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INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
Apontamentos de: Mário Jorge Branquinho E-mail: [email protected] Data: 13-11-2006 Livro: Nota:
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
Mário Jorge Branquinho 2005
Na perspectiva racionalista o conhecimento é sempre um
processo activo, de construção.
A realidade não fala por si, é necessário interrogá-la para obter respostas. E o tipo de inteligibilidade obtida está sempre ligado à forma do
questionamento.
A prioridade vai para formulação de perguntas.
SOCIOLOGIA - OBSTÁCULOS
Entre a linguagem quotidiana e a linguagem da sociologia há trocas e
influências nos dois sentidos. Entre o senso comum e as práticas
científicas existem diferenças quanto aos objectivos e ao âmbito, protocolos e
procedimentos.
A insistência na necessidade de ruptura com as evidências do senso comum começa por ser uma exigência do
princípio crítico. Prática cientifica tem de ser crítica a si própria, tem de testar recorrentemente os resultados e os novos processos de
pesquisa que desenvolve. O senso comum contenta-se com
explicações inadequadas ou simplificadoras.
SOCIOLOGIA – OBSTÁCULOS - 2
O senso comum não é homogéneo. Verifica-se tendência mais global
para que cada um dos grupos generalize sem controlo as suas visões limitadas tomando-as por
universais e trans-históricas.
Medir os outros pelos nossos próprios padrões, tomar por normal
ou mesmo por única a nossa experiência de grupo, de classe, de nação, de raça, eis o que caracteriza
o obstáculo etnocêntrico.
Construção sociológica supõe a superação dos obstáculos do senso
comum.
Sociologia – contra generalizações sem controlo.
Nos seus domínios de pesquisa, a sociologia critica, relaciona,
compara, sistematiza, testa, para tentar ficar em condições de contextualizar, distinguir,
relativizar e, nos melhores casos, explicar os fenómenos sociais.
Tipo de objectos que a sociologia pretende descrever:
• Comportamentos e práticas sociais, procurando encontrar
regularidades e inovações.
• Dimensões simbólicas do social, estudar
comportamentos que escolhem o sentido que lhes é atribuído por quem os pratica.
Sociologia analisa ainda
identidades sócio-culturais
O que faz o sociólogo?
Traça um plano de pesquisa e mobiliza teorias, métodos e
técnicas que encontra disponíveis, de modo a acionar a
recolha e tratamento da informação que julga pertinente.
É sempre por referência a um
momento no tempo e no espaço que as acções se desencadeiam, os juízos
e os discursos se exprimem, as identidades se afirmam e evoluem. Os acontecimentos, os processos relacionais, desenvolvem-se em
conjunturas diferentes e, tais diferenças reagem directamente
sobre as situações.
Fronteiras Sociologia histórica – procura raízes e explicações para os processos actuais; Sociologia económica – Lança olhares sobre os modos como as
sociedades produzem, distribuem, gerem os bens de que precisam;
Sociologia política – Interessa-se pelo Estado e pelos fenómenos de poder;
Sociologia da população – Dedica-se a avaliar os nascimentos, mortes,
casamentos, divócios, distribuições etárias e de gênero,...
Sociologia do território – Pesquisa a espacialização das relações sociais,
todo o variado tipo de relacionamento, que as pessoas e grupos estabelecem
com o espaço. Analisa a dimensão individual e
interindividual dos fenómenos sociais, aproximando-se da Psicologia social
A sociologia não renunciou à ambição de abranger horizontes
empíricos vastos, aprofundando a coexistência associada à sistemática exploração de complementaridades. Pluridisciplinaridade – Diversas disciplinas aceitam dar contributos
que permitam desdobrar, e enriquecer os pontos de vista sobre esses problemas. Esses contributos são valorizados numa unificação
coerente que constitua a referência para conduzir pesquisas integradas. Transdiciplinaridade – maior fluidez
e facilidade na construção da abordagem global.
Recurso a informações, teorias e métodos que constituem património comum e
indescartável – transmitem reais situações de transdiciplinaridade.
Sociologia estuda fenómenos sociais (que resultam da interacção social) Seja ao nível de uma rua, de uma
empresa, de organizações mundiais ou de fenómenos à escala planetária,
ex. processos migratórios, urbanização... – Processos societais.
Instituições:
Conjuntos relativamente estabilizados de práticas e relações
sociais, dotados de uma lógica organizativa relativamente
autônoma, de sistemas de normas e representações próprias e providas
de mecanismos de reprodução que as prolongam no tempo.
Poder:depende de regras e recursos Quanto mais amplo o âmbito dos
relacionamentos mais complexas as regras, maiores os recursos
envolvidos e mais complicadas as decisões tomadas e as influências
exercidas.
A comunicação tem lugar central nas sociedades modernas
Actualmente nada do que se passa no mundo nos é estranho.
Controlo da comunicação está a concentrar-se nas mãos de grandes grupos (empresas) que são agentes
muito poderosos no “sistema mundo”. O mesmo se passa no campo da
produção e distribuição económica.
O sistema mundo possui os seus actores políticos típicos: os
Estados-Nação e os organismos internacionais. Estado-Nação caracteriza-se pela
existência de um aparelho governamental que administra um
território determinado e identificado com um conjunto de símbolos
nacionais. Organizações internacionais –
Médicos sem fronteiras, Cáritas, Banco Mundial, FMI, ou organismos para defender
interesses de um conjunto de países – EFTA, OPEP, NATO,
ONU – a mais importante.
Problemas sociais de nível global
Segurança; controlo financeira; Guerra; intolerância religiosa; nacionalismo;
Explosão demográfica; fome e pobreza; degradação do ambiente e
subdesenvolvimento de vastas regiões do mundo.
7 grandes questões que põem em causa o
ambiente e a vida na terra: * Buraco na camada do ozono;
* Aquecimento global (destruição florestas tropicais);
* Destruição de habitats e de espécies; * Alimentação ameaçada
* Descargas de resíduos e efluentes industriais nas linhas de água
* Produção de dióxido de carbono, um gás venenoso e utilização de veículos e máquinas
consumidoras de hidrocarbonetos; * Chuvas ácidas resultantes da acumulação
na atmosfera de resíduos.
Desenvolvimento e Sub-desenvolvimento
África, Ásia e América do Sul e Central – fortemente atingidos pela fome, sujeitos a ditaduras, guerras ou genocídios e menos peso nas organizações internacionais
(subalternização). Baixos salários, trabalho infantil,
desprotecção social dos trabalhadores. Nos países desenvolvidos pessoas
vivem mais tempo.
Mundo desenvolvido continua a ter controlo do sistema mundial. Maior capacidade de produzir
inovações e conhecimento. Principais empresas têm a sua sede no
mundo desenvolvido para onde canalizam lucros.
Portugal: uma sociedade de desenvolvimento intermédio
País de desenvolvimento
intermédio – industrialização, taxas de analfabetismo,...
Contraste litoral – interior; Actividades económicas apresentam padrão de
especialização dependente e vulnerável.
Agricultura, grande parte de tipo tradicional e de subsistência, pouco produtiva. Industria
maioritariamente constituída pelo têxtil, calçado, mobiliário e
construção civil.
Divisão do trabalho
Engloba tópicos como repartição da população activa pelos
diferentes sectores de actividade, a organização do trabalho
industrial, os conflitos laborais, as culturas profissionais, as mudanças tecnológicas, a
segmentação dos mercados de trabalho e a empresa como novo
protagonista social.
Distribuição da população pelos sectores de actividade económica
A vida humana seria impossível sem sistemas
de trabalho organizado. A organização industrial da produção
permitiu produzir muito mais em menos tempo e com custos inferiores, além de
possibilitar a produção de coisas muito diferentes. Emergência de novas profissões.
Sector Primário – Agricultura, silvicultura, pecuária, pesca,...
Sector Secundário – construção e obras públicas, indústrias transformadoras Sector Terceário – sector de serviços: comércio, transportes, comunicações, actividade bancária, seguros, serviços culturais, de segurança social, ensino,
saúde, administração pública,...
A primeira conseqüência da industrialização na divisão do trabalho foi o abandono quase maciço da actividade agrícola.
As sociedades modernas deixaram
de ser sociedades industriais.
A transformação capitalista das actividades económicas começou
por se verificar no lado da comercialização.
O capitalismo colocou os diversos artesãos debaixo do mesmo tecto,
que a troco da sua produção recebiam salário. Assim nasceram as
fábricas.
Organização científica do trabalho (Taylor)
Consiste na decomposição das tarefas necessárias para a produção
de determinado objecto, dividindo-as até aos elementos mais simples. Tratava-se de medir o tempo de
execução de cada tarefa e de encontrar a melhor maneira de todas
para executar cada tarefa e para encadeá-las a todas.
Assim, ganhar-se-ia em produtividade e em tempo de aprendizagem.
Cada qual sabe o que faz no seu posto de trabalho, mas não sabe que
voltas dá o produto na fábrica.
Henry Ford inventou para a sua fábrica um sistema de super-especialização de tarefas.
A organização taylorista e fordista do trabalho ao desvalorizar as
capacidades das pessoas, contribuiu para a ocorrência de problemas como o
absentismo e defeitos de fabrico ou piores níveis de qualidade.
Tentativas de resolução dos problemas: “Escola das relações humanas” (Elton Mayo)
Na sua perspectiva, as prestações de trabalhadores melhorariam se se
alguns cuidados fossem tidos com a qualidade de ambiente de trabalho, sua limpeza, estética, luminosidade, relacionamento entre as pessoas, etc.
Mas não se tocava nos conteúdos técnicos e organizacionais do
trabalho.
Sucesso da industria nipónica – nível de responsabilização dos operários muito qualificados.
Automação e robotização de tarefas. Criação de grupos de produção, resolver de forma cooperativa os problemas ligados às
actividades que lhe estão destinadas. “Círculos de qualidade” – formas de
democracia industrial, mecanismos de “controlo de produção”.
Identidades culturais operárias – conjunto de factores como * quantidade
das relações duais, afectividade, cognitividade, aceitação da diferença;
* relações colectivas, homogeneidade do grupo a que pertence, forma mais unanimista ou individual de tomar decisões, aceitação de clivagens; *
Relações hierárquicas ou de autoridade, se aceita o chefe e que tipo de chefe
prefere, ou como aceita a hierarquização dentro de um grupo de colegas. *
Situações de trabalho concretas, na dimensão sócio-profissional e dimensão técnica.
Culturas profissionais: * Solidariedade democrática (presente
entre operários do ofício) * Unanimismo – presente nas situações
de linha de montagem, trabalho indiferenciado e pouco qualificado.
Separatismo – Operários que controlam painéis de comando de sistemas
complicados, com função bastante elaborada tecnicamente.
* Retraimento – trabalhadores cujas referências são mais externas que internas em relação às organizações de trabalho.
* Integração – cultura comum entre pessoal de enquadramento, como
encarregados e chefias intermédias. * Rivalidades /individualismo, entre
empregados de escritório de qualificações baixas ou intermédias.
*Rivalidade democrática – entre quadros superiores
* Estratégia – entre os quadros médios
Sindicatos
Poder dos sindicatos assenta, na sua capacidade de mobilizar as pessoas e
de organizar as greves. Nalguns sectores as greves chegam a provocar crises sociais e políticas de grandes proporções. Criticas aos sindicatos –
excessiva burocratização e despreocupação com sectores da
população que não são trabalhadores.
associações patronais
são os primeiros interlocutores dos sindicatos. A sua força resulta da
capacidade de exercer influência sobre as decisões políticas.
Desemprego
Sistema económico produz um contingente de pessoas que não
têm emprego. Enquanto se mantiver a procura de trabalho
maior do que a oferta, os salários poderão ser controlados.
Crises de desemprego surgem com regularidade, que se deve a factores como recomposição da concorrência a nível mundial,
declínio de indústrias tradicionais e a crescente entrada das mulheres no
mercado de trabalho.
Novas tecnologias
Transformação das nossas sociedades em sociedades do saber, nas quais o
conhecimento, capacidade para aprender e descobrir, se tornou o bem
mais precioso. “Investigação e Desenvolvimento” (I&D)
Onde mais se investiga melhores são os níveis de controlo de conhecimento, da
informação e das tecnologias. Micro-informática – possibilidade de
armazenar, organizar, tratar, comunicar e utilizar informação de toda a espécie.
A importância do teletrabalho. O primeiro robot controlado por um microcomputador foi contsruido em
1974.
Consequências
Inovações tecnológicas provocam grandes mudanças no nosso dia-a-dia e importantes
alterações nos sistemas valorativos. Conseqüências sobre o futuro do
trabalho humano. Mais mulheres, mais desemprego. Mais empregos terceários
e menos no primário e secundário. Trabalhadores menos qualificados, são mais atingidos. Cresce flexibilização das relações contratuais, devido à grande mobilidade de trabalhadores
muito qualificados e bem pagos. Lançamento de programas de formação geral e
profissional; redefinição do trabalho, englobando não apenas actividades remuneradas, mas outras actividades úteis, de carácter cívico, cultural, social
e ambiental (Voluntariado e lazer).
Novas formas de organizar a produção, reduzindo horários de trabalho, promovendo partilha de lugares
disponíveis, criando sistema de férias mais dilatadas. Valorizar o “não
trabalho”, lazer...
Empresas e cultura de empresa
Empresas são importantes estruturas das sociedades, com capacidade para agir, no plano
económico e no plano da organização das sociedades. As empresas são actores colectivos no mundo moderno e a expressão “cultura de
empresa” significa essa capacidade e essa identidade social.
O sistema de representações e de práticas é o produto da interacção entre os membros da
organização que constitui a empresa e desta com o mundo que a envolve.
(A cultura da empresa) prescreve aos seus membros maneiras de pensar, de agir e de
crer que lhe são próprias. Cultura de empresa pode constituir um
projecto e este ter capacidade de mobilização de vontades e interesses, onde a empresa é capaz de produzir mecanismos de regulação social,
sociabilidades colectivas e efeitos de difusão. Actividades extra-profissionais tendem a servir
cada vez mais de suporte de identificação social de um crescente nº de pessoas.
Hoje em dia, só raramente são os próprios patrões a gerir as suas empresas. Esse trabalho é entregue a administradores profissionais que exercem o poder de
facto.
A divisão internacional do trabalho penaliza os países menos desenvolvidos.
A posição de comando é reforçada pelos investimentos.
Na industria transformadora a
dimensão média das empresas é superior ao conjunto dos sectores de
actividade. No sector dos serviços verificam-se grandes oscilações, onde é grande o
peso dos empresários individuais. No Comércio, a maioria das empresas só
tem uma pessoa ao serviço.
Migrações, Urbanização, Terciarização
Os processos de globalização, as dinâmicas de desenvolvimento
econômico, social e de inovação tecnológica e a complexificação da divisão do trabalho nas sociedades modernas, têm sido acompanhados
por amplos movimentos de população, pelo crescimento e
densificação das áreas urbanas e pelo aumento contínuo do peso do
sector terceário na economia.
Falar destes 3 itens é falar de processos estruturais, de mudanças
de grande amplitude e profundidade.
Migração qualquer movimento colectivo da
população, de carácter temporário ou permanente, entre dois espaços
geográficos. Esse movimento pode ocorrer dentro do país ou entre países.
As causas são variadas: catástrofes naturais, guerras, vitimas de
discriminação e de perseguição política, religiosa ou racial. Mas as
causas mais comuns são econômicas. Procura de melhores condições de vida.
Factores de atracção são condições estruturais e conjunturais, nas áreas de
destino, que favorecem entrada de imigrantes. Factores de repulsão, são os que contribuem para que uma parte da população procure alternativas de
vida noutros espaços geográficos. As diferenças de capacidade, aspirações e motivações
individuais, são também variáveis a ter em conta.
Migrações – conseqüências – sendo a maioria dos migrantes jovens, leva ao
envelhecimento da população de partida e rejuvenescimento da sociedade de destino.
Outra é a quantidade de remessas monetárias que emigrantes enviam para famílias,
contribuindo para reforço da urbanização dos países de chegada.
Maior problema nas sociedades de acolhimento é a integração dos imigrantes. Embora desempenhem papel economicamente activo, eles têm dificuldades de integração no
plano social e cultural. Os imigrantes tendem a ocupar os postos
menos qualificados e mais precários. Registam carências a nível da habitação, do nível de vida e da participação social. Alvos preferenciais
de manifestações de hostilidade xenófobo.
Barreiras á integração. Desconhecimento da língua.
Escolarização dos filhos. No plano cultural – problema de identidade. Em
disputa com a conservação de especificidades da cultura de origem.
A adopção de políticas de
imigração activas, que regulem os fluxos migratórios e o estatuto do imigrante, que
garantam mecanismos para a sua inserção social e a tolerância à
diversidade cultural são factores decisivos para uma integração
bem sucedida.
Quando estas condições não se verificarem, a imigração pode ser fonte
de conflitualidade social.
Urbanização, cidades,...
Migrações contribuíram para crescente urbanização – concentração
populacional em zonas urbanas. Londres tinha em 1800, 1 milhão
habitantes, em 1900, 7 milhões. Nova Iorque passou de 60 mil para 4,8 milhões.
Conurbações – áreas em que várias cidades de grande dimensão estão
praticamente ligadas umas às outras. As regiões da grande Lisboa e
Península de Setúbal formam hoje uma mancha urbana contínua e
desproporcionada, onde se aglomeram 2,5 milhões pessoas, ¼ da população
portuguesa.
... vida urbana
Traços distintivos da vida urbana: anonimato, frieza de comportamentos,
transitoriedade e segmentação de muitas relações interpessoais. Pessoas
que nunca chegam a travar conhecimento com a maioria dos que a
rodeiam. Contactos efémeros, superficialidade e impessoalidade das
relações sociais. A grande cidade é cosmopolita, lugar de contrastes de todo o tipo, de estilos de vida diferenciados, “mosaicos de
mundos sociais”. Situações de pobreza, bairros
degradados, bairros de habitação social, são testemunhos dos contrastes
sociais em meio urbano.
Terciarização
Traço das sociedades modernas é a importância económica e social do
sector terceário. A produção de bens imateriais é um traço do sector
terceário, onde se incluem ensino de medicina, distribuição e
comercialização de produtos, seguros,.. Tercialização – importância da produção económica, volume de emprego e despesas familiares,...
Sociedades da informação, desindustrialização, transferência de industrias de países capitalistas para países em vias de desenvolvimento.
Papel transformador das novas tecnologias de informação –
informática e telecomunicações.
Terciarização, também provoca mudanças sociais (além de económicas) Crescimento do sector dos serviços
leva ao incremento de novas profissões, com nível de qualificação mais elevado, melhores condições de
trabalho e de remuneração. Crescimento de “novas classes
médias”, com trabalhadores por conta própria, pequenos proprietários,
Alterações nas qualificações escolares e profissionais. Conhecimento e
informação ganham maior expressão. Aumento do número de anos de escolaridade mínima obrigatória.
Aumento da componente feminina da população activa.
Terciarização tem implicações no processo de urbanização e vida urbana. Cidades são o
espaço da terciarização, devido à centralização político-administrativa e pela
fixação de serviços de toda a espécie.
Famílias Funções cumpridas pela família:
reprodutiva, sexual, socialização das crianças e a função econômica que
garante a sobrevivência e bem estar. Nas sociedades modernas, estas funções são exercidas de forma articulada no quadro da família
nuclear.
Monogamia – para homens e mulheres ser apenas permitido estar casado/a com uma pessoa ao mesmo tempo.
Poligamia – reverso da monogamia. Poliginia – quando é permitido ao homem ter mais que um cônjuge.
Poliandria – quando é à mulher que tal é permitido.
Mudanças familiares nas sociedades ocidentais
Antes da industrialização, as famílias européias eram também unidades de
produção econômica cuja sede se circunscrevia à zona de residência.
Com a industrialização dá-se a mudança. Separação do local de trabalho da residência familiar.
Lógicas económicas associadas às
lógicas familiares: Na burguesia, a preocupação era
assegurar através das alianças familiares, a reprodução do patrimônio. Nos sectores mais desfavorecidos, há necessidade de recorrer ao conjunto da
força de trabalho familiar.
Com a industrialização surgem elementos novos.
A criança começa a desempenhar papel activo e as
famílias mais favorecidas, preocupam-se com o papel
educativo / formativo. Mulher dedica-se a funções
maternas e domésticas.
Afectividade e sexualidade de um lado e conjugalidade do outro.
Escolha homogâmica – seleccionar
alguém que partilha os mesmos valores e sistemas de preferências, que pertence à mesma classe social.
Casamento e divórcio e tendências contemporâneas
Generaliza-se a actividade feminina assalariada. Reivindicação da igualdade para as mulheres.
Expanção do uso de contraceptivos Controlo sobre a natalidade
Homossexualidade começa a ser menos condenada socialmente.
A relação conjugal deixa de ser coincidente com a relação parental
Em 1960, na Europa verifica-se descida das taxas de natalidade e de nupcialidade e aumento do divórcio. Pessoas casam menos e divorciam-se
mais. No entanto, divórcio não significa desvalorização do casamento. Recomposição da família na situação pós-divórcio, emergindo os papéis de
madrasta ou padrasto.
Mudanças na sociedade portuguesa contemporânea
Em Portugal começam a dar primeiros sinais nos anos 60.
Iniciam-se processos de recomposição social, como o crescimento dos
sectores intermédios e aumento da taxa de actividade feminina. No plano dos
valores, emerge liberalização de costumes. 1975 – Aumento do divórcio, como
regularização de situações anteriores. Tal como noutros países, em Portugal a tendência de divorciados é para voltar a casar. Taxa de natalidade é quase vertiginosa. Tendência freqüente em meio urbano
para ter 1 ou no máximo 2 filhos.
Mudança de valores – homens e mulheres devem trabalhar fora de casa e partilhar tarefas domésticas e cuidados dos filhos.
O outro lado da família
Situações de violência psicológica, física e de abuso sexual que se desenvolvem no quadro das relações familiares. Nos EUA considera-se que a casa é um dos sítios
“perigosos” para viver.
Vitimas de violência doméstica tendem a ser as crianças e as mulheres.
Na esfera doméstica a violência ainda é muito tolerada.
Violência interconjugal é geralmente vivida pelas vitimas de forma fatalista
e submissa, registando-se uma tendência para estas situações serem
familiarmente socializadas.
(No entanto, se há instituições que se têm adaptado às diferentes formas de viver em sociedade, demonstrando a plasticidade e a flexibilidade das suas formas de organização, ela é a família).
Educação, sociedade e desenvolvimento Nas sociedades industrializadas, a
escola faz parte da vida quotidiana da grande maioria das famílias.
O prolongamento da escolaridade fez deslocar a idade média de entrada na
vida activa, contribuindo também para a constituição da juventude enquanto
categoria de recorte social e etário específico. Processo de terciarização da economia,
teve papel determinante na elevação dos níveis de escolaridade nos países ricos.
Outra dimensão fundamental da
escola é a sua relação com a cidadania (cidadãos com direitos e deveres).
A contínua expansão do sistema de ensino e conseqüente elevação dos níveis de instrução das populações estão em correlação directa com os níveis de desenvolvimento económico e social
dos países.
Instituição escolar e desigualdades sociais
Sociedades contemporâneas estão longe de ser sociedades de igualdade
de oportunidades. A universalização do sistema de ensino e
o aumento regular dos níveis de escolaridade obrigatória têm contribuído
para democratizar o acesso a saberes, competências e oportunidades e irradicar
formas extremas de desigualdade e de exclusão.
É um facto que as escolas contribuem para a reprodução e reforço de vários
tipos de desigualdade social.
Estudos efectuados, mostram que instituições escolares actuam de forma selectiva em 3
pontos fundamentais: no acesso escolar, nas taxas e tempos de abandono do sistema de
ensino e no acesso às instituições universitárias.
Instituição escolar e desigualdades sociais
Insucesso escolar implica selecção social e taxas de reprovação variam em
função dos meios sociais de origem. Insucesso acompanha as linhas de
desigualdade social, contribuindo para as reforçar e reproduzir.
O abandono é mais provável para as
que têm condições sociais mais baixas.
Origem de classe de estudantes universitários, oriundos de famílias com recursos económicos e
escolares elevados.
É por tender a privilegiar os favorecidos e a excluir os desfavorecidos que se diz que a
escola contribui ela própria para a reprodução das desigualdades sociais.
Instituição escolar e desigualdades sociais
O insucesso e abandono escolar seriam resultado das carências sócio-culturais
das crianças provenientes de meios sociais desfavorecidos e do
funcionamento da própria escola.
A questão da linguagem também é importante. Crianças oriundas de meios populares expressam-se de acordo com
código restrito ao passo que as crianças das classes médias utilizam um código elaborado.
Opiniões que os professores têm, sobre alunos de diferentes meios sociais tem real
influência sobre desempenho e trajecto escolar desses alunos. Assim, as imagem
valorizadas ou desvalorizadas podem contribuir para que eles tenham sucesso ou
insucesso.
Escolas têm vindo a explorar novos caminhos e novas soluções em termos de política
educativa. Escolarização das crianças torna-se objecto de crescente preocupação.
Desigualdades, Identidades e valores
Nas sociedades mais desenvolvidas, a acção combinada dos processos societais –
industrialização, terciarização, migrações, escola e família – transformou radicalmente os tipos de desigualdade e diferenças sociais.
As desigualdades de classe são a mais importante forma moderna de desigualdade
social. Essas desigualdades podem ser também basear-se em diferenças de sexo,
etnia ou raça. A problemática do género é das que tem maior visibilidade nas sociedades.
Pessoas pertencentes a minorias étnicas são
penalizadas por oportunidades desiguais.
Pobreza – exclusão social: carência de recursos profissionais, escolares ou
habitacionais, mas também a não inclusão em esquemas de protecção social.
Ser pobre é estar excluído das dimensões constitutivas da cidadania nas sociedades
modernas.
Emergência de novos movimentos sociais
Carácter extremamente
universalista, interessam a amplas comunidades de pessoas,
como sejam movimento ecologista ou feminista.
Situam-se fora do quadro da política institucional. São
portadores de novas formas de participação política e envolvem indivíduos pertencentes a todo o
tipo de categorias sociais.
O Estado é o interlocutor privilegiado destes movimentos.
Classes sociais (Karl Marx)
Para Karl Marx (1818-1883) as classes definem-se a partir da
estrutura económica das sociedades. O lugar ocupado nessas relações de produção determina a pertença
de classe de cada um. Nas sociedades capitalistas, o que é determinante, segundo Marx é a
propriedade privada dos meios de produção; Classe proprietária – a burguesia; Classe assalariada, o
proletariado. A relação das 2 classes é de exploração, já que
valor do trabalho é sempre maior que valor do salário.
Classes sociais (Max Weber)
Para Max Weber (1864-1920) relações de classes eram relações de poder. Essas relações estabelecem-se na esfera do mercado e de relações de competição
entre indivíduos e grupos que aí jogam os seus recursos, sejam eles a
propriedade, a força do trabalho, ou qualificações profissionais. Gera-se
pluralidade de situações de classe. Uma classe seria o conjunto dos indivíduos
com idêntica situação no mercado. Existem outras formas de desigualdade
social institucionalizadas, como grupo de status, cuja diferenciação decorre do
prestigio, ao tipo de profissão ou origens familiares.
Classes sociais só se podem definir em termos multidimensionais, através, não de uma, mas de uma pluralidade de critérios
Propostas teóricas dos americanos Erik Olin Wright e do francês Pierre Bourdieu
Wright define as classes a partir da articulação de 3 tipos básicos de recursos: propriedade dos meios de produção que
estabelece uma linha divisória entre proprietários e não proprietários; recursos
em qualificações e recursos organizacionais.
Cruzadas 3 dimensões temos uma matriz multidimensional de lugares de classe, onde, do lado dos assalariados
há posições que combinam recursos em qualificações e organizacionais.
Assim, entre a burguesia proprietária e operariado, existe uma variedade de
lugares de classe intermédios ocupados – gestores, técnicos e empregados semi-qualificados.
Bourdieu – as linhas de divisão são traçadas pela posse diferencial dos vários capitais, capital económico, capital cultural e capital simbólico,
todos operando generalizadamente nas relações sociais.
Há ainda uma dimensão temporal, das trajectórias sociais, onde a qualidade e
quantidade dos recursos possuídos pelos indivíduos se podem alterar.
A progressão em termos profissionais,
ou de nível de escolaridade, pode proporcionar a passagem de uma
condição de classe mais baixa para uma mais elevada.
Estrutura de classes
Classes são categorias sociais cujos membros, em virtude de serem portadores de montantes e tipos de recursos semelhantes,
tendem a ter condições de existência semelhantes e a desenvolver afinidades nas
suas práticas e representações sociais, naquilo que fazem e naquilo que pensam.
Estrutura de classes são sistemas duradouros de diferenças a vários níveis, entre indivíduos que ocupam distintos
lugares de classe. Patrões e gestores – 10%
Operariado – 30% Classe média 60%
Velha classe média (pequena burguesia) – pequenos proprietários e trabalhadores
independentes (comerciantes e prestadores de serviços)
Nova classe média – abrange profissões do sector terciário ou de serviços, incluindo
ensino, saúde, administração pública, bancos, seguros e outros. Inclui profissões de baixas
qualificações. Grande heterogeneidade de posições.
Aspectos que aproximam e afastam classes médias assalariadas dos
operários industriais: - natureza manual, pesada e “suja” do trabalho
industrial.”colarinhos brancos”, que designa indumentária habitual dos trabalhadores
administrativos e de escritório.
Operariado industrial é predominantemente masculino e
empregados executantes do terciário predominantemente femininos.
Pluriactividade profissional. Mesma
unidade familiar podem combinar diferentes tipos de recursos, como sejam o assalariamento e a pequena propriedade
ou uma actividade por conta própria. As fronteiras de classes não são rígidas
nem imutáveis.
Mobilidade social
São movimentos ascendentes, descendentes ou estacionários percorridos por indivíduos, famílias ou grupos entre posições diferentes da estrutura de classes. (podem observar-se
em 2 ou mais gerações).
Origem da classe pode condicionar o estatuto social futuro de cada indivíduo.
Mobilidade ascendente: - ex. passagem da condição de assalariado para uma actividade
por conta própria (patrão); progressão em carreiras profissionais; aquisição de
escolaridade, deslocalização geográfica para zonas geográficas mais desenvolvidas.
Mobilidade descendente: - ex.
Desemprego de longa duração, falência de uma pequena empresa,...
Classes, práticas e estilos de vida
Endogamia de classe nas escolhas matrimoniais – tendência para as pessoas
casarem dentro da mesma classe.
Sistema de disposição (Bourdieu) – maneira como as pessoas tendem a pensar e a agir nas mais variadas circunstâncias da vida. Resulta da interiorização progressiva dos
indivíduos na comunidade, escola,.. Diferentes condições de classes –
diferentes sistemas de disposição. Práticas dos membros de uma mesma classe
tendem a ser idênticas entre si e distintas das práticas dos membros de outras classes. indivíduos com o mesmo lugar de classe actual mas com origens diferentes tendem a
ter distintos sistemas de disposição (novos ricos)
Gosto – cada pessoa tem um padrão de gosto singular, não sujeito a condicionamentos
sociais de qualquer género. Diferenças de gosto – directamente
relacionadas com condições de classe As relações de poder entre as classes passam, não só pela posse desigual de capital
económico, cultural ou social, mas pela manifestação de estilos de vida distintos, cuja hierarquização social e os critérios dessa hierarquização, são também uma forma de poder.
Classes dominantes, são também dominantes por isso.
Classes, acção colectiva e novos movimentos sociais
“A luta de classes era o motor da história” (Marx )
O resultado dessa luta seria a superação da sociedade capitalista e a instauração de outra ordem social, sem exploração
do homem pelo homem. Para Weber a constituição das
classes como forças sociais dotadas de interesses comuns e de identidade e consciência própria não é um dado adquirido. Interesses individuais podem não coincidir com interesses colectivos.
Formação de classes como forças sociais varia de acordo com os padrões de mobilidade social. Erik Olin Wright – Lugares de classe
contraditórios – lugares simultaneamente dominantes e dominados no quadro das
relações de poder entre classes
Movimento operário – exemplo de classes como forças sociais. Pela conquista
de direitos e regalias sociais,...
Género
A partir das diferenças biológicas reais entre homens e mulheres têm sido sempre socialmente construídos
sistemas de legitimação e de interditos.
Diferenças género e sexo Por diferenças de sexo entendem-se
diferenças físicas e biológicas. Diferenças de género entendem-se as que se referem
às dimensões psicológicas, sociais e culturais, que distinguem de forma variável, o masculino do feminino.
Aparecimento de conceito de género permitiu clarificar as diferenças entre o
biológico e o social.
Existem assimetrias significativas na qualificação de atributos associados
ao feminino e ao masculino.
Etnicidade
Um dos traços das sociedades modernas é existência de heterogeneidade étnica,
devido à presença duradoura de grupos, geralmente minoritários, que se
diferenciam pelas suas características raciais, religiosas, linguisticas,...
Etnicidade – relevância que a pertença a determinados grupos étnicos pode adquirir
no plano das desigualdades sociais, das identidades culturais e das formas de acção
colectiva.
Apesar das políticas de imigração restritivas, a presença de comunidades estrangeiras já
adquiriu carácter estrutural.
Conflitos em torno da etnicidade são hoje muito importantes. Reivindicações das
minorias – definição de políticas de integração, direitos de cidadania e exigência
de reconhecimento legal de certas especificidades culturais.
Etnicidade é tanto mais forte quantos maiores são os contrastes das minorias com as populações receptoras
no conjunto de dimensões sociais e culturais.
Pobreza
Desemprego. Situações de “nova pobreza”. Minorias étnicas.
Pobreza absoluta – noção de
subsistência, famílias com escassos recursos materiais, sociais e simbólicos.
Pobreza relativa – pessoas com recursos escassos que são excluídas de modos de vida “aceitáveis”. Critérios
definidos pela sociedade.
Pobreza subjectiva – assenta na auto-imagem das pessoas e considera pobres
as que se definem como tal.
Tradição culturalista chamou a atenção para as dimensões culturais da
existência das pessoas pobres, decisiva para intervenção e combate à exclusão
social
Valores – expressão de sistemas organizados e relativamente duradouros de preferências. Representações – todo o tipo de avaliações cognitivas, de saberes, estruturados, que se referem a realidades, processos, situações.
Campo simbólico
Pensar, optar, atribuir sentido, são expressões que reenviam para as dimensões simbólicas do social. Importância da multiplicação informativa de
proveniências multiplas é decisiva.
Manifestações no processo cientifico e no senso comum.
Dimensão artística – constituem modos específicos de apropriar e exprimir o real. Arte define processos próprios, cria interacção e faz
funcionar mercados distintos dos de outras lógicas sociais.
Outro exemplo de configurações simbólicas é o das ideologias. Organizações de
representações e de valores. Noção de cultura – ex. cultura juvenil,
cultura da pobreza.
Religião
Na igreja católica destaca-se a sua enorme capacidade de persistência, a
possibilidade de conservar vitalidade e acção, apesar e através de rupturas, de
crises e de transformações sociais.
Distinção entre religião erudita, oficial, teológica e as pequenas tradições
religiosas populares.
Grande tradição produz magistério intencional, fornece linguagens comuns e instrumentos de atribuição de sentido.
Rituais colectivos contribuem para unificar, universalizar e até nivelar os
crentes.
Religião tem sido bandeira de confrontos, suporte ideológico de
conflitos, protestos e revoltas.
Religião - Poderoso elemento de regulação social e produtor de
conjuntos de recursos simbólicos utilizáveis para optar e para agir na vida
quotidiana.
Valores e comportamentos hão-de revelar alguma congruência.
Valores religiosos – As práticas de culto indicam a pertença e a integração dos que delas participam e são factores
de reforço dessa mesma integração.
Importância da estratégia e do ambiente familiar de origem na reprodução do
sistema de valores religiosos.
Hoje assiste-se à redistribuição de funções e de poderes na igreja, pelo
crescente papel que os leigos assumem.
Trabalho da Sociologia Metodologia da pesquisa empírica – processos e instrumentos de trabalho,
procedimentos teóricos, para implementação de dispositivos
técnicos, a que recorrem sociologos para conhecer e dar a conhecer a
realidade social.
Questões objecto de pesquisa, são as que preocupam as pessoas.
Pesquisa como processo reflexivo.
Procedimentos de pesquisa empírica – métodos e técnicas para conhecer
aspectos da realidade social envolvidos nesses pedidos.
Na sociologia o objecto muda
incessantemente gerando necessidades de conhecimento que não são
acompanhados pelos ritmos, sempre mais lentos, da sua produção.
Estratégias de investigação
Lógica extensiva – caracteriza-se pelo uso dominante de técnicas quantitativas (inquérito
por questionário) Permite o conhecimento em extensão de fenómenos, problemáticas ou características de uma população.
Lógica intensiva – Analisar em profundidade as características, opiniões, uma problemática
relativa a uma população determinada segundo vários ângulos e pontos de vista. O que se perde em extensão, ganha-se em
intensidade da análise. Abordagem directa das pessoas nos seus próprios contextos
de interacção, através da observação participante.
Ex. método biográfico. Procura-se através de entrevistas de histórias de vida perceber de que forma uma experiência singular está associada ao contexto social envolvente.
Utilizam-se técnicas quantitativas, qualitativas e extensivas, mas sempre dominante a lógica
da abordagem multilateral e intensiva do objecto de pesquisa definido
Lógica da investigação–acção – trabalhos de equipas multidisciplinares. Ex. Planos de
Desenvolvimento Regional. Grau de envolvimento dos investigadores é variado.
Procedimentos e fases de pesquisa
1. Definição de um problema 2. Fase exploratória de consulta de
fontes e de primeiro contacto com o problema na sua
dimensão empírica. 3. Define-se a problemática, as
hipoteses e / ou um modelo de análise
4. Decidem-se os métodos e as técnicas de recolha de
informação a privilegiar 5. Entra-se na fase de observação
sistemática e recolha da informação
6. Analisam-se os resultados 7. Interpreta-se a significância dos
resultados face às questões de partida e tiram-se conclusões.