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Análise de Custos Professor Me. Diego Fernandes Emiliano Silva Apresentação: Material produzido com base no livro institucional. O objetivo deste material é facilitar o aprendizado dos alunos da disciplina Análise de Custos da Faculdade Anhanguera, campus Jundiaí, com entendimentos básicos, diretos e enxutos. Importante salientar que não substitui de modo algum o material disponível via sistema, completo e com diversos exemplos que serão reforçados nas aulas vistas ao longo do semestre. Referência do livro institucional: PAIM, Wilson Moisés. Análise de custos. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. Disponível em: Portal do aluno. Roteiro da disciplina Unidade 1 | Contabilidade de custos: conceitos e sua gestão Objetivo da unidade: Conceituar e classificar os gastos empresariais Seção 1.1 – Introdução à gestão de custos Seção 1.2 – Classificação dos custos e das despesas Seção 1.3 – Elementos formadores do custo de produtos e serviços Seção 1.4 – Materiais Unidade 2 | Sistemas de custeio Objetivo da unidade: Apresentar os sistemas de custeios e como gastos são absorvidos pelos bens e serviços. Seção 2.1 – Sistemas de custeio Seção 2.2 – Sistema de custeio por absorção Seção 2.3 – Sistemas de custeio ABC Seção 2.4 – Sistema de custeio variável Unidade 3 | Ferramentas para gestão de custos Objetivo da unidade: Apresentar ferramentas de gestão com base em custos – ponto de equilíbrio. Seção 3.1 – Análise de custo x volume x lucro Seção 3.2 – CVL simples e CVL composto Seção 3.3 – Administração de gastos e decisões Seção 3.4 – Formação de preços Unidade 4 | Gestão Estratégica de custos 1

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Análise de CustosProfessor Me. Diego Fernandes Emiliano Silva

Apresentação: Material produzido com base no livro institucional. O objetivo deste material é facilitar o aprendizado dos alunos da disciplina Análise de Custos da Faculdade Anhanguera, campus Jundiaí, com entendimentos básicos, diretos e enxutos. Importante salientar que não substitui de modo algum o material disponível via sistema, completo e com diversos exemplos que serão reforçados nas aulas vistas ao longo do semestre.

Referência do livro institucional: PAIM, Wilson Moisés. Análise de custos. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. Disponível em: Portal do aluno.

Roteiro da disciplina

Unidade 1 | Contabilidade de custos: conceitos e sua gestãoObjetivo da unidade: Conceituar e classificar os gastos empresariais

Seção 1.1 – Introdução à gestão de custosSeção 1.2 – Classificação dos custos e das despesasSeção 1.3 – Elementos formadores do custo de produtos e serviçosSeção 1.4 – Materiais

Unidade 2 | Sistemas de custeioObjetivo da unidade: Apresentar os sistemas de custeios e como gastos são absorvidos pelos bens e serviços.

Seção 2.1 – Sistemas de custeioSeção 2.2 – Sistema de custeio por absorçãoSeção 2.3 – Sistemas de custeio ABCSeção 2.4 – Sistema de custeio variável

Unidade 3 | Ferramentas para gestão de custosObjetivo da unidade: Apresentar ferramentas de gestão com base em custos – ponto de equilíbrio.

Seção 3.1 – Análise de custo x volume x lucroSeção 3.2 – CVL simples e CVL compostoSeção 3.3 – Administração de gastos e decisõesSeção 3.4 – Formação de preços

Unidade 4 | Gestão Estratégica de custosObjetivo da unidade: Apresentar como a gestão estratégica dos custos pode ajudar no desempenho empresarial.

Seção 4.1 - Gerenciamento do custeio ABCSeção 4.2 - Análise de margem de contribuiçãoSeção 4.3 - Considerações sobre a relação CVLSeção 4.4 - Análise de desempenho

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SUMÁRIO

SEÇÃO 1.1 – INTRODUÇÃO A GESTÃO DE CUSTOS......................................................................................3

SEÇÃO 1.2 – CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS E DAS DESPESAS.......................................................................5

SEÇÃO 1.3 – ELEMENTOS FORMADORES DO CUSTO DE PRODUTOS E SERVIÇOS.......................................8

SEÇÃO 1.4 – MATERIAIS.............................................................................................................................10

SEÇÃO 2.1 – SISTEMAS DE CUSTEIO.......................................................................................................... 12

SEÇÃO 2.2 – SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO..................................................................................15

SEÇÃO 2.3 – SISTEMA DE CUSTEIO ABC.....................................................................................................17

SEÇÃO 2.4 – SISTEMA DE CUSTEIO VARIÁVEL............................................................................................21

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SEÇÃO 1.1 – INTRODUÇÃO A GESTÃO DE CUSTOS

1. ASPECTOS GERAIS

Contabilidade: Foco em trabalhar e mensurar o patrimônio, ou seja, bens, direitos e obrigações.

Contabilidade de custos: Em determinado momento surge da necessidade de se estabelecer gastos das operações industriais, originalmente não tratado pela contabilidade, de forma a aperfeiçoar o processo de gestão e melhor tomada de decisões.

Gestão de custos: voltada para a análise dos gastos realizados por uma instituição nos seus processos e operações. Uma empresa durante sua operação pode incorrer em diversos gastos como: salários; fretes; compra de matéria-prima; etc...

Objetivamente: aborda o dimensionamento dos custos dos insumos no processo produtivo; apuração dos gastos nas diversas áreas da empresa; suporte para redução de gastos; suporte para elaboração de orçamentos; suporte para tomada de decisão. De modo geral, levantar e trabalhar estes dados ajuda a empresa na toma de decisões, no ganho de produtividade e competitividade, além de proporcionais inovações.

2. CLASSIFICAÇÕES

Gastos: sacríficio financeiro que instituição tem para obter determinado produto, serviço, ativo, uso consumo ou investimentos. Os gastos não são todos iguais, e por está razão são classificados em: investimentos; custos; despesas; desembolsos; perdas.

Investimentos: representam gastos realizados com objetivo de ativar ou gerar benefícios para a empresa (estruturação). Normalmente são realizados e vão maturando ao longo do tempo (longo prazo), de forma gradual e incorporados posteriormente aos custos e despesas, ou seja, tratam-se de bens ativos que são amortizados, depreciados ou que sofrem baixas ao londo do tempo. Exemplo: Compra de máquinas e equipamentos.

Custos: gastos relativos direta ou indiretamente na produção de bens e serviços da empresa. Como exemplo temos: gastos com matérias-primas; embalagens; mão-de-obra fábril; etc.

Despesas: gastos realizados na obtenção de receita ou consumo de ativos. Não são associados a produção, mas exercem sinergia com essas áreas de forma a fazer com que a empresa funcione adequadamente em todas as suas áreas, departamentos, relacionamentos e operações. Como exemplo podemos ter salário de vendedores; gastos com os funcionários da área administrativa; gastos com salário da secretária; compra de material de escritório; despesas financeiras, tributárias, não operacionais, etc.

Desembolsos: pagamento propriamente dito de um bem ou serviço, independente de quando ele será consumido. Exemplo: contratação e emprego de 40 horas de mão-de-obra especializada para ajudar a empresa em determinado processo em março, a ser quitada em abril. Perceba que lançamento contábil ocorre em março e desembolso financeiro é registrado em abril com o pagamento deste funcionário.

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Perdas: bens e serviços consumidos de forma anormal, não intencional, inesperada, e ocorre por conta de fatores externos às vontades da empresa ou mesmo da atividade normal da empresa. Exemplos: gastos com reprocessos; perdas de mercadorias; troca de produto com vício ou defeito; etc.

3. EXEMPLOS

Item Custo Despesa Investimento Desembolso PerdasSalário da secretária XMáquinas e equipamentos XEmbalagem XMaterial de escritório XSalário do soldador XMateria Prima XSubstituição de equipamento com defeito X

Móveis e utensilios X

4. EXERCÍCIOS

Exercício 1: Você é proprietário de um Centro Automotivo, onde os seguintes gastos mensais foram levantados:

Material (pastilhas de freios) R$ 7.000,00. Salário do montador R$ 2.000,00. Salários do atendente R$ 1.000,00. Material de limpeza R$ 500,00. Brindes R$ 400,00. Suprimentos (café, açúcar e bolachas para os clientes) R$ 300,00. Telefone R$ 400,00.

O volume de atendimento mensal é de 30 clientes. Separe os custos das despesas e determine qual o custo unitário por veículo.

RESOLUÇÃO:+ 7.000,00 (pastilhas – custo matéria-prima)+ 2.000,00 (montador – custo mão de obra direta)= 9.000,00 (custo total)

: 30 (concerto de carros / clientes atendidos)

Custo unitário por veículo = 9.000,00 / 30 = R$ 300,00

Exercício 2: Defina uma empresa hipotética e escolha um produto ou serviço a ser oferecido. Para a empresa escolhida, defina os principais gastos que a empresa terá com investimentos, despesas e custos. Após levantamento, resultados serão compartilhados e discutidos com a turma.

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SEÇÃO 1.2 – CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS E DAS DESPESAS

Nesta seção será classificado os custos e despesas de uma instituição.

Nossa classificação inicial entre custo ou despesa, antes de entrarmos em classificações especificas de custos e despesas é: O gasto é para fazer o produto? Se sim custo; caso contrário pode ser despesa. Abaixo observaremos questões e classificações associadas especificamente a custos e despesas.

1. CLASSIFICAÇÕES – CUSTOS

Custos: gastos relativos direta ou indiretamente na produção de bens e serviços da empresa. Como exemplo temos: gastos com matérias-primas; embalagens; mão-de-obra fábril; etc.

Custos diretos: gasto necessário para produzir ou elaborar determinado bem ou serviço. Para sua classificação, basicamente devemos responder a seguinte pergunta: Esse custo (gasto) é essencial na confecção ou elaboração do bem/ serviço? Se a resposta for sim, temos que o gasto é enquadrado como custo direto. Alguns exemplos: Salários dos funcionários que trabalham diretamente na elaboração do produto (mão-de-obra direta); compra de matéria-prima e insumos; gastos com água industrial ou de produção; etc.

Custos indiretos: gasto de difícil medição, mas que mesmo assim entram no processo de produção de determinado bem ou serviço. Basicamente devemos responder a seguinte pergunta: Esse custo (gasto) é essencial na confecção ou elaboração do bem/ serviço? Dito de outra forma, este gasto “faz” ou “ajuda a fazer” o bem ou serviço a ser oferecido. Se a resposta for não, temos que o gasto é enquadrado como custo indireto. Exemplos: embalagens; gastos com controle de qualidade da produção; depreciação de máquinas e equipamentos usados para produção; salários dos supervisores de produção; gastos com transporte de matéria-prima; etc.

Custos fixos: gastos ou custos que não variam em razão do volume produzido. Exemplos: Aluguel e seguro de um parque fabril; depreciação.

Custos variáveis: apresentam variação de acordo com o volume produzido. Exemplos: Insumos e matérias-primas; embalagens; etc.

2. CLASSIFICAÇÕES – DESPESAS

Despesas: gastos realizados na obtenção de receita ou consumo de ativos. Não são associados a produção, mas exercem sinergia com essas áreas de forma a fazer com que a empresa funcione adequadamente em todas as suas áreas, departamentos, relacionamentos e operações. Como exemplo podemos ter salário de vendedores; gastos com os funcionários da área administrativa; gastos com salário da secretária; compra de material de escritório; despesas financeiras, tributárias, não operacionais, etc.

Da mesma forma, podemos classificar as despesas em diretas ou indiretas. A diferença é que as despesas são gastos para a obtenção de receita para a organização:

Despesas diretas: gastos que contribuem diretamente para a obtenção de receita da empresa. Como exemplo temos: gastos com salário e comissões da equipe de vendas.

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Despesas indiretas: gastos que contribuem com o funcionamento da empresa, e indiretamente com a obtenção de receitas da mesma. Como exemplo temos: despesa com material de escritório; despesa com R.H; despesas contábeis, financeiras; etc.

3. PROPORÇÕES DOS CUSTOS EM RELAÇÃO AOS CUSTOS TOTAIS

Proporção do custo direto: Custos Diretos / Custos totais

Proporção do custo indireto: Custos Indiretos / Custos totais

Exemplo: Supondo que uma empresa tenha R$ 300,00 de Custos Diretos e R$ 1.200,00 de Custos Totais, a proporção dos custos diretos será:

Proporção= R$300,00R$1.200,00

=0,25

Em termos práticos, a proporção dos custos indiretos neste exemplo seria o restante dos custos, o que darai 0,75 ou 75%. Em termos de gestão, entender esta proporção é importante para que a empresa possa saber e avaliar o que gasta mais na empresa, e a partir desta definição estratificar os resultados para saber exatamente onde o dinheiro está sendo gasto, de forma a ajudar no estabelecimento de prioridades que ajudem a empresa a ser mais eficiente.

4. EXEMPLOS

Item Pergunta 1 Resposta Tipo Pergunta

2 Resposta Tipo

Matéria-prima

É parte do processo

de produção?

Sim Custo

Custo é para fazer ou ajudar a fazer?

Fazer Custo Direto

Salários dos funcionários do RH Não Despesa -

Embalagem Sim Custo Ajudar Custo Indireto

Controle de qualidade Sim Custo Ajudar Custo Indireto

Depreciação (produção) Sim Custo Ajudar Custo

IndiretoMaterial de escritório Não Despesa -Seguro das instalações industriais Sim Custo Ajudar Custo

IndiretoComissões sobre as vendas Não Despesa -

Manutenção de equipamentos de produção

Sim Custo Ajudar Custo Indireto

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5. EXERCÍCIOS

Exercício 1: São dadas as seguintes informações (em R$) de uma empresa hipotética:

Salário da secretária 1.000,00Compra de máquinas e equipamentos 15.000,00Compra de embalagem 500,00Compra de matéria-prima 600,00Salário da mão-de-obra direta 1.500,00Comissão de vendedores 800,00Aluguel da fábrica 6.000,00Energia elétrica consumida na fabricação 1.500,00Produção do período 200 unidades

Pede-se:

a) Os custos totais do períodob) O custo direto por unidade produzidac) Proporção dos custos indiretos

Resolução:

a) Custos indiretos: Embalagem + aluguel = 500,00 + 6.000,00 = R$ 6.500,00 Custos diretos: Matéria-prima + mão-de-obra direta + energia = 600,00 + 1.500,00 + 1.500,00 =

R$ 3.600,00 Custo total = custo direto + custo indireto = 6.500,00 + 3.600,00 = R$ 10.100,00

b) 3.600,00 / 200 = R$ 18,00/ unidade.

c) 6.500,00 / 10.100,00 = 0,64, ou seja, 64% dos custos totais são indiretos neste caso hipotético.

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SEÇÃO 1.3 – ELEMENTOS FORMADORES DO CUSTO DE PRODUTOS E SERVIÇOS

O processo de elaboração de um produto basicamente segue três etapas:

ETAPA 1: Entrada da matéria-prima e início do processamento.ETAPA 2: Mistura com outros insumos e pré-finalização do produto.ETAPA 3: Embalagem e envio para o estoque.

Em cada etapa, existem uma série de gastos e que vão se somando no valor do produto. Todas essas fases são alinhadas com os estoques da empresa.

1. Valoração do estoque

Aspecto importante para as empresas. A legislação brasileira obriga as organizações a fazerem isso por conta da legislação tributária, ou seja, por conta do recolhimento de impostos. A tributação em uma empresa acontece basicamente em duas etapas. A primeira seria sobre as vendas dos produtos prontos (ou sobre as receitas), e a segunda sobre a renda da empresa (ou sobre o lucro).

O lucro pode ser entendido sobre as receitas menos as despesas (gastos ou custos) e por conta deste fator as empresas classificam e contabilizam seus custos para efeito de dedução tributária.

2. Estoque

Ativo da empresa que precisa ser valorado. Quando ele é vendido, isso gera um fluxo de receita para a mesma. Devemos alinhar o estoque com a demanda. Atividade deve ser otimizada na questão de produtos chaves da empresa (os que mais vendem

ou aqueles que mais geram receitas.

3. Métodos para avaliação dos estoques

Quanto ao método para avaliação do estoque (valoração), a empresa tem três modelos.

PEPS – Primeiro que entra, primeiro que sai. A lógica de cálculo é usar o valor das mercadorias mais antigas primeiro. Para efeito de declaração dos resultados é aceito pelo FISCO.

UEPS – Último que entra, primeiro que sai. A lógica de cálculo é usar o valor das mercadorias mais recentes num primeiro momento. Não aceito pelo FISCO. A explicação para isso, de modo simples, é o efeito da inflação. Como ao longo do tempo os preços mudam e podem subir, adotar esse método para efeito fiscal representa encarecer o custo do estoque, o que diminuiria a rentabilidade da empresa e consequentemente o volume de carga tributária a ser recolhida. CM – Avaliação pelo valor (ou custo) médio do estoque. Custo médio pelo estoque ponderado pela quantidade de cada produto ao nível de preço de quando entrou pelo total do mesmo. Muito usado pelas empresas e também aceito pelo FISCO para efeito de declaração de resultados.

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4. Cálculo do PEPS, UEPS e CM

Importante mencionar que uma empresa pode apresentar diversas entradas e saídas ao longo de um período. Para efeito didático e de entendimento vamos mostrar o método de forma simplificada e com poucos processos para efeito de aprendizado.

Vamos considerar um exemplo genérico. Uma empresa de papelaria vende calculadoras. Ela termina o mês de janeiro com 10 peças adquiridas ao preço de R$ 5,00. Em fevereiro ela adquiri outras 15 peças ao preço de R$ 4,00. Supondo que em fevereiro ela vende 17 peças, pergunta-se: Qual o valor do estoque?

Pelo PEPS:ENTRADA SAÍDA SALDO

QT VU VT QT VU VT QT VU VT10 R$ 5,00 R$ 50,00 10 R$ 5,00 R$ 50,00

15 R$ 4,00 R$ 60,00 25 10 – R$ 515 – R$ 4 R$ 110,00

17 10 – R$ 57 – R$ 4 R$ 78,00

8 R$ 4,00 R$ 32,00

Pelo UEPS:ENTRADA SAÍDA SALDO

QT VU VT QT VU VT QT VU VT10 R$ 5,00 R$ 50,00 10 R$ 5,00 R$ 50,00

15 R$ 4,00 R$ 60,00 25 10 – R$ 515 – R$ 4 R$ 110,00

17 15 – R$ 42 – R$ 5 R$ 70,00

8 R$ 5,00 R$ 40,00

Pelo CM:ENTRADA SAÍDA SALDO

QT VU VT QT VU VT QT VU VT10 R$ 5,00 R$ 50,00 10 R$ 5,00 R$ 50,00

15 R$ 4,00 R$ 60,00 25 10 – R$ 515 – R$ 4 R$ 110,00

17 R$ 4,40 R$ 74,808 R$ 4,40 R$ 35,20

5. Exercício

Considere que uma empresa teve as seguintes transações. Saldo em estoque do mês de dezembro de 20 peças para venda ao preço de R$ 5,00. Aquisição de 25 peças para venda em janeiro ao preço de R$ 6,50. Vendas em fevereiro de 23 peças.

Pergunta-se: Qual o valor do estoque pelo o PEPS, UEPS e CM?

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SEÇÃO 1.4 – MATERIAIS

Contexto da unidade. Avaliar quais os fatos que podem alterar os valores dos materiais para a elaboração de bens e serviços, e no valor de vendas dos mesmos. O foco do nosso estudo será voltado para questões operacionais da instituição.

1. Elementos que mudam os valores das compras das organizações:

Diminui o valor das compras: ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O ICMS é pago na origem, e

por está questão ele é recuperável, ou seja, ele é deduzido do valor da compra para efeito de declaração de imposto, dado que já foi pago anteriormente.

Devoluções e Cancelamentos da compra de produtos e insumos. Descontos e abatimentos

Elevação do valor das compras: Elevação de Imposto de Produto Industrializado (IPI) e demais tributos. Elevação de Fretes. Elevação de Seguros. Elevação do preço de embalagens.

2. Elementos que mudam o valor das vendas (redutores de vendas): ICMS, ISS – Impostos Sobre Serviços, PIS – Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público: usado

para seguro desemprego, abonos e na participação de receita dos órgãos e entidades de trabalhadores

COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social: destinado principalmente para a área de saúde.

Devoluções e cancelamentos. Descontos e Amentos.

3. Exemplo:

Vamos supor que empresa: Compra matéria-prima no valor de R$ 100.000,00 Paga tributos de 21,25% (ICMS, PIS e COFINS) Paga frete no valor de R$ 1.500,00 Paga seguro no valor de R$ 980,00 Paga 5% em embalagens sobre o valor de compras Paga IPI de 10% sobre o valor de compras

ITEM VALOR Observação10

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Mercadoria R$ 100.000,00(+) IPI – 10% sobre compra R$ 10.000,00(+) Frete R$ 1.500,00(+) Seguro R$ 980,00(+) Embalagens – 5% sobre compra R$ 5.000,00(=) Total bruto R$ 117.480,00(-) Tributos recuperáveis: 21,25% do valor da mercadoria - R$ 21.250,00(=) Valor líquido da mercadoria R$ 96.230,00 Valor a ser usado no PEPS ou CM

Perceba que o valor líquido da mercadoria é igual ao valor bruto – o tributo. Dessa forma:

VL=VB−Trib(recuperáveis)VL=117.480−21.250=R $96.230,00

4. Exemplo – avançando na parte de vendas:

Avançando um pouco mais, vamos supor que após compras e beneficiamentos, a empresa vende o produto conforme:

Valor de vendas de R$ 220.000,00 Descontos para clientes de 5% do valor de venda Tributos contabilizados sobre as vendas de 21,25% Nenhuma bonificação ou devolução registrada

ITEM VALORVendas R$ 220.000,00(-) Tributos – 21,25% sobre vendas - R$ 46.750,00(-) Descontos – 5% sobre vendas -R$ 11.000,00(=) Vendas líquidas R$ 162.250,00(-) Custo da mercadoria vendida -R$ 96.230,00(=) Resultado bruto R$ 66.020,00

Perceba que para chegar no resultado líquido da empresa, precisaríamos ter outros encargos e gastos que a empresa obteve.

5. Relação entre Gastos e Receitas

É possível determinar a relação entre custos e receitas. Isso é importante no processo de gestão, sempre com pensamento de aprimorar os resultados da empresa, ou seja, conseguir maior resultado com menos custo.

ITEM VALOR PORCENTAGEMVendas líquidas R$ 162.250,00 100%Custo líquido da mercadoria R$ 96.230,00 x%

Relação receita/ custo x=96.230∗100162.250

59,31%

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SEÇÃO 2.1 – SISTEMAS DE CUSTEIO

Objetivo: Coletar, classificar e organizar os dados sobre os gastos da organização.

Finalidade: O sistema de custeio serve para entender o comportamento dos gastos e para a tomada de decisão empresarial, de forma a otimizar os gastos que a empresa incorre. Os elementos que compõe o sistema de custos são:

1. Esquema do sistema de custo

Sistema de custos é composto de quatro pilares:

1º. Sistema de produção: Modo que empresa realiza as suas operações (modo como ela trabalha) e consome seus recursos. Exemplo: processo de compra; processo de estoque; processo de produção. Basicamente o sistema de produção pode ser: por ecomenta; em série; híbrido.

o Por encomenda: produtos muito complexos ou caros, que não são produzidos em quantidade, ou seja, feitos apenas quando encomendados. Exemplo: grandes navios, aviões, máquinas, etc.

o Em série: produtos feito em grandes quantidades. Exemplo: carros populares a serem vendidos no mercado.

o Híbrido: mescla de encomenda e série.

2º. Sistema de acumulação: Mostra como os custos são acumulados. Pode ser por ordem; por processo; ou híbrido.

o Por ordem (encomenda): Ordens de serviços e custos associados a sua execução. Exemplo: Ordem para produzir um avião.

o Por processo: Custos associados aos processos de produção. Exemplo: custos na produção de energia.

o Híbrido: mescla de ordem e processo. Exemplo: Atividades agroindustriais.

3º. Sistema de custeio: Uma vez definido o processo produtivo, o sistema de custeio irá dimensionar o aspecto temporal na determinação do custo, com base em aspectos históricos ou pré-determinados.

o Aspectos históricos: custos baseados com base em dados reais atuais ou passados para determinar o custo do produto ou projeto atual. Exemplo: custo de produção com base na série de custos atualizada pelo índice de inflação para o próximo pedido.

o Pré-determinados: ou com base em dados estimados. Exemplo: estimativa de custos para determinado projeto.

4º. Método de custeio: Define como os custos são apropriados ou agregados durante o processo produtivo. Basicamente existem os tipos por absorção, pleno, variável. A ser estudado nas próximas seções.

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2. Exemplos de objetos de custos e decisões:

Quando o controle controle for: Objetivo de decisão:Por produto Analisar lucratividade; definir mix de venda; produção ou corte de produto.

Por departamento Avaliar eficiência do departamento; avaliar desempenho; avaliar necessidade de reestruturação.

Por cliente Analisar a rentabilidade; satisfação do cliente; priorizar atendimento.

Por atividade Avaliar atividades que agregam valor; reduzir custos e atividades redundantes; reestruturar atividades.

Por projeto Manter ou não determinado projeto?

Por programa Devo ou não viabilizar e manter determinado programa?

3. Esquema a ser adotado nos sistemas de custos:

Basicamente o esquema a ser adotado segue 4 questões a serem obeservadas.

1) Organizações: Possui modelo para identificar acumulação dos recursos?2) Modelo: Mostra a forma que a empresa gera lucro?3) Decisões: Reflete sistema organizacional e prioriza melhorar resultados.4) Variáveis físicas: Modo de opração da organização.

Perceba: Sistema de produção é diferente do sistema de custo. O primeiro se preocupa no que fazer e em como fazer. O segundo se preocupa com os gastos para se fazer.

4. Exemplo 1

Vamos supor uma empresa de consultoria com as seguintes informações para entender uso dos conceitos.

Sistema de produção: Em uma empresa que presta serviços de consultoria, o sistema de produção depende da experiência e não depende de estoque físico para ser conduzido.

Sistema de acumulação: A empresa irá vender seu serviço (fechar contrato) e começar o desenvolvimento do processo com a contratação de pessoal. Essa parte refere-se a acumulação de custos (ou seja, gastos) para que o processo possa seguir adiante e a empresa possa honrar com o contrato fechado. Sistema de acumulação dever ser feito por ordem ou encomenda, por conta da atividade da consultoria.

Sistema de custeio: Vamos supor que os custos do projeto foram calculados com base nos projetos passados que a empresa prestou com acréscimo da inflação. Dessa forma, se percebe que a forma de custeio adotada para se calcular os custos foi baseado em aspectos históricos (passados e atuais).

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5. Exemplo 2

Vamos agora supor uma indústria de produção em massa de componentes automotivos.

Sistema de produção: Como a empresa fábrica componentes, o primeiro passo é adquirir matéria-primas e insumos produtivos, ou seja, neste caso em questão a organização depende de estoque físico.

Sistema de acumulação: Forma de acumulação ocorre com os processos de compra de matéria-prima, estocagem e transformação para o produto final. Sistema de acumulação deve ser feita com base em processos, por se tratar de trabalho rotineiro.

Sistema de custeio: Provavelmente empresa irá apurar seus custo pelo histórico de preços

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SEÇÃO 2.2 – SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Objetivo: Determinar custo de produção ou prestação de serviços e saber como estes gastos são absorvidos pelo produto ou serviço oferecido pela empresa.

Ideias básica: Todos os gastos devem ser absorvidos pelos produtos.

1. Passos para determinação do custeio por absorção:o Separar gastos em custos e despesas.o Proceder classificação dos custos em diretos e indiretos.o Separar despesas de modo proporcional a produção.o Alocar custos, despesas e gastos ao produto ou serviço.

2. ExemploSupor que a empresa no processo de fabricação gasta:

R$ 60.000,00 com serviços administrativos R$ 120.000,00 com matéria-prima

o 60% para produção do bem Ao 40% para produção do bem B

R$ 40.000,00 com mão-de-obra diretao 70% para produção do bem Ao 30% para produção do bem B

R$ 10.000,00 com transporte de matéria-primao R$ 3.000,00 para produto Ao R$ 7.000,00 para produto B

R$ 50.000,00 com controle de qualidadeo 50% para bem Ao 50% para bem B

Volume de produçãoo 80.000 unidades do bem Ao 75.000 unidades do bem B

Pede-se para determinar os custos, despesas e gastos unitários pelo método de absorção.

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Resolução do exemplo

Parte 1: Separação de gastos e despesas.

GASTOS TIPO DE GASTO TIPO DE CUSTO ALOCAÇÃO CUSTO ALOCAÇÃO DESPESASR$ 60.000,00Serviços administrativos

Despesa - - Produção total = 155.000 unidades.

Dessa forma:80.000 un. (A) = 51,61% e 75.000 un. (B) = 48,39% da produção total.

60.000,00 * 51,61%R$ 30.966,00 (bem A)

60.000,00 * 48,39%R$ 29.034,00 (bem B)

R$ 120.000,00Matéria-prima

Custo Direto Bem A = R$ 72.000,00Bem B = R$ 48.000,00

R$ 40.000,00Mão-de-obra

Custo Direto Bem A = R$ 28.000,00Bem B = R$ 12.000,00

R$ 10.000,00Transporte

Custo Indireto Bem A = R$ 3.000,00Bem B = R$ 7.000,00

R$ 50.000,00Controle qualidade

Custo Indireto Bem A = R$ 25.000,00Bem B = R$ 25.000,00

Parte 2: Rateio dos gastos, despesas e gastos por unidade produzida.

Item Custos Diretos (R$) Custos Indiretos (R$) Despesas (R$) TotalBem A Bem B Bem A Bem B Bem A Bem B

Matéria-prima 72.000,00 48.000,00 - - - - R$ 120.000,00

Mão-de-obra 28.000,00 12.000,00 - - - - R$ 40.000,00

Transporte - - 3.000,00 7.000,00 - - R$ 10.000,00Controle qualidade - - 25.000,0

025.000,0

0- - R$ 50.000,00

Serviços adm. - - - - 39.966,00 29.034,00 R$ 60.000,00

TOTAL 100.000,00

60.000,00

28.000,00

32.000,00

30.966,00 29.034,00 R$ 280.000,00

UNITÁRIO 1,25 0,80 0,35 0,43 0,39 0,39 -Nota: Para chegar no valor unitário, o valor total foi dividido pela quantidade total produzida de cada bem.Nota 2: Alguns valores foram arredondados para a segunda casa decimal.

Dessa forma:o CustoUnitário (BemA )=1,25+0,35=R $1,60.o Custounitário (BemB )=0,80+0,43=R $1,23.o Despesaunitária (tantobem A quantobemB )=R $0,39.o Gastounitário (Bem A )=1,60+0,39=R $1,99.o Gastounitário (BemB )=1,23+0,39=R $1,62.

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SEÇÃO 2.3 – SISTEMA DE CUSTEIO ABC

1. Conceitos iniciais

ABC: Sigla em inglês para Custeio Baseado em Atividades.

Atividade: Definido como o conjunto de atribuições, processos, tarefas e atividades que a empresa executa para obter determinado bem ou serviço, ou seja, como a empresa aloca recursos (pessoas + matérias-primas + tecnologia + métodos/ processos) para obter um bem ou serviço.

Os recursos usados representam custos, e serão alocados de acordo com os seus direcionadores.

Direcionadores: Ponto chave para proceder com os cálculos. Apesar de não ser simples, ele permite a atribuição de rateio dos custos por atividades de acordo com os direcionadores adotados. Os direcionadores adotados podem ser por exemplo volume produzido, horas-máquina (Hm), horas-homens (Hh),e etc.

O sistema de custeio ABC permite que o custo seja visto através da análise dos recursos e das atividades executadas. Isso permite que as relações dos custos sejam visíveis, de forma a aperfeiçoar os processos produtivos, reduzindo os custos e deixando a empresa mais lucrativa e eficiente.

Ele parte do princípio que todos os custos podem ser absorvidos por bens/ serviços que a empresa fornece.

Basicamente, para sua realização, é preciso: Identificar atividades Levantar informações sobre atividades Valorar recursos Alocar os recursos aos objetos de custeio Calcular custo (gasto) unitário geral

2. Exemplo 1:

Uma fábrica de móveis produz 3 modelos diferentes (A, B e C), para os quais se obteve as seguintes informaçãos referente a um determinado período:

Quantidade produzida: o Modelo A = 16 unidadeso Modelo B = 8 unidadeso Modelo C = 10 unidades

Consumo de matéria-prima (MP):o Modelo A = R$ 3.280,00o Modelo B = R$ 2.760,00o Modelo C = R$ 2.820,00

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Utilização de mão de obra direta:o Modelo A = R$ 2.450 Hho Modelo B = R$ 1.850 Hho Modelo C = R$ 1.980 Hh

Custo das atividades desenvolvidas:

Atividade Custos UnidadeGeradores ou direcionadores de custo por

modeloA B C

Separação de MP (automatizada, feita por máquinas)

R$ 5.340 Hm(Horas máquina) 60 28 32

Montagem produto R$ 3.300 Hh(Horas Homens) 480 240 280

Acabamento produto R$ 3.060 QPA(Quantidade de produto acabado) 16 8 10

Com base nos dados pergunta-se: Qual o custo unitário de cada modelo de produto pelo método ABC?

Resolução do exemplo 1 pelo método ABC

ETAPA 1: Identificar as atividades e os respetivos custos. Informação localizada na tabela dos dados do exercício.

ETAPA 2: Identificar os geradores de custo: Após conhecermos as atividades, é necessário saber quais os respectivos geradores de custo para conseguirmos assim apurar o custo unitário de cada atividade de forma a adicionar o seu custo aos diversos modelos produzidos pela empresa. Dessa forma, teríamos:

o Atividades de separação total de 120 Hm (60 + 28 + 32). O respectivo custo da atividade de separação é de R$ 5.340,00. Este valor dividido por 120 Hm é igual a R$ 44,50.

o O mesmo raciocíno vale para os demais casos. Dados consolidados na tabela que segue.

Atividade Custos Unidade

Geradores ou direcionadores de custo por modelo

Geradores de custo total Custo unitário

A B CSeparação matéria-prima automatizada por máquinário

R$ 5.340 Hm 60 28 3260 + 28 + 32 =

120

5340 / 120 =

R$ 44,50

Montagem produto R$ 3.300 Hh 480 240 280480 + 240 + 280 =

1000

3300 / 1000 =

R$ 3,30

Acabamento produto R$ 3.060 Qtdade PA 16 8 1016 + 8 + 10 =

34

3060 / 34 =

R$ 90,00

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ETAPA 3: Adicionar custo das atividades aos produtos.o Para o produto A:

Separação: R$ 44,50 * 60 Hm = R$ 2.670,00Montagem: R$ 3,30 * 480 Hh = R$ 1.584,00Acabamento: R$ 90,00 * 16 unidades = R$ 1.440,00

o Para o produto B:Separação: R$ 44,50 * 28 Hm = R$ 1.246,00Montagem: R$ 3,30 * 240 Hh = R$ 792,00Acabamento: R$ 90,00 * 8 unidades = R$ 720,00

o Para o produto C:Separação: R$ 44,50 * 32 Hm = R$ 1.424,00Montagem: R$ 3,30 * 280 Hh = R$ 924,00Acabamento: R$ 90,00 * 10 unidades = R$ 900,00

ETAPA 4: Incluir os Custos Diretos de cada produto (matéria-prima (MP) + mão-de-obra direta MOD)) e apurar o Custo do Produto Acabado.

C. unitário Produto A Produto B Produto CQdade R$ Qdade R$ Qdade R$

MP - - 3.280,00 - 2.760,00 - 2.820,00MOD - - 2.450,00 - 1.850,00 - 1.980,00

AtividadesSeparação R$ 44,50 60 Hm 2.670,00 28 Hm 1.246,00 32 Hm 1.424,00Montagem R$ 3,30 480 Hh 1.584,00 240 Hh 792,00 280 Hh 924,00Acabamento R$ 90,00 16 un. 1.440,00 8 un. 720,00 10 un. 900,00

Custos consolidadosCusto total - - 11.424,00 7.368,00 8.048,00Custo unitário - 16 714,00 8 921,00 10 804,80

3. Exemplo 2 – Exercício do livro institucional (faça você mesmo, página 119).

Uma empresa de alimentos produz os produtos “A” e “B”. Os custos diretos para os produtos foram respectivamente R$ 0,90 e R$ 1,20. Custos indiretos foram: Controle de qualidade: 30.000,00; planejamento de produção: 50.000,00; energia: 9.000,00. Os direcionadores para cada atividade foram:

o Nº de lotes produzidos = 1.900 prod. “A” e 1.100 prod. “B”o Nº de produtos produzidos = 12.000 prod. “A” e 8.000 prod. “B”o Quantidade de horas de funcionamento das máquinas: 180 prod. “A” e 270 prod. “B”

Determinar o custo indireto unitário e o custo unitário geral (direto + indireto) de cada produto.

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Resolução do exemplo 2 pelo método ABC:

Atividade Custos (R$)Gerador ou direcionador de custos por

modelo Geradores de custo total Custo unitário

Produto A Produto B

Controle de qualidade 30.000,00 1.900 lotes 1.100 lotes 1.900 + 1.100= 3.000 lotes

30.000,00/3.000= R$ 10,00/lote

Planejamento produção 50.000,00 12.000 un. 8.000 un. 12.000 + 8.000

= 20.000 un.50.000/20.000= R$ 2,50/un.

Volume de energia utilizada 9.000,00 180 Hm. 270 Hm. 180 + 270 =

450 Hm.9.000/450

= R$ 20,00/Hm

C. unitário Produto A Produto BQdade R$ Qdade R$

Custos diretos unitário - - 0,90 - 1,20

AtividadesControle qualidade R$ 10,00 1.900 R$ 19.000,00 1.100 R$ 11.000,00Planejamento produção R$ 2,50 12.000 R$ 30.000,00 8.000 R$ 20.000,00Volume energia R$ 20,00 180 R$ 3.600,00 270 R$ 5.400,00

Custos consolidadosCusto indireto total - - 52.600,00 36.400,00Custo unitário indireto - 12.000 un. R$ 4,38 8.000 un. R$ 4,55

Custo unitário geral - - 4,38 + 0,90= R$ 5,28 - 4,55 + 1,20

=R$ 5,75

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SEÇÃO 2.4 – SISTEMA DE CUSTEIO VARIÁVEL

Empresas, no seu processo de gestão e para otimizar os seus resultados, se preocupam com os seus gastos de produção, prestação de serviços e de processos envolvidos nas atividades.

Toda empresa possui gastos fixos e variáveis. No caso de gastos fixos, estes ocorrem independentemente de existir ou não produção ou venda do produto em questão. Dessa forma, o valor total do gasto não se altera. Um bom exemplo para gastos fixos são gastos com aluguel.

Já os gastos variáveis decorrem do volume de produção ou venda de um produto. Um bom exemplo é a compra de matéria-prima para produção.

Por último temos os gastos mistos, onde uma parte do gasto com uma fonte em questão é fixa e a outra variável. Exemplo: energia elétrica.

Está seção é baseado neste sistema, ou seja, separar os custos (gastos) unitários em fixos e variáveis.

1. Exemplo – situação de mudança na demanda

Em um comércio, foram recolhidos os seguintes dados.o Custo fixo de R$ 1.000,00. o Custo variável (custo da mercadoria) de R$ 15,00 por unidade.

As quantidades estimadas de vendas de mercadorias foram de 400 unidades para o mês 1 e 800 unidades para o mês 2. O Gestor deseja fazer simulação de vendas e relacionar estás vendas ao seus gastos. Com base nos dados, qual será o custo total e o custo unitário para a parte fixa e variável?

Resolução:

Qtdade estimada

Custo total (R$) Custo unitário/peça (R$)Fixo Variável Total Fixo Variável Total

400 un.1.000,00

6.000,00(15*400)

7.000,00(1000+6000)

2,50(1000/400)

15,00(6000/400)

17,50(15+2,5)

800 un. 12.000,00(15*800) (1000+12000) 1,25

(1000/800)15,00

(12000/800)16,25

(15+1,25)

Perceba (ganho de escala) Custo variável unitário não se altera. Custo fixo unitário é decrescente com aumento das atividades de vendas. Custo total unitário é decrescente com aumento das atividades de vendas. Mantendo preço do produto inalterado, sem considerar outras questões, a lucratividade da

empresa aumenta com o volume de produção.

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2. Exemplo – mudança mix de vendas

Empresa do ramo têxtil fabrica dois produtos A e B. Em determinado período vendas do produto A = 500 unidades e vendas do produto B = 1.000

unidades. A empresa precisa de 0,5 hora para fabricar produto A e 1 hora para fabricação de B. Temos ainda R$ 5,00 de custos variáveis para produto A e R$ 3,00 para produto B. Custos fixos são da ordem de R$ 5.000,00 por mês, rateado com base no tempo de elaboração

de cada produto.

Resolução:

Produto Qtdade un. Tempo fabricação Custos (em R$)Unit. (h) Total Fixo Variável Total Unitário

A 500 0,5 250 1.000,00(5000/1250)*250

2.500,00(5*500) 3.500,00 7,00

B 1.000 1 1.0004.000,00

(5000/1250)*1000

3.000,00(3*1000) 7.000,00 7,00

TOTAL 1.250 5.000,00 5.500,00 10.500,00 -

E se empresa desejar aumentar em 20% o volume de produção do produto A?

Produto Qtdade Tempo fabricação Custos (em R$)Unit. (h) Total Fixo Variável Total Unitário

A 600 0,5 300 1.153,85 3.000,00 4.153,85 6,92B 1.000 1 1.000 3.846,15 3.000,00 6.846,15 6,85TOTAL 1.300 5.000,00 6.000,00 11.000,00

Perceba que neste caso a mudança em um produto automaticamente muda o valor unitário de ambos os produtos. Com aumento da produção (ganho de escala) sem nenhuma outra variação os custos unitários diminuem.

3. Diferenciação de custos fixos e variáveis

Processo árduo para gestor: Muitas vezes, diferenciar custos fixos de variáveis pode ser complicado, principalmente quando nos deparamos com gastos mistos. Vamos chamar essa situação de custos semivariáveis (aqueles que podem variar de acordo com produção, mas não na mesma proporção). Com base no exemplo abaixo vamos ver como proceder com os cálculos.

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4. Exemplo – mudança no volume de vendas e custo total com pontos de máximos e mínimos para determinação de custos fixos e variáveis

Imaginar que empresa apurou as informações a seguir:

Período Volume de vendas (unidades) Custo total (R$)1 500 1.225,002 1.000 2.100,003 1.200 2.450,004 1.500 2.975,00

Como saber quais custos foram fixos e quais variáveis das operações da empresa?

Resolução:

Passo 1: Procurar por valores máximos e mínimos e achar custo variável unitário: Com base na tabela de dados, os valores de minímos e máximos

Mínimo: 500 unidades ao custo total de R$ 1.225,00 Máximo: 1.500 unidades ao custo total de R$ 2.975,00

Passo 2: Achar diferença no volume de vendas e de custo nos pontos de mínimo e máximo Vendas: 1.500 – 500 = 1.000 unidades Custo: 2.975 – 1.225 = R$ 1.750,00

Passo 3: Calcular custo variável unitário com base no passo 2. R$ 1.750,00 / 1.000 unidades = R$ 1,75 / unidades

Passo 4: Separar parte fixa da variável:

Período Volume vendas (unidades) Custo Total (R$) Parte variável ou

Custo Variável (R$)Parte fixa (R$)

(CT – CV)

1 500 1.225,00 875,00(500 * 1,75) 350,00

2 1.000 2.100,00 1.750,00(1000 * 1,75) 350,00

3 1.200 2.450,00 2.100,00(1200 * 1,75) 350,00

4 1.500 2.975,00 2.625,00(1500 * 1,75) 350,00

Perceba que parte fixa não se altera com o volume de vendas...

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Resolução “modo 2” – não demonstrado no livro institucional.

CT=CVx+CF. (Função custo de primeiro grau. x representa a quantidade).

CV=∆CT∆ x

=2.975,00−1.225,001.500−500

=1.750,001.000

=R$1,75 por unidade.

Pegando qualquer coordenada ( x ,CT ), temos:

1.225,00=1,75∗500+CF→CF=350,00. (Este custo será igual em todos os períodos).

Para achar os custos variáveis por período basta multiplicar R$ 1,75 pelo número de unidades produzidas no período.

5. Sistema de custeio variável

(+) Receita com vendas(-) Custo variável dos produtos vendidos(=) Margem de contribuição(-) Custos fixos(=) Lucro

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