos o resultado por 100. Esse será o valor do deflator do PIB, que reflete a variação nominal dos preços em comparação com o ano-base.

O PIB per capita é uma medida do bem-estar do indivíduo. O PIB está estreitamente relacionado com o padrão de vida de seus cidadãos. Sua principal falha é

que ele exclui a qualidade do meio ambiente e desconsidera o valor das atividades que

ocorrem fora do mercado.

24. ÍNDICE DE PREÇOS DO CONSUMIDOR

O IPC monitora as mudanças no custo de vida ao longo do tempo. Ele é a razão entre os preços deste ano com os do ano anterior vezes 100. A taxa de inflação é a variação percentual de custo em relação ao período anterior. Ele é calculado em cima de uma cesta de produtos. Sua principal distinção com relação ao deflator do PIB é que o IPC reflete a compra e bens produzidos no exterior também, pois se refere ao valor dos bens e servidos comprados pelo consumidor que fazem parte da cesta, enquanto o deflator do PIB apenas reflete os preços de todos os bens produzidos internamente. Por exemplo, quando o preço do petróleo aumenta, o IPC aumenta mais do que o PIB.

Introduzimos agora os conceitos de taxa de juros nominal e real. A taxa real mede o crescimento do poder aquisitivo, ou seja, o ganho após o desconto da inflação. A taxa nominal reflete a taxa paga pelo banco, sem o desconto da inflação. Portanto, a taxa real é igual à taxa nominal menos a inflação.

Os principais problemas na medição do IPC são: 1) a mudança da qualidade dos

produtos que não foi medida. 2) a introdução de novos bens (como o videocassete). 3) a

tendência à substituição dos bens mais caros (assim, um bem que esteja na cesta

continuará nela apesar de não se mais relevante). Ou seja, o índice de preços tende a subestimar o crescimento do custo de vida em cerca de 1 por cento. 25. PRODUÇÃO E CRESCIMENTO – PRODUTIVIDADE A produtividade de uma sociedade determina o seu poder aquisitivo. Ela se refere à quantidade de um bem produzido por hora. É composta de capital humano, capital físico, conhecimento tecnológico e recursos naturais. O conhecimento humano é o conhecimento e a habilidade que o trabalhador adquire através de educação e treinamento. Os insumos são os professores e os livros. Pode ser também um fator de produção produzido. O capital físico é o estoque de equipamentos e estruturas para produzir bens e serviços, sendo produto de outro processo produtivo. É também um fator de produção produzido. Os recursos naturais, que podem ser renováveis ou não-renováveis, são os insumos para a produção de bens fornecidos pela natureza. Com o progresso tecnológico estes se tornaram menos necessários com a substituição e o melhor aproveitamento. O conhecimento tecnológico é o conhecimento que a sociedade tem para produzir bens e serviços. Depois que alguém o utiliza, todos ficam a par dele, tornando-se conhecimento comum. Esse conhecimento também pode ser protegido pelo sistema de patentes e por tecnologias proprietárias.

As políticas públicas que podem aumentar a produtividade são: 1) Educação, que gera uma externalidade positiva, mas que tem um custo de

oportunidade. Pode ocorrer também a fuga de cérebros.

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2) Pesquisa e desenvolvimento, que torna-se um bem público, mas que pode ser incentivada pelo sistema de patentes.

3) Investimento estrangeiro. Este pode ser direto ou de portfólio, aumentando o estoque de capital da economia. Ele é benéfico pois aprendemos tecnologias avançadas usadas pelo investidor.

4) Estabelecimento dos direitos de propriedade e estabilidade política, através da justiça penal e cível. A corrupção impede o poder de coordenação do mercado, desestimulando a poupança e o investimento estrangeiro, enquanto as revoluções dão incerteza da garantia dos direitos de propriedade.

5) Poupança e investimento, que reflete o tradeoff com o consumo corrente. Uma maneira de aumentar a produção futura é investir na produção de bens de capital, portanto, incentivar a poupança e o investimento é uma forma de aumentar o crescimento. Devemos observar ainda a existência de retornos decrescentes, ou seja, o benefício adicional de um insumo a mais diminui na medida em que a quantidade do insumo aumenta. Por isso, percebemos os efeitos de alcance, ou seja, a propriedade segundo a qual os países pobres crescem mais rapidamente do que os ricos.

O crescimento populacional é tem seu efeito mais direto sobre o tamanho da força de trabalho. Essas alterações são produzidas por três fatores: 1) a expansão do aproveitamento dos recursos naturais, defendido por Malthus, que verificou que o crescimento da capacidade de invenção compensou o aumento populacional. 2) diluição do estoque de capital que se verifica quando o crescimento populacional é rápido, pois cada trabalhador fica equipado com uma quantidade menor de capital. Isso impõe um peso sobre o sistema escolar. Vemos que as mulheres que recebem melhor educação tendem a querer ter menos filhos. 3) promoção do progresso tecnológico, que defende que se há mais pessoas há mais cientistas. Kremer observou que com o crescimento das populações as economias cresceram mais rapidamente do que em populações menores, pois há mais pessoas para descobrir coisas. Portanto, uma numerosa população é um requisito para o avanço tecnológico. 26. POUPANÇA, INVESTIMENTO E SISTEMA FINANCEIRO

A poupança nacional é composta pela soma da poupança privada com a poupança pública. Se o governo tem um superávit orçamentário, isso será benéfico para a poupança nacional como um todo. A poupança é o que fica quando tiramos o consumo e os gastos do governo do PIB. A poupança privada é o que fica quando tiramos os impostos e o consumo do PIB, enquanto a poupança pública é quando tiramos os gastos do governo da arrecadação tributário. Investimento é a compra de novo capital. Os fundos empréstimos são regidos pela lei de oferta e demanda, determinando a taxa de juros real.

O governo pode lançar mãos de políticas para incentivar a poupança e o investimento, como por exemplo:

1) o incentivo à poupança pode ser feito através de impostos sobre o consumo, abertura de contas de poupança especiais com o objetivo de baixar a taxa de juros e aumentar o investimento. 2) o incentivo ao investimento pode ser feito através de crédito tributário para a compra de bens de capital, resultando em maiores taxas de juros e maiores poupanças.

Quando o governo apresenta déficits orçamentários, ele financia seu déficit tomando empréstimos em títulos. Esse acúmulo é a dívida pública. Se o governo adquire

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empréstimos ele reduz o investimento com uma diminuição da poupança nacional,

provocando um descolamento da curva de oferta de fundos no mercado de empréstimos

chamado de crowding out, que resulta num aumento da taxa de juros.

O sistema financeiro é o grupo de instituições que ajuda a promover o encontro da poupança de alguém com o investimento de outrem. Quando um país poupa grande parte do PIB, há mais investimento em capital, o que aumenta a produtividade e o padrão de vida da população como um todo. O sistema financeiro se divide em Mercados Financeiros e Intermediários Financeiros.

Os Mercados Financeiros são o mercado de ações e o mercado de títulos. O mercado de títulos emitem IOU, cujo valor está vinculado à data de vencimento e a taxa de juros e pagamento principal. O valor do título é determinado pelo prazo (os de longo prazo tem taxas maiores), o risco de crédito (inadimplência, os junk bonds) e o tratamento tributário (se são juros de renda tributável). No mercado de ações, o preço delas é determinado pela oferta e demanda pelas ações e seus índices determinam condições econômicas futuras.

Os Intermediários Financeiros são os bancos e os fundos mútuos. Os bancos dão às pessoas um meio de troca e facilitam a compra de bens e serviços. Os fundos mútuos permitem que as pessoas com pouco dinheiro diversifiquem suas aplicações com a venda de cotas de uma carteira de títulos. Eles dão acesso às habilidades de administradores financeiros profissionais. Há também os fundos de índices, que compram ações de um índice. 27. FINANÇAS E RISCOS

Quando se pensa em investimentos, deves-se levar em conta o valor presente e o valor futuro. O presente é a quantia que seria necessária para produzir aquela quantidade. E o valor futuro é quanto o dinheiro de hoje vai render.

Algumas pessoas são avessas ao risco, ou seja, para elas desagradam as coisas ruins mais do que agradam as coisas boas. Elas tem portanto uma utilidade marginal decrescente em função da riqueza, ou seja, com o enriquecimento, o ganho de utilidade pelo aumento da riqueza é proporcionalmente menor.

Há um tradeoff entre risco e retorno, ou seja, a pessoa escolhe entre uma opção segura com menor rendimento ou uma arriscada com maior rendimento. Para se administrar o risco, procede-se à diversificação do risco, com a substituição de um só risco por um grande número de riscos menores e não correlacionados. Quando maior o desvio padrão do retorno de uma carteira de investimento maior será o risco. Assim, temos o risco idiossincrático, que afeta apenas um agente, e o risco agregado, que afeta todos os agentes econômicos.

Outra forma de minimizar o risco é fazendo um seguro. O papel do seguro não é eliminar o risco, mas distribuí-los com maior eficiência. Os seus principais problemas são a seleção adversa e o risco moral.

Quando procedemos à avaliação de ativos, devemos levar em conta três teorias. A primeira é a Hipótese dos Mercados Eficientes, que diz que o equilíbrio da

oferta e dá demanda dá o preço justo. De acordo com ela, todas as ações são corretamente valorizadas o tempo todo, com os preços refletindo todas as informações públicas sobre o valor do ativo. É o conceito de informationally efficient. Segundo ele, os preços devem seguir um random walk, e o que muda os preços são as notícias imprevisíveis.

A segunda é a Análise Fundamentalista. Ela é o estudo das demonstrações contábeis e das expectativas futuras para determinar o valor da empresa. Para eles, há

ações desvalorizadas, supervalorizadas ou corretamente valorizadas, determinado pelo

valor real vezes o preço de comercialização.

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A terceira é a teoria da Irracionalidade do Mercado. Os mercados de ativos são movidos pelos instintos animais de seus investidores e graças à especulação o valor da ação para o acionista depende não só dos dividendos, mas do preço de venda no futuro. Assim, ela determina que é preciso avaliar não só o valor da empresa, mas o que as outras pessoas pensarão dela no futuro e que os preços flutuam graças a essa irracionalidade. 28. DESEMPREGO

O desemprego se mede através da razão entre o número de desempregados e a força de trabalho vezes 100. Ela varia entre os grupos da economia. Deve-se diferenciar a taxa natural de desemprego e o desemprego fixo, que flutua em torno da taxa natural. Podemos medir também a taxa de participação na força de trabalho, que é a razão percentual entre a força de trabalho e a população adulta. Quase metade dos períodos de desemprego termina quando o desempregado abandona a força de trabalho, é o chamado trabalhador desalentado. Devemos considerar se é uma situação de curto ou de longo prazo. A maior parte dos períodos é breve e a maior parte do desemprego observado em qualquer período é de longo prazo. Assim, temos muitas pessoas desempregadas por pouco tempo e poucas desempregadas por muito. Portanto, o maior problema do desemprego são aqueles que ficam muito tempo desempregados.

Em qualquer sociedade sempre haverá desempregados. Isso se deve a dois fatores: o desemprego friccional, que é aquele que acontece porque se leva um tempo para encontrar um emprego novo e o desemprego estrutural, que é determinado pelo número insuficiente de empregos disponíveis no mercado de trabalho. Também pode aumentar quando os salários estão acima do equilíbrio de oferta e demanda por mão-de-obra.

A procura de emprego (desemprego friccional) acontece por causa de: 1) desemprego friccional inevitável, que se dá pela procura de emprego por causa de mudanças setoriais graças à rotatividade que é normal numa economia dinâmica. 2) políticas públicas, que através das agências de emprego recoloca o trabalhador e dos programas públicos de treinamento, que recapacitam o trabalhador para um novo emprego. 2) seguro-desemprego, que aumenta o desemprego friccional por causa dos incentivos sofridos, mas que também ajudam a combinar o trabalhador com um emprego mais adequado.

Para o desemprego estrutural há três explicações: 1) a legislação do trabalho mínimo, que explica o desemprego entre os trabalhadores menos qualificados. 2) salários de eficiência, que são praticados para melhorar a saúde do trabalhador (preocupação com a alimentação), a qualidade do trabalhador (atrai um conjunto melhor de trabalhadores), a rotatividade do trabalhador (economiza com treinamentos e baixa os custos de produção) e o esforço do trabalhador (por medo de não perder o emprego). 3) a atuação dos sindicatos, que são o antídoto para o poder de mercado das empresas, marcada pelo conflito entre os insiders e os outsiders, e que prejudica os que ficaram sem emprego por causa do salário alto. 29. SISTEMA MONETÁRIO

O sistema monetário é controlado pelo Banco Central, que é uma instituição encarregada de supervisionar o sistema bancário e regular a quantidade de moeda de uma economia. Ele existe sempre que uma economia tem uma moeda de curso forçado. Suas duas tarefas são a de garantir a saúde do sistema bancário e regular suas atividades, atuando como emprestador de última instância, e controlar a quantidade de moeda através da política monetária, tomando decisões sofre a oferta de moeda. Ele atua nesse sentido através da Comissão Federal de Mercado Aberto, que tem o poder de aumentar ou

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diminuir a quantidade de dólares na economia através de operações de compra e venda de títulos do governo.

A moeda, que é o conjunto de ativos da economia que as pessoas usam regularmente para comprar bens e serviços, facilita a produção e o comércio e permite que a pessoa se especialize no que faz melhor. São de dois tipos, a de curso forçado, ou Fiat money, cuja aceitação depende de convenções sociais e não tem valor intrínseco, e a moeda-mercadoria, como o padrão-ouro. A moeda tem três funções: a de meio de troca, a de unidade de conta, que é um padrão de medida para anunciar preços e registrar débitos, e a de reserva de valor, que transfere o poder de compra do presente para o futuro. Deve-se levar em conta a liquidez de cada ativo em relação à sua utilidade como reserva de valor. A riqueza é a soma da reserva de valor e dos ativos não monetários. O estoque de moeda de uma economia é a sua moeda corrente, que deve incluir os depósitos à vista.

Os bancos influenciam na quantidade de moeda através do sistema de Reservas Bancárias Fracionadas, tornando a economia mais líquida. Quando os bancos mantém apenas uma fração como reserva eles criam moeda, mas não criam riqueza. A reserva é a quantidade de depósitos recebidos que não podem ser emprestados. Quando se mantêm todos os depósitos como reserva então ele vai conter a oferta de moeda. O mínimo que se deve ter são as reservas exigidas, mas pode haver também excesso de reservas. A razão de reserva é o percentual de dinheiro que o banco deve manter como reserva em caixa. É a recíproca do seu multiplicador de moeda, que é a quantidade de moeda que o sistema bancário gera com cada dólar que empresta.

Uma corrida aos bancos força os bancos a aumentar sua razão de reserva, criando assim menos moeda e mais desemprego, além de derrubar os preços.

O governo tem instrumentos de controle da oferta de moeda na economia, como 1) a alteração das reservas exigidas, que é usado raramente por desorganizar a atividade bancária; 2) a alteração da taxa de redesconto, que é a taxa à qual o banco pagará juros sobre os empréstimos feitos pelo Banco Central. Um aumento da taxa de redesconto desestimula os bancos a tomar empréstimos ao BC, gerando menos moeda e 3) as operações de mercado aberto, que através da venda de títulos reduz a oferta de moeda, e com a compra aumenta a oferta.

As principais dificuldades enfrentadas pelo Banco Central no controle da oferta

de moeda são: 1) ele não controla a quantidade de moeda que as famílias decidem ter no

banco e 2) ele não controla quanto os bancos decidem emprestar. Assim, deparamos-nos com grande oferta de moeda criada pelo sistema bancário. Assim, o BC atua fortemente no controle sobre os depósitos e reservas dos bancos. 30. INFLAÇÃO

O equilíbrio da oferta e da demanda de moeda é determinado quando a oferta de moeda, que é a quantidade fixada pelo Banco Central, encontra a demanda por moeda, que reflete a quantidade de moeda que as pessoas desejam ter em forma líquida. Esta é afetada pelo nível de preços, já que um alto nível faz as pessoas quererem mais moeda. Quanto maior a demanda por moeda maior será o seu valor e menor seu nível de preços. Já o aumento da oferta de moeda diminui seu valor e aumenta o seu nível de preços.

A Teoria Clássica da Inflação determina que a inflação tem mais a ver com o valor da moeda do que com o valor dos bens e serviços. A injeção de moeda faz a demanda por bens e serviços aumentar, mas a sua capacidade de ofertá-los mantém-se a mesma em curto prazo, fazendo o preço aumentar. Assim, as alterações na oferta de moeda afetam apenas as variáveis nominais.

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A Teoria Quantitativa da Moeda diz que a quantidade de moeda disponível determina o nível de preços e a taxa de crescimento na quantidade disponível determina a inflação. Assim, a variação dos preços é igual a variação da inflação.

A Dicotomia Clássica divide as variáveis em reais e nominais. As variáveis reais são medidas em unidades físicas, além dos salários e juros, e as nominais são medidas em unidades monetárias. A Teoria da Neutralidade Monetária, proposta por David Hume, analisa de que forma as alterações monetárias afetam produção, o emprego, os salários reais e a taxa de juros reais, porque forças diferentes influenciam as variáveis reais e nominais. Essa teoria afirma que as alterações na oferta não afetam as variáveis reais, ou seja, não tem efeitos reais importantes, ao não ser em curtos períodos de tempo, graças aos custos da inflação.

A Velocidade da Moeda é a taxa à qual ela troca de mão. Ela é medida multiplicando o deflator do PIB pelo PIB real e dividindo o resultado pela quantidade de moeda. A Equação Quantitativa determina que a Quantidade de Moeda vezes a Velocidade da Moeda é igual ao valor nominal da produção, que é o PIB vezes o seu deflator. Ou seja, um aumento da quantidade de moeda deve se refletir sobre alguma das outras variáveis, como a velocidade, o PIB real ou o deflator do PIB.

O Imposto Inflacionário ocorre quando o governo aumenta sua receita com a emissão de moeda, é como se fosse um imposto sobre todas as pessoas que têm moeda.

O efeito Fisher é o ajustamento da proporção de 1 para 1 da taxa de juros nominal à de inflação quando se aumenta a moeda, pois a taxa de juros nominal se ajusta à inflação esperada.

Os custos da inflação são vários: 1) a falácia da inflação ocorre quando as pessoas não percebem o princípio da

neutralidade monetária, já que a inflação por si só não diminui o poder aquisitivo. 2) Custo da sola de sapato. São os recursos desperdiçados quando a inflação

incentiva as pessoas a reduzir a quantidade de moeda em mãos. Isso lhes toma tempo e esforço, porque impede que a moeda seja uma reserva de valor.

3) O custo de menu. Os custos de alteração dos preços como impressão, divulgação dos preços, envio de listas, lidar com aborrecimentos.

4) Variabilidade dos Preços Relativos. A inflação provoca essa variação que se reflete a periodicidade com que se altera o preço. Se a taxa de inflação fosse 12 por cento ao ano, então o preço relativo do produto, caso fosse remarcado uma vez por ano, se reduz 1 por cento ao mês.

5) Distorções tributárias. O tratamento dos juros nominais obtidos em poupança. Eles são tratados como renda, quando parte dele apenas corrige a inflação. Assim, poupar fica menos atraente com a inflação. Além disso, a inflação determina que você pague imposto sobre ganhos de capital que você obteve. Ou seja, se você comprou uma ação por 10 reais há um ano e vendeu a 50 reais, obteve ganho real de 30 reais por causa da inflação, mas paga o imposto sobre os 40 reais nominais. Uma solução poderia ser a indexação do sistema tributário.

6) Confusão e inconveniência. Fica mais complicado calcular os lucros de uma empresa e os investidores são menos capazes de distinguir empresas bem-sucedidas, pois a inflação corrói o valor real da unidade de conta.

7) Redistribuição arbitrária de riquezas. A riqueza é redistribuída de maneira que nada tem a ver com mérito ou necessidade entre credores e devedores. 31. MACROECONOMIA DAS ECONOMIAS ABERTAS A taxa real de cambio é um determinante do quanto um país importa ou exporta. Ela é a taxa à qual se podem negociar bens e serviços de um país por bens e serviços de

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outro. O item é um bem e não uma moeda, ou seja, mede-se por exemplo ½ saca de arroz japonês por 1 saca de arroz americano. Já a taxa de câmbio nominal tem uma ligação com a quantidade de moeda e preços. Portanto, a taxa de cambio real é igual à taxa de câmbio nominal vezes o preço interno do bem dividido pelo preço externo dele. Uma economia interage com outra comprando bens e serviços ou comprando ativos de capital. O Investimento Externo Líquido, ou fluxo líquido de capital externo, é a compra de ativos estrangeiros menos a compra de ativos internos por estrangeiros, ou seja, é o dinheiro que investimos em outro país. Ele varia por causa das taxas de juros sobre os ativos internos e estrangeiros, pelos riscos do país ou por causa da política do governo. Os fatores que influenciam o comércio internacional são: a taxa de câmbio, o custo de transportes, as rendas dos consumidores, as preferências dos consumidores, o preço dos bens e as políticas do governo. Recentemente vimos um recrudescimento do comércio internacional por causa de melhorias nos transportes, na tecnologia e nas telecomunicações. Percebemos uma igualdade entre o Investimento Externo Líquido e as Exportações Líquidas, porque decorre do fato de que cada transação internacional é uma troca, ou seja, quando o Brasil vende um avião aumenta as Exportações Líquidas e o IEL do Brasil, já que adquiriu ativos do outro país, que serão trocados no futuro, no caso a moeda. Os IEL e as EL são os dois lados da mesma moeda. Assim, a Poupança Nacional é igual ao Investimento Interno mais o Investimento Externo Líquido. Portanto, a poupança pode ser usada para financiar os investimentos internos ou externos.

Em uma situação de déficit na balança comercial, teremos uma situação em que o Investimento Externo Líquido está menor do que zero, ou seja, estamos tomando dinheiro do exterior, já que nossa poupança não é suficiente para bancar nossos investimentos. Temos assim uma situação em que os Investimentos internos superam a Poupança Interna.

Em uma situação de superávit, as EL e o IEL são maiores do que zero, o que quer dizer que estamos emprestando dinheiro ao exterior para bancar seus investimentos, assim, estamos enviando parte da nossa poupança para o exterior, o que quer dizer que a poupança interna é maior do que o investimento interno.

Portanto, por causa do fato de que a Poupança Interna financia tanto o Investimento Interno quanto o Externo, uma queda na poupança pode derrubar uma dessas duas variáveis. Nesse caso, é melhor que seja o IEL, já que é melhor ter investimentos feitos pelos estrangeiros do que não tê-los. Já um boom de investimento vai forçar uma grande queda no IEL para tomar empréstimos do exterior, já que a poupança nacional não conseguiria suportá-lo.

A Paridade do Poder de Compra determina que uma unidade de qualquer moeda dada deveria ser capaz de comprar a mesma quantidade de bens em qualquer país. Ele descreve as forças que determinam as taxas de câmbio no longo prazo. De acordo com a Lei do Preço Único, um bem deve ser vendido pelo mesmo preço em todas as localidades. Quando isso não acontece, dá espaço à arbitragem, que é a compra de um bem num lugar e revendê-lo em outro. Mas isso duraria por pouco tempo, pois o aumento da demanda na cidade onde compra o bem e o aumento da oferta onde o vende tratariam de equiparar os preços. As implicações da Paridade do Poder de Compra são que as taxas nominais mudam quando os preços mudam. Assim, se 1kg de café custa 500 ienes e $5 então a taxa de câmbio nominal deve ser 100 ienes por dólar. Caso contrário, o dólar não tem o mesmo poder de compra. Assim, se o poder de compra é o mesmo então a taxa de câmbio real não pode mudar. As limitações da Paridade do Poder de Compra são que

muitos bens não podem ser facilmente comercializados, sendo mais caros em outros locais e que os mesmos bens comercializáveis nem sempre são substitutos perfeitos

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quando produzidos por países diferentes. Assim, a teoria da PPC não é precisa o tempo todo, pois as taxas reais flutuam durante o tempo. 32. TEORIA DAS ECONOMIAS ABERTAS A taxa de juros real e a taxa de câmbio real se ajustam para equilibrar a oferta e a demanda nos dois mercados. Assim, determinam a poupança, o investimento, o IEL e as EL. O IEL coordena os mercados de fundos (que coordena poupança, investimento e empréstimos para o exterior) e de câmbio. No mercado de fundos de empréstimos, um aumento da taxa de juros torna a compra de ativos nacionais mais atraentes, tanto para estrangeiros quanto para residentes, por isso reduz o IEL. Portanto, o IEL depende da taxa de juros real. Á taxa de juros de equilíbrio a quantidade que as pessoas desejam poupar é igual à quantidade desejada de investimento interno e de investimento externo líquido. O mercado de câmbio de moeda estrangeira coordena a oferta de moeda nacional para trocar por moeda estrangeira com a demanda pela moeda nacional para comprar bens nossos. Assim, quando a taxa de câmbio real se aprecia, os bens internos ficam mais caros, e portanto menos atraentes, o que vai diminui a quantidade demandada de moeda nacional para comprar nossos produtos. Vejamos agora como as políticas do governo e os eventos afetam uma economia aberta.

a) Os déficits orçamentários do governo

1) Reduzem a oferta de fundos para empréstimo; 2) Aumenta a taxa de juros real; 3) Diminui o IEL; 4) Diminui a oferta de moeda nacional no mercado de câmbio; 5) Aumenta a taxa de câmbio real; 6) Os produtos internos ficam mais caros; 7) Gera um déficit na balança comercial. b) Política comercial. Ela não afeta a balança comercial, apenas afeta a curva de demanda por moeda interna para a compra de bens produzidos aqui. Assim, reduz tanto as importações quanto as exportações. 1) Há um aumento da demanda por moeda nacional por parte de estrangeiros para comprar moeda local; 2) Aprecia a taxa de câmbio real; 3) Nada muda no IEL; 4) Reduz as importações mas não alterou as exportações líquidas, o que quer dizer que tanto as importações quanto as exportações caíram; 5) Os bens internos tornam-se mais caros. c) Instabilidade Política e Fuga de Capitais. Nesse caso, aumenta o IEL para qualquer taxa de juros dada, deslocando sua curva. Também aumenta da curva de demanda por empréstimos, deslocando-a. 1) Há um aumento da oferta de moeda local no mercado de câmbio para converter em moeda estrangeira; 2) Aumenta a taxa de juros real; 3) Deprecia a taxa de câmbio;

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4) Conduz ao superávit; 5) Reduz o investimento interno com a alta da taxa de juros; Como a poupança é igual ao investimento interno mais o externo, com a queda do investimento interno, o investimento externo líquido aumenta; 6) Desacelera a acumulação de capital. 33. DEMANDA E OFERTA AGREGADAS O modelo de oferta agregada e de demanda agregada explica as flutuações de curto prazo em torno de tendências de longo prazo. No curto prazo, as variáveis reais e nominais estão fortemente ligadas. Há três fatos sobre as flutuações econômicas. O primeiro é que com a queda da produção o desemprego cresce. O segundo é que as flutuações são irregulares e imprevisíveis. O terceiro é que a maioria das variáveis macroeconômicas flutua junta (consumo, investimento e desemprego).

A demanda agregada é a demanda por bens e serviços na economia. As variáveis consumo, investimento e exportações líquidas são influenciadas pela queda do nível dos preços. A demanda agregada tem inclinação negativa por causa de três efeitos. O efeito riqueza atua sobre o consumo. Ele faz o consumidor se achar mais rico com os preços mais baixo, aumentando a quantidade demandada de bens e serviços. O efeito taxa de juros atua sobre o investimento. Quando aumenta a concessão de empréstimos, a taxa de juros cai e se investe em bens de capital, aumentando a quantidade demandada de bens e serviços. O efeito exportações líquidas se dá com a redução da taxa de juros, que aumenta o IEL e deprecia a moeda local, aumentando as exportações e a quantidade demandada por bens e serviços. Os deslocamentos da curva de demanda agregada podem ocorrer por qualquer fator que afete qualquer elemento do PIB. Assim, o consumo pode mudar por causa do nível de tributação, pelo boom no mercado de ações. O investimento pode variar com a oferta de moeda, com a política fiscal. As compras do governo e as Exportações Líquidas, que podem mudar por causa de mudanças na taxa de câmbio. Portanto, para promover o aumento da demanda agregada deve-se promover melhorias políticas que permitam o desenvolvimento dos componentes do PIB. A oferta agregada é a oferta de bens e serviços de uma economia. No longo prazo, ela depende da sua capacidade produtiva (trabalho, capital, recursos naturais e tecnologia) e não do nível de preços. Assim, quando os preços sobem juntos, não há alteração na quantidade total de bens e serviços ofertados. Essa capacidade produtiva de longo prazo se chama de taxa natural de produção ou produto potencial ou produto de pleno emprego. Pode haver deslocamentos da curva de oferta agregada se houver alterações nos componentes produtivos como capital, trabalho, recursos naturais e tecnologia. O avanço tecnológico por exemplo, desloca a oferta de longo prazo e o crescimento da oferta de moeda desloca a curva de demanda, levando ao crescimento da produção e à inflação continuada. No curto prazo, a oferta agregada tem uma inclinação positiva, pois a quantidade ofertada se desvia de seu equilíbrio de longo prazo quando o nível de preços se desvia do esperado. Esse problema é no entanto temporário por causa de: 1) preços rígidos, ou seja, uma queda no nível de preços deixa uma empresa com preços mais altos, que deprimem as vendas e induzem a reduzir a produção. 2) salários rígidos, a preços mais baixos os funcionários vão se tornar menos rentáveis à empresa, e eles levarão um tempo para se ajustar, afetando a quantidade de bens e serviços ofertados por causa das demissões. 3) percepções equivocadas, ou seja, com preços menores os empresários podem achar que o rendimento está temporariamente baixo e reduzir a quantidade ofertada da sua produção.

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Um deslocamento da curva de oferta agregada de curto prazo também pode ocorrem por uma flutuação no nível de preços esperado. Um aumento no nível de preços esperado influencia os preços rígidos, os salários e as percepções, reduzindo a quantidade ofertada de bens e serviços e deslocando a curva para a esquerda. A flutuação econômica ocorre por causa de deslocamentos das curvas de oferta agregada e de demanda agregada. O deslocamento da oferta agregada para trás tenderá a voltar a sua taxa natural de produção com o tempo. Se o governo tentar compensar estimulando o aumento da demanda agregada causará a elevação permanente do preço. Um caso de um pessimismo se reflete na demanda agregada, que se desloca para trás, causando desemprego e queda na renda, baixando o nível de preços. O governo pode compensar aumentando seus gastos ou a oferta de moeda. 34. INFLUÊNCIAS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA E FISCAL SOBRE A DEMANDA AGREGADA O governo pode atuar sobre a política fiscal através de alterações nos impostos ou por alterações nas compras do governo. Quando o governo aumenta suas compras em 20 milhões, sua demanda agregada aumenta mais ou menos do que 20 milhões, dependendo de qual é efeito é maior, o efeito deslocamento ou o efeito multiplicador.

De acordo com o efeito deslocamento: 1) o aumento nas compras; 2) leva a um aumento da demanda agregada; 3) e ao conseqüente aumento da taxa de juros; 4) diminuindo a despesa em investimento; 5) reduzindo a demanda agregada.

O efeito multiplicador se aplica a qualquer evento que altere as despesas em qualquer componente do PIB, atuando como acelerador do investimento. Ele determina:

1) um aumento das compras; 2) aumenta a demanda agregada; 3) enriquece as empresas que fornecem serviços, que vão lucrar mais; 4) gastando mais em consumo; 5) aumentando a demanda de produtos em toda a economia.

O efeito multiplicador introduz ainda a Propensão Marginal a Consumir, que é a fração de renda adicional que uma família consome ao invés de poupar. Assim, o efeito multiplicador é igual a um dividido por um menos a Propensão Marginal a Consumir.

Um outro instrumento de atuação do governo na política fiscal são as alterações nos impostos. Elas também estão sujeitas aos efeitos multiplicador e deslocamento. Os efeitos podem ser alterados de acordo com a percepção das famílias quanto à duração dos impostos baixos ou altos. Uma diminuição no imposto por exemplo:

1) aumenta a demanda agregada; 2) aumenta a demanda por moeda; 3) aumenta a taxa de juros; 4) reduz as despesas com investimento 5) pode deprimir a demanda agregada.

Uma alteração na política monetária com o propósito de aumentar a demanda

agregada pode ser descrita com um aumento da oferta de moeda ou redução na taxa de juros. As influências da política monetária sobre a demanda agregada se fazem perceber através do mercado de ações. Com o mercado de ações em alta, aumenta-se a demanda agregada e conseqüentemente os preços. Assim, o governo deve proceder ao aumento da

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taxa de juros para contê-la. Quando as ações estão em baixa, a demanda agregada cai a os preços também, devendo-se reduzir as taxas de juros.

A Teoria pela Preferência pela Liquidez explica como a taxa de juros se ajusta para equilibrar a oferta e demanda por moeda e amplia o estudo sobre flutuações de curto prazo. A oferta de moeda é vertical porque não depende da taxa de juros. A demanda por moeda tem inclinação negativa porque um aumento na taxa de juros diminui a quantidade demandada por moeda. A taxa de juros é o custo de oportunidade por ter moeda. O preço quando aumenta (no mercado de demanda e oferta agregada), aumenta também a quantidade de moeda demandada a qualquer taxa de juros dada, ou seja, desloca a curva de demanda por moeda para a direita, aumentando a taxa de juros e interferindo no rendimento da poupança e diminuindo o investimento. Além disso, com preços maiores cai a quantidade demandada por bens e serviços. Em resumo. 1) o aumento de preço, 2) aumenta a demanda por moeda, 3) eleva a taxa de juros, 4) diminui a quantidade demandada de bens e serviços.

O aumento da oferta de moeda levará a uma queda na taxa de juros e aumentará a demanda por bens e serviços, deslocando a curva de demanda agregada para a direita, além de estimular o investimento.

Há um intenso debate se a política deveria interferir na estabilização da economia. Os argumentos a favor dizem que o governo deve estabilizar a demanda agregada, pois ela flutua em ondas de otimismo e pessimismo. Os argumentos contra dizem que os as mudanças na política monetária levam seis meses para se fazer sentir. Os economistas preferem apostar nos estabilizadores automáticos, que são alterações da política fiscal que estimulam a demanda agregada quando há recessão sem que se tenha que tomar nenhuma ação deliberada. Isso se dá através das despesas do governo e do sistema tributário. 35. CURVA DE PHILLIPS A Curva de Phillips reflete o tradeoff no curto prazo entre inflação e desemprego. Esse tradeoff surge no curto prazo por causa da inflação esperada e não dela em si. No curto prazo, o baixo desemprego está relacionado com uma alta demanda agregada que pressiona para cima os preços e os salários. Essa teoria foi defendida por Paul Samuelson e Robert Solow. As políticas monetária e fiscal movem a economia ao longo da Curva de Phillips na medida em que têm impacto na demanda agregada. Assim, qualquer impacto que afete qualquer componente do PIB, causará um deslocamento da curva de demanda agregada e um movimento ao longo da Curva de Phillips. Por exemplo:

1) Um aumento da demanda agregada 2) aumenta a inflação e 3) diminui o desemprego.

Os deslocamentos na Curva de Phillips de Curto prazo ocorrem quando há acontecimentos que afetam os custos e os preços das empresas, deslocando a oferta agregada. Esses acontecimentos podem ser: choques de oferta agregada ou flutuações da inflação esperada.

A inflação esperada mede o quanto as pessoas esperam que os preços variem, se comportando como se aquela fosse ser a inflação, formando preços e salários baseados nela, fazendo com que ela se concretize. As flutuações da inflação esperada levam no curto prazo a alterações inesperadas na produção, nos preços e no desemprego. Assim, quando a inflação esperada muda, desloca-se a curva de Phillips no curto prazo. Por exemplo: Um aumento da demanda agregada eleva a inflação e os preços, também eleva a inflação esperada, e as pessoas estabelecem preços e salários

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com base nela, e a curva de Phillips se desloca porque a inflação esperada de longo prazo aumenta.

Com os choques de oferta agregada temos uma redução da oferta agregada, um aumento de preços que deprime a produção, aumenta o desemprego e também a inflação, deslocando a curva de Phillips de curto prazo para a direita, deixando a economia com maior inflação para qualquer taxa de desemprego e vice-versa. Contudo, esse deslocamento será temporário dependendo do ajustamento das pessoas quanto às suas expectativas de inflação. Se elas acharem que o aumento da inflação será temporário a inflação esperada não muda.

Em suma, a curva de Phillips de curto prazo pode ser deslocada pelos mesmos fatores que deslocariam a curva de oferta agregada de curto prazo, ou seja, qualquer alteração sobre o capital, trabalho, tecnologia e recursos naturais, bem como sobre a inflação esperada.

Assim, vimos que qualquer evento que desloque a curva de oferta agregada de curto prazo também deslocará a curva de Phillips de curto prazo, enquanto os eventos que deslocam a demanda agregada causarão um movimento ao longo da curva de Phillips de curto prazo.

No longo prazo, Friedman e Phelps disseram que a política monetária e fiscal não conseguiria, a não ser por um período curto, escolher uma combinação entre desemprego e inflação. Esse argumento é uma expressão da neutralidade monetária, já que a teoria clássica afirma que o crescimento monetário não afeta as variáveis reais no longo prazo, entre elas o desemprego. Desse modo, a curva de Phillips no longo prazo é vertical, independendo da taxa de inflação para determinar o desemprego. Seu deslocamento só pode ocorrer através de políticas que afetem a taxa natural de desemprego, que só pode ser diminuída com melhorias no mercado de trabalho. Assim, uma menor taxa de desemprego natural desloca a curva de oferta agregada de longo prazo para a direita.

Vejamos o impacto de um deslocamento da curva de demanda agregada no longo prazo. O aumento da demanda agregada aumentará os preços e a inflação, mas não altera a produção nem o desemprego no longo prazo.

Reduzir a inflação tem seus custos. Para isso, o governo precisa adotar medidas contracionistas, suportando baixa produção e alto desemprego por um certo tempo. Isso dependerá da inclinação da curva de Phillips e da velocidade de ajusta de expectativas à política monetária, ou seja, a credibilidade do plano do governo junto à sua população. Para isso, a sociedade se deparará com um taxa de sacrifício, que é a perda de produção anual por 1 ponto da inflação reduzido, cujo normal é 5. Assim, uma política contracionista diminui a produção e aumenta o desemprego (desloca a curva de Phillips para a esquerda), mas também derruba a inflação esperada no longo prazo. A teoria das expectativas racionais diz que as pessoas usam todas as informações que dispõem para prever o futuro, e é baseando-se nela que tomam suas decisões de consumo, formação de salários e preços. Portanto, a taxa de sacrifício pode ser menos do que a sugerida se o governo assumisse um compromisso digno com as pessoas, fazendo com que elas reduzam suas expectativas de inflação mais rapidamente.